Você está na página 1de 20

ALTERAÇÃO DA DIVISÃO

POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO


MULTISSECTORIAL
ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO 3
I. INTRODUÇÃO 5
II. ANTECEDENTES E CONTEXTOS 6
III. OBJECTIVOS 7
IV. ESTRUTURA ORGANIZATIVA 8
4.1. Comissão Multissectorial 8
4.2. Grupo Técnico 8
V. EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE ETAPAS 9
5.1. Treinamento e formação 10
5.2. Auscultação Pública 10
5.2.1. Alcance global de cidadãos 11
5.3. Levantamento e caracterização socioeconómica 12
5.4. Alteração à lei 18/16 e actualização da lei 8/16 13
5.5. Propostas de fixação dos limites das novas unidades territoriais 13
5.5.1. Cuando Cubango 13
5.5.2. Lunda-Norte 14
5.5.3. Malanje 14
5.5.4. Moxico 15
5.5.5. Uíge 14
5.6. Caracterização dos recursos humanos nas 5 províncias
e projecção para os novos entes 16
5.7. Proposta de criação de condições mínimas para a gestão
e funcionamento dos novos entes 16
VI. ORÇAMENTO 18
6.1. Orçamento da Comissão Multissectorial 18
6.2. Programa de Investimentos Públicos para 2022
dos novos entes territoriais 18
VII. CONCLUSÕES 18
VIII. ANEXOS 19
SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente Relatório reporta globalmente, as grandes tarefas desenvolvidas pela Comissão


Multissectorial para o ajustamento da Divisão Político-Administrativa das províncias de
Cuando Cubango, Lunda-Norte, Malanje, Moxico e Uíge, criada por força do Despacho
Presidencial nº 104/21, de 08 de Julho, considerando a necessidade de maior racionalização
na gestão dos extensos territórios destas Províncias, bem como no imperativo de melhor
servir as suas populações destes territórios.´

A actual Divisão Político-Administrativa da República de Angola foi aprovada pela Lei n.º
18/16 de 17 de Outubro, dividindo o território da República de Angola em 18 Províncias, 164
Municípios, 518 Comunas e 44 Distritos Urbanos. À data, não foi possível efectuar todas as
alterações almejadas, tendo sido remetido, para momentos posteriores a conclusão do
processo. Deste modo, a visão de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço,
Presidente da República de Angola, com a criação da Comissão Multissectorial, veio
tão-somente, dar sequência ao trabalho iniciado, visando a aproximação dos serviços da
administração pública junto das populações.

Com base no mandato e nas competências que o Decreto Presidencial nº 104/21, de 08 de


Julho, atribuiu a Comissão Multissectorial, foi concebido um Cronograma de Tarefas para o
cumprimento dos objectivos preconizados. Entre as grandes tarefas desenvolvidas
destaca-se a ampla participação dos cidadãos por via da consulta pública realizada nos
formatos presenciais (Auscultação Provincial e Municipal das Províncias Objecto de
trabalho) e a consulta virtual com o recurso às novas tecnologias de informação e
comunicação, tendo no global, atingido a cifra de 9.394 cidadãos.

3
Do exercício realizado, assinalam-se os grandes resultados consubstanciados no
surgimento de cinco novas unidades territoriais de nível provincial, numa lógica da divisão
por duas, de cada uma das cinco províncias objecto de trabalho e, adicionalmente,
27 comunas foram propostas à sua elevação a territórios municipais.

