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CENTRO UNIVERTÁRIO UNIFG

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

ELBA CARLA FERREIRA SANTOS MAGALHÃES


MARIA DAS GRAÇAS TEIXEIRA DE AZEVEDO

FATORES ASSOCIADOS À PERMANÊNCIA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UMA LEITURA À LUZ DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

Guanambi – BA
2022
ELBA CARLA FERREIRA SANTOS MAGALHÃES
MARIA DAS GRAÇAS TEIXEIRA DE AZEVEDO

FATORES ASSOCIADOS À PERMANÊNCIA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UMA LEITURA À LUZ DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

Artigo apresentado ao Centro


Universiotário UNIFG, da disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso II,
9º semestre do Curso de Psicologia,
como requisito obrigatório para
aprovação.

Orientadora: Ellen Camargo.

Guanambi – BA
2022
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FATORES ASSOCIADOS À PERMANÊNCIA DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UMA LEITURA À LUZ DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

Elba Carla Ferreira Santos Magalhães¹


Maria das Graças Teixeira de Azevedo¹
Ellen Camargo Rodrigues²

¹Graduandas do curso de Psicologia . Centro Universitário UNIFG


²Docente Mestre do curso de Psicologia do Centro Universitário UNIFG

Resumo: Trata-se de um estudo descritivo de nível exploratório e documental, do tipo


Revisão Sistemática de Literatura. Este artigo visa abordar os principais fatores
associados à permanência de mulheres em meio à violência doméstica com uma
visão voltada para a terapia cognitivo comportamental. O levantamento de dados
aconteceu através de livros, artigos e Lei, no período de agosto a novembro/2021, e
a análise de dados e conclusão do estudo no período de fevereiro a maio/2022. Para
isso, foram utilizadas as bases de dados da Scientific Electronic Library Online
(Scielo), Portal de Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS), Google Acadêmico e Literatura Latino Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS). Os resultados evidenciam que diversos fatores
contribuem para a permanência de mulheres em relacionamentos com violência
doméstica, tais como: Dependência Financeira, Dependência Emocional e filhos.
Concluiu -se que pessoas influenciadas por regras cognitivas disfuncionais, tendem a
continuar no ciclo vicioso da violência doméstica, tendo dificuldade de buscar ajuda,
apoio ou proteção. Para a Terapia Cognitiva Comportamental muitas vezes a
permanência em relações abusivas derivam de uma maneira distorcida ou
disfuncional de entender os fatos, influenciando a emoção e o comportamento.

¹Endereço de correspondência: Rua Guilhermina Souza, nº 35 - Bairro: Santo Antônio – Caetité-Ba


CEP: 46400-000
Endereço Eletrônico: elba_iga@hotmail.com
¹Endereço de Correspondência: Av. Guanabara, nº 319 – Bairro: Centro – Guanambi-Ba
CEP: 46430-000
Endereço Eletrônico: gal.teixeira@hotmail.com
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Palavras-chave: Depressão em mulheres vítimas de seus parceiros, Lei Maria da


Penha, Terapia Cognitivo Comportamental, Violência contra a mulher.

ABSRACT: This is a descriptive study at an exploratory and documentary level, of the


Systematic Literature Review type. This article aims to address the main factors associated
with the permanence of women in the midst of domestic violence with a view focused on
cognitive behavioral therapy. Data collection took place through books, articles and Law, from
August to November/2021, and data analysis and conclusion of the study from February to
May/2022. For this, the databases of the Scientific Electronic Library Online (Scielo), Portal of
Electronic Journals in Psychology (PePSIC), Virtual Health Library (BVS), Google Scholar and
Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences ( LILACS). The results show that
several factors contribute to the permanence of women in relationships with domestic violence,
such as: Financial Dependence, Emotional Dependence and children. It was concluded that
people influenced by dysfunctional cognitive rules tend to continue in the vicious cycle of
domestic violence, having difficulty seeking help, support or protection. For Cognitive
Behavioral Therapy, often the permanence in abusive relationships derives from a distorted or
dysfunctional way of understanding the facts, influencing emotion and behavior.

Keywords: Cognitive behavioral therapy, Depression in women victims of their


partners, Maria da Penha Law, Violence against women.

1 – INTRODUÇÃO

Ao longo da história da civilização, a mulher sempre exerceu um papel de


subserviência, de sujeição à vontade de outrem. Foram períodos em que a violência
contra a mulher não era vista como violência, era algo imposto, mas nem sempre
acatado por elas como natural. No período neolítico, os homens começaram a
perceber a função feminina na reprodução. Na Grécia antiga, se entendia que a
mulher era uma criatura de menor importância ocupando uma posição inferior,
análoga à do indivíduo do sexo masculino. A vida da mulher grega era vivida em
função da dominação masculina, inicialmente pelo pai, pelo irmão e pelo marido
(SOARES, 2017).
No mundo medieval, a mulher era subordinada ao homem em todas as esferas,
tanto no lar, quanto no trabalho ou religião. No iluminismo, época conhecida como o
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progresso da civilização, o papel da mulher na sociedade foi colocado em discussão,


as mulheres viviam trancadas no seu papel de submissão imputado na idade média.
Com a ascensão do capitalismo no século XIX, surge a mulher burguesa, aquela que
se dedicava ao lar e à família (SOARES, 2017).
Na atualidade, segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
(2004), a violência é um fator que atinge homens e mulheres com contextos diferentes.
Homens são vítimas em espaços públicos e mulheres no âmbito doméstico, em seus
próprios lares e na maioria dos casos o agressor é o companheiro afetivo da vítima.
Segundo Cortez, et al, (2005), violência se caracteriza como qualquer ato violento
baseado no gênero, que resulte em dano físico, sexual, psicológico, com ameaças,
coerção ou limitações da liberdade.
Conforme estudo realizado na Europa, no ano de 2014, quase 62 milhões de
mulheres com idade entre 18 e 74 anos, tinham suportado atos de violência referentes
a relações de gênero, cometidos por parceiro ou ex-parceiro. No Brasil, no século XXI,
a violência atinge dois milhões de mulheres por ano. A cada 15 segundos uma
brasileira sofre com a violência doméstica, dados que mostram o comprometimento
da dignidade e da própria saúde da mulher (SOARES, 2017).
A violência doméstica é vista como uma das principais formas de agressão e
violação dos direitos e é um fator que atinge mulheres de todo o mundo, violando a
sua saúde, integridade física e a vida. É consideravelmente alta a taxa de mulheres
que permanecem em relacionamentos violentos, que não procuram meios para
romper com o agressor ou até mesmo amparo (GADONI-COSTA; ZUCATTI;
DELL'AGLIO, 2011).
Ao tocante à temática principal deste estudo, é possível destacar que muitas
mulheres por possuírem crenças disfuncionais tão enraizadas, não percebem ou não
compreendem o momento em que vivenciam situações de violência, momentos estes
que violam seus direitos, seja porque cresceram em um ambiente hostil ou porque
este ambiente tornou este comportamento naturalizado (CORTEZ, et al, 2005). Desta
forma, a temática escolhida para este estudo, se torna relevante pois a mesma
favorece um leque amplo de reflexões e conhecimento sobre uma problemática que
não é apenas da esfera social, mas da saúde pública também, visto os prejuízos
psíquicos das mulheres.
Diante o exposto, este estudo justifica-se pela importância do tema para a
sociedade como um todo, posto o aumento considerável dos casos de mulheres que
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sofrem violência doméstica e ainda assim permanecem no relacionamento,


