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NOVO TESTAMENTO 1

Unidade 2
O “PROBLEMA SINÓTICO” E O EVANGELHO DE MARCOS - UNIDADE 2 NOVO TESTAMENTO 1

SUMÁRIO 2. O “PROBLEMA SINÓTICO” E O EVANGELHO DE MARCOS

2.1 O PROBLEMA SINÓTICO 03

2.2 EVANGELHO DE MARCOS 06

2.2.1 Quem escreve? 06

2.2.2 Quando escreveu? 06

2.2.3 De onde escreveu? 06

2.2.4 A quem escreveu? 06

2.2.5 Em que ocasião e com que propósito escreve? 06

2.2.6 Estrutura literária do evangelho de Marcos 07

2.2.6.1 Antecedentes do Ministério (1:1-13) 07

2.2.6.2 Primeira parte do Ministério na Galileia (1:16-3:6) 07

2.2.6.3 Segunda parte do Ministério na Galileia (3:13-5:43) 07

2.2.6.4 A Fase Final do Ministério na Galileia (6:7-8:26) 07

2.2.6.5 A Viagem da Galileia à Judeia (8:27-10-52) 08


UNIDADE 2

2.2.6.6 O Ministério Final em Jerusalém (11:1-13:37) 08

2.2.6.7 As Narrativas da Paixão e do Túmulo Vazio (14:1-16:8) 08

2.2.7 Principais ênfases teológicas 08

2.2.7.1 A natureza divina de Jesus 08

2.2.7.2 A morte e a ressurreição de Jesus 09

2.2.7.3 O ministério de Jesus como servo 09

2.2.7.4 Não digam nada! (“segredo messiânico”) 09

REFERÊNCIAS 09

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2. O “PROBLEMA SINÓTICO” E O EVANGELHO DE MARCOS


UNIDADE 2 Prof. Luiz Felipe Xavier1

Introdução geral à unidade ses, as referências dos textos correlatos nos outros
evangelhos. Logo, o leitor atento questionará.
Esta unidade apresenta dois importantes assuntos. O pri-
meiro, sob o título “Problema sinótico”, tratará de
explicar a dependência literária entre os evangelhos de Conceito-chave:
Mateus, Marcos e Lucas. O segundo, sob o título “Evan-
gelho de Marcos”, tratará de responder às seguintes per- O Problema Sinótico é como
guntas: 1) Quem escreveu? 2) Quando escreveu? 3) De explicar a dependência literária entre os
onde escreveu? 4) A quem escreveu? 5) Em que ocasião e evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas?
com qual propósito escreveu? 6) Qual é a estrutura literá-
ria utilizada na escrita? 7) Quais são as principais ênfases
teológicas? Ao longo da História, especialmente na Modernida-
de, muitos estudiosos tentaram solucionar esse pro-
blema, responder a essa questão. Até que surgisse a
2.1 O PROBLEMA SINÓTICO solução definitiva, houve diversas propostas provi-
sórias1. Essa solução definitiva é denominada “hipó-
Desde cedo, aprende-se que um problema é uma questão. tese das duas fontes”. Quais são essas duas fontes,
Um exemplo disso são os chamados problemas matemá- e quais são as implicações disso? As duas fontes são o
ticos: “João foi à feira. Ele comprou duas maças e três evangelho de Marcos e a fonte Q. Isso implica que os evange-
laranjas. Quantas frutas João comprou?”. lhos de Mateus e de Lucas foram compostos tendo como base
essas duas fontes. Ou seja, Marcos e Q são anteriores
Para resolver esse problema ou essa questão, é necessário a Mateus e Lucas. A designação “fonte Q” é uma
seguir os seguintes passos: espécie de apelido para a palavra alemã Logienquelle,
que, literalmente, significa “fonte”. Na língua portu-
1) sentença matemática; guesa, convencionou-se falar em “fonte Q” (o que é,
2) operação; estritamente, uma redundância).
3) resposta.
Conceito-chave:
Aqui surge uma pergunta: o que tudo isso tem a ver
com o chamado “problema sinótico”? À semelhança A fonte Q é um resumo dos ensinos
do problema matemático, o “problema sinótico” é uma
do mestre Jesus.
questão, que surge da observação dos evangelhos de
Mateus, Marcos e Lucas2. Lendo esses evangelhos, 1
As soluções propostas podem ser consultadas nos livros de introdu-
facilmente se percebe muitas semelhanças entre eles. ção ao Novo Testamento.
Os textos parecidos trazem no início, entre parênte- 3
Para saber mais sobre a fonte Q, cf. KONINGS, 2005, p. 287-316

