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OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS 2 Edição
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS 2 Edição
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Gerência de Tocoginecologia
Revisão: 2019
Revisão: 2021
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
BELÉM-PARÁ
2019
4
Direitos de cópias
Copyright 2018© por / by / FSCMP / Belém, Pará, Brasil
Editoração eletrônica
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Arte da capa
Marcio Bastos de Almeida e Silva
Lucas Costa Cardoso
Ficha catalográfica
Todos os direitos autorais estão reservados e protegidos pela lei nº 9610 de 19 de fevereiro de
1998.
Marília Gabriela Queiroz da Luz, Danielle de Oliveira Leal, Gislânia Ponte Francês Brito
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
ISBN:978-85-69835-58-5
Editora Ximango
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DIREITOS
REPRODUÇÃO PROIBIDA
Parte desta obra, poderá ser reproduzida desde que citada a sua fonte.
Autora e Organizadora
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7318301499873546
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2004), Residência Médica em Ginecologia e
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2007). Atualmente, Fundação Santa Casa de Misericórdia
do Pará, é presidente do comitê de mortalidade materna, gerente da maternidade e responsável pela assistência às
mulheres com doença trofoblástica gestacional, além de professora assistente da Universidade Federal do Pará.
Autora
Daniele Oliveira Leal
Lattes:http://lattes.cnpq.br/5088569652644480
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2006). Residência Médica em Ginecologia e
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2011). Atualmente é médica tocoginecologista da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, onde atua na gestão da maternidade.
Autora
Gislânia Ponte Francês Brito
Lattes:http://lattes.cnpq.br/9655868593345741
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Piauí (2005). Atualmente é médica tocoginecologista da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Fez pós-graduação em medicina do trabalho pela Universidade do Estado
do Pará.Tem experiência na área de ginecologia e obstetrícia e em medicina do trabalho.Mestranda da Universidade do
Estado do Pará no Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental.
Revisora
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunção
Lattes:http://lattes.cnpq.br/1180984403274256
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1985), especialização em Medicina Intensiva pela
Associação Brasileira de Medicina Intensiva (1997). Tem experiência na área de Medicina com ênfase em Medicina
Intensiva adulto. Conhecimento e Experiência em gestão da clínica e ferramentas gerenciais como coordenadora,
gerente e Diretora Técnica-Assistencial.
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COLABORADORES
Realização
Editora
__________________________________________________________________
• Obstetrícia em tópicos: Tópicos. Marília Gabriela Queiroz da Luz; Danielle de Oliveira Leal;
Gislania Ponte Francês—Belém, 2019.
• ISBN:978-85-69835-58-5
___________________________________________________________________
o
PREFÁCIO
Os autores organizaram este livro para que o mesmo fosse utilizado na rotina pelos
profissionais desta área, objetivando uma atenção segura para as boas práticas do parto
e nascimento, respaldado nas evidências científicas em obstetrícia e na rotina do serviço
da Instituição com mais de 900 partos mensais.
DEDICATÓRIA
SUMÁRIO
UNIDADE I: PARTO, 13
VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO 13
1-ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO 14
2- ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTÓCICO 20
3- ASSISTÊNCIA AO PARTO PÉLVICO 23
4- TRABALHO DE PARTO PREMATURO 25
5- PROFILAXIA DE DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL 30
6- PARTOGRAMA 32
7- MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR NO PARTO
37
8- ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO 44
9- DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 47
10- ABORTO LEGAL 51
11- VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER 55
12- ASPIRAÇÃO MANUAL INTRA-UTERINA 60
13- PROTOCOLO DE CESARIANA 62
14- INDUÇÃO E CONDUÇÃO DE PARTO 70
E ABORTO 70
UNIDADE 2: PUERPÉRIO 75
15- INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRAUTERINO NO PUERPÉRIO
IMEDIATO 76
16- HEMORRAGIA PÓS-PARTO 79
17- PUERPÉRIO FISIOLÓGICO 88
18- PUERPERIO PATOLÓGICO 92
19- INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO 98
UNIDADE 3: INTERCORRÊNCIAS NA GRAVIDEZ 103
20- PRENHEZ ECTÓPICA 104
21- PLACENTA PRÉVIA 107
22- ACRETISMO PLACENTÁRIO 110
23- DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA 112
24- ROTURA UTERINA 115
12
UNIDADE I: PARTO,
VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO
1- ADMISSÃO
- Anamnese, exame físico e obstétrico, impressão diagnóstica e conduta;
- Fornecer esclarecimentos sobre o trabalho de parto e procedimentos a serem adotados
- Continuar informando paciente e acompanhante nos demais períodos.
- Gestações de Termo: encaminhar ao PPP pacientes em fase ativa do trabalho de parto:
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos
• A partir de 6 cm com contrações regulares.
- Gestações de Pré-Termo: encaminhar ao PPP pacientes com colo pérvio 3 cm e
contrações efetivas (capazes de modificar o colo)
- Na dúvida se as contrações sāo efetivas, deve-se manter paciente em observação e
reavaliar o binômio (mãe e concepto) em 2 horas.
2- ASSISTÊNCIA AO 1º PERÍODO
- Apenas as mulheres que se enquadram na definição acima de trabalho de parto ativo
devem ser admitidas no PPP para o acompanhamento do trabalho de parto.
- Pacientes fora do contexto descrito para fase ativa devem ser encaminhadas a enfermaria
de patologia obstétrica.
- Abrir partograma no PPP.
- Preencher ficha de admissão e avaliar risco de hemorragia puerperal
- Classificar a gestação em alto risco e risco habitual (quadro 3)
- Orientar acompanhante a pedir ajuda se paciente evoluir com aumento da dor, do
sangramento ou outras intercorrências
- Posição materna: deve-se encorajar a mulher a deambular ou permanecer na posição mais
confortável.
- Apenas pacientes com distócia funcional comprovada pelo partograma deverão
receber ocitocina para estimular contrações uterinas.
2.2- Partograma
- É obrigatório ser usado para todas as pacientes em trabalho de parto para documentar sua
evolução e diagnosticar suas alterações de forma precoce, indicando a tomada de condutas
apropriadas para a correção dos desvios e evitando intervenções desnecessárias.
3- ASSISTÊNCIA AO 2º PERÍODO
- Posição materna: deve-se encorajar a mulher a deambular ou permanecer na posição mais
confortável. Oferecer posições de cócoras, banqueta de parto e recursos disponíveis no
PPP como cavalinho, barra de Ling etc
- Manobra de Kristeller: não deve ser realizada.
- Episiotomia: não deve ser feita de rotina, entretanto pode ser indicada nos casos de parto
operatório, parto pélvico, macrossomia ou ameaça de ruptura perineal grave após análise
de forma individualizada.
- Medidas de proteção perineal:
• técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal), controlar a deflexão
da cabeça e orientar à mulher para não empurrar nesse momento.
• quanto a técnica de ‘mãos prontas’ (com as mãos sem tocar o períneo e a cabeça fetal,
mas preparadas para tal)
4- ASSISTÊNCIA AO 3º PERÍODO
- Logo após o desprendimento do concepto, administrar 10 UI de ocitocina intramuscular,
antes do clampeamento e corte do cordão umbilical;
- Pinçamento e secção do cordão: discutir com pediatra o melhor momento para clampear o
cordão.
- Considerar as orientações: preferencialmente até 3 minutos após o nascimento; não
realizar antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade de manobras
de ressuscitação neonatal.
- Pinçar o cordão antes de 5 minutos. Após a secção do cordão realizar tração controlada do
mesmo.
16
5- ASSISTÊNCIA AO 4º PERÍODO
- Contato pele a pele, amamentação na primeira hora.
- Revisão da cavidade uterina e do trajeto: só devem ser realizadas com indicações
específicas, como no caso de hemorragia não-decorrente de hipotonia uterina.
- Para afastar a possibilidade de restos placentários ou de membranas, deve-se realizar para
todas as pacientes a revisão dos anexos depois do delivramento.
- Para a mãe: avaliar sinais vitais logo após o nascimento e calcular o MEOWS na primeira e
na segunda hora pós-parto para todas as parturientes do CO/PPP. Avaliar sinais vitais e
MEOWS de 30/30 minutos nas duas primeiras horas para todas as pacientes com SHEG
ou fatores de alto risco para hemorragia puerperal (ver protocolo de hemorragia pós-parto).
- Para o recém-nascido (RN): avaliar sinais vitais logo após o nascimento, na primeira e na
segunda hora para todos os RNs do CO/PPP. Avaliar sinais vitais de 30/30 minutos nas
duas primeiras horas para todo RN entubado ou no CPAP.
- Se hemorragia: seguir protocolo de hemorragia puerperal.
- Fazer revisão de canal de parto em todo parto distócico.
- Fazer curetagem uterina sempre que suspeitar de dequitação incompleta.
- Estimular contato pele a pele e amamentação logo após o parto (na primeira hora – HORA
DE OURO)
Diluir ocitocina 1 ampola (5 UI) de ocitocina em 500 ml de Soro Fisiológico ou Ringer Lactato e
seguir a vazão descriminada nas colunas de BIC ou macrogotas para alcançar a dose de ocitocina
indicada.
Dose de ocitocina BIC* Macrogotas
4 mUI/min 24 ml/hora 8 gotas/min
5 mUI/min 30 ml/hora 10 gotas/min
6 mUI/min 36 ml/hora 12 gotas/min
7 mUI/min 42 ml/hora 14 gotas/min
8 mUI/min 48 ml/hora 16 gotas/min
16 mUI/min 96 ml/hora 32 gotas/min
32 mUI/min 192 ml/hora 64 gotas/min
42 mUI/min 252 ml/hora 84 gotas/min
7- GESTAÇÕES GEMELARES.
- Considerar cesárea, se:
• Primeiro gêmeo em apresentação não cefálica
• Gêmeos MC/MA.
• Gestações múltiplas 3 fetos.
• Patologia materna, fetal ou placentária.
• Segundo gemelar com peso > 20% em relação ao primeiro gêmeo, especialmente, em
apresentação não cefálica.
• Suspeita de alteração da vitalidade fetal, impossibilidade de uma correta monitorização
de um ou de ambos os fetos durante o parto.
8- LACERAÇÕES DE PERÍNEO
- A epsiotomia é o fator mais fortemente associado às lacerações de terceiro grau. A
compreensão detalhada da anatomia do períneo é essencial para a reparação apropriada.
- Reparar a lesão:
• Classificar: quadro 2
• Assepsia, anti-sepsia
• Recomenda-se dose única de cefazolina 2 g endovenosa no momento do reparo
• Anestesia: bloqueio do pudendo ou anestesia local;
• De preferência utilizar fios de ácido poliglicólico 2-0, 3-0 ou 4-0 (Vycril) com agulha
pequena atraumática;
• Realizar iniciando pelas camadas mais profundas, usando técnica na qual o obstetra
tenha maior habilidade e que seja reconhecida pela literatura científica;
• Explicar a paciente sobre o risco de complicações: incontinência anal, deiscência,
dispareunia, hematoma, infecção , abscesso perineal, fístula cutânea, fístula reto-vaginal.
◆ Doenças hematológicas ou Anemia grave (hemoglobina < 8) ou Isoimunização Rh(com coombs positivo);
◆ Doenças oncológicas;
◆ Doenças autoimunes;
◆ Hanseníase;
◆ História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal
CONDIÇÕES OBSTÉTRICAS
Ausência de:
◆ Cirurgia uterina anterior (exceto cesárea prévia com intervalo interpartal maior de 2 anos);
◆ Polidrâmnio ou oligodramnio;
◆ Miomatose uterina;
◆ Gemelaridade;
◆ Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com BiRADS III ou mais;
◆ Doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, HTLV, sífilis não tratada e outras IST
Quadro 3- Classificação do risco gestacional. Fonte: adaptado de BRASIL, Ministério da Saúde. Diretriz Nacional de
Assistência ao Parto Normal. Brasília, 2017.
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9- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Fase ativa do trabalho de parto
REFERÊNCIAS.
1. WHO- Recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Disponível
em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/intrapartum-care-guidelines/
en/.Acessado em 11/02/21.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of Physicians.
Lacerações perinea’s de terceiro e quarto graus, 2018.
4. Codarin RR, Francisco RP. Discinesias da contratilidade uterina e sua corre o. S o Paulo:
Federa o Brasileira das Associa es de Ginecologia e Obstetr cia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetr cia, no. 103/ Comiss o Nacional Especializada em
Assist ncia ao Abortamento, Parto e Puerp rio), 2018.
5. Steibel JA, Trapani A Jr. Assistência aos quatro períodos do parto de risco habitual. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO);
2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 101/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018
6. Silveira SK, Trapani Júnior AT. Monitorização fetal intraparto. São Paulo: Federação
Brasileira das. Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 100/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao
Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
7. Carvalho FH, Vela HW, Morais AL, Feitosa FE. Manejo de gravidez múltipla. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 37/ Comissão Nacional Especializada em
Medicina Fetal), 2018.
1- DEFINIÇÃO:
- Distócia = TRABALHO DE PARTO DIFÍCIL
2- PREVENÇÃO DA DISTÓCIA
- Orientar paciente e acompanhante sobre o que esperar no trabalho de parto e possíveis
complicações;
- Indução do trabalho de parto, especialmente em mulheres com colo desfavorável;
- Opções alternativas: controle da dor, suporte emocional e físico, banhos quentes,
mudanças de posição, deambulação.
3- RECONHECIMENTO DA DISTÓCIA
- Abordagem ativa e reconhecimento precoce;
- Uso do partograma;
- Reavaliação periódica.
6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Fase ativa do trabalho de parto.
7- CRITÉRIO DE ALTA:
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Seguir protocolos de puerpério;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS.
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of Physicians.
Distócia, 2018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of Physicians.
Distócia de ombro, 2018.
1- DEFINIÇÃO:
- Apresentação no canal de parto é a pelve ou a nádega do feto.
2- FATORES PREDISPONENTES:
- Maternos: malformação uterina, vício pélvico, tumor prévio, multiparidade.
- Fetais: prematuridade, gemelaridade, malformação fetal.
- Anexiais: localização placentária, polidrâmnio, brevidade de cordão.
3- CLASSIFICAÇÃO:
- Pélvica completa
• Quadris e pernas em flexão.
- Pélvica incompleta
• Pélvica franca ou modo de nádegas – flexão dos quadris e extensão das pernas
• Pélvica em modo de pés ou joelho – extensão de um dos quadris ou de ambos e flexão
de um dos joelhos ou de ambos com apresentação de um pé ou de ambos
4- ASSISTÊNCIA AO PARTO:
- A via preferencial de parto e a cesariana
- Se parto via vaginal ocorrer deve-se atentar aos seguintes cuidados
• O parto deve ser realizado em ambiente que permita a mudança de via de parto
• Amniotomia tardia – a bolsa deve ser rompida no período expulsivo.
• Utilizar a manobra de THIESSEN – durante 4 a 5 contrações, manter o pólo pélvico
no canal de parto pela compressão vulvo perineal, impedindo sua expulsão.
• Episiotomia – a critério do obstetra.
• O parto deve proceder espontaneamente até que o cordão umbilical apareça no
intróito vaginal.
- Desprendimento do Pólo Pélvico
• Não tracionar;
• Apoiar o polo pélvico mantendo o dorso fetal anteriorizado;
• Após a saída do umbigo deve-se realizar a alça de cordão umbilical (Assistente).
- Liberação das Espáduas e Braços
• Compressão fúndica e manobra de BRACHT para desprendimento Biacromial.
• Quando os braços estiverem defletidos e não se consegue liberá-los com a manobra
anterior, podemos utilizar outras manobras: manobra de Pajot, de Deventer-Müller,
de Rojas ou Lövset.
- Desprendimento do Pólo Cefálico
▪ Manobra de BRACHT;
▪ Manobra de MAURICEAU SMELLIE VEIT modificada (2º e 3º quirodáctilo da mão
esquerda no occipto fetal e 2º e 3º quirodáctilo da mão direita nos malares)
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5- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Fase ativa do trabalho de parto se via vaginal
- gestação de termo se cesariana eletiva
6- CRITÉRIO DE ALTA:
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas
- Seguir protocolos de puerpério
- Sinais vitais estáveis
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS.
1. WHO- Recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Disponível
em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/intrapartum-care-guidelines/
en/.Acessado em 11/02/21.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of Physicians.
Apresentações anômalas, 2018.
1- INTRODUÇÃO:
- Trabalho de parto prematuro (TPP) é o que se dá com menos de 37 semanas completas.
- Encaminhar ao PPP pacientes com colo pérvio 3 cm e contrações efetivas (capazes de
modificar o colo)
- Na dúvida se as contrações sāo efetivas, deve-se manter paciente em observação e
reavaliar o binômio (mãe e concepto) em 2 horas
2- PREVENÇÃO DA PREMATURIDADE
- Identificar e tratar os fatores de risco sempre que possível;
- Progesterona e Cerclagem quando indicada;
- O uso de pessário e do teste de fibronectina fetal são boas opções para a prevenção da
prematuridade, porém indisponíveis ainda em nosso serviço.
3- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Queixas clínicas: dor em baixo ventre e perda de tampão mucoso. Pode haver queixa de
perda de líquido, pois muitas vezes, o trabalho de parto pode estar associado à rotura das
membranas.
- Exame físico: contrações uterinas regulares após 20 semanas e antes de 37 semanas,
com intervalo de 5 minutos ou menos, dilatação cervical de pelo menos 1 cm e/ou
esvaecimento cervical de 80%.
6- MANEJO
Tocólise
- A terapia deve ser iniciada assim que se estabeleça o diagnóstico de TPP.
- A indicação deve ser criteriosa:
• A idade gestacional não deve ser maior que 34 semanas;
• A dilatação cervical deve ser menor que 4 cm;
• O esvaecimento do colo uterino, não deve ser pronunciado;
• As membranas devem estar íntegras;
• A vitalidade fetal deve estar preservada;
• Não devem existir patologias maternas que possam pôr em risco a mãe e o concepto;
• Não pode haver infecção intrauterina.
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Agentes tocolíticos:
- Primeira escolha: Nifedipina: uma cápsula de 10 mg via oral a cada 20 minutos até se
obter o cessar das contrações, utilizando-se, no máximo, três cápsulas em 1 hora. A
manutenção deve ser feita com comprimidos de 20 mg a cada 8 horas por 48 horas.
Corticoprofilaxia
- 24 a 34 semanas: toda gestante com risco iminente de parto prematuro (dilatação igual ou
superior a 3cm ou sinais de apagamento do colo em mais de 75%) nos próximos 7 dias;
- 34 a 36 semanas e 6 dias: toda gestante com iminente risco de parto prematuro nos
próximos 7 dias, inclusive cesáreas eletivas.
- Contra-Indicações: Corioamnionite, uso prévio de ciclo de corticóide para maturação;
- Poderemos realizar tocólise na intenção, apenas, do uso do corticóide;
- 37 a 39 semanas: não está indicado o uso de corticóide nessa idade gestacional. Baixa
incidência de complicações respiratórias.
- Posologia:
• Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses;
• Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses;
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PACOTE DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA
Penicilina G: 5.000.000UI
Ampicilina: 2g IV Eritromicina: 500mg IV
IV
dose de ataque de 6/6 horas
dose de ataque
+ Vancomicina: 1g IV de
+
1g IV de 4/4 horas Clindamicina: 900mg IV 12/12 horas até o parto
2.500.000 IV de 4/4 horas
até o parto de 8/8 horas
até o parto
dose de manuteção
dose de manuteção
Quadro 1- Antibioticoprofilaxia para estrepitoso do grupo B
8- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Fase ativa do trabalho de parto ou
- Contrações uterinas regulares com intervalo de 5 minutos ou menos
- Dilatação cervical de pelo menos 1 cm e/ou esvaecimento cervical de 80%
9- CRITÉRIO DE ALTA:
- Na ocorrência do parto:
• Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas
• Seguir protocolos de puerpério
• Sinais vitais estáveis
• Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse
• Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário
• Após tratamento de sífilis se necessário.
- Quando o trabalho de parto for inibido:
• 24 horas sem tocólise e sem contrações.
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REFERÊNCIAS.
1. Nunes GC, Colvero MO. Efeitos do corticoide antenatal em prematuros de muito baixo
peso. Resid Pediatra.;9(1):29-35 DOI:10.25060/residpediatr-2019.v9n1-06, 2019.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of Physicians.
Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas ovulares, 2018.
4. Souza E, Fava JL, Musiello RB, Camano L. Trabalho de parto prematuro: uso racional da
tocólise. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 29/ Comissão Nacional
Especializada em Perinatologia), 2018.
6. Nunes GC, Colveiro MO. Efeitos do corticóide antenatal em prematuros de muito baixo
peso. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.
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1- INTRODUÇÃO
- A infecção ocorre no momento do parto, por via ascendente, da vagina de mães
colonizadas.
- O reservatório primário é o trato gastrointestinal e geniturinário. A colonização pode ser
transitória, intermitente ou persistente.
- É preconizada coleta de cultura vaginal-retal de todas as gestantes entre 35 e 37
semanas de gestação para a detecção de colonização e identificação das gestantes que
devem receber profilaxia antibiótica intraparto.
- A infecção neonatal por estreptococo do grupo B (GBS) pode ser precoce ou tardia. A forma
precoce é a mais frequente, ocorre nos primeiros 7 dias de vida.
- As manifestações clínicas são desconforto respiratório, apnéia, sinais de sepse que se
iniciam nas primeiras 24 horas de vida e podem evoluir para óbito em 48 horas.
2- OBJETIVO
- Prevenir sepse precoce por GBS ou Estreptococo agalactiae
- Reduzir morbidade e mortalidade por sepse neonatal
- Não aumentar as taxas de resistência bacteriana do paciente e do hospital.
4- COLETA DE SWAB
1. Responsabilidade de coleta de swab: MEDICO DO PRÉ-NATAL
2. Descrição da coleta de material para cultura de Streptococcus agalactiae
(Estreptococo Grupo B ou GBS):
- A coleta deve ser realizada obrigatoriamente entre a 35ª e a 37ª semanas de gestação ou a
critério médico.
- Para coleta de material em grávida, é necessário não tomar banho ou evacuar até o
momento da coleta. Se tiver tomado banho ou evacuado pela manhã, é possível coletar o
material no final da tarde.
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5- ANTIBIOTICOPROFILAXIA
- RESPONSABILIDADE: MÉDICO
• A Antibioticoprofilaxia deve ser introduzida no início do trabalho de parto e mantida até
o momento do nascimento conforme quadro 3
PACOTE DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA
Penicilina G: 5.000.000UI
Ampicilina: 2g IV Eritromicina: 500mg IV
IV
dose de ataque de 6/6 horas
dose de ataque
+ Vancomicina: 1g IV de
+
1g IV de 4/4 horas Clindamicina: 900mg IV 12/12 horas até o parto
2.500.000 IV de 4/4 horas
até o parto de 8/8 horas
até o parto
dose de manuteção
dose de manuteção
Quadro 3- Antibioticoprofilaxia para estrepitoso do grupo B
REFERÊNCIAS
1. Galletta MAK. Rotura prematura das membranas ovulares: protocolo clínico. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 30/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência Pré-Natal), 2018.
2. Machado CGE et al. Rotura prematura de membranas ovulares. MEAC — Maternidade
Escola Assis Chateaubriant, 2018.
3. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas ovulares, 2018.
4. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Vigilância fetal intraparto, 2018.
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6- PARTOGRAMA
Luiza Renata Pinto Bentes
Marília Gabriela Queiroz da Luz
1- INTRODUÇÃO
- Definição: “É a representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua
evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas
apropriadas para a correção destes desvios, ajudando ainda a evitar intervenções
desnecessárias”.
- É importante documento de defesa profissional
- Deve ser preenchido a cada avaliação durante o trabalho de parto, jamais protelando o
preenchimento para o período pós-parto
- Iniciar registro na fase ativa do trabalho de parto
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações;
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos;
• A partir de 6 cm com contrações regulares.