vivenciando danos que podem perpassar pelo âmbito físico, psicológico, moral,
patrimonial e institucional, em razão de que muitas vezes o dano é irreversível, como
no caso do feminicídio. Buscou-se identificar, por meio da revisão sistemática de
literatura, os possíveis fatores associados à permanência de mulheres em situação
de violência doméstica por meio de leituras à luz da terapia cognitivo comportamental,
tendo como pergunta norteadora: Quais os principais fatores associados a
permanência de mulheres em situação de violência doméstica?

2 - MATERIAS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo de nível exploratório e documental, do tipo


Revisão Sistemática de Literatura, onde pretendeu-se localizar os artigos científicos
mais relevantes existentes com base em questões de pesquisas formuladas
anteriormente, para avaliar e sintetizar suas respectivas contribuições com o tema
proposto neste.
A revisão sistemática é um tipo de pesquisa que utiliza como fonte de dados a
literatura sobre um determinado tema (SAMPAIO e MANCINI, 2007), bem como a
revisão de literatura e pesquisa bibliográfica é realizada a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos e páginas de web sites (FONSECA, 2006).
O levantamento de dados aconteceu através de livros, artigos e Lei, no período
de agosto a novembro/2021, e a análise de dados e conclusão do estudo no período
de fevereiro a maio/2022. Para isso, foram utilizadas as bases de dados da Scientific
Electronic Library Online (Scielo), Portal de Periódicos Eletrônicos em Psicologia
(PePSIC), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico e Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Com o intuito de selecionar
os devidos materiais foram utilizados os seguintes descritores: TCC, Violência contra
a mulher, Lei Maria da Penha e Depressão em mulheres vítimas de seus parceiros.
Para a operacionalização deste processo foi feita a exploração do referencial
teórico para a construção de categorias temáticas de análise, leitura seletiva dos
resumos, fichamento, agrupamento de evidências e análise dos resultados.
Foram utilizados materiais publicados através do cruzamento das palavras-
chaves: violência conjugal, adoecimento de mulheres vítimas de violência conjugal.
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Foram excluídos os artigos que abordassem sobre violência contra crianças,


adolescentes, idosas, gestantes, puérperas imediatas, teses, dissertações de
mestrado, estudos duplicados, os que não apresentavam a versão completa
disponível, os resumos de artigos (abstracts), bem como os publicados em quaisquer
línguas que não o português ou aqueles não disponíveis gratuitamente e com data de
publicação entre 2001 a 2018 Na etapa seguinte, os artigos relacionados foram
acessados na íntegra para avaliação.
A análise dos dados foi realizada através do processo de análise do conteúdo
por divisão temática, conforme (BARDIN, 2006, apud MOZZATO, GRZYBOVSKI,
2011). Foi feita a pré-análise, momento em que se organizou o material a ser
analisado com o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais,
fazendo a leitura flutuante, demarcando o que foi analisado e fazendo os recortes de
texto nos documentos de análise. Em seguida foi feita a exploração do material,
possibilitando as interpretações e inferências dos conteúdos, submetendo a um
estudo mais aprofundado. Por fim, foi feito o tratamento dos resultados por meio de
um processo de categorização. As 03 categorias selecionadas dão resposta à questão
norteadora e aos objetivos deste estudo no qual ocorreu o destaque das informações
para análise reflexiva e crítica: “Vulnerabilidade da mulher: O que favorece a violência
doméstica?”; “Principais causas da permanência da mulher na relação violenta”;
“Terapia Cognitivo-Comportamental na compreensão da permanência em relações de
violência doméstica”.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 APRECIAÇÃO QUANTITATIVA DAS REFERÊNCIAS


Na base de dados (Scielo), para o descritor “violência contra a mulher”, foram
identificados 246 resultados. Com o descritor “TCC - terapia cognitivo
comportamental”, foram encontrados 11 artigos na língua portuguesa. E para o
descritor “lei maria da penha” foram encontrados 29 resultados para a pesquisa de
1999 a 2022. Com o descritor “depressão em mulheres vítima de seus parceiros”
foram encontrados 2 resultados com o mesmo título. Os resultados obtidos com a
base de dados Scielo Brasil, ordenado por publicação: mais novos, foram obtidos para
o descritor “violência contra a mulher”, 63 resultados. Para o descritor “TCC - terapia
cognitivo comportamental”, foram encontrados em português 5 resultados. Para o
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descritor “lei maria da penha” foram encontrados em todos os índices, na língua