Globalmente, entre os documentos de orientação do processo e os que resultaram dos


trabalhos efectuados, foram produzidos os seguintes: O Plano de Acção e Cronograma de
Tarefas, que consta como anexo nº 1 do presente Relatório; Os Termos de Referência para a
Auscultação Pública, documento anexo nº 2; O Relatório do Processo de Auscultação
Pública, documento anexo nº 3; O Memorando sobre a Caracterização Socioeconómica, que
constituí o anexo nº 4; O Conjunto de mapas dos novos entes territoriais, documento anexo
nº 5; O Relatório de projecção de Recursos Humanos, como documento anexo nº 6; O
Memorando sobre a Proposta de Criação de Condições Mínimas para o funcionamento dos
novos entes territoriais, que constitui o documento anexo nº 7 do presente Relatório, e as
propostas de leis de alteração da Lei 18/16 e de actualização da Lei 8/16, que constituem
documentos, nomeadamente, documento anexo nº 8 e documento anexo nº 9.

Deste modo, a contínua criação de condições infra-estruturais e de Recursos Humanos para


a concretização e implementação da visão subjacente a criação da Comissão Multissectorial
para a alteração da Divisão Político-Administartiva do País, deve ser a prioridade para
todas entidades e organismos engajados nesta estratégia.

4
I. INTRODUÇÃO

1. Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República, criou


por Despacho Presidencial nº 104/21, de 08 de Julho, a Comissão Multissectorial para
a Alteração da Divisão Político-Administrativa (DPA), enquanto Política Pública com alto
potencial de dinamizar a acção governativa, promover o desenvolvimento económico
e social harmonioso do território nacional.

2. À Comissão foi conferida a missão de alterar a DPA de Angola, com enfoque para
as Províncias do Cuando Cubango, Lunda-Norte, Malanje, Moxico e Uíge, em resposta
à necessidade de ajustar e adequá-la a uma gestão eficiente do território e, por
conseguinte, ao desafio de satisfazer as necessidades das populações.

3. Não se tratando de um processo completamente novo, a alteração da DPA, do


ponto de vista legal, sequencia o caminho deixado em aberto pela Lei nº 18/16, de 17 de
Outubro, que definiu o modelo organizacional do território nacional em vigor.

4. Neste quadro, e tendo em conta a necessária aproximação das entidades


administrativas aos cidadãos, bem como o alcance da meta de se proceder a uma
distribuição mais justa e equilibrada do território nacional, Sua Excelência João Manuel
Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, orientou a Comissão
Multissectorial a alterar a actual DPA, com incidência para as localidades onde se apresenta
mais desajustada e desfasada dos preceitos enunciados no Despacho Presidencial que a
institucionaliza.

5. Na sequência, foi elaborado o Presente Relatório de Balanço para descrever as


actividades desenvolvidas em cumprimento do teor do Despacho Presidencial nº 104/21,
de 8 de Julho, o levantamento das condições precedentes e as soluções desenhadas em
resposta às possíveis implicações económicas, sociais, antropológicas e políticas
decorrentes da alteração dos limites territoriais de cada uma das 5 províncias objecto
de trabalho.

5
II. ANTECEDENTES E CONTEXTOS

6. A iniciativa de alteração da Divisão Político-Administrativa de Angola sequencia


outras já desenvolvidas desde o período anterior ao alcance da Independência Nacional,
sendo uma das principais referências a Portaria 18.137-A, de 13 de Dezembro de 1971, sobre
a Divisão Administrativa de Angola.

7. Após o alcance da Independência, foram desenvolvidas iniciativas legislativas que


permitiram a criação de novas unidades administrativas, repartindo-se por duas, nomea-
damente, a Província da Lunda, passando a existir a Lunda-Norte e a Lunda-Sul. Foram, por
fim, encetadas mais 12 outras iniciativas de alteração da DPA, fixando-se limites de
municípios, comunas e de distritos urbanos, sem que, no entanto, fossem adicionadas
unidades territoriais de nível provincial.

8. A actual Divisão Político-Administrativa da República de Angola foi aprovada pela


Lei n.º 18/16 de 17 de Outubro, dividindo o território da República de Angola em 18 Provín-
cias, 164 Municípios, 518 Comunas e 44 Distritos Urbanos. À data, não foi possível efectuar
todas as alterações almejadas, tendo sido remetido, para momento posterior a conclusão
do processo. Nestes termos, o artigo 337º da Lei 18/16 reafirmou a necessidade de continui-
dade dos trabalhos dispondo expressamente que “a presente Lei não prejudica a continu-
ação do trabalho de precisão e adequação técnica sobre a delimitação e designação das
unidades territoriais”.

