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Apresentação de Ciências Sociais para o Desenvolvimento

Feminist Explanations for the Feminization of Poverty 2003 - Steven Pressman

1. Capa
a. O artigo procura explicar de que forma a estrutura doméstica e a ocupação
segregacional de gênero explicam as taxas de pobreza mais elevadas em
agregados parentais monoparentais compostos por mulheres
b. Estudo elaborado pelo Luxembourg Income Study (LIS)

2. Motivos para a Feminização da pobreza


a. Estrutura do Agregado Familiar
i. Famílias de mães solteiras - Responsabilidade materna para com os
filhos
1. Consequências
a. Menos tempo para dedicar a um emprego ou fonte de
rendimento
b. Menor probabilidade das mulheres terem um emprego
que exija mais horas ou viagens
2. Apenas uma fonte de rendimento
a. Consequências
i. Menor consistência a nível económico
ii. Maior instabilidade devido às constantes
mudanças do mercado e devido a possíveis
alterações sociais
iii. Maior risco de pobreza
b. Ocupação Segregacional de género
i. As mulheres são constantemente afastadas de cargos onde o salário
é mais alto, consequentemente a sua fonte de rendimento será
tendencialmente mais reduzida do que a dos homens
1. Como tal, as mulheres estarão sempre mais prováveis a
enfrentar o risco de pobreza

3. Tabela 1 - Taxas de pobreza em agregados familiares não idosos


a. Base em dois tipos de rendimentos
i. Disposable Income = Renda após a dedução de impostos
ii. Factor Income = Renda total
b. Diferença exponencial entre o Disposable Income de agregados familiares
compostos apenas por mulheres e do Disposable Income de outros
agregados familiares
i. Agregados familiares compostos por mulheres têm uma taxa de
pobreza de 19.8%
ii. Os outros agregados têm uma taxa de pobreza de 8.7%
1. Diferença de 11.1% - ou seja agregados familiares compostos
apenas por mulheres são 11 vezes mais prováveis de
enfrentar a pobreza
c. Contudo se olharmos para o Factor income a diferença é ainda maior
i. Tendo em conta os seus rendimentos brutos, as famílias compostas
por mães solteiras são 23.7% mais prováveis de enfrentar o risco de
pobreza

4. Relevância da Política Fiscal


a. As diferenças ao nível da pobreza são relativamente uniformes nos países
em questão se analisarmos apenas o factor income, ou seja se não tivermos
em conta os impostos
b. As diferenças ao nível da pobreza seriam muito maiores sem a existência de
uma política fiscal
c. Sem qualquer tipo de esforço redistributivo por parte do estado, a taxa de
pobreza seria muito maior, principalmente nos agregados familiares
monoparentais, compostos por mulheres

5. Tabela 2 - Impacto dos ganhos do agregado familiar na diferença da pobreza de


géneros
a. Mostra o impacto que o número de trabalhadores por agregado familiar tem
na probabilidade de uma família correr risco de pobreza
i. Existe apenas uma fonte de rendimento neste tipo de agregados
familiares, para além disso ainda é necessário ter em conta que a
mulher tem uma precariedade muito maior no mercado de trabalho,
como mencionado anteriormente, ou seja nestes casos para além de
ser apenas um rendimento, será um rendimento tendencialmente
menos elevado devido a desigualdades das questões de género
ii. Coluna 6 evidencia a forma como a diferença de pobreza seria
reduzida caso os agregados familiares monoparentais compostos por
mulheres tivessem a mesma renda de outros agregados
1. Este tipo de agregados seriam 8.7% menos prováveis de
enfrentar o risco de pobreza caso tivessem os mesmos
rendimentos de outros agregados
iii. Caso este tipo de agregados familiares conseguissem ter os mesmos
rendimentos de outros agregados (não conseguem devido não só a
questões ligadas com a maternidade, mas também devido a questões
de desigualdade de género) o seu nível de pobreza seria reduzido até

6. Tabela 3 - Impacto da segregação ocupacional de gênero na diferença de pobreza


a. Caso os agregados familiares liderados por mulheres tivessem o mesmo
trabalho do que os agregados familiares liderados por homens o nível de
pobreza dos agregados familiares femininos seria menor em 3 pontos
percentuais, ou seja em quase 20%
b. Tendo em conta o factor income, os agregados familiares liderados por
mulheres o nível de pobreza dos agregados familiares liderados por
mulheres seria menor em 5.7% ou seja 25%

7. Conclusões do texto
a. A participação no mercado de trabalho é significativamente diferente entre
agregados familiares compostos apenas por mulheres e outros agregados
familiares
b. Famílias de mães solteiras obtêm o seu rendimento por diferentes tipos de
trabalho, comparativamente a outras famílias, nomeadamente trabalhos com
salário mais baixo
c. As famílias compostas por mães solteiras dependem mais de apoios
governamentais;

8. O que mudou?
a. O estudo foi realizado em 2003, passados quase 20 anos, o que mudou
sobre a pobreza feminina, sobre a igualdade de género no mercado de
trabalho?
9. So close, yet so far: gender gaps in earnings in Austria, Germany and Switzerland
a. estudo de 2021
b. Aborda alguns dos mesmo países do artigo do Pressman em 2003,
nomeadamente a Áustria e a Alemanha
10. Figura 2 - probabilidade de desemprego de acordo com o género e composição
familiar
a. Ligeiro e quase imperceptível decréscimo nos 3 países, num período de
quase 20 anos
b. A mulheres continuam a enfrentar uma situação de maior probabilidade de
desemprego, principalmente as mulheres com filhos
11. Figura 3 - probabilidade de ter um emprego part-time de acordo com o género e
composição familiar
a. Novamente uma probabilidade de mulheres terem um emprego part-time e
particularmente mulheres que sejam mães
b. Diferença significativa entre homens e mulheres
12. Figura 4 - ganhos de acordo com o género e composição familiar
a. verificam-se as mesmas tendências das figuras anteriores
b. conclusões:
i. em quase 20 anos as questões de género relativamente à mulher no
mercado de trabalho tiveram muito poucas alterações, pelo menos
nos países em questão
ii. as mulheres permanecem em muito maior risco de pobreza do que os
homens
13. Dados da OCDE 2022

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