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Aula única

PC-MS (Perito Criminal - Área 3 -


Engenharia Ambiental/ Agrônoma)
Cartografia, Geoprocessamento e
Geoposicionamento - 2023 (Pré-Edital)

Autor:
Alexandre Vastella

08 de Fevereiro de 2023

98851624291 - sabrina costa campos


Alexandre Vastella
Aula única

Aula única - Cartografia, Geoprocessamento e Geoposicionamento - PC MS - Prof. Alexandre Vastella


Introdução .................................................................................................................................................... 2
7. Cartografia, Geoprocessamento e Geoposicionamento ........................................................................... 3
O que é cartografia? ................................................................................................................................. 3
O que é geoprocessamento? .................................................................................................................... 6
O que é geoposicionamento? ................................................................................................................... 9
Resumão de conceitos prévios do Edital ................................................................................................. 11
7.1 Sistemas sensores ................................................................................................................................. 12
O que são sistemas sensores? ................................................................................................................. 12
Conceito de sensor .............................................................................................................................. 12
Sensor e espectro eletromagnético .................................................................................................... 13
Resoluções dos sistemas sensores .......................................................................................................... 17
Resolução espacial .............................................................................................................................. 17
Resolução temporal ............................................................................................................................ 18
Resolução radiométrica ...................................................................................................................... 19
Resolução espectral ............................................................................................................................ 20
7.2 Característica ........................................................................................................................................ 21
Características do geoposicionamento ............................................................................................... 22
Características do geoposicionamento de dados via GPS ................................................................... 23
Cuidados no geoposicionamento: o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC) ...................................... 27
7.3 Interpretação de imagens e aplicação. .................................................................................................. 30
Tratamento e interpretação digital de imagens ...................................................................................... 30
Imagens de radar ................................................................................................................................ 30
Imagens multiespectrais ..................................................................................................................... 34
Imagens multitemporais ..................................................................................................................... 37
Processamento Digital de Imagens (PDI) ............................................................................................ 39
Questões objetivas ..................................................................................................................................... 44
Lista de questões .................................................................................................................................... 44
Gabarito.................................................................................................................................................. 48

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INTRODUÇÃO
Olá, concurseiros! Sejam muito bem vindos ao nosso curso específico de Noções de Cartografia,
Geoprocessamento e Geoposicionamento para a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul elaborado de
acordo com as necessidades do Edital nº 01/2021 - SAD/SEJUSP/DGPC/DP

Para quem não me conhece, sou Alexandre Vastella, professor do Estratégia Concursos desde
2016. Como geógrafo, professor e pesquisador, trabalho desde 2010 acumulando experiência com
grandes empresas no ramo; e agora estou aqui para ajudar vocês na aprovação. Nosso curso será
específico para a Área 3 Meio Ambiente. Vejamos os itens abordados no recorte do Edital:

ÁREA 3: 1. Meio Ambiente


==a8e64==

Perceba que o nosso curso somente abrangerá os assuntos relacionados a Cartografia,


Geoprocessamento e Geoposicionamento, e não os demais temas. Os outros itens serão ofertados por
outros professores. Temos, portanto, apenas uma aula em PDF (no caso, este PDF que você está lendo) e
uma aula em vídeo que estará disponível a partir da semana do dia 08/11/2021 na Área de Aluno de vocês.
Veja abaixo como vai funcionar — ou melhor, como funcionam todos os cursos do Estratégia:

Aula em vídeo Aula em PDF Fórum de dúvidas

Aula escrita em formato


Aula gravada em formado de Apoio em fórum eletrônico
eletrônico (PDF), com
vídeo, na mesma ordem do PDF. na Área do Aluno.
teoria + questões.

Têm acesso às videoaulas gratuitas


Público geral no YouTube; porém, só no Não têm acesso. Não têm acesso.
momento da transmissão.

Têm acesso às vídeoaulas Têm acesso ilimitado ao


Aluno do Têm acesso a todos os
completas quando precisar, fórum, com resposta em até
Estratégia PDFs do curso.
inclusive para download. cinco dias úteis.

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Por último, para que possamos continuar fazendo este trabalho, pedimos que não comprem
material pirata nem material de rateio, isso é crime! Não quero ser chato logo de início, mas tenham
consciência que a única empresa legalmente autorizada a vender este curso é o Estratégia Concursos
por meio do site oficial: www.estratégiaconcursos.com.br. Além de o material ser eletronicamente
rastreado (o que pode dar um problemão para quem compra curso ilegalmente), pensem que construir
um PDF como este aqui demanda horas e horas de preparação e estudo. Sendo assim, não é justo que
outras pessoas roubem o nosso material e ganhem dinheiro em cima dele sem fazer nada, apenas
vendendo o trabalho dos outros. Dito isso, vamos aos estudos:

7. CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E
GEOPOSICIONAMENTO
O item "7" abordado nesta aula é composto por três grandes áreas: cartografia,
geoprocessamento e geoposicionamento. Por isso, antes de entrarmos nos conteúdos específicos dos
subitens "7.1 sistemas sensores", "7.2 característica", "7.3 interpretação de imagens e aplicação", vamos
falar brevemente sobre estas três grandes áreas.

O que é cartografia?

Grosso modo, a Cartografia é a ciência responsável pela elaboração de mapas, sendo dividida em
duas áreas:

A Cartografia é a arte ou a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda


Cartografia espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros levantamentos até a
impressão final dos mapas.

Cartografia Temática é um ramo da Cartografia que diz respeito ao planejamento,


Cartografia execução e impressão de mapas sobre um fundo básico, ao qual são anexadas
temática informações através de simbologia adequada, visando atender as necessidades de um
público específico [fonte].

Cartografia Sistemática é um ramo da Cartografia que diz respeito à representação


genérica da superfície tridimensional da Terra no plano; cuja preocupação central está
Cartografia
na localização precisa dos fatos, na implantação e manutenção das redes de apoio
sistemática
geodésico, na execução dos recobrimentos aerofotogramétricos e na elaboração e
atualização dos mapeamentos básicos [fonte].

No geral, a cartografia temática é mais "visual"; já a cartografia sistemática é mais "matemática".


Quando escolhemos legendas, cores e atributos visuais, estamos exercendo a cartografia temática. Já

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quando estamos escolhendo as projeções geodésicas (formato da Terra) ideais para uma determinada
representação, por exemplo, estamos nos referindo à cartografia sistemática.

Vejamos agora alguns conceitos básicos de cartografia:

Mapa e escala

Um mapa é sempre uma representação reduzida da superfície terrestre. Sendo assim, o que
determina esta redução é a proporção entre o desenho e a superfície real; ou seja, a escala cartográfica.
Portanto, a escala indica quanto a realidade foi reduzida para caber em um determinado mapa. Partindo
desse pressuposto, a escala cartográfica pode ser numérica ou gráfica. Vejamos as diferenças entre as
duas:

Escala CARTOGRÁFICA – numérica versus gráfica

Escala numérica Escala gráfica

Na escala numérica, o numerador (número da Na escala gráfica, as dimensões do gráfico se referem às


esquerda) indica a área do mapa; enquanto isso, o medidas do mapa. Neste caso, o número serve de medida
denominador (número da direita) índica a área real.
real.
A escala gráfica do exemplo acima indica que na exata
No exemplo acima, significa que para cada 1 distância desenhada, há 50, 100 ou 150 metros na vida
centímetro no mapa, existem 500.000 real.
centímetros na vida real.
Este tipo de escala pode ser reduzida ou ampliada junto
Portanto, cada centímetro no mapa corresponde com o mapa que sempre manterá sua proporção original.
à 5 quilômetros da realidade.

Coordenadas

Para a prática da cartografia digital, necessário que haja um sistema de coordenadas estabelecido.
Funcionando como “endereços” da Terra, as coordenadas estabelecem números exclusivos para cada
ponto da superfície terrestre. Com base em um plano cartesiano, as coordenadas sempre possuem
latitudes e longitudes, ou seja, estão atreladas aos eixos X e Y. Conforme o quadro:

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O plano cartesiano é um objeto matemático plano e composto por


duas retas numéricas perpendiculares, ou seja, retas que possuem
apenas um ponto em comum, formando um ângulo de 90° [fonte]

A linha vertical é conhecida como eixo Y. Na geografia, as linhas


verticais são chamadas de meridianos e medem a latitude. O
meridiano central é o de Greenwich.

A linha horizontal é conhecida como eixo X. Na geografia, as linhas


horizontais são chamadas de paralelos e medem a longitude. O
paralelo central é a linha do Equador.
São medidas pelos paralelos, linhas
Latitude Coordenadas no sentido norte-sul (eixo Y)
horizontais.
São medidas pelos meridianos, linhas
Longitude Coordenadas no sentido leste-oeste (eixo X).
verticais.

Sistema de Coordenadas UTM

A Universal Transversal de Mercator (UTM) é, provavelmente, o sistema de coordenadas mais


utilizado em SIG. Baseada na projeção cartográfica cilíndrica de Gerhard Mercator, o UTM possui a grande
vantagem de apresentar coordenadas planas. Isto é particularmente útil quando trabalhamos com
pequenas áreas (escalas cartográficas grandes), pois a distância e a área serão as mesmas para todos os
pontos. Para que isso fosse possível, o sistema UTM – ao contrário das coordenadas geográficas – divide a
Terra em fusos, ou seja, em “pedaços” teoricamente planos. Vamos entender melhor essa comparação:

Sistema de Coordenadas Geográficas Sistema UTM

Coordenadas geodésicas (formato da Terra) Coordenadas planas (artificialmente concebidas)


Leva em consideração uma Terra teoricamente plana; mas
Leva em consideração a curvatura da Terra.
para isso, a divide em fusos (seções planas).
A principal vantagem é a sua regularidade: já que as áreas
A principal vantagem é a sua versatilidade, pois
são “planas”, é possível obter um melhor cálculo de áreas e
pode ser usado para o planeta inteiro.
distâncias.

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Ao contrário das coordenadas geográficas que trabalham com graus, o sistema UTM utiliza o
metro (m) como unidade para medir distâncias e determinar a posição de um objeto. Além disso, o
sistema UTM, não acompanha a curvatura da Terra e por isso seus pares de coordenadas também são
chamados de coordenadas planas. De uma forma mais simples, o mundo é dividido em 60 fusos planos,
onde cada um se estende por 6º de longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no
fuso 180º a 174º a oeste de Greewich, e continuando para leste. Um mesmo par de coordenadas pode se
repetir nos 60 fusos diferentes [fonte]. Conforme as imagens abaixo:

O que é geoprocessamento?

Geoprocessamento é o termo que designa o conjunto de geotecnologias que engloba áreas como
topografia, fotogrametria, cartografia, sensoriamento remoto, geoestatística ou os próprios SIGs. Sendo
assim, os sistemas de informação geográfica (SIG), a cartografia e o sensoriamento remoto – temas que
estudamos no nosso curso – nada mais são do que partes desse universo maior chamado
“geoprocessamento”. Conforme aponta Gilberto Câmara, “se onde é importante para seu negócio,
então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho” [fonte].

Para facilitar ainda mais o entendimento, pense que o SIG é uma geotecnologia. O sensoriamento
remoto é uma geotecnologia. A topografia é uma geotecnologia; e assim por diante. O conjunto de
geotecnologias é denominado geoprocessamento. Embora o nosso curso seja sobre
“geoprocessamento”, não aprofundaremos o tema pelo fato (óbvio) deste ser muito, muito... longo
Estudaremos apenas algumas geotecnologias que cairão na prova; ou seja, apenas uma pequena parte
desse grande universo.

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Para entender melhor - geoprocessamento versus geotecnologia

Tecnologia para o processamento de dados geográficos. Por exemplo: SIG,


Geotecnologia cartografia, sensoriamento remoto, geoestatística, etc.
Cada uma dessas é uma geotecnologia diferente.

É o CONJUNTO de geotecnologias. Portanto, algo bastante amplo.


