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Enem 2023: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado

realizado pela mulher no Brasil”

Durante o século XIX, o protagonismo das mulheres era um registro bem distante da
realidade brasileira, pois elas estavam focadas no trabalho de zelar pela casa de outrem,
esquecendo da sua autoestima. Essa conjuntura preocupante, nesse viés, ainda impera, no
Brasil vigente, uma vez que existem desafios para enfrentar a invisibilidade do serviço de
cuidado feito pela mulher. Assim, a omissão do Estado e a disparidade coletiva prejudicam
o repúdio dessa condição conflituosa.

Nesse sentido, a causa mais negativa desse quadro, comprometendo o bem-estar


desse público, decorre do ineficiente aparato estatal. Isso acontece porque não há políticas
públicas para combater a atividade mal paga, com o intuito de ajudar as mulheres a
reconhecerem sua dignidade, o que invizibiliza gradativamente essa nociva situação. Tal
panorama deplorável confronta a Constituição Federal de 1988, que assegura, por via do
artigo 6, o trabalho qualitativo como um direito inerente à vida humana. O efeito colateral
disso é notado no aprimoramento da não igualdade de gênero, a qual coloca, na sociedade
atual, a mulher à margem do país, enquanto o aspecto masculino domina boa parte da
nação. Desse modo, à medida que a figura feminina se dedicar apenas ao emprego
doméstico, a sua evolução social e intelectual será dificultada — um complexo entrave para
o enfrentamento da invisibilidade dessa assistência.

Ademais, é válido perceber que a desigualdade socioeconômica contribui fortemente


para invizibilizar a problemática. Isso ocorre devido ao persistente cenário de pobreza no
Brasil que, de fato, força uma parcela expressiva de meninas e de mulheres a se
submeterem ao emprego de cuidado mal remunerado, vivenciando, muitas vezes, assédio
— psicológico, corporal e verbal — na casa do empregador. Esse apontamento compromete
o estudo do FMI, o qual deixou a economia brasileira na 12° posição do mundo; algo
promissor (já que reflete o caráter do país), mas não adianta ter um contexto econômico
positivo e constatar frequentemente a extrema miséria. Dessa maneira, percebe-se o
fortalecimento de uma crise desigual e absurda de trabalho entre homens e mulheres,
prejudicando a autonomia feminina.

Depreende-se, portanto, que a invisibilidade deve ser enfrentada, para que o serviço
de cuidado seja realizado sem retrocessos. Nesse raciocínio, o Poder Executivo há de criar
um projeto que exponha a importância e os desafios dessa questão, por meio de verbas
governamentais, melhorando a qualidade de vida das mulheres. Essa iniciativa será
chamada de “Emprego Digno”, a fim de atenuar a atividade mal paga. Somado a isso,
afigura-se imperativo que as instituições escolares reprimam a disparidade social, por
intermédio de doações de cestas básicas mensalmente às áreas periféricas. Isso será
acompanhado de atividades culturais que retratarão o assédio no ambiente laboral. Dessa
forma, alçará o país à verdadeira posição de Estado Democrático, tornando, inclusive, o
protagonismo feminino uma marca constante na comunidade hodierna.

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