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DEFINIÇÃO DE VIOLOENCIA -OMS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência é definida como


"o uso intencional de força física ou poder, ameaçado ou real, contra si mesmo, outra
pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha grande probabilidade de
resultar em lesão, morte, dano psicológico, mal-desenvolvimento ou privação". A OMS
classifica a violência em várias categorias, incluindo violência doméstica, abuso infantil,
violência sexual, violência interpessoal, violência comunitária e violência de gênero. A
compreensão da definição de violência é fundamental para o desenvolvimento de políticas
e práticas eficazes de prevenção e combate à violência em todas as suas formas.

O dia 13 de março de 2019, uma quarta-feira, dois jovens de 17 e 25 anos, cruzaram


o mesmo portão por onde entraram um dia para estudar, e dispararam dezenas de tiros
contra colegas, professores e funcionários. No total, foram dez mortos – nove estudantes e
um comerciante, tio de um dos jovens que articulou o ato. O saldo, porém, não se pode
calcular. Não é numérico, pois não se trata de um número absoluto. “O massacre de
Suzano“, como já ficou conhecido o assassinato em massa cujo cenário foi a Escola
Estadual Professor Raul Brasil, na cidade de Suzano, na grande São Paulo, silenciou o
Brasil em um estado de luto. Um luto que dói e ao mesmo tempo desperta urgências
sociais: precisamos falar sobre a cultura da violência.
Por trás de de um acontecimento como esse, inumeráveis questões. O que levou
esses jovens a praticarem um ato de violência dessa proporção, e logo após tirarem a
própria vida? Que feridas psíquicas, emocionais e/ou sociais motivam o comportamento
homicida em adolescentes? Como o ambiente escolar segue sua rotina após um
sofrimento dessa dimensão? Quem cuida de quem fica?
Para pensar junto nesses aspectos e iluminar pontos sensíveis dessa conversa, com
o cuidado e a sensibilidade que o caso demanda, fomos buscar quem mais entende de
comportamento humano, sobretudo de jovens em formação. Isabel Gervitz é psicanalista.
Vanessa Helena Campos de Miranda é doutora em Psicologia da Educação. Duas
mulheres que trabalham observando a mente humana a partir de como ela se mostra por
fora. O que elas podem nos dizer sobre o ocorrido?