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Como se sabe, os evangelhos são formados por narrativas e discursos. De modo geral, as narrativas dos
evangelhos de Mateus e Lucas são oriundas de Marcos, e os discursos, da fonte Q. Além disso, Mateus e
Lucas ainda têm material próprio, que não é repetido em nenhum outro evangelho. Aqui surge uma impor-
tante pergunta: como saber qual é o material da fonte Q? A partir da observação do quadro abaixo, a resposta é
lógica: tudo o que aparece em Mateus e Lucas, mas não está Marcos, é material da fonte Q.3

Para uma melhor compreensão da dependência literária entre os evangelhos sinóticos, confira o quadro
abaixo:

Fonte: HOUSE, 1999, p. 86.

O que segue é um exemplo do problema sinótico, baseado na comparação das três narrativas do batismo
de Jesus.

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Mateus 3:13-17 Marcos 1:9-11 Lucas 3:21-22


3.13 To/te paragi/netai o( 1.9 Kai\ e)ge/neto e)n e)kei/ 3.21 )Ege/neto de\ e)n t%= baptisqh=nai
)Ihsou=j a)po\ th=j Galilai/aj naij tai=j h(me/raij h)=lqen ) a(/panta to\n lao\n
e)pi\ to\n )Iorda/nhn pro\j to\n )Iwa/ Ihsou=j a)po\ Nazare\t th=j
nnhn tou= baptisqh=nai u(p’ au) Galilai/aj
tou=. 3.14 o( de\ )Iwa/nnhj diekw/
luen au)to\n le/gwn, )Egw\ xrei/
an e)/xw u(po\ sou= baptisqh=nai,
kai\ su\ e)/rxv pro/j me; 3.15 a)
pokriqei\j de\ o( )Ihsou=j ei)=pen
pro\j au)to/n, )/Afej a)/rti, ou(/twj
ga\r pre/pon e)sti\n h(mi=n plhrw=-
sai pa=san dikaiosu/nhn. to/te
a)fi/hsin au)to/n.

3.16 baptisqei\j de\ o( )Ihsou=j kai\ e)bapti/sqh ei)j


eu)qu\j a)ne/bh a)po\ tou= u(/datoj: to\n
kai\ i)dou\ h)ne%/xqhsan [au) )Iorda/nhn u(po\ )Iwa/nnou. 1.10
t%=] oi( ou)ranoi/, kai\ ei)=den [to\] kai\ )Ihsou= baptisqe/ntoj kai\
kai\ eu)qu\j a)nabai/nwn e)k
pneu=ma [tou=] qeou= katabai=- tou= u(/datoj ei)=den sxizome/ proseuxome/nou a)ne%xqh=nai to\n ou)
non w(sei\ peristera\n [kai\] e) nouj tou\j ou)ranou\j kai\ to\ rano\n 3.22 kai\ katabh=nai to\ pneu=-
rxo/menon e)p’ au)to/n: pneu=ma w(j peristera\n ka-
3.17 kai\ i)dou\ fwnh\ e)k tw=n ou) tabai=non ei)j au)to/n: ma to\ a(/gion swmatik%= ei)/dei w(j
ranw=n le/gousa, Ou(=to/j e)stin peristera\n e)p’ au)to/n,
o( ui(o/j mou o( a)gaphto/j,
1.11 kai\ fwnh\ e)ge/neto e)k
e)n %(= eu)do/khsa. tw=n ou)ranw=n, Su\ ei)= o( ui(o/j kai\ fwnh\n e)c ou)ranou= gene/
mou o( a)gaphto/j, e)n soi\ eu) sqai, Su\ ei)= o( ui(o/j mou o( a)gaph-
do/khsa to/j, e)n soi\ eu)do/khsa.

