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Violência íntima ou familiar: os atos violentos são cometidos entre membros de uma
família, entre cônjuges ou entre parceiros que mantêm um relacionamento íntimo ou
estável. Classificada também como violência doméstica. Exemplos: violência contra a
mulher, feminicídio, maus-tratos contra crianças e idosos.
Violência comunitária: os atos violentos são cometidos contra ou entre pessoas
desconhecidas, ou seja, que não possuem nenhum grau de parentesco e que não mantêm
relação de qualquer natureza. Exemplos: agressão a estranhos na rua, crimes contra a
propriedade, violência do trabalho.
→ Violência coletiva: os atos violentos são cometidos por um grupo organizado de
indivíduos por razões específicas, que podem ser de ordem social, política ou econômica.
Exemplos: atos terroristas, guerras, genocídio de etnias ou grupos sociais.
Como é possível notar, a violência interpessoal apresenta diversas naturezas, seja
ela cometida contra membros da família, seja contra terceiros. A OMS identifica os
seguintes tipos de violência interpessoal: física, sexual, psicológica e por negligência. Além
dessas quatro formas, o Instituto Maria da Penha (IMP) destaca a violência moral (calúnia,
difamação, injúria) e a violência patrimonial (furto, estelionato, roubo de objetos, controle do
dinheiro e do patrimônio etc.) como tipos de violência doméstica cometida por parceiro
íntimo.
O QUE É VIOLÊNCIA?
A violência é um fenômeno complexo que pode ser entendido como um problema
social de natureza histórica que persiste em função das desigualdades socioeconômicas e
espaciais, da negligência do Estado para com as populações mais vulneráveis e sobretudo
pela existência de um sistema judiciário falho que não consegue impedir ou punir de
maneira rígida os atos violentos e criminosos. No caso da violência contra a mulher, não é
incomum que se tome conhecimento de relatos indicando problemas no atendimento e no
acolhimento às vítimas e denunciantes.
Analisa-se a violência também do ponto de vista sanitário, sendo considerada um
problema de saúde pública que gera uma série de consequências para o corpo e para o
emocional daqueles que são vítimas de atos violentos de qualquer natureza. Nesse
sentido, podemos utilizar também a definição da OMS para o conceito de violência, em
tradução livre:
Uso intencional do poder ou da força física, em ameaça ou real, contra si próprio,
outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou pode resultar em lesão,
morte, dano psicológico, deficiência no desenvolvimento ou privação.
O relatório anual do FBSP mostra que o país registrou 47.503 mortes violentas
intencionais no ano de 2021, das quais 20.500 aconteceram na região Nordeste,
concentrando-se principalmente no estado da Bahia. Destaca-se que as principais vítimas
são adolescentes e jovens (15 a 29 anos) e negros. De acordo com o Atlas da Violência, a
chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes maior do que uma
pessoa não negra.
Dados mais recentes levantados pelo G1 indicam que a tendência de queda nas
mortes violentas intencionais continua, e, entre os meses de janeiro e setembro de 2022, o
total foi de 30,2 mil mortes. Apesar da queda, alguns estados registraram alta no número
de mortes, como foi o caso de Rondônia.|1|
A violência doméstica é outro tipo de violência comum no Brasil. O crime de
feminicídio fez 1341 vítimas no país em 2021, enquanto quase 221 mil mulheres foram
vítimas de agressões e lesão corporal. No mesmo ano, 463 mil medidas protetivas de
urgência foram emitidas pelos Tribunais de Justiça em todo o território nacional, conforme
mostra o anuário do FBSP publicado em 2022.
A violência contra crianças e adolescentes, que abrange agressões e negligência,
também entra nessa categoria. Nos últimos anos, cresceu também a violência física e
psicológica contra grupos específicos, como a população LGBTQIA+ e a população negra."
A CULTURA DA VIOLÊNCIA
A cultura da violência é um conceito que se refere a um conjunto de valores, crenças
e práticas sociais que naturalizam, justificam ou até mesmo incentivam a violência em
diferentes esferas da vida social. Em uma cultura da violência, a violência é vista como um
meio legítimo de resolver conflitos ou de impor a própria vontade, e muitas vezes é tolerada
ou até mesmo celebrada em diferentes contextos, como na mídia, no esporte, na política,
entre outros.
A cultura da violência pode se manifestar de diversas formas, como na glorificação
da violência em filmes, jogos e programas de televisão, na naturalização da violência
policial ou militarizada, na violência doméstica ou de gênero, na violência nas escolas e no
bullying, entre outros. Essa cultura pode ser perpetuada por meio de discursos e práticas
que reforçam estereótipos e preconceitos, promovem a discriminação e a intolerância e
deslegitimam formas pacíficas de resolução de conflitos.
A cultura da violência é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode estar
enraizado em fatores históricos, sociais, políticos e culturais. Para combatê-la, é necessário
adotar uma abordagem integrada e multidimensional, que inclua ações preventivas, de
proteção e de reparação às vítimas, além de ações de combate às causas estruturais e
culturais da violência.
O QUE EU TENHO A VER COM A VIOLENCIA?
Todos nós temos um papel a desempenhar na prevenção e no combate à violência.
Embora a violência seja um fenômeno complexo e multifacetado, que pode ter raízes em
fatores sociais, culturais, econômicos e políticos, as ações individuais também podem fazer
a diferença.
Algumas maneiras pelas quais você pode contribuir para a prevenção e o combate à
violência incluem:
Respeitar os direitos e a dignidade de todos, independentemente de sua raça, etnia,
gênero, orientação sexual, religião ou status socioeconômico.
Denunciar a violência quando você testemunha ou suspeita de que está ocorrendo.
Participar de campanhas e iniciativas de prevenção à violência em sua comunidade,
escola, local de trabalho ou grupo social.
Ser um modelo positivo de comportamento não violento em seus relacionamentos,
família e comunidade.
Promover a resolução pacífica de conflitos e aprender habilidades de comunicação
não violenta.
Educar-se sobre as raízes da violência e as formas de preveni-la, bem como sobre
seus direitos e recursos disponíveis em caso de violência.
Ao fazer a sua parte, você pode ajudar a construir uma cultura mais pacífica e justa
para todos.
A VIOLENCIA ESCOLAR
A violência escolar é um fenômeno complexo que pode ocorrer de diversas formas e
em diferentes contextos dentro do ambiente escolar. Algumas características desse tipo de
violência incluem:
Pode ocorrer em diferentes níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino
superior;
Pode ser praticada por alunos contra alunos, por alunos contra professores, por
professores contra alunos, ou até mesmo por funcionários da escola contra alunos ou
outros funcionários;
Pode se manifestar de diferentes maneiras, como agressões físicas, verbais,
psicológicas, discriminação, bullying, entre outras formas;
Pode ter consequências graves para as vítimas, como prejuízos à saúde física e
mental, evasão escolar, queda no rendimento acadêmico, entre outras.
A violência escolar é um problema que afeta não apenas os envolvidos diretamente,
mas também o ambiente escolar como um todo, afetando a qualidade do ensino e o clima
de convivência. Por isso, é importante que sejam tomadas medidas para preveni-la e
combatê-la, através de políticas públicas, campanhas de conscientização, formação de
professores, entre outras iniciativas.