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IFSC/Câmpus Araranguá

Tecnologia dos Materiais


Curso Técnico Subsequente em Mecânica
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica

Prof. Halley Dias, Dr


halleydias@ifsc.edu.br
Whatsapp (48) 99807 0969
Versão 2023
PROGRAMA TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
1)Fundamentos da Ciência e Tecnologia dos Materiais
2)Estrutura Atômica e Arranjo Cristalino dos materiais
3)Propriedades Mecânicas
1)Resistência 4) Ductilidade
2)Dureza 5) Resiliência
3)Rigidez/Elasticidade 6) Tenacidade
4)Propriedades Elétricas e Magnéticas
5)Processos de obtenção dos aços e ferros fundidos.
6)Classificação dos aços e ferros fundidos.
PROGRAMA TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
7)Transformação de Fases
8)Diagrama de Equilíbrio de Fases do Sistema Fe-C e Diagramas
Cinéticos de Fases do Sistema Fe-C
9)Tratamentos Térmicos
1)Recozimento
2)Normalização
3)Alívio de Tensão
4)Recozimento subcrítico
5)Têmpera e Revenimento
6)Austêmpera
7)Martêmpera
Metodologia de Ensino
As aulas serão conduzidas presencialmente em sala de aula e no laboratório de materiais
por meio de aulas expositivas e dialogadas, atividades práticas e exercícios avaliativos
extra classe. Serão disponibilizados materiais de apoio. Ocasionalmente trabalhos dirigidos
poderão ser ofertados. Aulas gravadas poderão ser disponibilizadas aos alunos via SIGAA.

Sistema de Avaliação
Conteúdo da disciplina será avaliado por meio de duas avaliações com questões
discursivas; um relatório de atividade práticas e mais uma nota de participação nas
atividades práticas. A nota final será a média aritmética simples das notas das avaliações,
do relatório técnico e de participação.
Sistema de Avaliação
Cálculo da média final
𝐴𝑡𝑣1 + 𝐴𝑣2 + 𝑅𝑒𝑙1 + 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎çã𝑜
𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 =
4

A participação será avaliada com respeito: as atitudes dos alunos durante as aulas
presenciais, a frequência nas aulas e nas atividades práticas, a entrega de exercícios e
participação nas discussões em sala de aula.
Sistemática da Nota de Participação
Todos os alunos iniciam com nota máxima de dez pontos, serão descontados pontos a
cada infração.

Penalidades:
>> Atitudes indevidas em sala de aula: conversas paralelas insistentes, desrespeito com
colegas e professor: um ponto a cada advertência.
>> Frequência nas aulas injustificadas: a partir da 4ª falta menos um ponto; acima de dez
faltas menos dois pontos.
>> Desrespeito com as normas do Laboratório de Materiais: um ponto a cada chamada de
atenção a partir da segunda advertência.
>> Falta de comprometimento com o trabalho em equipe: 1,0 ponto a cada notificação
dos demais partícipes da equipe.

Bonificação:
>> Frequências nas atividades práticas: soma 0,15 ponto para cada presença
Atividade Prática

A atividade prática será realizada no laboratório de materiais por equipes de 4 alunos em


dias e horários agendados previamente.

