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Universidade de Vassouras – Campus Maricá

Professora: Christiane Silveira


Engenharia Civil – 7º período
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Trabalho P1

Fazer uma Resenha Crítica do artigo “Internet das coisas e cidades: Tecnologia, inovação e
o paradigma do desenvolvimento sustentável”, apontando como a Engenharia Civil pode
ser fundamental nesse processo (dê exemplos). O trabalho vale 2,0 pontos.

Recomendações:
● Trabalho em grupo;
● Entrega pelo AVA até o dia 23 de setembro de 2023 (Data da P1), às 23 horas e 59
minutos (Todos os membros do grupo devem entregar);
● Documento em formato PDF;
● Formatação:
○ Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12, cor preta
○ Alinhamento: Justificado
○ Espaçamento: 1,5
○ Margens: Esquerda e superior 3 cm; Direita e inferior 2 cm.

Não esquecer de colocar na capa os nomes de todos os membros do grupo.


A resenha crítica é gênero textual informativo, descritivo e opinativo sobre uma
determinada obra, por exemplo: livro, artigo, filme, série, documentário, exposição de artes,
peça teatral, apresentação de dança, shows.

Nela, o resenhista sintetiza as ideias e expõe suas apreciações, influenciando seus


leitores.

Assim, a função da resenha crítica é fazer uma análise interpretativa da obra expondo
considerações pessoais sobre o objeto analisado.

Passo a passo:
1. Conheça muito bem a obra
Para começar uma resenha crítica é necessário ler atentamente à obra analisada. Se
necessário, pode-se fazer isso mais de uma vez para que nenhuma parte passe despercebida.
Assim, se ficou alguma dúvida, não hesite em ler novamente.

2. Faça anotações sobre a obra


Durante a fase inicial, é importante fazer algumas anotações sobre o tema, a estrutura
da obra, o autor/autora.

- Qual o nome da obra?

- Quem é o autor/autora?

- Qual a temática explorada pelo autor/autora e sua relevância?

- Qual a opinião defendida pelo autor/autora?

- Quando ela foi publicada, lançada ou apresentada?

- Qual a estrutura e divisão apresentada (partes, capítulos e seções)?


3. Crie sua opinião sobre a obra
Para produzir sua opinião sobre a obra analisada, responder algumas questões podem
ajudar a definir melhor o caminho a ser seguido:

- Gostou da obra?

- Qual parte foi mais interessante?

- Que relações ela pode ter com outras obras?


- Quais as principais considerações e apreciações sobre o tema?

- Sentiu que teve alguma parte que não ficou muito bem explicada?

- Quais as emoções geradas depois de ler a obra?


4. Produza a resenha
Analisando as informações coletadas acima, chegou a hora de produzir o texto. Por
isso, recorra a todas as anotações feitas, pois elas serão valiosas e servirão de guia e apoio
para desenvolver melhor a resenha crítica.

A estrutura da resenha crítica segue o modelo dos textos dissertativos-argumentativos,


ou seja: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Sendo assim, confira abaixo o que será contemplado em cada parte da resenha:

Introdução
Para começar a resenha, é necessário fazer uma exposição inicial sobre a obra, o tema
e o autor.

Essa parte inicial é mais informativa e tem como intuito situar o leitor para que ele
saiba o que vai encontrar no texto.

Esse resumo inicial pode ser feito da seguinte maneira:

● A obra: título, subtítulo (se houver) e ano de publicação.

● O autor: nome, nacionalidade, data de nascimento e morte, algumas características


que o destaque.

● O tema: o tema central levantado pelo autor da obra e que será apresentado na
resenha.

Desenvolvimento
O desenvolvimento da resenha envolve a maior parte do texto, que inclui os
argumentos e as apreciações do resenhista sobre o objeto analisado.

Nesse momento, as ideias e as opiniões que surgiram na análise anterior devem estar
bem fundamentadas, explicadas e coerentes.
Isso porque as resenhas críticas pretendem influenciar os leitores e o resenhista deve
utilizar esse espaço para argumentar, indicar os pontos positivos e negativos da obra, sempre
explicando o porquê da sua constatação.

Se a resenha crítica não tiver a posição do resenhista, ela pode ser considerada
uma síntese ou um resumo.

Em alguns casos, pode-se recorrer a outras obras que apresentem temas semelhantes
para contrapor alguns argumentos do autor, comparar conceitos e ideias, apresentando assim,
outro ponto de vista.

Conclusão
O final da resenha contempla o fechamento das ideias e não é necessariamente uma
parte muito grande.

Embora no desenvolvimento a opinião do resenhista tenha sido exposta, aqui é hora


de sintetizar e opinar sobre alguns aspectos da obra:

● A obra e o tema são relevantes no contexto atual?

● A linguagem e a abordagem utilizada facilita o entendimento?

● Quais os pontos positivos e negativos da obra?

● Quais as principais contribuições da obra para o público?


Exemplo de resenha crítica pronta

Segue abaixo uma resenha crítica do livro o “Menino Maluquinho” (1980), do escritor
Ziraldo Alves Pinto, feita pela professora Daniela Diana.