SAÚDE MENTAL NA JUVENTUDE


Não é fácil ser jovem. Assim começamos a refletir. Não é fácil estar nesse estado de
transformações e acomodações psicossociais. Não somos mais quem éramos e não
sabemos o que seremos. Foi desse pensamento que partimos. No entanto, por que esses
jovens decidiram dar vazão aos seus impulsos dessa forma, e não de outra?
Não é fácil ser jovem. São muitas dores novas e profundas. Mas o que leva um
adolescente a atirar em outros e em si mesmo? Por que essa saída, e não outra? Qual o
impacto da cultura da violência para a infância e formação do indivíduo? Foram essas as
perguntas que fizemos às especialistas no assunto.
Para Vanessa, antes mesmo de começar, já aí existe um equívoco, muito comum,
de achar que os jovens estão de fato extravasando seus sentimentos.
“Será que a muitos adolescentes lhes é dada a oportunidade de aprender sobre si
mesmo a ponto de identificar suas dores, medos, angústias e frustrações? Acho que
podíamos começar a conversar pensando nisso. Se existisse um lugar pra dor, se a dor
fosse aceita, se a considerássemos como elemento constituinte, presente nas relações
interpessoais, parte integrante da partilha e convivência com o outro, como agiríamos?”,
pondera.
“O reconhecimento das dores emocionais é uma das formas de cuidado psíquico
que deve ser ofertado aos adolescentes como uma medida de prevenção”
De acordo com a psicóloga, trata-se de oferecer um olhar atencioso sobre sua saúde
mental e as inúmeras possibilidades de sofrimento psíquico que pode estar vivendo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em âmbito global, cerca de 800
mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo essa a segunda principal causa de
morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Ou seja, sobretudo entre os jovens, é
um problema real e latente. Não por acaso, é uma das condições prioritárias cobertas
pelo Mental Health Gap Action Programme (mhGAP), programa da OMS que visa ampliar a
oferta de serviços oferecidos psicossociais oferecidos por cada país.
Relação de causa e efeito
No caso de Suzano, não se pode afirmar com segurança quais eram as condições
psíquicas dos jovens envolvidos no massacre, afinal, especulações podem cair no engano
de simplificar uma questão que é fato muito mais complexa.
“O sofrimento é parte inerente à condição humana e cada sujeito encontra uma
saída muito própria para lidar com ele”, diz Isabel Gervitz.
“Quando uma pessoa jovem tira a própria vida de forma violenta tendemos a nos
agarrar em motivos racionais para tentar compreender tal ato e para aplacar nossa própria
angústia diante do horror. Surgem as mais diversas explicações: “Ah! Ele sofria bullying e
era abandonado pelos pais” ou “Ele jogava videogames violentos”, etc. É claro que esses
fatores merecem ser questionados e levantados, mas não só”, explica.
“Ao falarmos de experiências subjetivas, as relações de causa e consequência são
insuficientes para esclarecer o que se passa”
“Um fato não tem efeitos específicos por si só. Se fosse assim, todas as crianças
que vivenciam algum tipo de abandono seriam violentas. Mas evidentemente não se pode
afirmar isso”, afirma.
Por outro lado, se pode cuidar das condições, isto sim, de toda a comunidade
escolar que agora precisará retomar suas atividades após um trauma como esse.
Cultura da violência
“Não é a violência que cria a cultura, mas é a cultura que define o que é violência”,
diz a socióloga Luiza Bairros, em um dossiê sobre o tema raízes da violência, publicado
pela Agência Patrícia Galvão.
A citação acima nos ajuda a pensar onde estamos nesse processo todo. No caso do
assunto que estamos discutindo aqui, onde a criança e o jovem está. Discursos, atitudes,
comportamentos, mídia, momento político, status social: tudo isso faz parte daquilo que
define a cultura em que estamos inseridos. Enquanto sujeitos, somos instigados a todo
mundo a responder a ela, seja como parte integrada ou marginalizada. Como indivíduos
em formação, os jovens são mais suscetíveis a tudo isso?
“Os adolescentes e jovens estão em uma fase de busca pelo seu lugar no mundo.
Eles irão construir seu caminho a partir de identificações com figuras de seu convívio e
também com modelos sociais. Enquanto sociedade temos valorizado lideranças e
influências que se afirmam pela violência e precisamos, agora, assumir responsabilidade
por isso. Será que só conseguimos respeitar quando tememos?”, afirma Isabel.
“Vivemos um momento em que as “soluções” passam, muitas vezes, pela eliminação
do outro como forma de defesa de si mesmo. Vemos em diversos aspectos políticos e
sociais a validação disso, por exemplo, quando a resposta para acabar com o crime é
aniquilar o criminoso; a forma de lidar com a pobreza é afastando-a para as zonas
periféricas; a saída para a situação dos refugiados de guerra é fechar as fronteiras;
discursos de ódio são cotidianamente banalizados e assim por diante.
“A cultura da violência tem sido institucionalmente legitimada enquanto possibilidade
para resolver questões sociais e interpessoais”
Ou seja, na prática, é como se houvesse um aval simbólico para agir barbaramente
quando isso for justificável do ponto de vista individual.
Vanessa chama a atenção para o fato de que a construção identitária vem do
coletivo, e ressalta como o referencial do que é certo e errado, bom ou ruim se transforma
de acordo com essas perspectivas.
“Se nos constituímos enquanto indivíduos desde valores, práticas, limites e
autorizações de uma cultura da violência seremos seu produto e seu instrumento de
produção. O que hoje vemos como atos e comportamentos violentos passam a ser
simplesmente atos e comportamentos cotidianos”, defende.
Complementando o que Isabel trouxe à tona sobre a naturalização de aniquilar o
que é diferente e como esse comportamento afeta a noção de sociedade que se constrói,
Vanessa atenta para os efeitos nocivos e potencialmente catastróficos que isso traz. Afinal,
se fizermos um resgate histórico, social e cultural, veremos que muitas coisas que hoje
entendemos como barbárie já foi visto como normal. Ou seja, o modo como as coisas
eram, era justamente como se aceitava que elas fossem.
“O impacto da proliferação de uma cultura violenta é formar uma sociedade de
indivíduos com permissão social e psíquica para destituir-se da responsabilidade de
questionar-se sobre o bem comum, a coletividade, a igualdade de direitos à vida”, diz.
“A cultura da violência é individualista, segregadora, opressora, gera tensões, medo
do outro, necessidade de proteção, isolamento e distanciamento”

QUAIS SÃO OS TIPOS DE VIOLÊNCIA?


