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AS IDEIAS DE GASTON BACHELARD.

Publicado em 29 de Março de 2013 por Edjar Dias de Vasconcelos

Fonte: https://www.webartigos.com/artigos/as-ideias-de-gaston-bachelard/106061#ixzz5QjpnAYHs

BACHELARD.

Inicia sua carreira trabalhando nos correios, mais tarde prepara para concurso de engenheiro dos telégrafos,
posteriormente licencia se em Matemática, após a primeira guerra transforma se em professor de Química e Física.
Logo em seguida começa a estudar Filosofia, em 1922 ele defende uma tese muito interessante, Ensaio sobre o
conhecimento aproximado, quando ele inicia sua carreira como professor universitário.

Teve uma vida acadêmica prodigiosa, recebeu o premio nacional de letras pelo seu trabalho desenvolvido, O novo
espírito científico, escrevendo logo em seguida, A formação do espírito científico, posteriormente O materialismo
racional, como A poética do espaço e A poética do devaneio. Sua tese básica, ele desenvolve principalmente uma
reflexão visando à defesa dos métodos e fundamentos do conhecimento científico e renova naturalmente a
epistemologia combatendo os dogmas do seu tempo histórico, torna-se um grande pensador e cientista.

Formula as condições para o conhecimento científico que longe de ser imediato progride lentamente e sempre
superando os chamados obstáculos epistemológicos.

É necessário ter muito cuidado com as representações do espírito as primeiras delas representa o senso comum.
O conhecimento científico primeiro é composto de convicções elementares das quais é fundamental a libertação
para que a ciência possa aparecer e progredir, com efeito, não é fácil formular a construção científica.

A sua ideia desenvolvida, o conhecimento científico deve ser reformulado, A formação do pensamento científico,
para ele é necessário purificar a razão dos mitos, das ilusões que dificultam a objetividade. Para evolução do
conhecimento científico, diante das crises que atravessava as ciências no século XX, especialmente a questão da
relatividade e do determinismo, Bachelard elabora o conceito de corte epistemológico.

O que significa tal corte epistemológico, para ele as ciências não progride de maneira contínua, linear, mas por
intermédio das rupturas com princípios anteriormente aceitos pela comunidade científica, todo conhecimento se
elabora contra outro conhecimento anterior. Dessa forma a ciência exige uma constante recolocação em
consideração às causas das teorias aceitas. Existe apenas um jeito de fazer as ciências avançar, que é atacar as
ciências já constituídas, o que signica de certo modo a reconstrução.

Três etapas marcam a história das ciências, o denominado estado pré-científico, que vai da antiguidade até ao
século XVIII, estado científico propriamente que vai do século XVIII até e o começo do século XX, o novo espírito
científico, que inicia propriamente a partir de 1905, quando Einstein estabeleceu o principio da relatividade.

O novo espírito científico é um comportamento de reflexão e crítica permanente da ciência que possibilitou através
da evolução epistemológica, o surgimento de novas teorias originais.
As teorias sempre complexas e abstratas têm suas origens não apenas na experiência sensível, mas também
fundamentadas na matemática, é fundamental que a experiência supere ao próprio procedimento comum e volte
sempre para sua verificação observacional.

Dessa forma o método científico deve ser de ordem do racional aplicado à empiria, a experiência científica teorizada
nem sempre reflete na sua totalidade o real da forma em que de fato é a realidade do objeto. O que se pode concluir
com evidência que o mundo que pensamos nem sempre é o mundo em que vivemos.

Com efeito, a objetividade científica nunca é de fato da mesma naturalidade do que é o seu pressuposto, devido
aos obstáculos, o conhecimento em nenhum momento é definitivo, fundamental as constantes rupturas, sem as
mesmas não seria possível nenhum avanço. Para o conhecimento científico toda resposta é dada a uma questão,
que deve ser formalizada em forma de hipótese, o que merece comprovação.

Se não desenvolver a questão empírica não é possível o desenvolvimento da ciência. Isso significa que nada
acontece por si só, o que naturalmente é evidente. Nada de certa forma está dado, mas tudo é construído. A
ciência é a construção dela mesma.

Em síntese Bachelard contrapõe a ciência à opinião, que é entendida a realidade ligada ao habito, esse é o grande
obstáculo epistemológico a ser superado, para construção do conhecimento científico. A ciência procura antes de
tudo, aquilo que dá certo, não uma resposta de causa e efeito, ela quer explicações, o porquê algo realmente
acontece. O pesquisador deve antes de tudo saber formular problemas e levantar possíveis hipóteses, motivo pelo
qual precisa ter instrumento epistemológico.

A opinião afirma as questões de forma dogmática, como verdadeiras, ingenuamente, julga a primeira impressão a
sua eficácia. Quanto ao pensamento científico tem capacidade de verificar de forma procedente, pelo caminho da
interrogação, da verificação hipotética dos fatos em questão.

Com efeito, o verdadeiro conhecimento científico, sabe colocar as questões empiricamente e soluciona-las de forma
coerente por meio das demonstrações lógicas na perspectiva das demonstrações eficientes. O mundo empírico
para Bachelard nas ciências, nada está dado, no plano da revelação metafísica, portanto, a necessidade da
construção, por meio do diálogo constante entre a razão e a experiência para saber formular as respostar, na
melhor observação através da comprovação dos fatos.

Desse modo para Bachelard à ciência é vista numa perspectiva de constante reconstrução, perpetuas retificações,
com a finalidade de romper definitivamente com o senso comum. Opondo sempre a teorias anteriores às quais não
fazem mais sentido pra o presente, superando, sobretudo, preconceitos em diversos níveis.

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