portuguesa, 65 resultados. Com o descritor “depressão em mulheres vítima de seus
parceiros” não foi encontrado nenhum resultado, no entanto através do cruzamento
das palavras-chaves “violência conjugal” de 2017 a 2020, foram obtidos 26 resultados.
Na base de dados Portal de Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC),
para o descritor “violência contra a mulher”, foram encontradas 591 referências ao
Brasil. Para o descritor “TCC - terapia cognitivo comportamental”, foram encontradas
1.687 referências. Para o descritor “lei maria da penha” foram encontrados em todos
os índices 19.057 resultados. Com o descritor “depressão em mulheres vítima de seus
parceiros” foram encontrados 1542 resultados.
Na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), para o descritor “violência
contra a mulher”, foram encontrados 5.855 resultados e, como assunto principal,
obteve-se 1.760 resultados. Através do cruzamento das palavras-chaves: como maus-
tratos conjugais, foram encontrados 21 resultados. Com o descritor “TCC - terapia
cognitivo comportamental”, foram obtidos 47.432 resultados e com o cruzamento das
palavras-chaves: “violência doméstica na visão da TCC” foi encontrado um resultado
em espanhol. Para o descritor “lei maria da penha” foram encontrados 115 resultados
com título completo, 103 resultados e através do cruzamento das palavras-chaves:
violência doméstica 45 achados e 6 achados para maus tratos conjugais. Com o
descritor “depressão em mulheres vítima de seus parceiros”, nenhum resultado
encontrado.
Na base de dados Google Acadêmico para o descritor “violência contra a
mulher”, desde 2022, foram encontrados, na língua portuguesa, 553 resultados e em
artigos de revisão até 2022 foram encontrados 20 resultados. Com o descritor “TCC -
terapia cognitivo comportamental”, ordenado por relevância, em português, artigos de
revisão, desde 2022, foram encontrados 123 resultados. Fazendo o cruzamento das
palavras-chaves: “tcc com olhar voltado para a mulher vítima de violência, artigos de
revisão, desde 2018, foram encontrados 47 resultados. Para o descritor “lei maria da
penha”, ordenado por relevância, em português, artigos de revisão desde 2022, foram
encontrados 10 resultados. Com o descritor “depressão em mulheres vítima de seus
parceiros”, desde 2022, foram achados, 9 resultados.
Na base de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), para o descritor “violência contra a mulher”, como assunto principal,
875 resultados e, através do cruzamento das palavras-chaves: “mulheres maltratadas”
9

172 resultados; “maus tratos conjugais” 20 resultados. Com o descritor “TCC - terapia
cognitivo comportamental”, por título, foram encontrados 2 resultados. Para o descritor
“lei maria da penha” foi encontrado apenas um resultado e com o descritor “depressão
em mulheres vítima de seus parceiros”, nenhum resultado encontrado.
Após avaliação criteriosa dos resultados, chegou-se ao número de 35 textos,
dentre livros, artigos e Lei. Tais resultados favoreceram informações consistentes
sobre as finalidades do estudo e que se apresenta na seguinte sistematização (Tabela 1):

Tabela 01 - Estudos incluídos na revisão sistemática sobre os principais fatores associados


permanência de mulheres em situação de violência doméstica

ANO TÍTULO AUTOR PRINCIPAIS RESULTADOS


2011 Psicologia da ALVES, R. F Trata se de uma reflexão acerca do trabalho em
Saúde: Teoria, saúde mental e tem como base norteadora a
intervenção e Psicologia da Saúde e os fundamentos da
pesquisa. Psicologia Humanista.
2005 Qualidade de vida ADEODATO, V. G. O perfil da mulher agredida é: jovem, casada,
e depressão em et al. católica, tem filhos, pouco tempo de estudo e
mulheres vítimas baixa renda familiar. Álcool e ciúme foram os
de seus parceiros fatores mais referidos como desencadeantes das
agressões, tendo 84% das mulheres sofrido
agressão física. Foi observado que 72% delas
apresentaram quadro sugestivo de depressão
clínica; 78% tinham sintomas de ansiedade e
insônia; 39% já pensaram em suicídio e 24%
passaram a fazer uso de ansiolíticos após o início
das agressões.
2016 Permanência de AZEVEDO, M. N; A partir da análise obtidas nas entrevistas, as
Mulheres Em ALVES, P.R.O.V. causas prevalentes referem-se a motivos
Citação de concretos e objetivos (dependência financeira e
Violência: filhos), ficando em terceira posição a
compreensões de dependência emocional, motivo subjetivo que
uma equipe coaduna com o imaginário popular a respeito da
multidisciplinar. permanência de mulheres em relações violentas.
2014 Violência de BANDEIRA, L. M. As mulheres foram as responsáveis efetivas pela
Gênero: a tomada de consciência da natureza das
construção de um sociabilidades violentas, que permeiam a vida
campo teórico e de cotidiana e habitam o senso comum. Isto
investigação. contribuiu para enfrentar a complexidade das
Sociedade e práticas violentas com vistas a erradicá-las.
Estado. Causam dor e sofrimentos físicos e emocionais,
impedimentos a uma vida plena.
2013 Terapia Cognitivo BECK, 2013; Até o momento mais de 500 estudos mostram a
Comportamental eficácia da terapia cognitivo comportamental
para uma ampla gama de transtornos
psiquiátricos e psicológicos.
2018 Violência contra BRASIL. A busca pela igualdade veio em decorrência de
Mulher. CONSELHO movimentos feministas, que enfrentaram o
NASCIONAL DO Estado. As leis mudaram e hoje, na Constituição
MINISTÉRIO da República, todos são iguais perante a lei.
PUBLICO. Ocorre que, no pensamento machista, as ideias
de propriedade ainda estão arraigadas, e a
mulher, embora tenha a igualdade de direitos,
ainda é vista como propriedade e objeto.
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2011 Lei Maria da Penha BRASIL. LEI Cria mecanismos para coibir a violência
e Legislação MARIA DA PENHA doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
Correlata. (2006) do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Mulheres e
da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o
Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
2001 Violência BRASIL. Tem como objetivo específico de orientar os
Intrafamiliar: MINISTÉRIO DA profissionais nas ações de diagnóstico,
orientações para SAÚDE. tratamento e prevenção da violência.
prática em serviço. SECRETARIA DE
POLÍTICAS DE
SAÚDE.
2011 Política Nacional BRASIL. POLITICA Alguns estudos, realizados por institutos de
de Enfrentamento NACIONAL DE pesquisa não governamentais, como a Fundação
à Violência Contra ENFRENTAMENT Perseu Abramo (2010), apontam que
as Mulheres O DE VIOLÊNCIA aproximadamente 24% das mulheres já foram
CONTRA A vítimas de algum tipo de violência doméstica.
MULHER Quando estimuladas por meio da citação de
diferentes formas de agressão, esse percentual
sobe para 40%.
2011 Política nacional de BRASIL. Do total de entrevistadas, 57% declararam
enfrentamento a SECREARIA DE conhecer mulheres que já sofreram algum tipo de
violência contra as POLÍTICA violência doméstica. A que mais se destaca é a
mulheres PÚBLICA PARA violência física, citada por 78% das pessoas
MULHERES ouvidas pela pesquisa. Em segundo lugar
PRESIDENCIA DA aparece a violência moral, com 28%,
REPÚBLICA praticamente empatada com a violência
psicológica (27%)
2016 Dependência BUTION, D.C; Quanto à prevalência da dependência
emocional: uma WECHSLER, A. M. emocional, não houve consenso entre as
revisão sistemática pesquisas: Sussman (2010), a partir de uma
da literatura revisão da literatura, afirmou que entre 5% a 10%
da população seria dependente
emocionalmente. Ahmdi et al. (2013) verificaram
que 17,9% de uma amostra de 290 pessoas
apresentou dependência emocional. Outros
estudos obtiveram uma porcentagem de 24,6%
da amostra estudada com tal patologia (569
sujeitos) (Lemos et al., 2012; Jaller Jaramillo &
Lemos Hoyos, 2009). Gude et al
2005 Terapia de grupo CORTEZ, M.B. et O proposto mostrou-se uma estratégia de
cognitivo- al. intervenção efetiva para alterar o comportamento
comportamental violento do agressor conjugal, além de promover
com agressores uma melhoria do ajustamento do casal.
conjugais
2006 Violência FONSECA, P. M.; Ao vivenciar uma relação violenta acarreta danos
Doméstica Contra LUCAS, T. N. S. à saúde mental da mulher, traduzidos,
a Mulher e suas principalmente, por constantes estados de
Consequências tristeza, ansiedade e medo.
Psicológicas.
2011 Violência contra a GADONI-COSTA, Os dados levantados apontaram que em 70,1%
mulher: L.M; ZUCATTI, A. dos casos o agressor era o companheiro da
levantamento dos P. N.; DELL’AGLIO, vítima, e que em apenas 3,1% dos casos era
casos atendidos no D. D. desconhecido. Segundo a Organização Mundial
setor de psicologia da Saúde, uma em cada seis mulheres no mundo
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de uma delegacia sofre violência doméstica, sendo que em 60,0%