Existem várias classificações que procuram tornar menos complexo o processo de
entendimento do que seja a violência, que pode ser compreendida tanto como um
problema social quanto como um problema de saúde pública. Assim sendo, uma das
tipologias mais utilizadas é aquela elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
que identifica três tipos de violência:
→ Violência autoinfligida: como o nome indica, é a violência que uma pessoa comete
contra si própria. Não há a participação de terceiros nos atos. Exemplos: automutilação e
suicídio.
→ Violência interpessoal: são os atos de violência cometidos por uma pessoa contra
outra. Esse tipo de violência é subdividido em outras três formas:

Violência íntima ou familiar: os atos violentos são cometidos entre membros de uma
família, entre cônjuges ou entre parceiros que mantêm um relacionamento íntimo ou
estável. Classificada também como violência doméstica. Exemplos: violência contra a
mulher, feminicídio, maus-tratos contra crianças e idosos.
Violência comunitária: os atos violentos são cometidos contra ou entre pessoas
desconhecidas, ou seja, que não possuem nenhum grau de parentesco e que não mantêm
relação de qualquer natureza. Exemplos: agressão a estranhos na rua, crimes contra a
propriedade, violência do trabalho.
→ Violência coletiva: os atos violentos são cometidos por um grupo organizado de
indivíduos por razões específicas, que podem ser de ordem social, política ou econômica.
Exemplos: atos terroristas, guerras, genocídio de etnias ou grupos sociais.
Como é possível notar, a violência interpessoal apresenta diversas naturezas, seja
ela cometida contra membros da família, seja contra terceiros. A OMS identifica os
seguintes tipos de violência interpessoal: física, sexual, psicológica e por negligência. Além
dessas quatro formas, o Instituto Maria da Penha (IMP) destaca a violência moral (calúnia,
difamação, injúria) e a violência patrimonial (furto, estelionato, roubo de objetos, controle do
dinheiro e do patrimônio etc.) como tipos de violência doméstica cometida por parceiro
íntimo.

O QUE É VIOLÊNCIA?
A violência é um fenômeno complexo que pode ser entendido como um problema
social de natureza histórica que persiste em função das desigualdades socioeconômicas e
espaciais, da negligência do Estado para com as populações mais vulneráveis e sobretudo
pela existência de um sistema judiciário falho que não consegue impedir ou punir de
maneira rígida os atos violentos e criminosos. No caso da violência contra a mulher, não é
incomum que se tome conhecimento de relatos indicando problemas no atendimento e no
acolhimento às vítimas e denunciantes.
Analisa-se a violência também do ponto de vista sanitário, sendo considerada um
problema de saúde pública que gera uma série de consequências para o corpo e para o
emocional daqueles que são vítimas de atos violentos de qualquer natureza. Nesse
sentido, podemos utilizar também a definição da OMS para o conceito de violência, em
tradução livre:
Uso intencional do poder ou da força física, em ameaça ou real, contra si próprio,
outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou pode resultar em lesão,
morte, dano psicológico, deficiência no desenvolvimento ou privação.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE VIOLÊNCIA MAIS COMUNS NO BRASIL?


O Brasil figura na oitava posição no ranking dos países mais violentos do mundo
produzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em
inglês), levando-se em conta a taxa de mortes violentas que ocorreram no território
nacional. Essa informação e os dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP), em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
indicam que a violência interpessoal física é um dos tipos de violência mais comuns no
Brasil.