Mateus 3:13-17 Marcos 1:9-11 Lucas 3:21-22


13 Então chega Jesus da Ga- 9 E aconteceu: naqueles dias, Jesus 21 Aconteceu no ser batizado todo o
lileia ao Jordão, junto a João, para veio de Nazaré na Galileia povo
ser batizado por ele.
14 João, porém, o impedia di-
zendo: Eu tenho necessidade de ser
batizado por ti, e tu vens a mim?

15 Respondendo, Jesus lhe


disse: Deixe agora, pois assim cabe-
nos cumprir toda a justiça! Então
deixou-o.

e foi batizado no Jordão por João. e Jesus tendo sido batizado e estando
16 Tendo sido batizado, Jesus 10 E logo, subindo da água, viu a orar, {que} abriu-se o céu 22 des-
logo subiu da água, e eis, abriram-se sendo rasgado os céus e o Espíri- ceu o Espírito Santo em forma cor-
[lhe] os céus, e ele viu [o] Espírito to como pomba descendo até ele. pórea como pomba sobre ele,
de Deus descendo como pomba [e]
vindo sobre ele.

17 E eis, uma voz do céu di- 11 E uma voz veio do céu: Tu e uma voz veio do céu: Tu és o meu
zendo: Este é o meu Filho amado, és o meu Filho amado; em ti me Filho amado; em ti me agradei.
no qual me agradei. agradei.

Para compreender a tabela: o que está em “vermelho” é material de Marcos; o que está em “azul” é material
de Mateus; e o que está em “verde” é material de Lucas.

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Os evangelhos sinóticos possuem uma mesma es- Desse testemunho de Papias, registrado por Eusé-
trutura, derivada do evangelho de Marcos, uma das bio, podemos tirar quatro conclusões: 1) o autor do
duas fontes iniciais, e que se divide em três partes evangelho é Marcos; 2) a fonte de Marcos é Pedro;
bem definidas: 1) o ministério de Jesus na Galileia; 3) o registro de Marcos não segue uma ordem cro-
2) a viagem de Jesus da Galileia à Judeia; 3) a últi- nológica dos fatos; 4) o registro de Marcos é exato,
ma semana de Jesus em Jerusalém. Abaixo, o quadro verdadeiro e, assim, confiável.
apresenta, com detalhes, a “estrutura sinótica”.

Estrutura sinótica Quem é João Marcos? João Marcos é judeu, primo


de Barnabé, discípulo de Pedro e cooperador de
1) Galileia 2) Viagem 3) Jerusalém Paulo (cf. At 12:12,25; 13:5,13; 15:36-39; Cl 4:10;
Marcos 1:1-8:26 8:27-10:52 11:1-16:20 2Tm 4:11; Fm 1:24; 1Pe 5:13).
Mateus 1:1-18:35 19:1-20:34 21:1-28:20
Lucas 1:1-9:50 9:51-19:27 19:28-24:53
2.2.2 Quando escreveu?

2.2 EVANGELHO DE MARCOS Considerando especialmente a “hipótese das duas


fontes” acima apresentada, é provável que o evan-
Como já observamos, o evangelho de Marcos foi o gelho de Marcos tenha sido escrito entre os anos 55
primeiro a ser escrito, apesar de ser o segundo no e 60 d.C.
cânon do Novo Testamento.