9. Paralelamente, afigura-se importante e estratégico o ajustamento da DPA das


cinco Província abrangidas, por se tratarem de antes territoriais localizados nas zonas
fronteiriças com os países vizinhos, numa lógica de aproximar os serviços administrativos
aos cidadãos, e evitar no máximo, que extensos territórios fiquem com ausência das autori-
dades administrativas, o que pode aliciar fenómenos de imigração ilegal e a subsequente
ocupação de espaços territoriais e/ou exploração ilegal de recursos naturais nestes
territórios.

6
III. OBJECTOS

10. O Despacho Presidencial n.º 104/21, de 8 de Julho, que institucionaliza a Comissão


Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa do País, estabeleceu,
para o trabalho a desenvolver por esta equipa de carácter ad hoc, o objectivo essencial de
Ajustar a Divisão Político-Administrativa com vista a uma maior aproximação das
entidades administrativas dos cidadãos e uma gestão mais justa e equilibrada do território
nacional.

11. Nesta perspectiva, e em sede do mesmo instrutivo legal, definiram-se, para a


Comissão Multissectorial, as competências enunciadas a seguir:

• Preparar a proposta de Lei de Alteração à Lei nº 18/16, de 17 de Outubro, Lei da


Divisão Político-Administrativa;
• Propor os limites territoriais entre as diferentes Províncias objecto de trabalho;
• Inventariar os equipamentos administrativos, económicos e sociais mais
relevantes em cada uma das Províncias objecto de trabalho;
• Inventariar os principais investimentos públicos em curso ou em preparação nas
Províncias objecto de trabalho;
• Proceder ao levantamento dos recursos humanos afectos ao funcionalismo
público nas Províncias objecto de trabalho;
• Preparar as propostas de Orçamento e de Programa de Investimento Público
para o Ano 2022 para as Províncias objecto de trabalho;
• Propor outras medidas necessárias à efectivação da divisão
Político-Administrativa e à instalação dos órgãos da Administração Local
do Estado.

7
IV. ESTRUTURA ORGANIZATIVA

4.1. Comissão Multissectorial

12. A Comissão Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa do


País é coordenada pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da
República, tendo como coordenador-adjunto o Ministro da Administração do Território.
É ainda integrada pelos titulares dos departamentos ministeriais do Interior, Finanças,
Economia e Planeamento, Justiça e Direitos Humanos, Transportes, Obras Públicas e
Ordenamento do Território, Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação
Social, Educação e Saúde. São membros da Comissão os Governadores provinciais do
Cuando Cubango, da Lunda-Norte, de Malanje, do Moxico e do Uíge.

13. Desde a publicação oficial do Despacho Presidencial, a Comissão Interministerial


realizou 4 (quatro) reuniões ordinárias para a distribuição de tarefas e considerações
essenciais, bem como para o acompanhamento do curso dos trabalhos e do grau de
cumprimento das deliberações.

4.2. Grupo Técnico

14. O Grupo Técnico da Comissão Multissectorial para a Alteração da Divisão


Político-Administrativa do País é coordenado por um Secretário de Estado indicado pelo
Ministro da Administração do Território. Integra, por sua vez, Secretários de Estado,
Directores Nacionais e técnicos recomendados pelos titulares dos departamentos
ministeriais membros da Comissão, bem como Vice-governadores e demais técnicos em
representação das províncias objecto de trabalho.

15. Desde a publicação oficial do Despacho Presidencial que institucionaliza a


Comissão Multissectorial foram, até hoje, realizadas 6 (seis reuniões) ordinárias do Grupo
Técnico, destinadas a dar cumprimento das orientações de trabalho emanadas do órgão
superior.

