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Me.

Luis Henrique de Souza

Introdução a
Ciências dos Materiais

PLANO DE ESTUDOS

Classificação
dos Materiais

Perspectiva Estruturas Cristalinas


Histórica dos Materiais

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Conhecer a importância dos materiais em nossas vidas • Introduzir a ideia de materiais cristalinos, sistemas crista-
e na evolução da humanidade e ter uma visão geral do linos e redes de Bravais.
ramo das ciências dos materiais.
• Apresentar as principais classes dos materiais e suas ca-
racterísticas gerais.
Perspectiva
Histórica

Antes de iniciarmos a nossa aventura no mundo


dos materiais, é importante que você tenha uma
perspectiva histórica sobre as ciências dos mate-
riais, essa perspectiva será apresentada a seguir, no
decorrer deste tópico. Além disso, vamos definir o
que são as ciências dos materiais, para deixá-lo(a)
mais confortável com o assunto.
Desde o início das civilizações, os materiais
e a energia são utilizados para melhorar a vida
dos seres humanos; por essa razão, eles estão in-
timamente ligados à existência e à evolução da
humanidade e acompanharam essas civilizações
no decorrer de todo o seu desenvolvimento desde
a pré-história, na Idade da Pedra, quando nossos
ancestrais lascavam pedras para produzir armas de
caça; passando pela Idade do Bronze, na qual foi
desenvolvida a base da metalurgia com as ligas de
cobre e estanho na produção de armas superiores;
até os dias atuais, com a produção de superligas,
grafeno, entre outros (SHACKELFORD, 2013).
Para que você possa perceber a importância dos materiais para a humanidade, imagine a sua vida
sem alguns deles, por exemplo, o plástico, o cimento, o vidro, o alumínio e o papel. É impossível imagi-
nar tal situação, não é? Isso deixa claro que os materiais estão presentes em todos os setores de nossas
vidas, seja na habitação, transporte, comunicação, indústria ou, ainda, no lazer.
A produção e a transformação desses materiais em bens acabados representa uma das atividades mais
importantes da economia moderna. Todo o conhecimento adquirido ao longo da nossa evolução acerca
dos materiais tornou possível o desenvolvimento de uma variedade enorme de materiais e moldagem das
propriedades desses materiais de acordo com o interesse e a necessidade da sociedade (SMITH; ROSA,
1998; CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2013).

Ciência e Engenharia dos Materiais

A ciência e engenharia de materiais é um cam-


po de conhecimento interdisciplinar, que trata
do estudo e manipulação da composição e es-
trutura dos materiais, com o intuito de controlar O estudo da estrutura de um material pode ser
as propriedades destes por meio da síntese e do realizado em quatro níveis diferentes. O primeiro
processamento para a produção de bens de uso e é o nível subatômico que estuda o átomo indi-
consumo. A ciência dos materiais tem como obje- vidualmente e o comportamento de seu núcleo
tivo o estudo da estrutura interna, das proprieda- e elétrons. O segundo nível é o nível atômico,
des e do processamento dos materiais, enquanto que estuda a interação entre vários átomos e
a engenharia dos materiais dedica-se à aplicação a formação de ligações e moléculas. O terceiro
destes conhecimentos de modo a transformar os nível é o microscópico, que corresponde aos ar-
materiais em produtos úteis e/ou necessários à ranjos atômicos e moleculares e a formação de
sociedade; entretanto, não existe uma linha es- estruturas cristalinas, moleculares e amorfas. Por
tritamente definida separando esses dois ramos fim, o nível macroscópico relacionado ao com-
(SMITH; ROSA, 1998). Neste livro, serão abor- portamento do material em serviço.
dados tanto aspectos da ciência quanto da enge- Fonte: Callister Jr. e Rethwisch (2013).
nharia dos materiais.

Na ciência e engenharia dos materiais, o termo composição refere-se à constituição química do


material, ou seja, aos átomos, moléculas ou íons que constituem esse material. Já o termo estrutura
refere-se à forma como esses átomos, moléculas ou íons se organizam (arranjam) para a formação do
material. Outros termos utilizados nesse âmbito são: o termo síntese, que se refere ao modo e às subs-
tâncias químicas necessárias para a produção de um material específico, e o termo processamento,
que remete ao modo como os materiais sintetizados são transformados em bens de uso e consumo
com propriedades adequadas a cada finalidade (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

UNIDADE 1 15
É importante saber que, quando falamos de ma-
teriais, devemos ter em mente que toda matéria é
um material em potencial, dependendo apenas que
suas propriedades (ópticas, mecânicas, elétricas
etc.) confiram-lhe alguma função especifica (ZAR-
BIN, 2007). Além disso, o desempenho do material
em uma aplicação é um fator determinante em
projetos. Portanto, pode-se notar que a ciência dos
materiais está embasada em quatro pilares: a sín-
tese e processamento; a composição e estrutura; as
propriedades; e o desempenho (CALLISTER JR.;
RETHWISCH, 2013).
Em resumo, a partir da ciência e engenharia
dos materiais, é possível compreender a natureza
dos materiais e aplicar conceitos fundamentais e
empíricos que possibilitam relacionar a estrutu-
ra dos materiais, suas diversas propriedades e o
seu comportamento para a transformação desses
materiais em produtos.