Geoprocessamento O SIG é somente uma das muitas geotecnologias e apenas uma pequena parte do
universo do geoprocessamento.

Diferença conceitual entre SIG e Geoprocessamento [fonte]

Ciência que lida com a aquisição, tratamento, análise e comunicação de


Geoprocessamento
informações geográficas por meio de métodos numéricos ou quantitativos (mais
ou Geomática
amplo)

Sistema de Um conjunto de facilidades voltado à captura, armazenamento, verificação,


Informação integração, manipulação, análise e visualização de dados referenciados à Terra
Geográfica (SIG) (menos amplo).

É importante sabermos o que são os Sistemas de Informação Geográfica porque é um assunto


muito frequente nas provas. Grosso modo, são sistemas para fazer mapas e bases cartográficas.
Vejamos:

Sistemas de Informação Geográficas (SIG)

De forma geral, Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um conjunto de programas,


equipamentos, metodologias, dados, e pessoas (usuário), perfeitamente integrados, de forma a tornar
possível a coleta, o armazenamento, o processamento, e a análise de dados georreferenciados, bem
como a produção de informação derivada de sua aplicação [fonte]. De forma mais sucinta, SIGs são
sistemas computadorizados destinados ao processamento de dados espaciais. Ou seja, sistemas que
envolvem mapas e bases cartográficas.

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Dados que estão associados a um sistema de coordenadas conhecido, ou seja,


Dados
vinculam-se a pontos reais dispostos no terreno, caracterizados, em geral,
georreferenciados
pelas suas coordenadas de latitude e longitude [fonte].

O que é SIG?

“O termo sistemas de informação geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam
o tratamento computacional de dados geográficos. A principal diferença de um SIG
para um sistema de informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os
atributos descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos. Assim,
para cada lote num cadastro urbano, um SIG guarda, além de informação descritiva como
proprietário e valor do IPTU, a informação geométrica com as coordenadas dos limites do
lote.” [fonte].

Apesar de ter sido concebido ainda nos anos 1960, foi somente após a revolução tecnológica dos
anos 1990 que o SIG de fato se desenvolveu. Este crescimento só foi possível graças à evolução do
computador (hardware), e de programas específicos (software) que passaram a conseguir resolver os
problemas de quantificação de forma rápida e eficiente. Nos últimos anos, a a utilização dos SIGs vem
crescendo rapidamente em todo o mundo, uma vez que possibilita um melhor gerenciamento de
informações e a consequente melhoria nos processos de tomada de decisões em áreas de grande
complexidade, como por exemplo, planejamento municipal, estadual e federal, proteção ambiental, redes
de utilidade pública, entre outros. [fonte].

Embora sejam principalmente estudados dentro da ciência geográfica, os SIGs possuem larga
utilização em diferentes campos do conhecimento, incluindo ciências exatas, biológicas, humanas e
aplicações tecnológicas. Estes permitem a visualização espacial de variáveis como população de
indivíduos, índices de qualidade de vida ou vendas de empresa numa região através de mapas. No quadro
abaixo, seguem algumas aplicações de SIGs [fonte]:

Algumas funcionalidades de um SIG

Planejamento e Redes de infraestrutura como água, luz, telecomunicações, gás e esgoto, planejamento e
gerenciamento supervisão de limpeza urbana, cadastramento territorial urbano e mapeamento eleitoral.
urbano

Saúde e educação Rede hospitalar, rede de ensino, saneamento básico e controle epidemiológico.

Transporte Supervisão de malhas viárias, roteamento de veículos, controle de tráfego, sistemas de


informação turística.

Segurança Supervisão de espaço aéreo, marítimo e terrestre; controle de tráfego aéreo, sistemas de
cartografia náutica, serviços de atendimento emergenciais.

Uso da terra e Estocagem e escoamento da produção agrícola, classificação de solos e vegetação,


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planejamento gerenciamento de bacias hidrográficas, planejamento de barragens, cadastramento de


agropecuário propriedades rurais, levantamento topográfico e planimétrico, mapeamento de uso da
terra.

Uso de recursos Controle do extrativismo vegetal e mineral, classificação de poços petrolíferos,


naturais planejamento de gasodutos e oleodutos, distribuição de energia elétrica, identificação de
mananciais, gerenciamento costeiro e marítimo.

Meio ambiente Controle de queimadas, estudos de modificações climáticas, acompanhamento de


emissão e ação de poluentes, gerenciamento florestal de desmatamento e
reflorestamento.

Atividades Planejamento de marketing, pesquisas socioeconômicas, distribuição de produtos e


econômicas serviços, transporte de matéria prima e insumos.

Nota-se que o que distingue o SIG dos outros sistemas de


informação é o seu caráter dual: enquanto o dado comum pode ser
acessado somente pelo seu atributo, o dado em SIG pode ser acessado
tanto pelo seu atributo quanto pela sua localização. Portanto, os sistemas
de informação geográfica, em relação aos sistemas convencionais,
apresentam maior grau de complexidade, fornecendo maiores subsídios
à tomada de decisões. Em termos mais amplos, SIGs constituem
ferramentas que permitem o processamento de dados espaciais em
informações espaciais, e finalmente, em explicações espaciais para
entender o mundo real.

O que é geoposicionamento?

A localização geográfica é o elemento que distingue a informação geográfica de outros tipos de


informação. Sendo assim, métodos para especificar a localização na superfície terrestre são essenciais
para a criação e a manipulação de informações geográficas úteis. Por meio da localização, é possível
conhecer coordenadas, medir distâncias, calcular áreas, realizar sobreposições, etc. Sem a localização,
nada disso seria possível. É por isso que o geoposicionamento (ou georreferenciamento) é tão importante
– sem ele, não há dado geográfico; há um dado comum. Vejamos a definição abaixo:

O que é georreferenciar ou geoposicionar?

Georreferenciar uma imagem ou mapa é tornar suas coordenadas conhecidas num dado
sistema de referência. [fonte].

Basicamente, portanto, o termo geoposicionamento consiste na atribuição de um sistema de


coordenadas a um determinado objeto. Ou seja, significa a transformação de um dado comum a um
dado geográfico. Sendo assim, uma das características mais úteis de um dado georreferenciado é a sua
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exclusividade. Por mais que o planeta seja grande, cada par de coordenadas geográficas é único. É por
meio dessa posição, precisa e exclusiva, que podemos, por exemplo, cruzar pontos de ocorrências de
crimes com dados de renda, por exemplo.

Com base nessas definições, podemos perceber que enquanto o dado comum – tabelas com
nomes e números – constituem simplesmente bancos de dados; dados georreferenciados, com
coordenadas atribuídas, constituem bancos de dados geográficos.

Termo genérico que designa todo local onde estão armazenados dados,
Banco de Dados
sendo geográficos ou não.

Assim como o termo acima, trata-se de locais onde estão armazenados


Banco de Dados Geográficos
dados. No entanto, ao contrário de um banco de dados comum, o banco
(BDG)
de dados geográficos suporta dados georreferenciados.

Sistema de Gerenciamento Conjunto de softwares responsáveis pelo gerenciamento de banco de


de Banco de Dados (SGBD) dados, que podem ser geográficos ou não.

Para entendermos como os arquivos georreferenciados são importantes, em um sistema de


informação geográfica (conceito que veremos posteriormente) cada arquivo está associado a uma
tabela de atributos, na qual podemos extrair informações sobre as feições espaciais apresentadas no
mapa. Parece confuso, mas é simples entender: imaginemos um mapa digital hipotético como, por
exemplo, da população dos estados do Brasil. Um mapa impresso possuiria somente o contorno físico das
unidades da federação – as divisas estaduais. No entanto, mapas digitais também possuem dados
georreferenciados; neste caso, a população dos estados. Vejamos:

Exemplo de dado georreferenciado – população do Brasil

Feição gráfica – divisas estaduais do Banco de dados geográficos com dados georreferenciados –
Brasil população dos estados do Brasil

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No caso acima, a feição gráfica (mapa do Brasil) está associada a uma tabela de atributos com os
dados geográficos; no caso, a população dos estados. Essas duas instâncias estão intimamente associadas,
conforme podemos observar abaixo:

A indissociabilidade entre feições gráficas e tabela de atributos

No exemplo ao lado – o mesmo da imagem acima –


a população do Brasil foi inserida em um software
de mapeamento.
Perceba que os estados selecionados (na tabela,
em verde) aparecem em amarelo na feição gráfica
do Brasil. Quando você clica em um,
automaticamente clica em outro.
Isso evidencia que tabela de atributos e feições
gráficas estão intimamente conectados. Ou seja,
os dados georreferenciados são fundamentais para
qualquer mapa.

Criando mapas com dados georreferenciados

Ainda utilizando o exemplo acima, com base nos


dados georreferenciados, seria possível criar um
mapa de regiões do Brasil (conforme imagem ao
lado).
Eu poderia, simplesmente, mandar o software
pintar cada região de uma cor.
Do mesmo modo, eu poderia fazer um mapa de
população com cada cor uma intensidade
populacional diferente. As opções são muitas!

Por meio desta tabela com dados georreferenciados podemos compor mapas temáticos, fazer
cálculos estatísticos, delimitações de área, entre outros.

Resumão de conceitos prévios do Edital

• Geoprocessamento é o conjunto de geotecnologias como, por exemplo, cartografia ou


sensoriamento remoto. É, portanto, algo MUITO amplo.
• Cartografia, uma das geotecnologias, é a ciência ou a arte de elaboração de mapas,
podendo ser analógica ou digital.
• Geoposicionamento é a atribuição de coordenadas geográficas a objetos conhecidos na
superfície terrestre.

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Podemos dizer que o geoprocessamento trabalha com dados georreferenciados do


geoposicionamento que, consequentemente, servem para a elaboração de mapas dentro do ramo da
cartografia. Tendo isso em vista, vamos para os itens específicos:

7.1 SISTEMAS SENSORES


O primeiro subitem do tema é sobre sistemas sensores, algo que entra dentro do campo do
sensoriamento remoto, que é a geotecnologia responsável pela captura e processamento de imagens
remotas (aéreas, de satélite, de drones, etc). Nas linhas abaixo, veremos as definições, o funcionamento,
os tipos e as resoluções destes principais sistemas sensores.

O que são sistemas sensores?


Conceito de sensor

Os sistemas sensores são aqueles que captam e registram a radiação eletromagnética


transformando-as em imagens e dados para análise e mapeamento. Parece complicado, mas a lógica é
simples: são apenas dados provenientes de imagens de satélite ou fotografias aéreas.

Os sistemas sensores fazem parte de algo chamado sensoriamento remoto, que técnica que
utiliza sensores para a captação e registro à distância, sem o contato direto, da energia refletida ou
absorvida pela superfície terrestre [fonte].

Sensoriamento Remoto
Do termo “sensor”; ou seja, designa a captura de O termo “remoto” significa que as imagens são
imagens por aparelhos, tais como câmeras ou capturadas de longe, à distância; tal como os
satélites. satélites fazem.
Logo, sensoriamento remoto é a captura de imagens à distância.

No contexto apresentado, os sensores podem ser entendidos como dispositivos capazes de


captar a energia refletida ou emitida por uma superfície qualquer e registrá-la na forma de dados digitais
diversos; como dados, gráficos, números e principalmente, imagens. Estes dados são armazenados,
manipulados e analisados por meios de softwares específicos. Sendo assim, há uma grande relação entre
as técnicas do sensoriamento remoto e os Sistemas de Informação Geográfica (sistemas de mapeamento
de dados georreferenciados que produzem mapas e bases cartográficas): não por acaso, a maioria dos
softwares de SIG possuem ferramentas para trabalhar imagens de satélite e dados derivados de sensores.

