Você está na página 1de 420

Polícia Civil do Distrito Federal

PC-DF

4
-7
91
.5
Analista de Apoio

51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

NV-014MA-22
Cód.: 7908428802196
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

PC-DF — Polícia Civil do Distrito Federal


Analista de Apoio

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro e Gabriela
Coelho

DIREITOS HUMANOS (ON-LINE) • Ana Philippini, Aline Melo Borges, Camila Cury e Samara Kich

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS • Ana Philippini, Eduardo Gigante, Fernando Paternostro Zantedeschi,


Filipe Garcia, Rafael Oliveria, Renato Philippini, Rodrigo Gonçalves e Samara Kich

LEGISLAÇÃO • Aline Costa, Fernando Paternostro Zantedeschi, Marília Pepino e Samantha Rodrigues

ESTATÍSTICA (ON-LINE) • Henrique Tiezzi e Kairton Batista (Prof. Kaká)

4
-7
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof. Kaká)

91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW

ISBN: 978-65-87525-83-9
A
M

Edição: Maio/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi
organizado de acordo com os últimos editais do órgão e cargos
administrativos de carreiras policiais visando o cargo de Analista
de Apoio da Polícia Civil do Distrito Federal.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, faci-


litando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sempre
a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em uma
sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abordando os
principais itens do edital e reorganizando-os quando necessá-
rio, de uma maneira didática para que você realmente consiga
aprender e otimizar os seus estudos.

4
-7
Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica

91
.5
– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados

51
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-

.7
79
ritados da banca CEBRASPE, organizadora dos últimos certames

-0
da instituição ZA
U

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


SO

de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-


A
LV

sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas


SI

aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será


A

um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando


D
R

no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Agora é


O
YG

com você!
H
L

Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteúdos


EL
XW

complementares disponíveis on-line para este livro em nossa pla-


taforma: Conteúdo de Direitos Humanos e Estatística disponíveis
A
M

em pdf para download além do Curso Bônus com 05hs de videoau-


las. Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.

à Língua Portuguesa: Crase


à Direitos Humanos: Declaração Universal dos Direitos Humanos
à Informática: Sistema Operacional Windows 10 – Microsoft Edge, Windows Hello e
Explorador de Arquivo
à Direito Administrativo: Atos de Improbidade
à Legislação: Lei Orgânica do Distrito Federal - da Polícia Civi
à Estatística: Amostragem - Definições e Técnicas
Matemática e Raciocínio Lógico: Tabela Verdade

4
à

-7
91
.5
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:

51
.7
79
• Direitos Humanos - Disponível em pdf para download

-0
• Estatística - Disponível em pdf para download
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O

COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE


YG
H

Se você comprou este livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
L
EL

do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.


XW

Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
A
M

acesso ao conteúdo on-line.

Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES


Código Bônus sac@novaconcursos.com.br

NV-003MR-20 Código Bônus


Digite o código que se encontra atrás da NV-003MR-20
apostila (conforme foto ao lado)

Siga os passos para realizar um breve 9 088121 44215 3

cadastro e acessar seu conteúdo on-line


VERSO DA APOSTILA

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.............................................................................................................................................9
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS............................................................................. 9

IDENTIFICAÇÃO DE TIPOS TEXTUAIS: NARRATIVO, DESCRITIVO E DISSERTATIVO....................................9

CRITÉRIOS DE TEXTUALIDADE: COERÊNCIA E COESÃO...............................................................................15

RECURSOS DE CONSTRUÇÃO TEXTUAL: FONOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS...............................................19

GÊNEROS TEXTUAIS DA REDAÇÃO OFICIAL...................................................................................................44

Princípios Gerais............................................................................................................................................... 44
Uso dos Pronomes de Tratamento.................................................................................................................. 47
Estrutura Interna dos Gêneros: Ofício, Memorando, Requerimento, Relatório, Parecer.............................. 49

4
CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS.................................................................................................... 66

-7
91
.5
CONHECIMENTOS GRAMATICAIS CONFORME PADRÃO FORMAL DA LÍNGUA..........................................66

51
.7
PRINCÍPIOS GERAIS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO...........................................................................69

79
-0
INTERTEXTUALIDADE.......................................................................................................................................70
ZA
Vozes Discursivas: Citação, Paródia, Alusão, Paráfrase, Epígrafe................................................................ 70
U
SO

TIPOS DE DISCURSO.........................................................................................................................................73
A
LV

SEMÂNTICA......................................................................................................................................... 74
SI
A

CONSTRUÇÃO DE SENTIDO..............................................................................................................................74
D
R
O

SINONÍMIA.........................................................................................................................................................74
YG
H

ANTONÍMIA........................................................................................................................................................75
L
EL

HOMONÍMIA......................................................................................................................................................75
XW
A

PARONÍMIA........................................................................................................................................................75
M

POLISSEMIA......................................................................................................................................................76

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO............................................................................................................................76

FIGURAS DE LINGUAGEM.................................................................................................................................76

PONTUAÇÃO E EFEITOS DE SENTIDO.............................................................................................. 81

SINTAXE............................................................................................................................................... 83

ORAÇÃO, PERÍODO, TERMOS DAS ORAÇÕES, ARTICULAÇÃO DAS ORAÇÕES:


COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO, CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL, REGÊNCIA
VERBAL E NOMINAL..........................................................................................................................................83

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA...........................................................................................................................101
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10.........................................................................................101

MICROSOFT WORD 2016: EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS................................................115

LIBREOFFICE WRITER 7.1.6: EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS............................................122

MICROSOFT EXCEL 2016: ELABORAÇÃO, CÁLCULOS E MANIPULAÇÃO DE TABELAS E


GRÁFICOS..........................................................................................................................................126

LIBREOFFICE CALC 7.1.6: ELABORAÇÃO, CÁLCULOS E MANIPULAÇÃO DE TABELAS E


GRÁFICOS..........................................................................................................................................136

MICROSOFT POWERPOINT 2016: ESTRUTURA BÁSICA DE APRESENTAÇÕES, EDIÇÃO E


FORMATAÇÃO...................................................................................................................................140

LIBREOFFICE IMPRESS 7.1.6: ESTRUTURA BÁSICA DE APRESENTAÇÕES, EDIÇÃO E


FORMATAÇÃO...................................................................................................................................143

MICROSOFT OUTLOOK 2016: CORREIO ELETRÔNICO.................................................................145

4
-7
91
GOOGLE CHROME 93X OU SUPERIOR: NAVEGAÇÃO NA INTERNET..........................................146

.5
51
.7
SEGURANÇA: TIPOS DE VÍRUS, CAVALOS DE TROIA, MALWARES, WORMS,

79
SPYWARE, PHISHING, PHARMING, RANSOMWARES, SPAM......................................................147

-0
ZA
U

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS............................................................................ 169


SO
A

DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................................................................169
LV
SI

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................................171
A
D

Conceito.......................................................................................................................................................... 171
R
O

Princípios......................................................................................................................................................... 171
YG
H

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA.........................................................................................174


L
EL

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................................................181


XW
A

Poder Hierárquico........................................................................................................................................... 181


M

Poder Disciplinar............................................................................................................................................. 182


Poder Regulamentar....................................................................................................................................... 182
Poder de Polícia.............................................................................................................................................. 183

SERVIÇOS PÚBLICOS......................................................................................................................................184

Conceito.......................................................................................................................................................... 184
Princípios......................................................................................................................................................... 185

DIREITO CONSTITUCIONAL.............................................................................................................186

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL..........................................................................186

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS........................................................................................................................186

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS....................................................................................................189

Direitos e Deveres Individuais e Direitos Coletivos....................................................................................... 189

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA................................................................................................................203

DIREITO PENAL.................................................................................................................................205

CÓDIGO PENAL: CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................................205

DIREITO PROCESSUAL PENAL........................................................................................................240

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL POLICIAL - INQUÉRITO POLICIAL....................................................................240

TEORIA GERAL DA PROVA PENAL.................................................................................................................251

CADEIA DE CUSTÓDIA.....................................................................................................................................253

LEGISLAÇÃO...................................................................................................................... 259

4
-7
91
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 E SUAS ALTERAÇÕES E LEI Nº 4.878,

.5
DE 3 DE DEZEMBRO 1965 (REGIME JURÍDICO DOS FUNCIONÁRIOS POLICIAIS CIVIS

51
DA UNIÃO E DO DF)..........................................................................................................................259

.7
79
-0
DECRETO-LEI Nº 2.266, DE 12 DE MARÇO 1985 (CRIAÇÃO DA CARREIRA PCDF,
CARGOS, VALORES E VENCIMENTOS)...........................................................................................280
ZA
U
SO

LEI Nº 9.264, DE 7 DE FEVEREIRO DE 1996 (DESMEMBRAMENTO E REORGANIZAÇÃO


DA PCDF, REMUNERAÇÃO DE SEUS CARGOS)..............................................................................281
A
LV
SI

DECRETO Nº 30.490, DE 22 DE JUNHO 2009 (REGIMENTO INTERNO DA PCDF)......................283


A
D

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL..........................................................................................300


R
O
YG

DA SEGURANÇA PÚBLICA..............................................................................................................................300
H

DA POLÍCIA CIVIL............................................................................................................................................301
L
EL
XW

LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019..................................................................................301


A
M

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 E LEI Nº 14.230, DE 25 DE OUTUBRO DE 2021


(IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA)................................................................................................307

LEI Nº 12.846, DE 1° DE AGOSTO 2013 E SUAS ALTERAÇÕES (ANTICORRUPÇÃO)..................337

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO........................................................................................... 345


PRINCÍPIOS DE CONTAGEM............................................................................................................345

RAZÕES E PROPORÇÕES.................................................................................................................347

REGRAS DE TRÊS SIMPLES.............................................................................................................350

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PORCENTAGENS...............................................................................................................................353

EQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS....................................................................................................356

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS.......................360

FUNÇÕES E GRÁFICOS.....................................................................................................................362

ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO.............................................................379

ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES...........................................................................379

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)................................................................................389

PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS......................................................................................................389

TABELAS-VERDADE E EQUIVALÊNCIAS........................................................................................................390

LEIS DE MORGAN............................................................................................................................................391

DIAGRAMAS LÓGICOS E LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM.............................................................................393

4
-7
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE...........................................................................396

91
.5
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS.....................................................................................................397

51
.7
79
RACIOCÍNIO LOGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E

-0
MATRICIAIS.......................................................................................................................................402
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Narrativo

LÍNGUA PORTUGUESA Os textos compostos predominantemente por


sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão
TEXTOS de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
IDENTIFICAÇÃO DE TIPOS TEXTUAIS: NARRATIVO, Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
DESCRITIVO E DISSERTATIVO vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles:

Conhecendo os Tipos Textuais z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí-


brio, o que demanda uma situação conflituosa;
Tipos ou sequências textuais são unidades que estru- z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
turam o texto. Para Bronckart1, “são unidades estrutu- sentada inicialmente;
rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”. z Ações (para o clímax): Acontecimentos que am-
Os tipos textuais marcam uma forma de organização pliam a tensão;
da estrutura do texto, que se molda a depender do gênero z Resolução: Momento de solução da tensão;
discursivo e da necessidade comunicativa. Por exemplo, z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
há gêneros que apresentam a predominância de narra- z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
ções (contos, fábulas, romances, história em quadrinhos a resolução;
etc.). Já em outros, predomina a argumentação (redação z Moral: Apresentação de valores morais que a his-
do Enem, teses, dissertações, artigos de opinião etc.). tória possa ter apresentado.

4
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,

-7
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte

91
seguinte figura, que demonstra como podemos identi- exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos

.5
ficar os tipos textuais e suas principais características, lê-la e identificar essas características, bem como apren-

51
tendo em vista que cada sequência textual apresenta der a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.

.7
79
características próprias que pouco ou nada sofrem em
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase

-0
Era um garoto que como eu Amava os
rígida que nos permite classificar os tipos textuais em Beatles e os Rolling Stones
ZA
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo, Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América Situação inicial:
U
Instrucional e Argumentativo).
SO

Não era belo, mas mesmo assim predomínio de


Havia mil garotas afim equilíbrio
A

GÊNERO TEXTUAL Cantava Help and Ticket to Ride


LV

Oh Lady Jane e Yesterday


SI

Cantava viva à liberdade


A

Mas uma carta sem esperar


D

FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO Da sua guitarra, o separou


Complicação: início
R

Fora chamado na América


da tensão
O

Stop! Com Rolling Stones


YG

Stop! Com Beatles songs


A partir dessa imagem, podemos identificar que a
H

orientação gramatical mantida pelas frases apresenta Mandado foi ao Vietnã


Clímax
L

marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo- Lutar com vietcongs


EL

minante que o texto deve manter, organizado pelas Era um garoto que como eu
XW

marcas do gênero textual ao qual o texto pertence. Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
Girava o mundo, mas acabou
A
M

TIPO TEXTUAL Fazendo a guerra no Vietnã


Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no Cabelos longos não usa mais
texto. Também é chamado de sequência textual Não toca a sua guitarra e sim
LÍNGUA PORTUGUESA

GÊNERO TEXTUAL Um instrumento que sempre dá


A mesma nota,
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente Situação final /
ra-tá-tá-tá
Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Uma última informação muito importante sobre tipos Só gente morta caindo ao chão
textuais que devemos considerar é que nenhum texto é Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã [...]
composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a
existência de predominância de algumas sequências em No peito, um coração não há
Moral
detrimento de outras, de acordo com o texto. Mas duas medalhas sim
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe
de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac- Disponível em: <https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-
terísticas e marcas linguísticas. hawaii/12886/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

1 BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 9


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar- Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de alguns
ção linguística que são caracterizadas por: aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.

z Presença de marcadores temporais e espaciais; “Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
z Verbos, predominantemente, utilizados no passado; quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
z Presença de narrador e personagens. que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim
nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tin-
Importante!
gida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor
Os gêneros textuais que são predominantemen- natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas
te narrativos apresentam outras tipologias tex- assim tintas, e também os colos dos pés; e suas ver-
tuais em sua composição, tendo em vista que gonhas tão nuas, e com tanta inocência assim desco-
bertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
nenhum texto é composto exclusivamente por
uma sequência textual. Por isso, devemos sem- Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-
de-caminha/>. Acesso em: 30 ago. 2021.
pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Note que apesar da presença pontual da sequência
narrativa, há predominância da descrição do cenário
Para sua compreensão, também é necessário saber o e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
que são marcadores temporais e espaciais. São formas tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. uti- bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
lizadas para demarcar um espaço físico ou temporal em de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó- Considerando as emergências comunicativas do
ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos
marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros,

4
dia, nesse momento, aqui, ali, então... como, por exemplo, o e-mail.

-7
Outro indicador do texto narrativo é a presença do A sequência descritiva também pode se apresentar

91
narrador da história. Por isso, é importante aprendermos de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-

.5
mos ver no cardápio a seguir:

51
a identificar os principais tipos de narrador de um texto:

.7
Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o

79
responsável por contar os fatos que compõem o texto

-0
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes- ZA
soa. O narrador participa dos fatos
U
SO

Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-


soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
A

porém, não participa das ações


LV

Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª


SI

ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não


A

participa das ações, porém, o fluxo de consciência do nar-


D

rador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa


R
O
YG

Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-


H

dominantemente narrativas são notícia, diário, conto,


L

fábula, entre outros. É importante reafirmar que o


EL

fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-


XW

vos não significa que não possam apresentar outras


sequências em sua composição.
A
M

Para diferenciar os tipos textuais e proceder na


classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.

Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas


nominais que dominam o texto. Os gêneros que uti-
lizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequên-
cia descritiva como suporte para um propósito maior.
Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/
São exemplos de textos cujo tipo textual predominan- noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-
te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml>. Acesso
10 classificados, lista de compras. em: 30 ago. 2021.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que há a presença de muitos adjetivos, locu-
ções, substantivos, que buscam levar o leitor a ima- Importante!
ginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta Existem dois tipos de textos dissertativos: o
a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne expositivo e o argumentativo. No texto dissertati-
etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de vo-expositivo, o autor apresenta as informações
queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele sem a necessidade de convencer o leitor de algo
está organizado de forma esquematizada em seções (ou seja, faz uma exposição e não um debate).
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a Já no tipo dissertativo-argumentativo, o escritor faz
facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente. uma reflexão sobre determinado tema para defender o
seu ponto de vista e, portanto, busca convencer o leitor
DISSERTATIVO-EXPOSITIVO E
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Os tipos textuais acima expostos são utilizados de for-
A dissertação é a tipologia textual que visa à expo- ma combinada de modo a compor o que conhecemos por
sição, à análise e à defesa de uma tese ou ponto de gêneros textuais (textos que exercem uma função social
vista a respeito de um assunto específico. É a forma específica, isto é, aparecem em situações cotidianas de
mais frequentemente exigida nos concursos, tendo comunicação e apresentam uma finalidade comunicativa
em vista a possibilidade de permitir ao candidato a bem definida). A lista de gêneros é aberta e pode ser infini-
exposição de ideias a respeito de um tema de interes- ta. Por exemplo, o tipo textual dissertativo-argumentati-
se social. A dissertação é dividida em duas categorias: vo é o dominante nos seguintes gêneros textuais:

z Texto de opinião;
Dissertativo-Expositiva z Diálogo argumentativo;
z Carta de leitor;
Neste tipo textual o autor apresenta ideias, fatos z Carta de reclamação;
e fenômenos. O objetivo é informar o leitor (caráter z Carta de solicitação;
expositivo), sem a intenção de persuadi-lo, de conven- z Deliberação informal;
cê-lo em relação ao pensamento. É impessoal (redigida z Debate regrado;
em terceira pessoa). Portanto, neste caso, a dissertação Editorial;

4
z

-7
tende à simples exposição de ideias, de informações, z Discurso de defesa,

91
de definições e de conceitos, como se nota no exemplo z Requerimento;

.5
abaixo, retirado da obra Textos Dissertativo-Argumen- z Ensaio;

51
tativos, publicada pelo Instituto Nacional de Estudos e z Resenha;

.7
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): z Crítica.

79
-0
As peças de Nelson Rodrigues tratam de denunciar Por sua vez, o tipo textual dissertativo-expositi-
toda a hipocrisia que paira sobre uma sociedade vo prevalece nos seguintes gêneros:
ZA
vítima da repressão sexual. É o seu teatro que abre
U
z Aula;
SO

as portas para a modernidade na dramaturgia


z Texto expositivo;
brasileira.
z Artigo enciclopédico;
A
LV

z Texto explicativo;
Note que no trecho acima, o autor apenas mos-
z Tomada de notas;
SI

tra certas características da obra do escritor Nelson z Resumos;


A

Rodrigues. Não há, em nenhuma parte do texto, recur- z Resenhas;


D

sos argumentativos que buscam convencer o leitor. z Relatório científico.


R
O
YG

Dissertativo-Argumentativo Em concursos públicos, os gêneros textuais mais fre-


quentes são: os editoriais, os artigos de opinião, as notí-
H

Neste tipo dissertativo, as ideias são organiza- cias, as reportagens, as crônicas e os contos. No editorial,
L
EL

das no sentido de convencer o leitor. Os argumentos discute-se um assunto, apresentando ponto de vista do
(enunciados) atribuem ao objeto ou fenômeno de que jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe. Já
XW

se fala, qualidades, informações, depoimentos, cita- no artigo de opinião, o autor busca convencer o leitor
A

ções, fatos, evidências e dados estatístico, entre outros em relação a uma determinada ideia e, ao contrário do
M

recursos, procurando defender o ponto de vista do editorial, o artigo de opinião não representa o ponto de
autor. Veja um exemplo de um trecho de texto disser- vista do veículo que publica o texto. O editorial e o artigo
tativo-argumentativo, retirado da obra Textos Disser- de opinião são gêneros textuais que pertencem ao tipo
LÍNGUA PORTUGUESA

tativo-Argumentativos, do Inep: textual dissertativo-argumentativo.

Dica
Impossível desconhecer que Nelson Rodrigues é o
maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos. Foi Lembre-se que parte do método para fazer uma boa
revolucionário, renovador e ousado em relação ao redação no concurso é ter um bom repertório de
teatro tradicional. Suas dezessete peças são sucessiva- ideias. A leitura de editoriais e de artigos de opinião
mente reeditadas. Sua obra é frequentemente encena- constitui uma das melhores formas de ampliar seu
da na atualidade. Seus textos são os mais estudados “capital cultural”, uma vez que tratam de assuntos
nos cursos de Letras. recentes e de relevância social. Além disso, servem
para ajudar a dominar a estrutura da redação, uma
Observe que agora, diferentemente do exemplo vez que, por pertencerem ao tipo textual dissertati-
anterior, o autor busca formar a opinião do leitor, vo-argumentativo, possuem a mesma estrutura do
buscando convencê-lo. texto que será cobrado nas provas. 11
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outro gênero recorrente é a notícia, na qual são rela- Ir do Geral ao Específico
tados de forma objetiva e concisa, fatos da realidade.
A reportagem por sua vez, caracteriza-se por ser o Primeiramente fazendo uma exposição do tema de
gênero que apresenta um texto jornalístico que abor- forma abrangente, para logo após chegar às questões mais
da fatos de interesse geral; na reportagem, ao contrá- específicas que serão abordadas no texto. Veja o exemplo
rio da notícia, os fatos são tratados de uma forma mais abaixo, extraído da obra A Análise do Texto Argumentati-
aprofundada e didática. vo-Discursivo, de Cantarin, Bertucci e Almeida (2017).
Já a crônica e o conto, constituem gêneros tipicamente Ex.: É fato que as diferentes ações de marketing
narrativos; o primeiro sobre fatos do cotidiano, enquanto exercem grande influência no processo de formação
o último versa sobre um único conflito, uma só ação. dos sujeitos. Em se tratando de crianças, o poder das
propagandas na criação de hábitos e identidades é bas-
A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA tante grande. Surge então o debate acerca dos limites
da publicidade infantil.
Como dissemos antes, o tipo dissertativo-argumenta- Observe que o autor inicia expondo algo genéri-
tivo é o mais cobrado em concursos, sobretudo naqueles co sobre o tema publicidade (ações de marketing) e,
para carreiras policiais. Assim sendo, vamos ver mais em seguida, indica que propagandas são capazes de
alguns detalhes relativos à dissertação argumentativa. influenciar hábitos infantis. É apenas no final do pará-
O texto dissertativo-argumentativo é aquele pelo grafo onde se apresenta a situação problema: a ques-
qual o autor busca convencer o leitor ou o ouvinte a tão da publicidade infantil;
aceitar a tese de quem produz o texto. Logo, o que está
em jogo é a capacidade do autor de expor uma situação- Introdução Direta
-problema, apresentando uma tese (opinião, ideia) sobre
o fato e expressando-a por meio de argumentos fortes e Em contrapartida, a introdução do tema pode
coerentes. Esse tipo textual é composto por três etapas: ser direta, como se observa no exemplo abaixo, tam-
bém retirado da obra de Cantarin, Bertucci e Almei-
z A introdução: na qual se apresenta o objeto, expon- da (2017), em que autor já inicia o texto apontando o
do uma breve visão do ponto de vista do autor; crescimento da “publicidade infantil no Brasil”.
z O desenvolvimento (quando se apresentam os Ex.: A publicidade infantil é um ramo que vem cres-

4
argumentos e é feita a defesa da tese); cendo muito no Brasil. Afinal, as crianças ainda não for-

-7
z Uma conclusão: que encerra o tema, com uma sín- maram toda base crítica necessária para entender toda

91
tese de tudo o que foi exposto. a complexidade e persuasão de uma propaganda, fatos

.5
51
que as tornam um público alvo facilmente convencido.
INTRODUÇÃO

.7
79
DESENVOLVIMENTO/ARGUMENTAÇÃO
No início da dissertação, é necessário que o autor

-0
deixe claro qual é o assunto abordado no texto e, além Os parágrafos intermediários de um texto disser-
ZA
disso, qual será a tese a ser defendida. É um parágrafo tativo-argumentativo devem ser destinados à defesa
U
direto e curto no qual você vai demonstrar que com- da tese mediante argumentos (provas ou fundamen-
SO

preendeu o tema e vai fazer uma afirmação sobre ele. tos que confirmam o ponto de vista do autor).
A tese é elemento essencial na composição do texto
A

São nesses parágrafos que o autor vai argumen-


LV

dissertativo-argumentativo. Na redação é um posicio- tar, ou seja, apresentar ideias, razões, provas que
namento crítico, ou seja, o seu ponto de vista sobre o
SI

sejam relevantes ao ponto de conseguir convencer o


tema proposto. Sua função é persuadir o leitor a respei- leitor sobre um ponto de vista.
A

to daquilo que você vai expor. Ela pode ser apresentada


D

O principal no desenvolvimento é apresentar uma


por meio de declarações afirmativas (como, por exemplo,
R

ideia e, em seguida, apresentar um raciocínio capaz


O

“A violência é resultado....”) ou negativas (“Não ocorrem


de comprová-la.
YG

...”. Importante lembrar que mesmo sendo a sua opinião,


A argumentação deve ser feita com argumentos
a escrita deve ser feita de forma impessoal (redigir em
H

fortes, tais como:


terceira pessoa; nada de usar expressões como “eu acho
L
EL

que…”, “acredito que …”) e respeitando os direitos huma-


nos (nunca instigar qualquer tipo de violência motivada z Provas concretas: argumentos baseados em dados
XW

por questões de raça, etnia, gênero, credo, condição física, ou fatos sobre o tema;
A

origem geográfica ou socioeconômica, nem apresentar z Fatos similares ou relacionados ao tema: argumen-
M

de qualquer forma de discurso de ódio). tos baseados em exemplos;


Em uma linha você vai dizer de forma concisa a z Citação de especialistas no tema: argumento de
ideia central do seu texto e o seu posicionamento acer- autoridade;
ca daquilo (dizer se é contra, a favor ou qual é a impor- z Lógicos: causa e consequência, por exemplo.
tância de se discutir sobre isso). Essa parte deve ter até
dois períodos (frases com pelo menos um verbo cada). Por outro lado, devem ser evitados argumentos fra-
Logo após, em, em outras duas ou três linhas, você cos, tais como os argumentos de senso comum, os quais,
irá apresentar como sua tese será desenvolvida, ou embora válidos, são rasos e, portanto, facilmente refu-
seja, vai mostrar seus argumentos (esclarecer de forma táveis. O uso de argumentos gerais (que qualquer um
simples o que cada parágrafo vai tratar, sem argumen- conhece) evidencia pouco conhecimento do tema, falta
tar). A dica aqui é construir uma oração resumindo o de opinião própria e baixo poder de argumentação.
assunto de cada parágrafo do desenvolvimento. Além disso, a fim de dar força ao discurso persua-
Ou seja, retirar bold a introdução é composta sivo, devem ser utilizados os chamados operadores
pela apresentação do tema e pela exibição da tese. e conectivos argumentativos (também chamados de
Vamos ver algumas abordagens que podem ser marcadores de discurso). Os operadores argumenta-
12 tomadas no parágrafo introdutório: tivos tem a função de introduzir argumentos que
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
convençam, ou seja, orientam o leitor a determinada OPERADOR FUNÇÃO
conclusão. Dominar a técnica e saber o momento de
usar esses elementos é um requisito imprescindível “Mas”, “porém”, “contudo”,
no momento de fazer valer pontos de vista e opiniões “todavia”, “no entanto”, Contrapõem argumentos
e para defender teses e articular argumentos. “embora”’, “ainda que”, orientados para conclu-
Mas que vocábulos atuam com operadores argu- “posto que”, “apesar de sões contrárias
mentativos? Lembre-se: (que)”

z Conjunções; Distribuem-se em esca-


z Advérbios; las opostas, isto é, um
z Palavras denotativas: até, inclusive, também, afi- “Um pouco” e “pouco”, deles funciona numa
nal, então, é que, aliás etc. “quase” e “apenas”, “só”, escala orientada para a
“somente”’ afirmação total e o outro,
numa escala orientada
Como os operadores argumentativos atuam no
para a negação total
texto? Eles podem:
São argumentos que
z Somar argumentos: e, também, ainda, não só…, “E”, “também”, “ainda”,
fazem parte de uma mes-
mas também, além de…, além disso…, aliás. Ex.: Os “nem” (= e não), “não
ma classe argumentativa,
efeitos nocivos do trabalho infantil sobre a escola- só..., mas também”, “‘tan-
isto é, somam argumen-
rização são sentidos não só nas crianças menores, to...como”’, “além disso”,”
tos a favor de uma mes-
mas também nos adolescentes; além” de”, “a par de”
ma conclusão
z Indicar oposição/ideias contrárias: mas, porém,
contudo, todavia, no entanto, embora, ainda que, Introduz um argumen-
apesar de..., posto que. Ex.: João apresentou um to decisivo, resumin-
“Aliás”
bom rendimento, mas não foi aprovado; do todos os demais
z Indicar uma relação de condição entre um ante- argumentos
cedente e um consequente: se, caso. Ex.: Se o can-
São responsáveis por
didato não estudar, não vai passar no concurso;

4
“Já”, “ainda”, “agora” introduzir no enunciado

-7
z Indicar finalidade/objetivo: para, a fim de..., para
conteúdos pressupostos

91
que. Ex.: Eu estudo a fim de passar no concurso

.5
para a polícia.

51
O uso desses operadores é essencial para manter a

.7
Veja no quadro abaixo, de forma condensada, os coesão do texto.

79
principais tipos de operadores, constante na obra

-0
Argumentação e Linguagem, de Ingedore Koch (2000): CONCLUSÃO
ZA
OPERADOR FUNÇÃO O final de um texto dissertativo-argumentativo
U
SO

pode ser feito de duas maneiras:


Organizam a hierarquia
A

dos elementos numa


“Mesmo”, “até”, “até mes- z Na forma de síntese (o autor repete os argumen-
LV

escala, assinalando o ar-


mo”, “inclusive” tos de forma resumida e conclui o texto alegando a
SI

gumento mais forte para


veracidade da tese);
uma conclusão
A

z Apresentando propostas de solução (retomando


D

Introduzem dado argu- os problemas discutidos na argumentação e pro-


R
O

mento deixando suben- pondo ações que acabem ou diminuam com os


“Ao menos”, “pelo me-
YG

tendida a presença de problemas). Tais soluções devem ser detalhadas,


nos”, “no mínimo”
uma escala com outros explicando, apontando quem vai promover a solu-
H
L

argumentos mais fortes ção, as ações necessárias, os meios e os objetivos.


EL

“Portanto”, “logo”, “por Introduzem uma conclu-


XW

Assim como na introdução, é o momento de ser


conseguinte”, “pois”, são relativa a argumen-
simples e conciso. A conclusão não deve ter um tama-
A

“em decorrência”, tos apresentados em


nho muito diferente da introdução.
M

“consequentemente” enunciados anteriores


O texto dissertativo-argumentativo (dissertação
Introduzem argumentos argumentativa), portanto, deve conter os seguintes
LÍNGUA PORTUGUESA

“Ou”, “ou então”, “quer... alternativos que condu- elementos:


quer”, “seja...seja” zem a conclusões dife-
rentes ou opostas z Introdução: apresentação do tema e exibição da tese;
z Desenvolvimento: provas ou fundamentos que
Estabelecem relações en- confirmam a tese;
“Mais que”’, “menos que”,
tre elementos, com vista z Conclusão: resumo ou apresentação de soluções.
“tão...como”’
a uma dada conclusão

Introduzem uma justifica- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA REDAÇÃO


“Porque”’, “que”, “já que”,
tiva ou explicação relativa
“pois” Como já afirmamos antes, o conhecimento de
ao enunciado anterior
como a banca organizadora vai avaliar sua redação
é essencial para que obtenha o sucesso na prova. Ou
seja, é obrigatória uma leitura detalhada do edital. 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De modo geral, são os seguintes os critérios avalia- Acerca da situação hipotética acima apresentada e
dos pela maioria das bancas organizadoras dos con- do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de modo
cursos para as carreiras policiais: fundamentado, às determinações e aos questionamen-
tos seguintes.
z Pertinência ao tema proposto; 1 - Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor: 2,00
z Argumentação coerente das ideias e informatividade; pontos]
z Adequação no uso de articuladores; 2 - Descreva as características do IP. [valor: 4,00 pontos]
z Propriedade vocabular; 3 - Comente sobre o valor probatório do IP. [valor: 2,00
z Correção linguística (morfossintaxe), pontuação, pontos]
ortografia e acentuação. 4 - A instauração de IP é indispensável? [valor: 2,00
pontos]
No entanto, cada organizadora adota critérios pró- 5 - Na situação considerada, a prisão temporária de
prios na avaliação. Vamos verificar quais são os crité- João, nos moldes em que foi decretada — de ofício
rios adotados pelas bancas de alguns dos principais — foi legal? [valor: 4,00 pontos]
concursos para carreiras policiais do Brasil. 6 - Na situação considerada, há fundamento legal para
o direito de acesso do defensor de João aos elemen-
ABORDAGEM DA DISCURSIVA COM TÓPICOS tos de prova no curso do IP? Em sua resposta, des-
(ITENS) taque o entendimento do Supremo Tribunal Federal
a respeito. [valor: 5,00 pontos]
Primeiramente, merecem destaque os concursos pro-
movidos pelo Cebraspe, a antiga CESPE/UnB. Vale lembrar Note a estrutura: texto motivador, seguido do
que o Cebraspe foi responsável por grandes concursos tema e, por fim, os itens.
em anos recentes, como o da Polícia Federal, da Polícia Este é o padrão do Cebraspe, que tem como princi-
Rodoviária Federal, da Polícia Civil do Distrito Federal, da pais características:
Polícia Civil de Goiás e Polícia Civil do Maranhão.
Da análise das provas promovidas pelo Cebraspe, z Não segue o padrão de uma redação (introdução,
nota-se que a banca examinadora adota uma estrutu- desenvolvimento e conclusão);
ra de prova discursiva o mais objetiva possível, dis- z Apresentação de texto motivador, tema e tópicos,

4
com foco nestes últimos (que serão pontuados):

-7
posta da seguinte forma:

91
dissertação expositiva.

.5
z A banca costuma apresentar a redação a partir de

51
um texto motivador, que serve para inspirar o Quanto ao tema, note que há uma tendência de

.7
texto a ser escrito (apenas para servir de exemplo. que assuntos da atualidade associados ao cotidiano

79
Somente cite algum trecho se esse for o coman- do policial sejam cobrados; no entanto nada impede

-0
do da prova discursiva. Caso contrário, se não foi que a banca proponha algum outro tema em evidên-
pedido, não cite); cia, totalmente fora da área de segurança pública.
ZA
z Logo após, indica o tema, que reflete o que o exa-
U

ABORDAGEM DA DISCURSIVA SEM TÓPICOS


SO

minador busca encontrar na redação;


z Os itens que devem ser abordados e que serão
A

pontuados (tópicos que devem ser obrigatoria- As provas discursivas para concursos das carrei-
LV

mente abordados em seu texto). ras policiais realizadas pelas bancas Fundep, Funrio,
SI

Vunesp, Núcleo de Concursos da Universidade Fede-


A

Observe que a estrutura da redação discursiva do ral do Paraná, entre outras, cobram temas da atuali-
D

Cebraspe é flexível, ou seja, não segue o padrão de dade e não inserem os tópicos. Essas são as bancas
R

uma redação: introdução, desenvolvimento e conclu- responsáveis pela seleção para polícias civis, policias
O

militares e corpos de bombeiros militares dos Estados


YG

são. O essencial, portanto, são os tópicos, que devem


ser mencionados na ordem em que a banca os indica. de São Paulo, Paraná.
H

Além disso, fique atento! O Cebraspe costuma Nas discursivas sem tópicos a abordagem deve ser
L

dar preferência ao texto dissertativo expositivo e dar da seguinte forma:


EL

não o dissertativo argumentativo, em que você deve


XW

defender uma tese. Lembre-se que o dissertativo expo- z Como não há tópicos a serem respondidos, é o
A

sitivo é um texto objetivo, no qual o candidato deve candidato quem insere as ideias-força a serem
M

demonstrar claramente o que o examinador pede, mos- argumentadas ao longo do desenvolvimento;


trando domínio do assunto. Neste tipo de redação não z Há introdução e conclusão;
se utilizam argumentos com o objetivo de convencer. z Pode haver título (não é obrigatório, a não ser
Para entender melhor, vamos ver um exemplo de que haja comando nesse sentido);
provas para carreiras policiais realizadas pelo Cebraspe. z A introdução indica os argumentos (aponta, sem
desenvolvê-los);
Polícia Civil de Goiás - Escrivão - Cebraspe - 2016 z Cada parágrafo de desenvolvimento deve apre-
sentar o conectivo inicial (mostrado na aula em
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no vídeo a seguir), a palavra-chave do argumento e
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri- sua análise.
são temporária do dito indiciado. Para defender seus
interesses, João constituiu um advogado que, na pri- Na conclusão (iniciada com algum conectivo como
meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia “Portanto”, “Por fim” etc.) deve ser inserida uma observa-
responsável acesso a todos os elementos de prova no ção final ou alguma possível solução para o problema.
curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, Vamos verificar, então, um exemplo de como essas
14 de modo a se garantir, assim, o devido processo legal. bancas cobram a redação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Polícia Militar de São Paulo – Aspirante – Vunesp
COESÃO COERÊNCIA
- 2018
Utiliza-se de elementos Subjacente ao texto,
“A proibição do consumo de bebidas alcoólicas e o superficiais, dando-se enfatiza-se o conteúdo e
direito de liberdade individual”. ênfase na forma e na a produção de sentido/
O exemplo acima é da prova para Aspirante da articulação entre as ideias relação lógica
Polícia Militar de São Paulo. A banca responsável pela
prova tem sido a FGV, que avalia a prova dissertativa
utilizando duas competências: Estrutura Textual Glo- Podemos usar uma metáfora muito interessante
bal (abordagem do tema, progressão textual e sugestão quando se trata de compreender os processos de coe-
de solução) e Correção Gramatical (seleção vocabu- são e coerência.
lar, acentuação e ortografia, concordância e regência, Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um
estruturação da frase, pontuação e sinais gráficos) prédio. Tal qual uma boa construção precisa de um bom
A tipologia textual a ser observada é a disserta- alicerce para manter-se em pé, um texto bem construí-
tiva argumentativa. Ainda, deve manter a progres- do depende da organização das nossas ideias, da forma
são e o texto deve ser coerente. como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre-
Ou seja, neste tipo de prova, vale a estrutura da disser- cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos,
tação-argumentativa, que detalhamos anteriormente. a fim de defendermos nossas ideias adequadamente.
De posse de todas as informações passadas, agora, Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
como dito no início do nosso estudo, a hora é de trei- cipais formas de marcação, em um texto, de processos
nar e treinar. que buscam organizar as ideias em um texto, princi-
Use uma folha com as linhas numeradas, cronome- palmente, os processos de coesão que, como dissemos,
tre o tempo utilizado e aproveite algumas sugestões: apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
cas que os processos envolvendo a coerência.
z Segurança Pública; Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas
z Sociedade do medo e Indústria do medo; características da coerência em um texto e como esse
z Caminhos para combater os crimes de pedofilia processo liga-se não apenas às formas gramaticais,
na Internet; mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
z Redução da maioridade penal; vista que a coerência é construída, tal qual o sentido,

4
z Lei Anticrime; coletivamente, não por acaso, o grande linguista e

-7
z Crise no Sistema Carcerário Brasileiro; estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-

91
z Armas de Fogo; chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico

.5
que se encontra mais na mente que no texto”.

51
z Violência contra a mulher;
z Violência no trânsito; Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013)

.7
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e

79
z Combate às drogas;
z Fake News e discurso de ódio; passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe-

-0
z Riscos do aumento do consumo de álcool e de são. A autora afirma que a coerência:
ZA
outras drogas entre os jovens no Brasil;
[...] Não está no texto em si; não nos é possível
U
z Covid-19 (obrigatoriedade da vacinação ou
SO

reflexos da pandemia, por exemplo). apontá-la, destacá-la ou sublinhá-la. Ela se constrói


[...] numa dada situação comunicativa, na qual o
A

leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-


LV

Dica tivos e interacionais e na materialidade linguística,


SI

confere sentido ao que lê (2013, p.31).


Mantenha-se sempre atualizado com os temas
A

relevantes ocorridos nos últimos 4-6 meses,


D

A seguir iremos nos deter aos processos de coesão


tanto na área de segurança pública quanto em
R

importantes para uma boa compreensão e elaboração


O

temas de interesse social. textual. É importante destacar que esses processos


YG

de coesão não podem ser dissociados da construção


H

CRITÉRIOS DE TEXTUALIDADE: COERÊNCIA E de sentidos implícita no processo de organização da


L

COESÃO coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar


EL

seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos


XW

Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi- com fins estritamente didáticos.


zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
A

coerente. Porém, como fazer para que essa organiza- COESÃO REFERENCIAL
M

ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro


é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência A coesão é marcada por processos referenciais
e por que buscar esse padrão é importante. relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
LÍNGUA PORTUGUESA

Os textos não são somente um aglomerado de pala- inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articuladas cessos marcados pela referenciação caracterizam-se
e organizadas harmoniosamente de maneira que o tex- pela construção de referentes em um texto, os quais
to faça sentido como um todo. A ligação, a relação, os se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse
nexos entre essas partes estabelecem o que se chama de processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
coesão textual. Os articuladores responsáveis por essa ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
“costura” do tecido (tessitura) do texto são conhecidos vras, das quais falaremos a seguir.
como recursos coesivos que devem ser articulados de Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
forma que garanta uma relação lógica entre as ideias, sos referenciais que envolvem o uso de expressões
fazendo com que o texto seja inteligível e faça sentido anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
em determinado contexto. A respeito disso, temos a coe- “as expressões que retomam referentes já apresentados
rência textual, que está ligada diretamente à significa- no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
ção do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor. ras”. Vejamos o exemplo a seguir: 15
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira. peração da informação apresentada é feita a partir de
Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem pro- muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes
missor, mas nunca se interessou realmente em evoluir, destacados recupera o assunto informado e ajuda o lei-
preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony tor a construir seu posicionamento. É importante bus-
Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo car sempre o elemento a que o pronome faz referência;
gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e por exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado
o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na no texto refere-se ao termo “democratas”, já o segundo,
primeira luta que fez com Apollo Creed. faz referência aos presidenciáveis que participavam do
debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa>. Acessado em:
30/09/2020. Adaptado. para uma parcela objetiva do texto, diferente do pro-
nome “essa”, associado ao substantivo “tragédia”, que
A partir da leitura, podemos perceber que todos os recupera uma parcela textual maior, fazendo referência
termos destacados fazem referência a um mesmo refe- ao momento de pandemia pelo qual o mundo passa.
rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza- O uso de pronomes pode ser um aliado na construção
do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi-
gramaticais e buscam conectar as ideias do texto. guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a
Já os processos referenciais catafóricos apontam coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.
para porções textuais que ainda não foram mencio- Não é possível saber qual dos homens estava
nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a acompanhado.
seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos Por fim, destacamos que as classes de palavras
são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista” relacionadas neste capítulo com os processos de coe-
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti-
Dica va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas
escolares. O interesse das principais bancas de con-
Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta-
a terminologia “expressões referenciais catafóricas”, tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise
remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, de processos coesivos visa analisar a capacidade do

4
-7
é importante salientar que, para linguistas e estudio- candidato de reconhecer a que e qual elemento está

91
sos, as anáforas são os processos referenciais que construindo as referências textuais.

.5
recuperam e/ou apontam para porções textuais.

51
Uso de Numerais

.7
Uso de Pronomes ou Pronominalização

79
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de

-0
Utilizar pronomes para manter a coesão de um categorias gramaticais concorre para a progressão tex-
ZA
texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá- tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro-
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
U
cesso é o uso de numerais.
SO

a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
estudo os principais pronomes utilizados em recursos essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias
A

textuais para manter a coesão.


LV

em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati-


A pronominalização é a base de recursos anafó- vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante-
SI

ricos que recuperam porções textuais ou ainda um


riores numa relação de coesão.
A

nome específico a que o autor faz referência no texto.


Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
D

Vejamos dois exemplos:


meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
R
O

As formas destacadas são numerais ordinais que


YG

O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden recuperam informação no texto, evitando a repetição
H

foi quente, com diversas interrupções e acusações de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
L

pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indica-


EL

ção de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para Uso de Advérbios


XW

a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Gins-


burg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
A
M

os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifi- ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
ca essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que processo de coesão. As formas adverbias que marcam
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. tempo e espaço podem também ser denominadas de
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wal- Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
lace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma dos a um referente se forem instaurados no discurso,
vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
Trump começou sua resposta atacando a China - “deve- não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou compreenderá que a marcação temporal refere-se
em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente tra- esses elementos são conhecidos como dêiticos.
balho” nesse momento dos EUA. Independentemente de como são chamados, esses
Fonte: <https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
16 debate-025314998.html>. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado. to, auxiliando também a construção da coesão textual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uso de Nominalização iremos nos deter a maiores aspectos da elipse também
nessa seção. Aqui é importante salientar as proprieda-
As expressões que retomam ideias e nomes, já apre- des recategorizadoras e referenciais da elipse, com o
sentados no texto, mediante outras formas de expressão, propósito de manter a coesão textual.
podem ser analisadas como processos nominalizadores,
incluindo substantivos, adjetivos e outras classes nominais. Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
Essas expressões recuperam informações median- recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir
te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência
uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos
Vejamos um exemplo: anteriormente em outro segmento do texto, mas recu-
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja-
mos como ocorre, a partir do segmento abaixo:
Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
co e professor brasileiro. Um dos membros do chamado “O Brasil evoluiu bastante
Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e desde o início do século XXI.
outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nor- O país proporcionou a inclu-
deste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados são social de muitas pessoas.
Sem Elipse
da década de 1970. A nação obteve notoriedade
internacional por causa disso.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior>. Acessado em:
30/09/2020. Adaptado. A pátria, porém, ainda enfren-
ta certas adversidades...”
Todas as marcações em negrito fazem referência ao “O Brasil evoluiu bastante des-
nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se de o início do século XXI e pro-
referem a esse nome inicial são expressões nominaliza- porcionou a inclusão social de
doras que servem para ligar ideias e construir o texto. muitas pessoas, por causa disso Com Elipse
obteve notoriedade internacio-
Uso de Adjetivos nal, porém ainda enfrenta certas
adversidades...”

4
Os adjetivos também são considerados expressões

-7
nominalizadoras que fazem referência a uma porção

91
COESÃO SEQUENCIAL
textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo

.5
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,

51
A coesão sequencial é responsável por organizar a
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-

.7
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu-

79
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro-
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações

-0
mover a evolução do debate assumido pelo autor.
sobre essa personalidade, referida anteriormente.
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a
ZA
É importante recordar que não podemos identifi-
partir de locuções que marcam tempo, conjunções,
U
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
desinências e modos verbais. Neste material, iremos
SO

que ela está inserida. No exemplo mencionado, as nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
A

são utilizadas para garantir a progressão textual.


ta, professor são substantivos que funcionam como
LV

adjetivos e colaboram na construção textual.


SI

Conjunções Coordenativas
A

Uso de Verbos Vicários


D

As conjunções coordenativas são aquelas que


R

ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor


O

O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e semântico independente. Na construção textual, elas
YG

significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários são importantes, pois, com seus valores, adicionam
são verbos usados em substituição de outros que já
H

informações relevantes ao texto.


foram muito utilizados no texto.
L

Exemplos de conjunções coordenativas atuando


EL

Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós na coesão:


esperávamos.
XW

O verbo “acontecer” foi substituído na segunda


A

oração pelo verbo “foi”. Não apenas conversava com


M

ADITIVA os demais alunos como tam-


bém atrapalhava o professor
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
Eram ideias interessantes, po-
LÍNGUA PORTUGUESA

Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim”


ADVERSATIVA rém ninguém concordou com
Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o
elas
fizemos”
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por Superou o estigma que pregava
falta de interesse” ALTERNATIVAS “ou estuda, ou trabalha” e conse-
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” guiu ser aprovada
Ao final, faça os exercícios,
Uso de Elipse EXPLICATIVA pois é uma forma de praticar o
que aprendeu
A elipse é uma forma de omissão de uma infor-
O candidato não cumpriu sua
mação já mencionada no texto. Geralmente, estuda-
CONCLUSIVA promessa. Ficamos, portanto,
mos a elipse mais detalhadamente na seção de figu-
desapontados com ele 17
ras de linguagem de uma gramática; neste material,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções Quando é possível substituir
precisam manter uma relação contextual, estabeleci- Quero que a prova
o que pelo pronome isso, es-
da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, esteja fácil.
tamos diante de uma conjun-
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá- Quero. O quê? Isso
ção integrante
rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver- Sempre haverá conjunção Perguntei se ele esta-
sidade, como demonstra a conjunção “mas”. integrante em orações subs- va em casa.
tantivas e, consequentemen- Perguntei. O quê?
Conjunções Subordinativas te, em períodos compostos Isso

Tais quais as conjunções coordenativas, as subor- COESÃO RECORRENCIAL


dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
apresentadas num texto, porém, diferentemente Uso de Repetições
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra As recorrências de repetições em textos são
para terem o sentido apreendido. comumente recusadas pelos mestres da língua por-
Exemplos de conjunções subordinativas atuando tuguesa. Sobretudo, quando o assunto é redação,
na coesão: muitos professores recomendam em uníssono: evite
repetir palavras e expressões!
Como não havia estudado su- No entanto, a repetição é um recurso coesivo
CAUSAL ficiente, resolvi não fazer essa essencial para manter a progressão temática do tex-
prova to, isto é, para que o tema debatido no texto não seja
perdido, levando o escritor a fugir da temática.
Falaram tão mal do filme que ele
CONSECUTIVA Embora também não recomendemos as repetições
nem entrou em cartaz
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir,
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.

4
Conforme o Ministro da Eco-

-7
CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão

91
acabar CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES

.5
51
Ainda que vivamos um período O candidato foi encontra-

.7
CONCESSIVA de poucos concursos, não pode- do com duzentos milhões
Marcar ênfase

79
mos desanimar de reais na mala, duzen-

-0
tos milhões!
Se estudarmos, conseguiremos ZA
CONDICIONAL
ser aprovados! Marcar contraste Existem Políticos e políticos
U
SO

À proporção que aumentava “Agora que sentei na minha


PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais cadeira de madeira, junto
A

forte o candidato se tornava à minha mesa de madeira,


LV

colocada em cima deste


SI

Estudava sempre com afinco, a assoalho de madeira, olho


FINAL Marcar a continuidade
A

fim de ser aprovado minhas estantes de madei-


D

temática
ra e procuro um livro feito
R

Quando o edital for publicado, já


TEMPORAL
O

estarei adiantado nos estudos de polpa de madeira para


YG

escrever um artigo contra


o desmatamento florestal”
H

Millôr Fernandes
L

Importante!
EL
XW

Não confundir: Uso de Paráfrase


Afim de – Relativo à afinidade, semelhança:
A

“Física e Química são disciplinas afins”. A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
M

A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje- porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”. do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
sobre algo utilizando-se de outras palavras. Conforme
Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em
Conjunções Integrantes outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
As conjunções integrantes fazem parte das orações
subordinadas, na realidade, elas apenas integram,
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
ligam uma oração principal a outra, subordinada.
Castelão Ceará no Castelão
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois Os textos acima poderiam ser manchetes de
tipos de conjunções integrantes: que e se. jornais da capital cearense. A forma como o texto se
apresenta indica que a ênfase dada ao nome dos ti-
mes, em posições diferentes, cumpre um papel impor-
18 tante na progressão temática do texto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo O número de letras e fonemas são diferentes pois,
uso de expressões textuais bem características, como: em nesse caso, a letra H não representa nenhum fonema.
outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi- Ex.: Sexo
cam que algo foi dito e passará a ser reessignificado no Letras (4): S, E, X, O
texto, garantindo a informatividade do texto. Fonemas (5): /s/, /e/, /k/, /s/, /o/

Uso de Paralelismo Nesse caso, o número de fonemas é maior que o de


letras, pois a letra X tem som de /ks/.
As ideias similares devem fazer a correspondência
entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o Vogais, Semivogais e Consoantes
nome de paralelismo. Quando as construções de frases
e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sintá- � Vogais: fonemas sonoros produzidos pela corrente
tico. Quando há sequência de expressões simétricas no de ar que sai pela boca, e na língua portuguesa é o
plano das ideias e coerência entre as informações, ocor- núcleo das sílabas. Ao serem reproduzidas, a boca
re o paralelismo semântico ou paralelismo de sentido. fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
„ Orais: o ar sai apenas pela boca.
ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS Ex.: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/;
JUNTAS „ Nasais: o ar sai pela boca e pelas cavidades nasais.
Ex.: /ã/ - rã, fã, avelã;
Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
/ẽ/: dente, tempero, mensagem;
tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
/ĩ/: lindo, mim, inteligente;
/õ/: bonde, congo, tombo;
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti- /ũ/ nunca, algum;
ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo „ Átonas: pronunciadas com menor intensidade.
em que houve quebra de paralelismo: Ex.: até, bola;
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” „ Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.
— Errado. Ex.: até, bola.

4
-7
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem”

91
— Correto. Ao que diz respeito ao timbre, elas ainda podem

.5
Devemos manter a organização das orações, pois ser classificadas como:

51
não podemos coordenar orações reduzidas com orações

.7
desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá- „ Abertas: pé, pó, casa, lata;

79
-las ou somente desenvolvida ou somente reduzidas. „ Fechadas: amor, avô, luta;

-0
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é „ Reduzidas: aparecem quase sempre ao final da
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
ZA
palavra: dedo, gente.
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
U
SO

mos o seguinte exemplo: Ao que diz respeito à zona de articulação, podem


“Por um lado, os manifestantes agiram corretamen- ser, ainda:
A

te, por outro podem não ter agido errado” — Incorreto.


LV

“Por um lado, os manifestantes agiram correta- „ Anteriores/palatais: a língua se eleva em dire-


SI

mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- ção ao céu da boca (palato duro).
A

lação” — Correto. Ex.: é, ê, i;


D

“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma


R

foi sua irmã e a outra estava bem” — Incorreto.


O

„ Posteriores/velares: a língua se eleva em dire-


YG

“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma ção ao véu palatino (palato mole).
H

foi sua irmã e a outra foi minha prima” — Correto.


L

Ex.: ó, ô, u
EL

RECURSOS DE CONSTRUÇÃO TEXTUAL:


XW

FONOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS „ Médias: língua baixa, quase que “parada”.


Ex.: a.
A
M

Conceitos Básicos de Fonologia


A fonologia é uma área da linguística,cabe a ela o � Semivogais: são as vogais que, em algumas pala-
estudo do sistema de sons de uma determinada língua vras, aparecem apoiadas em outras vogais, e por
LÍNGUA PORTUGUESA

– como o português, por exemplo. isso não são o núcleo da sílaba.


Dentro dessa área, existem alguns conceitos básicos Ex.: Papai: Pa – pai.
e importantes para o nosso conhecimento. São eles:
A letra “I” se apoia na letra “A”, que representa o
Fonema núcleo silábico; por isso, nesse caso, a letra “I” é uma
semivogal e a letra “A” uma vogal.
Refere-se ao som produzido pelo falante; é a unidade
sonora que compõe as palavras de uma língua. Não é � Consoantes: Ao serem produzidas, a corrente de
o mesmo que letra, porém, é sua representação sonora. ar que é expirada pelos pulmões encontra “difi-
culdade” para sair pela boca, fazendo com que se
Ex.: Hebreu tornem quase que um “barulhinho”, e por isso não
Letras (6): H, E, B, R, E, U podem ser o núcleo silábico.
Fonemas (5): /e/, /b/, /r/, /e/, /u/ Ex.: /b/, /t/, /d/, /g/, /q/ etc. 19
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ORTOGRAFIA z Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados.
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer
A ortografia é o ramo que estuda a forma corre- uma das vogais:
ta da escrita das palavras. Veja, por meio de algumas
„ Ex.: Sapato, segurança, solteiro, sucesso.
regras, como acabar com suas dúvidas e escrever
corretamente.
z O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”:
Emprego do X e do CH
„ Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema.
O “X” é utilizado:
z O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre
� Após os ditongos (encontro de duas vogais). vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo, das de uma palavra com “S” no início passam a ser
encaixe, paixão, rouxa, frouxo. escritas com “SS”, mantendo o som de /s/:
Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho; „ Ex.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir
– Prosseguir.
� Após as sílabas “en” e “me”.
Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxugar, z O “SS” é utilizado somente entre vogais:
mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho. „ Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível.

Algumas palavras formadas por prefixação (pre- Emprego do C e QU


fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente,
encharcar etc.). É comum encontrarmos algumas palavras que nos
Exceção: mecha (de cabelo); colocam na dúvida: usar C ou QU?
Existem palavras que podem ser escritas tanto de
� Em palavras de origem indígena e africana e pala- uma forma, como de outra. Veja:
vras inglesas aportuguesadas. Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano /
Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante; quotidiano; cotizar / quotizar.

4
As seguintes palavras só podem ser escritas de

-7
� Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo,

91
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa- uma forma:
Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.

.5
ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo,

51
graxa, puxar, rixa.

.7
Emprego do K, W e Y

79
Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chi-

-0
marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto- Símbolos e siglas
che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha,
ZA
brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche, � Kg – quilograma;
U

� Km – quilômetro;
SO

mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão,


� k – potássio;
chuchu, charque, cochicho.
A

z Nomes próprios e seus derivados originados de


LV

língua estrangeira;
� Há, ainda, algumas palavras homófonas, que podem
SI

� Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo;


ser escritas das duas formas, porém têm significados
z Palavras estrangeiras não adaptadas para o português;
A

diferentes. Veja algumas:


D

� Feedback, hardware, hobby.


Brocha (pequeno prego);
R


O

� Broxa (pincel para caiação de paredes); Emprego do G e do J


YG

� Chá (planta para preparo de bebida);


H

� Xá (título do antigo soberano do Irã); O “G” é utilizado em:


L

� Chalé (casa campestre de estilo suíço);


EL

� Xale (cobertura para os ombros); z Palavras terminadas em “–gio”;


XW

� Chácara (propriedade rural); � Estágio, relógio, refúgio, presságio;


� Xácara (narrativa popular em versos); z Substantivos terminados em “-em”;
A

� Cheque (ordem de pagamento);


M

� ferrugem, carruagem, passagem, viagem.


� Xeque (jogada do xadrez).
O “J” é utilizado:
Emprego do C, Ç, S e SS
z Em palavras de origem indígena:
Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS
costuma causar bastante confusão. Porém, existem
„ Pajé, canjica, jerimum.
algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando
usar cada uma das letras. Veja:
z Em palavras de origem africana:
z O C só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e
„ Jiló, jagunço, jabá.
“i”:
„ Ex.: acém, ácido, aceso, macio. É importante saber:

z Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç: z A conjugação do verbo “viajar”, no Presente do


20 „ Ex.: Açougue, açúcar, caçula. Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles(as) viajem.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de “e” Ex.: Madeira, máquina, cinema;
ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algumas fle-
xões, para manter o mesmo som: z Polissílabas: palavras que possuem quatro ou
„ Afligir: aflija, aflijo; mais sílabas.
„ Agir: ajam, ajo; Ex.: Literatura, avenida, otorrinolaringologista;
„ Eleger: elejam, elejo.
TONICIDADE SILÁBICA
DIVISÃO SILÁBICA
A tonicidade silábica diz respeito à sílaba tônica
“Sílaba” é o nome dado a cada grupo de fonemas de uma palavra. Mas o que seria essa sílaba tônica? É
pronunciados separadamente em uma palavra, em aquela pronunciada com mais intensidade na palavra.
uma única emissão de voz.
Tratando-se da divisão silábica, então, é importante se Dica
atentar a algumas regras, para fazê-la de forma correta:
Imagine que você está no portão da casa do seu
� Não se separam: amigo Pedro, e precisa chamá-lo bem alto. Você
� Ditongos e tritongos: quando duas ou três vogais vai gritar: Peeeeeeeedro!!!
se encontram juntamente dentro da palavra. Pois bem, a sílaba tônica da palavra “Pedro” é
Ex.: Aumento (au - men –to); Paraguai (Pa – ra “pe”, a que mais se prolonga. Sendo assim, “cha-
–guai); iguais (i – guais); coisas (coi – sas); mar”/gritar as palavras dessa forma, mental-
� Encontros consonantais puros: quando duas mente, pode te ajudar a identificar qual a sílaba
ou mais consoantes, em sequência, encontram- tônica de determinada palavra.
-se em uma palavra.
Ex.: Blusa (blu-sa); planeta (pla-ne-ta); livro
As palavras também são classificadas segundo sua
(li-vro); Brasil (Bra-sil); dragão (dra-gão); clarida-
tonicidade, podendo ser: oxítonas, paroxítonas, propa-
de (cla-ri-da-de); francês (fran-cês); livre (li-vre);
roxítonas, monossílabas átonas e monossílabas tônicas.
� Dígrafos: “çh”, “lh”, “nh”, “gu”, “qu”.
Ex.: Chuva (chu-va); cachos (ca-chos); ilha

4
Monossílabas Átonas

-7
(i-lha); galho (ga-lho); ninho (ni-nho); linha

91
(li-nha); vinho (vi-nho); guarda (guar-da);
São pronunciadas com pouca/fraca intensidade

.5
guerra (guer-ra); queijo (quei-jo); quantidade

51
(quan-ti-da-de); e, em geral, soam como uma sílaba fraca da palavra
anterior. Além disso, nunca são acentuadas.

.7
� Grupos consonantais iniciais: palavras inicia-

79
das por consoantes. Exs.:

-0
Ex.: Psicólogo (Psi-có-lo-go-); pneumático (pneu-
-má-ti-co); gnóstico (gnós-ti-co). z Artigos definidos e indefinidos: o, a, os, as, um,
ZA
uns;
U

� Separam-se: � Pronomes oblíquos: me, se, te, nos, vos, lhe;


SO

� Hiatos: quando duas vogais estão em sequên- � Preposições: de, a, em, com, sem, sob;
A

cia, juntas, em uma palavra, mas em sílabas � Conjunções: e, mas, que, se, nem, ou;
LV

diferentes. � Pronomes relativos: que, quem.


SI

Ex.: Moeda (mo-e-da); saúde (sa-ú-de); poesia


A

(po-e-sia); navio (na-vi-o); dia (di-a); Monossílabas Tônicas


D

� Dígrafos: RR, SS, SC, SÇ, XC, XS


R

Ex.: Carro (car-ro); torre (tor-re); assado (as-sa- São pronunciadas com maior intensidade, inde-
O

-do); passagem (pas-sa-gem); nascer (nas-cer); pendentemente das outras palavras que as acompa-
YG

floresça (flo-res-ça); exceção (ex-ce-ção); exsu- nham, podendo ser acentuadas ou não.
H

dativo (ex-su-da-ti-vo); Ex.: Bem, bom, dor, lei, luz, noz, pneu, mar, flor, pá,
L

� Encontros consonantais disjuntos: quando má, lá, chá, fãs, lã, pé, mês, fé, três, pó, nó, dó, só, cós,
EL

duas consoantes se encontram em sequência, pós, pôs, réis, dói, mói.


XW

juntas, em uma palavra, mas se dividem em


sílabas diferentes.
A

Oxítonas
M

Ex.: advogado (ad-vo-ga-do); alface (al-fa-ce);


objeto (ob-je-to); força (for-ça). São oxítonas as palavras nas quais a sílaba tônica
é a última.
LÍNGUA PORTUGUESA

NÚMERO DE SÍLABAS Ex.: Café, saci, cipó, parar.

As palavras podem ser classificadas de acordo com Paroxítonas


o número de sílabas que possuem.
São paroxítonas as palavras nas quais a sílaba
z Monossílabas: palavras que possuem apenas uma tônica recai na penúltima sílaba.
sílaba. Ex.:Útil, festa, mesa, cachorro, preto.
Ex.: Pé, chá, flor, meu;
Proparoxítonas
z Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas.
Ex.: Café, casa, beijo, volta; São proparoxítonas as palavras nas quais a sílaba
tônica corresponde à antepenúltima.
z Trissílabas: palavras que possuem três sílabas. Ex.: Lâmpada, cômodo, cínico, sílaba. 21
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NOTAÇÕES LÉXICAS: ACENTOS GRÁFICOS OU „ a(s): sofá, sofás;
DIACRÍTICOS E OUTROS SINAIS „ e(s): jacaré, vocês;
„ o(s): paletó, avôs;
Os acentos gráficos da língua portuguesa são o „ em, ens: armazém, armazéns.
agudo (´), grave/crase (`), circunflexo (^).
Vale ressaltar que a trema ( ¨ ) teve seu uso na lín- MORFOLOGIA – ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS
gua portuguesa abolido após o Novo Acordo Ortográfico, PALAVRAS
então, muito cuidado para não se esquecer desse detalhe.
Esses sinais podem indicar a sílaba tônica das Introdução
palavras, isto é, a sílaba mais forte pronunciada com
maior intensidade. Veja: Espírito, simpática, vovô. A Morfologia, dentro da Linguística, é o estudo da
estrutura, formação e classificação das palavras, ana-
� O acento agudo (´) nos indica uma sílaba tônica lisando-as de forma individual, sem olhar para sua
com som mais aberto, como na palavra simpática, atuação dentro de uma oração ou período.
que vimos acima. Outro exemplo: sábio; Nesta seção, vamos nos aprofundar mais na estrutu-
� O circunflexo (^), ao contrário, indica sílaba tôni- ra e formação das palavras, entendendo melhor como
ca mais fechada. Veja algumas palavras: câncer,
se organizam, e os conceitos importantes dessa área.
bambolê, lâmpada;
� A crase (`), marcada pelo acento grave, de manei-
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
ra geral, é utilizada para fazer a junção de duas
vogais “a”, quando em uma frase a preposição é
contraída com o artigo. Veremos com mais profun- Radical e Morfema Lexical
didade sua aplicação mais à frente.
O morfema é o menor elemento significativo da
Além dos acentos gráficos, existem alguns outros palavra. Faz parte da estrutura lexical e gramatical da
sinais muito utilizados na língua portuguesa, como os palavra, constituindo o chamado radical.
chamados de notações léxicas. São eles: O radical é o elemento básico e que carrega o sig-
nificado das palavras, sendo fixo, independente das
� Til (~): é utilizado para deixar explícita a nasalida- possíveis variações da palavra. Veja:

4
-7
de da vogal. Ex: cão, bastão, dragão, avião, gavião;

91
� Cedilha (ç). Sinal adicionado à letra C para que ela � Livro;

.5
fique com o som de S. Ex.: Faço, caça, louça. � Livrinho;

51
� Livreto.

.7
Regras de Acentuação

79
Perceba que, nos exemplos acima, existe uma base

-0
Há na língua portuguesa algumas regras de acen- fixa, invariável em todas as palavras e é ela que carre-
tuação das palavras segundo a sua classificação quan-
ZA
ga o significado. Na palavra “livro”, o radical é “-livr”.
to à tonicidade, e é importante conhecê-las para não Veja mais um exemplo:
U
SO

cometer enganos na hora da escrita. São elas:


� Certo;
A

z Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica) São � Incerto;


LV

sempre acentuadas graficamente. � Incerteza;


SI

Ex.: trágico, árvore, mármore; � Radical “-cert”.


A

� Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): São acen-


D

tuadas quando terminam em: Afixos ou Morfemas Derivacionais


R

� “L”: fácil, portátil;


O
YG

� “N”: pólen, hífen; Os afixos são elementos complementares das


� “R”: cadáver, poliéster; palavras, podendo aparecer no seu início ou final,
H

� “PS”: bíceps; mudando um pouco seu sentido e até formando novas


L

� “X”: tórax;
EL

palavras. Quando o afixo aparece antes, é chamado de


� “US”: vírus; prefixo, e quando aparece no final, sufixo. Observe os
XW

� “I, IS”: júri, lápis; afixos nas palavras a seguir:


� “OM”, “ONS”: iândom, íons;
A
M

� “UM”, “UNS”: álbum, álbuns; z Infeliz: prefixo “in”, acrescentado à palavra “feliz”;
� “Ã(S)”, “ÃO(S)”: órfã, órfãs, órfão, órfãos; z Felizardo: sufixo “ardo”, acrescentado à palavra
� Ditongo oral: jóquei, túneis. “feliz”.

Existem algumas observações/exceções a serem Desinências ou Morfemas Flexionais


feitas a respeito da acentuação das paroxítonas:
Abordaremos agora as desinências; lembre-se de
„ Os prefixos terminados em “i” e “r” não são que alguns autores nomeiam como morfemas flexio-
acentuados. Ex.: Semi, super, hiper; nais. Conceitualmente, as desinências são os morfe-
„ Paroxítonas terminadas em ditongos crescen- mas acrescentados ao final das palavras para indicar
tes (ea, oa, eo, ua, ia, eu, ie, uo, io) recebem suas flexões. Podem ser de dois tipos:
acento.
Ex.: Mágoas, tênue, férias, ingênuo. � Desinência verbal: indica flexão de pessoa, núme-
ro, modo e tempos verbais.
z Oxítonas : São acentuadas as oxítonas terminadas Ex.: Eu como / Tu comes / Ele come (flexão de pes-
22 em: soa e tempo);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Desinência nominal: indica flexão de gênero Ex.: Realmente → palavra derivada sufixal de “Real”;
(feminino ou masculino) e de número (singular ou Folhagem → palavra derivada sufixal de “Folha”.
plural).
Ex.: Menino / Menina → flexão de gênero Lista de Radicais e Prefixos
Garoto / Garotos → flexão de número.
Separamos alguns radicais e prefixos de origem
Vogais Temáticas latina que compõem as palavras da Língua Portugue-
sa. Veja a seguir:
Vogal temática é a vogal que fica junto ao radical
da palavra. Elas podem ser divididas em três tipos, de RADICAL SENTIDO EXEMPLO
acordo com sua conjugação:
Agri Campo Agricultor
z 1ª conjugação: “ar” – amar; Arbori Árvore Arborizar
z 2ª conjugação: “er” – correr ; Beli Guerra Beligerante
z 3ª conjugação: “ir” – partir.
Cruci Cruz Crucificar
Tema Cultura Cultivar Apicultura
Que contém ou
O tema é formado pelo radical + vogal temática. Fero Mamífero
produz
Para compreender o conceito, veja alguns exemplos:
Frater Irmão Fraterno
Estuda: Estud a;
Corrige: Corrig e. Fugo Que foge Centrífugo
No primeiro exemplo, temos a palavra “estuda”, forma- Herbi Erva Herbicida
da pelo radical “estud” mais a vogal temática “a”. O tema,
Loco Lugar Localizar
nesse caso, é: “estuda”. Utilizando a mesma dinâmica do
primeiro exemplo, pense como ficaria a palavra “corrige”. Mater Mãe Materno
Se você pensou em “corrig” como radical e “e” como vogal Morti Morte Mortífero

4
temática, acertou! Nesse caso, o tema será “corrige”.
Pater Pai Paterno

-7
91
Vogais e Consoantes de Ligação Pade Pé Pedestre

.5
Puer Criança Pueril

51
Um assunto que deve ser estudado com bastante

.7
Quadri Quatro Quadrilátero
atenção é a vogal de ligação e a consoante de ligação.

79
As vogais de ligação são incluídas nas palavras para Silvi Floresta Silvícola

-0
facilitar sua pronúncia. Taur (i) ZATouro Taurino
Ex.: Bananeira; maresia; correria.
Uxor Esposa Uxoricida
U
As consoantes de ligação, assim como as vogais, são
SO

consoantes que facilitam a pronúncia das palavras. Vermi Verme Vermífugo


Ex.: Cafeteira; chaleira.
A

Voro Que come Carnívoro


LV

É importante destacar que as vogais e consoantes


de ligação não alteram o sentido das palavras. Trata-
SI

Processos de Composição
-se de um elemento eufônico, ou seja, relacionado à
A

Pela composição, forma-se uma nova palavra a


D

Fonologia da palavra.
partir da junção de dois ou mais radicais.
R
O

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Ex.: Guarda-chuva.


YG

Nesse caso, existem dois tipos de composição:


H

Agora que já aprendemos sobre a estrutura das


z Composição por aglutinação: quando, ao unir
L

palavras, vamos passar ao processo de formação das


EL

dois radicais, um deles sofre alteração:


palavras.
XW

Conceitualmente, esse processo refere-se à manei- „ Planalto: plano + alto;


ra como os morfemas se organizam para formarem as
A

„ Embora: em + boa + hora.


M

palavras. Há uma diversidade de maneiras de organi-


zação dos morfemas, como veremos adiante. z Composição por justaposição: quando os radi-
cais, ao se unirem, não sofrem alterações:
LÍNGUA PORTUGUESA

Processos de Derivação
„ Girassol / passatempo / pé-de-galinha / guarda-sol.
Por meio da derivação, um dos processos de forma-
ção de palavras, formam-se novas palavras a partir de Palavras Compostas e Derivadas
outras, sendo que estas novas são palavras derivadas.
A derivação pode ser: As palavras compostas são aquelas que possuem
mais que um radical, podendo ou não ser separadas
� Prefixal: palavras formadas a partir do acréscimo por hífen, como nos exemplos a seguir:
de um ou mais prefixos à palavra primitiva. Ex.: Couve-flor, girassol.
Ex.: Refazer → palavra derivada prefixal de “Fazer”. Separamos uma lista com alguns exemplos de
Impaciente → palavra derivada prefixal de “Paciente”. palavras compostas. É importante conhecê-las, mas
� Sufixal: palavras formadas a partir do acréscimo não se preocupe em decorá-las. Tente identificar os
de um ou mais sufixos à palavra primitiva. dois radicais presentes nas palavras. Vejamos: 23
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Topônimos (nome derivados de nomes de lugares)
Amor-perfeito; Pontapé;
Vaivém; compostos usam hífen, quando iniciados por Grã, Grão,
Arco-íris;
Varapau; por forma verbal ou quando tiverem internamente um
Beija-flor;
Segunda-feira; artigo, com exceção de: Guiné-Bissau e Timor-Leste.
Bem-me-quer;
Arco-íris; Ex.: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Que-
Cachorro-quente; bra-Costas, Albergaria-a-Velha;
Decreto-lei;
Cavalo-marinho; Ano-luz;
Couve-flor; Fim de semana; z Os topônimos compostos, escritos sem hífen, têm
Guarda-roupa; Dia a dia;
Sala de jantar; seus gentílicos hifenizados.
Guarda-chuva;
Cão de guarda; Ex.: África do Sul -> sul-africano; Rio Grande do Nor-
Peixe-espada; te -> norte-rio-grandense, rio-grandense-do-norte;
Roda-viva; Cor de vinho;
Café com leite.
Passatempo;
z Os compostos com elemento de ligação, na nova
ortografia, perderam o hífen.
Já as palavras derivadas são aquelas que provêm da Ex.: Mula-sem-cabeça → mula sem cabeça; Pé-de-mo-
mesma palavra (primitiva). Nesse caso, um mesmo radi- leque → pé de moleque;
cal forma um ou mais palavras. Veja os exemplos a seguir:
z Encadear palavras é um recurso econômico propi-
z Pedra (palavra primitiva) – pedreiro (palavra ciado pelo uso do hífen.
derivada); Ex.: O lema de Liberdade, Igualdade e Fraternida-
z Flor (palavra primitiva) – floricultura, florista de -→ o lema Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
(palavras derivadas).
z Espécies botânicas, zoológicas e produtos deriva-
Observe na tabela a seguir alguns exemplos
dos se escrevem com hífen, independentemente de
de palavras primitivas e as que delas derivam:
ter ou não elemento de ligação. Exceção: girassol,
madressilva, malmequer.
PALAVRA PRIMITIVA PALAVRA DERIVADA Ex.: Abóbora-menina, banana-menina, ando-
Floração, flora, floral, rinha-do-mar, água-de-coco, azeite-de-dendê,

4
formiga-branca;

-7
floreado, floreio, flóreo,

91
Flor florescente, floriano,
z Prefixos e falsos prefixos usam hífen antes de “h”,

.5
floricultura, florido, florista,

51
florzinha exceto re, co, des, in, an.
Ex.: Anti-higiênico, contra-harmônico.

.7
Papel Papelada, papelão,

79
Arqui-hipérbole, semi-histeria.
papelaria, papeleiro, Reaver, coerdeiro, deserdado, inumano, anistórico;

-0
papelinho, papiro ZA
Pedra Pedreira, pedreiro, z Quando prefixo, ou falso prefixo, termina com a
U

pedregulho, pedraria, mesma vogal que inicia o segundo elemento, usa-


SO

pedrinha, pedrisco -se hífen (exceto ree, pree, coo, proo).


Ex.: Contra-almirante, semi-interno, auto-observa-
A

Bicicleta Bicicletaria, bicicletário,


LV

ção.
bicicletista Coopositor, reeducar, preencher;
SI

Água Aguaceiro, aguado,


A

aguador z Circum e pan recebem hífen antes de vogal, “m”, “n”.


D

Ex.: Circum-ambiente, pan-amazônico, circum-


R

Café Cafeicultor, cafeína,


O

cafezal, cafezinho -murar, pan-mestiço;


YG

Morte Imortal, mortal, morta, z São separados por hífen: r-r, b-b, d-d, b-r, d-r.
H

mortuário, mortífero Ex.: Inter-resistente, sub-base, ad-digital, sub-re-


L
EL

sistente, ad-rogar;
USO DO HÍFEN: CONFORME NOVO ACORDO
XW

ORTOGRÁFICO z Compostos iniciados por “além”, “aquém”,


A

“recém”, “sem” e “bem” recebem hífen.


M

O hífen é um sinal diacrítico de pontuação. Na Lín- Ex.: Além-Atlântico, além-fronteira, aquém-monta-


gua Portuguesa, é utilizado para conectar e formar nha, recém-vindo, sem-fim, bem-vindo;
palavras. Após o novo acordo ortográfico, ocorreram
algumas mudanças na utilização do hífen nas pala- z “Ex” (cessamento), “soto/sota” (= sub), “vice/vizo”
vras. Estudaremos adiante quais as mudanças e vere- antecedem hífen.
mos a aplicação das regras: Ex.: Ex-ator, ex-namorado, soto-capitão, vice-rei,
vizo-rei;
z Compostos formados por mais de um radical pátrio
(afro, anglo, euro, indo, luso, sino etc.), locativo ou z Depois de “pró”, “pré” e “pós”, utiliza-se hífen.
gentílico, grafam-se com hífen. Ex.: Pré-operatório, pós-graduação, pró-africano;
Ex.: Afro-brasileiro; anglo-brasileiro; euro-asiáti-
co; franco-germânico; z Antes de vogal e h, no advérbio mal, tem-se hífen.
Ex.: Mal-educado, mal-humorado, mal-aventurado.
z Como exceção do uso do hífen, a nova ortografia Também mal como substantivo, no sentido de
apresenta: girassol, mandachuva, pontapé, para- doença, leva hífen.
24 quedas, paraquedista, paraquedismo; Mal-americano (sífilis), mal-germânico (sífilis);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Sufixos tupis, como: açu (grande), guaçu (grande), � Subconjunto de seres indefinidos;
mirim (pequeno), ligam-se por hífen quando ante- � Reforço de ideia.
cedidos de vogal acentuada graficamente, ou para Ex.: Uns gostam de cão, outros de gato.
preservar a pronúncia. Contaram-me uma história antiga e duvidosa.
Ex.: Andá-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim;

Quando Não se Utiliza Hífen? Importante!


Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas)
z Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal
e quando a segunda palavra começa em r ou s.
podem ser confundidos com o numeral. Como
Ex.: auto-retrato (incorreto) → autorretrato (correto); dito, os artigos acompanham substantivos,
enquanto os numerais indicam número, ou seja,
quantidade. Veja o exemplo:
Importante! Nas férias, pretendo ler um livro. > Artigo indefi-
nido; pode ser um livro qualquer, aqui se trata do
Essa regra não vale no caso de palavras ligadas termo “livro” de forma mais geral.
por hiper, inter e super. Nas férias, vou ler apenas um livro. > Numeral; a quan-
Ex.: Inter-regional (mantém-se o hífen). tidade de livros a serem lidos nas férias é apenas um.

z Quando o prefixo termina com uma vogal diferen- NUMERAIS


te da que se inicia a segunda palavra, não se usa
o hífen. São as palavras utilizadas para designar posição
Ex.: auto-estima (incorreto) → autoestima (correto); ou número.
Ex.: Eu quero um pastel de carne.
z Em palavras compostas formadas por uma unida- Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar.
de também não se utiliza hífen. Milhares de pessoas compareceram ao evento.
Ex.: manda-chuva (incorreto) → mandachuva Os numerais podem ser classificados em cardinais,

4
(correto). ordinais, multiplicativos e fracionários.

-7
91
É importante saber que o “r” e o “s” são dobrados � Cardinais: expressam quantidade exata de seres

.5
quando estão perto de vogais, como já vimos, mas não

51
através da palavra
se juntam com consoantes. Ex.: Ganhei sete bombons ontem.

.7
79
� Ordinais: como o próprio nome diz, expressão
MORFOLOGIA – CLASSES GRAMATICAIS

-0
ordem ou posição dentro de uma sequência.
Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar.
ZA
Introdução Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo.
U

� Multiplicativos: expressam o número de vezes


SO

Anteriormente, foi possível notar que a Morfologia pelo qual determinada quantidade é multiplicada.
estuda a estrutura das palavras, sua formação e clas- Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo
A
LV

sificação. Certo? > quatro vezes...


Vimos, também, na seção anterior, como as pala-
SI

Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você.


vras se estruturam e são formadas. Agora é hora de � Fracionários: expressam frações, divisões ou
A
D

entender melhor como elas são classificadas: diminuições proporcionais em quantidade.


R

Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário.


O

� Pelas classes gramaticais


YG

Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,


H

As classes gramaticais (ou classes de palavras) são isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
L

os grupos em que as palavras estão classificadas, e quantidade exata de seres/conceitos. Veja:


EL

isso pode ser de grande ajuda para utilizarmos cada Dúzia = conjunto de doze unidades;
XW

uma delas de maneira correta. Veremos agora mais Novena = período de nove dias;
afundo cada uma delas! Década = período de dez anos;
A
M

Século = período de cem anos;


ARTIGOS Bimestre = período de dois meses.
LÍNGUA PORTUGUESA

São palavras que antecedem o substantivo, defi- SUBSTANTIVOS


nindo ou não o seu sentido. Podem ser classificados
em definidos e indefinidos. São palavras que dão nome aos seres em geral,
Há apenas um artigo definido – o – e um artigo inde- vivos ou não vivos, e a conceitos.
finido – um, que depois variam em gênero e número (os,
a, as) para artigos definidos e (uma, uns, umas) para os Tipos de Substantivos
indefinidos. O artigo definido serve para indicar um ser
definido entre outros e indicar todo conjunto de seres. Existem diferentes tipos de substantivos. São eles:
Ex.: A menina saiu contente. / Os garotos adoram
jogar futebol. z Concreto: dá nome a seres existentes, independentes
Já o artigo indefinido pode ser: ou que são pensados dessa forma. Veja os exemplos
dados pelo autor do livro Gramática pela Prática:
� Indefinido entres os outros; Pessoas: José, Júlia; 25
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ocupantes de cargos: tesoureiro, professor; Insetos: nuvem, colônia, praga, onda
Animais: tigre, lesma;
Vegetais: árvore, bambu; Compostos
Minerais: água, ouro;
Fenômenos: chuva, relâmpago; Os substantivos compostos são substantivos for-
Lugares: continente, Piauí; mados por mais de uma palavra ou radical, sendo
Objetos: caneta livro; constituídos pelo processo de composição (formados
Imaginados: saci, fada, Deus. pela junção de duas palavras).
Ex.: notícia-bomba; bate boca; quinta-feira.
z Abstrato: dá nome a seres/conceitos que não exis-
tem por si só. Aqui vai mais exemplos para ajudar: Plural de Substantivos Compostos
Ações: o chute, a entrega;
Sentimentos: amor, compreensão; Se o substantivo composto é escrito sem hí-
Qualidades: dureza, feiura; fen, para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a
Estado: desonra, glória. letra “s”. Agora, se ele for escrito com hífen, deve
seguir algumas regrinhas. São elas:
Os substantivos abstratos existem apenas em fun-
ção de outros seres. z Substantivo + substantivo que especifica o
A feiura, por exemplo, depende de uma pessoa, um primeiro.
substantivo concreto a quem esteja associada. Ex.: notícia-bomba, notícias-bomba;
Próprio: dá nome a um ser específico (pessoa, z Palavras unidas por preposição.
país, etc.) Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia;
Ex.: José, Brasil, Carolina, Nova Concursos, São z Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Paulo, Varsóvia. Ex.: bate-boca, bate-bocas, alto-falante, alto-falantes;
Comum: é o que nomeia um ser como pertencente z Palavras repetidas ou onomatopaicas.
a uma classe. Ex.: tico-tico, tico-ticos;
Ex.: homem, país, editora. z Palavra variável + palavra variável.
Coletivo: dá nome comum para um conjunto de Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.

4
seres.

-7
Ex.: constelação (conjunto de estrelas), time, esqua- REFERÊNCIA

91
dra, cardume (conjunto de peixes).

.5
51
Exemplos retirados da internet; Disponível em:
Substantivos Coletivos Mais Usados <https://www.todamateria.com.br/substantiv

.7
79
o-composto/#:~:text=O%20substantivo%20com-
Coletivo de:

-0
posto%20%C3%A9%20um,da%20jun%C3%A7%-
Abelhas: enxame, colmeia, abelhal C3%A3 o%20de%20duas%20palavras>. Acesso em
ZA
Alho: réstia, alhada, alhal 25 ago. 2020.
U
Alunos: turma, classe, alunato
SO

Animais: fauna, bando, bicharada, animalada, Flexão de Gênero


pandilha, piara
A

Anjos: legião, falange, coro


LV

Os substantivos podem sofrer flexão de gênero:


Artistas: companhia, elenco, trupe, plêiade, academia
SI

feminino e masculino.
Árvores: arvoredo, renque, mata, floresta, bosque
É comum fazermos a associação de que substan-
A

Atores: elenco, companhia, trupe


D

tivos masculinos são marcados pela desinência “o”


Automóveis: frota
R

e que os substantivos femininos são marcados pela


O

Aves: bando, revoada, bandada


desinência “a”, porém o mais assertivo é pensar que
YG

Aviões: esquadrilha, frota, aviação


os substantivos masculinos são aqueles cujo artigo “o”
Bananas: cacho, bananada
H

vem anteposto. Veja:


Bois: manada, boiada, junta, armento, rebanho
L
EL

Borboletas: panapaná, panapanã


Burros: récua, burricada, burrada � O carro / o motor / o cigarro.
XW

Cabras: fato, rebanho, cabrada, cabralhada, cabroeira O mesmo com os substantivos femininos, que vem
com o artigo “a” anteposto:
A

Cães: matilha, cachorrada, canzoada


M

Camelo: cáfila, catar � A cadeira / a maçã / a verdade.


Cavalos: cavalaria, cavalhada, tropa, manada
Cebola: réstia, cebolal Existem alguns substantivos masculinos que pos-
Chaves: molho, penca, chavaria suem terminações diferentes de “o”, e por isso essa é a
Discos: discoteca, fonoteca “regra” mais confiável.
Elefantes: manada
Estrelas: constelação � O amor / o celular.
Filhotes: ninhada, redada
Flores: ramalhete, ramo, buquê, braçada Além disso, os substantivos podem ser classifica-
Formigas: colônia, formigueiro, formigame, car- dos em uniformes e biformes. O que é isso?
reiro, correição Os substantivos biformes apresentam diferentes
Gafanhoto: nuvem, gafanhotada, onda, praga formas para o masculino e feminino.
Galinhas: galinhada, galinhame Ex.: Menino / menina
Gatos: gataria, bichanada Garoto / Garota
Ilhas: arquipélago Já os substantivos uniformes apresentam uma
26 Índios: tribo, aldeia, indiada única forma, independente do gênero.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Criança / testemunha / artista. z Substantivos que terminam em vogal, ditongo oral
ou com a letra “N” flexionam para o plural com o
Dessa forma, só é possível identificar o gêne- acréscimo da letra “S”.
ro desse tipo de substantivo por meio do artigo, que
vem anteposto a ele. � Pai – pais;
� Mãe – mães;
� O estudante / A estudante. � Hífen – hifens.
Exceção: Cânon – cânones.
Gênero e significação
z Substantivos terminados em “R” e “Z” fazem o plu-
ral pelo acréscimo de “-es”.
É possível realizar a determinação do gênero
pela significação. Veja algumas regrinhas básicas
� Cobertor – cobertores;
para ajudar a identificar quando o substantivo é � Rapaz – rapazes.
feminino e quando é masculino.
z Substantivos que terminam em “al”, “el”, “ol”, “ul”
Gênero Feminino sofrem flexão no plural, trocando o “L” por “-is”.

São femininos: � Casal – casais;


� Quartel – quarteis;
z Nomes de mulheres e as funções exercidas por � Lençol – lençóis;
elas. � Azul – azuis.

� Ana, Helena, Maria, professora, rainha, vendedora. Variação de Grau nos Substantivos

z Nomes de animais do sexo feminino. O grau do substantivo é a possibilidade de indicar


o tamanho/proporção do ser nomeado, e os substanti-
vos podem ser de três graus: aumentativo, diminuti-

4
� Vaca, anta, galinha, pata.

-7
vo e normal.

91
O grau normal é o natural do ser.
z Nomes de cidades e ilhas em que se subentende

.5
51
por gênero feminino.
z Aumentativo: exprime o aumento do tamanho do

.7
ser nomeado.

79
� A Veneza, a marcante Florianópolis.

-0
� Livro – livrão;
Gênero Masculino
ZA
� Porta – portão;
U
� Cachorro – cachorrão.
São masculinos:
SO

z Diminutivo: exprime, ao contrário do aumentati-


A

z Nomes de homens e suas funções. vo, a diminuição do tamanho/proporção do ser.


LV
SI

� Cláudio, José, Henrique, médico, professor, � Livro – livrinho;


A

vendedor. � Porta – portinha;


D

� Cachorro – cachorrinho.
R
O

z Nomes de animais do sexo masculino.


YG

Vale ressaltar que a flexão de grau dos subs-


H

� Elefante, leão, boi. tantivos pode ser feita de duas formas diferentes:
L
EL

z Nomes dos meses e dos pontos cardeais. � Analítica: acrescenta-se um substantivo.


XW

„ Cachorro grande/pequeno; livro grande/pequeno.


A

� O mês de janeiro, o mês de maio, o leste, o norte.


M

� Sintética: acrescenta-se um sufixo à palavra.


z Nomes de lagos, montes, oceanos e rios, em que se
subentende por ser do gênero masculino. „ Cachorrinho/cachorrão; livrinho/livrão.
LÍNGUA PORTUGUESA

� O Amazonas (o rio Amazonas), o Atlântico (o O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas


oceano Atlântico).
De acordo com o novo acordo ortográfico,
vigente no país desde o início de 2009, utiliza-se
Flexão de Número
maiúsculas em:
Em relação a número gramatical, existem dois em � Nome de pessoas reais ou imaginárias (nome,
que os substantivos sofrem flexão: singular e plural. sobrenome, apelido, seres mitológicos etc.)
O singular indica apenas um ser ou um grupo de seres,
e o plural indica dois ou mais seres ou grupos de seres. � Gabriela;
A flexão dos substantivos para o plural possui � Tiago;
algumas regrinhas que podem ajudar. Veja: � Ferreira; 27
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Magalhães; Locuções Adjetivas
� Silva;
Trata-se de uma expressão formada por mais de
� Xuxa;
uma palavra com o valor/significado de um adjetivo.
� Cinderela;
Em geral, costuma ser formada por uma preposição +
� Poseidon.
substantivo. Veja:
Lucas tem atitude de criança. > “atitude de crian-
� Nomes de cidades, países, continentes (reais ou
ça” = locução adjetiva com valor de “atitude infantil”.
imaginários).
Veja algumas locuções adjetivas e seus correspon-
dentes na tabela a seguir:
� Cuba;
� Londres;
� Minas Gerais; LOCUÇÃO CORRES- LOCUÇÃO CORRES-
� França; ADJETIVA PONDENTE ADJETIVA PONDENTE
� América; de
abdominal de campo rural
� Nárnia. abdômen
� Nomes de festas e festividades. de abelha apícola de criança infantil
� Carnaval;
� Dia das Crianças; de abutre vulturino de lua lunar
� Natal; de aluno discente de mestre magistral
� Ano Novo;
Níveo
� Páscoa. de baço esplênico de neve
ou nival
� Nomes de instituições e entidades. de boca bucal, oral de ovelha ovino
� Organização das Nações Unidas; de bode hircino de pai paternal
� Cruz Vermelha; de cabra caprino de rio fluvial
� Sistema Único de Saúde.
Adjetivos de Relação

4
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes.

-7
Os adjetivos de relação possuem algumas

91
� Norte / Sul / Leste / Oeste; características, e são assim classificados por:

.5
� Nordeste / Sudoeste;

51
z Ter valor semântico objetivo (não expressa nenhu-
� Oriente / Ocidente

.7
ma subjetividade).

79
-0
Ex.: Problema mundial = problema relativo ao
Importante! mundo. ZA
Escrevem-se com maiúsculas apenas quando
U
z Não possui variação de grau (veja no próximo
SO

utilizados indicando uma região. assunto).


� Este ano vou conhecer o Sul. (O Sul do Brasil);
A

Quando utilizados indicando uma direção, devem Ex.: Vinho chileno = não pode ser: chileníssimo,
LV

ser escritos com minúsculas. pouco chileno.


SI

� Correu a América de norte a sul.


A

z Vem após substantivo.


D
R

Ex.: Mapa mundial.


O

� Títulos de periódicos.
YG

Veja alguns exemplos:


� Veja;
H

� O Globo; � Energia do núcleo = energia nuclear;


L
EL

� Correio do Brasil. � Roteiro de Carnaval = roteiro carnavalesco;


� Vinho do Chile = vinho chileno.
XW

� Em siglas, símbolos ou abreviaturas.


A

Variação de Grau nos Adjetivos


M

� ONU / INPS; Os adjetivos variam em dois graus: compara-


� Unesco / Bradesco / Sr.(a); tivo e superlativo.
� S [Sul] / K [Potássio];
� Comparativo: como o próprio nome já diz, atua
� Além disso, vale ressaltar que substantivos pró- fazendo comparação entre elementos da frase. O
prios também são escritos com maiúscula, por isso grau comparativo possui três graus:
esteja sempre atento!
� 1°. Comparativo de igualdade: compara ele-
mentos colocando-os num mesmo patamar.
ADJETIVOS Ex.: A sua receita é tão saborosa quanto a dela;
� 2°. Comparativo de superioridade: compara, evi-
São palavras que qualificam os substantivos, denciando um elemento como superior ao outro.
dão características (feliz, gordo, alto, interessante). Ex.: A sua receita é melhor do que a dela;
� 3° Comparativo de inferioridade: compara, evi-
� Ana é uma menina muito alegre. denciando um elemento como inferior ao outro.
28 O noticiário de hoje está interessante. Ex.: A sua receita é pior do que a dela.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Superlativo: elevam, intensificam as características dadas aos substantivos. Possui dois tipos:

� 1°. Superlativo relativo: quando essa elevação se refere a um conjunto.


Ex.: Dentre os discos gravados por você, este é o mais elaborado;
� 2°. Superlativo absoluto: quando faz referência apenas a um substantivo;
� Ex.: Este disco gravado por você é o mais elaborado.

Estes dois tipos podem ser ainda:

� Superlativo relativo de superioridade: “Ele é o filho mais obediente.”;


� Superlativo relativo de inferioridade: “Ele é o filho menos desobediente.”;
� Superlativo absoluto analítico: “Ele é muito obediente.”;
� Superlativo absoluto sintético: “Ele é obedientíssimo.”

Formação dos Adjetivos

Tipos de Adjetivos:

� Adjetivo simples: apresenta somente um radical.


Ex.: pobre, magro, triste, alto, feliz;
� Adjetivo composto: apresenta mais de um radical.
Ex.: afro-brasileiro, superinteressante, super-herói;
� Adjetivo primitivo: é a palavra que dá origem a outros adjetivos.
Ex.: alegre, bom, puro;
� Adjetivo derivado: são palavras que derivam de verbos ou substantivos.
Ex.: escultor (de “esculpir), formoso (de “formosura”).

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios são responsáveis por representar a origem das pessoas, objetos e seres em relação

4
-7
ao país, estado ou à cidade. Veja abaixo alguns deles:

91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

LÍNGUA PORTUGUESA

29
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ADVÉRBIOS � Locuções adverbiais de intensidade: de muito,
de pouco, em excesso, de todo.
São palavras que se referem a um adjetivo ou Ex.: Eles compram roupas em excesso.
a um verbo, modificando-o ou intensificando-o em
diferentes circunstâncias (tempo, modo e intensi- Advérbios Interrogativos
dade).
Os advérbios interrogativos introduzem uma per-
� Tempo: são os advérbios que fornecem informa- gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo,
ções temporais, isto é, indicam o momento em que lugar ou de causa (como, quando, onde e porque). Veja
a ação ocorreu, ocorre ou ocorrerá. abaixo nos exemplos:
São eles: Hoje, logo, já, afinal, amanhã, ontem,
tarde, breve, depois, cedo, antes, enfim, jamais, � Modo: Como se locomoveu até lá?
nunca, sempre, doravante, outrora, imediatamen- � Tempo: Quando ele foi embora?
te, antigamente, primeiramente, constantemente, � Lugar: Onde é que se escondeu?
sucessivamente, posteriormente; � Causa: Por que não veio ontem?
� Modo: são os advérbios que fornecem informações a
respeito da maneira com que a ação se dá, deu-se ou se Grau do Advérbio
dará. Em sua maioria, possuem a terminação –mente.
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silencio- Os advérbios podem se flexionar em dois graus:
samente, vagarosamente, apressadamente, insis- comparativo e superlativo.
tentemente, tristemente, alegremente, etc.;
� Intensidade: são advérbios que ajudam na percep- � Comparativo: no grau comparativo, pode ser dividido
ção da intensidade do verbo, e é comumente utiliza- em: de igualdade, de superioridade e de inferioridade.
do com adjetivos e até mesmo com outros advérbios. � De igualdade: formado pela palavra “tão” antes
Alguns deles: meio, menos, mais, muito, pouco, demais. do advérbio e “quanto” ou “como” depois dele,
colocando dois elementos em mesmo nível.
Locuções Adverbiais Ex.: Ele chegou tão tarde quanto o pai.
Cantava tão bem como a irmã.

4
A locução adverbial é o conjunto de duas ou mais

-7
� De superioridade: formado pelo “mais” anteposto

91
palavras que pode desempenhar a função de advérbio, ao advérbio, acrescentado de “que” ou “de que”.
alterando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.

.5
Ex.: Ele chegou mais tarde que [de que] o pai.

51
A maioria das locuções adverbiais são formadas Cantava melhor que [de que] a irmã.

.7
por uma preposição e um substantivo. Há ainda os

79
que são formados por adjetivos ou por advérbios. Veja

-0
alguns exemplos: Importante!
Preposição + substantivo: de novo; ZA
Preposição + adjetivo: em breve; Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau
U

Preposição + advérbio: por ali. comparativo de superioridade irregular, sendo


SO

Agora, veja a aplicação nas frases: “melhor” e “pior”, respectivamente.


A

Professora, você pode me explicar a matéria de � No exame, você se saiu melhor que eu.
LV

novo? (de novo = novamente) � No exame, você se saiu pior que eu.
SI

Em breve o filme estará em cartaz nos cinemas.


(em breve = brevemente)
A
D

Acho que eles foram por ali. � De inferioridade: formado pelo “antes” anteposto
R

As locuções adverbiais podem se classificar em: ao advérbio, seguido de “que” ou “de que”.
O

Ex.: Ela andava menos firmemente que [de que]


YG

� Locuções adverbiais de tempo: em breve, à tar- André.


H

de, à noite, logo mais, pela manhã, de tempos em


L

tempos, por vezes... Advérbios e Adjetivos


EL

Ex.: À tarde passearemos com as crianças no


XW

parque; Existem ainda os adjetivos adverbializados. Do


que se trata?
A

� Locuções adverbiais de lugar: em cima, por per-


M

to, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para Trata-se de um fato linguístico em que os adjetivos
fora... passam a pertencer à classe dos advérbios, conforme
Ex.: Os pais querem sempre os filhos por perto; sua utilização dentro da oração. Veja os exemplos:
� Locuções adverbiais de modo: às pressas, ao con- Os alunos chegaram apressados. > Os alunos
trário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em geral... chegaram apressadamente.
Ex.: O suspeito permaneceu em silêncio durante As alunas chegaram apressadas. > As alunas
todo o interrogatório; chegaram apressadamente.
� Locuções adverbiais de negação: de forma algu- Ou seja, para determinar a função de advérbio no
ma, de modo algum, de maneira nenhuma... adjetivo, basta transformar seus enunciados, levando
Ex.: Não usaria isto de forma alguma; em consideração as mudanças em gênero e número.
� Locuções adverbiais de afirmação: sem dúvida, O que vai definir se determinada palavra é um
de fato, com certeza, por certo... advérbio ou um adjetivo é o elemento ao qual ela se
Ex.: Ele, de fato, amava muito sua namorada; refere. Veja o exemplo:
� Locuções adverbiais de dúvida: com certeza, O menino alto cantava alto.
quem sabe, por certo... A primeira palavra “alto” é um adjetivo, pois quali-
30 Ex.: Quem sabe ele ainda apareça por aqui; fica o substantivo “menino”; a segunda palavra “alto”
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
já funciona como advérbio, pois define a forma que o Dica
menino canta e complementa o verbo “cantava”.
“Os pronomes eu e tu são retos.
O mesmo pode ocorrer em relação ao pronome
Nós, vós, ele(s) serão os retos ou oblíquos,
indefinido. Vamos direto ao exemplo dado pelo autor
dependendo de seu emprego na frase.” (PIMEN-
do livro Gramática pela Prática:
TEL, 2015, p. 137)
Era muito problema... x Era problema muito fácil.
O “muito” do primeiro exemplo se refere a um
Pronomes de Tratamento
substantivo; em casos como esse, trata-se de um pro-
nome indefinido;
Os pronomes de tratamento são utilizados para se
O “muito” do segundo exemplo já faz referência ao
dirigir à pessoa com quem se fala. Existem pronomes
adjetivo “fácil”, definindo o substantivo “problema”.
de tratamento bastante específicos. Veja na tabela a
Palavras Denotativas seguir, da esquerda para a direita, pronome de trata-
mento, sua abreviação e seu uso, respectivamente.
As palavras denotativas se assemelham e muito
com os advérbios, porém não pertencem a nenhuma PRONOMES DE TRATAMENTO
classe de palavras em específico, segundo a Nomencla-
Príncipes,
tura Gramatical Brasileira. Vossa Alteza V. A.
duques
Vamos ao que interessa!!!
Sabemos que as palavras, como já visto, podem ter Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais
diferentes significados, de acordo com a situação em Vossa Sacerdotes e
V. Revma.(s)
que são utilizadas. Isso não acontece com as palavras Reverendíssima bispos
denotativas. Palavras denotativas se referem a um Altas auto-
sentido literal, uma significação plena, e são muito Vossa
V. Ex.ª (s) ridades e
úteis na produção de texto, uma vez que podem fun- Excelência
oficiais-generais
cionar como mecanismo de coesão.
As palavras denotativas podem ser classificadas Vossa Reitores de
V. Mag.ª (s)
Magnificência universidades

4
de diferentes formas, isso de acordo com a ideia que

-7
expressam. Veja: Vossa

91
V. M. Reis e rainhas
Majestade

.5
51
� Inclusão: até, também, inclusive, ademais; Vossa Majesta-
Exclusão: apesar, apenas, salvo, exceto, menos; V. M. I. Imperadores

.7
� de Imperial

79
� Explicação: isto é, por exemplo, ou seja, a saber;
Vossa Santidade V. S. Papa

-0
� Retificação: aliás, ou melhor, digo, isto é;
� Realce: lá, cá, é porque, é que; ZA Tratamento
Vossa Senhoria V. S.ª (s)
� Situação: então, afinal, agora; cerimonioso
U

� Designação: eis. Vossa


SO

V. O. Deus
Onipotência
A

PRONOMES
LV

Existem ainda os mais frequentes:


SI

São as palavras que substituem ou acompanham Senhor – Sr. – em tratamento cerimonioso, “for-
A

os substantivos. mal” ou mais distante;


D

Os pronomes são denominados de distintas manei- Senhora – Sr.ª – em tratamento cerimonioso, “for-
R

ras, de acordo com o papel que desempenha na oração.


O

mal” ou mais distante;


YG

Você – Você – em tratamento mais familiar, corri-


Pronomes Pessoais
H

queiro, mais íntimo.


L
EL

Referem-se às pessoas que participam do discurso.


Pronomes Indefinidos
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à segun-
XW

da; e o assunto à 3ª. Eles podem se classificar como


Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
A

retos ou oblíquos, de acordo com sua utilidade na frase.


M

impreciso. Veja:
Confira a tabela a seguir:
Todos foram à festa ontem.
Muitos pais não se interessam verdadeiramente
LÍNGUA PORTUGUESA

PRONOMES PESSOAIS pela educação dos seus filhos.


Pronome Reto Pronome Oblíquo Os pronomes indefinidos podem ser variáveis,
Tônico Átono Tônico isto é, sofrem flexão em gênero e número, e também
invariáveis, que não sofrem essa flexão.
Eu Me Mim, comigo
Tu Te Te, contigo
Principais Pronomes Indefinidos
Ele, ela Se, lhe,o, a Si, consigo, ele, ela
Nós,conosco
Nós Nos PRONOMES INDEFINIDOS
Vós,convosco
Vós Vos
Si, consigo, Variáveis Invariáveis
Eles, elas lhes, os, as
eles,elas Algum, alguma, alguns,
Alguém
Para sujeito Para Outras Funções algumas 31
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PRONOMES INDEFINIDOS Isso é meu (Indica proximidade com relação à 2ª
pessoa / com quem se fala).
Nenhum, nenhuma,
Ninguém
nenhuns, nenhumas
Pronomes Relativos
Todo, toda, todos, todas Quem
Os pronomes relativos são aqueles utilizados
Outro, outra, outros, outras Outrem
em uma frase para retomar algum termo já citado an-
Muito, muita, muitos, teriormente, evitando uma repetição desnecessária.
Algo
muitas
Pouco, pouca, poucos, Estes pronomes podem ser variáveis ou invariá-
Tudo veis, ou seja, podem ou não sofrer alterações de gêne-
poucas
ro e número.
Certo, certa, certos, certas Nada
Vários, várias Cada z Pronomes relativos variáveis: cujo, o qual, quanto;
z Pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde.
Quanto, quanta, quantos,
Que
quantas
Veja, na tabela abaixo, os pronomes relativos e
Tanto, tanta, tantos, tantas suas variações.
Qualquer, quaisquer
Qual, quais VARIÁVEIS
Masculino Feminino INVARIÁVEIS
Um, uma, uns, umas
Singular Plural Singular Plural
cujo cujos cuja cujas que
REFERÊNCIA
o qual os quais a qual as quais quem
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/ quanto quantos - quantas onde
disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-
-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer- Pronomes Interrogativos

4
-quem-quanto-qual.htm#:~:text=Pronomes%20

-7
indefinidos%20s%C3%A3o%20aqueles%20 São os pronomes utilizados para formular perguntas

91
que,modo%20vago%2C%20gen%C3%A9rico%20 diretas ou indiretas. São eles: quem, quanto, que, qual.

.5
e%20impreciso.&text=Alguns%20pronomes%20 Ex.: Quem entregará o trabalho hoje?

51
indefinidos%20s%C3%A3o%20vari%C3%A- Quantos alunos chegaram atrasados hoje?

.7
1veis,%2C%20nada%2C%20cada%2C%20quem>. Que é isso?

79
Qual é o resultado desse problema?...
Acesso em: 14 jul. de 2020.

-0
Pronomes Possessivos
ZA
Pronomes Demonstrativos
U
SO

De acordo com o escritor de um blog de língua por-


Os pronomes demonstrativos são palavras que
tuguesa, os pronomes possessivos são “palavras que,
situam algo no tempo, espaço e no discurso em rela-
A

ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acres-


ção à pessoa que fala (1ª pessoa), com quem se fala (2ª
LV

centam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).


pessoa) e de quem se fala (3ª pessoa).
SI

Ex.: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pes-


Os principais pronomes demonstrativos são: este,
A

soa do singular)”
esse e aquele.
D

Este é o meu livro. Veja a tabela:


R

Esse é o seu livro.


O
YG

Aquele é o livro deles. PRONOMES POSSESSIVOS


Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis
H

NÚMERO PESSOA PRONOME


e invariáveis em gênero e número.
L
EL

Singular Primeira meu(s), minha(s)


Variáveis
XW

Singular Segunda teu(s), tua(s)


Singular Terceira seu(s), sua(s)
A

1ª pessoa: este, esta, estes, estas


M

2ª pessoa: esse, essa, esses, essas nosso(s),


Plural Primeira
3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas nossa(s)
Ex.: Esta bolsa é minha. (Indica proximidade com vosso(s),
relação à 1ª pessoa / quem fala). Plural Segunda
vossa(s)
Essa bolsa é minha. (Indica proximidade com rela-
ção à 2ª pessoa / com quem se fala). Plural Terceira seu(s), sua(s)
Aquele cachorro fugiu do abrigo. (Indica distância
com relação às pessoas do discurso). Colocação Pronominal

Invariáveis � Próclise: é quando o pronome é colocado antes do


verbo.
1ª pessoa: isto
2ª pessoa: isso “A próclise é comum nos seguintes casos:
3ª pessoa: aquilo
Ex.: Isto não é meu. (Indica proximidade com rela- � Quando o verbo segue uma partícula negativa:
32 ção à 1ª pessoa / quem fala). não, nunca, jamais, nada, ninguém.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.:Não nos responsabilizaremos por sua atitu- � Ênclise: é quando o pronome é colocado depois do
de rebelde. verbo. Esse tipo de colocação pronominal se rela-
Nunca se acusou um cliente por esses motivos. ciona aos seguintes casos:
Um vendedor de nossa empresa jamais se con-
tentará com níveis de faturamento tão baixos. � Verbo no imperativo afirmativo.
O relatório fora bem escrito, mas nada o Ex.:
recomendava como modelo que devesse ser Depois de terminar, chamem-nos.
imitado. Para começar, joguem-lhes a bola!
Ninguém o viu chegar, mas ele já se encontra � Verbo no infinitivo impessoal.
Exemplos:
no escritório.
Gostaria de pentear-te à minha maneira.
� As orações que se iniciam por pronomes e
O seu maior sonho é casar-se.
advérbios interrogativos também exigem ante-
� Verbo inicia a oração.
cipação do pronome ao verbo. Ex.:
Ex.:
Por que o diretor se ausentou tão cedo?
Como se justificam essas afirmações? Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
Quem lhe disse que o gerente de vendas não se Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
interessaria por tal fato? � Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois
� As orações subordinadas também exigem ante- quando regido pela preposição em deve ser
cipação do pronome ao verbo. Ex.: usada a Próclise).
Ainda que lhe enviassem relatórios substan- Ex.:
ciais, não poderia tomar nenhuma decisão. Vive a vida encantando-me com as suas
Quando o office-boy o interrogou, ele levantou a surpresas.
cabeça. Faço sempre bolos diferentes experimentan-
Aquela correspondência que te chegou às mãos... do-lhes ingredientes novos.
� Alguns advérbios exercem força atrativa sobre
o pronome: mal, ainda, já, sempre, só, talvez, � Mesóclise: quando o pronome é colocado no meio
não. Ex.: do verbo. Essa colocação só é possível nos tempos
Mal se despedira... verbais Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito.
Ainda se ouvirá a voz dos que clamam no

4
Veja:

-7
deserto. Orgulhar-me-ei dos meus alunos.

91
Já se falou aqui da inconsequente... Orgulhar-me-ia dos meus alunos.

.5
Só se acredita naquilo por que se interessa.

51
Os relatórios talvez se abstenham de informar...
Dica

.7
Não se manifestará apoio ao desonesto, cor-

79
rupto e politiqueiro idealizador de semelhante Existem casos em que o adjetivo pode vir antes

-0
comemoração.
dos substantivos, e aí, o que fazer? Devo concor-
� A palavra ambos, bem como alguns indefinidos ZA
(alguém, todos, tudo, outro, qualquer) também dar com um ou com outro?
A regra é a seguinte: concorde o adjetivo com o
U
tem força atrativa. Ex.:
SO

Ambos os empregados me inquiriram sobre substantivo mais próximo, como no exemplo:


suas férias. Linda filha e bebê.
A

Alguém te dirá aos ouvidos...


LV

Perceba que o adjetivo “linda” está concordando


Todos te olharão de esguelha... em gênero com o substantivo “filha”, neste caso
SI

Tudo se transformará com o tempo. o mais próximo.


A

Outro secretário se ajustará ao cargo com


D

dificuldade.
R

VERBOS
Qualquer pessoa se persigna quando a situa-
O
YG

ção está preta.


� Nas locuções verbais, se houver negação ou Os verbos indicam ações, fenômenos da natureza
H

pronome relativo, interrogativo. Ex.: ou estado.


L

Não se pode deixar de realizar... Ex.: Chove muito aqui na cidade.


EL

Coisas que se podem deixar de realizar... Caminharemos até a cidade vizinha.


XW

Por que se deve realizar esta tarefa? Corro muitos quilômetros por dia.
Se o verbo estiver no futuro do presente ou O verbo pode variar em número (singular e plu-
A


M

futuro do pretérito, pode-se utilizar a antecipa- ral) e em pessoa (primeira [eu], segunda [tu] e terceira
ção pronominal. Ex.: [ele/ela]). Veja o mesmo verbo, conjugado em diferen-
Eu me dedicarei aos estudos gramaticais quando. tes pessoas e número.
Eu me dedicaria aos estudos gramaticais se.
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu gosto de cantar. > 1ª pessoa do singular;


Pode-se também utilizar mesóclise, mas não é Pedro e Ana gostam de cantar. > 3ª pessoa do
aconselhável, por revelar-se pedante. Embora plural;
o pronome pessoal do caso reto não tenha força
Eu, Pedro e Ana gostamos de cantar. > 1ª pessoa
atrativa, é recomendável a próclise para evitar
do plural.
o preciosismo da mesóclise.
� Se houver vírgula depois do advérbio, deve-se Flexões modo-temporais – tempos simples
usar ênclise e não próclise.” São os tempos básicos em que o verbo pode ser
conjugado. São eles: presente, pretérito imperfeito, pre-
REFERÊNCIA térito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
presente e futuro do pretérito.
Texto adaptado. Disponível em: <https://www. Na tabela abaixo, você verá alguns verbos conju-
algosobre.com.br/gramatica/concordancia-pro- gados nos diferentes tempos, modos e pessoas verbais
nominal.html>. Acesso em 14 jul. 2020. até então vistos aqui. 33
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2.ª CONJUGAÇÃO
MODO TEMPO 1.ª CONJUGAÇÃO (-AR) 3.ª CONJUGAÇÃO (-IR)
(-ER)
Indicativo Presente ando como divido
Indicativo Pretérito imperfeito andava comia dividia
Indicativo Pretérito perfeito andei comi dividi
Pretérito
Indicativo andara comera dividira
mais-que-perfeito
Indicativo Futuro do presente andarei comerei dividirei
Indicativo Futuro do pretérito andaria comeria dividiria
Subjuntivo Presente ande coma divida
Subjuntivo Pretérito imperfeito andasse comesse dividisse
Subjuntivo Futuro andar comer dividir
Imperativo Afirmativo anda come divide
Imperativo Negativo não andes não comas dividas

Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos

São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto, futuro
do pretérito composto.
Trouxemos mais essa tabela para ajudar você!

1.ª CONJUGAÇÃO 2.ª CONJUGAÇÃO 3.ª CONJUGAÇÃO


MODO TEMPO
(-AR) (-ER) (-IR)

4
-7
Indicativo Pretérito perfeito composto tenho estudado tenho escrito tenho dividido

91
Pretérito mais-que-perfeito
Indicativo tinha estudado tinha escrito tinha dividido

.5
composto

51
Indicativo Futuro do presente composto terei estudado terei escrito terei dividido

.7
79
Indicativo Futuro do pretérito composto teria estudado teria escrito teria dividido

-0
Subjuntivo Pretérito perfeito composto tenha estudado tenha escrito
ZA tenha dividido
Pretérito mais-que-perfeito
Subjuntivo tivesse estudado tivesse escrito tivesse dividido
U

composto
SO

Subjuntivo Futuro composto tiver estudado tiver escrito tiver dividido


A
LV

Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais


SI
A

As formas nominais do verbo são: o infinitivo, gerúndio e particípio. Elas possuem tanto função de
D

verbo como de nome.


R
O
YG

� Infinitivo: representa o nome do verbo, livre de conjugação (flexões de tempo, pessoa, número etc.). Corres-
pondem aos verbos terminados em ar, er e ir.
H

Ex.: Amar, brincar, correr, beber, sorrir, divertir etc.


L
EL

O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal:


� Pessoal: aqui há um sujeito envolvido na ação.
XW

Ex.: Trouxe um trabalho para vocês fazerem.


A

� Impessoal: não há envolvimento de sujeito na ação.


M

Ex.: Trouxe um trabalho para fazer.


� Gerúndio: dá uma ideia de ação contínua, e possui a terminação -ndo.
Ex.: Te vi correndo na praça ontem.
Estou andando de bicicleta.
Ele estava sorrindo tão lindamente!
� Particípio: dá ideia de ação terminada, concluída, e para a maioria dos casos, possui a terminação do.
Ex.: Ele já havia finalizado o trabalho.
Quando cheguei, ela já havia partido.
Encerrada a discussão, finalizou a reunião.

Locuções Verbais

Locução verbal é o nome dado à junção de dois verbos, um auxiliar e um principal, que quando aparecem
juntos numa oração, desempenham o papel de apenas um verbo. Veja alguns exemplos de locuções verbais:
Estive pensando;
34 Quero sair;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pode ocorrer; Podem ser classificados em verbos transitivos
Tem investigado; diretos, verbos transitivos indiretos e verbos tran-
Tinha decidido; sitivos diretos ou indiretos.
Estou esperando;
Vou correndo; � Transitivo Direto: pedem, como complemento,
Estou lendo. um objeto direto, indicando quem ou quê. Veja:
Verbo: ler [o quê?]
Tipos de Verbos Eu leio notícias.
Eu leio livros de romance.
Eu leio revistas.
Intransitivos
� Notícias, romance e revistas são objetos diretos.
Os verbos intransitivos são aqueles que não depen- Verbo: visitar [quem?]:
dem/necessitam de um complemento, pois possuem Visitar a avó.
sentido completo por si mesmos, então podem com- Visitar uns amigos.
por um predicado sozinhos. Visitar o doente.
Célia morreu. � Avó, uns amigos e “o doente” são objetos diretos.
Ana chegou.
Muitas vezes, os verbos intransitivos podem vir � Transitivo indireto: pede, como complemento,
acompanhados de um predicativo e de um adjunto um objeto indireto (que necessita de preposição).
adverbial. É importante relembrar a diferença entre Veja:
eles, uma vez que estes termos costumam trazer bas- Verbo: precisar [de quê?]
tante confusão para as pessoas: Precisar de ajuda.
O predicativo, em geral, caracteriza o substantivo, Precisar de dinheiro.
em grande maioria, através do uso de adjetivos, expri- Precisar de um casaco.
mindo uma qualidade ao sujeito.
Ex.: Laura é bonita. � Ajuda, dinheiro e “um casaco” são objetos
O adjunto adverbial, por usa vez, remete à ideia de indiretos.
circunstância, e modifica um verbo (Mudou imedia- Verbo: concordar [com quem?]

4
tamente), um adjetivo (Fiquei muito emocionado) ou Concordar com a mãe.

-7
o advérbio (Estava muito bem). Concordar com o diretor.

91
Agora, vamos voltar a tratar dos verbos intransi- Concordar com a amiga.

.5
tivos e seu acompanhamento. Veja: � A mãe, o diretor e a amiga são objetos indiretos.

51
Célia morreu serenamente.

.7
Célia = sujeito; � Transitivo direto e indireto: pede, como comple-

79
Morreu = verbo intransitivo (possui sentido por si mento, tanto um objeto direto quanto um objeto

-0
mesmo, sem necessidade de complemento); indireto. Veja:
Serenamente = adjunto adverbial (qualifica o ver- Verbo: agradecer [o quê? A quem?]
ZA
bo, indicando o modo como Célia morreu). Agradecer o presente ao namorado.
U

� Agradecer o convite à diretora.


SO

Ana chegou satisfeita.


� Agradecer a atenção à professora.
Ana = sujeito;
A

Chegou = verbo intransitivo;


LV

Satisfeita = predicativo (pois caracteriza o substanti- � O presente, o convite e a atenção são objetos
SI

vo próprio “Ana”, indicando o modo como ela chegou). diretos;


� Ao namorado, à diretora e à professora são
A

Veja nessa tabela, alguns exemplos desse tipo de


D

verbo: objetos indiretos.


R
O

Além disso, podem ser classificados em:


YG

VERBOS INTRANSITIVOS
H

João lê e anda ao mesmo Verbos Regulares e Verbos Irregulares:


Andar
L

tempo
EL

Elena brincou com Lucas Os verbos regulares são aqueles que, ao serem
XW

Brincar conjugados, não sofrem alterações em seu radical ou


durante a tarde
em suas terminações.
A

Casar Josi casa amanhã


M

Os verbos irregulares, ao contrário, ao serem


Chegar Ainda não cheguei conjugados sofrem essas alterações.
Dormir Vou dormir às 22 horas Um exemplo é o verbo dizer.
LÍNGUA PORTUGUESA

Veja: Eu digo, eu direi...


Errar Nós erramos Veja essa lista com os principais verbos irregulares:
Nascer A filha de Júlia nasceu!
Morrer Sua avó morreu? VERBOS IRREGULARES
Sofrer Chega de sofrer Ser Trazer
Viver Minha avó ainda vive Estar Dizer
Haver Vir
Verbos Transitivos
Saber Querer
Os verbos transitivos, ao contrário dos intransiti- Poder Pedir
vos, são verbos que necessitam de complemento para
Medir Ouvir 35
adquirirem sentido completo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VERBOS IRREGULARES
Fazer Caber
Dar

Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há os que ocorrem em ambos os casos.
Dentro dos verbos irregulares, podemos classificá-los em padrões de irregularidade:
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela abaixo que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.

TRA-
VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER
ZER
Presente do Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles
eles hão
(3ª pessoa do plural) cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
Pretérito Perfeito do eles
eles eles eles eles eles eles eles eles
Indicativo (3ª pessoa trouxe-
couberam disseram estiveram fizeram houveram puderam quiseram souberam
do plural) ram

Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja abaixo,
mais uma vez, com exemplificação nas tabelas inseridas.

� Formas irregulares na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
subjuntivo.

VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER

4
-7
Presente do indica-
eu eu eu eu eu eu eu eu

91
tivo (1ª pessoa do eu requeiro
anseio incendeio meço medeio odeio peço remedeio valho

.5
singular)

51
Presente do sub- que

.7
que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
juntivo (3ª pessoa eu

79
anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
do singular) peça

-0
� Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.
ZA
U
SO

VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIAR ODIAR REMEDIAR


A

Presente do Indicativo (1ª pessoa do


eu anseio eu incendeio eu medeio eu odeio eu remedeio
LV

singular)
SI

Presente do Indicativo (3ª pessoa do


ele anseia ele incendeia ele medeia ele odeia ele remedeia
A

singular)
D
R

� Quando não apresentam alteração de “ele” para “tu” em algumas formas conjugadas do presente do indicativo
O

e do imperativo afirmativo.
YG
H
L

VERBO CONSTRUIR DESTRUIR SACUDIR SUMIR


EL

Presente do Indicativo (3ª pes- ele ele


ele constrói ele destrói
XW

soa do singular) sacode some


A

Imperativo Afirmativo (2ª pessoa sacode some


constrói tu constrói tu
M

do singular) tu tu

Verbos Anômalos

Os verbos anômalos correspondem aos “verbos irregulares que apresentam radicais primários dife-
rentes quando conjugados.”
Os verbos “ser” e “ir” são os principais verbos anômalos. Para deixar bem claro, veja, mais uma vez, na
tabela:

PRINCIPAIS VERBOS ANÔMALOS


Ser Ir
Eu sou feliz contigo Eu vou embora agora
Eu fui feliz contigo Eu fui embora ontem

36 Eu era feliz contigo Eu irei embora amanhã


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Existem, apesar disso, alguns outros verbos PARTICÍPIO PARTICÍPIO
anômalos. São eles: INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
OUTROS VERBOS ANÔMALOS Tingir Tingido Tinto
Caber Por Torcer Torcido Torto
Dar Saber
PARTICÍPIO
Estar Ter INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR
IRREGULAR
Haver Ver Eu já tinha aceitado o O convite foi
Aceitar
Dizer Vir convite aceito
Poder Aviso quando tiver entre- Está
Entregar
gado a encomenda entregue!
Verbos Abundantes Quando che-
gou encon-
Os verbos abundantes são aqueles que, no particí- Morrer Havia morrido há dias
trou o animal
pio, apresentam mais de uma forma aceita pela norma morto
culta, sendo uma regular e outra irregular. Observe: A bala foi expelida por Esta é a bala
Expelir
aquela arma expulsa
PARTICÍPIO PARTICÍPIO Tinha enxugado a louça
INFINITIVO A roupa está
REGULAR IRREGULAR Enxugar quando o programa
enxuta
Absolver Absolvido Absolto começou
Abstrair Abstraído Abstrato Depois de ter findado o Trabalho
Findar
trabalho, descansou findo!
Aceitar Aceitado Aceito
Onde está o
Benzer Benzido Bento Se tivesse imprimido
Imprimir documento
Cobrir Cobrido Coberto tínhamos como provar
impresso?

4
-7
Completar Completado Completo Que casa tão

91
Limpar Eu tinha limpado a casa
Confundir Confundido Confuso limpa!

.5
51
Demitir Demitido Demisso Dados importantes Informações

.7
Omitir tinham sido omitidos estavam
Despertar Despertado Desperto

79
por ela omissas

-0
Dispersar Dispersado Disperso Deixe os
Eleger Elegido Eleito
ZA
Após ter submergido legumes
Submergir os legumes, reparou no submersos
U
Encher Enchido Cheio
SO

amigo por alguns


Entregar Entregado Entregue minutos
A

Morrer Morrido Morto


LV

Nunca tinha suspendido Você está


Suspender
Expelir Expelido Expulso ninguém suspenso!
SI
A

Enxugar Enxugado Enxuto


D

Vamos agora a alguns exemplos de verbos


Findar Findado Findo
R

regulares, ou seja, aqueles que não apresentam “ex-


O

Fritar Fritado Frito ceções” /irregularidades:


YG

Ganhar Ganhado Ganho


H
L

Gastar Gastado Gasto VERBOS REGULARES


EL

Imprimir Imprimido Impresso Amar Entender


XW

Inserir Inserido Inserto Abrir Falar


A

Isentar Isentado Isento Acabar Fingir


M

Juntar Juntado Junto Agradecer Gostar


Limpar Limpado Limpo Almoçar Julgar
LÍNGUA PORTUGUESA

Matar Matado Morto Aprender Lavar


Omitir Omitido Omisso Assistir Lembrar
Pagar Pagado Pago Beber Levar
Prender Prendido Preso Chorar Mandar
Romper Rompido Roto Chover Mexer
Salvar Salvado Salvo Colorir Mudar
Secar Secado Seco Comer Participar
Submergir Submergido Submerso Comprar Partir
Suspender Suspendido Suspenso Compreender Permitir 37
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VERBOS REGULARES Atropelou-se em suas próprias palavras.
Machucou-se todo naquele jogo de futebol.
Convidar Pular Olhei-me ao espelho.
Cumprir Receber
Decidir Viajar Para resumir e tornar essa lição mais fácil para
você, confira a tabela abaixo:
Dever Viver
Dividir Voar VOZ Sujeito é o agente Ex.: Vi a
Encontrar Voltar ATIVA da ação. professora.
VOZ Sujeito sofre a Ex.: A professora
Verbos Auxiliares PASSIVA ação. foi vista.
VOZ Sujeito pratica e Ex.: Vi-me ao
Os verbos auxiliares são aqueles que auxiliam na
REFLEXIVA sofre a ação. espelho.
conjugação de outros verbos. Os principais verbos
auxiliares são: ser, estar, ter e haver.
REFERÊNCIA
Existem ainda os chamados verbos auxiliares de
tempo: ir e andar, ao lado dos verbos auxiliares.
Disponível em: <https://www.todamateria.com.
Sendo assim, neste caso, apenas o verbo auxiliar
br/vozes-verbais/#:~:text=As%20vozes%20ver-
sofre flexão, e o verbo principal pode aparecer no par-
bais%2C%20ou%20vozes,%3A%20ativa%2C%20
ticípio, no gerúndio ou no infinitivo.
passiva%20ou%20reflexiva.&text=Sujeito%20
Ex.: Iremos andando enquanto você não vem. %C3%A9%20o%20agente%20da,Exem-
Há ainda os verbos auxiliares modais. Esses plo%3A%20Vi%20a%20professora>. Acesso em
podem indicar desejo, intenção e possibilidade (que- 16 jul. 2020
rer, poder, tentar, dever, chegar etc.)
Ex.: Os alunos querem tirar notas altas. Outras funções do “SE”
Note que, nesse caso, o verbo principal aparece no
gerúndio (ou pode aparecer também no particípio). Vimos anteriormente algumas funções do

4
“se”, porém existem outras funções que ela pode

-7
Vozes Verbais exercer nos textos. Veja algumas delas:

91
.5
As vozes verbais correspondem à forma com z Pronome:

51
que os verbos se apresentam na oração, para assim

.7
determinar se o sujeito pratica ou sofre a ação.

79
� Pessoal reflexivo: nesse caso, pode ser substi-
tuído por “a si mesmo”; a ação recai sobre o

-0
z Voz ativa: aqui o sujeito é o agente, ele pratica a
sujeito da oração.
ação. Veja os exemplos:
ZA
Ex.: Carlos drogou-se a noite inteira.
Eu fiz o trabalho
U
� Pessoal recíproco: a ação de um elemento/sujei-
Bia tomou o café da manhã.
SO

to recai sobre o outro, e vice-versa.


João comprou um carro.
Ex.: Carla e Joaquina abraçaram-se amorosamente.
A

z Voz passiva: na voz passiva, o sujeito sofre, recebe


� Apassivador: utilizado na voz passiva do verbo,
LV

a ação. Veja: podendo ocorrer apenas em verbos transitivos


SI

O assassino foi preso ontem.


diretos.
Aumentou-se a vigilância.
A

Ex.: Alugam-se barcos.


D

Compra-se roupas.
R

Lembrando que a voz passiva pode ser classificada � Indefinido: tem função de indeterminação de
O

em analítica e sintética. sujeito, e pode ocorrer em verbos intransitivos,


YG

A voz passiva analítica é formada por: transitivos indiretos e verbos de ligação.


H

Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, etc.) + Ex.: Ama-se a Deus.
L

verbo principal no particípio + agente da passiva. Aqui se é feliz.


EL

Para facilitar, veja como funciona na prática.


XW

Seguem exemplos: � Partícula expletiva: quando acompanha verbo


O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo. intransitivo, com sujeito claro ou oculto, podendo
A

A casa toda foi aspirada por nós.


M

ser usado apenas para realce.


O trabalho foi feito por mim. Ex.: Acabou-se o mundo.
A voz passiva sintética (ou voz passiva pronomi- Foram-se embora todos os amigos que restavam.
nal) é formada por: � Conjunção:
Verbo na 3ª pessoa (singular ou plural) + pronome
“se” + sujeito paciente � Causal: usada quando a oração subordinada
Veja nos exemplos: expressa uma causa para a oração principal.
Tomou-se o café da manhã logo cedo. Ex.: Se João demorar, jantaremos apenas nós.
Aspirou-se a casa toda. � Condicional: indica uma condição da oração.
Já se fez o trabalho. Ex.: Se fizer sol, iremos ao parque.
� Integrante: quando integra orações subordi-
z Voz reflexiva: é formada por: nadas substantivas, completando o sentido da
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, oração principal.
nos, vos), que serve de objeto direto ou, por vezes, Ex.: Não se sabe ao certo qual a verdadeira cau-
de objeto indireto, e representa a mesma pessoa sa de seu falecimento.
que o sujeito. Sabe-se que não são muitos os que realmente
38 Veja alguns exemplos: se preocupam.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conjugação de Verbos Derivados

Um verbo derivado, como o próprio nome revela, deriva de um verbo primitivo, e para trabalhar a conjugação
destes verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
É muito comum que em provas e vestibulares os alunos se equivoquem na conjugação destes verbos, isto
porque não se atentam à conjugação dos verbos primitivos. Por isso, dê uma conferida nesta lista de verbos irre-
gulares e algumas de suas derivações, e atente-se!!!

� Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;


� Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
� Ver: antever, rever, prever;
� Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.

Outro problema é quando se precisa conjugá-los em determinados tempos, como no futuro do subjuntivo. Veja
como ficaria:

� Pôr: quando eu puser;


� Ter: quando eu tiver;
� Ver: quando eu vir;
� Vir: quando eu vier.

Conjugação de Alguns Verbos

A conjugação do verbo refere-se à sua flexão em modos, pessoa, tempo, número e vozes. Aqui, vamos trazer
alguns verbos conjugados de diferentes formas para que você conheça melhor, e fique craque no assunto:

Verbos Regulares

4
-7
VERBO BEBER

91
.5
INDICATIVO

51
Pretérito I Pretérito Pretérito mais Futuro do

.7
Presente Futuro do Pretérito

79
mperfeito Perfeito que perfeito Presente

-0
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberei Eu beberia
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberás Tu beberias
ZA
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberá Ele beberia
U

Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberemos Nós beberíamos
SO

Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós bebereis Vós beberíeis
A

Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberão Eles beberiam
LV
SI

SUBJUNTIVO
A
D

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


R
O

que eu beba se eu bebesse quando eu beber


YG

que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes


H

que ele beba se ele bebesse quando ele beber


L

que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos


EL

que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes


XW

que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem


A
M

IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
LÍNGUA PORTUGUESA

-
Bebe tu
Não bebas tu
Beba você
Não beba você
Bebamos nós
Não bebamos nós
Bebei vós
Não bebais vós
Bebam vocês
Não bebam vocês

39
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles

VERBO GOSTAR

INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
Eu gosto Eu gostei Eu gostara Eu gostarei Eu gostaria
Eu gostava
Tu gostas Tu gostaste Tu gostaras Tu gostarás Tu gostarias
Tu gostavas
Ele gosta Ele gostou Ele gostara Ele gostará Ele gostaria
Ele gostava
Nós gostamos Nós gostamos Nós gostáramos Nós gostaremos Nós gostaríamos
Nós gostávamos
Vós gostais Vós gostastes Vós gostáreis Vós gostareis Vós gostaríeis
Eles gostavam
Eles gostam Eles gostaram Eles gostaram Eles gostarão Eles gostariam

SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu goste se eu gostasse quando eu gostar
que tu gostes se tu gostasses quando tu gostares

4
-7
que ele goste se ele gostasse quando ele gostar

91
que nós gostemos se nós gostássemos quando nós gostarmos

.5
que vós gosteis se vós gostásseis quando vós gostardes

51
que eles gostem se eles gostassem quando eles gostarem

.7
79
-0
IMPERATIVO ZA
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
U

-
SO

Gosta tu
Não gostes tu
Goste você
A

Não goste você


LV

Gostemos nós
Não gostemos nós
Gostai vós
SI

Não gosteis vós


Gostem vocês
A

Não gostem vocês


D
R
O

INFINITIVO
YG

Infinitivo Pessoal
H
L

Por gostar eu
EL

Por gostares tu
XW

Por gostar ele


Por gostarmos nós
A
M

Por gostardes vós


Por gostarem eles

PREPOSIÇÕES

Conceito

São as palavras que têm a função de ligar dois termos, tornando o segundo subordinado ao primeiro.
Algumas preposições essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem,
sob, sobre, trás.
Ex.: Dei um presente a ele.
O evento começará após o jantar.
Veja essa relação de preposições e o seu valor dentro das orações:

“A”

40 z CAUSA OU MOTIVO: acordar aos gritos das crianças.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z CONFORMIDADE: escrever ao modo clássico. “EM”
z DESTINO (em correlação com a preposição de): DE
Santos à Bahia. z PREÇO: avaliou a propriedade em milhares de
z MEIO: Voltarei a andar a cavalo. dólares.
z 5. PREÇO: Vendemos o filhote de nosso cachorro a z MEIO: pagou a dívida em cheque.
R$ 300,00. z LIMITAÇÃO: aquele aluno em Química nunca foi
z DIREÇÃO: levantar as mãos aos céus. bom.
z DISTÂNCIA: cair a poucos metros da namorada. z FORMA OU SEMELHANÇA: as crianças juntaram
z EXPOSIÇÃO: ficar ao sol por um longo tempo. as mãos em concha.
z LUGAR: Ir a Santa Catarina. z TRANSFORMAÇÃO OU ALTERAÇÃO: transformou
z MODO: falar aos gritos. dólares em reais.
z SUCESSÃO: dia a dia. z ESTADO OU QUALIDADE: foto em preto e branco.
z TEMPO: Nasci a três de maio. z FIM: pedir em casamento.
z PROXIMIDADE: estar à janela. z LUGAR: ficou muito tempo em Sorocaba.
z MODO: escrever em francês.
“APÓS” z SUCESSÃO: de grão em grão
z TEMPO: o fogo destruiu o edifício em minutos.
z LUGAR: Permaneça na fila após o décimo lugar. z ESPECIALIDADE: João formou-se em Engenharia.
z TEMPO: Logo após o almoço descansamos.
“ENTRE”
“COM”
z LUGAR: ele ficou entre os aprovados.
z CAUSA: ficar pobre com a inflação. z MEIO SOCIAL: entre as elites, este é o comportamento.
z COMPANHIA: ir ao cinema com os amigos. z RECIPROCIDADE: entre mim e ele sempre houve
z CONCESSÃO: com mais de 80 anos, ainda tem pla- discórdia.
nos para o futuro.
z INSTRUMENTO: abrir a porta com a chave. “PARA”
z 5. MATÉRIA: vinho se faz com uva.

4
-7
z MODO: andar com elegância. z CONSEQUÊNCIA: você deve ser muito esperto para

91
z REFERÊNCIA: com sua irmã aconteceu diferente; não cair em armadilhas.

.5
comigo sempre é assim. z FIM OU FINALIDADE: chegou cedo para a conferência.

51
z LUGAR: Em 2011, ele foi para Portugal.

.7
“CONTRA” z PROPORÇÃO: as baleias estão para os peixes assim

79
como nós estamos para as galinhas.

-0
z OPOSIÇÃO: jogar contra à seleção brasileira. z REFERÊNCIA: para mim, ela está mentindo.
ZA
z DIREÇÃO: olhar contra o sol. z TEMPO: para o ano irei à praia.
z DESTINO OU DIREÇÃO: olhe para frente!
U
z PROXIMIDADE OU CONTIGUIDADE: apertou o
SO

filho contra o peito.


“PERANTE”
A
LV

“DE”
z LUGAR: ele negou o crime perante o júri.
SI

z CAUSA: chorar de saudade.


A

“POR”
D

z ASSUNTO: falar de religião.


R

z MATÉRIA: material feito de plástico.


O

z CONTEÚDO: maço de cigarro. z MODO OU CONFORMIDADE: vamos escolher por


YG

z ORIGEM: você descende de família humilde. sorteio.


H

z POSSE: este é o carro de João. z CAUSA: encontrar alguém por coincidência.


L

z AUTORIA: esta música é de Chopin. z CONFORMIDADE: copiar por original.


EL

z TEMPO: ela dorme de dia. z FAVOR: lutar por seus ideais.


XW

z LUGAR: veio de São Paulo. z MEDIDA: vendia banana por quilo.


z DEFINIÇÃO: pessoa de coragem. z MEIO: ir por terra.
A
M

z DIMENSÃO: sala de vinte metros quadrados. z MODO: saber por alto o que ocorreu.
z FIM OU FINALIDADE: carro de passeio. z PREÇO: comprar um livro por vinte reais.
z INSTRUMENTO: apanhar de chicote. z QUANTIDADE: chocar por três vezes.
LÍNGUA PORTUGUESA

z MEIO: viver de ilusões. z SUBSTITUIÇÃO: comprar gato por lebre.


z MEDIDA OU EXTENSÃO: régua de 30 cm. z TEMPO: viver por muitos anos.
z MODO: olhar alguém de frente.
z PREÇO: caderno de 10 reais. “SEM”
z QUALIDADE: vender artigo de primeira.
z SEMELHANÇA OU COMPARAÇÃO: atitudes de z AUSÊNCIA OU DESACOMPANHAMENTO: estava
imbecil. sem dinheiro.

“DESDE” “SOB”

z DISTÂNCIA: dormiu desde o acampamento até z TEMPO: houve muito progresso no Brasil sob D.
aqui. Pedro II.
z TEMPO: desde ontem ele não aparece. z LUGAR: ficar sob o viaduto. 41
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z MODO: saiu da reunião sob pretexto não convincente. z Preposição DE:

“SOBRE” � com artigo definido masculino e feminino:


de + o/os = do/dos
z ASSUNTO: Não gosto de falar sobre política. de + a/as = da/das
z DIREÇÃO: ir sobre o adversário. � com artigo indefinido:
z LUGAR: cair sobre o inimigo. de + um= dum
de + uns = duns
Locuções Prepositivas de + uma = duma
de + umas = dumas
� com pronome demonstrativo:
São locuções (conjunto de duas ou mais palavras)
de + este(s)= deste, destes
que possuem a função de preposição. Veja alguns
de + esta(s)= desta, destas
exemplos:
de + isto= disto
de + esse(s) = desse, desses
� Apesar de: de + essa(s)= dessa, dessas
Apesar de terem sumido, voltaram logo. de + isso = disso
� A respeito de: de + aquele(s) = daquele, daqueles
Nossa reunião foi a respeito de finanças. de + aquela(s) = daquela, daquelas
� Graças a: de + aquilo= daquilo
Graças ao bom Deus, não aconteceu nada grave. � com o pronome pessoal:
� De acordo: de + ele(s) = dele, deles
de + ela(s) = dela, delas
De acordo com W. Hamboldt, a língua é indispen- � com o pronome indefinido:
sável para que possamos pensar, mesmo que estivés- de + outro(s)= doutro, doutros
semos sempre sozinhos. de + outra(s) = doutra, doutras
� com advérbio:
� Por causa de: de + aqui= daqui

4
Por causa de poucos pontos, não passei no exame. de + aí= daí

-7
de + ali= dali

91
� Para com:
Minha mãe me ensinou ter respeito para com os

.5
z Preposição EM:

51
mais velhos.

.7
� Por baixo de:

79
Por baixo do vestido, ela usa um short. � com artigo definido:
em + a(s)= na, nas

-0
Outras locuções prepositivas que você pode em + o(s)= no, nos ZA
encontrar: abaixo de, diante de, além de, antes de, em � com pronome demonstrativo:
U

cima de, por cima de, em frente a, ao lado de, junto a, em + esse(s)= nesse, nesses
SO

em vez de, por trás de. em + essa(s)= nessa, nessas


em + isso = nisso
A
LV

Combinações e Contrações em + este(s) = neste, nestes


em + esta(s) = nesta, nestas
SI

As preposições podem se ligar a outras pala- em + isto = nisto


A

em + aquele(s) = naquele, naqueles


D

vras, de outras classes gramaticais por meio de dois


em + aquela(s) = naquelas
R

processos: combinação e contração.


O

em + aquilo = naquilo
YG

� com pronome pessoal


� Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu-
em + ele(s) = nele, neles
H

ma redução.
em + ela(s) = nela, nelas
L

a + o = ao;
EL

a + os = aos.
XW

z Preposição PER
� Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.
A

� com as formas antigas do artigo definido (lo,


M

Veja a lista a seguir, retirada da internet, que


apresenta as preposições que se contraem e suas la):
devidas formas: per + lo(s) = pelo, pelos
per + la(s) = pela, pelas
z Preposição A:
z Preposição PARA (pra)
� com o artigo definido ou pronome demonstrati-
vo feminino: � com artigo definido:
a + a= à para (pra) + o(s) = pro, pros
a + as= às para (pra) + a(s)= pra, pras
com o pronome demonstrativo:
a + aquele = àquele REFERÊNCIA
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela Disponível em: <https://www.preparaenem.com/
a + aquelas = àquelas portugues/combinacao-contracao-das-preposi-
42 a + aquilo = àquilo coes.htm>; Acesso em: 31 ago. 2020.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Ex.: Preciso ir, porque já é tarde.
Preposições Viva bem, pois isso é o mais importante.

Para que você possa entender melhor sobre o que Conjunções Subordinativas
vamos falar, vale ressaltar o que é semântica! Semântica
é o que relaciona o significado da palavra ao seu contexto.
As conjunções subordinativas ligam duas ora-
As preposições estabelecem essa relação semântica
ções, sendo que uma delas é necessária para o sen-
entre o termo que pede preposição (chamado de termo
tido completo da outra. Podem ser classificadas em:
regente), e o termo que completa seu sentido (termo regi-
do). Veja alguns exemplos práticos para entender melhor:
Conjunções Subordinativas Adverbiais
� Peguei o livro do professor com o compromisso de
devolvê-lo amanhã - Posse. z Temporais: iniciam a oração expressando ideia de
� As esculturas de cerâmica fizeram o maior sucesso tempo (quando, depois que, antes que, logo que,
durante a exposição – Matéria. assim que, desde que...).
� Estudar com os amigos é muito mais proveitoso Ex.: Logo que chegou, fez a alegria das crianças.
– Companhia. z Causais: iniciam a oração dando ideia de causa.
� O conhecimento é a chave para o sucesso – Finalidade. (como, por isso que, porque, pois, visto que…).
� Fiz o trabalho conforme você sugeriu – Conformidade. Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Falamos sobre Machado de Assis durante a apre- z Condicionais: iniciam uma oração com ideia de
sentação do seminário – Assunto. hipótese, condição (se, salvo se, caso, contanto que,
� O garoto se feriu com a faca – Instrumento. a não ser que, a menos que...).
� Aguardávamos com ansiedade o resultado do Ex.: Se quiser, eu vou.
concurso – Modo. Posso lhe ajudar, caso necessite.
� O cachorro morreu de uma epidemia desconheci- z Proporcionais: ideia de proporcionalidade (à pro-
da – Causa. porção que, à medida que, ao passo que, quanto
� A plateia protestou contra o alto preço da mensali- mais, quanto menos).
dade – Oposição. Ex.: Quanto mais gritava, menos era entendido.
� O orientador estipulou um prazo de vinte dias Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.

4
para a entrega da tese de dissertação – Tempo.

-7
z Finais: expressam ideia de finalidade (a fim de

91
que, para que, etc.).
CONJUNÇÕES

.5
Ex.: Mentiu para que todos lhe dessem crédito.

51
Comprou um computador a fim de que pudesse

.7
São as palavras que ligam duas orações ou dois ele- trabalhar tranquilamente.

79
mentos da frase que tem o mesmo sentido gramatical. z Consecutivas: iniciam a oração expressando ideia de

-0
consequência (que associado a tal, tanto, tão, tama-
Conjunções Coordenativas ZA
nho (expressos ou subentendidos na oração anterior);
de forma que, de maneira que, de modo que, etc.).
U

As conjunções coordenativas ligam elementos inde- Ex.: Era tanta beleza que chegava a ofuscar os
SO

pendentes, isto é, orações ou termos que possuem a olhos.


A

mesma função gramatical e que, por si só, possuem Fala tanto que o marido decidiu fugir.
LV

sentido completo. Elas podem ser classificadas em: Desde que chegou, todos as cercam.
SI

z Concessivas: iniciam uma oração com uma ideia


A

z Aditivas: somam informações da mesma natureza contrária à da oração principal (embora, conquan-
D

(e, nem, não só.... mas também, etc.). to, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
R

Ex.: Ela estudou e aprendeu. > positiva + positiva; por mais que, por menos que, apesar de que, nem
O

Ela não estudou e não aprendeu. / Ela não estudou


YG

que, que, de todo modo...).


nem aprendeu. > negativa + negativa. Ex.: Trabalhava, por mais que a perna doesse.
H

z Adversativas: colocam informações em oposição, z Comparativas: iniciam orações comparando ações, e


L

contradição (e, mas, porém, todavia, no entanto,


EL

em geral, o verbo fica subentendido (tal...qual, tanto...


contudo, entretanto). quanto..., como, assim como, bem como, [do] que – rela-
XW

Ex.: Estudou, mas não aprendeu. > positiva + cionado a mais, menos, melhor, pior, maior, menor).
A

negativa; Ex.: Ela dança tanto quanto Carlos. > Igualdade;


M

Não estudou, no entanto, aprendeu. > negativa + Ela dança menos [do] que Júlia. > Inferioridade;
positiva. Ela dança mais [do] que Renata. > Superioridade.
z Alternativas: ligam orações com ideias que não z Conformativas: expressam, como o próprio nome
LÍNGUA PORTUGUESA

acontecem simultaneamente, que se excluem (ou, diz, a conformidade de uma ideia com a da oração
ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja). principal (como, segundo, conforme, etc.).
Ex.: Estudava ou se divertia. Ex.: Conforme eu esperava, tudo acabou mal.
Ora estudava ora se divertia. Amanhã chove, segundo informa a previsão do
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segun- tempo.
da conclua o que foi dito na primeira (logo, por isso,
portanto, por conseguinte, então, consequentemente). Conjunções Integrantes
Ex.: Seu combustível está no fim; portanto, não
conseguirá chegar. As conjunções integrantes apresentam uma ora-
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se. ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto,
z Explicativas: ligam orações, de forma que em predicativo, aposto ou complemento nominal de uma
uma delas explica o que se afirma na outra (pois – outra oração (que, se).
em começo de oração –, porque, que, porquanto). Ex.: Tive medo, percebi que cometi um erro. 43
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Veja se compreende. Ex.: Psiu! A criança está dormindo.
Veja os diferentes tipos de orações com conjunções Oi! Que bom que você veio hoje.
integrantes: Bravo! Nosso time foi campeão pela 3ª vez
consecutiva!
� Oração subordinada substantiva subjetiva: aquela Há também a locução interjetiva, que são duas ou
que exerce função de sujeito da oração principal. mais palavras que possuem valor de interjeição.
Ex.: Poxa vida!
� É obrigatório que você esteja presente. Nossa senhora!
É obrigatório = oração principal; Veja algumas classificações de locução interjetiva
Que você esteja presente = sujeito. e seus exemplos:
Perceba: a conjunção “que” atuando como inte- De advertência: Olha lá!; Vê bem!; Presta aten-
grante sujeito. ção!; Volta aqui!;
De agradecimento: Graças a Deus!; Muito obriga-
� Oração subordinada substantiva objetiva direta: da!; Valeu a pena!;
aquela que exerce função de objeto direto da ora- De alegria: Que bom!; Que maravilha!;
ção principal. De animação: Vamos lá!; Você consegue!; Tenha
coragem!;
� Não sei se as inscrições já terminaram. De concordância: Sem dúvidas!; Com certeza!;
Não sei = oração principal; De aplauso: Isso aí!; Muito bem!;
Se as inscrições já terminaram = objeto direto. De desejo: Queira Deus!; Quem me dera!;
Conjunção “se”, atuando como objeto direto. De dor: Ai de mim!; Que dor!;
De espanto: Nossa mãe!; Meu Deus!; Senhor Jesus!;
� Oração subordinada substantiva objetiva indire- Crê em Deus Pai!
ta: aquela que exerce função de objeto indireto da
oração principal. GÊNEROS TEXTUAIS DA REDAÇÃO OFICIAL

� O diretor insistiu em que aquela funcionária Princípios Gerais


fosse despedida.

4
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é

-7
O diretor insistiu = oração principal;
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-

91
Em que aquela funcionária fosse despedida =
ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes-

.5
objeto indireto.

51
Conjunção “em que” integrando orações, atuan- sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
A redação oficial não é necessariamente árida e

.7
do como parte do objeto indireto.

79
contrária à evolução da língua. É que sua finalidade

-0
� Oração subordinada substantiva completiva nomi- básica – comunicar com objetividade e máxima cla-
nal: é aquela que exerce a função de complemento reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
ZA
nominal de um termo da oração principal. língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
U

texto jornalístico, da correspondência particular etc.


SO

� Tenho esperança de que você venha comigo. Apresentadas essas características fundamentais
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada
A

Tenho esperança = oração principal;


LV

De que você venha comigo = complemento de cada um de seus atributos.


A redação oficial deve caracterizar-se por:
SI

nominal do substantivo “esperança”.


Conjunção “de que” integrando as orações,
A
D

atuando como complemento nominal. „ Clareza e precisão;


R

„ Objetividade;
O

� Oração subordinada substantiva predicativa: é „ Concisão;


YG

aquela que exerce função de predicativo do sujeito „ Coesão e coerência;


H

da oração principal. „ Impessoalidade;


L

„ Formalidade e padronização;
EL

� A dúvida é se ela vem acompanhada. „ Uso da norma padrão da língua portuguesa.


XW

A dúvida é = oração principal;


Clareza e precisão
A

Se ela vem acompanhada = predicativo do


M

sujeito “dúvida”.
Conjunção “se” integrando orações, atuando z Clareza
como predicativo.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-
� Oração subordinada substantiva apositiva: aquela to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
que exerce a função de aposto da oração principal. possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
concebe que um documento oficial ou um ato nor-
� Apenas quero uma coisa: que sejamos amigos mativo de qualquer natureza seja redigido de forma
para sempre. obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen-
Apenas quero uma coisa = oração principal; são. A transparência é requisito do próprio Estado
Que sejamos amigos para sempre = aposto. de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um
“Que” integrando orações, atuando como aposto. ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O
princípio constitucional da publicidade não se esgota
INTERJEIÇÕES na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à
necessidade de que o texto seja claro.
44 São palavras que expressam emotividade. Para a obtenção de clareza, sugere-se:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Utilizar palavras e expressões simples, em seu informação alguma ao texto, nem têm maior relação
sentido comum, salvo quando o texto versar com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensa-
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- das, o que também proporcionará mais objetividade ao
zará nomenclatura própria da área; texto.
„ Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar A objetividade conduz o leitor ao contato mais
as orações na ordem direta e evitar intercalações direto com o assunto e com as informações, sem sub-
excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambi- terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
guidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
oração; expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
„ Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo
Concisão
o texto;
„ Não utilizar regionalismos e neologismos;
A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
„ Pontuar adequadamente o texto; terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
„ Explicitar o significado da sigla na primeira transmitir o máximo de informações com o mínimo de
referência a ela; palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
„ Utilizar palavras e expressões em outro idioma economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
apenas quando indispensáveis, em razão de passagens substanciais do texto com o único objetivo
serem designações ou expressões de uso já con- de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
caso, grafe-as em itálico, conforme orientações nada acrescentem ao que já foi dito.
do subitem 10.2 deste Manual. Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
z Precisão adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
O atributo da precisão complementa a clareza e construído, prolixo:
caracteriza-se por: “Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à popu-
„ Articulação da linguagem comum ou técnica lação acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla

4
maioria da população daquele distante estado manifes-

-7
para a perfeita compreensão da ideia veiculada
tou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração

91
no texto;
realizada pela Lei no 11.662, de 2008. Não satisfeita,

.5
„ Manifestação do pensamento ou da ideia com
inconformada e indignada, com a nova hora legal vin-

51
as mesmas palavras, evitando o emprego de
culada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre

.7
sinonímia com propósito meramente estilístico;

79
„ Escolha de expressão ou palavra que não confi- demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto
fuso, estando cinco horas a menos que em Greenwich.”

-0
ra duplo sentido ao texto.
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
ZA
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
U

to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada),
SO

obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre-
o que tornaria possível sua correção. Na revisão de um tudo em texto oficial, que deve primar pela impes-
A

soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha


LV

expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreen-


são por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser concisão, harmonia e unidade:
SI

desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos “Apurado o resultado da consulta à população acrea-
A

sobre certos assuntos, em decorrência de nossa experiên- na, verificou-se que a maioria da população se manifestou
D

cia profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662, de
R

2008. Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao


O

como de conhecimento geral, o que nem sempre é ver-


YG

dade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou
técnicos, o significado das siglas e das abreviações e os que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
H

conceitos específicos que não possam ser dispensados. cinco horas menos que em Greenwich.”
L
EL

A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são


Coesão e coerência
XW

elaboradas certas comunicações quase sempre compro-


mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-
A

tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com


M

cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har-


sua indesejável repercussão no texto redigido.
monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o
A clareza e a precisão não são atributos que se atin-
texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
jam por si sós: elas dependem estritamente das demais
LÍNGUA PORTUGUESA

verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão


características da redação oficial, apresentadas a seguir.
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a
Objetividade coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se dese-
ja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conse- z Referência
guir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão
qual é a ideia principal e quais são as secundárias. Diz respeito aos termos que se relacionam a outros
Procure perceber certa hierarquia de ideias que exis- necessários a sua interpretação. Esse mecanismo
te em todo texto de alguma complexidade: as fundamen- pode dar-se por retomada de um termo, relação com
tais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o o que é precedente no texto, ou por antecipação de um
sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas exis- termo cuja interpretação dependa do que se segue.
tem também ideias secundárias que não acrescentam Exemplos: 45
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup- Em todos os casos, temos um destinatário concebi-
ção. Ele aguardou a decisão do Plenário. do de forma homogênea e impessoal;
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi- z Do caráter impessoal do próprio assunto tra-
natura e de identificação no documento. tado: se o universo temático das comunicações
oficiais se restringe a questões que dizem respeito
z Substituição ao interesse público, é natural não caber qualquer
tom particular ou pessoal.
É a colocação de um item lexical no lugar de
outro(s) ou no lugar de uma oração. Não há lugar na redação oficial para impressões
Exemplos: pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
O ofício está pronto. O documento trata da exone- deve ser isenta da interferência da individualidade de
ração do servidor. quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
seguida, os prefeitos fizeram o mesmo; expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade.
z Elipse
Formalidade e padronização
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo
contexto. As comunicações administrativas devem ser
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de
Exemplo:
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem-
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema
do verbo “regulamenta”).
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão
de documentos —, o documento em html etc.), quanto
Dica para os eventuais documentos impressos.

4
-7
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe- É imperativa, ainda, certa formalidade de trata-

91
mento. Não se trata somente do correto emprego deste
rência ao texto é utilizar conjunção para estabele-

.5
ou daquele pronome de tratamento para uma autori-
cer ligação entre orações, períodos ou parágrafos.

