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o 14 de Julho e a Maçonaria

Irm ... João A/berto de Carvalho

A Maçonaria foi introduzida em França


pelos Stuarts, refugiados em Saint-
Germain-en-Laye, e pelos regimentos es-
coceses e irlandeses que os acompanha-
ram e apoiavam.
Os Stuarts eram uma grande famma
escocesa. à qual pertenceram vários so-
beranos da Escócia: Jaime I, Carfos I, Car-
Ias li, Jaime li, Maria li e Ana, que também
foram reis da Inglaterra entre 1603 e 1714.
A primeira Loja especulativa do ramo
inglês, supõe-se que tenha surgido em
Dunquerque, no ano de 1721, com o tftulo
distintivo de "Amizade e Fraternidade". A
Maçonaria inglesa encontra grandes
obstáculos em França para sua expansão,
daí o pequeno número de suas oficinas.
Já as Lojas "escocesas", isto é, as
fundadas pelos Stuarts e seus seguidores,
são mais florescentes e numerosas, de
espírito católico, fundadas livremente e
sem subordinação a qualquer Obediência,
razão pela qual são escassas as infor-

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mações que se tem sobre elas.
Entretanto, em 12 de setembro de 1726,
erél instalada em Paris por Charles Had-
clyffe uma Loja "escocesa" com o nome
de Santo Tomás. venerado pelos adeptos
dos Stuarts.
Criaram-se outras Lojas. ora do ramo
inglês. ore do ramo escocês. Por volta de
1735, havia sete ou oito Lojas em França.
que deram origem a numerosas Oficinas.
A Maçonaria encontrava em Francs solo
fértil e propício à sua expansão. em virtude
da necessidade de reagir contra: atmosfe-
ra do ambiente despótico anterior.
Tal situação, a aspiração à liberdade e
a curiosidade pela lnqlaterra e suas insti- o Palácio Real
tuições, favorece a proliferação das Lojas.
Assim é que. em 1742. já existiam cerca da Ordem. O Conde de Clermont nomeia tres já haviam ingressado na Ordem. Mon-
de 200í Lojas em França, 22 das quais em um substituto geral, Chaillon de Jonville. tesquieu, que havia recebido a luz na In-
Paris. A evolução dos espíritos no decurso As desordens nem por isso diminuem. glaterra. Diderot e Helcécio o precederam.
do século XVIII iria precipitar o movimento Duas tendências dividem a Grande Loja. Depois honraram as Colunas da Ordem
maçônico. Em 1771, só em Paris, já exis- Em 1765-1766, as eleições para reno- Lalande, Condorcet, Lacepéde. Todos per-
tiam 154 Lojas, na província 322 e 21 Lojas vação dos oficiais da Grande Loja excluem tenciam à Loja "As Nove Irmãs", que logo
de Regimentos. Essa proliferação se deve os partidários do Irm.·. Pény, o que pro- agrupou as mentalidades mais esclareci-
sobretudo às chamadas Lojas "escoce- voca unia verdadeira cisão, seguida de das da época, como La Rochefoucauld, o
sas". atos de violência. A polícia intérvém e as COnde Milly, Elie de Beamont, Dupaty; De
Antes de 1766, a Grande Loja de Lon- reuniões maçônicas ficam proibidas "sine Séze, que defendeu Luis XVIII, ante a
dres só deu patentes oficiais a 3 Lojas: à die". A atividade maçônica iria mergulhar Convenção; o doutor Guillotin, inventor da
"Louis D'Argent", à "Perfeita União de Va- no sono até 1771 . guilhotina e também sua vítima, o marquês
lenciennes" e à "Loja de Aubigny". Em de La Fayette: Pablo Jones, herói da mari-
1771; não chegavam a dez as Lojas que CRIAÇÃO DO GRANDE nha de guerra da independência america-
haviam recebido credenciais da Grande ORIENTE DE FRANÇA na; D'Alembert, o abade Sieyés, Camilo
Loja de Londres. Desmoulins, Danton e muitos outros. Foi
Desde o prindpio, as Lojas "escoce- O Conde de Clermont morreu em 1771. seu Venerável Benjamin Franklin, veterano
sas" da França reconheceram como Sob o impulso do duque de Luxemburgo. da Maçonaria americana. então embaixa-
Grão-Mestre Filipe, duque de Wharton, promoveram-se a reforma da adminis- dor de seu país, que introduziu Volta ire no
então convertido ao catolicismo, antigo tração da Ordem e a elaboração de novo Templo para sua iniciação. em memorável
Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, o Estatuto, o que conduziu à criação, em reunião.
