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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ELISÂNGELA DE SANTANA SILVA


EMANUELLA DE OLIVEIRA FREIRE
IAGO GUILHERME FELIX SANTIAGO SILVA
SAMARA ALINE ARAÚJO
SIMONE MARIA DA SILVA

TESTES FITOQUÍMICOS DO RIZOMA DA Piper methysticum


(KAVA-KAVA)

RECIFE
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ELISÂNGELA DE SANTANA SILVA


EMANUELLA DE OLIVEIRA FREIRE
IAGO GUILHERME FELIX SANTIAGO SILVA
SAMARA ALINE ARAÚJO
SIMONE MARIA DA SILVA

TESTES FITOQUÍMICOS DO RIZOMA DA Piper methysticum


(KAVA-KAVA)

Monografia apresentada à disciplina


de farmacognosia da Universidade
Católica de Pernambuco, como
requisito de avaliação complementar.

RECIFE
2023
SUMÁRIO

❖ INTRODUÇÃO

❖ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

⮚ CARACTERIZAÇÃO À FAMÍLIA PIPERACEAE

⮚ INTRODUÇÃO A ESPÉCIE Piper methysticum

❖ METODOLOGIA

❖ PROPRIEDADES QUÍMICAS DA Piper methysticum

❖ OUTRAS APLICAÇÕES FARMACOTERÁPICAS

❖ MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS

❖ ATIVIDADES PRÁTICAS

❖ ANÁLISE FITOQUÍMICAS

❖ METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

❖ METODOLOGIA DOS EXPERIMENTOS

❖ TESTES FITOQUÍMICOS

TESTE FITOQUÍMICO MÉTODO EXTRATIVO

❖ RESULTADOS E DISCUSSÕES

❖ RESULTADOS E DISCUSSÕES DAS CUMARINAS


TESTE DE CUMARINAS
RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS ALCALÓIDES
TESTE DE ALCALÓIDE
RESULTADOS E DISCUSSÕES DAS SAPONINAS
TESTE SAPONINAS
RESULTADOS E DISCUSSÕES ANTRAQUINONAS
TETE DE ANTRAQUINONAS
RESULTADOS E DISCUSSÕES DE TANINOS
TESTE DE TANINOS
❖ CONSIDERAÇÕES FINAIS

❖ REFERÊNCIAS

RESUMO
A P. methysticum, mais comumente conhecida como Kava-kava é uma espécie da
família Piperaceae. Essa espécie é amplamente utilizada nos seguimentos
terapêuticos principalmente para o tratamento do transtorno de ansiedade
generalizada e insônia. Sua eficácia no tratamento dessas patologias decorre da
presença de metabólitos secundários do grupo das lactonas presente no seu
rizoma. A presente monografia tem como principal objetivo a descrição da P.
methysticum, bem como sua anatomia, filogenia, atividade farmacológica e métodos
de extração de compostos terápicos. O estudo foi feito sob forma de revisão
bibliográfica utilizando os bancos de dados: ScienceDirect, SciELO, PubMed,
Scopus, Elsevier e Microsoft Academic Search. Os resultados encontrados
apresentaram a P. methysticum como forte agente ansiolítico, mas além disso,
efetiva no tratamento de doenças como Endometriose e câncer de cólon. Dentre os
compostos com efeito terapêutico evidenciado, se encontram as kavalactonas,
flavokavalactonas e as kavaínas. Os métodos de extração incluem a utilização de
Solventes aquosos, orgânicos e alcóois.
Palavras-chaves: P. methysticum, Kava-kava, Ansiedade, Piperaceae.

ABSTRACT
The P. methysticum, commonly known as Kava-kava, is a species of the Piperaceae
family. This species is widely used in therapeutic fields, mainly for the treatment of
generalized anxiety disorder and insomnia. Its efficacy in treating these pathologies
stems from the presence of secondary metabolites from the lactone group found in
its rhizome. The main objective of this monograph is to describe P. methysticum, as
well as its anatomy, phylogeny, pharmacological activity, and methods of extracting
therapeutic compounds. The study was conducted as a literature review using the
following databases: ScienceDirect, SciELO, PubMed, Scopus, Elsevier, and
Microsoft Academic Search. The findings showed that P. methysticum is a potent
anxiolytic agent and, in addition, effective in the treatment of diseases such as
endometriosis and colon cancer. Among the compounds with demonstrated
therapeutic effects are kavalactones, flavokavalactones, and kavain. The extraction
methods include the use of aqueous solvents, organic solvents, and alcohols.
Keywords: P. methysticum, Kava-kava, Anxiety, Piperaceae.