51
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
Exemplo:

.7
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao

79
O Embaixador compareceu à reunião, pois iden- assunto do qual cuida a comunicação.

-0
tificou o interesse de seu Governo pelo assunto. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
ZA
Impessoalidade a administração pública federal é una, é natural que as
U

comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta-


SO

A impessoalidade decorre de princípio constitucio- belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual,
A

nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a exige que se atente para todas as características da redação
LV

dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
SI

a administração pública proceda de modo a não pri- A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes
vilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
A

para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer


D

sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da necessária a impressão, e a correta diagramação do


R

pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a texto são indispensáveis para a padronização. Consul-
O

ação administrativa ser exercida por intermédio de seus te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito
YG

servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. de normas específicas para cada tipo de expediente.
H

A redação oficial é elaborada sempre em nome do Em razão de seu caráter público e de sua finalidade,
L

serviço público e sempre em atendimento ao interes- os atos normativos e os expedientes oficiais requerem
EL

se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje- o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei-
XW

tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de tos da gramática formal e emprega um léxico compar-
outra forma que não a estritamente impessoal.
A

tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do


M

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal padrão culto é, portanto, imprescindível na redação
que deve ser dado aos assuntos que constam das oficial por estar definido como padrão para tal ativi-
comunicações oficiais decorre: dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais,
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos
z Da ausência de impressões individuais de quem vocabulares e as particularidades linguísticas.
comunica: embora se trate, por exemplo, de um Recomendações: A língua culta é contra a pobre-
expediente assinado por Chefe de determinada za de expressão e não contra a sua simplicidade;
Seção, a comunicação é sempre feita em nome do O uso do padrão culto não significa empregar a lín-
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua-
padronização, que permite que as comunicações gem próprias do estilo literário;
elaboradas em diferentes setores da administra- A consulta ao dicionário e à gramática é imperati-
ção pública guardem entre si certa uniformidade; va na redação de um bom texto.
z Da impessoalidade de quem recebe a comuni- Pode-se concluir que não existe propriamente um
cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da nor-
concebido como público, ou a uma instituição pri- ma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É cla-
46 vada, a outro órgão ou a outra entidade pública. ro que haverá preferência pelo uso de determinadas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
expressões, ou será obedecida certa tradição no empre- Presidente do Supremo
go das formas sintáticas, mas isso não implica, necessa- AUTORIDADE
Tribunal Federal
riamente, que se consagre a utilização de uma forma
de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
compreensão limitada. Excelentíssimo Senhor
VOCATIVO Presidente do Supremo
Tribunal Federal
Uso dos Pronomes de Tratamento
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
A redação das comunicações oficiais deve, antes CORPO DO TEXTO
de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I,
“Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac- ABREVIATURA Não se usa
terísticas específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas-
AUTORIDADE Vice-Presidente da República
sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a
quase todas as modalidades de comunicação oficial. ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor

z Pronomes de tratamento Senhor Vice-Presidente da


VOCATIVO
República
De acordo com a forma como queremos ou deve- TRATAMENTO NO Vossa Excelência
mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou CORPO DO TEXTO
informal, empregamos determinados pronomes cha-
mados de tratamento. AModernamente, então, temos: ABREVIATURA V. Exa.

„ Você (s): para tratamento informal;


AUTORIDADE Ministro de Estado
„ Senhor (e flexões): para tratamento cerimo-
nioso formal. ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor

4
-7
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tra- VOCATIVO Senhor Ministro

91
tamento adota a segunda pessoa do plural, de manei-
TRATAMENTO NO Vossa Excelência

.5
ra indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual
CORPO DO TEXTO

51
se dirige. Na redação oficial, é necessário atenção para

.7
o uso dos pronomes de tratamento em três momentos ABREVIATURA V. Exa.

79
distintos: no endereçamento, no vocativo e no corpo do

-0
texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no
início do documento. No corpo do texto, pode-se empre- Secretário-Executivo de Minis-
ZA
gar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada AUTORIDADE tério e demais ocupantes
U

ou por extenso. O endereçamento é o texto utilizado no de cargos de natureza especial


SO

envelope que contém a correspondência oficial.


ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
A

A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-


LV

mes de tratamento no texto oficial. VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo


SI

TRATAMENTO NO Vossa Excelência


A

AUTORIDADE Presidente da República


D

CORPO DO TEXTO
R

ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor


O

ABREVIATURA V. Exa.
YG

Excelentíssimo Senhor
VOCATIVO
H

Presidente da República
L

AUTORIDADE Embaixador
EL

TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
XW

VOCATIVO Senhor Embaixador


A

ABREVIATURA Não se usa


M

TRATAMENTO NO Vossa Excelência


Presidente do Congresso CORPO DO TEXTO
AUTORIDADE
LÍNGUA PORTUGUESA

Nacional
ABREVIATURA V. Exa.
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor

Excelentíssimo Senhor Oficial-General das Forças


AUTORIDADE
VOCATIVO Presidente do Congresso Armadas
Nacional
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
VOCATIVO Senhor + Posto
CORPO DO TEXTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
ABREVIATURA Não se usa
CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA V. Exa.
47
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
AUTORIDADE Outros postos militares Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
são utilizados para se comunicar diretamente com o
ENDEREÇAMENTO Ao Senhor receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
VOCATIVO Senhor + Posto a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
TRATAMENTO NO Vossa Excelência pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E
CORPO DO TEXTO não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”)
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono-
ABREVIATURA V. Exa. mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o
AUTORIDADE Senador da República correto é: Vossa Excelência está atarefado.
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:
VOCATIVO Senhor Senador A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa
Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO z Signatário
ABREVIATURA V. Exa.
„ Cargos interino e substituto: na identificação
do signatário, depois do nome do cargo, é pos-
AUTORIDADE Deputado Federal sível utilizar os termos interino e substituto,
conforme situações a seguir: interino é aquele
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor nomeado para ocupar transitoriamente cargo
VOCATIVO Senhor Deputado público durante a vacância; substituto é aque-
le designado para exercer as atribuições de
TRATAMENTO NO Vossa Excelência cargo público vago ou no caso de afastamen-
CORPO DO TEXTO to e impedimentos legais ou regulamentares

4
-7
do titular. Esses termos devem ser utilizados
ABREVIATURA V. Exa.

91
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu-

.5
la e em minúsculo.

51
Ministro do Tribunal de Contas

.7
AUTORIDADE Exemplos: Diretor-Geral interino;
da União

79
Secretário-Executivo substituto;

-0
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ZA
„ Signatárias do sexo feminino
Senhor Ministro do Tribunal de
VOCATIVO
U

Contas da União
SO

Na identificação do signatário, o cargo ocupado


TRATAMENTO NO Vossa Excelência por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no
A

gênero feminino.
LV

CORPO DO TEXTO
Exemplos: Ministra de Estado;
SI

ABREVIATURA V. Exa. Secretária-Executiva interina;


A

Técnica Administrativa;
D

Coordenadora Administrativa;
R

Ministro dos Tribunais


O

AUTORIDADE
Superiores
YG

„ Grafia de cargos compostos: escrevem-se com


hífen.
H

ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor


L
EL

VOCATIVO Senhor Ministro Exemplos:


XW

Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge-


TRATAMENTO NO Vossa Excelência ral, relator-geral, ouvidor-geral;
A

CORPO DO TEXTO Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre-


M

ABREVIATURA V. Exa. tário, segundo-secretário;


Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, ca-
pitão-tenente;
A profusão de normas estabelecendo hipóteses de
tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência”
para categorias específicas tornou inviável arrolar Importante!
todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns
exemplos mais recorrentes. Nomes compostos com elemento de ligação
preposicionado ficam sem hífen: general de exér-
Concordância com os Pronomes de Tratamento cito, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar,
capitão de mar e guerra.
Os pronomes de tratamento apresentam certas
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi-
nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pes- Cargos que denotam hierarquia dentro de uma
soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
48 concordância para a terceira pessoa. -chefe, sócio-gerente, diretor-executivo;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cargos formados por numerais: primeiro-minis- Estrutura Interna dos Gêneros: Ofício, Memorando,
tro, primeira-dama; Requerimento, Relatório, Parecer
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
ex-diretor, vice-coordenador. O Padrão Ofício
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso
de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren- Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem- de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
plo: o Presidente francês ou o presidente francês). dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
lha para a grafia de todos os elementos hifenizados: chamamos de padrão ofício.
A distinção básica anterior entre os três era:
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden-
te”, mas não “Vice-presidente”.
„ Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros
de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
z Vocativo
„ Ofício: era expedido para e pelas demais auto-
ridades; e
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas
„ Memorando: era expedido entre unidades admi-
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
nistrativas de um mesmo órgão.
de vírgula.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, uti-
Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e
liza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelen-
passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
tíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
Exemplos: A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
aparece no documento oficial.
„ Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
„ Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres-
so Nacional; Partes do Documento no Padrão Ofício
„ Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo

4
Tribunal Federal. z Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na pri-

-7
meira página do documento, centralizado na área

91
determinada pela formatação (ver subitem “5.2

.5
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas
Formatação e apresentação”).

51
por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou

.7
Senhora seguido do cargo respectivo.
No cabeçalho, deverão constar os seguintes elementos:

79
Exemplos:

-0
„ Senhora Beneficiária; z Brasão de Armas da República: no topo da pági-
ZA
„ Senhor Contribuinte. na. Não há necessidade de ser aplicado em cores.
U
O uso de marca da instituição deve ser evitado na
SO

Na hipótese de comunicação com particular, pode- correspondência oficial para não se sobrepor ao
Brasão de Armas da República.
A

-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma


LV

utilizada pela instituição para referir-se ao interlocu-


tor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.
SI

Exemplos:
A
D

„ Senhora Senadora;
R
O

„ Senhor Juiz;
YG

„ Senhora Ministra.
H

Ainda, quando o destinatário for um particu-


L
EL

lar, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora


seguido do nome do particular ou pode-se utilizar
XW

o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.


A

Exemplos:
M

� Senhora [Nome];
„ Prezado Senhor.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de


Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas
da República pode ser localizado no sítio eletrônico da
Presidência da República, na seção Símbolos Nacionais.
Importante!
Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. presidencia/acervo/simbolos-nacionais/brasao-da-republica.
O tratamento por meio de Senhor confere a for-
malidade desejada. No caso de documento a ser impresso, exclusivamente
Exemplos: quando o signatário for o Presidente da República, Minis-
� Senhora [Nome]; tro de Estado ou a autoridade máxima de autarquia, será
� Prezado Senhor. utilizado timbre em relevo branco, nos termos do dispos-
to no Decreto no 80.739, de 14 de novembro de 1977. 49
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Nome do órgão principal; Brasília, 2 de fevereiro de 2018.
„ Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
sários, da maior para a menor hierarquia; z Endereçamento
„ Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
O endereçamento é a parte do documento que
Exemplo: informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

„ Vocativo: na forma de tratamento adequada


para quem receberá o expediente (ver subitem
“4.1 Pronomes de tratamento”);
„ Nome: nome do destinatário do expediente;
„ Cargo: cargo do destinatário do expediente;
„ Endereço: endereço postal de quem receberá o
expediente, dividido em duas linhas:

Primeira linha: informação de localidade/logra-


douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
órgão, informação do setor;
Segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
ração, separados por espaço simples. Na separação
entre cidade e unidade da federação pode ser substi-
[Nome do órgão] tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
[Secretaria/Diretoria] de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor-
[Departamento/Setor/Entidade] mação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, cidade/unidade da federação;
endereço de correspondência eletrônica, site eletrô-
nico oficial da instituição, podem ser informados no „ Alinhamento: à margem esquerda da página.

4
rodapé do documento, centralizados;

-7
91
O pronome de tratamento no endereçamento das
z Identificação do expediente

.5
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por

51
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce-

.7
Os documentos oficiais devem ser identificados da lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.

79
seguinte maneira: Quando o tratamento destinado ao receptor for

-0
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
„ Nome do documento: tipo de expediente por ZA
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se
extenso, com todas as letras maiúsculas; utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A
U

„ Indicação de numeração: abreviatura da


SO

Sua Senhoria a Senhora”.


palavra “número”, padronizada como No; Exemplos:
A

„ Informações do documento: número, ano A Sua Excelência o Senhor


LV

(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que [Nome]


SI

expede o documento, da menor para a maior Ministro de Estado da Justiça


hierarquia, separados por barra (/);
A

Esplanada dos Ministérios Bloco T


D

„ Alinhamento: à margem esquerda da página. 70064-900 Brasília/DF


R
O

Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT;


YG

À Senhora
[Nome]
H

z Local e data do documento Diretora de Gestão de Pessoas


L
EL

SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo 70070-030 Brasília. DF;
XW

deve constar da seguinte forma:


A

z Assunto
M

„ Composição: local e data do documento;


„ Informação de local: nome da cidade onde foi O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o
expedido o documento, seguido de vírgula. Não documento, de forma sucinta.
se deve utilizar a sigla da unidade da federação Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
depois do nome da cidade;
„ Dia do mês: em numeração ordinal se for o pri- „ Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase
meiro dia do mês e em numeração cardinal para que define o conteúdo do documento, seguida de
os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero dois-pontos;
à esquerda do número que indica o dia do mês; „ Descrição do assunto: a frase que descreve o
„ Nome do mês: deve ser escrito com inicial conteúdo do documento deve ser escrita com
minúscula; inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
„ Alinhamento: o texto da data deve ser alinha- „ Destaque: todo o texto referente ao assunto,
do à margem direita da página. inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois do as-
50 Exemplo: sunto;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
gem esquerda;
Exemplos: Numeração dos parágrafos: apenas quando o
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
julho/2018. meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Assunto: Aquisição de computadores;
Dica
z Texto do documento
Houve alteração das fontes e símbolos de Times
O texto do documento oficial deve seguir a seguin- New Roman para Calibri ou Carlito.
te padronização de estrutura:
z Fechos para comunicações
„ Nos casos em que não seja usado para enca-
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além
minhamento de documentos, o expediente
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des-
deve conter a seguinte estrutura: tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili-
zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do
Introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni- Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
cação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar este Manual estabelece o emprego de somente dois
a forma direta: Informo, Solicito, Comunico fechos diferentes para todas as modalidades de comu-
Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o nicação oficial:
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas Para autoridades de hierarquia superior à do remeten-
te, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que con-
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
fere maior clareza à exposição
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
a rito e tradição próprios.

4
„ Quando forem usados para encaminhamento

-7
de documentos, a estrutura é modificada: „ O fecho da comunicação deve ser formatado

91
da seguinte maneira:

.5
Introdução: deve iniciar com referência ao expe-

51
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa Alinhamento: alinhado à margem esquerda da

.7
página;

79
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
com a informação do motivo da comunicação, que é Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-

-0
encaminhar, indicando a seguir os dados completos gem esquerda; ZA
Espaçamento entre linhas: simples;
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
U

signatário e assunto de que se trata) e a razão pela


SO

cada parágrafo e não deve ser numerado;


qual está sendo encaminhado;
A

Exemplos: z Identificação do signatário


LV

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-


SI

Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018,


dente da República, todas as demais comunicações ofi-
A

encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 2018,


ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
D

da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata


R

da requisição do servidor Fulano de Tal


O

„ Nome: nome da autoridade que as expede, gra-


YG

Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se
H

no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente da Con- usa linha acima do nome do signatário;
L

federação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de „ Cargo: cargo da autoridade que expede o docu-
EL

modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste mento, redigido apenas com as iniciais maiús-
XW

culas. As preposições que liguem as palavras do


cargo devem ser grafadas em minúsculas;
A

Desenvolvimento: se o autor da comunicação dese- „ Alinhamento: a identificação do signatário


M

jar fazer algum comentário a respeito do documen- deve ser centralizada na página.
to que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de
desenvolvimento. Caso contrário, não há parágrafos de Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a
LÍNGUA PORTUGUESA

desenvolvimento em expediente usado para encami- assinatura em página isolada do expediente. Trans-
nhamento de documentos. fira para essa página ao menos a última frase anterior
ao fecho.
Exemplo:
„ Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o tex-
to do documento deve ser formatado da seguinte
maneira: (espaço para assinatura)
NOME
Alinhamento: justificado; Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência
da República
Espaçamento entre linhas: simples;
(espaço para assinatura)
Parágrafos:
NOME
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
cada parágrafo; 51
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Numeração das páginas
A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:

„ Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior;


„ Fonte: Calibri ou Carlito.

z Formatação e apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:

„ Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);


„ Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
„ Margem lateral direita: 1,5 cm;
„ Margens superior e inferior: 2 cm;
„ Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
„ Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
„ Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
„ Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
são colorida para gráficos e ilustrações;
„ Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
matação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
„ Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras em itálico;
„ Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preserva-
do para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferen-
cialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
serviço público, tais como docx, odt ou rtf;

4
-7
„ Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte

91
maneira:

.5
51
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo

.7
79
Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

-0
A seguir, segue alguns exemplos de Ofício:
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

52
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

LÍNGUA PORTUGUESA

53
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(29,7 cm x 21 cm)

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

54
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

LÍNGUA PORTUGUESA

ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO

Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente; 55
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;

Exposição de Motivos

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:


propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado
assunto.
A exposição de Motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil;

z Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

„ Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou

4
-7
informar ao Presidente da República algum assunto;

91
„ Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se

.5
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes

51
sobre o assunto informado, quando for esse o caso;

.7
„ Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o

79
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

-0
ZA
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
U

tam a adequada avaliação da proposta.


SO

O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
A

de ato normativo, tem como propósito:


LV
SI

„ Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


A

„ Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
D

edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
R

normativas no âmbito do Poder Executivo;


O
YG

„ Conferir transparência aos atos propostos;


„ Resumir os principais aspectos da proposta;
H

„ Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.


L
EL

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


XW

ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário;
A
M

z Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:

56
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

LÍNGUA PORTUGUESA

57
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

Mensagem

A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

„ Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei


complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais
e créditos adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime normal (Consti-
tuição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1° a 4°). O projeto pode ser encaminhado sob o regime
58 normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos parecer da Comissão Mista permanente (Consti-
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada tuição, art. 166, § 1°), sob pena de a Câmara dos
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário ção, art. 51, caput, inciso II) em procedimento dis-
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua ciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno;
tramitação (Constituição, art. 64, caput). „ Mensagem de abertura da sessão legislativa:
Quanto aos projetos de lei que compreendem pla- deve conter o plano de governo, exposição sobre a
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos situação do país e a solicitação de providências que
anuais e créditos adicionais, as mensagens de enca- julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O
minhamento dirigem-se aos membros do Congresso portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Presidência da República. Esta mensagem difere
Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é que das demais, porque vai encadernada e é distribuída
a todos os congressistas em forma de livro;
o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congres-
„ Comunicação de sanção (com restituição de
sual em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma
autógrafos): esta mensagem é dirigida aos Mem-
do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso
bros do Congresso Nacional, encaminhada por
Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Consti-
ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde se ori-
tuição, art. 57, § 5°), que comanda as sessões conjuntas. ginaram os autógrafos. Nela, se informa o número
que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
„ Encaminhamento de medida provisória: para três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente
dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Consti- da República terá aposto o despacho de sanção;
tuição, o Presidente da República encaminha Men- „ Comunicação de veto: dirigida ao Presidente
sagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
com ofício para o Primeiro-Secretário do Senado mensagem informa sobre a decisão de vetar, se
Federal, juntando cópia da medida provisória; o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e
„ Indicação de autoridades: nas mensagens que as razões do veto. Seu texto é publicado na ínte-
submetem ao Senado Federal a indicação de gra no Diário Oficial da União, ao contrário das
pessoas para ocuparem determinados cargos demais mensagens, cuja publicação se restrin-
(magistrados dos tribunais superiores, ministros ge à notícia do seu envio ao Poder Legislativo;

4
do Tribunal de Contas da União, presidentes e „ Outras mensagens remetidas ao Legislativo:

-7
91
diretores do Banco Central, Procurador-Geral da
República, chefes de missão diplomática, direto- Apreciação de intervenção federal (Constituição,

.5
51
res e conselheiros de agências etc.) têm em vista art. 36, § 2º).

.7
que a Constituição, incisos III e IV do caput do art. Encaminhamento de atos internacionais que acar-

79
52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional retam encargos ou compromissos gravosos (Constitui-

-0
competência privativa para aprovar a indicação; ção, art. 49, caput, inciso I);
Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis
ZA
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a às operações e prestações interestaduais e de exporta-
U

informação do número de Cadastro de Pessoa Físi- ção (Constituição, art. 155, § 2°, inciso IV);
SO

ca, acompanha a mensagem. Proposta de fixação de limites globais para o mon-


A

tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,


LV

„ Pedido de autorização para o Presidente ou caput, inciso VI);


SI

o Vice-Presidente da República se ausenta- Pedido de autorização para operações financeiras


rem do país por mais de 15 dias: trata-se de externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
A
D

exigência constitucional (Constituição, art. 49, Convocação extraordinária do Congresso Nacional


R

caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da (Constituição, art. 57, § 6°);
O

competência privativa do Congresso Nacional. O Pedido de autorização para exonerar o Procura-


YG

Presidente da República, tradicionalmente, por dor-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso
H

cortesia, quando a ausência é por prazo inferior XI, e art. 128, § 2°);
L

a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do Pedido de autorização para declarar guerra e decretar
EL

Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas; mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
XW

„ Encaminhamento de atos de concessão e de Pedido de autorização ou referendo para celebrar


renovação de concessão de emissoras de rádio a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
A

e TV: a obrigação de submeter tais atos à aprecia- Justificativa para decretação do estado de defesa
M

ção do Congresso Nacional consta no inciso XII do ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4°);
caput do art. 49 da Constituição. Somente produ- Pedido de autorização para decretar o estado de
zirão efeitos legais a outorga ou a renovação da sítio (Constituição, art. 137);
LÍNGUA PORTUGUESA

concessão após deliberação do Congresso Nacio- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de
nal (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
mensagem a urgência prevista na Constituição, Proposta de modificação de projetos de leis que
art. 64, uma vez que o § 1° do art. 223 já define o compreendem plano plurianual, diretrizes orçamen-
prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou tárias, orçamentos anuais e créditos adicionais (Cons-
renovação, acompanha a mensagem o correspon- tituição, art. 166, § 5°);
dente processo administrativo; Pedido de autorização para utilizar recursos que
„ Encaminhamento das contas referentes ao ficarem sem despesas correspondentes, em decorrên-
exercício anterior: o Presidente da República cia de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-
tem o prazo de 60 dias após a abertura da sessão mentária anual (Constituição, art. 166, § 8°);
legislativa para enviar ao Congresso Nacional as Pedido de autorização para alienar ou conceder
contas referentes ao exercício anterior (Consti- terras públicas com área superior a 2.500 ha (Consti-
tuição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame e tuição, art. 188, § 1°). Forma e estrutura: 59
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As mensagens contêm:

„ Brasão: timbre em relevo branco;


„ Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
„ Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,
com o recuo de parágrafo dado ao texto;
„ Texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
„ Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

Correio eletrônico (e-mail)

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também
na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode
significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-
60 -se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
extensão “.gov.br”, por exemplo. uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
Como sistema de transmissão de mensagens ele- como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
mou-se na principal forma de envio e recebimento de devem ser utilizados em e-mails profissionais.
documentos na administração pública; O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
z Valor documental entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 outro documento oficial;
de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor docu-
mental, isto é, para que possa ser aceito como documen- z Bloco de texto da assinatura
to original, é necessário existir certificação digital que
ateste a identidade do remetente, segundo os parâme- Sugere-se que todas as instituições da administra-
tros de integridade, autenticidade e validade jurídica da ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil. A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
O destinatário poderá reconhecer como válido o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação Exemplo:
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- Maria da Silva
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio Assessora
documento físico assinado ou por meio eletrônico Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
reconhecido pela ICP-Brasil. (61)XXXX-XXXX;
Salvo lei específica, não é dado ao ente público
impor a aceitação de documento eletrônico que não z Anexos
atenda os parâmetros da ICP-Brasil;
A possibilidade de anexar documentos, planilhas
z Forma e estrutura

4
e imagens de diversos formatos é uma das vantagens

-7
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arqui-

91
Um dos atrativos de comunicação por correio vo deve trazer informações mínimas sobre o conteú-

.5
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- do do anexo.

51
sa definir padronização da mensagem comunicada. Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele

.7
No entanto, devem-se observar algumas orientações é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo

79
quanto à sua estrutura; no corpo do correio eletrônico.

-0
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
ZA
z Campo “Assunto” nhamento de anexos nas mensagens de resposta.
U
Os arquivos anexados devem estar em formatos
SO

O assunto deve ser o mais claro e específico possível, usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, Quando se tratar de documento ainda em discussão,
A
LV

quem irá receber a mensagem identificará rapidamente os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, formato que possa ser editado;
SI

localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.


A

Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- z Recomendações


D

te o conteúdo completo da mensagem para que não


R
O

pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não „ Sempre que necessário, deve-se utilizar recur-
YG

solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um so de confirmação de leitura. Caso não esteja


H

assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião disponível, deve constar da mensagem pedido
L

sobre a Reforma da Previdência”; de confirmação de recebimento;


EL

„ Apesar da imensa lista de fontes disponíveis


XW

z Local e data nos computadores, mantêm-se a recomenda-


ção de tipo de fonte, tamanho e cor dos docu-
A
M

São desnecessários no corpo da mensagem, uma mentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12,
vez que o próprio sistema apresenta essa informação; cor preta;
„ Fundo ou papéis de parede eletrônicos não
LÍNGUA PORTUGUESA

z Saudação inicial/vocativo devem ser utilizados, pois não são apropriados


para mensagens profissionais, além de sobre-
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por carregar o tamanho da mensagem eletrônica;
uma saudação. Quando endereçado para outras institui- „ A mensagem do correio eletrônico deve ser
ções, para receptores desconhecidos ou para particulares, revisada com o mesmo cuidado com que se
deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documen- revisam outros documentos oficiais;
tos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do car- „ O texto profissional dispensa manifestações
go respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”. emocionais. Por isso, ícones e emoticons não
Exemplos: devem ser utilizados;
Senhor Coordenador; „ Os textos das mensagens eletrônicas não podem
Prezada Senhora; ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos,
z Fecho como “naum”, “eh”, “aki”; 61
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação;
„ Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
logotipos do ente público junto ao texto da assinatura;
„ Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.

ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO

z Ata

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim;

„ Normas

Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.

4
-7
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.

91
.5
51
Comércio de Peças 24 horas Ltda.

.7
79
DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua

-0
Esmeralda nº 280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios
ZA
representando mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO
U
DE TAL, secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de
SO

grande circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA
- tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
A
LV

DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
SI

sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo


A

qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.
D
R

Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.
O
YG
H

z Atestado
L
EL

Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
XW

do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
A
M

transitórios.

„ Como fazer:

O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;

„ A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:

Título, ou seja, a palavra ATESTADO em maiúsculas;


Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identi-
ficação da pessoa que solicitou;
Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
62 Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Secretaria de Segurança Pública
ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES

Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos
arquivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
São Paulo, 9 de setembro de 2009.

Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP

z Circular

Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.

4
CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.

-7
91
.5
51
ASSUNTO: Obras no Estacionamento

.7
79
-0
ZA
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
U
SO

o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
A

Atenciosamente,
LV

Fulano de Tal
SI
A

Fulano de Tal
D

Diretor-Geral de Negócios
R
O
YG
H
L

z Declaração
EL
XW

Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
A
M

Compõe-se de:

„ Título: DECLARAÇÃO;
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

63
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl ,
trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Manaus, 20 de abril de 2007

ClarkKent
_____________________
Super Homem

z Requerimentos

Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:

„ Nome e qualificação do requerente;

4
„ Exposição e solicitação;

-7
Pedido de deferimento;

91
„
Local e data;

.5
„

51
„ Assinatura.

.7
79
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

-0
ZA
9 - 40/1
U
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comercial, vem, mui respeito-
SO

samente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de utilidade pública federal, na conformida-
de da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n° 50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao
A
LV

presente, os documentos exigidos pela lei.


SI
A

Termos em que pede deferimento.


D
R

Brasília, 25 de setembro de 2006.


O

João Paulo Silva


YG

Gerente Comercial
H
L
EL
XW
A

Importante!
M

Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados.

z Relatório

É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de

„ Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);


„ Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);
„ Introdução - apresentação do observador e do fato observado;
„ Texto - exposição cronológica do fato observado;
64 „ Fecho;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO

Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/


DPF/DF,

No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate


ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP).
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação
de 22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12)
do Brasil.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de Inteligência
Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO
JACINTO CAETANO; o coordenador de Polícia Criminal Internacional, DPF ALBERTO LASSERRE KRATZ FILHO;
além desta signatária;
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do
Mercosul, Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos
Gabriel Heredia, da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino
Gonzalez Suarez, do Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do
Ministério da Justiça do Brasil.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela M. B. Leite,
que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do Centro, Cel. Hugo Greca; o
diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a importância da integração entre as
forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados, como fundamental para buscar a eficácia

4
no combate a criminalidade em todos os países.

-7
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Delegado

91
de Polícia Federal, Getúlio Bezerra dos Santos, proferiu palestra, de uma hora, abordando o tema: Crime Organizado

.5
no Mercosul.

51
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF

.7
79
Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária.

-0
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coordenação
ZA
e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação continuada das
U
forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de pessoas, o
SO

que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.
Ao final foram entregues certificados a todos os participantes.
A
LV

Brasília, 3 de janeiro de 2007.


SI
A

Mariângela Margarida da Nata Leite


D
R

Mariângela Margarida da Nata Leite


O
YG

Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC


H
L
EL
XW

z Parecer
A

A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
M

assunto.

Vocativo;
LÍNGUA PORTUGUESA

„
„ Identificação do especialista;
„ Introdução - apresentação do assunto;
„ Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Sr. Juiz,

Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil,
como Autor, e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e
dos procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são
independentes, embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal
(Casa A) tem 106,40 m2 no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso
– referentes à ação número 1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem
31,20m2. A área total construída é de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal
a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA
8875H (Anexo I) existe uma área construída de 137,60m2 composta por duas casas, uma em madeira e outra em
alvenaria (Fotografias 1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$
400,00 (quatrocentos reais).

Para apreciação de V. Exa.,

4
Respeitosamente,

-7
Cidade, 7 de abril de 2008.

91
.5
Eugênio Da Silva Civil

51
Profissional

.7
Engenheiro Civil

79
-0
ZA
É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
U
SO

oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às
A

redações oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
LV

Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração
SI

em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse
A

decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n.
D

9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
R

Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.


O

Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.
YG
H
L
EL

CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS
XW
A
M

CONHECIMENTOS GRAMATICAIS CONFORME PADRÃO FORMAL DA LÍNGUA

Níveis de Linguagem e Variações Linguística

A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém já disse
que em país algum se fala uma língua só, há várias línguas dentro da língua oficial. E no Brasil não é diferente: pode-
-se até afirmar que cada cidadão tem a sua. A essa característica da língua damos o nome de variação linguística.
De forma sintética, podemos dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão formal e padrão informal; cada um
desses tipos apresenta suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:

PADRÃO FORMAL

Norma Culta

A norma culta da língua portuguesa é estabelecida pelos padrões definidos conforme a classe social mais
66 abastada, detentora de poder político e cultural. As pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de privilégios na sociedade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
têm o poder de ditar, inclusive, as regras da língua, direcio- z Variação diafásica ou estilística
nando o que é considerado permitido e aquilo que não é.
A variação diafásica, como ocorreu com a diatópica
Norma Padrão e com a diastrática, pode ser também fonética, lexical
e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não por morar
A norma padrão diz respeito às regras organizadas em determinado lugar nem porque todos de sua cama-
nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras da social usem, é usar a variação diafásica fonética.
e preceitos que devem ser respeitados na utilização Um padre, em um momento de descontração, brincan-
da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs- do com alguém, dizer “presunto” para representar o
trato, tendo em vista que também considera fatores “corpo de pessoa assassinada”, usa a variação diafásica
sociais, como a norma culta. lexical. E, finalmente, um advogado dizer “Encontrei
ele”, também em momento de descontração, no lugar de
Língua Formal “Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática.

A língua formal não está, diretamente, associada a VARIAÇÃO DIAFÁSICA


padrões sociais; embora saibamos que a influência social
Mudança no som, como
exerce grande poder na língua, a língua formal busca for-
malizar em regras e padrões as suas normas a fim de esta- veio (pronúncia com E aber-
belecer um preceito mais concreto sobre a linguagem. Diafásica fonética to) e more (pronúncia com
E fechado, assemelhando-
-se quase a pronúncia de i)
PADRÃO INFORMAL
Ocorre em contextos de
Coloquialismo informalidade, em que há
Diafásica lexical mais liberdade para usar
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné- gírias e expressões lexicais
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que diferentes
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. Ocorre com a alteração
Diafásica sintática dos elementos sintáticos,

4
-7
Oralidade ocasionando erros

91
.5
A oralidade marca as maneiras informais de se z Variação diacrônica

51
comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela

.7
norma formal, e, por isso, são chamadas de registros Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido

79
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali- estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.

-0
zados apenas pela linguagem oral. Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
ZA
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você.
Linguagem Coloquial Além dessas, a variação diacrônica também marca a
U
SO

presença de gírias comuns em determinadas épocas,


A linguagem coloquial marca formas fora do como broto, chocante, carango etc.
A

padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos,


LV

existem alguns tipos de variação linguística; dentre ESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E
SI

elas, as mais comuns em provas de concurso são: NÍVEIS DE FORMALIDADE


A
D

z Variação diatópica ou geográfica Ao estudar redação, é necessário saber alguns con-


R
O

ceitos fundamentais.
YG

A variação diatópica pode ocorrer com sons dife- A linguagem, em termos bem simples, é a capacida-
rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma de que nós, seres humanos, possuímos de expressar nos-
H

variação diatópica fonética, já que fonética significa sos pensamentos, ideias, sentimentos e opiniões. Ou seja,
L
EL

aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos também o é um código utilizado para estabelecer comunicação.
exemplo das variações que ocorrem em diversas partes do
XW

Existem dois tipos principais de linguagem: a lin-


país. Em Curitiba, PR, os jovens chamam de penal o estojo guagem não verbal e a linguagem verbal. A lingua-
A

escolar para guardar canetas e lápis; no Nordeste, é comum gem não verbal não utiliza palavras para constituir
M

usarem a palavra cheiro para representar um carinho fei- a comunicação: ela faz uso de formas de comunica-
to em alguém. O que em outras regiões se chamaria de bei- ção como gestos, sinais, símbolos, cores luzes etc. (por
jinho. Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou exemplo, quando se observa um semáforo de trânsito,
LÍNGUA PORTUGUESA

o aipim. Essa variação denominamos diatópica lexical, já com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten-
que lexical significa algo relativo ao vocabulário. de que se deve ou não avançar; ou ainda, quando se
ouve o apito de um agente de trânsito).
z Variação diastrática ou sociocultural Já a linguagem verbal usa palavras para estabelecer
a comunicação: esse uso pode se dar na forma oral ou na
A variação diastrática, como também ocorre com a forma escrita (como, por exemplo, em uma entrevista na
diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, depen- TV ou em um e-mail). Observe a tabela abaixo que traz
dendo do que seja modificado pelo falar do indivíduo: exemplos que ajudam a diferenciar a linguagem não ver-
falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de variação bal da linguagem verbal (em suas duas formas).
diastrática fonética. Usar “presunto” no lugar de corpo
de pessoa assassinada é variação diastrática lexical.
E falar “Houveram menas percas” no lugar de “Houve
menos perdas” é variação diastrática sintática. 67
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LINGUAGEM z Os vocábulos;
LINGUAGEM VERBAL - ORAL z A pronúncia (no caso da fala);
NÃO VERBAL
z A ortografia (no caso da escrita);
Telefonemas z A estruturação das sentenças.
Sinais de trânsito Conversas
Cores Discursos Quanto mais formal for um ato de linguagem, mais
Desenhos Aulas cuidado deve ser dedicado aos itens acima.
Gestos Entrevistas etc. Observe a tabela baixo, retirada do manual de Tex-
Postura tos Dissertativo-Argumentativo do Inep, que ilustra os
LINGUAGEM VERBAL - ESCRITA dois tipos de registro, o formal e o informal.
Placas
Pinturas Livros
Bandeiras E-mails REGISTRO FORMAL REGISTRO INFORMAL
Buzinas Jornais
Músicas etc. Jovem para o chefe: Jovem para a mãe:
Cartas
Leis etc. Boa tarde, chefe. Infeliz- Que droga, mãe! Bateram
mente, acabei de sofrer no meu carro!
A linguagem oral e a linguagem escrita são, pois, duas um acidente de trânsito e Tô bem, não se preocupe.
manifestações da linguagem verbal, cada uma com suas devo me atrasar, pois es- Me mande o
características próprias (a linguagem oral permite um tou aguardando a polícia, número da seguradora.
contato direto com o destinatário, é mais espontânea, para os trâmites formais, Depois te ligo
mais livre, não requer escolarização, renova-se perma- e a seguradora, para o re-
nentemente; já na linguagem escrita há maior distân- colhimento do veículo
cia entre emissor e receptor, sendo o contato indireto e
requer escolarização e aprendizagem formal da escrita). Note que o fato é o mesmo: o acidente de trânsito
no caminho para o trabalho. No entanto, função das
A LINGUAGEM FORMAL duas diferentes situações (avisar duas pessoas com as
quais tem diferentes níveis de intimidade), o registro

4
-7
Dependendo da situação, a linguagem verbal se faz necessário em suas duas espécies: no registro

91
(escrita e oral) pode ser mais ou menos formal. Quan- formal e no registro informal.

.5
do você conversa ao telefone com um velho amigo ou Assim, ao elaborar o texto da redação oficial,

51
envia uma mensagem de texto para um parente, se deve-se atentar para o uso do registro formal, uma

.7
comunica de uma forma mais livre; já numa entrevista vez que se espera o uso da modalidade escrita formal

79
de emprego ou ao escrever um e-mail solicitando algo a da língua portuguesa.

-0
uma autoridade, você escolhe melhor as palavras. Resumindo, a diferença entre linguagem formal e
Ou seja, o nível de formalidade nas comunica- linguagem informal está no contexto em que elas são
ZA
ções varia conforme a circunstância. utilizadas e na escolha das palavras e expressões
U

A linguagem informal (oral ou escrita) geralmen- utilizadas para comunicar.


SO

te é usada quando temos certo nível de intimidade A tabela abaixo apresenta uma comparação entre
A

entre os interlocutores, como nas correspondências as duas formas de linguagem.


LV

entre familiares ou amigos. Já a linguagem formal (na


SI

sua forma oral ou escrita), caracterizada pela polidez LINGUAGEM LINGUAGEM


A

e escolha cuidadosa das palavras, é normalmente FORMAL INFORMAL


D

empregada quando nos dirigimos a alguém com quem


R

não temos proximidade, como no exemplo da seleção A linguagem formal


O

de emprego e em outras situações que exigem tal pro- é aquela utilizada A linguagem in-
YG

tocolo, como na escrita de um texto científico, um livro em situações que formal é utilizada
H

didático, na correspondência entre empresas e, como exigem maior em situações


L

veremos mais adiante, na comunicação oficial. protocolo (situa- mais descon-


EL

O que é
O termo “registro” é usado para se fazer referência ções profissionais, traídas, quando
XW

aos níveis de formalidade na língua falada e na língua acadêmicas ou existe maior li-
quando não existe berdade entre os
A

escrita. Os níveis de formalidade são chamados, ain-


M

da, de níveis de fala ou níveis de linguagem. intimidade entre os interlocutores


Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do interlocutores)
registro (do nível de formalidade), o indivíduo leva em
Não requer o uso
conta, mesmo que de forma inconscientemente, a situa-
da norma culta,
ção em que se encontra ao produzir seu texto (oral ou
sendo normal
escrito). Em outras palavras, ao praticar a comunicação, o
Uso da norma culta o uso de gírias,
autor escolhe um nível maior ou menor de formalidade e,
(respeito rigoroso expressões popu-
para isso, leva em consideração, entre outras coisas:
às normas grama- lares, neologismos
Caracte-
ticais) e utilização (palavras inven-
z O seu interlocutor; rísticas
de vocabulário tadas) e palavras
z Ambiente em que se encontra;
extenso abreviadas, como
z O assunto a ser tratado; e
vc, cê e tá.
z A intenção, objetivo a ser atingido (informar, soli-
Sofre influência de
citar, persuadir etc.).
variações culturais
e regionais
68 É observando esses elementos que o autor adequa:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LINGUAGEM LINGUAGEM quando necessário (somente se você tiver certeza
FORMAL INFORMAL do que determinada palavra significa);
z As palavras reduzidas, como “tá” em lugar de “estar”,
Situações mais “cê” em vez de “você”, ou “pra” em vez de “para”;
formais, como z Os verbos de sentido muito geral, como “dar”,
Utilizada em con-
entrevistas de em- “ter”, “fazer”, “achar”, no lugar de verbos de sen-
versas cotidianas,
pregos, palestras, tido mais exato;
em mensagens de
concursos públicos z As expressões típicas da oralidade, como “bem”,
texto enviadas por
e documentos “veja bem”, “entendeu?”.
celular, chats.
Quando oficiais.
Normalmente é
se usa Geralmente, é uti- Outro fenômeno linguístico que deve ser evitado na
usada em conver-
lizada quando se comunicação formal é o uso de regionalismos. O regiona-
sas entre amigos
dirige a superiores, lismo é o modo de falar particular de determinada região
e familiares. O uso
autoridades ou ao geográfica, como, por exemplo, a palavra “piá” (o regio-
mais comum se dá
público em geral. nalismo usado no sul do Brasil que se refere a menino) e o
quando se fala
É mais utilizada
termo “semáforo” pode ser designado por “farol” em São
quando se escreve
Paulo, e “sinal” ou “sinaleiro” no Rio de Janeiro.
Estou muito Caramba, tô muito
atrasado atrasado PRINCÍPIOS GERAIS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE
TEXTO

Quando se fala em linguagem oficial é importante Para compreender um texto, é preciso identificar as
dar atenção aos vícios de linguagem, a fim de que sejam ideias relevantes propostas pelo autor, quando se trata
evitados. Os vícios de linguagem são defeitos, erros de textos argumentativos, como artigos científicos ou
cotidianos que cometemos no emprego da língua, nor- escritos presentes em jornais. Além disso, para respon-
malmente por falta de atenção e pouco conhecimento der questões de interpretação em concursos, deve-se
dos significados das palavras. Confira alguns vícios de observar, além do título e do nome do autor, a fonte da

4
linguagem (lembre-se quando estudarmos a redação qual o texto foi retirado (livro, blog, site, jornal ou outro).

-7
oficial que estes são defeitos que não podem constar A primeira coisa que deve ser observada para uma

91
nas comunicações emitidas pelo poder público): melhor interpretação do texto é a questão que está

.5
sendo discutida. A partir daí, outros pontos devem

51
z Barbarismo: grafia ou pronúncia de uma palavra ser considerados, como, por exemplo, o que o autor

.7
79
em desacordo com a norma culta (como por exem- defende, o que ele rejeita, e os argumentos utilizados
plo escrever “previlégio” ao invés de “privilégio” ou

-0
para sustentar ambos os lados.
pronunciar “RUbrica” quando o correto é “ruBRI- Alguns aspectos que também devem ser identifi-
ZA
ca”); outra forma de barbarismo é o estrangeiris- cados ao ler um texto são as relações entre as ideias
U

mo: vício que se caracteriza pelo uso indevido de mais relevantes do texto e a conclusão do autor após
SO

expressões ou frases estrangeiras em nossa língua, apresentar todos os argumentos prós e contras.
A

como o uso de “performance” ao invés de “desempe- A forma como o autor conta a narrativa muda nos-
LV

nho, exibição”; ou “show”, no lugar de “espetáculo”; sa perspectiva ao ler a obra. Quando lemos um texto,
SI

z Solecismo: desvio da norma em relação à sinta- seja um livro, um artigo científico ou uma matéria de
jornal, sempre nos deparamos com diferentes formas
A

xe. Ex.: “Fazem dois anos que não nos vemos”, no


D

lugar de “Faz dois anos”; ou “Vamos no restauran- de contar histórias, que mudam nossa visão dos perso-
R

te”, no lugar de “Vamos ao restaurante”; nagens principais ou do tema que está sendo abordado.
O

z Cacofonia: mal uso de sons, causado pela junção de Existem três formas básicas de narração, chama-
YG

palavras, como em ela tinha muito dinheiro (parece das de ponto de vista literário em primeira pessoa, em
H

o som de: “é latinha”); beijou na boca dela (“cadela”); segunda e em terceira.


L

A narração em primeira pessoa é fácil de identifi-


EL

z Neologismo: ocorrem quando da criação de uma


palavra nova, ou ainda quando uma palavra exis- car, pois o personagem conta a história de sua própria
XW

tente assume outro significado. Ex.: “deletar”, que perspectiva, do seu ponto de vista. Nesse caso, a leitu-
A

surge principalmente por conta do contexto da ra do livro ou do texto é feita com a visão do persona-
M

informática; gem, e também poderemos conhecer seu pensamento,


z Eco: repetição de um som numa sequência de o que torna a leitura mais intimista. Nessa primeira
palavras (como por exemplo, O acusado foi inter- forma de narrativa, há certas coisas que descobrimos
LÍNGUA PORTUGUESA

rogado pelo magistrado). apenas no decorrer da história, como por exemplo:

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho


Além disso, evite ainda:
Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui
do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.
z O emprego de gírias ou expressões populares (isso Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou
não significa usar palavras difíceis e rebuscadas); da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me ver-
z O uso de jargões (terminologia técnica comum a sos. A viagem era curta, e os versos pode ser que
uma atividade ou grupo específico, comumente não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém,
usada em grupos profissionais ou socioculturais, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três
como por exemplo, “peticionar”, de uso comum ou quatro vezes; tanto bastou para que ele inter-
pelos advogados). Mas isso não quer dizer que rompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
não se pode utilizar uma terminologia específica Trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. 69
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na segunda pessoa, o autor costuma dialogar sua intuição. O autor tem total liberdade para criar
diretamente com o leitor como se ele também fizes- novos significados para a sua narrativa e também
se parte da narrativa. Essa é uma situação rara, que pode definir se ela será apresentada ao leitor por meio
faz o leitor se sentir como um personagem da história. de um ou mais personagens.
Observe no trecho a seguir um exemplo: Quando a história é contada por mais de um perso-
nagem fictício, a transição do ponto de vista do autor
Você veste a camisa, passa um papel nas pontas dos deve ser bem definida e os detalhes devem estar bem
seus sapatos e escuta, desta vez, o aviso do sino que claros, para que isso não confunda o leitor. A menos
parece vaguear pelos corredores da casa e fecha a que o enredo exija, a trama não precisa ser narrada por
porta. Você olha para o corredor; Aura anda com o todos os personagens, então, o autor deve determinar
sino na mão, inclina a cabeça para vê-lo, lhe diz que qual deles deterá o “ponto de vista”. Isso não signifi-
o café da manhã está pronto. ca que, quando for essencial para o desenvolvimento
Trecho do conto Aura, de Carlos Fuentes. da história, um ou mais capítulos não possam conter o
ponto de vista de outros personagens. Após definir esse
A narração em segunda pessoa também é muito ponto, o autor passa a dar um contexto ao seu protago-
utilizada em letras musicais, como podemos ver no nista, traçando uma linha geográfica e temporal.
trecho a seguir: O autor também deve se atentar em estabelecer inti-
midade com o leitor, para que ele se conecte à trama e ao
protagonista e seja capaz de imaginar todos os detalhes,
Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal as sensações e os sentidos que o personagem está viven-
No teu cavalo ciando naquele momento. Por exemplo, quando o autor
Peito nu, cabelo ao vento descreve o trecho na perspectiva do personagem princi-
E o Sol quarando nossas roupas no varal pal, ele não deve citar seu choro, a menos que o prota-
Tu vens, tu vens gonista esteja olhando seu reflexo em um espelho. Mas
Eu já escuto os teus sinais o autor pode descrever a sensação dos olhos enchendo-
Tu vens, tu vens -se de lágrimas, uma ou outra escapando pelo canto dos
Eu já escuto os teus sinais olhos, e o toque da lágrima fria escorrendo pelo rosto.
Trecho da canção Anunciação, de Alceu Valença.
INTERTEXTUALIDADE

4
-7
Já a narração em terceira pessoa coloca o leitor

91
em uma posição externa, como se ele estivesse apenas Vozes Discursivas: Citação, Paródia, Alusão,

.5
observando a ocorrência da ação. Os diálogos são dife- Paráfrase, Epígrafe

51
rentes dos que aparecem da narrativa em primeira

.7
pessoa, pois, neste caso, o autor relata a história como Existem diversos mecanismos que são meios impor-

79
alguém que está apenas expondo o que cada persona- tantes e, muitas vezes, imprescindíveis à construção de

-0
gem disse. Leia o seguinte trecho: sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextua-
lidade. Ao nos referirmos à ideia de construção dos sen-
ZA
O sol estava começando a abaixar e a luz da tarde esta- tidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos
U

va sobre a paisagem quando desceram a colina. Até a estrutura, o propósito comunicativo e a função dos
SO

agora não tinham encontrado vivalma na estrada. [...]. gêneros. Um outro elemento importante para a com-
preensão textual é a intertextualidade, que diz respeito
A

Já estavam andando havia uma hora ou mais quando


LV

Sam parou por um momento, como se escutasse algo. à propriedade de um texto se relacionar com outros.
Estavam agora em terreno plano, e a estrada, depois Para se entender melhor a estrutura e a função
SI

de muitas curvas, estendia-se em linha reta através de do termo intertextualidade, pode-se separar a pala-
A

um capinzal salpicado de árvores altas, [...]. vra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se
D

à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto,


R

Trecho da obra O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien, tradução de


O

Lenita Maria Rímoli Esteves. e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras.


YG

Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir


PONTO DE VISTA DO AUTOR NA LITERATURA da qual podemos dar origem a um outro texto.
H

A intertextualidade está presente em nosso dia


L
EL

O elemento básico da narrativa (que geralmente é o a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da
internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
XW

elemento menos considerado na análise ou construção)


é o ponto de vista do autor. Quando o autor cria uma tamos este exemplo que resume a ideia de intertex-
A

obra, ele insere em suas palavras muito de si. Sua visão tualidade que iremos trabalhar neste material:
M

de mundo, seus valores, sua construção psicológica e


seu ideal de personagens e cenas, seu desejo de expor,
revelar ou ocultar a verdade, dentre outras coisas.
O ponto de vista do autor pode mudar muito o enre-
do a ser elaborado: pode dar dicas ou camuflar even-
tos, pode atribuir ritmo, ajustar pensamentos, nortear
interpretações, explicar detalhes e até mesmo produzir
narrativas fora do texto. Por isso, é necessário investir
algum tempo à análise desse elemento narrativo para
tornar a produção o mais adequada possível, expondo
não apenas o enredo que está sendo narrado, mas tam-
bém o autor que está por trás da narrativa.
O ponto de vista na literatura é a ótica da narrativa
do autor. Esse elemento aparece sorrateiramente na
trama por meio dos seis sentidos do protagonista que
70 são, normalmente, os cinco sentidos, potencializando Fonte: COLARES, 2020, informação verbal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Compreendida a ideia de intertextualidade e apre- Que conhece o que é verdade
sentada sua importância para a análise textual em O amor é bom, não quer o mal
provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer Não sente inveja ou se envaidece
algumas das principais formas de realização da inter- O amor é o fogo que arde sem se ver
textualidade em textos e em gêneros utilizados por É ferida que dói e não se sente
bancas de concurso. É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer [...]
Antes, porém, é necessário apontar que, conforme
Koch e Elias (2015), todos os textos são, em alguma medi- I Carta de São Paulo aos Coríntios
da, recuperadores de outros. Quando o leitor acessa as
ideias e reconhece essa intertextualidade, estamos diante 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
de um processo de intertextualidade stricto sensu. Quan- anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
do não é possível acessar esse teor intertextual, trata-se soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse
de uma intertextualidade lato sensu. Desenvolvemos o o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
quadro abaixo para tornar essa divisão mais didática: e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não
tivesse amor, nada seria [...]
INTERTEXTUALIDADE
11 Soneto – Luis Vaz de Camões

STRICTO SENSU LATO SENSU Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
TEMÁTICA é um contentamento descontente,
ESTILÍSTICA é dor que desatina sem doer.
EXPLÍCITA
IMPLÍCITA
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
PARÓDIA é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
A paródia é um tipo de intertextualidade estilística

4
em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja É querer estar preso por vontade;

-7
verbal ou não-verbal. É muito comum tanto em tex-

91
é servir a quem vence, o vencedor;
tos musicais, nos quais são recuperados a melodia e o é ter com quem nos mata, lealdade [...]

.5
51
estilo do intérprete original, quanto em textos visuais,
REFERÊNCIA

.7
como no exemplo a seguir:

79
A referência é um tipo de intertextualidade explícita,

-0
muito comum e necessária em trabalhos acadêmicos,
ZA
pois ao mencionar uma obra ou autor e suas ideias, o pes-
U
quisador deverá realizar as devidas referências, indican-
SO

do os nomes dos títulos mencionados ao final do trabalho.


Para realizar esse tipo de intertextualidade, deve-
A

mos seguir as regras da Associação Brasileira de Nor-


LV

mas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um


SI

exemplo de referência com a indicação de uma das


A

obras citadas neste material:


D
R
O

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda


YG

Fonte: <https://bit.ly/3mx0k7X>. Acessado em: 12/10/2020.


Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
H

ed. São Paulo: Contexto, 2015.


Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e
L
EL

humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-


lidade textual. As referências também são muito comuns em textos
XW

jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e demais


A

PARÁFRASE documentos que sirvam de embasamento teórico.


M

A paráfrase é uma estratégia intertextual que CITAÇÃO


consiste em recuperar aspectos do tema do texto-fon-
LÍNGUA PORTUGUESA

te, o qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é conside- A citação também é um tipo de intertextualidade explí-
rada um tipo de intertextualidade temática. cita e diz respeito às formas de citação de uma obra. Em
um trabalho acadêmico, por exemplo, quando utilizamos
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que as palavras de outros autores, devemos mencioná-los dire-
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I ta ou indiretamente. A transcrição fiel das palavras do
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos autor do texto-fonte é chamada de citação direta. Quando
de Luís Vaz de Camões. nos baseamos na ideia do autor e escrevemos de outra for-
ma suas palavras, a citação passa a ser indireta.
Monte Castelo – Legião Urbana Independente da maneira como citamos em um
texto, é imprescindível dar os créditos aos autores das
Ainda que eu falasse a língua dos homens obras citadas, por isso, devemos mencioná-los nas cita-
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada ções que também seguem o padrão estabelecido pela
seria. É só o amor, é só o amor ABNT. 71
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Citação direta: que entrava enfim uma existência superiormente
interessante, onde cada hora tinha o seu intuito
“A confiabilidade das fontes citadas confere rele- diferente, cada passo conduzia um êxtase, e a alma
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan- se cobria de um luxo radioso de sensações.”
to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” Eça de Queirós – O Primo Basílio
(BOAVENTURA, 2004, p. 81).
Amor I Love You – Marisa Monte
z Citação indireta:
Deixa eu dizer que te amo
Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao Deixa eu pensar em você
trabalho acadêmico é diretamente proporcional à Isso me acalma, me acolhe a alma
credibilidade das fontes utilizadas, por isso é neces- Isso me ajuda a viver
sário atentar-se para os diversos tipos de citação
[...]
aqui mencionados.
Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
Dica É o amor que está aqui
A citação indireta é um tipo de paráfrase. Amor, I love you (x8)

ALUSÃO Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!


Era a primeira vez que lhe escreviam
A alusão é um intertexto que faz referência a uma Aquelas sentimentalidades
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- E o seu orgulho dilatava-se
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí- Ao calor amoroso que saía delas
cita ou implícita. Como um corpo ressequido
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver- Que se estira num banho tépido
dadeiro presente de grego. Sentia um acréscimo de estima por si mesma
A expressão “presente de grego” faz alusão aos Fonte: <https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/>.
Acessado em: 12/10/2020.
fatos da Guerra de Troia, em que os gregos fingiram

4
-7
presentear os troianos com um cavalo de madeira

91
que fazia parte da estratégia grega para conseguirem Tradução

.5
invadir a cidade de Troia e destruí-la por dentro.

51
A tradução é uma espécie de paráfrase para mui-

.7
EPÍGRAFE tos autores, pois, como sabemos, há palavras e expres-

79
sões que só existem na língua de origem do escritor

-0
A epígrafe é uma pequena citação colocada no iní- original. Dessa forma, a tradução de textos em línguas
cio de capítulos de livros, seções de trabalhos acadê- diferentes é uma aproximação de sentidos, construída
ZA
micos ou de outros gêneros para manter uma relação a partir das leituras e do ponto de vista do tradutor.
U

Muitos escritores brasileiros são considerados como


SO

dessa citação com o assunto abordado na obra.


Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colo- “literatura complexa” por manterem em seus textos
A

cado a epígrafe: “Sei que às vezes uso palavras repe- expressões tão brasileiras que se tornam difíceis de
LV

tidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” expressar em outras línguas. É o caso do mineiro de
SI

(trecho da música Quase sem querer da banda Legião Cordisburgo, Guimarães Rosa, que apresenta uma
linguagem peculiar repleta de neologismos, como os
A

Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextua-


D

lidade e as possibilidades de escrevermos algo com- destacados a seguir:


R

pletamente inédito em nosso contexto atual.


O
YG

Enxadachim: Designa um trabalhador do campo,


OUTROS POSSÍVEIS PROCESSOS INTERTEXTUAIS
H

que luta pela sobrevivência. A palavra reúne “enxa-


MENOS COMUNS EM CONCURSOS
L

da” e “espadachim”.
EL

Taurophtongo: Significa mugido, sendo a palavra


Bricolagem
XW

uma junção de dois termos gregos, relativos a touro


(táuros) e ao som da sala (phtoggos).
A

A bricolagem é um tipo de intertextualidade que Embriagatinhar: A mistura de “embriagado” e


M

atua explicitamente no texto, pois se refere à mescla de “(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que,
vários elementos advindos de vários textos ou de várias de tão bêbada, chega a engatinhar.
obras de arte, em geral. Assim, a principal característi- Velvo: Adaptação do inglês velvet, que significa
ca da bricolagem é o uso de outros fragmentos textuais “veludo”. Na linguagem de Guimarães Rosa, é o
para a formação de uma nova composição textual. nome dado para uma planta de folhas aveludadas.
Esse recurso foi utilizado na letra da canção Amor Circuntristeza: Como a própria palavra sugere,
I love you, de Marisa Monte, na qual a cantora inseriu refere-se à “tristeza circundante”.
um trecho da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz,
para compor a letra da música. Fonte: <https://bit.ly/34DFj5D>. Acessado em: 16/10/2020.

“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamen- Diante desse complexo léxico, como traduzir
te! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas expressões que até para um brasileiro podem ser
sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao difíceis compreender? Por isso, a tradução é um texto
calor amoroso que saía delas, como um corpo res- intertextual, pois cabe ao tradutor adaptar e parafra-
sequido que se estira num banho lépido; Sentia um sear trechos cuja complexidade só poderia ser alcan-
72 acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe çada por falantes nativos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pastiche
Importante!
É um tipo de intertextualidade que ocorre quando um
Cabe relembrar aqui o que são e quais são os ver-
modelo estrutural serve para inspirar um novo quadro,
bos de elocução.
texto ou programa de TV. Um exemplo bem típico deste
último era o programa de TV “Os trapalhões”; o modelo Os verbos de elocução são aqueles que introduzem
humorístico criado pelo trio “Os três patetas”, na década as falas dos personagens.
de 1960, inspirou programas no mundo todo. Os principais são:
O pastiche também é comum em textos imagéticos, Falar, contar, destacar, ressaltar, dizer, afirmar,
como o exemplo a seguir: perguntar, declarar, indagar e questionar.

DISCURSO INDIRETO

Neste discurso, o narrador traz, em suas palavras,


as falas das personagens.
Características:

z É introduzido por um verbo de elocução;


z Logo após há um termo (geralmente “que”), que
mostra a mudança da voz do narrador para a men-
sagem da personagem;
z Não há mudança de linha ou de parágrafo, o texto
corrido;
z O discurso em si está na terceira pessoa do discur-
so (ele, ela, eles, elas).

MUDANÇA ENTRE OS DISCURSOS

4
Em questões de concurso, geralmente é aborda-

-7
91
da a mudança de um discurso para o outro. Seja do
direto para o indireto ou do indireto para o direto, há

.5
51
mudanças principalmente nos verbos, e elas devem
ser observadas para manter a correção gramatical.

.7
79
-0
Passagem de Discurso Direto para Discurso Indireto
ZA
No caso da passagem do discurso direto para o discur-
U
so indireto, é necessário acrescentar informações como
SO

um pronome ou o nome do autor da mensagem e mudar


o tempo verbal. Além disso, são eliminadas as pontuações
A
LV

Fonte: <https://bit.ly/3e8lV3V>. Acessado em: 12/10/2020. como travessão e dois-pontos, já que o texto é corrido.
Por exemplo:
SI

TIPOS DE DISCURSO Discurso direto: João afirmou:


A

— Comecei minha faculdade na semana passada.


D

Discurso indireto: João afirmou que começou sua


R

Nos textos narrativos, existem dois tipos de discur-


O

so que podem ser utilizados ao tratar de diálogos ou faculdade na semana anterior.


YG

“falas” dos personagens. São eles o discurso direto e o Discurso direto: Luna e Ana disseram:
— Nós viajaremos amanhã.
H

discurso indireto, explicaremos as características de


Discurso indireto: Elas disseram que viajariam
L

cada um a seguir.
EL

no dia seguinte.
As mudanças ocorrem em diversos aspectos, como
XW

DISCURSO DIRETO
destacaremos a seguir2:
A

É a reprodução exata ou literal da fala das perso-


M

nagens, sem participação do narrador. Ele é bastante z Mudança das pessoas do discurso
comum em muitos textos exatamente por transcrever
literalmente as palavras do outro, além disso, aproxi-
LÍNGUA PORTUGUESA

ma o leitor da história. DISCURSO DISCURSO


MUDANÇA
Características: DIRETO INDIRETO

z Introduzido por um verbo de elocução; 1ª pessoa passa para 3ª pessoa


z Usa dois-pontos;
z Há mudança de linha para um novo parágrafo; pronomes (eu, passam pronomes (ele,
z É iniciado por um travessão, que indica a mudança nós) para ela, eles, elas)
da voz do narrador para a voz da personagem;
z O discurso em si está na primeira pessoa do discur-
so (eu/nós).

2 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: <https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/>. Acesso em: 28 mar.
2022. 73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DISCURSO DISCURSO
DISCURSO DISCURSO MUDANÇA
MUDANÇA DIRETO INDIRETO
DIRETO INDIRETO
agora passa para naquele momento
pronomes (ele,
pronomes (me, ela, eles, elas, amanhã passa para no dia seguinte
passam
mim, comigo, nos, lhe, lhes, se, si, aqui, aí, cá passam para ali, lá
para
conosco) consigo, o, os,
a, as) aquele, aquela,
este, esta, isto passam para
aquilo
pronomes (meu,
meus, minha,
passam pronomes (seu, DISCURSO INDIRETO LIVRE
minhas, nosso,
para seus, sua e suas)
nossos, nossa,
nossas) Para finalizar, é importante mencionar o discurso
indireto livre, que é mais dinâmico. Nele, as falas das
personagens (na 1ª pessoa) estão inseridas dentro do
z Mudança nos tempos verbais discurso do narrador (na 3ª pessoa). Ou seja, há uma
mistura dos dois tipos anteriores. Neste tipo, nem
sempre há o uso dos verbos de elocução.
DISCURSO DISCURSO Esse tipo de discurso não apresenta uma estrutura
MUDANÇA fixa, mas também não há indício da introdução das
DIRETO INDIRETO
falas das personagens no texto.
Não é muito indicado porque as duas vozes são
pretérito confundidas dentro da narração, já que ele funciona
presente do
passa para imperfeito do como se o narrador assumisse o papel do personagem,
indicativo
indicativo mostrando o seu ponto de vista.
pretérito mais- Exemplo de discurso indireto livre:
pretérito perfeito Juliana estava revoltada com o namorado e com
passa para que-perfeito do

4
do indicativo a briga que tiveram. Como Paulo foi capaz de falar

-7
indicativo
aquelas coisas? Quem é que ele pensa que é?

91
futuro do

.5
futuro do presente

51
passa para pretérito do
do indicativo
indicativo

.7
79
pretérito SEMÂNTICA

-0
presente do
passa para imperfeito do
subjuntivo CONSTRUÇÃO DE SENTIDO
ZA
subjuntivo
U

pretérito
SO

futuro do O Significado das Palavras


passa para imperfeito do
subjuntivo
A

subjuntivo quando escolhemos determinadas palavras ou


LV

expressões dentro de um conjunto de possibilidades


pretérito
SI

de uso, estamos levando em conta o contexto que


imperativo passa para imperfeito do
A

influencia e permite o estabelecimento de diferentes


D

subjuntivo
relações de sentido. Essas relações podem se dar por
R

meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-


O

z Mudança na pontuação das frases


YG

mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.


H
L

DISCURSO Importante!
EL

DISCURSO DIRETO MUDANÇA


INDIRETO
XW

Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-


frases interrogativas passam frases sões de um idioma.
A

(?) para declarativas (.)


M

Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões


frases exclamativas passam frases que cada falante seleciona do léxico para se
(!) para declarativas (.) comunicar.
frases imperativas passam frases
(! ou .) para declarativas (.) SINONÍMIA

z Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais São palavras ou expressões que, empregadas em um
determinado contexto, têm significados semelhantes. É
importante entender que a identidade dos sinônimos
DISCURSO DISCURSO é ocasional, ou seja, em alguns contextos uma palavra
MUDANÇA pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não
DIRETO INDIRETO
acontecer em outras situações. O uso das palavras “cha-
ontem passa para no dia anterior mar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocorrer de
maneira equivocada se utilizadas como sinônimos, uma
hoje passa para naquele dia
74 vez que a intensidade de suas significações é diferente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O emprego dos sinônimos é um importante recurso concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
para a coesão textual, uma vez que essa estratégia reve- concerto (sessão musical) conserto (reparo)
la, além do domínio do vocabulário do falante, a capaci- coser (costurar) cozer (cozinhar)
dade que ele tem de realizar retomadas coesivas, o que exotérico (que se expõe em
esotérico (secreto)
contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. público)
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
ANTONÍMIA assiste) esperança, que espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
São palavras ou expressões que, empregadas em espiar (observar) expiar (pagar pena)
um determinado contexto, têm significados opostos. espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em estático (imóvel) extático (admirado)
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- esterno (osso do peito) externo (exterior)
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é extrato (o que se extrai de
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: estrato (camada)
algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Fonte: <https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.
php>. Acessado em: 17/10/2020

PARONÍMIA

4
-7
Parônimos

91
.5
Parônimos são palavras que apresentam sentido

51
diferente e forma semelhante, conforme demonstra-

.7
Fonte: <https://bit.ly/3kETkpl>. Acesso em: 16/10/2020.
mos nos exemplos a seguir:

79
-0
A relação de sentido estabelecida na tirinha é cons-
z Absorver/absolver
truída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” ZA
e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.
„ Tentaremos absorver toda esta água com espon-
U
SO

jas. (sorver)
HOMONÍMIA
„ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
A

de seus pecados. (inocentar)


LV

Homônimos são palavras que têm a mesma pro-


SI

núncia ou grafia, porém apresentam significados dife-


z Aferir/auferir
A

rentes. É importante estar atento a essas palavras e a


D

seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô-


„ Realizaremos uma prova para aferir seus
R

nimos importantes:
O

conhecimentos. (avaliar, cotejar)


YG

„ O empresário consegue sempre auferir lucros


acender (colocar fogo) ascender (subir)
H

em seus investimentos. (obter)


acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
L
EL

acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) z Cavaleiro/cavalheiro


XW

apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)


bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) „ Todos os cavaleiros que integravam a cava-
A
M

bucho (estômago) buxo (arbusto) laria do rei participaram na batalha. (homem


caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) que anda de cavalo)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) „ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre
LÍNGUA PORTUGUESA

sela (forma do verbo selar; sempre as portas para eu passar. (homem edu-
cela (pequeno quarto) cado e cortês)
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção) z Cumprimento/comprimento
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar) „ O comprimento do tecido que eu comprei é de
3,50 metros. (tamanho, grandeza)
cervo (veado) servo (criado)
„ Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de
z Delatar/dilatar
pagamento) xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
„ Um dos alunos da turma delatou o colega que
cito (forma do verbo citar) sito (situado) chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar) 75
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan- FIGURAS DE LINGUAGEM
do seu estômago. (alargar, estender)
O processo de comunicação é composto por vários
z Dirigente/diligente elementos. O linguista Jakobson estudou esse proces-
so e entendeu que, para que a comunicação ocorra,
são necessários alguns elementos que compõem este
„ O dirigente da empresa não quis prestar decla-
rações sobre o funcionamento da mesma. (pes- processo. A partir dessa teoria, cada elemento está
soa que dirige, gere) associado a uma função da linguagem.
„ Minha funcionária é diligente na realização de O esquema a seguir mostra a relação que cada um
suas funções. (expedito, aplicado) desses elementos exerce dentro do contexto da emis-
são de uma mensagem. Após uma visualização aten-
ta, conheceremos, de modo mais detalhado, cada um
z Discriminar/descriminar
desses elementos, a fim de compreender suas funções
dentro do processo comunicativo.
„ Ela se sentiu discriminada por não poder
entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
„ Em muitos países se discute sobre descrimi- CONTEXTO/REFERENTE

nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar,


inocentar) Emissor Mensagem Receptor

Fonte: <https://www.normaculta.com.br/palavras-
-par onimas/>. Acessado em 17/10/2020. Canal

POLISSEMIA
Código

Polissemia (Plurissignificação)
Elementos da Comunicação
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-

4
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras z Emissor: quem formula a mensagem para enviar.

-7
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre O emissor pode ser uma “pessoa” ou o eu-lírico,

91
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- uma empresa, uma instituição; é quem estabelece

.5
semia é encontrada no exemplo a seguir:

51
a intencionalidade da mensagem;
z Receptor: recebe a mensagem do emissor;

.7
79
z Mensagem: trata-se da mensagem propriamente

-0
dita, o que foi comunicado;
z Canal: é o meio através do qual a mensagem é
ZA
transmitida;
U
z Referente: trata-se do contexto e do assunto sobre
SO

o qual trata a mensagem;


z Código: é o sistema linguístico utilizado para pro-
A
LV

duzir a mensagem. No caso das mensagens em lín-


gua portuguesa, o código é a própria língua.
SI

Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.


A
D

z Hipônimo e Hiperônimo Funções da Linguagem


R
O

Relação estabelecida entre termos que guardam São, ao todo, seis funções da linguagem, as quais
YG

relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra- estão relacionadas a cada um dos elementos da lin-
H

dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – guagem. Vejamos:


L

carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...


EL

z Emotiva/Expressiva: Nos textos em que predo-


XW

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO mina a função emotiva, o foco está em transmitir


a mensagem de acordo com os sentimentos do
A
M

A linguagem em uso pode assumir papéis sociais autor. A maior preocupação do emissor é conse-
diferentes, bem como significados diferentes a depen- guir externar suas opiniões, sensações, emoções e
der do contexto. Em relação a esse tema, podemos sentimentos.
falar em:
Suas principais características são:
z Linguagem denotativa: quando as palavras são
usadas com o seu significado real. Geralmente, é „ Verbos na primeira pessoa;
utilizada em artigos, notícias, editoriais, reporta- „ Pronomes em primeira pessoa (eu, meu, nosso,
gens e documentos; minha);
z Linguagem conotativa: quando as palavras assu- „ Utiliza linguagem subjetiva;
mem novos significados dentro de determinado „ Utiliza figuras de linguagem;
contexto. Esse tipo de linguagem é marcado pelo „ Explora o ponto de vista do emissor.
uso de figuras de linguagem, que conferem às pala-
vras novos sentidos. Geralmente, essa linguagem é Os gêneros em que mais vemos a função emotiva
vista em obras literárias e poéticas, letras de músi- em destaque são as cartas, alguns poemas, diários,
76 cas e anúncios publicitários. relatos, depoimentos e artigos de opinião.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exemplo: com o interlocutor. Geralmente, está presente na ora-
lidade, mas também pode aparecer na escrita.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Suas principais características são:
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento. „ Tempo verbal variável
„ Linguagem objetiva
(Soneto da Felicidade, Vinícius de Moraes)
„ Uso da linguagem verbal
z Conativa/Apelativa: A função conativa está cen-
trada no receptor da mensagem. A mensagem é Exemplos: Alô!/ Bom dia!/ Tchau!/ Oi!/ Até logo!
construída com a intenção de convencer ou per-
suadir o leitor/receptor. z Metalinguística: A função metalinguística é carac-
terizada por usar determinada forma de código
Suas principais características são: para explicar o próprio código, como as músicas
que falam de canções, um vídeo do youtube que
„ Verbos no imperativo; apresenta um tutorial de como postar vídeos nessa
„ Linguagem clara e objetiva; plataforma, dentre outros.
„ Pode mesclar linguagem verbal e não verbal.
Suas principais características são:
Seus gêneros mais comuns são: anúncios publici-
tários escritos ou em vídeo, cartas argumentativas,
„ Não apresenta estrutura fixa;
discursos políticos, sermões religiosos, dentre outros.
„ Linguagem objetiva.
Exemplo:
Exemplo: Lutar com palavras é a luta mais vã.

(Carlos Drummond de Andrade)

z Referencial: O objetivo principal desta função é


informar, portanto o foco está no referente (con-

4
-7
texto de uso). Também pode ser chamada de fun-

91
ção informativa.

.5
51
Suas principais características são:

.7
79
„ Impessoalidade;

-0
„ Escrito na terceira pessoa;
„
ZA
Linguagem objetiva;
„ Linguagem denotativa.
U
SO

Seus principais gêneros são: artigos científicos,


A

z Poética: A função poética não está restrita aos poe- notícias, textos jornalísticos e materiais didáticos.
LV

mas. Ela é caracterizada pela construção de uma Exemplo:


SI

mensagem, valorizando a estilística com a presença


Operação da PF combate fraudes ao auxílio
A

de figuras de linguagem, rimas e escolha vocabular. emergencial em oito estados


D

Costuma estar presente em textos em poesia ou em


R

prosa, sendo mais comum em textos poéticos. A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (4)
O
YG

a Operação Quarta Parcela, para combater fraudes


Suas principais características são: ao auxílio emergencial pago pelo governo federal à
H

população para aliviar os efeitos econômicos da pan-


L

„ Tempo verbal variável;


demia de covid-19.
EL

„ Linguagem subjetiva; Cerca de 100 policiais federais cumprem 28 man-


XW

„ Presença de figuras de linguagem; dados de busca e apreensão e sete mandados de


„ Presença de rimas e repetições;
A

sequestro de bens, nos estados do Amazonas, Bahia,


M

„ Pode mesclar linguagem verbal e não verbal. Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rondônia, Maranhão e
São Paulo. Por determinação judicial, mais de R$ 170
Exemplo: mil foram bloqueados.
LÍNGUA PORTUGUESA

João amava Teresa que amava Raimundo “Os objetivos da atuação conjunta e estratégica são
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili a identificação de fraudes massivas e a desarticulação
que não amava ninguém. de organizações criminosas que atuam causando pre-
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o juízos ao programa assistencial e, por consequência,
convento, atingindo a parcela da população que necessita desses
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, valores”, informou a Polícia Federal.
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Além da PF, participam dessa operação o Ministé-
Fernandes rio Público Federal, Ministério da Cidadania, a Caixa,
que não tinha entrado na história. Receita Federal, Controladoria-Geral da União e o Tri-
bunal de Contas da União.
(Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade)
Fonte: <https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2021/03/04/
z Fática: O foco desta função é no canal de comunicação, operacao-da-pf-combate-fraudes-ao-auxilio-emergencial-em-
havendo interesse apenas em manter a comunicação oito-estados.html> 77
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos resumir, portanto, a relação entre os ele- Polissíndeto
mentos da linguagem e as funções da linguagem con-
forme o esquema a seguir, que destaca as funções e o Figura que consiste no uso excessivo e repetitivo
elemento mais importante para cada uma delas. de conjunções.
Ex.: “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...” (Ola-
vo Bilac)
Função Referencial “Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto
(Contexto/Referente) Oliveira)

Assíndeto
Função Poética
(Mensagem) É a figura que consiste na omissão reiterada de
Função Função conjunções. Geralmente a conjunção omitida é a coor-
Emotiva Conotativa denativa. Essa estratégia torna a leitura do texto mais
(Emissor) (Receptor)
Função Fática
clara e dinâmica.
(Canal) Ex.: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se
esqueça.” (Pitty)
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)

Função Metalinguística Anáfora


(Código)

Consiste na repetição de palavra ou expressões no


FIGURAS DE SINTAXE início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum
em textos estruturados em versos consecutivos (poe-
Consistem em modificações da estrutura da oração mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a
(ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou repe- mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido.
tição de termos. Nesse caso, essas alterações ocorrem Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
para conferir mais expressividade ao enunciado. É um resto de toco, é um pouco sozinho

4
É um caco de vidro, é a vida, é o sol

-7
Elipse É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom

91
Jobim)

.5
Utilizada para omitir termos numa oração que não
“Quando não tinha nada eu quis

51
foram mencionados anteriormente, mas que podem
Quando tudo era ausência, esperei

.7
ser facilmente identificados pelo interlocutor. Essa
Quando tive frio, tremi

79
omissão pode ser percebida por indícios gramaticais
Quando tive coragem, liguei”. (Daniela Mercury)

-0
ou dentro do próprio contexto.
Ex.: Ana Rita arrumou-se para o trabalho. Estava ZA
atrasada. (“elipse sujeito -ela”) Aliteração
U

Os alunos e as alunas, mãos erguidas contra os


SO

políticos, caminhavam pelas ruas. (elipse da preposi- Recurso sonoro que consiste na repetição de sons
ção – “de mãos erguidas”) consonantais para intensificar a rima e o ritmo.
A
LV

Ex.: “Chove chuva choverando” (Oswald de Andrade)


Zeugma “Se desmorono ou se edifico,
SI

se permaneço ou me desfaço,
A

Considerado um caso particular de elipse, o zeug-


D

— não sei, não sei. Não sei se fico


ma consiste omissão em orações seguintes de palavras
R

ou passo.” (Cecília Meireles)


expressas na oração anterior.
O
YG

Ex.: Eu sou professora; minha amiga, advogada.


Desembrulhe essa caixa enquanto eu desembru- Assonância
H

lho a outra.
L

Figura de linguagem que aborda o uso de som em


EL

Pleonasmo harmonia. Caracterizada pela repetição de vogais.


XW

Ex.: “A pálida lágrima de Flávia” – repetição da


Consiste na repetição de termos ou ideias com o vogal a.
A

objetivo de realçá-las, tornando-as mais expressivas.


M

“Amo muito tudo isso” – repetição do som da vogal u.


Ex.: “É rir meu riso e derramar meu pranto”. (Viní-
cius de Moraes) Onomatopeia
“Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se
a si mesma.” (Machado de Assis).
Recurso sonoro que procura representar os sons
Dica específicos de objetos, animais ou pessoas a partir de
uma percepção aproximada da realidade.
Existe o pleonasmo literário, que é um recur- Ex.: “O tic tac do relógio me deixava mais angus-
so estilístico aceitável e muito explorado na tiado na prova”.
literatura e na música. O problema é quando o “Psiiiiiu! – Falou o professor no momento da reunião”.
pleonasmo se torna vicioso. Expressões como
“fatos reais”, “subir para cima”, “ganhar de gra- Hipérbato ou Inversão
ça”, “cego dos olhos” e outras constituem um
vício de linguagem. A repetição da ideia tor- Caracteriza-se pela inversão proposital da ordem
na-se, portanto, desnecessária, pois não traz direta dos termos da oração. Essa inversão confere
78 nenhum reforço à ideia apresentada. maior efeito estilístico na construção do enunciado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: “Os bons vi sempre passar / no mundo graves de relação de semelhança, é que a comparação se esta-
tormentos” (Luiz Vaz de Camões) belece com o uso de conectivos.
Na ordem direta seria: Eu sempre vi passar os Ex.: Minha boca é como um túmulo.
bons no mundo de graves tormentos. A menina é como um doce.
Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã
Anástrofe nublada.

