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Resumo de A Filosofia de Michel

Foucault
Neste livro, introdução à obra de Michel Foucault, Esther Díaz traça com
clareza a trajetória da investigação do filósofo francês, articulando seu
pensamento e sua vida, recurso dos mais pertinentes para o momento
atual.

Amplamente reconhecida em seu país, a Argentina, onde esta obra foi


editada diversas vezes, a autora assume o olhar retrospectivo de Foucault
sobre seu trabalho ao final da vida. Como resultado, leva o leitor a uma
ampla percepção acerca dos grandes temas que ele problematizou ao
longo de quase trinta anos: loucura, doença, trabalho, linguagem,
anormalidade, aprisionamento, confissão, sexualidade, técnicas de si, vida.

Outra escolha de Díaz foi orientar-se por uma maneira singular de


entender a filosofia de Foucault, no sentido de uma ontologia histórica:
ontologia porque o pensador se ocupa dos entes, da realidade, do que
ocorre; histórica porque ele reflete a partir dos acontecimentos, de dados
empíricos, documentos.

A autora ainda opta por pensar a filosofia de Foucault a partir de


Nietzsche, citado ao longo de toda a obra. Ela justifica: “Foucault não
somente organiza sua genealogia levando em conta as críticas de
Nietzsche à História tradicional, mas também aborda problemáticas
trabalhadas especificamente por Nietzsche: a culpa, o castigo, a
crueldade, a falta, a lei, a pena, a justiça”.

Ela pontua, porém, que, embora faça filosofia a partir de Nietzsche,


Foucault pensa para além dele e problematiza novos discursos e práticas
para diagnosticar a época contemporânea. Deleuze e Guattari também
perpassam vivamente o livro.

Em especial por meio do texto de Deleuze a respeito de Foucault e de


cruzamentos com O anti-Édipo, escrito em coautoria com Guattari.
Foucault inicia sua própria microfísica a partir da produção desses dois
autores, ambos influenciados pelos estudos micropsíquicos de Freud e
pelas investigações da mecânica quântica.

Com tais recursos, Díaz traz à tona o enfoque da produção de Foucault,


que, como ele enfatizou poucos meses antes de morrer, resulta não do
trabalho de um historiador, mas, antes, de um “exercício filosófico”.

Acesse aqui a versão completa deste livro

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