1. INTRODUÇÃO
A ansiedade é umas das patologias psicotrópicas mais comuns dos últimos
anos. Dentre os seus sintomas estão inclusos: Medo contínuo, transtornos
obsessivos, problemas de sono, dor estomacal, pensamentos negativos além de
outros mais (STEIN et al, 2022; MOURA et al, 2022). O tratamento para essas
doenças inclui o uso de benzodiazepínicos, Buspironas, antidepressivos de segunda
geração e algumas outras classes de medicamentos. Além de medicamentos
convencionais, a ansiedade pode ser tratada a partir do uso de fitoterápicos como a
Kava-kava (SALEHI et al, 2019).
A Kava-kava é uma espécie de nome científico Piper methysticum
pertencente à família das Piperaceae. Oriunda de zonas tropicais e subtropicais,
essa espécie tem sido usada como planta medicinal desde os tempos antigos. Sua
eficácia terapêutica já era conhecida popularmente, entretanto, pesquisas
acadêmicas foram responsáveis pela caracterização dos compostos envolvidos na
atividade farmacoterápica dessa planta. Esses compostos são metabólitos
secundários advindos da fotossíntese e produzidos por vias alternativas como a via
do chiquimato, ácido aracdônico, mevalonato e as rotas mistas (JUSTO & SILVA,
2008; SMITH & LEIRAS, 2018; SILVA et al, 2017; BILIA et al, 2022). Dentre os
principais compostos produzidos como metabólitos secundários encontram-se as
kavalactonas, flacokavaínas, kavaínas, dihidrokavaínas, entre outros. Esses
compostos além de atuar como ansiolíticos e hipnóticos, também atuam como
agentes anti-inflamatórios, reguladores gastrointestinais e antitumorais (BILIA et al,
2022; CHEN et al, 2022; KRUM et al, 2021). Assim, o presente estudo tem como
principal objetivo relatar características da P. methysticum, bem como suas
atividades farmacoterápicas e métodos de extração.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. CARACTERIZAÇÃO A FAMÍLIA PIPERACEAE
A família Piperaceae corresponde a um amplo grupo de plantas, sendo
essas: arbóreas, arbustos, trepadeiras, alpinistas ou epífitas. Esse grupo de plantas
compreende cerca de 12 gêneros e mais de 5.000 espécies de interesse
econômico, oriundas da América do Sul e leste do pacífico. As espécies
pertencentes a essa família se distribuem em países como: Colômbia, Equador,
Peru, Bolívia, Argentina, Brasil e Venezuela e tem preferências por ambientes de
maior umidade e sombreamento. (STEIN et al, 2022; MOURA et al, 2022; COSTA
et al, 2023). A imagem 1 representa a distribuição geográfica de espécies da família
piperaceae ao longo do globo.

Imagem 1: Distribuição geográfica das espécies do gênero piperaceae


Fonte: Giseke (2023)

As Piperaceae são em sua maioria angiospermas, ou seja, tem suas


sementes interiorizadas em um fruto. Suas folhas são simples e podem apresentar
estípulas em algumas espécies. A ramificação das folhas podem ser alternas ou
espiraladas e sua textura pode ser carnosa ou rugosa (ALBUQUERQUE et al,
2022). As flores são pequenas, uni ou bissexuadas, monoicas ou dioicas,
actinomórficas, com perianto ausentes e brácteas peltadas com frutos do tipo drupa
ou baga (SILVA et al, 2022).
https://www.medicinanatural.com.br/wp-content/uploads/kava-kava-piper-methysticum.jpg

2.2. INTRODUÇÃO A ESPÉCIE (Piper methysticum)


Dentro do gênero Piper, a espécie P. methysticum é uma das de maior
interesse comercial. São arbustos, dioicos eretos, com cerca dois metros e meio de
altura (SOARES et al, 2022). Exemplares dessa espécie apresentam folhas
alongadas, e peças rígidas e cortadas na base. Possuem de 9 a 13 nervuras
principais, sendo menos proeminentes na face interior; estípulas presentes e
grandes (JUSTO & SILVA, 2008). São multi-floradas, apresentando flores pequenas
arranjadas em cachos do tipo espiga. P. methysticum apresenta caule enraizado e
do tipo rizoma, tendo seu cerne enveredado e com múltiplos poros. A distribuição
geográfica dessa espécie é majoritariamente em regiões tropicais e subtropicais,
mais específicas em zonas de maior sombreamento (JUSTO & SILVA, 2008).
Imagem 4: Estruturação das estruturas da P. methysticum (Flores, folhas e raízes)
Fonte: ZOU et al (2004)

3. METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado sob a forma de revisão de literatura descritiva e teve
como principais ferramentas de buscas os bancos de dados: SciELO, ScienceDirect,
PubMed, Scopus, Elsevier e Microsoft Academic Search. Para simplificar as buscas,
foram utilizados os seguintes descritores: Kava-Kava, P. methysticum, Kava-kava
planta medicinal e atividade ansiolítica em inglês e em português. Para critérios de
inclusão foram aceitos artigos que apresentassem atividade farmacológica da P.
methysticum comprovada no resumo.

4. PROPRIEDADES QUÍMICAS DA (Piper methysticum)

Foi constatado então que esse grupo de moléculas poderia exercer uma
potencialização nos receptores GABA, causando uma despolarização celular
semelhante as causadas por benzodiazepínicos, o que reduzia efetivamente os
sintomas causados por transtornos de ansiedade (STRAWN et al, 2018). Além
disso, essas moléculas também possuem ação sobre os receptores de Monoamino
oxidase, ou MAO como mais comumente chamadas. As kavalactonas podem inibir
reversivelmente a MAO, o que por consequência, aumentam os níveis de íons Na+
e Ca2+ no organismo, íons estes relacionados à alguns sinais da ansiedade como a
taquicardia, por exemplo (BILIA et al, 2002; SILVA et al, 2017).
Em seu estudo clínico randomizado e duplo cego, Ooi et al (2018) obtiveram
evidências promissoras referente a efetividade da kava-kava no tratamento da
desordem de ansiedade generalizada. Seu estudo demonstrou que doses de 120-
180 mg de kava-kava ajudavam na redução do estresse e no controle de sintomas
cardíacos em pacientes ansiosos numa proporção maior que em um grupo que
utilizava placebo como forma de tratamento. Apesar de promissoras, o autor ao fim
do estudo não descarta a necessidade de se haver outros testes em relação a essa
planta medicinal.
Um outro estudo, dessa vez realizado por Smith & Leiras (2018) analisaram
11 artigos referente ao uso de Kava-kava no tratamento da ansiedade. Dos artigos
totais, apenas 7 eram ensaios clínicos comparado os efeitos da kava-kava em
relação a placebo. Dos 7, 3 evidenciaram a superioridade da kava-kava no
tratamento dos sintomas enquanto os outros apesar de também demonstrarem tal
efetividade, constatavam o risco de efeitos adversos a longo prazo, uma vez que os
tratamentos descritos eram superiores a 8 semanas. A conclusão dos autores foi a
de que apesar de efetiva, a Kava-kava não poderia ser utilizada em tratamentos de
longo prazo, sendo necessário à sua suspensão gradativa ao longo do tratamento e
a substituição por outros tipos de medicamentos.
4.1. OUTRAS APLICAÇÕES FARMACOTERÁPICAS
Além de derivados das lactonas como a kavalactona, que ajudam na redução
dos sintomas de ansiedade e insônia, a Kava-kava também produz metabólitos
responsáveis por outras atividades terapêuticas (MELCHERT et al, 2022).
Em seu estudo envolvendo análises da Kava-kava em ratos, KRUM et al,
(2021) constatou que o extrato seco da Kava-kava pode ser efetivo na inibição de
efeitos da anfetamina no organismo. A anfetamina é responsável por efeitos
psicóticos em seus usuários e pode agravar estados de esquizofrenia. Por meio de
um ensaio clínico envolvendo ratos, KRUM et al, (2021) evidenciou a efetividade da
kava-kava na inibição desses sintomas. Essa inibição por sua vez, ocorre devido a
interação de compostos presentes na Kava-kava como a kavaína e a dihidrokavaína
com a enzima Monoamino-oxidase. A interação da kavaína com a MAO-A presente
no córtex e a MAO-B presente no hipocampo, aumentou a atividade motora dos
ratos e inibiu os efeitos psicóticos da anfetamina.
Um outro estudo dessa vez realizado por CHEN et al, (2022), analisou a
efetividade de flavokavaínas presentes na Kava-kava no tratamento de
endometriose. Nesse estudo, utilizando ratos para testes, foi constado um potencial
anti-inflamatório por parte dessas moléculas, bem como uma ação mediadora da
apoptose celular. Além de efetiva contra a endometriose, a mediação da apoptose
celular por flavokavaínas também pode ser efetiva no tratamento de carcinomas de
cólon. PHANG et al (2021) em seu estudo clínico in vivo utilizando os
biomarcadores celulares HCT116 em ratos com carcinoma de cólon induzido,
evidenciou o potencial antitumoral de flavokavaínas presentes na Kava-kava. Seus
resultados demonstraram uma diminuição de células tumorais além de reportar que
a administração de flavokavaína não apresenta níveis de toxicidades significativos.