ouatãcarat ao lado dos Stuarts. 1772, de uma nova Obediência-e Grande
Sucedeu-lhe James Hector Mac Lean, Loja Nacional de França, que, em 22 de
baronete da Escócia. A este seguiu-se outubro de 1773, após uma Assembléia
Charles Radclyffe, Lorde Derwentwater. Geral, passou a denominar-se Grande
Em 24 de junho de 1738, uma Assem- Oriente de França, ao mesmo tempo que o
bléia Geral de todas as Lojas "inglesas" e Duque de Chartres (futuro Duque de Or-
"escocesas" instituíram Louis de Pardail- leans), primo do Rei, é instalado solene-
lan de Gondrin, duque de Antin, par de mente Grão-Mestre da Ordem da Fran-
França, "Grão-Mestre geral e perpétuo dos co-Maçonaria em França.
maçons no reino de França". Fica assim A grande vantagem da nova instituição
constituída de fato a Grande Loja de Fran- foi ser regida por estatutos formais e cons-
ça, se bem que a designação oficial só tituir um poder central com um corpo dire-
aparecesse em 1756. tor, do qual faziam parte os deputados de
Em 1743 com a morte do duque de An- todas as Lojas. Verdadeira "democracia
tin, uma assembléia de Lojas parisienses maçônica", ela conquista a simpatia da
designa seu sucessor Louis de Bourbon- maioria dos Irmãos. Entretanto, certo nú-
Condé, conde de Clermont. Não podendo mero de Veneráveis não aceita a decisão
consagrar seu tempo à Maçonaria, faz-se e permanece fiel à Grande Lojas de Fran-
representar, primeiro, pelo banqueiro Baur, ça, de modo que duas Potências subsis-
acusado de haver multiplicado os graus e tem até a Revolução.
de ter favorecido seu tráfico. Depois, por Em 1789, o número total de Lojas se
Lacorne, professor de dança, de autorida- aproxima de mil. Todos os grandes nomes
de muito discutida, ao qual se opuseram de França figuram em seus quadros. A
os "antilacornards", cujo chefe era o Franco-Maçonaria conquista as diversas
Irm. '. Pény, venerável de uma Loja pari- classes sociais: nobreza. exército, parla-
siense. mentos. clero. homens de letras. burgue-
As invejas e as incompetências se sia. VoItaire: contra a obscuridade dos dogmas e
Antes, homens notáveis e varões ilus- da religião
acentuam e comprometem a estabilidade

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Enfim, as Lojas da época contavam em disparas contra a multidão. que reagiu ata-
seus quadros os pensadores, reformado- cando a prisão. Após um combate de al-
res e cidadãos mais populares e respeita- gumas horas, que fez uma centena de ví-
dos. timas, Launay capitulou. Foi decapitado e
Os mais ricos frutos do pensamento de sua cabeça exibida na ponta de uma esta-
então, como o "Espírito das Leis" de Mon- ca pelas ruas de Paris. Os sete prisionei-
tesquieu, "Do Contrato Social", de Rous- ros que estavam, na época, encarcera-
seau, e os "Estudos Críticos" de Voltaire, dos, foram libertados. No ano seguinte, o
eram familiares aos Irmãos. Assim, a Ma- primeiro aniversário da tomada da Bastilha,
çonaria se converteu no órgão principal símbolo da derrocada do arbítrio real, foi
das correntes espirituais do século XVIII e celebrado como data festiva da Fede-
as difundiu pela classe média do país, en- ração. Em 1880, o aniversário da tomada
tre parte da nobreza e entre muitos cléri- da Bastilha foi proclamado data nacional
gos que, apesar das condenações de Ro- francesa.