2- CONSTRUÇÃO DO PARTOGRAMA
Iniciar registro na fase ativa do trabalho de parto:
- A dilatação é representada por triângulo e a descida da apresentação por um círculo;
- Linha de alerta: traçado angulado em 45º iniciado logo após o registro da dilatação;
- Linha de ação: traçado angulado em 45º iniciado 4 horas após a linha de alerta;
- As linhas de alerta e de ação são paralelas entre si;
- As contrações são representadas por:
• X: FRACA < 20 SEGUNDOS
• TRIÂNGULO: MODERADA: 20- 40 SEGUNDOS
• QUADRADO: FORTE: > 40 SEGUNDOS
- Anotar eventuais medicamentos e outras intervenções realizadas
3- DIAGNÓSTICO DE DISTÓCIA.
- O quadro 4 demonstra as distócias conforme período do trabalho de parto;
- A figura 1 demonstra o registro de um parto eutócico;
- As figuras 2, 3, 4, 5 e 6 demonstram as distócias diagnosticadas pelo partograma, assim
como as possíveis causas e intervenções necessárias.
33
4- EXEMPLOS DE PARTOGRAMA
– Parto eutócico
Dilatação cervical: triângulo
Altura da apresentação: circunferência
Variedade de posição (VP): Y
Batimentos cardíacos fetais (BCF): ponto
Contrações:
FRACA: < 20 segundos ( X )
MODERADA: 20 – 40 segundos
(triângulo)
FORTE: > 40 segundos (quadrado)
Causa
- Em geral por contrações uterinas
ineficientes.
Tratamento
- Inicialmente: deambulação.
- Posteriormente: ocitocina ou
amniotomia.
Causa
- Multiparidade
- Iatrogênia: excesso de ocitocina
Tratamento:
- Decúbito lateral esquerdo (DLE)
- Suspender a infusão de ocitocina
- Atenção a vitalidade fetal
- Revisão de canal do parto
Diagnóstico:
-Descida da apresentação
excessivamente lenta , mesmo com
dilatação completa
Causa
- Contratibilidade uterina deficiente
Tratamento:
- Administrar ocitocina
- Rotura parcial da bolsadas águas
- Fórceps, se indicado
- Posição verticalizada da parturiente
Diagnóstico:
- Cessação da descida, percebida por dois
toques consecutivos, com intervalo de 1
hora ou mais estando a dilatação do colo
uterino completa.
Causa
- Desproporção céfalo-pélvica absoluta;
- Desproporção céfalo-pélvica relativa.
Tratamento:
- DCP absoluta: cesárea
- DCP relativa:
- 1ª escolha – amniotomia e/ou
deambulação
- 2ª escolha – cesárea ou fórceps
REFERÊNCIAS
1. SOGIMIG — Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais. Cursos de
emergências obstétricas, Partograma. Disponível em: http://www.sogimig.org.br/wp-content/
uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf. Acessado em 06/07/2019.
2. Brasil. Minist rio da Sa de. Secretaria de Pol ticos de Sa de. rea T cnica de Sa de da
Mulher. Parto, aborto e puerp rio: assist ncia humanizada mulher/ Minist rio da Sa de,
Secretaria de Pol ticas de Sa de, rea T cnica da Mulher. – Bras lia: Minist rio da Sa de,
2001.
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37
1. ASPECTOS GERAIS
• O parto é considerado um fenômeno natural acompanhado de dor, sendo uma experiência
subjetiva e complexa.
• Este protocolo visa garantir o acesso da parturiente ao uso de recursos não-farmacológicos
para alívio de dor no trabalho de parto. Objetivo
• Aplicação deste Protocolo
• Mulheres grávidas em trabalho de parto, em qualquer idade gestacional, com feto vivo
ou morto que demandem do controle da dor.
• Mulheres em todos os períodos do parto com indicação de parto vaginal.
• As técnicas podem ser associadas.
2.3.BARRA DE LING
2.3.1. Descrição
• O Espaldar de madeira ou Escada de Ling é um acessório fixado na parede, também pode
ser conhecido como Wall Bar ou Barra de Ling.
2.3.2. Aplicabilidade e técnica:
• Esse método consiste em exercícios de agachamento e de levantamento realizados pela
parturiente no trabalho de parto.
2.3.3. Benefícios:
• Melhora da respiração;
• Redução de tensões musculares; Colocar um pé na barra de ling
• Relaxamento dos músculos; e aguardar uma contração, e
• Prevenção de lesões; alternar os pés a cada
contração, auxilia na redução
• Diminuição do estresse; da dor e na descida da
• Auxílio no aumento de disposição física e mental; apresentação fetal.
• Melhora no alongamento, flexibilidade e equilíbrio;
• Melhora da consciência corporal.
2.3.4. Contra- indicações:
• Gestante que apresente comprometimento motor para conseguir efetuar o exercício;
• Gestante com limitação de força. Atentar para os efeitos da analgesia intraparto.
• Situações que exijam repouso da gestante: Trabalho de parto prematuro.
2.4.CAVALINHO
2.4.1. Descrição
• O “cavalinho” é semelhante a uma cadeira com assento invertido, onde a gestante apoia o
tórax e os braços jogando o peso para a frente e aliviando as costas.
2.4.2. Aplicabilidade e técnica
• A gestante apoia o tórax e os braços jogando o peso para a frente e aliviando as costas.
• A parturiente também pode ficar nessa posição para receber massagem na lombar, com a
finalidade de relaxar e aliviar a dor do trabalho de parto.
39
2.5.MASSOTERAPIA
2.5.1. Descrição
A massoterapia é um método de estimulação sensorial caracterizado pelo toque
sistêmico e pela manipulação dos tecidos.
Comumente, aplica-se a massagem na região lombar durante as contrações uterinas e
em regiões como panturrilhas e trapézios nos intervalos das contrações, por serem regiões
que apresentam grande tensão muscular no trabalho de parto (RITTER, 2012). A massagem
pode ser aplicada em qualquer região que a parturiente relatar desconforto e pode também
ser combinada com outras terapias.
2.5.2. Indicações
• Indicada em qualquer fase do trabalho de parto, principalmente durante as contrações.
2.5.3. Aplicabilidade e técnica
• Durante as contrações uterinas: massagear a região lombo-sacral com movimentos
circulares de forma firme, massagear os pés, pode ser usada com aplicação de óleos
essenciais ou com óleo corporal/ hidratante de preferência da parturiente.
• Nos intervalos das contrações: regiões como panturrilhas e trapézios. Também em qualquer
região que a parturiente relatar desconforto
• Massagem com óleo:
• Sempre perguntar sobre possíveis alergias antes de usar;
• Conservar o óleo no escuro;
• Óleos essenciais devem ser diluídos antes da utilização, como por exemplo em um
óleo base vegetal, como o de semente de uva;
• Escolher o óleo e o local a ser aplicado:
2.6.4- Procedimento:
• Explicar o procedimento que será realizado;
• Avaliar o estado geral da paciente;
• Realizar o controle dos sinais vitais;
• Posicionar paciente (deitada ou sentada);
• Desligar as luzes;
• Aplicar foco de luz nas cores: verde, azul. De acordo com a necessidade da paciente,
gerando um ambiente acolhedor;
2.6.5- Material necessário:
● Foco de luz com lâmpadas nas cores: verde, azul.
2.9.TRABALHO CORPORAL
2.9.1. DEAMBULAÇÃO E MUDANÇA DE POSIÇÃO
• Estudos têm revelado que o trabalho de parto se torna mais curto e a dor é menor
• Mudar de posição frequentemente, sentando-se, caminhando, ajoelhando-se, ficando de pé,
deitando-se, ficando de quatro, ajuda a aliviar a dor.
• As posições verticalizadas e lateralizadas favorecem a oxigenação fetal.
2.9.2. BENEFÍCIOS DE CADA POSIÇÃO
A- Posições Inclinadas Para Frente
Beneficiam pacientes nas seguintes situações:
• Cabeça sobreposta ao osso púbico, mal encaixado ou fixo no estreito superior da pelve
superior (plano de De Lee - 2);
• Parturiente com muita dor nas costas (pode associar com métodos de alívio da dor);
• Variedade de posição desfavorável - Oblíqua, transversa persistente, assinclitismo;
• Puxo antes da dilatação total: não usar banqueta! Usar 4 apoios, sims, genupeitoral de
pernas abertas;
• Presença de puxo com colo anterior usar posição genupeitoral;
• Edema de vulva.
B- Suspensão abdominal, com a mão da própria parturiente
Beneficiam pacientes nas seguintes situações:
• Cabeça sobreposta ao osso púbico, mal encaixado ou fixo no estreito superior da pelve
superior (plano de De Lee - 2);
• Assinclitismo.
Técnica:
A parturiente ajuda o feto a se direcionar melhor com relação ao eixo do canal de parto.
• Realizar durante 10 contrações;
• Descansar nos intervalos;
• Encaixar o quadril e elevar o abdômen pressionando para cima e para dentro.
C- Posições Lateralizadas (Sempre deitar no lado do dorso fetal)
Beneficiam pacientes nas seguintes situações:
• Variedades de posição dorso posteriores (OEP, ODP, OS) e transversa baixa.
Objetivo e técnica
• Rotação para posição dorso lateral:
• Parturiente deitada no lado, que corresponde ao dorso fetal durante 15-30min com
contrações eficientes;
D- Inclinação Pélvica Porterior
Indicação
• Presença de puxo com polo cefálico ainda alto;
• Realizar durante as contrações.
E- Prensa Pélvica
Indicação
• Dor na região lombar e no sacro; parada da descida.
Objetivo e técnica
• Facilitar a adaptação céfalo-pélvica, rotação e descida;
• Parturiente agachada e apoiada por outra pessoa, realizar pressão bilateral na região das
cristas ilíacas; aplicar durante 3 – 4 contrações seguidas;
• O estreito superior diminui e o estreito médio e inferior aumentam.
42
REFERÊNCIAS
1.American Society of Anesthesiologists. Practice Guidelines for Obstetric Anesthesia: An
Updated Reported by the American Society of Anesthesiologists. Task force on Obstetric
Anesthesia e the Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology. Anesthesiology, v. 124,
n. 2, p. 270-300, feb. 2016.
3.BARROS, Simone Regina Alves de Freitas; FERREIRA, Fernanda Cruz Ramos; FALCÃO,
Pedro Henrique de Barros. A Contribuição da Cromoterapia no Trabalho de Parto. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 02, pp. 52-57,
Agosto de 2018. ISSN:2448-0959 https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/hospital-do-gama-
passa-a-usar-escada-de ling-no-parto-humanizado/Acesso em 09/03/2020 às 20h.
6.De Vico, Amanda Fedevjcyk. Avaliação da Implantação dos Centros de Parto Normal no
Sistema Único de Saúde, Dissertação apresentada na Fundação Oswaldo Cruz Instituto
Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Rio de
Janeiro Abril de 2017.
12.MIELKE KC, GOUVEIA HG, GONÇALVES CA. A prática de métodos não farmacológicos
para o alívio da dor de parto em um hospital universitário no Brasil. 2019. Av Enferm, 37(1):
47-55. DOI: https://doi.org/10.15446/av.enferm.v37n1.72045
15.ROSA, Magda Eliege. Métodos não farmacológicos para o alívio da dor no trabalho de
parto e parto: visão da equipe de enfermagem. Centro Universitário Univates, Lajeado-RS,
2010. Disponível em: <https://docplayer.com.br/3802604-Metodos-nao-farmacologicos-para-
alivio-da-dor-no-trabalho-de-parto-e-parto-visao-da-equipe-de-enfermagem.html.
19.SILVA, D. A. et al. Uso de métodos não farmacológicos para o alívio durante o trabalho de
parto normal: revisão integrativa. Rev enferm UFPE, Recife, 7(esp):4161-70, maio, 2013.
20.SILVA, E.F.; STRAPASSON, M.R.; FISCHER, A.C.S. Métodos não farmacológicos de alívio
da dor durante trabalho de parto e parto. R. Enferm. UFSM 2011 Mai/Ago;1(2):261-271.
Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/2526/1640>.
8- ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
1- DEFINIÇÃO:
- Abortamento é a interrupção da gestação antes de 22 semanas de gestação ou peso fetal
inferior a 500 g.
2-DIAGNÓSTICO
- Recursos utilizados:
• Anamnese e exame físico
• Ultrassonografia
• Beta-HCG (se necessário para diagnosticar gestação)
3- MANEJO
• AMIU ou Curetagem
• Antibioticoterapia**: iniciar com Clindamicina e gentamicina. Em casos
graves ou com má resposta*** após 48 horas, associar à ampicilina.
• Se as medidas acima forem eficazes, dar alta após 24 horas sem
- Abortamento séptico febre e pelo menos 72 horas de antibioticoterapia. Não há
necessidade de complementar esquema de antibiótico
ambulatorialmente.
• Se as medidas acima não forem eficazes após 72 horas de
internação, manter antibioticoterapia e realizar laparotomia com
remoção do foco infeccioso, com histerectomia de necessário
Individualizar conduta conforme desejo da mulher
- Abortamento inevitável < • expectante
12 semanas • Misoprostol 600 µg em dose única, manter paciente em repouso por
- Abortamento retido 30 minutos e liberar para o domicilio, orientando a retornar se febre,
< 12 semanas sangramento volumoso ou em 14 dias.
• AMIU ou Curetagem
Quadro 6- Manejoinevitável
conforme >tipo de abortamento
- Abortamento
*Expectante: • Misoprostol conforme quadro 3 seguido de AMIU ou Curetagem
12 semanas
- Paciente liberada para o domicílio
- - Orientada a retornar
Abortamento retidocaso< aumente o sangramento ou apareçam novos sintomas
- Retorna para reavaliação ultrassonográfica
12 semanas
**Antibioticoterapia:
- Clindamicina: 1200 mg endovenoso de 12/12
• A conduta horas.
é expectante
- Gentamicina: 120 mg endovenoso de 12/ 12 horas.
- Ampicilina: 1 g de 6/6 horas. • Não há indicação de internação hospitalar, mesmo na presença de
*** Má resposta: febre, leucocitosehematoma retroplacentário.
(> 18 mil com desvio) ou critérios de sepse
- Ameaça de aborto
• Não há conduta médica a ser tomada para alterar a evolução ou não
de um quadro de abortamento espontâneo, nem mesmo uso de
progesteronas, relaxante muscular ou vitaminas
5- ORIENTAÇÃO
- A paciente deverá eliminar o feto preferencialmente no PPP. Sempre com assistência
médica e com sua privacidade preservada.
- Nos casos em que a eliminação do concepto ocorrer em outros ambientes do hospital a
equipe local deverá tranquilizar a família e a paciente, prestar os primeiros atendimentos e
transferir com segurança ao Centro Obstétrico.
REFERÊNCIAS.
1. FIGO. MISOPROSTOL SOZINHO, REGIMES RECOMENDADOS 2017. Disponível em:
https://www.figo.org/sites/default/files/2020-03/FIGO%20Dosage%20Chart%20%20-
%20PORTUGUESE.pdf. Acessado em: 11/2/21.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Complicates do Primeiro Trimestre, 2018.
2. Moras Filho OB. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, nº 21/ Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-
Natal), 2018.
1- INTRODUÇÃO
- Doença trofoblástica gestacional pode ser definida como uma anomalia proliferativa que
acomete as células que compõem o tecido trofoblástico placentário, cito e
sinciciotrofoblasto
2- TIPOS HISTOLÓGICOS.
- Mola hidatiforme completa (MHC) - Tumor trofoblástico do sítio placentário
- Mola hidatiforme parcial (MHP) (TTSP) e tumor
- Mola hidatiforme invasora (MHI) - Tumor Trofoblástico epitelioide (TTE).
- Coriocarcinoma (CCA)
3- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.
- Inicialmente há atraso menstrual;
- Sangramento transvaginal de repetição e intensidade variável mimetizando abortamento;
- Útero aumentado de volume para a idade gestacional;
- Náuseas e vômitos;
- Sinais de hipertireoidismo;
- Sinais de pré-eclâmpsia antes da 20ª semana de gestação;
- Eliminação de vesículas hidrópicas pela vagina, de entremeio com o sangue.
4- DIAGNÓSTICO.
• Diagnósticos de suspeição: atualmente a crescente disponibilidade da ultrassonografia a
(US) e da dosagem do Beta-hCG sérico tem permitido diagnósticos de suspeição mais
precoces de DTG, muitas vezes antes das manifestações clínicas.
• Diagnóstico definitivo:ocorre pelo exame histopatológico ou pela persistência de Beta-
hCG positivo por período superior a 4 semanas após esvaziamento uterino.
• Neoplasia trofoblástica gestacional:
• Diagnosticada pelo histopatológico evidenciando CCA, TTSP ou TTE ou pela
• Curva de regressão anormal do Beta-hCG:
• Curva em platô: quatro valores ou mais do Beta-hCG com variação menor que 10%, por
pelo menos três semanas consecutivas (1º, 7º, 14º e 21º dia) ou
• Curva em elevação: aumento do valor do Beta-hCG em 10% ou mais, por pelo menos duas
semanas consecutivas (1º, 7º e 14º dia), indica curva em ascensão
5.3- Enfermaria
- Atentar para risco de hemorragia;
- Corrigir anemia se necessário;
- Orientações no sumário de alta: escrever o método contraceptivo receitado, orientar que
pegue os resultados de BHCG quantitativo e histopatológico no laboratório;
- Se o resultado de Beta-hCG quantitativo já estiver no prontuário, anotar no sumário de alta;
- Paciente RH negativo e coombs indireto negativo: Imunoglobulina anti-RH 300 mcg IM;
- Prescrever anticoncepcional se não houver contra-indicações;
- Encaminhar ao ambulatório de mola na alta.
49
ESCORE DE RISCO
0 1 2 4
PONTUAÇÃO
Idade (anos) < 40 > 40 — —
Beta-hCG (UI/L)
< 102 103 - 104 104 - 105 > 105
pré-tratamento NTG
2 ou mais
Falha da QT ———— ———— Agente único
agentes
Quadro 1- Esadiamento de pacientes com Neoplasia Trofoblástica Gestacional
Fonte: FIGO — International Federation of Gynecology and Obstetrics, 2000.
REFERÊNCIAS
1. Braga A, Sun SY, Maestá I, Uberti E. Doença trofoblástica gestacional. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018.
(Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 23/ Comissão Nacional Especializada em Doença
Trofoblástica Gestacional), 2018.
1- INTRODUÇÃO
- Aborto é permitido no Brasil apenas em três casos:
Casos de anencefalia
- É necessário ultrassonografia com diagnóstico da anencefalia assinado por dois médicos
ou médicas
- É necessário documento contendo o consentimento da gestante - (Resolução nº
1.989/2012, do Conselho Federal de Medicina)
Orientações mínimas
- A realização do aborto nos casos de risco de vida a gestante, violência sexual ou
anencefalia fetal não depende de decisão judicial;
- Em qualquer situação cabe a mulher decidir se deseja realizar o procedimento,
- Nos casos de adolescentes, a vontade da paciente deve ser respeitada caso sua família
opte pela realização do aborto e a adolescente não. Por outro lado, se a adolescente
escolher pela interrupção da gravidez e a família não, tal situação deverá submeter-se ao
judiciário por meio do Conselho Tutelar, Defensoria Pública ou Ministério Público;
- Não há idade gestacional máxima para a realização do aborto nos casos de risco à vida da
mulher. No entanto, quanto mais cedo for realizado o aborto, menores serão os riscos para
a mulher.
A decisão da paciente
- A decisão deverá ser tomada após todos os esclarecimentos necessários e registrada em
prontuário com o termo de consentimento livre e esclarecido para aborto legal;
- É necessário consentimento por escrito da mulher e/ou do representante legal para a
realização do aborto nos casos previstos em lei, o qual será anexado ao prontuário médico;
- Em caso de adolescentes (menores de 18 anos), é necessária a autorização de um dos
pais ou do responsável, excluindo-se as situações em que haja urgência no atendimento,
como nos casos em que há risco de vida iminente.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
PROFISSIONAL ATRIBUIÇÕES
• Acolhimento e escuta;
Enfermeiro (a) • Classificação de risco;
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
REFERÊNCIAS
1. Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Direitos Reprodutivos: Aborto Legal. Núcleo
Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do
Estado de São Paulo, 2018.
6. Brasil. Minist rio da Sa de. Portaria MS/GM n° 1.508/2005 do Ministério da Saúde, 2005
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1- INTRODUÇÃO
- A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) define violência como o “uso intencional de
força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou
contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em
lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
Profissional Atribuições
• Acolhimento e escuta;
Enfermeiro • Classificação de risco;
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
15 mg/kg/dia, divididos em
04 comprimidos, dose
Metronidazol** 500mg Oral 3 doses/dia, por 7 dias
única
(dose diária máxima: 2g)
6- CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
- Casos de aborto legal;
- Lesões com necessidade de intervenção cirúrgica.
7- CRITÉRIOS DE ALTA
- Individualizar
REFERÊNCIAS
1. Andrade RP, Tizzot EL, Medeiros JM, Barwinski SL. Atenção à vítima de violência sexual.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 44/ Comissão Nacional
Especializada em Endoscopia Ginecológica), 2018.
1- INTRODUÇÃO
- Procedimento que utiliza cânulas de Karman, com diâmetros variáveis, de 4 a 12mm,
acopladas a seringa com vácuo (60-600mmHg), promovendo a retirada de material do
interior da cavidade uterina, por raspagem e aspiração.
2- CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
- Abortamento ou gravidez anembrionada com volume uterino de até 12 semanas.
- Dilatação de colo uterino até 1,2 cm
3- CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
- Útero com volume maior que 12 semanas de gestação (acima da sínfise púbica)
- Dilatação de colo uterino maior 1,2 cm.
5- MANEJO DA DOR
- Tramadol 100mg IM 10 minutos antes do procedimento ou IV 1 amp em 100 ml de soro
fisiológico durante o procedimento;
- Petidina 100mg/2ml, 1 a 2 ml IM 20 minutos antes do procedimento ou IV. Diluir 1 ampola
em 10 ml de soro fisiológico e fazer 3 a 5ml em 1 a 2 minutos. Em caso de depressão
respiratória: Naloxone “Narcan” 0,4mg/ml. Diluir 1 ampola em 20 ml e fazer 2 ml a cada 1 a
3 min, até que aumente a frequência respiratória;
- Bloqueio Paracervical:
• Utilizar lidocaína a 1% ou 2%;
• Injetar 2 ml em lábio anterior do colo, no local da Pozzi;
• Injetar 2 a 3 ml às 5h e 7h ( não aprofundando mais que 2 a 3 mm).
- Anti-inflamatórios e ansiolíticos podem ser usados associados a analgesia
6- ETAPAS DA ASSISTÊNCIA
Antes do procedimento:
- Explicar o procedimento que será realizado
- Transmitir segurança a paciente
- Solicitar hemograma, tipagem sanguínea e VDRL
- Iniciar diálogo sobre planejamento familiar
Durante o procedimento
- Instalar acesso venoso;
- Analgesia;
- Toque bimanual: identificar dilatação do colo, tamanho e a posição do útero;
- Inserção do espéculo;
61
7- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Abortamento legal;
- Outros abortamentos se indicado (ver capítulo de assistência ao abortamento);
- Gestação anembrionada se indicado (ver capítulo de assistência ao abortamento);
8- CRITÉRIO DE ALTA
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após condutas para correção de anemia se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário;
- 2 horas após AMIU.
REFERÊNCIAS
3. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do
Adolescente Fernandes Figueira. Método de Aspiração Manual Intrauterina - AMIU: quando
e como fazer. Rio de Janeiro, 2018.
4. Moras Filho OB. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, nº 21/ Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-
Natal), 2018.
5. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Complicates do Primeiro Trimestre, 2018.
62
1- INTRODUÇÃO.
- A cesariana é realizada quando o médico-assistente e/ou a paciente acreditam que a via
abdominal vai proporcionar um melhor resultado materno e/ou fetal;
- A utilização de pelvimetria clínica não é recomendada para predizer a ocorrência de falha
de progressão do trabalho de parto ou definir a forma de nascimento;
- O partograma é a ferramenta mais indicada para diagnosticar distócias;
- Situações nas quais, na ausência de outras indicações, a operação cesariana não é
recomendada como forma rotineira de nascimento:
• Trabalho de parto pré-termo em apresentação cefálica;
• Feto pequeno para a idade gestacional;
• infecção pelo vírus da hepatite B;
• Obesidade (realizar parto vaginal sempre que possível);
- As indicações médicas são divididas em absolutas e relativas conforme descrito nos
quadros 1 e 2.