16 Introdução a Ciências dos Materiais


Classificação
dos Materiais

Os materiais, por razões de conveniência, são se-


parados em classes com base na sua constituição,
arranjo de seus átomos e suas propriedades. Essas
classes, ou grupos, são:
• Metais ou materiais metálicos.
• Cerâmicas ou materiais cerâmicos.
• Polímeros ou materiais poliméricos.
• Compósitos ou materiais compósitos.

Cada uma dessas classes possui materiais com


estruturas e propriedades diferentes das outras
classes. A seguir, vamos conhecê-las e entender
suas características gerais.

Metais

Os materiais pertencentes à classe dos metais são


substâncias inorgânicas, constituídos por um ou
mais elementos químicos metálicos, podendo con-
ter elementos não metálicos em sua composição.
Dentre os materiais metálicos mais usuais estão o
aço, o ferro, o magnésio, o cobre, o alumínio, a prata,
o bronze, o titânio, o ouro etc. Além disso, dentro da

UNIDADE 1 17
classe dos materiais metálicos, também existem as ligas metálicas, que são formadas pela mistura de um
metal com um ou mais metais ou não metais, alguns exemplos de materiais não metálicos que podem
estar presentes em ligas metálicas são o carbono, nitrogênio e oxigênio (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

A ligação do tipo iônica é uma ligação que ocorre entre dois íons de cargas opostas, um cátion e
um ânion, enquanto a ligação covalente é um tipo de ligação em que ocorre o compartilhamento
de elétrons entre os átomos envolvidos. Por fim, a ligação metálica é aquela que ocorre entre dois
átomos de metais e, nessa ligação, todos os átomos envolvidos perdem elétrons de suas camadas
mais externas, e esses elétrons se deslocam com grande mobilidade entre essas camadas, formando
uma nuvem eletrônica (também conhecida como “mar de elétrons”).
Fonte: adaptado Callister Jr. e Rethwisch (2013).

Alguns exemplos comuns, feitos de materiais metálicos, presentes no nosso dia a dia, podem ser vistos
na Figura 1.

Figura 1 - Objetos comuns feitos de metal e ligas metálicas

Eles possuem alto nível de organização espacial no arranjo de seus átomos, definido pelo termo “es-
trutura cristalina”. Em função dessa estrutura atômica organizada, os metais possuem boa resistência
mecânica, ductilidade, alta rigidez, resistência a choques e podem ser deformados sob a ação de forças
externas. Além disso, são bons condutores de eletricidade e de calor, devido às suas ligações metálicas.
Apesar dos metais puros serem pouco utilizados, as ligas possuem diversas aplicações, uma vez que
elas permitem combinações de propriedades melhores que os metais puros. Na fabricação de joias, por
exemplo, o ouro puro não é utilizado, pois ele é um material muito macio; para resolver esse problema,
os ourives misturam o ouro com cobre, com a finalidade de melhorar a sua resistência mecânica para
que a joia não seja danificada facilmente (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

18 Introdução a Ciências dos Materiais


A indústria moderna é altamente dependente dos metais, uma vez que seu uso ocorre em uma excep-
cional diversidade de segmentos, desde a indústria automotiva à microeletrônica.

Cerâmicas

A palavra cerâmica, na linguagem do dia a dia, tem um significado


diferente do que tem nas Ciências dos Materiais. Na linguagem
popular, cerâmicas são os objetos feitos de porcelana ou louça; no
âmbito das Ciências dos Materiais, a palavra “cerâmicas” tem uma
abrangência muito maior.
As cerâmicas são constituídas por elementos químicos metálicos
e não metálicos que se ligam por meio de ligações covalentes e iô-
nicas. O óxido de alumínio, ou alumina, é um exemplo de material
cerâmico composto por alumínio, que é um metal, juntamente com
o oxigênio, um não metal, cuja fórmula química é Al2O3. Outros
exemplos de materiais cerâmicos comuns são o dióxido de silício
(ou sílica, SiO2), dióxido de zircônio (ou zircônia, ZrO2), carbeto
de silício (SiC) e nitreto de silício (Si3N4).
Figura 2 - Objetos comuns feitos de
Na Figura 2, podemos ver alguns objetos feitos de materiais materiais cerâmicos
cerâmicos.