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Sensoriamento remoto: exemplos de aplicação

Mapeamento de uso e ocupação do solo Identificação de vetores de expansão urbana


(geografia agrária) (geografia urbana)
Monitoramento de queimadas (biologia, Estudo das dinâmicas do relevo (geomorfologia,
biogeografia) geologia)
Monitoramento de cultivos agrícolas (geografia Projetos de infraestrutura (engenharia, geografia).
agrária, agronomia)
Monitoramento de desmatamento (biologia, Previsão do tempo (climatologia e meteorologia)
biogeografia).

Conforme evidencia o quadro acima, o sensoriamento remoto possui uma ampla gama de
aplicações. No entanto, para a aquisição destes dados, é necessário que haja os seguintes elementos
básicos [fonte]:

Fonte ou energia radiante, como o sol. Lembrando que imagens de satélite, por exemplo,
nada mais são do que energia refletida. Sendo assim, a luz solar é imprescindível.

Objeto de visada, como um determinado alvo na superfície terrestre. Como a quantidade de


dados é muito grande – normalmente as imagens de satélite são muito pesadas e possuem
várias faixas – é necessário saber o fenômeno e a área que se quer estudar.
Sistema de imageamento óptico e detector. Obviamente, sem a tecnologia nada funciona.
O sensoriamento remoto depende de satélites, câmeras, radares, computadores, entre
outros.

Uma vez definidas as fontes, os objetos e os sistemas de imageamento; é preciso distinguir os dois
tipos de sensores, os ativos e os passivos:

Sensores ativos Possuem fonte de energia própria


Sensores passivos Não possuem fonte de energia própria

Exemplos que sensores ativos – que possuem energia própria – são as câmeras fotográficas com
flash e as imagens de RADAR (Radio Detection and Ranging); que respectivamente, capturam imagens
utilizando luz própria e ondas de rádio. Exemplos de sensores passivos são as câmeras sem flash ou os
imageadores por varredura (escaneamento).

Sensor e espectro eletromagnético

O espectro magnético é fundamental para entendermos a base dos sistemas sensores da


captação de imagem de satélites. Grosso modo, trata-se da energia eletromagnética emitida em função
do comprimento de onda ou de sua frequência. Este espectro apresenta subdivisões, sendo cada uma,

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em detrimento do tipo de processo físico que dá origem a energia eletromagnética, do tipo de interação
que ocorre entre a radiação e o objeto sobre o qual esta incide e da transparência da atmosfera em
relação à radiação eletromagnética. Sendo assim, o espectro eletromagnético se estende desde
comprimentos de onda muito curtos associados aos raios cósmicos, até as ondas de rádio de baixa
frequência e grandes comprimentos de onda, como mostra a figura abaixo.

Faixas do espectro eletromagnético em ordem de frequência [fonte]


Ondas de rádio (frequência mais baixa): baixas freqüências e grandes comprimentos
de onda. São utilizadas para comunicação a longa distância.

Microondas: Pode-se gerar feixes de radiação eletromagnética altamente


concentrados, chamados radares. Por serem pouco atenuados pela atmosfera, ou por
nuvens, permitem o uso de sensores de microondas em qualquer condição de tempo.
São utilizadas para imagens de radar e para alimentação (aparelho micro-ondas)
Infravermelho: grande importância para o Sensoriamento Remoto. A radiação
Infravermelha. É facilmente absorvida pela maioria das substâncias (efeito de
aquecimento).

Visível: Radiação capaz de produzir a sensação de visão para o olho humano normal.
Pequena variação de comprimento de onda. Importante para o Sensoriamento
Remoto, pois imagens obtidas nesta faixa, geralmente, apresentam excelente
correlação com a experiência visual do intérprete.
Ultravioleta: extensa faixa do espectro. Películas fotográficas são mais sensíveis à
radiação ultravioleta do que a luz visível. Uso para detecção de minerais por
luminescência e poluição marinha. Forte atenuação atmosférica nesta faixa, se
apresenta como um grande obstáculo na sua utilização.

Raios X: São gerados, predominantemente, pela parada ou freamento de elétrons de


alta energia. Por se constituir de fótons de alta energia, os raios-X são altamente
penetrantes, sendo uma poderosa ferramenta em pesquisa sobre a estrutura da
matéria e na saúde humana (aparelhos de Raio-X).
Raios-GAMA (frequência mais alta): são os raios mais penetrantes das emissões de
substâncias radioativas. Não existe, em princípio, limite superior para a freqüência das
radiações gama, embora ainda seja encontrada uma faixa superior de freqüência para a
radiação conhecida como raios cósmicos. É utilizada, por exemplo, para esterilização
de equipamentos.

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Visualização do Espectro Eletromagnético

CESPE – MPOG Geógrafo – 2015

O sensoriamento remoto é a técnica de obtenção de informações relativas a um objeto, uma


área ou um fenômeno localizado na Terra, sem que haja contato físico entre o usuário do
sistema e o seu objeto de interesse. As informações podem ser obtidas por meio de fontes
naturais e artificiais.

Tendo como referência as informações e a figura anteriormente apresentadas, julgue os


próximos itens.

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1) Na figura em apreço, o número 1 identifica um sensor passivo, que é um dispositivo


capaz de detectar radiações eletromagnéticas em todas as faixas do espectro
eletromagnético.

Comentário

É verdade que o número 1 representa um sensor passivo, mas não pelo motivo apresentado na
questão. Na verdade, o número 1 é um sensor passivo não porque é “é um dispositivo capaz de
detectar radiações eletromagnéticas em todas as faixas do espectro eletromagnético”, mas sim
porque ele não emite luz própria. Sensores passivos, como o satélite apresentado, não emitem
luz própria. Já os sensores ativos, como as câmeras com flash, são aqueles que emitem luz
própria. Gabarito: Errado

2) A resolução espacial refere-se à capacidade do sensor de distinguir objetos na superfície


terrestre. A resolução depende do detector e da altura de posicionamento do sensor em
relação ao objeto.

Comentário

Sim, é exatamente este o conceito de resolução espacial. Quanto mais o sensor consegue
distinguir objetos, maior será a resolução espacial, medida pelo tamanho do pixel da imagem.
Gabarito: Certo

3) O Sol, identificado na figura em questão pelo número 3, por ser uma fonte de energia
que está ininterruptamente em atividade, é considerado um sensor ativo.

Comentário

É verdade que os sensores ativos são aqueles que possuem luz própria, mas como o sol não
captura imagens, não pode ser considerado um sensor. Gabarito: Errado

4) Uma das importantes características das imagens obtidas por meio de satélites é a
abrangência espaço-temporal dos dados dos sensores remotos, que possibilitam a visão de
um conjunto de paisagens em tempos diferentes, simultâneos e sequenciais, permitindo a
identificação e o relacionamento de elementos naturais e sociais e econômicos, e revelando
a dinâmica do processo de construção do espaço geográfico.

Comentário

A questão descreve perfeitamente o papel de um satélite no âmbito do sensoriamento remoto,


nada a acrescentar. Gabarito: Certo

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Resoluções dos sistemas sensores

No sensoriamento remoto, o termo “resolução” se desdobra em quatro diferentes (e


independentes) parâmetros: resolução espacial, resolução temporal, resolução radiométrica e
resolução espectral. Com exceção da resolução espectral, veremos abaixo, todos estes tipos de resolução
– além do conceito de pixel, evidentemente.

Resolução espacial

De acordo com o INPE, a resolução espacial está relacionada com a capacidade de cada sensor
em detectar os objetos da superfície terrestre. Desta forma, quanto melhor a resolução espacial,
menor o objeto distinguível pelo sensor [fonte].

Melhor resolução espacial Mais detalhes (mais detalhista)

Pior resolução espacial Menos detalhes (mais generalista)

De outro modo, resolução espacial consiste na habilidade do sistema sensor em distinguir e


medir os alvos. Esta habilidade baseia-se na projeção geométrica do detector na superfície terrestre,
definindo a sua área do campo de visada do instrumento numa certa altitude e num determinado instante
[fonte].

Deste modo, a resolução espacial é medida pelo tamanho do pixel em relação ao terreno real
(sabe aqueles “quadradinhos de uma fotografia? Então, isso são os pixels, as menores unidades de uma
imagem.)

O que é um pixel? Qualquer um dos pequenos pontos que juntos


formam uma imagem, como em uma tela de um monitor de
computador ou de televisão, ou um sensor, como em uma
câmara fotográfica [fonte].

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A resolução espacial do satélite Landsat 7, por exemplo, é de 30 x 30 metros. Isto significa que um
pixel do Landsat 7 cobre uma área de 30 metros quadrados; ou seja, uma baixa resolução espacial. Já uma
fotografia aérea capaz de cobrir um pixel de 0,5 x 0,5 metros (sim, apenas cinquenta centímetros
quadrados) possui uma alta resolução espacial. Nem precisa dizer que o pixel de uma fotografia aérea é
bem mais detalhado do que uma Landsat 7.

O que é resolução É a capacidade do sensor de detectar objetos. Quanto maior a capacidade, mais
espacial? detalhes.

Como se mede? A resolução espacial é medida pelo tamanho do pixel.

Resolução alta: O satélite IKONOS possui um pixel de 1m². Logo, uma resolução
espacial de 1m x 1m. Nesta resolução é possível enxergar veículos e pequenos
Exemplos de objetos.
medida Resolução baixa: O pixel do satélite NOAA possui um pixel de 1,1km². Logo,
possui uma resolução espacial de 1,1 km x 1,1 km. Nesta resolução é possível
enxergar grandes formas do relevo e massas de ar.

Resolução temporal

A resolução temporal refere-se à frequência de passagem do sensor num mesmo local em um


determinado intervalo de tempo. Este ciclo está relacionado às características orbitais da plataforma
(altura, velocidade, inclinação), e ao ângulo total de abertura do sensor. A resolução temporal é de grande
interesse especialmente em estudos relacionados a mudanças na superfície terrestre e no seu
monitoramento [fonte].

Nota-se que o conceito de resolução temporal é muito simples. Trata-se simplesmente da


frequência que um determinado sensor pode obter imagens. O satélite sino-brasileiro Cybers-2, por
exemplo, capta imagens de 26 em 26 dias; logo, sua resolução temporal é de 26 dias. Entretanto, é preciso
se ater ao fato de que a resolução temporal varia muito para satélites orbitais e satélites
geoestacionários. O quadro abaixo resume a diferença entre ambos:

Satélite geoestacionário
É aquele que gira junto com a Terra, em velocidade
semelhante ao movimento de rotação. Sendo assim, ele
permanece fixo em um mesmo ponto da superfície do
planeta.

Satélite orbital
É aquele que gira em órbita diferente da Terra, em
sentido quase polar. Sendo assim, ele pode capturar
dados do planeta inteiro; no entanto, demora muito

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para passar novamente sob um mesmo ponto.

Visto que o satélite geoestacionário


permanece sob um mesmo ponto da superfície
da Terra, ele possui elevadíssima resolução
temporal com tempo de imageamento
sempre muito curto. Devido à esta enorme
vantagem temporal, é o mais utilizado para
previsão do tempo e telecomunicações –
atividades que exigem rapidez de dados. No
entanto, como este tipo de satélite foca em
apenas uma área do planeta, ele possui uma
abrangência geográfica limitada, não sendo
possível observar outras eventuais localizações
de interesse.

O satélite orbital, por sua vez (veja


imagem acima), não fica “parado” no mesmo ponto da superfície, mas sim, percorre o planeta inteiro.
Devido a este fato, satélites orbitais possuem uma grande amplitude de imagens. No entanto, como
demora para que o sensor volte ao mesmo ponto, este tipo de satélite possui baixa resolução temporal.1

Grande resolução temporal Abrange apenas um mesmo


Satélite geoestacionário
(sempre tem imagem) ponto do planeta.