2- TRABALHO EM EQUIPE
- O obstetra que realizará a cesariana deve avaliar a paciente e deliberar sobre a indicação
da via de parto e o momento do parto;
- Recomenda-se a obtenção de um termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE, de
todas as mulheres que serão submetidas à operação cesariana, excetuando-se as de
emergência;
- Cada membro da equipe deve desempenhar suas funções segundo os quadros 3, 4, 5 e 6
- A paciente deverá ser classificada de acordo com os critérios de Robson e indicação
racional do procedimento, conforme descrito no figura 7.
3.2- Intra-operatório.
- Antibioticoprofilaxia:
• Cefazolina 2 g at 120 kg e 3 g acima de 120 kg.
- Manuten o da normotermia durante a cirurgia;
- Evitar remo o manual da placenta;
- Recomenda-se a retirada da placenta pela tra o do cord o umbilical;
- Redu o do tempo cir rgico com técnica operatória adequada:
• Hemostasia adequada reduzindo a possibilidade de hematoma;
• Estudos randomizados demonstraram redu o da morbidade febril p s ces rea na
incis o abdominal pela t cnica Joel-Cohen quando comparada a técnica de Pfannenstiel;
• Incis o uterina com divulsão digital, mais r pida de ser realizada e est associada a
menor risco de sangramento;
• A sutura uterina em camada nica a t cnica mais utilizada e parece ser a mais indicada
na maioria dos casos;
• A literatura favor vel ao n o fechamento do perit nio;
• As recomenda es apontam para fechamento de TCSC com mais de 2cm de espessura;
- N o utilizar adornos (Política Institucional Adorno Zero);
- Os seguintes cuidados devem ser observados:
• Manter as portas das salas cir rgicas fechadas durante o ato operat rio;
• Limitar o n mero de pessoas na sala operat ria, manter o n mero de pessoas
necess rio para atender o paciente e realizar o procedimento;
• Acompanhante da escolha da parturiente deve receber as orienta es necess rias
quanto ao posicionamento, postura dentro de sala cir rgica;
• Evitar abrir e fechar a porta da sala operat ria desnecessariamente;
• N o levar celular, bolsas para dentro da sala cir rgica.
Morte materna com feto vivo • Em caso de morte encefálica por exemplo
Síndrome Hipertensiva na • Todas as mulheres com SHEG sāo candidatas ao parto vaginal. Apenas
quando há comprometimento fetal com diástole zero ou reversa da artéria
Gestaçāo (SHEG) umbilical a cesárea está indicada.
Descolamento prematuro de
• Seguir protocolo específico.
placenta (DPP)
Distócia identificadas no
partograma não corrigidas • Seguir protocolo específico.
com outros recursos
QUEM O QUÊ
Quadro 3 – Atribuições de membros da equipe assistencial para realização de cesariana quando a paciente é
admitida no Centro Obstétrico
Quadro 4 – Atribuições de membros da equipe assistencial para realização de cesariana antes ato anestésico e
cirúrgico
67
Classificação de Robson
REFERÊNCIAS
1. Trapani Júnior A, Faust LW, Trapani TF. Cesárea: indicações. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 106/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao
Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
1- DEFINIÇÂO
- É a utilização de meios artificiais para estimulação de contrações miometriais capazes de
modificar o esvaecimento e a dilatação uterina.
2- INDICAÇÕES
- Gestações pós-termo;
- Rotura prematura de membranas ovulares (RPMO);
- Condições clínicas maternas descompensadas: hipertensão, diabetes, entre outras;
- Óbito fetal;
- Restrição do crescimento fetal;
- Corioamnionite;
- Interrupção legal da gravidez;
- Oligoâmnio;
- Gestação anembrionada.
3- CONTRA-INDICAÇÕES
- Cicatrizes uterinas corporais;
- Rotura uterina prévia;
- Iminência de rotura uterina;
- Sofrimento fetal agudo;
- Apresentações anômalas;
- Placenta prévia;
- Herpes genital ativo;
- Câncer cervical.
4- AVALIAÇÃO INICIAL
- Excluir as contra-indicações;
- Avaliar se há sofrimento fetal agudo antes de cada dose do medicamento por meio de
cardiotocografia e/ou amnioscopia;
- O controle da vitalidade destes conceptos deve ser rigoroso e com colaboração da
enfermagem para realização de cardiotocografia e ausculta intermitente do BCF;
- Avaliar necessidade de amadurecimento do colo com índice de Bishop, quadro 1;
! Se Índice de Bishop <6: há necessidade de amadurecimento (exceto para os casos de
RPMO)
! Se Índice de Bishop > 6: não há necessidade de amadurecimento, iniciar ocitocina
71
ÍNDICE DE BISHOP
PONTOS ATRIBUÍDOS
PARÂMETROS AVALIADOS
0 1 2 3
Altura da apresentação -3 -2 -1 0 ou abaixo
Dilatação do colo (cm) 0 1-2 3-4 >5
Esvaecimento do colo (%) 0 - 30 40 - 50 60 - 70 >80
REGIME DE MISOPROSTOL
Interrupção da gravidez
Interrupção da gravidez 13–24 semanas: 400 µg VV*/VSL**/ VB***
Interrupção da gravidez
800 µg VV*, 12/12 horas 3/3 horas 27–28 semanas: 200 µg VV*
(2 – 3 doses) 25–26 semanas: 200 µg VV*/VSL**/VB***
4/4 horas
Morte fetal
Morte fetal
Aborto retido 27–28 semanas: 100 µg VV*
200 µg VV*/VSL**/ VB***
800 µg VV* , 3/3 horas (x2) > 28 semanas: 25 µg VV*,
a cada 4 – 6 horas
6/ 6 horas
Aborto inevitável
Aborto incompleto Indução do parto
200 µg VV*/VSL**/ VB***,
400–800 µg VV* (x1) 25 µg VV*, 6/6 horas
6/6 horas
72
5.3- OCITOCINA
- Indicação
• Colo favorável ao trabalho de parto com contrações ineficazes;
• Paciente em trabalho de parto com partograma evidenciando distócia funcional;
- Resultado esperado: alcançar contratilidade uterina adequada para a fase do trabalho de
parto conforme quadro 3.
- Método:
• Administrar preferencialmente em bomba de infusão conforme quadro 4
73
REFERÊNCIAS
1. Sun SY, Mattar R, Carvalho N, Braga Neto AR. Óbito fetal. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 39/ Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco), 2018.
3. Garcia CAO et al. Indução de trabalho de parto com feto vivo. MEAC- Maternidade escola
Assis Chateaubriand, 2018.
4. Souza ACSR et al. Método mecânico de indução do parto em gestantes de alto risco com
cesariana anterior. Rev Bras Ginecol Obstet., 2015.
75
UNIDADE 2: PUERPÉRIO
15-INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO NO PUERPÉRIO
IMEDIATO
16- HEMORRAGIA PÓS-PARTO
17- PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
18- PUERPERIO PATOLÓGICO
19- INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
76
1- INTRODUÇÃO
- A inserção “pós-placentária” de dispositivo intrauterino (DIU) é uma opção segura, oportuna
e eficaz para a contracepção pós-parto;
- "Pós-placentária" refere-se à inserção dentro de 10 minutos após a dequitação, seja parto
vaginal ou cesárea;
- A taxa de expulsão é mais elevada (cerca de 12% no primeiro ano pós-parto) após a
inserção do pós- parto em comparação com a inserção 6 semanas mais tarde (cerca de 6 a
8%);
- As taxas de continuidade são relativamente elevadas (87,6% e 76,3%, em 6 e 12 meses,
respectivamente);
- Para mulheres com acesso limitado à cuidados médicos, a possibilidade de inserção
precoce é uma boa oportunidade para abordar a necessidade de contracepção.
2- INDICAÇÃO
Critérios de inclusão
- Qualquer idade (inclusive adolescentes);
- Desejo da paciente em utilizar DIU de cobre como método anticoncepcional;
- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado;
- Expectativa de parto (vaginal ou cesárea) na atual internação, ou em internação futura
próxima.
Critérios de exclusão
- História de doenças sexualmente transmissíveis adquiridas durante a gravidez; sífilis e HIV
descobertas e tratadas há menos de 3 meses;
- Infecção intrauterina recente ou ativa (ex: aborto séptico, corioamnionite);
- Cavidade uterina anormal (ex: mioma submucoso, malformações mullerianas);
- Câncer de colo uterino;
- Pacientes com vulnerabilidade social (moradoras de rua, usuárias de drogas).
- Febre (temperatura superior a 37.8 graus) durante o trabalho de parto;
- Hipotonia ou atonia uterina pós dequitação;
- Rotura das membranas ovulares durante mais de 18 horas antes do parto;
- Retenção placentária exigindo sua remoção manual ou cirúrgica.
3- TÉCNICAS DE INSERÇÃO
- A embalagem do DIU não deve ser aberta até que ele esteja pronto para a inserção.
- Antes do reparo perineal, colocação de novas luvas estéreis;
- Ocitocina (10UI IM) caso já não tenha sido administrado (prevenção de hemorragia);
- Não há necessidade de antibioticoterapia específica para o procedimento;
- Remover DIU do insertor;
- Colocar o DIU entre os dedos indicador e médio (segundo e terceiro quirodáctilo);
- Coloque a mão oposta no abdômen para estabilizar externamente o útero;
- Dentro de 10 minutos após a dequitação, inserir o DIU até contato com o fundo uterino;
77
Técnica de inserção após parto vaginal técnica utilizada com paciente NÃO
anestesiada:
- Antes do reparo perineal, colocação de novas luvas estéreis;
- Ocitocina (10UI IM) caso já não tenha sido administrado (prevenção de hemorragia);
- Não há necessidade de antibioticoterapia específica para o procedimento;
- Remover DIU do insertor;
- Apreender o DIU com a pinça de Foerster, com o cuidado de não acionar a cremalheira
(“dentes”) para não danificar o cobre, de modo que a esfera da haste e os fios estejam
paralelos à pinça; a ponta superior do DIU deve estar nivelada com a extremidade da ponta
da pinça. Importante: os fios devem ficar longe do eixo da pinça para evitar que fiquem
enrolados ou presos ao instrumento quando o mesmo for removido do útero;
- Usando uma mão ou válvula de Doyan, expor e visualizar o lábio anterior do colo do útero;
- Apreender delicadamente o lábio anterior do colo do útero com outra pinça de Foerster.
Interromper procedimento em caso de reação vagal. Caso ocorra reação vagal virar a
paciente para decúbito dorsal e manter observação clínica, intervindo conforme evolução;
- Tracionar delicadamente o colo do útero e sob visão direta, introduzir o DIU através dele;
- Soltar a mão que estava tracionando o colo e coloca-la no abdome para estabilizar o fundo
uterino;
- Avançar o DIU ao fundo uterino;
- Confirmar o posicionamento fúndico tanto com a mão abdominal quanto com a mão de
inserção;
- Soltar o DIU da pinça, abrindo-a o máximo possível;
- Girar a pinça cerca de 45 graus e move-la lateralmente para evitar a retirada o DIU;
- Não é necessária a realização de ultrassonografia neste momento pós-inserção.
REFERÊNCIAS
1. Finotti MC, Magalhães J, Martins LA, Franceschini AS. Métodos anticoncepcionais
reversíveis de longa duração. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no.
71/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção), 2018.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual Técnico para Profissionais de Saúde: DIU com cobre
TCU 380 A/ Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de acoes
programáticas Estratégicas- Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
3. HUMAP — Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian. Protocolo de Inserção de
DIU Pós-Parto, 2018.
4. Berry-Bibee EN, Tepper NK, Jatlaoui TC, Whiteman MK, Jamieson DJ, Curtis KM. The
safety of intrauterine devices in breastfeeding women: a systematic review. Contraception,
2016.
5. WHO — World Health Organization. Selected practice recommendations for contraceptive
use, 2016.
79
1-DEFINIÇÃO
- A hemorragia pós-parto (HPP) é aquela que ocorre após a dequitação, capaz de causar
instabilidade
2- ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
MANEJO DA PARTURIENTE QUANTO A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
3-CLASSIFICAÇÃO DA HPP
• HPP Primária: é a hemorragia que ocorre nas primeiras 24 horas após o parto. As causas
mais comuns são: atonia uterina, acretismo placentário ou restos intracavitários, inversão
uterina, lacerações e hematomas no trajeto do canal do parto e os distúrbios de coagulação
congênitos ou adquiridos.
• HPP Secundária: é a hemorragia que ocorre após 24 horas, mas até seis semanas após o
parto. É mais rara. Principais causas: infecção puerperal, doença trofoblástica gestacional,
retenção de tecidos placentários, distúrbios hereditários de coagulação.
4. MEDIDAS PROFILÁTICAS
1a escolha:
• Injetar 10 UI intramuscular de ocitocina, logo após o nascimento, em todos
os partos;
2a escolha (contra-indicação ao uso intramuscular):
Uso universal da ocitocina • Esquema endovenoso de 5UI de ocitocina em infusão lenta por 3 minutos
após o parto seguido de dose de manutenção (20 UI de ocitocina diluídas em 500 mL de
SF0,9% à 125ml/h) por 4 a 12 horas, em bomba de infusão contínua.
Ocitocina é o principal componente das medidas de prevenção da HPP,
reduzindo-a em > 50%.
Vigilância/massagem Massagem gentil a cada 15 minutos nas primeiras 2 horas após a retirada da
uterina após dequitação placenta.
Contato pele a pele mãe- Estimular o contato pele a pele, pois é uma medida de saúde pública e
filho determina importante benefício para o vínculo mãe-filho
5- DIAGNÓSTICO.
- Pesar compressas e/ou gazes: finalizado o parto a equipe de enfermagem deverá pesar
as compressas e/ou gazes para quantificar o sangramento, considerando 1 g = 1 ml. Anotar
no prontuário e avisar a equipe médica se perda maior que 500 ml em parto normal e maior
que 1000 ml em parto cesariano.
6- TRATAMENTO
6.1- Baseado em 3 pilares fundamentais:
- Medidas Gerais;
- Identificar as causas específicas. Regra dos 4 Ts: Tônus, Trauma, Tecido, Trombina;
- Controlar o sítio de sangramento na primeira hora a partir de seu diagnóstico, prevenindo a
tríade da morte: Coagulopatia, Hipotermia e Acidose;
IC* Reposições
6 6. Soro fisiológico
8.2- T 2 – Traumas
Inversão uterina
- Causas: atonia uterina, placenta fúndica e alterações uterinas congênitas.
• Realizar infusão de ocitocina;
• Reposicionar o útero pela manobra de Johnson:
▪ segurar o fundo uterino com uma mão com os dedos em direção ao fundo de saco
posterior;
▪ levantar o útero para fora da pelve com força segurando o útero na cavidade
abdominal acima do nível do umbigo.
• Se não houver sucesso com o reposicionamento manual, utiliza-se a abordagem
cirúrgica com a técnica de Huntington (tração dos ligamentos redondos com pinça de
Allis e progressivamente central) e posteriormente com a histerectomia subtotal.
—> Durante a inversão uterina pode ocorrer o reflexo vaso-vagal com bradicardia e
hipotensão, deve-se realizar o reposicionamento uterino rápido e a administração de 0,5mg de
atropina EV em bolus e infusão de cristalóides (1000 a 2000 ml).
86
Rotura uterina
- Fatores de risco: indução do parto e cicatriz uterina anterior;
- Clínica: bradicardia fetal, sangramento vaginal, dor a palpação abdominal, taquicardia
materna e aumento da circunferência abdominal;
- Se pós-parto e assintomático, conduta expectante;
- Se sintomático ou ante-parto, abordagem cirúrgica com sutura uterina ou histerectomia.
Lacerações de canal de parto
- Correção das lacerações.
Hematomas
- Podem causar dor e alterações dos sinais vitais incompatíveis ao sangramento visualizado;
- Os pequenos hematomas podem ter conduta expectante desde que não cause dados as
pacientes;
- Grandes hematomas ou os com repercussão hemodinâmica, devem ser drenados (incisão
e retirada do coágulo).
8.3- T 3 – Retenção placentária (Tecidos)
- Definida como ausência de dequitação em 30 minutos pós expulsão fetal;
- Fatores de risco: cesariana anterior, retenção placentária em gestação anterior, curetagem,
placenta prévia anterior e multiparidade;
- Pode estar relacionada a acretismo placentário;
- A placenta encarcerada ocorre nos casos de contração do colo ou segmento uterino inferior
e pode ser resolvida com a tração continua e controlada do cordão e pressão suprapúbica
(manobra de Brandt). Se não funcionar, pode-se realizar a infusão de ocitocina (2ml ou 2UI)
com solução salina (20 ml) na veia umbilical;
- Se observado dequitação incompleta, realizar curetagem.
- Se as medidas acima não forem suficientes considerar acretismo placentário e
histerectomia.
9- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- A paciente geralmente já estará internada
REFERÊNCIAS
1. Dr Patrick Bose, Dr Fiona Regan, Miss Sara-Paterson Brown. Estimativa visual da perda
sanguínea. Adaptado de A Pictorial Reference Guide to Aid Visual Estimation of Blood Loss
at Obstetric Haemorrhage: Accurate Visual Assessment is Associated with Fewer Blood
Transfusions. Disponível em: https://crana.org.au/uploads/pdfs . Acessado em: 21/06/2019
2. ANS — Agência Nacional de Saúde. Programa Parto Adequado. Disponível em: http://
www.ans.gov.br/gestao-em-saude/projeto-parto-adequado/reunioes. Acessado em
21/06/2019.
3. Osanan GC, Tavares AB, Reis MI, Múcio B. Hemorragia pós-parto. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 109/ Comissão Nacional Especializada em Urgências
Obstétricas). , 2018.
5. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
6. Lisa C. Zuckerwise et al. Use of a Novel Visual Aid to Improve Estimation of Obstetric Blood
Loss. American College of Obstetricians and Gynecologists. VOL. 123, NO. 5, MAY, 2014.
88
1. INTRODUÇÃO
- Puerpério ou pós-parto é um período cronologicamente variável durante o qual as
modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da
mulher, retornam às condições vigentes antes da gravidez.
- Dura em média 6 semanas.
TESTE VDRL
RÁPIDO (não CONDUTA
(treponêmico) treponêmico)
Não reagente Não reagente • Não tem sífilis
• Não tratar
Não reagente Reagente • Não tem sífilis
• Não tratar
Reagente Não reagente • Pode ter sífilis
• COM tratamento prévio adequado (3 doses +
tratamento do parceiro): não tratar
• SEM tratamento prévio: notificar e tratar com 3
doses de penicilina Benzatina 1 200 000 UI
intramuscular em cada glúteo 1 vez por semana por
3 semanas, para o casal
Reagente Reagente • Tem sífilis
• Notificar e tratar com 3 doses de penicilina
Benzatina 1 200 000 UI intramuscular em cada
glúteo 1 vez por semana por 3 semanas
5- CRITÉRIO DE ALTA:
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Jorge SR, Mariani Neto C. Aleitamento materno. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo –
Obstetrícia, nº 116/Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno), 2018.
2. Rennó Júnior J, Rocha R. Anormalidades comportamentais no puerpério. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018.
(Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 118/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Assistência a mulher no puerpério. Protocolos da Atenção
Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e
Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.
4. Brasil. Ministério da Saúde — Gabinete do Ministro. PORTARIA Nº 2.068, DE 21 DE
OUTUBRO DE 2016. DOU de 24/10/2016 (nº 204, Seção 1, pág. 120), 2016.
92
1- INTRODUÇÃO
- São complicações que podem ocorrer após o terceiro período do trabalho de parto:
• Hemorragia pós-parto (vide capítulo específico);
• Infecção puerperal (endometrite);
• Doenças tromboembólicas;
• Alterações da mama lactente (Mastite);
• Depressão pós-parto;
• Outras complicações de comorbidades.
2- HEMORRAGIA PÓS PARTO (vide capítulo específico)
3- INFECÇÃO PUERPERAL
3.1- Conceito
- Pela dificuldade de se identificar o foco infeccioso em alguns casos, o conceito de infecção
puerperal deve estar associado a infecções do trato genital e a outras morbidades febris.
- A Sepse puerperal é uma infecção do trato genital ocorrendo, em qualquer momento, entre
a ruptura das membranas ou o trabalho e o 42º dia após o parto, no qual estão presentes
dois ou mais dos seguintes eventos: dor pélvica; febre (temperatura axilar 38,5° C ou
superior em qualquer ocasião); corrimento vaginal anormal, como cheiro anormal/mau
cheiro e/ou presença de pus; atraso na redução do tamanho do útero (<2 cm/dia durante os
primeiros 8 dias)
- Morbidade febril puerperal: infecção que ocorre logo após o parto de outras partes do
corpo e que também podem se infeccionar no puerpério e servirem de causa para a sepse
puerperal
- COVID-19
- Mastite
• Pode levar a abscessos mamários, fasceíte necrosante e síndrome do choque tóxico
• Vide tópico de mastite
- Infecção do trato urinário
• As infecções bacterianas gram-negativas são particularmente associadas ao trato
urinário.
• A pielonefrite aguda deve ser tratada de forma agressiva, com hospitalização e
antibiótico endovenoso (ceftriaxona).
• Vide protocolo de ITU no ciclo gravídico-puerperal
- Pneumonia
• A pneumonia grave deve ser assistida em conjunto com um pneumologista infectologista.
• Um antibiótico betalactâmico, junto com um antibiótico macrolídeo, é usado para cobrir
organismos típicos e atípicos.
5- MASTITE
- É a infecção do parênquima glandular, tecido celular subcutâneo e vasos linfáticos da
mama que ocorre mais frequentemente na segunda e terceira semana da lactação.
5.3- CONDUTA:
- Manter a lactação (garantir drenagem láctea);
- Aumento da hidratação oral;
- Analgesia: paracetamol ou dipirona/ AINES/ codeína;
- Não recomendado compressas frias ou quentes (risco de lesão tecidual / sem benefício
aparente);
a
96
8- CRITERIO DE ALTA:
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse por pelo menos
48 horas;
97
REFERÊNCIAS
1. Luz SH, Steibel JA, Steibel G, Cunha Filho EV. Infecção puerperal. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 117/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao
Abortamento, Parto e Puerpério), 2018
3. Jorge SR, Mariani Neto C. Aleitamento materno. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo –
Obstetrícia, nº 116/Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno), 2018.
1-DEFINIÇÂO
- Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) são aquelas que ocorrem relacionadas à manipulação
cirúrgica, acometendo tecido subcutâneo, tecidos moles profundos (fáscia e músculo),
órgãos e cavidades com incisão, ocorrendo até o 30º dia de pós-operatório.
2-FATORES DE RISCO
- Trabalho de parto prolongado;
- Rotura prematura de membranas ovulares;
- Múltiplos toques vaginais;
- Extração manual da placenta e parto prematuro;
- Tempo prolongado de internação;
- Obesidade;
- Diabetes mellitus,
- Uso de corticosteróides;
- Tempo cirúrgico prolongado;
- Técnica cirúrgica inadequada;
- Desnutrição;
- Infecção em outros órgãos e tecidos.
3-CLASSIFICAÇÃO
3.1- Quanto à Profundidade
- Superficial: envolve apenas a pele e tecido celular subcutâneo do local da incisão.
- Profunda: envolve os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia).
- De órgão ou espaço: acometimento de qualquer outra região anatômica manipulada no
procedimento cirúrgico que não a incisão.
- Cirurgias infectadas:
• Presença de secreção purulenta;
• Perfuração de víscera;
• Trauma penetrante há mais de 4 horas;
• Ferida traumática com tecido desvitalizado, corpo estranho ou contaminação fecal.
5- QUADRO CLINICO
- O processo de infecção é precedido por dor em sítio cirúrgico
• Forma leve: presença de hiperemia, hipertermia local e sem sinais ou sintomas
sistêmicos.
• Celulite: acomete o tecido celular subcutâneo de forma extensa e difusa. Presente
principalmente quando o agente é o estreptococo.
• Forma purulenta ou exsudativa:
▪ Forma mais típica;
▪ São frequentemente associadas a hiperemia e hipertermia de pele e tecidos
adjacentes;
▪ Formam coleções teciduais, que podem ou não drenar espontaneamente.
• Fascite e celulite necrosante: quadro raro
▪ Comumente associada a infecções por anaeróbios ou flora polimicrobiana;
▪ Caracteriza-se por acometimento difuso do tecido celular subcutâneo e/ou fáscia
muscular, com presença de crepitação e necrose de extensas áreas de tecido.