Os materiais cerâmicos são duros, possuem rigidez e resistência comparadas às dos metais, entretanto,
são frágeis, ou seja, apresentam baixa resistência a esforços de tração, torção, flexão etc. Contudo, as
cerâmicas são mais resistentes a altas temperaturas e ambientes severos do que os polímeros e os me-
tais, e são materiais tipicamente isolantes térmicos e elétricos (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2013).

No âmbito de ciência dos materiais, dureza é a uma das características dos materiais que está inti-
mamente vinculado com a ligação dos átomos que formam esse material. A grosso modo, a dureza
pode ser entendida como a facilidade que um material tem de riscar ou penetrar em outro.
Fonte: Durocontrol (2016, on-line)1.

Os usos mais comuns das cerâmicas são na produção de tijolos, vasos sanitários, refratários, entre
outros. Já as cerâmicas avançadas são aplicadas na produção das estruturas de chips de computadores,
capacitores, velas de ignição de automóveis, indutores elétricos etc. (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

UNIDADE 1 19
Polímeros

A classe dos polímeros é um ramo de produtos


da química orgânica, formados, principalmente,
por carbono e hidrogênio, podendo conter outros
elementos não metálicos. O processo de produção
dos polímeros é conhecido como polimerização.
Os polímeros são moléculas de cadeia longa, for-
mados pela união de várias (poli) unidades me-
nores (meros). O polietileno (C2H4)n é um exem-
plo de polímero formado apenas por carbono e
hidrogênio, pela união de 100 até 1000 moléculas
de etileno (C2H4). Entretanto, além do carbono e
hidrogênio, os polímeros podem conter oxigê-
nio, como o acrílico, nitrogênio, poliamidas ou
náilons, flúor, fluorocarbonos, silício e silicones.
A seguir, são apresentados, na Figura 3, alguns
Figura 3 - Objetos comuns feitos de polímeros
objetos feitos de polímeros.

Em geral, os materiais poliméricos possuem grande ductilidade e tem baixa densidade. Além disso,
esses materiais são isolantes elétricos, não magnéticos e, alguns polímeros, são altamente resistentes
a produtos químicos corrosivos. Suas desvantagens estão no fato de serem menos resistentes a defor-
mações que os metais, e de amolecer e/ou se decompor em temperaturas moderadas; contudo, mesmo
com essas limitações, eles ainda são uma opção altamente versátil e útil.
O avanço das tecnologias, na última década, no desenvolvimento de compostos poliméricos, tem
permitido a produção de polímeros com resistência e rigidez altas o suficiente para substituir alguns
metais em aplicações estruturais comuns em projetos (SHACKELFORD, 2013).

Compósitos

Os compósitos são formados pela combinação entre os materiais das classes apresentadas anteriormente
(metais, cerâmicas e polímeros). Essa união conduz a um material com propriedades superiores aos
dos componentes separadamente.
Existem vários tipos de compósitos, formados por diferentes combinações entre metais, cerâmicas
e polímeros, a maior parte deles e feita pelo homem; contudo, alguns materiais de ocorrência natural
também são considerados compósitos, como é o caso do osso e da madeira.
Um dos compósitos mais famosos é a fibra de vidro, constituída de pequenas fibras de vidro em-
butidas no interior de uma matriz polimérica. A união das fibras de vidro, material resistente e rígido
(porém frágil) com a matriz polimérica, material dúctil e flexível (porém fraco) resulta em um material
compósito flexível, dúctil, resistente e relativamente rígido (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2013).

20 Introdução a Ciências dos Materiais


A partir dos compósitos, é possível obtermos materiais leves, robustos, dúcteis e resistentes a altas
temperaturas ou mesmo produzirmos ferramentas de corte, duras e resistentes a choques, que fratu-
rariam se fossem feitas com outros materiais (ASKELAND; WRIGHT, 2015).
Na Tabela 1, pode-se observar alguns exemplos de materiais pertencentes aos grupos apresentados
anteriormente, suas aplicações e suas propriedades.
Tabela 1 - Aplicações e propriedades dos materiais

Classes Exemplos de aplicações Propriedades

Metais e Ligas

Alta condutividade elétrica,


Cobre Fios elétricos
boa conformabilidade

Fundibilidade, usinabilidade, amor-


Ferro fundido cinzento Blocos de motores para automóveis
tecimento de vibrações

Endurecibilidade por tratamento


Aços especiais Ferramentas, chassis de automóveis
térmico

Cerâmicas e vidros

Transparência ótica, isolamento


SiO2-Na2O-CaO Vidro para janelas
térmico

Refratários (revestimento resistente Isolamento térmico, refratarieda-


Al2O3, MgO, SiO2
ao calor para fornos de fusão) de, inércia química

Grande capacidade de armazena-


Titanato de bário Capacitores para microeletrônica
mento de cargas elétricas

Fibras óticas para a tecnologia da Índice de refração adequado, bai-


Sílica
informação xas perdas óticas

Polímeros

Facilidade de ser moldado para


Polietileno Embalagens para alimentos produzir filmes finos, flexibilidade
e hermetismo