Consiste em realizar:
1. Procedimentos de metalografia em amostras de aço disponibilizadas pelo professor.
2. Observação e caracterização microestrutural de materiais no microscópio ótico.
3. Realização de ensaios de dureza, microdureza e de tração em amostras de aço
disponibilizadas pelo professor.
4. Tratamentos térmicos nas amostras de aço disponibilizadas pelo professor.
5. Relatório caracterizando o material da amostra com relação a composição química, a
microestrutura, propriedades mecânicas e transformações microestruturais.
Bibliografia
1. PADILHA, Ângelo Fernando, Materiais de Engenharia, editora Hemus, Paraná, 2000.
2. CALLISTER JR, William D. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais –
uma abordagem integrada, 2ª edição, editora LTC, Rio de Janeiro, 2006.
3. SMITH, Willian F.; HASHEMI, J. Fundamentos de Engenharia e Ciência dos
Materiais, 5ª edição, editora Mac Graw Hill, Rio Grande do Sul, 2012.
4. CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos, 7ª edição, editora abm, São Paulo
2005.
5. COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns, 4ª edição,
editora Blucher, São Paulo, 2008.
6. SHACKELFORD, James F. Ciência dos Materiais, 6ª edição, editora Pearson Prentice
Hall, São Paulo, 2008.
7. SOUZA, Sérgio Augusto de. Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos –
fundamentos teóricos e práticos, 5ª edição, editora Blucher, São Paulo, 1982.
8. PADILHA, A. F.; SICILIANO JR, F. Encruamento, recristalização, crescimento de
grão e textura, 3ª edição, editora abm, São Paulo, 2005.
Fundamentos da Ciência e Tecnologia
dos Materiais
Material vs Matéria
Material pode ser definido como a composição de um ou mais elementos químicos que visa atender
uma determinada finalidade ou aplicação/utilidade tecnológica. Matéria é definida classicamente
como toda substância que ocupa lugar no espaço e possui massa. Portanto, pode-se concluir que a
definição de matéria compreende a de material, ou seja, todo material é matéria em última análise.
Todavia, a definição de matéria não pressupõe uma finalidade ou aplicação tecnológica. Assim, por
questões metodológicas, nesse curso, toda matéria que apresentar determinada finalidade ou aplicação
tecnológica será definida como material.

Materiais sólidos são agrupados/classificados em três categorias: METAIS; CERÂMICAS;


POLÍMEROS. Ainda assim existem os COMPÓSITOS e MATERIAIS AVANÇADOS
(semicondutores, supercondutores e biomateriais, p. ex.). Para que haja uma composição de
elementos químicos para formar um determinado material sólido, é necessário que os átomos dos
elementos constituintes se liguem de alguma forma. Basicamente existem três formas dos átomos
se ligarem entre si: LIGAÇÃO IÔNICA, LIGAÇÃO COVALENTE e LIGAÇÃO METÁLICA. O
tipo/natureza de ligação determina as propriedades dos materiais, por exemplo, propriedades
mecânicas, elétricas e térmicas.
Definição de Ciência dos Materiais

“Ciência dos materiais se ocupa com as relações entre a microestrutura e as


propriedades dos materiais. O núcleo desta ciência é o estudo da microestrutura dos
materiais.”
PADILHA, A. F., 2000, pg 30

“Uma propriedade consiste em uma peculiaridade [característica] de um dado


material em termos do tipo e da intensidade da sua resposta a um estímulo
específico que lhe é imposto.”

“Arranjo dos componentes internos do material em um nível microscópico é


definido como microestrutura.”
JR CALLISTER, W. D., 2006, pg 02 e 677
Microestrutura de um aço carbono comum hipoeutetóide (SAE 1020)

Ferrita

Perlita

O círculo verde representa o diâmetro médio de um fio de cabelo na ordem de 40μm


Definição de Ciência e Engenharia de Materiais
“Ciência e engenharia de materiais é a área da atividade humana associada com a
geração e com a aplicação de conhecimentos que relacionem composição, estrutura
e processamento às suas propriedades e usos.”
PADILHA, A. F., 2000, pg 31

Toda aplicação tecnológica, de um


determinado material, visa resolver um
problema da existência humana. Essa solução
é representada pelo Desempenho do Material
no tetraedro da ciência e engenharia de
materiais ao lado. O desempenho pretendido
será conseguido pelo arranjo entre
propriedades, composição & estrutura e
síntese & processamento.
Fundamentos da Ciência e Tecnologia
dos Materiais

Classificação dos Materiais


e calor
Evolução dos Metais descobertos nos últimos dois
milênios.

Eras humanas:
Idade da Pedra: 2,5 milhões de anos
Idade do Cobre: 4000 a 3000 a. C.
Idade do Bronze: 2000 a 1000 a. C.
Idade do Ferro: 1000 a 1 a. C.
“A argila foi o primeiro material estrutural inorgânico a adquirir
propriedades completamente novas como resultado de uma
operação intencional realizado por seres humanos. Esta operação
foi a “queima” (sinterização) que tornou possível a obtenção de
potes, panelas e outros utensílio cerâmicos com enorme
impacto na vida e nos hábitos dos seres humanos. Segundo
Kranzberg e Smith, este foi talvez o começo da engenharia de
materiais. Estima-se que isso tenha ocorrido no oitavo milênio a.
C..”

