Você está na página 1de 8

SADC:

O papel dos corredores de desenvolvimento na integração regional

Comunicação de Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, Presidente da República de


Moçambique, no acto da aceitação do cargo de Presidente da SADC.

Maputo, 17 de Agosto de 2012


Sua Majestade Mswati Terceiro, Rei da Suazilândia;
Suas Excelências Senhores Chefes de Estado e de Governo da Comunidade para
o Desenvolvimento da África Austral;

Senhor Vice – Presidente da República de Angola;


Senhora Presidente da Comissão da União Africana;
Senhor Presidente cessante da Comissão da União Africana;

Senhores Chefes de Delegações;


Sua Excelência Senhora Presidente da Assembleia da República e Presidente do
Fórum Parlamentar da SADC;
Senhor Primeiro-Ministro;
Venerando Presidente do Tribunal Supremo;
Venerando Presidente do Tribunal Administrativo;
Venerando Presidente do Conselho Constitucional;
Digníssimo Procurador-Geral da República;
Digníssimo Provedor da Justiça;

Sua Excelência Joaquim Alberto Chissano, Antigo Presidente da República;


Senhores Ministros;
Senhores Vice-Ministros;
Senhor Secretário Executivo da SADC;
Senhores Deputados da Assembleia da República;
Ilustres Chefes das Missões Diplomáticas e Consulares e Representantes de
Organizações Regionais e Internacionais;
Senhora Governadora da Cidade de Maputo;

1
Senhor Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo;
Senhores Dirigentes e Membros de Partidos Políticos;
Senhores Dirigentes e Membros de Organizações da Sociedade Civil;
Distintos Delegados;
Caros Convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores.

2
É com muita honra que aceitamos, em plena celebração das bodas de ouro do
início da nossa caminhada rumo à nossa libertação da dominação estrangeira e
da celebração das bodas de porcelana de paz e reconciliação

em Moçambique, a responsabilidade que nos acabam de confiar, de dirigir os


destinos da SADC, dando continuidade à implementação da Agenda de
Integração Regional

que prosseguimos há trinta e dois anos. Esta é uma agenda:


 Colectivamente concebida pelos Estados Membros;
 Solidariamente implementada em todo o espaço geográfico da SADC; e

 Responsavelmente assumida por todos nós como o mecanismo que nos


levará à realização plena do sonho dos sonhadores do nosso sonho de
bem-estar, cumprindo,

igualmente, o papel que nos cabe no processo de integração continental.


Estamos gratos por esta confiança. O nosso maravilhoso Povo vos agradece.

Ao assumir esta responsabilidade, queremos felicitar o Presidente José Eduardo


dos Santos, o Povo e o Governo da República de Angola, por terem conduzido,
com sucesso,

a nossa organização, respondendo, com criatividade e clarividência, aos


desafios que a implementação da agenda de integração regional lhes colocava.
Felicitamos ainda a Presidência Angolana
3
por ter sabido promover a SADC como zona de crescimento e de futuro, uma
zona com capacidade de resistir aos choques externos, provocados pela crise
económica e financeira mundial.

Sua Majestade;
Senhores Chefes de Estado e de Governo;
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Reconhecidamente, as infra-estruturas desempenham um papel de grande
relevo

no processo de integração regional. É neste prisma que deve ser visto o Plano
Director de Infra-estruturas da SADC, que vai ser objecto de debate nesta
cimeira. É também no mesmo contexto que deve ser visto

o lema da Presidência Angolana, que nos antecede, de Desenvolvimento de


Infra-estruturas Rumo à Integração Económica Regional.

Tendo em vista dar continuidade aos trabalhos e reflexões em curso, a


Presidência Moçambicana da SADC elege para o período 2012-2013 o lema que
dá enfoque aos Corredores de Desenvolvimento

como veículos para a Integração Regional. Esta escolha deriva também do papel
que os corredores assumem na cristalização da dimensão social do
desenvolvimento e do processo de integração que prosseguimos e almejamos.

