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Instalação de Sistemas de Refrigeração - ISR

Instalação de sistemas de refrigeração comercial

Um sistema de Refrigeração Comercial adequado, inicia-se com o cálculo de carga térmica.

Assim como na climatização, na refrigeração existem vários fatores que influenciam na carga térmica das

câmaras frigoríficas, como calor das pessoas, calor devido à iluminação elétrica, calor de paredes, calor de

infiltração e calor de produtos.

A Refrigeração Comercial é uma parte da cadeia do frio que trata do resfriamento e congelamento de produtos

perecíveis.

Atua de forma a beneficiar a produção em grande escala de produtos primários até produtos finalizados para o

consumo, contribuindo para o desenvolvimento da indústria e do comércio, através da fabricação e conservação

destes produtos por um período.

A refrigeração comercial abrange projeto, instalação e manutenção de instalações refrigeradas do tipo usado

pelas lojas de varejo, restaurantes, supermercados, hotéis e locais de armazenamento, exposição,

beneficiamento e distribuição de mercadorias perecíveis de todos os tipos.

As instalações de refrigeração comercial mais expostas ao público são as encontradas nos supermercados.

Temperatura de resfriamento

É aquela que retira apenas o calor sensível do produto, ou seja, visa baixar a temperatura, mantendo as

condições orgânicas e físicas, através do controle da umidade e do calor de respiração de cada produto.

Geralmente estas temperaturas variam de 15°C até 0°C, pois estas temperaturas não provocam o congelamento

dos produtos na pressão atmosférica.

Já a classificação de equipamentos para uso em resfriamento é através da sua temperatura de evaporação que

varia geralmente entre 10°C a -7°C.

Balcões expositores verticais, horizontais, gôndolas, que comportam produtos resfriados e que são encontrados

em supermercados, padarias, açougues e lojas de conveniências são exemplos de equipamentos para

temperatura de resfriamento.

Câmaras de armazenamento de verduras, frutas, cereais, flores, cogumelos, sementes entre outros, chopeiras,

refresqueiras são classificados como equipamentos para resfriamento, mas geralmente não estão expostos ao

público.

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Temperatura de congelamento

Temperatura de congelamento é aquela que retira o calor latente e o calor sensível dos produtos visando manter

as propriedades nutritivas dos produtos e/ou as características de fabricação, mas também procura manter um

valor de umidade específica para cada produto.

São temperaturas que variam de 0°C até – 60°C.

As temperaturas de congelamento possibilitam a mudança do estado físico dos produtos, pois congelando o

mesmo é possível que o produto tenha um tempo de vida maior e assim se torna possível obter e manter os

produtos industrializados em uma determinada forma ou evitar a respiração do produto e ainda realizar o

armazenamento e a conservação dos mesmos.

As classificações dos equipamentos de congelamento são também através da temperatura de evaporação que

variam de – 10°C até – 70°C e do tipo de construção do equipamento.


Trata-se de ilhas expositoras de conservação de carnes, peixes congelados, e produtos processados, máquinas

de fabricação de gelo, de sorvete e câmaras frigoríficas de baixa temperatura.

Obtenção de equipamentos

Exemplo:

• Uma empresa fabrica e fornece tipos de balcões expositores para lojas de acordo com as especificações de um

projeto inicial;

• Outra empresa fabrica e fornece unidades condensadoras e os acessórios de controle;

• Outra fábrica e fornece equipamentos para as ligações elétricas e etc.

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Ilha para produtos congelados

Freezer expositor horizontal para produtos frescos ou congelados

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Noções de carga térmica para câmaras frigoríficas

A percepção de calores gerados no interior de uma câmara frigorífica e suas características


construtivas e de funcionamento permitem aos profissionais do ramo de refrigeração realizar um
projeto mais preciso e mais viável economicamente.
As câmaras frigoríficas são ambientes fechados isolados termicamente, em que no seu interior são
mantidos valores de temperatura e umidade adequados para conservação de produtos, tais como,
gêneros alimentícios, flores, materiais industriais etc.
Quando estes produtos ingressam em um ambiente refrigerado estão com uma temperatura maior
que a do interior da câmara frigorífica, este excesso de energia térmica do produto associado com
outras fontes de calor deve ser retirado pelo equipamento de refrigeração, e o cálculo de sua
capacidade será denominado carga térmica em câmaras frigoríficas.

Classificação de câmaras frigoríficas

As câmaras frigoríficas podem ser classificadas de duas maneiras distintas e afins, devido sua
temperatura interna e devido o tipo de construção.

Classificação de acordo com a temperatura

Podemos classificar as câmaras frigoríficas quanto a sua temperatura, conforme recomenda a ABNT
NBR 15374 (Equipamentos de refrigeração tipo monobloco).

-- Temperatura alta: 15°C


Ideal para conservação de verduras em breve período.

-- Temperatura média: 2°C


Indicada para um breve armazenamento de gêneros alimentícios.

-- Temperatura baixa: -18°C


Ideal para longos períodos de armazenamento.

Algumas câmaras frigoríficas possuem atmosfera controlada, destinada a prolongar a conservação


dos alimentos ou facilitar o seu amadurecimento.
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Classificação de acordo com a construção

As câmaras podem ser classificadas, também, conforme sua forma construtiva, conforme segue
abaixo:

Câmaras frigoríficas de alvenaria: são câmaras construídas de alvenaria, revestidas com placas de
isolante térmico (poliuretano ou poliestireno).
Este tipo de câmara é muito resistente, porém, tem como inconveniente o fato de ser muito estática,
ou seja, tem-se dificuldade de fazer qualquer tipo de modificação, readequação e a mudança para
outro local é impossível.
O custo de montagem dessas câmaras é normalmente muito elevado quando comparado com
câmaras de mesmo volume pré-moldadas.
Deve existir uma barreira de vapor para evitar que a umidade externa penetre na câmara.
A barreira de vapor mais utilizada é o frio-asfalto, entre a parede de alvenaria e o isolamento térmico.
A figura abaixo mostra algumas sugestões de como pode-se realizar a montagem destas câmaras:
Paredes:

Piso:

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Câmaras frigoríficas pré-moldadas: são montadas em painéis modulares podendo ser fornecido em
quaisquer dimensões, e, devido seu fácil manuseio, são muito utilizadas, pois otimiza tempo e
economiza fundações.
Os acabamentos podem ser de chapa metálica, alumínio ou aço galvanizado como também em PVC.

Layout de uma câmara

Para saber qual é a melhor maneira de se construir uma câmara, é necessário saber qual tipo de
produto será estocado, normas de armazenamento deste produto, a logística do local, entre outras
variáveis.
O ideal é coletar o máximo de informações possíveis para que a câmara fique funcional e atenda as
necessidades de armazenamento e conservação do produto.
Além disso, a câmara deve ser construída de maneira funcional, ou seja, de modo a facilitar o
manuseio dos produtos dentro da câmara, sendo ele feito por meio de carrinho hidráulicos ou mesmo
por empilhadeiras.
Os produtos devem ser armazenados de forma que haja circulação de ar em volta dos mesmo.
Recomenda-se deixar um espaço de 20 cm entre o produto e as paredes da câmara e de 50cm entre
os produtos e o teto, devido ao evaporador posicionado na parte superior da câmara.
Outra coisa a se verificar, é o espaçamento entre paletes ou prateleiras, pois o mesmo deve ser
suficiente para a passagem dos equipamentos previstos para manuseio do produto.

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Câmaras frigoríficas de estocagem

O produto a ser estocado, entra numa temperatura próxima da câmara.


Giro ou movimentação diária normalmente varia de 10% a 30% da capacidade de estocagem da
câmara. Podem ser classificadas como:
 Câmaras frigoríficas de resfriados;
 Câmaras frigoríficas de congelados.
O produto “quente” deve ter sua temperatura reduzida num período de 24 horas.
A carga térmica é considerada baixa, comparada ao volume da câmara, para esta condição os
equipamentos de refrigeração são considerados pequenos.