Diferentemente do hipérbato, a anástrofe consiste Metáfora


na inversão mais sutil dos termos da oração, não pre-
judicando o entendimento do enunciado. Consiste em usar uma palavra ou expressão em lu-
Ex.: gar da outra em razão de algumas semelhanças (ana-
“Sabes também quanto é passageira essa desavença logia) conceituais. É recurso que está associado ao em-
Não destrates o amor”. (Jacob do Bandolim) prego da palavra fora do seu sentido normal.
Utilizando a figura de linguagem teríamos: “Sabes Ex.: O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.
também quanto essa desavença é passageira”. (Carlos Drummond de Andrade)
Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernan-
Silepse do Pessoa)
Observe:
Consiste na concordância com o termo que está sub- Metáfora: relação de semelhança não explícita.
tendido na oração e não com o termo expresso na oração.
(Concordância ideológica). Existem três tipos de silepse:
O que foi isso, Foi um candidato
z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre homem? “ficha suja” que
os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e me abraçou...
adjetivos. Notamos na oração a presença do con-
traste entre os gêneros masculino e feminino.
Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de tra-
tamento certamente se refere a alguma autoridade do

4
-7
sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.);

91
.5
z Silepse de Número: Há uma discordância entre o

51
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa

.7
uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo con-

79
corda com a ideia que nele está contida.

-0
Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (“fala-
vam” concorda com “alunos”); ZA
Comparação: relação de semelhança estabele-
U
cida por conectivos.
z Silepse de Pessoa: Há uma discordância entre o
SO

verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujeito


A

da oração. Geralmente o emissor se inclui no sujei-


LV

to expresso em 3ª pessoa do plural, realizando a


SI

flexão verbal na primeira pessoa.


A
D

Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do


R

futebol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)


O
YG

Anacoluto
H
L
EL

Consiste na quebra ou interrupção da estrutura


normal. Um dos termos da oração fica desvinculado
XW

do restante da sentença e não estabelece nenhuma


A

ligação sintática com os demais.


M

Ex.: Meu vizinho, ouvi dizer que está muito doente. Fonte: <instagram.com/academiadotexto>. Acesso em: 16/10/2020.

FIGURAS DE PALAVRAS Metonímia


LÍNGUA PORTUGUESA

As figuras de palavras estão associadas ao significa- Consiste na substituição de um termo pelo outro
do delas. Caracterizam-se por apresentar uma substi- em virtude de uma relação de proximidade ou conti-
tuição ou transposição do sentido real da palavra para nuidade. Essa relação é qualitativa e pode ser realiza-
assumir um sentido figurado construído dentro de um da dos seguintes modos:
contexto. A substituição de uma palavra por outra pode
acontecer por uma relação muito próxima (contiguida- � A parte pelo todo:
de) ou por uma comparação/analogia (similaridade). Ex.: O brasileiro trabalha muito para garantir o
pão aos filhos (O brasileiro trabalha muito para
Comparação garantir alimento aos filhos).
� O autor pela obra:
Analogia explícita entre dois termos; a principal dife- Ex.: Os leitores de Machado de Assis são cultos (Os
rença entre a comparação e a metáfora, que é outro tipo leitores da obra de Machado de Assis são cultos). 79
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� O continente pelo conteúdo: provenientes de diferentes sentidos (visão, audição, olfa-
Ex.: A menina bebeu a jarra de suco inteira (A to, paladar e tato). Na sinestesia, a percepção ou sensação
menina bebeu todo o suco da jarra). de um sentido é atribuída a outro.
� A marca pelo produto: Ex.: “As falas sentidas, que os olhos falavam.” (Ca-
Ex.: Minha filha pediu uma Melissa de aniversário simiro de Abreu)
(Minha filha pediu uma sandália de aniversário). “E o pão preserve aquele branco sabor de alvora-
� Singular pelo plural: da”. (Ferreira Gullar)
Ex.: O cidadão deve cumprir seus deveres legais
(Os cidadãos devem cumprir seus deveres legais). FIGURAS DE PENSAMENTO
� O concreto pelo abstrato:
Ex.: A juventude está cada vez mais ansiosa (Os
Processo expressivo que enfatiza o aspecto semân-
jovens estão cada vez mais ansiosos).
tico da linguagem. As figuras de pensamento introdu-
� A causa pelo efeito:
Ex.: Comprei a casa com o meu suor (Comprei a zem uma ideia diferente daquela que a palavra em
casa com o meu trabalho). seu sentido real exprime.
� O instrumento pelo agente:
Ex.: O carro atropelou o cachorro (O motorista do Antítese
veículo atropelou o cachorro).
� A coisa pela sua representação: Consiste no emprego de conceitos que se opõem e que
Ex.: O sonho de muitos candidatos é chegar ao podem ocorrer de maneira simultânea em uma mesma
Palácio do Planalto (O sonho de muitos candida- oração. Na antítese, os conceitos antônimos não se contra-
tos é chegar à Presidência da República). dizem e estão relacionados a referentes distintos.
� O inventor pelo invento: Ex.: “Tristeza não tem fim, felicidade sim!” (Viní-
Ex.: Diego comprou um Picasso no museu (Diego cius de Moraes)
comprou uma obra de Picasso no museu). “O mito não é nada que é tudo”. (Fernando Pessoa)
� A matéria pelo objeto:
Ex.: Custou-me apenas algumas pratas aque- Personificação ou Prosopopeia
la mobília. (Custou-me apenas algumas moedas
aquela mobília.) Consiste em atribuir características, sentimentos e

4
� O proprietário pela propriedade

-7
comportamentos próprios de seres humanos a seres
Ex.: Vou ao médico buscar meus exames (Vou ao

91
irracionais ou inanimados. É uma figura muito usada
consultório médico buscar meus exames).

.5
em textos literários, como fábulas e apólogos.

51
Ex.: “O cravo brigou com a rosa debaixo de uma
Sinédoque

.7
sacada...” (cantiga popular).

79
“As pedras andam vagarosamente”.

-0
Atualmente as gramáticas não realizam distinção
entre metonímia e sinédoque; a diferença entre essas Paradoxo ZA
figuras é tênue. Na sinédoque, a relação que se estabe-
U
lece entre os termos é quantitativa, ou seja, quando Consiste no emprego de conceitos opostos e contra-
SO

se amplia ou se reduz a significação das palavras. As


ditórios na representação de uma ideia. No paradoxo,
relações entre os termos são basicamente as seguin-
A

embora os termos pareçam ilógicos, são perfeitamen-


LV

tes: parte pelo todo, singular pelo plural, gênero pela


te aceitáveis no campo da literatura, o que confere ao
espécie, particular pelo geral (ou vice-versa).
SI

autor uma licença poética.


Ex.: O homem é um ser mortal (os homens).
A

Ex.: “Se lembra quando a gente chegou um dia a


É preciso pensar na criança (nas crianças).
D

acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o


R

pra sempre sempre acaba” (Cássia Eller)


O

Antonomásia ou Perífrase
“Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves)
YG

A antonomásia é uma figura que consiste na subs-


H

tituição de um nome próprio (de pessoa) por uma ex- Eufemismo


L
EL

pressão que lhe confere alguma característica ou atri-


Consiste no emprego de uma palavra ou expressão
XW

buto que o distingue (epíteto). É a substituição de um


nome por outro, o que pode configurar uma espécie que serve para amenizar/ suavizar uma informação
A

de apelido para o ser designado. desagradável ou fatídica. É um recurso essencial para


M

Ex.: O poeta dos escravos é autor do célebre poema validar a polidez nas relações sociais.
“O navio negreiro”. (Castro Alves) Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de bele-
Este aeroporto tem o nome do pai da aviação. (San- za.” (feia)
tos Dumont) “Aquele pobre homem entregou a alma a Deus”
Observação: A antonomásia é uma espécie de (morreu)
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi-
sas, animais ou lugares) por meio de características, Hipérbole
atributos ou um fato que o celebrizou.
Ex.: Fomos ao zoológico ver o rei da selva. (leão) Uso de expressões intencionalmente exageradas
Adoraria conhecer a cidade luz. (Paris) para dar maior ênfase à mensagem expressa pelo
Qualquer dúvida consulte o pai dos burros. (dicionário) emissor.
Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
Sinestesia Nossos destinos foram traçados na maternidade”.
(Cazuza)
Consiste no recurso que engloba um conjunto de per- “Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”.
80 cepções e sensações interligadas aos processos sensoriais (Pollo)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ironia 2. De vagas autônomas de garagem ou de espaços
para estacionamento de veículos;
Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga- 3. De espaços destinados à publicidade.
mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia z Separar orações muito extensas ou que já possuam
tem como objetivo satirizar uma situação desagradá- vírgula.
vel ou depreciar alguém pelo seu comportamento. Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de
Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e saber que alguma coisa que se disse por acaso
onze contos de réis...” (Machado de Assis) ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou
“Parece um anjinho, briga com todos”. com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma
vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
Gradação z Substituindo a vírgula.
Ex.: Amanhã terei duas provas; porém, ainda não
Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou consegui estudar nada.
não) em uma escala progressiva de maior ou menor
intensidade à expressão. Os termos da oração são fru- Uso dos Dois-Pontos (:)
tos de uma hierarquia e podem ser de ordem crescen-
te ou decrescente. Quando:
Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bi-
lião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” z Inicia-se uma fala ou citação.
(Machado de Assis) Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso.
“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Montei- z Inicia-se uma enumeração.
ro Lobato) Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não
estou de acordo e não mudo de ideia neste caso.
Apóstrofe
Uso do Travessão (–)
Consiste na invocação de alguém ou alguma coisa
Utilizado para indicar fala e mudança de interlo-
personificada. Essa figura de linguagem realiza-se por
cutor dentro de um diálogo, ou para desempenhar o
meio de um vocativo. A apóstrofe é um recurso estilís-

4
papel de vírgula ao separar orações intercaladas.

-7
tico muito utilizado na linguagem informal (cotidia- Ex.:

91
na), nos textos religiosos, políticos e poéticos. –Quais ideias você tem para revelar?

.5
Ex.: “Liberdade, Liberdade! É isso que pretende- –Não sei se serão bem-vindas.

51
mos nessa luta”. –Não importa, o fato é que assim você estará con-

.7
“Senhor, tende piedade de nós”. tribuindo para a elaboração deste projeto.

79
–Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou

-0
chamar sua mãe!
ZA
PONTUAÇÃO E EFEITOS DE SENTIDO Uso dos Parênteses ( )
U
SO

PONTUAÇÃO Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar


A

melhor o que foi falado ou para indicar algo relacio-


LV

nado ao texto.
Uso da Vírgula
SI

Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de


A

saúde da população (o que pode ser explicado pelo rit-


D

A vírgula (,) é utilizada para: mo de vida da atualidade).


R
O

z Isolar o vocativo na oração. Uso do Ponto (.)


YG

Ex.: Catarina, busque seu irmão!


H

z Separar palavras com a mesma função na oração. É usado no final da frase, e indica pausa total.
L

Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois Ex.: Não tenho nada a declarar.
EL

dormiu.
XW

z Isolar o aposto na oração. Uso do Ponto de Interrogação (?)


Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente.
A
M

z Separar nomes dos locais e datas. Em geral, utilizado ao final de perguntas.


Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020. Ex.: Quer sair comigo esta noite?
Em alguns casos, pode expressar espanto, por exem-
LÍNGUA PORTUGUESA

Uso do Ponto e Vírgula (;) plo: “Como assim? Não acredito que mentiu para mim!”

É utilizado para: Uso das Reticências (…)

� Separar itens em enumeração Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso,


Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se interrompido ou para deixar a ideia de continuidade.
pelo disposto nesta Lei. Ex.: Essa vista me traz uma paz, um bem-estar,
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas
Civil e pelas leis especiais: o ambiente...
a) as locações:
1. De imóveis de propriedade da União, dos Esta- Uso do Ponto de Exclamação (!)
dos dos Municípios, de suas autarquias e fundações
públicas; Utilizado para: 81
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Frases que expressam sentimentos, emoção e Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais
intensidade. a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
Ex.: Que alegria você aqui! / Não pense nisso! / Que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
absurdo!
z Depois de vocativos ao final da frase e de interjeições. Uso da Barra (/)
Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe daqui,
menina! (vocativo). Embora não existam muitas regras definidas a
Uso das Aspas (“) respeito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase
sempre, com função de separar elementos que apre-
São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro- sentam alternativas.
priar de gírias ou expressões estrangeiras. Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/
Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo preta. (azul ou preta).
mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou
do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor- Nesse caso, ela está sendo usada para separar as
tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). / duas conjunções (e e ou). Veja;
Ele está muito “zen” hoje. Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou
provas.
Uso dos Colchetes ( [ ] ) Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser
Possui a mesma função que os parênteses, porém é feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma
utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos. separada, individual (trabalhos ou provas).
Veja alguns de seus empregos:
USO DOS “PORQUÊS”
z Para intercalar palavras ou símbolos não perten-
centes ao texto. Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por
Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan- quê”, “porque” ou “por que” é uma dúvida frequente.
dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras Observe a seguir as situações nas quais deve-se utili-
de papiamento que você, com certeza, vai usar: zar cada uma das formas:
1- Bo ta bon? [Você está bem?]

4
-7
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] Por que

91
� Para inserir comentários e observações em textos

.5
já publicados. z Quando se subentende como motivo, podendo

51
Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a Síl- ocorrer em perguntas diretas ou indiretas.

.7
vio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, Ex.: Por que não são tomadas as devidas providências?

79
autor de “Inocência”] z Quando pode ser substituído pelo pronome pelo

-0
� Para indicar omissões de partes na transcrição de
qual e por suas flexões.
um texto. ZA
Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual)
Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo
ele não compareceu.
U

antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha-


SO

do de Assis)
� Em definições do dicionário, para fazer referência Por quê
A
LV

à etimologia da palavra.
Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que z Quando é entendido também como motivo e está
SI

predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / ! … - .
A

alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimô- Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber
D

nio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio) por quê.


R
O

Houve nova desvalorização da moeda por quê?


YG

Uso do Asterisco (*) Não sabia por quê, mas estava confiante.
H
L

Pode ser utilizado: Porquê


EL
XW

z Em substituições de nomes próprios não mencionados. z Utilizado quando corresponder a um substantivo.


Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar. Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude precipitada.
A

O Dr. * não se comportou de forma ética.


M

Porquês interessantes nos esperam.


z Em remissões a notas ou explicações contidas em
pé de páginas ou ao final de capítulos. Porque
Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata-
ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
z Conjunção causal;
morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos
à conclusão de que este afixo está ligado a estabeleci- z Conjunção explicativa;
mento comercial. Em alguns contextos pode indicar z Conjunção final (correspondente ao para que);
atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria etc. z Pergunta com resposta implícita.
* É o morfema que não possui significação autôno- Ex.: Os servidores fizeram cursos de aperfeiçoa-
ma e sempre aparece ligado a outras palavras. mento porque a chefia os obrigou.
Você está feliz porque ele chegou.
Uso do Parágrafo (§) Os jovens são os melhores empreendedores, até por-
que aceitam riscos que os mais velhos não assumiriam.
Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, sig-
nificando Signum sectionis (sinal de seção/corte). Seu Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com
82 uso é comum nos códigos de leis. dúvidas, dê uma olhada nesta tabela.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Usado em respostas, para dar Ex.: Devemos nos amar, que o ódio consome e des-
PORQUE explicações trói a alma;
Ex.: Não fui à praia porque estava doente z Conjunção com valor próximo de “porque”.
Ex.: Corram, que o tornado está próximo da nossa
Usado para fazer perguntas, no início da cidade!;
frase z Conjunção com valor próximo de “embora”, “ain-
POR QUE da que”
Ex.: Por que não visitou sua irmã mais
cedo? Ex.: Que não gostem da nossa presença, vamos
comparecer!;
Usado para dar motivo, a razão de algu- z Conjunção que exprime consequência.
ma coisa, porém como substantivo Ex.: Tanto pediu que foi atendido;
PORQUÊ
Ex.: Acho justo me dizer o porquê de es- z Substantivo: quando se refere ao próprio “que”, vem
tar agindo assim acentuado por ser monossílabo tônico, acompanha-
do de artigo ou de palavra com valor de adjetivo.
Usado ao final de perguntas, podendo ser Ex.: Este livro tem um quê de instigação e mistério;
seguido por ponto final ou interrogação z Interjeição: exprime surpresa, espanto e vem
Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por acentuado:
POR QUÊ
quê? Ex.: Quê! Você compareceu ao evento?;
Ele terminou comigo e não me disse por z Preposição: substitui a preposição “de”, quando
quê está acompanhada dos verbos ter e haver.
Ex.: Tenho que chegar a tempo.
Há que se dizer a verdade.
FUNÇÕES DO “SE”
FUNÇÕES DO “SEM QUE”
O “se” pode exercer distintas funções em diferen-
tes classes gramaticais. São elas: Já vimos como o “que” pode atuar nas orações,
mas e a expressão “sem que”?
z Conjunção: quando relaciona duas orações entre O “sem que” pode ser considerado uma conjunção
si, podendo ser: subordinativa causal, pois introduz uma oração que

4
expressa condição acerca da realização de um deter-

-7
minado fato.

91
„ Conjunção subordinativa integrante: quando
Seu papel é o mesmo das outras conjunções que

.5
inicia uma oração subordinada substantiva.
expressam condição: se, salvo se, desde que etc.

51
Ex.: Perguntei se queria vê-la;
Veja nos exemplos a seguir:

.7
„ Conjunção subordinada condicional: inicia uma
Ex.: Se não houver conciliação, o processo será

79
oração subordinada adverbial condicional.
julgado.

-0
Ex.: Se mais pessoas tivessem comparecido, o
Sem que haja conciliação, o processo será julgado.
estádio estaria cheio. ZA
U

z Parte integrante do verbo: faz parte dos verbos


SO

pronominais queixar-se, apiedar-se, arrepender-


SINTAXE
A

-se, zangar-se, romper-se.


LV

Ex.: Romperam-se os laços que uniam a colônia à


ORAÇÃO, PERÍODO, TERMOS DAS ORAÇÕES,
SI

metrópole.
ARTICULAÇÃO DAS ORAÇÕES: COORDENAÇÃO
z Partícula ou pronome apassivador: quando ligada
A

E SUBORDINAÇÃO, CONCORDÂNCIA VERBAL E


D

a verbo transitivo direto, torna a oração passiva.


NOMINAL, REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
R

Ex.: Vende-se ovos.


O

z Índice de indeterminação do sujeito: quando vem


YG

Sintaxe é o ramo da gramática que se encarrega


ligada a um verbo que não é transitivo direto, tor- de estudar a disposição das palavras nas frases e das
H

nando o sujeito indeterminado. frases no discurso/texto, e a relação que estas frases


L

Ex.: Trabalha-se de dia. estabelecem entre si.


EL

z Pronome reflexivo: quando equivale a “si mesmo”. Ela é então, essencial para tornar a mensagem
XW

Ex.: Ele cortou-se ontem. transmitida com sentido completo e compreensível.


A
M

FUNÇÃO DO “QUE” PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

Período é uma das unidades sintáticas da gramáti-


O termo “que” pode exercer distintas funções.
ca normativa, sendo um enunciado com sentido com-
LÍNGUA PORTUGUESA

Veja algumas delas:


pleto, formado por uma ou mais orações.
Período simples: Período formado por apenas
z Pronome interrogativo: faz referência a adjetivos uma oração, ou seja, um enunciado que possui apenas
ou substantivos. um único verbo. Ex.: Os dias de verão são muito quen-
Ex.: O que aconteceu nesta casa? (substantivo) tes. – um verbo = uma oração.
Que título você escolheu? (adjetivo); É importante também ressaltar quais são os ter-
z Pronome relativo: refere-se a um termo anterior. mos essenciais, integrantes e acessórios que com-
Ex.: As crianças que gostam de inventar se mos- põem uma oração.
tram mais criativas no futuro;
z Pronome adjetivo indefinido: tem sentido de “quan- Termos Essenciais
to”, “quantas”.
Ex.: Que horas são agora?; Os termos essenciais da oração são: sujeito e
z Conjunção com valor próximo de “pois”. predicado. 83
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ana comprou uma sandália. Sua postura é prejudicial à saúde.
Sujeito Predicado Nome (adjetivo): prejudicial.
Complemento nominal: à saúde Ex.:
Decidiu favoravelmente ao criminoso.
O que é o sujeito? Aquele que pratica a ação. Veja
Nome (advérbio): favoravelmente.
quais são os principais tipos de sujeito:
Complemento nominal: ao criminoso.
� Determinado simples: apenas um núcleo. Em geral, o complemento nominal é um subs-
Ex.: Meu sobrinho nasceu ontem; tantivo ou outra palavra que exerça o papel de subs-
� Determinado composto: com mais de um núcleo. tantivo dentro da oração. Veja o exemplo:
Ex.: Minha mãe e eu viemos discutindo pelo cami-
nho todo; Andar a pé lhe era prazeroso.
� Determinado implícito: é possível identificar o Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função
sujeito, porém ele não aparece na frase. de substantivo – complemento nominal.
Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implí-
cito: eu); z Agente da passiva: é o complemento, com pre-
� Indeterminado: não é possível determinar o sujeito. posição, que representa o ser/ coisa que pratica a
Ex.: É essencial lutar contra o racismo; ação expressa na voz passiva.
� Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são Ex.: A criança foi ensinada pelos pais.
fenômenos da natureza. Sujeito: A criança;
Ex.: Ontem choveu demais! Agente da passiva: pelos pais.

Já o predicado é o termo que indica o que o sujeito Termos Acessórios


faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigatoriamen-
te, por um verbo ou locução verbal. Os termos acessórios da oração são: adjunto adno-
Ex.: João caiu da escada. minal, adjunto adverbial e aposto.
Bia, Larissa e Flávia são minhas primas.
z Adjunto adnominal: também se refere ao substan-
tivo da oração, porém caracterizando-o. Ele pode

4
Termos Integrantes

-7
ser um artigo, um numeral, um pronome adjetivo,

91
Estudaremos agora os termos integrantes da ora- um adjetivo ou um locução adjetiva.

.5
ção. São eles: objeto direto, objeto indireto, comple- Ex.: A criança adormeceu. (artigo);

51
mento nominal e agente da passiva. As duas crianças adormeceram. (numeral);

.7
As crianças bonitas adormeceram. (adjetivo);

79
z Objeto direto: complementa a significação de um Aquelas crianças adormeceram. (pronome adjetivo);

-0
verbo transitivo direto sem precisar de preposições. Aquelas crianças adormeceram muito cedo. (locu-
ZA
ção adjetiva).
z Adjunto adverbial: todo termo que aparece na
U
A doceira fez um bolo.
SO

oração, como advérbios e locuções adverbiais,


Verbo transitivo objeto direto expressando tempo, modo, lugar, causa, afirma-
A

direto ção, negação, dúvida, instrumento etc.


LV

Ex.: Moro em Minas Gerais. = Lugar;


SI

Pode complementar também um verbo transitivo Voltei tarde. = Tempo;


A

direto e indireto. Ele escreve bem. = Modo;


D

Come com o garfo. = Instrumento;


R

Demos um prêmio ao vencedor.


O

Falavam sobre a novela. = Assunto;


YG

objeto direto objeto indireto Morreu de pneumonia. = Causa;


Verbo transitivo
H

direto e indireto Se organizou para a festa. = Finalidade.


L

z Aposto: termo da oração que se liga a outro termo


EL

Note a presença de preposição


com a função de identificá-lo ou explicá-lo.
XW

Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, esteve


z Objeto indireto: complementa a significação de por aqui hoje.
A

um verbo transitivo indireto, com a necessidade


M

Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis,


de se utilizar preposição.
eletrônicos...

A garota gosta de chocolate amargo. Vocativo

verbo transitivo objeto indireto


Indica o nome a quem se dirige a oração. Através
direto dele, o falante chama a pessoa pelo nome, podendo
estar no início ou no final da frase.
Note a presença de preposição
Ex.: Carol, preste atenção!
Não vá agora, Pedro!
� Complemento nominal: é o termo da oração que
está ligado ao sujeito, ao objeto direto, objeto indi-
reto, predicativo, vocativo, aposto, adjunto adno- PERÍODO COMPOSTO
minal ou agente da passiva
Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos. Um período composto é aquele formado por mais
Nome (substantivo): necessidade. de uma oração. O número de verbos indica o número
84 Complemento nominal: de medicamentos Ex.: de orações do período.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Pedro pegou a chave, abriu o portão e foi cor- Podem aparecer no infinitivo pessoal, sofrendo fle-
rendo ao encontro do amigo – Período composto, com xão de número e pessoa, podendo ser iniciadas por
3 orações. preposição, ou não.

Orações Coordenadas „ Oração subordinada substantiva subjetiva

Orações coordenadas são orações independentes, isto Reduzida: É essencial comparecer no evento.
é, que não estabelecem relação sintática entre si. Veja: Desenvolvida: É essencial que você compareça no
evento.
O professor preparou a aula, aplicou as ativida-
des e avaliou os alunos. „ Oração subordinada substantiva objetiva direta
Perceba que todas as orações possuem sentido por si só,
sem dependerem uma da outra e sem estabelecerem uma Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia
ligação entre si, não precisando de uma conjunção. Pode
de prova.
haver a dúvida: mas o “e” não é conjunção? Sim, porém
nesse caso ele atua como conjunção coordenativa, utili-
zada para ligar palavras ou orações que tenham a mesma „ Oração subordinada substantiva objetiva
função gramatical, como é o caso do exemplo acima. indireta
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas,
as assindéticas e as sindéticas. Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma dieta.
Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizés-
semos uma dieta.
Assindéticas: orações sem conjunção coordenati-
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá pelo
uso da vírgula. „ Oração subordinada substantiva completiva
nominal
Ex.: Ele viu, gostou, comprou.
Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
Sindéticas: são orações ligadas por uma conjun-
emprego.

4
ção coordenativa, classificadas em 5 tipos:

-7
Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-

91
gam o emprego.
z Aditivas: e, nem, mas também.

.5
Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo

51
„ Oração subordinada substantiva predicativa
fomos à praia ontem;

.7
z Adversativas: porém, mas, contudo, todavia,

79
Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!
entretanto.

-0
Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!
Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo ZA
muito. / Compramos uma bola de basquete, mas
„ Oração subordinada substantiva apositiva
U
não sabemos jogar.
SO

z Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...


seja... etc. Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o
A

Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa meu próprio caminho.
LV

nem outra! / Ou você come ou você joga; Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu
SI

z Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então. encontre o meu próprio caminho.
A

Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando mal;


D

z Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja. „ Oração subordinada adverbial causal


R

Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. /


O

Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá


YG

Vamos comemorar, pois nossa filha foi aprovada


no exame. atenção!
H

Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém


L

dá atenção!
EL

Orações Subordinadas
XW

Uma oração subordinada é aquela que dá senti- „ Oração subordinada adverbial condicional
A

do, completa a oração principal, contribuindo para o


M

entendimento do período. Veja o exemplo: Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos
ao cinema.
A menina gosta | de ter toda atenção para si. Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não
LÍNGUA PORTUGUESA

iremos ao cinema.
Oração principal: A menina gosta
[de quê?] „ Oração subordinada adverbial concessiva

Oração subordinada: de ter toda atenção para si. Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito
na sua honestidade.
Orações Reduzidas Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre
você, eu acredito na sua honestidade.
São orações que não se introduzem por conjun-
ções e possuem verbos nas formas nominais (infiniti- „ Oração subordinada adverbial temporal
vo, gerúndio e particípio).
Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido
z Orações reduzidas no infinitivo: assaltada. 85
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha No particípio regular, os verbos terminam em -ado
sido assaltada. (1ª conjugação) e -ida (2ª e 3ª conjugação). No parti-
cípio irregular, terminam em -to ou -do.
„ Oração subordinada adverbial final
„ Oração subordinada adverbial causal
Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e
esquecer o assunto. Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.
Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar, Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou
decidi ceder e esquecer o assunto. resolver a situação.

„ Oração subordinada adverbial consecutiva „ Oração subordinada adverbial condicional

Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer
tudo. como entender.
Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,
vomitou tudo. poderá fazer como entender.

„ Oração subordinada adjetiva „ Oração subordinada adverbial concessiva

Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do Reduzida: Resolvido este problema, outras dificul-
palco, era a minha filha. dades virão.
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
meio do palco, era a minha filha. ma, outras dificuldades virão.

REFERÊNCIA „ Oração subordinada adverbial temporal

Norma Culta. Disponível em: <https://www.norma- Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
culta.com.br/oracoes-reduzidas/>. Acesso em 31 de Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone

4
ago de 2020. tocou.

-7
91
„ Oração subordinada adjetiva

.5
z Orações reduzidas de gerúndio:

51
.7
No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª Reduzida: Já foi usado o material comprado por

79
conjugação), -endo (2ª conjugação) e -indo (3ª mim.

-0
conjugação). Desenvolvida: Já foi usado o material que eu comprei.
ZA
„ Oração subordinada adverbial causal Períodos Mistos
U
SO

Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou confusão. Tem-se um período misto quando, em um período,
A

Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou aparecem orações que se relacionam, seja por coorde-
LV

confusão. nação, seja por subordinação. Ex.:


SI

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem


A

„ Oração subordinada adverbial condicional


D

oração coordenada oração coordenada oração subordinada


R

assindética sindética aditiva subjuntiva objetiva direta


Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.
O

Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.


YG

Período Composto por Coordenação


H

„ Oração subordinada adverbial concessiva


L

A coordenação entre as orações é uma das formas


EL

Reduzida: Respeitando o combinado, outros acor- em que se dá o período composto. Os períodos podem
XW

dos serão necessários. ser compostos por coordenação ou por subordinação.


Um período composto por coordenação trata
A

Desenvolvida: Ainda que respeitem o combinado,


M

outros acordos serão necessários. de orações independentes, com sentido completo,


porém, que não estabelecem relação sintática, como
„ Oração subordinada adverbial temporal já vimos anteriormente ao tratar das orações coorde-
nadas. Porém, você pode se questionar: por que razão
Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele ligou-me. se juntaria duas orações que não dependem uma da
Desenvolvida: Quando chegou à entrada do pré- outra? A resposta é: intenção do autor.
dio, ele ligou-me. Os períodos compostos por coordenação atuam
juntando, somando diferentes informações, de modo
„ Oração subordinada adjetiva a tornar o período mais preciso e de acordo com a sua
intenção/propósito.
Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no Veja a seguir:
calçadão. Ex.: Os sócios discutiram o plano econômico,
Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que cor- votaram o orçamento e encerraram a reunião.
riam no calçadão. Perceba: o assunto é o mesmo, porém com infor-
mações diferentes, que agregam sentido e completude
86 z Orações reduzidas de particípio: ao período.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Período Composto por Subordinação Concordância Verbal

É a adaptação em número — singular ou plural — e


O período composto por subordinação necessita de, ao pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
menos, uma oração principal e uma oração subordinada. “De todos os povos mais plurais culturalmente,
A oração subordinada, como já visto anteriormente, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as
tem a função de completar o sentido da oração principal, quais insistem em desmentir que nosso país é cheio
por isso exerce uma função sintática dentro do período. de ‘brasis’ — digamos assim —, ganha disparando dos
As orações subordinadas são divididas em seis outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
tipos: europeus, asiáticos e africanos.”
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um
z Substantivas: exercem funções de substantivo, sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo correspon-
objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as dente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
conjunções “se” e “que”. Destrinchando o período, temos que os termos
Ex.: É possível que esteja enganada. essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
“[...] o Brasil [...]” — sujeito — e “[...] ganha [...]” — pre-
As orações subordinadas substantivas também são dicado verbal.
divididas em grupos: Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Prefiro natação a futebol.
„ Substantivas objetivas diretas: complemen- Verbo bitransitivo: Prefiro
tam, exercendo a função de objeto direto. Objeto direto: natação
Objeto indireto: a futebol
Ex.: Fernanda comprovou que a marca mais
barata possuía pouquíssima qualidade.
z Concordância Verbal com o Sujeito Simples
„ Substantiva objetiva indireta: complementam, Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
exercendo a função de objeto indireto. sujeito.
Ex.: O menino tinha necessitava de que lhe Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
dessem o remédio todos os dias. exorbitante.

4
-7
Diferentes situações:
„ Substantivas predicativas: são o predicativo

91
do sujeito da oração principal. Ex.: O problema

.5
„ Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
era que não tinha mais desejo algum.

51
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A

.7
multidão gritou entusiasmada.

79
„ Substantivas apositivas: têm a função de apos- „ Quando o sujeito é o pronome relativo que, o

-0
to de algum substantivo da primeira oração. verbo posterior ao pronome relativo concorda
com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os
ZA
Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as
limites do Brasil que se situam mais próximos
escolhas e opiniões do outro.
U
do Meridiano?
SO

„ Quando o sujeito é o pronome indefinido quem,


„ Substantivas subjetivas: orações subordinadas o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos
A

que exercem a função de sujeito.


LV

nós quem resolveu a questão.


Ex.: Foi necessário que ele sofresse.
SI

Por questão de ênfase, o verbo pode também con-


A

„ Substantivas completivas nominais: comple- cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
D

mento nominal da primeira oração. nós quem resolvemos a questão.


R
O

Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito „ Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
YG

inconstante diante das dificuldades. demonstrativo ou indefinido no plural + de nós


H

/ de vós, o verbo pode concordar com o pro-


L

z Adjetivas: São as orações que se encaixam na ora- nome no plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns
EL

ção principal como adjunto adnominal. Podem ser de nós resolviam essa questão. / Alguns de nós
XW

divididas em: resolvíamos essa questão.


„ Quando o sujeito é formado por palavras plu-
A
M

„ Restritivas: restringem o significado de seu ralizadas, normalmente topônimos (Amazonas,


antecedente e não são separadas por vírgula. férias, Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.),
Ex.: O penteado que fiz ontem ficou lindo; se houver artigo definido antes de uma palavra
pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Explicativas: acrescentam uma qualidade ao


antecedente e são separadas da oração princi- haja esse artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os
pal por vírgula. Estados Unidos continuam uma potência.
Ex.: Os jogadores de futebol, que são inician- Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde
tes, não recebem salários.
a: “A cidade de Santos fica em São Paulo.”)
z Adverbiais: Como os próprios advérbios, são as
orações subordinadas que expressam causa, con-
sequência, tempo, condição, finalidade, compara-
Importante!
ção etc. Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
Ex.: Logo que ela apareceu, começaram as con- verbo fica no singular ou no plural.
fusões. / À medida que o tempo passava, ele se “Os Lusíadas” imortalizou / imortalizaram Camões.
afastava mais. 87
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Quando o sujeito é formado pelas expressões Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
mais de um, cerca de, perto de, menos de, coisa ter o espírito esportivo.
de, obra de etc., o verbo concorda com o nume-
ral. Ex.: Mais de um aluno compareceu à aula. „ Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando
Mais de cinco alunos compareceram à aula. no singular

Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-


A expressão mais de um tem particularidades: davam. (preferencialmente no singular)
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se a „ Gradação entre os núcleos do sujeito
expressão vier repetida, o verbo fica no plural.
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
Ex.: Mais de um irmão se abraçaram. me acalmar. (preferencialmente no singular)
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Mais de um aluno, mais de um professor esta- „ Núcleos do sujeito no infinitivo
vam presentes.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
„ Quando o sujeito é formado por um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o „ Núcleos do sujeito resumidos por um aposto
numerado ou com o número inteiro, mas pode resumitivo (nada, tudo, ninguém)
concordar com o especificador dele. Se o numeral
vier precedido de um determinante, o verbo con- Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. „ Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o nem um nem outro
que é viver bem.
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver „ Núcleos do sujeito ligados por nem... nem

4
-7
mal.

91
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu

.5
„ Os verbos bater, dar e soar concordam com o foco nos estudos.

51
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito

.7
for a palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, „ Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras

79
e ela não chegou. (Duas horas deram...) como, menos, inclusive, exceto ou as expres-

-0
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu) sões bem como, assim como, tanto quanto
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
ZA
badaladas soaram) Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
U
SO

Soou dez badaladas o relógio da escola. (O final.


relógio da escola soou dez badaladas)
A

„ Núcleos do sujeito ligados pelas séries correla-


LV

„ Quando o sujeito está em voz passiva sintética, tivas aditivas enfáticas (tanto... quanto / como
SI

o verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: / assim como; não só... mas também etc.)
A

Vendem-se casas de veraneio aqui.


D

Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
R

interessada. popularidade em alta.


O
YG

„ Quando o sujeito é um pronome de tratamento, „ Quando dois ou mais adjuntos modificam um


H

o verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que único núcleo, o verbo fica no singular con-
L

Vossa Majestade está preocupada? cordando com o núcleo único. Mas, se houver
EL

Suas Excelências precisam de algo? determinante após a conjunção, o verbo fica no


XW

plural, pois aí o sujeito passa a ser composto.


A

„ Sujeito do verbo viver em orações optativas ou


M

exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
z Concordância Verbal com o Sujeito Composto combustíveis aumentaram.

„ Núcleos do sujeito constituídos de pessoas gra- z Concordância Verbal do Verbo Ser


maticais diferentes
„ Concorda com o sujeito
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
Ex.: Nós somos unha e carne.
„ Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
„ Concorda com o sujeito (pessoa)
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem. Ex.: Os meninos foram ao supermercado.

„ Núcleos do sujeito acompanhados da palavra „ Em predicados nominais, quando o sujeito for


88 cada ou nenhum representado por um dos pronomes tudo, nada,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
dará com o predicativo (preferencialmente) ou sendo sujeito do infinitivo)
com o sujeito
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
Ex.: No início, tudo é/são flores. no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
„ Concorda com o predicativo quando o sujeito
for que ou quem Navegar é preciso, viver não é preciso. (in-
finitivo com valor genérico)
Ex.: Quem foram os classificados? São casos difíceis de solucionar. (infinitivo
precedido de preposição de ou para)
„ Em indicações de horas, datas, tempo, distância Soldados, recuar! (infinitivo com valor de im-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo perativo)
„ Concordância do verbo parecer
Ex.: São nove horas.
É frio aqui. Flexiona-se ou não o infinitivo.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
„ O verbo fica no singular quando precede ter- vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado
mos como muito, pouco, nada, tudo, bastan- de acordo com o sujeito, no plural)
te, mais, menos etc. junto a especificações de Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
preço, peso, quantidade, distância, e também logo o infinitivo será impessoal)
quando seguido do pronome o
� Concordância dos verbos impessoais
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
Divertimentos é o que não lhe falta. sempre na 3ª pessoa do singular.
Dez reais é nada diante do que foi gasto. Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado.

4
-7
„ Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo

91
oração não aparecer entre o verbo ser e o que, auxiliar fica no singular)

.5
o ser ficará invariável. Se o ser vier separado Trata-se de problemas psicológicos.

51
do que, o verbo concordará com o termo não Geou muitas horas no sul.

.7
preposicionado entre eles.

79
� Concordância com sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o ver-

-0
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
ZA
São eles que sempre chegam cedo. Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
U
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
SO

trução adequada) Ficou combinado que sairíamos à tarde.


São nessas horas que a gente precisa de ajuda. Urge que você estude.
A
LV

(construção inadequada) Era preciso encontrar a verdade


SI

z Concordância do Infinitivo z Casos mais frequentes em provas


A
D
R

„ Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Veja agora uma lista com os casos mais abordados
O

em concursos:
YG

Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-


H

to esclarecido) „ Sujeito posposto distanciado


L

Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito


EL

implícito “nós”) Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-


XW

Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. cal brasileira seres estranhos.
(dois pronomes implícitos: eu, nós)
A
M

Até me encontrarem, vocês terão de procurar „ Verbos impessoais (haver e fazer)


muito. (preposição no início da oração)
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
LÍNGUA PORTUGUESA

(verbos pronominais) Havia problemas no setor.


Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
indicando tempo) vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
Estudo para me considerarem capaz de aprova-
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) „ Verbo na voz passiva sintética
Para vocês terem adquirido esse conhecimento, foi
muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal composto: Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
locução verbal de verbo auxiliar + verbo no particípio)
„ Verbo concordando com o antecedente cor-
„ Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: reto do pronome relativo ao qual se liga

Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
ção verbal) tinham experiência. 89
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Sujeito coletivo com especificador plural Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
Encontrei colégios e faculdades ótimos.
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas
„ Sujeito oracional com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
tencer somente a este.
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no singular) Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
„ Núcleo do sujeito no singular seguido de Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
adjunto ou complemento no plural minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar Existem complicadas regras e conceitos.
atrito. (verbo no singular) Quando houver apenas um substantivo qualifica-
do por dois ou mais adjetivos pode-se:
z Casos Facultativos Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
„ A multidão de pessoas invadiu/invadiram o francesa e alemã.
estádio. Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
„ Aquele comediante foi um dos que mais me os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
fez/fizeram rir. a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
„ Fui eu quem faltou/faltei à aula. língua inglesa, a francesa e a alemã.
„ Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
„ “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura „ Com função de predicativo do sujeito
brasileira.
„ Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
ciência. (1,5% corresponde ao singular) com a soma dos elementos.
„ Chegaram/Chegou João e Maria. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.

4
„ Um e outro / Nem um nem outro já veio/vie-

-7
ram aqui. Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-

91
„ Eu, assim como você, odeio/odiamos a política jeito acompanhará a concordância do verbo, que por

.5
brasileira. sua vez concordará tanto com a soma dos elementos

51
„ O problema do sistema é/são os impostos. quanto com o nome mais próximo.

.7
„ Hoje é/são 22 de agosto. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-

79
„ Devemos estudar muito para atingir/atingir- vam abandonados a casa e o quintal.

-0
mos a aprovação. ZA
„ Deixei os rapazes falar/falarem tudo. Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
U
SO

z Silepse de Número e de Pessoa substantivos por um pronome:


Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
A

Conhecida também como “concordância irregular, (substitui-se por “eles”)


LV

ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:


SI

„ Silepse de número: usa-se um termo discor- Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
A

existem complicados”.
D

dando do número da palavra referente, para


Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
R

concordar com o sentido semântico que ela


O

tem. Ex.: Flor tem vida muito curta, logo mur- então é um adjunto adnominal.
YG

cham. (ideia de pluralidade: todas as flores)


„ Com função de predicativo do objeto
H

„ Silepse de pessoa: o autor da frase participa


L

do processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
EL

plural. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
XW

de diversas etnias, somos multiculturais. dância com o termo mais próximo.


Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
A

Concordância Nominal
M

Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e


Define-se como a adaptação em gênero e número seus subordinados.
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, z Algumas Convenções
adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em „ Obrigado / próprio / mesmo
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas. Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
Muro alto. / Muros altos. A própria enfermeira virá para o debate.
Elas mesmas conversaram conosco.
z Casos com Adjetivos
Dica
„ Com função de adjunto adnominal: quando o
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- O termo mesmo no sentido de “realmente” será
ver após os substantivos, poderá concordar com invariável.
90 as somas desses ou com o elemento mais próximo. Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Só / sós Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais.
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”.
Invariáveis quando significarem “apenas, omente”. „ Silepse (também chamada concordância figurada)
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
apenas queriam ficar sozinhas.) É a que se opera não com o termo expresso, mas o
A locução “a sós” é invariável. que está subentendido.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
ficar a sós. linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
„ Quite / anexo / incluso
com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Concordam com os elementos a que se referem. Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
Ex.: Estamos quites com o banco. leiros, estamos esperançosos.)
Seguem anexas as certidões negativas.
„ Possível
Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Concordará com o artigo, em gênero e número, em
„ Meio
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Quando significar “metade”: concordará com o Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
elemento referente. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. z Plural de Substantivos Compostos
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). O adjetivo concorda com o substantivo referente em
gênero e número. Se o termo que funciona como adje-
„ Grama tivo for originalmente um substantivo fica invariável.
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- também é um substantivo; mantém-se no singular)
do significar unidade de medida, é masculino. Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é

4
um substantivo; mantém-se no singular)

-7
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.

91
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”
z Plural de Adjetivos Compostos

.5
51
„ É proibido entrada / É proibida a entrada
Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-

.7
79
Se o sujeito vier determinado, a concordância do mo elemento concordará com o substantivo referente.

-0
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou Os demais ficarão na forma masculina singular.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- Se um dos elementos for originalmente um subs-
ZA
rão com o determinante. tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
U

Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.


SO

Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-


nhada está boa. No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
plural, pois ambos são adjetivos.
A

É proibido entrada de crianças. / É proibida a


LV

No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no


entrada de crianças.
SI

singular, assim como “verde”, por ser substantivo.


Pimenta é bom? / A pimenta é boa?
Nesse caso, o termo composto não concorda com o
A
D

plural do substantivo referente, “folhas”.


„ Menos / pseudo
R

Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.


O

O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-


YG

São invariáveis.
Ex.: Havia menos violência antigamente. bém pode ser um substantivo.
H

Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
L

lógica de “musgo” do exemplo anterior.


EL

to é pseudo-objetivo.
XW

„ Muito / bastante Dica


A

Quando modificam o substantivo: concordam com Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-


M

ele. quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são


Quando modificam o verbo: invariáveis. sempre invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-


irritados. mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
tante irritados.
z Lista de Flexão dos Dois Elementos
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
„ Nos substantivos compostos formados por
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
palavras variáveis, especialmente substan-
„ Tal qual tivos e adjetivos:

Tal concorda com o substantivo anterior; qual, segunda-feira — segundas-feiras;


com o substantivo posterior. matéria-prima — matérias-primas;
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os couve-flor — couves-flores;
pais. guarda-noturno — guardas-noturnos; 91
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
primeira-dama — primeiras-damas. Isso ocorre em frases substantivadas e em
substantivos compostos por um tema verbal e
„ Nos substantivos compostos formados por uma palavra invariável ou outro tema verbal
temas verbais repetidos: oposto:
corre-corre — corres-corres;
o disse me disse — os disse me disse;
pisca-pisca — piscas-piscas;
o leva e traz — os leva e traz;
pula-pula — pulas-pulas.
o cola-tudo — os cola-tudo.
Nestes substantivos também é possível a flexão
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
-piscas, pula-pulas. Regência Nominal

z Flexão apenas do primeiro elemento Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-


bios) exigem complementos preposicionados, exceto
„ Nos substantivos compostos formados por quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
substantivo + substantivo em que o segundo
termo limita o sentido do primeiro termo: Advérbios Terminados em “mente”
decreto-lei — decretos-lei;
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
cidade-satélite — cidades-satélite;
regência dos adjetivos:
público-alvo — públicos-alvo;
elemento-chave — elementos-chave.
Nestes substantivos também é possível a flexão análoga / analogicamente a
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, contrária / contrariamente a
públicos-alvos, elementos-chaves. compatível / compativelmente com
diferente / diferentemente de
„ Nos substantivos compostos preposicionados: favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a
cana-de-açúcar — canas-de-açúcar; próxima / proximamente a/de
pôr do sol — pores do sol; relativa / relativamente a

4
fim de semana — fins de semana;

-7
pé de moleque — pés de moleque. Preposições Prefixos Verbais

91
.5
z Flexão apenas do segundo elemento
Alguns nomes regem preposições semelhantes a

51
seus “prefixos”:

.7
„ Nos substantivos compostos formados por

79
tema verbal ou palavra invariável + substan-
dependente, dependência de

-0
tivo ou adjetivo:
inclusão, inserção emZA
bate-papo — bate-papos; inerente em/a
U
quebra-cabeça — quebra-cabeças; descrente de/em
SO

arranha-céu — arranha-céus; desiludido de/com


ex-namorado — ex-namorados; desesperançado de
A

vice-presidente — vice-presidentes. desapego de/a


LV

convívio com
SI

„ Nos substantivos compostos em que há repe- convivência com


A

tição do primeiro elemento: demissão, demitido de


D

encerrado em
R

enfiado em
O

zum-zum — zum-zuns;
YG

tico-tico — tico-ticos; imersão, imergido, imerso em


lufa-lufa — lufa-lufas; instalação, instalado em
H

reco-reco — reco-recos. interessado, interesse em


L
EL

intercalação, intercalado entre


„ Nos substantivos compostos grafados liga- supremacia sobre
XW

damente, sem hífen:


A

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se


M

girassol — girassóis; relacionam com seus complementos, com ou sem pre-


pontapé — pontapés; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
mandachuva — mandachuvas; advérbio) exige complemento preposicionado, esse
fidalgo — fidalgos. nome é um termo regente, e seu complemento é um
termo regido, pois há uma relação de dependência
„ Nos substantivos compostos formados com entre o nome e seu complemento.
grão, grã e bel: O nome exige um complemento nominal sempre ini-
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
grão-duque — grão-duques; forma de pronome oblíquo átono.
grã-fino — grã-finos; Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
bel-prazer — bel-prazeres. foram leais.
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
z Não flexão dos elementos to (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe
„ Em alguns casos, não ocorre a flexão dos ele- Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
92 mentos formadores, que se mantêm invariáveis. sujeito (desprovido de preposição).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Regência Verbal Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
Relação de dependência entre um verbo e seu como complemento)
complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
retas, isto é, com ou sem preposição. � Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Há verbos que admitem mais de uma regência vo direto com sentido de “respirar”)
sem que o sentido seja alterado. Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
indireto no sentido de “desejar”)
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. � Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
V. T. D: esquecia Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
Objeto direto: os favores recebidos. “prestar assistência”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos. O médico assistia os acidentados.
V. T. I.: se esquecia O médico assistia aos acidentados.
Objeto indireto: dos favores recebidos. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Não assisti ao final da série.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
alterando seu significado. É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
res de pessoas.”
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos) � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
V. T. D.: aspiramos direto e indireto
Objeto direto: ar poluídos. Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Os funcionários aspiram a um mês de fé- A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
rias. vo indireto)
(aspiram = almejam) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to e indireto)

4
-7
Objeto indireto: a um mês de férias
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de

91
predicativo do objeto

.5
A seguir, uma lista dos principais verbos que Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-

51
geram dúvidas quanto à regência: to com sentido de “convocar”)

.7
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-

79
� Abraçar: transitivo direto dicativo do objeto com sentido de “denominar,

-0
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. qualificar”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
ZA
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
U
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto reto; intransitivo
SO

Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
to com sentido de “acariciar”)
A

indireto com sentido de “ser difícil”)


LV

A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
no sentido de “ser agradável a”)
SI

vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)


A

� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
D

transitivo direto e indireto � Esquecer: admite três possibilidades


R

Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não


O

Ex.: Esqueci os acontecimentos.


YG

personificado) Esqueci-me dos acontecimentos.


Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Esqueceram-me os acontecimentos.
H

personificado)
L

� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;


EL

Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-


reto: refere-se a coisas e pessoas) transitivo direto e indireto
XW

Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.


� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
A

(transitivo direto com sentido de “acarretar”)


M

Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Mamãe sempre implicou com meus hábitos. (transiti-
preposição a, rege indiferentemente objeto direto vo indireto com sentido de “mostrar má disposição”)
e objeto indireto. Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
indireto) � Informar: transitivo direto e indireto
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
rege apenas objeto direto: coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
Ajudaram o ladrão a fugir. sobre
Informaram o réu de sua condenação.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
Informaram o réu sobre sua condenação.
direto:
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudei-o muito à noite.
sa: objeto indireto, com a preposição a
Informaram a condenação ao réu.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
sitivo direto com sentido de “angustiar”) reto, com as preposições em e por 93
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia. Igualmente, sabe-se que a maior fonte de trabalhos
científicos da contemporaneidade são as institui-
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- ções e os pesquisadores norte-americanos; isso fez
tivo direto e indireto do inglês a língua científica internacional. Todavia, se
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- os fatores históricos que produziram a supremacia
sitivo com sentido de “cortejar”) científica norte-americana se tivessem verificado, por
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo exemplo, na Holanda, o holandês nos estaria servin-
indireto com sentido de “desejar muito”) do exatamente tão bem quanto o inglês o faz agora.
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar- Não há no inglês traços estruturais intrínsecos que o
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de façam superior ao holandês como língua adequada à
“encantar-se”) expressão de conceitos científicos.
Não se conhece caso em que o desenvolvimento da
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
superioridade literária ou científica de um povo possa
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
ser claramente atribuído à qualidade da língua desse
Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
povo. Ao contrário, as grandes literaturas e os grandes
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- movimentos científicos surgem nas grandes nações
tivo direto e indireto (as mais ricas, as mais livres de restrições ao pensa-
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) mento e também — ai de nós! — as mais poderosas
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo política e militarmente). O desenvolvimento dos diver-
indireto) sos aspectos materiais e culturais de uma nação se dá
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo mais ou menos harmoniosamente; a ciência e a arte
direto e indireto) são também produtos da riqueza e da estabilidade de
uma sociedade.
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; O maior perigo que correm as línguas, hoje em dia, é
transitivo direto e indireto o de não desenvolverem vocabulário técnico e cien-
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) tífico suficiente para acompanhar a corrida tecnoló-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) gica. Se a defasagem chegar a ser muito grande, os
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e próprios falantes acabarão optando por utilizar uma

4
indireto) língua estrangeira ao tratarem de assuntos científicos

-7
e técnicos.

91
� Suceder: intransitivo; transitivo direto

.5
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no

51
Mário A. Perini. O rock português (a melhor língua para fazer
sentido de “ocorrer”)
ciência). In: Ciência Hoje, 1994 (com adaptações).

.7
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido

79
de “vir depois”) A respeito dos aspectos gramaticais do texto 14A1-I,

-0
julgue o item a seguir.
ZA
U
O vocábulo “intrínsecos”, empregado no parágrafo, é
HORA DE PRATICAR!
SO

formado por derivação prefixal, mediante o acréscimo


do prefixo de negação –in.
A

1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Texto para as questões 1


LV

e 2. ( ) CERTO ( ) ERRADO
SI
A

Texto 14A1-I
D

2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando os senti-


R

dos e os aspectos linguísticos do texto 14A1-I, julgue


O

As línguas são, de certo ponto de vista, totalmen- o item a seguir.


YG

te equivalentes quanto ao que podem expressar, e o


H

fazem com igual facilidade (embora lançando mão No último parágrafo, o verbo correr está empregado
L

de recursos bem diferentes). Entretanto, dois fatores com sentido denotativo.


EL

dificultam a aplicação de algumas línguas a certos


XW

assuntos: um, objetivo, a deficiência de vocabulário; ( ) CERTO ( ) ERRADO


outro, subjetivo, a existência de preconceitos.
A
M

É preciso saber distinguir claramente os méritos de 3. (CEBRASPE-CESPE — 2021)


uma língua dos méritos (culturais, científicos ou literá-
rios) daquilo que ela serve para expressar. Por exemplo, Teoria do medalhão (diálogo)
se a literatura francesa é particularmente importante,
isso não quer dizer que a língua francesa seja superior — Saiu o último conviva do nosso modesto jantar. Com
às outras línguas para a expressão literária. O desen- que, meu peralta, chegaste aos teus vinte e um anos.
volvimento de uma literatura é decorrência de fatores Há vinte e um anos, no dia 5 de agosto de 1854, vinhas
históricos independentes da estrutura da língua; a qua- tu à luz, um pirralho de nada, e estás homem, longos
lidade da literatura francesa diz algo dos méritos da bigodes, alguns namoros...
cultura dos povos de língua francesa, não de uma ima- — Papai...
ginária vantagem literária de se utilizar o francês como — Não te ponhas com denguices, e falemos como dois
veículo de expressão. Victor Hugo poderia ter sido tão amigos sérios. Fecha aquela porta; vou dizer-te coisas
importante quanto foi mesmo se falasse outra língua — importantes. Senta-te e conversemos. Vinte e um anos,
desde que pertencesse a uma cultura equivalente, em algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamen-
grau de adiantamento, riqueza de tradição intelectual to, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria,
94 etc., à cultura francesa de seu tempo. no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam apenas A liberdade de expressão é particularmente valiosa
a primeira sílaba do nosso destino. (...) Mas qualquer em uma sociedade democrática, ao ponto de haver
que seja a profissão da tua escolha, o meu desejo é que quem sustente que, na ausência de uma ampla liber-
te faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te dade de expressão, nenhum governo seria de todo
levantes acima da obscuridade comum. (...) legítimo e não deveria ser denominado democrático.
— Sim, senhor. Essa é a perspectiva defendida por Ronald Dworkin,
— Entretanto, assim como é de boa economia guardar para quem “A livre expressão é uma das condições de
um pão para a velhice, assim também é de boa práti- um governo legítimo. As leis e políticas não são legí-
ca social acautelar um ofício para a hipótese de que timas a menos que tenham sido adotadas por meio
os outros falhem, ou não indenizem suficientemente de um processo democrático, e um processo não é
o esforço da nossa ambição. É isto o que te aconselho democrático se o governo impediu alguém de exprimir
hoje, dia da tua maioridade. as suas convicções acerca de quais devem ser essas
— Creia que lhe agradeço; mas que ofício, não me dirá? leis e políticas”.
— Nenhum me parece mais útil e cabido que o de meda- Desde os alvores da democracia ateniense, são sobe-
lhão. Ser medalhão foi o sonho da minha mocidade; jamente conhecidas as suas relações com a argu-
faltaram-me, porém, as instruções de um pai, e acabo mentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a
como vês, sem outra consolação e relevo moral, além argumentação podem ser postas ao serviço da menti-
das esperanças que deposito em ti. Ouve-me bem, ra e da manipulação, também em relação à liberdade
meu querido filho, ouve-me e entende. (...) de expressão se coloca a questão dos seus limites.
— Entendo.
— Vehamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações).
deves pôr todo o cuidado nas ideias que houveres de
nutrir para uso alheio e próprio. O melhor será não as Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos lin-
ter absolutamente (...). guísticos do texto precedente, julgue o item, seguinte.
— Mas quem lhe diz que eu...
— Tu, meu filho, se me não engano, pareces dotado da per- Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sen-
feita inópia mental, conveniente ao uso deste nobre ofício. tidos originais do texto, o trecho “em que se incluem a
Não me refiro tanto à fidelidade com que repetes numa palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as

4
sala as opiniões ouvidas numa esquina, e vice-ver- fotografias, os cartuns, as pinturas, entre outros” pode-

-7
ria ser reescrito da seguinte forma: onde se incluem a

91
sa, porque esse fato, posto indique certa carência de
palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as

.5
ideias, ainda assim pode não passar de uma traição da
fotografias, os cartuns, as pinturas e entre outros.

51
memória. Não; refiro-me ao gesto correto e perfilado

.7
com que usas expender francamente as tuas simpatias

79
ou antipatias acerca do corte de um colete, das dimen- ( ) CERTO ( ) ERRADO

-0
sões de um chapéu, do ranger ou calar das botas novas.
Eis aí um sintoma eloquente, eis aí uma esperança. No 5. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Acerca das ideias, dos
ZA
entanto, podendo acontecer que, com a idade, venhas sentidos e dos aspectos linguísticos do texto prece-
U

a ser afligido de algumas ideias próprias, urge apare- dente, julgue o item, seguinte.
SO

lhar fortemente o espírito. As ideias são de sua natu-


A

reza espontâneas e súbitas; por mais que as soframos, É facultativo o emprego da vírgula presente na afirmação
LV

elas irrompem e precipitam-se. Daí a certeza com que atribuída a Voltaire, no primeiro período do texto.
SI

o vulgo, cujo faro é extremamente delicado, distingue o


( ) CERTO ( ) ERRADO
A

medalhão completo do medalhão incompleto.


D
R

Machado de Assis. Teoria do medalhão. In: 50 contos escolhidos de 6. (CEBRASPE-CESPE — 2022) A tecnologia finalmen-
O

Machado de Assis. Seleção, introdução e notas de John Gledson. te está derrubando os muros do tradicionalismo que
YG

São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 82-83 (com adaptações envolve o mundo do direito. Cercado de costumes e
H

hábitos por todos os lados, o direito e seus operadores


L

Considerando os aspectos linguísticos do texto Teo- têm a fama de serem apegados a formalismos, praxes
EL

ria do medalhão, apresentado anteriormente, julgue o e arcaísmos resistentes a mudanças mais radicais. São
XW

item a seguir. práticas persistentes, passadas adiante por gerações e


A

cultivadas como se necessárias para manter a integri-


M

Na oração “urge aparelhar fortemente o espírito”, o seg- dade e a operacionalidade costumeira do sistema.
mento “urge aparelhar” constitui uma locução verbal. Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu
às mudanças tecnológicas trazidas pela rede mundial
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) CERTO ( ) ERRADO de computadores e pela possibilidade do uso de soft-


wares de inteligência artificial para análise de grandes
4. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Texto para as questões 4 volumes de dados.
e 5. Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo inces-
“Desprezo o que dizes, mas defenderei até a morte o teu sante crescimento de demandas judiciais e pela necessi-
direito a dizê-lo.” É com essa afirmação atribuída a Voltai- dade de implementar e efetivar o sistema de precedentes
re, filósofo do iluminismo francês, que Nigel Warburton qualificados.
principia o seu ensaio sobre liberdade de expressão. A Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, trans-
liberdade de expressão — entendida em sentido amplo, formaram o sistema de justiça como o conhecíamos e
em que se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os o cotidiano dos operadores do direito.
filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, O direito, o processo decisório e os julgamentos são
entre outros — é um direito consagrado no artigo 19.º da eminentemente de natureza humana e dependem do ser
Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948. humano para serem bem realizados. Assim, mesmo que 95
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
os avanços tecnológicos sejam inevitáveis, todas as ino- 8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item,
vações eletrônicas e virtuais devem sempre ser imple- relativos aos sentidos e aos aspectos linguísticos do
mentadas com parcimônia e vistas com muito cuidado, texto CG1A1-I.
não apenas para sempre permitirem o exercício de direi-
tos e garantias, mas também para não restringirem — e, Texto CG1A1-I
sim, ampliarem — o acesso à justiça e, sobretudo, para
manterem a insubstituível humanidade da justiça. A teoria das causas cerebrais dos transtornos mentais
passou gradualmente a ironizar tudo o que se relacio-
Rafael Muneratti. Justiça virtual e acesso à justiça. In: Revista da nava com a forma de vida do sujeito, compreendida
Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, ano 12, v. 1, n.º
28, 2021 (com adaptações).
como unidade entre linguagem, desejo e trabalho. As
narrativas de sofrimento da comunidade ou dos fami-
liares com quem se vive, a própria versão do paciente,
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do
texto anterior, julgue o item a seguir. o seu “lugar de fala” diante do transtorno, tornaram-se
epifenômenos, acidentes que não alteram a rota do
que devemos fazer: correção educacional de pensa-
No texto, a preposição “para”, em suas três ocorrên-
mentos distorcidos e medicação exata.
cias, veicula uma ideia de finalidade.
Quarenta anos depois, acordamos em meio a uma cri-
se global de saúde mental, com elevação de índices
( ) CERTO ( ) ERRADO
de suicídio, medicalização massiva receitada por não
psiquiatras e insuficiência de recursos para enfrentar
7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A Casa de Detenção
o problema.
Feminina era antiquada, embolorada, lúgubre e som-
Esse é o custo de desprezar a cultura como instância
bria. O chão da sala de admissão era de cimento, sem
geradora de mediações de linguagem necessárias
pintura, com a sujeira dos sapatos de milhares de pri-
para que enfrentemos o sofrimento antes que ele evo-
sioneiras, policiais e inspetoras de polícia incrustada
lua para a formação de sintomas. Esse é o desserviço
na superfície.
dos que imaginam que teatro, literatura, cinema e dan-
Disseram para eu me sentar no banco da frente, na filei-
ça são apenas entretenimento acessório — como se a
ra da direita. De repente, ouviu-se um estrondo do lado
ampliação e a diversidade de nossa experiência cul-
de fora do portão. Várias mulheres se aproximavam da

4
tural não fossem essenciais para desenvolver capa-

-7
entrada, esperando que o portão de ferro se abrisse.

91
Enquanto as mulheres que tinham voltado do tribunal cidade de escuta e habilidades protetivas em saúde
mental. Como se eles não nos ensinassem como

.5
estavam em pé do lado de fora dos portões de ferro,

51
fui levada para fora da sala. Lá, havia o mesmo piso de sofrer e, reciprocamente, como tratar o sofrimento no

.7
cimento imundo, paredes de azulejos amarelados des- contexto coletivo e individual do cuidado de si.

79
corados e duas escrivaninhas velhas de escritório. Uma

-0
Christian Dunker. A Arte da quarentena para principiantes.
inspetora branca e robusta estava no comando. Quan- São Paulo: Boitempo, 2020, p. 32-33 (com adaptações
ZA
do eu descobri, entre os papéis grudados na parede, um
cartaz de pessoas procuradas pelo FBI com a minha
U
No parágrafo, o termo “ironizar” está empregado com
SO

fotografia e descrição, ela o arrancou de lá.


o sentido de relevar.
Eu ainda estava esperando naquela sala suja quando
A

houve a troca de turno. Outra agente prisional foi enviada


LV

( ) CERTO ( ) ERRADO
para me vigiar. Ela era negra, jovem — mais nova do que
SI

eu —, usava cabelos crespos naturais e, ao se aproximar,


9. (CEBRASPE-CESPE — 2022)
A

não demonstrou nenhum tipo de arrogância. Foi uma


D

experiência que me desarmou. No entanto, não foi o fato


R

de ela ser negra que me surpreendeu, foi seu comporta- Texto CB1A1-I
O
YG

mento: sem agressividade e aparentemente solidário.


Imaginando que eu pudesse ser capaz de obter dela A pandemia transformou a rotina de diversas pes-
H

alguma informação sobre a minha situação, perguntei soas ao redor do mundo, principalmente em relação à
L

sustentabilidade.
EL

por que a demora era tão longa. Ela não sabia deta-
lhes, disse, mas achavaque estavam tentando decidir Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à
XW

como me manteriam separada da população prisional. importância de modelos de consumo mais conscien-
tes e responsáveis, como a escolha de produtos mais
A

Seu pressentimento era de que eu seria colocada na


M

área da prisão reservada para mulheres com transtor- duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
nos psicológicos. Olhei para ela com incredulidade. a transformação mais significativa, que deveria vir das
Para mim, prisão era prisão — não existia gradação de empresas, ainda é relativamente tímida.
melhor ou pior. De acordo com Mariana Schuchovski, professora de
Sustentabilidade do ISAE Escola de Negócios, a disse-
Angela Y. Davis. Uma autobiografia. Heci Regina Candiani (Trad.). 1.ª minação do vírus é resultado do atual modelo de desen-
ed. São Paulo: Boitempo, 2019 (com adaptações). volvimento, que fomenta o uso irracional de recursos
naturais e a destruição de hábitats, como florestas e
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos outras áreas, o que faz que animais, forçados a mudar
do texto precedente, julgue o item a seguir. seus hábitos de vida, contraiam e transmitam doenças
que não existiriam em situações normais. “Situações de
Sem alteração dos sentidos do texto, a palavra “lúgu- desequilíbrio ambiental, causadas principalmente por
bre”, no primeiro parágrafo do texto, poderia ser subs- desmatamento e mudanças de clima, aumentam ainda
tituída por fúnebre. mais a probabilidade de que zoonoses, ou seja, doen-
ças de origem animal, nos atinjam e alcancem o pata-
96 ( ) CERTO ( ) ERRADO mar de epidemias e pandemias”, explica a professora.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, socie- Julgue o item que se segue, com relação a aspectos
dade e empresas, precisamos entender os impactos linguísticos do texto precedente.
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabili-
dade bem como refletir sobre eles e, principalmente, No trecho “é o discurso que estabelece os limites da
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustenta- nossa liberdade e nos impulsiona a transgredir e trans-
bilidade dos nossos modelos de produção e consumo cender os limites” (primeiro parágrafo), as formas ver-
como causador desta pandemia. “Toda escolha que bais “impulsiona”, “transgredir” e transcender” estão
fazemos pode ser para apoiar ou não a sustentabili- coordenadas entre si, estabelecendo uma relação de
dade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos adição, evidenciada pelo emprego do conectivo “e”
fazer melhores escolhas e praticar o verdadeiro consu- após “transgredir”.
mo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as
empresas realizem a produção consciente, assumindo ( ) CERTO ( ) ERRADO
sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que
causam. 11. (CEBRASPE-CESPE — 2022) As forças da natureza
são obviamente indiferentes a modos de produção,
Internet: <www.ecodebate.com.br> (com adaptações). tempo e espaço. Mas são as estruturas sociais que
determinam as consequências, o grau de sofrimento e
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A- quem morre mais. Em 1989, o terremoto de São Fran-
1-I, julgue o item que se segue. cisco, de intensidade 7,1 na escala Richter, causou a
morte de 63 pessoas e deixou cerca de 3.700 feridos.
No segundo período do terceiro parágrafo, a forma Em 2010, o terremoto em Porto Príncipe, no Haiti, de
pronominal ‘nos’ funciona como complemento das magnitude 7,0 na escala Richter, matou mais de 300
formas verbais ‘atinjam’ e ‘alcancem’. mil pessoas e deixou 300 mil feridos. Dez meses
depois, uma epidemia de cólera matou 9 mil pessoas.
( ) CERTO ( ) ERRADO Quando a natureza atinge a existência humana, o impul-
so primário é buscar o culpado mais à mão no imagi-
10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) É o discurso que nos liber- nário. Pode ser Deus, a cruel natureza ou o enigmático
ta e é o discurso que estabelece os limites da nossa

4
ente a que se denomina destino. Mas muito frequente-

-7
liberdade e nos impulsiona a transgredir e transcender mente destino é uma expressão que encobre com um

91
os limites — já estabelecidos ou ainda a ser estabeleci-
véu de irracionalidade o que é apenas obra humana.

.5
dos no futuro. Discurso é aquilo que nos faz enquanto

51
O vírus atinge o planeta. O vírus ameaça a humani-
nós o fazemos. E é graças ao discurso, e seu ímpeto

.7
dade. Planeta ou humanidade designam tanto os
endêmico de espreitar além das fronteiras que ele esta-

79
habitantes de Manhattan, da Avenue Foch, em Paris,
belece para a sua própria liberdade, que nosso estar no

-0
do Leblon, no Rio de Janeiro, ou dos Jardins, em São
mundo é um processo de vir a ser perpétuo — inces-
Paulo, como também designam os 800 milhões de
ZA
sante e infinito: nosso vir a ser € o vir a ser do nosso
pessoas que passam fome no mundo, segundo dados
U
“mundo da vida” — juntar-se, misturar-se, embora sem
da Organização das Nações Unidas (2017). No plane-
SO

solidificar, estreita e inseparavelmente, entrançados


ta vive o 1% das pessoas que detém renda maior que
e entrelaçados, e compartilhando nossos respectivos
A

os restantes 99% da população mundial. Vivem 42


LV

sucessos e infortúnios, ligados um ao outro para o


pessoas cuja riqueza é igual à de 3,7 bilhões dos mais
melhor e para o pior, desde o momento de nossa con-
SI

pobres que lutam para sobreviver, para suprir necessi-


cepção simultânea até que a morte nos separe.
A

dades básicas. Vivem os que têm renda para ficar em


D

O que nós chamamos de “realidade”, quando entra-


casa e fazer suas compras de alimentos pela Internet,
R

mos em um ânimo filosófico, ou “os fatos da questão”


os que não vão comer hoje por causa da pandemia e
O

quando seguimos obedientemente as instâncias da


YG

os que já não comiam antes da pandemia. Vivem os


doxa, é tecido de palavras. Nenhuma outra realidade
que podem se isolar e os que moram em aglomerados
H

nos é acessível: não acessamos o passado “como ele


miseráveis, em um cômodo apenas, para os quais as
L

realmente aconteceu”, o qual Leopold von Ranke cele-


EL

bremente conclamou (instruiu) seus colegas historia- palavras “confinamento”, “isolamento” ou “quarentena”
XW

dores do século XIX a recuperar. Comentando sobre são piadas de mau gosto. Vivem 4,5 bilhões de pes-
a história de Juan Goytisolo a respeito de um velho, soas que não têm saneamento nem água encanada,
A

desprovidas das condições mínimas de higiene.


M

Milan Kundera salienta que a biografia — qualquer bio-


grafia que tente ser o que seu nome sugere — é, e não
Internet:<revistacult.uol.com.br> (com adaptações).
poderia deixar de ser, uma lógica artificial inventada,
LÍNGUA PORTUGUESA

imposta retrospectivamente a uma sucessão incoe-


No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspec-
rente de imagens, reunida pela memória de partículas
tos linguísticos do texto precedente, julgue o item que
e fragmentos. Ele conclui que, em total oposição às
se segue.
presunções do senso comum, o passado compartilha
com o futuro a ruína incurável da irrealidade — esqui-
vando-se/evadindo-se obstinadamente, como ambos No trecho “Vivem 42 pessoas cuja riqueza é igual à
o fazem, das redes tecidas de palavras movidas pela de 3,7 bilhões dos mais pobres que lutam para sobre-
lógica. Não obstante, essa irrealidade é a única reali- viver, para suprir necessidades básicas”, as orações
dade a ser captada e possuída por nós, que “vivemos introduzidas por “para” indicam as causas por que os
em discurso como o peixe na água”. 3,7 bilhões de pessoas que fazem parte do grupo dos
mais pobres do mundo lutam.
Zygmunt Bauman e Riccardo Mazzeo. O elogio da literatura. Zahar.
Edição do Kindle (com adaptações). ( ) CERTO ( ) ERRADO 97
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) crime e não mais o abominável teatro; a mecânica exem-
plar da punição muda as engrenagens.
Texto CG1A1-II
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução:
Amado nos levou com um grupo para descansarmos na Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987 (com adaptações).
fazenda de um amigo. Esta confirmava as descrições
que eu lera no livro de Freyre: embaixo, as habitações de Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos
trabalhadores, a moenda, onde se mói a cana, uma cape- do texto apresentado, julgue o item seguinte.
la ao longe; na colina, uma casa. O amigo de Amado e sua
família estavam ausentes; tive uma primeira amostra da O texto aponta para uma reflexão sobre o sistema de puni-
hospitalidade brasileira: todo mundo achava normal ins- ção de criminosos: a violência envolvida na pena pode
talar-se na varanda e pedir que servissem bebidas. Ama- fazê-la se parecer com os crimes que se deseja evitar.
do encheu meu copo de suco de caju amarelo-pálido: ele
pensava, como eu, que se conhece um país em grande ( ) CERTO ( ) ERRADO
parte pela boca. A seu pedido, amigos nos convidaram
para comer o prato mais típico do Nordeste: a feijoada. 14. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Não há conclusões unâni-
Eu lera no livro de Freyre que as moças do Nordeste casa- mes, mas a ciência e os especialistas caminham para
vam-se outrora aos treze anos. Um professor me apresen- o entendimento de que o preconceito seja um concei-
tou sua filha, muito bonita, muito pintada, olhos de brasa: to aprendido. Por definição, o preconceito é uma opi-
quatorze anos. Nunca encontrei adolescentes: eram crian- nião formada antes da aquisição dos conhecimentos
ças ou mulheres feitas. Estas, no entanto, fanavam-se adequados; um sentimento desfavorável, concebido
com menos rapidez do que suas antepassadas; aos vin- antecipadamente ou independente de experiência ou
te e seis e vinte e quatro anos, respectivamente, Lucia e razão. Assim, foge da postura típica dos animais, que
Cristina irradiavam juventude. A despeito dos costumes só passam a rejeitar aquilo que os prejudica a partir da
patriarcais do Nordeste, elas tinham liberdades; Lucia experiência adquirida. O racismo prevê uma superiori-
lecionava, e Cristina, desde a morte do pai, dirigia, nos arre- dade racial independente da experiência pessoal.
dores de Recife, um hotel de luxo pertencente à família; Um estudo neurológico realizado pela pesquisadora
ambas faziam um pouco de jornalismo, e viajavam. Eva Telzer, da Universidade de Illinois, analisou a rea-

4
-7
ção de uma estrutura cerebral chamada amígdala, liga-

91
Simone de Beauvoir. A força das coisas. Rio de Janeiro: Nova da a sensações como medo e ansiedade, em crianças
Fronteira, 2018, p. 497-498 (com adaptações).

.5
e adolescentes de 4 a 16 anos. O estudo mostrou que

51
a amígdala não responde à questão racial em crian-
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos

.7
ças: a sensação de medo começa a aparecer ao longo

79
linguísticos do texto CG1A1-II, julgue o seguinte item.
da adolescência, o que pode indicar que o racismo é
No parágrafo, o vocábulo “suas”, em “suas antepassa-

-0
aprendido ao longo da vida.
das”, refere-se a “crianças”. ZA
Já as pesquisas na área de psicologia experimental,
que muitas vezes estudam o comportamento dos
U

( ) CERTO ( ) ERRADO
SO

animais, poderiam encontrar uma explicação para o


racismo de bases evolutivas — apesar de não existi-
A

13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No fim do século XVIII


rem, nos animais, traços de preconceito ou discrimi-
LV

e começo do XIX, a despeito de algumas grandes


nação propriamente dita. “Nós não identificamos em
SI

fogueiras, a melancólica festa de punição vai-se extin-


animais um correlato exato ao preconceito, especial-
guindo. Nessa transformação, misturaram- se dois
A

mente porque preconceito é uma construção verbal e


D

processos. Não tiveram nem a mesma cronologia,


social típica das culturas humanas”, diz Patrícia Izar,
R

nem as mesmas razões de ser. De um lado, a supres-


O

professora doutora do departamento de psicologia


são do espetáculo punitivo. O cerimonial da pena vai
YG

sendo obliterado e passa a ser apenas um novo ato de experimental da Universidade de São Paulo (USP). “O
que existe tipicamente entre os primatas, os macacos,
H

procedimento ou de administração. A punição pouco


é um comportamento de proteger o grupo ao qual
L

a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudes-


EL

se implicar de espetáculo desde então terá um cunho eles pertencem; em geral, um grupo com alto grau de
XW

negativo; e como as funções da cerimônia penal dei- parentesco contra outro grupo.”.
xavam pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a O geneticista Sérgio Pena não concorda com estudos evo-
A

lutivos: “Ao postular a existência de uma natureza humana


M

suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime


mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou evolutivamente moldada para ser etnocêntrica, paroquial,
mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando bairrista e chauvinista, esses discursos geralmente termi-
os espectadores a uma ferocidade de que todos que- nam por atribuir ao racismo uma inevitabilidade natural.
riam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência Isso não é verdade. Pelo contrário, as ‘raças’ e o racismo
dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com cri- não têm nenhuma justificativa biológica e não passam de
minoso, os juízes com os assassinos, invertendo no uma invenção muito recente na história da humanidade.”.
último momento os papéis, fazendo do supliciado um
objeto de piedade e de admiração. Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos lin-
A execução pública é vista então como uma fornalha em guísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
que se acende a violência. A punição vai-se tornando,
pois, a parte mais velada do processo penal, provocando Depreende-se do texto que a psicologia experimental é
várias consequências: deixa o campo da percepção qua- uma área do conhecimento científico que concorda com
se diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia a tese do caráter hereditário do racismo em humanos.
é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível;
98 a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do ( ) CERTO ( ) ERRADO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Sozinha no mundo, sem pai Em uma correspondência oficial destinada a um pro-
nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, curador-geral de estado, o vocativo a ser empregado é
na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquan- Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral.
to o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de
se refazer por um momento. E então parecia tão livre. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo 18. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Com base no Manual de
em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela Redação da Presidência da República, julgue o item
um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.
contar com ela para nada. Nem ela própria contava con- O expediente denominado ofício é apropriado como
sigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem forma de comunicação entre unidades administrati-
é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no vas de um mesmo órgão.
mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Clarice Lispector. Uma galinha. In: Laços de família: contos. Rio de
Janeiro: Rocco, 1998.
19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o seguinte item
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos de acordo com as prescrições constantes no Manual
linguísticos do texto precedente, julgue o item que se de Redação da Presidência da República acerca das
segue. características formais e linguísticas das correspon-
dências oficiais.
No trecho “Nem ela própria contava consigo, como o
galo crê na sua crista”, existe uma relação de oposição O texto do documento oficial, padrão ofício, deve
entre as orações que compõem o período. seguir a seguinte padronização de estrutura: introdu-
ção, desenvolvimento e conclusão, sendo facultativo
( ) CERTO ( ) ERRADO o desenvolvimento nos casos em que há apenas enca-
minhamento de documentos.
16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Espinosa atravessou

4
lentamente a rua, olhar no chão, mãos nos bolsos, em ( ) CERTO ( ) ERRADO

-7
direção à praça. O sol ainda brilhava forte na tarde de

91
primavera. Procurou um banco vazio, de frente para o 20. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Com base no Manual de

.5
51
porto, tendo às costas o velho prédio do jornal A Noite. Redação da Presidência da República, julgue o próxi-
mo item.