“Os vidros tradicionais são misturas de óxidos e devem ser


classificados como materiais cerâmicos. Eles são materiais bastante
antigos. Por volta de 4000 a.C. já existiam vidros decorativos no
Egito. Em 1500 a. C., a produção de vidros já estava relativamente
estabelecida.”
PADILHA, A. F., 2000, pg 22-23.
“Os polímeros são constituídos de macromoléculas orgânicas,
sintéticos ou naturais. Os plásticos e borrachas são exemplos de
polímeros sintéticos, enquanto o couro, a seda, o chifre, o
algodão, a lã, a madeira e a borracha natural são constituídos
de macromoléculas orgânicas naturais.
Os polímeros são baseados nos átomos de carbono, hidrogênio,
nitrogênio, oxigênio, flúor e outros elementos não metálicos. A
ligação química entre átomos da cadeia é covalente, enquanto
a ligação intercadeias é fraca, secundária, geralmente dipolar.
Os Materiais poliméricos são geralmente leves, isolantes elétricos e
térmicos, flexíveis e apresentam boa resistência à corrosão e baixa
resistência ao calor.
Os polímeros naturais foram usados por milênios.
Materiais naturais de origem animal ou vegetal, como madeira, fibras
têxteis, crinas e ossos, são todos polímeros.”
PADILHA, A. F., 2000, pg 18-19.
Fundamentos da Ciência e Tecnologia dos Materiais
O todo é constituído de partes!

O fio ou arame é a unidade construtiva do cabo de aço.

Grão ou cristal é a unidade construtiva do


arame.
Fundamentos da Ciência e Tecnologia dos Materiais
O todo é constituído de partes!

A célula unitária é a unidade construtiva do cristal.

A ligação atômica é a unidade construtiva da


célula unitária.
Grão ou
Cristal O átomo é a unidade construtiva da
ligação atômica.
Fundamentos da Ciência e Tecnologia dos Materiais
O Átomo

Representação clássica do átomo de Rutherford


Modelos Atômicos

Demócrito (Leucipo)
460 – 370 a.c.

matéria

1/2

1/4

1/8
1/16 1. A matéria é composta de pequenas partículas
chamadas átomos.
2. O átomo é indivisível e sua massa e seu tamanho são
Átomo (indivisível) característicos para cada elementos químico.
3. Os compostos são formados de átomos de diferentes
elementos químicos.
Modelos Bohr

K L M

Níveis quantizados de energia


Modelos Quântico Ondulatório

Modelo do átomo de hidrogênio


Fundamentos da Ciência e Tecnologia
dos Materiais
Conteúdo Extra
Elétrons
Dualidade Partícula vs Onda

Tudo o que existe no universo é constituído de


energia ou de matéria!
Ondas
Perturbação que se propaga em um meio. Uma onda
transfere energia de um ponto a outro, sem o transporte de
matéria entre os pontos.

Ondas mecânicas não se propagam no vácuo, necessitam


de um meio elástico para se propagar.
Ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo e nos
meios materiais.
Fenômeno de Interferência
Fenômeno de Refração
Fenômeno de Difração
Experimento da Fenda Dupla
Mecânica das Partículas (matéria)
Experimento da Fenda Dupla
Ondas Mecânicas

Difração de Ondas
Experimento da Fenda Dupla
Ondas Mecânicas

Padrão de interferência

Difração de Ondas
Experimento da Fenda Dupla
Ondas Eletromagnéticas
Experimento da Fenda Dupla
Elétrons: Matéria (partículas) ou Ondas?
Experimento da Fenda Dupla
Elétrons: Matéria (partículas) ou Ondas?