Câmara frigorífica de Processo

O produto a ser estocado entra numa temperatura bem maior que a da câmara.
Giro ou movimentação diária pode ser uma porcentagem da capacidade de estocagem da câmara ou
ainda corresponde a 100% da estocagem. As câmaras de processo também são classificadas como:
 Câmara de resfriamento.
 Câmara de congelados.
O produto “quente” deve ser resfriado ou congelado num período de 24 horas.
A carga térmica é considerada média, quando comparada ao volume da câmara e para esta
condição, os equipamentos frigoríficos são considerados de médio porte.

Túneis

O produto a ser estocado entra numa temperatura bem maior que a do túnel;
Giro ou movimentação diária normalmente corresponde a 100% da estocagem;
O produto “quente” de ser resfriado ou congelado normalmente em algumas horas ou até mesmo em
minutos. Os túneis podem ser classificados como:
 Túnel de resfriamento;
 Túnel de congelamento.
A carga térmica é considerada alta quando comparado ao volume da câmara e para esta condição os
equipamentos frigoríficos são considerados grandes.

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Carga térmica

As principais fontes que compõem a carga térmica são: transmissão de calor através de paredes, teto
e piso; infiltração de calor através de abertura de portas, calor dos produtos e outras cargas (motores,
pessoas, embalagem, iluminação e etc.).

Cálculo de carga térmica

Para que possamos iniciar o projeto de uma câmara frigorífica, precisamos inicialmente definir
algumas características, que vão desde a construção física da câmara até o tipo e condições de
armazenagem dos produtos a serem conservados.

Vamos, então, verificar o que deve ser estudado através de algumas perguntas.

O que será conservado/armazenado?

- tipo(s) de produto e quantidade;


- forma(s) de acondicionamento;
- condições com que os produtos chegam à câmara;
- movimentação diária;
- condições de temperatura e umidade adequadas para a conservação e/ou armazenagem do(s)
produto(s).

Em que local (cidade/estado/país) o sistema será instalado?

- condições climáticas.

Quais as características físicas do local onde a câmara será instalada?

- dimensões;
- orientação geográfica;
- acabamento das paredes;

Devemos considerar que as condições extremas de funcionamento, ou seja, com a maior quantidade
possível de produtos, a maior temperatura externa, o período em que há o máximo de pessoas
trabalhando no interior da câmara e todas outras fontes de calor em pleno processo, tais como
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iluminação e equipamentos, não são alcançadas simultaneamente com tanta frequência, porém,
devemos selecionar o equipamento frigorífico de forma que ele consiga retirar esta quantidade
máxima de calor, mesmo que, com isso, o equipamento fique superdimensionado na maior parte do
tempo de operação.

Fontes de Calor

Para realizarmos o cálculo de carga térmica de uma câmara frigorífica, devemos, como foi citado
acima, considerar as características e condições de armazenagem. Iremos, para isso, dividir o cálculo
nos seguintes tópicos:

- Transmissão de calor através das paredes, teto e piso da câmara;


- Infiltração de ar e externo;
- Ganho de calor através dos produtos, que pode ser:
- Calor sensível de resfriamento;
- Calor latente de congelamento;
- Calor sensível de congelamento;
- Calor de respiração (vegetais).
- Liberação de calor pelas pessoas que trabalham no interior da câmara;
- Ganho de calor devido a fontes internas (iluminação, equipamentos de movimentação e/ou
processamento);
- Calor liberado pelos motores do forçador de ar.

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Transmissão de calor pelas superfícies planas

Quando há uma diferença de temperatura entre dois ambientes, separados por uma parede, haverá
um fluxo de calor entre eles, e a quantidade de calor transmitida dependerá de suas temperaturas, da
área da parede que os separa e das características construtivas da parede. O fluxo de calor pode ser
calculado através da fórmula abaixo.

Q = A x U x Δt, onde:

Sistema
Internacional Sistema métrico

Fluxo de calor pelas


Q W kcal / h
superfícies planas

A Área das superfícies m² m²


Coeficiente global de
U transmissão de calor W / m² K kcal / h m² °C

Diferença de
Δt K °C
temperatura
Tabela 1: Unidades de medida

Coeficiente global de transmissão de calor

Para determinarmos a quantidade de calor que é transmitida através das superfícies planas de uma
câmara frigorífica, ou seja, através das paredes, teto e piso, devemos calcular o valor do coeficiente
global de transmissão de calor (U) de todas as superfícies que a circundam, lembrando que o valor
deste coeficiente se dá devido às características de cada tipo de superfície, e fornece a quantidade
de calor que pode atravessar uma superfície com área unitária quando há uma diferença de
temperatura de 1°C (1 K).

A unidade de medida do coeficiente global de transmissão de calor é kcal / h * m² * °C ou W / m² * K.


A utilização destas unidades de medida está condicionada aos valores de condutibilidade térmica dos
materiais que compõem as superfícies, os quais são encontrados em tabelas (ver tabela 14)

Para calcular o coeficiente global de transmissão de calor iremos considerar, basicamente, dois tipos
de paredes, conforme segue abaixo:

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Parede simples

U= 1
1 + eparede + 1
h1 kparede h2

Parede composta

U= 1
1 + eparede1 + eparede2 + 1
h1 kparede1 kparede2 h2

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Onde:
Sistema
Internacional Sistema métrico

Coeficiente global de W kcal


U
transmissão de calor m² * K h * m² * °C
Coeficientes de W Kcal
película de m² * K
h1 e h2
convecção h * m² * °C
Tabela 6, 15, 16 e 17
eparede 1 e 2 Espessura da parede
m m
Condutibilidade W kcal
térmica do material m*K h * m * °C
kparede 1 e 2
de parede
(tabela 14)
Tabela 2: Unidades de medida de coeficiente global de transmissão de calor

OBS.: O “U” depende do material e da espessura utilizada. Quanto maior a espessura, menor o valor
do “U” e menor a carga térmica por transmissão.

Painéis em EPS – Isopor


Espessura Isolante (mm) “U” (W/m² K) Peso próprio (kg/m³)
50 0,6848 9,82
75 0,4745 10,18
100 0,3630 10,54
125 0,2940 10,90
150 0,2470 11,27
200 0,1872 11,99
250 0,1507 12,72
Tabela 3: Coeficiente global de transmissão de calor para painéis em EPS

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Painéis em PUR – Poliuretano


Espessura Isolante (mm) “U” (W/m² K) Peso próprio (kg/m³)
50 0,4905 11,33
75 0,3591 12,08
100 0,2557 13,22
125 0,2138 14,07
150 0,1732 15,49
200 0,1302 17,44
250 0,1507 12,72
Tabela 4: Coeficiente global de transmissão de calor para painéis em PUR
Espessura do isolante térmico

O isolante térmico tem a função de minimizar a transmissão de calor através das superfícies planas
em câmaras de alvenaria, mas, além disso, ele precisa ser dimensionado de forma a impedir a
condensação da umidade contida no ar externo.
O correto seria realizarmos um cálculo que leva em consideração a temperatura de ponto de orvalho
do ar externo, para que o isolante tenha a espessura mínima necessária para impedir a condensação
da umidade, porém isso se torna inviável devido ao fato de que a umidade relativa apresenta grandes
variações durante todo o ano.
Por esse motivo, há uma tabela que determina os valores de espessura mínimos recomendados, que
consideram umidades relativas altas, além de considerar uma temperatura externa alta, no valor de
35°C, para que o isolante térmico tenha uma espessura adequada para os períodos do ano em que a
umidade relativa e a temperatura são mais altas.

Outras condições consideradas:


- Ar externo parado
- Ar interno com velocidade de 3,3 m/s.