Resinas de epóxi reforçada Encapsulamento de circuitos inte- Isolante elétrico e resistência à


com fibras de carbono grados umidade

Adesivos para união de camadas de


Resinas fenólicas Resistência mecânica e à umidade
compensado

Compósitos

Resina epóxi reforçada


Componentes para aviação Elevada razão resistência-peso
com fibras de carbono

Metal duro (liga de cobalto


Ferramentas de corte para usina- Elevada dureza conjugada com
reforçada com carbeto de
gem boa resistência a choques
tungstênio)

Baixo custo e associação de alta


Aço revestido com titânio Vasos para reatores resistência do aço com a elevada
resistência à corrosão do titânio

Fonte: adaptada de Askeland e Wright (2015). UNIDADE 1 21


Materiais avançados Biomateriais

Os materiais avançados são materiais que são Os biomateriais são materiais pertencentes às
aplicados na produção de componentes ou dis- classes de materiais anteriores (metais, polímeros,
positivos de alta tecnologia, cujo funcionamento cerâmicas e semicondutores). Esses materiais são
possui princípios intrincados ou sofisticados. Os utilizados na área da saúde para as mais diversas
materiais dessa categoria pertencem às classifica- finalidades, entre elas dispositivos biomédicos
ções descritas anteriormente e devemos entender (biosensores, tubos de circulação, sistemas de he-
o termo “alta tecnologia” como sendo relacionado modiálise), materiais implantáveis (suturas, subs-
a produtos e dispositivos, por exemplo, equipa- titutos ósseos, lentes, dentes, válvulas cardíacas),
mentos eletrônicos, computadores, aeronaves, órgãos artificiais (pulmões, coração, rim, pele),
sistemas de fibras ópticas, equipamentos médi- curativos, dentre outros.
cos etc. Devido à finalidade desses materiais, eles de-
vem ser materiais não tóxicos, pois eles entram
em contato com sistemas biológicos. Além disso,
Semicondutores eles devem ser compatíveis com os tecidos do
corpo, uma vez que muitos deles são implanta-
Os semicondutores são materiais com proprieda- dos como substitutos a órgãos e tecidos danifi-
des elétricas intermediárias entre os condutores cados do corpo humano (PIRES; BIERHALZ;
(metais) e os isolantes (polímeros e cerâmicas). MORAES, 2015).
Além disso, as propriedades elétricas desses ma- Dentre os materiais metálicos, o titânio e suas
teriais são extremamente sensíveis a pequenas ligas, por exemplo, têm sido usado por décadas na
concentrações de átomos de impurezas presentes fixação de fraturas e reconstrução de articulações
em sua composição. por ser resistente à corrosão, biocompatível e pela
O controle das concentrações de impurezas indução do crescimento ósseo (bioadesão). Além
em regiões definidas do material permite con- disso, alguns tipos de ligas de cobre são aplicados
trolar a condutividade elétrica nessas regiões do para artroplastia total de quadril, que consistem em
material, possibilitando sua aplicação em compo- uma haste femoral conectada a uma cabeça modular
nentes como, por exemplo, circuitos eletrônicos sujeita à articulação com o componente acetabular.
integrados. Já os materiais cerâmicos bioinertes possuem
Os semicondutores são, geralmente, feitos de aplicações biomédicas, principalmente nas áreas
silício, germânio e arsenato de gálio. Ao longo das de ortopedia e odontologia, com grande represen-
últimas décadas, os semicondutores revoluciona- tatividade de compostos, como a alumina (Al2O3),
ram a indústria de eletrônicos e de computadores, zircônia (ZrO2) e zircônia estabilizada com óxido
em decorrência de suas propriedades elétricas de ítrio (ZrO2(Y2O3)), devido à sua capacidade de
diferenciadas (CALLISTER JR.; RETHWISCH, não reagir com o tecido adjacente, resistência à
2013). Voltaremos a falar sobre os materiais semi- corrosão, grande resistência ao desgaste e alta re-
condutores mais adiante, na Unidade 7. sistência mecânica (BIOFABRIS, [2019], on-line)2.

