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Comparação entre o princípio realista de degradação em Primo Levi e a

degradação quase fantástica de Beckett.

Pós-guerra: desolação e falta de esperança

Contexto: “Na sequência da Segunda Guerra Mundial, a perspectiva da Europa


era de miséria e desolação total. Fotografias e documentários da época mostram fluxos
patéticos de civis impotentes atravessando paisagens arrasadas, com cidades destruídas
e campos áridos. [...] Deportados e prisioneiros de campos de concentração, com as
cabeças raspadas e vestindo pijamas listrados, fitam a câmara, com indiferença,
famintos e doentes.”

Trechos de É isto um homem.

Título da peça: o termo godillot, em francês, designa uma bota com pedras.
Goddam é uma gíria francesa para inglês, enquanto godailler significa “ir para bares”.
Ademais, há o sentido etimológico direto do sufixo francês ot, responsável por transpor
uma palavra a seu diminutivo. Esperar por Godot é, também, esperar por uma pequena
salvação, um pequeno Deus.

Ambientação: A ação se passa numa estrada no campo. Sempre é entardecer.


Apenas uma pedra e uma árvore compõem o cenário. Segundo a versão da Cambrige, a
árvores parece simbolicamente associada à Vladmir, enquanto mantém essa relação com
Estagron. É difícil não associar o cenário vazio, desolado, preenchido por dois
maltrapilhos com o descrito no trecho acima.

Personagens: Vladmir é reflexivo, filosófico, gosta de assuntos metafísicos e


abstratos. É ele quem traz os questionamentos religiosos e é ele quem sempre incentiva
o suicídio. Há um gesto típico, repetido pelo menos três vezes ao longo da peça: o de
tirar o chapéu e olhar seu interior. Estagron é o materialista, pensa em comida e dinheiro
durante muito tempo. Chega a aparentar loucura quando tem a oportunidade de comer.
Seu gesto é marcadamente o das botas. Um se dirige ao céu, outro ao chão. Tudo isso
está na versão de Cambrige.
Segundo Vladmir, em algum momento ele e Estagron já foram pessoas dignas e
reconhecidas, e é curioso que esse passado seja citado justamente quando a dupla aventa
a possibilidade de suicídio, já que com acesso a Torrei Eiffel eles poderiam se atirar de
um ponto bastante alto para dar fim às próprias vidas.
Os personagens falam e não podem parar de falar. Tudo indica que ambos estão
juntos simplesmente para que não estejam sozinhos. Em alguns momentos, quando
Estagron pega no sono, Vladmir torna-se apreensivo e não demora a acordar seu
parceiro.
Vladmir age como se fosse o responsável pelas condutas e pelo bem-estar de
Estagron, já que acredita que ele não dá importância para a vida.

Introdução. Época em que a peça foi escrita; clima no pós guerra; impacto da
destruição e da experiência nos campos de extermínio.

As passagens religiosas. Os ladrões e o ceticismo; o deboche de Estragon; o


inferno como lugar sem esperança;

Interdependência entre os personagens. Vladimir, a árvore e o chapéu; Estragon,


a pedra e a bota; Pozzo e sua necessidade por atenção e aprovação; a passividade de
Lucky.

O que significa esperar. A latência de Gombrecht; a relação entre espera e


esperança
REFERÊNCIAS

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