2.2.3 De onde escreveu?


2.2.1 Quem escreve?
De acordo com o “Prólogo antimarcionita”, o evan-
Não há evidência interna direta de autoria do evan- gelho de Marcos é escrito na região da Itália. Essa
gelho de Marcos. Ou seja, esse evangelho é anôni- informação é corroborada por Irineu e Clemente
mo. A atribuição a João Marcos é da igreja primitiva de Alexandria, que ainda indicam o local específico:
e é confirmada pelo testemunho patrístico, sendo Roma.
o mais antigo e o mais importante o de Papias, regis-
trado por Eusébio:
2.2.4 A quem escreveu?
E o presbítero costumava dizer isto: “Marcos
tornou-se intérprete [hermeneutes] de Pedro e João Marcos direciona seu evangelho a gentios con-
escreveu com exatidão tudo aquilo de que ele vertidos à fé cristã (provavelmente os irmãos da
se lembrava, é verdade que não em ordem, das igreja de Roma). Por isso, ele explica costumes judai-
coisas ditas ou feitas pelo Senhor. Pois ele não cos (cf. Mc 7:1-4; 15:42a) e traduz palavras aramaicas
tinha ouvido o Senhor nem havia-o seguido, (cf. Mc 3:17; 5:41; 7:11,34; 15:22).
mas mais tarde, de acordo com o que eu disse,
seguiu Pedro, que costumava ministrar ensino
conforme se tornava necessário, mas não orga- 2.2.5 Em que ocasião e com que propósito
nizando, por assim dizer, os pronunciamentos escreve?
do Senhor, de sorte que Marcos nada fez de
errado ao pôr por escrito fatos isolados à me- Quando João Marcos estava escrevendo seu evange-
dida que se lembrava deles. De uma coisa ele lho, a perseguição aos cristãos da igreja de Roma ha-
cuidou: não deixar de fora nada do que ouvira via começado. Muitos deles, para preservar a própria
e não fazer nenhuma afirmação falsa.” (EUSÉ- vida, fogem para outras regiões mais tranquilas. Al-
BIO apud CARSON; MOO; MORRIS, 1999, guns desses irmãos e irmãs experimentam uma crise
p. 102-103.).2 de fé. Não compreendem como servem a Jesus, o
Senhor, e são perseguidos pelo Império Romano.
Assim, João Marcos escreve o evangelho para for-
2
EUSÉBIO apud CARSON, 1999, p. 102-103. talecer a fé desses cristãos, apresentando-lhes, com

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ênfase, o sofrimento de Cristo. Ao que parece, ele 2.2.6.2 Primeira parte do Ministério na Ga-
deseja levá-los à seguinte reflexão: se Cristo, o Se- lileia (1:16-3:6)
nhor, sofreu, por que os seus discípulos não sofre-
riam? 1. O chamado dos discípulos pescadores (1:16-20)
2. Um dia no ministério de Jesus (1:21-38)
O Evangelho de Marcos, em síntese: 3. A primeira excursão pela Galileia (1:39)
4. A cura de um leproso (1:40-45)
Autor João Marcos 5. A controvérsia sobre o poder de Jesus para per-
Data 55 a 60 d.C. doar pecados (2:1-12)
6. A controvérsia sobre a comunhão de Jesus com
Local de origem Roma os pecadores (2:13-17)
Destinatário Gentios convertidos à fé cristã 7. A controvérsia sobre o jejum (2:18-22)
8. A controvérsia sobre o sábado (2:23-3:5)
Ocasião Início da perseguição aos cristãos 9. A conspiração dos líderes judeus contra Jesus
em Roma (3:6)
Propósito Encorajar os cristãos a perma-
necerem firmes em meio à per- Segundo texto transicional: O poder e a popularidade de
seguição, especialmente levando Jesus (3:7-12)
em consideração o sofrimento de
Cristo.
2.2.6.3 Segunda parte do Ministério na Ga-
lileia (3:13-5:43)
Texto chave
1. A escolha dos doze apóstolos (3:13-19)
Marcos 8:27-30 (NVI): “Jesus e os seus discípulos 2. A oposição da família de Jesus (3:20-21)
dirigiram-se para os povoados nas proximidades de 3. A oposição dos mestres da lei (3:22-30)
Cesareia de Filipe. No caminho, ele lhes perguntou: 4. A nova família de Jesus (3:31-35)
‘Quem o povo diz que eu sou?’ Eles responderam: 5. As parábolas do Reino (4:1-34)
‘Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, 6. O milagre da natureza (4:35-41)
ainda outros, um dos profetas’. ‘E vocês?’, pergun- 7. O milagre do exorcismo (5:1-20)
tou ele. ‘Quem vocês dizem que eu sou?’ Pedro res- 8. O milagre de cura (5:25-34)
pondeu: ‘Tu és o Cristo’. Jesus os advertiu que não 9. O milagre da revivificação (5:21-24, 35-43)
falassem a ninguém a seu respeito.”.
Terceiro texto transicional: O ministério em Nazaré (6:1-6)