8
V. EXECUÇÃO
E CUMPRIMENTO DE ETAPAS

16. A Comissão Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa do


País desenvolveu um Plano de Acção adequado ao foco da missão incumbida, contendo,
como um dos seus principais instrumentos, um Cronograma de Tarefas. O Plano de Acção
e, por conseguinte, o Cronograma de Tarefas enquanto apêndice daquele, consta como
anexo nº 1 do presente Relatório, na base do qual foram cumpridas as etapas pré-definidas
e executadas as tarefas correspondentes.

5.1. Treinamento e formação

17. A acção prévia da execução dos trabalhos e do cumprimento das etapas


delineadas pela Comissão Multissectorial consistiu na preparação de sessões formativas de
2 dias para profissionais demandados dos Governos Provinciais das províncias objecto de
trabalho, versada sobre as matérias alvo de tratamento prioritário.

18. Foram formados, deste modo, 20 técnicos provenientes das 5 províncias,


repartidos em delegações de 4 (quatro) integrantes, chefiadas por Vice-governadores,
envolvendo técnicos formados, nomeadamente, em Direito, Urbanismo, Economia,
Sociologia, Antropologia, Psicologia, Engenharia, Arquitectura e Comunicação Social.

19. A estratégia sobre a formação de formadores em Luanda é parte dos Termos de


Referência para a Auscultação Pública em sede da proposta de alteração da divisão
político-administrativa, que constituem documento anexo nº 2 do presente Relatório.
Posteriormente, os técnicos formados foram enquadrados como auxiliares dos
Governadores ou Vice-governadores na condução da Auscultação Pública de âmbito local.

9
5.2. Auscultação Pública

20. O processo de auscultação pública decorreu de uma orientação da Comissão


Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa das províncias de
Cuando Cubango, Lunda-Norte, Malanje, Moxico e Uíge, criada por força do Despacho
Presidencial nº 104/21, de 08 de Julho. No cumprimento de Plano de Acção, que
estabeleceu um Cronograma prévio de execução das tarefas atinentes, a Comissão
Multissectorial atribuiu suma importância à necessidade de auscultar os cidadãos
residentes nas cinco províncias objecto de trabalho, de uma forma mais directa e
presencial, e os cidadãos angolanos que habitam nas demais províncias ou mesmo no
exterior do País, através de recursos que permitiram uma abordagem remota.

21. A auscultação pública cumpriu, com o efeito, os objectivos que a nortearam,


tendo-se constituído em palco de excelência para a recolha das contribuições dos cidadãos,
reforçando-se o sentido de inclusão, convertendo-se em saudável exercício de democracia
participativa. Foram recolhidas contribuições com indicações de caminhos a seguir tendo
em atenção as prováveis implicações sociológicas e antropológicas resultantes dos
trabalhos.

22. O relatório do Processo de Auscultação Pública está incluído como documento


anexo 3 do presente Relatório e retrata os resultados obtidos por intermédio de uma
estratégia que previu duas modalidades de consulta aos cidadãos, sendo uma virtual e
outra presencial.

23. A auscultação pública decorreu no intervalo de um mês de forma simultânea,


portanto, entre a auscultação virtual e a auscultação presencial. Para a primeira, foi
estabelecido e cumprido o período entre 16 de Agosto e 17 de Setembro de 2021. Para a
segunda, portanto, para os encontros presenciais, o ponto de partida foi o dia 17 de Agosto,
na província do Cuando Cubando, perdurando até ao dia 17 de Setembro de 2021, tendo o
processo se desenrolado entre auscultações de nível provincial, ocorridas nas sedes das 5
províncias objecto de trabalho, e auscultações municipais, realizadas em cada um dos
municípios das mesmas províncias.