Pequena resolução temporal


Satélite orbital Abrange o planeta inteiro
(demora para ter imagem)

Na figura acima (página anterior), é possível visualizar a órbita do satélite LANDSAT. Repare que o
movimento é realizado no eixo norte-sul; no entanto, a curvatura da Terra faz com que este traçado tenha
um aspecto visualmente inclinado. A cada 18 dias, o satélite faz a “volta” completa no planeta. Logo,
possui resolução temporal de 18 dias. Além disso, o LANDSAT é heliosincronizado, ou seja sempre
passa num mesmo local dado ao mesmo horário solar.

Resolução radiométrica
A resolução radiométrica diz respeito ao nível de cinza de uma determinada imagem. Quanto
mais tons de cinza, maior será a resolução. O número de níveis de cinza é expresso em bits, ou seja,
expresso em função do número de dígitos binários necessários para armazenar, em forma digital, o
valor do nível máximo de cinza. É importante notar que o número de bits sempre ocorre em múltiplos

1
Esta animação tem pouco mais de 1 minuto e explica a diferença entre os dois satélites de forma mais didática [link]
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de 2. Neste caso, 8 bits, por exemplo, seria 28 = 256 níveis de cinza. O quadro abaixo ilustra as diferentes
resoluções radiométricas em uma imagem [fonte]

Diferentes resoluções radiométricas

2.048 tons de cinza (11 bits) 256 tons de cinza (8 bits) 128 tons de cinza (7 bits)

16 tons de cinza (4 bits) 4 tons de cinza (2 bits) 2 tons de cinza (1 bit)

O quadro abaixo resume os tipos de resolução de imagem que vimos até agora. Não se
preocupem porque a resolução espectral será vista mais à frente no item sobre interpretação de imagens
de satélite.

Resolução espectral
A resolução espectral mede a faixa do espectro eletromagnético de uma imagem de satélite. Por
enquanto, não falaremos dela, pois detalharemos o assunto no item 3.3 Interpretação de imagens e
aplicação. Nessa parte da aula, apenas estamos a mencionando para que você saiba que existe, ok?
Veja abaixo quadro com todos os tipos de resolução:

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Tipo de
O que mede? Como se mede? Exemplos de medição Por que é importante?
resolução
Resolução Mede o Pelo tamanho Alta: o pixel corresponde Boas resoluções são
espacial detalhamento do pixel da a 1m² do terreno real. mais detalhadas
da imagem. imagem. Baixa: o pixel (aplicação pontual).
corresponde a 30m² do Resoluções baixas
terreno real. servem para estudos
regionais.
Resolução Mede o intervalo Pelo tempo que Alta: o satélite Boas resoluções servem
temporal que o sensor o sensor demora (geoestacionário) imageia para telecomunicações,
demora para para passar diariamente previsão do tempo, etc
captar a novamente no Baixa: o satélite (orbital) (atividades diárias).
imagem. mesmo local. imageia uma vez por mês Baixas resoluções servem
para mapeamentos
diversos.
Resolução Mede os níveis Pela Alta: o pixel tem 11 bits Boas resoluções são
radiométrica de cinza da quantidade de (2.048 tons) melhor processadas em
imagem. bits que Baixa: o pixel tem 1 bit (2 softwares de
expressam os tons) interpretação de
tons de cinza. imagem.
Resolução Mede a faixa do Pela quantidade Alta: A imagem tem mais Boas resoluções
espectral espectro de bandas que a de 20 bandas fornecem mais
eletromagnético imagem (hiperspectral). possibilidades de análise
abrangida pela consegue Baixa: A imagem tem – por exemplo: análise
imagem. captar. poucas bandas (3, por termal do infravermelho.
exemplo).

7.2 CARACTERÍSTICA
O termo "característica" do Edital não é muito específico. No entanto, partimos do pressuposto de
que se referem às "características" do geoposicionamento — afinal, este é o tema central2. Nas próximas
linhas, é exatamente isso que vamos estudar. Primeiramente, veremos as características mais gerais do
geoposicionamento; depois, do geoposicionamento via GPS; e por fim, os cuidados no
geoposicionamento dentro da lógica do padrão de exatidão cartográfica.

2
Geralmente, quando o termo “característica” aparece no Edital, é quase sempre relacionado às características do
geoposicionamento/georreferenciamento. Foi assim, por exemplo, no último concurso de Policial Civil da Paraíba, cujo Edital é
bem semelhante à Polícia Civil do Mato Grosso do Sul.
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Características do geoposicionamento

Vimos nos itens acima que as imagens de satélite ou fotografias aéreas são obtidas por meio do
sensoriamento remoto. No entanto, ainda não dissemos que estas imagens não são naturalmente
geoposicionadas (ou georreferenciadas). É o operador humano que atribui coordenadas a elas.

O processo de georreferenciamento/geoposicionamento de imagens processo inicia-se com a


obtenção das coordenadas (pertencentes ao sistema no qual se planeja georreferenciar) de pontos da
imagem ou do mapa a serem georreferenciados, conhecidos como Pontos de Controle. Os Pontos de
Controle são locais que oferecem uma feição física perfeitamente identificável, tais como intersecções de
estradas e de rios, represas,pistas de aeroportos, edifícios proeminentes, topos de montanha, dentre
outros. . [fonte]. No quadro a seguir, ficará mais fácil entender:

Passo a passo do georreferenciamento de imagens de satélite

1 – Imagem não-georreferenciada 2 – Estabelecendo de pontos de controle

Para que o georreferenciamento ocorra, é necessário


Em um primeiro instante, temos uma imagem de
levantar pontos de controle, ou seja, pontos que
satélite, mas ela não está georreferenciada.
saibamos as coordenadas.
Sendo assim, não é possível trabalha-la em ambiente
É necessário no mínimo 3 pontos de controle bem
SIG. No exemplo acima, imagem do Congresso
distribuídos. Quanto mais pontos de controle, maior a
Nacional brasileiro.
precisão.

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3 – Descobrindo as coordenadas dos pontos de


4 – Inserindo a imagem em ambiente SIG
controle

Uma vez estabelecidos os pontos de controle, é Se eu tenho pelo menos três pares de coordenadas de
necessário saber a coordenada deles. Isso pode ser pontos de controle, eu posso inserir a imagem em um
feito em campo utilizando GPS, ou em escritório software de SIG!
utilizando softwares. É FUNDAMENTAL saber informações de datum e
No caso acima, foi utilizado o Google Earth, mas o sistemas de coordenada utilizados No exemplo
ponto de controle poderia ser uma própria feição acima, utilizamos Projeção Mercator UTM Fuso 23S,
vetorial no ArcGIS, por exemplo. datum WGS1984 (não se preocupem, isso não é tema
do Edital da PC MS).

5 – Georreferenciando a imagem 5 – Imagem georreferenciada

Dentro do software, devemos atribuir coordenadas Com a imagem georreferenciada, o software é capaz
para os pontos de controle; ou seja, fazer o de sobrepor as demais camadas.
georreferenciamento em si. No exemplo acima, há arquivos de pontos, linhas e
Seria como ordenar ao programa: “projete este pixel polígonos que já estavam prontos antes do
aqui na coordenada tal”. Isso deve ser feito para georreferenciamento. Finalmente, será possível
todos os pontos de controle levantados. realizar análises espaciais.

Neste processo, é importante se ater aos erros de georreferenciamento; afinal, tudo o que se
mede ou se modela está sujeito a erros. A própria captação da imagem de satélite tem a exatidão alterada
por fatores sistemáticos como a instabilidade do sensor e as distorções causadas pela curvatura da
Terra. Deste modo, a questão não é a busca da perfeição mas sim o conhecimento da incerteza. O
usuário de SIG deve se preocupar tanto com o erro das medições das coordenadas dos pontos de controle
com GPS, quanto com o erro planimétrico associado à escala dos mapas.

Características do geoposicionamento de dados via GPS

Os sistemas de posicionamento global também são amplamente utilizados para a aquisição de


dados georreferenciados, sobretudo quando falamos em dados primários obtidos em campo. É
fundamental ter esse conhecimento para o concurso da Polícia Civil. Um perito criminal pode, por
exemplo, anotar as coordenadas de um crime e inseri-las em um banco de dados geográfico para ser

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trabalhado em um Sistema de Informação Geográfica e, consequentemente, transformá-las em um mapa


de crimes.

Como o sistema de posicionamento mais utilizado é o norte-americano Global Positioning


System (GPS) com o tempo acabou se tornando, equivocadamente, sinônimo de “sistema de
posicionamento”, mas são conceitos diferentes. GPS não é sinônimo de “sistema de posicionamento”,
pois existem outros sistemas que não são o GPS! Vejamos o quadro:

Sistemas de Se baseiam em uma constelação de satélites em órbita na Terra emitindo ondas de


posicionamento rádio, sendo captadas por receptores específicos utilizados pelos usuários na superfície
por satélite terrestre. O sistema mais famoso é o GPS, mas existem outros [fonte]

Sistema de
Sistema de posicionamento criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
posicionamento
durante o período de Guerra Fria. É, atualmente, o sistema mais usado.
global (GPS)

Os sistemas de posicionamento surgiram em contexto de Guerra Fria exclusivamente para o uso


militar. Nesta época, as duas principais potências do globo – em corrida armamentista e espacial –
conceberam dois sistemas: os Estados Unidos criaram o GPS; e a Rússia, o GLONASS (do russo Sistema
de Navegação Global por Satélite, ou Globalnaya navigatsionnaya sputnikovaya sistema – não precisa
decorar o nome russo, ok?). Nos últimos anos, demais países – tais como China, Japão e nações europeias –
vêm desenvolvendo esforços para criarem seus próprios sistemas. O quadro abaixo resume algumas
destas iniciativas: [fonte]

Países e seus sistemas de posicionamento

Estados Unidos GPS – Global Positioning System (mais utilizado por nós)

Rússia GLONASS

Europa GALILEO

China COMPASS

Japão QZSS – Quase Zenith Satellite System

Índia GAGAN – Aided Geo-Stationary Satellite Audment Navigation

Conforme mencionado acima, o GPS é o principal sistema utilizado no mundo. Também conhecido
por NAVSTAR-GPS (Navigation Satellite with Time And Ranging), o Sistema de Posicionamento
Global (Global Positioning System) ou é um sistema de radionavegação desenvolvido pelo Departamento
de Defesa dos Estados Unidos da América, visando inicialmente ser o principal sistema de navegação do
exército americano.

O modelo adotado pelo sistema GPS fundamenta-se na determinação da distância entre um ponto
denominado receptor e os pontos de referência, que são os satélites. Assim, conhecendo-se a distância
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que separa o receptor de três pontos de referência, ou três satélites, pode-se determinar a posição relativa
do receptor através da interseção de três circunferências cujos raios são as distâncias medidas entre o
receptor e os satélites [fonte]

Como funciona o GPS?


1 – Satélites pertencentes à rede emitem ondas de forma constante.
2 – Estas ondas são captadas por aparelhos receptores (como os
aparelhos GPS que possuímos).
3 – O sistema calcula a velocidade/tempo que esta onda chega ao
receptor e volta para o satélite.
4 – Se esse cálculo for feito por no mínimo três satélites, é possível
saber a posição do receptor.
“O funcionamento do sistema GPS se baseia no princípio da triangularização, segundo o qual o
observador conhece a posição de um conjunto de satélites em relação a um referencial inercial e a sua
posição em relação a este conjunto, e obtém sua própria posição no sistema de referência.” [fonte]

Conforme explicado no quadro acima, como baseia-se na triangularização, o GPS necessita de


pelo menos três satélites (sendo quatro o número ideal) para determinar a posição de um elemento na
superfície da Terra. Isso permite que o GPS possa ser usado 24h por dia em quaisquer condições do
tempo. Após entendermos estes conceitos iniciais, seguem algumas aplicações do GPS:

Algumas aplicações do GPS

Coleta de dados para mapas Agricultura de precisão.

Navegação marítima e comercial. Geodinâmica (movimento da crosta terrestre).

Esportes (rally, balonismo, corrida, etc.). Topografia (limites, áreas, coordenadas, etc).