O relatório anual do FBSP mostra que o país registrou 47.503 mortes violentas
intencionais no ano de 2021, das quais 20.500 aconteceram na região Nordeste,
concentrando-se principalmente no estado da Bahia. Destaca-se que as principais vítimas
são adolescentes e jovens (15 a 29 anos) e negros. De acordo com o Atlas da Violência, a
chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes maior do que uma
pessoa não negra.
Dados mais recentes levantados pelo G1 indicam que a tendência de queda nas
mortes violentas intencionais continua, e, entre os meses de janeiro e setembro de 2022, o
total foi de 30,2 mil mortes. Apesar da queda, alguns estados registraram alta no número
de mortes, como foi o caso de Rondônia.|1|
A violência doméstica é outro tipo de violência comum no Brasil. O crime de
feminicídio fez 1341 vítimas no país em 2021, enquanto quase 221 mil mulheres foram
vítimas de agressões e lesão corporal. No mesmo ano, 463 mil medidas protetivas de
urgência foram emitidas pelos Tribunais de Justiça em todo o território nacional, conforme
mostra o anuário do FBSP publicado em 2022.
A violência contra crianças e adolescentes, que abrange agressões e negligência,
também entra nessa categoria. Nos últimos anos, cresceu também a violência física e
psicológica contra grupos específicos, como a população LGBTQIA+ e a população negra."

A CULTURA DA VIOLÊNCIA
A cultura da violência é um conceito que se refere a um conjunto de valores, crenças
e práticas sociais que naturalizam, justificam ou até mesmo incentivam a violência em
diferentes esferas da vida social. Em uma cultura da violência, a violência é vista como um
meio legítimo de resolver conflitos ou de impor a própria vontade, e muitas vezes é tolerada
ou até mesmo celebrada em diferentes contextos, como na mídia, no esporte, na política,
entre outros.
A cultura da violência pode se manifestar de diversas formas, como na glorificação
da violência em filmes, jogos e programas de televisão, na naturalização da violência
policial ou militarizada, na violência doméstica ou de gênero, na violência nas escolas e no
bullying, entre outros. Essa cultura pode ser perpetuada por meio de discursos e práticas
que reforçam estereótipos e preconceitos, promovem a discriminação e a intolerância e
deslegitimam formas pacíficas de resolução de conflitos.
A cultura da violência é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode estar
enraizado em fatores históricos, sociais, políticos e culturais. Para combatê-la, é necessário
adotar uma abordagem integrada e multidimensional, que inclua ações preventivas, de
proteção e de reparação às vítimas, além de ações de combate às causas estruturais e
culturais da violência.
O QUE EU TENHO A VER COM A VIOLENCIA?
Todos nós temos um papel a desempenhar na prevenção e no combate à violência.
Embora a violência seja um fenômeno complexo e multifacetado, que pode ter raízes em
fatores sociais, culturais, econômicos e políticos, as ações individuais também podem fazer
a diferença.
Algumas maneiras pelas quais você pode contribuir para a prevenção e o combate à
violência incluem:
Respeitar os direitos e a dignidade de todos, independentemente de sua raça, etnia,
gênero, orientação sexual, religião ou status socioeconômico.
Denunciar a violência quando você testemunha ou suspeita de que está ocorrendo.
Participar de campanhas e iniciativas de prevenção à violência em sua comunidade,
escola, local de trabalho ou grupo social.
Ser um modelo positivo de comportamento não violento em seus relacionamentos,
família e comunidade.
Promover a resolução pacífica de conflitos e aprender habilidades de comunicação
não violenta.
Educar-se sobre as raízes da violência e as formas de preveni-la, bem como sobre
seus direitos e recursos disponíveis em caso de violência.
Ao fazer a sua parte, você pode ajudar a construir uma cultura mais pacífica e justa
para todos.

AS DIFERENÇAS ENTRE VIOLENCIA E CONFLITO


A violência e o conflito são conceitos distintos, embora possam estar relacionados.
Algumas diferenças entre eles incluem:
A violência é um comportamento que causa dano físico, psicológico ou emocional a
outra pessoa. Pode ser perpetrada de forma intencional ou acidental e pode ser física,
sexual ou psicológica. Já o conflito é uma situação em que duas ou mais partes têm
interesses, necessidades ou objetivos diferentes e que podem entrar em choque. O conflito
pode ser resolvido de maneira pacífica ou pode levar à violência.
A violência pode ser perpetrada por indivíduos, grupos ou instituições, enquanto o
conflito envolve duas ou mais partes que têm interesses diferentes.
A violência é sempre prejudicial e pode ter consequências graves para a saúde física
e mental das vítimas, bem como para a sociedade como um todo. Já o conflito pode ter
tanto consequências negativas quanto positivas, dependendo da forma como é gerenciado
e resolvido.
A violência é ilegal e é punida pelo sistema de justiça, enquanto o conflito é uma
parte natural da vida e pode ser gerenciado de maneiras diferentes, dependendo do
contexto.
A violência pode ser um sintoma de um conflito mal gerenciado, mas nem todo
conflito leva à violência. De fato, o conflito pode ser uma oportunidade para o diálogo e a
negociação, o que pode levar a soluções criativas e pacíficas.