ma, não viam no pensamento maçônico Discute-se apaixonadamente até hoje o
nada contrário ao dogma cristão, já que a papel da Maçonaria na Revolução France-
doutrina maçônica da igualdade, fraterni- sa. Liberdade, igualdade de direitos, frater-
dade e liberdade parecia ter muita afinida- nidade humana, tal era o ideal dos filósofos
de com o verdadeiro cristianismo. e dos maçons.
As Lojas francesas de então pregavam Esse ideal tinha levado os maçons
os ideais de justiça e, no mais alto grau, a Praça Luiz XV execução da Rainha franceses a ajudarem, com La Fayette, os
verdade, a igualdade de direitos. a liberda- americanos em sua guerra de inde-
de e a fraternidade reclamavam a abolição dos, por efeito de uma "Iettre de cachet", pendência. O mesmo ideal, inspirando os
dos privilégios injustos e lutavam pela decreto sumário de prisão marcado com o atos da Revolução, nos conduz a uma
emancipação da humanidade. sinete real. aproximação e a apresentá-Ia como obra
Não resistirá, porém, a Maçonaria fran- O povo, que se julgava cada vez mais da Franco-maçonaria. Alguns autores,
cesa aos terríveis acontecimentos da Re- traído. dirigiu-se em massa. no dia 14 de principalmente o abade Leftanc e o abade
volução, que a fazem rapidamente ador- julho de 1789, ao Hotel dos Inválidos, que Barruel, não hesitam em afirmá-Io e até em
mecer e dispersam seus membros para continha considerável depósito de armas. falar de conspiração.
destinos diversos. Alguns, como Bailly, Não mostrou nenhum temor das tropas A tese é constantemente retomada, tan-
Talleyrand, Brissot, La Fayette, Condorcet, postadas no Campo de Marte. penetrou no to pelos adversários da Ordem. como por
Marat, estiveram entre os autores do gran- hotel. apesar dos apelos do governador. muitos Irmãos. que a consideram lisonjeira
de drama. Muitos acabaram no cadafalso. encontrou vinte e oito mil fuzis escondidos e altamente honrosa para a Ordem.
Outros tomaram o caminho da emigração, nos subterrâneos. apoderou-se deles. to- Estudos meticulosos e documentados
como o Duque de Luxemburgo e o Mar- mou os sabres. as espadas. os canhões e apresentam, porém, a questão sob novos
quês de La Fayette. Quanto ao Duque de levou todas essas armas em triunfo. Os matizes. Não se pode afirmar nem deixar
Orleans, chamado Filipe-Igualdade, votou canhões foram colocados na entrada dos supor uma conjuraçãó por parte da Maço-
pela morte do Rei, demitiu-se do cargo de subúrbios, no castelo das Tulherias, no naria. Isso foi claramente demonstrado,
Grão-Mestre em 5 de janeiro de 1793, e cais, sobre as pontes, para a defesa da desde 1800, por um ilustre maçom, o
em 6 de novembro do mesmo ano foi gui- Capital contra a invasão das tropas, que Irm ... Joseph de Maistre, que, refutando
lhotinado. se esperava a qualquer momento. as "Memórias" de Barruel, rejeita formal-
A sessão de 13 de maio de 1793 foi a Durante essa mesma manhã, deu-se o mente que a Maçonaria em geral haja as-
última do Grande Oriente. A maior parte alarma, anunciando-se que os regimentos sumido uma atitude revolucionária, embora
das Lojas deixa de reunir-se. Em 1794, há postados em Saint-Denis estavam em não negue a culpabilidade de certo número
referência a algumas sessões na provín- marcha e que os canhões da Bastilha es- de maçons.