6- MANEJO
- Forma leve:
• Recomenda-se acompanhamento ambulatorial e tratamento conservador
• Orienta-se retirada dos pontos para melhora do processo inflamatório
• Em casos selecionados, usar anti-inflamatórios não hormonais.
- Celulite sem comprometimento sistêmico:
• Recomenda-se acompanhamento ambulatorial e tratamento conservador.
• Antibioticoterapia deve ser mantida por 7 a 10 dias:
• Cefalexina 500 mg 1 comprimido VO de 6/6 horas ou
• Amoxicilina + clavulanato de potássio 500/250 mg 1 comprimido VO a cada 8 horas ou
• Clindamicina 300 mg VO 1 comprimido VO a cada 6 horas ou 2 comprimidos a cada 8
horas.
- Celulite com comprometimento sistêmico:
• Recomenda-se internação, abordagem cirúrgica com remoção do tecido necrótico e
envio de material para cultura.
• Avaliar protocolo de sepse.
• A antibioticoterapia inicial é empirica, podendo ser modificada após resultados de cultura:
▪ Primeira opção: Clindamicina 600mg EV a cada 6 horas + Gentamicina 1,5 mg/kg IV
8/8 h (ou 3,5-5,0 mg/Kg em dose única diária) OU
100
7- MEDIDAS PREVENTIVAS
7.1- Cuidados gerais
- Tratamento da obesidade
- Controle metabólico de gestantes e puérperas diabéticas
- Reavaliação do uso de drogas imunossupressoras e anticoagulantes
- Combate ao excesso de exames genitais
8- CURATIVO
- Higienizar as mãos antes e depois da troca de curativos de qualquer contato com o sitio
cirúrgico;
- Realizar o curativo com técnica e material asséptico, logo após o termino da operação e
mantidos por 24 horas, sem molhar; Fazer a troca do curativo após as 24 horas, antes
desse horário, apenas se houver acúmulo de secreções;
- Após 24 horas as feridas suturadas, deverão ser mantidas preferencialmente descobertas;
- Manter o curativo semi-oclusivo por mais tempo na presença de foco infeccioso nas
proximidades (colostomia, infecção);
9- TIPOS DE CURATIVO
1. Carvão Ativado e Prata
- Indicado para feridas infectadas e exsudativas.
• Curativo composto por carvão ativado impregnado por íons de prata a 0,15% e envolto
por nylon poroso.
• Absorve a secreção purulenta, é bactericida, controla a infecção e elimina odores
desagradáveis.
• Aplicado na ferida e ocluído com curativo secundário.
• Troca do curativo: 48 a 72 horas
• Contraindicação: feridas não exsudativas ou limpas.
• Não deve ser cortado porque as fibras podem penetrar na ferida e causar descoloração.
• O carvão ativado em pó, utilizado no tratamento de intoxicações gastrointestinais, não
deve ser utilizado em feridas, já que pode ser absorvido.
2. Alginato de cálcio e sódio
- Utilizado em feridas altamente exsudativas e/ou sangrantes com ou sem infecção.
- Curativo fibroso originado de algas marrons.
- Na ferida, forma um gel com poder hemostático, promovendo debridamento autolítico e
absorção do exsudato.
- Aplicado na ferida e ocluído com curativo secundário.
- Troca do curativo: sempre que saturado; nas infecções não deve ultrapassar 24 horas.
- Contra-indicação: feridas não exsudativas
3. Hidrogel
- É indicado para feridas limpas com pouca exsudação.
- É composto de PVPI e água.
- Hiperhidrata o tecido desvitalizado, promovendo desbridamento autolítico e atraumático.
- Absorve os fluidos, diminuindo o edema e a dor.
- Aplicado diretamente sobre a área afetada e coberto com curativo secundário.
- Troca do curativo: 12 a 24 horas.
- Contra-indicação: feridas muito exsudativas e infectadas.
REFERÊNCIAS
8. Brasil. Medidas de prevenção e critérios diagnósticos de infecções puerperais em parto
vaginal e cirurgia cesariana. ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2017.
UNIDADE 3: INTERCORRÊNCIAS
NA GRAVIDEZ
20- PRENHEZ ECTÓPICA
21- PLACENTA PRÉVIA
22- ACRETISMO PLACENTÁRIO
23- DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
24- ROTURA UTERINA
25- CHOQUE
26- PROTOCOLO DE CIVD
27- SÍNDROME HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO
28- RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL
29- DIABETES NA GESTAÇÃO
30- ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES.
31- CORIOAMNIONITE
32- INFECÇÃO URINÁRIA NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
33- GESTAÇÃO E HIV
34- ÓBITO FETAL
35- CONTROLE DE VITALIDADE FETAL
36- DOR ABDOMINAL DE ORIGEM NÃO OBSTÉTRICA
37- TROMBOEMBOLISMO VENOSO
38- COVID-19 NA GESTAÇÃO
104
1- INTRODUÇÃO
- Denomina-se prenhez ectópica (PE) aquela em que a implantação e o desenvolvimento do
embrião ocorrem fora da cavidade corporal uterina
- Cerca de 98% dos casos ocorre nas trompas.
2- DIAGNÓSTICO
Clínico
- As manifestações clínicas surgem tipicamente entre 6 e 8 semanas após o último período
menstrual normal, mas podem ocorrer mais tardiamente se a gravidez não for tubária;
- Dor abdominal e pélvica, podendo haver sensibilidade ao exame, especialmente a
mobilização da cérvice ou estar ausente antes da ruptura;
- Atraso menstrual;
- Sangramento vaginal anormal, geralmente em pequena quantidade, com cor marrom-
escuro, intermitente ou contínuo;
- Massa anexial dolorosa;
- Dor torácica pleurítica devido irritação diafragmática da hemorragia;
- Sinais de gravidade: tenesmo, taquicardia acentuada, sudorese intensa, Blumberg
presente, hipotensão).
Laboratorial
- Beta-hCG sérico tende a ser menor que em gestações intra-uterinas de mesma idade
gestacional;
- Na maioria das gestações normais, a dosagem de beta-hCG tem um crescimento linear até
seu 42º dia, aumentando no mínimo 53% podendo chegar ao dobro em 48h, valores
inferiores deve-se pensar em gravidez inviável;
- Dosagem de progesterona inferior a 5ng/ml está associada a gravidez tópica inviável ou
ectópica, mas só deve ser solicitado em caso de duvida diagnostica.
Ultrassonográfico
- Ultrassonografia (US) tem sensibilidade de 54 a 94%.
- Achados frequentes:
- Imagens de saco gestacional extra-uterino com embrião com e sem atividade cardíaca,
- Anel tubário
- Massa sólida ou complexa (hematossalpinge)
- Liquido livre na pelve.
Atenção: O saco gestacional deve ser visível na US transvaginal quando o beta-hCG sérico
estiver acima de 2000 mUI/ml. Sendo esta complementação diagnóstica indispensável diante
de achados inespecíficos, que podem representar corpo lúteo em gestação inicial ou miomas
subserosos.
105
3- MANEJO
Medidas gerais
- Internação;
- Monitorização ( FC, PA, FR e T);
- Avaliação do estado hemodinâmico e estabilização clinica;
- Punção de dois acesso periféricos calibrosos;
- Coletar exames laboratoriais: hemograma, coagulograma, TGO, TGP, Uréia, Creatinina,
beta-hCG quantitativo e ABO Rh;
- Solicitar reserva de sangue e hemoderivados.
- Pacientes estáveis:
• Ultrassonografia transvaginal de urgência para confirmação diagnóstica;
• Escolha de tratamento cirúrgico, clínico ou expectante.
- Pacientes instáveis:
• Tratamento cirúrgico imediato
Tratamento Cirúrgico
• Critérios
- Instabilidade hemodinâmica ou sinais de hemoperitôneo;
- Ruptura da massa ectópica;
- Gravidez ectópica avançada (beta-HCG > 5000 mUI/ml, massa anexial > 3,5cm, atividade
cardíaca embrionária);
- Contraindicação ao tratamento clínico (TGO, TGP, Ur e Cr alterados).
• Abordagens cirúrgicas
- A abordagem laparoscópica para o tratamento cirúrgico da gravidez tubária, na paciente
estável hemodinamicamente, é preferível a uma abordagem aberta;
- Sendo, portanto, a laparotomia reservada para pacientes com volumosa hemorragia
intraperitoneal, instabilidade hemodinâmica ou má visualização da pelve no momento da
laparoscopia.
- Indicações de salpingectomia
• Prole constituída;
106
• Ruptura tubária;
• Lesão tubária irreparável e/ou aderências graves;
• Tentativas de salpingostomia com sangramento persistente;
• Recidiva de gravidez ectópica na mesma tuba;
• Contra Indicações de salpingostomia
▪ Pacientes hemodinamicamente estáveis, com desejo de gestação futura;
▪ Patologia tubária contralateral e aderências na parede da trompa;
▪ Na presença de um trompa contralateral saudável não há nenhuma evidência clara de
que salpingostomia deva ser usado em detrimento a salpingectomia.
Conduta expectante
- Reservada aos casos com declínio quantitativo de Beta-HCG < 1000 mUI/ml
4- CASOS ESPECIAIS
- Gravidez ectópica de cicatriz de cesárea: tratamento com histeroscopia e laparoscopia;
- Gravidez heterotópica: quando a gestação ectópica é concomitante a gestação tópica a via
laparoscópica é o tratamento mais utilizado.
5- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Toda paciente com prenhez ectópica sem possibilidade de tratamento e controle
ambulatorial deve ser internada
6- CRITERIO DE ALTA:
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de sinais de instabilidade hemodinâmica há 24 horas;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse por pelo menos
48 horas;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Elito J Jr. Gravidez ectópica. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, nº 22/
Comissão Nacional Especializada em Urgências Obstétricas), 2018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Complicações do primeiro trimestre de gestação, 2018.
107
1- DEFINIÇÃO
- A Placenta Prévia (PP) é definida como a presença de tecido placentário que recobre ou
está muito próximo ao orifício interno do colo uterino após 28 semanas.
2- CLASSIFICAÇÃO
- Placenta prévia: a placenta recobre total ou parcialmente o orifício interno do colo uterino
(anteriormente denominada placenta prévia centro-total ou centro-parcial).
- Placenta de inserção baixa: a borda placentária insere-se no segmento inferior do útero,
não chega a atingir o orifício interno e localiza-se em um raio de 2cm de distância desta
estrutura anatômica (anteriormente denominada placenta prévia marginal).
3-FATORES DE RISCO
- Número de cesáreas prévias;
- Idade materna avançada;
- Multiparidade;
- Gemelidade;
- Curetagens uterinas;
- Outras cicatrizes uterinas;
- Placenta prévia em gestação anterior;
- Tabagismo;
- Uso de cocaína;
- Mulheres que residem em altitudes elevadas.
4- DIAGNÓSTICO
Anamnese
- Sangramento vermelho vivo indolor, sem causa aparente, reincidente e em episódios de
intensidade progressiva.
Exame físico
- Tônus uterino normal;
- Ausência de sensibilidade uterina;
- Vitalidade Fetal preservada, salvo comprometimento hemodinâmico materno;
- Comum a associação com apresentações anômalas;
- Exame especular confirma origem do sangramento (realizá-lo delicadamente);
- Toque vaginal não deve ser realizado.
Exame de imagem
• Ultrassonografia
- A ultrassonografia transvaginal é considerada atualmente como padrão-ouro;
108
6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Idade gestacional de 37 semanas ou
- Sangramento materno
- Complicações fetais
7- CRITÉRIO DE ALTA:
• Na ocorrência do parto:
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Seguir protocolos de puerpério;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Francisco RP, Martinelli S, Kondo MM. Placenta prévia e acretismo placentário. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 26/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 1018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
110
1- CONCEITOS
- Aderência anormal da placenta ao miométrio que apresenta ausência parcial ou total da
decídua basal
• Placenta acreta: adesão anormal da placenta ao útero
• Placenta increta: invasāo do miométrio
• Placenta percreta: invasāo da camada serosa do útero podendo, até mesmo, afetar
outros órgãos como bexiga ou intestino.
2- FATORES DE RISCO
- Cesárea anterior
- Outras cirurgias uterinas prévias
- Idade materna acima de 35 anos
- Multiparidade
- Defeitos endometriais (síndrome de Asherman)
- Leiomioma submucoso.
3- DIAGNÓSTICO
- Deverá ser feito, de preferência, ainda durante o pré-natal, possibilitando assim, um melhor
planejamento das ações para diminuir morbi-mortalidade materna e fetal. As seguintes
características contribuem para o diagnóstico:
3.1- Clínica:
- No pré-natal, sempre que se associar placenta prévia e cesárea anterior, o diagnóstico de
acretismo deve ser buscado;
- Durante a gravidez hemorragia semelhante à placenta prévia pode ocorrer na presença do
acretismo;
- Se a placenta for percreta, poderá haver hematúria durante a gestação;
- Sangramento intenso logo após a tentativa de descolamentos da placenta;
- A placenta ou parte dela permanece firmemente aderida ao útero após o parto.
3.2- Ultrassonografia:
- Espaços hipoecóicos (lagos venosos) na espessura da placenta;
- Adelgaçamento do miométrio adjacente à placenta;
- Perda do espaço hipoecóico retroplacentário
- Protrusão da placenta para o interior da bexiga;
- Ao doppler observa-se fluxo sanguíneo turbulento nas lacunas planetárias;
- Hipervascularização na interface da bexiga/serosa uterina.
4- COMPLICAÇÕES
- Hemorragia intensa;
- Choque hipovolêmico;
111
5- PLANEJAMENTO DO PARTO
• O parto: deve ser programada para 34 a 36 semanas na suspeita de percreta ou increta.
• Equipe multidisciplinar: obstetra, anestesiologista, neonatologista, urologista, cirurgião
geral, intensivista, hemoterapeuta e enfermagem especializada
• Cuidados no parto de casos com suspeita de acretismo placentário
- Reserva de hemocomponentes e UTI;
- Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinado;
- Acesso venoso com jelco 16 (dois acessos);
- Sondagem vesical com Folley 18;
- Cesárea com histerotomia fúndica (corporal, fúndica);
- Tração suave do cordão, não tentar descolamento manual;
- Histerectomia com placenta in situ;
- Tamponamento pélvico se sangramento difuso com instabilidade hemodinâmica.
• Nos casos de emergência
- Cesariana deve ser feita com planejamento semelhante;
- Incisão de pele pode ser mediana infra-umbilical ou tipo Cherney;
- Realizar histerotomia fúndica, extração fetal, fechamento do útero com a placenta in situ e
histerectomia;
- Conservar o útero deve ser tratamento de exceção.
6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Idade gestacional de 37 semanas para placenta acreta ou;
- Idade gestacional de 34 semanas para placenta percreta ou increta;
- Complicações maternas e fetais.
7- CRITÉRIO DE ALTA
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas
- Seguir protocolos de puerpério
- Sinais vitais estáveis
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Francisco RP, Martinelli S, Kondo MM. Placenta prévia e acretismo placentário. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 26/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
1- INTRODUÇÃO
- Descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação parcial ou completa da placenta
implantada no corpo do útero, antes da expulsão do feto, em gestação de 22 ou mais
semanas completas.
2- FATORES DE RISCO
- Síndromes hipertensivas;
- Rotura prematura de membranas ovulares pré- termo;
- Trombofilias;
- Uso de cocaína;
- Uso de álcool;
- Tabagismo;
- Rápida descompressão uterina: rotura de membranas em polidrâmnio, gestações múltiplas;
- Antecedentes pessoais de DPP;
- Idade materna ≥ 35 anos e < 20 anos;
- Raça Negra;
- Traumas abdominais: compressão/ descompressão brusca da plaenta;
- Neoplasias uterinas e anomalias uterinas e placentárias;
- Diabetes pré-gestacional;
- Hipotireoidismo;
- Anemia;
- Mal formação uterina;
- Rotura Prematura de Membranas;
- Corioamnionite;
- Oligoâmnio/Polidrâmnio;
- Placenta prévia;
- Gestações múltiplas.
3-CLASSIFICAÇÃO
3.1- Grau I (leve):
- Mínimo ou nenhum sangramento;
- Não existe comprometimento materno ou fetal;
- Diagnóstico é geralmente retrospectivo com a observação do hematoma retroplacentário no
estudo da placenta ou durante a gravidez, como achado causal em avaliação
ultrassonográfica.
3.3- Grau III (grave): sinais clássicos de DPP associados a óbito fetal.
- IIIA: sem coagulopatia - IIIB: com coagulopatia
4- DIAGNÓSTICO
- Essencialmente clínico, podendo ser auxiliado pela ultrassonografia nos casos duvidosos;
- Em alguns casos o diagnóstico poderá ser retrospectivo e baseado em exame
anatomopatológico da placenta.
5- MANEJO
5.1- Medidas gerais
- Monitorização hemodinâmica contínua (pressão arterial, frequência cardíaca e débito
urinário);
- Cateterização venosa (dois acessos de grosso calibre e, nos casos mais graves, acesso
venoso central);
- Sonda vesical de demora, avaliar o volume urinário, deve se considerar normal aquele igual
ou superior a 30ml/h;
- Administração de oxigênio úmido (5l/min em máscara aberta);
- Solicitação de exames laboratoriais:
• Hemoglobina e Hematócrito;
• Tipagem sanguínea ABO e Rh;
• Teste do Tubo: coleta de 10ml de sangue em tubo de ensaio seco ou seringa de 10 ml
que deve ser mantida em temperatura ambiente. Após 7 a 10 minutos, deverá haver a
formação de um coágulo firme; se isso não ocorrer, a coagulopatia está instalada.
114
- Coagulograma completo com contagem de plaquetas: plaquetas menor que 100.000 mm3
ou TTPA elevado podem indicar CIVD;
- Fibrinogênio plasmático menor que 100 mg% indica coagulopatia de consumo;
- Detecção de produtos de degradação da fibrina acima de 20 mg/ml indica presença de
fibrinólise;
- Gasometria arterial, auxilia na avaliação da função respiratória;
- Dosagem de ureia, creatinina auxiliam na avaliação da função renal;
- Monitorar débito urinário a cada 2 horas, devendo manter-se igual ou superior a 30ml/h;
- Reposição volêmica com objetivo manter o hematócrito acima de 30%;
- A reposição pode ocorrer nessa ordem:
• Cristalóides: dois acessos venosos calibrosos com infusão de 1000 ml de solução
cristaloide, com velocidade de infusão de 500 ml nos primeiros 10 minutos e manutenção
com 250 ml/h;
• Concentrado de hemácias 01 UI aumenta o hematócrito em 3%;
• Plasma fresco congelado: 200 a 300ml aumenta o fibrinogênio em 10mg/dl;
• Crioprecipitado: contem fatores V, VIII, XIII, de Von Willebrand e fibrinogênio, 10 UI
aumentam o fibrinogênio em 70 mg/dl;
• Concentrado de plaquetas: cada unidade aumenta a contagem de plaquetas e, 5 a
10.000/mm3, com vida útil de 72 horas.
6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Toda paciente com Descolamento Prematuro de Placenta.
7- CRITÉRIO DE ALTA
- Paciente hemodinamicamente estável, sem distúrbio de coagulação;
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário;
- Após condutas para correção de anemia se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Feitosa FE, Carvalho FH, Feitosa IS, Paiva JP. Descolamento prematuro de placenta. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO);
2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 27/ Comissão Nacional Especializada em
Urgências Obstétricas, 2018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
1- INTRODUÇÃO
• Rotura uterina aguda
- Solução de continuidade de todas as camadas da parede uterina, incluindo serosa
superficial;
- O quadro é abrupto e causa extrusão parcial ou completa do feto do útero, com
descolamento da placenta, hemorragia materna e síndrome hipóxico-isquêmica neonatal.
2- FATORES DE RISCO
- Cesariana prévia;
- Miomectomia prévia;
- Rotura uterina em gestação anterior;
- Indução do trabalho de parto (o uso de prostaglandinas mais que dobra a chance de rotura
se comparado à indução com ocitocina);
- Fase ativa prolongada;
- Distócias de progressão e rotação após 7 cm de dilatação;
- Segundo período do trabalho de parto prolongado;
- Fraqueza adquirida da parede muscular uterina:
• Síndrome de Ehlers-Danlos tipo IV (desordem genética heterogênea, de característica
autossômica dominante, que resulta na quantidade alterada de procolágeno tipo III);
• Más-formações mullerianas.
- Traumatismos:
• Acidentes com veículos motorizados;
• Pressão fúndica uterina (manobra de Kristeller);
• Versões cefálicas interna ou externa.
- Sobredistensão da cavidade uterina:
• Polidrâmnio;
• G stação múltipla;
• Macrossomia fetal.
116
3- DIAGNÓSTICO
• Diagnóstico é clínico
• Rotura uterina aguda
- Dor abdominal repentina;
- Diminuição da atividade uterina (tônus reduzido, ausência de contrações);
- Hemorragia vaginal;
- Útero disforme;
- Sinais de abdome agudo;
- Instabilidade hemodinâmica maternal;
- Hematúria;
- Apresentação fetal não detectável;
- Batimento cardíaco fetal ausente ou não tranquilizador (cardiotocografia categoria II ou III);
- Dor escapular (sinal de Laffont);
- Hematoma periumbilical (sinal de Cullen);
- O quadro é abrupto e frequentemente precedido da síndrome de Banda e Frommel
(distensão do seguimento uterino inferior e palpação do ligamento redondo retesado,
desviado para a face ventral do órgão);
- O quadro também pode iniciar período pós-parto, provavelmente por tamponamento da
hemorragia durante o trabalho de parto. Os principais sintomas neste caso são dor
abdominal persistente após o nascimento, além de hemorragia pós-parto sem melhora
após medidas farmacológicas para atonia uterina.
• Rotura uterina subclínica:
- Não cursa com sintomatologia clínica;
- Quase sempre descoberta acidentalmente durante cesariana.
4- MANEJO
Objetivos do tratamento:
- Estabilização hemodinâmica maternal;
- Correção cirúrgica imediata da lesão que levou à instabilidade cardiocirculatória.
Suporte clínico:
- Pacientes hemodinamicamente instáveis devem receber agressivamente fluidos e
transfusão de hemoderivados de acordo com o grau de choque hemorrágico e ser
encaminhadas para cesariana de emergência, se o nascimento vaginal não é iminente;
- Reposição volêmica deve ser realizada com administração de 30ml/kg de soro fisiológico
ou ringer lactato com pinça aberta.
5- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Toda paciente com Descolamento Prematuro de Placenta.
6- CRITÉRIO DE ALTA
- Paciente hemodinamicamente estável, sem distúrbio de coagulação.
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas
- Sinais vitais estáveis
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário
- Após tratamento de sífilis se necessário.
- Após condutas para correção de anemia se necessário
REFERÊNCIAS
1. Andreucci CB, Magalhães CG. Rotura uterina. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 108/ Comissão Nacional Especializada em Urgências Obstétricas), 2018.
25- CHOQUE
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
1- INTRODUÇÃO
- Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório de
fornecer oxigênio aos tecidos;
- O reconhecimento precoce e correção da causa base são fundamentais para a
sobrevivência do paciente.
2- DIAGNÓSTICO DE CHOQUE
• Baseado em três variáveis
- Má perfusão periférica: geralmente manifestada como hipotensão + taquicardia;
- Achados clínicos de hipoperfusão periférica: extremidades frias, cianose, oligúria (diurese <
0,5 mL/kg/hora) e manifestação de baixo débito no sistema nervoso central (sonolência,
confusão e desorientação);
- Hiperlactatemia, indicando metabolismo celular de oxigênio alterado.
3- CLASSIFICACAO ETIOPATOGÊNICA
- Apesar da sobreposição de mecanismos, os estados de choque são classificados em:
hipovolêmico, distributivo, cardiogênico e obstrutivo (quadro 26);
- Em obstetrícia os choques de maior interesse são o choque séptico e o hemorrágico,
pois estão entre as principais causas de morte materna.
4- MANEJO.