Padrão de interferência
Enigma Quântico

Comportamento de Ondas
Enigma Quântico
Influência do Observador
Comportamento de Ondas
Enigma Quântico
Influência do Observador
Comportamento de Ondas

Comportamento de Matéria

Observador
Interação da Luz ou Influência do Observador
Matéria Macroscópica Matéria/Energia Microscópica
Conclusão
Efeito fotoelétrico observado por Einstein (1905) propõe a quantização da luz, ou seja,
comportamento de onda eletromagnética e de partícula. A partícula de luz foi denominada
por Einstein de FÓTON, dessa forma, a luz também é formada por um conjunto de
pacotes materiais (quantas) de energia (fótons).

Em 1924 De Broglie propõe que elétrons (matéria) exibem propriedades ondulatórias


(energia). Essa observação foi realizada por Thomson, Davisson e Germer em 1927 por
meio experimento de difração de elétrons sobre um placa de níquel. Portanto, elétrons,
assim como a luz comportam-se simultaneamente como onda e partícula, de modo geral,
se propagam como ondas e se manifestam como partículas.
Conclusão
No modelo quântico do átomo os elétrons não descrevem trajetórias ao redor do núcleo
do átomo na qualidade de um partícula (corpúsculo). A nuvem eletrônica pode ser
entendida didaticamente da seguinte maneira: os elétrons “piscam” (pulsam) em torno
do núcleo, ou seja, “acende e apaga”. Toda vez que o elétron “acende” (surge) ele se
manifesta como matéria. Ao “apagar” para “acender” em outra posição, ou seja, para se
deslocar, o elétron comporta-se com onda eletromagnética. Essa característica de
“acender e apagar” (piscar) ao redor do núcleo forma a nuvem eletrônica.

+ -

Assimetria ou polaridade instantânea


Fundamentos da Ciência e Tecnologia
dos Materiais

Formação dos Materiais

Material pode ser definido com a composição de um ou mais elementos


químicos que visa atender uma determinada finalidade ou aplicação
tecnológica, ou seja, é útil na solução de problemas da existência humana.
Equilíbrio Eletrostático vs Equilíbrio Energético
Equilíbrio Eletrostático (neutralidade): quando o número de prótons em um átomo
ou molécula é igual ao número de elétrons. O desequilíbrio energético forma íons:
aníons são íons negativos e cátions são íons positivos.

Equilíbrio Energético: quando a configuração atômica de um elemento da tabela


periódica é igual a dos gases nobres, dito de outra forma, quando a camada de
valência de um átomo (elemento) está totalmente preenchida com elétrons.
Ex.: átomo de hidrogênio
e- O átomo de hidrogênio está em equilíbrio
eletrostático pois o número de prótons e de elétrons
é igual a 1. Contudo não está em equilíbrio
p+ K energético, pois, a camada de energia K está
incompleta dado que contém um elétron e sua
capacidade são para dois elétrons.
Níveis de Energia nos Átomos

s:2 elétrons
p:6 elétrons
d: 10 elétrons
f : 14 elétrons
K L M N O P Q
O desequilíbrio energético é a força motriz para o
estabelecimento das ligações atômicas ou reações
químicas. A matéria em equilíbrio energético é
considerada inerte, ou seja, não reage quimicamente ou
não se liga a outros elementos, são os casos dos gases
nobres.
Ex.: nos processos de soldagem TIG e MIG são utilizados os gases argônio e hélio para proteger a poça de
fusão do ar atmosférico. Esses gases são utilizados porque além de expulsar o ar atmosférico da região da
poça de fusão, não reagem com o metal líquido da poça de fusão.
Ligação Iônica
Distribuição Camada de
Eletrônica Valência
Ligação Iônica
O elemento Cloro contém sete elétrons na sua camada de
valência. Como a camada de valência do Cl pode acomodar
até oito elétrons, falta apenas um elétron para o Cl atingir
o equilíbrio energético.

O elemento Sódio contém um elétron na sua camada de


valência. Como a camada de valência do Na pode
acomodar até dois elétrons, ou o Na ganha um elétron ou
perde um elétron para atingir o equilíbrio energético.

Quando os dois elementos são aproximados, o Na doa um elétron ao Cl.