10
5.2.1. Alcance global de cidadãos

24. Globalmente, o curso dos trabalhos de auscultação, considerando ambas as


modalidades, alcançou 9.394 (nove mil, trezentos e noventa e quatro) cidadãos, sendo os
resultados parcelares indicados no quadro que se segue:

Cidadãos Auscultados
Remotamente 4.139

Cidadãos Auscultados
Presencialmente 5.255

Número Total
de Cidadãos Auscultados 9.394

5.2.2. Considerações globais por província objecto de trabalho

25. Considerando que, ao nível das participações online, 1.037 cidadãos opinaram
sobre mais do que uma província, a questão essencial do formulário, relativa a concordân-
cia ou não com a alteração da DPA nas cinco províncias objecto de trabalho, alterou o
número total de inquéritos por província para 10.431. Dos dados obtidos, facilmente se
afere que a maioria da população inquirida, presencial e virtualmente, inclinou-se mais
para o Sim que para o Não ao responderem a questão essencial relativa a concordância
com a alteração da DPA, conforme os resultados parcelares indicados no quadro que se
segue:

Concorda com a alteração da DPA na Província?

CC S 1.338 N 279 A 42 Total 1.659


LN S 1.162 N 327 A 6 Total 1.495
MJE S 1.330 N 404 A 44 Total 1.738
MXC S 1.358 N 268 A 123 Total 1.749
UGE S 3.391 N 399 A 0 Total 3.790
10.431

11
5.3. Levantamento e caracterização socioeconómica

O Memorando sobre a Caracterização Socioeconómica constituí o anexo nº 4 do presente


Relatório, dedicando-se a um levantamento exaustivo da situação socioeconómica de cada
uma das 5 províncias objecto de trabalho, com particular incidência para os domínios da
densidade populacional, índice de pobreza multidimensional, assim como dos sectores da
educação, saúde, institucional, económico, infraestruturas de energia e águas, rodoviárias,
transportes, telecomunicações e comunicação social, bem como projectos de investimento
público (em curso, paralisados e necessários). Foram, de igual modo, levantados os
equipamentos sociais e administrativos existentes, nomeadamente escolas, hospitais,
centros e postos de saúde, edifícios públicos da administração local e de órgãos
desconcentrados, infraestruturas aeroportuárias, entre outras, incluídos no anexo nº 5.

Do mesmo modo, e na sequência dos trabalhos em curso, desenvolveu-se um


levantamento detalhado da gestão de Recursos Humanos relativa aos Órgão da
Administração Local do Estado com incidência específica para as cinco províncias objecto
de trabalho, sendo tais dados incluídos no anexo nº 6. Considerando como fonte o Sistema
Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE), constatou-se que, actualmente, as cinco
províncias são servidas por um efectivo de 51.452 agentes e funcionários públicos, dos
quais 8.303 representam o regime geral, 6.518 as carreiras do regime especial da saúde e
36.631 estão afectos ao Sistema de Ensino. Assim, tendo em conta a perspectiva de
surgimento de novos órgãos, prevê-se um crescimento do número de funcionários
públicos, para as cinco províncias, calculados em 20.865 agentes, sendo 4.020 que
corresponderão ao regime geral, 13.336 às carreiras do regime especial da saúde e 3.049
ao Sector da Educação e Ensino. Para as Delegações da Justiça e Finanças, a projecção do
efectivo é de 460, sendo, 360 Oficiais de Justiça e 100 agentes administrativos para os
Serviços das Finanças Públicas.

12
5.4. Alteração à lei 18/16 e actualização da lei 8/16

26. No sentido de cumprir com o desiderato do Presidente da República, o grupo de


trabalho adstrito à revisão da legislação sobre a DPA procedeu à alteração de dois
diplomas essenciais, constituindo as propostas de leis documentos anexo nº 7 e
documento anexo nº 8, a seguir indicados:

• Lei n.º 18/16, de 17 de Outubro, Lei da Divisão Político Administrativa;


• Lei n.º 8/16, de 15 de Junho, da Codificação das Circunscrições Territoriais, tendo
como objecto a uniformização da codificação das Províncias, dos Municípios,
dos Distritos Urbanos e das Comunas, aplicável à todas as circunscrições
territoriais e administrativas da República de Angola.

