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EMENTA:

CRIA O NÚCLEO PEDAGÓGICO


ESPECIALIZADO EM ATENDIMENTO A
ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO DIAGNOSTICADO COMO
SUPERDOTADOS OU PORTADORES DE
ALTAS HABILIDADES
Autor(es): VEREADOR ELISEU KESSLER

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO


DECRETA:
Art. 1º Cria o núcleo pedagógico especializado em atendimento
a alunos da rede municipal de educação diagnosticados com
superdotação ou portadores de altas habilidades.

Parágrafo único. O núcleo subordinado à Secretaria Municipal


de Educação do Rio de Janeiro - SME será denominado Núcleo
de Assistência a Estudantes Superdotados ou Portadores de
Altas habilidades - NAESPAH.

Art. 2° O NAESPAH/SME ficará encarregado pelo


desenvolvimento de metodologias, projetos, programas e planos
pedagógicos, bem como a aplicação dos processos de
identificação, seleção, encaminhamentos e acompanhamentos a
estudantes superdotados e portadores de altas habilidades, a
partir dos seguintes procedimentos:

I - cada unidade de ensino deverá notificar a sua respectiva


Coordenadoria Regional de Educação - CRE os casos de
suspeita de estudantes com características de superdotação ou
portadora de altas habilidades;

II - a Coordenadoria Regional de Educação deverá notificar ao


NAESPAH/SME que providenciará, com a devida autorização
dos responsáveis, a aplicação dos testes para diagnóstico da
superdotação ou altas habilidades.

§ 1º Confirmado o diagnóstico de superdotação ou portador de


altas habilidades o estudante será incluído nos programas de
acompanhamentos do NAESPAH/SME.

§ 2º O Poder Executivo será o responsável pela adaptação da


infraestrutura em unidades escolares existentes que serão
transformadas em unidades especializadas no atendimento a
estudantes em estado de superdotação ou portador de altas
habilidades.

§ 3º Caso seja necessário o Poder Executivo poderá utilizar


prédios próprios que se enquadrem nas respectivas
necessidades.

Art. 3º O Conselho Municipal de Educação e os coordenadores


regionais de educação serão consultados para elaboração dos
critérios técnicos que irão compor o processo de seleção dentro
do quadro de profissionais da SME para formação do Núcleo de
Assistência a Estudantes Superdotados ou Portadores de Altas
Habilidades - NAESPAH.

Art. 4º Os estudantes serão examinados por profissionais


competentes, através de exames e procedimentos
rigorosamente técnicos, designados pelo Poder Executivo,
devendo elaborar termo circunstanciado que comprove
cientificamente o diagnóstico.

Art. 5º Caberá ao Poder Executivo regulamentar a presente Lei


e desenvolver programas de assistência para os estudantes
superdotados ou portadores de altas habilidades que forem
deslocados para unidades escolares especializadas distantes
dos seus domicílios.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Plenário Teotônio Villela, 21 de março de 2019.

Eliseu Kessler

Vereador

JUSTIFICATIVA

Justifica-se o presente Projeto de Lei, pelos seguintes motivos:

Primeiro - Pela real necessidade de implementação de políticas


públicas que contemplem com acuidade e sensibilidade uma
parcela significativa da população brasileira com inteligência
acima da média, que potencialmente poderão se tornar
cientistas, intelectuais ou personalidades geniosos, que
certamente deixarão grandes contribuições e legados para a
sociedade.

Segundo - De acordo com os dados do Conselho Brasileiro de


Superdotação (ConBraSD), cerca de oito milhões de brasileiros
são portadores de altas habilidades, o que representa 5% da
população. Todavia, há uma deficiência no diagnóstico e na
oferta de atendimento educacional especializado para esse
público, por isso existe um estereótipo de que não há muitos
superdotados no Brasil.

Terceiro - Ainda de acordo com o ConBraSD, a maior parte de


indivíduos com altas habilidades no país é de origem humilde e
não possui recursos para optar por uma educação diferenciada.
Existem ações incipiente e limitadas do Ministério da Educação
(MEC), mas que dependem da efetivação nos governos
estaduais e municipais, que são responsáveis pela educação
básica.

Quarto – Os especialistas no assunto afirmam que apesar de


apresentarem facilidade nos processos de aprendizagem, as
crianças com altas habilidades precisam de um
acompanhamento específico durante a idade escolar, pois boa
parte dos superdotados apresenta dificuldades de convivência.
É comum que essas pessoas priorizem relacionar-se apenas
com os mais velhos ou façam opção pelo isolamento no
ciberespaço e pode ocorrer também o desencadeamento do
medo da não aceitação social, sintomas de ansiedade, solidão
e, até mesmo, depressão. Portanto justifica-se essa lei pela
demanda educacional e também por ser uma questão de saúde
pública e interesse social.

Quinto – Porque as únicas ações existentes estão sendo


realizadas pela sociedade civil organizada através ONGS,
portanto com total ausência do poder público.

Sexto - Porque os dados do último censo do IBGE indicam um


crescimento de 500% na identificação de brasileiros portadores
de altas habilidades.

Desse modo, solicito o apoio dos nobres colegas vereadores


desta casa, que acredito não fugirão ao dever de apoiar o
prosseguimento deste projeto de Lei.

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