Quem nunca ouviu falar do menino que ‘tinha ventos nos pés’, o ‘olho maior que a barriga’,
‘fogo no rabo’, ‘umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo)’ e que ‘chorava
escondido se tinha tristezas’?

É assim que caracterizamos um dos personagens de Ziraldo, que com mais de 30 anos de
existência corrobora sua atemporalidade.

“O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 pelo escritor e cartunista Ziraldo, é um clássico


da literatura e que continua conquistando o universo infanto-juvenil.

Em entrevista ao Diário Catarinense (2011), Ziraldo afirma que a ideia de criar o Menino
Maluquinho surgiu de considerações e observações pessoais:

“Eu já tinha visto o que tinha acontecido com meninos felizes e infelizes. Os felizes viraram
adultos mais bem resolvidos. Os infelizes e desamados, ficaram adultos mais sofridos.”

No tocante ao uso da inocência e da simplicidade, muitas obras de arte nos levam a recordar
da célebre frase de Leonardo da Vinci quando nos alerta que: “A simplicidade é o último grau
de sofisticação”.

No livro o “Menino Maluquinho” isso não é diferente e se torna claro no momento em que
iniciamos a leitura. De partida, já nos familiarizamos com seus desenhos naif, sua linguagem
simples, ‘nada de especial’, diriam alguns, ‘tudo de essencial’, afirmariam outros.

Assim, o essencial e o especial se mesclam numa narrativa fluida, simples e familiar. Isso
porque a obra trata de aspectos do cotidiano, da simplicidade dos momentos, de um menino
travesso com uma felicidade contagiante.

Interessante notar que o sucesso da obra não fora passageiro, e seu reconhecimento implicou
no aumento considerável do número de vendas e edições ao longo desses anos.
E, se pensarmos assim, já temos certeza que esse ‘personagem lendário’ adquiriu uma
posição de destaque, já que é considerada uma das maiores obras infanto-juvenis do Brasil.

Atualmente, ela é utilizada nas escolas como ferramenta de acesso e, ainda, para disseminar o
gosto pela leitura.

Além disso, a obra foi adaptada para cinema, série televisiva e desenho animado, expandindo
ainda mais os corriqueiros momentos de travessuras desse menino tão maluquinho.

Nesse momento, surgem as perguntas: o que torna uma obra literária parte do imaginário de
um povo? Como adquire uma posição de destaque?

Para responder essas questões, podemos pensar na psicologia e pressupor uma identificação
da personagem com a nossa personalidade. Ou ainda, percorrer os caminhos da linguística
para explicar que uma linguagem simples e cheia de significados absorve a atenção do
público. Entretanto, aqui, a ideia não é esta!

Após a leitura fica claro que, com uma linguagem e uma narrativa simples, Ziraldo conseguiu
transmitir ao público, a trajetória e os momentos quase universais de uma infância feliz.

Talvez por isso houve, durante essas décadas, enorme aceitação do público. Essa obra vendeu
cerca de 2,5 milhões de exemplares, ao mesmo tempo que acompanhou nossa era digital.

Assim, hoje encontramos sites do Menino Maluquinho, com vídeos, jogos e quadrinhos.

“E, como todo mundo, o menino maluquinho cresceu (...) E foi aí que todo mundo descobriu
que ele não tinha sido um menino maluquinho ele tinha sido era um menino feliz!”.

A simplicidade com que o livro termina, nos leva a pensar que como toda criança travessa,
sua infância e trajetória de vida está repleta de acontecimentos tão ‘humanos’.

Destacam-se: fazer travessuras, ter inquietudes, se apaixonar, brincar com os familiares, tirar
nota baixa na escola, ter bons amigos, algumas namoradas, segredos, jogar futebol, empinar
pipa, se machucar, ter decepções e alegrias...
Todos os acontecimentos que resumem uma vida simples e feliz e que o tornam esse ‘cara
legal’, são desvendadas pelo próprio Ziraldo no final da estória.

O Maluquinho revela diante das coisas boas e nem tão boas da vida que consegue sorrir e ter
princípios e valores.

Segundo o poeta e filósofo estadunidense Henry Thoreau (1817-1862): “Muitos homens


iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro”.

Essa frase faz sentido na medida em que meu encontro com o “Menino Maluquinho” foi de
extrema identificação, perceção, magia, catarse.

‘Devorei’ a obra nos espaçosos corredores de uma feira de livros na década de 90 na cidade
de São Paulo. Eu tinha 8 anos.

Naquele momento, inebriada com o cheiro de livros, luzes coloridas e brilhantes, vozes em
verso e prosa, e as mãos dadas ao papai, eu sabia que iria crescer, igual o Menino
Maluquinho.

Assim, o meu novo desafio a partir daí foi a busca para me tornar aquele ‘cara legal’ descrito
por Ziraldo.

Afinal, ‘ventos nos pés’, vontade de 'abraçar o mundo' e 'imaginação' eu já tinha, e bastante.

Disponível em: Como fazer uma resenha crítica - Toda Matéria (todamateria.com.br)

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