para a mulher dos casos a violência foi perpetrada por marido
ou companheiro (Organização Mundial da
Saúde, 2005).
2018 A permanência de GOMES, I. R. R., Os resultados evidenciam que, apesar do grande
mulheres em FERNANDES, S. número de estudos identificados, apenas três
relacionamentos C. S. utilizaram a Teoria da Ação Planejada/Teoria da
abusivos à luz da Ação Racional para explicar este
teoria da Ação comportamento, dois deles eram artigos teóricos
planejada e um artigo experimental. Todos os estudos
referem a validade monológica deste modelo
teórico. Além disso, os resultados permitem
sugerir estudos empíricos que considerem
mulheres de diferentes faixas etárias, etnias,
escolaridade e classe social, para ampliar as
considerações feitas acerca da permanência de
mulheres em relacionamentos abusivos.
2015 Violência contra a GUIMARÃES, M. Promover a problematizar definições e
mulher: C.; PEDROSA, R. tipificações das violências contra as mulheres e
problematizando L. S. articular uma compreensão com a perspectiva
definições teóricas ética e histórica dos direitos humanos,
incorporando assim as dimensões ética e
política ao olhar crítico e complexo sobre a
violência doméstica contra a mulher.
2008 Fundamentos, KNAPP, P; BECK, As terapias cognitivo-comportamentais em geral,
modelos conceituais, A. T. e a terapia cognitiva beckiana em especial,
aplicações e apresentam um fundamento teórico e um
pesquisa da terapia conjunto de técnicas cuja eficácia baseada em
cognitiva evidências foi demonstrada no tratamento de
diversos quadros mentais e físicos.
2005 Violência conjugal: MARQUES, T. M. Os resultados sugerem que as mulheres têm
estudo sobre particular dificuldade em romper o
permanência de relacionamento quando atribuem causas
mulheres em internas instáveis e controláveis ao parceiro e
relacionamentos mostram maior facilidade quando atribuem
abusivos causas internas estáveis incontroláveis à
violência cometida pelo parceiro conjugal.
2015 Psicologia das MIGUEL, F. K. Traz a base para apresentar características de
emoções: uma expressão das emoções, sendo que seis
proposta integrativa emoções básicas foram discutidas (alegria,
para compreender a medo, surpresa, tristeza, nojo e raiva) com foco
expressão em seus aspectos expressivos faciais e
emocional cognitivos.

1999 Feridas invisíveis: MILLER, M. S. Traz meios de como identificar os tipos de


abuso não-físico violências e mecanismos de sair de situações de
contra mulheres extremas violência.
2002 Violência MINISTÉRIO DA Os serviços de saúde têm dificuldades para
Intrafamiliar: SAÚDE. diagnosticar e registrar os casos de violência
Orientação para a intrafamiliar. O Conselho Científico da
prática de serviço Associação Médica Americana divulgou, em
1992, que entre 22 e 35% das mulheres que
recorrem a serviços de emergência urbanos
exibem sintomas relacionados com os maus-
tratos contínuos.
2011 Violência física MOREIRA, S. N. Os resultados indicam a necessidade de
contra a mulher na T., GALVÃO, L. L. sistematização e efetivação de ações voltadas
perspectiva de L. F., Melo, C. O. para humanização da assistência às mulheres
M. & Azevedo, G. em situação de violência.
D.
12

profissionais de
saúde

2011 O estigma da MOREIRA, V. et al. Mostram que essas mulheres suportam várias
violência sofrida modalidades de violência na relação com seus
por mulheres na parceiros.
relação com seus
parceiros íntimos

2011 Análise de MOZZATO, A. R. e A análise de conteúdo pode ajudar aqueles


Conteúdo como GRZYBOVSKI pesquisadores que pretendem desenvolver
Técnica de Análise estudos no campo da administração segundo
de Dados uma abordagem analítica crítica e reflexiva,
Qualitativos no aventurando-se na aplicação da análise de
Campo da conteúdo como técnica de análise de dados
Administração: qualitativos, ou mesmo mistos, no sentido de
Potencial e complementação
Desafios