Definição de rotas (carros). Aviação civil e militar.

Rastreamento de frotas, veículos e animais. Estudos ambientais (amostras de pontos).

Para cada aplicação, escolhe-se um tipo de aparelho diferente (ver quadro abaixo). Para fazer
trilhas, por exemplo, utiliza-se o GPS de navegação. Neste caso, não é necessário ter uma precisão
milimétrica, mas faz-se necessário ter uma boa velocidade de aquisição de dados. Embora seja frequente
no uso recreativo, este tipo de GPS é muito usado em estudos de uso e ocupação do solo, meio biótico, e
coletas de ponto de hidrografia, por exemplo. Já em estudos de engenharia ou georreferenciamento de
imóveis rurais, os quais exigem maior precisão, são utilizados aparelhos mais robustos, denominados GPS
geodésicos. A precisão destes, no entanto, está condicionada à um pós-processamento (após a coleta
dos pontos, os dados são recalculados em softwares, onde grande parte dos erros são corrigidos).
[fonte;fonte]

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Tipos de receptores GPS

Navegação Topográficos Geodésicos

Precisão de 10 a 30 metros Precisão próxima de 1 metro Precisão menor que 1 centímetro

Utilizados para navegação, Utilizados para cadastramento Utilizados para engenharia


esportes, lazer, levantamentos elétrico, saneamento, Cadastro (obras), georreferenciamento de
aproximados, etc. Ambiental Rural (CAR), etc. imóveis rurais, topografia, etc.

Agora que já vimos os principais conceitos, aplicações e tipos de receptores GPS, vamos finalizar o
assunto estudando seus três segmentos do GPS, que são: o segmento espacial, o segmento de controle
e o segmento do usuário:

Segmentos do GPS [fonte]

Segmento espacial.
Composto por 24 satélites em uso mais 4 sobressalentes prontos para entrar em
operação, além de outros satélites que estão no solo e prontos para serem
lançados. Isso garante, no mínimo, 4 satélites visíveis a qualquer hora e em
qualquer lugar do planeta.
Segmento de controle
É constituído por estações terrestres que ficam sob controle do Departamento de
Defesa Americano. Elas têm o objetivo de monitorar, corrigir e garantir o
funcionamento do sistema. O segmento possui um centro de controle e vários
centros de monitoração de sinais dos satélites.
Segmento do usuário
É constituído pelos receptores, que podem variar de tamanho, modelo e
fabricante, mas principalmente em qualidade de recepção. Está associado às
aplicações do sistema. Refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade
usuária. É esse que utilizamos!

Basicamente, o segmento espacial é composto pelos satélites; o segmento de controle, pelos


pontos de controle estabelecidos no território; e o segmento do usuário, pela nossa utilização. Nós,
portanto, manipulamos apenas o último destes segmentos.

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Técnico UFMG - 2016

GPS é a sigla para Global Positioning System, que em português significa “Sistema de
Posicionamento Global”, e consiste numa tecnologia de localização por satélite. A compreensão
e a utilização das informações fornecidas por um GPS pode ser vital numa atividade de campo.
Ao registrar a posição de qualquer lugar da Terra, com as coordenadas geográficas, é correto
concluir que o GPS indica:

A) A combinação entre os graus de latitude e de longitude do ponto indicado.


B) Os dados referentes à distância, horas, minutos e segundos, do ponto de referência mais
próximo.
C) A distância, em graus, entre o ponto escolhido e o meridiano mais próximo.
D) Uma linha imaginária qualquer do globo terrestre no sentido norte-sul.

Comentário

Por meio da comunicação entre os satélites em órbita e um aparelho receptor na Terra, o


sistema GPS indica dados de latitude, longitude e altitude (Alternativa A).

Cuidados no geoposicionamento: o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC)

Primeiramente, devemos ter em vista que todo processo de geoposicionamento está sujeito a
erros. Isso significa que não existe um georreferenciamento 100% perfeito, totalmente compatível com a
realidade. Quando obtemos coordenadas por GPS, por exemplo, há sempre uma margem de erro
envolvida – dependendo do aparelho, o ponto coletado pode apresentar uma distorção de até 30 metros.
Quando adquirimos uma imagem de satélite já georreferenciada por alguma empresa comercial, esta
normalmente informa, em seu metadado, quanto foi o erro residual no processo.

Contudo, mesmo que os pontos de GPS e as imagens de satélite fossem perfeitamente


georreferenciadas, sem erros no processo, o que seria impossível, mesmo assim, na hora de inserir essas
informações em um sistema de informação geográfica, seriam gerados novos erros; desta vez, associados
a escala dos mapas ou às diferentes projeções. Justamente por isso, o usuário deve se preocupar
basicamente com dois erros: os erros de medição (do GPS, por exemplo) e os erros de planimetria (na
transformação dos dados em coordenadas em ambiente SIG).

Partindo do pressuposto que erros são inevitáveis, devemos controlar os erros. Isso significa que
apesar de inevitáveis, os erros devem ser minimizados ao máximo dentro de um padrão minimamente
confiável que ateste a qualidade daquela informação obtida via georreferenciamento. É para isso que
serve o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC). Trata-se de uma norma legal instituída pelo Decreto nº
89.817/1984 que obriga as representações planimétricas a terem 90% de precisão [fonte].

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Art. 1 – Decreto nº 89.817/1984

“Estabelece as normas a serem observadas por todas as entidades públicas e privadas produtoras e usuárias
de serviços cartográficos, de natureza cartográfica e atividades correlatas, sob a denominação de Instruções
Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Nacional.

Art. 8 – Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC)

“As cartas quanto à sua exatidão devem obedecer ao Padrão de Exatidão Cartográfica - PEC, seguinte o
critério abaixo indicado:

§ 1º Padrão de Exatidão Cartográfica é um indicador estatístico de dispersão, relativo a 90% de


probabilidade, que define a exatidão de trabalhos cartográficos.”

Principais
a.- Suspender o direito de participar errosórgãos
nos diferentes de georreferenciamento
da estrutura institucional do MERCOSUL.

Ao georreferenciarmos uma imagem, ainda que o façamos dentro do Padrão de Exatidão Cartográfica, sempre
vamos cometer erros. Contudo, podemos minimizá-los adotando uma grande quantidade de pontos de controle
bem distribuídos. Vejamos dois dos principais erros nesse processo:

Poucos pontos de controle (menos de três)


Para que o georreferenciamento ocorra de forma a minimizar o erro, é
necessário que haja pelo menos três pontos de controle; ou seja, três pontos de
coordenadas conhecidas. Quanto maior for o número de pontos conhecidos,
maior será a precisão do georreferenciamento.

Pontos de controle mal distribuídos


Para que a imagem toda fique bem georreferenciada, os pontos de controle
devem ser bem distribuídos. No exemplo ao lado, todos os pontos de controle
foram colocados de um mesmo lado da imagem. Neste caso, o
georreferenciamento será preciso do lado oeste, porém extremamente
impreciso do lado leste.

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IADES - Perito Criminal (PC DF) - 2016

Acerca do georreferenciamento, julgue os itens:

1) Erros sistemáticos ocorrem em razão das características próprias do sensor, como:


instabilidade da plataforma, distorção panorâmica e distorção causada pela curvatura e
rotação da Terra.

Comentário

Sim, em toda etapa do SIG ocorrem erros, desde a captação da imagem até o
georreferenciamento. O objetivo do operador do SIG não é acabar com os erros, mas saber
lidar com eles. O Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC) de 1984 e ainda em vigor, estabelece
uma precisão de 90% para dados planimétricos. Gabarito: Certo

2) O georreferenciamento estabelece uma relação geométrica entre cada pixel da imagem


e uma única coordenada cartográfica, utilizando interpoladores de 2º grau ou superiores.

Comentário

A assertiva possui dois erros. Primeiramente, o georreferenciamento NÃO “estabelece uma


relação geométrica entre CADA PIXEL da imagem e UMA ÚNICA coordenada geográfica”. Na
verdade, o georreferenciamento estabelece uma relação geométrica entre PELO MENOS TRÊS
PONTOS DE CONTROLE e seus respectivos PARES de coordenadas geográficas”. Gabarito:
Errado.

3) Nesse processo, somente algumas feições devem ser totalmente identificáveis na


imagem.

Comentário

O georreferenciamento deve ser feito de modo com que TODAS as feições sejam
reconhecíveis. Gabarito: Errado

4) O georreferenciamento de uma imagem de satélite não deve ocorrer com base em outra
imagem, visando a reduzir a propagação de erros residuais.

Comentário

Questão pegadinha: é verdade que o georreferenciamento de uma imagem feito com base em
OUTRA imagem pode multiplicar os erros residuais; mas a alternativa está errada porque este é
um procedimento corriqueiro e muito usual. Desde que se respeitem os Padrões de Exatidão
Cartográfica, este tipo de georreferenciamento pode ser feito sem problemas. Gabarito: Errado

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5) O georreferenciamento de uma imagem de satélite, quando realizado com base em


pontos de controle obtidos por sistemas de posicionamento por satélite, não necessita
passar por uma análise de qualidade posicional.

Comentário

Pontos obtidos por sistema de posicionamento – como o GPS – possuem erros. A maioria dos
GPS de navegação, por exemplo, possuem erros de 10 a 30 metros de tolerância. Estes erros
são informados pelo próprio fabricante do aparelho utilizado. Sendo assim, sobretudo quando
trabalhamos com grandes escalas, é necessário verificar qualidade nos pontos utilizados.
Gabarito: Errado

7.3 INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS E APLICAÇÃO.


Neste item sobre interpretação de imagens de satélites e fotografias áereas, estudaremos os
procedimentos e cuidados na interpretação de imagens de radar, multiespectrais, multitemporais; em
seguida, o chamado processamento digital de imagens; conteúdos que são partes do sensoriamento
remoto.

Tratamento e interpretação digital de imagens

Em primeiro lugar, veremos sobre o tratamento digital de três classes de imagens distintas: as
imagens de radar (obtidas em frequências mais baixas que o usual); as imagens multiespectrais (com
várias faixas diferentes, e daí aproveitaremos para estudarmos o conceito de resolução espectral); e as
imagens multitemporais (que reúnem cenas de datas diferentes em uma mesma montagem).

Imagens de radar

RADAR é a sigla resultante do termo Radio Detection And Ranging (Detecção e localização por
meio de ondas de rádio). Enquanto a maior parte dos produtos de sensoriamento remoto operam em
faixas do espectro visível e do infravermelho – tais como os satélites LANDSAT, CYBERS ou SPOT –, o
radar opera nas faixas micro-ondas do espectro eletromagnético. Isto significa que as frequências do
radar são mais baixas que as usualmente utilizadas para imageamento; e este é o principal aspecto que as
diferencia das demais tecnologias.

Por que usar radar em sensoriamento remoto? [fonte].

• Fonte de iluminação controlável - observação noturna e penetração através de nuvens e da chuva

• As imagens podem ter alta resolução (3 - 10 m)

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• Diferentes feições são registradas ou discriminadas quando comparadas com sensores ópticos

• Algumas feições da superfície terrestre podem ser melhor observadas em imagens de radar: gelo,
ondas do mar, umidade do solo, massa verde, objetos artificiais (ex: edifícios), estruturas geológicas

Uma das vantagens das faixas micro-ondas é a baixa interferência da atmosfera terrestre, o que
resolve inúmeros problemas, como por exemplo, a intensa nebulosidade comum em regiões tropicais. Por
isso, é muito indicado para a observação de detalhes como ondas do mar, gelo, estruturas geológicas e
geomorfológicas, umidade do solo, ou até mesmo objetos artificiais.

Como funciona o radar? [fonte].


1 – Primeiro o sensor transmite sinais de microondas (rádio) em
direção a uma cena.
2 – Depois ele recebe parte da energia transmitida que é
retroespalhada pela cena.
3 – Por fim, registra a intensidade (detecção) e a defasagem
(indicação da distância) dos sinais de retorno.
4 – Repare na imagem que a visada é LATERAL. Ou seja, a
imagem captada não é a de baixo, mas sim a do lado.