22 Introdução a Ciências dos Materiais


Magnéticos

A palavra magnetismo está associada ao fenômeno de atração que um material exerce sobre outro
material. Sendo assim, os materiais magnéticos são materiais com a capacidade de exercer uma força
de atração ou repulsão sobre outros materiais.
Alguns materiais são capazes de se manterem magnetizados mesmo na ausência de um campo
magnético, eles são chamados de ferromagnéticos; outros materiais apresentam propriedades mag-
néticas apenas na presença de um campo magnético atuante.
Um exemplo de material ferromagnético é o imã em barra, apresentado na Figura 4a, que exibe dois
polos identificados (norte-sul); para um imã reto e um imã em formato de U, na Figura 4b, são visuali-
zadas as linhas de campo formadas pela limalha de ferro quando submetida a esses dois tipos de imãs.
a) Ímã de barra

b) Ímã em ferradura

Figura 4 - a) Representação das linhas de campo de um imã; b) O efeito do imã sobre a limalha de ferro

UNIDADE 1 23
Os materiais magnéticos possuem aplicações variadas, desde pequenos imãs para fechar portas de
armários, até componentes sofisticados utilizados na indústria de eletrônicos (RODRIGUEZ, 1998).
Os materiais magnéticos serão vistos com maior detalhamento na Unidade 8.

Nanotecnológicos

Os materiais nanotecnológicos são diferenciados As propriedades dos materiais que conhece-


em relação ao seu tamanho a nível nano, ou seja, mos são fortemente dependentes do tamanho das
suas partículas possuem dimensões da ordem de partículas que compõem esses materiais; dessa
nanômetros (10-9 metros). O estudo desses ma- forma, podemos modificar as propriedades de
teriais é chamado de nanotecnologia. Eles são de um determinado material por meio do controle
grande expectativa tecnológica, devido às suas do tamanho e da forma de suas partículas cons-
características fascinantes e, por essa razão, ga- tituintes e, com isso, obter novas possibilidades
nharam significativa importância a partir do final de aplicação para o mesmo material.
do século XX, com aplicações em nichos, como Portanto, a partir da nanotecnologia, materiais
eletrônica, biomedicina, esportes, produção de opacos podem se tornar transparentes em escala
energia, entre muitos outros. nanométrica, alguns sólidos tornam-se líquidos,
isolantes elétricos tornam-se condutores etc. Então,
tornou-se possível modificar propriedades físicas
e químicas dos materiais pertencentes a todas as
classes de materiais (metais, cerâmicas, polímeros,
compósitos) somente controlando o tamanho e o
formato de suas partículas, sem a necessidade de
alterar sua composição química (ZARBIN, 2007).
A Figura 5, a seguir, mostra a estrutura dos
nanotubos de carbono produzidos a partir da na-
notecnologia aplicada aos materiais. Esse material
possui um vasto campo de aplicações, por exemplo,
na fabricação de suportes para catalisadores, puri-
ficação e descontaminação de águas, em baterias de
íons de lítio, sensores e biosensores, entre muitas
outras aplicações (ZARBIN; OLIVEIRA, 2013).

Tenha sua dose extra de


conhecimento assistindo ao
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Figura 5 - Representação tridimensional
da estrutura de um nanotubo de carbono

24 Introdução a Ciências dos Materiais


Estruturas Cristalinas
dos Materiais

É fundamental conhecer o arranjo estrutural dos


átomos na formação dos materiais, uma vez que
esse arranjo determina muitas das propriedades
desses materiais. Para melhor aproveitamento
deste conteúdo, vamos introduzir alguns concei-
tos importantes, como o de estrutura cristalina,
rede cristalina e célula unitária. Além disso,
devemos saber que os átomos são formados por
um núcleo, com prótons e nêutrons, cercado por
elétrons que circulam ao redor desse núcleo. Para
a finalidade de descrever os arranjos nos sólidos,
adotaremos um sistema no qual os átomos que
compõem um material serão considerados esferas
rígidas, como bolas de pingue-pongue.
• Rede cristalina: é um conceito matemá-
tico e infinito em extensão. Em outras pa-
lavras, uma rede cristalina é um conjunto
de pontos dispostos de acordo com um
padrão periódico, ou seja, um arranjo tri-
dimensional de pontos cuja vizinhança é
idêntica. Portanto, essas redes são os esque-
letos sobre os quais as estruturas cristalinas
dos materiais são formadas e os átomos ou
grupo de átomos estão posicionados nos
pontos dessa rede ou próximos a eles.

UNIDADE 1 25
• Estrutura cristalina: é a estrutura forma- A célula unitária é o bloco estrutural básico, ou
da pelo arranjo dos átomos, íons ou mo- bloco construtivo da estrutura cristalina, que
léculas quando se organizam na formação ainda mantém as características gerais da rede,
de um material. Os cristais formados nesse portanto é possível descrever a estrutura cris-
processo podem ter as mais variadas for- talina de um sólido cristalino conhecendo sua
mas, desde estruturas mais simples – para célula unitária.
os metais – até estruturas complexas – para As células unitárias são, na maioria das vezes,
algumas cerâmicas e polímeros. paralelepípedos ou prismas. Na Figura 6, a seguir,
• Célula unitária: nos sólidos cristalinos, pe- podemos observar a célula unitária na forma de
quenos grupos de átomos se organizam de esferas reduzidas para alguns materiais comuns,
maneira periódica na formação da estrutura que são o sal de cozinha, o diamante, o gelo seco
cristalina de um material; por essa razão, é e o ferro metálico, todos com estrutura cúbica.
conveniente e prático dividir a estrutura cris-
talina nessas unidades menores e repetitivas,
que são denominadas células unitárias.