• Nos casos de hemorragia puerperal (HPP) seguir protocolo específico
Metas:
- PAS > 90 mmHg
- FC < 100 bpm
- Diurese > 0,5 mL/kg/hora
- Melhora da perfusão periférica: tempo de reperfusão < 3 segundos
- Saturação de O₂: 92%
O manejo do choque inclui duas estratégias concomitantes:
• A- Restauração rápida e manutenção da perfusão e da oferta de oxigênio aos órgãos
vitais:
- Ressuscitação volêmica:
• 2 acessos venosos calibrosos: Jelco 16;
• Infusão de cristalóides: bolus iniciais de ringer lactato 500 ml em 30 minutos seguido de
volumes adicionais, cuja quantidade estará na dependência da monitorização da
paciente e do alcance das metas.
- Drogas vasoativas se indicadas:
• Recomendadas para pacientes que não conseguem corrigir a hipotensão com solução
cristaloide ou naqueles que já apresentam grave hipotensão;
119
REFERÊNCIAS
1. Sanga RR; Martins HS. Hipotensão e Choque no departamento de emergência. In:
Emergências clínicas : abordagem prática / Herlon Saraiva Martins...[et al.]. 10. ed. rev. e
atual. -- Barueri, SP : Manole, 2015.
2. ATLS — Advanced Trauma Life Support. Shock. American College of Surgeons, 2018.
3. Organiza o Pan-Americana da Sa de. Recomenda es assistenciais para preven o,
diagn stico e tratamento da hemorragia obst trica. Bras lia: OPAS; 2018
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121
1- CONCEITO
- Desordem trombo-hemorrágica sistêmica desencadeada por condições clínicas bem
definidas e com evidências laboratoriais de:
• Ativação pró-coagulante;
• Ativação da fibrinólise;
• Consumo de fatores coagulantes e dos inibidores;
• Evidências bioquímicas de danos a órgãos alvos.
2- CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS À CIVD
• Eventos obstétricos
- Feto morto retido;
- Embolia por líquido amniótico;
- SHEG (síndrome hipertensiva da gestação);
- Deslocamento prematuro de placenta;
- Aborto Séptico.
• Sepse/severa infecção
• Trauma
Reações tóxicas ou imunológicas severas
- Picada de cobra;
- Reações medicamentosas;
- Reações transfusionais;
- Rejeição de Transplante.
• Destruição dos órgãos
- Pancreatita severa.
• Anormalidade Vasculares
- Hemangioma gigante;
- Aneurismas de grandes vasos.
• Doenças malignas
- Tumores sólidos
- Doenças hematológicas malignas
3- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Devido à trombose:
- Sistema Nervoso Central : rebaixamento de nível de consciência;
- Pele: isquemia focal, gangrena;
- Rins: Oligúria, Azotemia;
- Aparelho Respiratório: SARA (síndrome do desconforto respiratório do adulto);
- Gastro-intestinais: ulceração aguda;
122
4- DIAGNÓSTICO DA CIVD
• Fase 1: ativação compensada
- Poucos sintomas;
- TTPa, TP, TT: normais;
- Fibrinogênio: normal;
- Plaquetas: normais ou no limite inferior;
- AT (antitrombina): normal;
- D Dímero aumentado.
• Fase 2: ativação descompensada
- Sangramentos e disfunção de órgãos;
- TTPa, TP, TT: diminuído;
- Plaquetas: diminuído;
- Fibrinogênio: Normal ou diminuído;
- AT e PC (proteína C): diminuído;
- Fatores da Coagulação: diminuído;
- D Dímero: aumentado;
• Fase 3: em plena manifestação
- Sangramentos + disfunção de múltiplos órgãos;
- TTPA, TP, TT: aumentados;
- Plaquetas, fatores da coagulação: diminuídos;
- D dímero: aumentados.
6- MANEJO
6.1-Tratamento da doença de base: primordial (sempre existe uma causa base)
7-CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Qualquer paciente com sinais clínicos ou laboratoriais de CIVD deve ser internada e
avaliada por intensivista.
8-CRITÉRIO DE ALTA
- Paciente sem nenhum sinal clínico ou laboratorial de CIVD, clinicamente estável.
REFERÊNCIAS
1. Pasqualini, B et al. Artigo de Revisão: Coagulação intravascular disseminada.
www.revista.uniplac.net, 2018.
2. Lopes EM; Cle, DV. Coagula o Intravascular Disseminada (CIVD) na Sala de Urg ncia.
Revista QualidadeHC, 2018.
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124
1- INTRODUÇÃO.
• Definição de SHEG
- Hipertensão arterial na gravidez que pode se apresentar com diferentes formas clínicas;
- Cada forma clínica requer um manejo diferente.
• Definição de hipertensão arterial na gravidez
- Pressão arterial (PA): PA sistólica (PAS) > 140 e/ou PA diastólica (PAD) > 90 mmHg,
avaliadas em duas aferições com pelo menos quatro horas de intervalo OU
- PAD > 110 mmHg, confirmada por intervalo de 15 minutos (crise hipertensiva);
- Importante: lembrar que os valores de PA só podem ser levados em conta para o correto
diagnóstico de hipertensão arterial se a técnica de aferição for adequada como descrito
abaixo:
• Avaliar após um período de 30 minutos em repouso;
• Com a paciente em posição sentada e manguito apropriado;
• Considerando-se como PAS o primeiro som de Korotkoff e como pressão diastólica o
quinto som de Korotkoff , caracterizado pelo desaparecimento da bulha cardíaca (nos
casos de persistência das bulhas até o final da desinsuflação do manguito, deve-se
considerar como pressão diastólica o abafamento da bulha.
“BUNDLE” DE HIPERTENSÃO
IDÉIAS DE MUDANÇAS DETALHAMENTO
- Administrar Hidralazina:
• Diluir 1 ampola de Hidralazina em 19 ml de água destilada (AD)
• Aspirar primeiramente a AD;
Reduzir PAD* • Infundir 5 ml IV**
• Aferir PA a cada 20 minutos e repetir a dose se PAD > 110 mmHg;
• Administrar até 3 doses endovenosas, se crise hipertensiva
persistir iniciar nitroprussiato.
ZUSPAN
- MgSO4 50%: 1g / h por via endovenosa
• Bomba de infusão: diluir 10 ml MgSO4 50% em 490
MANUTENÇÃO mL de SF* 0,9%.
• Infundir a solução por via endovenosa na
velocidade de 100 mL / hora.
- MgSO4 50%:
1- Dose endovenosa
- Bomba de infusão: diluir 8 mL em 100 de SF* 0,9%.
• Infundir em bomba de infusão contínua a 300 mL/h OU
- Bolus: diluir 8 mL de MgSO4 50% (4g) em 12 ml de
água destilada ou SF* 0,9 %.
ATAQUE
• Infundir a solução por via endovenosa lentamente em 20
minutos.
PRITCHARD ASSOCIADO A
2-Dose Intramuscular
• 10 mL de MgSO4 50% intramuscular em
cada glúteo (total 20 ml = 10 g)
- MgSO4 50%:
MANUTENÇÃO • Intramuscular: 10 ml de MgSO4 50% via
intramuscular a cada 4 horas, alternando os glúteos
Dose recomendada
0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
(mcg/Kg/min)
9- CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
- Na pré-eclâmpsia com sinais de deteriorização clínica;
- Dificuldade para o controle pressórico ambulatorialmente;
- Alteração dos exames de vitalidade fetal;
- Diante da identificação de quaisquer problemas que possam comprometer a adequada
vigilância dos casos.
REFERÊNCIAS
1. ANS — Agência Nacional de Saúde. Programa Parto Adequado. Disponível em: http://
www.ans.gov.br/gestao-em-saude/projeto-parto-adequado/reunioes. Acessado em
04/07/2019.
2. Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-
eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO – Obstetrícia, n° 8/Comissão
Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação), 2018.
1-INTRODUÇÃO
- Restrição do crescimento fetal (RCF) refere à impossibilidade do feto de atingir seu
potencial de crescimento por causas genéticas ou ambientais , estando o peso fetal
estimado pela ultrassonografia obstétrica está abaixo do percentil 10 para a idade
gestacional (IG).
- Importante diferenciar os recém-nascidos pequenos constitucionais, por influência genética
daqueles com deficit de crescimento motivado por um processo patológico
- A RCF é importante causa de morbidade e mortalidade perinatal.
• 8 vezes maior se peso fetal é inferior ao percentil 10;
• 20 vezes mais elevada se percentil abaixo de 3;
2-ETIOLOGIA
FATORES ETIOLÓGICOS DE RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL
• Cromossomopatias
• Síndromes genéticas
• Malformações congênitas
Fatores fetais • Infecções
• Virais: citomegalovírus, rubéola, herpes-vírus, varicela-zóster, HIV
• Protozoários: toxoplasmose, malária
• Gestação múltipla
• Placenta prévia
• Placenta circunvalada
• Corioangiomas
Fatores placentários • Inserção velamentosa de cordão
• Artéria umbilical única
• Insuficiência placentária
• corangiomas,
• Síndromes hipertensivas
• Cardiopatias
• Anemias
• Diabetes mellitus
Fatores maternos • Doenças autoimunes
• Trombofilias
• Colagenoses
• Desnutrição
• Consumo de álcool, cigarros e drogas
Fatores ambientais • Estresse, ansiedade, depressão
Quadro 35 – Fatores etiológicos de restrição do crescimento fetal.
135
3- DIAGNÓSTICO
3.1- Restrição de Crescimento Precoce (abaixo de 32 semanas):
• Pré-requesito: ausência de mal formações congênitas fetais
• Critérios absolutos: presença de pelo menos um critério
• Circunferência abdominal (CA) abaixo do percentil 3
• Peso fetal estimado (PFE) abaixo do percentil 3
• Critérios associados: combinação de critérios biométricos com critérios
dopplervelocimétricos
• Circunferência abdominal (CA) abaixo do percentil 10
• Peso fetal estimado (PFE) abaixo do percentil 10
• Índice de Pulsatilidade das artérias umbilicais acima do percentil 95 (IP AUmb >
p95) • Índice de Pulsatilidade médio das artérias uterinas acima do percentil 95
(IPm AUt > p95)
3.2- Restrição de Crescimento Tardia (acima de 32 semanas):
• Pré-requesito: ausência de mal formações congênitas fetais
• Critérios absolutos: presença de pelo menos um critério
• Circunferência abdominal (CA) abaixo do percentil 3
• Peso fetal estimado (PFE) abaixo do percentil 3
• Critérios associados: presença de pelo menos dois critérios
• Circunferência abdominal (CA) e/ou Peso fetal estimado (PFE) abaixo do
percentil 10
• Queda de dois quartis (50 percentis) da circunferência abdominal ou do peso
fetal estimado
• Índice de Pulsatilidade das artérias umbilicais acima do percentil 95 (IP AUmb >
p95) ou Índice Cérebro-Placentário abaixo do percentil 5 (ICP < p5)
REFERÊNCIAS
1. Martinelli S, Zugaib M, Francisco RP, Bittar RE. Restrição do crescimento fetal. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 35/ Comissão Nacional Especializada em
Medicina Fetal), 2018.
3. Zugaib M, Francisco RP. Restrição do crescimento fetal. In: Liao AW, Fittipaldi FS, Lin LH,
Bernardes LS, Bortolotto MR, Pereira PP, et al., editors. Zugaib Obstetrícia. 3a ed. Editora
Manole; 2016.
1- INTRODUÇÃO
• Diabetes mellitus (DM): consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por
hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação,
ou em ambos os mecanismos.
• Diabetes mellitus gestacional (DMG): definido, pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), como uma intolerância a carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante a
gestação atual e não preenche os critérios diagnósticos de diabetes mellitus franco.
• Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação (Overt Diabetes): mulher sem diagnóstico
prévio de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos
que atingem os critérios da OMS para a DM na ausência de gestação (≥ 126 mg/dL antes de
de 20 semanas).
INÍCIO DO PRÉ-NATAL
GJ* imediatamente
Controle da glicemia
- Glicemias capilares pré e pós-prandiais quatro a sete vezes por dia.
Meta terapêutica de controle glicêmico
- Glicemia capilar jejum e pré-prandial = 70 – 95 mg/dl
- Glicemia capilar 1 hora após o inicio da refeição: < 140 mg/dl
- Glicemia capilar 2 horas após o inicio da refeição: < 120 mg/dl
Controle de peso
- Permitir ganho de peso em torno de 300 a 400 g por semana, a partir do segundo trimestre
de gravidez.
Atividade física
- Incentivar atividade física de baixo impacto, 30 minutos por dia.
- Atentar para as contra-indicações à atividade física (quadro 1)
Absolutas Relativas
5- INSULINOTERAPIA
Indicações
- Após 2 semanas de dieta, se os níveis glicêmicos permanecerem elevados (jejum ≥ 95 mg/
dL e 1 hora pós-prandial ≥ 140 mg/dL ou 2 horas pós-prandiais ≥ 120 mg/dL).
- quando a medida da circunfer.ncia abdominal fetal for igual ou superior ao percentil 75 em
uma ecografia realizada entre a 29ª e a 33ª semanas de gestação.
• Locais de aplicação
- coxa ou abdome.
Ajuste da dose diária de insulina
• Ajustar dose de insulina conforme meta terapêutica de controle glicêmico.
• Uso de insulina regular conforme glicemia capilar, SE NECESSÁRIO
- Administrar dose suplementar de insulina regular conforme quadro 2
- Administrar metade da dose entre 22 e 6 horas.
- Havendo necessidade de utilizar a insulina regular (esquema móvel) continuamente nos
mesmos horários, deve-se tentar ajustar a dose de NPH prescrita.
60-100 00
101 – 100 02
141 – 180 04
181 – 220 06
221 – 260 08
261 – 300 10
>300 12
Quadro 2 – Uso de insulina regular conforme glicemia capilar
Fonte: adaptado de MEAC— Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Protocolo clínico / Diabetes Mellitus,
2018.
Antidiabéticos orais.
• Metformina é uma alternativa ao uso da insulina, exceto nos casos de DM diagnosticados
antes de 25 semanas ou quando glicemia de jejum > 110 mg / DL por decilitro.
Uso de corticóide
• Pode ser usado respeitando-se as contra-indicações;
• Deve-se realizar monitorização intensa da glicemia, ajustando dose de insulina, se
necessário.
Doses
• Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses OU
• Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses.
• Contra-indicações
- HAS grave não controlada;
- Hemorragia retiniana;
- Infecções concomitantes.
143
Interrupção da gestação
- Via de parto: indicação obstétrica;
- Se glicemia bem controlada: interromper com 39 sem;
- Se grave descontrole metabólico: parto pré-termo;
- Na necessidade de cirurgia eletiva optar pelo período da manhã.
7- MANEJO NO PUERPÉRIO
- Evitar dieta hipocalóricas durante amamentação;
- Controle glicêmico;
- Suspender insulina basal, administrando dose de insulina regular se necessário;
- Caso ocorra hiperglicemia durante esse período, a insulina é o tratamento indicado;
- Reavaliar a tolerância à glicose a partir de 6 semanas após o parto por meio de glicemia de
jejum ou teste oral com 75 g de glicose;
- No 1º dia pós-parto: administrar 50% dose pré-gravídica;
- Lactantes com DM prévio podem fazer uso de glibenclamida ou metformina;
- Pacientes com DM tipo 1 devem fazer rastreamento para tireoidite pós-parto com medida
do TSH com 3 e 6 meses após o parto;
- DIU de cobre e com levonorgestrel são seguros.
8- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Controle metabólico inadequado;
- Alteração da função renal;
- HAS;
- Restrição de crescimento fetal;
- Polidrâmnio moderado a grave;
- ITU complicada;
- Cardiotocografia suspeita.
9- CRITÉRIO DE ALTA:
- Quando alcançar controle glicêmico.
- Na ocorrência do parto:
144
REFERÊNCIAS
1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Classificação e diagnóstico do
diabetes mellitus / Organização José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães
Montenegro Junior, Sérgio Vencio. São Paulo: Editora Clannad, 2018.
1- DEFINIÇÃO
- Rotura espontânea de membranas antes do início do trabalho de parto, independente da
idade gestacional. O período de latência (ocorrência da rotura até o início do trabalho de
parto) pode ser de até 24 h e é dito prolongado quando superior a este tempo.
2- ETIOLOGIA
- Hiperdistensão uterina (polidrâmnio, gemelar);
- Fatores mecânicos (contrações uterinas, movimentação fetal);
- Alteração da integridade cervical (incompetência cervical, cerclagem);
- Alteração na oxigenação tecidual (tabagismo);
- Diminuição da atividade bactericida do líquido amniótico;
- Infecção ascendente da flora vaginal (Estreptococo do grupo B, Gardnerella vaginalis,
Neisseria gonorrhoeae, Escherichia coli, Bacteroides sp., peptpestreptococos,
enterococos).
OBSERVAÇÃO: quanto menor a idade gestacional maior é a associação com infecções e
maior é o período de latência.
3- COMPLICAÇÕES
- Hipoplasia pulmonar;
- Prematuridade;
- Corioamnionite;
- Sepse materna e fetal;
- Compressão funicular;
- Descolamento de placenta.
4- DIAGNÓSTICO
• Exame especular: pode realizar manobra de Valsalva ou comprimir o fundo uterino.
• Toque vaginal NÃO deve ser realizado
• Quando o exame físico deixar dúvida diagnóstica: a- prova da cristalização do líquido
amniótico: através de coleta do líquido amniótico em fundo de saco posterior e esfregaço em
lâmina de vidro, deixando secar naturalmente; b- papel de nitrazina também pode ser útil.
• Ultrassonografia: com avaliação do Índice de Líquido Amniótico (ILA). Poderá ser útil para
a confirmação de RPMO, quando houver constatação de oligoâmnio ou de líquido amniótico
diminuído. Entretanto, sem uma avaliação prévia da quantidade de líquido amniótico, o
método fica comprometido, pois um ILA normal não descarta o quadro, assim como o
oligoâmnio não confirma.
5- AVALIAÇÃO INICIAL
146
7- MANEJO
- Dependerá principalmente da idade gestacional
7.1- > 34 semanas
- Interrupção imediata da gravidez por indução do trabalho de parto ou cesárea, conforme
indicação obstétrica;
- Se a via de interrupção da gravidez for a vaginal, induzir o parto com misoprostol (FIGO,
2017):
• 25 – 28 semanas: 200 µg VV/ VSL / VB a cada 4 horas
• > 28 semanas: 100 µg VV/ VSL / VB a cada 6 horas
- Via de administra o
• VV: via vaginal;
• VSL: sublingual (por baixo da l ngua);
• VO: oral;
• VB: bucal (entre a bochecha).
- Evitar VV (via vaginal) no caso de hemorragia e/ou sinais de infe o.
- Antibiótico-profilaxia
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147
Resolução se maturidade
6
Resultado Suspeito Variável ou reavaliação em 24
(LA* normal)
horas
6 Resultado Suspeito
90/1000 Resolução Imediata
(LA* anormal) Possível Anóxia
4 Resultado Patológico 90/1000 Resolução Imediata
2 Resultado Patológico 125/1000 Resolução Imediata
0 Resultado Patológico 600/1000 Resolução Imediata
Quadro 2 – Orientação de conduta conforme resultado de Perfil Biofísico Fetal.
Fonte: Adaptado de: MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Perfil Biofísico Fetal. Protocolos
Cl nicos e Diretrizes Terap uticas.
Categoria I
provável estado ácido- - nenhuma ação específica é
básico fetal normal necessária
- Monitoração contínua (CTG ou
BCF 5/5 minutos)
- Reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra
há dúvida sobre estado
Categoria II uterinas*, máximo 15 minutos:
ácido-básico fetal
• Se evoluir para categoria I manter
monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou III
considerar interrupção imediata
- Monitoração contínua
- reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra
Categoria III SEM padrão estado ácido-básico fetal uterinas, máximo 10 minutos:
sinusoidal anormal • Se evoluir para categoria I
manter monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou III
considerar interrupção imediata
REFERÊNCIAS
1. Galletta MAK. Rotura prematura das membranas ovulares: protocolo clínico. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 30/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência Pré-Natal), 2018.
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151
4. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas ovulares, 2018.
5. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Vigilância fetal intraparto, 2018.
31- CORIOAMNIONITE
Danielle Leal de Oliveira
Gislânia Ponte Francês Brito
Marília Gabriela Queiroz da Luz
1- DEFINIÇÃO:
- É a inflamação das membranas fetais. Em geral, está associada com ruptura prematura de
membranas e parto prolongado.
2- CAUSAS
- Ascensão bacteriana
- Disseminação hematogênica ou transplacentária
- Procedimentos obstétricos: amniocentese, cordocentese, cerclagem, entre outros.
- Microbiologia: a infecção intra-amniótica é polimicrobiana, geralmente com
microorganismos do sistema genital, incluindo anaeróbios, aeróbios Gram-positivos e
bacilos gram-negativos.
3- FATORES DE RISCO
- Gestação na adolescência;
- Baixo nível socioeconômico;
- Maior número de exames vaginais durante trabalho de parto (6 ou +);
- Trabalho de parto prolongado (> 12 horas);
- Amniorrexe premature;
- Intervalo entre rotura e parto > a 24 horas;
- Líquido amniótico meconial;
- Colonização materna por infecções do trato genital inferior.
4- EXAMES LABORATORIAIS
- Hemograma completo
- Urina EAS
- Urocultura
- Cultura de secreção vaginal
- Hemocultura
- PCR.
5- DIAGNÓSTICO
- Presença de pelo menos 2 critérios
1. Critério clínico
- Taquicardia materna (>100 bpm) ou fetal (>160 bpm);
- Febre (≥37.8 ºC);
- Contrações uterinas irregulares (útero irritável);
- Conteúdo vaginal com odor fétido;
- Líquido amniótico com odor fétido ou aspecto purulento (fisometria).
2. Critérios laboratorial
- Leucocitose (>15.000 leucócitos/mm³) ou aumento de 20%.
153
3. Critérios ultrassonográfico
- Ausência de movimentos respiratórios fetais;
- Redução abrupta do ILA.
7- MANEJO
Antibioticoterapia de 1º escolha:
- Clindamicina 900 mg IV 8/8 h (ou 600 mg IV 6/6 h)
- Gentamicina 1,5 mg/kg IV 8/8 h (ou 3,5 - 5,0 mg/Kg em dose única diária)
Antibioticoterapia de 2º escolha:
- Ampicilina 2g IV 6/6 h OU
- Penicilina G Cristalina 5 milhões (ataque) e 2,5 milhões UI IV 4/4h (manutenção);
- Gentamicina 1,5 mg/kg IV 8/8 h;
- Metronidazol 500 mg IV 8/8 h.
Duração do tratamento:
- Qualquer que seja o esquema, deve-se mantê-lo por até 48 horas do parto e do último pico
febril;
- Na altar manter ampicilina e metronidazol via oral para completar 7 dias de tratamento após
a alta.
8- VIA DE PARTO
8.1- Via vaginal: é preferencial se não houver contra-indicação obstétrica, e se o estado
clínico materno e fetal permitir o tempo de espera da resolução do parto.
REFERÊNCIAS
1. Galletta MAK. Rotura prematura das membranas ovulares: protocolo clínico. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 30/ Comissão Nacional Especializada em
Assistência Pré-Natal), 2018.
3. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas ovulares, 2018.
1- INTRODUÇÃO
- As infecções do trato urinário (ITUs) são definidas pela colonização, invasão e proliferação
de agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário;
- Ocorrem em até 15% das gestações;
- As transformações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário na gravidez
facilitam o desenvolvimento da infecção urinária, que está associada a um pior prognóstico
gestacional;
- Representam uma importante causa de sepse no ciclo gravídico-puerperal.
2- ETIOLOGIA
- Escherichia coli : 75 a 95 % dos casos
- Outros: Klebsiella pneumoniae, Proteusmirabilis, Enterobacter, Staphylococcus
saprophyticus, Streptococcusagalactie
3- CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Bacteriúria assintomática
- Colonização bacteriana do trato urinário sem nenhuma manifestação clínica;
- O diagnóstico é firmado pela presença de mais de 100.000 UFC/ml (unidades formadoras
de colônia por mililitro) da mesma bactéria, em cultura de jato médio de urina ou mais de
10.000 UFC/ml em cultura de urina coletada com cateterismo vesical;
- Um só exame positivo na gestação é suficiente para instituir a antibioticoterapia.