Os radares utilizados em sensoriamento remoto são denominados radares de abertura sintética,


ou Synthetic Aperture Radar (SAR). Estes sistemas coletam dados ao se deslocarem ao longo da
trajetória dada pela faixa da aeronave ou satélite por meio da visada lateral. Funciona assim: o imageador
envia ondas eletromagnéticas para a superfície terrestre (pulso) recebe o seu retorno (eco) e realiza o seu
registro. Como a visada é lateral, é possível captar várias imagens próximas, e assim montar, por
exemplo, um modelo tridimensional de terreno.

Um dos exemplos mais bem sucedidos de aplicações de tecnologias de radar é a Missão


Topográfica Radar Shuttle, ou Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). O propósito da missão SRTM
foi atuar na produção de um banco de dados digitais para todo o planeta, necessários na elaboração de
um Modelo Digital de Elevação (MDE) das terras continentais. Os dados foram produzidos para a região
do planeta posicionada entre os paralelos 56ºS e 60ºN.

Para a coleta de dados, foram utilizados radares de abertura


sintética (SAR). Por esse método, duas antenas SAR coletaram dados
de radar separadas por um braço extensor de 60. Como a visada é
lateral, foi possível captar várias imagens de ângulos diferentes,
formando os modelos tridimensionais. [fonte]

Resultado de As instituições responsáveis pela missão SRTM foram a National Imagery


dados SRTM
em ambiente and Mapping Agency (NIMA) (que atualmente faz parte do Departamento de Defesa)
SIG e a National Aeronautics and Space Administration (NASA). Os dados de radar foram
coletados durante 11 dias entre 11 e 22 de fevereiro de 2000 a bordo da nave espacial Endeavour. Nesse

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período, a nave realizou 16 órbitas diárias na Terra, o que correspondeu a 176 órbitas durante toda a
missão. A precisão dos resultados, no entanto, variou de acordo com a região do globo. Para os Estados
Unidos, cada pixel tem uma resolução especial de 30 metros quadrados; e para o restante do planeta,
90 metros quadrados. Coordenado pela EMBRAPA, o Projeto “Brasil em Relevo” publicou de forma
inédita mosaicos do SRTM para análise de paisagens de todo o Brasil. [fonte;fonte] .

Os dados de SRTM – que no Brasil foram disponibilizados pela EMBRAPA – são úteis para uma
ampla gama de propósitos, como por exemplo, estudos de impacto ambiental e estudos de
geomorfologia. Por meio deles, é possível por exemplo, delimitar bacias hidrográficas e mapas
topográficos e hipsométricos de forma automática ou semiautomática; o que agiliza bastante o
planejamento ambiental territorial.

Exemplos de produtos gerados pelo SRTM

Recorte do Modelo Digital de


Extração de hidrografia/rede
Extração de curvas de nível de Terreno (MDT) fornecido pelo
de drenagem de forma
forma automática, resultando SRTM para áreas de interesse
automatizada, resultando em
em mapa topográfico. específicas, resultando em mapa
mapa de hidrografia.
hipsométrico.

No Brasil, para além do SRTM, o exemplo mais importante de imageamento por radar é o Projeto
RADAM - Radar na Amazônia. Este tinha por objetivo coletar de dados sobre recursos minerais, solos,
vegetação, uso da terra e cartografia da Amazônia e áreas adjacentes da região Nordeste. Iniciado em
1971, o recorte espacial foi expandido em 1975, passando a cobrir todo o país. Nesta ocasião, passou a ser
chamado Projeto RADAM Brasil.

Desse esforço foi gerada uma coletânea de mapas temáticos e relatórios com base em imagens de
radar; consistindo assim, na primeira tentativa de Proposta de Zoneamento Ecológico-Econômico do
Brasil (ZEE). O projeto RADAM recomendou, ao final, a criação 35.200.000 ha de unidades de
conservação de proteção integral e mais 71.500.000 ha de uso sustentável na Amazônia [fonte]

Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente com o objetivo de viabilizar o


Zoneamento desenvolvimento sustentável a partir da compatibilização do desenvolvimento
Ecológico- socioeconômico com a proteção ambiental. Para tanto, parte do diagnóstico dos meios
Econômico (ZEE) físico, socioeconômico e jurídico-institucional e do estabelecimento de cenários
exploratórios [fonte]
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AOCP – Geógrafo Analista Ambiental – Prefeitura de Juiz de Fora – 2016

O SRTM – Shuttle Radar Topographic Mission (Missão de Radar Topográfico em uma Aeronave)
foi uma missão realizada em 2000 pela NASA que disponibilizou um dado de altitude a cada 90m
em todo o globo, com dados distribuídos gratuitamente. Como foram obtidos esses dados de
altitude?

1) Exatamente como o RADAM Brasil, que imageou a Amazônia e depois boa parte do Brasil, o
SRTM é um radar de abertura lateral aerotransportado que passou por todo o mundo diversas
vezes, até captar todo o terreno.

Comentário

A questão afirma que o RADAM – assim como o SRTM – passou “por todo o mundo diversas
vezes”. Na verdade, o projeto RADAM foi exclusivo do Brasil e NÃO passou por todo o mundo.
Gabarito: Errado

2) A missão foi um dos primeiros experimentos com imageamento Laser, que pode medir as
altitudes em órbita através da medida de distâncias em pontos pré-definidos pelo tempo de
retorno do pulso de luz.

Comentário

O SRTM NÃO utilizou dados de imageamento laser, mas sim, dados de imageamento por RADAR
via sensor SAR. Gabarito: Errado

3) Combinando anos de mapeamento por fotografias aéreas cuidadosamente medidas e


aferidas em campo, coordenando inúmeras agências de todo o mundo para a mensuração de
altitude por cunha de paralaxe.

Comentário

O tempo de coleta dos dados SRTM durou apenas 11 dias, e não “anos de mapeamento”. Além
disso, não foram envolvidas “várias agências”, mas somente as norte-americanas NASA e NIMA.
Gabarito: Errado

4) O SRTM é um Radar de Abertura Sintética em órbita, que tem a capacidade de mensurar a


distância através de duas antenas emissoras de ondas de rádio apontadas para o mesmo
ponto separadas por uma certa distância.

Comentário

O SRTM é um radar do tipo SAR (Radar de Abertura Sintética). Neste tipo de radar, o pulso é
captado via visada lateral. Ao comparar duas ou mais imagens em ângulos diferentes, foi
possível estabelecer o modelo tridimensional do terreno. Gabarito: Certo

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CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perícia/Geografia/2013

Com relação aos sistemas de informação geográficas (SIG) e a um mapa temático hipotético, na
escala de 1:100.000, armazenado nesse sistema, julgue o item que se segue.

1) Dados obtidos pela missão SRTM (shuttle radar topography mission), que são armazenados
em formato matricial, em pacotes computacionais de SIG, possibilitam, por exemplo, a
delimitação automática de bacias hidrográficas.

Comentário

Como os dados SRTM fornecem informações sobre o relevo, é plenamente possível delimitar
bacias hidrográficas de forma automática; afinal, os cursos d’água seguem o fluxo da gravidade,
sempre indo do ponto mais alto para o mais baixo. Gabarito: Certo

Imagens multiespectrais

Nos itens anteriores, já vimos o significado de espectro eletromagnético; sendo assim, fica fácil
entender o que são imagens multiespectrais. Simplesmente, trata-se de imagens que abarcam várias
partes do espectro (multi = muitos; espectral = espectro eletromagnético). Neste caso, o sensor consegue
captar diferentes frequências para uma mesma localidade. Ao intervalo destas frequências, dá-se o
nome de banda espectral. Quanto mais bandas espectrais um sensor conseguir captar – ou seja, quanto
mais frequências – maior será a sua resolução espectral [fonte].

Banda espectral É o intervalo entre dois comprimentos de onda no espectro eletromagnético.

Resolução É a capacidade do sensor de detectar bandas do espectro eletromagnético. Boas


espectral resoluções abrangem mais bandas.
Imagem É uma imagem que possui várias bandas. A maioria das imagens que utilizamos são
multiespectral multispectrais, e podemos juntar estas bandas para melhor visualização.

Como o próprio nome sugere, a resolução espectral depende do espectro eletromagnético.


Enquanto o olho humano é somente capaz de enxergar a luz visível, os sensores remotos podem facilmente
abarcar outras faixas do espectro eletromagnético. Se os sistemas de radar trabalham nas ondas mais
baixas, os satélites modernos conseguem captar as frequências do infravermelho. Os sensores
interplanetários podem inclusive, captar ondas de altíssima frequência como os raios-X e raios-gama.

A resolução espectral, portanto, diz respeito ao número de bandas (ou faixas) do espectro
eletromagnético que os sensores conseguem perceber. De uma maneira simplificada, conforme vimos
anteriormente, quando a energia solar atinge a superfície terrestre, parte desta é absorvida e parte é
refletida. Esta energia é emitida pela superfície terrestre através de ondas; e cada sensor trabalha com
um intervalo correspondente destas ondas emitidas [fonte].

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Como se A resolução espacial é medida pelo número e pela largura das bandas captadas pelo
mede? sensor.
Resolução alta – Satélite LANDSAT: Resolução baixa – satélite SPOT:
Banda1 - 0.45-0.52 μm3 Banda1 - 0.50-0.59 μm
Banda2 - 0.52-0.60 μm
Exemplos de Banda3 - 0.63-0.69 μm Banda2 - 0.61-0.68 μm
medida [fonte] Banda4 - 0.76-0.90 μm
Banda5 - 1.55-1.75 μm Banda3 - 0.79-0.89 μm
Banda6 - 10.74-12.5 μm
Banda7 - 2.08-2.35 μm Pan - 0.51-0.73 μm

O quadro abaixo [fonte] mostra as diferentes faixas do satélite LANDSAT. Note que para cada
banda, há um tipo de aplicação diferente. Logo, quanto maior a resolução espectral do satélite, mais
vastas são as possibilidades de utilização.

Bandas do LANDSAT 7 e suas aplicações

Banda 1 Grande penetração em corpos d’água, sendo particularmente interessante para


estudos batimétricos (relevo do mar). Permite detalhar a turbidez da água e o traçado
Azul
de correntes em corpos d’água. Boa para mapeamento de águas costeiras.

Banda 2 Utilizada para estudos de qualidade d’água e mapeamento de correntes em corpos


d’água. Tem boa penetração em corpos d’água. Boa para mapeamento de
Verde
vegetação e áreas onde ocorrem atividades antrópicas.

Banda 3 Bom contraste entre áreas cobertas com vegetação e solo exposto, bem como
discrimina diversos tipos de vegetação. É a banda mais utilizada para a delimitação

3
Μm = micrômetro, ou um milionésimo de metro.
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Vermelho das “manchas” urbanas e traçado do sistema viário. É adequada também para
mapeamentos de uso do solo, agricultura e estudos de qualidade d’água.

Banda 4 Bom contraste entre solo e corpos d’água, permitindo o mapeamento de rios de
grande porte, lagos, lagoas, reservatórios e áreas úmidas. É também sensível à
Infravermelho
morfologia do terreno, sendo muito utilizada para mapeamentos de geologia e
próximo
geomorfologia. Serve para mapear a vegetação que foi queimada e permite ainda
a visualização de áreas ocupadas por macrófitas aquáticas (por exemplo, aguapé).

Banda 5 Permite observar o teor de umidade nas plantas e detectar possíveis estresses na
vegetação causados por falta de água. Utilizada também para obter informações
Infravermelho
sobre a umidade do solo.
médio

Banda 6 Utilizada para mapeamento de estresse térmico em plantas, estudos de


propriedade termal dos solos, mapeamento da temperatura de superfície de
Infravermelho
águas oceânicas superficiais, informações importantes para pesca e clima. Pode
termal
ser utilizada para estudos de ilhas urbanas (ilhas de calor).