Iônico Atômico
Sal de Cozinha – NaCl Diamante – C

Molecular Metálico
Gelo seco – CO2 Ferro metálico - Fe

Figura 6 - Células unitárias de alguns materiais comuns

26 Introdução a Ciências dos Materiais


Sistemas Cristalinos

Como existem diversas estruturas cristalinas cionado com a aresta de comprimento b, e o eixo
diferentes, é conveniente agrupá-las de acordo z está relacionado com a aresta de comprimento
com a configuração de suas células unitárias. O c, como mostrado na Figura 7.
enfoque mais utilizado é fundamentado somen-
te na geometria da célula unitária, sem levar em
z
consideração as posições dos átomos nela.
Além disso, para que seja possível a aplicação
desse enfoque, definimos um sistema de coorde-
nadas cartesianas xyz, com a origem posicionada
em um dos vértices da célula unitária, e com cada
um dos eixos, x, y e z, coincidindo com uma das
arestas do paralelepípedo e estendendo-se a partir β α
do vértice de origem. y
c
A Figura 7 representa uma célula unitária ge-
nérica de um material qualquer; nela, os parâme- γ a
tros a, b, c, α, β e γ apresentados são denominados
parâmetros de rede cristalina ou simplesmente
parâmetros de rede, onde a, b e c são os compri- x b
mentos das arestas que compõem a célula unitá-
ria e α, β e γ são os ângulos formados entre essas
Figura 7 - Esquematização de uma célula unitária genérica
arestas. Por convenção, o eixo x está relacionado e seus parâmetros de rede
com a aresta de comprimento a, o eixo γ está rela- Fonte: adaptada de Callister Jr. e Rethwisch (2013).

Existem sete combinações possíveis para os parâmetros a, b, c, α, β e γ, cada combinação dá origem a


uma geometria diferente para a célula unitária. Essas geometrias são denominadas sistemas cristalinos.
Os sete sistemas cristalinos são os sistemas cúbico, tetragonal, hexagonal, ortorrômbico, romboédrico,
monoclínico e triclínico.
Na Figura 8, podemos verificar as relações para os parâmetros de rede, assim como as representações
para as células unitárias de cada um dos sete sistemas cristalinos.

UNIDADE 1 27
Sistema Relações Ângulos entre Geometria da
Cristalino Axiais os Eixos Célula Unitária

Cúbico a=b=c α = β = γ = 90°


a a
a

Hexagonal a=b≠c α = β = 90°, γ = 120° c

a a a

Tetragonal a=b≠c α = β = γ = 90°


c a
a

Romboédrico
a=b=c α = β = γ ≠ 90° aa
(Trigonal)
a

Ortorrômbico a≠b≠c α = β = γ = 90°


c
a
b

Monoclínico a≠b≠c α = γ = 90° ≠ β° c β


a
b

Triclínico a≠b≠c α ≠ β ≠ γ ≠ 90° c β α


γ
b a

Figura 8 - Representação e caracterização dos parâmetros da célula unitária para os sete sistemas cristalinos
Fonte: adaptada de Callister Jr. e Rethwisch (2013).

28 Introdução a Ciências dos Materiais


Dentro dos sete sistemas cristalinos, as estruturas cristalinas podem
se organizar em 14 formas únicas de arranjo dos pontos em sua rede
cristalina. Esses arranjos tridimensionais únicos dos pontos da rede
cristalina são denominados redes de Bravais – nome concedido em
homenagem ao cristalógrafo francês Auguste Bravais (1811-1863).
A seguir, podemos visualizar as 14 redes de Bravais na Figura 9
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2013).

Cúbico
a
a

a de face centrada de corpo centrado

α
a c
 
a 
a a a
de corpo centrado a

Tetragonal Romboédrico Hexagonal

c
a

b de face centrada
Ortorrômbico
Redes de Bravais

β c β α
c β
a γ
a
b b
Monoclínico Triclínico

Figura 9 - Representação das 14 redes de Bravais


Fonte: adaptada de Centro de Informação Metal Mecânica ([2019], on-line)3.