A VIOLENCIA É UM INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO SOCIAL?


Sim, a violência pode ser usada como um instrumento de dominação social. Isso
pode ocorrer de várias maneiras, como quando um grupo mais poderoso usa a violência
para manter o controle sobre um grupo menos poderoso, ou quando as instituições estatais
usam a violência para reprimir dissidências políticas ou oposições ao status quo.
Em muitos casos, a violência é usada como uma ferramenta de opressão, privando
as pessoas de seus direitos e liberdades fundamentais e perpetuando a desigualdade
social e econômica. A violência pode ser usada para impor normas e valores culturais,
políticos e sociais dominantes sobre grupos minoritários ou menos poderosos, e para
manter as relações de poder existentes.
Por outro lado, também existem estratégias de resistência e luta contra a violência e
a dominação social, que visam mudar as relações de poder e promover a justiça social e a
igualdade.

COMO RESOLVER CONFLITOS?


Existem várias abordagens e estratégias para a resolução de conflitos, dependendo
da natureza e da intensidade do conflito. Algumas das principais estratégias incluem:
Comunicação efetiva: Muitos conflitos podem ser resolvidos através de uma
comunicação clara e aberta entre as partes envolvidas. Isso envolve ouvir ativamente o
outro lado, tentar entender suas preocupações e perspectivas, e expressar seus próprios
sentimentos e opiniões de uma forma respeitosa e construtiva.
Negociação: A negociação envolve encontrar um terreno comum entre as partes
envolvidas, com a ajuda de um mediador ou facilitador, e trabalhar juntos para chegar a um
acordo que atenda às necessidades e interesses de ambas as partes.
Mediação: A mediação é um processo em que um terceiro imparcial ajuda as partes
envolvidas a chegar a um acordo, através da comunicação e negociação. O mediador não
toma decisões, mas ajuda as partes a chegar a uma solução mutuamente aceitável.
Conciliação: A conciliação é um processo semelhante à mediação, mas o conciliador
pode ter um papel mais ativo na proposição de soluções e na facilitação do acordo.
Arbitragem: A arbitragem é um processo em que um árbitro imparcial é designado
para tomar uma decisão sobre o conflito, com base em provas e argumentos apresentados
pelas partes envolvidas.
Litígio: O litígio é a abordagem mais formal e legal para a resolução de conflitos,
envolvendo a apresentação de uma ação judicial e a tomada de uma decisão pelo sistema
judiciário.
Ação coletiva: Em alguns casos, as partes envolvidas em um conflito podem
trabalhar juntas para abordar a questão em um nível mais amplo, buscando mudanças
sistêmicas que abordem as causas raiz do conflito.
Cada abordagem tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha da
estratégia certa depende das circunstâncias específicas do conflito.

A VISÃO SOBRE A VIOLENCIA SOB A PERESPECTIVA DE KARL MARX?


A visão de Karl Marx sobre a violência é baseada na ideia de que a violência é uma
consequência natural da luta de classes e da exploração capitalista. Segundo Marx, a
sociedade capitalista é dividida em classes, e a classe dominante usa a violência para
manter seu poder e explorar a classe trabalhadora.
Marx argumenta que a violência é uma parte integrante da estrutura do sistema
capitalista e que é usada para manter as relações de poder existentes. Ele acreditava que
a violência era uma forma de controle social e que a classe dominante usava a violência
para garantir a obediência da classe trabalhadora.
Para Marx, a verdadeira solução para a violência era a transformação radical da
sociedade, na qual as classes sociais e a exploração não existiriam mais. Ele defendia a
luta revolucionária para a criação de uma sociedade socialista, na qual as relações sociais
não seriam mais baseadas na exploração e opressão, mas sim na cooperação e
solidariedade.

A VISÃO SOBRE A VIOLENCIA SOB A PERESPECTIVA DE WEBER?


