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O ENSINO DE FARMACOLOGIA EM FISIOTERAPIA: REFLEXÕES DE UM

ESTUDANTE
João Pedro Avelino Renovato
Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN),
Rogério Dias Renovato
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)
EIXO: Ensino aprendizagem
CATEGORIA: Comunicação Oral

Introdução: A farmacologia se propõe a estudar acerca dos medicamentos, seus


mecanismos sobre o corpo humano, bem como os caminhos que estes fármacos
percorrem, após sua administração, ou seja sua farmacocinética. Este campo de saberes
se expandiu consideravelmente, desde após a segunda guerra mundial. E na atualidade,
a farmacologia integra a matriz curricular de vários processos formativos de cursos da
saúde, como a farmácia, medicina, odontologia, enfermagem, e também fisioterapia. Em
relação ao fisioterapeuta, em sua prática profissional, é recomendável sempre investigar
se o paciente, ao qual será implementado o plano terapêutico, faz uso de medicamentos,
e se eles podem interferir na funcionalidade, ou mais especificamente, no movimento
humano. Assim, o objetivo foi colocar em pauta acerca da importância da farmacologia
para a formação do fisioterapeuta. Como método, inicialmente buscou-se trazer as
vivências de um estudante de fisioterapia sobre a disciplina de farmacologia, realizada
no terceiro trimestre de seu curso. E depois, abordar achados da literatura que possam
ampliar as discussões sobre a importância da farmacologia nos curso de graduação de
fisioterapia. Resultados: A disciplina de Farmacologia, carga horária de 80h, foi
ministrada de modo assíncrono, e os conteúdos disponibilizados em ambiente virtual de
aprendizagem. Os temas abordados iniciaram pelos conceitos basilares da disciplina,
seguido da farmacologia do sistema nervoso autônomo, do sistema nervoso central, do
sistema respiratório, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios, do sistema
cardiovascular e renal, do sistema gastrintestinal e antibióticos. As atividades
consistiram em questões de múltipla escolha e dissertativas. O papel do fisioterapeuta
em relação aos medicamentos foi ressaltado por meio de casos clínicos envolvendo
medicamentos, como as estatinas, anti-hipertensivos e tratamento do Parkinson. Na
literatura consultada, o ensino de farmacologia ainda é pouco abordado, mesmo tendo
ciência de que o conhecimento sobre os medicamentos utilizados pelo paciente são um
dos itens que integram a avaliação pelo fisioterapeuta para auxiliar na definição das
intervenções, proporcionando maior segurança e qualidade da atenção realizada por esse
profissional. Em geral, muitas disfunções que requerem as ações do fisioterapeuta,
verifica-se que os pacientes fazem uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINES),
medicamentos de ação analgésica e anti-inflamatória. No entanto, podem ocasionar
vários efeitos adversos sobre os sistemas digestório, cardiovascular e renal, podendo
comprometer o plano de terapia proposto pelo fisioterapeuta, e assim, aumentar as
chances do indivíduo vivenciar reações adversas durante o tratamento1. Verificou-se
que em pesquisa realizada com fisioterapeutas canadenses conhecimento insuficiente
sobre os AINES, em relação aos efeitos adversos, indicações e contra-indicações2. Mas
com o envelhecimento da população, o uso de vários medicamentos por paciente requer
o conhecimento mais amplo deles, já que a polifarmácia cada vez mais se faz presente,
sendo necessário que o profissional seja capacitado continuamente sobre esse tema,
desde sua formação, e prosseguindo em sua prática profissional, a fim de fomentar
segurança no uso e maior compreensão da interferência destes medicamentos no
cotidiano de seus pacientes3. Logo, é evidente que as instituições de ensino superior,
docentes e discentes envolvidos no curso de fisioterapia, trabalhem em conjunto para
proporcionar processos formativos relacionados à farmacologia mais adensados,
adotando abordagens didáticas inovadoras e integradas às práticas profissionais do
fisioterapeuta, como as avaliações cinético-funcionais de pacientes que utilizam
medicamentos e que possuem distúrbios e lesões que afetam o sistema músculo –
esquelético, determinando, deste modo, qual seria a conduta do fisioterapeuta diante das
informações. Portanto, o profissional deve ter entendimento farmacológico adequado
para elaborar um plano de reabilitação, evitando o comprometimento da prática clínica4.
Conclusão: O acadêmico fisioterapeuta e o profissional já formado devem buscar
ampliar o conhecimento relacionado aos medicamentos, visto que quanto mais se
compreender sobre seus usos e efeitos adversos, a chance de oportunizar planos
terapêuticos holísticos torna-se concreta, fomentando um olhar terapêutico em prol da
promoção do movimento, da funcionalidade e da otimização das atividades e da
participação em sociedade do paciente.

PALAVARAS CHAVE: farmacologia, efeitos adversos, fisioterapia.

REFERÊNCIAS:
1. COELHO-DE-SOUZA, Lílian Noronha; GOMES, Sara Teixeira; ABDON, Ana
Paula Vasconcellos; CAMPOS, Adriana Rolim. Physical therapists understanding and
attitudes toward non-steroid anti-inflammatory drugs. Rev Dor, v.14, n.1, p.44-47,
2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rdor/a/MFtnHRV53TSycv4QybrBJKD/?lang=en&format=pdf
2. GREEN, Maggie; NORMAN, Kathleen E.. Knowledge and Use of, and Attitudes
toward, Non-Steroidal Anti-Inflammatory Drugs (NSAIDs) in Practice: A Survey of
Ontario Physiotherapists. Physiotherapy Canada, v.68, n.3, p. 230-241, 2016.
3. MILLER, Kenneth L.. Importance of medication knowledge in patient safety.
Journal of Novel Physiotherapy and Physical Rehabilitation, v.4, n.2, p:60-061.
DOI: http://doi.org/10.17352/2455-5487.000048.
4. BIEDERMAN, Ross E.. Pharmacology in Rehabilitation: Nonsteroidal Anti-
inflammatory Agents, Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v.35, n.6, p.
356-367, 2005.

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