2005 Mulheres que NORWOOD, Robin Relacionamentos e dependências de mulheres,


Amam Demais se libertando a cada dia, dentro da filosofia de
que uma longa caminhada é feita passo a passo,
preservando a sanidade, a serenidade e o senso
de humor a fim de viver e amar de maneira mais
saudável.
2015 Mulheres vítimas OLIVEIRA, P. P. et Os resultados demonstraram que a experiência
de violência al. vivida e contida no corpo dessas mulheres
doméstica: uma possibilitou a cada uma delas uma avaliação
abordagem sobre sua própria existência, suscitando o desejo
fenomenológica de sair desse revolto para exercer seu papel no
mundo
2015 Violência PAIVA, V. G. et al. Com base na análise dos dados colhidos na
doméstica contra Delegacia da Mulher, foi possível compreender
as mulheres: que a violência contra a mulher ainda é ativa e os
condição e fatores que a geram são diversos. Percebe-se
implicações sociais que a Lei Maria da Penha se faz presente e
possibilita uma opção para essas mulheres. Os
tipos de violência sofridos são vários, indo desde
as agressões físicas até violências mais veladas
como as ameaças.
2016 Subalternidade de PIOSIADLO, L. C. A análise identificou dois fatores: F1 - composto
gênero e M., FONSECA, R. de frases relacionadas a manutenção da casa e
vulnerabilidade de M. G. S. da; da estrutura familiar; F2 - frases intrínsecas à
mulheres à relação entre o casal. Nas frases que reforçam a
violência doméstica subalternidade, as médias dos fatores foram
mais altas para o grupo que respondeu SIM a
uma das questões identificadoras de violência.
2007 ESTUDOS DE SAMPAIO, R.F.; Publicar nas revisões sistemáticas os aspectos
REVISÃO MANCINI, M. C. positivos e negativos das
SISTEMÁTICA: intervenções/tratamento só aumentará o
UM GUIA PARA conhecimento a respeito da sua eficácia e da sua
SÍNTESE limitação.
CRITERIOSA DA
EVIDÊNCIA
CIENTÍFICA
2004 Avaliação da SANTOS, L. V.; É de extrema importância que estudos sobre a
dinâmica conjugal COSTA, L. F. violência intrafamiliar continuem a ser realizados,
violenta e suas afim de se obter uma compreensão mais
repercussões elaborada desse contexto e recursos mais
sobre os filhos efetivos para lidar com essas situações
13

2007 Violência SILVA, L. L., Constata-se que a desinformação ainda é


silenciosa: COELHO, E. B. S. presente em todos os níveis de ensino, tanto em
violência & CAPONI S. N. C. relação às formas de violência que ocorrem no
psicológica como dia-a-dia, como em relação à existência de
condição da serviços para atendimento às vítimas. Esse
violência física desconhecimento geral torna-se agudo quando
doméstica se trata de violência psicológica. Parece existir
uma verdadeira negação de que fenômenos
como humilhação, desqualificação, críticas
destrutivas, exposição a situações vexatórias,
bem como desvalorização da mulher como mãe
e como amante constituem, de fato, formas de
violência contra a mulher e que, muitas vezes,
culminam na violência física.

2017 História oral da SOARES, M. C. da Relatam terem vivido violência física,


vida de mulheres S. psicológica, patrimonial, institucional e sexual.
que vivenciaram Essas mulheres conseguiram iniciar um
violência doméstica processo de empoderamento, na medida em que
descobriram o seu potencial interior, e foram
capazes de se autodefender, conquistar, avançar
e superar não somente as adversidades, mas
também os obstáculos que as mantinham no
ciclo da violência. Estava presente também em
suas narrativas após o rompimento do ciclo o
medo de novos relacionamentos e a solidão.
Portanto, elenca-se o apoio de profissionais de
todos os setores envolvidos no enfrentamento da
violência doméstica, na perspectiva de promover
autonomia e empoderamento às mulheres em
situação de violência para lhes dar suporte no
processo de resiliência.
2015 Violência SOUSA, R. C. B.; Dos resultados encontrados, destaca se as
doméstica contra a CUNHA, T. R. A. situações de interesse na desistência em que
mulher: o retorno à ocorreu a permanência da mulher com o seu
delegacia para a agressor, mesmo depois de feita a denúncia do
desistência da crime.
representação
criminal e a
permanência no
relacionamento
2006 Os motivos que SOUZA, P. A. de; Verificou-se que os motivos que as mantêm no
mantêm as DA ROS, M. A. relacionamento violento são: medo, dependência
mulheres vítimas financeira e submissão, até o momento em que
de violência no decidem realizar a denúncia, passando por cima
relacionamento do sentimento de pena do marido, do tempo de
violento vida juntos e da anulação durante o
relacionamento.
2017 Violência auto VELOSO C, Foram notificadas 277 vítimas de violência auto
infligida por MONTEIRO CFS, infligida por intoxicação exógena, sendo que
intoxicação VELOSO LUP, 10,5% morreram por suicídio. Houve associação
exógena FIGUEIREDO MLF, entre o óbito e as variáveis idade, escolaridade,
em um serviço de FONSECA RSB, zona de ocorrência e tipo de exposição, assim
urgência e ARAÚJO TME, et como entre o tipo de exposição e a quantidade
emergência al. de agentes utilizados
14

3.2 APRECIAÇÃO QUALITATIVA DAS REFERÊNCIAS


3.2.1 Vulnerabilidade da mulher: o que favorece a violência doméstica?
A vulnerabilidade da mulher em situação de violência segundo Guimarães e
Pedrosa (2015), está associada com aspectos subjetivos de cada uma, nas relações
entre pessoas, em diferentes contextos tanto sociocultural quanto econômico. Outros
componentes como: isolamento social, medo ou vergonha de denunciar, dependência
financeira, perda de liberdade, autoestima fragilizada, falta de apoio e dificuldade de
acesso à informação são também, alguns dos possíveis fatores que corroboram para
a permanecia e vulnerabilidade dessa mulher à violência doméstica.
Para Teles e Melo (2003) apud Moreira (2011), a ação da violência deve ser
compreendida como uma relação de poder com a dominação por parte dos homens e
submissão das mulheres. Uma série de fatores contribuem para uma possível
vulnerabilidade como as dificuldades financeiras, dependências econômicas,
responsabilidades pelos filhos, em muitos casos por não estarem no mercado de
trabalho ou não terem residência própria, dessa forma, elas se sentem
desencorajadas, além disso pela falta de conhecimento das possíveis redes de apoio.
A importância das mulheres em obterem sua independência financeira, torna
um dos fatores fundamentais para conseguirem sair desse estado de vulnerabilidade
assim como a recuperação da autoestima, saúde física e mental. Necessário se faz
planejamento e reorganização de toda sua vida na tentativa de superação e
empoderamento (GUIMARÃES; PEDROSA, 2005).
Nas falas das mulheres agredidas por seus parceiros, há um processo de
inversão de culpa, se o companheiro é agressivo é porque elas não souberam lidar
com as divergências rotineiras. Quando tais mulheres decidem romper esse ciclo de
violência necessitam de um distanciamento dos seus parceiros, tomam a decisão de
ir embora na maioria das vezes se encontram em um estado físico, moral e psicológico
deplorável. Mesmo com tudo esperam que seus parceiros venham a mudar ou a se
corrigir, ou seja elas se veem em uma situação difícil pois o parceiro que elas
pretendem abandonar é aquele que elas amaram e em muitos casos amam
(MOREIRA et al, 2011).
As mulheres vivem uma experiência estigmatizada devido à vergonha de serem
consideradas, por si mesmas e pelos outros, como mulheres que sofrem violência de
seus parceiros íntimos e, portanto, se encontrariam em uma situação de inferioridade
e de desvantagem. A vivência do estigma é expressa em suas falas tais como: a
15