UNIDADE 1 29
Polimorfismo e alotropia

Quando estudamos os materiais, não podemos deixar de mencionar um fenômeno conhecido como
polimorfismo; esse fenômeno ocorre, principalmente, em metais e alguns ametais. O polimorfismo
acontece quando um material possui mais do que uma estrutura cristalina, e esta que prevalece é depen-
dente da temperatura e pressão às quais o material é submetido. Em sólidos elementares, ou seja, em um
material formado apenas por um elemento químico, o mesmo fenômeno recebe o nome de alotropia.
Na Figura 10, a seguir, vemos quatro formas alotrópicas do carbono, ou seja, quatro arranjos cris-
talinos diferentes dos átomos de carbono e, por consequência, quatro compostos com propriedades
distintas, formados somente por carbono.
Geralmente, as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças nas propriedades
físicas do material, por exemplo, na massa específica. Um outro exemplo de alotropia acontece com
o estanho branco, que possui uma estrutura cristalina tetragonal de corpo centrado nas condições
ambiente; porém, quando submetido à temperatura de 13,2 °C, transforma-se em estanho cinza, que
possui uma estrutura cristalina cúbica (semelhante à do diamante). A velocidade com que a transfor-

Grafite Grafite Diamante


Diamante

Figura 10 - Exemplos de compostos alotrópicos do carbono

30 Introdução a Ciências dos Materiais


mação ocorre é extremamente lenta, contudo, e conforme a temperatura diminui abaixo de 13,2 °C,
mais rapidamente a transformação acontecerá (Callister JR.; RETHWISCH, 2013).
Nesta primeira unidade do nosso livro da disciplina de Ciências dos Materiais, apresentamos a você,
caro(a) aluno(a), uma breve perspectiva histórica sobre as ciências dos materiais para que pudéssemos
entender qual a importância desta disciplina no desenvolvimento da humanidade, desde os tempos
antigos até a atualidade.
Além disso, foram abordados conceitos importantes sobre o que são as ciências dos materiais e, em
seguida, foi introduzida a classificação dos materiais em metais, cerâmicas, polímeros e compósitos,
além de uma abordagem dos materiais avançados, semicondutores, nanomateriais, magnéticos e bio-
materiais, apontando suas características principais e exemplos mais comuns de cada classe.
Encerramos a Unidade 1 com uma introdução à estrutura cristalina dos materiais, onde vimos
que os átomos, molécula ou íons que formam os materiais podem se arranjar de várias formas, dando
origem aos sistemas cristalinos.

Grafite Grafite Diamante


Diamante

Fulereno
Fulereno GrafenoGrafeno

UNIDADE 1 31
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. A rede cristalina é o arranjo cristalino in-


finito, tridimensional de pontos, no qual z

cada ponto possui vizinhanças idênti-


cas. Também sabe-se que essa rede
cristalina possui os pontos chamados
de nós, que podem estar arranjados de
14 diferentes formas, conhecidas como
β α
redes de Bravais. A seguir, é apresen-
c y
tada a célula unitária do enxofre; com
base nos conhecimentos sobre siste- γ a
mas cristalinos e redes de Bravais, jul-
gue as afirmativas apresentadas sobre o
x b
sistema cristalino e o nome da estrutura
para a célula unitária apresentada.

Sabendo que os parâmetros de rede são: a = 1 nm; b = 1,3 nm; c = 2,4 nm;
α = β = γ = 90°, analise as afirmativas a seguir:
I) Sistema ortorrômbico.
II) Estrutura tetraédrica de corpo centrado.
III) A célula unitária possui todas as arestas iguais.
IV) Sistema hexagonal.

É correto apenas o que se afirma em:


a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) Apenas I.
e) Apenas III.

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2. Os materiais sólidos podem ser classificados em quatro grandes grupos, são
eles: metais, cerâmicas, polímeros e compósitos. A classificação destes mate-
riais é, principalmente, baseada na estrutura atômica e em suas composições
químicas; sendo assim, os materiais pertencentes a um grupo possuem cons-
tituintes e propriedades diferentes em relação aos materiais pertencentes aos
demais grupos.
Com base nas características estruturais e nas propriedades dos materiais,
analise as afirmações a seguir.
I) As propriedades dos materiais sólidos dependem da sua estrutura cristali-
na, ou seja, da maneira pela qual os átomos, moléculas ou íons se arranjam
espacialmente.
II) Os materiais metálicos e alguns materiais cerâmicos formam cristais quando
se solidificam, ou seja, seus átomos se arranjam em um modelo ordenado e
repetitivo chamado estrutura cristalina.
III) Os metais e suas ligas são substâncias inorgânicas constituídas apenas por
elementos químicos metálicos. Dentre os materiais metálicos mais usuais,
estão o magnésio, o cobre, o alumínio, a prata, o bronze, o titânio, o ouro, o
aço, o ferro, entre outros.
IV) Os metais e suas ligas (como, por exemplo, o aço e o latão) são bons condu-
tores de eletricidade e de calor, resistentes e, em determinadas condições,
deformáveis, enquanto os materiais cerâmicos (porcelana, cimento) são duros
e quebradiços.