Temperatura Umidade relativa Umidade relativa Umidade relativa


interna da 80% 90% 100%
câmara
Poliuretano Poliestireno Poliuretano Poliestireno Poliuretano Poliestireno
8°C 13 16 30 37 85 106
3°C 16 20 36 45 101 127
-5°C 21 26 46 57 128 159
-15°C 27 34 58 73 160 201
-20°C 30 38 64 80 177 221
-30°C 36 46 76 96 210 263
-40°C 43 53 89 111 242 304
Tabela 5: Espessura do isolante térmico em mm

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Lei de Newton
Durante investigações de calor em trânsito entre um fluido e uma superfície sólida, Peclet notou o
aparecimento de uma resistência térmica superficial na película de fluido. Existindo a resistência
aparecerá uma diferença de temperatura entre a massa de fluido em movimento e a superfície sólida.
Este mecanismo é de grande importância tendo em vista a sua aplicação prática em trocadores de
calor em geral.

Película
É a tendência que as superfícies tem de reter por adsorção uma camada parada de moléculas de
fluido em contato com ela. A adsorção é a fixação de moléculas de uma substância (o adsorvato) na
superfície de outra substância (o adsorvente). Haverá, portanto transmissão de calor do fluido1 (maior
temperatura) para o fluido 2 (menor temperatura) através da superfície de separação. O
equacionamento do fenômeno foi feito por Newton através de estudos experimentais e o seu princípio
hoje é aceito como lei tendo em vista sua verificação prática. Segundo Newton o calor trocado entre
um fluido e uma superfície sólida é proporcional a área de troca de calor ao tempo, a diferença de
temperatura na película de fluido e um coeficiente, que é a função das características físicas, é de
movimento do fluido. (Coeficiente de Película).

Coeficiente de película

O ar fluido ao movimentar-se ao redor de paredes, janelas e outras superfícies, forma uma espécie de
barreira, uma película. Esta película transfere calor através dessas superfícies, já que ela possui a
mesma temperatura do ar a que está exposta. Portanto, para calcularmos o coeficiente global de
transmissão de calor, devemos determinar quais serão os coeficientes de película que serão
adotados.
A ASHRAE – Refrigeration 1998 estabelece alguns valores, os quais nos servirão de referência.

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Tabela 6: Coeficiente de película

Nota: Para transformarmos W/m² K em kcal/ h m² K, devemos multiplicar por 0,86.


Diferença de temperatura

Devemos estabelecer qual é a diferença de temperatura que haverá entre o ambiente interno e o lado
externo, lembrando que através de uma consulta à NBR 16401.
Para a cidade de São Paulo, a NBR 16401 estabelece uma temperatura externa de 32°C.
Porém, as superfícies que recebem insolação direta, deverão ter suas temperaturas externas
corrigidas através da fórmula:

Δtcor = Δt + Fc

Onde:

Δtcor = Diferença de temperatura corrigida, para


superfícies sob insolação
Δt = Diferença de temperatura (temp. externa – temp Interna)
Fc = Fator de correção de insolação (tabela 7)

A tabela 7, mostra valores médios de fator de correção para compensar o efeito da insolação para a
região do Brasil.

Parede / Cor Superfície Clara Superfície Média Superfície Escura


Norte 2K 3K 3K
Sul --- --- ---
Leste 3K 4K 5K
Oeste 3K 4K 5K
Teto 5K 9K 11 K
Tabela 7: fatores de correção do Δt para superfícies com insolação direta

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Fluxo diário de calor transmitido

Como o calor transmitido pelas superfícies planas se processa durante todo o dia, é comum, em
projetos de câmaras frigoríficas, que se represente o fluxo de calor por 24h, e não por hora (h).

Conseguimos o fluxo diário multiplicando os resultados obtidos na tabela por:

x 24h / dia

Cálculo de carga térmica devido a produtos

O objetivo da construção da câmara frigorífica é reduzir a temperatura de determinado produto, ou


simplesmente manter sua temperatura. E quando é uma câmara projetada para reduzir a temperatura
do produto, ele irá fornecer certa quantidade de energia térmica, que deverá ser retirada pelo
equipamento frigorífico.

A carga térmica devido a produtos será dividida em três partes:


- Carga térmica devido a resfriamento;
- Carga térmica devido a congelamento;
- Carga térmica devido a respiração.

Carga térmica devido a resfriamento

Quando o produto for submetido a uma redução em sua temperatura, haverá um


resfriamento, ou seja, o produto irá fornecer calor sensível (antes do congelamento). Para
calcularmos a quantidade de calor que deve ser retirada do produto iremos utilizar a
seguinte equação:

Qsac = mproduto x Cproduto x (te – tf) , onde:

Qsac = Calor sensível de resfriamento (antes do congelamento) kcal / 24h

mproduto = Rotatividade diária de produto a ser resfriado kg / 24h

Cproduto = Calor específico do produto (antes do congelamento) kcal / kg °C


(tabelas 19 a 23, coluna 3)
te = Temperatura de entrada do produto °C
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tf = Temperatura final do produto (temp. interna da câmara) °C


Carga térmica devido a congelamento

Quando o produto irá passar pelo processo de congelamento, e além disso, terá uma
temperatura menor que sua temperatura de congelamento, ele passará por três etapas de
retirada de calor, que são:

Calor sensível antes do congelamento


Qsac = mproduto x Cproduto a.c. x (te – tic)

Calor latente de congelamento


Ql= mproduto x Lproduto

Calor sensível depois do congelamento


Qsdc = mproduto x Cproduto d.c. x (tic – tf)

Porém, as equações acima podem ser colocadas em uma mesma equação, conforme segue
abaixo:

Qcongelamento = mproduto x [Cproduto a.c. x (te – tic) + Lproduto + Cproduto d.c. x (tic – tf)]
onde:

Qcongelamento = Calor a ser retirado para congelar o produto kcal / 24h

mproduto = Rotatividade diária de produto a ser congelado kg / 24h

Cproduto a.c. = Calor específico do produto (antes do congelamento) kcal / kg °C


(tabelas 19 a 23, coluna 3)

Cproduto d.c. = Calor específico do produto (depois do congelamento) kcal / kg °C


(tabelas 19 a 23, coluna 4)

Lproduto = Calor latente de congelamento kcal/kg


(tabelas 19 a 23, coluna 5)

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te = Temperatura de entrada do produto °C

tf = Temperatura final do produto (temp. interna da câmara) °C

tic = Temperatura do início do congelamento °C


(tabelas 19 a 23, coluna 6)

Carga térmica devido a respiração

Produtos vegetais, quando são mantidos resfriados, continuam com seu processo de
respiração, pois continuam vivos. Durante esse processo metabólico, a temperatura do
interior da câmara tende a aumentar, criando assim uma fonte de carga térmica, devido a
respiração do produto.

Devido a esse processo, as câmaras frigoríficas de vegetais devem ter uma renovação do ar
interior, devido a liberação de gases de respiração (principalmente CO2).

Para que uma câmara de gêneros vegetais seja projetada, o técnico de refrigeração deve
consultar um engenheiro de alimentos para determinar a quantidade de ar interno deve ser
renovada. E sabendo essa vazão de ar, deve-se calcular também a carga térmica devido à
entrada dessa quantidade de ar externo, com a mesma equação usada na infiltração de ar.

A equação para calcular o calor liberado pela respiração pode ser escrita da seguinte
maneira:

Qresp = mproduto x Fresp


onde:
Qresp = Calor de respiração liberado pelo produto kcal/24h

mproduto = Massa de produto a ser estocado kg/24h

Fresp = Fator de respiração do produto kcal/kg x 24h


(tabelas 19 a 23, coluna 7)

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Transmissão de calor por infiltração de ar

As câmaras são, normalmente, estanques (completamente vedadas), contudo, durante a abertura das
portas, uma porcentagem de ar externo penetra no interior da câmara, aumentando a temperatura da
mesma.
É muito difícil determinarmos a quantidade de ar infiltrado, sendo assim, existem tabelas que
especificam alguns valores a serem utilizadas.

Segue abaixo uma tabela denominada “trocas de ar / 24h por abertura de porta”, que foi retirada do
Handbook Refrigeration, systems and applications - ASHRAE, e fornece valores de números de troca
de ar, em função da temperatura interna e do volume interno da câmara.