vergonha da família e dos vizinhos, a ocultação do segredo. É notório o sofrimento do


estigma por serem consideradas, publicamente, mulheres espancadas, além da
necessidade de ocultação de tal experiência de violência de suas próprias famílias e,
também, de seus vizinhos, (BUTION; WECHSLER, 2016).
.
3.2.1.1 Desigualdades Sociais, Econômicas e Políticas
Para o Ministério da Saúde as desigualdades sociais, econômicas e políticas
estruturais entre homens e mulheres, a diferenciação rígida de papéis, as noções de
virilidade ligadas ao domínio e à honra masculina são fatores que desencadeiam e
sustentam a subalternidade de gênero, ampliando assim a vulnerabilidade de
mulheres à violência doméstica. Dessa forma, quanto maior a subalternidade, mais
vulnerável estará a mulher à violência doméstica (PIOSIADLO E FONSECA, 2016).
Por outro lado, as limitações técnicas e éticas da assistência atreladas à falta
de preparo da equipe para lidar com a violência doméstica, a dificuldade das mulheres
de falar sobre o assunto e dos profissionais em lhes ouvir e perguntar, fazem com que
essa vulnerabilidade para violência seja tratada apenas entre as queixas de cunho
biológico (BANDEIRA, 2014).
Pode-se observar também, outros fatores, tais como: a sobrecarga feminina
com o trabalho doméstico, o cuidado com os filhos, com idosos, doentes, os quais
podem levar à redução de sua capacidade de evitar o conflito com o agressor,
tornando-a mais vulnerável à violência (MINISTERIO DA SAUDE, 2001).

3.2.2 Principais fatores para permanência da mulher na relação violenta


A literatura tem apontado diversos fatores como colaboradores para a
permanência de mulheres em relacionamentos abusivos, dentre eles, lista-se a
dependência financeira, dependência psicológica, medo de morrer, esperança de
mudança do companheiro, sentimentos de desvalorização, inferioridade, culpa,
ameaças, vergonha de assumir o fracasso do relacionamento ou ainda por
dependência emocional (GOMES; FERNANDES, 2018).
Motivos semelhantes são apontados por Adeodato et al. (2005) aos citados por
Gomes e Fernandes (2018) e acrescenta alguns outros como fatores preponderantes
que levam as mulheres a não deixarem o parceiro no início das agressões como por
exemplo o fato dos agressores prometerem melhorar, como também o fator filhos,
além de outros fatores tais como: dependência financeira, paixão pelo parceiro e
16

medo. Ao apontar o item dependência financeira como motivo de não deixar o


agressor, o mesmo vem associado ao fator filhos (GOMES; FERNANDES, 2018).
Outros autores, como Souza e Da Ros (2006), fazem referência a uma das
razões pelas quais muitas mulheres em situação de violência adiam efetivar uma
denúncia contra os parceiros agressores e mantêm-se em um relacionamento
violento, devido à dependência financeira. Porém, há mulheres que se submetem a
um relacionamento violento, mesmo sustentando financeiramente os filhos e até o
próprio companheiro agressor. Submissão e a sujeição às agressões, que vão da
emocional à física, dão-se devido à dependência emocional do companheiro e à
necessidade de ter alguém como "referência", muitas dessas mulheres vítimas de
agressões acreditam ser necessária a presença da "figura paterna" na educação dos
filhos (SOUZA, e DA ROS, 2006).
Dentre os fatores que estão em comum nos estudos apontados nesta revisão,
faz-se necessário discorrer com mais detalhes “Dependência Financeira”,
“Dependência Emocional” e “Filhos”:

3.2.2.1 Dependência Financeira


Conforme pesquisas, a dependência financeira é um dos fatores principais,
senão o mais importante, para a manutenção do vínculo com o parceiro, mesmo após
a violência. Muitas vezes a dependência financeira está no fato de o parceiro proibir a
mulher de trabalhar utilizando disso como forma de exercer autoridade e poder sobre
ela (AZEVEDO; ALVES, 2016). Tal afirmação é corroborada por Fonseca e Lucas
(2006), onde mencionam que a dependência financeira pode ter surgido diante da
proibição do homem à mulher de trabalhar, levando a mesma a depender dele
facilitando, assim, seu poder e domínio sobre a parceira (FONSECA e LUCAS, 2006).
Mesmo que a violência doméstica não escolha classe econômica,
nacionalidade, nível de escolaridade ou condição existe maior possibilidade da
ocorrência de agressão, em famílias de baixo nível social, com isso permanecendo na
situação e submissas por não poder sair do meio (MOREIRA, 2008 apud PAIVA,
2015).