2.2.6 Estrutura literária do evangelho de 2.2.6.4 A Fase Final do Ministério na Galileia


Marcos (6:7-8:26)

2.2.6.1 Antecedentes do Ministério (1:1-13) 1. A missão dos doze (6:7-13)


2. A explicação sobre o boato de que Jesus é João
1. Prólogo (1:1) Batista (6:14-29)
3. Os cinco mil são alimentados (6:30-44)
2. O ministério de João Batista (1:2-8) 4. A caminhada de Jesus sobre as águas (6:45-52)
5. As curas em Genesaré (6:53-56)
3. O batismo de Jesus (1:9-11) 6. As explicações sobre a impureza (7:1-23)
7. A viagem à Fenícia e elogio à gentia (7:24-30)
4. A tentação de Jesus (1:12-13) 8. Retorno à Galileia e cura de um surdo e gago
(7:31-37)
9. Os quatro mil são alimentados (8:1-10)
10. Os fariseus pedem um sinal (8:11-13)
Primeiro texto transicional: Sumário da pregação de Jesus 11. A cegueira dos discípulos (8:14-21)
(1:14-15) 12. A cura do cego (8:22-26)

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Quarto texto transicional: A confissão de Pedro (8:27-30) 4. A predição da negação de Pedro (12:27-31)
– TEXTO CHAVE 5. O Getsêmani (14:27-42)
6. A prisão de Jesus (14:43-52)
2.2.6.5 A Viagem da Galileia à Judeia (8:27- 7. O interrogatório no Sinédrio (14:53-65)
10-52) 8. A negação de Pedro (14:66-72)
9. O julgamento diante de Pilatos (15:1-15)
1. A primeira predição da cruz (8:31-33) 10. A paixão e a morte de Jesus (15:16-41)
2. O primeiro preço do discipulado (8:34-38) 11. O sepultamento de Jesus (15:42-47)
3. A transfiguração de Jesus (9:1-13) 12. O túmulo vazio e o anúncio da ressurreição
4. O exorcismo do menino (9:14-29) (16:1-8)
5. A segunda predição da cruz (9:30-32) 13. As aparições de Jesus (16:9-18)
6. O segundo preço do discipulado (9:33-37) 14. Ascensão de Jesus (16:19-20)
7. O respeito e o primeiro lugar ao outro (9:38-50)
8. O divórcio (10:1-12)
9. O exemplo das crianças (10:13-16) 2.2.7 Principais ênfases teológicas
10. O jovem rico (10:17-31)
11. A terceira predição da cruz (10:32-34) Segundo Walter A. Elwell e Robert W. Yarbrough,
12. O terceiro preço do discipulado (10:35-45) o evangelho de Marcos possui as seguintes ênfases
13. A cura do cego Bartimeu (10:46-52) teológicas:

Quinto texto transicional: A entrada triunfal de Jesus em Pegue a sua Bíblia e leia todos os versículos indi-
Jerusalém (11:1-11) cados nestes subtópicos. # Ficaadica

2.2.6.6 O Ministério Final em Jerusalém (11:1- 2.2.7.1 A natureza divina de Jesus


13:37)
Marcos começa seu evangelho (cf. 1:1) com sua
1. A purificação do templo (11:12-19) própria confissão e o encerra com a confissão do
2. O ressecamento da figueira (11:20-26) centurião romano (cf. 15:39): Jesus não é um ser hu-
3. O questionamento da autoridade de Jesus mano comum, ele é o Filho de Deus. A forma como
(11:27-33) Marcos relata a vida de Jesus dá provas disso. Por
4. A parábola dos vinhateiros homicidas (12:1-12) exemplo:
5. Resposta aos fariseus sobre o imposto a César 1:2-3 – citação do profeta Isaías;
(12:13-17) 1:8 – referência ao batismo com o Espírito Santo;
6. Resposta aos saduceus sobre a ressurreição 1:11 – testemunho do Pai no batismo;
(12:18-27) 1:24; 3:11; 5:7 – declarações dos demônios;
7. Resposta ao escriba sobre o mandamento mais 2:5 – poder para perdoar pecados;
importante (12:28-34) 2:28 – senhorio sobre o sábado;
8. A relação de Jesus com Davi (12:35-40) 4:41 – domínio sobre a tempestade;
9. A oferta da viúva (12:41-44) 5:27-30 – cura da mulher com fluxo de sangue;
10. O sermão profético (13:1-37) 5:40-42 – revivificação da filha de Jairo;
6:39-44 – primeira multiplicação dos pães;
6:47-50 – caminhada sobre as águas;
Sexto texto transicional: A trama dos líderes religiosos 7:37 – reconhecimento da multidão;
(14:1-2) 8:29 – confissão de Pedro (CLÍMAX);
9:2-27 – transfiguração;
2.2.6.7 As Narrativas da Paixão e do Túmulo 11:27-33 – autoridade vinda do céu;
Vazio (14:1-16:8) 12:1-12 – Filho de Deus e pedra angular;
12:35-37 – o Senhor de Davi é o Filho de Davi, o
1. A unção de Jesus em Betânia (14:3-9) Messias;
2. A traição de Judas (14:10-11) 14:62 – confirmação de que Jesus é o Messias;
3. A Páscoa (14:12-26) 15:2 – confirmação de que é o rei dos judeus.

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A realidade divina de que Jesus é o Filho de Deus é 6:12-13). (Cf. ELWELL; YARBROUGH, 2002, p.
expressa por muitos que tiveram contato com ele, 93-94).
por exemplo:

• João Batista (cf. 1:7); 2.2.7.4 Não digam nada! (“segredo messiâ-
• os anjos (cf. 1:13); nico”)
• Pedro, André, Tiago, João e Levi (cf. 1:16-20;
2:14); Elwell e Yarbrough afirmam: “Uma das característi-
• pessoas admiradas (cf. 1:27; 2:12; 7:37; e outros); cas distintivas do evangelho de Marcos é a ênfase es-
• os discípulos (cf. 4:41; 9:5-6; 10:32); pecial que ele dá ao fato de Jesus ordenar àqueles que
• os críticos (cf. 12:34). (Cf. ELWELL; YAR- tinham sido curados, ou a quem ele dissera alguma
BROUGH, 2002, p. 90-92). verdade fundamental, que não revelassem nada e fi-
cassem quietos” (ELWELL; YARBROUGH, 2002,
p. 94). Lendo atentamente o evangelho de Marcos, é
2.2.7.2 A morte e a ressurreição de Jesus possível perceber que Jesus ordena o silêncio em três
tipos de circunstâncias. Em cada caso, isso ocorre
Além da natureza divina de Jesus, Marcos também por uma razão diferente. 1) Em exorcismos, Jesus
destaca sua morte e ressurreição. A própria estrutura ordena que os demônios fiquem quietos porque não
do evangelho mostra isso, pois ele utiliza dez capítu- quer que os espíritos imundos testemunhem a ver-
los para contar toda a vida de Jesus e seis capítulos dade, mesmo que o conteúdo da sua fala seja verda-
só para falar da sua última semana. Marcos é um evan- deiro. Jesus não deseja ter associação com eles em
gelho de ação. Nele, Jesus sinaliza a presença do Reino hipótese alguma (cf. 1:32-34; 3:11-12). Todavia, ele
de Deus, em última instância, por intermédio de sua ordena ao ex-endemoninhado geraseno que volte
vida, morte e ressurreição. A primeira referência à para casa e anuncie aos seus o que lhe acontecera.
morte de Jesus é dada em 2:20: “o noivo lhes será 2) Embora não em todas as ocasiões, Jesus ordena a
tirado”. Em todo tempo, ele sabe o que o aguarda pessoas curadas de doenças que fiquem em silêncio.
em Jerusalém. Em Cesareia de Filipe, Jesus deixa Nesse caso, o mandamento é para aliviar a pressão
isso claro (cf. 8:31-32 – primeira predição da cruz). das multidões sobre a totalidade do seu ministério
Por duas vezes, ele repete isso (cf. 30-31; 10:32-34 (cf. 1:44; 5:43; 7:36). 3) Por fim, Jesus ordena aos
– segunda e terceira predição da cruz). O propósi- seus discípulos que silenciem em relação ao seu mes-
to da vinda de Jesus é evidente em 10:45: “servir e sianismo, pois eles ainda não o compreendem ple-
dar a sua vida em resgate por muitos”. Além disso, namente (cf. 8:29-30; 9:9-10, 31-32). (Cf. ELWELL;
a última ceia é uma evidência de que ele tem plena YARBROUGH, 2002, p. 94-95).
consciência de seu destino divino na terra (cf. 14:21).
Porém, Marcos também destaca a ressurreição de Je-
sus (cf. 16:6-7). Para ele, a morte de Jesus não é um REFERÊNCIAS
acidente; é parte do plano de Deus. (Cf. ELWELL;
YARBROUGH, 2002, p. 92-93). CARSON, D. A.; MOO Douglas J.; MORRIS, Leon.
Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Edi-
ções Vida Nova, 1999.
2.2.7.3 O ministério de Jesus como servo
ELWEL, Walter A.; YARBROUGH, Robert W.
O Filho do Homem escolhe ser servo (cf. 10:45). Descobrindo o Novo Testamento. São Paulo: Edi-
Marcos destaca dois aspectos do ministério de ser- tora Cultura Cristã, 2002.
viço de Jesus. Em primeiro lugar, ele o retrata como
um mestre. Jesus vem ensinar o que as pessoas pre- HALE, David Broadus. Introdução ao estudo do
cisam saber sobre Deus (cf. 1:14-15, 21-27, 38; 2:2; Novo Testamento. São Paulo: Editora Hagnos, 2001.
3:13-14; 4:1; 6:2, 6b, 34; 8:31; etc.). Em segundo lu-
gar, Jesus é apresentado como um operador de mila- HOUSE, H. Wayne. O Novo Testamento em qua-
gres, com poder sobre as doenças e sobre os demô- dros. São Paulo: Editora Vida, 1999.
nios. Ele se compadece quando vê o sofrimento dos
que estão ao seu redor (cf. 1:32-34; 3:10-11; 6:54-56; KONINGS, Johan. Sinopse dos Evangelhos de Ma-

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10 O “PROBLEMA SINÓTICO” E O EVANGELHO DE MARCOS - UNIDADE 2 NOVO TESTAMENTO 1

teus, Marcos e Lucas e da “Fonte Q”. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

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