Max Weber via a violência como um instrumento de poder usado por indivíduos ou
grupos que possuem uma base legítima de autoridade. Ele argumentava que a violência é
uma forma de exercer o poder, mas não é a única, nem mesmo a mais eficaz, e pode ser
uma fonte de instabilidade na sociedade.
Weber também distinguia entre violência legítima e ilegítima. A violência legítima é
aquela exercida pelo Estado e suas instituições, como a polícia e as forças armadas, e é
considerada legal e justa dentro dos limites da lei. Já a violência ilegítima é aquela exercida
por indivíduos ou grupos sem autoridade ou legitimidade para fazê-lo.
Para Weber, a legitimidade da violência é uma questão importante, pois a violência é
mais aceita e eficaz quando é vista como legítima. Ele também enfatizou que a violência
pode ser uma forma de expressão política ou social, e que pode ser usada para desafiar as
instituições existentes ou para proteger os direitos e interesses dos indivíduos ou grupos.
Em resumo, Weber via a violência como uma forma de exercer o poder e a
autoridade, mas também destacava a importância da legitimidade e dos limites legais para
o uso da violência.

QUAL A VISÃO SOBRE A VIOLENCIA SOB A PERESPECTIVA DE DURKHEIM?


Para Durkheim, a violência é um fenômeno social normal e necessário em qualquer
sociedade. Ele acreditava que a violência era um fator de coesão social e um meio de
fortalecer a consciência coletiva. Segundo sua teoria, uma sociedade sem violência seria
uma sociedade fraca, pois a violência desempenha um papel importante na manutenção
das normas e valores sociais. Além disso, Durkheim argumentava que a violência é um
resultado da falta de integração social, ou seja, quando as pessoas se sentem
desenraizadas e desconectadas das normas e valores compartilhados pela sociedade, elas
podem recorrer à violência como uma forma de expressão.

A VISÃO SOBRE A VIOLENCIA SOB A PERESPECTIVA DE SOCIOLOGOS


BRASILEIROS?
Existem diversos sociólogos brasileiros que têm diferentes perspectivas e
abordagens em relação à violência. No entanto, alguns pontos de vista comuns são:
A violência no Brasil é um fenômeno complexo que está relacionado a uma série de
fatores, como desigualdade social, exclusão, falta de acesso a direitos básicos, entre
outros.
A violência não é apenas um problema individual, mas sim uma questão estrutural
que precisa ser abordada de forma coletiva e sistêmica.
É importante compreender as diferentes formas de violência presentes na sociedade
brasileira, incluindo a violência institucional, a violência simbólica e a violência estrutural.
A violência não é inevitável e é possível construir sociedades mais justas e pacíficas,
desde que sejam tomadas medidas efetivas de prevenção e combate à violência.

A VISÃO SOBRE A VIOLENCIA SOB A PERESPECTIVA DO SOCIOLOGO


JESSÉ DE SOUZA?
O sociólogo brasileiro Jessé de Souza tem uma perspectiva crítica e ampla sobre a
violência. Ele considera que a violência é um fenômeno estrutural e está ligada a questões
políticas, econômicas e sociais. Algumas das suas visões são:
A violência é um problema estrutural da sociedade e não pode ser resolvida apenas
por meio de medidas punitivas ou repressivas.
A violência está diretamente relacionada às desigualdades sociais e à concentração
de poder e riqueza nas mãos de poucos.
A criminalidade é um fenômeno complexo e não pode ser reduzida a questões
individuais, como a falta de caráter ou a má formação moral.
A violência é utilizada como instrumento de controle social e de manutenção do
status quo, principalmente em sociedades onde há grandes desigualdades.
A violência também pode ser vista como uma forma de resistência e de luta contra
as opressões e injustiças sociais.
Em resumo, Jessé de Souza entende que a violência é um fenômeno complexo e
multifacetado, que exige uma análise aprofundada das estruturas sociais e das relações de
poder existentes na sociedade. Ele propõe uma abordagem crítica e reflexiva sobre a
violência, que leve em conta tanto as suas causas estruturais como as suas manifestações
concretas no cotidiano das pessoas.