Para facilitar, esta tabela será demonstrada abaixo:

Tabela 8: Número de trocas de ar na câmara por 24h (para mais valores consultar tabela 18)

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Cálculo da carga térmica devido a infiltração de ar

Após determinarmos o volume de ar trocado devido a abertura da porta, iremos calcular a carga
térmica devido a entrada desse ar “quente”, e para isso utilizaremos a seguinte equação:

Qinf = Var x (hext – hint)


vext
onde:
Qinf = Carga térmica devido a infiltração de ar kcal / 24h
Var = Volume de ar trocado m³ / 24h
hext = Entalpia do ar nas condições externas kcal / kg
hint = Entalpia do ar nas condições internas kcal / kg
vext = Volume específico do ar externo m³ / kg

Os valores das entalpias, bem como os de volume específico, podem ser obtidos na carta
psicrométrica, programas de psicrometria ou através do site: www.sugartech.co.za/psychro/index.php
Podemos utilizar também, algumas tabelas, como a tabela abaixo, que fornece valores de entalpia do
ar (h), volume específico (v) em função da temperatura e umidade relativa.

Tabela de valores psicrométricos para câmaras frigoríficas


Tem Umidade Relativa
p. 50% 60% 70% 80% 90%
(°C) h v h v H v h v h v
35 19,29 0,8978 21,54 0,9030 23,82 0,9082 26,12 0,9135 28,46 0,9188
32 16,83 0,8852 18,71 0,8895 20,61 0,8938 22,53 0,8981 24,47 0,9025
30 15,37 0,8771 17,00 0,8809 18,68 0,8847 20,37 0,8885 22,09 0,8924
20 9,20 0,8401 10,00 0,8421 10,99 0,8441 11,89 0,8460 12,80 0,8480
10 4,68 0,8070 5,14 0,8080 5,60 0,8090 6,06 0,8000 6,52 0,8109
5 2,81 0,7914 3,13 0,7920 3,46 0,7927 3,78 0,7934 4,11 0,7941
1 1,45 0,7791 1,69 0,7796 1,93 0,7802 2,17 0,7807 2,42 0,7812
-5 -0,46 0,7611 -0,317 0,7614 -0,16 0,7617 -0,02 0,7620 0,12 0,7623
-10 -1,92 0,7464 -1,83 0,7466 -1,73 0,7468 -1,64 0,7470 -1,54 0,7472
-20 -4,61 0,7175 -4,57 0,7176 -4,54 0,7176 -4,50 0,7177 -4,46 0,7178
-30 -7,13 0,6889 -7,12 0,6890 -7,10 0,6890 -7,09 0,6890 -7,08 0,6890
Tabela 9: Dados psicométricos (h = kcal/kg e v = m³/kg)

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Carga térmica devido a embalagens

As embalagens (sacos plásticos, caixas, paletes) onde os produtos são acondicionados também terão
suas temperaturas reduzidas, ou seja, também irão fornecer certa quantidade de calor para a câmara
frigorífica.

Alguns projetistas preferem ignorar esta fonte de calor quando a massa, em kg, das embalagens
representa menos que 10% da massa de produto.

Devemos lembrar que as embalagens não possuem mudança de fase durante o resfriamento ou
congelamento do produto, sendo assim elas só fornecem calor sensível, cuja quantidade deve ser
calculada através da equação abaixo:

Qembalagem = membalagem x Cembalagem x (te – tf) , onde:

Qembalagem = Calor fornecido pela embalagem kcal / 24h


membalagem = Rotatividade diária de embalagem kg / 24h
Cembalagem = Calor específico do material da embalagem kcal / kg °C
te = Temperatura de entrada da embalagem °C
tf = Temperatura final da embalagem (temp. interna da câmara) °C

Tabela 10: Calor específico de embalagens

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Carga térmica devido a pessoas

As pessoas que exercem atividades no interior da câmara irão fornecer certa quantidade de calor,
que precisa ser retirada pelo equipamento frigorífico.
Esta quantidade de calor será calculada através da equação abaixo.

Qpessoas = N x Fcp x T , onde:

Qpessoas = Calor fornecido pelas pessoas kcal / 24h


N = Número de pessoas que entram na câmara -----
Fcp = Fator de calor liberado pelas pessoas kcal / h x pessoa
T = Tempo de permanência da pessoa no interior da câmara h / 24h

Tabela 11: Calor de ocupação

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Carga térmica devido a iluminação

As lâmpadas no interior da câmara também fornecem certa quantidade de calor, que pode ser
calculada, de acordo com o tipo de lâmpada, através das equações abaixo.

Qli = N x P x T x 0,86 (Incandescente)


Qlf = N x P x T x 0,86 x 1,25 (Fluorescente)

Qli = Calor liberado por lâmpadas incandescentes kcal / 24h


Qlf = Calor liberado por lâmpadas fluorescentes kcal / 24h
N = Número de lâmpadas --------
T = Tempo que as lâmpadas ficam em funcionamento durante o dia h / 24h
0,86 = Fator de conversão de Watt para kcal / h 0,86 kcal / h x Watt
1,25 = Fator de carga térmica (25%) do reator da lâmpada fluorescente --------

Iluminação recomendada

Pode ser necessário, durante projetos de câmaras frigoríficas, especificarmos o nível mínimo de
luminosidade interna, e para isso iremos utilizar uma recomendação da ASHRAE (Refrigeration 2002
– Página 12.7), que é de 10,8 Watt / m².

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Carga térmica devido a Motores elétricos

Nos equipamentos que possuem motores elétricos e estão dentro da câmara, devem ter sua
capacidade térmica calculada da seguinte forma:

Qeq = P x T x 632 ou Qeq = W x T x 0,86


ɤ ɤ

Onde:
Qeq = carga térmica fornecida por motores elétricos (kcal/24h)
P = potência do motor elétrico (CV)
W = potência do motor elétrico (W)
T = tempo de funcionamento (h)
ɤ = rendimento do motor

Nota:
632 = fator de conversão de CV para kcal/h
641 = fator de conversão de HP para kcal/h
0,86 = fator de conversão de W para kcal/h

Obs.: Normalmente o rendimento do motor é especificado pelo fabricante do motor, porém, de modo
geral, utilizaremos os valores da tabela abaixo:

Motor Elétrico
Capacidade Rendimento ɤ
CV HP W
<1/2 <1/2 < 367 0,6
1/2 a 3 1/2 a 2,95 367 a 2205 0,68
3 a 20 2,95 a 19,7 2205 a 14477 0,85
Tabela 12: Rendimento de motores elétricos

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Carga térmica total

A carga térmica total, contempla os valores calculados para cada um dos itens e para cada câmara
separadamente. Resumindo, teremos os seguintes valores:

Fonte de Calor

Transmissão de calor
pelas superfícies (paredes)
Infiltração de ar
Produtos
Embalagens
Pessoas
Equipamentos
Iluminação
Total
Tabela 13: resumo da carga térmica

Nota: neste cálculo não está incluso ainda a carga térmica devido ao calor liberado pelos motores
elétricos dos ventiladores dos evaporadores, o que será feito posteriormente.

Determinação da carga horária para os equipamentos

Devemos determinar o tempo necessário para que possamos realizar o resfriamento (câmara de
processo e resfriados) e o congelamento. Este tempo deve ser excluído o período de degelo e
constar unicamente o período útil de resfriamento e congelamento.
O cálculo de carga térmica foi efetuado para um período diário (24 horas). Entretanto, devemos
considerar um período de funcionamento (n), ou seja, de operação dos equipamentos, de forma a
possibilitar o degelo, as eventuais manutenções e também, possíveis sobrecargas de capacidade.