4.2. MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS ATIVOS


A Kava-kava pode ser utilizada como produto fitoterápico, onde o princípio
ativo estará contido no extrato seco dentro de um percentual específico estabelecido
pela farmacopéia Brasileira, internacional ou pelo Memento fitoterápico. Quando os
compostos são extraídos ou isolados, eles deixam de ser produto fitoterápico e
passam a ser um fármaco. Os métodos extrativos visam a retirada de materiais sem
interesse farmacológicos para deixar apenas o princípio ativo purificado e isolado.
Os métodos utilizados para extração de compostos oriundos da Kava-Kava podem
ser a partir da utilização de solventes aquosos, orgânicos e alcoóis.
PETERSEN et al, (2019) realizou extração de kavalactonas presentes em P.
methysticum utilizando dois solventes, água e acetona. Os dois métodos de
extração foram efetivos, apresentando altos teores de kavalactonas após
liofilização.
TESCHKE et al, (2009) por sua vez, comparou três métodos de extração,
sendo eles: método utilizando água, acetona e etanol. Além de avaliar a
concentração dos extratos, TESCHKE et al, (2009) também avaliou o grau de
hepatotoxicidade e evidenciou que não havia diferença de hepatotoxicidade das
kavalactonas, constatando a falta de influência do método de extração nessa
atividade.

ANÁLISES FITOQUÍMICA
A ciência responsável pelo estudo dos constituintes químicos dos vegetais
denomina-se Fitoquímica. A Fitoquímica estuda cada grupo da planta, desde a
estrutura química molecular até as propriedades biológicas dos vegetais. Faz
levantamentos e análises dos componentes químicos das plantas, como os
princípios ativos, os odores, pigmentos, entre outros. O conhecimento dos
constituintes químicos de diversas partes da planta favorece o seu uso sustentável e
contribui para sua preservação, além disso, os metabólitos secundários possuem
atividade biológica, oferecendo benefícios também à saúde humana.
Pesquisadores da área de produtos naturais mostram-se impressionados pelo fato
desses produtos, encontrados na natureza, revelarem uma gama quase
inacreditável de diversidade em termos de estrutura e de propriedades físico-
químicas e biológicas (SIMÕES, 2002).
No contexto histórico a medicina popular contribui com inúmeras descobertas que
devem sempre ser respaldadas pelo conhecimento científico, contribuindo para o
uso racional de espécies medicinais e a conscientizá-los quanto a sua toxicidade
(GONSALVES, 1997).

METABOLITO SECUNDÁRIO
Uma das características dos seres vivos é a presença de atividade metabólica. O
metabolismo nada mais é do que o conjunto de reações químicas que ocorrem no
interior das células. No caso das células vegetais, o metabolismo costuma ser
dividido em primário e secundário.
Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos que
desempenham uma função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a
respiração e o transporte de solutos. Os compostos envolvidos no metabolismo
primário possuem uma distribuição universal nas plantas. Esse é o caso dos
aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da clorofila.
Em contrapartida, os metabólitos secundários estão associados com a defesa das
plantas, defendendo-as de predadores, como insetos, fungos, bactérias e de ataque
de outras plantas, e como atrativo para polinizadores e dispersores de semente
(TAIZ; EIGER, 2013). A origem dos metabólitos secundários é a partir do
metabolismo da glicose, e têm dois intermediários principais, o ácido chiquímico e o
acetato (SIMÕES, 2007).
Os compostos secundários são encontrados em algumas espécies de plantas ou
grupos, ao passo que os metabolitos primários básicos estão presentes em todo o
reino vegetal, no entanto, teoricamente todas as plantas possuem potencial de
sintetizar metabólitos secundários, no entanto essa característica é mais comum
nas plantas selvagens, que precisam ao longo de seu ciclo evolutivo, desenvolver
mecanismos para assegurar sua sobrevivência, seja para competir com outras
plantas ou para se defender de seus inimigos naturais, por muito tempo esses
compostos foram considerados como produtos finais do metabolismo, sem função
evidentes, ou mesmo resíduo (SOUZA FILHO; ALVES, 2002; TAIZ; ZEIGER, 2013).
Entretanto, estudos do século XX, descobriram que muitos produtos do composto
secundário têm funções ecológicas importantes aos vegetais, e constituem uma
defesa química que protege a planta contra herbívoros e patógenos, proteção UV,
agem como atrativos para animais polinizadores e dispersos de semente, e também
agem na competição planta-planta e na simbiose plantas microrganismo
(PICHERSKY; LEWINSOHN, 2011; TAIZ; ZEIGER, 2013).

