A Maçonaria na Europa
Trabalho executado pelos Aprendizes e
Companheiros Maçons da Loja Estrela
do Sul, Oriente de Lages - SC
Com freqüência, os maçons
classificam a Maçonaria de insti-
tuição milenar, porque fazem re-
montar as suas origens, sendo seus
primórdios obscuros, bem como'
parte de sua história.
Na Europa, são marcos impor-
tantes: A Ordem dos Hospitalei-
ros de São João de Jerusalém na
Palestina fundada em 1020, a
Ordem dos Templários fundada
em 1118,como sociedades cujas ca-
racterísticas serviram de base para
o desenvolvimento da Maçonaria.
O primeiro período da história
da Maçonaria, chamado período
operativo, corresponde às confra-
rias que conviviam paralelamente
às corporações de pedreiros-livres
(Guildas). Eram agremiações de
profissionais da construção cate-
dralística e monástica, que viviam
à sombra e patrocínio do Clero
Cristão. O período operativo em
que a Maçonaria estava restrita ao
meio proletário entra em declínio
com a Renascença cedendo espaço
aos chamados "aceitos".
É considerado marco cronoló-
gico da Maçonaria especulativa a
fundação da Grande Loja de Lon-
dres, quando da união das Lojas
Ganso e Grelha, Macieira, Raposa
e Uvas e Coroa.
Seria a partir da predominância
dos aceitos (maçons especulati-
vos), que as lojas passariam a ser
palco de lutas políticas que ocorre-
riam na Europa, engendradas
pela nobreza, pelos partidos polí-
ticos e pelo clero. A partir daí a
Maçonaria passou a ser impor-
tante palco de decisões que in-
fluenciaram diretamente os desti-
nos da Europa, ao mesmo tempo
que passou a ser alvo de persegui-
ções religiosas e políticas.
Em 1762 diante da incapaci-
dade do Imperador Russo no trato
da política internacional, Cata-
rina, apoiada por uma conspira-
ção de cortesãos, sob a liderança
dos irmãos Orlov, maçons, e sob o
amparo das lojas maçônicas,
impôs-se à sucessão de Pedro IlI,
subindo ao trono como Catarina
lI. Mais tarde, preocupada com os
rumos da Revolução Francesa,
Catarina II passou a hostilizar a
Maçonaria, fechando lojas e per-
seguindo maçons.
Na França por ocasião da revo-
lução, a Maçonaria exerceu talvez
o seu papel de maior relevância
para a história tanto da humani-
dade como para a própria Maço-
narra.
As idéias de maçons como Ros-
seau e Voltaire, bem como de ou-
tros infiltrados em todas as classes
sociais da França, influenciaram
extraordinariamente o pensa-
mento maçônico e o povo em ge-
ral, produzindo a mais importante
de todas as revoluções burguesas
da história da humanidade e o
marco inicial da decadência da
monarquia absoluta.
 A república, com suas caracte-
rísticas modernas e a declaração
universal dos direitos do homem
foram os frutos imediatos dessa re-
volução.
A Revolução Francesa foi um
marco tão importante para a his-
tória da Maçonaria, que hoje
todas as lojas e obediências do
mundo utilizam a divisa" Liber-
dade, Igualdade e Fraternidade" ,
como síntese de sua doutrina
moral e social.
A declaração universal dos di-
reitos do homem, votada por uma
assembléia constituinte, logo após
a Queda da Bastilha, sofreu forte
influência maçônica; baseada nas
idéias de Rosseau, proclama que
todos os homens são iguais e livres
pelo nascimento, que o objetivo da
organização deve ser o de assegu-
rar a igualdade em face da lei e que
a única soberania, é a da vontade
do povo.