Carga térmica horária (kcal/h) = carga térmica diária (kcal/24h) / n

Onde:
n = número de horas de operação por dia (16h / 24h a 20h / 24h)

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Deve-se lembrar ainda que quanto menor for o tempo estipulado para o serviço, maior será a
capacidade do equipamento.
A capacidade frigorífica do equipamento será então a carga térmica no período de 24h dividida pelo
tempo de funcionamento (operação) determinada.

Fator de Segurança
É comum nas instalações frigoríficas, acrescentar-se um fator de segurança entre 5% à 10% da carga
térmica calculada, este fator visa garantir qualquer carga adicional que por ventura possa ser incluída
à câmara frigorífica.
Em nosso caso, vamos adotar o valor de 10%, portanto, o valor da carga térmica total deverá ser
multiplicado por 1,1.

Carga Térmica dos Motores do Evaporador


Outra fonte de calor que está presente no interior das câmaras frigoríficas são os motores dos
ventiladores dos evaporadores.
No entanto, somente é possível determinar a potência dissipada por estes ventiladores após a
seleção dos evaporadores, mediante consulta ao catálogo do respectivo fabricante.
Os evaporadores somente podem ser selecionados após o cálculo da carga térmica total da câmara,
o que inclui o calor liberado pelos evaporadores. Isto nos remete a uma solução iterativa, em que,
primeiramente, estima-se potência dos ventiladores e, em seguida, selecionam-se os evaporadores.
A potência dos ventiladores, dada pelo catálogo do fabricante, deve ser então comparada com o valor
inicialmente estimado. Caso não haja concordância entre estes valores, uma nova potência deve ser
estimada para os ventiladores.
Como ainda não temos a capacidade dos motores dos forçadores de ar, devemos então estimar uma
capacidade para os mesmos, no final dos cálculos e após termos selecionado os evaporadores,
iremos verificar se a nossa previsão está de acordo com o estabelecido. Caso a capacidade do
evaporador escolhido ser maior do que o estimado, os cálculos devem ser refeitos.
Normalmente os evaporadores utilizam motores em HP, relacionados com a capacidade frigorífica da
seguinte maneira, que será estimado entre os seguintes valores (1):

0,5 CV a 1,0 CV por 3000 kcal/h

Assim, a carga térmica destes equipamentos pode ser dada diretamente pela equação vista
anteriormente:
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Qeqm = P x 632
ɤ

Onde:
Qeqm = carga fornecida por motores elétricos kcal/24h
P = potência do motor elétrico CV
632 = fator de conversão de CV para kcal/h (CV = 632 kcal/h)
Nota: se o motor for especificado em HP, o fator de conversão será de 641 (HP = 641 kcal/h)
ɤ = rendimento do motor (Tabela de motores)

Nota (1): Podemos interpretar a estimativa de carga da seguinte maneira: um evaporador que tem
uma capacidade de 3000 kcal/h pode ter um conjunto de motores elétricos de capacidade de 0,5CV a
1,0 CV.

Melhor caso: Evaporadores de alta eficiência, quando a potência de cada 0,5 CV dos motores
elétricos dos ventiladores do evaporador tem uma capacidade frigorífica de 3000 kcal/h.

Pior caso: Evaporadores de baixa eficiência, quando a potência de cada 1CV dos motores elétricos
dos ventiladores do evaporador tem uma capacidade frigorífica de 3000 kcal/h.

Consumo Elétrico dos Ventiladores


Alguns catálogos de fabricantes de evaporadores, não fornecem a capacidade dos ventiladores
utilizados em seus produtos em valores de potência mecânica, CV ou HP, como estimamos para o
nosso exemplo, e no lugar destes valores fornecem a Potência Elétrica consumida em W (watt).
Para convertermos a potência mecânica em CV, para valores aproximados da potência elétrica
consumida, podemos nos utilizar da seguinte equação:

Potência Elétrica Consumida (w) = Potência Mecânica (CV) x 736


0,7

Carga térmica total das câmaras frigoríficas


Devemos somar o calor liberado pelos motores elétricos dos forçadores ao total da carga térmica
calculada.

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TABELAS COMPLEMENTARES
Materiais de construção Condutibilidade Densidade Calor
Térmica (p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . 0C kg / m³ J / kg .°C

Painéis para construção


Placa de asbesto e cimento 0,574 0,495 1920 1115
Placa de gesso 0,165 0,143 800 880
Areia 0,027 0,023 1515 800
Argila 1,3 1,11 1460 880
Terra seca 0,52 0,45 1800 1840
Materiais isolantes
Fibras de lã mineral 0,038 0,03344 24 800
(Rocha,escoria ou vidro)
Borracha macia 0,012 0,010 1100 2010
Borracha dura 0,013 0,011 1190 1850
Espuma elastomérica preta 0,035 0,030 1290 1340
Asfalto 0,062 0,53 2115 920
Amianto 0,139 0,12 1793 1560
Feltro 40 laminas /polegadas 0,057 0,049 329 1130
Fibra de madeira (geral) 0,035 0,031 1300 1360
Cortiça granulada 0,042 0,037 110 1880
Fibra de vidro 0,038 0,033 72 1047
Algodão 0,06 0,051 80 1300
Lã de rocha 0,048 0,042 160 824
Lajes de isolamento telhados 0,051 0,044 837
Lã de vidro 0,039 0,034 24 700
Vermiculite (expandida) 0,064 0,056 120 1340
Papel 0,13 0,1118 930 1300
Poliuretano 0,023 0,019 24 1590
Poliestireno Expandido 0,027 0,023 55 1210
Materiais em Placas
Placa de gesso agregado de 0,22 0,1892 1860 1085
areia
Placa de gesso agregado de 0,25 0,215 760 1046
vermiculite
Placa de cimento agregado de 0,718 0,619 1860 840
areia
Materiais de construção
Gesso 0,48 0,41 1248 631
Agregado leve em ripas de 0,28 0,24 1650 1020
madeira
Agregado leve em ripas 0,47 0,41 1247 1340
metálicas
Agregado de perlita 0,22 0,19 720 1340
Agregado de areia 0,80 0,69 1860 1085
Agregado de areia em ripas 0,823 0,71 1120
metálicas
Concreto
Concreto geral 1,42 1,22 2200 880
Argamassa cal 1,16 0,99 1900 800
Argamassa de cimento 0,72 0,62 1860 720
Tabela 14: Condutibilidade térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico

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Materiais de construção Condutibilidade Densidade Calor


Térmica (p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . 0C kg / m³ J / kg .°C

Concreto
Agregados leves: cascalho
expandido, barro ardósia, 0,24 0,21 1649 750
escória cinza, pedra pomes,
perlita, vermiculita.

Agregado de areia e cascalho 1,723 1,486 2400 890


ou pedra
Estuque 0,72 0,62 1920 880
Concreto com escória 0,76 0,65 1280 860
Concreto com brita 1,37 1,18 2100 880
Agregado de areia e cascalho 0,905 0,780 1514 850
Agregado de cinza 0,582 0,502 2700 840
Pedra cal areia 1,795 1,548 1841 840
Tijolo de Barro
Tijolo de argila 1 furo (10cm de 0,52 0,4472 1926 841
espessura)
Tijolo de argila 3 furos (30cm de 0,69 0,5934 1600 839
espessura)
Tijolo comum 0,72 0,62 1920 835
Tijolo de fase (liso) 1,29 1,11 2115 997
Tijolos de bloco de concreto
Com 3 furos ovais (20cm de 1,0 0,86 2200 880
espessura)
Com 2 furos retangulares 1,1 0,946 2200 880
(20cm de espessura)
Com 2 furos preenchidos (20cm 0,6 0,516 2000 885
de espessura)
Agregado com cinzas 3 furos 0,67 0,576 2000 885
(20cm de espessura)
Tijolo cerâmico (Bloco Baiano)
Com 6 furos (10cm de 1,392 1,2
espessura)
Com 6 furos (15cm de 1,1368 0,98
espessura)
Com 8 furos (15cm de 1,0788 0,93 1411 672
espessura)
Tijolo Refratário
Carborundum (600°C) 18,5 15,91 1500
Cromo (600°C) 2,5 2,15 3010 835
Sílica (900°C) 0,3 0,258 136
Argila queimada (200°C) 1,0 0,86 2645 960
Tabela 14: Condutibilidade térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico -
Continuação