.7
À sombra de um grande fícus, deixou as ideias surgi-

79
rem anarquicamente.

-0
Poucas pessoas considerariam a praça Mauá um lugar O texto de um documento oficial deve seguir a estrutura
adequado à reflexão, exceto ele e os mendigos. No padronizada de introdução, desenvolvimento e conclusão,
ZA
começo era visto com desconfiança, mas aos poucos exceto em casos de encaminhamento de documentos.
U

eles foram se acostumando a sua presença. Nunca


SO

frequentou a praça à noite, respeitava a metamorfose ( ) CERTO ( ) ERRADO


A

produzida pelos frequentadores do Scandinavia Night


LV

Club ou da Boite Florida.


9 GABARITO
SI

Enquanto prestava minuciosa atenção ao movimento


dos guindastes no porto, deixou o pensamento ema-
A
D

ranhar-se livremente em sua própria trama. Formara, 1 ERRADO


R

havia tempos, a ideia de que momentos de solidão


O

eram propícios à reflexão. Sentado naquele banco, aca- 2 ERRADO


YG

bara por concluir que isso não se aplicava a si próprio.


3 ERRADO
H

A forma mais comum como transcorria sua vida mental


L

era a de um fluxo semienlouquecido de imagens acom- 4 ERRADO


EL

panhado de diálogos inteiramente fantásticos. Não se


XW

julgava capaz de uma reflexão puramente racional, o 5 ERRADO


A

que, para um policial, era no mínimo embaraçoso. 6 CERTO


M

Luiz Alfredo Garcia-Roza. O silêncio da chuva. Companhia das 7 CERTO


Letras, 2005 (com adaptações).
LÍNGUA PORTUGUESA

8 ERRADO
No que concerne aos sentidos e aos aspectos linguís-
ticos do texto anterior, julgue o item que se segue. 9 ERRADO

10 ERRADO
O texto poderia ser classificado corretamente como
descritivo ou narrativo, não sendo possível afirmar 11 ERRADO
qual desses tipos textuais nele predomina.
12 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 13 CERTO

17. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Com base no Manual de 14 ERRADO


Redação da Presidência da República, julgue o item
15 ERRADO
que se segue, acerca de aspectos da redação oficial. 99
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
16 ERRADO

17 ERRADO

18 CERTO

19 CERTO

20 CERTO

ANOTAÇÕES

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

100
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Visão de Tarefas – permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB;
z Microsoft Edge – navegador de Internet padrão do
Windows 10. Ele está configurado com o buscador
NOÇÕES DE padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja – loja de app’s para o usuário bai-
INFORMÁTICA xar novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail – aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas;
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10 z Barra de Acesso Rápido – ícones fixados de pro-
gramas para acessar rapidamente;
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10 z Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão
direito (secundário) do mouse, será mostrado o
O sistema operacional Windows foi desenvolvido menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- ra de acesso rápido;
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores z Central de Ações – centraliza as mensagens de segu-
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), rança e manutenção do Windows, como as atuali-
canetas e mesas digitalizadoras. zações do sistema operacional. Atalho de teclado:
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa
que possui suporte para os dispositivos apontadores ser carregada pelo usuário, ela é carregada automa-
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para ticamente quando o Windows é inicializado;
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- z Mostrar área de trabalho – visualizar rapida-
ma Kinect do videogame XBox). mente a área de trabalho, ocultando as janelas
Em concursos públicos, as novas tecnologias e que estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:

4
Windows+D (Desktop);

-7
suportes avançados são raramente questionados. As
z Bloquear o computador – com o atalho de tecla-

91
questões aplicadas nas provas envolvem os conceitos
do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o

.5
básicos e o modo de operação do sistema operacional em

51
computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
um dispositivo computacional padrão (ou tradicional).
trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado

.7
O sistema operacional Windows é um software

79
Ctrl+Alt+Del;
proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) dispo-

-0
z Gerenciador de Tarefas – para controlar os apli-
nível e o usuário precisa adquirir uma licença de uso
cativos, processos e serviços em execução. Atalho
ZA
da Microsoft.
de teclado: Ctrl+Shift+Esc;
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
U

z Minimizar todas as janelas – com o atalho de


SO

relação às versões anteriores, como assistente virtual, teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
navegador de Internet, locais que centralizam infor- minimizar todas as janelas abertas, visualizando
A

mações etc.
LV

a área de trabalho;
z Criptografia com BitLocker – o Windows oferece
SI

z Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos ins- o sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
A

talados no computador, com os itens recentes no


D

dados de uma unidade de disco, protegendo contra


início da lista e os demais itens classificados em
R

acessos indevidos. Para uso no computador, uma


O

ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e chave será gravada em um pendrive, e para aces-
YG

estáticos do Windows 8 com a lista de programas sar o Windows, ele deverá estar conectado;
H

do Windows 7; z Windows Hello – sistema de reconhecimento


L

z Pesquisar – com novo atalho de teclado, a opção facial ou biometria, para acesso ao computador
EL

pesquisar permite localizar, a partir da digitação sem a necessidade de uso de senha;


XW

de termos, itens no dispositivo, na rede local e na z Windows Defender – aplicação que integra recur-
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
A
M

atalho de teclado: Windows+S (Search); e antispyware.


z Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de informações no dispositivo, na rede local e na O botão direito do mouse aciona o menu de con-
Internet; texto, sempre.

CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E


Importante! ATALHOS

A assistente virtual Cortana é uma novidade do No Windows 10, os diretórios são chamados de pas-
Windows 10 que está aparecendo em provas tas e algumas pastas são especiais, contendo coleções
de concursos com regularidade. Semelhante de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo
ao Google Assistente (Android), Siri (Apple) e são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músi-
Alexa (Amazon), essa integra recursos de aces- cas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas para
sibilidade por voz para os usuários do sistema sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam
operacional. a organização dos arquivos e pastas, inserindo apenas
ligações para os itens em seus locais originais. 101
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pasta com Pasta sem Pasta vazia
subpasta subpasta

O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.

TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO


Unidade de disco de armazenamento permanente, que possui um sistema de arquivos e
Disco de armazenamento
mantém os dados gravados
Estruturas lógicas que endereçam as partes físicas do disco de armazenamento. NTFS,
Sistema de Arquivos
FAT32, FAT são alguns exemplos de sistemas de arquivos do Windows
Trilhas Circunferência do disco físico (como um hard disk HD ou unidades removíveis ópticas)
Setores São ‘fatias’ do disco, que dividem as trilhas
Clusters Unidades de armazenamento no disco, identificado pela trilha e setor onde se encontra

4
Pastas ou diretórios Estrutura lógica do sistema de arquivos para organização dos dados na unidade de disco

-7
91
Arquivos Dados. Podem ter extensões

.5
Pode identificar o tipo de arquivo, associando com um software que permita visualização

51
Extensão
e/ou edição. As pastas podem ter extensões como parte do nome

.7
79
Arquivos especiais, que apontam para outros itens computacionais, como unidades, pas-
Atalhos tas, arquivos, dispositivos, sites na Internet, locais na rede etc. Os ícones possuem uma

-0
seta, para diferenciar dos itens originais ZA
U

O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
SO

lhões de bytes de capacidade. Os nomes usados são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão listados na
escala a seguir.
A
LV
SI

Exabyte
A

(EB)
D

Petabyte
R

(PB)
O

Terabyte
YG

(TB)
Gigabyte
H

trilhão
(GB)
L

Megabyte
EL

bilhão
(MB)
XW

Kilobyte milhão
(KB) mil
A

Byte
M

(B)

Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos comercial-
mente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes de
dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória.
A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
102 vo com 75 MB de tamanho levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que
Importante! antes era Windows Explorer) para o gerenciamento
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exi-
manipulação de informações no computador, desde o
bido em modo de visualização de Detalhes, nas básico (formatar discos de armazenamento) até o avan-
Propriedades (botão direito do mouse, menu de çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
contexto) e na barra de status do Explorador de O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado
Arquivos. Poderão ter as unidades KB, MB, GB, para executar o Explorador de Arquivos.
TB, indicando quanto espaço ocupam no disco Como o Windows 10 está associado a uma con-
de armazenamento. ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-
Quando os computadores pessoais foram apresen- Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado
tados para o público, a árvore foi usada como analo- direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a
gia para explicar o armazenamento de dados, criando nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive,
o termo “árvore de diretórios”. eles serão enviados para a nuvem e sincronizados
com outros dispositivos que estejam conectados na
mesma conta de usuário.
Documentos Os atalhos são representados por ícones com uma
Imagens Folhas seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para
Músicas Flores um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são
Vídeos Frutos independentes dos objetos que os referenciam, por-
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta
ou unidade de disco que estão apontando.
Pastas e subpastas Tronco e galhos Podemos criar um atalho de várias formas diferentes:

z Arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,


e ao soltar, o atalho é criado;
z No menu de contexto (botão direito) escolha
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);

4
-7
Diretório raiz Raiz z Um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen-

91
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser

.5
criado na área de trabalho arrastando o ícone da

51
Árvore de diretórios
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando-

.7
-o na área de trabalho.

79
No Windows 10, a organização segue a seguinte

-0
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos
definição: somente leitura..., os atributos dos itens podem ser
ZA
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
U
z Pastas texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que
SO

tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu-


„ Estruturas do sistema operacional: Arqui- ração correspondente.
A
LV

vos de Programas (Program Files), Usuários


(Users), Windows. A primeira pasta da unida- ÁREA DE TRABALHO
SI

de é chamada raiz (da árvore de diretórios),


A

representada pela barra invertida: Documen- A interface gráfica do Windows é caracterizada


D

pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do


R

tos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Ima-


O

gens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,
YG

Músicas) – bibliotecas; atalhos, barra de tarefas (com programas que podem


H

„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Docu- ser executados e programas que estão sendo executa-
L

dos) e outros componentes do Windows.


mentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus
EL

A área de trabalho do Windows 10, também conhe-


Vídeos), Músicas (Minhas Músicas) – bibliotecas;
XW

cida como Desktop, é reconhecida pela presença do


„ Área de Trabalho: Desktop, que permite aces- papel de parede ilustrando o fundo da tela. É uma
A

so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP),
M

programas e atalhos;
uma foto (extensão JPG), além de outros formatos grá-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

„ Lixeira do Windows: Armazena os arquivos de ficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos
discos rígidos que foram excluídos, permitindo que o computador está pronto para executar tarefas.
a recuperação dos dados.

z Atalhos

„ Arquivos que indicam outro local: Extensão


LNK, podem ser criados arrastando o item com
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.

z Drivers

„ Arquivos de configuração: Extensão DLL e


outras, usadas para comunicação do software
com o hardware. 103
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
Edge Chrome Thunderbird Secure Co..

Provas Dowloads Lista de Extra - Dicas


caragua.docx
Anteriores e-mails par.. Ebook-Curs. concursos.txt

Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.

Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e estes podem ser ocultados se o usuário escolher ‘Ocultar
ícones da área de trabalho’ no menu de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam atalhos,
arquivos, pastas, unidades de discos e componentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou pela
combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o menu Iniciar será apresentado na interface de blocos que sur-
giu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
(antigo Painel de Controle), programas instalados no computador, apps instalados no computador a partir da

4
Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.

-7
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou ditar o

91
nome do recurso que estamos querendo executar e o Windows 10 apresentará a lista de opções semelhantes na

.5
área de trabalho e a possibilidade de buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar o que estamos queren-

51
do procurar, clicando no microfone no canto direito da caixa de pesquisa.

.7
79
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma novidade do Windows 10, que permite visualizar os dife-
rentes aplicativos abertos (como o atalho de teclado Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de Trabalho. O

-0
atalho de teclado para Visão de Tarefas é Windows+Tab. ZA
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias áreas de
U
trabalho independentes, onde os programas abertos em uma não interfere com os programas abertos em outra.
SO

A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário, per-
mitindo o acesso rápido, tanto por clique no mouse, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, Windows+2
A
LV

para o segundo programa etc.) e também pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que mostrará minia-
turas do que está em execução, e consequente transparência das janelas).
SI

A Área de Notificação mostrará a data, hora, mensagens da Central de Ações (de segurança e manutenção),
A

processos em execução (aplicativos de segundo plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.


D
R

Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o atalho de teclado Windows+D mostrará a área de trabalho ao
O

primeiro clique e mostrará o programa que estava em execução ao segundo clique. Se a opção “Usar Espiar para
YG

visualizar a área de trabalho ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar Área de Trabalho na extremida-
H

de da barra de tarefas” estiver ativado nas Configurações da Barra de Tarefas, não será necessário clicar. Bastará
L

apontar para visualizar a Área de Trabalho.


EL

Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface Metro
XW

do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser ativar ou
desativar, pressione e segure o aplicativo (ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o bloco dinâmico
A

e selecione Ativar bloco dinâmico ou Desativar bloco dinâmico.


M

104
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Navegador padrão
do Windows 10 Atalhos

Itens Excluídos

Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky


Pastas de Firefox Arquivos
Edge Chrome Thunderbird Secure Co..
Arquivos

Provas Downloads caragua.docx Lista de Extra - Dicas


Anteriores e-mails par.. Ebook-Curs. concursos.txt
Central de
Botão Iniciar Barra de Área de
Visão de Tarefas Ações
Cortana Acesso rápido Notificação

4
Barra de Tarefas

-7
91
Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.

.5
51
Mostrar área de trabalho agora está no canto inferior direito, ao lado do relógio, na área de notificação da

.7
Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: Win+D (Desktop).

79
-0
ZA
U
SO
A

Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.
LV
SI
A
D
R
O
YG

Aplicativo que está em execução 1 vez possui um pequeno traço azul abaixo do ícone.
H
L
EL
XW
A
M

Aplicativo que está em execução mais de 1 vez possui um pequeno traço segmentado azul no ícone.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 +1 Não está em
execução execução execução
105
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA

Um dos itens mais importantes do Windows não é visível como um ícone ou programa. A Área de Transfe-
rência é um espaço da memória RAM, que armazena uma informação de cada vez. A informação armazenada
poderá ser inserida em outro local, e ela acaba trabalhando em praticamente todas as operações de manipulação
de pastas e arquivos.
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo da Área de Transferência, acione o atalho de teclado Windo-
ws+V (View).
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), estamos copiando o item para a memória RAM, para ser inse-
rido em outro local, mantendo o original e criando uma cópia.
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área de Trans-
ferência, para ser inserida em outro local, como em um documento do Microsoft Word ou edição pelo acessório
Microsoft Paint.
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a Área de
Transferência, desconsiderando outros elementos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o conteúdo que está armazenado na Área de Transferência será
inserido no local atual.

Dica
As três teclas de atalhos mais questionadas em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C e Ctrl+V, que acio-
nam os recursos da Área de Transferência.

As ações realizadas no Windows, em sua quase totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de teclado
Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pressionar Del ou
Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem necessidade de acessar a
Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e Alt+PrintS-

4
-7
creen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.

91
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no

.5
Windows.

51
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-

.7
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.

79
A área de transferência é um dos principais recursos do Windows, que permite o uso de comandos, realização

-0
de ações e controle das ações que serão desfeitas.
ZA
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS
U
SO

Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam ser conhecidas para que a operação seja realizada com
A

sucesso.
LV
SI

z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distinção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. Um arqui-
vo chamado documento.docx será considerado igual ao nome Documento.DOCX;
A
D

z O Windows não permite que dois itens tenham o mesmo nome e a mesma extensão quando estiverem arma-
R

zenados no mesmo local;


O
YG

z O Windows não aceita determinados caracteres nos nomes e extensões. São caracteres reservados, para outras
operações, que são proibidos na hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arquivos e pastas podem ser
H

compostos por qualquer caractere disponível no teclado, exceto os caracteres * (asterisco, usado em buscas),
L
EL

? (interrogação, usado em buscas), / (barra normal, significa opção), | (barra vertical, significa concatenador
de comandos), \ (barra invertida, indica um caminho), “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, significa
XW

unidade de disco), < (sinal de menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal de maior, significa direcio-
A

nador de saída);
M

z Existem termos que não podem ser usados, como CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa
impressora) e AUX (indica um auxiliar), por referenciar itens de hardware nos comandos digitados no Prompt
de Comandos (por exemplo, para enviar para a impressora um texto através da linha de comandos, usamos
TYPE TEXTO.TXT > PRN).

Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero à N
caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows como nos sites de busca na Internet.
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas podem estar condicionadas
ao local onde ela é efetuada, ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no enuncia-
do da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. As
bancas organizadoras costumam questionar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes utilizam imagens
nas questões.

106
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
OPERAÇÕES COM TECLADO
Atalhos de teclado Resultado da operação
Ctrl+X e Ctrl+V
Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma mensagem de erro
na mesma pasta
Ctrl+X e Ctrl+V
Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido
em locais diferentes
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia) para diferenciar
na mesma pasta do original
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo o nome e
em locais diferentes extensão
Tecla Delete em um item do Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar depois, se o item
disco rígido estiver em um disco rígido local interno ou externo conectado na CPU
Tecla Delete em um item do Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens de unidades
disco removível removíveis (pendrive), ópticas ou unidades remotas
Shift+Delete Independentemente do local onde estiver o item, ele será excluído definitivamente
Renomear. Trocar o nome e a extensão do item. Se houver outro item com o mesmo
F2 nome no mesmo local, um sufixo numérico será adicionado para diferenciar os itens. Não
é permitido renomear um item que esteja aberto na memória do computador

Lixeira

Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla Delete (DEL), o item é removido do local original e arma-

4
zenado na Lixeira.

-7
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o local

91
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o

.5
51
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no

.7
79
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens

-0
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É possível recuperar
ZA
com programas de terceiros, mas isto não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
U
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
SO

local onde o usuário liberar o botão do mouse.


A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar o
A
LV

tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativar ela excluindo os itens diretamente e configurar Lixeiras
individuais para cada disco conectado.
SI
A
D

OPERAÇÕES COM MOUSE


R
O

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO


YG

Clique simples no botão principal Selecionar o item


H

Clique simples no botão secundário Exibir o menu de contexto do item


L
EL

Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for editável, com


XW

Duplo clique o programa padrão que está associado. Nos programas do com-
putador, poderá abrir um item através da opção correspondente
A
M

Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será sugeri-


Duplo clique pausado
do numerar o item renomeado com um sufixo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arrastar com botão principal pressionado e soltar na


O item será movido
mesma unidade de disco
Arrastar com botão principal pressionado e soltar
O item será copiado
em outra unidade de disco
Arrastar com botão secundário do mouse pressio- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local onde
nado e soltar na mesma unidade soltar)
Arrastar com botão secundário do mouse Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
pressionado e soltar em outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”

Arrastar na mesma unidade, será movido. Arrastar entre unidades diferentes, será copiado.

107
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT) gem ou do destino da ação

Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém


Seleção individual de itens
a tecla CTRL pressionada

Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o iní-


Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém
cio, e o último item será o final, de uma região contínua de
a tecla SHIFT pressionada
seleção

Extensões de Arquivos

O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão caracteriza o
tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para ele, de acordo
com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder o acesso ao arquivo,
que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas Padrão do Windows.

Importante!

4
-7
Existem arquivos sem extensão, como itens do sistema operacional. Ela é opcional e procura associar o

91
arquivo com um programa para visualização ou edição. Se o arquivo não possui extensão, o usuário não

.5
conseguirá executar ele, por se tratar de conteúdo de uso interno do sistema operacional (que não deve ser

51
manipulado).

.7
79
-0
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos.
ZA
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
U
SO

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de documento
PDF
A

portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas
LV
SI
A

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser editados
DOCX
D

pelo LibreOffice Writer


R
O
YG

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas pelo Li-
XLSX
H

breOffice calc
L
EL
XW

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOffice
PPTX
Impress
A
M

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser aberto por
TXT
vários programas do computador

Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este documento de
RTF
texto possui alguma formatação, como estilos de fontes

MP4, AVI, Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
MPG do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos de vídeo

108
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player e o Groo-
MP3
ve Music podem reproduzir o som

BMP, GIF,
Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de imagens
PNG, TIF

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de programas
ZIP
adicionais, como o formato RAR, que exige o WinRAR

Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que podem ser
DLL
usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo

EXE, COM,
Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem executados
BAT

Uma das extensões menos conhecidas e mais questionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text Format, uma
tentativa da Microsoft em criar um padrão de documento de texto com alguma formatação para múltiplas plata-
formas. A extensão RTF pode ser aberta pelos programas editores de textos, como o Microsoft Word e LibreOffice
Writer, e é padrão do acessório do Windows WordPad.

4
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.

-7
Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.

91
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenadas no Registro do Windows. O

.5
51
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá

.7
79
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus-

-0
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo. ZA
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
U
além de outros recursos administrativos.
SO

Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exibi-
da a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
A

Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
LV

Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
SI

a comunicação sem fio do aparelho – que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
A

demais tipos de uso da rede sem fio.


D

No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa-
R

ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.


O
YG

Modos de Exibição do Windows 10


H
L
EL
XW
A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Ícones extras grandes: ícones extra grandes com nome (e extensão);


z Ícones grandes: ícones grandes com nome (e extensão);
z Ícones médios: ícones médios com nome (e extensão) organizados da esquerda para a direita;
z Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados da esq. para a direita;
z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados de cima para baixo; 109
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de modificação, tipo e tamanho;
z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho, organizados da esq. para a direita;
z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data de modificação, marcas e tamanho.

Um dos temas mais questionados são os modos de exibição do Windows. Se tem um computador com Windows
10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar a disciplina no computador
ajuda na memorização dos recursos.

2. Barra ou linha de título


3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar

1. Barra de menus

Área de trabalho do aplicativo

6. Barra de Rolagem

Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10.

1. Barra de menus: são apresentados os menus com os respectivos serviços que podem ser executados no
aplicativo.

4
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo e o nome do aplicativo que está sendo executado na jane-

-7
la. Através dessa barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique

91
na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a

.5
posição desejada. Depois é só soltar o clique.

51
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela para

.7
seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.

79
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de documento ou aplicativo para preencher a tela. Para restaurar a

-0
janela para seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
ZA
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Solicita que você salve quaisquer alterações não salvas antes
U
de fechar. Alguns aplicativos, como os navegadores de Internet, trabalham com guias ou abas, que possui o seu
SO

próprio controle para fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4.


6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do lado direito (e inferior de uma janela de documento).
A
LV

Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.
SI

USO DOS MENUS


A
D

No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para
R
O

gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.


YG

O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, docu-
mentos ou fotos. O conteúdo dessas listas está diretamente relacionado com o programa ao qual elas estão asso-
H

ciadas. O recurso de Lista de Atalhos, novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões seguintes, possibilita
L
EL

organizar os arquivos abertos por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possibilidade ainda de fixar o item
na lista.
XW

No Explorador de Arquivos do Windows 10, os menus foram trocados por guias, semelhante ao Microsoft Offi-
A

ce. Ao pressionar ALT, nenhum menu escondido será mostrado (como no Windows 7), mas os atalhos de teclado
M

para as guias Arquivo, Início, Compartilhar e Exibir.

O botão direito do mouse exibe a janela pop-up chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for clicado,
uma janela diferente será mostrada.
As opções exibidas no menu de contexto contêm as ações permitidas para o item clicado naquele local.
Através do menu de contexto da área de trabalho, podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, ou
novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft Word], Formato

110
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Rich Text [RTF WordPad], Documento de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Microsoft Excel [XLSX Microsoft
Excel], Pasta Compactada [extensão ZIP], entre outros).

Dica
Arquivos de imagens são editados pelo acessório do Windows Microsoft Paint, que no Windows 10 oferece
a versão Paint 3D.

Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série de informações relacionadas a si próprio. Estas informa-
ções podem ser consultadas em Propriedades, acessado no menu de contexto, exibido quando clicar com o botão
direito do mouse sobre o item.
Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e escolhendo ‘Esva-
ziar Lixeira’, os itens serão removidos definitivamente, utilizando o Windows, não haverá meio de recuperá-los.

PROGRAMAS E APLICATIVOS

Os programas associados ao Windows 10 podem ser classificados em:

z Componentes do sistema operacional;


z Aplicativos e Acessórios;
z Ferramentas de Manutenção e Segurança;
z App’s – aplicativos disponíveis na Loja (Windows Store) para instalação no computador do usuário.

Dica
Os acessórios do Windows são aplicativos nativos do sistema operacional, que estão disponíveis para utiliza-
ção mesmo que não existam outros programas instalados no computador. Os acessórios oferecem recursos
básicos para anotações, edição de imagens e edição de textos.

4
-7
91
Na primeira categoria encontramos o Configurações (antigo Painel de Controle). Usado para realizar as confi-
gurações de software (programas) e hardware (dispositivos), permite alterar o comportamento do sistema opera-

.5
51
cional, personalizando a experiência no Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle chama-se Configurações,

.7
e pode ser acessado pelo atalho de teclado Windows+X no menu de contexto, ou diretamente pelo atalho de tecla-

79
do Windows+I.

-0
Na segunda categoria, temos programas que realizam atividades e outros que produzem mais arquivos. Por
exemplo, a calculadora. É um acessório do Windows 10 que inclui novas funcionalidades em relação às versões
ZA
anteriores, como o cálculo de datas e conversão de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas (como peque-
U

nos post its na tela do computador).


SO

Outros acessórios são o WordPad (para edição de documentos com alguma formatação), Bloco de Notas (para
A

edição de arquivos de textos), MSPaint (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens (que permite ver uma
LV

imagem e chamar o editor correspondente).


SI

E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfragmentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmentador de


Discos, para organizar clusters2), Verificação de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup do Windows
A
D

(para cópia de segurança dos dados do usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre no disco).
R
O
YG

Desfragmentar e Otimizar Unidades


H

Aplicativo da área de trabalho


L
EL
XW

Otimizar e desfragmentar unidade


A
M

A otimização das unidades do computador pode


ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Otimizar

No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas do Windows, encontraremos os outros programas, como


por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerenciamento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na parte de segurança
encontramos o Firewall do Windows, um filtro das portas TCP do computador, que autoriza ou bloqueia o acesso
para a rede de computadores, e de acesso externo ao computador.

1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 111
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Firewall do Windows
Painel de controle

A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.

WINDOWS 10 O QUE
Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador
Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de discos
Este Computador
e pastas Favoritas
Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador, melho-
Desfragmentar e Otimizar Unidades
rando o tempo de leitura dos dados
Win+S Pesquisar
Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado
Configurações Permite configurar software e hardware do computador
Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows
xBox (Games, músicas = Groove) Integração com xBox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do xBox One
Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar
Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida
Menu Iniciar, Barra de Tarefas e Blo-
Fixar aplicativos
cos Dinâmicos
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

4
Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explora-

-7
OneDrive integrado
dor de Arquivos

91
.5
Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal
Continuum

51
para dispositivos conversíveis

.7
Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10

79
Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente per-

-0
Windows Store
mite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV
ZA
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
U
SO

Windows Update, Windows Update for


Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
Business, Current Branch for Business
Windows as a Service – WaaS
A

e Long Term Servicing Branch


LV

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado


SI

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em dispo-
A

Modo tablet
D

sitivos tipo conversíveis


R

Email, Calendário, Notícias, entre ou-


O

Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas


YG

tros – também foram melhorados.


H

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
L

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android
EL

Configurações > Sistema >


XW

Analisar o espaço de armazenamento em seu PC


Armazenamento
A

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando


M

Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português
Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as mensa-
Central de Notificações
gens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

112
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
A

O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com recursos simplificados.


LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição. 113
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.

4
-7
INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS MS-OFFICE 2010

91
.5
z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Word 2010 possuem a extensão DOCX;

51
z Os documentos de texto habilitados para macros3, possuem a extensão DOCM;

.7
z Um modelo4 de documento é um arquivo que pode ser usado para criar novos arquivos a partir de uma forma-

79
tação preestabelecida. A extensão é DOTX;

-0
z Um modelo de documento habilitado para macros contém além da formatação básica para criação de outros
documentos, comandos programados para automatização de tarefas. A extensão é DOTM; ZA
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft Excel 2010 possuem a extensão XLSX;
U

z As pastas de trabalho habilitadas para macros possuem a extensão XLSM;


SO

z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a extensão XLTX;


z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas para macros possuem a extensão XLTM;
A
LV

z O arquivo do Excel que contém os dados de uma planilha que não foi salva, que pode ser recuperada pelo
usuário, possui a extensão XLSB (binário);
SI

z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Values) contém textos separados por vírgula, que podem ser
A
D

importados pelo Excel, podem ser usados em mala direta do Word, incorporados a um banco de dados, etc.;
R

z Um arquivo com a extensão. contact é um contato, que pode ser usado no Outlook 2016;
O

z Arquivos compactados com extensão ZIP podem armazenar outros arquivos e pastas;
YG

z Os arquivos compactados podem ser criados pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta Compactada;
H

z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, recebem a extensão HTML e uma pasta será criada para os
L

arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.);


EL

z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transferido para outros arquivos do próprio Office através da Área
XW

de Transferência do Windows;
z O conteúdo formatado do Office poderá ser transferido para outros arquivos do Windows, mas a formatação
A

poderá ser perdida.


M

Atalhos de Teclado – Windows 10

Dica
Os atalhos de teclado do Windows são de termos originais em inglês. Por serem atalhos de teclado do siste-
ma operacional, são válidos para os programas que estiverem sendo executados no Windows.

ATALHO AÇÃO
Alt+Esc Alterna para o próximo aplicativo em execução

3 Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas são
escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o programa
perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
114 4 Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO AÇÃO
Alt+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução
Backspace Volta para a pasta anterior, que estava sendo exibida no Explorador de Arquivos
Ctrl+A Selecionar tudo
Ctrl+C Copia o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Esc Botão Início
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas
Ctrl+V Cola o item (os itens) da Área de Transferência no local do cursor
Ctrl+X Move o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Y Refazer
Desfaz a última ação. Se acabou de renomear um arquivo, ele volta ao nome original. Se
Ctrl+Z
acabou de apagar um arquivo, ele restaura para o local onde estava antes de ser deletado
Del Move o item para a Lixeira do Windows
F1 Exibe a ajuda
F11 Tela Inteira
Renomear, trocar o nome: dois arquivos com mesmo nome e mesma extensão não podem
F2 estar na mesma pasta, se já existir outro arquivo com o mesmo nome, o Windows espera
confirmação, símbolos especiais não podem ser usados, como / | \ ? * “ < >
F3 Pesquisar, quando acionado no Explorador de Arquivos. Win+S fora dele
F5 Atualizar

4
Shift+Del Exclui definitivamente, sem armazenar na Lixeira

-7
91
Win Abre o menu Início

.5
Win+1 Acessa o primeiro programa da barra de tarefas

51
Win+2 Acessa o segundo programa da barra de tarefas

.7
79
Win+B Acessa a Área de Notificação

-0
Win+D Mostra o desktop (área de trabalho) ZA
Win+E Abre o Explorador de Arquivos
U

Win+F Feedback – hub para comentários sobre o Windows


SO

Win+I Configurações (Painel de Controle)


A
LV

Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)


SI

Win+M Minimiza todas as janelas e mostra a área de trabalho, retornando como estavam antes
A

Selecionar o monitor/projetor que será usado para exibir a imagem, podendo repetir, esten-
D

Win+P
der ou escolher
R
O

Win+S Search, para pesquisas (substitui o Win+F)


YG

Win+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução em 3D (Visão de Tarefas)


H
L

Win+X Menu de acesso rápido, exibido ao lado do botão Iniciar


EL
XW
A
M

MICROSOFT WORD 2016: EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MICROSOFT WORD

Estrutura Básica dos Documentos

Os documentos produzidos com o editor de textos Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:

z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos editáveis
pelo usuário, que podem ser compartilhados com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, contêm formatações que serão aplicadas aos novos documentos
criados a partir dele. O modelo é usado para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM (Document Template Macros – modelo de documento com
macros): As macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) para a automatização de
tarefas; 115
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo a orientação, o tamanho do papel e margens. As principais
definições estão na guia Layout, mas também encontrará algumas definições na guia Design;
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem usadas
configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho da página, orientação, cabeçalhos, numeração de
páginas, entre outras, as seções serão usadas;
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação inde-
pendente do parágrafo anterior e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos
de formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar todos os
recursos da versão atual, deverá “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão ser editados pelas versões antigas do Office, desde que ins-
tale um pacote de compatibilidade, disponível para download no site da Microsoft.
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft Word, desde a
versão 2013, possui um que permite editar um arquivo PDF como se fosse um documento do Word.
O Microsoft Word pode gravar o documento no formato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar docu-
mentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:

z Faz a gravação automática dos dados editados enquanto o arquivo não tem um nome ou local de armazena-
mento definidos. Depois, se necessário, o usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação dos arquivos em edição que tenham nome e local definidos,
permitindo recuperar as alterações que não tenham sido salvas;
z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento automático”, associado à conta Microsoft, para

4
armazenamento na nuvem Microsoft OneDrive. Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento será

-7
91
realizado.

.5
51
O formato de documento RTF (Rich Text Format) é padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e por

.7
ser portável, também poderá ser editado pelo Microsoft Word.

79
Ao iniciar a edição de um documento, o modo de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.

-0
O documento será mostrado na tela da mesma forma que será impresso no papel.
O Modo de Leitura permite visualizar o documento sem outras distrações como a Faixa de Opções com os íco-
ZA
nes. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida.
U
SO

O modo de exibição “Layout da Web” é usado para visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse
publicado na Internet como página web.
A

Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
LV

de conteúdo.
SI

O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos gráfi-
A

cos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.


D

Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
R
O

interface do Microsoft Office.


YG

Acesso Rápido
H
L
EL

Guia Atual Guias ou Abas Item com Listagem


XW
A
M

Ícone com Opções


Caixa de Diálogo do Grupo Grupo

Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word

Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão 2007
ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmente ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a preferência
do usuário.
116 A Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE

Recortar

Copiar
Área de Transferência
Colar

Página Inicial Pincel de Formatação

Nome da fonte Calibri (Corp

Tamanho da fonte
Fonte
Aumentar fonte

Diminuir fonte

Folha de Rosto

Páginas Página em Branco

4
Quebra de Página

-7
91
Inserir

.5
Tabelas Tabela

51
.7
79
Imagem

-0
ZA
Ilustrações Imagens Online
U
SO
A

Formas
LV
SI
A

As guias possuem uma organização lógica, sequencial, das tarefas que serão realizadas no documento, desde
D

o início até a visualização do resultado final.


R
O
YG

BOTÃO/GUIA DICA
H

Arquivo Comandos para o documento atual. Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar
L
EL

Tarefas iniciais. O início do documento, acesso à Área de Transferência, formatação de fontes,


Página Inicial
XW

parágrafos. Formatação do conteúdo da página


A

Tarefas secundárias. Adicionar um objeto que ainda não existe no documento. Tabela, Ilustrações,
M

Inserir
Instantâneos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout da Página Configuração da página. Formatação global do documento, formatação da página

Design Reúne formatação da página e plano de fundo

Referências Índices e acessórios. Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários, etc.

Correspondências Mala direta. Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos

Correção do documento. Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de alte-
Revisão
rações, comentários, comparar, proteger, etc.

Exibir Visualização. Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?

117
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Edição e Formatação de Textos

A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados através das opções da guia Referências.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Página Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no menu
Estilos.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de formatação
no texto’, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc ou
iniciar uma digitação.

Seleção

Através do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, parágrafos
e até o documento inteiro.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

4
-7
Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha

91
.5
Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo

51
.7
Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento

79
-0
- Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início da linha
ZA
- Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final da linha
U
SO

- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início do documento


A
LV

- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final do documento


SI

Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra


A
D

Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local
R
O

Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
YG

pressionado
H

Botão principal
L

Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor


EL

pressionado
XW

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
A
M

praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.

Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.

118
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e sub-
linhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as palavras),
subscrito
(como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e VERSALETE. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito indepen-
dente, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem
ser individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;

4
-7
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)


YG
H

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
L

exemplos:
EL
XW

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
A

z
M

z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;


z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;


z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode


Enter -
mudar a formatação
119
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Quebra de Linha: muda de linha e mantém a for-


Shift+Enter -
matação atual

Quebra de página: muda de página, no local atual


do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Pági-
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
nas, ícone Quebra de Página, e na guia Layout,
grupo Configurar Página, ícone Quebras

Quebra de coluna: indica que o texto continua na


Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras

Separador de Estilo: usado para modificar o estilo


Ctrl+Alt+ Enter -
no documento

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-


TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc

4
-7
- - Hifens opcionais

91
.5
- - Âncoras de objetos

51
.7
79
- - Selecionar toda a tabela

-0
ZA
U
- - Campos atualizáveis pelo Word
SO
A
LV

Tabelas
SI
A

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
D

colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
R

As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, são formadas por
O
YG

células, e estas poderão conter também fórmulas simples.


Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma pla-
H

nilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
L
EL

Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
XW

Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma única),
A

Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elementos
M

horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.

120
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido

Em inglês, com referências direcio- Em português, com referências posicionais


Tabela, Fórmulas
nais =SUM(ABOVE) =SOMA(A1:A5)

Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)

Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5

Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter

Copia apenas a primeira formatação


Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
da origem

Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima

Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago

Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...

Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda

Atualizar os campos de uma mala


F9 Atualizar o resultado das fórmulas
direta

F11 - Inserir gráfico

Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na


Ctrl+Enter Quebra de página manual
célula atual

4
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual

-7
91
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na
Shift+Enter Quebra de linha manual

.5
célula acima da atual, se houver

51
.7
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

79
-0
Índices ZA
U
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
SO

vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
A

z Sumário: principal índice do documento;


LV

z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
SI

citações e expressões;
A

z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;


D

z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referências
R
O

Bibliográficas segundo os estilos padronizados;


YG

z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
H

z Índice: para marcação manual das entradas do índice;


L
EL

z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.


XW

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
A

te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
M

Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.

Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na formatação
de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

121
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LIBREOFFICE WRITER 7.1.6: EDIÇÃO E
FORMATAÇÃO DE TEXTOS A4

A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interfa-


ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um
fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão
Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais
programas do pacote, permitindo a inserção de fór- z Seção: divisão de formatação do documento, onde
mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em cada parte tem a sua configuração. Sempre que
uma tabela do documento de textos, por exemplo. forem usadas configurações diferentes, como mar-
O LibreOffice Writer grava documentos com a gens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usa-
extensão ODT, mas também poderá gravar em outros das. Disponível no menu Inserir, item Seção...;
formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos z Parágrafos: formado por palavras e marcas de
que são gravados pelo programa, também poderão formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
ser abertos por ele. tação independente do parágrafo anterior, e do
parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
Importante! parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
finalizado com Quebra de Linha, a configuração
O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua- de formatação atual permanece na próxima linha;
se tudo tem correspondente entre os aplicati- z Palavras: formado por letras, números, símbolos,
vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes, caracteres de formatação, etc. Podemos definir a
alguns nomes de comandos são diferentes, mas formatação do texto no menu Formatar, item Tex-
a maioria dos itens são iguais. to (nas versões anteriores era Caractere). E pode-

4
mos escolher em Texto. A novidade na versão 5 é

-7
que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos

91
O botão abc é usado para fazer a verificação orto- e efeitos disponíveis no editor.

.5
gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação

51
ortográfica o atalho é Shift+F7. A auto verificação Edição e Formatação de Textos

.7
79
ortográfica é para correção automática de todos os
erros do documento segundo as configurações prede- A edição e formatação de textos consiste em apli-

-0
terminadas pelo editor de textos Writer. car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
ZA
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
U
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma todos estes recursos, como o Microsoft Word.
SO

palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
A

guração aplicada.
LV

verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que


permite substituir erros comuns, como a ausência de
SI

maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci- Edição e Formatação de Fontes
A

dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre


D

maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
R
O

(quando digitamos naõ), e principalmente a substitui- vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
YG

ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário, todos os programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
H

no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.


padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
L
EL

Estrutura Básica dos Documentos New, Verdana, são os mais comuns.


Ao lado do nome da fonte, um número indica o
XW

tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessiva-


Os documentos do LibreOffice Writer possuem a
A

mente. Se quiser, digite o valor específico que deseja.


M

seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular
do Microsoft Word e conceitos: Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). As formatações de fontes e parágrafos podem ser remo-
Os documentos são arquivos editáveis pelo usuá- vidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), dis-
rio. Os Modelos, com extensão OTT (Open Template ponível na barra de formatação de Caracteres.
Text), contém formatações que serão aplicadas aos E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
novos documentos criados a partir dele; Assim como no Microsoft Word, os estilos podem
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si.
o tamanho do papel e margens. Definições estão no Diferem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome
menu Formatar, item Estilo da Página..., guia Página; de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do
texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold),
itálico (atalho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de
teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de
teclado Ctrl+D – Double, que não possui correspondente
122
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as palavras), subscrito
(como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em km2 – atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Formatar,
Texto. Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.

ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

4
Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P Exemplo de Texto

-7
91
.5
Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B

51
Exemplo de Texto

.7
79
Sombra - -

-0
ZA
Contorno - - Exemplo de Texto
U
SO

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto


A
LV

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto


SI
A

Maiúsculas EXEMPLO DE TEXTO


D
R
O

Minúsculas exemplo de texto


YG
H

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto


L
EL
XW

Versalete - Ctrl+Shift+K - Exemplo De Texto


A
M

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

Realce de Texto - - Exemplo de Texto

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquerda), Ctrl+E
(Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de Teclado dos Editores de Textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas? 123
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS


Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D 5
Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G6 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J7 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador

Ctrl+L8 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

Ctrl+M Aumentar recuo9 Limpar formatação direta Ctrl+\

4
-7
Ctrl+N Negrito Novo documento (New) -

91
10

.5
Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)

51
.7
Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -

79
-0
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
ZA
Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web
U

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)


SO

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando


A
LV

Ctrl+igual11 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula


SI
A

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final


D
R

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação


O
YG

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação


H

Shift+F312 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -


L
EL
XW

Importante!
A
M

Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.

5 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
6 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
7 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
8 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
9 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
10 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
11 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
124 12 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador, que permite a navegação para:

z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+A Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

4
-7
Botão principal - 3 cliques na palavra Selecionar a frase

91
.5
Botão principal - 4 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

51
.7
79
Cabeçalhos

-0
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
ZA
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
U

isto, use as seções para dividir a formatação do documento.


SO

Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
A

formas geométricas, hiperlinks, entre outros.


LV
SI
A
D

Inserir
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

Cabeçalho e rodapé Cabeçalho


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO

Permitem acesso às configurações


de arquivo sobre o documento atual
Arquivo
(novo, abrir, fechar, salvar, imprimir,
propriedades)
125
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Permite acesso à Área de Transfe-
rência, além das opções temporárias
Editar
(localizar, substituir, selecionar) e área
de transferência do Windows/Linux

Permite a configuração dos objetos


que serão exibidos na tela do aplica-
tivo. Modos de visualização, interface
Exibir
do usuário, elementos da tela de
edição, Marcas de Formatação, Barra
Lateral e Zoom

Permite adicionar um item que não


existe no documento atual. Adicionar
qualquer objeto no arquivo atualmen-
te editado. Se este objeto é atualizá-
Havendo a possibilidade disponível na impresso-
Inserir vel, será um campo. Elementos da
ra, serão impressas de um lado da página, ou frente e
página, elementos gráficos, elemen-
verso automático, ou manual. Ao contrário do Word,
tos visuais, referências e índices,
que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o
elementos de mala direta e cabeçalho
Writer divide em guias as opções da impressão.
e rodapé

Formatar significa dar um formato a


um objeto que já existe. Parágrafo, es-
Formatar tilos, marcadores e numeração, tabu- MICROSOFT EXCEL 2016:
lações, etc. Permite alterar elementos
ELABORAÇÃO, CÁLCULOS E

4
editáveis do documento

-7
MANIPULAÇÃO DE TABELAS E

91
Os estilos são formatações predefini-
GRÁFICOS

.5
das para serem usadas no texto. Pos-

51
Estilos
teriormente poderão ser organizadas

.7
em um índice MICROSOFT EXCEL

79
-0
Disponibilizam ferramentas para o As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
trabalho com tabelas, segundo as nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
ZA
Tabelas convenções próprias do recurso. Ao a criação de uma agenda de compromissos, passan-
U

incluir uma tabela no documento, a do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de
SO

barra de ícones Tabela será exibida pagamento, ao controle de estoque de produtos e base
A

de clientes. Diversas funções internas oferecem os


LV

Permite a edição e programação de recursos necessários para a operação.


formulários diretamente no docu-
SI

Formulários O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de


mento aberto, para entrada de dados ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
A

padronizados
D

formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para


R

Oferece comandos para o gerencia- XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
O

atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o


YG

mento do aplicativo, alterando as


Ferramentas Office 2007, e permanece até hoje.
configurações em todos os próximos
H

arquivos editados pelo aplicativo As planilhas de cálculos não são banco de dados.
L

Muitos usuários armazenam informações (dados) em


EL

Oferece opções para organizar as uma planilha de cálculos como se fosse um banco de
XW

Janela
janelas dos documentos em edição dados, porém o Microsoft Access é o software do paco-
te Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um
A
M

banco de dados tem informações armazenadas em


Impressão registros, separados em tabelas, conectados por rela-
cionamentos, para a realização de consultas.
Disponível no menu Arquivo, e também pelo ata-
lho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Conceitos Básicos
Impressão), a impressão permite o envio do arquivo
em edição para a impressora. A impressora listada
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encon-
vem do Windows, do Painel de Controle (ou Configu-
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
rações, no caso do Windows 10).
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com
Podemos escolher a impressora, definir como será a
a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomea-
específicas), quais serão as páginas (números separados
das com uma letra;
com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais,
z Linha: células alinhadas horizontalmente, nume-
separadas por traço uma sequência de páginas).
radas com números;

126
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma formatação específica;
folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas z Todas as formatações estão disponíveis no atalho
(nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas); de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acor-
encontraremos o item Personalizado, para criação
do com quantidade de memória RAM disponível,
de máscaras de entrada de valores na célula.
nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito
Formatos de Números, Disponível na Guia Página
da célula, permite que um valor seja copiado na
Inicial
direção em que for arrastado. No Excel, se hou-
ver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 núme-
ros, uma sequência será criada. Se for um texto, é
GERAL: SEM FORMATO ESPECÍFICO
copiado. Mas texto com números é incrementado. 123
Dias da semana, nome de mês e datas são sempre
criadas as continuações (sequências); 12 NÚMERO: EX.: 4,00

4
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Haven-

-7
do diversos valores para serem mesclados, o Excel

91
MOEDA: EX.: R$4,00
manterá somente o primeiro destes valores, e cen-

.5
51
tralizará horizontalmente na célula resultante:

.7
CONTÁBIL: E.: R$4,00

79
Mesclar e Centralizar

-0
Mesclar e Centralizar

Mesclar através DATA ABREVIADA: EX.: 04/01/1900


ZA
U
Mesclar Células
G DATA COMPLETA: EX.: QUARTA-FEIRA, 4 DE
SO

H
Desfazer Mesclagem de Células JANEIRO DE 1900
A
LV

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, HORA: EX.: 00:00:00
poderá juntar as informações das células.
SI

Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,


A

PORCENTAGEM: EX.: 400,00 %


D

disponível na guia Página Inicial:


R

1 FRAÇÃO: EX.: 4
O

z Mesclar e Centralizar: Une as células seleciona- 2


YG

das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da


102 CIENTÍFICO. EX.: 4,00E + 00
H

nova célula. Este recurso é usado para criar rótu-


L

los (títulos) que ocupam várias colunas;


ab
EL

TEXTO: EX.: 4
z Mesclar através: Mesclar cada linha das células
XW

selecionadas em uma célula maior;


z Mesclar células: Mesclar (unir) as células selecio- As informações existentes nas células poderão
A

ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por


M

nadas em uma única célula, sem centralizar;


z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o proce- exemplo, na verdade é um número formatado como
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dimento realizado para a união de células. data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre
datas.
Elaboração de Tabelas e Gráficos Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o
de dados, é o conjunto de valores armazenados nas símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil,
células. Estes dados poderão ser organizados (classi- o alinhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posi-
ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas ciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula
e funções), além de apresentar em forma de gráfico decimal.
(uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:
Moeda Contábil
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar R$4,00 R$4,00
a digitação, e o que for digitado é inserido na célula; 127
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O ícone % é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%).

VALOR FORMATO PORCENTAGEM % PORCENTAGEM E 2 CASAS % ,0 0


ß,0

1 100% 100,00%
0,5 50% 50,00%
2 200% 200,00%
100 10000% 10000,00%
0,004 0% 0,40%

O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.

4
-7
VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000

91
1500 R$1.500,00 1.500,00

.5
51
16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

.7
1 R$1,00 1,00

79
-0
400 R$400,00 400,00
ZA
27568 R$27.568,00 27.568,00
U
SO

,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
A

casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
LV

Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas deci-
SI

mais. Se não possuir, então será acrescentado zero.


A

Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
D

cima ou para baixo, ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED, para
R

arredondar.
O
YG

Simbologia Específica
H
L

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
EL

alguns exemplos de aplicação.


XW
A

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS


M

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
(multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

% (percentual) Percentual = 20% Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por 100

Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) Exponenciação Cálculo de raízes =3^2=8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica
de 8
128
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?


1. Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos)
2. Identificar a simbologia básica do Excel (informática)
3. Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática)
4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
15, senão mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então mos-


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
tre 20, senão mostre 40.

Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então


>= (maior ou igual) Maior ou igual a = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 )
mostre 5, senão mostre 1.

Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


<= (menor ou igual) Menor ou igual a = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 ) mostre 11, senão
mostre 23.

4
-7
Se o valor de A1 for diferente de 1, então mos-

91
<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
tre 100, senão mostre 8.

.5
51
Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,
= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )

.7
senão mostre 50.

79
-0
Princípios dos Operadores Relacionais ZA
U

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
SO

z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
A

z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
LV

z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
SI

z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
A
D

OPERADORES DE REFERÊNCIA
R
O

Símbolo Significado Exemplo Comentários


YG

=$A1 Trava a célula na coluna A


H

$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1


L
EL

=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará


XW

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
A

Planilha2
M

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2


onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do Ex-


=’C:\FernandoNishimura\
‘ (apóstrofo) Caminho cel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

129
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando, não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).

4
-7
91
.5
51
.7
79
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2

-0
SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES
ZA
U

Símbolo Significado Exemplo Comentários


SO

Faz a soma de 15 e 3
A

= 15 + 3
LV

Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso seja


= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação verdadeiro, mostra 10, caso seja falso,
SI

=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
mostra 11
A
D

= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador


Identifica uma função ou os valo-
R

( )parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1


res de uma operação prioritária
O

= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2


YG

A função SE tem 3 partes, e estas estão


H

; (ponto e vírgula) Separador de argumentos =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )


separadas por ponto e vírgula
L
EL

Executa uma operação sobre as células


Espaço Intersecção =SOMA(F4:H8 H6:K10)
XW

em comum nos intervalos


A
M

Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Fernando.


“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”
Se usado em testes, é “igual a”

Exibe os zeros não significativos,


‘(apóstrofo) Número como texto ‘0001
0001 como texto (ex.: placa de carro)
130
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Exibe “Fernando Nishimura” (sem as


& (“E” comercial) Concatenar = “Fernando ”&” Nishimura” aspas), o resultado da junção dos
textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-

4
-7
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.

91
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.

.5
Com este recurso, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a relação entre as células, e identificar a origem

51
das mensagens de erros.

.7
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

79
-0
z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;
z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece; ZA
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
U

#NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico inválido;


SO

z
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
A

z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;


LV

z ##### – indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.
SI
A

Funções Básicas
D
R

z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas células selecionadas.


O
YG

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
H

existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
L

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
EL

=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5


XW

=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
A
M

apenas áreas quadrangulares.


=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.

z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.

z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média. 131
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z MED(valores) : informa a mediana de uma série =SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
de valores. negativo”;”Valor é positivo”))

Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, os valores igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
(5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5. teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
Se temos uma sequência de valores com quan- rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
tidade par, a mediana será a média dos valores que é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
estão no meio. Por exemplo, os valores (2,13,4,10,8,1), e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a quanti-
z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células dade de células, que atendem às condições especificadas.
selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na - CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- números.
nas um será mostrado. - CONT.VALORES - quantidade de células que estão
preenchidas.
z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de - CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica.
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- várias condições simultaneamente.
las A1 até D6.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as

4
células em um intervalo, exceto as células vazias.

-7
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-

91
las selecionadas.

.5
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da

51
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na contagem, informando quantas células estão preen-

.7
área de A1 até D6. chidas com valores, quaisquer valores.

79
-0
z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
uma série, segundo o argumento apresentado.
ZA
intervalo, exceto células vazias e células com texto.
U
SO

Valores iguais ocupam posições diferentes. =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no


intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
A

=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-


LV

las A1 até D6. z CONT.SE(células;condição): Esta função conta quan-


SI

tas vezes aparece um determinado valor (número ou


A

z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor- texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
D

na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro indicar qual é o critério a ser contado)
R

caso seja falso.


O
YG

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-


Esta função é muito solicitada em todas as bancas. tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
H

A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na do o valor 5.


L
EL

primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na


segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
XW

z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais ção2): Esta função conta quantas vezes aparece
A

serão realizadas as duas operações, somente uma


um determinado valor (número ou texto) em um
M

delas, segundo o resultado do teste.


intervalo de células (o usuário tem que indicar
A função SE usa operadores relacionais (maior,
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
te) para construção do teste. As aspas são usadas para as condições especificadas.
textos literais.
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”)
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da Efetua a contagem de quantas células existem no
célula A1 não é 10”) intervalo de A1 até A10 contendo o valor 5 e ao mes-
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O mo tempo, quantas células existem no intervalo de B1
valor não é negativo”) até B10 contendo o valor 7.
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
não é positivo”) z CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias
de um intervalo.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati- =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
132 vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. vazias existem no intervalo A1 até A8.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z SOMASE(células para testar;teste;células para z ARRED(valor;casas decimais): Exibe um número
somar): Efetua um teste nas células especificadas, com a quantidade de casas decimais, arredondan-
e soma as correspondentes nas células para somar. do para cima ou para baixo.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas
decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.
=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
de A1 até A10 que sejam maiores que 6. z HOJE(): Exibe a data atual do computador.
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores z AGORA(): Exibe a data e hora atuais do computador.
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem z DIA(data): Extrai o número do dia de uma data.
menores que 3. z MÊS(data): Extrai o número do mês de uma data.
z ANO(data): Extrai o número do ano de uma data.
z SOMASES(células para somar; células1; teste1; z DIAS(data1;data2): Informa a diferença em dias
células2; teste2): Verifica as células que atendem entre duas datas.
aos testes e soma as células correspondentes. z DIAS360(data1;data2): Informa a diferença em
Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos. dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias)
z POTÊNCIA(base;expoente): Eleva um número
z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
(base) ao expoente informado.
calcular a média): Efetua um teste nas células especi-
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16
ficadas, e calcula a média das células correspondentes.
Os intervalos de teste e de média podem ser os mesmos.
z MULT(número;número;número; ... ) : Multiplica
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_ os números informados nos argumentos.
índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): A função
PROCV é utilizada para localizar o valor_procurado FUNÇÕES LÓGICAS
dentro da matriz_tabela, e quando encontrar, retor-
nar à enésima coluna informada em núm_índice_ Retorna VERDADEIRO se todos
E (Função E) os seus argumentos forem
coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou VERDADEIROS
FALSO, é usada para identificar se precisa ser o valor
exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).

4
Retorna VERDADEIRO se

-7
Por exemplo: OU (Função OU) um dos argumentos for

91
VERDADEIRO

.5
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e

51
Inverte o valor lógico do
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) NÃO (Função NÃO)

.7
argumento

79
A função PROCV é um membro das funções de pes- FALSO (Função FALSO) Retorna o valor lógico FALSO

-0
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
VERDADEIRO (Função ZARetorna o valor lógico
Use a função tirar ou a função arrumar para
VERDADEIRO) VERDADEIRO
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
U
SO

Retornará um valor que você es-


z ESQUERDA(texto;quantidade): Extrai de uma SEERRO (Função pecifica se uma fórmula for ava-
A

sequência de texto, uma quantidade de caracteres SEERRO) liada para um erro; do contrário,
LV

especificados, a partir do início (esquerda). retornará o resultado da fórmula


SI
A

=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern


D

ando” Importante!
R
O
YG

z DIREITA(texto;quantidade): Extrai de uma sequên- Foram apresentadas muitas funções neste mate-
rial, não é verdade? Existem milhares de funções
H

cia de texto, uma quantidade de caracteres especifi-


no Microsoft Excel e LibreOffice Calc. Em concur-
L

cados, a partir do final.


EL

sos públicos, estas são as mais questionadas.


XW

=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”.


A

z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ): Junta os textos Gráficos


M

especificados em uma nova sequência.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Além da produção de planilhas de cálculos, o


=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá- Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos
rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. com os dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numé-
z INT(valor): Extrai a parte inteira de um número. ricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
3,14159 exibe 3. micas, são construídos com dados existentes em uma
ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
informações para a produção de relatórios completos.
z TRUNCAR(valor;casas decimais): Exibe um
número com a quantidade de casas decimais, sem
z Os gráficos de Colunas representam valores em
arredondar.
colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupa-
decimais – valor 3,14159 exibe 3,141. da, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D. 133
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa
Coroplético.

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-


z Os gráficos de Linhas representam valores com jam organizados em preço na alta, preço na baixa
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
100% Empilhada com Marcadores, e 3D. -Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z Os gráficos de Pizza representam valores propor-


cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.

4
-7
91
.5
51
.7
z Os gráficos de Barras representam dados de forma z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos

79
semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon- de Linhas, e preenchem a superfície com cores.

-0
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D
ZA
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.
Empilhadas, e 3D 100% Empilhadas.
U
SO
A
LV
SI

z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-


A

z Os gráficos de Área representam dados de forma seme-


D

lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:


lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
R

Radar, Radar com Marcadores, e Radar Preenchido.


O

até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:


YG

Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,


H

Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.


L
EL
XW

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-


A

trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.


M

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
ro da série de dados.

134
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os gráficos do tipo Histograma são usados para séries de valores com evolução, como idades da população. São
exemplos de gráficos do tipo Histograma: Histograma e Pareto.

z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.

z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO

z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em ordem decrescente.


A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados. São
L

exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no Eixo Secun-
EL

dário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação Personalizada.


XW
A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Classificação de Dados

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores para os
menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou mais colunas.
Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por formato,
incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones.
A maioria das operações de classificação é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por
linhas.
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
por uma coluna sem afetar as demais. 135
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-7
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS

91
.5
A classificação de dados alfanuméricos poderá ser ‘Classificar de A a Z’ em

51
Classificar texto ordem crescente, ou ‘Classificar de Z a A’ em ordem decrescente. É possível

.7
diferenciar letras maiúsculas e minúsculas

79
-0
Classificar números Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’ ou
‘Classificar do maior para o menor’
ZA
U

Se houver datas ou horas, podemos ‘Classificar da mais antiga para a mais nova’
SO

Classificar datas ou horas


ou ‘Classificar da mais nova para a mais antiga’,
A
LV

Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de células ou


Classificar por cor de célula, cor uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, poderá classificar por
SI

de fonte ou ícones essas cores. Também será possível classificar por um conjunto de ícones cria-
A
D

dos ao aplicar uma formatação condicional


R
O

Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
YG

pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa
H
L

Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em Classifi-


EL

Classificar linhas
car da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK
XW

Classificar por mais de uma colu-


A

Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para ordenação


M

na ou linha

Classificar uma coluna em um


Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o item “Conti-
intervalo de células sem afetar as
nuar com a seleção atual”
demais

LIBREOFFICE CALC 7.1.6: ELABORAÇÃO, CÁLCULOS E MANIPULAÇÃO DE TABELAS E


GRÁFICOS
O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
136 lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em a exibição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A
qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen- formação de células, linhas e colunas possibilita defi-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do nir bordas, sombreamento, e padrões que serão apli-
Excel sem problemas, e o local de armazenamento não cados a estas.
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo. Uma opção muito utilizada no Calc, e também no
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a exten- Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande
são padrão ODS (Open Document Sheet), que é um compo- (muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e
nente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado podemos marcar o intervalo (Definir) que será consi-
é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá ser gra- derado na impressão.
vado no formato do Microsoft Office, todas as versões. A formatação Condicional permite exibir célu-
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia las de diferentes cores e padrões, segundo condições
com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas estipuladas. Por exemplo, quando desejamos que os
na parte inferior da tela de visualização. Cada planilha números negativos sejam vermelhos e os positivos em
é independente das demais, e usamos o sinal de ponto azul, é um caso.
final para referenciar dados em outras planilhas.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de
Formatar
A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui
1024 colunas). As linhas são numeradas com números,
de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Micro-
soft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor
ou pior. Cuidado com as comparações. Quando a ban-
ca sugere uma comparação, menosprezando um dos
itens, geralmente está errado.

Conceitos Básicos

4
-7
Condiconal
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encon-

91
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-

.5
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com

51
a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);

.7
Geranciar...
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomea-

79
das com uma letra;

-0
z Linha: células alinhadas horizontalmente, nume-
radas com números;
ZA
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma
U
SO

folha de dados. Writer representa com (ponto final).


z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as
A

planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de A formatação condicional pode apresentar visual-
LV

memória RAM disponível, nomeadas como Planilha mente as diferenças existentes nos dados da planilha
SI

1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS; de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em
A

z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da provas.


D

célula, permite que um valor seja copiado na direção


R

em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número,


O

Simbologia Específica
YG

ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência


será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência
H

z Coluna+Linha formato de referência de cada célula


com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos
L

da planilha. Colunas com letras, linhas com números.


EL

meses, estas opções criam listas predefinidas; O formato de referência é idêntico no Excel e Calc.
XW

Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1.


A
M

z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou


faz uma comparação dentro de um teste.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1


com o valor em A2.
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um tes-
te e exibe uma mensagem.

z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/


z Mesclar células: significa simplesmente juntar. O função.
LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1
forma como as células serão mescladas. Ao clicar com o valor em A2.
no ícone na barra de ferramentas, a caixa de diálo-
go “Mesclar células” será exibida. z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/
função com inversão de resultado.
A célula pode receber diferentes formatações, Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1
especialmente na exibição de valores numéricos. Para com o valor em A2, invertendo o resultado. 137
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z * (asterisco) multiplicação. e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor matemática, apenas parênteses.
em A1 pelo valor em A2.
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma
z / (barra ‘normal’) divisão. função ou separador de células em uma referência.
Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1 Pode significar E em uma referência de valores.
pelo valor em A2. Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
iguais”) – separando os três argumentos da função.
z ^ (acento circunflexo) Exponenciação. =SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu-
Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do mentos que serão somados.
valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2.
z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de
z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o faixa de células.
valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu- Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o
res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
resultado (por cento, por 100).
C1 e C2.
z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne
z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
dois ou mais valores em uma única sequência.
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
Exemplo:
=”Fernando”&”Nishimura” iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.
=15&30
Fernando Nishimura z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
1530 formando a referência relativa em referência mista
ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
z . (ponto final) Significa Planilha. quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
valor de A2 que está em Planilha2. =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a

4
-7
Planilha2.

91
.5
Importante! z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,

51
apenas um) Erro.

.7
Uma das poucas diferenças existentes entre o

79
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma Mensagens de Erros

-0
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final.
ZA
Seguem abaixo os erros mais comuns que podem
ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
U
SO

z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes, z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-
A

para comparação.
trar o conteúdo;
LV

Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –


z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
SI

efetua um teste e exibe uma mensagem.


inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
A

valo de valores definido;


D

z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
R

para comparação. resulta em um valor que não corresponde à sua


O

Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) –


YG

definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-


efetua um teste e exibe uma mensagem. la contém um texto em vez de um número;
H

z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma


L

z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
EL

sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, lha que contém uma célula referenciada;
XW

para comparação. z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi


Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2
A

possível avaliar um identificador, por exemplo,


M

é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem. não foi possível encontrar uma referência válida,
um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, reto, suplemento não encontrado;
para comparação. z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a A2”;”A2 de divisão / quando o denominador é 0.
é menor que A1”) – teste e exibe uma mensagem.
Funções Básicas
z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti-
vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas
símbolo ≠ Usado em testes, para comparação. células selecionadas.
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
iguais”) – teste e exibe uma mensagem. =SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
tentes nas células A1, A2 e A3.
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores, =SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
138 expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel tentes nas células A1 até A5
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
célula A1, com 34 (valor literal) e B3. caso seja falso.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz ‘trian- z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas
gulação’, operando apenas áreas quadrangulares. as células em um intervalo, exceto as células vazias.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
A1 com B1 e C1 até C3. contagem, informando quantas células estão preen-
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 chidas com valores, quaisquer valores.
com 3 e o valor A1 duas vezes.
z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em
z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação um intervalo, exceto células vazias e células com
de soma nas células selecionadas, se uma condição texto.
for atendida.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sintaxe é tas vezes aparece um determinado valor (número ou
=SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado). texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
indicar qual é o critério a ser contado)
z MEDIA (valores) : realiza a operação de média nas
células selecionadas e exibe o valor médio encontrado. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples do o valor 5.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma z TEXTO (células;formato) : exibe um valor numéri-
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células co no formato especificado por uma máscara.
vazias não entram no cálculo da média.
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,

4
-7
portanto, 007
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A

91
mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores

.5
ordenados informados z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : per-

51
mite trocar no texto informado, iniciando na posi-

.7
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.

79
=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o

-0
“José” por “João” ZA
U
z PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_
SO

índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
A

A função PROCV é utilizada para localizar o


LV

=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6, valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando
SI

2 e 1? É o 2. encontrar, retornar a enésima coluna informada em


A

=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2 núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA-
D

até C2? (6+2+1)/3 = 3. DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
R

o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).


O

z MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das célu-


YG

Por exemplo:
las selecionadas.
H

=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
L

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na


EL

=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- A função PROCV é um membro das funções de pes-
XW

nas um será mostrado. quisa e Referência, que incluem a função PROCH.


A

Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro-


M

z MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior
uma série, segundo o argumento apresentado. valor que é menor do que o valor_procurado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-


z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente )
las A1 até D6.
: procura um valor na horizontal. Caso encontre,
retorna a linha correspondente ao argumento infor-
z MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das célu-
mado. E a busca poderá ser exata ou aproximada.
las selecionadas.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na Precedência dos Operadores


área de A1 até D6.
Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel
z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de usam precedência de operadores matemáticos para a
uma série, segundo o argumento apresentado. resolução das fórmulas.
A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi-
las A1 até D6. são, e por último, adição e subtração. 139
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
^ Exponenciação A primeira operação que deve para automatização de tarefas) será atribuída a exten-
ser executada são .PPTM. E ainda podemos trabalhar com os mode-
* Multiplicação A próxima operação a ser executa- los (extensão .POTX e POTM).
da, assim como a Divisão. Apesar de ser um aplicativo com finalidade dife-
/ Divisão rente do editor de textos, ele possui muitas semelhan-
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplica- ças que acabam ajudando quem está iniciando nele.
ção e divisão, faça a adição/subtração. Da mesma forma que o editor de textos, é possível tra-
- Subtração. balhar com seções (divisões), é possível inserir núme-
- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for ros de slides, é possível comparar apresentações, etc.
realizado, faça a inversão do sinal.
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera- TIPO DE
EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
dores matemáticos. ARQUIVO
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multipli- Apresentação Versão 2003 ou
cação, divisão, adição e subtração. PPT
editável anterior
Diferentemente da interface do Microsoft Excel, que
Apresentação Versão 2003 ou
é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e íco- PPS
executável anterior
nes, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na
tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender Modelo de Versão 2003 ou
POT
a sequência de comandos e menus do Calc. As dicas são apresentação anterior
válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Impress. Apresentação Versão 2007 ou
PPTX
editável superior
MENU SIGNIFICADO Versão 2007 ou supe-
Apresentação rior, que não necessita
Oferece comandos para o gerencia- PPSX
executável de programas para ser
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que visualizada
está em primeiro plano
Recursos para pa-
Modelo de
Acesso a recursos temporários (loca- POTX dronização de novas
apresentação
apresentações
Editar lizar, substituir, selecionar) e área de

4
-7
transferência do Windows/Linux Modelo de apre-
Recursos para pa-

91
dronização e auto-
POTM sentação com

.5
Acesso aos controles sobre o que será matização de novas
macros

51
Exibir mostrado na tela de edição, e como apresentações

.7
será exibido Formato do LibreOffice

79
Open Document Impress, que pode ser
Adicionar qualquer objeto no arquivo ODP

-0
Presentation editado e salvo pelo
Inserir atualmente editado. Se este objeto é ZA Microsoft PowerPoint
atualizável, será um campo
Formato de documen-
U
SO

Mudar a aparência, mudar a configura- Portable Docu-


to portável, sem alguns
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está PDF/XPS recursos multimídia
ment Format
A

em edição inseridos na apresen-


LV

tação de slide
SI

Opções de controle da planilha de


Planilha
dados no Calc
A
D

Oferece comandos para o gerencia- importante!


R
O

mento do aplicativo, alterando as


Ferramentas Apresentações de slides é um tópico pouco ques-
YG

configurações em todos os próximos


tionado em provas de concursos. Conhecendo os
H

arquivos editados pelo aplicativo


conceitos do Microsoft PowerPoint, você poderá
L

aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.


EL

Classificação, filtro, filtro avançado, e de-


Dados
mais opções de organização dos dados
XW

Oferece opções para organizar as jane- As apresentações de slides podem ser gravadas em
A

Janela
M

las dos documentos formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até
transformadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, tran-
sições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá
ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart
MICROSOFT POWERPOINT TV em totens de propagandas.
2016: ESTRUTURA BÁSICA DE
APRESENTAÇÕES, EDIÇÃO E
FORMATAÇÃO
MICROSOFT POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft


PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de
140 extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides
mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout
dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout
das folhas de anotações.

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão


Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicati-


vo de edição de apresentações de slides.

z SLIDE: unidade de edição, como uma página da


apresentação;
z SLIDE MESTRE: slide com o modelo de formatação
que será usado pelos slides da apresentação atual;
z DESIGN: aparência do slide ou de toda a apresen-
tação. O design combina cores, estilos e padrões
para que a aparência tenha um visual harmoniza-
Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de
do. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada
slides
objeto inserido no slide;
z LAYOUT: disposição dos elementos dentro do slide.
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu
Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide
uma pequena mudança em relação às versões ante-
de título é apresentado. O usuário poderá alterar

4
riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de

-7
para outro layout. Cada slide da apresentação pode- Estrutura de Tópicos:

91
rá ter um layout diferente;

.5
z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas

51
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo,

.7
o slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua

79
Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação
edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de

-0
Seção Conteúdo
anotações. Ajustar à janela encaixa o slide na área;
ZA
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
editar e alternar entre slides no painel de estru-
U

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


SO

Legenda Legenda tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre-


sentação a partir dos tópicos de um documento do
A

Microsoft Word;
LV

Figura 2. Layout de slide


z Classificação dos Slides: no modo de exibição Clas-
SI

z SEÇÃO: divisão de formatação dentro da apresen- sificação de Slides, apenas miniaturas dos slides
A

serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser orga-


D

tação (usadas para Apresentações Personalizadas).


nizadas, arrastando-as. As operações de slides estão
R

Poderá ter ‘duas apresentações’ dentro de uma, e no


disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide, etc.
O

início, escolher qual delas será exibida para o público;


YG

Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após


z TRANSIÇÕES: animação entre os slides. Ao selecio-
duplo clique será possível a edição do conteúdo;
H

nar algum efeito de animação entre os slides (guia


z Anotações: Exibir a página de anotações para edi-
L

Transições, grupo Transição para este slide), será dis-


EL

tar as anotações do orador da forma como ficarão


ponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
quando forem impressas;
XW

z ANIMAÇÃO: animação dentro do slide, em um z Modo de Exibição de Leitura: Exibir a apresenta-


objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas ani-
A

ção como uma apresentação de slides que cabe na


M

mações simultaneamente, enquanto a transição do janela. A barra de título do PowerPoint continuará


slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saí- sendo exibida.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

da ou Trajetórias de Animação.
Noções de Edição e Formatação de Apresentações
Conceito de Slides
A preparação de uma apresentação de slides segue
Conforme observado no item anterior, os slides são as uma série de recomendações, quanto a quantidade de
unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as pági- texto, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
nas de um documento do Microsoft Word, os slides pos- Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro.
suem configurações como margens, orientação, números O questionamento é sobre como fazer, onde configu-
de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc. rar, como apresentar, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais Para entrar em modo de apresentação de slides do
de slides, começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o
ícone ‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, gru-
z Slide (modo de exibição Normal) : cada slide é po Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no íco-
mostrado para edição de seu conteúdo; ne correspondente na barra de status, ao lado do zoom. 141
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apre-
sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela
preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os princípios do editor de textos Word. E os comandos
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.

FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS


PPTX X X X X X
PPSX X X X X X
PDF - - - - X
MP4 X X X X X
JPG/PNG - - - - -

Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )

O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas dis-
poníveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.

4
-7
91
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5.

.5
51
.7
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou

79
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.

-0
Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ZA
ti-la em um navegador da Web.
U
SO

Apresentação de Slides Personalizada: Criar ou executar uma apresentação de slides personalizada.


A

Uma apresentação de slides personalizada exibirá somente os slides selecionados. Este recurso permite
LV

que você tenha vários conjuntos de slides diferentes (por exemplo, uma sucessão de slides de 30 minutos
SI

e outra de 60 minutos) na mesma apresentação.


A
D

Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
R

modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
O

nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides, etc.
YG
H

Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
L

slides de tela inteira.


EL
XW

Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua apre-
sentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
A
M

para executar a apresentação automaticamente no futuro.

Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides.

Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada ima-
gem será colocada em um slide individual.

Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você cli-
car nele ou passar o mouse sobre ele.

Inserir número do slide: o número do slide reflete sua posição na apresentação.

142
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inserir vídeo no slide: permite inserir um videoclipe no slide.

Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe de áudio no slide.

Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.

Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e fai-
xas, textos explicativos e botões de ação.

LIBREOFFICE IMPRESS 7.1.6: ESTRUTURA BÁSICA DE APRESENTAÇÕES, EDIÇÃO E


FORMATAÇÃO
O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que esta-
mos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L

Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
EL

Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser
XW

abertos pelo Microsoft PowerPoint.


Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
A
M

O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

citados no enunciado da questão.

z BMP: Windowns Bitmap (*.bmp);


z EMF: Enhanced Metafile (*.emf);
z EPS: Encapsulated PostScript (*.eps);
z GIF: Graphics InterchangeFormat (*.gif);
z JPEG: Joint Photographic Experts Group (*.jpg;*.jpeg;*.jfif;*.jiif;*.jpe);
z PNG: Portable Network Graphic (*.png);
z SVG: Scalable Vector Graphics (*.svg; *.svgz);
z TIFF: Tagged Image File Format (*.tif; *.tiff);
z WMF: Windows Metafile (*.wmf).

Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização). 143
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides

z LEIAUTE: Permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto
de cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro
de cada slide da apresentação;
z MODELOS: Permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência
da apresentação;
z TRANSIÇÃO: Permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide.
Para não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z MESTRE: Permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como configurações

4
-7
específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de toda a apresentação.

91
.5
Exibir

51
.7
79
-0
Slide mestre
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG

Elementos do slide mestre...


H
L
EL
XW
A

Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
M

ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K


No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet: endereço URL ou endereço FTP.

Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.

Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.

Novo Documento: para qualquer outro arquivo editável do pacote LibreOffice.

Diferentemente da interface do Microsoft PowerPoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
144 der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do
Editar
Windows/Linux
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza
Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se este objeto é atualizá-
Inserir
vel, será um campo
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em
Ferramentas
todos os próximos arquivos editados pelo aplicativo
Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação
Apresentação de slides personalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação
personalizada
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos

Menu Slide

Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.

Slide

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV

Menu Apresentação de Slides


SI

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
A

tido nas versões seguintes.


D

Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
R
O

atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
YG

PowerPoint, com dois atalhos de teclado diferentes.


H
L
EL
XW
A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MICROSOFT OUTLOOK 2016: CORREIO ELETRÔNICO


A versão 2016 do Microsoft Outlook trouxe integração com o OneNote (anotações) e a troca do Lync 2013 pelo
Skype for Business (como comunicador instantâneo).
Outra novidade foram os e-mails secundários. Com os “clutters”, endereços de e-mail secundário, as mensa-
gens começam a ser avaliadas de acordo com as nossas reações. Se deixamos de lado uma mensagem ou ignora-
mos o seu remetente, as próximas mensagens começaram a ser armazenadas na pasta de e-mails secundários. 145
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O usuário poderá adicionar manualmente mensagens NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
que deseja ignorar. Observe que elas não serão apaga-
das ou bloqueadas, mas apenas armazenadas fora da Navegador padrão do
caixa de entrada principal. Windows 7, um dos
Se, até o Outlook 2013, enviar anexos grandes era um mais questionados
Internet
problema por causa do limite de tamanho, no Outlook Microsoft em concursos
Explorer
2016 o usuário tem a opção de armazenamento de ane- públicos, por ser
xos na nuvem OneDrive. Ao invés de enviar o anexo com integrante do sistema
a mensagem, os arquivos serão armazenados na nuvem operacional
e apenas um link será enviado para o destinatário.
Existe, ainda, a disponibilização de um app para Software livre e
smartphones, o que permite levar o Outlook em seu multiplataforma que
Firefox Mozilla
bolso, literalmente. é leve, intuitivo e
altamente expansível

Um dos mais popu-


lares navegadores
GOOGLE CHROME 93X OU SUPERIOR: Chrome Google do mercado, multi-
plataforma e de fácil
NAVEGAÇÃO NA INTERNET utilização
NAVEGAÇÃO NA INTERNET Desenvolvido
originalmente para
Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os aparelhos da Apple,
itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con- Safari Apple atualmente está
teúdo disponível na Internet. disponível para
As informações armazenadas em servidores, outros sistemas
sejam páginas web ou softwares como um serviço operacionais
(SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem),

4
são acessadas por programas instalados em nossos Navegador leve com

-7
dispositivos. São eles: proteções extras

91
Opera Opera contra rastreamento

.5
z Navegadores de Internet ou browsers, para con- e mineração de

51
teúdo em servidores web; moedas virtuais

.7
z Softwares de correio eletrônico, para mensa-

79
gens em servidores de e-mail;

-0
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados Google Chrome
ZA
por empresas e usuários;
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft O navegador mais utilizado pelos usuários da
U

Internet é oferecido pela Google, que mantém serviços


SO

Bing, para encontrar informações na rede mundial;


z Grupos de Discussão, tanto no contexto de como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), entre
A

WhatsApp e Telegram, como no formato clássico muitos outros.


LV

do Facebook e Yahoo Grupos. Uma das pequenas diferenças do navegador em


SI

relação aos outros navegadores é a tecla de atalho


A

Este tópico é muito prático e nos concursos públi- para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é
D

cos são questionados os termos usados nos diferentes F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de
R

softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se
O

informações acessadas por um navegador de Internet.


YG

você acessar pelo Google Chrome.


Ao navegar na Internet, comece a observar os deta- Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
H

lhes do seu navegador e as mensagens que são exibidas. Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
L

Estes são os itens questionados em concursos públicos.


EL

do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador


não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
XW

Ferramentas e Aplicativos Comerciais de Navegação poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
A

Alguns recursos do navegador são ‘emprestados’


M

As informações armazenadas em servidores web do site de buscas, como a tradução automática de


são arquivos (recursos) identificados por um endere- páginas pelo Google Tradutor.
ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em É possível compartilhar o uso do navegador com
um browser ou navegador de Internet. outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utili- cada uma tenha suas próprias configurações e arqui-
za os mesmos protocolos, linguagens e serviços da Internet. vos. O navegador Google Chrome possui níveis dife-
Confira a seguir os principais navegadores de Inter- rentes de acessos, que podem ser definidos quando o
net disponíveis no mercado. usuário conecta ou não em sua conta Google.

NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS z Modo Normal: sem estar conectado na conta Google,
o navegador armazena localmente as informações
Navegador padrão da navegação para o perfil atual do sistema operacio-
do Windows 10, que nal. Todos os usuários do perfil, poderão consultar as
Edge Microsoft
substituiu o Micro- informações armazenadas;
soft Internet Explorer z Modo Normal conectado na conta Google: o
146 navegador armazena localmente as informações
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da navegação e sincroniza com outros dispositivos z Pop-up: janela exibida durante a navegação para
conectados na mesma conta Google; funcionalidades adicionais ou propaganda;
z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet, mas z Atualizar página: acessar as informações armaze-
não acessa as informações da conta Google registrada; nadas na cópia local (cache);
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces- z Recarregar página: acessar novamente as infor-
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a mações no servidor, ignorando as informações
janela é fechada. armazenadas nos arquivos temporários;
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet
no formato PDF podem ser visualizados direta-
Importante! mente no navegador de Internet, sem a necessida-
de de programas adicionais.
A navegação anônima é um recurso que muitos
usuários utilizam para aumentar a sua privacida-
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
de enquanto navega na Internet. Entretanto, ela
de Internet
não te deixa anônimo. As informações acessa-
das serão registradas em dispositivos na rede e z Cookies: arquivos de texto transferidos do ser-
pelos servidores que foram acessados. vidor para o navegador, com informações sobre
as preferências do usuário. Eles não são vírus de
computador, pois códigos maliciosos não podem
O navegador Google Chrome, quando conectado
infectar arquivos de texto sem formatação;
em uma conta Google, permite que a exclusão do his-
z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS,
tórico de navegação seja realizada em todos os dis-
o navegador receberá atualizações para a página
positivos conectados. Esta funcionalidade não estará
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre
disponível, caso não esteja conectado na conta Google.
sites para troca de conteúdo;
Como já dito, um dos atalhos de teclado diferente
z Certificado digital: os navegadores podem utilizar
no Google Chrome em comparação aos demais nave-
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja,
gadores é F6. Para acessar a barra de endereços nos
aceitam certificados digitais para validação de cone-
outros navegadores, pressione F4. No Google Chrome
xões e transferências com criptografia e segurança;

4
o atalho de teclado é F6.

-7
z Corretor ortográfico: permite a correção dos
Para verificar a versão atualmente instalada do

91
textos digitados em campos de formulários, a par-
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois

.5
tir de dicionários on-line disponibilizados pelos

51
“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
desenvolvedores dos navegadores.
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram

.7
79
instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.

-0
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
mesmos sites que estavam abertos antes do reinício, ZA
com as mesmas credenciais de login. SEGURANÇA: TIPOS DE VÍRUS,
U

O Google Chrome permite a personalização com CAVALOS DE TROIA, MALWARES,


SO

temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-


das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
WORMS, SPYWARE, PHISHING,
A

PHARMING, RANSOMWARES, SPAM


LV
SI

Conceitos e Funções Válidas para Todos os


Navegadores O que é Segurança da Informação?
A

Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimentos


D

diversos, para que possa ser respondida. Neste tópico,


R

z Modo normal de navegação: as informações


O

serão registradas e mantidas pelo navegador. His- você encontrará as informações necessárias para isso.
YG

tórico de Navegação, Cookies, Arquivos Temporá- As redes de computadores tornaram-se cada vez
H

rios, Formulários, Favoritos e Downloads; mais interligadas e complexas. Elas integram, atualmen-
L

z Modo de navegação anônima: as informações de te, muitos dispositivos, que, talvez, você não conheça,
EL

navegação serão apagadas quando a janela for fecha- mas que estão ali, promovendo a troca de dados entre
XW

da. Apenas os Favoritos e Downloads serão mantidos; o seu equipamento e o servidor remoto o qual está aces-
z Dados de formulários: informações preenchidas sando. No entanto, é sabido que os criminosos virtuais
A

podem acessar redes de qualquer lugar do mundo.


M

em campos de formulários nos sites de Internet;


z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário Neste sentido, os profissionais de Segurança da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá- Informação procuram proteger os dados armazenados
rio poderão ser exportados do navegador atual e e trafegados entre os dispositivos por meio de equipa-
importados em outro navegador de Internet; mentos, programas e técnicas direcionadas. Para isso, o
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor treinamento dos usuários também é importante, consi-
remoto para o computador local. Os gerenciadores derando que eles compreendem o elo mais fraco e vul-
de downloads permitem pausar uma transferência nerável no que se refere à Segurança da Informação.
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja
mais disponível;
z Uploads: arquivos enviados do computador local
para um servidor remoto;
z Histórico de navegação: são os endereços URL aces-
sados pelo navegador em modo normal de navegação;
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos
arquivos acessados durante a navegação; 147
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
à Segurança da Informação, utilizando medidas de
proteção em seu dispositivo, como antivírus, firewall
e anti-spyware).
Iniciaremos nossos estudos sobre Segurança da
Informação com o tópico VPN. Elas são muito impor-
tantes para a comunicação segura e tornaram-se des-
taque nos últimos anos, por causa do trabalho remoto
(home office). Empresas e usuários que não utilizavam
uma conexão remota segura precisaram adaptar-se
Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada aos novos tempos. Em concursos, a tendência é que
por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário
aumente a frequência de questões sobre esse tema,
final.
pois se tornou popular devido à pandemia.
A seguir, conheceremos como é a Computação na
Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-
Nuvem, suas características, os tipos de nuvem, os ser-
mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
viços oferecidos e as vantagens e desvantagens. Vale
conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
ressaltar que esse tópico já foi bastante abordado em
bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
alguns concursos, em provas de diversos cargos.
dispositivo do usuário.
Vírus de computador e softwares maliciosos:
quem nunca foi vítima, não é mesmo? Esse será o ter-
Dica ceiro tópico sobre Segurança da Informação, no qual
Paradigma cliente-servidor: Nós somos clientes abordaremos os ataques e ameaças, com destaque
para os principais e mais comuns em provas de con-
e acessamos informações em servidores remo-
cursos. Assim como Computação na Nuvem, o tópico
tos. As redes de computadores, em concursos
“Noções de Vírus, Worms e Pragas Virtuais” também é
públicos, são abordadas, seguindo esse paradig-
muito questionado em concursos públicos.
ma. Usamos cliente web (browser ou navegador) Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa-
para acessar um servidor web. Usamos cliente ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa
de e-mail para acessar um servidor de e-mail. contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos

4
Usamos um cliente FTP para acessar um servi- de proteção, no entanto, em concursos públicos, geral-

-7
dor FTP. mente, são questionados os aplicativos para seguran-

91
ça (antivírus, firewall, anti-spyware etc).

.5
51
Apesar de existirem soluções integradas e avança-
das para os problemas de Segurança da Informação,

.7
79
que até usamos em nossos dispositivos, nos concursos

-0
públicos, são questionadas as definições oficiais e as
configurações padrão dos programas.
ZA
U

NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)


SO
A

Figura 2. O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo As redes privadas virtuais, popularmente identi-
LV

interessante para invasores, vírus de computadores e softwares ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net-
maliciosos.
SI

work), são criadas pelas empresas e usuários, para


estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
A

Invasores tentarão acessar a conexão e capturar os


D

Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos


dados trafegados. Os vírus de computador procuram infec-
R

conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de


O

tar os arquivos e causar danos aos sistemas. Esses softwares computadores, de acordo com as suas características
YG

maliciosos podem infectar dispositivos e sequestrar de uso e nível de segurança.


H

arquivos.
L

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS


EL

Local Area Network é uma denominação re-


XW

LAN lacionada ao alcance de uma rede, restrita a


A

um prédio ou pequena região


M

É uma rede local (pelo seu alcance, é uma


LAN), interna de uma organização, segura,
Intranet
com acesso restrito aos usuários cadastra-
Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma dos no servidor da rede
conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas É o acesso remoto seguro, de um ambiente
e recebidas. Extranet
inseguro, à intranet da organização
O usuário deverá utilizar um protocolo seguro Rede mundial de computadores de acesso
para acessar os dados, manter o seu dispositivo atua- Internet público e considerada insegura. A Internet
lizado e protegido, utilizar uma senha forte de acordo é comumente representada por uma nuvem
com as políticas de segurança e práticas recomenda-
das, entre outras ações. Além disso, deverá utilizar
conexões seguras, como as VPN’s – Virtual Private
Network –, para acesso aos serviços remotos (Compu-
148 tação na Nuvem); proteger-se das ameaças e ataques
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).

Importante!
Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.

Por que usar uma VPN?


Porque é importante e necessário. A Internet é a rede mundial de computadores, que conecta diversos disposi-
tivos entre si, utilizando uma estrutura pública e insegura oferecida pelos governos e operadoras de telefonia. O
acesso à Internet é oferecido para todos e, por isso, usuários mal intencionados conseguem interceptar a comuni-
cação de outros usuários, monitorando o tráfego de dados e roubando informações.
Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o risco na transmissão é muito pequeno. Lembrando que
nada é 100% seguro em Informática, independentemente da quantidade de sistemas e proteções implementadas.

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO

Figura 5. Usuários mal intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
A

usuário ou empresa.
LV
SI

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Win-
A
D

dows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc).
R

Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão
O

usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles pro-
YG

curam encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se
H

impossível, uma vez que os dados se tornam criptografados.


L
EL
XW
A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro. 149
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA
� Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos
VPN de acesso remoto remotamente
(VPN client to site) � A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
� Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
� Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que
um deles opera como cliente VPN e o outro, como servidor VPN
� É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede
VPN site a site interna de uma filial com a rede interna de uma matriz
� Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias cone-
xões (matriz)
� Também conhecida como VPN LAN to LAN

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim

4
-7
TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim

91
Orientar o servidor para criação de uma conexão se-

.5
SSH Secure Shell Sim
gura com o cliente

51
.7
Extensão do protocolo IP para suprir a falta de seguran-
IPsec IP Security Protocol Sim

79
ça de informações que trafegam em uma rede pública

-0
Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,
Telnet
ZA
baseada em texto interativo (comandos), usando uma Não
conexão de terminal virtual
U
SO

Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Enca-


L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol minhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo de Tu- Não
A
LV

nelamento Ponto-a-Ponto)
SI

O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza um


PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol túnel GRE Sim
A
D

� Algumas questões o apresentam com a sigla PPP


R

Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site a


O
YG

OpenVPN VPN de Código aberto site (site to site), usando um protocolo personalizado Sim
baseado no TLS e SSL
H
L
EL

Dica
XW

Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.


A
M

Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
150 protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Programas z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem
ser exploradas por usuários;
Após conhecer as definições de uma VPN e os pro- z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas,
tocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma sejam elas propositais ou acidentais;
dúvida: quais são os programas que usamos para z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender
transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN? a operação de sistemas.
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um
sistema operacional e, de acordo com a origem (clien- Devido à crescente integração entre as redes de
te) e o destino (servidor), existem programas mais comunicação, conexão com novos e inusitados dis-
adequados para cada cenário. positivos (IoT – Internet das Coisas) e criminosos
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de
ORIGEM DESTINO EXEMPLO DE informações tornaram-se particularmente difíceis de
(CLIENTE) (SERVIDOR) PROGRAMA PARA VPN se proteger. Profissionais altamente qualificados são
Windows Windows Área de Trabalho Remota formados e contratados pelas empresas com a única
função de proteger os sistemas informatizados.
Windows Linux PuTTy
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques
Linux Windows OpenVPN são os itens mais questionados.
Linux Linux Network-Manager.
Dica
A utilização de um software de VPN, a fim de aces- Você conhece a Cartilha de Segurança CERT?
sar a rede interna de uma organização (no modelo Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fon-
VPN client to site), implementa segurança aos dados te oficial de informações sobre ameaças, ata-
trafegados na forma de criptografia, para garantir a ques, defesas e segurança digital. Ela pode ser
autenticidade e a integridade das conexões. No entan- acessada pelo link: <https://cartilha.cert.br/>.
to, onde a VPN será “iniciada”? (Acesso em: 13 nov. 2020).
Nas redes de computadores, o firewall é um item
especialmente importante em relação à segurança da Ameaças

4
informação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite

-7
ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma cone-

91
As ameaças são identificadas como aquelas que
xão deseja enviar e receber dados, precisa ter a porta

.5
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis-

51
correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no tência dos ativos computacionais, tais como: informa-
cliente como no servidor.

.7
ções, processos e sistemas. Um ransomware – software

79
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser ins- que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e

-0
talada (e configurada) no firewall (mais comum), em solicita o pagamento de resgate para a liberação das
frente ao firewall (para autenticar o que está chegan- informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
ZA
do), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), É importante entender que, apesar de a ameaça exis-
U

paralelamente ao firewall (para acompanhar o envio tir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua execu-
SO

e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada ção ou se medidas de proteção forem implementadas,
do firewall (na conexão VPN site to site, para atender a
A

ela é eliminada e não se torna um ataque. As ameaças à


LV

vários dispositivos da rede). segurança da informação podem ser classificadas como:


SI

No Windows 10, a definição da VPN poderá ser


realizada por meio da Central de Ações (atalho de
A

� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão


D

teclado Windows + A) ou em Configurações, Rede e ou tecnologia, sem a devida atualização ou


R

Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de cone- upgrade;


O

xão externa que deverá utilizar uma VPN, para pro- z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
YG

teger os dados trafegados com o uso de criptografia ram vulnerabilidades nos sistemas;
H

implementada por protocolos seguros. z Naturais: não intencionais, relacionadas ao ambien-


L

te, como as catástrofes naturais.


EL

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS


XW

As empresas precisam fazer uma avaliação das


A

Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
M

presentes no mundo virtual. Assim como existem pes- putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
soas boas e más no mundo real, existem usuários com implementar sistemas de autenticação (Controlar o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

boas ou más intenções no mundo virtual. Acesso), definir os requisitos de senha forte (Política de
Os criminosos virtuais são genericamente denomina- Segurança), manter um inventário e realizar o rastrea-
dos como hackers, porém o termo mais adequado seria mento de todos os ativos (Gerenciamento de Recursos),
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhe- além de utilizar sistemas de backup e restauração de
cimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como dados (Gerenciamento de Continuidade de Negócios).
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com pro-
pósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete cri- Falhas
mes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição
de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que viola a As falhas de segurança nos sistemas de informação
segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais. poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe- mador insere, no código do sistema, uma falha que
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes produza danos ou permita o acesso sem autentica-
ao uso dos recursos computacionais. São riscos de ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
segurança digital: falha for descoberta após a implantação do sistema, 151
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido explorada por invasores, temos um exemplo de falha invo-
luntária, inerente ao sistema.
Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas empresas que desenvolveram o sistema por meio da dis-
tribuição de notificações e correções de segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft para atualização do
Windows, distribui, mensalmente, os patches (pacotes) de correções de falhas de segurança.

Ataques

Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em concursos como no mundo real, são os ataques. Coor-
denados ou isolados, os ataques procuram romper as barreiras de segurança definidas na Política de Segurança,
com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Os ataques podem ser classificados como:

z Baixa complexidade: exploram falhas de segurança de forma isolada e são facilmente identificados e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais ferramentas e técnicas, para obter acesso aos dados, sendo de
média complexidade para a solução, gerando impactos na operação dos sistemas, como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os ataques combinam o acesso às falhas do sistema, novos códi-
gos maliciosos desconhecidos e a distribuição do ataque com redes zumbis, tornando difícil a resolução do
problema.

Dica
� Ameaças existem e podem afetar ou não os sistemas computacionais;
� Falhas existem e podem ser exploradas ou não pelos invasores;
� Ataques são realizados todo o tempo contra todos os tipos de sistemas.

Vírus de Computador

4
O vírus de computador é a ameaça digital mais popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus orgâ-

-7
nico ou biológico. O vírus biológico é um organismo que possui um código viral que infecta uma célula de outro

91
organismo. Quando a célula infectada é acionada, o código viral é duplicado e se propaga para outras células

.5
51
saudáveis do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo, menor será o seu desempenho, fazendo com que
recursos vitais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte.

.7
79
O vírus de computador é um código malicioso que infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo é

-0
executado, o código do vírus é duplicado, propagando-se para outros arquivos do computador. Quanto mais vírus
existirem no dispositivo, menor será o seu desempenho, fazendo com que recursos computacionais sejam consu-
ZA
midos, podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica.
U
SO

1. E-mail com vírus de computador é enviado para o usuário


A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A

E-mail com vírus Usuário Arquivo


M

2. E-mail é aberto e o arquivo anexo infectado é executado.

E-mail com vírus Usuário Arquivo


152
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador

E-mail com vírus Usuário Arquivo

4. Ao executar o arquivo infectado, novos arquivos serão infectados

E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo

4
-7
91
O vírus de computador poderá entrar no dispositivo do usuário por meio de um arquivo anexado em uma

.5
mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos existentes em uma mídia removível, como o pen drive, recebidos

51
por alguma rede social, baixados de sites na Internet, entre outras formas de contaminação.

.7
79
-0
VÍRUS DE COMPUTADOR CARACTERÍSTICAS
� Infectam o setor de boot do disco de inicialização
ZA
Vírus de boot
� Cada vez que o sistema é iniciado, o vírus é executado
U
SO

Armazenados em sites na Internet, são carregados e executados quando o usuário


Vírus de script
acessa a página, usando um navegador de Internet
A
LV

� As macros são desenvolvidas em linguagem Visual Basic for Applications (VBA) nos
SI

Vírus de macro arquivos do Office, para a automatização de tarefas


� Quando desenvolvido com propósitos maliciosos, é um vírus de macro
A
D

O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a cada nova multiplicação, o novo vírus mantém


R

Vírus do tipo mutante


traços do original, mas é diferente dele
O
YG

São programados para agir em uma determinada data, causando algum tipo de dano no
Vírus time bomb
H

dia previamente agendado


L

� Um vírus stealth é um código malicioso muito complexo, que se esconde depois de


EL

infectar um computador
XW

Vírus stealth � Ele mantém cópias dos arquivos que foram infectados para si e, quando um software
antivírus realiza a detecção, apresenta o arquivo original, enganando o mecanismo de
A
M

proteção
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

� O vírus Nimda explora as falhas de segurança do sistema operacional


Vírus Nimda � Ele se propaga pelo correio eletrônico e, também, pela web, em diretórios comparti-
lhados, pelas falhas de servidor Microsoft IIS e nas trocas de arquivos

Todos os sistemas operacionais são vulneráveis aos vírus de computador. Quando um vírus de computador
é desenvolvido por um hacker, este procura elaborá-lo para um software que tenha uma grande quantidade de
usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários e a maioria deles não tem preocupações com segurança. Por
isso, grande parte dos vírus de computadores são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se comparado ao Windows, e a maioria deles possui muito conhe-
cimento sobre Informática, tornando a ação de vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartphones populares, é uma variação do sistema Linux original.
Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que, na maioria
das vezes, não têm rotinas de proteção e segurança de seus aparelhos. 153
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um vírus de computador poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado em
arquivos, através do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas. Vale
lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser executado para que entre em ação, pois ele tem um hospedeiro
definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga, inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou removen-
do arquivos do dispositivo para propagação e autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.

Worms

O worm é um verme que explora de forma independente as vulnerabilidades nas redes de dispositivos. Geralmente,
eles deixam a comunicação na rede lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem cópias de seu código malicioso.
Um verme biológico parasita um organismo, consumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado. Um
verme tecnológico parasita um dispositivo, consumindo seus recursos de memória e conexão de rede, deixando o
aparelho e a rede de dados lentos.
Os worms não precisam ser executados pelo usuário como os vírus de computador e a sua propagação será
rápida caso não existam barreiras de proteção que os impeçam.

1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário

4
-7
91
.5
Smartphone com worm Roteador do Usuário Impressora

51
.7
79
2. Roteador infectado envia o worm para a impressora

-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H

Smartphone com worm Roteador do Usuário Impressora


L
EL
XW

3. Impressora infectada demora muito para imprimir


A
M

Smartphone com worm Roteador do Usuário Impressora

154
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado

Roteador do Usuário Impressora


Smartphone com worm

4
-7
Smartphone

91
.5
51
Dica

.7
79
Os worms infectam dispositivos e propagam-se para outros dispositivos de forma autônoma, sem interferên-

-0
cia do usuário. ZA
Os worms podem ser recebidos automaticamente pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de outro
U
SO

código malicioso. Assim como os vírus, ele poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, com-
partilhado em arquivos, por meio do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens
A

instantâneas.
LV

Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos para
SI

outros dispositivos e usuários conectados. Por serem autoexecutáveis, costumam consumir grande quantidade de
A

recursos computacionais, promovendo a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando ataques na Internet
D

em busca de outras redes remotas.


R
O
YG

Pragas Virtuais
H

As diversas pragas virtuais são, genericamente, chamadas de malwares (softwares maliciosos), por apresen-
L
EL

tarem características semelhantes: oferecem alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações danosas que
acabarão prejudicando-o.
XW
A

� Cavalo de Troia ou Trojan


M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

É um código malicioso que realiza operações mal-intencionadas enquanto realiza uma operação desejada pelo
usuário, como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e, ao ser exe-
cutado, desativa as proteções do dispositivo, para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados.
Esse nome está, justamente, relacionado com a história do presente dado pelos gregos aos troianos, consis-
tindo em um cavalo de madeira, com soldados em seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os gregos
desativaram as defesas e permitiram o acesso do seu exército.

Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no enunciado de algumas questões de concursos, como um tipo
de vírus de computador.

155
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário

E-mail com vírus Usuário

2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado

4
-7
91
.5
51
E-mail com vírus Usuário Jogo on-line

.7
79
-0
3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG

E-mail com vírus Usuário Jogo on-line


H
L
EL
XW
A
M

156
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso

Usuário Jogo on-line

4
-7
91
z Spyware

.5
51
É um programa malicioso que procura monitorar as atividades do sistema e enviar os dados capturados

.7
79
durante a espionagem para terceiros. Existem softwares espiões considerados legítimos (instalados com o consen-

-0
timento do usuário) e maliciosos (que executam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
Os softwares espiões podem ser especializados na captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques efe-
ZA
tuados (screenlogger) ou para apresentação de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário (adware). Eles,
U

geralmente, são instalados por outros programas maliciosos, para aumentar a quantidade de dados capturados.
SO
A

z Bot
LV
SI

É um programa malicioso que mantém contato com o invasor, permitindo que comandos sejam executados remo-
tamente. O dispositivo controlado por um bot poderá integrar uma rede de dispositivos zumbis, a chamada botnet.
A
D

Quando o invasor deseja atacar sites para provocar Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão distribuí-
R

dos nos dispositivos do usuário, para que façam a ação danosa. Além de esconderem os rastros da identidade do
O

verdadeiro atacante, os bots poderão continuar sua propagação através do envio de cópias para outros contatos
YG

do usuário afetado.
H
L

z Backdoor
EL
XW

É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, além de executar comandos recebidos do invasor, realiza
A

ações para desativação de proteções e aberturas de portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão
M

disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instalação de outros códigos maliciosos e roubo de informações.
Assim como os spywares, existem backdoors legítimos (adicionados pelo desenvolvedor do software para fun-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cionalidades administrativas) e ilegítimos (para operarem independente do consentimento do usuário).

z Rootkit

É um código malicioso especializado em esconder e assegurar a presença de outros códigos maliciosos para o
invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais podem ser incorporadas em outras pragas, para que o código que
camufla a presença seja executado, escondendo os rastros do software malicioso.
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.

Dica
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit são as pragas digitais mais questionadas em concursos
públicos. 157
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais que ameaçam a Segurança da Informação e a privacidade
dos usuários de sistemas computacionais.

CÓDIGO MALICIOSO CARACTERÍSTICAS


Gatilho para a execução de outros códigos maliciosos que permanece inativa até que um
Bomba lógica
evento acionador seja executado
Sequestrador de dados que criptografa pastas, arquivos e discos inteiros, solicitando o
Ransomware
pagamento de resgate para liberação
� Simulam janelas do sistema operacional, induzindo o usuário a acionar um comando,
Scareware fazendo a operação continuar normalmente
� O comando iniciará a instalação de códigos maliciosos
Fraude que engana o usuário, induzindo-o a informar seus dados pessoais em páginas de
Phishing
captura de dados falsas
Ataque aos servidores de DNS para alteração das tabelas de sites, direcionando a navega-
Pharming
ção para sites falsos
Ataques na rede que simulam tráfego acima do normal com pacotes de dados formatados
Negação de Serviço incorretamente, fazendo o servidor remoto ocupar-se com os pedidos e erros, negando
acesso para outros usuários
� Código que analisa ou modifica o tráfego de dados na rede, em busca de informações
Sniffing relevantes como login e senha
� Enquanto o spyware não modifica o conteúdo, o sniffing pode alterar
Falsifica dados de identificação, seja do remetente de um e-mail (e-mail Spoofing), do en-
Spoofing
dereço IP, dos serviços ARP e DNS, escondendo a real identidade do atacante
Man-In-The-Midle Intercepta as comunicações da rede para roubar os dados que trafegam na conexão.

4
Intercepta as comunicações do aparelho móvel, para roubar os dados que trafegam na

-7
Man-In-The-Mobile
conexão do aparelho smartphone

91
.5
Enquanto uma falha não é corrigida pelo desenvolvedor do software, invasores podem ex-
Ataque de dia zero

51
plorar a vulnerabilidade identificada antes da implantação da proteção

.7
Modificam páginas na Internet, alterando a sua apresentação (face) para os usuários

79
Defacement
visitantes

-0
Sequestrador de navegador que pode desde alterar a página inicial do browser, até realizar
HiJacker
ZA
mudanças do mecanismo de pesquisas e direcionamento para servidores DNS falsos
U
SO

Uma das ações mais comuns que procuram comprometer a segurança da informação é o ataque Phishing. O
A

usuário recebe uma mensagem (por e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em um link mali-
LV

cioso. O link acessa uma página que pode ser semelhante ao site original, induzindo o usuário a fornecer dados
SI

pessoais, como login e senha. Em ataques mais elaborados, as páginas capturam dados bancários e de cartões de
A

crédito. O objetivo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.


D
R
O

1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso


YG
H
L
EL
XW
A
M

Usuário

158
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. O link direciona o usuário para um site falso

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário

4
-7
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras

91
no seu cartão de crédito

.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI

Usuário
A
D
R
O
YG

Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Pharming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando as
H

tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuário acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Phishing,
L

esse ataque procura capturar dados bancários do usuário e roubar o seu dinheiro.
EL
XW

1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS


A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usuário

159
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. O link alterado direciona o usuário para um site falso

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário

4
-7
91
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras

.5
no seu cartão de crédito

51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D

Usuário
R
O
YG
H
L

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)


EL
XW

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes ameaças e ataques que podem comprometer a segurança da
informação, expondo a privacidade do usuário. Para todas elas, existem mecanismos de proteção – softwares ou
A
M

hardwares que detectam e removem os códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.


Independentemente da quantidade de sistemas de proteção, o comportamento do usuário poderá levar a
uma infecção por códigos maliciosos, pois a maioria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo do usuário
mediante autorização dada pelo próprio usuário. A autorização de acesso poderá estar camuflada em um arquivo
válido, como o Cavalo de Troia, ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como o ataque de Phishing. Por-
tanto, a navegação segura começa com a atitude do usuário na rede.

Antivírus

Os vírus de computadores, como conhecemos no tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se para
outros arquivos quando o hospedeiro é executado. O código que infecta o arquivo é chamado de assinatura do
vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para detectarem a assinatura do vírus existente nos arquivos do
computador. O antivírus precisa estar atualizado, com as últimas definições da base de assinaturas de vírus, para
que seja eficiente na remoção dos códigos maliciosos.
160
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. O usuário tem um vírus de computador instalado

2. Um software antivírus é acionado para detecção

4
-7
91
Usuário Arquivo

.5
51
.7
79
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas

-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H

Usuário Arquivo
L
EL
XW
A

4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo


M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arquivo Arquivo
desinfectado excluído
Usuário

Quarentena

161
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quando o antivírus encontra um código malicioso em algum arquivo, que tenha correspondência com a base
de assinaturas de vírus, ele poderá:

z Remover o vírus que infecta o arquivo;


z Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na pasta Quarentena, isolado;
z Excluir o arquivo infectado.

Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo através de três métodos de detecção: assinatura dos vírus
conhecidos, verificação heurística e comportamento do código malicioso quando é executado.
O que fazer quando o código malicioso do vírus não está na base de assinaturas?
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diariamente. Para a detecção desses novos códigos maliciosos, os
programas oferecem a Análise Heurística.

z Análise Heurística

O software antivírus poderá analisar os arquivos do dispositivo através de outros parâmetros, além da base
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
Se o código enviado para análise for comprovadamente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na base
de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualização do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o novo
código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas, mas não encontra correspondência com vírus conhecidos

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
Usuário Arquivo
ZA
U
SO
A

2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para análise pelo fabricante do software antivírus
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A

Quarentena
M

Usuário

Fabricante
162
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Windows Defender

Em concursos públicos, as soluções de antivírus de terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky raramente
são questionadas. Nós as usamos em nosso dia a dia, mas, em provas de concursos, as bancas trabalham com as
configurações padrões dos programas.
O Windows 10 possui uma solução integrada de proteção, que é o Windows Defender. Na época do Windows 7,
a Microsoft adquiriu e disponibilizou o programa Microsoft Security Essentials como antivírus padrão do sistema
operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defender, para detecção e remoção de outros códigos malicio-
sos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de conexões
para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
No Windows 10, o Windows Defender faz a detecção de vírus de computador, códigos maliciosos e opera o
firewall do sistema operacional, impedindo ataques e invasões.

Firewall

O firewall é um filtro de conexões que poderá ser um software, instalado em cada dispositivo, ou um hardware,
instalado na conexão da rede, protegendo todos os dispositivos da rede interna. O sistema operacional disponibi-
liza um firewall pré-configurado com regras úteis para a maioria dos usuários.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA Usuário
U
SO

.
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes
A
LV

O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, portanto ele permite que códigos maliciosos, como os vírus de
computadores, infectem o computador ao chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail. O usuário deve
SI

executar um antivírus e antispyware nos anexos antes de executá-los.


A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A

E-mail com vírus E-mail com vírus


M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Firewall Usuário

E-mail com trojan E-mail com trojan

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o
usuário.

O firewall impede um ataque, seja de um hacker, de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga digital
que procure acessar a rede ou o computador por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteúdo liberado,
como e-mails e páginas web, não será bloqueado pelo firewall. 163
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
E-mail Página web

Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário

Propagação de worm Malware

Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede os ataques provenientes da rede.

O firewall não é um antivírus e nem um antispyware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não dispensa o uso de outras ferramentas de segurança, como o
antivírus e o antispyware.

4
Importante!

-7
91
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque e, não, por

.5
ser um vírus.

51
.7
79
Antispyware

-0
ZA
Da mesma forma que existe a solução antivírus contra vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
U
SO

Genericamente, malware é um software malicioso. Genericamente, spyware é um software espião. Assim,


quando os softwares maliciosos ganharam destaque e relevância para os usuários dos sistemas operacionais, os
A

spywares ganharam destaque. Comercialmente, tornou-se interessante nomear a solução como antispyware.
LV

Na prática, um antispyware, ou um antimalware, detecta e remove vários tipos de pragas digitais.


SI
A
D
R
O
YG
H
L

Worm Malware
EL
XW
A
M

Usuário Antispyware

Trojan Spyware

Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no dispositivo do usuário.

Para proteção, o usuário deverá:

z Manter o firewall ativado;


z Manter o antivírus atualizado e ativado;
z Manter o antispyware atualizado e ativado;
z Manter os programas atualizados com as correções de segurança;
164 z Usar uma senha forte para acesso aos sistemas e optar pela autenticação em dois fatores quando disponível.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Usuário

Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte

Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares instaladas
e uso de senha forte.

UTM

Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas conexões, controlam a execução das aplicações, protegem
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão VPN segura para navegação e entregam relatórios de
fácil compreensão para o usuário.

Defesa Contra Ataques

4
-7
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navegador de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing aten-

91
dem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega disfarçado, medidas de prevenção devem ser adotadas, como:

.5
51
z Nunca fornecer informações confidenciais ou secretas por e-mail;

.7
z Resistir à tentação de cliques em links das mensagens;

79
z Observar os downloads automáticos ou não iniciados;

-0
z Dentro das políticas de segurança para os funcionários, destacar que não se deve submeter à pressão de pes-
ZA
soas desconhecidas.
U
SO

Quando os ataques procuram atingir um servidor da empresa, como ataques DoS (negação de serviço), DDos
(ataque distribuído de negação de serviços) ou spoofing (fraude de identidade), uma das formas de proteção é o blo-
A

queio de pacotes externos não convencionais. Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel e sofre um ataque,
LV

ele deve aumentar o nível de proteção do aparelho e as senhas precisam ser redefinidas o mais breve possível.
SI

Por fim, os ataques contra aplicativos poderão ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver os progra-
A

mas atualizados em seu dispositivo, aplicando as correções de segurança tão logo elas sejam disponibilizadas.
D
R
O

Importante!
YG
H

Quando o usuário é envolvido na perpetração de ataques digitais, ele é considerado o elo mais fraco da cor-
L

rente de segurança da informação, por estar sujeito a enganos e trapaças dos atacantes. A Engenharia Social
EL

consiste no conjunto de técnicas e atividades que procuram estabelecer confiança mediante dados falsos,
XW

ameaças ou dissimulação.
A
M

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

HORA DE PRATICAR!
1. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Julgue o item subsequente, acerca de redes de computadores e de segurança da infor-
mação na Internet.

O Windows Defender pode ser utilizado para dar segurança por meio tanto de firewall quanto de sistema anti-malware.

( ) CERTO ( )ERRADO

2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item, relativos a noções de sistema operacional.

Situação hipotética: Um usuário relata que seu computador está muito lento devido à grande quantidade de programas
em execução que estão sobrecarregando o processador e a memória RAM. Assertiva: Nesse caso, para visualizar 165
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
quais são os aplicativos em aberto que estão sendo No Excel, para uma fórmula que tenha vários operado-
executados tanto no primeiro plano quanto no segundo res, as operações serão realizadas na seguinte ordem:
plano, bem como ordená-los de acordo com o consumo adição ou subtração (+ ou –); multiplicação ou divisão
de CPU, esse usuário deve utilizar o utilitário nativo do (* ou /); exponenciação (^); porcentagem (%).
Windows 10 denominado visualizador de eventos.
( ) CERTO ( )ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO
9. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No seguinte item, é apre-
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item, a respeito sentada uma situação hipotética, seguida de uma
de becape em estações de trabalho Windows. assertiva a ser julgada, com relação à edição de tex-
tos, planilhas e apresentações.
O Windows 10 permite que o usuário configure as
opções de becape para um disco de rede. Assim, o Com o uso de uma planilha no Microsoft Excel 2016,
becape copia, para o local definido, todo o conteúdo será realizada a soma de dois valores numéricos
da pasta C:\Users\<username>, em que <username> advindos de duas planilhas diferentes, mas ambas
equivale ao nome do usuário que configurou o becape. constantes do mesmo arquivo. A fórmula de soma
será inserida na célula A1 da planilha Plan1, e os
( ) CERTO ( )ERRADO dados a serem somados estão na célula A1 de Plan2
e na célula A2 de Plan1. Nessa situação, a fórmula
4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de noções de correta a ser inserida na célula A1 da planilha Plan1 é
informática, julgue o item a seguir. =SOMA(Plan2!A1;A2).

No Microsoft Word, é possível inserir uma quebra de ( ) CERTO ( )ERRADO


página, no documento em edição, a partir de recurso
disponibilizado na aba Design. 10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação ao Micro-
soft Office, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( )ERRADO
Para inserir, em uma apresentação do PowerPoint,

4
-7
5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No seguinte item, é apre- uma imagem que é resultado de uma pesquisa efetua-

91
sentada uma situação hipotética, seguida de uma da no buscador Bing, previamente o usuário deve gra-

.5
assertiva a ser julgada, com relação à edição de tex- var a imagem no seu computador ou no OneDrive, pois

51
tos, planilhas e apresentações. não é suportada a operação de adicionar a imagem

.7
diretamente.

79
Ao editar um documento utilizando o Microsoft Word 2016,

-0
um usuário verificou que estava gastando muito tempo ( ) CERTO ( )ERRADO
para atualizar manualmente o índice, com títulos e subtí- ZA
tulos e os respectivos números de páginas; isso porque, 11. (CEBRASPE-CESPE — 2022) A respeito de ferramen-
U

entre outros fatores, a inserção de novos textos ocorre ao


SO

tas, aplicativos e procedimentos em informática, jul-


longo de todo o documento, e não apenas ao seu final, o gue o próximo item.
A

que muda os números das páginas em que se localizam


LV

os títulos a serem inseridos no índice. Nessa situação, para No Google Chrome, ao se confirmar a opção Definir
SI

resolver o problema, o usuário pode utilizar a ferramenta do como Padrão, todos os links que se clicar serão auto-
A

Word que permite criar índices automaticamente por meio maticamente abertos nesse navegador.
D

do uso de estilos, tais como título 1 e título 2.


R
O

( ) CERTO ( )ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO
YG
H

12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) respeito de noções de


6. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de sistemas
L

informática, julgue o item a seguir.


operacionais e de aplicativos de edição de textos e
EL

planilhas, julgue o item a seguir.


XW

O navegador Google Chrome dispõe de recursos para


traduzir textos de uma página web acessada.
A

No Word, as macros são construídas com o uso da lin-


M

guagem de programação VBO (Visual Basic for Office)


( ) CERTO ( )ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO
13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de programas
7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de noções de de navegação, julgue o próximo item.
informática, julgue o item a seguir.
O navegador Chrome permite a sincronização de
O Microsoft Excel dispõe de recurso para a remoção dados, como histórico, favorito e senhas, a partir da
de linhas duplicadas em uma planilha, o qual pode ser conta Google do usuário.
acessado a partir da aba Dados.
( ) CERTO ( )ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO
14. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir, é apre-
8. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Com relação a sistemas sentada uma situação hipotética, seguida de uma
operacionais e ferramentas de edição de texto e plani- assertiva a ser julgada, a respeito de sistemas opera-
166 lhas, julgue o item a seguir. cionais, intranet e Internet.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por meio do Google Chrome mais recente, André neces- II Um usuário recebeu informação, por meio do setor de
sita acessar, a partir do seu dispositivo móvel, os dados segurança da informação do seu órgão, de que seu
armazenados na sua estação de trabalho, referentes à computador, sem seu conhecimento, havia sido usado
navegação que ele realizou também usando o Google em um ataque a uma rede de outro órgão.
Chrome mais recente. Nessa situação, André terá suces- III Em um dado momento do dia, um usuário notou que
so se efetuar login no Google Chrome com o mesmo sua máquina estava consumindo mais recursos de
usuário na estação de trabalho e no dispositivo móvel, o memória do que o habitual e, ao executar no computa-
que lhe permite ter acesso às senhas, ao histórico e aos dor um programa de proteção, obteve a seguinte men-
favoritos em todos os dispositivos configurados. sagem: “arquivo xpto infectado com o worm xyz”.
Com referência a essas situações hipotéticas e à
segurança da informação, julgue o item subsequente.
( ) CERTO ( )ERRADO
A situação II pode ter ocorrido por meio de bot, um pro-
grama que dispõe de determinados mecanismos de
15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Paulo, servidor de deter- comunicação com o invasor, os quais permitem que o
minado órgão público, recebeu a seguinte mensagem computador invadido seja controlado remotamente, pro-
em seu email corporativo. pagando a infecção de forma automática e explorando
Assunto: Seu dispositivo está infectado e hackeado. vulnerabilidades existentes em programas instalados.
Oi! Eu tenho más notícias para você. Há alguns meses
tive acesso aos dispositivos que você usa para nave- ( ) CERTO ( )ERRADO
gar na Web.
Instalei um cavalo de Troia nos sistemas operacionais 18. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No que se refere à segu-
de todos os dispositivos que você usa para acessar rança de computadores, julgue o item subsecutivo.
seu email (celular, computador e tablet).
Eu bloqueei o acesso aos seus sistemas por meio de Cavalos de Troia são exemplos de vírus contidos
criptografia de todas as suas informações, tais como em programas aparentemente inofensivos e sua
imposto de renda, fotos e arquivos de trabalho. Tenho ação danosa é mascarada pelas funcionalidades do
acesso a todos os seus arquivos, como, por exemplo, o hospedeiro.
arquivo curriculum.docx no diretório Meus documentos.
Para comprovar, veja a última data de atualização desse ( ) CERTO ( )ERRADO

4
arquivo — está datado no mês de agosto deste ano.

-7
91
Posso publicar todos os seus dados pessoais na
19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de segurança
nuvem, incluindo os dados financeiros e, ainda, deixar

.5
da informação, julgue o item a seguir.

51
seus arquivos indisponíveis para sempre.

.7
Acho que você não quer que isso aconteça, pois será um
Para prevenir ações de programas que, de forma mali-

79
verdadeiro desastre em sua vida. Vamos resolver assim:
ciosa, monitoram atividades de um sistema e enviam

-0
você me transfere $ 1.000,00 (em bitcoin equivalente à
as informações coletadas a terceiros, o usuário deve
taxa de câmbio no momento da transferência) e, assim ZA
utilizar um software de anti-spyware.
que a transferência for recebida, eu removerei imediata-
U

mente o vírus de sua máquina e devolverei seu acesso.


SO

( ) CERTO ( )ERRADO
Minha carteira bitcoin para pagamento é 123456789abcdef.
A

Se eu descobrir que você compartilhou esta mensa-


20. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Acerca de redes de com-
LV

gem com outra pessoa ou avisou à polícia, destruirei


putadores e segurança, julgue o item que se segue.
SI

seus arquivos e sua privacidade financeira para sem-


pre e todos os seus dados se tornarão públicos.
A

Os aplicativos de antivírus com escaneamento de


D

Considerando essa situação hipotética e assuntos a


segunda geração utilizam técnicas heurísticas para
R

ela relacionados, julgue o item a seguir.


O

identificar códigos maliciosos.


Caso Paulo acesse o email apresentado por meio
YG

do Outlook do MS Office 365, ele poderá bloquear o


( ) CERTO ( )ERRADO
H

remetente e, desse modo, este (usuário externo) será


L

impedido de enviar novas mensagens para o email


EL

corporativo de Paulo. 9 GABARITO


XW

( ) CERTO ( )ERRADO
A

1 CERTO
M

16. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item, 2 ERRADO


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

relativos à segurança da informação.


3 CERTO
Fazer backups regularmente é uma das formas de 4 ERRADO
proteger arquivos em caso de ataque de ransomwa-
re, uma vez que isso possibilita restabelecer o acesso 5 CERTO
aos dados que existiam antes do ataque.
6 ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO 7 CERTO

17. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A seguir são apresenta- 8 ERRADO


das três situações hipotéticas.
I Um usuário, após sequestro de seus dados, recebeu 9 CERTO
a informação de que, para reavê-los, seria necessário 10 ERRADO
realizar um pagamento ao sequestrador. 167
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 CERTO

12 CERTO

13 CERTO

14 CERTO

15 ERRADO

16 CERTO

17 CERTO

18 CERTO

19 CERTO

20 CERTO

ANOTAÇÕES

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

168
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Administrativo. Por isso, vamos conceituá-lo utilizan-
do todos esses aspectos em comum.
Podemos definir Direito Administrativo como o
conjunto de princípios e regras que regulam o exercí-
cio da função administrativa exercida pelos órgãos e
CONHECIMENTOS agentes estatais, bem como as relações jurídicas entre
eles e os demais cidadãos.
ESPECÍFICOS Não devemos confundir Direito Administrativo com
a Ciência da Administração. Apesar da nomenclatu-
ra ser parecida, são dois campos bastante distintos. A
administração, como ciência propriamente dita, não é
ramo jurídico. Consiste no estudo de técnicas e estraté-
DIREITO ADMINISTRATIVO gias de controle da gestão governamental. Suas regras
não são independentes, estão subordinadas às normas
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO de Direito Administrativo. Os concursos públicos não
costumam exigir que o candidato tenha conhecimentos
Administração vem do latim administrare, que de técnicas administrativas para responder questões de
significa direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e direito administrativo, mas requerem que conheçam a
recursos, tendo sempre como objetivo alcançar metas Administração como entidade governamental, com suas
específicas. A noção de gestão de negócios está intima- prerrogativas e prestando serviços para a sociedade.
mente ligada com o ramo de Direito Administrativo. No momento, estamos nos referindo ao Direi-
Estudar o direito administrativo não é uma tarefa to Administrativo, que é o ramo jurídico que regula
fácil. Isso porque o direito administrativo brasileiro as relações entre a Administração Pública e os seus
apresenta dois pontos específicos que demonstram cidadãos ou “administrados”. Administração Pública
certa dificuldade no seu estudo. é uma noção totalmente distinta, podendo ter uma
O primeiro ponto diz respeito a falta de codifica- acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material.
ção do Direito Administrativo. No Brasil, não existe Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal,
um “Código de Direito Administrativo”. Os ramos jurí- a Administração Pública confunde-se com a própria

4
dicos codificados possuem um conjunto de normas pessoa de seus agentes, órgãos, e entidades públicas

-7
apresentados/ordenados em uma linha lógica, o que que exercem a função administrativa, o que signifi-

91
facilita o seu estudo. Todavia, existem Leis, Decretos, ca que somente algumas pessoas e entes podem ser

.5
Instruções Normativas, Portarias, enfim, existem uma

51
considerados como Administração Pública. É, por isso,
multiplicidade de instrumentos legais, e é tarefa do uma acepção que tende a restringir sua definição.

.7
profissional do Direito conhecer e buscar esses instru-

79
Já na sua acepção objetiva e material da palavra,
mentos dentro de todo o ordenamento jurídico do País.

-0
podemos definir a administração pública (alguns dou-
Outro ponto que dificulta o estudo desse ramo jurí- trinadores preferem colocar a palavra em letras minús-
ZA
dico é o fato de que há uma enorme quantidade de culas para distinguir melhor suas concepções), como a
U
legislação com conteúdo de direito administrativo. Isso atividade estatal de promover concretamente o interes-
SO

se deve a própria lógica do sistema federalista, uma vez se público. O caráter subjetivo da administração é irre-
que os Estados possuem autonomia para criar as pró- levante, pois o que realmente importa não é a pessoa, e
A

prias leis. Assim, as normas de Direito Administrativo


LV

sim a atividade que tal pessoa executa. É, por isso, uma


podem apresentar-se em vários âmbitos da Federação,
SI

acepção mais abrangente, pois qualquer pessoa que


o que a torna ainda mais difícil de ser compreendida. venha a exercer uma função típica da Administração
A

Esses são os principais pontos de dificuldade de


D

será considerada uma pessoa que integra a mesma.


estudar esse ramo do Direito. Todavia, isso não signi-
R
O

fica que é uma tarefa impossível. O ramo de Direito NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO
YG

Administrativo, no Brasil, conta com um ponto posi- ADMINISTRATIVO


tivo: a doutrina e a jurisprudência são, também, bas-
H

tante vastas e muito bem detalhadas. É por isso que


L

Determinar a natureza jurídica de um ramo do


EL

os estudos de Direito Administrativo e as questões


Direito significa, de modo geral, estabelecer em qual
XW

de concurso público, a princípio, buscam dar maior


grupo ele pertence. Podemos classificar os ramos de
enfoque em conceitos, teorias, enfim, enfoca bastante
Direito brasileiro em dois grandes grupos: os ramos de
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o aspecto teórico, muito mais do que o prático.


M

Direito Público e os de Direito Privado. Quanto à nature-


Assim, precisamos compreender as noções básicas
za jurídica, não há dúvida de que o Direito Administra-
de Direito Administrativo, o que significa definir a ele
tivo é ramo de Direito Público. Isso porque o Direito
um conceito, determinar sua natureza, estabelecer
Administrativo regula as atividades estatais na gestão de
seu objeto, e também as fontes de onde se origina.
seus negócios, recursos e pessoas. A simples presença do
A doutrina possui divergências quanto ao conceito
de Direito Administrativo. Enquanto uma corrente dou- Poder Público faz com que ele não se enquadre no gru-
trinária define Direito Administrativo tendo como base po do Direito Privado, que são os ramos jurídicos cujas
a ideia de função administrativa, outros preferem desta- regras disciplinam as atividades dos particulares.
car o objeto desse ramo jurídico, isso é, o Estado, a figura
pública composta por seus órgãos e agentes. Há também ORIGEM HISTÓRICA DO DIREITO ADMINISTRATIVO
uma terceira corrente de doutrinadores que ao concei-
tuar Direito Administrativo, destacam as relações jurídi- A origem histórica do Direito Administrativo se dá
cas estabelecidas entre as pessoas e os órgãos do Estado. durante o fim do período conhecido como Absolutis-
Embora haja essa diferença de posições na doutri- mo. Essa era uma época marcada pela concentração
na, não há exatamente uma corrente predominante. de todo o poder político nas mãos de uma única pes-
Todos os elementos apontados fazem parte do Direito soa, o Rei ou o Monarca. 169
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Rei enquanto supostamente o “representante de do Direito Administrativo. Assim, esse ramo jurídico
Deus na Terra”, tomava todas as decisões de ordem polí- vem como um conjunto de normas que regulam as rela-
tica, e não podia ser questionado. Ele era intocável. A Lei ções entre os indivíduos e o Estado. E, por mais que o
era fruto de Sua vontade e era muito difícil qualquer pes- Estado ainda possua diversas prerrogativas quando do
soa exigir que o Rei fosse controlado pela vontade divina. exercício de suas funções, é importante frisar que o seu
Dessa forma, o Direito Administrativo não poderia poder não é mais absoluto: ele encontra limites dentro
surgir se não com o fim do Absolutismo e a introdução da esfera de liberdade de cada indivíduo, e também den-
de um Estado de Direito. A noção de Estado de Direito tro da lei, a qual ele concorda em respeitar e se subme-
é bastante simples: significa que o governo, o qual cria ter a ela. Logo, o fato do Estado ter prerrogativas não
as suas próprias Leis, deve a elas estar submetido. A descaracteriza a sua noção de um Estado de Direito.
ideia do Estado de Direito é a de atribuir limitações ao Essa é a origem, de modo geral, do Direito Admi-
Poder de Império do Estado. Para tanto, todo Estado de nistrativo. Porém, é evidente que alguns Estados
Direito deve conter algumas características essenciais:
acabaram desenvolvendo o seu ramo de Direito Admi-
nistrativo de uma forma diferente dos demais, para
z Ter uma Constituição: a Constituição é a base de todo
melhor se ajustarem às necessidades de seus cidadãos.
o ordenamento jurídico do Estado de Direito e sua prin-
Na França, por exemplo, o povo francês tinha uma
cipal função é a de atribuir direitos, liberdades e garan-
grande desconfiança de seus Juízes. Isso ocorria por-
tias para os cidadãos, de modo que o Estado se absteria
que, muitos dos cargos públicos, naquela época, eram
de agir de modo a prejudicar esses direitos. Houve um
crescimento das constituições escritas. Outro aspecto herdados de pai para filho. Assim, como uma forma de
importante das constituições é que elas devem ser rígi- tentar “burlar” esse nepotismo do Judiciário, o direito
das, o que significa que a sua possibilidade de alteração francês acabou criando um contencioso administrati-
deve advir de um processo bastante longo e complexo. vo. Isso significa que, dentro do direito francês, havia
Óbvio, se a Constituição é a base de todas as outras Leis, órgãos especializados em julgar os casos e controvér-
então o seu processo de alteração deve ser mais difícil sias envolvendo a Administração Pública. Assim, a
do que o processo de alteração de uma lei comum; função jurisdicional (que “diz o direito no caso con-
z Separação dos Poderes: Outro ponto que está creto”, na França, era dividida em duas: a jurisdição
presente em todo Estado de Direito é que o Poder comum e a jurisdição administrativa.
do Estado não se encontra concentrado em uma No caso do Brasil, nós não adotamos o modelo francês

4
-7
pessoa/órgão, mas ele está dividido em Funções ou de Administração, mas isso não significa que um modelo

91
Poderes distintos. O modelo mais aceito da Separa- é melhor ou pior do que outro. A justiça brasileira ape-

.5
ção dos Poderes, e que é o mais utilizado, é a teoria nas não apresenta um contencioso administrativo. Não

51
de Montesquieu, que busca separar o Poder Estatal existem órgãos brasileiros especializados em dirimir os

.7
em três vertentes, ou Funções. Uma função é encar- conflitos em que a nossa Administração Pública é parte.

79
regada de criar as leis que vigoram no País (Poder O direito administrativo brasileiro possui como uma

-0
Legislativo), outra função tem o dever de promo- maior fonte de inspiração o direito alemão, pois em ambos
ver a fiel execução das leis, bem como de gerir os os Países a jurisdição é una, é uma coisa só, e apesar do
ZA
negócios em que o Estado faz parte (Poder Execu- processo administrativo coexistir com o processo judi-
U

tivo). Por último, há uma terceira função, encar- cial, somente o último é capaz de proferir decisões que
SO

regada de dirimir os conflitos e as controvérsias transitam em julgado. Isso significa que todas as questões
presentes dentro da sociedade (Poder Judiciário);
A

administrativas podem ser apreciadas na esfera judicial


LV

z A legalidade como princípio fundamental: a sempre que o processo administrativo não se mostrar
ideia de que todos devem respeitar a vontade da
SI

suficiente para atender às demandas da sociedade.


Lei está contida na Declaração de Direitos Indi-
A

Utiliza-se bastante a noção de segurança jurídica para


viduais do Homem e do Cidadão. Trata-se de um
D

impedir que os atos da Administração possam intervir


documento de origem francesa muito importante,
R

com os direitos e garantias dos cidadãos. A segurança


O

pois ele confere a todos os indivíduos (e não só ao


YG

povo francês), uma maior proteção contra os atos jurídica, no Brasil, é um princípio de Direito Administra-
tivo, pois as decisões emitidas na esfera administrativa,
H

abusivos do Estado. Pelo princípio da legalidade,


o Estado só pode agir nos termos da Lei, porque é ou até mesmo as decisões proferidas pelo Poder Judi-
L
EL

esta que lhe dá forma e lhe confere seus Poderes. ciário, não podem prejudicar o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido, bem como a matéria que já foi objeto
XW

de discussão em outro processo (coisa julgada).


A

Importante!
M

OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO


Dissemos que o modelo mais aceito da Separa-
ção dos Poderes é o modelo disposto na Teoria A determinação de um objeto de estudo do Direito
de Montesquieu. Todavia, ele não foi o primeiro Administrativo possui grande importância para a sua
a apresentar a ideia de separar o Poder Estatal conceituação, bem como para estabelecê-lo como um
em diferentes Funções. Essa é uma noção errô- ramo jurídico autônomo. Em sua obra1, o jurista e pro-
nea que pode aparecer em uma questão de pro- fessor Alexandre Mazza aponta que várias correntes
va como “pegadinha”. Podemos encontrar outras surgiram na tentativa de criar um conceito próprio de
metodologias de Separação do Poder presentes Direito Administrativo, bem como a definição de seu
nas obras de Aristóteles, por exemplo. objeto. Essas correntes são:

z Corrente legalista: o Direito Administrativo seria


É nesse contexto, considerando os princípios e as o conjunto de normas administrativas existente
normas promulgadas essa época, que servem de bases dentro do país. Tal critério é bastante reducionista,
170 1 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
porque ele desconsidera a atuação da doutrina, administrativas presentes, como exemplos, na Consti-
que é muito importante para identificar princípios tuição Federal de 1988, em seu art. 37, que estabelece os
desse ramo jurídico; membros da Administração Pública e seus princípios;
z Corrente do Poder Executivo: é o critério que na Lei nº 8.666, de 1993, que dispõe sobre normas de
identifica o Direito Administrativo como o conjunto licitações e contratos administrativos; na Lei nº 8.987,
de normas que disciplinam a atuação do Poder Exe- de 1995, que regulamenta as concessões e permissões
cutivo. Também não é aceito, uma vez que ignora de serviços públicos para entidades privadas; entre
o fato de que os órgãos dos Poderes Legislativos e outros.
Judiciários também exercem funções administrati- É costume dividir as fontes de Direito Administrati-
vas (funções atípicas), bem como alguns particula- vo em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes
res por meio da delegação de competências, como é primárias são aquelas de caráter principal, capazes de
o caso dos concessionários e permissionários; originar normas jurídicas por si só. Já as fontes secun-
z Corrente das relações jurídicas: é a corrente que dárias são derivadas das primeiras, por isso possuem
destaca o Direito Administrativo como a disciplina caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, inter-
das relações jurídicas estabelecidas entre a Admi- pretação e aplicação das fontes de direito primárias.
nistração Pública e o particular. Todavia, essa não São fontes de Direito Administrativo:
é uma característica única e singular do Direito
Administrativo: outros ramos de Direito Público z Legislação em sentido amplo, seja na Constituição,
possuem relações semelhantes; seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer
z Corrente do serviço público: para esses doutrina- veículo normativo;
dores, o que evidencia o Direito Administrativo é o z Doutrina, todo o trabalho científico realizado por
fato dele ter como objeto a disciplina dos serviços um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer
públicos. Atualmente esse critério também é insa- jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento;
tisfatório, uma vez que o papel da Administração z Jurisprudência, o conjunto de diversos julgados
Pública evoluiu de forma que passou a desempe- num mesmo sentido;
nhar atividades que não podem ser consideradas z Costumes jurídicos, tudo que for considerado
como prestação de serviço público; uma conduta que se repete no tempo.
z Corrente teleológica: o Direito Administrativo

4
-7
deve ser conceituado a partir da ideia de que certas
Importante frisar que, das fontes mencionadas,

91
atividades desempenhadas devem alcançar um fim
apenas a Lei é fonte primária do Direito Administra-

.5
administrativo. Muito pouco utilizado, pelo fato de
tivo, sendo o único veículo habilitado para criar dire-

51
que muitas vezes há grande dificuldade em estabe-
tamente obrigações de fazer e não fazer. A doutrina, a

.7
lecer qual é, exatamente, a finalidade do Estado;

79
jurisprudência e os costumes jurídicos são considera-
z Corrente negativista: pelo fato de ser uma árdua
das fontes secundárias.

-0
tarefa, muitos autores decidem utilizar critério
negativo ao conceituar Direito Administrativo, defi-
ZA
nindo que pertence a esse ramo do Direito todas as ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
U

questões que não pertencem a nenhum outro ramo


SO

jurídico. Esse critério por exclusão é bastante frágil Conceito


A

e pobre e, por isso, não é muito utilizado;


LV

z Corrente funcional: é o critério predominante Segundo José Afonso da Silva (2017), adminis-
SI

entre os demais doutrinadores administrativos no tração pública é o conjunto de meios institucionais,


financeiros e humanos destinados à execução das
A

Brasil. Ele define o Direito Administrativo como o


D

ramo jurídico que estuda o aspecto legal da função decisões políticas2.


R

administrativa, independentemente de quem este- A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras


O

gerais e preceitos específicos no Capítulo VII do Título


YG

ja encarregado de exercê-la (Administração Públi-


ca, Poder Legislativo, concessionário etc). III. São normas que tratam da organização, diretrizes,
H

remuneração e atuação dos servidores, acesso aos car-


L

gos públicos etc. Assim, a seguir passaremos a estudar as


EL

Com base no critério funcional, convém fazer uma


divisão do objeto do Direito Administrativo. Assim, regras e preceitos específicos da Administração Pública.
XW

o objeto imediato do Direito Administrativo são os


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

princípios e regras que regulam a função adminis- Princípios


M

trativa. Por outro lado, temos como objeto mediato


do Direito Administrativo a disciplina das atividades, Por motivos didáticos, costuma-se dividir as nor-
agentes, pessoas e órgãos que compõem a Administra- mas cogentes em regras e princípios. Regras são nor-
ção Pública, o principal ente que exerce tal função. mas cogentes que traduzem um comando direto, são
criadas pelo legislador (portanto, são positivadas),
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO e são utilizadas para a solução de casos concretos e
específicos. Os princípios, por sua vez, delimitam os
As fontes do Direito são os elementos que dão ori- valores fundamentais de um ramo do direito, pos-
gem ao próprio direito. O Direito Administrativo tem suem conteúdo muito mais abrangente. São conside-
algumas peculiaridades em relação a suas fontes que rados mais importantes, dado o seu caráter geral e
são importantes para nossos estudos. abstrato. Os princípios são descobertos pela doutrina,
Relembrando que o Direito Administrativo não é através da análise das regras, retirando os aspectos
ramo jurídico codificado. A matéria encontra-se de um concretos desta. O legislador, dessa forma, tem um
modo muito mais amplo. É possível verificar normas papel indireto na criação dos princípios.
2 SILVA, op. cit, p. 665. 171
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível que Assim, esquematicamente, temos os princípios
os princípios e as regras são normas que apresentam for- constitucionais da:
ça cogente máxima. Porém, como os princípios possuem
valores fundamentais de um ramo jurídico, são considera- z Legalidade: fruto da própria noção de Estado de
dos hierarquicamente superiores. Violar uma regra é um Direito, as atividades do gestor público estão sub-
erro grave, mas violar um princípio é erro gravíssimo: é missas a forma da lei. A legalidade promove maior
cometer ofensa a todo um ordenamento de comandos. segurança jurídica para os administrados, na
medida em que proíbe que a Administração Públi-
DOS PRINCÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO ca pratique atos abusivos. Ao contrário dos parti-
culares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não
Os princípios de Direito Administrativo são, assim, proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe
os princípios que atuam como diretrizes sistêmicas do é expressamente autorizado por lei;
próprio regime jurídico-administrativo. Os princípios z Impessoalidade: a atividade da Administração
que regem a atividade da Administração Pública são Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado
vastos, podendo estar explícitos em norma positivada, haver qualquer forma de tratamento diferenciado
ou até mesmo implícitos, porém denotados segundo a entre os administrados. Esse princípio apresenta
algumas vertentes que são importantes conhecer. A
interpretação das normas jurídicas. Temos, assim: prin-
primeira diz respeito à finalidade: há uma forte rela-
cípios gerais de Direito Administrativo, os princípios
ção entre a impessoalidade e a finalidade pública,
constitucionais, e os princípios infraconstitucionais.
pois quem age por interesse próprio não condiz com
a finalidade do interesse público. A outra vertente
Princípios Gerais de Direito Administrativo
diz respeito a pessoa do administrador, pois a ativi-
dade administrativa é considerada de seus órgãos e
Os princípios gerais de Direito Administrativo, pessoas jurídicas, e nunca de seus agentes; pessoas
são os princípios basilares desse ramo jurídico, sen- físicas. Esse é o fundamento da chamada “Teoria do
do aplicáveis ante ao fato de a Administração Públi- Órgão”. Por causa disso, é vedada a possibilidade do
ca ser considerada pessoa jurídica de direito público. agente público de utilizar os recursos da Administra-
São princípios implícitos, uma vez que eles não preci- ção Pública para fins de promoção pessoal, confor-
sam estar expressos na legislação para que a doutri- me aponta o § 1º do art. 37 da CF, de 1988;

4
na aceite sua existência, afinal, sem esses princípios

-7
z Moralidade: a Administração impõe a seus agentes
a Administração não poderia funcionar direito. São

91
o dever de zelar por uma “boa-administração”, bus-
dois: o princípio da supremacia do interesse público, e

.5
cando atuar com base nos valores da moral comum,
o princípio da indisponibilidade do interesse público.

51
isso é, pela ética, decoro, boa-fé, e lealdade. A mora-
O princípio da supremacia do interesse públi-

.7
lidade não é somente um princípio, mas também

79
co é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à requisito de validade dos atos administrativos;
Administração Pública. A supremacia do interesse

-0
z Publicidade: a publicação dos atos da Administra-
público sobre o privado é um aspecto fundamental ção promove maior transparência e garante eficá-
ZA
para o exercício da função administrativa. Podemos cia erga omnes. Além disso, também diz respeito
U
citar como exemplo a desapropriação de um imóvel ao direito fundamental que toda pessoa tem de
SO

pertencente a um particular: o particular pode ter obter acesso a informações de seu interesse pelos
interesse em não ter seu bem desapropriado, ou achar órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse
A

o valor da indenização injusto, mas ele não pode ter


LV

direito ponha em risco a vida dos particulares ou


interesse em extinguir o instituto da expropriação o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a
SI

administrativa. Trata-se de um instituto que deve vida íntima dos envolvidos;


A

existir, independentemente da sua vontade. z Eficiência: implementado pela reforma administra-


D

Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com tiva promovida pela Emenda Constitucional nº 19
R
O

certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso de 1998, a eficiência se traduz na tarefa da Adminis-
YG

que ao Estado também lhe incumbe uma série de deve- tração de alcançar os seus resultados de uma forma
res, fundadas pelo princípio da indisponibilidade célere, promovendo melhor produtividade e rendi-
H

do interesse público. Tal princípio pressupõe que o mento, evitando gastos desnecessários no exercício
L
EL

Poder Público não é dono do interesse público, ele deve de suas funções. A eficiência fez com que a Adminis-
manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por tração brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo
XW

isso que ele não pode se desfazer de patrimônio públi- maior preocupação na execução de serviços com
A

co, contratar quem ele quiser, realizar gastos sem pres- perfeição ao invés de se preocupar com procedi-
M

tar contas a seu superior, etc. Tais atos configuram em mentos e outras burocracias. A adoção da eficiência,
desvio de finalidade, uma vez que o objetivo principal todavia, não permite à Administração agir fora da
deles não é de interesse público, mas apenas do pró- lei, não se sobrepõe ao princípio da legalidade;
prio agente, ou de algum terceiro beneficiário.

Princípios Constitucionais da Administração Pública Importante!


São os princípios expressos, previstos no Texto Um método que facilita a memorização desses
Constitucional, mais especificamente no caput do art. princípios é a palavra “limpe”, pois temos os prin-
37. Segundo o referido dispositivo: cípios da:
Legalidade
Art. 37 A administração pública direta e indireta Impessoalidade
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Moralidade
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos Publicidade
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- Eficiência
172 de, publicidade e eficiência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Princípios Reconhecidos em Legislação Art. 50 Os atos administrativos deverão ser moti-
Infraconstitucional vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando [...]”;
Os princípios administrativos não se esgotam no
âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja E também no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei:
previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na
legislação infraconstitucional, sendo reconhecidos tan- Art. 2° [...]
to pela doutrina como pela jurisprudência. É o caso Parágrafo único - Nos processos administrativos
do disposto no caput do art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999: serão observados, entre outros, os critérios de: [...]
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
Art. 2° A Administração Pública obedecerá, den- que determinarem a decisão.
tre outros, aos princípios da legalidade, finalida-
de, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, A motivação é uma decorrência natural do princí-
moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran- pio da legalidade, pois a prática de um ato administra-
ça jurídica, interesse público e eficiência. tivo fundamentado, mas que não esteja previsto em
lei, seria algo ilógico.
Princípio da Autotutela Convém estabelecer a diferença entre motivo e moti-
vação. Motivo é o ato que autoriza a prática da medida
A autotutela é um princípio que diz respeito ao administrativa, portanto, antecede o ato administrativo.
controle interno que a Administração Pública exer- A motivação, por sua vez, é o fundamento escrito, de fato
ce sobre os seus próprios atos. Isso significa que, ou de direito, que justifica a prática da referida medida.
havendo algum ato administrativo ilícito ou que seja Exemplo: na hipótese de alguém sofrer uma multa por
inconveniente e contrário ao interesse público, não é ultrapassar limite de velocidade, a infração é o motivo
necessária a intervenção judicial para que a própria (ultrapassagem do limite máximo de velocidade); já o
Administração anule ou revogue esses atos. documento de notificação da multa é a motivação. A
Não havendo necessidade de recorrer ao Poder multa seria, então, o ato administrativo em questão.
Judiciário, quis o legislador que a Administração Quanto ao momento correto para sua apresentação,
possa, dessa forma, promover maior celeridade na entende-se que a motivação pode ocorrer simultaneamen-

4
recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilí- te, ou em um instante posterior a prática do ato (em respei-

-7
cito, e garantir maior proteção ao interesse público

91
to ao princípio da eficiência). A motivação intempestiva,
contra os atos inconvenientes. isso é, aquela dada em um momento demasiadamente

.5
Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784, de

51
posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.
1999:

.7
79
Princípio da Finalidade
Art. 53 A Administração deve anular seus próprios

-0
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni- Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, II,
ZA
dade, respeitados os direitos adquiridos. da Lei nº 9.784, de 1999.
U
SO

A distinção feita pelo legislador é bastante opor- Art. 2° [...]


A

Parágrafo único - Nos processos administrativos


tuna: ele enfatiza a natureza vinculada do ato anu-
LV

serão observados, entre outros, os critérios de:


latório, e a discricionariedade do ato revogatório. A
SI

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a


Administração pode revogar os atos inconvenientes,
renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
A

mas tem o dever de anular os atos ilegais.


D

salvo autorização em lei.


A autotutela também tem previsão em duas súmu-
R

las do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346:


O

O princípio da finalidade muito se assemelha ao da


YG

primazia do interesse público. O primeiro impõe que


Súmula nº 346 A Administração Pública pode
H

o Administrador sempre aja em prol de uma finalida-


declarar a nulidade de seus próprios atos.
L

de específica, prevista em lei. Já o princípio da supre-


EL

macia do interesse público diz respeito à sobreposição


E a Súmula nº 473:
XW

do interesse da coletividade em relação ao interesse


privado. A finalidade disposta em lei pode, por exem-
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Súmula nº 346 A administração pode anular seus


M

próprios atos, quando eivados de vícios que os tor- plo, ser justamente a proteção ao interesse público.
nam ilegais, porque deles não se originam direitos; Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou opor- ato, além de ser devidamente motivado, possui um
tunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res- fim específico, com a devida previsão legal. O desvio
salvada, em todos os casos, a apreciação judicial. de finalidade, ou desvio de poder, são defeitos que tor-
nam nulo o ato praticado pelo Poder Público.
Princípio da Motivação
Princípio da Razoabilidade
Um princípio implícito, também pode constar em
algumas questões como “princípio da obrigatória moti- Agir com razoabilidade é decorrência da própria
vação”. Trata-se de uma técnica de controle dos atos noção de competência. Todo poder tem suas corres-
administrativos, o qual impõe à Administração o dever pondentes limitações. O Estado deve realizar suas
de indicar os pressupostos de fato e de direito que jus- funções com coerência, equilíbrio e bom senso. Não
tificam a prática daquele ato. A fundamentação da prá- basta apenas atender à finalidade prevista na lei, mas
tica dos atos administrativos será sempre por escrito. é de igual importância o como ela será atingida. É uma
Possui previsão no art. 50 da Lei nº 9.784, de 1999: decorrência lógica do princípio da legalidade. 173
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracio- Dica
nais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse
Estudaremos a fundo os conceitos aqui expos-
público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário
tos, mas, de antemão, lembre-se do mnemônico
ou pela própria entidade administrativa que prati-
cou tal medida. Em termos práticos, a razoabilidade
“FASE” para memorizar as espécies de entidades
(ou falta dela) é mais aparente quando tenta coibir o descentralizadas: Fundação Pública, Autarquia,
excesso pelo exercício do poder disciplinar ou poder Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública.
de polícia. Poder disciplinar traduz-se na prática de
atos de controle exercidos contra seus próprios agen- DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tes, isso é, de destinação interna. Poder de polícia é o INDIRETA: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
conjunto de atos praticados pelo Estado que tem por PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
escopo limitar e condicionar o exercício de direitos
individuais e o direito à propriedade privada. As entidades da Administração Indireta podem ter per-
sonalidade jurídica de direito público ou de direito priva-
Princípio da Proporcionalidade do. Tal diferença é bastante relevante no que diz respeito
ao procedimento de criação dessas entidades autônomas.
O princípio da proporcionalidade tem similitudes As pessoas jurídicas de direito público são criadas
com o princípio da razoabilidade, sendo implícito por lei (XIX, art. 37, da CF, de 1988) e a sua personali-
também. Há muitos autores, inclusive, que preferem dade jurídica advém no momento em que tal legisla-
unir os dois princípios em uma nomenclatura só. De ção entra em vigor no âmbito jurídico, não havendo
fato, a Administração Pública deve atentar-se a exage- necessidade de registro em cartório. As pessoas jurí-
ros no exercício de suas funções. A proporcionalidade dicas de direito privado, todavia, são autorizadas pela
é um aspecto da razoabilidade voltado a controlar a lei (XX, art. 37, da CF, de 1988), ou seja, a legislação
justa medida na prática de atos administrativos. Bus- deve permitir que ela exista para que o Poder Execu-
ca evitar extremos, exageros, pois podem ferir o inte- tivo regulamente suas funções mediante a expedição
resse público. de decretos. Sua personalidade jurídica, dessa forma,
Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº 9.784, de está condicionada ao seu registro em cartório.
1999, deve o Administrador agir com: São pessoas jurídicas de direito público, membros

4
da Administração Indireta: autarquias, fundações

-7
91
Art. 2° [...] públicas, agências reguladoras e associações públicas.

.5
Parágrafo único [...] São pessoas jurídicas de direito privado: empresas

51
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- públicas, sociedades de economia mista, fundações gover-

.7
ção de obrigações, restrições e sanções em medida namentais com estrutura de pessoa jurídica de direito pri-

79
superior àquelas estritamente necessárias ao aten- vado, subsidiárias e consórcios públicos de direito privado.

-0
dimento do interesse público.
Autarquias ZA
Na prática, a proporcionalidade também encontra
U

sua aplicação no exercício do poder disciplinar e do As autarquias são pessoas jurídicas de direito
SO

poder de polícia. público interno, criadas por legislação própria, que


A

Esses não são os únicos princípios que regem as têm por escopo exercer as funções típicas da Adminis-
LV

relações da Administração Pública. Porém, escolhe- tração Pública. Trata-se da prestação descentralizada
SI

mos trazer com mais detalhes os princípios que jul- de serviços públicos.
gamos ser mais característicos da Administração. Isso
A

As autarquias possuem um conceito definido em


D

não quer dizer que outros princípios não possam ser lei, mais especificamente no inciso I, art. 5º, do Decreto-
R

estudados ou aplicados a esse ramo jurídico. A Admi- -Lei nº 200, de 1967: para os fins desta lei, considera-se:
O

nistração também deve atender aos princípios da res-


YG

ponsabilidade, ao princípio da segurança jurídica, ao Art. 5° [...]


H

princípio do contraditório e ampla defesa, ao princí- I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por
L

pio da isonomia, entre outros. lei, com personalidade jurídica, patrimônio e


EL

receita próprios, para executar atividades típicas


XW

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA da Administração Pública, que requeiram, para seu
A

melhor funcionamento, gestão administrativa e


M

Administração Direta, ou Centralizada, é a financeira descentralizada.


parte da Administração Pública que compreende: as
pessoas jurídicas de direito público interno (União, Podemos fazer alguns comentários sobre o concei-
Estados, Municípios e Distrito Federal), somados a to apresentado. Ao dizer que as autarquias são cria-
todos os seus ministérios, ouvidorias, secretarias e das “para executar atividades típicas da Administração
outros tantos órgãos despersonalizados. Pública”, o texto legal faz referência àquelas atividades
Já a Administração Indireta ou Descentraliza- características do Poder Público e que só podem ser exe-
da é a expressão utilizada para designar o conjunto cutadas pelo mesmo, em regra. São atividades em que
de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo próprio deve haver a prevalência do interesse público sobre o
Estado para atingir determinada finalidade pública. privado; por isso mesmo, as autarquias gozam de diver-
Se as entidades são dotadas de personalidade jurídi- sas prerrogativas para executar tais tarefas. É por isso
ca própria, elas têm patrimônio próprio, que não se que as autarquias são pessoas jurídicas de direito
confunde com o patrimônio pessoal de seus agentes, público. Com isso, tais entidades são proibidas de exer-
e também têm responsabilidade pelos danos e prejuí- cer qualquer atividade econômica, o que lhes propor-
zos causados por seus agentes públicos, podendo res- ciona uma grande vantagem: não pode ser decretada a
174 ponder judicialmente pela prática desses atos. falência delas e também gozam de imunidade tributária.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A sua criação depende de lei específica. Isso signi- Para facilitar seu estudo, veja as principais infor-
fica que a sua existência é condicionada apenas pelo mações e características das autarquias:
trabalho realizado pelo legislador; não há outros atos
subsequentes que condicionam sua existência, como z Prestação de serviços e atividades típicas do
acontece com as pessoas jurídicas de direito privado. Estado;
De mesmo modo, a extinção de autarquias somente z Não se destinam à exploração de atividade econômica;
pode se dar por lei específica. z Regime jurídico público;
z Criadas por lei, com personalidade jurídica, patri-
mônio e receita próprios;
Criação de Entidades da z Possuem imunidade tributária;
Administração Indireta z Celebram contratos administrativos;
z Responsabilidade civil objetiva.

Devido à multiplicidade de assuntos, temos, conse-


Autarquia Outras entidades quentemente, uma multiplicidade de autarquias. A doutri-
na tende a classificar as autarquias nos seguintes grupos:

z Administrativas: São as autarquias comuns, apre-


Lei específica cria e Lei específica sentam regime jurídico ordinário. Exemplo: Insti-
extingue autoriza tuto Nacional de Seguridade Social (INSS);
z Especiais: Possuem maior autonomia em relação
às autarquias administrativas devido à presença
O regime de pessoal das autarquias é o estatu- de certas características, como a presença de diri-
tário. Significa que a autarquia não pode contratar gentes com mandato fixo. Podem subdividir-se em:
quem ela quiser, como se fosse um empregador: seus
funcionários devem ser servidores públicos, pre- „ Especiais stricto sensu (Banco Central);
viamente aprovados em prova de concurso público. „ Agências reguladoras (Anatel, Anvisa).
Assim, todas as questões referentes ao regime laboral

4
-7
desses servidores devem ser resolvidas tendo como z Corporativas: Corporações profissionais, que pro-

91
base a Lei nº 8.112, de 1990, conhecida também como movem o controle e a fiscalização de categorias

.5
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. profissionais. Exemplos: CREA, CRO, CRM;

51
O patrimônio das autarquias consiste em bens z Fundacionais: São as fundações públicas, enti-

.7
públicos, que gozam da garantia de serem inalie- dades que arrecadam patrimônio para o cumpri-

79
náveis e impenhoráveis. Se o patrimônio é público, mento de um objetivo específico. Exemplos: Funai,

-0
significa que ele é utilizado de forma a atender uma Procon, Funasa;
finalidade pública. Logo, a autarquia não pode abrir z Territoriais: Autarquias de controle da União,
ZA
mão desses bens, nem os dar em garantia. também denominadas territórios federais (art. 33,
U

As autarquias, por estarem submetidas ao regime da CF, de 1988). A atual Constituição aboliu os ter-
SO

de direito público, praticam, por meio de seus agentes, ritórios federais remanescentes;
A

atos administrativos (declarações unilaterais de vonta- z Associativas: São as autarquias criadas pelo resulta-
LV

de) e somente podem celebrar contratos públicos (con- do de uma celebração de consórcio público, também
SI

tratos administrativos), isto é, são contratos típicos da denominadas associações públicas. Se o contrato
A

Administração Pública, que a colocam em posição mais de consórcio público envolver múltiplos entes da
D

vantajosa em relação ao particular interessado. Federação, tais autarquias podem ser transfederati-
R

As autarquias possuem imunidade tributária, vas. Exemplo: associação criada entre União, estados
O

com fundamento no § 2º, do art. 150, da CF, que dispõe e municípios para a construção de um teatro.
YG

que é vedada a cobrança de impostos de autarquias,


H

no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,


L

vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas Importante!