cia. como as da Loja de Toulouse. que tavam assestados contra a Rua Santo A Maçonaria foi, na verdade, um veícu-
adotam o nome de lojas da Montanha. em Antõnio. A junta se movimentou imediata- lo, entre muitos outros. das idéias liberais,
substituição ao nome de Lojas de São mente a essa descoberta, colocou ci-
João. Durante vários anos, não se fala da dadãos para defender esse lado da cidade
Ordem. e enviou emissários ao governador da
Bastilha para convidá-Io a retirar os ca-
QUE ERA A BASTILHA?
nhões e a não cometer ato de hostilidade.
Era uma célebre fortaleza de oito torres, Esse rebate, o temor que infundia a forta-
construída em 1370, durante a Guerra dos leza, o ódio dos abusos que ela abrigava,
Cem Anos, por Hugo Aubriot, nas proximi- a necessidade de ocupar uma posição tão
dades da porta Santo Antônio, em Paris. importante, dirigiram a atenção da multidão
Parcialmente transformada em prisão no para esse lado. Desde as nove horas da
decorrer do reinado de Carlos VI manhã até as duas horas, não se ouviu
(1380-1422), a Bastilha tornou-se uma senão uma palavra de ordem. de uma ex-
prisão do Estado durante o governo de Ri- tremidade a outra de Paris: à Bastilha, às
chelieu, embora tenha sempre conservado Basttlha!
um caráter aristocrático. Suas instalações A intenção do povo era obrigar a guar-
podiam abrigar quarenta e dois prisioneiros nição a entregar as armas. O diretor da
alojados separadamente. Apenas os gran- fortaleza. o marquês de Launay. aceitou
des conspiradores nobres e elementos da parlamentar. mas. em circunstâncias que o Panteão dos Heróis
oposição religiosa eram nela encarcera- não se conhecem exatamente. foram feitos

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I
condicionadas por múltiplas causas de or-
dem social, política e econômica, que leva-
ram, ao longo do século XVIII, à suble-
vação final.
Pode-se dizer, com o Irm.·. Gaston
Martin, que a Maçonaria, -filha da filosofia,
preparou a Revolução, ou, mais exatamen-
te, com a sua propaganda incessante,
dispôs os espíritos para reformas que te-
riam podido fazer-se pacificamente, não
fosse a intransigência dos privilegiados.
Mas, na origem da Revolução não está
somente a Franco-Maçonaria, nem há
apenas a filosofia. A nação é sublevada
por uma profusão de idéias, de interesses
e de paixões irresistíveis, que mudou a fa-
ce do mundo e que teve raízes não so-
mente na França, mas em todos os cen-
tros vitais do pensamento europeu nos sé-
culos XVII e XVIII. Está patente a influên-
cia de Hobbes e Locke, de Spinoza, Des-
cartes, Montesquieu, Voltaire, Diderot e
Rousseau. Ganhou corpo no lIuminismo,
na Enciclopédia, nas doutrinas dos filóso-
fos, pensadores que elaboravam a idéia do
progresso geral e da felicidade do gênero mento de sangue, pelo rolar de cabeças. O ressem na guilhotina?
humano, à luz da ciência, da razão escla- que a Maçonaria de então queria era des- Concluindo: a violência do choque so-
recida e do humanismo. No plano pohlico, truir a anarquia de que o governo rnonár- cial provocado pela Revolução Francesa
essas doutrinas se expressaram na tese quico dava tantos exemplos. O que ela causa. entre as quais a Maçonaria, que
da separação dos poderes - legislativo, desejava era construir uma ordem, basea- procuravam conciliar a nova ordem com a
executivo e judiciário. A burguesia ascen- da na liberdade e na igualdade, sem, entre- tradição foram brutalmente postas à mar-
dente devia ser chamada à participação tanto, recorrer a uma revolução, de todo gem pelo radicalismo que instaurou a dita-
ativa na direção dos negócios públicos. Ao incompatível com sua composição, estru- dura do Terror, do qual a guilhotina se tor-
absolutismo, à aristocracia, aos privilégios tura e doutrina. nou o símbolo universal.