ITU baixa: cistite
- Manifesta-se por disúria, polaciúria, urgência miccional, desconforto supra-púbico,
hematúria macroscópica e urina de odor desagradável, sintomas suficientes para o
diagnóstico em gestantes, uma vez afastadas uretrites e vaginites;
- Geralmente, cursa sem febre ou comprometimento do estado geral;
- A cistite complicada ocorre na presença de hematúria franca e/ ou febre. Nesse caso, o
tratamento requer hospitalização com introdução imediata e empírica do antibiótico, sendo
abordagem terapêutica semelhante à da gestante com pielonefrite.
ITU recorrente
- Dois ou mais episódios de ITU na gestação, sintomáticos ou não;
- Duas infecções urinárias nos últimos seis meses ou três nos últimos 12meses, antes do
início da gestação.
4- COMPLICAÇÕES
- Trabalho de parto prematuro;
- Rotura prematura de membranas;
- Restrição do crescimento fetal;
- Óbito fetal;
- Anemia materna;
- Sepse;
- Hemólise;
- Pielonefrite.
5- DIAGNÓSTICO
- O diagnóstico é eminentemente clínico, podendo ser complementado pelos exames:
• Exame de urina tipo 1, estão a leucocitúria, hematúria, proteinúria e cilindros no
sedimento urinário.
• Urocultura: é o padrão-ouro para o diagnóstico, mas não é necessário para iniciar o
tratamento das ITU sintomáticas.
6- MANEJO
- A duração do tratamento não deve ser inferior a 7 dias;
- Trata-se bacteriúria assintomática conforme antibiograma;
- O tratamento deve ser realizado de acordo com a sensibilidade do microrganismo
identificado na urocultura e antibiograma;
- Se apresentar sinais de sepse ou insuficiência respiratória, deve ser internada na unidade
de terapia intensiva (UTI);
- Pacientes sintomáticas devem ser tratadas mesmo antes do resultado de exame
Cistite aguda:
- Primeira escolha: Amoxicilina 500mg + Clavulanato 125mg, 8/8 horas por 7 dias.
- Segunda escolha: Nitrofurantoína 100 mg, 6/6 horas, por 7 dias (não usar após 36
semanas de gestação);
- Terceira escolha: Cefalexina 500 mg, 6/6 horas por 7 dias
- Quarta escolha: Norfloxacino 400 mg, 12/12 horas de 3 a 10 dias.
Pielonefrite:
- Internar paciente;
- Solicitar urina EAS, urocultura, antibiograma, hemograma, creatinina;
- Atentar para sinais de sepse e abrir protocolo de sepse, se necessário;
- Coletar urocultura imediatamente;
- Iniciar antibioticoterapia logo após coleta de urocultura;
- Os antimicrobianos indicados são:
• Primeira escolha: ceftriaxona 1g, IV, 1x ao dia, até 48 horas de melhora clínica.
• Segunda escolha: cefotaxima 1g, IV, de 8/8 horas, até 48 horas de melhora clínica.
- Iniciar antibiótico por via parenteral;
- Após 48 horas de remissão com tratamento endovenoso substituir pela terapia oral e dar
alta a paciente, orientando-a a retornar se febre ou dor;
157
7- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Sinais de pielonefrite;
- Sinais de cistite acompanhados de hematúria franca e/ou febre.
8- CRITÉRIO DE ALTA
- Após 48 horas de remissão com tratamento intravenoso, substituir pela terapia oral e dar
alta a paciente, orientando-a a retornar se febre ou dor.
REFERÊNCIAS
1. Santos Filho O, Telini AH. Infecções do trato urinário durante a gravidez. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 87/ Comissão Nacional Especializada em
Gestação de Alto Risco, 2018.
1- INTRODUÇÃO
- A taxa de transmissão vertical do HIV é inferior a 1% em gestantes em uso de anti-
retrovirais (ARV) que mantêm níveis de carga viral (CV-HIV) abaixo de 1.000 cópias/mL.
2- MANEJO NO PRÉ-NATAL
- Devem ser realizados pelo menos três exames de CV-HIV durante a gestação:
• Na primeira consulta do pré-natal, para estabelecer a magnitude da viremia;
• Duas a quatro semanas após a introdução da TARV, para avaliar a resposta ao
tratamento;
• A partir da 34ª semana, para indicação da via de parto.
- O TARV deve ser administrado em todas as gestantes infectadas pelo HIV, independente
da situação virológica, clinica, ou imunológica da gestante vivendo HIV conforme o quadro
47.
Hiperêmese gravídica:
- Podem ser indicados antieméticos como a ondansetrona, além de vitamina B6 e anti-
histamínicos;
- A metoclopramida apresenta risco de liberação de sistema extrapiramidal e não deve ser
indicada para manejo de hiperêmese gravídica.
NÃO
Supressão sustentada e uso de Parto vaginal (exceto se houver
(manter TARV** habitual via
antirretrovirais outra indicação de cesárea)
oral)
40(kg) 8 ml 36
50(kg) 10 ml 37
60(kg) 12 ml 37
70(kg) 14 ml 38
80(kg) 16 ml 39
90(kg) 18 ml 39
Quadro 49 – Dose de ataque com zidovudina prevenção de transmissão vertical do HIV
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
*Diluir em 100 ml de soro glicosado 5%
50(kg) 5 ml 35
60(kg) 6 ml 35
70(kg) 7 ml 36
80(kg) 8 ml 36
90(kg) 9 ml 36
Quadro 50 – Dose de manutenção com zidovudina prevenção de transmissão vertical do HIV
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
*A concentração não poderá exceder 4mg/ml.
- Evitar que as parturientes permaneçam com bolsa rota por tempo prolongado, a taxa de
transmissão vertical aumenta progressivamente após 4 quatro horas de bolsa rota;
- Sempre que possível realizar parto empelicado;
- Ligar o cordão umbilical imediatamente após a retirada do RN.
9- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Ao completar 39 semanas OU
- Paciente em trabalho de parto.
10- CRITÉRIO DE ALTA:
- 48 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 18 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh, se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário;
- Após medidas para inibir lactação.
REFERÊNCIA
3. Brasil - Ministério da Saúde. Protocolo clínico e Diretrizes terapêuticas para prevenção da
transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. Departamento de Vigilância, Prevenção
e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais.
Brasília: Ministério da Saúde; 2018.
162
1- CONCEITO
- Óbito fetal (OF) é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua completa
expulsão ou extração do organismo materno, a partir de 20semanas.
2- CLASSIFICAÇÃO
- OF Precoces: até 28 semanas;
- OF Tardios: após 28 semanas;
- OF Intraparto: é aquele que ocorre após o início do trabalho de parto e antes do nascimento
baseado na presença de batimento cardíaco fetal no início do trabalho de parto.
3- ETIOLOGIA
- Em 50 % dos casos de óbito fetal tem sua causa desconhecida, porém com uma equipe
multidisciplinar experiente (obstetra, especialista em medicina fetal, genética médica e
patologista) há maior probabilidade de determinar a provável causa.
4- DIAGNÓSTICO
4.1- Quadro Clínico
- Permite apenas a suspeita de OF;
- Ausência de movimentos fetais;
- Diminuição ou completo desaparecimento dos sintomas gravídicos;
- Diminuição do peso corpóreo materno e turgescência mamária;
- Altura uterina menor do que esperada para idade gestacional;
- Líquido amniótico de coloração achocolatada (feto macerado);
- Crepitação do pólo cefálico;
- Ausência de batimentos cardíacos fetais com sonar Doppler.
4.2- Ultrassonografia:
- Confirma o diagnóstico ao evidenciar ausência de batimentos cardíacos fetais;
- Indicada a todos os casos.
5- CONDUTA
- A escolha entre conduta expectante ou ativa após o OF dependem da idade gestacional do
natimorto, da causa do óbito, da história obstétrica pregressa e, principalmente do desejo
materno;
- Em casos de retenção fetal (feto morto retido no organismo materno por mais de 4
semanas) ou óbito fetal por tempo desconhecido é mandatório a internação e monitorização
por meio de coagulograma e contagem de plaquetas a fim de diagnosticar precocemente
CIVD materna, condição grave e fatal que demanda tratamento intensivo da coagulopatia e
parto concomitante.
5.1- Expectante
- Preferencial, principalmente em casos de cesárea anterior;
- Explicar à paciente sobre riscos e benefícios, respeitar a sua escolha e libera-la para o
domicilio caso a mesma opte pela conduta expectante, orientando a retornar ao serviço em
no máximo 2 semanas ou antes se febre ou sangramentos;
- O trabalho de parto começa em 75% dos casos espontaneamente até 2 semanas após o
diagnóstico, e 90% até final da 3ª semana;
- Contra-indicação para conduta expectante
• Amniorrexe premature;
• Corioamnionite;
• DPP;
• Placenta prévia;
• Aloimunização Rh;
• Retenção de feto morto;
• Coagulopatia;
• Tempo de OF desconhecido;
164
5.2- Ativa
- Coletar hemograma completo, coagularam e tipagem sanguínea a cada 48horas;
- Indução com misoprostol ou método Krause (ver capítulo específico);
- Sempre que possível optar pelo misoprostol inicialmente ;
- Em casos de falha na maturação cervical com os métodos acima o caso deverá ser
discutido pela equipe da tocoginecologia, considerar cesárea após falha de misoprostol e
Krause
6- CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
- Todas as gestantes com o diagnóstico de óbito fetal deverão ser internadas ou
encaminhadas para outros hospitais com condições de acompanhamento destas pacientes
7- CRITÉRIOS DE ALTA
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas;
- Seguir protocolos de puerpério;
- Sinais vitais estáveis;
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse;
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh, se necessário;
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS
1. Sun SY, Mattar R, Carvalho N, Braga Neto AR. Óbito fetal. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 39/ Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco), 2018.
3. Garcia CAO et al. Indução de trabalho de parto com feto vivo. MEAC- Maternidade escola
Assis Chateaubriand, 2018.
4. Souza ACSR et al. Método mecânico de indução do parto em gestantes de alto risco com
cesariana anterior. Rev Bras Ginecol Obstet., 2015.
165
1- OBJETIVO
- Identificar fetos de risco para eventos adversos e, consequentemente, para óbito, podendo-
se atuar preventivamente e evitar os desfechos desfavoráveis.
2- INDICAÇÕES
- Todas contidas no quadro 1
- Outras não presentes no quadro 1 podem surgir após discussão da equipe assistencial
3- PATOFISIOLOGIA
• Muitas das patologias obstétricas tem origem placentária: a segunda onda de invasão
trofoblástico é ausente ou incompleta, fazendo com que as artérias espiraladas se
transformem em artérias útero-placentárias apenas na sua porção decidual, mantendo a
estrutura músculo-elástica a nível miometrial, levando a uma alta resistência placentária e
reduzindo o fluxo devido ao prejuízo da expansão da área de trocas materno-fetais.
• Essa a placentação inadequada, ou insuficiência placentária. faz com que haja um menor
aporte de oxigênio para o feto e essa diminuição da oxigenação fetal faz com que haja uma
resposta adaptativa fisiológica fetal através do estímulo do sistema nervoso autônomo,
ocasionando um aumento da resistência vascular periférica e da frequência cardíaca fetal,
desencadeando um redirecionamento sanguíneo.
• Este processo, denominado centralização fetal, se evidencia com uma vasoconstrição das
artérias umbilicais associado a vasodilatação da artéria cerebral média, a fim de permitir que
órgãos nobres, como cérebro, coração e adrenais, mantenham seu fluxo adequado.
• É interessante destacar que os rins não recebem esse aporte prioritário, evoluindo com
vasoconstrição das artérias renais, o que leva a uma diminuição da filtração glomerular e
consequente oligoâmnio.
• Por fim, para reduzir o gasto energético fetal, ocorre diminuição dos movimentos corporais,
respiratórios e relaxamento do tônus fetal.
• A hipóxia provoca uma reação enérgica de alarme, com liberação de adrenalina e
norepinefrina, que serão responsáveis pela glicogenólise através do metabolismo anaeróbio.
5- MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
1. Movimentação fetal
2. Cardiotocografia
3. Perfil Biofísico fetal
4. Ultrassonografia Obstétrica com Doppler
167
5.1- MOBILOGRAMA
• Método de rastreio que deve ser feito em âmbito domiciliar. Trata-se da contagem simples
de movimentos fetais com diversos protocolos distintos de manejo. Assume-se que um feto
saudável apresenta pelo menos 10 movimentos num período de 2 horas.
• O que fazer frente a uma queixa de diminuição da movimentação?
▪ Primeiramente avaliar a cardiotocografia e, caso a queixa ainda persista, realizar
ultrassonografia para avaliar motivos para diminuição da movimentação fetal
(oligoâmnio, restrição de crescimento intra-uterino).
▪ Figura 1
USG Obstétrico
Cardiotocografia
Queixa persiste?
USG Obstétrico
5.2- CARDIOTOCOGRAFIA
• Antes de iniciar a interpretação do exame é importante configurar o aparelho para que esteja
com velocidade do traçado de 1cm/min, e para melhor interpretação é recomendado que
seja realizado por período mínimo de 20 minutos.
• Todo exame deve ser identificado com o nome completo da paciente; leito ocupado; data e
hora de início; registrar todos os estímulos realizados na sua execução (mudança de
posição; estímulo mecânico ou vibro-acústico) e; laudar o exame e assinar/carimbar o
resultado. Sempre que possível, é prudente registrar o pulso materno da mãe durante o
procedimento.
• Os parâmetros estão descritos no Quadro 2.
• Interpretação da Cardiotocografia:
- Quadros 3 e 4.
- A cardiotocografia é um exame inócuo de baixo custo e de fácil execução com alto valor
preditivo negativo, permitindo que possamos afirmar que o bem estar fetal está preservado
quando o traçado está normal.
- O traçado de cardiotocografia classificado como categoria II é inconclusivo para avaliação
do bem estar fetal, devendo-se manter a monitorização durante a realização da reanimação
fetal intrauterina. Deve-se proceder com hidratação venosa (1000mL de soro fisiológico a
0,9% ou Ringer lactato); fornecimento de oxigênio sob cateter nasal a 5-8L/min; mudança
para decúbito lateral esquerdo; redução da contratilidade (na vigência de taquissistolia
pode-se suspender a indução do parto e realizar dose de uma ampola de terbutalina
subcutânea para melhor avaliação fetal antes de se prosseguir a uma intervenção
cirúrgica); toque vaginal (excluir hipótese de prolapso de cordão umbilical - principalmente
nos casos de corioamniorrexe prematura); estímulo sonoro vibroacústico ou estimulo digital.
- A infusão de glicose pode ser estimulada quando a paciente encontra-se em jejum por
tempo prolongado. Tal medida tem seu uso off-label e pode reduzir os níveis de acidemia
no cordão umbilical.
- Se o padrão do exame for mantido, pode-se complementar a investigação diagnóstica com
perfil biofísico fetal ou ultrassonografia obstétrica com dopplerfluxometria, principalmente
nos casos de prematuridade. Nesse caso, nas gestações a termo, associado a dificuldade
de realização de ultrassonografia, indicar resolução da gestação por via alta.
170
Padr o sinusoidal OU
Todos os par metros devem Aqueles que não se enquadram
Variabilidade ausente + um dos
estar presentes. nas categorias 2 ou 3
par metros abaixo
Linha de base normal: Linha de base Bradicardia com
Linha de base bradicardia
110-160 bpm* boa variabilidade ou taquicardia
Variabilidade ausente ou
Variabilidade presente: Desacelera es tardias
mínima sem desacelerações
6-25 bpm recorrentes
repetitivas
Desacelera o tardia recorrente Desacelera es variáveis
Desacelera o tardia ausente
com variabilidade normal recorrentes
- Interrupção imediata
OU
- Monitoração continua;
estado ácido-básico fetal - Reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra
Categoria III SEM padrão anormal
uterinas, máximo 10 minutos:
sinusoidal Decisão conforme viabilidade
fetal • Se evoluir para categoria I
manter monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou
III considerar interrupção
imediata
Categoria III COM padrão
morte fetal iminente - Interrupção imediata
sinusoidal
Quadro 4 – Interpretação e conduta por categoria da cardiotocografia
Fonte 1: Adaptado de ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey
Of Physicians. Vigilância fetal intraparto, 2018.
Fonte 2: MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Cardiotocografia Cl nicos e
Diretrizes Terap uticas, 2019.
fatores de risco estão controlados, podemos solicitar novo perfil biofísico fetal
semanalmente.
VARIÁVEL PONTUAÇÃO
MOVIMENTAÇÃO RESPIRATÓRIA Pelo menos 1 movimento com duração de 30 segundos
MORTALIDADE
SCORE DO PBF RESULTADO CONDUTA
PERINATAL
8 a 10
Normalidade 0,1% Conservadora
(Líquido normal)
Investigar
8 Comprometimento
6% Corioamniorrexe e
(Oligoâmnio) crônico
Doença renal fetal
6 Reavaliação em 6
Suspeito Variável
(Líquido normal) horas
6 Resolução na
Possível anóxia 9%
(Oligoâmnio) maturidade fetal
4 9%
2 Hipoxemia 12,5% Resolução imediata
0 60%
Quadro 6- Interpretação do Perfil Biofísico Fetal.
Fonte: Adaptado de: MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Perfil Biofísico Fetal.
Protocolos Cl nicos e Diretrizes Terap uticas, 2018.
5.4- DOPPLERFLUXOMETRIA
• Método ultrassonográfico de mensuração das velocidades de fluxo na circulação materna e
fetal capaz de identificar se a perfusão cérebro-placentária está de maneira adequada e de
predizer risco para restrição de crescimento intra-uterino e pré-eclâmpsia.
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173
7- ORIENTAÇÕES GERAIS:
• A avaliação da vitalidade fetal nas pacientes internadas deverá ser feita através do traçado
da cardiotocografia diária, respeitando-se os critérios clínicos da assistência materno-fetal.
• Pacientes internadas em trabalho de parto devem ter o controle de vitalidade fetal conforme
figura 2.
• O perfil biofísico fetal deverá ser deixado para os casos inconclusivos, tais como traçado da
cardiotocografia classificado como categoria II persistente, mesmo após manobras de
reanimação fetal.
174
• A ultrassonografia deve ser utilizada sempre que houver prematuridade e quando houver
suspeição de alterações do crescimento fetal ou da quantificação do líquido amniótico,
assim como nas comorbidades que possam levar a alteração da circulação materno-fetal.
Podemos exemplificar da seguinte maneira:
- Pacientes internadas com quadros infecciosos do trato urinário baixo, sem
repercussão hemodinâmica, com boa movimentação fetal, não necessitam de
avaliação da vitalidade fetal diária; entretanto, se houvermos sepse ou choque
séptico, condições que podem levar a hipofluxo placentário, podemos lançar mão da
cardiotocografia e até mesmo da ultrassonografia obstétrica com doppler;
- Pacientes internadas com quadro de corioamniorrexe prematura pré-termo ou
trabalho de parto pré-termo devem ser submetidas a uma ultrassonografia
admissional, visando determinar peso fetal, quantificação do líquido amniótico e, até
mesmo da dopplervelocimetria se necessário. Posteriormente, o controle de
vitalidade fetal deverá ser feito através da cardiotocografia diária. Sabe-se que os
movimentos respiratórios fetais são o primeiro parâmetro a se alterar em vigência de
corioamnionite, mas não há necessidade de realizar perfil biofísico fetal seriado,
pois podemos determinar quadro infeccioso, de maneira mais precisa, através de
exames laboratoriais (hemograma e proteína C reativa);
- Pacientes com síndrome hipertensiva gestacional devem ter seus fetos avaliados
através de cardiotocografia diária, podendo-se acrescentar avaliação da
ultrassonografia obstétrica com doppler nos casos de difícil controle pressórico ou
na suspeição de insuficiência placentária;
- Pacientes com diabetes gestacional devem realizar cardiotocografia diária,
podendo-se solicitar perfil biofísico fetal semanalmente, principalmente se o controle
glicêmico estiver inadequado.
- Pacientes com oligoâmnio de etiologia indeterminada devem ser consideradas como
provável insuficiência placentária (caso descartado corioamniorrexe prematura pré-
termo), devendo-se realizar avaliação da vitalidade fetal através de cardiotocografia
diariamente, podendo-se fazer ultrassonografia seriada (semanal) para
quantificação do líquido amniótico e da dopplervelocimetria;
- Pacientes com fetos pequenos para a idade gestacional devem realizar
cardiotocografia diária e controle ultrassonográfico com doppler quinzenalmente,
enquanto pacientes com restrição de crescimento intra-uterino devem realizar
cardiotocografia diária e controle ultrassonográfico com doppler semanalmente;
- Casos de centralização fetal devem realizar ultrassonografia obstétrica com doppler
diário com avaliação obrigatória do ducto venoso
175
PRESENÇA DE MECÔNICO?
NÃO SIM
CONSIDERAR
MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA
(cardiotocografia)
REFERÊNCIAS
1. MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Cardiotocografia Cl nicos e Diretrizes
Terap uticas, 2019.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of Physicians.
Vigilância fetal intraparto, 2018.
3. Oliveira CA, Sá RA. Cardiotocografia a anteparto. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 81/Comissão Nacional Especializada em Medicina Fetal), 2018.
5. Silveira SK, Trapani Júnior, AT. Monitorização fetal intraparto. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 100 / Comissão Nacional Especializada em Assistência ao
Abortamento, Parto e Puerpério).
7. Sapoval J, Singh V, Carter RE. Ultrasound Biophysical Profile. StatPearls Publishing. 2021.
Available at: www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK539866/?report=printable
8. Nomura RMY, Miyadahira S, Zugaib M. Avaliação da vitalidade fetal antepasto. Rev. Bras.
Ginecol. Obstet. 2009; 31(10):513-26
9. Balayla J, Shrem G. Solving the Obstetrical Paradox: the FETAL Technique - A Step toward
Noninvasive Evaluation of Fetal pH. Hindawi. Journal of Pregnancy. Volume 2020, Article ID
7801039, 5 pages
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177
1- INTRODUÇÃO
• A dor abdominal na gestação é um sintoma comum e cabe ao obstetra o desafio de
diferenciar causas fisiológicas e patológicas para esse incômodo, e nas patológicas as
obstétricas das não obstétricas;
• O abdome agudo tem incidência de 1 em 500 - 635 gestações, sendo principalmente
causado por apendicite (1 em 500-200), cerca de 25 a 50% dos casos.
• Possíveis causas de dor não obstétrica
- Apendicite;
- Colecistite aguda.
- Obstrução intestinal.
- Pancreatite.
- Nefrolitíase.
- Tumores anexiais.
- Miomas uterinos.
- Trauma.
2- ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS
- Diminuição do tônus do esfíncter esofágico inferior e o aumento do tempo de esvaziamento
gástrico;
- Diminuição da motilidade intestinal;
- Diminuição no esvaziamento da vesícula biliar;
- Leucocitose fisiológica na gravidez e parto ( 10 a 15000 na gestação e até 20 a 30000
durante o trabalho de parto e no puerpério imediato);
- Expansão do volume plasmático;
- Aumento de fatores de coagulação;
- Elevação de FAL e concentrações de bilirrubinas e transaminases possivelmente
aumentadas.
3- APENDICITE
- Causa mais comum de abdome agudo em grávidas;
- O apêndice começa migrar, se elevando a partir do terceiro mês, alcançando o nível da
crista ilíaca no sexto mês e só retorna no décimo dia pós parto;
- Tem 3 vezes mais chance de ruptura, principalmente no terceiro trimestre.
Sintomas
- Dor abdominal;
- Anorexia;
- Vômitos, náuseas;
- Febre presente ou ausente;
- Sinal de Blumberg pode estar presente ou ausente.
A
178
Exames complementares
- Leucocitose com desvio a esquerda é comum;
- Ultrassonografia com compressão, tendo alta sensibilidade e especificidade no primeiro e
segundo trimestres;
- O principal achado o aumento do di metro transversal do ap ndice (> 6mm);
- Espessura da parede do ap ndice > 3mm;
- Aus ncia da camada ecog nica central (submucosa);
- Aus ncia de g s no interior do ap ndice;
- Presen a do apendicolito no interior do ap ndice;
- Visualiza o do ap ndice no ponto mais doloroso do abdome;
- Já no terceiro trimestre, recomenda-se tomografia ou ressonância devido a dificuldades
técnicas.