4
Na verdade, a SADC defende que “a integração regional não passará de um
sonho a não ser que os povos da região determinem o seu conteúdo, forma e
direcção,

bem assim que se sintam seus agentes activos. Sublinha ainda que este
processo de integração regional tem em vista “reforçar e consolidar os laços
históricos,
sociais e culturais entre os povos da região”..
A este propósito, queremos trazer à atenção desta augusta audiência que
Moçambique celebra, desde 17 de Agosto de 1997, de forma interrupta e
sistemática, o Dia da SADC. Anual e rotativamente, um Ministério assume a
responsabilidade de coordenar estas celebrações,

com o apoio do Governo da Província que acolhe as celebrações centrais e


envolve as organizações da sociedade civil, a comunicação social, o sector
privado e todas as forças vivas da sociedade.

As missões diplomáticas e consulares da SADC têm acedido ao nosso convite


para participar nesta cerimónia trazendo, assim, o calor e a amizade dos outros
Estados Membros para essa Província.

O ano passado esta tarefa coube ao Ministério das Pescas e ao Governo da


Província da Zambézia e este ano ao Ministério das Finanças e ao Governo da
Província de Maputo.

Para além disso, os corredores induzem o surgimento de pequenas e médias


empresas, gerando assim, mais oportunidades de emprego para os nossos
cidadãos. Facilitando a circulação de pessoas e bens

5
estamos a contribuir para um melhor conhecimento dos cidadãos dos nossos
países, dos espaços geográficos que configuram a SADC e das potencialidades e
oportunidades que se abrem em cada um dos nossos países.

Por isso, o enfoque nos corredores vai traduzir-se na prestação de uma maior
atenção sobre o que mais podemos fazer para acelerar os processos de
facilitação da circulação de pessoas e bens pelas nossas fronteiras e pelos
nossos países.

Este é o desafio que nos lançamos, como Moçambique, para a superação do


qual contamos com o apoio de toda a nossa família, a Família da SADC. Apraz-
nos registar o apoio das Primeiras Damas

que acreditam que os Corredores de Desenvolvimento só se tornarão veículos


para uma efectiva Integração Regional na SADC, se tivermos uma população
livre do HIV que possa assim,

activamente, contribuir para o alcance deste objectivo.


A paz e a segurança são factores fundamentais para a viabilização dos
corredores, como espaços de circulação de pessoas e bens,

e como factores impulsionadores do processo de integração social e económica


dos nossos Estados. Por isso, iremos trabalhar, de forma concertada e
sincronizada, com o Presidente do Órgão da SADC para a Cooperação nas Áreas
de Política, Defesa e Segurança, visando o acompanhamento dos processos de
prevenção, mediação e resolução de conflitos na nossa região.
Preocupa-nos a situação prevalecente no Leste da República Democrática do
Congo. Daremos a nossa contribuição para que a paz e a estabilidade sejam
restabelecidas naquela região deste Estado Membro da SADC.

6
Reafirmamos o nosso apoio para o alcance de uma solução para o diferendo que
opõe a República Unida da Tanzania à República do Malawi. Quer em relação a
estes dois países como em relação a Madagáscar,

onde temos já um roteiro que levará o país às eleições, devemos continuar a


valorizar e a aprimorar o diálogo como mecanismo de busca e construção de
consensos.
É no pedestal desses consensos

que floresce a confiança mútua entre as partes e desponta a vontade de


identificar o que mais as une e as impele para o progresso do que aquilo que as
divide e as pode catapultar para o retrocesso.

É também nesses consensos que emergem visões partilhadas e se cristalizam


ideais à volta dos quais os actores políticos se unem e se complementam para a
sua materialização.

Queremos, uma vez mais, agradecer a todos os Chefes de Estado e de Governo


da SADC pela confiança que em nós depositaram e desejar uma boa estadia
nesta Pérola do Índico

às delegações e aos convidados à trigésima segunda Cimeira da SADC.

Muito obrigado pela vossa atenção!

Você também pode gostar