Banda 7 Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, servindo para estudos nas áreas
de geologia, solos e geomorfologia. Utilizada também para a identificação de
Infravermelho
minerais e detecção de umidade no solo e na vegetação.
médio

É importante observar que as bandas azul, verde e vermelho correspondem às faixas visíveis do
espectro eletromagnético. Estas bandas estão presentes na maioria dos satélites, não só no LANDSAT.
Já as bandas do infravermelho, normalmente estão relacionadas à emissão de calor (radiação térmica)
por parte dos objetos. Assim, ela tende a apresentar respostas singulares de acordo com a temperatura
dos corpos. Como exemplo, pode-se citar a situação de nuvens existentes em altitudes elevadas, onde as
temperaturas são baixas; estas apresentarão coloração mais próxima do branco. No caso de nuvens mais
próximas do solo (temperaturas maiores), a resposta espectral será mais próxima do preto ou do cinza
[fonte].

Conforme observado, cada banda possui uma utilização distinta. No entanto, na maioria dos casos
– para agrupar os benefícios de cada uma – o operador faz combinações, as chamadas composições de
imagem. Deste modo, quando observamos uma imagem de satélite colorida, ela não veio colorida do
espaço, mas sim, em bandas distintas; sendo manualmente composta pelo ser humano por meio das
faixas espectrais disponíveis.

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Exemplos de composições coloridas do LANDSAT 7

Composição colorida das bandas 1, 2 e 3. Composição colorida das bandas 3, 4 e 5.

Podemos dizer que as imagens multiespectrais são formadas relativamente poucas bandas
(normalmente entre 3 e 20) que não são necessariamente contínuas. No entanto, existem imagens que
além de serem formadas por muitas bandas, todas elas são contínuas dentro do espectro
eletromagnético. Estas imagens são chamadas de imagens hiperespectrais (hiper = muito; de muitas
bandas).

Imagem multiespectral

Possui poucas bandas, não necessariamente contínuas. Possuem


menor resolução espectral.

Imagem hiperespectral

Possui muitas bandas, e elas são sempre contínuas. Possuem


maior resolução espectral.

Como possuem maior resolução espectral, as imagens hiperspectrais garantem informações mais
precisas, o que é muito útil na agricultura, por exemplo. Vamos pegar o exemplo de uma plantação de
milho. Usando sensores multiespectrais é possível fazer uma estimativa da área plantada, um
levantamento do número de plantas em determinada área, verificar a saúde das plantas e da cultura e
ainda detectar pragas na plantação e gargalos no processo produtivo. Já com sensores hiperespectrais,
além de obter os mesmos resultados que um multiespectral, existe também o potencial de prover
detalhes sobre as propriedades físico-químicas dos materiais presentes na superfície imageada, incluindo
composição química/bioquímica, grau de cristalinidade e morfologia desses materiais [fonte].

Imagens multitemporais

Imagem multitemporal consiste em visualizar bandas na mesma faixa espectral em diferentes


datas como uma composição RGB. Neste caso, áreas inalteradas apareceriam em tons de cinza; já
alterações aparecem como áreas coloridas [fonte]. No exemplo abaixo, duas imagens de datas distintas
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foram compostas: utilizando a banda vermelha (red) da mais antiga e a verde (green) da mais nova, foi
possível compor uma imagem que realçasse as transformações no espaço geográfico neste período.

Imagem de 2001 Imagem de 2009 Composição RGB

Banda R de 2001 + Banda G de


Banda R (vermelho) Banda G (verde)
2009 = Composição

Imagens multitemporais são particularmnte úteis para acompanharmos, por exemplo, o


desmatamento de uma determinada região. Combinando três datas distintas – 1993, 1997 e 1998 – a
Agência Espacial Europeia montou, por exemplo, uma imagem de Porto Velho (RO) mostrando o
desmatamento no município. Enquanto os pixels em cinza representam as áreas inalteradas – e portanto,
a vegetação nativa – os pixels coloridos indicam onde houve transformação [fonte].

Parte de imagem multitemporal de Porto Velho (RO) (1993, 1997 e 1998). Áreas alteradas aparecem em colorido.

Para não confundir


É aquela que é capturada em faixas de onda maiores (micro-ondas), e que
Imagem de radar
portanto, possuem características e aplicações diferenciadas.
Imagem
É aquela que combina várias bandas (faixas do espectro)
multiespectral
É aquela que combina várias datas diferentes em uma mesma imagem, não
Imagem
necessariamente de uma mesma banda. Imagens multitemporais podem ser
multiespectral
multiespectrais também.

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Processamento Digital de Imagens (PDI)

Tendo em vista as diversas potencialidades dos tipos de resolução e das várias faixas do espectro
eletromagnético, mais vastas ainda, são as possibilidades de processamento computadorizado desta
grande quantidade de dados capturados por sensores. É neste contexto que se enquadra o
Processamento Digital de Imagens (PDI); cuja função principal é a de fornecer ferramentas para
facilitar a identificação e a extração da informação contidas nas imagens para posterior interpretação.
Em outras palavras, trata-se de manipular as imagens para que elas sejam melhor interpretadas pelo
operador de acordo com os seus propósitos [fonte].

Uma das razões da existência do PDI é a incapacidade do olho


humano de reconhecer todo o volume de informações presente em uma
imagem. Isso inclui vários tipos de degradações e distorções, inerentes aos
processos de aquisição, transmissão e visualização de imagens. O objetivo
principal do processamento de imagens é o de remover as barreiras
inerentes ao sistema visual humano, facilitando a extração de
informações a partir de imagens [fonte].

De forma geral, o PDI pode ser resumido em três fases: pré-processamento, realce e classificação
(atenção nestas etapas para não confundir!) Conforme o quadro abaixo[fonte].

Principais fases do Processamento Digital de Imagens


Pré- Pré-processamento refere-se ao processamento inicial de dados brutos para
processamento calibração radiométrica da imagem (tons de cinza), correção de distorções
geométricas e remoção de ruído.
Realce Realce visa melhorar a qualidade da imagem, permitindo uma melhor discriminação
dos objetos presentes na imagem.
Classificação Na classificação são atribuídas classes aos objetos presentes na imagem

Considerando o cenário do PDI, os softwares de


geoprocessamento oferecem inúmeras possibilidades de classificação
e interpretação de imagens de satélite. Do tradicional método de
fotointerpretação (que não faz parte do PDI), podem ser utilizados os
tipos classificação supervisionada e não-supervisionada. Estas duas
últimas fazendo parte da fase “classificação” do PDI.

A fotointerpretação é a técnica que realiza o estudo de


imagens fotográficas, buscando identificar, interpretar e obter
informações sobre os fenômenos e objetos nela contidas. Trata-se,
portanto, da interpretação visual de imagens, a qual depende da
percepção do intérprete – que necessariamente, deve estar
Intérprete operando estereoscópio na
familiarizado com a área de trabalho. Neste caso, para evitar erros e fotointerpretação. Técnica está migrando para os
dubiedades inerentes à atividade humana, é preciso realizar um softwares.
estudo prévio da área a ser mapeada [fonte]. Embora a maioria dos

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softwares de geoprocessamento forneça bases para a fotointerpretação – na maioria deles, é possível


inserir polígonos de forma manual identificando tipos de uso do solo como pastagem, vegetação, área
urbana, etc. –, a fotointerpretação também pode ser realizada utilizando um aparelho chamado
estereoscópio (imagem ao lado). Na estereoscopia, é possível juntar duas fotos e visualizá-las em terceira
dimensão sem o auxílio de computador.

O que é É o processo de extração de informações em imagens para reconhecer padrões e


classificação objetos homogêneos que são utilizados para mapear áreas da superfície terrestre as
de imagens? quais correspondam aos temas de interesse.
Associa cada pixel da imagem a um “rótulo” descrevendo um objeto real. Dessa
Como ela é
forma, obteremos um mapa temático, o qual mostrará a distribuição geográfica de um
feita?
tema, por exemplo a vegetação e uso da terra. [fonte]

Apesar de ainda ser bastante utilizada, a fotointerpretação está pouco a pouco, cedendo espaço às
formas de análise automática e semi-automática, características ao Processamento Digital de Imagens,
que dependem menos da interferência humana. Neste sentido destacam-se a classificação
supervisionada e a classificação não-supervisionada.

Classificação pelo computador (supervisionada e não


Classificação manual (fotointerpretação)
supervisionada)

Neste caso, os polígonos foram Neste caso, os polígonos foram desenhados de forma semi-
desenhados manualmente, um a um, de automática pelo software, havendo pouca interferência
acordo com a experiência do intérprete. humana.

Entretanto, a classificação supervisionada não é tão automatizada assim. Neste método, a


imagem é classificada pelo computador; porém de acordo com determinados parâmetros definidos pelo
operador. Assim como ocorre com a fotointerpretação, o intérprete deverá ter conhecimentos da área de
estudo para definir as classes a serem mapeadas. Por exemplo, se estamos enxergando áreas de
pastagem na imagem, devemos informar para o sistema que aquele conjunto de pixels é uma
pastagem; e assim sucessivamente para as outras categorias (vegetação, massa d’água, área urbana, etc).
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Se o sistema sabe as texturas e os padrões espaciais de cada categoria, ele é capaz de mapear sozinho o
restante da imagem. É por isso que essa classificação é SUPERVISIONADA: é o computador que
classifica, mas é o homem define os parâmetros.

A classificação não-supervisionada também é feita pelo sistema de forma automática; no


entanto, ao contrário da supervisionada – onde o homem define os parâmetros – ela é feita
exclusivamente pelo computador. É evidente que homem vai operar o software, mas neste caso, é o
próprio sistema que define os padrões de pixel da imagem e as agrupa em categorias. O termo “não-
supervisionada” vem do fato de que o computador faz quase tudo sozinho. No geral, este tipo de
classificação apresenta menor precisão e confiabilidade, sendo útil somente em locais onde não se tem
acesso à área trabalhada.

Para que o computador classifique a imagem, é necessário que isso ocorra com base em algoritmos
pré-estabelecidos. Existem várias fórmulas para tal fim, no entanto, a mais utilizada é a Máxima
Verossimilhança (MAX-VER). Pertencente ao grupo da classificação supervisionada “pixel por pixel”, a
MAXVER utiliza estatísticas para calcular a probabilidade de um pixel pertencer a uma determinada classe.
Este método parte do princípio que o usuário conhece bem a temática e a região da imagem a ser
classificada para poder definir classes representativas [fonte].

Tipos de classificação não supervisionada de imagens [fonte]

Classificadores pixel por pixel.


Utilizam apenas a informação espectral de cada pixel para achar regiões
homogêneas, como por exemplo, a Máxima Verossimilhança (MAXVER). Estes
classificadores podem ser separados em métodos estatísticos (utilizam regras da
teoria de probabilidade) e determinísticos (não utilizam probabilidade).

Classificadores por região.

Utilizam, além de informação espectral de cada "pixel", a informação espacial


que envolve a relação com seus vizinhos. Procuram simular o comportamento de
um foto-intérprete, reconhecendo áreas homogêneas de imagens, baseados nas
propriedades espectrais e espaciais de imagens. A informação de borda é utilizada
inicialmente para separar regiões e as propriedades espaciais e espectrais irão unir
áreas com mesma textura.

A imprecisão dos métodos de classificação


computadorizada levou os pesquisadores a
desenvolverem outros sistemas, como os baseados em
lógica fuzzy. Também conhecida como lógica difusa
ou lógica nebulosa, este método trabalha com
julgamentos diferenciados em função da falta de
precisão. Na maioria das vezes – principalmente em
áreas muito antropizadas (ocupadas pelo homem) a
imagem apresenta um elevado grau de complexidade.