Ao perder um elétron, o Na atinge o seu equilíbrio energético. Da mesma
forma, o Cl atinge seu equilíbrio energético ao ganhar um elétron.
Contudo, ao doar e receber elétrons, ocorre um desequilíbrio
eletrostáticos nos elementos Na e Cl. Assim, o Na ao perder um elétron se
transforma em um íon positivo (cátion) pois o número de prótons se torna
maior do que o de elétrons. Enquanto que o Cl passa a ser um íon
negativo (aníon) em função do número de elétrons se tornar maior do que
o de prótons. Assim, ao final da ligação os átomos envolvidos se tornam
íons a ligação foi denominada de IÔNICA.
Ligação Iônica + –
Ligação Iônica

É importante destacar a natureza não direcional da ligação iônica, ou seja, num cristal de cloreto de
sódio (sal) há “infinitos” átomos envolvidos e devido ao caráter pulsante do elétrons na nuvem
eletrônica o Na pode doar o seu elétron para átomos de Cl que estão ao seu redor. Dito de uma forma
didática, o Na doa, por exemplo, elétron para o Cl a sua direita, mas, devido ao caráter pulsante dos
elétrons, outro elétron pode voltar ao átomo de Na que o doa ao Cl que está a esquerda. Esse
movimento de vai e vem é o que caracteriza uma ligação não direcional pois os elétrons podem ser
doados em qualquer direção. Nos esquemas, a ligação iônica é representada por uma linha tracejada.

Na Íons de sódio

Cl Íons de cloro
Comportamento Mecânico dos Sólidos Iônicos
Força Externa

+ - + -

- + - +

+ - + -

- + - +

Força Externa
Comportamento Mecânico dos Sólidos Iônicos

Força Externa
+ -

Considerando o aumento incremental da força externa até


que sua intensidade seja suficientemente elevada para
+ - - +
provocar deslocamento de planos atômicos no interior de um
cristal de sal. Quanto os íons são deslocados de sua posição
original, irá ocorrer emparelhamento de íons de mesma
- + + -
carga (sinal) e nesse momento forças de repulsão
eletrostática surgirão no interior do cristal que somadas a
carga externa, provocarão a ruptura instantânea ou frágil do
material. + - - +

- + Força Externa

Emparelhamento de íons de mesmo sinal


Comportamento Mecânico dos Sólidos Iônicos
Força Externa
+ -

FR FR
+ - - +

FR FR
- + + -

FR FR
+ - - + Ruptura
Instantânea ou
Ruptura Frágil
- + Força Externa
O comportamento mecânico dos sólidos iônicos é
considerado frágil porque a sua ruptura não é
Forças de Repulsão internas acompanhada de deformação plástica macroscópica. Os
sólidos iônicos são classificados como CERÂMICOS.
Ligação Covalente
Distribuição Camada de
Eletrônica Valência

6
C 12 C

14
Si 28
Si
O elemento Carbono contém dois elétrons na sua camada
de valência. Como a camada de valência do C pode
acomodar até oito elétrons, faltam quatro elétron para o C
atingir o equilíbrio energético.

O elemento Silício contém dois elétron na sua camada de


valência. Como a camada de valência do Si pode acomodar
até seis elétrons, faltam quatro elétron para o Si atingir o
equilíbrio energético.

Quando os dois elementos são aproximados, ocorre compartilhamento


Compartilhamento dos elétrons da camada de valência dos dois átomos e com isso ambos
atingem o equilíbrio energético. Como os elétrons compartilhados
pertencem simultaneamente aos dois átomos, esse tipo de ligação é
caracterizada como direcional. Além disso, os átomos não se transforam
em íons porque o compartilhamento é ao mesmo tempo uma doação e um
recebimento e dessa forma, o átomo nem perde e nem ganha elétrons.
Esse tipo de ligação foi definida como COVALENTE.
Formação do Carbeto de Silício
Comportamento Mecânico dos Sólidos Covalentes
Força Externa

Força Externa
Comportamento Mecânico dos Sólidos Covalentes

Força Externa

Considerando o aumento incremental da força externa até


que sua intensidade seja suficientemente elevada para
provocar deslocamento de planos atômicos no interior de um
cristal de carbeto de silício. Os átomos serão deslocados de
sua posição original se e somente se as ligações atômicas
entre átomos adjacentes sejam rompidas. Dito de outra
forma, se a força externa é suficientemente elevada para
romper uma ligação atômica entre dois átomos ela será
suficientemente elevada para romper todas as ligações ao
longo dos planos de deslizamento.