A VIOLENCIA ESCOLAR
A violência escolar é um fenômeno complexo que pode ocorrer de diversas formas e
em diferentes contextos dentro do ambiente escolar. Algumas características desse tipo de
violência incluem:
Pode ocorrer em diferentes níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino
superior;
Pode ser praticada por alunos contra alunos, por alunos contra professores, por
professores contra alunos, ou até mesmo por funcionários da escola contra alunos ou
outros funcionários;
Pode se manifestar de diferentes maneiras, como agressões físicas, verbais,
psicológicas, discriminação, bullying, entre outras formas;
Pode ter consequências graves para as vítimas, como prejuízos à saúde física e
mental, evasão escolar, queda no rendimento acadêmico, entre outras.
A violência escolar é um problema que afeta não apenas os envolvidos diretamente,
mas também o ambiente escolar como um todo, afetando a qualidade do ensino e o clima
de convivência. Por isso, é importante que sejam tomadas medidas para preveni-la e
combatê-la, através de políticas públicas, campanhas de conscientização, formação de
professores, entre outras iniciativas.

COMO DESENVOLVER A CULTURA DA NÃO VIOLENCIA?


Desenvolver a cultura da não violência pode ser um processo complexo, mas
algumas sugestões podem ser:
Educação e conscientização: A educação é uma ferramenta fundamental para
desenvolver a cultura da não violência, ensinando desde a infância valores como empatia,
respeito e diálogo.
Fortalecimento de políticas públicas: Ações governamentais, como a criação de leis
mais rigorosas e a implementação de programas sociais e educacionais, podem contribuir
para reduzir a violência e construir uma cultura de paz.
Diálogo e mediação de conflitos: A promoção do diálogo e da mediação de conflitos
pode ajudar a prevenir situações violentas e resolver conflitos de forma pacífica.
Combate à desigualdade social: A desigualdade social pode ser um fator que
contribui para o aumento da violência, portanto, a promoção de políticas que visem à
justiça social pode ajudar a reduzir a violência.
Respeito aos direitos humanos: O respeito aos direitos humanos é fundamental para
a construção de uma cultura de paz, pois permite que as pessoas tenham suas
necessidades e demandas atendidas de forma justa e equitativa.
Valorização da diversidade: A valorização da diversidade, seja ela étnica, cultural ou
de gênero, é uma forma de promover o respeito e a tolerância, contribuindo para uma
cultura de paz.
Participação ativa da sociedade: A sociedade pode ter um papel fundamental na
construção de uma cultura de paz, participando ativamente em movimentos sociais e
outras ações coletivas que visem a promoção da não violência e da justiça social.
QUAIS SÃO AS RAIZES DA VIOLENCIA NO BRASIL?
As raízes da violência no Brasil são complexas e multifatoriais, envolvendo diversos
aspectos históricos, sociais, culturais e econômicos. Algumas das principais raízes da
violência no Brasil incluem:
Desigualdade social: a desigualdade social é um dos fatores mais importantes que
contribuem para a violência no Brasil. A enorme disparidade entre ricos e pobres pode
levar a conflitos e tensões sociais, e muitas vezes os indivíduos que vivem em situação de
pobreza têm menos acesso a recursos, oportunidades e serviços básicos, como saúde,
educação e segurança.
Cultura da impunidade: a sensação de impunidade pode levar a um aumento da
violência, já que as pessoas sentem que não há consequências para suas ações
criminosas. A lentidão e a ineficiência do sistema judicial brasileiro também contribuem
para essa cultura.
Corrupção: a corrupção é um problema endêmico no Brasil e pode levar à
perpetuação de desigualdades e à falta de confiança nas instituições públicas. A corrupção
também pode aumentar a violência, ao desviar recursos que poderiam ser utilizados para
investir em segurança pública, por exemplo.
Histórico de violência: o Brasil tem um histórico de violência que remonta aos
tempos da escravidão e da colonização. A violência também foi exacerbada durante a
ditadura militar, que durou de 1964 a 1985.
Armas de fogo: a facilidade de acesso às armas de fogo é um fator que contribui
significativamente para a violência no Brasil. O país tem uma das maiores taxas de
homicídio por arma de fogo do mundo.
Tráfico de drogas: o tráfico de drogas é um grande negócio no Brasil e está ligado a
muitos crimes violentos. A falta de políticas públicas eficazes para lidar com o problema
também pode contribuir para a violência.

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