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Em muitos casos é difícil o sistema compreender, por exemplo, quando termina uma área urbana e
quando começa uma rural; pois neste caso, pode haver áreas de subúrbio que não são nem 100% urbanas
nem 100% rurais. A lógica fuzzy resolveria este problema estimando a probabilidade destas áreas
pertencerem a uma determinada categoria.

Principais tipos de classificação de imagem


Fotointerpretação Classificação manual.
Classificação supervisionada Classificação DIGITAL automática, porém, o usuário define os
parâmetros.
Classificação não- Classificação DIGITAL automática com o computador definindo os
supervisionada parâmetros.

AOCP/2016 Órgão: Professor de Geografia Instituto Federal

Imagens oriundas do sensoriamento remoto são normalmente calibradas para a detecção de


qualquer alvo, fazendo-as escuras e com pouco contraste. Para sua utilização, é necessário uma
técnica de realce de contraste. Assinale a alternativa que descreve a técnica usada para
melhoramento de imagens de sensoriamento remoto.

A) Aumento do brilho somente por adição de um valor numérico fixo aos pixels mais escuros.
B) Realce da diferença dos pixels com a detecção semissupervisionada baseada em um limite
numérico.
C) Equalização do histograma de frequência de tons de cinza em cada canal da imagem.
D) Percorrer a matriz em um filtro de convolução aritimética, multiplicando a matriz por uma
menor.
E) Interpolação dos pontos mais claros e recálculo dos pixels por uma função de interpolação de
pontos como a krigagem.

Comentário

A técnica correta é a equalização de histograma (histograma = gráfico de frequência de tons de


cinza em uma imagem). Essa manipulação é necessária para aumentar o contraste visual entre
os tons de cinza, fazendo com que a imagem fique mais visível. Gabarito: C.

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Alexandre Vastella
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O que é um histograma?

É um gráfico de colunas que mostra a frequência das ocorrências,


ou frequência relativa, ou porcentagem das frequências de um
determinado fenômeno [fonte].

No eixo vertical, encontram-se as frequências.


No eixo horizontal, o dado que está sendo medido.

É amplamente utilizado em Processamento Digital de Imagens,


para a manipulação de contrastes e melhorias visuais. O histograma
ao lado, por exemplo, mostra a resolução radiométrica de uma
imagem hipotética, mostrando a frequência de pixels por tom de
cinza.

CESPE – MPOG Geógrafo – 2015

Com relação a sensoriamento remoto e técnicas de tratamento ou processamento numérico de


imagens digitais, julgue os itens a seguir.

1) Para a identificação na imagem de temáticas preestabelecidas, são adotadas técnicas de


classificação supervisionadas, denominadas identificação dos temas.

Comentário

Sim, as técnicas de classificação supervisionada possuem exatamente este objetivo: identificar


na imagem as temáticas pré-estabelecidas (por exemplo: pastagem, área urbana, área urbana,
vegetação, etc.). Isso é feito do seguinte modo: o operador escolhe (supervisiona) as áreas
representativas, e daí o sistema extrapola estas amostras para o restante da imagem. Gabarito:
Certo

2) Na análise digital de dados multitemporais, pode-se utilizar um sistema de análise de dados


digitais para manipular imagens de um mesmo canal espectral em diferentes épocas.

Comentário

As imagens multitemporais são exatamente isso! Pega-se várias bandas de datas diferentes e
cria-se uma montagem realçando as diferenças. Gabarito: Certo

3) A classificação digital permite a aplicação de correções de três tipos: radiométrica,


geométrica e atmosférica.

Comentário

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Isto NÃO são etapas da classificação digital, mas sim do pré-processamento! Lembre-se que a
classificação digital (que se divide em supervisiona e não-supervisionada e que tem como
objetivo interpretar as classes de uso do solo da imagem) ocorre DEPOIS do pré-processamento.
Estes sim, engloba as correções descritas na questão. Gabarito: Errado.

4) Pré-processamento é uma fase que implica a implementação de um processo de decisão


para que o computador possa atribuir certo conjunto de pontos da imagem a uma
determinada classe.

Comentário

Isso NÃO é a definição da fase do pré-processamento, mas sim da fase da classificação digital.
Gabarito: Errado

5) Para facilitar a interpretação de uma imagem mediante a técnica de realce de imagens,


podem ser realizadas operações de manipulação de contraste, filtragem de frequência
espacial e rotação de imagens.

Comentário

Agora sim faz sentido. Primeiro ocorrem as “operações de manipulação” descritas na imagem
para torna-la melhor interpretável, e DAÍ SIM parte-se para a interpretação. Certo

QUESTÕES OBJETIVAS
Neste item final, vamos treinar algumas questões. Caso tenha dúvida sobre os comentários de alguma
delas, basta buscá-la no corpo do texto do PDF para ler os comentários anteriormente feitos por mim
(utilize ferramenta Ctrl-F). Bons estudos!

Lista de questões

1) CESPE – MPOG Geógrafo – 2015

O sensoriamento remoto é a técnica de obtenção de informações relativas a um objeto, uma área ou um


fenômeno localizado na Terra, sem que haja contato físico entre o usuário do sistema e o seu objeto de
interesse. As informações podem ser obtidas por meio de fontes naturais e artificiais.

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Tendo como referência as informações e a figura anteriormente apresentadas, julgue os próximos itens.

A) Na figura em apreço, o número 1 identifica um sensor passivo, que é um dispositivo capaz de detectar
radiações eletromagnéticas em todas as faixas do espectro eletromagnético.

B) A resolução espacial refere-se à capacidade do sensor de distinguir objetos na superfície terrestre. A


resolução depende do detector e da altura de posicionamento do sensor em relação ao objeto.

C) O Sol, identificado na figura em questão pelo número 3, por ser uma fonte de energia que está
ininterruptamente em atividade, é considerado um sensor ativo.

D) Uma das importantes características das imagens obtidas por meio de satélites é a abrangência
espaço-temporal dos dados dos sensores remotos, que possibilitam a visão de um conjunto de paisagens
em tempos diferentes, simultâneos e sequenciais, permitindo a identificação e o relacionamento de
elementos naturais e sociais e econômicos, e revelando a dinâmica do processo de construção do espaço
geográfico.

2) Técnico UFMG - 2016


GPS é a sigla para Global Positioning System, que em português significa “Sistema de Posicionamento
Global”, e consiste numa tecnologia de localização por satélite. A compreensão e a utilização das
informações fornecidas por um GPS pode ser vital numa atividade de campo. Ao registrar a posição de
qualquer lugar da Terra, com as coordenadas geográficas, é correto concluir que o GPS indica:
A) A combinação entre os graus de latitude e de longitude do ponto indicado.
B) Os dados referentes à distância, horas, minutos e segundos, do ponto de referência mais próximo.
C) A distância, em graus, entre o ponto escolhido e o meridiano mais próximo.
D) Uma linha imaginária qualquer do globo terrestre no sentido norte-sul.

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3) IADES - Perito Criminal (PC DF) - 2016


Acerca do georreferenciamento, julgue os itens:
A) Erros sistemáticos ocorrem em razão das características próprias do sensor, como: instabilidade da
plataforma, distorção panorâmica e distorção causada pela curvatura e rotação da Terra.
B) O georreferenciamento estabelece uma relação geométrica entre cada pixel da imagem e uma única
coordenada cartográfica, utilizando interpoladores de 2º grau ou superiores.
C) Nesse processo, somente algumas feições devem ser totalmente identificáveis na imagem.
D) O georreferenciamento de uma imagem de satélite não deve ocorrer com base em outra imagem,
visando a reduzir a propagação de erros residuais.
E) O georreferenciamento de uma imagem de satélite, quando realizado com base em pontos de controle
obtidos por sistemas de posicionamento por satélite, não necessita passar por uma análise de qualidade
posicional.

4) AOCP – Geógrafo Analista Ambiental – Prefeitura de Juiz de Fora – 2016


O SRTM – Shuttle Radar Topographic Mission (Missão de Radar Topográfico em uma Aeronave) foi uma
missão realizada em 2000 pela NASA que disponibilizou um dado de altitude a cada 90m em todo o globo,
com dados distribuídos gratuitamente. Como foram obtidos esses dados de altitude?
A) Exatamente como o RADAM Brasil, que imageou a Amazônia e depois boa parte do Brasil, o SRTM é
um radar de abertura lateral aerotransportado que passou por todo o mundo diversas vezes, até captar
todo o terreno.
B) A missão foi um dos primeiros experimentos com imageamento Laser, que pode medir as altitudes em
órbita através da medida de distâncias em pontos pré-definidos pelo tempo de retorno do pulso de luz.
C) Combinando anos de mapeamento por fotografias aéreas cuidadosamente medidas e aferidas em
campo, coordenando inúmeras agências de todo o mundo para a mensuração de altitude por cunha de
paralaxe.
D) O SRTM é um Radar de Abertura Sintética em órbita, que tem a capacidade de mensurar a distância
através de duas antenas emissoras de ondas de rádio apontadas para o mesmo ponto separadas por uma
certa distância.

5) CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perícia/Geografia/2013


Com relação aos sistemas de informação geográficas (SIG) e a um mapa temático hipotético, na escala de
1:100.000, armazenado nesse sistema, julgue o item que se segue.
A) Dados obtidos pela missão SRTM (shuttle radar topography mission), que são armazenados em
formato matricial, em pacotes computacionais de SIG, possibilitam, por exemplo, a delimitação
automática de bacias hidrográficas.

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6) AOCP/2016 Órgão: Professor de Geografia Instituto Federal


Imagens oriundas do sensoriamento remoto são normalmente calibradas para a detecção de qualquer
alvo, fazendo-as escuras e com pouco contraste. Para sua utilização, é necessário uma técnica de realce de
contraste. Assinale a alternativa que descreve a técnica usada para melhoramento de imagens de
sensoriamento remoto.
A) Aumento do brilho somente por adição de um valor numérico fixo aos pixels mais escuros.
B) Realce da diferença dos pixels com a detecção semissupervisionada baseada em um limite numérico.
C) Equalização do histograma de frequência de tons de cinza em cada canal da imagem.
D) Percorrer a matriz em um filtro de convolução aritimética, multiplicando a matriz por uma menor.
E) Interpolação dos pontos mais claros e recálculo dos pixels por uma função de interpolação de pontos
como a krigagem.

7) CESPE – MPOG Geógrafo – 2015


Com relação a sensoriamento remoto e técnicas de tratamento ou processamento numérico de imagens
digitais, julgue os itens a seguir.
A) Para a identificação na imagem de temáticas preestabelecidas, são adotadas técnicas de classificação
supervisionadas, denominadas identificação dos temas.
B) Na análise digital de dados multitemporais, pode-se utilizar um sistema de análise de dados digitais
para manipular imagens de um mesmo canal espectral em diferentes épocas.
C) A classificação digital permite a aplicação de correções de três tipos: radiométrica, geométrica e
atmosférica.
D) Pré-processamento é uma fase que implica a implementação de um processo de decisão para que o
computador possa atribuir certo conjunto de pontos da imagem a uma determinada classe.
E) Para facilitar a interpretação de uma imagem mediante a técnica de realce de imagens, podem ser
realizadas operações de manipulação de contraste, filtragem de frequência espacial e rotação de imagens.

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Gabarito

1) CESPE – MPOG Geógrafo – 5) CESPE - Analista do


2015 Ministério Público da
União/Perícia/Geografia/2013
A) E
A) C
B) C
C) E
6) AOCP/2016 Órgão:
D) C
Professor de Geografia
Instituto Federal
2) Técnico UFMG - 2016 A) E
A) C B) E
B) E C) C
C) E D) E
D) E E) E

3) IADES - Perito Criminal (PC 7) CESPE – MPOG Geógrafo –


DF) - 2016 2015
A) C A) C
B) E B) C
C) E C) E
D) E D) E
E) E E) C

4) AOCP – Geógrafo Analista


Ambiental – Prefeitura de
Juiz de Fora – 2016
A) E
B) E
C) E
D) C

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