5.5. Propostas de fixação dos limites das novas unidades territoriais

27. Como propostas de alterações à Lei n.º 18/16, de 17 de Outubro, e na sequência


dos trabalhos desenvolvidos, foram constituídas 5 novas unidades territoriais de nível
provincial, resultando na divisão, por duas, de cada uma das cinco províncias objecto de
trabalho, constituindo o conjunto dos mapas documento anexo nº 5 ao presente Relatório.
Adicionalmente, 27 comunas foram elevadas a territórios municipais.

5.5.1. Cuando Cubango

28. Da província do Cuando Cubango, ora dividida, derivam duas unidades territoriais
diferentes, resultando na elevação de oito comunas a territórios municipais, segundo a
descrição que se segue:

• A província do Cuando que compreende: município de Mavinga (Capital),


município de Dirico, município de Rivungo, município de Luiana (elev), município
de Luengue, (elev), município de Mucusso (elev).

• A província do Cubango que compreende: município de Menongue (Capital),


município de Cuíto Cuanavale, município de Cuchi, município de Calai, município
de Cuangar, município de Nancova, município de Longa (elev), município de
Savate (elev), município de Cutato (elev), município de Caiundo (elev).

13
5.5.2. Lunda-Norte

29. Da província da Lunda-Norte, ora dividida, derivam agora duas unidades territoriais
diferentes, resultando na elevação de sete comunas a territórios municipais.

30. A província da Lunda Norte que compreende: o município de Chitato (Capital), o


município de Cuílo; o município de Lucapa, o município de Cambulo, o município de Lóvua,
município de Camissombo (Elev), o município de Xá Cassau (Elev) e o município de Canzar
(Elev).

31. A província da Lunda Oeste que compreende: o município do Cuango (Capital);


município de Caungula; o município de Lubalo; o município de Capenda Camulemba, o
município de Xá-Muteba, o município de Camaxilo (Elev), o município de Luangue (Elev), o
município de Cassanje Calucala (Elev) e o município do Luremo (Elev).

5.5.3. Malanje

32. Da província de Malanje, ora dividida, derivam agora duas unidades territoriais
diferentes, sem a necessidade de elevação de comunas a município.

33. A Província de Malanje Norte que compreende: o município de Calandula (Capital),


o município de Cacuso, município de Massango, município de Marimba, município de Quela,
município de Cahombo, município de Kunda dya Baze e o município de Kiwaba Nzoji.

34. A província de Malanje Sul que compreende: o município de Malanje (Capital), o


município do Quirima, município de Cangandala, município de Cambundi Catembo,
município de Mucari, município de Luquembo.

14
5.65.4. Moxico

35. Da província do Moxico, ora dividida em duas, derivam agora duas unidades
territoriais diferentes, resultando na elevação de nove comunas a territórios municipais.

36. A província do Moxico-Oeste que compreende: o município do Luena (Capital),


município de Cangamba, município de Lumbala Nguimbo, município de Camanongue,
município de Léua, município de Lucusse (elev), município de Cassamba (elev), município de
Lutembo (elev), município de Ninda (elev) e o município do Tempué (elev).

37. A província do Moxico-Este que compreende: o município do Alto Zambeze


(Capital), município de Luacano, município da Cameia, município do Luau, município de
Lumbala Caquengue (elev), município de Caianda (elev), município de Nana Candundo (elev),
município de Calunda (elev), município de Lago Dilolo (elev).

5.5.5. Uíge

38. A província do Uíge, ora dividida, derivam agora duas unidades territoriais
diferentes, resultando na elevação de duas comunas a territórios municipais.