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Materiais de construção Condutibilidade Densidade Calor


Térmica (p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . 0C kg / m³ J / kg .°C

Telhas
Telhado fibrocimento 0,406 0,35
Telhado de barro 0,72 0,62
Telha oca de barro, elemento 0,509 0,439
de fundo
Telha oca de barro, 2 0,612 0,528
elementos de fundo
Material diversos para laterais
Asbesto- cimento dobrado 0,16182 0,1395 576 1046
Isolamento de asfalto 0,0508 0,04381 2225
Madeiras
Carvalho (Radial) 0,19 0,16 545 2385
Carvalho (Perpendicular a fibra) 0,17 0,14 545 2385
Abeto (Radial) 0,14 0,12 420 2720
Abeto (Perpendicular a fibra) 0,11 0,09 420 2720
Balsa 0,055 0,047 140 2890
Cipreste 0,097 0,083 465 2750
Pinho amarelo 0,15 0,12 640 2800
Pinho branco 0,11 0,094 435 2805
Madeira picotada / colada 0,087 0,075 350 1590
(Aglomerado)
Madeira compensada 0,115 0,0999 545 1215
Fibra de madeira (Tipo mole) 0,172 0,149 510 1380
Fibra de madeira (Tipo duro) 0,2006 0,173 720 1255
Serragem 0,08 0,05 192
Eucatex 0,03944 0,034
Janela/ Vidro
Vidro comum 0,78 0,68 2700 840
Pyres 1,4 1,2 2225 835
Vidro celular 0,0560 0,0483 1145
Materiais de Acabamento
Mármore 2,80 2,41 2680 830
Calcário 2,15 1,84 2320 810
Granito 2,79 2,40 2630 775
Quartzito 5,38 4,62 2640 1105
Arenito 2,90 2,49 2150 745
Ladrilho cerâmico (valor médio) 1,5 1,29
Porcelana 1,03 0,89 2300 1080
Arenito 1,83 1,57 2150 745
Tabela 14: Condutibilidade térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico -
Continuação

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Materiais de construção Condutibilidade Densidade Calor


Térmica (p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . 0C kg / m³ J / kg .°C

Metais
Alumínio 200 172 2702 903
Alumínio liga (4,5% Cu, 1,5% 145 124 2770 875
Mg, 0,6% Mn)
Ferro fundido 33 28 7272 485
Aço carbono 53 46 7854 434
Aço inoxidável (18% Cr, 8% Ni) 16 13,7 8055 480
Cobre 398 342 8960 386
Bronze comercial (90% Cu, 52 44,7 8800 420
10% Al)
Bronze fosforoso (89% Cu, 11% 54 46,4 8780 355
Sn)
Latão comercial (70% Cu, 30% 110 94,6 8530 380
Zn)
Prata 440 378 10500 235
Ouro 320 275 19290 129
Chumbo 16 14 11340 129
Zinco 114 97 7140 389
Níquel 92 79 8900 444
Estanho 64 55 7310 227
Tabela 14: Condutibilidade térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico -
Continuação

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COEFICIENTE DE CONVECÇÃO (h)


COEFICIENTE DE PELICULA (h)

Modo W/ m² . °C kcal/ h. m². °C

Água
Convecção natural: tubos e superfícies planas. 348-581 300-500

Convecção forçada: tubos e superfícies planas. 334-4000


300-4651
Idem, casos extremos. 6978
6000
Vapor superaquecido 12-70
10-60
Vapor de água que condensa
- condensação em película 9302-13953 8000-12000
- condensação em gotículas 58139-75581 50000-65000

Condensação do vapor de água, 1 atm.


-Superfícies verticais 4000 - 11300 3440 – 9718
-Sobre tubos horizontais 9500 - 25000 8170 - 21500

Água em ebulição
-Água em ebulição 2000-4000 1720 – 3440

-Em vaso aberto 2500 - 35000 2150 – 30100

-Escoando no interior de um tubo. 5000 - 100000 4300 - 86000


Escoando num tubo de 2,5 cm de diâmetro a 0,5 kg/s. 3500 3010

Tabela 15: Coeficiente de película da água

COEFICIENTE DE CONVECÇÃO (h)


COEFICIENTE DE PELICULA (h)

Modo W/ m² . °C kcal/ h m² °C

Ár
Convecção Natural
-Caso simples 11,6-174 10-150
-Caso extremos Até 1163 Até 1000
-Paredes verticais e paredes horizontais cedendo calor para 3,5-23 3-20
cima 0-1 0-1
- Idem, paredes horizontal cedendo calor para baixo
4,5 3,87
Convecção natural, T= 30°C 6,5 5,59
-Placa vertical em ar 0,3 m de altura. 890 765
- Cilindro horizontal em ar, 5 cm de diâmetro
- Cilindro horizontal em água, 2 cm de diâmetro
Convecção forçada
-Ar a 2 m/s sobre uma placa quadrada de 0,2 m de lado 12 10,3
- Ar 35 m/s sobre uma placa quadrada de 0,75 m de lado 75 64,5
- Ar a 2 atm escoando num tubo de 2,5 de diâmetro a 10 m/s 65 56
- Escoamento cruzado de ar a 50m/s sobre um cilindro de 5 cm
de diâmetro . 180 155

Tabela 16: Coeficiente de película do ar em convecção natural


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COEFICIENTE DE CONVECÇÃO (h)


COEFICIENTE DE PELICULA (h)

Modo W/ m² . °C kcal/ h. m². °C

Armazenagem frigorífica
Estado do ar
-Ar parado 9,35 8,05
-Ar em movimento (3,3 m/s) 22,67 19,51
-Ar em movimento (6,7 m/s) 34,02 29,28
Condicionamento de Ar
Estado do ar
-Ar parado 8,28 – 9,41 7,13 a 8,1
-Ar em movimento (3,3 m/s) 22,68 19,50
-Ar em movimento (6,7 m/s) 34,03 29,30

Tabela 17: Coeficiente de película do ar em convecção forçada

2A – p/ câmaras de Conservação 2B – p/ Câmaras de Conservação com


com Temp. > 0°C Temp. < 0°C

N° Troca
Vol. Troca Vol. Vol. N° Troca de Vol. N° troca de Ar
de
(m³) de Ar (m³) (m³) Ar (24h) (m³) (24h)
Ar (24h)
(24h)
5 47 200 6 5 36 200 4,5
7 39 300 5 7 30 300 3,7
10 32 400 4,1 10 24 400 3,2
15 26 500 3,6 15 20 500 2,8
20 22 700 3 20 17 700 2,3
25 19 1000 2,5 25 15 1000 1,9
30 17 1200 2,2 30 13 1200 1,7
40 15 1500 2 40 11 1500 1,5
50 13 2000 1,7 50 10 2000 1,3
60 12 3000 1,4 60 9 3000 1,1
80 10 4000 1,2 80 8 4000 1,1
100 9 5000 1,1 100 7 5000 1
125 8 10000 0,95 125 6 10000 0,8
150 7 15000 0,9 150 5,5 15000 0,8
Tabela 18: Troca de Ar/24h por abertura de Porta e Infiltração