Conduta
- Em caso de perfuração e peritonite, deve-se fazer o parto se já houver viabilidade fetal
devido à alta taxa de mortalidade fetal nessas situações (20 a 35%) contra 1,5% nas não
perfuradas;
- Em casos de peritonite:
• uso de cefuroxima + ampicilina + metronidazol pré-operatório;
• copiosa limpeza de cavidade;
• uso de dreno intraperitoneal.
- Trabalho de parto prematuro não é comum após o procedimento cirúrgico, porém no
terceiro trimestre pode chegar a 50%. Mesmo assim, não é indicada medicação profilática.
4- COLECISTITE AGUDA
- É a segunda causa de abdome agudo em gestantes (1 em 1600 a 10000) e normalmente é
causado por uma colelitíase.
Sintomas
- Náusea;
- Vômitos;
- Dispepsia;
- intolerância a alimentos gordurosos;
- Sinal de Murphy é menos comum;
- Deve-se pensar em diagnóstico diferencial com síndrome HELLP, pré-eclâmpsia,
apendicite, hepatites agudas, infarto do miocárdio, úlcera péptica e herpes zoster.
Exames complementares
- A imagem de escolha é a ultrassonografia com alta acurácia (95-98%):
• Tem alta sensibilidade para a detecção de cálculos;
• O espessamento da parede é considerado anormal quando maior que 4 mm;
• Também pode haver visualização de líquido perivesicular, distensão da vesícula, cálculos
impactados no infundíbulo.
- A tomografia computadorizada (TC) helicoidal e a ressonância nuclear magnética também
ajudam na identificação de alterações mal diagnosticadas pelo ultrassom. Ela permite a
identificação de coleções ou gás na parede ou no interior da vesícula e a presença de
pneumoperitônio, que não são detectados pelo ultrassom, e que sempre requerem
tratamento de emergência. A TC deve ser preferencialmente reservada para o terceiro
trimestre.
- Exames laboratoriais também contribuem:
• Comum leucocitose com desvio a esquerda
! Hepatograma está alterado com elevação das transaminases, da fosfatase alcalina,
bilirrubinas e amilase;
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179
5- OBSTRUÇÃO INTESTINAL
- Terceira causa mais comum de abdome agudo nessa população. Ocorre principalmente
entre 34 e 36 semanas pela descida da apresentação e no puerpério imediato pela queda
rápida no volume uterino.
Causas principais
- Aderências pélvicas (causadas por cirurgias prévias, DIPA);
- Volvo (25 a 44%);
- Rotação do ceco;
- Intussuscepção intestinal;
- Hérnia;
- Câncer;
- Diverticulite.
Sintomas
- Dor e distensão abdominal;
- Náuseas;
- Vômitos – por vezes fecalóide;
- Parada de eliminação de flatos e fezes;
- Aumento do peristaltismo;
- Ruído hidroaéreo metálico.
Exames complementares
- Rotina radiológica de abdome agudo: raio x de tórax, abdome ortostático e em decúbito
dorsal.
- A presença de nível hidroaéreo é o achado mais comum.
Conduta:
- Dieta zero;
- Tratamento de possível distúrbio hidroeletrolítico;
- Sonda nasogástrica;
- Retosigmoidoscopia e colonoscopia em obstruções baixas são boas opções, com
resultados melhores em volvo de sigmóide que em volvo cecal. Nesses exames também
podemos observar sinais de viabilidade ou necrose de alça;
- Cirurgia exploradora em caso de tratamento clínico sem sucesso, febre, taquicardia,
leucocitose progressiva associada a dor abdominal. É indicada a laparotomia com incisão
mediana;
- A abordagem cirúrgica precoce diminui porcentagem de mortalidade materna e fetal.
180
6- PANCREATITE AGUDA
- É mais comum no terceiro trimestre e no pós-parto, tendo como principal hipótese para
essa ocorrência o aumento de pressão nas vias biliares.
Causas Principais
- A colelitíase é a principal causa, seguida pelo abuso de álcool;
- Outras causas são cirurgia abdominal, trauma fechado, infecciosa, úlcera duodenal
perfurada, colagenoses e hiperparatireoidismo.
Sintomas
- Dor epigástrica intensa e repentina, irradiando para o dorso;
- Vômito incoercível;
- Febre;
- Ruídos hidroaéreos estão geralmente diminuídos, secundário a um íleo paralítico;
- Distensão abdominal difusa.
Exames complementares:
- Leucocitose é um achado comum;
- Pode haver elevação de: TGO, TGP, bilirrubinas totais e frações, uréia e creatinina;
- Há elevação de Amilase e lipase;
- Pode ocorrer redução de PO2;
- A redução de cálcio é um dos critérios de gravidade;
- Ultrassonografia visando procurar pseudocistos, abscessos e colelitíase;
- Pode-se realizar tomografia de abdome em paciente com casos duvidosos, porém ainda
não há protocolo para a eleição desses casos.
Conduta:
- Dieta zero,
- Sonda nasogástrica;
- Analgesia - meperidina ou tramadol, evitando sempre o uso de morfina pois esta causa
espasmos no esfíncter de Oddi;
- Hidratação;
- Correção de desequilíbrio hidroeletolítico (DHE);
- Unidade de Tratamento Intensivo;
- Terapia antimicrobiana de amplo espectro se sinais de sepse;
- A intervenção cirúrgica fica reservada a casos refratários, como suspeita de doença
hemorrágica, abscesso ou pseudocisto.
7- NEFROLITÍASE
- A gravidez não interfere na evolução natural de doença, apesar da estase e da chance
aumentada de infecção do trato urinário.
Sintomas
- Dor lombar;
- Náuseas;
- Polaciúria;
- Urgência miccional.
Exames
- EAS podemos identificas hematúria sem infecção.
- O teste de imagem de escolha é a ultrassonografia para identificação dos cálculos.
Conduta
- Analgesia e o uso de anti-espasmódicos, podendo ser complementado com bloqueadores
do canal de cálcio, α antagonistas;
- Hidratação;
181
- A Litotripsia extra corpórea não é indicada, sendo feita ureterolitotripsia ou cirurgia aberta
para os casos de obstrução ureteral completa, septicemia ou dor persistente.
8- TUMORES ANEXIAIS
- São mais frequentes nas gestantes que nas não gestantes;
- Durante o primeiro trimestre, por estímulo do βhcg, há o aumento do corpo lúteo. Esse
corpo lúteo pode aumentar rapidamente e levar a torção, distensão súbita ou ruptura além
de sangramento de corpo lúteo hemorrágico.
Sintomas
- Dor aguda;
- Suor frio;
- Náuseas.
Conduta
- Tumores estáveis com mais de 5cm devem passar por reavaliação ultrassonográfica em 2 a
4 semanas, observando se há regressão. Deve-se levar em conta que o risco de torção é
maior no segundo trimestre.
- São indicações de ooforectomia: aumento progressivo, dor intensa, conteúdo sólido,
vegetações e hipervascularização ao doppler.
- É indicativo de laparotomia, contra-indicando laparoscopia, tumores sólidos, maiores que
10 cm, após as 16 semanas e em mulheres de mais de 40 anos. Para estes casos deve-se
oferecer ainda cuidados oncológicos e biópsia de congelação.
9- MIOMA UTERINO
- Durante a gestação a paciente portadora de miomatose pode apresentar algumas
complicações:
- Como dor por degeneração ou torção de miomas pediculados;
- Deve-se atentar para degeneração vermelha, com isquemia por insuficiência vascular,
cursando com dor, febre baixa e leucocitose;
- Miomas maiores que 5cm, intramurais e próximos ao endométrio aumentam o risco de
aborto, trabalho de parto e descolamento de placenta;
- A miomectomia é indicada se houver dor intensa, crescimento rápido, compressão de
órgãos e/ ou suspeita de sarcoma.
11-TRAUMA PENETRANTE
- As principais causas de trauma penetrante são perfurações por arma de fogo e arma
branca e, geralmente, não são associados a morte materna;
182
- Depois do primeiro trimestre o útero em expansão acaba tendo um papel protetor sobre os
outros órgãos;
- O suporte avançado de vida nessas pacientes é o mesmo que em qualquer outro, seguindo
o ACLS;
- Na paciente crítica, deve-se sempre pensar em salvar a vida materna primeiro;
- A cesariana é indicada quando ocorre perfuração direta do útero, sofrimento fetal ou por
indicação materna, se a exploração abdominal materna não puder ser feita devido ao útero
gravídico.
- Importante se atentar para o Rh materno, já que pode ocorrer contato entre sangue
materno e fetal. Em caso de gestante Rh negativo a imunoglobulina deve ser oferecida.
Uma ampola com 300µg protege contra menos de 30ml de sangramento;
- Cesariana perimorten deve ser considerada em pacientes que não respondem à
ressuscitação cardiopulmonar. Os resultados são melhores se o parto é realizado antes dos
5 minutos de parada.
12-CUIDADOS INTRAOPERATÓRIOS
- Hidratação adequada no intra-operatório (150ml/h de cristalóide);
- Sedação;
- Analgesia;
- Mesa a 30º a esquerda;
- Monitorização fetal contínua por cardiotocografia;
- Cirurgias laparoscópicas a técnica aberta (Hasson) é a de escolha, não pode ser utilizado
manipulador uterino e inicia-se o uso de pressões baixas (10-12mmHg) para evitar
absorção de CO2.
183
FEBRE ?
SIM NÃO
INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR
- Exames laboratoriais: amilase, lipase, TGO,TGP, bilirrubina, NA, Cl, K, Ca, Mg, gasometria
- US abdominal: contribui para a suspeita de pancreatite e as demais causas de dor abdominal de
origem não obstétrica
- Se TC for importante para o diagnóstico e planejamento cirúrgico deve-se individualizar os casos.
Existem trabalhos sugerindo que o exame pode ser realizado a partir
REFERÊNCIAS
1. Pinheiro FCP, Nunes CR. Acurácia da ultrassonografia no diagnóstico de apendicite aguda.
Revista da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, 2019.
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2015.
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agudo: diagnóstico sindrômico, etiológico e algoritmo diagnóstico / Acute abdomen:
syndromic diagnostic, etiologic and diagnostic algorithm. Acta méd. (Porto Alegre), 2009.
1- RECOMENDAÇÕES
1.1- Recomendações gerais
- Avaliar todas as pacientes para risco aumentado de TEV na admissão;
- Realizar profilaxia se:
• Procedimento com tempo cirúrgico e anestésico total maior que 90 minutos ou 60
minutos se a cirugia envolver a pelve e/ou membros inferiores;
• Admissão aguda com patologia intra-abdominal ou inflamatória.
1.2- Recomendações para profilaxia durante a gravidez e puerpério
Avaliação:
- Toda gestante e puérpera deve ser submetida a uma avaliação de risco para
tromboembolismo venoso (TEV) no momento da internação (quadro 1 e figura 1).
- Indicações de heparina de baixo peso molecular (HBPM- enoxaparina):
• Três ou mais fatores de risco atuais ou persistentes listados no quadro 1, figura 1;
• TEV prévio recorrente;
• História de TEV em um parente de primeiro grau;
• Trombofilia documentada;
- Deve ser considerado uso de HBPM por 7 dias após o parto
• Para puérperas com dois ou mais fatores de risco persistentes listados no quadro 1 o
uso de HBPM deve ser considerado por 7 dias após o parto.
• Puérperas com obesidade mórbida (IMC > 40 Kg/m2);
• Após cesariana eletiva que tiverem um ou mais fatores de risco adicionais;
• Mulheres submetidas a uma cesariana de emergência;
• Portadoras de trombofilia;
• Deve ser considerado uso de HBPM por 6 semanas após o parto;
• Portadoras de trombofilia com história familiar ou outros fatores de risco presentes;
• Mulheres com TEV antes da gravidez atual;
• Puérperas que estavam em uso de HBPM antes do partos;
• puérperas com três ou mais fatores de risco persistentes listados no quadro 1 devem
fazer uso de meias compressivas além da HBPM.
Suspender a medicação se:
- Apresentarem qualquer sangramento vaginal OU
- Entrarem em trabalho de parto.
Orientações:
- Mobilização durante o trabalho de parto e após o parto;
- Evitar desidratação.
Posologia na profilaxia de TEV
- Mobilização Descrito no quadro 2
-
186
- Gravidez múltipla
- Terapia de reprodução assistida Pré-eclâmpsia
- Cesariana
OBSTÉTRICO
- Trabalho de parto prolongado
- Fórceps médio rotacional
- Hemorragia pós-parto (> 1 litro) que requer transfusão
<50 20 mg
50-90 40 mg
91-130 60 mg
131-170 80mg
RISCO INTERMEDIÁRIO
Cesariana intraparto ( )
Trombofilia assintomática (hereditária Pelo menos 7 dias de profilaxia com
ou adquirida) ( ) HBPM após o parto
IMC > 40 Kg/m2 ( )
Nota: Se persistirem > de 3
Hospitalização prolongada ( ) fatores de risco considerar
COMORBIDADES, ex. cardiopatias, estender a profilaxia com HBPM.
pneumopatias, LES, câncer, condições
inflamatórias, síndrome nefrótica,
anemia falciforme, uso de drogas ilícitas 2 ou mais fatores de risco
endovenosas ( )
informacoes-gerais/redes-de-atencao-a-saude-2/rede-aten-a-saude-materna-e-infantil-rede-
cegonha/acervo-e-e-books/7617-hsf-profilaxia-de-tromboembolismo-venoso-na-gravidez-e-
puerperio/file] .Revisão de 2015.
6. RCOG – Royal College of Obstetricians and Gynecologists. Reducing the risk of thrombosis
and embolism during pregnancy and puerperium. Green-top Guideline No. 37. London:
RCOG, 2009
7. NICE - National Institute for Health and Cinical Excellence. Venous thromboembolism:
reducing the risk. NICE clinical guideline 92. London: NICE, 2010.
189
38-COVID-19 NA GESTAÇÃO
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Gislânia Ponte Francês Brito
Paulo Henrique Seabra de Farias
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunçāo
1- NOTIFICAÇÃO
• CID:
• SUSPEITO: U07.2
• CONFIRMADO: U07.1
• Todos os casos suspeitos devem ser obrigatoriamente notificados, independentemente de
terem critérios para internação.
• Toda notificação deve ser realizada preenchendo-se todos os campos do documentos.
• Todos os casos notificados devem ser submetidos a exame de swab para pesquisa de Sars-
Corv-2 se entre o 30 e o 70 dia de sintomas ou sorologia se mais de 10 dias de evolução.
2- DEFINIÇÃO DE CASO
• Casos suspeitos: “pessoas ou pacientes em investigação”, ou seja aquelas que
responderem SIM A PELO MENOS UMA PERGUNTA do Quadro 1.
• Casos prováveis: são casos suspeitos em que o teste para SARS-CoV-2 é inconclusivo ou
não está disponível.
• Casos confirmados: pessoas com confirmação laboratorial de infecção por SARS-CoV-2.
• OBS: Todas as pessoas com suspeita, probabilidade ou confirmação de SARS-CoV-2
devem ser imediatamente isoladas.
Fazer uma pergunta de cada vez e dar tempo para a paciente responder
3- TEMPO DE ISOLAMENTO
190
• Para pacientes sintomáticos: 10 dias após o início dos sintomas, mais pelo menos três
dias sem sintomas (inclusive sem febre e sintomas respiratórios).
• Para casos assintomáticos: 10 dias após teste positivo para SARS-CoV-2.
4- ACOPANHANTES
• os acompanhantes são permitidos porém não podem ser de grupo de risco, não podem
estar com sintomas de síndrome gripal e deverão ser submetidos à triagem clínica no
momento da internação da gestante.
IIA IIA
SEM Hipoxia COM Hipoxia
Gravidade
Fase de Resposta Viral
da
doença
Fase de Resposta
Hiperin amatória
Evolução Temporal
6- CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
• Após suspeitar ou confirmar a COVID-19, deve-se classificar a gravidade da doença
conforme Quadro 2.
NÃO
RECEPÇÃO CRITÉRIOS PARA CASO CUSPEITO *
ALMIR OU
GABRIEL PCR POSITIVO PARA COVID-19
SIM
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
GRÁVIDA/ ENFERMEIRA ÁREA RESTRITA: NÃO
OBSTÉTRICA
PUÉRPERA PREENCHE CRITÉRIO DE CASO SUSPEITO?*
HABITUAL
SIM
SIM
- Contra-indicações a enoxaparina: sangramento ativo, plaquetas < 70 mil por mm3 , inr >
2, insuficiência renal creatinina > 1,5 mg/dl
• Cuidados diários:
- Realizar limpeza e desinfecção com detergente desinfectante (Germe Rio) a cada uso de
equipamentos e materiais compartilhados (Ex. estetoscópio, oxímetro portátil, aparelho
de glicemia, balança, aparelhos de exercício respiratório,, etc).
- Gestante ou puérpera deve usar máscara cirúrgica durante toda a internação
- Se intercorrências obstétricas deve-se seguir fluxo da figura 4.
Reavaliação da paciente
ENFERMARIA DA
ÁREA RESTRITA OU DE UTI ADULTO
RETAGUARDA
REFERÊNCIAS
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COVID-19: accurate identification of severe risks and early intervention of disease
progression. medRxiv [Internet]. 2020 Jan 1;2020.04.06.20054890. Available from: http://
medrxiv.org/content/early/2020/04/11/2020.04.06.20054890.abstract
6. Zhou, F et al. Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19
in Wuhan, China: a retrospective cohort study
7. Lu X, Chen T, Wang Y, et al. Adjuvant corticosteroid therapy for critically ill patients with
COVID-19. medRxiv. 2020:2020.2004.2007.20056390.
11. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes para diagnóstico e tratamento da COVID-19. Versão
3, 2020.
13. WHO- World Health Organization. Rational use of personal protective equipment (PPE) for
coronavirus disease (COVID-19), 21/03/2020. Disponível em: https://apps.who.int/iris/
bitstream/handle/10665/331498/WHO-2019-nCoV-IPCPPE_use-2020.2-eng.pdf. Acessado
em 23/03/2020.
18. Holshue ML, et al. N Engl J Med. 2020. doi: 10.1056/NEJMoa2001191. Lu H. Biosci
Trends. 2020. doi: 10.5582/bst.2020.01020
21. COVID-19/ Aspectos obstétricos e perinatais. Programa Parto Adequado/ Albert Einstein,
2020.
199
UNIDADE 4: ANESTESIA
39- ANALGESIA E ANESTESIA EM OBSTETRÍCIA
40-PROTOCOLO DE ANESTESIA: SÍNDROME HIPERTENSIVA NA
GESTAÇÃO (SHEG)
41- PROTOCOLO DE ANESTESIA: HEMORRAGIA PERIPARTO
200
1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
- Durante a gravidez o organismo materno sofre profundas mudanças na fisiologia de seus
sistemas e órgãos. O médico anestesiologista deve ser conhecedor dessas alterações para
que possa oferecer analgesia e anestesia segura tanto para mãe quanto para o feto.
- Ocitocina é o agente de primeira linha, aplicar 10 UI intramuscular após parto normal
ou cesariana;
• Sistema respiratório
- Diminuição da CRF (capacidade residual funcional) em torno de 20% e de 5% na
capacidade pulmonar total;
- Aumento do volume corrente e do volume minuto;
- Diminuição do volume de reserva expiratório;
- Deslocamento da curva de dissociação da oxihemoglobina para direita, com aumento da
oferta de oxigênio para o feto;
- Estado de alcalose respiratória que é compensada pela maior eliminação de gás carbônico,
mantendo o PH materno em níveis normais;
- Desenvolvimento de hipoxemia mais rapidamente que a paciente não grávida em situação
de apnéia. O tempo para intubação orotraqueal é limitado e a pré oxigenação adequada é
necessária;
- Estão absolutamente contra indicadas sedações profundas na paciente obstétrica sem
intubação traqueal onde em geral deve-se utilizar tubos endotraqueais com menor
diâmetro, devido ingurgitamento e friabilidade das vias aéreas nesse tipo de pacientes.
• Sistema cardiovascular
- Aumento de cerca de 30 a 50% do débito cardíaco (DC) com diminuição do tempo de
equilíbrio dos fármacos com o sítio efetor gerando uma mais rápida indução anestésica;
- Aumento do volume sanguíneo em torno de 2.000 ml;
- Aumento do volume sistólico e da freqüência cardíaca;
- Diminuição da resistência vascular sistêmica com queda de cerca de 5% na pressão arterial
média;
- Diminuição de 30% na resistência vascular pulmonar;
- A posição supina promove importantes alterações hemodinâmicas na gestante
especialmente após a 20° semana de gestação, em decorrência da compressão que este
útero promove sobre a veia cava diminuindo o retorno venoso promovendo em 20% das
pacientes a síndrome da hipotensão supina;
- A partir da 20° semana de gestação é obrigatória a descompressão da veia cava.
Recomenda se o deslocamento lateral uterino para a esquerda;
- Presença de terceira bulha cardíaca e sopro sistólico paraesternal pode ocorrer em 90%
das gestantes e não representa achado patológico.
201
• Sistema urinário
- Aumento do fluxo sanguíneo renal em cerca de 75%;
- O ritmo de filtração glomerular aumenta cerca de 50%;
- Aumento no clerance de creatinina em 25% com redução de seus níveis séricos para cerca
de 0,5mg/dL;
- Aumento na excreção de proteínas;
- Diminuição da reabsorção tubular de glicose predispondo ao desenvolvimento de diabetes
gestacional;
- Diminuição da reabsorção de bicarbonato com acidose metabólica compensatória à
alcalose respiratória.
• Sistema gastrointestinal
- A produção aumentada de progesterona causa redução na motilidade gastrintestinal e
absorção alimentar mais lenta;
- Aumento da acidez gástrica e redução do tônus do esfíncter esofágico inferior, fatores que
aumentam o risco de broncoaspiração de conteúdo gástrico;
- Aumento da dor, a ansiedade e a administração de opióides contribuem para o aumento no
tempo de esvaziamento em até 60% após a 34ª semana de gestação, somado ao aumento
da pressão intragástrica durante o último trimestre de gestação, coloca a paciente em alto
risco para regurgitação, aspiração pulmonar e desenvolvimento de pneumonite severa por
aspiração (síndrome de Mendelsom).
• Sistema hepático
- Diminuição da albumina sérica em até 60%, pelo aumento do volume plasmático;
- Aumento da fosfatase alcalina pela produção placentária;
- O fluxo sanguíneo e a função hepática global não se alteram.
• Sistema hematológico
- Aumento do volume sanguíneo circulante;
- Aumento na produção de eritrócitos com acréscimo de 17 a 40% no hematócrito conferindo
pela desproporcionalidade com o aumento da volemia a chamada anemia fisiológica da
gravidez;
- Estado pró trombótico com risco 4 vezes maior para fenômenos tromboembólicos por
aumento dos fatores I,VII,VIII,IX,X,XII, Von Willebrand e fibrinogênio;
- Contagem de Plaquetas devem estar diminuídas pela hemodiluição.
• Metabolismo materno
- Relativa resistência tecidual à insulina, promovendo estado diabetogênico durante a
gestação.
• Sistema neurológico
- Por possível ação da progesterona, ocorre diminuição de 28% da CAM dos anestésicos
inalatórios;
- Este fenômeno restringe-se ao componente analgésico destes anestésicos;
202
- O efeito sobre o componente hipnótico não se altera e, portanto, a gestante necessita das
mesmas doses hipnóticas para manter inconsciência;
- Ocorre maior sensibilidade aos anestésicos locais, por possível potencialização do efeito
pela progesterona.
3- JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO
- Procedimentos eletivos de gestantes saudáveis: 8 horas para alimentos sólidos e 2 horas
para líquidos claros e sem resíduo;
- Parturiente em trabalho de parto, com baixo risco para cesariana e baixo risco anestésico,
pode-se liberar a ingesta de líquidos claros e sem resíduo a vontade;
• Baixo risco anestésico: exclui pacientes com via aérea difícil, previamente avaliada
pelo anestesiologista, ou portadora de diabetes, obesidade mórbida ou comorbidades
graves.
• Líquidos claros: chás, suco de frutas sem polpa, bebidas tipo isotônicas.
- Prevenção medicamentosa da broncoaspiração em cesarianas
• Um antagonista dos receptores H2 por via venosa deve ser oferecido antes da cesariana
de emergência;
• A associar 10mg de metoclopramida e 4 mg de dexametasona para profilaxia de vômitos;
• Complementar com 30 ml de citrato de sódio VO se a anestesia geral é planejada.