5. METODOLOGIA DOS EXPERIMENTOS


5.1 TESTES FITOQUÍMICOS

TESTE FITOQUÍMICO : Métodos extrativos


Realizamos a extração da kava-kava por dois métodos: maceração e decocção. A
extração por maceração foi obtida utilizando um solvente orgânico, o etanol, onde
se pesou 10g de matéria vegetal em uma balança analítica que foi adicionado a um
béquer com a presença de etanol e tampado logo em seguida para ocorrer a
preservação do solvente.
Para obtenção do extrato aquoso foi pesado novamente 10g da matéria vegetal e foi
adicionado juntamente coma a amostra 100 mL de água destilada em um
Erlenmeyer, levamos para a chapa aquecedora até que a solução iniciasse sua
fervura.

RESULTADOS E DISCUSSÕES DAS CUMARINAS


São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV
São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV
São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV
São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV. Estruturalmente são lactonas do ácido o-hidróxi-cinâmico,
e são derivadas do ácido cinâmico. Algumas dessas substâncias possuem
atividades imunossupressora, relaxante muscular, hipolipidêmica, hipotensora,
vasodilatadora, espasmolítica e antitrombótica, e algumas são também utilizadas na
prevenção de doenças causadas por radicais livres (SIMÕES et al., 2017).
São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV
São substâncias aromáticas, com núcleo principal bicíclico, geralmente coloridas e
fluorescentes sob luz UV.

TESTE FITOQUÍMICOS: Extração de Cumarinas

Nessa prática podemos também ter a experiência de visualizar uma mudança de


coloração na finalização do procedimento através da utilização da câmara UV.
Foi feito os procedimentos de extração e decocção das cumarinas que
estavam presentes nas sementes de umburana. Para comprovar o sucesso das
etapas e a presença de metabólitos secundários a primeira amostra foi feita com
extrato vegetal utilizando água como solvente e a segunda amostra foi feita com
extrato vegetal mais o solvente Etanol e ambas não obtiveram reação alguma na
utilização da câmara UV.
Já na amostra do extrato da Kava-kava(Piper methysticum) tanto aquoso, quanto
etanólico não expressou coloração alguma.

RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS ALCALÓIDES

A definição provavelmente mais aceita é que um alcaloide é uma substância


orgânica cíclica contendo nitrogênio na forma de heterocíclicos. Algumas
subclasses para este grupo de metabólitos foram criadas com o objetivo de
acomodar as mais diversas estruturas que os alcalóides podem apresentar,
exemplos: os alcalóides verdadeiros, que são os alcalóides que derivam de um
aminoácido, os pseudoalcalóides que não se originam de um aminoácido e os
protoalcalóides que possuem o nitrogênio fora de um tetracíclico. Os alcalóides são
encontrados especialmente em plantas superiores, mas também já foram descritos
em organismos marinhos, fungos, bactérias e animais. (KLEIN JUNIOR et al., 2017)
Os alcalóides possuem uma vasta gama de atividades farmacológicas dependentes
de sua estrutura química. De forma geral, apresentam característica de
neurotransmissores, demonstrando papel de regulação, estimulação e indução de
funções. Esses metabólitos podem interagir com diversos alvos, como canais de Na
+ (ajmalina), receptores muscarínicos (atropina), acetilcolinesterase (galantamina),
receptores opioides (morfina), receptores β-adrenérgicos (efedrina) e
fosfodiesterase (cafeína). E nas plantas uma das principais funções dos alcalóides é
na defesa química contra os predadores, desde vertebrados até fungos e outras
plantas. (HENRIQUES et al., 2017).

