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ESPORTE
O esporte é visto pela psicologia como
uma criação da civilização para
entretenimento e, em alguns casos,
como sublimação da agressividade
inerente ao ser humano. Claro que toda
modalidade esportiva possui seu
corolário de regras que visa disciplinar a
prática da mesma e pressupõe no seu
arcabouço imaginário, a geração de
pessoas saudáveis e mais equilibradas
VIOLÊNCIA
emocionalmente. Além disso, o Esporte é
um meio para acesso à fama, riqueza, A palavra “violência” tem a sua origem do
poder ou até mesmo uma melhora da latim violentia. O verbo violare refere-se
Porém, nem tudo acontece da forma termo vis que contém em seu significado
desse tema, cada vez mais se tem relatos sofrimento (MATOS e XAVIER, 2020). A
sofridos por esse público, que está ela está presente nos mais variados
A violência sempre esteve presente no contexto esportivo. O Coliseu da Roma antiga era
sempre marcado por batalhas sangrentas, em função da política dos imperadores romanos,
como uma forma de acalmar e trazer entretenimento para os cidadãos descontentes com a
realidade social da época. Para apaziguar a violência dentro do esporte, foram criadas as
regras, e os grupos esportivos foram em busca do desenvolvimento de novas habilidades e
estratégias (OLIVEIRA e FERRIANI, 2011)
VOCÊ SABIA?
A violência não se limita apenas à agressão física, existem outras formas de agredir, baseado
em opressão, intimidação, medo e terror (CHAUÍ, 1998). Dentre as modalidades de violência
existentes, encontra-se a psicológica, que segundo o Ministério da Saúde (2001), caracteriza-
se como toda ação ou negligência que causa ou visa causar prejuízos à autoestima, à
identidade ou ao desenvolvimento de alguém. Dentro desse contexto, inclui: ameaças,
cobranças de comportamento, exploração, humilhações, discriminações, chantagens,
desqualificação e ridicularização moral e afins. Essa categoria de violência é a mais difícil de
ser identificada, apesar de ser bastante frequente e sempre acompanhar outros tipos de
violência, ela é silenciosa, pois, não necessariamente ocorre o contato físico, mas causa um
sofrimento psíquico, levando a pessoa ao um adoecimento mental, por vezes, resultando em
suicídio (BRASIL, 2001).
Segundo uma pesquisa realizada para o mestrado da ex nadadora Joanna Maranhão,
integrante do Comitê Olímpico do Brasil (COB), aponta que dentre os entrevistados, 93% já
sofreram violência psicológica, 64% foram vítimas de assédio sexual e 49,7% sofreram
violência física. A pesquisa também revela que dentre os países que já realizaram esse tipo
de investigação, o Brasil se sobressai, obtendo o dobro de casos de assédio. A ex atleta
adverte, que esses dados servem como um alerta, principalmente para os pais que se
deslumbram pelo possível acesso ao sucesso, fama e riqueza através dos filhos. A mesma
defende e milita por um ambiente esportivo seguro, no qual, confessa já ter sido vítima de
assédio sexual no passado.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
VIOLÊNCIA SEXUAL
Um caso emblemático, é o de Larry Nassar, ex-médico americano, acusado por mais de 100
ginastas, de abuso sexual na década de 1990. Ele dizia às adolescentes que estava realizando
procedimentos médicos e, naquela época, as atletas ainda crianças, apesar de sentirem-se
desconfortáveis, acreditaram no criminoso e só tiveram consciência do que haviam passado
quando a ocorrência veio a público, inclusive uma das vítimas violentada aos 10 anos, cometeu
suicídio 16 anos após o ocorrido (O GLOBO, 2017).
E COMO PODEMOS, JUNTOS,
MUDAR ESSA REALIDADE?
O Ministério Público do Trabalho desenvolveu uma cartilha em 2018, onde aponta algumas
diretrizes para vítimas de violência na esfera esportiva. Segundo o material informativo é
importante que a vítima tome algumas providências essenciais como, não se deixar ser
intimidada, anotar os detalhes de todas as humilhações que sofrera: dia, mês, ano, o horário
que ocorreu, o local, anotar o nome do agressor, e das pessoas que presenciaram os fatos. Em
caso de assédio sexual, é importante arquivar conversas de celular, bilhetes eventualmente
escritos pelo o assediador, nunca conversar com o agressor sem a presença de uma
testemunha, comunicar a equipe diretiva da organização esportiva sobre o ocorrido o mais
breve possível. Nos casos de violência que deixam marcas físicas, é importante registrar
através de fotografias as lesões, para que as mesmas sejam usadas como prova. Por último,
prestar queixa na delegacia. Buscar ajuda da família, amigos e profissionais da Psicologia é
fundamental, para uma boa recuperação.
CHAUI, Marilene. (1998). "Ética e violência". Teoria & Debate. São Paulo. Fundação Perseu
Abramo, n. 39, p 32-41.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. Guia de Orientação sobre Assédio Sexual e Moral nos
Esportes. Brasília, maio de 2018.
MPT-Guia-de-Orientações-sobre-Assédio-Moral-e-Sexual-nos-Esportes.pdf
(cbkw.org.br) Acesso em: 14Mar. 2023, 16:00h.
2 MARANHÃO, Joana. Pesquisa aponta que 93% dos atletas brasileiros já sofreram assédio.
GE – Globo Esporte, Rio de janeiro, agosto de 2022. Disponível em: ge (globo.com). Acesso em:
14Mar. 2023, 16:16h.
GREZ, Mathias. Impunidade em ataques racistas contra Vini Jr. gera discussão na
Espanha: “Estão lavando as mãos”. CNN Brasil, 2023. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/impunidade-em-ataques-racistas-contra-vini-jr-
gera-discussao-na-espanha-estao-lavando-as-maos/. Acesso em: 19 de Março de 2023.
CONFIRA NOSSAS REFERÊNCIAS:
PARTE 2