5- TÉCNICAS ANALGÉSICAS
- Preferência à realização de técnicas regionais de anestesia, que podem ser realizadas em
qualquer momento do trabalho de parto
- A escolha da técnica deve ser pautada na avaliação clínica da paciente e na fase do
trabalho de parto a qual a mesma se encontra.
204
• Peridural contínua
• Raquianestesia
• Manutenção
- Após 9 cm de dilatação do colo uterino ou no período expulsivo, já ultrapassando 1h30’ da
última dose, caso a paciente reclame de dor, realiza-se outra dose da levobupivacaína a
0,1% (2 ml de levobupivacaína 0,5% + 8 ml de água destilada) administrada através do
cateter peridural.
- Com esta concentração a maioria das pacientes já apresentam discreta perda da força
muscular nos membros inferiores, discreta sensação de dormência na região sacral;
entretanto, não há prejuízo da força da prensa abdominal nem a da sensação de puxos;
- Após a realização do procedimento de analgesia, reavalia-se a paciente, em termos de
contratilidade uterina, se necessário, administram-se 5 unidades de Ocitocina em 500 ml de
SG5% intravenoso;
- Especial atenção deve ser dada com relação a não contaminação da ponta do cateter nas
administrações intermitentes, deve-se lavar as mãos e utilizar luvas estéreis para
manipulação do cateter ao administrar doses adicionais;
- Após o nascimento do feto, dequitação da placenta e revisão do canal de parto, retira-se o
cateter peridural, inspeciona-se se a ponta está íntegra, realiza-se assepsia no orifício do
cateter, seguido de pequeno curativo. A paciente estará de alta da analgesia, poderá se
alimentar normalmente e ser encaminhada para enfermaria.
- Não é necessário hidratação adicional por parte da técnica anestésica;
- A documentação da paciente e a ficha de anestesia devem ser devidamente preenchidas,
inclusive anotando que o cateter foi retirado e a ponta se mostrava íntegra;
9.1- Raquianestesia
- Checagem do material: aspirador, conjunto balão/válvula/máscara, laringoscópio, fonte de
oxigênio e aparelho de anestesia;
- Venóclise com Jelco 20 ou 18 no antebraço;
- Monitorização com ECG, oxímetro de pulso e pressão arterial não invasiva;
- Antibióticoprofilaxia com 2g de cefazolina;
- Paciente sentada;
- Antissepssia da região lombar com clorexidina 0,5% solução alcoólica;
- Punção subaracnóidea com agulha de Quincke 25 ou 27G em L2/L3 ou L3/L4, pela via
mediana ou paramediana;
- Após refluxo de liquor, administrar 12,5-15 mg de bupivacaína 0,5% hiperbárica+ 0,1mg
dimorf, essa injeção deve ser lenta;
- Iniciar expansão volêmica com 10 ml/kg de cristaloide concomitante à instalação do
bloqueio manter infusão gota a gota até o nascimento;
- Cateter nasal de oxigênio deve ser individualizado, a critério do anestesiologista;
- Controle de PAS de minuto a minuto até o nascimento e de três em três minutos após;
- Após o clampeamento do cordão administrar em infusão contínua 10UI de ocitocina em
500ml de solução de ringer lactato ( 20 a 40 gotas/ minutos);
• Anestesia Geral.
- A anestesia geral apresenta uma morbidade 16,7 vezes maior que o bloqueio regional na
anestesia para cesariana.
- A principal causa deste risco aumentado se deve a dificuldade de entubação orotraqueal e
o risco aumentado de aspiração pulmonar de conteúdo gástrico.
- A gestante apresenta edema de face e vias aéreas superiores, mucosas mais friáveis, com
chances de sangramento intenso e, frequentemente, obstrução faríngea por tecidos moles.
- Elevado índice de dificuldade no acesso às vias aéreas em gestante;
- Riscos adicionais são:
• Presença de pré-eclâmpsia;
• Obesidade;
• Falta de jejum pré-operatório;
• Procedimentos emergenciais.
208
- Indicações
• Instabilidade hemodinâmica;
• Distúrbios de coagulação;
• Septicemia;
• Infecção no local da punção;
• Doença neurológica em atividade;
• Recusa do paciente ao bloqueio de neuroeixo;
• Cesariana emergencial na impossibilidade de tempo para instalação de bloqueio
espinhal;
• Falha parcial de bloqueio espinhal evidenciado durante a realização do procedimento
cirúrgico.
- Técnica:
• Avaliação cuidadosa para presença de fator preditivo de via aérea difícil na gestante;
• Preparo e checagem de material completo para acesso às vias aéreas (tubos de fino
calibre como 6,0, 6,5 e 7,0;
• Checagem do material: aspirador, conjunto balão / válvula / máscara, laringoscópio, fonte
de gases e aparelho de anestesia;
• Venóclise com jelco 20 ou 18 no antebraço;
• Monitorização com ECG, oxímetro de pulso e pressão arterial não invasiva;
• Antibióticoprofilaxia com 2g de cefazolina;
• Profilaxia farmacológica contra aspiração pulmonar de conteúdo gástrico ácido com
antagonista H-2 (ranitidina 50 mg IV), com intuito de elevar o PH gástrico,
metoclopramida 10mg IV e dexametazona 4mg IV;
• Caso haja possibilidade administrar 30 ml de citrato de sódio VO;
• Obrigatoriamente devem estar prontos para uso: Capnógrafo e máscara laríngea;
• Posicionamento da paciente em DDH com deslocamento uterino para esquerda com
descompressão da artéria aorta e da veia cava inferior para prevenção de hipotensão
arterial;
• Posição ótima de laringoscopia e intubação traqueal através de extensão e flexão
anterior da região cervical, retificando os eixos laríngeo, faríngeo e oral;
• Orientar a mesa cirúrgica em posição de cefaloaclive;
• Desnitrogenização com oxigênio a 100% por três minutos;
• Indução anestésica em seqüencia rápida com fentanil 5 mcg/kg + propofol 2,5mg/kg,
(devendo–se dar preferência nas cardiopatas ao etomidato e nas asmáticas a
ketamina)+ BNM associado a manobra de Sellick;
• Laringoscopia e intubação dando preferência a tubos de menor diámetro;
• A manutenção da anestesia deve ser feita em ventilação mecânica controlada para
manutenção de uma PaCO2 entre 35 e 45 mmHg. Pode ser utilizada a técnica de
anestesia geral balanceada com administração de agente inalatório em baixas
concentrações isoflurano ou sevoflurano ou manutenção venosa total com propofol e
remifentanil em infusão contínua;
• Hidratação com cristaloides 10ml/kg de peso;
• Após o clampeamento do cordão, administrar em infusão contínua 10UI de ocitocina em
500ml de solução de ringer lactato ( 20 a 40 gotas/ minutos);
• Para a extubação cuidados contra vômitos e broncoaspiração são necessários devendo
a paciente estar bem acordada, com reflexos protetores presentes e ausência de
bloqueio neuromuscular residual;
• Após o término do procedimento cirúrgico, interromper gases anestésicos , ventilar com
oxigênio a 100%, fazer reversão do bloqueio neuromuscular , aspiração da cavidade
oral, extubação quando possível;
209
10.1- Raquianestesia
- Checagem do material: aspirador, conjunto balão/válvula/máscara, laringoscópio, fonte de
oxigênio e aparelho de anestesia;
- Venóclise com Jelco 20 no antebraço;
- Monitorização com ECG, oxímetro de pulso e pressão arterial não invasiva;
- Paciente sentada;
- Antissepssia da região lombar com clorexidina 0,5% solução alcoólica;
- Punção subaracnóidea com agulha de Quincke 25 ou 27G em L3/L4, pela via mediana ou
paramediana;
- Após refluxo de liquor, administrar 7,5 mg de bupivacaína 0,5% hiperbárica;
- Iniciar expansão volêmica com cristaloide;
- Cateter nasal de oxigênio deve ser individualizado, a critério do anestesiologista;
- Uso de fármacos adjuvantes:
• Ondasetron 4mg intravenoso ao final da cirurgia para profilaxia de náuseas e vômitos;
• Dipirona 30 mg/kg (2 ampolas + 16ml de ABD intravenoso), exceto se contra-indicações
ou alergias;
• Cetoprofeno 100mg diluido em 100ml de solução fisiológica 0,9%, exceto se contra-
indicações (alergias, pré- eclampsia ou eclampsia).
- Encaminhar a sala de recuperação pós anestésica.
• Cefaléia incapacitante
- Tampão sanguíneo realizado exclusivamente no centro cirúrgico com injeção lenta de 15 ml
de sangue autólogo no espaço peridural.
- Caso a paciente não suporte tal volume por dor ou compressão radicular, interromper a
injeção e anotar em prontuário o volume injetado.
- Deixar a paciente em DDH por 2 horas. Caso esteja sem qualquer sinal ou sintoma
significativo, alta hospitalar com as orientações:
• Possibilidade de dor leve de compressão radicular nas primeiras horas e hipertermia nas
primeiras 24 horas;
• Procurar o serviço imediatamente caso apresente algum dos sintomas:
! Febre;
! Dor local intensa
! Calor local
! Alterações sensitivas ou motoras
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26. PEDROSA, G. C.; JARDIM, J. L.; PALMEIRA, M. A. Tampão sanguíneo peridural e alta
hospitalar precoce: Análise de 60 pacientes portadores de cefaleia pós-raquianestesia.
Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.46, n.1, p. 8-12, 1996.
27. PEREIRA, R. C.; PEREIRA, A. C.; CASTRO, R. A. C. Analgesia pós operatória com
morfina peridural em cesarianas. Rev. Brás. Anest., Rio de Janeiro, v.37, supl 7, CBA 136,
1987.
28. ROUT, C. C., et al. Rapid administration of crystalloid preload does not decrease the
incidence of hypotension after spinal anaesthesia for elective cesarean section. Br. J.
Anaesth., v.68, p. 394-397, 1992.
30. SIAULYS, M. M. Condutas em anestesia obstétrica, 1°Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
31. TANAKA, M., et al. Anestesia Regional e trombocitopenia não pré-eclâmptica: Hora de
repensar o nível seguro de plaquetas. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v. 59, n.2, p.
142-153, 2009.
33. YAKSH, T. L. Spinal opiate analgesia: Characteristicas and principles of action. Pain, v.11,
p. 293-346, 1981.
213
1- Introdução:
- As desordens hipertensivas da gestação estão entre as causas mais comuns de morbidade
materna e estão relacionadas a altas taxas de mortalidade materna e fetal.
3- TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA
- Os princípios para o tratamento das doenças hipertensivas gestacionais são:
• Manutenção de níveis seguros de pressão arterial, ou seja menores de 150/90 mmHg;
• Em geral a administração de drogas anti hipertensivas ficam a critério do médico obstetra
e seguem o protocolo desta especialidade;
• O objetivo da terapia anti-hipertensiva não é regularizar a pressão arterial materna,
porque a redução da pressão arterial muito rápida ou muito acentuada leva a uma
redução da perfusão uteroplacentária, e isso acaba prejudicando o feto;
• A principal função da terapia antihipertensiva é evitar complicações maternas graves
como o acidente vascular cerebral materno.
214
5- TROMBOPROFILAXIA.
- A tromboprofilaxia por meios farmacológicos e físicos como o uso das meias de
compressão devem ser considerados para todas as pacientes com pré eclâmpsia.
5.1- Conduta
• Heparina não fracionada em baixa dose (profilática): 5.000 UI 12/12h
- Sem alteração de TTPa;
- Sem contraindicação para bloqueios;
- Paciente que recebeu por mais de 4 dias tem risco de trombocitopenia e precisa de controle
prévio de contagem de plaquetas.
6- TÉCNICA ANESTÉSICA.
- Dependerá de fatores como condição materna, história obstétrica e condição fetal;
- A condição maternal deve ser estabilizada antes do procedimento cirúrgico, quando este for
indicado, devendo, quando possível, que os níveis pressóricos estejam dentro do limite
seguro;
- A técnica regional é a de escolha nessa população, tanto para cesariana como para
analgesia de parto, pelos benefícios gerais que conferem e estabilidade hemodinâmica
observada, com menos eventos hipotensivos que em pacientes normotensas;
- Deve se evitar ainda os riscos inerentes a anestesia geral em gestantes e a resposta
adrenérgica exacerbada frente a intubação e extubação orotraqueal com risco elevado de
hemorragia subaracnóidea;
- O único fator que é determinante para a escolha da técnica anestésica é a contagem de
plaquetas que deve ser recente, menos de 24 horas.
• Se acima de 75.000 permite-se anestesia regional;
• Se abaixo de 50.000 contraindicado;
• Valores intermediários necessitam avaliação individual como velocidade de queda, risco
de sangramento, formação de hematoma peridural, dificuldade de IOT e sangramento de
SNC por picos hipertensivos na anestesia geral.
- A analgesia de parto quando indicada é frequentemente benéfica pois está associada a
uma redução na resposta hipertensiva mediada pela dor e causa vasodilatação no leito
útero placentário
- As indicações de anestesia geral são
• Trombocitopenia valores abaixo de 50.000;
• Edema agudo de pulmão;
• CIVD;
• Falha na anestesia regional;
• Eclâmpsia, que em geral se resolve com o sulfato de magnésio, entretanto se houver
nível de consciência diminuído após tratamento, crises convulsivas recorrentes, ou sinais
de edema cerebral deve se optar pela IOT.
7- ANESTESIA GERAL
- Essa técnica passou a ser exceção em virtude da sua relação com a alta morbimortalidade
nas pacientes obstétricas;
- Quando esta técnica anestésica é necessária medidas para evitar picos hipertensivos,
aspiração do conteúdo gástrico, dessaturação e hipoxemia e para uma potencial via aérea
difícil devem ser pré estabelecidas;
- A intubação traqueal com técnica de indução sequencial rápida em função de possível
broncoaspiração e via aérea difícil, bem como o emprego de drogas que controlem a
resposta hemodinâmica, podem minimizar as complicações associadas ao procedimento. A
administração de 1 mg/KG de peso de lidocaína 2% endovenosa constitui medida segura
no que tange a diminuição da resposta adrenérgica a intubação orotraqueal;
- Não há evidência de teratogenicidade em qualquer anestésico;
- Para a indução anestésica pode se utilizar:
• Remifentanil 1-2 mcg/Kg (Ataque) 0,1-1,0 mcg/Kg/Min (manutenção)
• Propofol 1,5 – 2,5 mg/Kg (Indução) 100-200 mcg/Kg/Min (manutenção)
216
• Rocurônio na dose de 1,2 mg/kg pois promove condições adequadas para intubação em
60 segundos. Sugamadex deve estar disponível para reversão do bloqueio
neuromuscular lembrando que o sulfato de magnésio prolonga este efeito.
• Outras opções constam o Fentanil e Sevoflurano.
- A monitorização hemodinâmica pode incluir um cateter arterial.
8- AGENTE UTEROTÔNICO.
- Ocitocina é o agente de primeira linha, aplicar 10 UI intramuscular após parto normal
ou cesariana;
- Ergometrina está contra indicada pelo risco de crise hipertensiva, sendo reservada a casos
excepcionais;
- Misoprostol pode ser utilizado.
REFERÊNCIAS
1. Ganem EM, Castiglia YMM. Anestesia na Pré-Eclâmpsia. RevBrasAnestesiol.
2002;52:484-497.
3. Fonseca PC, Bezerra M, Araujo ACPF, et al. Síndrome HELLP: considerações acerca de
diagnóstico e conduta. FEMINA. 2007;35:9.
1-. INTRODUÇÃO
- A hemorragia periparto é uma das principais causas de óbito materno e é a principal causa
de morbidades graves;
- A volemia normal em uma mulher grávida ao final da gestação alcança até 9% de seu peso
corporal havendo um incremento na volemia na ordem de 30 – 50%;
- Uma perda sanguinea normal durante um parto vaginal não deve superar os 500ml
podendo alcançar cerca de 1000 ml nas cesareanas;
- As perdas sanguineas de mais de 15% do volume circulante podem ser acompanhadas de
taquicardia e hipotensão arterial;
- A apreciação clínica do sangramento peri parto habitualmente é infra estimada;
- Pode se dizer que hemorragia obstétrica grave é todo quadro clínico que acontece antes ou
no pós parto imediato e em até 6 semanas após o mesmo e reúne um ou mais dos
seguintes critérios:
• Perda de 25% da volemia;
• Reposição de mais de 50% da volemia em 3hs;
• Perda maior de 150ml/min;
• Queda da concentração de hemoglobina maior de 4g/dL;
• Queda do hematócrito maior que 10% quando comparado ao hematócrito inicial;
• Instabilidade hemodinâmica;
• Necessidade de transfusão maior que 4und de concentrado de hemácias de forma
aguda e 10 und em 24hs;
- A hemorragia pós parto primária (HPP) que acontece nas primeiras 24 horas pós parto é
mais freqüente e mais grave do que quando ocorre tardiamente.
- As principais causas de HPP são resumidas em "4Ts".
• Tônus: atonia uterina.
• Tecido: placenta anormal, retenção de coágulos ou restos placentários.
• Traumatismo: laceração do trato genital.
• Trombina: coagulopatia congênita ou adquirida.
218
2- CLASSIFICAÇÃO
2.1- Fatores de risco
• Elevado:
- Placenta previa;
- Acretismo placentário conhecido;
- Coagulopatia não controlada (ex: síndrome hellp).
• Moderado:
- Parto forceps;
- Macrossomia fetal;
- Polihidraminio;
- Partos múltiplos;
- Trabalho de parto prolongado;
- Corioaminionite.
• Agravantes de mortalidade:
- Hipertensão arterial;
- Idade gestacional elevada;
- Obesidade.
2.2- Modalidades
- Sinais clínicos: sintomas e sinais de choque hemorrágico e hipoperfusão tecidual.
• Taquicardia;
• Taquipnéia;
• Hipotensão;
• Palidez;
• Oligúria.
- A taquicardia é um dos primeiros sinais a aparecer e o único que está presente em até 30 -
40% do volume sanguíneo ter sido perdido, com hipotensão e vasoconstrição periférica
aparecendo mais tardíamente;
- De 15% a 54% das pacientes que sofrem uma hemorragia intra-operatória maciça morrem.
A mortalidade nessas pacientes aumenta para 75% quando ocorre coagulopatia;
- A causa dessa complicação no sangramento maciço é multifatorial; hemodiluição,
hipotermia e acidose são os principais fatores que produzem transtornos de coagulação;
- Todos os pacientes tratados durante uma hemorragia maciça estão em risco de sofrer uma
coagulopatia por diluição causando uma diminuição nas plaquetas, fibrinogênio e outros
fatores de coagulação. Isso pode ocorrer se houver reposição de volume com cristaloides,
coloides e concentrados de hemácias, mas infusão insuficiente de plasma fresco congelado
(PFC) e plaquetas.
- A combinação de coagulopatia, acidose e hipotermia é conhecida como "tríade letal" isso
leva a um círculo vicioso de discrasia e difícil controle do sangramento que geralmente leva
ao óbito.
- Existe pequena correlação entre a perda sanguínea e os sinais clínicos.
- É recomendado adicionar a avaliação de sinais clínicos, medições de hemoglobina,
hematócrito, lactato e base excess para monitoramento de oxigenação tecidual durante o
sangramento agudo.
3- CONDUTAS
- Deve ser baseado em três pilares fundamentais:
219
• Medidas gerais;
• Ressucitação volêmica;
• Controle do sangramento.
4- CONDUTA ANESTÉSICA
- Organização da equipe multidisciplinar;
- Monitoramento: Eletrocardiograma (ECG), pressão arterial não invasiva (NIBP), saturação
de O2;
- Avaliar a via aérea e ventilação: administrar oxigênio (O2) por máscara ou catéter nasal;
- Se houver um comprometimento da via aérea devido à deterioração da consciência,
realizar intubação orotraqueal em uma seqüência rápida para reduzir o risco de aspiração,
prevendo a possibilidade de apresentar uma via aérea difícil;
- Dois acessos venosos calibrosos, 14 ou 16g;
- Sondagem vesical de demora;
- Enviar amostra de sangue para a classificação do grupo abo e testes cruzados,
hemograma, coagulograma, fibrinogênio e gasometria arterial;
- Administrar ácido tranexânico 1g de dose de ataque em bolus de 10 minutos e 1g em
infusão em 8horas;
- Infusão rápida de fluidos (cristalóides aquecidos) 1000 a 2000ml, com cautela relacionada a
coagulopatia dilucional.
- Todos os fluidos administrados durante a ressuscitação volêmica devem ser aquecidos.
Evite usar amidos.
- Transfusão de sangue e produtos sanguíneos (concentrado de glóbulos vermelhos, plasma
congelado fresco e plaquetas na proporção de 1: 1: 1). Deve ser iniciado o quanto antes,
mesmo empíricamente;
- Reposição de cálcio;
- Considerar bicarbonato de sódio a 8,4% 1meq/kg se acidose metabólica com ph<7,2 ou
bicarbonato <12meq;
- Não usar AINH;
- Não permitir hipotermia.
5- METAS
- Fibinogênio >200mg/dL;
- Hemoglogina> 7g/dL;
- Cálcio normal;
- Temperatura 36/37 °C;
- Plaquetas >75.000;
- INR <1.5.
6- TRANSFUSÃO MACIÇA
- Sangramento maciçoé definido como perdas de sangue maiores ou iguais a 150 ml/minuto
ou 1,5 ml/kg/minuto por mais de 20 minutos e qualquer um dos seguintes pontos:
• PAS menor que 90 mmhg
• PH menor que 7,1
• Temperatura menor que 34ºC
• INR maior que 2
• Contagem de plaquetas inferior a 50.000/mm3.
•
6.1- Passo 1:
- Solicitar 6 unidades de glóbulos vermelhos, 6 unidades de PFC, 6 unidades de plaquetas e
10 unidades de crioprecipitado.
6.2- Passo 2:
- Se o sangramento persistir, mais 6 unidades de concentrado de hemácias e PFC serão
solicitados, e 20 unidades de crioprecipitado (para elevar os níveis de fibrinogênio).
6.3- Passo 3:
- Administrar RFVIIA (fator VII ativado recombinante) 40 microgramas/kg, uma glicoproteína
sintética dependente de vitamina K que é administrada em casos de hemorragia que não
respondem à terapia convencional de transfusão.
7-TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
- Medicamentos uterotônicos a critério da equipe de obstetricia
• Ocitocina;
• Metilegonovina;
• Prostaglandinas.
REFERÊNCIAS
10.Royal college of obstetras e ginecologistas. Prevenção e tratamento da hemorragia pós-
parto. Diretriz green-top [online]. 2009 (52): 1-24 [consulta: 15 de novembro de 2013]. Url:
http://www.rcog.org.uk/files/rcog-corp/gt52postpartumhaemorrhage0411.pdf
UNIDADE 5: GERENCIAMENTO DE
FILA NA ASSISTÊNCIA
40- GERENCIAMENTO DA FILA PARA ATENDIMENTO NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
OBSTÉTRICA
41- GERENCIAMENTO DA FILA PARA TRANSFERÊNCIAS INTERNAS
223
ATENDIMENTO IMEDIATO
Figura 1 – Metas para tempo máximo de espera por cor na classi cação de risco
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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224
Figura 2 –Classi cação de risco para pacientes com queixas de desmaio e/ou mal esta
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 3 - Classi cação de risco para pacientes com queixas de dor de cabeça, tontura e/ou
vertige
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 4 – Classi cação de risco para pacientes com queixas de falta de ar e/ou outros
distúrbios respiratório
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 5 – Classi cação de risco para pacientes com queixas de febre e/ou outros sinais de
infecção
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 6 – Classi cação de risco para pacientes com queixas de náuseas e vômito
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 8 – Classi cação de risco para pacientes com queixas de parada ou redução dos
movimentos fetai
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 10 – Classificação de risco para pacientes com queixas de perda de líquido via
vaginal
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
233
Figura 11 – Classificação de risco para pacientes com queixas de perda de sangue via
vaginal
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 12 – Classificação de risco para pacientes com queixas de dor abdominal e/ou dor
lombar e/ou contrações uterinas
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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Figura 13 – Classificação de risco para pacientes com queixas diversas e/ou encaminhadas de
outras unidades de saúde sem referenciamento
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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