Obs.: Para uso intenso multiplicar por “2” os valores acima

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PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Colunas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Calor Cal.
Temp. Calor Ponto Tempo
UR esp. Cal. Lat. Resp. %
Produtos cons. esp. pós- Cong. cons.
(%) antes- (Kcal/kg) (Kcal/ d’água
(ºC) cong. (ºC) Aprox.
cong. Kg24h)
cordeiro
-18 90 - 0,3 46 -1,7 - 6-8 meses 58
cong.
cordeiro F 0...1 85...90 0,67 - - - - 5-12 dias 58
fígado 0...1 80...85 0,72 0,4 52 -1,7 - 14 dias 65
toucinho 7 90...95 0,52 - - - - 4-8 meses -
lombo 0...1 85...90 0,68 0,38 48 -2,8 - 7-12 dias 60
suíno
- - 0,6 0,32 - - - - 57
defumado
suíno
-18 90...95 - 0,38 48 -2,2 - 4-6 meses 60
congelado
suíno fresco 0...1 85...90 0,68 - - - - 3-7 dias 60
carne bovina
gorda -18 90...95 - 0,35 44 -2,2 - 6-9 meses -
congel.
carne bovina 1-6
-1 88...92 0,6 - - - - -
gorda fres. semanas
carne bovina
magra -18 90...95 - 0,4 56 -1,7 - 6-9 meses 68
congel.
carne bovina 1-6
-1 88...92 0,77 - - - - 68
magra fresca semanas
2-6
bucho 1...4 85 0,5 0,3 14 - - 20
semanas
aves congel. -18 90...95 - 0,37 59 -2,8 - 9-10 meses 74
aves frescas -1 85...90 0,79 - - - - 1 semana 74
presunto 0...1 85...90 0,68 0,38 48 -2,8 - 7-12 dias 60
salame
4...7 85...90 0,86 0,56 48 -3,9 - 6 meses 60
defumado
salame seco - - 0,39 0,56 52 -3,3 - - 65
salame - - 0,89 0,56 52 -3,3 - - 65
Tabela 19:: Dados de Produtos - Carnes

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Calor Calor Cal.
Temp. Ponto
esp. esp. Cal. Lat. Resp. Tempo %
Produtos cons. UR (%) Cong.
antes- pós- (Kcal/kg) (Kcal/Kgcons. Aprox. d’água
(ºC) (ºC)
cong. cong. 24h)
damasco -0,5 85...90 0,88 0,4 68 -2,2 - 1-2 sem. 85
ananás 4...7 85...90 0,88 0,45 68 -1,4 - 2-6 sem. 85
melancia 2...4 85...90 0,97 0,48 73 -1,6 - 2-3 sem. 92
laranja 0...1 85...90 0,9 0,46 69 -2,2 0,22 8-12 sem. 87
abacate 7...13 85...90 0,91 0,49 76 -2,7 3,7...11 4 sem. 94
14...1
bananas 85...95 0,8 0,42 60 -2,2 2,5 1-2 sem. 75
6
cidra 9..10 85...90 0,89 0,46 68 -1,7 0,23 6-8 sem. 86
10-12
cereja cong. -1 90 - 0,45 68 -3,3 - 83
meses
tâmara seca 0 50...60 0,36 0,26 16 -20 - 9-12 meses 83
tâmara fresca -1 85...90 0,82 0,43 62 -2,7 - 5-7 meses 20
figo seco 0...4 50...60 0,39 0,27 19 - - 9-12 dias 24
figo fresco -1 86...90 0,82 0,43 62 -2,7 - 5-7 dias 78
10-12
morango cong. -18 90 - 0,47 72 -1,2 - 90
meses
morango fresc. -0,5 50...90 0,92 - - - - 4-5 dias 90
caqui -1 85...90 0,84 0,43 62 -2 - 2 meses 78
framboesa 0,5 85...90 0,85 0,45 68 -1 1,9...2,4 7 dias 82
0
limão 85...90 0,92 0,46 71 -2,2 0,23 1-4 meses 89
10/15
tangerina 0.3,3 90...95 0,93 0,51 70 -2,2 0,9 3-4 sem. 87
manga 10 85...90 0,09 0,46 74 0 - 2-3 sem. 93
romã 1...1,7 85...90 0,87 0,48 62 -2,2 - 2-4 meses 77
maçã -0,5 85...90 0,86 0,45 67 -2 0,25 2-6 meses 84
melão 0...4 85...90 0,84 0,48 73 -1,7 0,55 5 dias 93
acerola
-18 90 0,87 0,45 64 -1,7 - 2-3 meses -
congelada
amora -0,5 85...90 0,88 0,46 68 -1,7 - 7 dias 85
pêra -0,5 85...90 0,86 0,45 66 -2 0,21 2-6 meses 84
pêssego fresc. -15 85...9 0,91 0,46 70 -2,2 - 4-8 sem. 89
polpas 0,5 80...85 0,88 0,45 68 -2 - 3-4 sem. 86
ameixas -0,5 80...85 0,88 0,45 68 -2 - 3-4 sem. 86
uva itália -0,5 80...85 0,9 0,46 70 -3,2 - 3-8 sem. 88
uva niágara -0,5 85...90 0,86 0,44 64 -1,7 0,23 3-4 sem. 82
Tabela 20: Dados de Produtos – Frutas

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Calor Calor Cal.
Temp. Ponto Tempo
esp. esp. Cal. Lat. Resp. %
Produtos cons. UR (%) Cong. cons.
antes- pós- (Kcal/kg) (Kcal/Kg2 d’água
(ºC) (ºC) Aprox.
cong. cong. 4h)
merlusa 0...1 90...95 0,9 0,49 66 -2,2 - 5-15 dias -
peixe seco 4...10 50...60 0,56 0,34 36 - - 6-8 meses -
peixe gordo
-18 85...90 - 0,38 50 -2,2 - 2 meses 60
cong.
peixe gordo -1,5 85...90 0,7 - - - - 1 sem. 60
peixe magro
-18 85...90 - 0,45 68 -1,7 - 3-4 meses 70
cong.
peixe magro
-1 85...90 0,86 - - - - 5-15 dias 70
fresco