TESTE FITOQUÍMICO: Extração de Alcalóides

Foi colocado no béquer e adicionamos 10 mL de água destilada e levamos para a


chapa aquecedora para realizar a decocção por um período de 3 minutos.
Adicionamos ácido clorídrico 0,1 M com o objetivo de soltar mais a estrutura do
tabaco e liberar mais as substâncias presentes, depois mexemos utilizando um
bastão de vidro. Filtramos com o auxílio do funil e papel filtro em três tubos de
ensaio e foi pipeta 10 mL de cada tubo em três vidros relógio dispostos na bancada.
Foram pipetadas 5 gotas de cada reagente: Reagente de Mayer, reagente de
Dragendorff e reagente Bouchardat.
Seguidamente com o auxilio da pipeta transferimos para o Béquer 10 mL do extrato
da Kava-Kava (Piper methysticum), etanólico e aquoso e foi adicionado 1 mL de
ácido clorídrico. Foram distribuídos em três vidros relógio dispostos na bancada
onde tamém foram pipetadas 5 gotas de cada reagente: Reagente de Mayer,
Reagente de Dragendorff e Reagente de Bouchardat. Com os 3 vidros de relógio
separados com o extrato do fumo que foi filtrado, foram adicionadas gotas de
reagentes diferentes em cada vidro relógio. O reagente Bouchardat ele reage e
gera uma precipitação de coloração marrom “tijolo”, no entanto teve baixa reação
com os alcalóides do fumo.
O Mayer, assim como Bouchardat, teve baixa reação, mas diferentemente, gera
uma coloração amarelada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES DAS SAPONINAS

As saponinas são metabólitos muito comuns no reino vegetal. Quanto à sua


natureza química, são glicosídeos de esteroides ou de terpenos policíclicos que
apresentam como característica a propriedade de, em solução aquosa, formar
espuma abundante e apresentar ação detergente e emulsificante. Essa propriedade
decorre de suas estruturas, que possuem uma parte com característica lipofílica
(triterpeno ou esteroide) e outra parte hidrofílica (açúcares), o que determina seu
caráter anfifílico, capaz de baixar a tensão superficial da água. (ATHAYDE et al.,
2017).
As saponinas são importantes para a ação de drogas vegetais, destacando-se as
tradicionalmente utilizadas como expectorantes e diuréticas (SIEDENTOP, 2008).
Devido a essa propriedade, também são bastante utilizadas pela indústria
farmacêutica para fabricação de produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza.

TESTE FITOQUÍMICO: Extração de Saponinas

O método para visualização de saponinas é através da formação de espuma.


Cortamos o Juá (Ziziphus joazeiro) manualmente e em um tubo de ensaio e
recobrir com água destilada e agitar vigorosamente o tubo por 2 a 3 minutos.
Posteriormente deixamos em repouso. É identificado a presença de saponinas na
amostra, presença de espuma persistente e abundante na amostra. Posteriormente
adicionar 2mL de HCL (ácido clorídrico), deixar em repouso e neutralizar com NaOH
(hidróxido de sódio), adicionado na amostra e realizando agitação novamente e foi
observado que no resultado a amostra volta a formar espumas.

Foi observado também que as amostras da Kava-kava(Piper methysticum), tanto a


etanólica quanto a aquosa não reagiram para saponinas ou seja não possuem
saponinas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES DAS ANTRAQUINONAS

As antraquinonas são quimicamente definidas como substâncias fenólicas derivadas


da dicetona do antraceno. Os derivados antraquinônicos são frequentemente
compostos alaranjados, São geralmente solúveis em água quente ou álcool diluído.
Podem estar presentes nos fármacos na forma livre ou na forma de glicosídeo, isto
é, na qual uma molécula de açúcar está ligada nas formas de O- e C-glicosídeo, em
várias posições. São empregados terapeuticamente como laxativos e catárticos, por
agirem irritando o intestino grosso, aumentando a motilidade intestinal e,
consequentemente, diminuindo a reabsorção de água.( SBFGNOSIA).
TESTE 4: Extração de Antraquinonas
Foi feito os procedimentos de extração e decocção das antraquinonas que estavam
presentes nas sementes de Sene. A amostra foi filtrada e colocada em um tubo de
ensaio onde foi adicionado algumas gotas de reagente Hidróxido de Potássio
(KOH), com a pipeta de Pasteur e foi possível observar alteração de coloração para
“vermelho” na amostra. Esta mudança na coloração se deriva da ressonância na
molécula, pois a adição de base, neste caso KOH, do extrato vai alcalinizar e ionizar
as hidroxilas fenólicas, fazendo as ligações duplas intercalarem as suas posições.
Enquanto as amostras da Kava-kava (Piper merhysticum), tanto a etanólica, quanto
a aquosa permaneceram sem alteração de cor.

RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS TANINOS

Os taninos são classificados segundo sua estrutura química em dois grupos: taninos
hidrolisáveis e taninos condensados. Ambos os tipos se acumulam em quase todas
as partes das plantas: raízes, rizomas, lenho, cascas, sementes, frutos e folhas.
Apresentam a habilidade de formar complexos insolúveis em água com alcalóides,
gelatina e outras proteínas. Essas substâncias são, particularmente, importantes
componentes gustativos, sendo responsáveis pela adstringência de muitos frutos e
vegetais. A complexação entre taninos e proteínas é a base para suas propriedades
como fatores de controle de insetos, fungos e bactérias tanto quanto para suas
atividades farmacológicas. (SIMÕES et al., 2017).
Acredita-se que as atividades farmacológicas dos taninos são devidas, pelo menos
em parte, a três características gerais que são comuns, em maior ou menor grau,
aos dois grupos de taninos, os condensados e os hidrolisáveis: i) complexação com
íons metálicos (ii) atividades antioxidante e sequestradora de radicais livres; e iii)
complexação com outras moléculas, incluindo macromoléculas, como proteínas e
polissacarídeos. (SIMÕES et al., 2017).

TESTE 5: Extração de Taninos


Realizamos a transferência de 2mL de cada extrato (aquoso e etanólico) da kava-
kava com o auxílio da pipeta de Pasteur para 6 tubos de ensaios no quais foram
identificados, três tubos tinham o extrato aquoso e três tubos tinham o extrato
alcoólico. Foram adicionadas 5 gotas de cloreto férrico a 2% no primeiro tubo, 5
gotas de acetato de chumbo a 10% no segundo tubo e três gotas de solução HCI a
10%, em seguida a solução aquosa em gelatina a 2,5% no terceiro tubo.
Procedimentos esse que foi repetido no extrato aquoso, alcoólico e no extrato
contendo barbatimão obtido através da decocção.
Conclui-se, que a kava-kava tem a capacidade de extrair Taninos na sua forma de
extrato aquoso, diferente do extrato alcoólico que não houve presença de
precipitados. Chegamos a tal conclusão, por observar precipitados no extrato
aquoso da Kava-kava igual ocorreu com o extrato do barbatimão.
COMPOSTO SOLVENTE INDICATIVO KAVA-KAVA
Cumarinas Aquoso Cor Ausente
Cumarinas Alcóolico Cor Ausente
Alcalóides Aquoso Precipitação Presente
Alcalóides Alcóolico Precipitação Presente
Saponinas Aquoso Emulsão Ausente
Saponinas Alcóolico Emulsão Ausente
Antraquinonas Aquoso Cor Ausente
Antraquinonas Alcóolico Cor Ausente
Taninos Aquoso Precipitação Presente
Taninos Alcóolico Cor Presente

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Kava-kava, sob aspecto de diferentes pesquisas, se mostrou como um potencial
método alternativo de terapia no tratamento não só de transtornos de ansiedade
generalizados como também em casos de endometriose e câncer de cólon. Os
principais agentes responsáveis por sua atividade farmacológica são os derivados
das lactonas e estes possuem efeitos sobre os receptores gabaérgicos e também
sobre enzimas como a Monoamino-oxidase. Os métodos de extração são métodos
econômicos e os processos são pouco custosos.

7. REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, B. N. L.; SILVA, M. F. R.; SILVA, P. C. B.; PIMENTEL, C. S. L.;
ROCHA, S. K. L.; AGUIAR, J. C. R. O. F.; NETO, A. C. A.; PAIVA, P. M. G.;
GOMES, M. G. M.; JÚNIOR, E. F. S.; NAVARRO, D. M. A. F.; Oviposition
deterrence, larvicidal activity and docking of β-germacrene-D-4-ol obtained from
leaves of Piper corcovadensis (Piperaceae) against Aedes aegypti. Industrial crops
and Products. v.182, 2022.
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