Força Externa

Rompimento
Comportamento Mecânico dos Sólidos Covalentes
Força Externa

Ruptura
Instantânea ou
Ruptura Frágil
Força Externa O comportamento mecânico dos sólidos covalentes é
considerado frágil porque a sua ruptura não é
Rompimento acompanhada de deformação plástica macroscópica. Os
sólidos covalentes são classificados como CERÂMICOS.
Ligação Metálica
Ligação Metálica
Formação de um Sólido de Ferro

“Nuvem ou mar” de elétrons


Comportamento Mecânico dos Sólidos Metálicos
Força Externa

– – – –
– + – + – + – + –
– – – –
– + – + – + – + –
– – – –

– + – + – + – + –
– – – –
– + – + – + – + –
– – – –

Força Externa
Comportamento Mecânico dos Sólidos Metálicos

– –
– + – + –
Considerando o aumento incremental da força externa até – – – –
que sua intensidade seja suficientemente elevada para
provocar deslocamento de planos atômicos no interior de um
– + – + – + – + –
cristal de carbeto de silício. A medida que os átomos mudam – – – –
de posição a nuvem de elétrons acompanha o movimento
porque os elétrons pertencem ao material como um todo e
– + – + – + – + –
não a átomos em particular, ou seja, apresentam mobilidade – – – –
atômica. Assim, o material antes de sofre uma ruptura ele
experimenta uma mudança de forma ou seja sofre uma – + – + – + – + –
deformação. – – – –
Deformação
– + – + permanente
– –
Comportamento Mecânico dos Sólidos Metálicos
Força Externa
– –
– + – + –
– – – –
– + – + – + – + –
– – – –
– + – + – + – + –
– – – –
– + – + – + – + – Mudança de Forma
– – – –
O comportamento mecânico dos sólidos metálicos é
– + – + considerado dúctil (ou dútil) porque a sua ruptura é
precedida de mudança de forma ou de deformação plástica
– –
Força Externa macroscópica. Os sólidos metálicos são classificados como
METAIS.
Comportamento Mecânico dos Sólidos

Comportamento Frágil: a fratura do material ocorre repentinamente ou


instantaneamente, não se observar deformação plástica macroscópica.

Comportamento Dúctil: a fratura do material é precedida de deformação

Comportamento Mecânico

f (ligação atômica; temperatura; da velocidade de carregamento)


Ligações Secundárias ou de Van der Waals
Aumento da força da ligação

1. Forças de dispersão: são as forças responsáveis pela união


dos átomos dos gases nobres.
2. Dipolos Induzidos: moléculas apolares, ex.: liquefação de
gases inertes e moléculas eletricamente neutras e simétricas
como H2 e Cl2.
3. Dipolos Permanentes : moléculas polares, ex.: HCl
4. Ligações ou “pontes” de hidrogênio: moléculas polares no
qual o hidrogênio está ligado a átomos pequenos como O, N
e F.
Molécula da Água

1
H1 K= 1s1 H
Ligação Covalente

Compartilhamento de Elétrons


Molécula da Água
- Polar -
Pontes de Hidrogênio
+ –

- +
+
Pontes de Hidrogênio
Polipropileno (plástico)

Ligações de Van der Waals


pela elevada capacidade de
deformação dos polímeros!
Questões preliminares:

1. Explique com suas palavras a definição de propriedade dos materiais.


2. Compare os três grupos (tipos) de materiais (metálicos, cerâmicos e poliméricos)
quanto às seguintes propriedades: ponto de fusão, dureza, maleabilidade, densidade e
resistividade elétrica.
3. Quais são os elementos da tabela periódica que estão simultaneamente em equilíbrio
eletrostático e equilíbrio energético, justifique a sua resposta?
4. Por que uma lâmpada emite luz quando acesa?
5. Por que os filamentos de lâmpadas são fabricados geralmente de tungstênio?
6. Relacione o ponto de fusão de um material com a sua energia de ligação.
7. Explique a diferença entre comportamento mecânico frágil e dúctil com base nos
tipos de ligações atômicas.

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