Tabela 21: Dados de Produtos – Peixes

Colunas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Calor Calor Cal. Cal.
Temp. Ponto Tempo
UR esp. esp. Lat. Resp. %
Produtos cons. Cong. cons.
(%) antes- pós- (Kcal/ (Kcal/Kg2 d’água
(ºC) (ºC) Aprox.
cong. cong. kg) 4h)
água - - 1 0,5 80 0 - - -
sangue -20 - 0,92 0,45 0 - - - 92
lixos 3 - 0,85 0,45 75 0 - - -
cervejas 5 - 0,92 0,47 72 -2,2 - - 92
2
manteiga 0...5 80...85 0,64 0,34 8 -1 - 15
meses
crustáceos 0,5 90...95 0,83 0,45 66 -2,2 - 3-7 dias 71
doce em geral 4 40...65 0,7 0,34 30 -1,2 - - -
farinhas - - 0,38 0,28 - - - - 13,5
laticínio 0...7 65...70 0,85 0,42 64 -0,6 - Varia 55...60
4
sorvete -23 - 0,78 0,45 53 -2,8 - 58...66
meses
leite a/b 0,5 - 0,93 0,49 69 -0,5 - 5 dias 88
levedura / ferm. 0 - 0,77 0,41 57 - - - 71
margarina 1,7 60...70 0,32 0,25 12 - - 1 ano 15
mel - - 0,35 0,26 14 0 0,39 - 18
0,2...0,20,19...0, 8-12
noz seca 0...10 65...75 2...8 - 0,28 3...10
9 24 meses
10-12
óleo 1...2 - - - - - - -
meses
ostra - 90...95 0,83 0,44 64 -2,8 - 3-7 dias 80
26...2
pão cong. -18 - 0,7 0,34 - - Varia 32...37
9
nata 0,5 - 0,85 0,4 50 -2,2 - 7 dias 73
12
ovo líq. fresco -18 - - 0,4 56 -2,8 - -
meses
3-4
Ovos frescos 0 80...85 0,76 - - - - -
meses
Tabela 22: Dados de Produtos - Variedades
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Calor Calor Cal.
Temp. Ponto Tempo
UR esp. esp. Cal. Lat. Resp.
Produtos cons. Cong. cons. % d’água
(%) antes- pós- (Kcal/kg) (Kcal/Kg2
(ºC) (ºC) Aprox.
cong. cong. 4h)
aspargo 6-12
-18 85...90 - 0,48 74 -1,2 - 93
cong. meses
aspargo f. 0 90...95 0,94 - - - 3,2...6,4 2-3 sem. 93
1-3
beterraba 0 90...95 0,9 0,46 70 -0,5 0,75 88
meses
brócolis 0 90...95 0,92 0,47 72 -1,6 3...4,7 7-10 dias 90
alcachofra 6-12
-18 85...90 - 0,45 67 -1,6 - 84
cong. meses
alcachofra
-0,5 90...95 0,87 - - - 2,8 1-2 sem. 84
fresca
cenoura 6-12
-18 80...85 - 0,46 70 -1,3 - 88
cong. meses
cenoura 4-5
0 90...95 0,9 - - - 0,6 88
fresca meses
couve-flor 0 90...95 0,93 0,47 73 -1 1,25 2-3 sem. 92
3-4
repolho 0 90...95 0,94 0,47 73 -0,4 0,5 92
meses
repolho
0 90...95 0,88 0,46 68 -0,5 1,8...3 3-4 sem. 87
bruxel
repolho roxo 0 90...95 0,89 0,46 69 -0,7 - 2-3 sem. 87
10-14
pepino 7...10 90...95 0,97 0,49 76 -0,8 - 96
dias
6-8
cebola 0 70...75 0,9 0,46 69 -1 0,2...0,3 87
meses
feijão fresco 5...7 85...90 0,91 0,47 71 -1,3 2 1-2 sem 88
lentilha 7 85...90 0,91 0,47 71 -1,3 2,7 8-10 dias 89
funghí 0...1,7 85...90 0,93 0,47 72 -1 1,7 3-5 dias 91
trigo verde -0,5 85...90 0,79 0,42 59 -1,7 2...3,1 4-8 dias 75
endívia 0 90...95 0,94 0,48 73 -0,6 - 2-3 sem. 93
alface
0 90...95 0,96 0,48 76 -0,4 0,65 3-4 sem. 95
americana
berinjela 7...10 85...90 0,94 0,48 73 -0,9 - 10 dias 93
azeitonas 7...10 85...90 0,8 0,42 60 -2 - 4-6 sem. 75
2-6
pastinaga 0 90...95 0,84 0,46 62 -1,7 - 79
meses
4-8
batata 3,3...10 85...90 0,82 0,43 62 -1,7 0,35...0,5 78
meses
batata
13...15 90...95 0,75 0,4 54 -1,9 0,5 4-6 mês. 68
doce
8-10
pimentão 7...10 85...90 0,94 0,47 73 -1 1,3 92
meses
ervilha 8-12
-18 85...90 - 0,42 59 -1 - 74
cong. meses
ervilha
0 85...90 0,79 - - - 3,7...4,5 1-2 sem. 74
fresca
tomate -0,5 85...90 0,95 0,48 74 -1 3,5 2-7 dias 94
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maduro
tomate
-0,5 85...90 0,95 0,48 74 -1 1,7 2-4 sem. 95
verde
10-12
rábano 0 90...95 0,78 0,42 58 -3,1 - 73
sem.
4-5
nabo 0 90...95 0,93 0,47 72 -0,8 0,5 91
meses
2-4
aipo -0,5 90...95 0,95 0,48 75 -1,3 0,45 91
meses
espinafre 6-12
-18 85...90 - 0,48 73 -0,9 - 93
cong. meses
espinafre 10-14
0 90...95 0,94 - - - 2,2 93
fresco dias
2-6
abóbora 10...13 70...75 0,92 0,47 72 -1 - 90
meses
Tabela 23: Dados de Produtos - Verduras e Legumes

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Exemplo de cálculo de carga térmica para câmara frigorífica

Realizar os cálculos de um projeto para câmara frigorífica a ser instalada em um frigorífico que recebe
peças de carne bovina para serem processadas e depois comercializadas.
O processo refere-se a desossar, limpar, fatiar e embalar este produto de modo que, dependendo da
demanda, será resfriado (para comercialização rápida e local) ou congelado (para longos períodos de
armazenamentos ou enviados para locais distantes).
A necessidade do cliente requer a construção de três câmaras frigoríficas para o seu processo
comercial, sendo elas:
1) Câmara de processo e manipulação;
2) Câmara de resfriados;
3) Câmara de congelados.
A empresa (cliente) já possui um galpão próprio na cidade de São Bernardo do Campo – SP, com
capacidade, tanto em área disponível, como em altura, para a construção das câmaras, assim como a
futura casa de máquinas.
Todos os requisitos de operação para o processamento e instalação, devem estar de acordo com as
recomendações da vigilância sanitária e normas regulamentadoras.

O cliente também informou as condições internas das câmaras, tais como:


 Rotatividade diária de produto;
 Equipamentos internos;
 Iluminação;
 Pessoas (trabalhadores).

Dados coletados para o cálculo:


 Temperatura externa do local (SBC): 32° C, conforme recomendação da ABNT – NBR 16401,
para São Paulo.
 Umidade relativa: 60% (NBR 16401);
 Temperatura interna do galpão: será considerada superior à temperatura externa (32°C) com
os seguintes valores: TBS: 35°C e UR: 60%;
 Temperaturas de produtos: valores tabelados na apostila
 Iluminação:
A – Sala de Processo : 50 lâmpadas fluorescentes de 110w cada;
B – Câmara de Resfriados: 14 lâmpadas incandescentes de 100w cada;
C – Câmara de Congelados: 10 lâmpadas incandescentes de 100w cada.

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 Produto:
Rotatividade = 6500 kg / dia ( o produto entra a 30°C).
Na câmara de processo = 4800 kg / dia.
Ossos e gorduras rejeitados = 1700 kg / dia.
Após processadas:
40% congelados = 1920kg/dia
60% resfriados = 2880kg/dia

 Pessoas:
A quantidade de pessoas e horas trabalhadas em cada câmara é de:
A – Processo: 10 pessoas trabalhando 15h / 24h (5 pessoas em cada turno);
B – Resfriado: 4 pessoas trabalhando 10 min a cada hora num período de 15 horas de trabalho (2
pessoas em cada turno);
C – Congelado: 4 pessoas trabalhando 10 min a cada 3 horas num período de 15 horas de trabalho
(2 pessoas em cada turno).
Nota: 15h / 24h representa dois turnos de trabalho na câmara de processo

 Dados das embalagens para as câmaras:


Para embalar as carnes processadas nas câmaras, serão utilizadas bandejas de isopor (poliestireno),
ensacadas em sacos plásticos, depois acondicionados em caixas de papelão, numa proporção de:
 5g de poliestireno para cada kg de carne;
 15g de plástico para cada kg de carne;
 100g de papelão para cada kg de carne.

 Motores elétricos
 As câmaras serão abastecidas por empilhadeiras elétricas de 11kw = 11000w

Notas:
 Definimos que as câmaras serão isoladas com poliestireno (isopor) que, segundo o fabricante
e a ASHRAE, possui uma condutibilidade térmica de:
 K = 0,0288 w/ mk = 0,0248 Kcal / hm°C

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As dimensões e localização das câmaras foram determinadas pelo cliente conforme poderão ser
observadas no croqui a seguir:

P. D. = 4m

Descritivo
A – Sala de Processo;
B – Câmara de Resfriados;
C – Câmara de Congelados;
1 – Bloco de concreto 3 furos, ovais e = 20cm sem reboco parede clara;
2 – 3 – 4 – Parede de Poliestireno;
5 – 12 – 18 – Teto Poliestireno;
6 – 13 – 19 – Piso de concreto + isolante térmico em poliestireno;
7 – 14 – 20 – 21 – Porta (2m, h= 3m) Poliestireno;
8 – 9 – 10 – 11 - 15 – 16 – 17 – Paredes Poliestireno

Dados de temperatura das câmaras:


Sala de Processo: TA = 14°C – UR = 70%
Câmara de Resfriados: TB = 1°C – UR = 90%
Câmara de Congelados: TC = -20°C – UR = 90%

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