É correto apenas o que se afirma em:


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

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3. Os materiais avançados são materiais de alto desempenho, sintetizados ou cujas
características foram aprimoradas por alguma técnica de processamento. São
materiais que podem pertencer à classe dos metais, cerâmica, polímeros ou
compósitos e são utilizados em aplicações de alta tecnologia.
Tomando como base os materiais avançados, avalie as afirmativas a seguir.
I) Biomateriais são empregados em componentes para implantes de partes
em seres humanos, por essa razão, esses materiais não devem produzir
substâncias tóxicas e devem ser compatíveis com o tecido humano.
II) Os semicondutores são, geralmente, feitos de silício, germânio e arsenato
de gálio, são materiais com propriedades elétricas intermediárias entre os
condutores e os isolantes; além disso, as propriedades elétricas desses ma-
teriais são extremamente sensíveis a pequenas concentrações de átomos de
impurezas presentes em sua composição.
III) Nenhum material possui comportamento magnético naturalmente, esse
comportamento magnético envolve a capacidade de exercer uma força de
atração ou repulsão sobre outros materiais.
IV) A nanotecnologia aplicada as ciências dos materiais possibilita modificar as
propriedades de um determinado material por meio do controle do tamanho
e da forma de suas partículas constituintes, contudo, isso não possibilita novas
aplicações para o mesmo material.

Estão corretas as alternativas:


a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas I e IV.

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WEB

O material complementar apresenta uma breve discussão a respeito do grafeno,


alótropo de carbono. Neste material, são apontadas algumas das características
promissoras desse material, os desafios envolvidos no processo e os centros
de pesquisas que trabalham no seu desenvolvimento.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

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ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e Engenharia dos Materiais. 3. ed. São Paulo: Editora Cengage
Learning, 2015.

CALLISTER JR., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução. 8. ed. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2013.

PIRES, A. L. R.; BIERHALZ, A. C. K.; MORAES, Â. M. Biomateriais: tipos, aplicações e mercado. Química nova,
On-line, v. 38, n. 7, p. 957-971, 2015. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=6262.
Acesso em: 1 abr. 2019.

RODRIGUEZ, G. J. B. O porque de estudarmos os materiais magnéticos. Revista Brasileira de Ensino de Fısi-


ca, On-line, v. 20, n. 4, p. 315, 1998. Disponível em: http://www.ifba.edu.br/PROFESSORES/lissandro/arquivos/
importancia_magnetismo.pdf. Acesso em: 1 abr. 2019.

SHACKELFORD, J. F. Ciência dos Materiais. 6. ed. São Paulo: Editora Pearson, 2013.

SMITH, W. F.; ROSA, M. Princípios de ciência e engenharia de materiais. 3. ed. Portugal: Editora McGra-
w-Hill, 1998.

ZARBIN, A. J. G. Química de (nano) materiais. Química Nova, On-line, v. 30, n. 6, p. 1469, 2007. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n6/a16v30n6.pdf. Acesso em: 1 abr. 2019.

ZARBIN, A. J. G.; OLIVEIRA, M. M. Nanoestruturas de carbono (nanotubos, grafeno): Quo Vadis. Química
Nova, São Paulo, v. 36, n. 10, p. 1533-1539, 2013.

REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: http://www.durocontrol.com.br/blog/dureza/. Acesso em: 28 maio 2019.
2
Em: http://biofabris.com.br/pt/biomateriais/. Acesso em: 28 maio 2019.
3
Em: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6414-empacotamen-to-atomico-dos-cristais-intro-
ducao#.W43_pM4zqpp. Acesso em: 28 maio 2019.

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1. D.

A partir dos parâmetros da célula unitária, temos:

a≠b≠c ; γ = β = α = 90°

Na Figura 8, esses parâmetros representam um Sistema Ortorrômbico.

A afirmativa II está incorreta porque a estrutura é ortorrômbica, contudo, não há como determinar a
estrutura ortorrômbica dentre as quatro possibilidades, pois nessa representação não temos os átomos
apresentados.

A afirmativa III está incorreta porque a célula unitária não possui nenhuma aresta igual. E a afirmativa IV
está incorreta porque o sistema é ortorrômbico.

2. D.

A afirmativa III está incorreta, pois os metais e suas ligas são substâncias inorgânicas constituídas por
elementos químicos metálicos e podendo conter elementos não metálicos como o carbono, por exemplo.
Dentre os materiais metálicos mais usuais estão o magnésio, o cobre, o alumínio, a prata, o bronze, o
titânio, o ouro, o aço, o ferro entre outros.

3. A.

A afirmativa III está incorreta, pois alguns materiais possuem comportamento magnético naturalmente;
esse comportamento magnético envolve a capacidade de exercer uma força de atração ou repulsão sobre
outros materiais

A alternativa IV também está incorreta, pois a nanotecnologia aplicada as ciências dos materiais possibilita
modificar as propriedades de um determinado material por meio do controle do tamanho e da forma de
suas partículas constituintes e com isso obter novas possibilidades de aplicação para o mesmo material.

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