EL

decorrentes.
XW

Pode-se afirmar que vigora o princípio da espe- Curioso é o caso da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB). A OAB sempre foi considerada uma
A

cialidade no regime das autarquias. Isso significa que


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

cada entidade é criada para atender a uma finalidade autarquia de regime comum. Todavia, durante o
individual e específica. Exemplificando: para tratar julgamento da ADI nº 3.026, o STF decidiu mudar
de questões do regime de previdência social, temos o seu entendimento, ao decidir que a OAB é um
INSS, que é a única autarquia responsável pela con- serviço independente e de natureza especial e
cessão de benefícios previdenciários. É o próprio INSS que, por isso mesmo, não pode sofrer controle
que responde em juízo, havendo uma ação previden- específico das autarquias. Assim, a OAB seria
ciária pleiteada por particular, e não a União/Estado. considerada uma entidade própria sui generis, e
O juízo competente para julgar causas comuns não é mais uma autarquia.
que envolvem as autarquias federais é a Justiça
Federal. Já no que tange aos processos que envolvem
as autarquias estaduais e municipais, a competên- Fundações Públicas
cia será da Justiça Estadual.
A responsabilidade civil das autarquias é objeti- As fundações públicas são consideradas espécies
va; elas respondem pelos prejuízos que seus agentes, de autarquias, possuindo diversas características
nessa qualidade, causarem a terceiros, nos termos do similares. Fundação pública é, nos termos do inciso
§ 6º, do art. 37, da CF. IV, art. 5º, do Decreto-Lei nº 200, de 1967: 175
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5° [...] Importante, também, destacar que as fundações
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de per- privadas podem celebrar contratos privados, os ins-
sonalidade jurídica de direito privado, sem fins trumentos contratuais típicos da esfera privada, como
lucrativos, criada em virtude de autorização compra e venda, locação de imóvel etc.
legislativa, para o desenvolvimento de atividades Quanto à competência para julgar as causas que
que não exijam execução por órgãos ou entidades
envolvem as fundações, devemos ter ciência de que
de direito público, com autonomia administrativa,
as fundações públicas de direito público, quando na
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos
de direção, e funcionamento custeado por recursos esfera federal, submetem-se à Justiça Federal. Por
da União e de outras fontes. outro lado, embora isso seja alvo de controvérsia
na doutrina, entende-se que as fundações públicas
Já de acordo com o entendimento da doutrinadora de direito privado, nas causas comuns (inclusive de
Maria Sylvia Di Pietro, fundação pública é: âmbito federal), submetem-se à Justiça Estadual.
A responsabilidade civil das fundações públicas é
Instituída pelo Poder Público com o patrimônio, total ou de ordem objetiva. Respondem objetivamente pelos
parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, prejuízos causados por seus agentes a terceiros.
de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao Para facilitar seus estudos, veja na tabela a seguir as
desempenho de atividades do Estado na ordem social, principais informações e características das fundações:
com capacidade de autoadministração e mediante con-
trole da Administração Pública, nos limites da lei.3
FUNDAÇÕES PÚBLICAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS
DE DIREITO PÚBLICO DE DIREITO PRIVADO
A Funai, Funasa e o IBGE são alguns exemplos de
fundações públicas. Lei específica autoriza a Lei específica autoriza a
Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se sua criação sua criação
que o referido Decreto-Lei dispõe serem as funda- Necessário obter registro Necessário obter registro
ções entidades com personalidade jurídica de direito dos atos constitutivos dos atos constitutivos
privado. Tal conceituação não foi recepcionada pela
Constituição de 1988 que, no inciso XIX, do art. 37, Pessoal regido pelo regi-
Pessoal regido pela CLT
decidiu não fazer tal distinção: me estatutário

4
-7
Competência para julgar: Competência para julgar:

91
Art. 37 (CF, de 1988) [...] Justiça Federal Justiça Estadual (comum)
XIX - somente por lei específica poderá ser criada

.5
Responsabilidade civil Responsabilidade civil

51
autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fun- objetiva objetiva

.7
79
dação, cabendo à lei complementar, neste último Bens públicos Bens privados
caso, definir as áreas de sua atuação;

-0
Agências Reguladoras: Características e
ZA
Dessa forma, concluímos que as fundações podem Classificação
U
ser tanto de Direito Público como de Direito Priva-
SO

do, dependendo do que a lei instituidora da fundação


O surgimento das agências reguladoras possui for-
delimitar quanto às suas competências. Todavia, é
A

tes relações com a época das privatizações na segunda


importante frisar que mesmo as fundações de regime
LV

jurídico privado devem obediência às normas públi- metade dos anos 1990. Nesse contexto, as agências regu-
SI

cas, e não à legislação civil. ladoras foram introduzidas, sobretudo pelas ECs nº 8 e
A

Sobre esse tema, cabe diferenciar o regime de 9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores,
D

pessoal das fundações públicas de direito público e fiscalizadores e controladores da iniciativa privada, que
R

privado. No âmbito das fundações públicas de direito passaram a desenvolver as tarefas originalmente atri-
O

buídas ao Estado. Alguns exemplos de agências regula-


YG

privado, o regime trabalhista será regido pela CLT. Já


nos casos de fundações de direito público, deverá ser doras: Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros.
H

aplicado o regime jurídico único (estatutário). As agências reguladoras também são autarquias
L

As fundações de direito privado, para sua criação,


EL

sob um regime especial, diferenciando-se das autar-


precisam de autorização por lei. São diferentes de quias comuns em dois aspectos:
XW

uma autarquia, que é criada por lei. Aqui, a fundação


já existe, mas, para atuar no mercado privado, deve,
A

z Estabilidade: Os dirigentes das agências regulado-


M

além de possuir autorização legislativa, obter registro ras não podem ser exonerados por qualquer moti-
dos atos constitutivos em cartório para adquirir sua vo, ao contrário do que acontece nas autarquias, nas
personalidade jurídica, como se fosse uma empresa. quais seus dirigentes atuam em cargos de comissão.
Quanto ao patrimônio, quando se tratar de funda-
Assim, os dirigentes das agências têm maior pro-
ções públicas de direito público, os bens serão caracte-
teção contra o desligamento forçado, promovendo
rizados como bens públicos. Por conseguinte, quanto
às fundações públicas de direito privado, seu patrimô- maior estabilidade no exercício de seu cargo;
nio consiste em bens privados, que não gozam das z Mandato fixo: Os dirigentes não possuem cargo
garantias de inalienabilidade e impenhorabilidade vitalício. Entretanto, a existência de mandato fixo
presentes nos bens públicos. garante também maior estabilidade no seu cargo,
Como o patrimônio se destaca do seu instituidor, o visto que ele tem prazo determinado para se encer-
controle desse referido patrimônio é feito por órgão rar. A duração dos mandatos pode variar depen-
especial, denominado curadoria das fundações. No dendo de cada agência, podendo ser de três anos,
caso das fundações de direito público, o controle fiscal como na Anvisa, quatro anos, como na Aneel, ou
é exercido pelo Ministério Público. até cinco anos, como na Anatel.
176 3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31. ed. São Paulo: Ed. GenMétodo, 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As agências reguladoras podem ser classificadas: Empresas do Estado: as Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista
z Quanto à sua origem:
Passemos a analisar o grupo de pessoas jurídicas
denominado Empresas do Estado (ou empresas estatais).
„ Agências federais; São as pessoas jurídicas de direito privado pertencentes
„ Estaduais; à Administração Indireta e comportam duas espécies: as
„ Municipais; empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Muitas das características apresentadas pelas
„ Distritais.
fundações privadas aplicam-se às empresas estatais,
isto é, sua criação depende de autorização legislati-
z Quanto à atividade preponderante: va além do registro em cartório; seu patrimônio se
constitui de bens privados; sua atividade principal
„ Agências de serviço, que exercem as funções consiste em exercer uma atividade econômica; e a
típicas; aptidão para celebrar contratos privados.
As empresas públicas e as sociedades de economia
„ Agências de polícia, que exercem fiscalização mista apresentam características em comum:
das atividades econômicas;
„ Agências de fomento, que ajudam a desenvol- z Atuação na prestação de serviços públicos ou
ver o setor privado; no desenvolvimento de atividade econômica:
As empresas exploradoras de atividade econômica
„ Agências de uso de bens públicos.
geralmente recebem menor controle pela Admi-
nistração, embora também apresentem certas des-
z Quanto à previsão constitucional: vantagens, como não terem imunidade a impostos
e o fato de seus bens não terem natureza pública,
„ Agências com referência constitucional (a Anatel podendo ser penhorados;
tem previsão no inciso XI, art. 21, da CF, de 1988); z Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da
União: Também podem sofrer controle pelo Poder
„ Agências sem referência constitucional — são a Judiciário, no que couber;

4
grande maioria.

-7
z Contratação de bens e serviços mediante prévia

91
licitação: A licitação é o processo utilizado a fim de

.5
z Quanto ao momento de sua criação: promover uma competição justa com as empresas

51
privadas do mesmo setor. Tal imposição não é exi-

.7
gida para as empresas públicas e sociedades de eco-
„ Agências de primeira geração (1996 a 1999), na

79
nomia mista exploradoras de atividade econômica;
época das privatizações;

-0
z Obrigatoriedade de realização de concurso públi-
„ De segunda geração, de 2000 a 2004; co: Trata-se de uma forma de avaliar os melhores fun-
ZA
„ De terceira geração, que adveio com as agên- cionários dentro de um grupo seleto de candidatos;
U

z Contratação de pessoal pelo regime celetis-


SO

cias pluripotenciárias (2005 em diante), exer-


ta: Seus membros são denominados empregados
cendo múltiplas funções simultaneamente. públicos, salvo nas hipóteses de contratação para
A
LV

cargo comissionado. Todas as controvérsias envol-


Associações Públicas: a Criação de Consórcio vendo o regime laboral dos empregados públicos
SI

devem ser resolvidas com base na CLT. Apesar


A

disso, a vedação de acumular dois cargos públicos


D

A União, os Estados, o Distrito Federal e os municí-


também se estende aos empregos públicos;
R

pios são os entes responsáveis pela regulamentação dos


O

z Impossibilidade de decretar sua falência: No caso


YG

consórcios públicos e dos convênios de cooperação, das estatais prestadoras de serviços públicos, nos ter-
autorizando a gestão associada de serviços públicos, mos do inciso I, art. 2º, da Lei nº 11.101, de 2005.
H
L

bem como a transferência total ou parcial de encargos,


EL

serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos As empresas públicas são pessoas jurídicas de
XW

Direito Privado cuja criação depende de autorização


serviços transferidos (art. 241, da CF, de 1988). legal. Sua personalidade é concedida pelo registro de
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos seus atos constitutivos em cartório, com a totalidade
M

entes federados, e que têm por objeto medidas de de seu capital público e regime organizacional livre
mútua cooperação, denominam-se consórcio públi- (II, art. 5º, do Decreto-Lei nº 200, de 1967), podendo
ser organizadas como sociedade anônima, sociedade
cos. Os consórcios públicos são disciplinados pela Lei de responsabilidade limitada ou, ainda, sociedade por
nº 11.107, de 2005. Uma das características mais dis- comandita de ações. São empresas públicas: o Ban-
tintas dos consórcios é a possibilidade de eles possuí- co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
rem natureza de Direito Público ou de Direito Privado. (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Consórcios de Direito Privado obedecem às normas As sociedades de economia mista têm seu concei-
da legislação civil. Possuem regime celetista, embora não to legal previsto no III, art. 5º, do Decreto-Lei nº 200, de
possam ter fins lucrativos. Por isso, não integram a Admi- 1967. São pessoas jurídicas de direito privado cuja cria-
nistração Pública. Já os consórcios de direito público são ção também depende de autorização legal e de registro
em cartório. Possuem a maioria de seu capital públi-
as associações públicas propriamente ditas, podendo ser
co e devem ser obrigatoriamente organizadas como
inclusive transfederativas se integrarem todas as esferas sociedades anônimas. São sociedades de economia
das pessoas consorciadas (federal, estadual, municipal). mista: Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras. 177
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Percebemos algumas diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista. A primeira diz respei-
to ao capital constitutivo: enquanto, nas empresas públicas, todo o seu capital deve ser público (o Decreto-Lei nº 200,
de 1967, dispõe que seu capital deve advir totalmente “da União”, mas se admite também o capital de origem estadual e
municipal), as sociedades de economia mista admitem a presença do capital de origem privada, mas pelo menos 50%
mais uma de suas ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.
Além disso, outra diferença relevante é em relação à forma de sua organização: as sociedades de economia
mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de sociedade anônima; trata-se de disposição legal do próprio
Decreto-Lei nº 200, de 1967. As empresas públicas, por sua vez, não sofrem essa imposição, podendo adotar a
estrutura que desejarem.

EMPRESA PÚBLICA (EP) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA (SEM)


Personalidade jurídica de direito privado Personalidade jurídica de direito privado
Criação autorizada por lei Criação autorizada por lei
Capital social integralmente público (todo o seu capital Capital Social majoritariamente público (50% + 1). Ações
deve ser público) com direito a voto pertencem na maioria ao Estado
Forma organizacional livre Forma de Sociedade Anônima (S/A)

Outro ponto importante a ser levantado diz respeito às empresas subsidiárias de Empresa Pública (EP) e Sociedade de
Economia Mista (SEM). Isso corre quando as EP ou SEM, visando melhorar a organização das suas operações, criam outras
empresas, conhecidas como subsidiárias.
As empresas subsidiárias integram a Administração Indireta e possuem personalidade jurídica própria. De acor-
do com o Decreto 8.945, de 2016, as subsidiárias possuem a maioria das ações com direito a voto pertencente direta
ou indiretamente à EP ou SEM.
Cabe destacar também a diferença entre as empresas subsidiárias e as sociedades empresárias que possuem
participação do Estado. A primeira diferença está no fato de que as empresas subsidiárias de EP e SEM integram a
Administração Indireta, diferentemente das sociedades por participação. Outro ponto importante é que o Estado
não possui controle da entidade que possui participação.

4
-7
Por fim, lembre-se: é possível a participação estatal em sociedades privadas, com o capital minoritário e sob o

91
regime de direito privado.

.5
Quanto ao regime jurídico aplicável às EP e SEM, é necessário ter uma atenção especial. Em regra, o regime

51
aplicável é o de direito privado, porém, esse regime mudará a depender da atividade a ser desenvolvida.

.7
Quando a EP ou a SEM exercer atividade econômica em sentido estrito, estará sujeita a normas do direito pri-

79
vado. Já se prestar serviços públicos, aplicará o regime jurídico de direito público. Para facilitar seu estudo, veja

-0
o esquema a seguir:
ZA
U
SO

Empresa Pública
ou Sociedade de
A
LV

Economia Mista
SI
A
D
R
O
YG

Prestando serviços
Atuando em atividade econômica
públicos
H
L
EL
XW
A

Regime jurídico de Regime jurídico de


M

direito privado direito público

Quanto à imunidade tributária, cabe ressaltar que quando a EP ou a SEM explorar atividade econômica em
sentido estrito, não fará jus à imunidade tributária recíproca ou a privilégios fiscais. Por outro lado, caso preste
serviços públicos, sem cunho econômico, fará jus às imunidades e aos privilégios mencionados.
Outro ponto importantíssimo diz respeito à responsabilidade civil por danos que seus agentes, nessa quali-
dade, causarem a terceiros. A responsabilidade será objetiva quando a EM ou a SEM for prestadora de serviços
públicos. Já caso a estatal seja exploradora de atividade econômica, a responsabilidade será subjetiva, ou seja, ela
só será obrigada a indenizar os danos causados por culpa ou dolo.
O juízo competente será a Justiça Estadual quando se tratar de EP ou SEM de nível estadual ou municipal. Em
contrapartida, quando se tratar de estatais da esfera federal, devemos separá-las: EP federais serão julgadas pela
justiça federal; SEM federais serão julgadas pela Justiça Estadual.
São muitos detalhes nos que concerne às EP e SEM. Para sistematizar as informações vistas, acompanhe os
178 esquemas a seguir:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pode adotar qualquer
forma admitida

Capital Social
integralmente público Objetiva, quando
prestadora de serviço
público
Responsabilidade civil
Subjetiva, quando
explorar atividade
Empresa Pública econômica

EP Federal: Justiça
Federal

Juízo competente
EP Estadual ou
Municipal: Justiça
Estadual

Somente poderá ser


constituída na forma
de Sociedade Anônima
(S/A)

4
-7
91
.5
51
Capital Social misto
Objetiva, quando

.7
prestadora de serviço

79
público

-0
Responsabilidade civil ZA
Subjetiva, quando
U

explorar atividade
SO

Sociedade de Economia
Mista econômica
A
LV
SI

SEM Federal: Justiça


A

Estadual
D
R

Juízo competente
O
YG

SEM Estadual ou
Municipal: Justiça
H

Estadual
L
EL

DAS ENTIDADES DE COLABORAÇÃO E SEU REGIME JURÍDICO


XW
A

Por fim, convém explanar sobre algumas pessoas jurídicas às quais, apesar de não integrarem a Adminis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

tração Pública, seja Direta ou Indireta, são aplicáveis as normas gerais de Direito Administrativo. Essas são as
entidades paraestatais.
As entidades paraestatais são entidades privadas que realizam atividades de interesse coletivo, sem fins
lucrativos, que recebem incentivos de entidades públicas. Tais empresas privadas, cujo objetivo é a execução de
serviços de relevante interesse público, são denominadas entidades do Terceiro Setor. Tradicionalmente, conside-
ra-se “entidade paraestatal” sinônimo de entidades da Administração Indireta.
As entidades paraestatais, por serem regidas pelo direito privado, não têm os privilégios concedidos constitu-
cionalmente às entidades de direito público. Essas entidades paraestatais podem se apresentar sob as seguintes
formas:

Organização Social

A organização social (OS) não é uma pessoa jurídica especial, mas uma qualificação especial outorgada pelo
governo federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de van-
tagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem
como empréstimo temporário de servidores governamentais. 179
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Lei nº 9.637, de 1998, é a lei que regulamenta essa qualificação das OS, e seu art. 1º é bastante claro ao delimi-
tar a área de atuação de tais entidades privadas: de modo geral, a OS será concedida a empresas cujas principais
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Desempenham, portanto, atividades de interesse público,
mas que não se caracterizam como serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar que as
organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
O art. 2º, da referida Lei, dispõe sobre os requisitos para a outorga da qualificação como OS. São requisitos especí-
ficos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social:

z Comprovar o registro de seu ato constitutivo, incluindo a natureza social de seus objetivos, suas finalidades não
lucrativas, a composição dos membros de sua diretoria etc. (inciso I, art. 2º);
z Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Minis-
tro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do
Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado (inciso II, art. 2º). Importante ressaltar que a
concessão de tal qualificação é ato discricionário, ficando a cargo do agente responsável (Ministro de Estado)
— considerando critérios de conveniência e oportunidade — conceder ou não tal qualificação.

O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social é o contrato de


gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou a outra autoridade supervisora da área de
atuação da entidade.
As organizações sociais representam uma espécie de parceria entre a Administração e a iniciativa privada,
exercendo atividades que, antes da Emenda 19, de 1998, eram desempenhadas por entidades públicas. Por isso,
seu surgimento no direito brasileiro está relacionado a um processo de privatização lato sensu, realizado por
meio da abertura de atividades públicas à iniciativa privada.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) são também pessoas jurídicas de direito pri-

4
-7
vado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos particulares e qualificadas pelo Estado, para desempenhar

91
serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo Poder Público, formalizando a parceria com a Adminis-

.5
tração Pública por meio de termo de parceria.

51
A lei que disciplina as OSCIPs é a Lei nº 9.790, de 1999, regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 1999. O art. 3º,

.7
da Lei, dá uma noção mais ampla e geral sobre as entidades que podem ser qualificadas como OSCIPs, in verbis:

79
-0
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos ser-
viços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito
ZA
privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
U

I - promoção da assistência social;


SO

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;


III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que
A
LV

trata esta Lei;


IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que
SI

trata esta Lei;


A

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;


D

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;


R
O

VII - promoção do voluntariado;


YG

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;


IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção,
H

comércio, emprego e crédito;


L
EL

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse
suplementar;
XW

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
A

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e


M

conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à
mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.

Como já mencionamos, o instrumento que regula essa relação do Poder Público com a OSCIP é o termo de
parceria, que discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias (art. 10), prevendo espe-
cialmente metas a serem alcançadas, prazo de duração, direitos e obrigações das partes e formas de fiscalização.
Além disso, outra diferença marcante entre a OSCIP da OS é que sua concessão é ato vinculado (§ 2º, art. 1º, Lei nº
9.790, de 1999), podendo-se falar em um “direito adquirido” da empresa privada em obter a qualificação de OSCIP.
O requerimento deve ser encaminhado ao Ministro da Justiça, na forma do art. 5º da referida Lei.
Esquematicamente, podemos estabelecer as principais diferenças entre a OS e a OSCIP da seguinte forma:

PRINCIPAIS DISTINÇÕES OS OSCIP


Lei nº 9.790, de 1999 + Decreto nº
Quanto à legislação Lei nº 9.637, de 1998
180 3.100, de 1999
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PRINCIPAIS DISTINÇÕES OS OSCIP
Atividades de interesse público ante- Atividades não exclusivas do Estado,
Quanto ao exercício de funções riormente desempenhadas pelo Esta- mas de relevante interesse público
do (mais restrito) (mais abrangente)
Quanto ao instrumento que formaliza
Contrato de Gestão Termo de Parceria
a relação
Ato discricionário; conveniência e
Quanto à vinculação da qualificação Ato vinculado; disposição legal
oportunidade
Quanto ao ente público outorgante Ministro de Estado Ministro da Justiça
Quanto à possibilidade de direito
Não há tal possibilidade Há direito adquirido sobre a outorga
adquirido

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Poder Hierárquico

Poder hierárquico é o poder que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, bem
como ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo uma relação de subordinação entre os servidores do
seu quadro de pessoas. As relações de hierarquia são características únicas, existem somente no âmbito do Poder Exe-
cutivo, isso é, não existe hierarquia entre órgãos do Poder Legislativo e do Judiciário. Além disso, importante frisar que
não existe poder hierárquico entre membros da Administração Indireta, pois estes são entidades autônomas, que não
se subordinam aos entes que o criaram. Pela hierarquia, há a imposição ao subalterno da estrita obediência às ordens
e instruções legais superiores, além de definir a responsabilidade de cada um de seus agentes e órgãos públicos.
Quanto as suas características, diz-se que o poder hierárquico é interno e permanente. Interno é o poder que atinge
apenas os próprios membros da Administração e não tem o condão de atingir as relações dos particulares. É também um
poder permanente porque não é exercido de modo esporádico e episódico, como acontece no poder disciplinar.

4
-7
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscali-

91
zar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições, bem como rever atos de seus inferiores.

.5
A delegação é a transferência temporária de competência administrativa de seu titular, a outro órgão ou agen-

51
te público. A delegação poderá ser vertical quando a matéria for outorgada a um outro órgão ou agente público

.7
subordinado à autoridade outorgante, permanecendo na mesma linha hierárquica. Mas a delegação também

79
poderá ser feita para outro órgão ou agente que esteja fora da sua linha hierárquica, hipótese que denominamos

-0
de delegação horizontal.
O art. 12 da Lei n° 9.784, de 1999 dispõe do mesmo modo: ZA
U

Art. 12 Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua com-
SO

petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
A

conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial”.


LV
SI

Essa transferência de competência é sempre provisória, o que significa que pode ser revogada a qualquer tempo.
A regra geral é sempre a delegabilidade das competências. Todavia, a própria legislação (art. 13 da Lei n° 9.784, de 1999)
A
D

assevera três matérias que não podem ser delegadas. Assim, são indelegáveis: a edição de ato de caráter normativo, pois
R

constituem-se em regras gerais aplicáveis a todos os órgãos, incompatível com a delegação; a decisão em recursos adminis-
O

trativos, para evitar que a mesma autoridade possa julgar o mesmo processo mais de uma vez pela delegação; e as matérias
YG

que forem consideradas de competência exclusiva do órgão ou autoridade.


H

A avocação encontra-se disposta no art. 15 da Lei n° 9.784, de 1999. Consiste na possibilidade da autoridade
L

competente de chamar para si a competência de um agente ou órgão subordinado. Trata-se de medida excepcio-
EL

nal e temporária e somente pode ser realizada dentro da mesma linha hierárquica, o que significa que a avocação
XW

só pode ser vertical, não se admite a avocação horizontal. Esquematicamente, temos:


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO

Distribuição de competências Absorção de competências

Admite horizontal e vertical Admite apenas vertical

Por fim, a revisão é a capacidade de rever os atos dos inferiores hierárquicos, apreciando todos os seus aspectos para
a análise de sua manutenção ou invalidação. É somente possível a revisão de atos praticados pelos órgãos públicos e
agentes subordinados hierarquicamente.
Para as entidades da Administração Indireta, realmente, não há como aplicar o poder hierárquico, uma vez
que, por definição, elas não integram a mesma linha de hierarquia. São entes diferentes do seu criador, com per-
sonalidade jurídica própria, com patrimônio exclusivo e podendo se responsabilizar em juízo sem o auxílio da
Administração Direta.
O que existe para as entidades da Administração Indireta é uma forma de controle fiscalizatório e finalístico de
seus atos, o qual denomina-se supervisão ministerial. A supervisão é feita pelo ente controlador, geralmente são os
entes da Administração Direta (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e os seus órgãos, ministérios e secretarias). 181
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A supervisão não se confunde com subordinação, pois é, só será aplicado se e quando o servidor cometer infra-
entende-se que na supervisão o ente controlado possui ção funcional. Percebe-se, então, que o poder disciplinar
uma maior margem de liberdade do que os órgãos hie- apresenta caráter punitivo e sancionador, enquanto
rarquicamente subordinados. A supervisão ministerial o poder hierárquico advém da simples obediência dos
não admite, por exemplo, a possibilidade de revisão dos subalternos para com a entidade detentora deste poder.
atos praticados pela entidade controlada, pois a revisão A discricionariedade do poder disciplinar traduz-se na
é uma forma de controle de mérito dos atos administra- possibilidade da Administração em poder escolher qual a
tivos. Isso infere na autonomia garantida constitucional- punição mais apropriada para cada caso, isso é, ela possui
mente a essas entidades. certa margem de liberdade para o seu exercício. Claro que,
dentre essas escolhas, o administrador não pode escolher
“não punir” o agente público. Por isso, costuma-se dizer
Importante! que, quanto ao dever de punir, esse tem natureza vincula-
da. A discricionariedade atinge, somente, quanto à modali-
Cuidado para não confundir alguns conceitos.
dade de punição que deve ser aplicada.
Quando um ato administrativo é ilícito (contrário a Os servidores públicos que cometerem qualquer
Lei), a hipótese de controle recai sobre a legalida- infração no exercício de suas funções estão sujeitos
de do ato. Se o vício for insanável, a hipótese é de às seguintes penalidades, dispostas no art. 127 da Lei
anulação, e pode ser realizada tanto pela Adminis- n° 8.112, de 1990: advertência; suspensão; demissão;
tração Pública quanto pelo Poder Judiciário. Por cassação de aposentadoria ou disponibilidade; desti-
outro lado, quando o ato for considerado inconve- tuição de cargo em comissão e destituição de função
niente e inoportuno, discricionário, o Poder Judiciá- comissionada. A aplicação de qualquer uma dessas
rio não pode exercer controle de mérito, pois essa penalidades depende de prévio processo administra-
é uma tarefa exclusiva da Administração, dentro da tivo, respeitada a garantia de contraditório e ampla
sua linha hierárquica. O método mais correto para defesa, sob pena de nulidade da sanção. Sobre qual
o ato inconveniente, neste caso, é o da revogação. sanção será aplicada, isso vai depender de cada caso,
considerando os danos que sua conduta causarem, se
houve aspectos agravantes ou atenuantes, se o agente
Lembrando que são considerados entes da Admi- público é primário ou reincidente, e os seus antece-

4
nistração Indireta: as autarquias, as fundações, as

-7
dentes funcionais (art. 128, Lei n° 8.112, de 1990).

91
empresas públicas e as sociedades de economia mista.

.5
Do mesmo modo, não há que se falar em Poder Hie- Poder Regulamentar

51
rárquico quando estamos diante de pessoas e órgãos

.7
independentes. Por exemplo: não há uma relação de O poder regulamentar consiste na possibilidade do

79
hierarquia entre as pessoas que ocupam cargos polí- Chefe do Poder Executivo de cada entidade da Federa-

-0
ticos. Não há hierarquia, também, entre os membros ção de editar atos administrativos gerais, abstratos ou
dos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário): ZA
concretos, expedidos para dar fiel cumprimento à lei.
eles atuam de forma independente e harmônica entre Seu fundamento legal encontra-se disposto no art. 84,
U

si, um não se subordina ao outro.


SO

IV, da CF, de 1988:


A

Poder Disciplinar Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da


LV

República:
SI

O poder disciplinar consiste na faculdade da Adminis- [...]


A

tração de punir seus agentes, nas hipóteses em que estes IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
D

tenham cometido alguma infração de ordem funcional. bem como expedir decretos e regulamentos para
R

Por exemplo: quando o servidor público se apresenta no sua fiel execução.


O

serviço embriagado, não apenas uma vez, mas constante-


YG

mente, isso é uma transgressão disciplinar, uma conduta O art. afirma que tal ato é de competência exclusi-
H

incompatível com a atuação dos servidores públicos. Por va do Presidente, o que significa que seria indelegável
L

isso ele deve ser punido, mas essa punição não advém de a qualquer subordinado. Porém, isso não é totalmente
EL

um processo penal (não enseja a prisão), é uma punição correto: o parágrafo único do mesmo dispositivo consti-
XW

aplicável por pessoas de dentro da própria Administra- tucional diz que há a possibilidade do Presidente delegar
A

ção, e geralmente envolvem ou a suspensão ou a demis- algumas de suas atribuições para os Ministros de Estado,
M

são do cargo público. o Procurador-Geral da República ou ainda para o Advoga-


O poder disciplinar é correlato com o poder hierár- do-Geral da União. Além disso, este poder pode ser exer-
quico, mas não se confunde com o mesmo. No poder hie- cido, por simetria, pelos Governadores e Prefeitos. Assim,
rárquico, a Administração Pública distribui e escalona as para fins didáticos, costuma-se dizer que o poder regu-
suas funções executivas. Já no uso do poder disciplinar, lamentar só pode ser delegado excepcionalmente, com
a Administração simplesmente controla o desempenho algumas restrições.
de funções e a conduta de seus servidores, responsabili- Vale notar quais competências do Presidente da
zando-os pelas faltas porventura cometidas. República podem ser delegadas? O art. 84 pode ser um
Em relação as suas características, o poder disci- tanto confuso nesse sentido, mas a interpretação correta
plinar é interno, não-permanente ou temporário é a de que, em regra, as competências do Presidente são
e discricionário. Assim como o poder hierárquico, a exclusivas e indelegáveis. Excepcionalmente, a matéria
imposição de sanções pela Administração não se apli- disposta nos incisos VI (dispor mediante decreto sobre
ca aos particulares, somente a seus próprios servido- a organização e funcionamento da administração federal
res, salvo as hipóteses de estes serem contratados pela quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
Administração Pública. Todavia, distingue-se do poder extinção de órgãos públicos; e a extinção de funções ou
182 hierárquico na medida em que é não-permanente, isso cargos públicos, quando vagos), XII (conceder indulto e
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos legislativa. Há também o poder de polícia em senti-
instituídos em lei), e a primeira parte do inciso XXV (pro- do restrito, mais utilizado pela doutrina, que engloba
ver os cargos públicos federais, na forma da lei) são com- apenas as restrições impostas pelas limitações admi-
petências que podem ser transferidas para as pessoas nistrativas, excluindo as limitações de ordem legal.
públicas previstas no parágrafo único do referido art. Em sentido restrito, envolve atividades administrati-
84. Observe que a competência para extinguir o cargo vas de fiscalização e condicionamento da esfera priva-
público enquanto ainda ocupado não pode ser delegada. da de interesses, em prol da coletividade.
Uma das palavras chave do poder regulamentar é O poder de polícia tem grande destaque no exercí-
regulamento. Trata-se de ato administrativo que tem cio das funções da Administração moderna, junto com
por escopo estabelecer detalhes e diretrizes quanto ao a prestação de serviços públicos e o fomento à inicia-
modo de aplicação dos dispositivos legais, dando maior tiva privada. Porém, essas duas funções representam
concretude aos comandos gerais e abstratos presentes uma atuação estatal ampliativa, enquanto o poder de
na legislação. Não se confunde com o decreto, que é polícia representa uma atuação restritiva do Estado,
outro ato administrativo que introduz o regulamento limitando a liberdade e a propriedade individual em
em si. Decreto representa a forma do ato administrati- favor do interesse público.
vo, enquanto o regulamento representa seu conteúdo. O art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN) tem
Ambos os decretos e regulamentos são atos em posi- seu conceito legal de poder de polícia:
ção de inferioridade em relação as leis e, por isso, não
são capazes de criar direitos e obrigações aos particu- Art. 78 Considera-se poder de polícia atividade da
lares sem fundamento legal. Suas funções primordiais, administração pública que, limitando ou discipli-
no entanto, são a redução da margem de interpretação nando direito, interesse ou liberdade, regula a práti-
das normas, pois se um decreto dispõe qual é a forma ca de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
mais correta de aplicação da lei, esta perde um pouco público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
de seu caráter geral e abstrato, seu campo de discri- aos costumes, à disciplina da produção e do merca-
cionariedade é reduzido a uma única forma válida de do, ao exercício de atividades econômicas dependen-
tes de concessão ou autorização do Poder Público, à
aplicação no âmbito jurídico. Por isso, o poder regula-
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e
mentar apresenta natureza vinculada.
aos direitos individuais ou coletivos.
Existem diversas espécies de regulamentos

4
administrativos:

-7
Diante de tudo que foi exposto, podemos conceituar

91
“poder de polícia” como a atividade da Administra-

.5
z Regulamentos administrativos ou de organiza- ção Pública, com fundamento na lei e na supremacia

51
ção: são aqueles que disciplinam questões internas geral, que consiste na imposição de limites à liberdade

.7
de estruturação e funcionamento da Administra- e à propriedade dos particulares, regulando a prática

79
ção Pública, bem como as relações jurídicas de desses atos, ou a abstenção dos mesmos, manifestan-

-0
sujeição especial do Poder Público perante par- do-se por meio de atos normativos ou concretos, tudo
ticulares. Exemplo: regulamento que disciplina ZA
isso em benefício do interesse público.
organização e funcionamento da administração Ao dizer que se trata de atividade da Administra-
U

federal (art. 84, VI, a, da CF, de 1988); ção Pública, procuramos enfatizar a concepção stric-
SO

z Regulamentos habilitados ou delegados: em to sensu do poder de polícia, que não se confunde com
A

alguns países, há a possibilidade de o Poder Legis- as limitações à liberdade e ao direito de propriedade


LV

lativo delegar ao Executivo a disciplina de maté- impostas pelo legislador. Por ser atividade da Admi-
SI

rias reservadas privativamente à lei, havendo nistração, deve ser exercido respeitando-se os princí-
uma transferência de competência legislativa. pios da razoabilidade e proporcionalidade.
A
D

Tais regulamentos não são admitidos no direito A fundamentação legal é outro aspecto importan-
R

administrativo brasileiro; te do poder de polícia, uma vez que a lei condiciona o


O

z Regulamentos executivos: são os regulamentos exercício de determinadas atividades à obtenção de


YG

comuns, expedidos sobre matéria disciplinada pela licenças ou concessões pelo Poder Público. O legisla-
H

legislação, permitindo a fiel execução da norma dor deve, então, elaborar os requisitos necessários
L

legal. É a hipótese do art. 84, IV, da CF, de 1988; para o exercício do poder de polícia pelo Estado.
EL

z Regulamentos autônomos: são os que dispõem O poder de polícia tem por objeto a imposição de
XW

sobre tema não disciplinado pela legislação. Há um limitações à liberdade e propriedade dos particu-
lares, instituindo condições capazes de compatibili-
A

conjunto de temas que a norma constitucional reti-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zar seu exercício às necessidades de interesse público.


M

rou da competência do Poder Legislativo e atribuiu


Tais imposições também podem ser aplicadas ao Esta-
sua disciplina ao Poder Executivo. A EC n° 32, de
do. Isso significa que até mesmo o Poder Público pode
2001 elenca dois temas que só podem ser disciplina-
ter suas liberdades e propriedades sofrendo limita-
dos por decreto expedido pelo Presidente da Repú- ções em face das necessidades do interesse público.
blica: a organização da administração federal; e a Para o seu exercício, a Administração Pública
extinção de funções e cargos vagos e não ocupados. deve regular a prática dos atos ou a abstenção de
fatos. Em regra, o poder de polícia manifesta-se em
Poder de Polícia obrigações negativas, ou de não fazer, impostas aos
particulares, limitando a esfera de atuação dos seus
Devemos nos aprofundar mais no Poder de Polícia, direitos. Excepcionalmente, pode também manifestar-
uma vez que é a espécie de poder da Administração que -se mediante obrigações positivas ou de fazer, como é o
tem mais chances de cair em uma questão de prova. caso da imposição da função social da propriedade ao
A expressão “poder de polícia” pode ser interpre- dono do imóvel, disposta no art. 5°, XXII, da CF, de 1988.
tada de duas maneiras: em um sentido amplo, cor- O poder de polícia se manifesta pela expedição de atos
responde a qualquer limitação estatal à liberdade e normativos, como é o caso das regras sobre o direito de
propriedade privada, de origem administrativa ou construir, ou por meio de atos concretos, como a obtenção 183
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de licença para a reforma de um imóvel, cujo interesse é assistência social. A polícia administrativa protege os
exclusivo do particular (proprietário do imóvel, no caso). interesses primordiais da sociedade ao impedir com-
Ele se difere do Poder Disciplinar quanto ao destinatário portamentos individuais que possam causar prejuízos
da sanção: o Poder de Polícia somente atinge os parti- maiores à coletividade.
culares, isso é, aquelas pessoas da esfera privada que não A polícia judiciária, por sua vez, apresenta cará-
integram a Administração Pública. O Poder Disciplinar, por ter repressivo. Sua atuação ocorre após a constatação
sua vez, é um poder interno que não atinge particulares, e de um crime. Após sua ocorrência, deve a polícia judi-
sim os próprios agentes públicos dentro da Administração. ciária abrir um processo de investigação em busca
Por fim, convém ressaltar a finalidade do poder de da autoria e da materialidade do crime. Sua razão de
polícia: agir em prol do interesse público. Por isso, ser é a punição dos infratores. Rege-se pelas regras de
o Estado deve conciliar os direitos individuais, com Direito Processual Penal. Ela incide sobre pessoas, ao
o interesse da coletividade. Tal finalidade é típica da contrário da polícia administrativa, que age sobre a
Administração Pública, pois tem como fundamento o atividade das pessoas. A função de polícia judiciária é
princípio sistêmico da primazia do interesse público exercida pelas corporações especializadas, denomina-
sobre o privado. das Polícia Civil e Polícia Federal.

Natureza Jurídica do Poder de Polícia SERVIÇOS PÚBLICOS

Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento Conceito


majoritário que o poder de polícia é discricionário.
Na doutrina, muitos autores costumam definir poder A atuação do Estado pode ser dividida em dois setores:
de polícia utilizando-se da expressão “faculdade que o setor do domínio público e o setor dos serviços públi-
o Estado possui de impor limites”. Isso quer dizer que cos. O domínio econômico tem natureza eminentemente
não apresenta características de obrigação legal, mas privada, é o campo de atuação primordial dos particu-
de uma permissão. A escolha sobre qual método utili- lares e possui regulamentação nos arts. 170 e seguintes
zar para o exercício do referido poder, e quando, com- da Constituição Federal. Não é o ponto de enfoque, mas é
pete somente à própria Administração Pública. importante ressaltar que o Estado pode atuar no domínio
Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de econômico, seja como agente normativo e regulador, seja

4
-7
licença. A licença é ato administrativo relacionado ao na exploração direta de atividades econômicas.

91
poder de polícia, que apresenta previsão legal para a O setor dos serviços públicos, por outro lado, é o

.5
sua obtenção, tratando-se, por isso, de ato vinculado. campo de atuação predominante do Estado. Este é

51
Com isso, podemos afirmar que a manifestação do encarregado de, dentre outras funções, o exercício da

.7
poder de polícia pode ocorrer mediante a expedição função administrativa, que é a atividade concreta e

79
de atos no exercício da competência discricionária da imediata desenvolvida sob regime de direito público,

-0
Administração, ou por meio de atos vinculados, com a para a consecução dos interesses coletivos. Dentre as
devida previsão legal. ZA
funções administrativas, temos a prestação de servi-
O poder de polícia também é em regra indelegá- ços públicos em sentido estrito.
U

vel, uma vez que pressupõe a posição de superiori-


SO

Considerando o que foi exposto, cumpre esclare-


dade de quem o exerce, não podendo ser transferido cer o que vem a ser serviço público e o que o diferen-
A

a particulares (art. 4°, III, da Lei n° 11.079, de 2004). cia das atividades de fomento, do exercício do poder
LV

Obviamente, o poder de império é único e exclusivo de polícia e da intervenção no domínio econômico.


SI

do Estado, se ele pudesse ser transferido a particula-


res, tal medida seria um atentado contra a paz social.
A

Conceito de Serviço Público, Elementos Constitutivos


D

Todavia, isso não impede que o Poder Público pos-


R

sa delegar as atividades consideradas preparatórias A matéria dos serviços públicos está contida, de
O

ou sucessivas do poder de polícia. Essa delegação é


YG

modo geral, na Constituição Federal e na Lei nº 8.987,


possível, desde que esses entes que recebem essa dele- de 1995, que disciplina o regime de concessão e per-
H

gação (entes da administração indireta, pessoas jurí- missão dos serviços públicos.
L

dicas de direito privado, particulares etc.) tenham um


EL

O serviço público em sentido amplo (lato sensu)


vínculo com a própria Administração. tem sua origem com a denominada Escola do Serviço
XW

Público, uma corrente doutrinária do século XX. Na


A

Polícia Administrativa e Polícia Judiciária época, a doutrina começava a analisar com detalhes
M

aquilo que ficou decidido no caso Agnes Blanco, na


A concepção do poder de polícia abrange muito França. Esse foi o caso primordial para decretar, de
mais do que a simples promoção de segurança públi- modo geral, que ao Estado era vedado a utilização do
ca. Todavia, é imprescindível destacar as atividades Código Civil para a apuração de sua responsabilidade,
estatais de prevenção e repressão da criminalidade quando causava danos na execução de serviços com
sob a ótica do poder de polícia. Assim, costuma-se fundamento de direito público. Para Roger Bennard,
dividir a atuação do Estado para promoção da segu- serviço público seria “a atividade ou organização que
rança pública em duas categorias de “polícias” distin- abrange todas as funções de Estado”. A noção de serviço
tas: a polícia administrativa e a polícia judicial. público muito se confunde com a de Direito Público.
A polícia administrativa tem um caráter pre- A Escola do Serviço Público também influencia os
ventivo. Isso significa que a sua atuação deve ocorrer autores brasileiros. Para José Cretella Junior, serviço
antes da prática do delito, tendo por finalidade evitar a público é:
sua ocorrência. Submete-se às regras de Direito Admi-
nistrativo. No Brasil, a polícia administrativa é exer- Toda atividade que o Estado exerce, direta ou indire-
cida por diversos órgãos de fiscalização de diversas tamente, para satisfação das necessidades públicas,
184 áreas, como saúde, educação, trabalho, previdência e mediante procedimento típico de direito público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos observar o caráter amplo e abrangen- Por fim, o regime do serviço público pode ser de
te do instituto, ao considerar também como serviço Direito Privado (elemento formal), seguindo as nor-
público as atividades legislativa e judiciária, que pos- mas da CLT para o regime de contratação de funcio-
suem um rol difuso de destinatários (uti universe). nários, e os bens podem ser alienados ou penhorados,
Com o passar do tempo, surge uma nova corrente pois não estão afetados a uma utilidade pública.
doutrinária, que busca delimitar um pouco essa abran- Assim, pode-se concluir que a noção de serviço públi-
gência da noção de serviço público. Essa corrente é co está intrinsecamente ligada a forma de atuação do
defendida pela grande maioria dos autores da atuali- Estado. Uma das principais dificuldades de buscar um
dade, como Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Ban- conceito de serviço público reside justamente nesse fato:
deira de Mello. Serviço público stricto sensu, então, a depender do modelo de Estado, sua forma de atuação
seria todo aquele prestado pela Administração ou por poderá ser mais liberal ou mais intervencionista. Dessa
seus delegados, sob regime de direito público, e fruível forma, o conceito de serviço público também poderá ser
individualmente por cada um dos destinatários, para mais ou menos abrangente para cada País.
satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da José dos Santos Carvalho Filho é o autor jurista que
coletividade, ou simples conveniências do Estado. apresenta muito bem essa dificuldade, ao definir ser-
A grande diferença dessa nova noção de serviço viço público como:
público diz respeito a sua abrangência. Somente abrange
as atividades da Administração Pública, não se incluindo “Toda atividade prestada pelo Estado ou por seus
as funções legislativa e judiciária. Também não deve ser delegados, basicamente sob regime de direito públi-
considerado serviço público a exploração de atividade co, com vistas à satisfação de necessidades essen-
econômica, porque nesses casos o Estado age em regime ciais e secundárias da coletividade”.
privado; bem como as atividades de fomento, porque
trata-se de um subsídio que se dá ao particular para que Princípios
exerça certas atividades com interesse coletivo.
Outro traço característico dessa nova corrente Por estar submetido a um regime especial, que pode
sobre serviço público é a restrição da matéria para ser total ou parcialmente de direito público, os princípios
apenas os serviços que possam ser fruídos singular- de direito administrativo, previstos no caput do art. 37 da
mente por cada particular (uti singuli). Tais serviços CF, de 1988, são aplicáveis à prestação dos serviços públi-

4
são custeados pelos próprios usuários, mediante o cos. Porém, há ainda alguns princípios específicos aos ser-

-7
pagamento de taxas.

91
viços públicos, que devem ser melhor analisados. São eles:
Assim, para o serviço público stricto sensu, pode-

.5
51
mos elencar, dentre todos os conceitos, alguns ele- z Princípio da continuidade do serviço público: é o
mentos identificadores que estão presentes em todas

.7
princípio que diz respeito a obrigação do Estado de

79
as definições. São eles: prestar o serviço público, que não pode parar, dada a

-0
sua relevante finalidade pública. É dizer que o Esta-
z Elemento Subjetivo: A titularidade do serviço do tem um poder-dever (obrigatoriedade) de prestar
ZA
público é exclusiva do Estado; tal atividade. O serviço deve ser ininterrupto, porém,
U

z Elemento Objetivo: A atividade caracterizada como o art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987, de 1995 admite que, nos
SO

serviço público (geralmente, atendem a um interesse casos de serviços concessionados a entidades priva-
A

público); das, não se caracteriza descontinuidade do serviço a


LV

z Elemento Formal: Qual o regime em que o serviço paralização quando motivada por razões de ordem
SI

é prestado. A maioria dos casos, trata-se do regime técnica ou de segurança das instalações; e por ina-
de Direito Público. dimplemento do usuário, considerado o interesse
A
D

da coletividade. A jurisprudência apresenta diver-


R

O fenômeno conhecido como a “crise do serviço sos julgados que acabam contestando referido legal,
O

público” se deu com o advento do Estado Regulador, sobretudo no que diz respeito aos serviços de forne-
YG

na primeira metade do século XX. Ele traz a ideia de cimento de água e de energia elétrica;
H

um Estado que procura regular as atividades consi- z Princípio da mutabilidade do regime jurídico:
L

deradas serviços públicos. Se antes a execução dessas o interesse público não é estanque, mas variável
EL

tarefa era exclusiva do regime público, atualmente ao longo do tempo. A instauração de serviço públi-
XW

a execução desses serviços pode ser feita sob regime co mediante certo regime jurídico não gera um
privado. O Estado carece de recursos para cuidar de
A

“direito adquirido” ao mesmo, o que significa que


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

tantos setores, simultaneamente. o Poder Público pode alterar um estatuto ou con-


Por isso, houve a necessidade de delegar tais servi- trato administrativo para promover maior ade-
ços, mediante concessão ou permissão, como também quação na prestação do referido serviço;
a criação de pessoas jurídicas próprias para controlar z Princípio da isonomia dos usuários: trata-se
tais atividades. Há assim, uma mitigação dos elemen- de uma decorrência direta do princípio constitu-
tos identificadores do serviço público. Atualmente, cional da impessoalidade. O serviço público deve
admite-se que a execução dos serviços públicos seja atender a todos, geralmente de forma individuali-
realizada por particulares (elemento subjetivo). Há zada, sem discriminações e privilégios;
uma delegação da execução do serviço, o qual poderá z Princípio da modicidade das tarifas: As tarifas
ocorrer mediante concessão ou permissão do serviço não devem ser exorbitantes, pois o serviço deve ser
público, nos termos da Lei nº 8.987, de 1995. aproveitado pelo maior número de usuários possível,
Também temos certas atividades que, embora independentemente de sua classe econômica. O valor
sejam consideradas de serviço público, há serviços a ser exigido dos usuários deve ser o menor possível
que satisfazem interesses particulares (elemento para, também, remunerar o prestador do serviço,
objetivo), como no caso do serviço de distribuição de com uma pequena margem de lucro. Com o objeti-
alimentos em prisões. vo de reduzir ao máximo o valor da tarifa cobrada, a 185
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
legislação brasileira prevê alguns mecanismos espe- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
ciais, que se apresentam como fontes alternativas
de remuneração do prestador do serviço público. É Os princípios fundamentais são mandamentos que
o caso, por exemplo, de espaços publicitários utiliza- vão influenciar em toda ordem jurídica. Por exemplo,
dos nos arredores de uma rodovia. A menor tarifa é é nesse momento que o texto constitucional formaliza
também critério essencial para avaliação de proposta a relação entre povo, governo e território, elemen-
numa licitação do tipo concorrência pública. tos estes que são requisitos para constituição de um
Estado. Além disso, servem como norte para outras
normas e estão localizados no título I da CF, de 1988, o
qual é composto por quatro artigos.
Note que é nesses artigos que se proclama o regime
DIREITO CONSTITUCIONAL político democrático com fundamento na soberania
popular e garantia da separação de função entre os
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO governos. Bem como, também se determina os valores
BRASIL e diretrizes para o ordenamento constitucional.
De forma genérica, podemos descrever o Estado
como a organização de um povo sobre determinado Fundamentos
território, dotado de soberania. Portanto, percebe-se
que existem elementos necessários à existência de um Salienta-se, antes de adentrar especificamente
Estado, são eles: o povo, a soberania e o território. nos referidos artigos, que muitas questões de prova
Nesse sentido, todo Estado precisa de uma forma de cobram do examinando um conhecimento prévio
organização, que deva ser orientada de maneira sobera- correlacionando a distinção do que são fundamentos
na para atingir um conjunto de finalidades. O conjunto (art. 1º), objetivos (art. 3º) e princípios (art. 4º).
de regras que vai organizar o Estado é criado por meio Repare que no parágrafo anterior não foi exposto o
de uma Constituição e todo o Estado tem a sua, como for- art. 2º, mas isso se deu de forma proposital, tendo em vis-
ma de organizar o povo em seu território, independente- ta que o examinador, muitas vezes, tenta confundir o can-
mente de ser um texto formal ou baseado em costumes. didato com o rol dos artigos anteriormente mencionados.
Para tanto, utilizaremos alguns mnemônicos ao
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS longo das explicações, começando logo pelo FOP

4
-7
(fundamentos, objetivos, princípios). Observe que

91
Antes de adentrarmos propriamente no tema, é este mnemônico obedece a ordem alfabética, estando
importante esclarecer um ponto que já foi objeto de pro-

.5
também em conformidade com a ordem dos artigos

51
va: princípios, regras e normas se distinguem. Tem-se o
da constituição (F-1º; O-3º; P-4º).

.7
gênero normas, do qual decorre as espécies regras e prin-
Assim, quando a questão mencionar algo relacio-

79
cípios. As normas são amplas, abarcando assim a nature-
nado a fundamentos lembre-se que estará se referin-

-0
za abstrata dos princípios e a concretude das regras.
do ao exposto no art. 1º; quando mencionar objetivos,
ZA
art. 3º; e, quando mencionar princípios, art. 4º. Não se
esqueça também que o art. 2º não entra como referên-
U

Regras
SO

cia nesse mnemônico!


Os fundamentos contidos no art. 1º da CF, de 1988,
A

servem como base para todo o ordenamento jurídico,


LV

NORMAS pois se referem aos valores de formação da República


SI

Federativa do Brasil. Veja a importância do artigo, não


A

somente em relação à Constituição, mas como para


D

Princípios toda a ordem jurídica do Estado. Assim, vejamos o


R

referido dispositivo:
O
YG

Os princípios são um alicerce de um sistema, uma Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
H

estrutura básica do ordenamento jurídico, trazendo pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
L

do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-


EL

também uma melhor orientação à interpretação de um


texto constitucional que não pode ser feita de forma iso- crático de Direito e tem como fundamentos:
XW

lada, mas sim levando em consideração todo o contexto. I - a soberania;


A

Os princípios constitucionais podem ser explíci- II - a cidadania;


M

tos ou implícitos. Os princípios explícitos são aqueles III - a dignidade da pessoa humana;
que estão de forma expressa no texto constitucional IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
(escritos), já os implícitos são obtidos por meio de uma V - o pluralismo político.
construção lógica, ora, estão subentendidos no texto Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
mesmo não aparecendo expressamente. o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
Como exemplo de princípios explícitos, podemos tamente, nos termos desta Constituição.
citar os princípios do art. 37 da CF, os quais dizem
respeito à Administração Pública. Já quanto aos prin- Dica
cípios implícitos, podemos citar o princípio da supre-
macia do interesse público, o qual, apesar de não Para auxiliá-lo na memorização dos mencionados fun-
ser encontrado expressamente na CF, é estritamente damentos guarde o mnemônico SO-CI-DI-VA-PLU
observado pelo Poder Público. Soberania
Cidadania
EXPLÍCITOS Dignidade
PRINCÍPIOS Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
186 IMPLÍCITOS Pluralismo político
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Soberania Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa

Como preleciona José Afonso da Silva (2017), a sobe- Dispositivo que objetiva a proteção ao trabalho, pois
rania é um poder supremo e independente, ainda, é é por meio deste que o homem garante sua subsistên-
fundamento do próprio conceito de Estado, diante disso, cia e o crescimento do Brasil. Aqui não se faz menção
não precisaria ser mencionada no texto constitucional4. somente ao “trabalhador CLT6”, mas também aos autô-
A demonstração do poder soberano pode ser vista de nomos, empresários, empreendedores e empregadores.
forma interna (poder do Estado, sendo, neste caso, exte-
riorizada pela prevalência de suas normas e decisões O Pluralismo Político
sobre todas as demais proferidas) ou externa (quando nos
relacionamos com entidades internacionais, sendo, nes- O legislador originário se preocupou em afirmar a
te caso, exteriorizado pela não subordinação a nenhum ampla participação popular nos destinos políticos do
outro Estado, decidindo pela subordinação a determina- Brasil, com a inclusão da sociedade na participação dos
processos de formação da vontade geral da nação, garan-
da regra somente quando livremente manifestado).
tindo a liberdade e a participação dos partidos políticos.
A Cidadania Ainda, podemos conceituar o pluralismo como a
garantia de que todo aquele que vive em sociedade terá
Podemos considerar cidadania como um objeto de direito a sua própria convicção política e partidária.
direito fundamental, pois é a participação do indiví-
Separação dos Poderes
duo no Estado Democrático de Direito. No texto consti-
tucional, em sentido amplo, a existência da cidadania O art. 2º da Constituição, ao definir a independên-
está atrelada à vivência social, na construção de rela- cia e a harmonia entre os poderes, consagra o chama-
ções, na mudança de mentalidade, na reivindicação do princípio da separação dos poderes, ou princípio
de direitos e no cumprimento de deveres. da divisão funcional do poder do Estado.
Assim, podemos concluir que a cidadania pode
ser exercida não somente com o direito de voto, mas Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô-
também com a participação do cidadão em conselhos nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
de temas importantes, como saúde, educação, compa-
recimento em audiências públicas e participação nas Assim, cada poder tem suas funções e organização
definidas, vejamos:

4
reuniões referentes ao orçamento participativo.

-7
Atenção, nem toda pessoa é considerada cidadã.

91
Em provas de concurso é importante observar que z Poder executivo: exerce as funções de governo e

.5
cidadão é todo ser humano que está em condição administração. Como exemplo de administração,

51
de votar e ser votado. Assim, podemos concluir que podemos mencionar o inciso I, art. 84 da CF, que

.7
uma criança e os estrangeiros não naturalizados não define como competência do Presidente da Repú-

79
podem ser considerados cidadãos. blica nomear e exonerar Ministros;

-0
z Poder legislativo: é exercido pelo Congresso
Nacional. Tem a função de legislar (função primária)
ZA
e fiscalizar (função secundária, entretanto, típica).
Importante!
U

Ao que diz respeito à principal função, tem o condão


SO

Cuidado para não confundir cidadania com de elaborar as normas jurídicas gerais e abstratas.
Por exemplo, é de competência do Congresso Nacio-
A

nacionalidade:
LV

Nacionalidade é o vínculo jurídico político que une nal a votação para aprovação de lei complementar
(art. 69 da CF). Já como exemplo da função secundá-
SI

uma pessoa a um Estado e a cidadania é a participa-


ria (fiscalizar), podemos citar a de julgar, anualmen-
A

ção do indivíduo no Estado. Inclusive a nacionalidade


te, as contas prestadas pelo Presidente da República;
D

é requisito para ser cidadão, ou seja, para ser cidadão z Poder judiciário: cabe o exercício da jurisdição,
R

o indivíduo deve ser brasileiro nato ou naturalizado.


O

por exemplo, a aplicação do Direito a um caso con-


YG

creto através de um processo judicial.


H
L

A Dignidade da Pessoa Humana A Teoria da tripartição de poderes foi idealizada por


EL

Montesquieu e determina a composição e divisão do Esta-


XW

A dignidade da pessoa humana é um valor que do, a teoria objetiva que cada poder deve ser independen-
influencia o conteúdo de todos os direitos fundamentais te e harmônico entre si, como forma de dividir as funções
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do homem consagrados no texto constitucional, é uma do Estado, entre poder executivo, poder legislativo e
M

proteção não somente do indivíduo em face do Estado, poder judiciário, entendimento esse também chamado
mas também perante a toda sociedade. Nesse sentido, de teoria dos freios e contrapesos (checks and balances),
considera Alexandre de Moraes (2011), a dignidade da já que cada um dos poderes exerce as funções dos outros
pessoa humana é valor espiritual e moral, que se mani- poderes de forma atípica.
festa na autodeterminação da própria vida e traz consi-
go a busca pelo respeito por parte das demais pessoas5. Objetivos da República Federativa do Brasil
Note que, a dignidade da pessoa humana é o direi-
to de titularidade universal, isto é, todos têm acesso O art. 3° da Constituição Federal apresenta os obje-
a esse direito pelo simples fato de ser pessoa, assim, tivos fundamentais do Estado brasileiro, ou seja, dita os
a nacionalidade e/ou capacidade não são fatores que compromissos que o Estado tem em relação aos cida-
possibilitam maior proteção, mas sim o fato de ser dãos, em especial na garantia plena de igualdade entre
cidadão, seja ele nacional ou estrangeiro. todos os brasileiros.
4 SILVA, op. cit, p. 106.
5 MORAES, op. cit, p. 24.
6 Trabalhador CLT – Termo vulgar utilizado para definir trabalhador/funcionário regido pela CLT (carteira assinada). 187
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
José Afonso da Silva observa que (2017), é a primeira vez que uma Constituição relaciona especificamente os
objetivos do Estado brasileiro, que valem como base para as prestações positivas que venham a concretizar a demo-
cracia econômica, social e cultural7.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

Dica
Para auxiliar na memorização disponibiliza-se a seguir duas dicas:
� Regra do verbo: observe que todas as primeiras palavras do rol são verbos no infinitivo;
� Mnemônico: CON-GA ER PRO.

O rol dos objetivos fundamentais relacionados no art. 3º da CF é um rol meramente exemplificativo, pois se
refere a metas, ou seja, objetivos que o Estado busca alcançar.

Princípios das Relações Internacionais

O art. 4º da Constituição enumera os princípios fundamentais orientadores das relações internacionais; consa-
gra, ainda, a não subordinação no plano internacional e a igualdade estre os Estados. Vejamos:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;

4
III - autodeterminação dos povos;

-7
IV - não-intervenção;

91
V - igualdade entre os Estados;

.5
VI - defesa da paz;

51
VII - solução pacífica dos conflitos;

.7
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

79
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

-0
X - concessão de asilo político. ZA
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
U
SO

Dica
A
LV

É possível a elaboração de um mnemônico para o referido rol, contudo, nota-se que, por ser extenso o rol,
SI

o mnemônico fica consequentemente também extenso. Assim, fica a seu critério adotar o que for passado
A

aqui.
D

Mnemônico: A-IN-Da NÃO COm-PRE-I RE-CO-S


R
O

A – autodeterminação dos povos


YG

In – independência nacional
H

D – defesa da paz
L

Não – não intervenção


EL

Co – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade


XW

Pre – prevalência dos direitos humanos


I – igualdade entre os Estados
A
M

Re – repúdio ao terrorismo e ao racismo


Co – concessão de asilo político
S – solução pacífica dos conflitos

Os princípios enumerados no mencionado dispositivo reconhecem a soberania do Estado no plano internacio-


nal, ou seja, não deve haver subordinação entre os Estados. Sob esse mesmo entendimento temos o princípio da
não-intervenção e o princípio da autodeterminação dos povos, assegurando que internamente o Estado não deve
sofrer nenhum tipo de interferência sobre assuntos de interesse interno.
O repúdio ao terrorismo e a concessão de asilo político têm relação com o princípio da prevalência dos direitos huma-
nos relacionado no inciso II; este último deve ser rigorosamente respeitado. Nesse sentido, em caso de extrema violação
da prevalência dos direitos humanos, pode até levar a interferência de outros Estados naquele, com o apoio do Brasil.
Ainda a Constituição determina que o Brasil buscará integração econômica, política, social e cultural dos povos
da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Vejamos no infográfico um resumo do Título I da Constituição Federal:
188 7 SILVA, op. cit, p. 107.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TÍTULO I — DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º Art. 2º Art. 3º Art. 4º

FUNDAMENTOS SEPARAÇÃO DOS PODERES OBJETIVOS PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES


FUNDAMENTAIS INTERNACIONAIS
“SO.CI.DI.VA.PLU” JUDICIÁRIO: “CON.GA.ER.PRO” Independência nacional
Aplica as leis Prevalência dos direitos humanos
SOberania CONstruir uma sociedade livre,
LEGISLATIVO: justa e solidária Autodeterminação dos povos
CIdadania
Elabora as leis GArantir o desenvolvimento Não intervenção
DIgnidade da pessoa humana nacional
Igualdade entre os Estados
EXECUTIVO: ERradicar a pobreza e a margina-
VAlores sociais do trabalho e
Administra o Estado lização e reduzir as desigualda- Defesa da paz
da livre iniciativa
des sociais e regionais Solução pacífica dos conflitos
PLUralismo Político
PROmover o bem de todos, sem Repúdio ao terrorismo e ao
preconceitos de origem, raça, racismo
sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação Cooperação entre os po-
vos para o progresso da
humanidade
X - concessão de asilo político

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direitos e Deveres Individuais e Direitos Coletivos

Os direitos individuais e coletivos estão disciplinados no art. 5º, da CF, de 1988. Muito cobrado em provas de

4
-7
concursos públicos, esse dispositivo é o mais extenso dessa norma, sendo composto pelo caput (capítulo), por 78

91
(setenta e oito) incisos e 4 (quatro) parágrafos. Vejamos cada uma de suas partes:

.5
51
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

.7
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e

79
à propriedade, nos termos seguintes:

-0
O caput do art. 5º traz os cinco pilares dos direitos individuais e coletivos, quais sejam: vida, liberdade, igual-
ZA
dade, segurança e propriedade. Deles decorrem todos os demais direitos estruturados nos seus incisos, como,
U

por exemplo, do direito à vida, decorrem o direito à integridade física e moral, a proibição da pena de morte e a
SO

proibição de venda de órgãos.


A

Quando a Constituição fala “brasileiros e estrangeiros residentes no país”, não significa que o estrangeiro não
LV

residente não possua direitos, pois os direitos fundamentais são destinados a qualquer pessoa que se encontre
SI

em território nacional.
A

A CF, de 1988, adota o critério quantitativo para definir os titulares dos direitos fundamentais, ou seja, a popu-
D

lação brasileira — todos aqueles que residem em território brasileiro.


R

Além disso, o caput traz o princípio da isonomia ou da igualdade (“todos são iguais perante a lei, sem dis-
O

tinção de qualquer natureza”). Tal princípio tem, como fundamento, o fato de que todos nascem e vivem com
YG

os mesmos direitos e obrigações perante o Estado brasileiro. São destinatários do princípio da igualdade tanto o
H

legislador como os aplicadores da lei.


L
EL

z Igualdade na lei: direcionado ao legislador, de modo a vedar a elaboração de dispositivos que estabeleçam
XW

desigualdades ou privilégio entre as pessoas;


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

z Igualdade perante a lei: direcionado aos aplicadores da lei, uma vez que não é possível utilizar critérios
M

discriminatórios na aplicação da norma, salvo nos casos em que a própria norma constitucional estabelece a
aplicação desigual. Como exemplo, podem-se citar o caso da exclusão de mulheres e eclesiásticos do serviço
militar obrigatório em tempo de paz, ou os casos de existência de um pressuposto lógico e racional que justifi-
que a desequiparação efetuada, como a existência de assentos reservados para gestantes, idosos e pessoas com
deficiência nos transportes coletivos.

Art. 5º [...]
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

O inciso I decorre do direito à igualdade. Trata-se da igualdade entre homens e mulheres. Inicialmente, há de se
esclarecer que os direitos das mulheres são relativamente recentes, de modo que grande parte da legislação anterior à CF,
de 1988, estabelecia situações diferenciadas entre homens e mulheres, como, por exemplo, a necessidade de autorização
marital para que a esposa ocupasse cargo público ou exercesse a profissão fora do lar e o fato de o marido ser tido como
o chefe da sociedade conjugal, competindo a ele, entre outros deveres, a administração dos bens do casal.
Assim sendo, esse inciso foi direcionado tanto ao legislador, para que corrigisse tais desigualdades legais,
como aos operadores do direito, para que não fossem mais estabelecidos critérios discriminatórios. 189
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atenção! Existem dois tipos de igualdade: a for- direito de pensar. Além disso, possuem direito de expres-
mal e a material. A igualdade formal consiste em tra- sar livremente esses pensamentos. Assim, o direito à
tar a todos de maneira igual, independentemente de expressão do pensamento, que decorre do direito à liber-
qualquer condição. Já a igualdade material busca a dade de expressão (sendo este fundamento do Estado
igualdade de fato, para que todos tenham os mesmos Democrático de Direito), está disciplinado no inciso IV.
direitos e obrigações. Trata-se, portanto, da igualdade O pensamento em si é absolutamente livre, por ser
efetiva, real, concreta ou situada. Assim, a igualdade uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode pen-
nada mais é que tratar igualmente os iguais, com os sar em que quiser, sem que o Estado possa interferir.
mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os No entanto, quando este pensamento é exteriorizado,
desiguais, na medida de sua desigualdade. passa a ser possível a tutela e proteção do Estado.
Cumpre mencionar que é da liberdade de expres-
Art. 5º [...] são que decorrem a proibição de censura e a vedação
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de do anonimato, por exemplo. Portanto, ao mesmo tem-
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; po que a Constituição assegura a liberdade de mani-
festação de pensamento, ela obriga que as pessoas
O inciso II decorre do direito à segurança. Trata-se, assumam a responsabilidade pelo que exteriorizam.
portanto, da segurança em matéria pessoal estampa- Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada,
da pelo princípio da legalidade. Em síntese, todas as também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o
pessoas estão submetidas ao império da lei, de modo recebimento de denúncias anônimas, contudo, isso
que somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou não impede que o Estado apure de forma sumária a
deixar de fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode verossimilhança das alegações.
limitar a vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou
não fazer algo, como, por exemplo, o uso obrigatório Art. 5º [...]
de máscaras faciais de proteção. V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-
Ressalta-se que o princípio da legalidade possui nal ao agravo, além da indenização por dano mate-
duas facetas, sendo uma delas destinada aos parti- rial, moral ou à imagem;
culares e a outra destinada à Administração. A lega-
lidade aplicada ao particular difere-se da legalidade A expressão do pensamento é livre, porém, não

4
aplicada à Administração, tendo em vista que ao par- é absoluta. Assim, a pessoa é livre para expor sua

-7
91
ticular tudo pode se não proibido por lei. Já em rela- opinião, porém, atingindo-se a honra de alguém,
por exemplo, ela poderá ser responsabilizada civil e

.5
ção à Administração, seus atos são engessados, sendo

51
assim, somente pode praticar atos dispostos em lei. penalmente. Além disso, a CF, de 1988, estabelece o

.7
direito de resposta, ou seja, o exercício do direito de

79
Art. 5º [...] defesa da pessoa que foi ofendida em razão da mani-

-0
III - ninguém será submetido a tortura nem a tra- festação do pensamento de outra, como, por exemplo,
tamento desumano ou degradante; no caso de notícia inverídica ou errônea. Salienta-se
ZA
por fim que o direito de resposta é aplicado tanto à
U

O inciso III decorre do direito à vida, por decorrer pessoa física quanto à jurídica.
SO

da violação à integridade humana, tanto física como


A

psicológica. Torturar8 é causar ao indivíduo sofrimento


LV

físico ou mental como forma de intimidação ou castigo. Importante!


SI

É, também, utilizar-se de métodos como forma de anu-


lar a personalidade ou diminuir a capacidade física ou O inciso V prevê a indenização por dano material,
A

moral ou à imagem. De acordo com a Súmula nº


D

metal, mesmo que sem dor. Assim, a CF, de 1988, veda


37, do Superior Tribunal de Justiça9, esses danos
R

tanto a tortura como qualquer tipo de tratamento desu-


O

mano ou degradante. Temos como exemplo prático de são acumuláveis.


YG

tal inciso a Súmula Vinculante nº 11, a qual dispõe sobre


H

o uso de algemas, que, se for de forma arbitrária, pode


Art. 5º [...]
L

acarretar em tratamento desumano ou degradante.


EL

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de


XW

crença, sendo assegurado o livre exercício dos


Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de algemas cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
A

proteção aos locais de culto e a suas liturgias;


M

de perigo à integridade física própria ou alheia, por


parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcio-
nalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- A liberdade de consciência abrange a liberdade
ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de de consciência em sentido estrito, ou seja, a liber-
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, dade de pensamento de foro íntimo em questões não
sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. religiosas, tais como convicções de ordem ideológica
ou filosófica. Abrange, ainda, a liberdade de crença,
Art. 5º [...] isto é, a liberdade de pensamento de foro íntimo em
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo questões de natureza religiosa. Com relação à religião,
vedado o anonimato; o inciso VI assegura tanto a liberdade de crença (foro
íntimo), ou seja, de ter uma religião, como a liberdade
Todas as pessoas possuem direito atinentes à liberda- de expressão, isto é, de culto. Além disso, estabelece
de de foro íntimo, ou seja, de ter convicções religiosas, a liberdade religiosa, ou seja, de mudar de crença ou
filosóficas, políticas, entre outras, possuindo, portanto, o religião e de manifestação.
8 Conceito em conformidade com o art. 2º, da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura.
190 9 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º [...] Art. 5º [...]
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
de assistência religiosa nas entidades civis e nela podendo penetrar sem consentimento do
militares de internação coletiva; morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
O inciso VII é decorrência do direito à liberdade de o dia, por determinação judicial;
crença e culto, de modo a garantir aos internados em
estabelecimentos prisionais e de saúde o acesso à assis- A inviolabilidade do domicílio está prevista no
tência espiritual e religiosa; contudo, lembre-se de que inciso XI, do art. 5º, e decorre do direito à segurança.
essa admissão não influi no fato de o Estado ser laico. O dispositivo traz a regra de que a casa é inviolável e
o ingresso nela deve ser feito com o consentimento do
Art. 5º [...] morador. Considera-se casa o lugar, não aberto ao públi-
VIII - ninguém será privado de direitos por moti- co, em que uma pessoa vive ou trabalha. Trata-se, por-
vo de crença religiosa ou de convicção filosófi- tanto, de um conceito amplo, o qual se refere ao lugar
ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se reservado à intimidade e à vida privada do indivíduo.
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se O conceito jurídico de casa está previsto nos §§ 4º e
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 5º, do art. 150, do Código Penal. Vejamos:

O inciso VIII traz a chamada escusa de consciência Art. 150 (Código Penal) [...]
ou objeção de consciência. Trata-se do direito de não § 4º A expressão «casa» compreende:
cumprir um serviço obrigatório por razões relaciona- I - qualquer compartimento habitado;
das a sua consciência ou crença, de modo a assegurar II - aposento ocupado de habitação coletiva;
que não ocorrerá a perda dos direitos civis ou políticos III - compartimento não aberto ao público, onde
em decorrência de tal recusa. Por exemplo: a pessoa alguém exerce profissão ou atividade.
que, por questão religiosa, seja contrária ao serviço § 5º Não se compreendem na expressão «casa»:
militar poderá alegar tal imperativo de consciência em I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita-
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do
seu alistamento militar. No entanto, a CF, de 1988, esta-
n.º II do parágrafo anterior;
belece que, mesmo que dispensada da prática dessa ati-
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

4
vidade, ela terá que cumprir serviço alternativo.

-7
91
O dispositivo traz três exceções à regra. A primei-
Art. 5º [...] ra exceção é a possibilidade de ingresso no caso de fla-

.5
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,

51
grante delito ou desastre, ou seja, é possível ingressar
artística, científica e de comunicação, indepen-

.7
no local se um crime estiver ocorrendo ou tiver aca-
dentemente de censura ou licença;

79
bado de ocorrer, por exemplo. A segunda exceção per-

-0
O inciso IX trata da liberdade de expressão das mite a entrada no local para prestar socorro, como,
atividades intelectual, artística, científica e de comu- por exemplo, no caso de o imóvel estar pegando fogo e
ZA
nicação. Assim, a CF, de 1988, veda, expressamente, ter alguém em seu interior. Por fim, é possível ingres-
U

qualquer atividade de censura ou licença, inclusive a sar na casa mediante autorização judicial, como, por
SO

proveniente de atuação jurisdicional. exemplo, quando o juiz expede um mandado judicial


A

Cumpre esclarecer os conceitos de censura e licença: para busca de algum(a) objeto/pessoa no local.
LV

É importante consignar que, mesmo com autorização


z Censura é a verificação da compatibilidade ou não
SI

judicial, o ingresso deve ocorrer apenas durante o dia,


entre um pensamento que se pretende expressar ou seja, durante o período noturno, dependerá do consen-
A
D

com as normas legais vigentes; timento do morador. Assim sendo, durante o dia, exibindo-
z Licença é a exigência de autorização para que o
R

-se o mandado judicial, a busca pode ser realizada mesmo


O

pensamento possa ser exteriorizado. sem a concordância do morador, sendo possível, inclusive,
YG

o arrombamento de porta se houver necessidade.


Art. 5º [...]
H

Atenção! O inciso III, do art. 22, da Lei nº 13.869,


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
L

de 2019, estabelece como dia o período compreendido


EL

a honra e a imagem das pessoas, assegurado o


entre as 5h e 21h.
direito a indenização pelo dano material ou moral
XW

decorrente de sua violação; Art. 5º [...]


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e


M

O inciso X decorre do direito à vida e traz a proteção


das comunicações telegráficas, de dados e das
dos direitos de personalidade, ou seja, o direito à priva- comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
cidade. Trata-se dos atributos morais que devem ser pre- por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
servados e respeitados por todos, uma vez que a vida não a lei estabelecer para fins de investigação criminal
deve ser protegida apenas em seus aspectos materiais. ou instrução processual penal;
Aqui, torna-se necessário explicar alguns termos:
intimidade é o direito de estar só, ou seja, de não ser per- A inviolabilidade das comunicações pessoais está
turbado em sua vida particular; vida privada refere-se disciplinada no inciso XII e também decorre do direito à
ao relacionamento de um indivíduo com seus familiares segurança. O dispositivo considera comunicações pessoais:
e amigos, quer em seu lar quer em locais fechados; hon-
ra é o atributo pessoal que compreende tanto a autoes- z As correspondências: comunicações recebidas
tima (honra subjetiva) quanto a reputação de que goza em casa, como, por exemplo, as cartas, as contas,
a pessoa no meio social (honra objetiva); imagem é a os comunicados e avisos comerciais;
expressão exterior da pessoa, ou seja, seus aspectos físi- z A comunicação telegráfica: comunicados mais
cos (imagem-retrato), bem como a exteriorização de sua rápidos, que podem ser enviados tanto na forma
personalidade no meio social (imagem-atributo). escrita como pela internet, tais como o telegrama; 191
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z A comunicação de dados: comunicação feita por Art. 5º [...]
meio de rede de computadores, como, por exem- XV - é livre a locomoção no território nacional
plo, a compra de produtos online ou homebank; em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
z As comunicações telefônicas: ligações feitas e termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
recebidas por meio de telefone fixo ou móvel. com seus bens;

Embora não conste do inciso, o sigilo foi estendido A liberdade de ir e vir encontra-se disciplinada no
aos dados telemáticos por meio da Lei nº 9.296, de 1996. inciso XV, do art. 5º, da CF, de 1988. Trata-se, portanto, do
Assim, estão protegidas as mensagens trocadas por meio direito de locomoção, que é um dos desdobramentos do
de Skype, e-mail, WhatsApp, Messenger, entre outros. direito à liberdade. Observa-se, no entanto, que a liberdade
É importante mencionar que as violações de cor- de locomoção é restrita a tempo de paz, ou seja, no caso de
respondência e de comunicação telegráfica são cri- decretação de guerra, passa a viger a lei marcial, de modo
mes previstos no art. 151, do Código Penal, e na Lei nº que o ir e vir dos indivíduos pode sofrer limitações.
6.538, de 1978, a qual dispõe sobre os serviços postais. A garantia constitucional que objetiva assegurar o
Cabe consignar, ainda, que a quebra das comuni- direito de locomoção é o habeas corpus, que será tra-
cações telefônicas é admitida mediante autorização tado adiante.
judicial (“salvo no último caso”) para fins de investiga- Art. 5º [...]
ção criminal ou instrução processual penal. Portanto, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
somente para fins penais. armas, em locais abertos ao público, indepen-
Atenção! Como não existe direito absoluto, é pos- dentemente de autorização, desde que não
sível a quebra do sigilo das demais comunicações frustrem outra reunião anteriormente convoca-
mediante autorização judicial. da para o mesmo local, sendo apenas exigido pré-
vio aviso à autoridade competente;
Art. 5º [...]
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí- O inciso XVI traz outro desdobramento do direito
cio ou profissão, atendidas as qualificações profis- à liberdade: o direito de reunião. Por reunião, enten-
sionais que a lei estabelecer; de-se o agrupamento organizado de pessoas de cará-
ter transitório e voltado para determinada finalidade.
O direito de exercício de qualquer atividade pro- Portanto, é preciso que o evento seja organizado e

4
-7
fissional decorre do direito à liberdade. Trata-se da preencha os seguintes requisitos: reunião pacífica e

91
faculdade de escolher o trabalho que se pretende exer- sem armas; fins lícitos; aviso prévio à autoridade com-

.5
cer. No entanto, é necessário atender às qualificações petente e local aberto ao público.