da nobreza e do clero, opunha-se o "direito Na direção das Lojas se achavam
Apesar, porém, de tais contradições, a
natural" dos homens nascidos iguais, do- eclesiásticos, aristocratas, personalidades
tados de certos direitos inalienáveis, entre Revolução Francesa transmitiu ao mundo
preeminentes da vida social, intelectual e
os quais a vida, a liberdade e a busca da um legado precioso, servindo de elemento
cultural, que, de nenhum modo, conspira-
felicidade. dinamizador e propulsor da independência
vam para a queda do trono e do-altar. Ao
A guerra da Independência dos Esta- nacional de muitos países, notada mente na
contrário, muitos deles emigraram e muitos
dos Unidos da América, deflagrada em América Latina. E tudo começou com a
morreram na guilhotina.
1775, também exerceu decisiva influência tomada da Bastilha: 14 de julho de 1789,
O próprio Rei Luís XVI e seus dois
no movimento francês. Não somente criou marco da luta contra a opressão e a tirania
irmãos. os futuros Reis Luís XVIII e Carlos
um modelo revolucionário, do qual partici- e da busca da liberdade, igualdade e fra-
X, eram maçons, iniciados na Loja Militar
ternidade entre os homens.
param muitos franceses, mas ainda foi dos Três Irmãos Unidos.
E que dizer do mundo atual? Os ideais
responsável pelo agravamento da crise fi- O que a Maçonaria deu à França foi a
defendidos e pregados por nossos Irmãos
nanceira da França, em conseqüência da tese da unidade do gênero humano e, sob
de 1789 ainda não estão ultrapassados.
guerra com a Grã-Bretanha. o magistério de Franklin e La Fayette, for-
Evidentemente as Lojas Maçônicas, Estão aí a desafiar aplicação em muitas
mulou os direitos do homem e do cidadão.
compostas de homens influentes e im- sociedades de hoje, que lutam contra re-
Quando o abade Barruel disse que foi a
formas essenciais, que se apegam a pri-
pregnados de tais ideais. não poderiam fi- Maçonaria o foco da conspiração, ele o fez
vilégios odiosos, que resistem desespera-
car indiferentes ao movimento. Dizer, com um propósito definido: atribuir-lhe o
'(emente às transformaçées necessárias.
porém. que a latente Revolução Francesa terrorismo, o furor da anarquia, o mar de
surgiu de uma conspiração maçônica é sangue em que se afogou o movimento de A Ordem maçônica, repositório e de-
desconhecer o caráter da Ordem. O traba- 1789 e o horror que desviou os conceitos posrtáría das mais caras tradições lniciátl-
lho que realizavam os Irmãos franceses de liberdade, igualdade e fraternidade. Mas cas, ainda tem uma grande missão por
era de índole espiritual, com o propósito de o abade Barruel se esqueceu de respon- cumprir: edificar universalmente o Templo
contribuir para o triunfo dos novos e belos der a esta pergunta: Se os horrores da do homem para a harmonia e felicidade de
princípios. Não se falava nas Lojas em Revolução tivessem sido preparados deli- todos os seres, quaisquer que sejam suas
derrubar regime, pois os Maçons espera- beradamente pela Maçonaria, quem de- cores ou crenças, para a glória d'Aquele
vam reformá-Io pela via constitucional. Is- terminou que centenas de maçons mor- que, em primeiro lugar, criou o Universo.
so não quer dizer que não houvesse ma-
çons revolucionários, nem algumas Lojas
com maioria revolucionária. Mas a Maço-
naria, como tal, não foi a responsável pelo
terror, pelas perseguições, pelo derrama-

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