39. A Província do Uíge Este que compreende: o Município de Sanza Pombo (Capital), o
município do Puri, município de Milunga, município de Quimbele, município de Buengas,
município de Cangola, município de Macocola (Elev).

40. A Província do Uíge Oeste que compreende: município de Uíge (Capital); município
do Songo, município de Dange Quitexe, município de Bungo, município de Ambuíla,
município de Negage, município de Maquela do Zombo, município de Damba, município de
Bembe, município de Mucaba, município de Damba, município de Songo, município de
Nsosso (Elev).

15
5.6. Caracterização dos recursos humanos nas 5 províncias e projecção
para os novos entes

41. No âmbito dos trabalhos da Comissão Multissectorial para a alteração da Divisão


Político-Administrativa, foram desenvolvidos trabalhos de levantamento dos recursos
humanos ao serviço dos Órgãos da Administração Local do Estado, na perspectiva de apre-
sentação de uma caracterização do efectivo nas 5 províncias objecto de trabalho, mas, no
que é essencial, para a projecção de crescimento do quadro de funcionários público, tendo
em conta as novas unidades territoriais ora propostas.

42. O Relatório de projecção de Recursos Humanos, constituído documento anexo nº 6


do presente Relatório, estima que, na actualidade, as 5 províncias objecto de trabalho são,
hoje, servidas por um efectivo global de 50.804 agentes e funcionários públicos, parcelados
em 8.150 no regime geral, 6.017, no regime especial da saúde e 36.637 como agentes do
sistema de ensino.

43. Na base deste quadro, é possível fazer-se uma estimativa de crescimento do efecti-
vo de funcionários públicos para as novas unidades territoriais, fixando-se a necessidade
global em 20.306, repartidos em 4.012, para o regime geral, 13.538, para carreiras do regime
especial da saúde, 2.756, para o sistema de ensino, 360 Oficiais de Justiça e 100 agentes
administrativos para os Serviços das Finanças Públicas.

5.7. Proposta de criação de condições mínimas para a gestão e funcionamento


dos novos entes

44. Nos termos do Despacho Presidencial nº 104/21, de 8 de Julho, a Comissão Multis-


sectorial tem a incumbência de propor a alteração dos limites territoriais das províncias
objecto de trabalho o que, tendo em conta o trabalho desenvolvido, resultou no surgimento
de novas unidades territoriais de nível provincial.

45. O surgimento de novas províncias pressupõe a existência de novas capitais de


província, sendo, na essência, convertidos para essa condições circunscrições municipais
que não dispõem, desde já, de condições necessárias para o funcionamento adequado. Na
sequência dos trabalhos da Comissão Multissectorial, foi elaborado o Memorando sobre a
Proposta de Criação de Condições Mínimas para o funcionamento dos novos entes, que
integra o presente relatório como documento anexo nº 7, constituindo, basicamente, uma
lista de infraestruturas que devem ser criadas imediatamente.

16
46. Com efeito, a lista de equipamentos e tarefas necessárias para a instalação inicial
dos Governos Provinciais e da autoridade do Estado é a que se indica no quadro que se
segue.

Nº EQUIPAMENTO OBJECTIVO

01 Plano Director Municipal / Plano Urbanístico Para a organização urbanística e projecção

de crescimento da província.

02 Projecto Integrado – Infraestruturas sociais; Para o estabelecimento de redes de abastecimento

de água potável, electricidade, drenagem

de águas pluviais e residuais.

03 Sede do Governo Provincial Para acomodar os serviços do Governo Provincial.

04 Palácio do Governador Provincial Para residência Oficial do Governador Provincial.

05 Palácio da Justiça Para acolher a Delegação Provincial de Justiça, o

Tribunal Provincial, a Procuradoria-Geral da República,

Conservatória de Registo Civil, Cartório Notarial, Guiché

Único de Empresas.

06 Delegação Provincial do Interior Para acolher os serviços essenciais do Ministério

do Interior.