3.2.2.2 Dependência Emocional


Algumas questões sobre a dependência do outro em relacionamentos são
apresentadas por (SIRVENT apud BUTION; WECHSLER, 2016)
17

classificando-as em Genuínas e Mediadas. Genuínas, quando apenas uma causa


especifica está relacionada à dependência de afeto e as Mediadas, quando a pessoa
convive e depende de um outro. Dentre essas duas dependências estão as
Dependência Emocional, a Tendência Dependente, o Apego Ansioso, os Transtornos
de Personalidade (entre eles, dependente, limítrofe e antissocial) (BUTION;
WECHSLER, 2016).
A dependência emocional pode ser descrita por algumas definições e composta
por questões motivacionais como, afetivo, comportamental e cognitivo. As questões
motivacionais denominam-se pelo anseio ao suporte, orientação e aprovação. O ato
afetivo, está relacionado à ansiedade sentida pelo indivíduo diante de situações nas
quais ele necessita agir independentemente. O outro é o comportamental com à
tendência a buscar suporte de outros e sempre submissa em interações interpessoais,
e por fim, a percepção do indivíduo como inoperante (BUTION; WECHSLER, 2016).
Angústia, sofrimento e solidão surgem no momento em que um relacionamento
abusivo acarreta a mulher, e que diante da situação não consegue deixar o parceiro
e os malefícios que o mesmo lhe traz. A dependência emocional é um ato peculiar a
essas situações, quando a mulher se vê enredada pelo medo da perda do parceiro e
o fim do relacionamento (NORWOOD, 2005).
A teoria de Heider (1970) apud Marques (2005), que se denomina de Atribuição
Causal traz a possibilidade sobre a permanência de uma mulher em um
relacionamento abusivo relacionado à causa por ela mesma atribuída, ao
comportamento do parceiro violento. Nesse sentido, Norwood (2005) corrobora
mencionando que a dependência emocional é considerada um distúrbio que afeta
ambos os sexos, tornando o desejo do outro mais importante do que o próprio. Assim,
o sujeito torna-se co-dependente, colocando-se em último lugar sem medir as
consequências sendo elas físicas ou emocionais com a justificativa que é por “amar
demais”.
Outra visão sobre a dependência emocional é apresentada por (SIRVENT apud
BUTION; WECHSLER, 2016, os quais analisaram a presença de comportamentos de
submissão ao outro. Foram observados sinais de fissura e abstinência na ausência
do objeto desejado, ausência de decisões nos relacionamentos, sentimentos de
insatisfação, vazio emocional, medo da solidão, baixa tolerância a frustração, tédio,
desejo de autodestruição e sentimentos negativos.
18

Bution e Wechsler (2016), apontam também em suas pesquisas relacionadas


à dependência emocional e mulheres vítimas de violência, a falta de consciência sobre
seus problemas, sensação de estarem presos ao relacionamento e de que não
conseguirão deixá-lo, conflitos de identidade, foco excessivo no outro e
autonegligência.
São várias sequelas emocionais, que ocorrem em relacionamentos a curto e
longo prazo, na vida das mulheres, corrompendo a identidade e causando insatisfação
com autoimagem causando sofrimento tanto emocional quanto na autoestima. Em
algumas situações, a mulher na busca angustiante de romper o ciclo de violência,
acaba cometendo violência auto infligida (FONSECA; LUCAS, 2006). À vista disso,
Veloso et al. (2017) afirma que a violência auto infligida ocorre quando uma pessoa
pratica uma ação consciente de autodestruição que pode ter comportamento suicida
podendo ser pensamento suicida, tentativa de suicídio ou suicídio propriamente dito
ou de autoagressão o qual envolve atos como automutilação.

3.2.2.3 Filhos
Os filhos são um dos possíveis fatores para permanecia de mulheres em
situação de violência, porem alguns autores versam sobre as possíveis
consequências que pode causar nesses indivíduos. Conforme relata Santos e Costa
(2004), as crianças que sofrem ou presenciam violência direta ou entre os pais geram
consequências que podem ser permanentes. Além de desenvolver características
especificas por conta da convivência com a violência como baixa estima; medo,
ansiedade, insegurança e incerteza; dificuldades de concentração; dependência
econômica e emocional; a possibilidade de auto mutilação e pensamentos e tentativas
de suicídio.
A esse processo de vivências dá-se o nome de violência intrafamiliar que se
define como toda ação ou omissão que venha prejudicar o bem-estar, integridade
física, mental ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro integrante
familiar, se referindo além dos espaços físicos na qual ocorre as agressões mas a
todas relações construídas e consolidas (BRASIL, 2001).
Um fator importante na violência são mulheres que decidem permanecer na
relação, por pressão de familiares e especialmente, pelos filhos pré-adolescentes e
adolescentes. Muitas mulheres se limitam ao agressor, em decorrência, dos filhos
discordarem da atitude da mesma no papel de mãe (SOUSA; CUNHA, 2015). Para
19

Marques (2005), a violência como um fenômeno conjugal complexo necessita ter um


olhar amplo e compreensivo para obter um tratamento adequado sendo que se trata
de um processo contínuo e longo de perda de saúde, com graves consequências para
toda a família inclusive os filhos.

3.2.3 Consequências psicológicas da mulher que vivenciou agressões


Os prejuízos à saúde mental da mulher vítima de violência doméstica são
diversos; não apenas físicas, mas também psicológicas e sociais (MOREIRA;
GALVÃO; MELO & AZEVEDO, 2011). Além dos problemas emocionais, são
constatados sintomas de fragilidade na saúde originadas do sofrimento psicológico
tais como: dores nas costas, na cabeça, nas pernas, braços entre outros. Outros
graves sintomas são apontados por Silva et al., (2007) como síndrome do pânico,
depressão, tentativa de suicídio e distúrbios alimentares.
Cada tipo de agressão produz implicações nas esferas do desenvolvimento
físico, cognitivo, social, moral, emocional ou afetivo, além disso o aparecimento de
sintomas físicos da violência podem ser severas, como as inflamações, contusões,
hematomas, ou crônicas, deixando marcas ao resto da vida, tendo limitações no
movimento motor, traumatismos, a instalação de deficiências físicas, etc. (BRASIL,
2011).
Como consequências psicológicas e, na tentativa de suportar essa realidade,
Miller (1999), destaca fatores e uma visão de ampla lógica onde a mulher que vivencia
violência doméstica precisa desistir dos seus sentimentos e vontades, desenvolvendo
pensamentos de incapacidade, inutilidade e baixa autoestima não se reconhecendo e
nem tendo autoconfiança e amor próprio.