A unificação da Itália no século
XIX teve contribuição importante
de duas sociedades secretas: A
Maçonaria e a Carbonária, esta
chamada de "Maçonaria Flores-
tal", originária de lenhadores e
carvoeiros; teve papel importante
no movimento de unificação, o
maçon Giusepe Garibaldi, ini-
ciado em 1836 na loja" Asilo da
Virtude" no Rio Grande do Sul.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, a Maçonaria desempe-
nhou papéis importantes.
Churchill, iniciado em 24 de
maio de 1901 na Loja "United
Studholme n": 1591",
notabilizou-se principalmente no
período entre 1936a 1939,quando
alertava a opinião pública sobre a
questão do rearmamento alemão e
o despreparo da Inglaterra para o
possível e eminente conflito.
Churchill assumiu a chefia do ga-
binete em 1940e conduziu a Ingla-
terra, durante toda a 2a. Guerra,
com o apoio da Maçonaria Inglesa
e Norte-Americana
Na França, a "Resistência" du-
rante a II Guerra, foi um movi-
mento de caráter totalmente sub-
terrâneo, e contou com grande
participação de contingentes ma-
çônicos; um dos grandes nomes da
Resistência Francesa foi o maçon
François Mitterand.
MAÇONARIA EUROPÉIA
ATUAL
Pouco sabemos sobre a Maçona-
ria Européia na atualidade, de-
vido ao afastamento e a falta de
contato por parte da Maçonaria
Brasileira com aquela, porém des-
tacamos aqui alguns tópicos e as
preocupações observadas na reu-
nião maçônica internacional, pa-
trocinada pelo Grande Oriente de
França ocorrida em Paris de 14 a
17 de maio de 1987.
- atualmente existe uma preocu-
pação, por parte dos dirigentes
maçônicos nos países europeus,
quanto a reconquista da força e do
prestígio da Sublime Ordem, per-
didas em conseqüência da exces-
siva exposição ao mundo profano
e da falta de critérios na escolha de
seus membros;
- A Maçonaria européia só inicia
atualmente um profano, após
longo período de observação, le-
vando em conta, tão somente os
seus méritos pessoais; a amizade e
o interesse são fatores que não con-
tam na escolha de um candidato;
- A preservação do sigilo é consi-
derada de importância vital na
atual Maçonaria européia; a 4 - História e Doutrina da
identificação entre maçons, no
mundo profano, é cercada do
maior cuidado; não são exibidos
símbolos maçônicos em automó-
veis, e nas lapelas, quando muito,
é usado um minúsculo e discreto
ramo de acácia; as lojas não exi-
bem símbolos maçônicos às portas
dos templos; os templos usam fal-
sas fachadas e os maçons não se
expõem como tal, ao mundo pro-
fano; existindo aqueles que como
os Grão-Mestres, assumem a re-
presentação da Sublime Ordem
junto ao mundo profano, já os
demais obreiros permanecem no
anonimato;
- Todas as lojas praticam o "RI-
TUAL" tal qual ele é, nada acres-
centando ou suprimindo, as ses-
sões são iniciadas e encerradas ri-
tualisticamente e em loja todos os
Irmãos, obrigatoriamente, devem
trajar-se dentro do rigor ritualís-
tico, não sendo dispensado, em
hipótese alguma, o uso das luvas
- O Rito Escocês Antigo e Aceito
é o Rito mais difundido na Eu-
ropa;
- A Maçonaria é praticada em
todos os países da Europa, porém
é proibida e reprimida nos países
da "Cortina de Ferro".
- Na Europa as mulheres já são
aceitas e formam um contingente
apreciável em seus quadros; exis-
tindo lojas exclusivamente femi-
ninas, lojas exclusivamente mas-
culinas, e lojas mistas.
FONTES CONSULTADAS
1 - A Maçonaria e sua política
secreta. José Castelani - 1981.
2 - Revista "O Prumo" n". 17 -
Art. de Edson Nelson Ubaldo.
3 - ABC do Aprendiz - Jaime
Busch - 1981.
Franco-Maçonaria. - Marius Le-
page - 1978.