07 Comando Provincial da Polícia Nacional Para os serviços essenciais da Polícia Nacional.

08 Delegação Provincial de Finanças Para acolher os serviços integrados do Ministério das

Finanças, Administração Geral Tributária, Portal do

Munícipe, Serviço Nacional da Contratação Pública, etc.

09 Aeródromo de Categoria 4C Para a transportação aérea de carácter menor.

10 Centro de Negócios Para servir de espaço de co-working, entidades do

sector financeiro, prestação serviços, etc.

11 Hospital Provincial Para servir de unidade sanitária de referência

provincial.

17
VI. ORÇAMENTO

6.1. Orçamento da Comissão Multissectorial


6.2. Programa de Investimentos Públicos para 2022 dos novos entes territoriais

VII. CONCLUSÕES
47. O Relatório em apreço reporta as grandes acções e tarefas desenvolvidas pela
Comissão Multissectorial para a alteração da Divisão Política-Administrativa das províncias
de Cuando Cubango, Lunda-Norte, Malanje, Moxico e Uíge, criada por força do Despacho
Presidencial nº 104/21, de 08 de Julho. Com efeito, com base no mandato da referida
Comissão e no Plano de Acção e Cronograma de Tarefas previamente definidas,
consideram-se genericamente cumpridas as grandes tarefas e acções relativas à alteração
das cinco províncias objecto do trabalho;

48. O processo teve, por outro lado, uma ampla participação dos cidadãos por via da
consulta pública realizada nos formatos presenciais (Auscultação Provincial e Municipal das
Províncias de trabalho), e a consulta virtual com recurso às novas tecnologias de informação
e comunicação, tendo no global, atingido a cifra de 9.394 cidadãos;

49. Globalmente, o processo resultou no surgimento de cinco novas unidades


territoriais de nível provincial, resultando na divisão, por duas, de cada uma das cinco
províncias inicialmente objecto de trabalho e, adicionalmente, 27 comunas foram propostas
à sua elevação a territórios municipais.

50. Por outro lado, destaca-se o sentido de identidade dos cidadãos destas províncias
que, grosso modo, ao longo do processo de auscultação manifestaram a necessidade de se
preservar os nomes originários das novas províncias a criar, facto que pode ser constatado
nas designações dos novos entes territoriais que observam esta vontade expressa pelas
populações destas províncias;

51. A criação de condições mínimas de funcionamento consubstanciado nas


infra-estruturas a serem erguidas nos novos entes territoriais resultantes deste processo
de ajustamento da Divisão Político-administrativa, deve constituir a prioridade de actuação
das entidades competentes envolvidas, visando a concretização e implementação desta
estratégia.

18
VIII. ANEXOS

6.1. Orçamento da Comissão Multissectorial


6.2. Programa de Investimentos Públicos para 2022 dos novos entes territoriais

VII. CONCLUSÕES
ANEXO Nº 1 – PLANO DE ACÇÃO E CRONOGRAMA DE TAREFAS;
ANEXO Nº 2 – TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O PROCESSO DE AUSCULTAÇÃO PÚBLICA;
ANEXO Nº 3 – RELATÓRIO DO PROCESSO DE AUSCULTAÇÃO PÚBLICA;
ANEXO Nº 4 – MEMORANDO SOBRE A CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA;
ANEXO Nº 5 – RELATÓRIO SOBRE A PROJECÇÃO DE RECURSOS HUMANOS;
ANEXO Nº 6 – PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DA DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
NAS 5 PROVÍNCIAS;
ANEXO Nº 7 – PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DA LEI DA CODIFICAÇÃO DAS CIRCUNSCRIÇÕES
TERRITORIAIS.

COMISSÃO MULTISECTORIAL PARA A ALTERAÇÃO


DA DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO PAÍS,

Luanda, 07 de Outubro de 2021.

19

Você também pode gostar