3.2.4 Terapia Cognitivo-Comportamental na compreensão da permanência em


relações de violência doméstica
A Terapia Cognitiva comportamental aparentemente é uma das abordagens da
psicologia que mais se qualifica para atender pessoas que estão passando por
situações de violência com um potencial solido no tratamento desses indivíduos, com
o uso de técnicas que focam na ressignificação de eventos traumáticos e na redução
de sintomas de ansiedade, depressão e transtorno do estresse pós-traumático (TEPT)
(BECK, 2013).
20

A Terapia Cognitivo Comportamental, uma forma de psicoterapia desenvolvida


na década de 1960, por Aaron Beck, mas utilizada e conhecida na atualidade como
terapia cognitiva a TCC. Esse método foi criado com o intuído no tratamento da
depressão, na qual Beck utiliza uma psicoterapia estruturada de curta duração que se
trabalha o atual, o presente ao solucionar e modificar pensamentos e comportamentos
disfuncionais (BECK, 2013).
BECK também traz a forma de como é baseado o tratamento, se concentrando
e conceituando relativamente cada paciente levando em consideração suas crenças,
comportamentos e história de vida. Com isso facilitando o terapeuta a produzir
mudanças cognitivas e modificações nos pensamentos de cada indivíduo para
produzir uma mudança tanto emocional quanto comportamental de longa duração. O
modelo cognitivo comportamental permite influência no humor do paciente
proporcionando melhora em seu estado emocional e comportamental assim que o
indivíduo aprende a avaliar de forma mais realista seus pensamentos (BECK, 2013).
A base do modelo cognitivo está na interação entre pensamentos, sentimentos
e comportamentos. O objetivo fundamental desta terapia é a mudança do
comportamento do sujeito através da modificação de seus pensamentos (KNAPP e
BECK, 2008). A Terapia Cognitiva defende que os indivíduos atribuem significados a
acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais áreas de sua vida, comportando-se
e estabelecendo diferentes crenças sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o futuro,
reagindo de diversas formas a uma situação específica podendo chegar a conclusões
também variadas (OLIVEIRA et al, 2015).
Para a TCC muitas vezes a permanência em relações abusivas, com aspectos
de violência, derivam de uma maneira distorcida ou disfuncional de entender os fatos,
influenciando a emoção e o comportamento. Porém, vale ressaltar que isso não
significa que os problemas conjugais e consequências psicológicas oriundas destes
são causados pelos pensamentos, mas que os mesmos modulam e mantêm as
emoções disfuncionais, independentemente de suas origens. Ou seja, as emoções,
os comportamentos e a funcionamento do organismo de uma pessoa são
influenciados pelas percepções que ela tem dos acontecimentos, isto significa que
não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como ela interpreta
a situação (MIGUEL, 2015).
O padrão de pensamento, “regras cognitivas”, faz com que a vítima continue
no ciclo vicioso da violência doméstica, sem buscar ajuda, apoio e proteção. Desse
21

modo, a Terapia Cognitivo Comportamental entende que esse tipo de violência deve
ser compreendido a partir das crenças já presentes tanto no agressor, quanto nas
mulheres agredidas (MOREIRA, 2011). Seguindo esta premissa sobre pensamentos
disfuncionais e pessoas que sofreram violência doméstica e desenvolveram regras
cognitivas disfuncionais, Moreira (2011) ressalta a importância de se trabalhar tais
regras para que assim possa haver restruturação cognitiva e consequentemente uma
mudança nas emoções e comportamentos.
Conforme já mencionado e destacado por Beck (2013) não é a situação em si
que é responsável pelo o que a pessoa sente, mas como ela interpreta determinada
situação. O que significa dizer que não é a situação de violência por si só que gera o
sofrimento na mulher, mas a percepção que essa mulher tem de si mesma, que
influenciará seus sentimentos, afetando o seu comportamento de permanecer ou não
em um relacionamento violento.
Tanto Beck (2013) quanto Guimarães (2015) discorrem sobre a eficácia da
TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental, para inúmeros problemas psiquiátricos e
psicológicos. Guimarães (2015) destaca que, para cada problema e contexto há
diversas técnicas e estratégias que podem ser utilizadas, tanto na modalidade grupal
quanto individual, com o intuito de contribuir para desenvolver pensamentos mais
racionais e comportamentos adaptativos, minimizando o sofrimento apresentado.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa, a partir de uma revisão bibliográfica, buscou discorrer sobre os


fatores associados à permanência de mulheres em situação de violência doméstica
buscando uma compreensão a partir da terapia cognitivo comportamental. Concluiu-
se que vários aspectos são apontados na literatura como favoráveis à permanência
da mulher na relação violenta, como filhos, dependência emocional e dependência
financeira, bem como a vulnerabilidade desta, frente a situações de violências,
observando que muitas vezes há correlação com desigualdades sociais, econômicas
e políticas.

Encontrou-se também resultados que revelaram consequências graves de


ordem psicológica que atingem as mulheres que vivenciam a violência doméstica,
desenvolvendo pensamentos de incapacidade, inutilidade e baixa autoestima, não se
22

reconhecendo e nem tendo autoconfiança e amor próprio, como também ansiedade,


medo, angústia, vergonha, culpa, pânico, depressão, dentre outros. Assim, também
foi possível concluir que pessoas influenciadas por regras cognitivas disfuncionais,
tendem a continuar no ciclo vicioso da violência doméstica, tendo dificuldade de
buscar ajuda, apoio ou proteção. Faz-se necessário que as regras cognitivas
disfuncionais de mulheres que vivenciam violência doméstica, sejam trabalhadas para
que assim possa haver restruturação cognitiva e consequentemente uma mudança
nas emoções e comportamentos, influenciando assim na permanência em relações
violentas.
Foi observado que existe uma grande quantidade de artigos sobre o tema,
porém poucos direcionados ao foco deste estudo, revelando assim necessidade de
mais pesquisas na área para discussões e debates estimulando assim a curiosidade
e interesse de outros pesquisadores, acadêmicos, equipe profissional e população
geral.
Muitas mudanças estão acontecendo nesse cenário, mas ainda há muitos
obstáculos a serem vencidos pela própria mulher que a sofre, como compreender que
ela é “vítima”, que não deve se calar e precisa buscar ajuda. Necessário se faz de
políticas públicas mais eficazes, e conscientização maior da sociedade a respeito da
gravidade dessa violência. Condecorar tal temática como sendo não apenas um
problema de saúde pública, mas também social, favorece a elaboração de meios
interventivos voltados tanto para a garantia de direitos e segurança da mulher, bem
como prevenção, promoção à saúde e estratégias nesse contexto da violência
doméstica.
23

5 - REFERÊNCIAS

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