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AVEIRO 2000
Pretende-se com este trabalho a apresentação de uma tarefa que possa ser usada, em sala
de aula, para leccionar conceitos de Estatística que constam do actual Programa de
Matemática do 10º Ano do Ensino Secundário. E, ao mesmo tempo, tirar partido do
facto dos alunos terem na mão uma ferramenta tão poderosa como é a calculadora
gráfica.
Na tabela estão indicados a idade (I), a altura (A), e as médias por jogo, dos minutos em
campo (M) e dos pontos marcados (P), da equipa de Basquetebol do Porto na presente
época (2000 / 2001) até à 13ª jornada segundo dados recolhidos no site da
Infordesporto: http://www.infordesporto.pt
Comecemos por introduzir os dados da tabela acima nas listas da nossa calculadora
gráfica.
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T 3 - Estatística e Calculadoras Gráficas
dados dos quais pretendemos calcular a média estão, respectivamente, na lista 1 e na
lista 2, basta só dar uma instrução à máquina.
Vendo esta sequência de écrans da calculadora, podemos dizer que a média das idades é
26.5 anos e que a média das alturas é 1.98 metros.
Vamos construir um conceito “novo” desvio padrão e dizemos construir porquê?
Porque, podíamos olhar para a sequência de écrans apresentada acima e dizer, por
exemplo, que o desvio padrão das idades é 4.31;
Qual o significado deste número? Será o resultado da aplicação da fórmula
∑ (x )
N
2
i −x
σ= i =1
? Que fórmula!!!
N
Comecemos por ver o significado das palavras: desvio e padrão!
O desvio também significa afastamento, e padrão está de certa forma, relacionado com
média, então somos levados a pensar que o desvio padrão deve medir o afastamento
médio de cada valor da variável em estudo em relação à média.
Tomemos então a lista 1 (a lista das idades) e vamos construir a lista 2 como a diferença
entre cada valor da lista 1 e a média das idades, previamente calculada e guardada
automaticamente em x pela máquina, depois vamos calcular com papel e lápis, mas
usando a calculadora, a média desta nova lista, pedindo no écran principal a soma de
todos os valores desta lista e depois, é só dividir por 12 para obter o “desvio padrão”!
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Oh! A soma é zero! Como é que podemos calcular a média desta lista?! Será zero?!
Pensando bem, se uns valores estão aquém da média outros vão estar além, e, então, a
soma dos desvios vai ser sempre zero e não faz sentido calcular a média dos desvios,
pelo menos desta maneira!
Vamos olhar para a lista 2 e pensar no nosso objectivo! Calcular a “média” desta lista.
Se arranjarmos um processo de fazer desaparecer os valores negativos, teremos parte do
nosso problema resolvido. Ora isto pode ser feito, por exemplo, elevando toda a lista ao
quadrado e depois fazer novamente todo o processo “manual” para calcular a média
desta nova lista.
Obtivemos 18.58 que é um valor que se afasta muito do desvio padrão que a máquina já
tinha calculado! Mas, não nos podemos esquecer que elevámos a lista 2 ao quadrado e
para obter o que pretendemos temos que aplicar a operação inversa de elevar ao
quadrado que é, calcular a raiz quadrada de 18.58 e assim obtemos o valor pretendido.
Pensamos que ao apresentar este conceito desta maneira “interactiva” os estudantes têm
muito mais a ganhar do que com o debitar puro e simples de um número que a máquina
lhes dá e do qual desconhecem totalmente o significado.
Continuando com a equipa de Basquetebol do Porto
Será que existe alguma relação entre a altura do jogador e os minutos que este está em
campo? Dito de outra forma, será que os jogadores mais altos são solicitados mais vezes
a jogar?
E entre a idade e os pontos que marca? Será que os jogadores mais novos marcam mais
pontos?
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E quanto à eficácia do jogo, será que existe relação entre os minutos de jogo e os pontos
obtidos?
Uma boa maneira de ter uma ideia desta situação e tentar chegar a uma conclusão é
representar cada duas variáveis no mesmo gráfico.
Cada elemento da população ficará representado por um ponto, cujas coordenadas são
os minutos de jogo e os pontos obtidos. A este gráfico chamamos diagrama de dispersão
da distribuição.
Pela análise do presente gráfico somos tentados a dizer que existe uma forte relação
entre o tempo que cada jogador permanece em campo e o número de pontos que marca,
pois, se repararmos, à medida que o tempo de jogo aumenta também o número de
pontos marcados aumenta.
Quanto às outras questões levantadas na proposta deixamos que seja o próprio leitor a
realizar as tarefas e a tirar as conclusões que achar adequadas.
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Ainda a equipa de Basquetebol do Porto
Usando as ferramentas de desenho que a máquina dispõe, procura a recta que melhor
ajusta a nuvem de pontos anteriormente obtida.
Observemos que levámos o aluno a construir a sua recta de regressão, pois ele começa
por desenhar um segmento de recta, obtendo dois pontos, o inicial e o final. De seguida,
ele vai encontrar a equação da recta que passa por esses dois pontos (esperto! usou um
programa para a calculadora previamente fornecido pelo professor, para que possa fazer
boa figura!) e depois está em condições de responder ao pedido. O que novamente
vamos deixar para o leitor.
Vamos sim, pedir à máquina a equação da recta de regressão que melhor ajusta esta
nuvem de pontos e ver até que ponto estamos, ou não, longe do objectivo a que nos
propusemos.
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Reparemos que as duas rectas “quase” se confundem, o que revela que o nosso processo
“manual” de usar a tecnologia não é assim tão mau, possibilitando que o aluno construa
os seus próprios conceitos, em vez de se servir de conceitos construídos por outros
(nós)!
• Com base no gráfico, queremos saber quais os jogadores que têm tido melhor
desempenho.
Recta de regressão é a recta que melhor se ajusta aos pontos do diagrama de dispersão.
De todas as rectas do plano, é na recta de regressão que é mínima a soma dos quadrados
dos desvios de cada ponto do diagrama, à recta.
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Qual parece ser a posição relativa do ponto (x, y ) em relação à recta de regressão?
Confirmemos as nossas suspeitas.
(...)
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