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ELÉTRICAS I
Introdução
Geradores síncronos são as máquinas elétricas mais comumente usa-
das para geração de energia elétrica, empregadas em fontes eólicas,
usinas hidrelétricas de barragem e a fio d’água, plantas termoelétricas
a carvão, gás natural ou vapor aquecido pela fissão nuclear de átomos
de urânio. Naturalmente, além dessas aplicações de grande porte, você
pode encontrar geradores síncronos em pequenas unidades geradoras,
como centrais de cogeração, biomassa e aproveitamento hidráulico em
pequenas quedas d’água.
Para saber como dimensionar um gerador para qualquer uma dessas
aplicações, você precisa conhecer o seu funcionamento, seus principais
parâmetros, além de detalhes a respeito da sua construção. A comunhão
desses conceitos servirá para atuar com quaisquer geradores, indepen-
dentemente de seu porte, pois os princípios construtivos são idênticos
em uma máquina de 10 kW como em outra de 100 MW.
Tendo isso em mente, neste capítulo, você será apresentado aos
princípios construtivos dos geradores síncronos, à velocidade síncrona
e à tensão gerada no estator.
2 Gerador síncrono I
Por outro lado, a Figura 2a apresenta um rotor de seis polos salientes, com
o detalhamento de um segmento do polo saliente, marcando nele o circuito
de campo daquele polo, a indicação norte e um apontamento à presença de
anéis deslizantes. A Figura 2b serve como um complemento, pois fornece a
visão de um gerador síncrono real de oito polos salientes.
Figura 2. (a) Rotor de um gerador síncrono de seis polos salientes. (b) Rotor com oito polos
salientes (rotor de eletroímãs).
Fonte: Chapman (2013, p. 193).
Como você pode notar, é necessário que uma fonte externa de energia
ainda seja disponibilizada para que a máquina tenha seu circuito de campo
alimentado, embora agora não se tenha a indesejada perda nas escovas e nos
anéis. Porém, existe um meio de excitar o circuito de campo sem utilizar uma
fonte externa: por meio do uso de uma excitatriz piloto, que é muito similar à
excitatriz brushless, porém sem a necessidade de uma fonte externa. A Figura 5
apresenta um esquema elétrico dessa abordagem.
Gerador síncrono I 7
Como você pode perceber, a excitatriz brushless ainda está lá, sendo que
a diferença é que passa a ser possível alimentá-la por meio de outro gerador
síncrono de ímãs permanentes. Assim, embora se exija uma construção mais
detalhada e uma montagem de duas máquinas auxiliares no eixo principal,
o ganho é que a máquina funciona independentemente da presença de uma
fonte externa. A Figura 6, a seguir, apresenta uma visão em recorte de uma
máquina que demonstra essa estrutura.
8 Gerador síncrono I
Velocidade síncrona
A particularidade que distingue as máquinas elétricas síncronas dos outros
tipos é sua operação na velocidade síncrona. Um gerador síncrono sempre
produz tensões na frequência síncrona — isso é a característica marcante
dessa máquina, pois mesmo pequenas variações na sua velocidade levam a
alterações na frequência. Com base nos fundamentos de máquinas elétricas
de corrente alternada (CA), você sabe que o campo magnético da máquina
síncrona, por ser constante — isto é, não varia seu módulo com o tempo —,
produz tensões no estator conforme os enrolamentos são “cortados” pelas
linhas de campo do rotor.
Isso faz com que, quanto mais polos uma máquina tenha, maior seja o
número de vezes que um dado enrolamento é cortado por diferentes polos
(norte e sul). Consequentemente, para uma dada velocidade, quanto maior
for o número de polos, maior também será a frequência elétrica. A seguinte
equação resume esse conceito matematicamente.
Gerador síncrono I 9
Dois geradores síncronos, de 10 e 12 polos, estão conectados a uma turbina a vapor com
rotação nominal de 1200 RPM. Calcule a frequência gerada por cada um dos geradores.
Resposta:
Logo, a frequência elétrica do gerador 1 é 100 Hz, e do gerador 2 é 120 Hz. Embora
sejam frequências não tradicionais em sistemas elétricos, é bom ter conhecimento
do conceito da equação, pois, eventualmente no meio profissional, você deparar-se-á
com casos atípicos.
Ea = Kϕω
Leitura recomendada
TEIXEIRA, F. H. P. Metodologia para projeto, construção e ensaios em máquina síncrona de
imã permanente - MSIP. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) — Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. Disponível
em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18133/tde-27112006-085220/. Acesso
em: 1 maio 2019.