51
profissionais exigidas pela lei, como, por exemplo, para O STF, quanto à “Marcha da Maconha”, entendeu

.7
ser médico, um dos requisitos é ter feito faculdade de que a passeata é constitucional, assim, compatível

79
Medicina em território nacional ou ter sido aprovado em com o direito de reunião. Contudo, é inadmissível a

-0
exame de revalidação no caso de faculdade estrangeira. incitação ao uso de entorpecentes.
Essa é uma norma constitucional de eficácia conti- Atenção! Aviso prévio não se confunde com auto-
ZA
da, ou seja, uma norma que produz todos os efeitos. No rização. Para se reunir, é preciso, apenas, comunicar
U
entanto, cabe destacar que uma norma infraconstitucio- à autoridade local, a fim de evitar, por exemplo, que,
SO

nal (lei) pode conter o seu alcance ao fixar condições ou no mesmo local, dia e hora, coincidam agrupamentos
requisitos para o pleno exercício da profissão, como, por
A

de pessoas com posicionamentos distintos (exemplo:


LV

exemplo, a regra de que, para advogar, é necessária a manifestações pró-aborto e contrária ao aborto).
aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
SI

Art. 5º [...]
A

Art. 5º [...]
D

XVII - é plena a liberdade de associação para fins


XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
R

lícitos, vedada a de caráter paramilitar;


O

e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá-


YG

rio ao exercício profissional; A liberdade de associação encontra-se disciplina-


H

da no inciso XVII. Diferentemente da reunião, a asso-


O inciso XIV disciplina o direito de informação, que
L

ciação não possui caráter transitório. Portanto, se o


EL

é um dos desdobramentos do direito à liberdade. O direi- caráter do agrupamento for permanente, tem-se uma
XW

to à informação possui tríplice alcance, por englobar o associação. É importante mencionar que tanto a reu-
direito de informar, de se informar e de ser informado. nião como a associação devem possuir fins pacíficos.
A

No Brasil, é proibida a associação para fins ilícitos,


M

como, por exemplo, a associação para fins contrários à lei


Importante! penal. Também é vedada a associação de caráter parami-
litar, ou seja, a associação civil e desvinculada do Estado,
A liberdade de informação jornalística está prevista que se encontra armada e com estrutura similar às insti-
no § 1º, do art. 220, da CF, de 1988, e é mais abran- tuições militares, de modo a se utilizar de táticas e técni-
gente que a liberdade de imprensa, que assegura o cas policiais ou militares para alcançar os seus objetivos.
direito de veiculação de impressos sem qualquer
tipo de restrição por parte do Estado. Art. 5º [...]
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
a de cooperativas independem de autorização,
Ressalta-se, ainda, que o dispositivo resguarda o sendo vedada a interferência estatal em seu
sigilo da fonte quando necessário ao exercício profis- funcionamento;
sional. Deste modo, por exemplo, nenhum jornalista
poderá ser obrigado a revelar o nome de seu infor- O inciso XVIII disciplina o direito de associação.
mante ou a fonte de suas informações. Além disso, seu Trata-se da possibilidade de criação de sindicatos sem
192 silêncio não poderá sofrer qualquer sanção. a interferência do Estado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º [...] Observa-se, no entanto, que, em termos constitu-
XIX - as associações só poderão ser compulso- cionais, o direito de propriedade é mais amplo que no
riamente dissolvidas ou ter suas atividades direito civil, por abranger qualquer direito de conteú-
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no do patrimonial ou econômico, ou seja, tudo aquilo que
primeiro caso, o trânsito em julgado; possa ser convertido em dinheiro, alcançando crédi-
tos e direitos pessoais.
O inciso XIX, que também disciplina o direito de
associação, estabelece que as associações somente pode- Art. 5º [...]
rão ter suas atividades suspensas ou encerradas com- XXIII - a propriedade atenderá a sua função
pulsoriamente (a força) por decisão do Poder Judiciário. social;
Salienta-se, por necessário, que, no caso de dissolução da
associação, esta somente poderá ocorrer após o trânsito O inciso XXIII traz um limite ao direito de proprie-
em julgado, ou seja, quando não couber mais recursos. dade. Assim, a utilização de um bem deve ser feita de
acordo com a conveniência social da utilização da coisa,
ou seja, atendendo a sua função social. Portanto, o direi-
Importante! to do dono deve ajustar-se aos interesses da sociedade.
� Dissolução das associações: decisão judicial
Art. 5º [...]
+ trânsito em julgado;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
� Suspensão das associações: decisão judicial. desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
Art. 5º [...]
os casos previstos nesta Constituição;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-
-se ou a permanecer associado;
O inciso XXIV trata da hipótese mais drástica do
poder de intervenção do Estado na economia: a desa-
O inciso XX, que também disciplina o direito de
propriação. A desapropriação é o ato pelo qual o
associação, estabelece que não é possível obrigar
Estado toma para si ou para outrem (terceira pessoa)
qualquer pessoa a se associar, ou seja, o indivíduo tem

4
bens de particulares, por meio do pagamento de jus-

-7
liberdade de escolha, podendo optar por fazer parte do
ta e prévia indenização. Portanto, trata-se de uma das

91
grupo ou não. Além disso, uma vez associado, ele será
hipóteses de aquisição originária da propriedade. É

.5
livre para decidir se permanece ou não associado. Por-
cabível a desapropriação nas seguintes hipóteses:

51
tanto, compreende o direito de associar-se a outras pes-

.7
soas para formação de uma entidade, como também de
z Por necessidade pública: hipótese na qual o bem

79
deixar de participar quando for de seu interesse.
a ser desapropriado é imprescindível para a reali-

-0
zação de uma atividade essencial do Estado;
Art. 5º [...] ZA
z Por utilidade pública: hipótese na qual o bem não
XXI - as entidades associativas, quando expressa-
é imprescindível, mas é conveniente para a reali-
U

mente autorizadas, têm legitimidade para repre-


SO

zação de uma atividade estatal;


sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
z Por interesse social: hipótese na qual a desapro-
A

priação é conveniente para o desenvolvimento da


LV

O inciso XXI é o último dispositivo que trata do


sociedade.
SI

direito de associação. Ele se refere à representação do


filiado pela associação, quer em âmbito judicial quer
A

Atenção! Não confundir com desapropriação san-


D

em âmbito extrajudicial, isto é, ele se refere à legitima- cionatória, hipótese em que o bem não respeita a função
R

ção da associação para atuar em nome dos associados. social da propriedade. Nela, a indenização não é prévia,
O

Cabe esclarecer que representante é aquele que


YG

sendo o prazo de resgate (Títulos da Dívida Pública) de


age em nome alheio, defendendo direito alheio. No 10 (dez) anos para bens urbanos e de 20 (vinte) anos para
H

caso das associações, para que estas atuem na condi- bens rurais. Ainda, não confunda desapropriação com
L

ção de representantes, é preciso autorização expressa


EL

expropriação, que consiste na perda da propriedade no


dos filiados, não bastando que exista autorização em caso de cultivo de substâncias entorpecentes ou de tra-
XW

estatuto. Assim sendo, só poderão atuar se devida- balho escravo. Nela, não há pagamento de indenização.
A

mente autorizadas pelos associados.


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Além disso, ao contrário da representação, a subs- Art. 5º [...]


tituição judicial ou extrajudicial da associação inde- XXV - no caso de iminente perigo público, a auto-
pende de autorização, uma vez que, na substituição, a ridade competente poderá usar de propriedade
associação atua em nome próprio, defendendo direito particular, assegurada ao proprietário indeniza-
alheio (dos associados). ção ulterior, se houver dano;

Art. 5º [...] A requisição temporária da propriedade está


XXII - é garantido o direito de propriedade; disciplinada no inciso XXV. Trata-se da possibilidade
de o Poder Público, em momentos de calamidade (já
O direito de propriedade encontra-se disciplina- ocorrida ou prestes a ocorrer), ingressar na posse de
do no inciso XXII, do art. 5º. Tratam-se dos direitos bem particular, para assegurar a preservação de direi-
pessoais de natureza econômica. tos mais importantes que a propriedade, tais como a
De acordo com o art. 1.228, do Código Civil, o direito vida e a integridade das pessoas. Por exemplo, no caso
de propriedade consiste na faculdade de usar, gozar e dis- de uma enchente em um determinado local, o Poder
por da coisa, assim como o direito de reavê-la do poder Público fazer de um imóvel privado, próximo ao local,
de quem quer que, injustamente, a possua ou a detenha. um hospital de atendimento às vítimas. 193
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A requisição temporária é uma exceção ao princí- O inciso XXVIII também protege a propriedade
pio da indenização prévia, uma vez que o pagamento intelectual. Deste modo, o dispositivo assegura a
está condicionado à existência de danos. proteção de tais direitos ao indivíduo que participou
de obra coletiva, além de proteger a reprodução da
Art. 5º [...] imagem e voz humanas. Ainda, assegura o direito de
XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi- fiscalização do aproveitamento econômico tanto nas
nida em lei, desde que trabalhada pela família, obras individuais como nas coletivas.
não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, Art. 5º [...]
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
desenvolvimento; triais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade
O inciso XXVI disciplina a impenhorabilidade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
da pequena propriedade rural, por ser esta consi- distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
derada bem de família e, portanto, insuscetível de volvimento tecnológico e econômico do País;
penhora, de modo a ficar a salvo de execuções por
dívidas decorrentes da atividade produtiva. Além O último dispositivo que trata da propriedade inte-
disso, a CF, de 1988, estabelece que esta deverá rece- lectual é o inciso XXIX, garantindo aos autores de inven-
ber os recursos previstos em lei que financiem o seu tos industriais os privilégios para sua utilização, ainda
desenvolvimento. que de forma temporária. Além disso, assegura a pro-
Embora o dispositivo não conceitue pequena pro- teção às criações industriais, à propriedade das marcas,
priedade rural, o entendimento mais amplo é de que aos nomes de empresas e a outros signos distintivos.
esta possui área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fis-
cais, na qual a família trabalha, consistindo, pois, na Art. 5º [...]
sua única fonte de sobrevivência. XXX - é garantido o direito de herança;

Art. 5º [...] O direito de herança, que decorre do direito à pro-


XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo priedade, está disciplinado no inciso XXX. Trata-se da

4
de utilização, publicação ou reprodução de suas modificação da titularidade do bem em decorrência do

-7
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo falecimento (sucessão hereditária). Assim, o patrimônio

91
que a lei fixar;
do de cujus transmite-se aos seus herdeiros, os quais se

.5
51
sub-rogam nas relações jurídicas do falecido, tanto no
O inciso XXVII disciplina o direito de proprieda-

.7
ativo como no passivo, até os limites da herança.
de intelectual, ou seja, a proteção legal e o reconheci-

79
mento de autoria em produções. Existem três tipos de

-0
propriedade intelectual, quais sejam:
Importante! ZA
O direito de sucessão está regulado no Código Civil.
U
z Propriedade industrial: criações que movimen-
SO

tam o mercado e são empregadas para manter a


competitividade. Seu foco é voltado para a área
A

empresarial. São exemplos: as patentes, marcas, Art. 5º [...]


LV

desenhos, indicações geográficas, entre outros; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados
SI

z Direitos autorais: criações artísticas, culturais e no País será regulada pela lei brasileira em benefício
A

científicas, como, por exemplo, as obras intelec- do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
D

lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;


tuais, literárias e artísticas;
R
O

z Proteção sui generis: são as criações híbridas,


Ainda com relação ao direito de herança, o inciso
YG

isto é, aquelas que se encontram em um estado


intermediário entre a propriedade industrial e XXXI estabelece a lei que deverá ser aplicada caso a
H

os direitos autorais. Exemplos: a topografia dos sucessão envolva bens de estrangeiros situados no Bra-
L

sil. Assim, a regra é que se aplica a lei brasileira sempre


EL

circuitos integrados (mask works), a proteção de


que esta beneficiar cônjuge ou filho brasileiro. No entan-
XW

Cultivares (obtenções vegetais ou variedades vege-


tais) e conhecimentos tradicionais associados aos to, caso a lei estrangeira (lei do país do de cujus) seja mais
A

recursos genéticos. benéfica a estas pessoas, ela é que será aplicada.


M

Neste sentido, a CF, de 1988, garante aos autores o Art. 5º [...]


XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
direito exclusivo de utilização, publicação ou repro-
defesa do consumidor;
dução de suas obras, sendo esse direito transmitido
aos herdeiros do autor (direitos sucessórios) pelo tem-
po que a lei fixar. O inciso XXXII traz a proteção ao consumidor
como um dos direitos e deveres individuais e coleti-
Art. 5º [...] vos. Como consequência, a defesa do consumidor será
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: promovida por meio do Estado. Vale lembrar que é
a) a proteção às participações individuais em a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conheci-
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz da como Código de Defesa do Consumidor (CDC), que
humanas, inclusive nas atividades desportivas; estabelece as regras de proteção ao consumidor.
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que parti- Art. 5º [...]
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respecti- XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
194 vas representações sindicais e associativas; cos informações de seu interesse particular, ou
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de interesse coletivo ou geral, que serão presta- Art. 5º [...]
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindí- o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
vel à segurança da sociedade e do Estado;
O inciso XXXVI é, também, um desdobramento do
O inciso XXXIII decorre do direito de informação. direito à segurança. Trata-se da garantia constitucional
Trata-se de assegurar aos indivíduos o conhecimento de que as novas leis não retirem das pessoas os direitos
de informações relativas à sua pessoa, quando constan- que elas adquiriram por meio de lei antiga, de modo que
tes de banco de dados de entidades governamentais ou as situações disciplinadas por uma norma devem conti-
abertas ao público, bem como de informação de interes- nuar protegidas por esta mesmo depois de sua revoga-
se da coletividade. Aqui, vale mencionar que não óbice à ção ou substituição por outra em três casos10:
divulgação da remuneração de servidor público.
z Direito Adquirido: é o direito assegurado à pessoa
Art. 5º [...] quando esta cumpriu todos os requisitos para a sua
XXXIV - são a todos assegurados, independente- concessão pela norma anterior antes de ocorrer a alte-
mente do pagamento de taxas: ração legal. Exemplo: uma pessoa completou o tempo
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defe- de contribuição previsto pela lei para aposentar, mas
sa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; optou por permanecer trabalhando. Se nova lei alterar
b) a obtenção de certidões em repartições públi-
os requisitos para aposentadoria, de modo a aumentar
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de
o tempo de contribuição, essa pessoa não será prejudi-
situações de interesse pessoal;
cada, pois adquiriu o direito pela lei anterior;
O inciso XXXIV disciplina o direito de petição e o
Atenção! Direito adquirido não se confunde com
direito de certidão. O dispositivo assegura aos indi-
expectativa de direito. Se a pessoa não completou todos
víduos o direito de formular pedidos para a Adminis-
os requisitos para a concessão do direito, ela não tem
tração Pública em defesa de seus direitos e, quando
direito adquirido e, sim, expectativa de direito. Exemplo:
cabível, de terceiros, bem como de formular reclama-
falta, para o indivíduo, um mês para que se complete o
ções contra atos ilegais e abusivos cometidos pelos
tempo de contribuição previsto pela lei para se aposentar.

4
agentes do Estado. Assegura, ainda, o direito de plei-

-7
Antes de preencher tal requisito, a lei é alterada e o tem-
tear, do Estado, documento expedido por este, que,

91
po majorado. Esta pessoa não poderá se aposentar, pois
por possuir fé pública, é utilizado para comprovar a

.5
tinha apenas expectativa de direito, uma vez que todos os
existência de um fato. Deste modo, assegura ao indi-

51
requisitos não foram preenchidos para a sua concessão;
víduo a obtenção de certidão para a defesa de direitos

.7
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal.

79
z Ato jurídico Perfeito: trata-se do ato realizado
O exercício de tais direitos é gratuito, ou seja, inde-

-0
validamente sob a vigência de uma lei, mesmo que
pendem de qualquer pagamento. Importante men-
esta tenha sido posteriormente revogada ou modi-
ZA
cionar que, embora o dispositivo empregue o termo
ficada. Exemplo: adolescente que se casou antes
U
“taxas”, esta foi utilizada em sentido amplo, visto que
de ter completado a idade núbil nas hipóteses per-
SO

proíbe a cobrança de qualquer importância (taxa, mitidas pelo Código Civil terá seu casamento como
tarifa ou preço público). A função da gratuidade é não
A

válido mesmo após a alteração da lei civil, pela Lei


LV

obstar ou dificultar o exercício do direito, uma vez nº 13.811, de 2019, que proibiu, expressamente, o
que pessoas sem recursos financeiros teriam dificul-
SI

casamento de menor de 16 (dezesseis) anos, pois


dades de exercer seu direito se este fosse condiciona- seus efeitos são protegidos pela lei anterior;
A

do ao pagamento.
D

z Coisa Julgada: é a autoridade dada às decisões


R

do Poder Judiciário quando destas não caiba mais


O

recurso, de modo a impedir a modificação ou dis-


YG

Importante! cussão da decisão de mérito. Exemplo: uma ação de


H

paternidade foi julgada procedente após o supos-


Fique atento ao remédio constitucional aplicado
L

to pai ter se recusado a realizar o exame de DNA.


EL

para sanar ilegalidade quanto ao direito de certidão Assim, não é possível que, tempos depois, o suposto
— Mandado de Segurança —, pois as bancas cos-
XW

pai resolva fazer o exame para se eximir da paterni-


tumam tentar confundir o candidato, dizendo que dade, pois a decisão não pode ser mais modificada.
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o remédio constitucional cabível é o habeas data.


M

Art. 5º [...]
Importante!
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder A coisa julgada divide-se em coisa julgada mate-
Judiciário lesão ou ameaça a direito; rial — quando impede a discussão em qualquer
processo — e coisa julgada formal — quando
O princípio da inafastabilidade de jurisdição ou do impede a discussão no mesmo processo.
controle do Poder Judiciário está disciplinado no inciso
XXXV. Tal princípio é um desdobramento do direito à segu-
rança (garantias jurisdicionais). Esse princípio garante que Art. 5º [...]
todas as pessoas tenham acesso ao Poder Judiciário. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

10 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consu-
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º
Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”. 195
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A proibição dos tribunais de exceção, que decor- possuem os mesmos direitos e as mesmas proteções.
re do direito à segurança, encontra-se prevista no inci- Além disso, a lei não só não poderá ser aplicada de modo
so XXXVII. Busca-se proibir que os tribunais ou juízos discriminatório, como também deverá punir tais discri-
sejam criados especialmente para julgar determina- minações com base em qualquer condição pessoal, como
dos crimes ou pessoas (nos casos concretos). sexo, cor, origem, entre outras.
Atenção! Tribunal de exceção não se confunde
com Justiças especializadas e foro privilegiado. Art. 5º [...]
XLII - a prática do racismo constitui crime inafian-
Art. 5º [...] çável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a nos termos da lei;
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; O inciso XLII trata da prática de racismo. Embora a
b) o sigilo das votações; Constituição não tipifique o crime, ela manda criminalizar
c) a soberania dos veredictos; a conduta de racismo. Além disso, estabelece a não conces-
d) a competência para o julgamento dos crimes são de fiança ao racismo (inafiançável) e, ainda, que o ato
dolosos contra a vida; pode ser julgado a qualquer tempo, independentemente
da data em que foi cometido, pois não se sujeita ao decurso
Outro desdobramento do direito à segurança é a do tempo (imprescritível). Vale lembrar, aqui, que a Lei nº
garantia do julgamento pelo Tribunal do Júri em cri- 7.716, de 1989, é a Lei do Racismo, e a Lei nº 12.288, de 2010,
mes dolosos contra a vida, ou seja, homicídio (art. 121, CP), estabelece o Estatuto da Igualdade Racial.
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou à auto-
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
mutilação (art. 122, CP), infanticídio (art. 123, CP) e aborto
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
(arts. 124 a 128, CP); contudo, salienta-se que lei ordinária
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
poderá ampliar a competência do Tribunal do Júri, não
afins, o terrorismo e os definidos como crimes
havendo qualquer ofensa quanto ao disposto na CF. hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
Trata-se de direito do indivíduo de ser julgado por executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
seus pares e, não, por um juízo de critério eminente-
mente técnico. O inciso XLIII estabelece os crimes em que não
cabe fiança nem perdão, ou seja, graça, indulto e

4
-7
Súmula Vinculante nº 45 A competência consti- anistia. Embora o dispositivo não mencione o indulto,

91
tucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro ele também não é cabível nos crimes elencados.

.5
por prerrogativa de função estabelecido exclusiva-

51
mente pela Constituição Estadual. Dica: Para lembrar dos crimes, memorize: T T T

.7
H ou 3TH:

79
Art. 5º [...]
Tortura;

-0
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi-
na, nem pena sem prévia cominação legal; Tráfico; ZA
Terrorismo;
U

Os princípios da anterioridade e da reserva Hediondos.


SO

da lei penal (nullum crimen, nulla poena, sine lege)


encontram-se disciplinados no inciso XXXIX. Em sín- A graça e o indulto são modalidades de perdão
A

concedidas pelo Presidente da República, de modo a


LV

tese, pelo princípio da reserva legal, não há crime sem


lei que o defina, nem pena sem cominação legal. Já extinguir a punibilidade do agente. Enquanto, na gra-
SI

pelo princípio da anterioridade, a lei que estabelece o ça, o perdão é concedido de forma individual por meio
A

crime e a pena deve ser anterior a sua prática. de decreto e mediante provocação do interessado, no
D

indulto, o perdão é coletivo e concedido por decreto, o


R

qual não possui destinatário certo e independe de pro-


O

Art. 5º [...]
YG

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene- vocação. O indulto pode ser total ou parcial (comutação).
Já a anistia é o perdão concedido pelo Congresso
H

ficiar o réu;
Nacional, por meio de lei, aos crimes e atos adminis-
L

trativos. Na anistia, exclui-se o crime, rescinde-se a


EL

O princípio da irretroatividade da lei penal mais


condenação e extingue-se totalmente a punibilidade.
XW

gravosa está disciplinado no inciso XL. Em termos de


Cabe destacar que a anistia pode ser concedida pelas
direito penal, a regra é a lei do tempo do crime, ou seja,
A

Assembleias Legislativas, porém se restringe aos atos


será aplicada a lei do tempo da ação ou omissão. É pos-
M

administrativos, como, por exemplo, às transgres-


sível, no entanto, aplicar lei posterior caso esta seja mais
sões disciplinares de servidores estaduais.
benéfica ao réu. Exemplo: nova lei deixa de considerar o
É importante mencionar que esses crimes são
fato como crime ou diminui a sua pena.
prescritíveis, além de ser cabível a liberdade provi-
A retroatividade da lei penal mais benéfica é abso-
sória. Ainda, a Lei nº 9.455, de 1997, trata dos crimes
luta, isto é, ela desconstituirá, inclusive, condenações
de tortura; a Lei nº 11.343, de 2006, dos crimes de dro-
já transitadas em julgado. Exemplo: sujeito que cum-
gas; a Lei nº 13.260, de 2016, do terrorismo; a Lei nº
pre pena por um crime que lei posterior deixou de
8.072, de 1990, cuida dos crimes hediondos.
considerar respectivo ato como crime (caso de abolitio
criminis) será colocado em liberdade. Art. 5º [...]
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível
Art. 5º [...] a ação de grupos armados, civis ou militares, contra
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atenta- a ordem constitucional e o Estado Democrático;
tória dos direitos e liberdades fundamentais;
O inciso XLIV também traz hipóteses de não con-
O inciso XLI decorre do direito à igualdade. Trata-se cessão de fiança, cuja ação ou omissão pode ser julga-
196 da necessidade de reconhecer que todos os indivíduos da a qualquer tempo, independentemente da data em
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que foi cometido. Tratam-se dos crimes desenvolvidos impostas e executadas, em conformidade com as con-
pelas organizações criminosas contra a ordem consti- dições pessoais de cada réu. Para tanto, a individualiza-
tucional e democrática, como, por exemplo, no golpe ção deve operar-se em três fases distintas: legislativa, no
de Estado. Cabe lembrar que a Lei nº 12.850, de 2013, momento em que elabora a norma; judicial, no momento
é que trata das organizações criminosas. da dosimetria da pena; executiva, na execução penal.

Dica Art. 5º [...]


XLVII - não haverá penas:
Para auxiliá-lo na memorização do conteúdo a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
dos últimos 3 incisos, leve em consideração o nos termos do art. 84, XIX;
seguinte mnemônico: RAAÇÃO 3TH. b) de caráter perpétuo;
RA — racismo c) de trabalhos forçados;
AÇÃO — ação de grupos armados d) de banimento;
3TH — tortura, tráfico, terrorismo, hediondos e) cruéis;

Esquematizando todo o conteúdo relacionado O inciso XLVII, que decorre tanto do direito à vida
ao mnemônico, temos: como do direito à segurança, estabelece a proibição
Inafiançáveis  RAAÇÃO 3TH de determinadas penas. Assim, é vedada a pena de
Imprescritíveis  RAAÇÃO morte em tempos de paz. Isso porque, quando decla-
rada a guerra pelo Presidente da República após a
Insuscetíveis de graça ou anistia  3TH
autorização do Congresso Nacional, vigora a parte ati-
Art. 5º [...]
nente aos tempos de guerra11 do Código Penal Militar
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do conde- (CPM) e do Código de Processo Penal Militar (CPPM),
nado, podendo a obrigação de reparar o dano e a que estabelece, em determinados casos, a pena de
decretação do perdimento de bens ser, nos termos morte. Exemplo: traição (art. 355, CPM)12.
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles execu-
tadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Art. 5º [...]
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimen-

4
O princípio da intranscendência ou personaliza- tos distintos, de acordo com a natureza do deli-

-7
to, a idade e o sexo do apenado;

91
ção da pena está disciplinado no inciso XLV. Trata-se
da impossibilidade da pena ser aplicada a outra pessoa

.5
O inciso XLVIII traz um dos princípios relativos

51
que não o delinquente, uma vez que somente o autor
à execução da pena privativa de liberdade. Trata-

.7
da infração penal pode ser responsabilizado. Com a

79
morte do condenado, declara-se extinta a punibilidade -se da exigência de que o cumprimento da pena seja
feito de acordo com a natureza do crime, a idade e

-0
do crime. Assim, a pena não poderá ser cumprida, por
exemplo, pelos familiares ou herdeiros do autor do cri- o sexo do apenado. É por essa razão que os adoles-
ZA
me se este houver falecido. No entanto, refere-se ape- centes ficam em estabelecimentos distintos dos adul-
U

nas à esfera penal, ou seja, a obrigação civil de reparar tos, assim como as mulheres permanecem em local
SO

os danos pode ser estendida aos seus sucessores até o diverso dos homens. Esse dispositivo decorre tanto do
direito à segurança como do direito à vida.
A

limite do valor do patrimônio transferido (herança).


LV

Atenção! Multa é uma espécie de pena (art. 32, CP)


Art. 5º [...]
SI

e, portanto, não pode ser imposta aos herdeiros.


XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte-
A

gridade física e moral;


D

Art. 5º [...]
R

XLVI - a lei regulará a individualização da pena


O

e adotará, entre outras, as seguintes: O inciso XLIX estabelece outro princípio relativo à
YG

a) privação ou restrição da liberdade; execução da pena privativa de liberdade: a proteção


H

b) perda de bens; à integridade física e moral do preso. Busca-se, portan-


L

c) multa; to, proteger os indivíduos da força do Estado. Trata-se,


EL

d) prestação social alternativa; também, de um dos desdobramentos do direito à segu-


XW

e) suspensão ou interdição de direitos; rança, por envolver garantias processuais; e do direito


à vida, por envolver a integridade do indivíduo.
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Dica: A fim de auxiliá-lo na memorização, guarde


M

o mnemônico 3PMS (RI): Art. 5º [...]


L - às presidiárias serão asseguradas condições
3P — Privação ou restrição da liberdade (não esqueça para que possam permanecer com seus filhos
que no primeiro “p” há, implícito, um “r” da pena de durante o período de amamentação;
restrição); perda de bens; prestação social alternativa;
M — Multa; O inciso L traz um princípio relativo à execução da
S — Suspensão ou interdição de direitos (lembre-se de pena privativa de liberdade. Trata-se do direito dos filhos
que aqui também há, implícito, um “i” de interdição). de permanecerem com suas mães e serem amamentados
por elas durante a execução da pena. Vale destacar que o
O inciso XLVI disciplina o princípio da individualiza- art. 89, da Lei nº 7.210, de 1984 (Lei de Execução Penal),
ção da pena, uma vez que as penas devem ser previstas, estabelece que a penitenciária de mulheres terá uma seção
11 Art. 15 (CPM) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guer-
ra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.
12 Art. 355 Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil:
Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. 197
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
para gestantes e parturientes e uma creche para abrigar à segurança, de modo a garantir que os indivíduos não
crianças entre 6 (seis) meses e 7 (sete) anos. sejam presos nem percam seus bens por atuação arbi-
trária do poder do Estado. Assim sendo, deverá existir
Art. 5º [...] um processo com todas as etapas previstas em lei e com
LI - nenhum brasileiro será extraditado, sal- todas as garantias constitucionais. Se tais regras não
vo o naturalizado, em caso de crime comum, forem observadas, o processo é passível de nulidade.
praticado antes da naturalização, ou de com-
provado envolvimento em tráfico ilícito de Art. 5º [...]
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
nistrativo, e aos acusados em geral são assegu-
A proibição de extradição de brasileiro encon- rados o contraditório e ampla defesa, com os
tra-se disciplinada no inciso LI. Extradição é uma meios e recursos a ela inerentes;
medida de cooperação internacional em que um Esta-
do entrega a outro Estado, a pedido deste, indivíduo O inciso LV traz o princípio do contraditório e da
que deva responder a processo penal ou cumprir ampla defesa. Tal princípio objetiva garantir a igual-
pena. De acordo com a Norma Constitucional, o Brasil dade das partes de uma relação processual, bem como
não entrega brasileiro para responder processo penal a segurança processual. Assim sendo, a parte contrá-
ou cumprir pena em outro país. ria necessita ser ouvida (audiatur et altera pars), pois
É possível, no entanto, a entrega de brasileiro natu- não podem ser atribuídas a uma parte vantagens de
ralizado, ou seja, que tenha adquirido a nacionalida- que a outra não disponha.
de brasileira por outro motivo que não vinculado ao Como consequência, as partes têm acesso a tudo
que consta dos autos, como, por exemplo, todas as
nascimento (filiação ou local do nascimento), desde
provas produzidas pela outra parte, podendo mani-
que seja por crime comum e que este tenha sido prati-
festar-se ou não. Além disso, a defesa pode ser exerci-
cado antes de sua naturalização e, portanto, quando o
da de forma ampla, como, por exemplo, é possível ao
agente tinha outra nacionalidade. Também é possível a
indivíduo optar pela autodefesa (quando permitido)
extradição de brasileiro naturalizado por comprovado ou pela defesa técnica. Assim, a ampla defesa garan-
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- te ao agente a possibilidade de se defender sem qual-
gas afins, praticado antes ou depois da naturalização. quer impedimento aos seus direitos constitucionais.

4
-7
Ademais, destaca-se o conteúdo da Súmula Vincu-
Art. 5º [...]

91
lante nº 14, a qual dispõe sobre o acesso a procedi-
LII - não será concedida extradição de estrangei-

.5
mento investigatório por defensor do investigado.
ro por crime político ou de opinião;

51
.7
Súmula Vinculante nº 14 É direito do defensor,
No que se refere à extradição de estrangeiro, o

79
no interesse do representado, ter acesso amplo aos
inciso LII veda a entrega por crime político ou de

-0
elementos de prova que, já documentados em pro-
opinião. Considera-se um crime como político se ele cedimento investigatório realizado por órgão com
ZA
envolver ações ou omissões que prejudicam os inte- competência de polícia judiciária, digam respeito
U
resses do país, do governo ou do sistema político. ao exercício do direito de defesa.
SO

O crime político pode ser de dois tipos: próprio e


impróprio. Crime político próprio é aquele capaz de Observe que os documentos referentes às diligên-
A

ameaçar a ordem institucional ou o sistema vigente.


LV

cias em curso não são de apresentação obrigatória,


Já o crime político impróprio é aquele crime comum tendo em vista a possibilidade de frustrá-las.
SI

quando conexo ao crime político, de modo a ter nature- Imagine, por exemplo, que em determinada inves-
A

za comum, mas conotação político-ideológica, como, por tigação tenha sido deferida, pelo Poder Judiciário, a
D

exemplo, a extorsão mediante sequestro para obter fun- interceptação telefônica de determinado investigado.
R

dos para determinado grupo político. Ainda há o crime


O

Ora, é óbvio que o acesso, pelo advogado do investi-


YG

de opinião, que é aquele que se configura com o abuso gado, comprometeria a diligência, já que este poderia
da liberdade de expressão ou de pensamento, como, por avisar seu cliente da medida.
H

exemplo, nos casos dos crimes contra a honra.


L
EL

Art. 5º [...]
Art. 5º [...] LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
XW

LIII - ninguém será processado nem sentencia- obtidas por meios ilícitos;
A

do senão pela autoridade competente;


M

A proibição de prova ilícita encontra-se estabele-


O princípio do juiz natural ou do juiz competen- cida no inciso LVI. As provas obtidas de forma ilícita
te encontra-se disciplinado no inciso LIII. Trata-se da são absolutamente nulas, não podendo gerar qual-
garantia de que nenhuma pessoa será processada ou quer efeito no convencimento do juiz.
julgada por uma autoridade especialmente designada
para o caso. Deste modo, as regras de competência z Prova ilícita é aquela que viola direito material.
devem estar reestabelecidas no ordenamento jurídi- Exemplos: confissão mediante tortura e intercep-
co, de forma a assegurar que o julgamento seja reali- tação telefônica sem autorização judicial;
zado por um juiz independente e imparcial. z Prova ilegítima é aquela que viola direito proces-
sual. Exemplo: confissão do acusado em juízo sem
Art. 5º [...] a presença do advogado.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal; O Supremo Tribunal Federal, adequadamente, ado-
tou, por maioria de votos, a denominada teoria fruits of
O princípio do devido processo legal está discipli- poisonous tree (frutos da árvore envenenada). São nulas
198 nado no inciso LIV. Trata-se do desdobramento do direito tanto as provas produzidas de forma ilícita como também
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
as derivadas (surgidas em decorrência da prova ilícita), Como regra, todo processo é público, ou seja, é
ainda que obtidas de forma regular. permitido o acesso aos atos. No entanto, em alguns
Há contaminação do vício original, com exclusão casos, tais como ações de divórcio, guarda, entre
da prova ilícita, bem como de suas derivações. outros, essa publicidade é restrita às partes e seus pro-
curadores, com o objetivo de resguardar a intimidade
Art. 5º [...] dos envolvidos.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trân- Também é possível restringir a publicidade quan-
sito em julgado de sentença penal condenatória; do o interesse da sociedade exigir, como, por exemplo,
O inciso LVII traz o princípio da presunção de ino- em determinados crimes ou atos, envolvendo crianças
cência ou da presunção de culpabilidade. Assim, antes e adolescentes. É importante mencionar, no entanto,
da condenação definitiva em um processo criminal, que a restrição da publicidade dos atos processuais não
as pessoas ainda não são consideradas culpadas. Isso poderá prejudicar o interesse público à informação.
ocorre porque quem possui o ônus de provar a culpa é
o Ministério Público, como órgão titular da ação penal
pública e da vítima, no caso de ação penal privada. Des- Importante!
te modo, não compete ao acusado provar sua inocência,
mas ao Ministério Público ou à vítima comprovar a res-
A restrição da publicidade é popularmente
ponsabilidade do réu até a última instância. conhecida como segredo de Justiça.

Art. 5º [...]
LVIII - o civilmente identificado não será subme- Art. 5º [...]
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses LXI - ninguém será preso senão em flagrante
previstas em lei; delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos
A proibição da identificação criminal da pes- de transgressão militar ou crime propriamen-
soa já civilmente identificada encontra-se no inciso te militar, definidos em lei;
LVIII. Entende-se, por identificação, o processo utili-
zado para se estabelecer a identidade de pessoas ou Pelo inciso LXI, depreende-se que a liberdade é a
coisas. Assim, se o indivíduo apresenta documento de regra e a prisão é a exceção. Por essa razão, o dispo-

4
-7
identidade civil válido e sem qualquer suspeita funda- sitivo fixa as hipóteses em que o indivíduo será preso.

91
da de falsidade, ele não poderá ser identificado crimi- Assim, a CF, de 1988, protege os indivíduos da força do

.5
nalmente, ou seja, por meio do processo datiloscópico. Estado, uma vez que veda a prisão arbitrária ou abu-

51
O objetivo do dispositivo é evitar o constrangimento siva e estabelece que a restrição da liberdade só será

.7
pessoal de pessoas já identificadas civilmente. legítima quando respeitados os parâmetros legais.

79
Cumpre esclarecer que a Lei nº 12.037, de 2009, dis- Trata-se de um dos desdobramentos do direito à segu-

-0
ciplina o inciso e estabelece quais documentos servem rança, por envolver garantias processuais.
para a identificação civil. Ainda, a regra da não identi- Em termos de processo penal, existem dois tipos
ZA
ficação criminal não é absoluta e abarca exceções. No de prisão. A prisão pena que é aquela decorrente de
U

sentença penal condenatória transitada em julgado,


SO

entanto, tais exceções devem estar disciplinadas em lei.13


ou seja, o processo foi finalizado, a pessoa condena-
A

Art. 5º [...] da e não cabe mais recurso, ingressando na fase de


LV

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação execução penal. Além disso, há a prisão processual,
SI

pública, se esta não for intentada no prazo legal; que tem função acautelatória e é aquela que ocorre
A

durante a fase de investigação, instrução e antes do


O inciso LIX traz a possibilidade de ação penal pri-
D

julgamento definitivo, como a prisão em flagrante, a


vada subsidiária à ação penal pública. Assim, nos
R

prisão temporária e a prisão preventiva.


O

casos em que o representante do Ministério Público


Portanto, durante o curso do processo, o indiví-
YG

não ofereceu a denúncia, não requereu diligências ou


não ordenou o arquivamento do Inquérito Policial, no duo somente será preso se estiver em flagrante delito
H

prazo legal, admite-se o oferecimento da queixa crime. (estiver cometendo o delito, acabou de cometê-lo, foi
L

perseguido logo após ou foi encontrado logo depois,


EL

A CF, de 1988, não estabeleceu hipótese de restri-


ção quanto à aplicação da ação penal privada subsi- com algo que faça presumir ser o autor da infração)14
XW

diária da pública nos processos relativos aos delitos ou se for determinado pelo juiz nos demais casos das
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

previstos na legislação especial, como, por exemplo, prisões acautelatórias.


M

nas ações em que se apuram crimes eleitorais. Observa-se, ainda, que o inciso traz exceções, quais
sejam: transgressão militar ou crime propriamente
Art. 5º [...] militar, definido em lei. Quanto às transgressões, estas
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos estão previstas nos regulamentos disciplinares, tanto
atos processuais quando a defesa da intimida- das Forças Armadas como das Forças Auxiliares. A elas é
de ou o interesse social o exigirem; aplicado procedimento de apuração específico, também
13 Art. 3º (Lei nº 12.037, de 2009) Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I - o docu-
mento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II - o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III - o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV - a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autorida-
de policial, do Ministério Público ou da defesa; V - constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI - o esta-
do de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma
de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
14 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo
após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois,
com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 199
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
garantindo o contraditório e a ampla defesa. Já os cri- O magistrado deve revogar a prisão ou substituí-la por
mes militares encontram-se previstos no Código Penal medidas cautelares diversas.
Militar, porém esse diploma não define quais são os cri-
mes propriamente militares. Art. 5º [...]
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
Art. 5º [...] mantido, quando a lei admitir a liberdade provi-
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se sória, com ou sem fiança;
encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa O inciso LXVI reforça que a regra é a liberdade e
por ele indicada; sua supressão é apenas medida excepcional e somente
deve ser decretada nos casos em que a norma autorizar.
Como a prisão em flagrante é a única modalidade
de prisão acautelatória que não conta com ordem judi- Art. 5º [...]
cial prévia, visto que é imposta no momento em que a LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
infração penal é praticada ou em momentos após, faz-se a do responsável pelo inadimplemento voluntário
necessária sua comunicação imediata ao juiz, para que e inescusável de obrigação alimentícia e a do
este possa efetuar o controle de legalidade da prisão. depositário infiel;
A CF, de 1988, não fixa o prazo da comunicação,
porém o art. 306, do Código de Processo Penal, estabe- O inciso LXVII trata da prisão civil por dívida.
lece que a comunicação será imediata e os autos reme- Considera-se prisão civil a medida privativa da liber-
tidos em até 24 (vinte e quatro) horas após a prisão. dade que não possui caráter de pena e que tem como
Além da comunicação ao juiz, a CF, de 1988, prevê a finalidade compelir o devedor a satisfazer uma obri-
comunicação à família do preso ou pessoa por ele indi- gação. Atualmente, a única hipótese de prisão por
cada, com o escopo não só de dar notícia de seu para- dívidas é a de caráter alimentar, ou seja, o indivíduo
deiro, como também de prestar-lhe a assistência devida. deixou de pagar a pensão alimentícia devida.
Por se tratar de uma norma constitucional de efi-
Art. 5º [...] cácia contida, a prisão do depositário infiel, prevista
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu- ta em razão das seguintes Súmulas:

4
rada a assistência da família e de advogado;

-7
Súmula Vinculante nº 25 (STF) É ilícita a prisão

91
Considerando que a liberdade é a regra e a sua res- civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-

.5
trição só é legítima quando efetuada nos estritos limites lidade do depósito.

51
legais, o inciso LXIII estabelece que o preso em flagran-

.7
te deve ser comunicado dos seus direitos. Entre esses Súmula nº 419 (STJ) Descabe a prisão civil do depo-

79
direitos, encontra-se o de permanecer em silêncio. sitário judicial infiel.

-0
O silêncio do preso é apenas silêncio e não poderá Art. 5º [...] ZA
ser utilizado de forma contrária. O acusado não é obri-
gado a produzir provas contra si mesmo. Ao se calar,
U
LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que
SO

esse silêncio não pode ser considerado como prova. alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
Além disso, o dispositivo também estabelece a assis- violência ou coação em sua liberdade de loco-
A

tência da família e do advogado, garantindo tanto o apoio moção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LV

pessoal como a assistência técnica que lhe é devida.


SI

O inciso LXVIII traz um dos remédios constitucio-


Art. 5º [...]
A

nais: o habeas corpus (HC). Remédios constitucio-


D

LXIV - o preso tem direito à identificação dos nais são as ações constitucionais previstas na própria
R

responsáveis por sua prisão ou por seu interro- Constituição com a finalidade de reclamar o restabele-
O

gatório policial;
YG

cimento de direitos fundamentais violados.


O HC é uma dessas ações constitucionais, sendo
H

O inciso LXIV também decorre do direito à segurança,


utilizado para a tutela da liberdade de locomoção
L

uma vez que busca prevenir a prisão arbitrária. Assim, é


EL

assegurada ao indivíduo a identificação dos responsá- sempre que alguém estiver sofrendo ou na iminência
de sofrer constrangimento ilegal do seu direito de ir
XW

veis por sua prisão e interrogatório, uma vez que lhe é


garantido questionar a competência ou atribuição dessas e vir. Tal ação pode ser utilizada tanto em questões
A

autoridades em conformidade com a norma vigente e os penais como em questões civis, desde que haja cons-
M

princípios constitucionais e de direitos humanos. trangimento ilegal efetivo ou potencial ao direito de ir


e vir. Exemplo: prisão por débitos alimentares.
Art. 5º [...] Existem três modalidades de HC, quais sejam:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxa-
da pela autoridade judiciária; z Habeas Corpus liberatório ou repressivo, em que
a ordem é concedida para fazer cessar o constrangi-
O inciso LXV traz mais um dos desdobramentos mento à liberdade de locomoção quando já existente;
do direito à segurança ao prever o relaxamento da z Habeas Corpus preventivo, em que a ordem é
prisão ilegal. Assim, se o magistrado constatar que a concedida quando houver ameaça ao direito de ir
prisão foi ilegal, ele deverá colocar o preso em liber- e vir, de modo a impedir que uma pessoa venha a
dade de forma imediata e sem condições. Exemplo: o ter restringido seu direito;
indivíduo foi preso em flagrante, porém não se enqua- z Habeas Corpus de ofício, em que a ordem é con-
drava nas hipóteses de flagrância do art. 302, do CPP. cedida pela autoridade judicial sem pedido, quando
Relaxa-se prisão ilegal e revoga-se as demais prisões esta verificar, no curso de um processo, que alguém
cautelares, uma vez que estas necessitam de requisi- está sofrendo ou na iminência de sofrer constrangi-
200 tos para serem decretadas e não estão estes presentes. mento ilegal em sua liberdade de locomoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Não cabe HC nos seguintes casos: b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funciona-
z Perda de patente; mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
z Perda de cargo; resses de seus membros ou associados;
z Pena de multa;
Do mesmo modo que o MS individual, é possível
z Bens apreendidos (Obs.: no caso do passaporte, o ingressar com mandado de segurança coletivo nos
STJ diz que caberá o HC. Já o STF diz que não cabe); casos de direitos coletivos, assim entendidos como os
z Pena extinta. transindividuais, cuja natureza for indivisível, ou seja,
de que sejam titulares grupos ou categorias de pessoas
De acordo com o § 2º, do art. 142, não caberá habeas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma rela-
corpus em relação a punições disciplinares militares. ção jurídica básica, e direitos individuais homogêneos,
Além dos militares das Forças Armadas, essa disposi- assim entendidos como aqueles decorrentes de origem
ção é estendida aos membros das Polícias Militares e comum e de atividade ou situação específica da totalida-
dos Corpos de Bombeiros Militares (art. 42, CF, de 1988). de ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
No entanto, é cabível o HC se a sanção militar tiver Trata-se de inovação da CF, de 1988, para a tutela de
sido aplicada de forma ilegal por autoridade incompe- direitos coletivos líquidos e certos, também não ampara-
tente ou em desacordo com as formalidades legais ou dos por HC ou habeas data, quando o responsável pela
além dos limites fixados em lei. ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Art. 5º [...] O MS coletivo segue as mesmas regras do individual.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para Para partidos políticos, exige-se representação no
proteger direito líquido e certo, não amparado Congresso Nacional (pelo menos, um deputado ou
por habeas-corpus ou habeas-data, quando o senador do partido). Para associação, exige-se que ela
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídi-
ca no exercício de atribuições do Poder Público; Art. 5º [...]
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o pre que a falta de norma regulamentadora torne

4
inviável o exercício dos direitos e liberdades cons-

-7
mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liberdade

91
de locomoção e o habeas data, o acesso e a retificação de titucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
dade, à soberania e à cidadania;

.5
dados, o MS é cabível para os demais direitos, sendo que

51
seu objetivo e alcance é feito por exclusão. Cabe destacar
O inciso LXXI traz o mandado de injunção (MI),

.7
que a lei que disciplina o MS é a Lei nº 12.016, de 2009.

79
O MS é cabível quando houver direito líquido e ação constitucional para a tutela dos direitos previs-

-0
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de tos na CF, de 1988, inerentes à nacionalidade, à sobe-
rania e à cidadania, os quais não podem ser exercidos
ZA
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste
em razão da falta de norma regulamentadora. Portan-
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo
U
to, são pressupostos para o MI:
SO

que os documentos comprobatórios do direito devem


acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes
z Existência de um direito constitucionalmente previsto
A

estiverem em repartição ou em poder de autoridade


LV

com relação à nacionalidade, soberania e cidadania;


que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen-
z A não autoaplicabilidade desse direito;
SI

temente, no MS, não há fase instrutória z Falta de norma infraconstitucional regulamenta-


A

O MS pode ser de duas espécies: dora que inviabilize o exercício do direito previsto
D

na CF, de 1988.
R

z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem


O
YG

de segurança objetiva cessar constrangimento ile- Cabe lembrar que a lei que disciplina o MI é a Lei
gal já existente;
H

nº 13.300, de 2016.
z Mandado de segurança preventivo, cuja ordem
L

A omissão normativa decorrente da não elabora-


EL

de segurança busca pôr fim à iminência de cons- ção de ato legislativo ou administrativo permite ao
trangimento ilegal a direito líquido e certo.
XW

indivíduo, ao Ministério Público e à Defensoria públi-


ca ingressarem com o MI.
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Não cabe MS contra: Atualmente, adota-se a Teoria Concretista, ou


M

seja, o magistrado resolve o caso concreto (sentença


z Ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo, normativa) e não mais comunica o Poder Legislativo
independentemente de caução; para suprir a omissão.
z Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo; Art. 5º [...]
z Decisão judicial transitada em julgado. LXXII - conceder-se-á habeas-data:
a) para assegurar o conhecimento de informa-
Por fim, seu prazo (decadencial) de impetração ções relativas à pessoa do impetrante, constan-
tes de registros ou bancos de dados de entidades
é de 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência do
governamentais ou de caráter público;
interessado do ato impugnado.
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
Art. 5º [...] fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por: O habeas data (HD) é o remédio constitucional para
a) partido político com representação no Con- a tutela do direito de informação e de intimidade do indi-
gresso Nacional; víduo, de modo a garantir ao impetrante o conhecimento 201
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de informações pessoais constantes de banco de dados Esse direito instrumentaliza-se por meio da Defensoria
de entidades governamentais ou abertas ao público, bem Pública ou por meio do convênio com a Defensoria Públi-
como o direito de retificação dessas informações quando ca/Ordem dos Advogados do Brasil através da nomeação
errôneas. de advogado dativo.
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é Art. 5º [...]
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do
Art. 7° (Lei nº 9.507, de 1997) [...] tempo fixado na sentença;
III - para a anotação nos assentamentos do interes-
sado, de contestação ou explicação sobre dado ver- O inciso LXXV visa evitar abusos por parte do
dadeiro mas justificável e que esteja sob pendência Poder Público ao prever a responsabilidade civil do
judicial ou amigável. Estado nos casos de erro do Poder Judiciário e prisão
por tempo além do fixado em sentença.
Ademais, a informação, a retificação ou a anotação A responsabilidade civil do Estado será estudada
foram negadas pela Administração Pública (entidades posteriormente.
governamentais da Administração direta ou indireta)
ou particular (pessoas jurídicas de direito privado) Art. 5º [...]
que mantenham banco de dados aberto ao público. LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
O HD pode ser impetrado por qualquer pessoa, pobres, na forma da lei:
física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, desde que a) o registro civil de nascimento;
as informações solicitadas digam respeito ao próprio b) a certidão de óbito;
indivíduo. Além disso, o HD não é instrumento jurídi-
co adequado para se ter acesso aos autos do processo Ao garantir a gratuidade das certidões de nasci-
administrativo disciplinar (PAD). mento e óbito, a CF, de 1988, assegura que as pessoas
possam ser registradas e possam usufruir dos direitos
Art. 5º [...] personalíssimos decorrentes, como, por exemplo, os
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para direitos de possuir um nome, de poder ser matriculado

4
propor ação popular que vise a anular ato lesivo em uma escola, entre outros. Assim, a CF, de 1988, garan-

-7
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado te que a falta de recursos financeiros não seja considera-

91
participe, à moralidade administrativa, ao meio
da um obstáculo para o exercício de tais direitos.

.5
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,

51
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
Art. 5º [...]

.7
de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

79
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-cor-
pus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos

-0
O inciso LXXIII traz outro remédio constitucional: necessários ao exercício da cidadania.
a ação popular. Trata-se da ação constitucional colo-
ZA
cada à disposição de qualquer cidadão para fiscalizar
U
O inciso LXXVII trata da gratuidade dos remédios
o Poder Público. Cabe esclarecer que cidadão é aque-
SO

constitucionais de habeas corpus e habeas data. A


le que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, que
finalidade do dispositivo é garantir o acesso de todas
A

pode votar. Portanto, a ação popular é cabível para os


LV

maiores de 16 (dezesseis) anos se eleitores. as pessoas a esses remédios constitucionais.


SI

Atenção! Não há necessidade de os menores de 18


(dezoito) anos serem assistidos, pois consiste em um Art. 5º [...]
A

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,


D

direito político. Ademais, quanto aos estrangeiros, é


são assegurados a razoável duração do processo e
R

possível o ajuizamento da ação popular pelo portu-


O

os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.


guês em situação de equiparação com brasileiro.
YG

Em regra, a ação popular é gratuita. O motivo da


Este inciso trata o princípio da celeridade pro-
H

gratuidade é permitir o acesso ao Poder Judiciário de


cessual. Desta forma, a CF, de 1988, assegura a todos,
L

todos os cidadãos para a defesa dos atos lesivos do


EL

Poder Público. No entanto, o inciso LXXIII estabelece quer no âmbito judicial, quer no âmbito administra-
XW

uma exceção: haverá custas e sucumbência caso o autor tivo, a duração razoável do processo, bem como dos
ingresse com a ação com má-fé e esta seja comprovada. meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
A
M

Art. 5º [...]
Importante! § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à pro-
boa-fé é sempre presumida. teção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais.

Por fim, em recentíssima alteração constitucional,


Art. 5º [...] a Emenda Constitucional nº 115, de 10 de Fevereiro de
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica 2022, adicionou o inciso LXXIX ao art. 5º da CF, o qual
integral e gratuita aos que comprovarem insufi- busca incluir a proteção de dados pessoais entre os
ciência de recursos; direitos e garantias fundamentais. Ademais, embora
não seja objeto de estudo deste tópico, cabe ressaltar
O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas as que a competência para legislar sobre a proteção e
pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deverá prestar tratamento de dados pessoais é de privativa da União.
a assistência jurídica de forma integral e gratuita àqueles De acordo com o § 1º, os direitos e garantias individuais
202 que comprovarem insuficiência de recursos financeiros. e coletivos previstos no art. 5º estão prontos para serem
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
aplicados e exigidos, uma vez que não dependem da exis- O inciso I do mencionado dispositivo prevê como
tência de qualquer outra norma para produzir efeitos. objetivo do Estado “construir uma sociedade livre, jus-
Atenção! Não confundir aplicação imediata com a ta e solidária”, preceito estabelecido visando o bem
aplicabilidade da norma constitucional (norma cons- estar e qualidade de vida.
titucional de eficácia plena, contida e limitada). Entretanto, é necessário que o cidadão tenha aces-
so a uma maneira de exigir a garantia dos direitos
Art. 5º [...] fundamentais perante o poder judiciário, dessa for-
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição ma, foram criados mecanismos que permitem acionar
não excluem outros decorrentes do regime e dos prin- o poder judiciário em caso de violação de direitos e
cípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais garantias. Nesse ponto, a Constituição enumera algu-
em que a República Federativa do Brasil seja parte. mas funções importantes para desenvolvimento das
atividades do poder judiciário, ou seja, as funções
O § 2º estabelece que o rol de direitos e deveres essenciais à justiça que tem como objetivo de garantir
disposto no art. 5º é exemplificativo e não taxativo. o direito de acesso à justiça.
Portanto, podem existir outros direitos em outros dis- Assim, de acordo com o Capítulo IV da CF, de 1988
positivos da CF, de 1988, em outros diplomas legais, são funções essenciais à justiça, ao Ministério Público,
em tratados internacionais, entre outros. à Advocacia Pública e à Defensoria Pública.

Art. 5º [...]
MINISTÉRIO PÚBLICO (ART. 127 A 130 CF)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em Incumbido da ordem jurídica, dos direitos sociais e direitos in-
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, dividuais indisponíveis
por três quintos dos votos dos respectivos membros, DEFENSORIA PÚBLICA (ART. 134 A 135 CF)
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Promoção dos direitos humanos, e da defesa dos direitos cole-
tivos e individuais de forma não onerosa
O § 3º estabelece as regras para a incorporação do tra-
ADVOCACIA (ART. 131 A 133 CF)
tado internacional que verse sobre direitos humanos.
Via de regra, o tratado internacional, após a sua celebração Advocacia Pública: representa e assessora os interesses do Estado
e assinatura pelo Presidente da República, passa por refe- União: AGU

4
-7
rendo parlamentar para sua incorporação. Assim, o Poder Estados: Procuradorias Estaduais

91
Legislativo o aprova, por meio de um Decreto Legislativo,

.5
e o remete ao Presidente da República para sua ratificação, MINISTÉRIO PÚBLICO

51
por meio de Decreto. O Decreto do Executivo é, por sua vez,

.7
promulgado e publicado em Diário Oficial da União e pas- O Ministério Público é uma instituição permanen-

79
sa a ter força de lei. te, incumbido da ordem jurídica, dos direitos sociais

-0
No caso de tratado sobre direitos humanos, a CF, de e direitos individuais indisponíveis. Tem previsão no
art. 127 a 130 da CF, de 1988, tem autonomia funcional
1988, disciplinou a possibilidade de sua incorporação,
ZA
seguindo os mesmos procedimentos cabíveis para as e administrativa.
U

Ainda, o art. 127 § 1º da CF determina que são prin-


SO

Emendas Constitucionais, ou seja, dois turnos em cada


Casa do Congresso Nacional e aprovação por 3/5 dos votos. cípios institucionais do MP a unidade (membros inte-
A

Deste modo, o tratado passa a ser incorporado, no orde- gram um só órgão sob direção do procurador geral),
LV

namento jurídico, com força de norma constitucional. indivisibilidade (não tem vinculação aos processos
SI

O § 3º, do art. 5º, da CF, de 1988, foi incluído pela em que atuam) e a independência funcional (não é
A

Emenda Constitucional nº 45, de 2004. Portanto, apenas subordinado aos poderes legislativo, executivo ou
D

os tratados incorporados após essa Emenda e seguindo judiciário). Partindo desta base que os membros do
R

os parâmetros do dispositivo possuem força de norma Ministério Público elaboram suas funções.
O

O Ministério Público é chefiado pelo Procurador


YG

constitucional. Para os incorporados anteriormente,


caso se refiram aos direitos humanos, são considerados Geral da República para o mandato de dois anos (per-
H

supralegais. Para todos os demais tratados, força legal. mitida recondução ao cargo anteriormente ocupado),
L

nomeado pelo Presidente da República, dentre os


EL

Art. 5º [...] integrantes da carreira, com mais de 35 anos (art. 128,


XW

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal § 1º da CF).


A

Penal Internacional a cuja criação tenha mani-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A nomeação precisa ser aprovada por maioria


M

festado adesão. absoluta dos membros do Senado Federal, assim como


a destituição também deverá ser presidida mediante
Esse parágrafo também foi incluído pela Emenda Cons- autorização da maioria absoluta do Senado (art. 128
titucional nº 45, de 2004. O Tribunal Penal Internacional § 2º da CF).
(TPI) encontra-se disciplinado no Estatuto de Roma e tem Tem garantidos a vitaliciedade, a inamovibilidade
como finalidade julgar os crimes de genocídio, crimes de e a irredutibilidade de subsídios, ou seja, após dois
guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão. anos de exercício, não pode perder o cargo (exceção:
Atenção! Não confundir o TPI com a Corte Internacio- sentença judicial transitada em julgado) e não pode
nal de Justiça, também conhecida como Tribunal de Haia, ser removido sem ampla defesa.
que é o órgão jurídico da Organização das Nações Unidas. O ingresso na carreira ocorre através de concurso
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA público de provas e títulos, tem como requisitos ser
bacharel em direito e no mínimo três anos de ativida-
O art. 3º da Constituição relaciona os objetivos fun- de jurídica, ainda na nomeação deve ser observada a
damentais do Estado brasileiro; assegurar a igualdade ordem de classificação.
entre os brasileiros é basicamente o objetivo que o As funções atribuídas ao Ministério Público estão
Estado deve alcançar. relacionadas no art. 129 da CF, de 1988, vejamos: 203
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 129 São funções institucionais do Ministério QUE DISCUTE MATÉRIA TRIBUTÁRIA (DIREITO
Público: DOS CONTRIBUINTES À RESTITUIÇÃO DOS VALO-
I - promover, privativamente, a ação penal RES PAGOS A TÍTULO DE TAXA DE ILUMINAÇÃO
pública, na forma da lei; PÚBLICA SUPOSTAMENTE INCONSTITUCIONAL).
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos ILEGITIMIDADE ATIVA “AD CAUSAM” DO MINIS-
e dos serviços de relevância pública aos direitos TÉRIO PÚBLICO PARA, EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA,
assegurados nesta Constituição, promovendo as DEDUZIR PRETENSÃO RELATIVA À MATÉRIA TRI-
medidas necessárias a sua garantia; BUTÁRIA. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA
III - promover o inquérito civil e a ação civil DA CORTE. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.
pública, para a proteção do patrimônio públi- (ARE 694294.Tema de Repercussão Geral. STF. Min.
co e social, do meio ambiente e de outros inte- Luiz Fux, julgado em 06.05.2013, DJe em 17.10.2014)
resses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
Tema de Repercussão Geral: quando o STF analisa
representação para fins de intervenção da União e
questões relevantes sob o aspecto econômico, político,
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses social ou jurídico. Assim, a decisão tomada pelo STF
das populações indígenas; será aplicada nos processos sobrestados (processo que
VI - expedir notificações nos procedimentos admi- está suspenso aguardando a análise da Corte sobre o
nistrativos de sua competência, requisitando infor- tema de repercussão geral) sobre o mesmo tema.
mações e documentos para instruí-los, na forma da
lei complementar respectiva; ADVOCACIA PÚBLICA
VII - exercer o controle externo da atividade poli-
cial, na forma da lei complementar mencionada no Conforme prevê a Constituição Federal em seu art.
artigo anterior; 133 o advogado é essencial à administração da justiça
VIII - requisitar diligências investigatórias e a ins-
sendo inviolável por seus atos manifestos no exercício
tauração de inquérito policial, indicados os funda-
da profissão. A advocacia, no âmbito privado, atende
mentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferi- aos particulares e empresas; e a advocacia pública
das, desde que compatíveis com sua finalidade, representa e assessora os interesses do Estado.
sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- É chefiada pelo Advogado Geral da União, que deve

4
sultoria jurídica de entidades públicas. ser cidadão maior de 35 anos de notável saber jurídico

-7
e reputação ilibada, sendo nomeado pelo Presidente da

91
Observe que o Ministério Público tem capacidade República, conforme art. 131 § 1º da CF, de 1988.

.5
51
postulatória para promover o inquérito civil, ação
penal pública e ação civil pública para a proteção do

.7
Importante!

79
patrimônio público e social, do meio ambiente e de

-0
outros interesses difusos e coletivos. Conforme o art. 52, II e 102, I “c” da CF, de 1988
o Advogado Geral da União é Julgado no Senado
ZA
Ministério Público tem Poder de Investigação Federal nos crimes de responsabilidade e pelo
U

STF nos crimes comuns.


SO

O STF em tema de repercussão geral entendeu que


o Ministério Público tem poder para promover, por
A

autoridade própria investigações de natureza penal, Nas funções da advocacia pública inclui consulto-
LV

conforme a tese assim sumulada: ria, onde o advogado assessora as Autoridades Públi-
SI

cas, auxiliando o cumprimento da lei nos atos públicos


A

O Ministério Público dispõe de competência para e funções de contencioso, a qual representa em juízo
D

promover, por autoridade própria, e por prazo


os interesses do poder público.
R

razoável, investigações de natureza penal, desde


O

que respeitados os direitos e garantias que assis-


YG

Art. 131 A Advocacia-Geral da União é a instituição que,


tem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa
diretamente ou através de órgão vinculado, representa
H

sob investigação do Estado, observadas, sempre,


a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
L

por seus agentes, as hipóteses de reserva consti-


EL

tucional de jurisdição e, também, as prerrogativas termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consul-
XW

profissionais de que se acham investidos, em nosso


País, os Advogados (Lei 8.906, de 1994, artigo 7º, toria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
A

notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX),


M

sem prejuízo da possibilidade – sempre presente Cada um dos entes da União possui sua respectiva
no Estado democrático de Direito – do permanen- advocacia pública. No que tange aos estados e Distri-
te controle jurisdicional dos atos, necessariamente to Federal, os procuradores terão ingresso na carreira
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados por meio de concurso público de provas e títulos com
pelos membros dessa instituição. a participação da OAB em todas as fases. É assegura-
(STF. RE 593727 Tema de Repercussão Geral. STF. Min. Cezar da a estabilidade após três anos de efetivo exercício,
Peluso, julgado em 14.05.2015, DJe 08.09.2015) mediante avaliação de desempenho.

Conforme também já considerou o STF o Ministé- FEDERAL ESTADUAL DISTRITAL MUNICIPAL


rio Público não tem legitimidade processual para
requerer através de ação civil pública, pretensão Advocacia Procuradoria Procuradoria
Procuradoria
de natureza tributária em defesa dos contribuintes. Geral da União Geral do Geral
Geral do DF
– AGU Estado Municipal
DIREITO CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. APE-
LAÇÃO INTERPOSTA EM FACE DE SENTENÇA O Advogado Geral da União não representa a União nas
204 PROFERIDA EM SEDE DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA dívidas de natureza tributária, a representação da União
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
neste caso cabe à PGN – Procuradoria-Geral da Fazenda divididos em funcionais próprios, ou puros, e funcio-
Nacional, conforme consagra o art. 131 § 3º da CF, de 1988. nais impróprios, ou impuros.
Os crimes funcionais próprios são aqueles que
DEFENSORIA PÚBLICA serão atípicos caso não sejam praticados por funcio-
nários públicos. Segundo a doutrina, neste caso, ocor-
Instituição permanente com autonomia funcional e rerá uma hipótese de atipicidade absoluta.
administrativa que tem a atribuição da promoção dos Os crimes funcionais impróprios são aqueles que
direitos humanos, e da defesa dos direitos coletivos e indi- serão desclassificados para outras infrações penais
viduais de forma não onerosa (gratuita aos necessitados) caso não sejam praticados por funcionários públicos.
Segundo a doutrina, neste caso, ocorrerá uma hipóte-
conforme consagra o art. 5º, LXXIV da Constituição.
se de atipicidade relativa.
Já a conduta que define o crime de peculato-furto,
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
praticada por meio do verbo subtrair, será desclassi-
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ficada para o crime de furto, caso não seja praticada
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
por um funcionário público.
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
O Código Penal, em seu art. 327, define o que é fun-
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
cionário público. Vejamos:
[...]
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte-
Art. 327 Considera-se funcionário público, para os
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
de recursos;
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce
Ainda, conforme art. 134, § 1º da CF as defensorias cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
públicas se organizam em cargos de carreiras, provi- e quem trabalha para empresa prestadora de ser-
dos, na classe inicial, mediante concurso público de viço contratada ou conveniada para a execução de
provas e títulos. Aos integrantes é assegurada a garan- atividade típica da Administração Pública.
tia da inamovibilidade e proibido o exercício da advo- § 2º A pena será aumentada da terça parte quando
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
cacia fora das atribuições institucionais. ocupantes de cargos em comissão ou de função de
Os integrantes da Advocacia Geral da União e ser- direção ou assessoramento de órgão da administra-

4
-7
vidores das defensorias públicas serão remunerados ção direta, sociedade de economia mista, empresa

91
na forma de subsídio. pública ou fundação instituída pelo poder público.

.5
51
Art. 135 Os servidores integrantes das carreiras

.7
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo

79
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º Importante!

-0
[...]
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato Para o direito penal, funcionário público é aquele
ZA
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários que, embora transitoriamente ou sem remuneração,
U
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- exerce cargo, emprego ou função pública. Como é
SO

sivamente por subsídio fixado em parcela única, possível de se observar, o conceito de funcionário
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- público é bastante amplo. No § 1º, art. 327, o Código
A
LV

cional, abono, prêmio, verba de representação ou Penal equipara a funcionário público quem exerce
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual-
SI

cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,


quer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e quem trabalha para empresa prestadora de servi-
A
D

ço contratada ou conveniada para a execução de


Ainda, o subsídio deverá ser fixado ou alterado por
R

atividade típica da Administração Pública.


O

lei específica, observada a iniciativa privada de cada


YG

caso.
H

O art. 327, do CP, faz menção a cargo público,


L

emprego público e função pública. Vamos distinguir:


EL
XW

DIREITO PENAL z Cargo público é o criado por lei, com nomencla-


tura e número certo, junto à administração direta;
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

z Emprego público, por sua vez, é a função pública


M

CÓDIGO PENAL: CRIMES CONTRA A


exercida em caráter temporário ou extraordinário
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(por exemplo, diarista que presta serviço de faxina
em uma repartição pública). Assim, obtém-se por
CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS exclusão o conceito de emprego público como sendo
PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL todo aquele que não se classifica como cargo público;
z Função pública é toda e qualquer atividade que
Nos crimes contra a Administração Pública, o bem realiza os fins próprios do Estado (por exemplo,
jurídico genericamente tutelado é a moralidade ou perito judicial, estagiário do Ministério Público ou
probidade administrativa. da Defensoria Pública ou de qualquer outro órgão
Tratam-se de crimes próprios, que exigem uma con- público, juiz de direito, Presidente da Repúbli-
dição especial do sujeito ativo: ser funcionário público. ca, Governador de Estado, escreventes, Prefeitos,
Os crimes praticados por funcionário público con- vereadores, faxineiros do fórum etc.).
tra a administração em geral são chamados de crimes
funcionais. Os crimes funcionais são aqueles prati- Além dos dispositivos legais, é importante termos
cados contra a Administração Pública por indivíduo ciência de alguns julgados que estabelecem que são
que se encontra investido em uma função pública. São considerados funcionários públicos para fins penais: 205
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Diretor de organização social15; Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
z Administrador de Loteria16; § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi-
z Advogados dativos17; co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
z Médico de hospital particular credenciado/conve- ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
niado ao SUS18; subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen-
z Estagiário de órgão ou entidade públicos19. do-se de facilidade que lhe proporciona a qua-
lidade de funcionário.
Nestes termos, não são considerados funcionários
públicos para fins penais os depositários judiciais20. O crime de peculato, previsto no art. 312, do CP, é
No § 2º, do art. 327, o Código Penal apresenta uma dividido doutrinariamente da seguinte forma:
causa de aumento de pena aplicável a todos os crimes
praticados por funcionário público contra a adminis- z Peculato próprio:
tração em geral. Observe:
„ Peculato-apropriação;
A pena será aumentada de 1/3 (terça parte) quan-
„ Peculato-desvio.
do os autores dos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral forem ocu- z Peculato impróprio:
pantes de cargos em comissão ou de função de direção
ou assessoramento de órgão da administração direta, „ Peculato-furto.
sociedade de economia mista, empresa pública ou fun-
dação instituída pelo poder público. z Peculato culposo;
É importante saber que a pena não será aumen- z Peculato mediante erro de outrem (peculato
tada caso o funcionário público ocupe cargo em estelionato).
comissão ou função de direção ou assessoramento em
autarquias, por falta de previsão legal. Lembre-se de O peculato-apropriação se configura quando o fun-
que o nosso ordenamento jurídico não admite a ana- cionário público se apropriar de dinheiro, valor ou qual-
logia para prejudicar o agente. quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem
Não podemos deixar de tratar do concurso de pes- a posse em razão do cargo; por exemplo, vereador que
soas nos crimes funcionais. se apropria de bens (aparelho de celular, notebook) dos
Os crimes funcionais são crimes próprios, à medi- quais tem posse em razão do cargo (eletivo) que ocupa.

4
É muito importante que você fique atento, em rela-

-7
da em que o autor deve ser funcionário público, e, em
ção ao peculato-apropriação, ao seguinte:

91
regra, não podem serem praticados por qualquer pes-
soa. Todavia, admitem a participação e a coautoria,

.5
z Para que se configure, é necessário que o agente

51
bem como a autoria mediata.
tenha a posse do bem em razão do seu cargo;

.7
Os crimes funcionais são próprios, porém admi-
z O bem pode ser público ou particular (imagine um

79
tem a coautoria de particular, sendo possível que este
objeto particular — notebook — apreendido em

-0
venha a ser responsabilizado por delito funcional
uma delegacia de polícia);
contra a Administração Pública, desde que pratique a ZA
z O sujeito passivo é a Administração Pública; con-
infração penal em concurso com funcionário público
tudo, no caso de bem particular, o dono do bem
U
e que tenha conhecimento desta qualidade.
também será sujeito passivo do delito.
SO

Isso é decorrente da teoria monista ou unitária da ação,


prevista nos arts. 29 e 30, do CP, segundo a qual todo aquele O peculato-desvio ocorrerá quando o funcionário
A

que concorre para o crime responde para o mesmo crime.


LV

público desviar, em proveito próprio ou alheio, dinhei-


Vamos exemplificar: José, funcionário público, ro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par-
SI

convida seu amigo de infância, Jonas, para juntos sub- ticular. O funcionário público dá destinação diversa
A

traírem um computador na repartição pública em que ao bem que está sob sua responsabilidade; esse desvio
D

aquele trabalha. O funcionário público obteria facilida- será necessáriamente em proveito próprio ou alheio.
R

des para praticar o crime, já que havia ficado com a


O

Segundo posicionamento majoritário (apesar de algu-


YG

chave da repartição naquele período. No dia determi- mas posições jurisprudenciais em sentido contrário), para
nado, os agentes vão ao local e subtraem o computador. que se configure o peculato-desvio, é necessário que o bem
H

No exemplo apresentado, tanto José quanto Jonas seja desviado para integrar o patrimônio do próprio fun-
L
EL

responderão pelo crime de peculato (vamos estudar cionário público ou de terceiros, não se configurando o
suas características a seguir), já que praticaram a condu-
XW

tipo penal caso ocorra mero desvio de finalidade.


ta em concurso de pessoas e a condição de caráter pes- Uma parte minoritária da doutrina defende que,
A

soal (ser funcionário público) comunica-se aos demais para que se configure o peculato-desvio, não é neces-
M

agentes (é necessário que eles conheçam a condição). sária a intenção de assenhoramento (apoderar-se) por
Vejamos agora cada um dos crimes funcionais: parte do funcionário público, podendo se configurar
com o mero uso irregular da coisa pública, em provei-
Peculato to próprio ou alheio.
Com base no que foi exposto acima, é importante
Art. 312 Apropriar-se o funcionário público de dinhei- mencionar que o peculato de uso, em regra, é conside-
ro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou rado figura atípica.
particular, de que tem a posse em razão do cargo, Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: coisa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao
15 STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
16 STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
17 STJ. 5ª Turma. HC 264.459- SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
18 STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
19 STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/06/2012.
206 20 STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
patrimônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua inte- Exemplo 1: Carlos é funcionário público. Certo dia,
gral restituição a quem de direito, é atípico. na hora de sair, valendo-se do fato de estar sozinho
É necessário sabermos o que significa infungível. na repartição, Carlos subtrai um notebook do órgão
O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os móveis público. Está certamente configurado o crime de pecu-
que podem substituir-se por outros da mesma espécie, lato-furto, já que a condição de funcionário público de
qualidade e quantidade. Carlos foi uma facilidade para que ele subtraísse o bem.
O Código Civil não define os bens infungíveis, Exemplo 2: Michele é funcionária pública de Tribu-
mas podemos compreender que são os bens que não nal Federal. Certo dia, ao passar em frente a uma escola
podem ser substituídos por outros da mesma espécie, que se encontra próxima a sua casa, Michele percebe
quantidade e qualidade. que o vigilante esqueceu a porta dos fundos aberta,
É importante mencionar que é necessário, para estando próximo um aparelho celular da escola. Miche-
que não seja típica a conduta do peculato de uso, que le entra pela porta e subtrai o aparelho. Não há que se
o bem seja infungível e não consumível, a exemplo de falar em peculato-furto, já que a qualidade de funcioná-
um carro oficial ou de um computador. ria pública de Michele em nada contribuiu para a práti-
Caso o bem seja fungível e consumível, a exemplo ca da subtração, podendo qualquer pessoa, na mesma
do dinheiro, a conduta será típica. situação, praticar a conduta delituosa apresentada pelo
Se a conduta relacionada ao peculato de uso for exemplo. Michele responderá pelo crime de furto.
praticada por Prefeito, o fato será típico, independen- Observe que:
temente da natureza do bem, por expressa previsão
legal no inciso II, art. 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 1967. z Admite a modalidade tentada, já que se trata de
crime plurissubsistente (atos múltiplos, ou seja, o
autor entra no local, o autor subtrai a coisa);
Importante! z O bem subtraído pode ser público ou particular;
z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso
O administrador que desconta valores da folha de o bem seja particular, também será sujeito passivo
pagamento dos servidores públicos para quitação da infração penal o dono do bem;
de empréstimo consignado e não os repassa à insti- z É crime material.
tuição financeira pratica peculato-desvio, sendo des-

4
necessária a demonstração de obtenção de proveito Peculato Culposo

-7
próprio ou alheio, bastando a mera vontade de realizar

91
o núcleo do tipo21. Deste modo, podemos constatar Art. 312 […]

.5
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente

51
que basta a destinação diversa daquela que deveria
para o crime de outrem:

.7
ter o bem para que se consume o crime de pecula-
Pena - detenção, de três meses a um ano.

79
to-desvio. A obtenção de vantagem indevida é mero

-0
exaurimento do crime. Trata-se de crime formal.
O peculato culposo, previsto no § 2º, art. 312, con-
ZA
figura-se quando o funcionário público concorre cul-
U

O peculato-furto se configura quando o funcionário posamente para o crime de outrem.


SO

público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou Dos crimes praticados por funcionário público
bem, subtrai-o, ou concorre para que ele seja subtraído, contra a administração em geral, o peculato é o úni-
A
LV

em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade co que prevê expressamente a possibilidade de ser
proporcionada pela qualidade de funcionário. cometido na modalidade culposa.
SI

O peculato-furto pode ser praticado de duas formas: No peculato culposo, o funcionário público não
A

tem intenção em praticar o crime, contudo, por culpa,


D

z Subtraindo o dinheiro, valor ou bem;


R

acaba concorrendo para a subtração da coisa.


z Concorrendo para que seja subtraído o dinheiro,
O

Neste sentido, Damásio ensina que no peculato


YG

valor ou bem. culposo podem ocorrer as seguintes situações:


H

É importante mencionar que:


L

z Um funcionário, por culpa, concorre para que


EL

z Para que se configure este crime, é necessário que outro funcionário cometa peculato (caput ou § 1º);
XW

o funcionário público não tenha a posse da coisa; z Um funcionário, por culpa, concorre para que outro
funcionário ou um particular cometam o fato;
A

z O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de o bem


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

ser arrebatado pelo próprio funcionário público; z Um funcionário, por culpa, concorre para que um
z O segundo é o verbo “concorrer”, que significa indu- particular cometa o fato (furto etc.).
zir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a realizar
a subtração (por exemplo, o funcionário público dis- Vejamos: José, agente de polícia legislativa, esque-
trai os demais para que o seu amigo, que é ladrão, ce, por omissão, já que queria assistir a um jogo de
ingresse na repartição para surrupiar os bens); futebol, de trancar uma porta da Câmara Legislativa
z Para que se configure o peculato-furto, é necessá- do Distrito Federal, ao qual somente ele tem acesso.
rio que o ato seja doloso; No ambiente em que a porta se encontra, há vários
z A qualidade de funcionário público deve acarretar objetos de valor considerável para o Poder Legislativo
alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso distrital. Simba, também policial legislativo, aprovei-
não haja facilidade, o agente responderá por furto tando-se do fato de a porta estar aberta, ingressa no
normalmente. local e subtrai uma câmera fotográfica.
Neste exemplo, José poderá ser responsabilizado crimi-
Vamos trazer dois exemplos: nalmente pelo crime de peculato culposo, já que concorreu
21 APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, por maioria, julgado em 06/11/2019,
DJe 04/02/2020. 207
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
culposamente para o crime de outrem (peculato-furto de Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
Simba). O agente foi omisso ao deixar de trancar a porta, zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
fator que contribuiu para a prática da subtração. indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
matizados ou bancos de dados da Administração
Art. 312 […] Pública com o fim de obter vantagem indevida para
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do si ou para outrem ou para causar dano:
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
pena imposta. Dica
Sobre o peculato culposo, é importante saber que o A “inserção de dados falsos em sistemas de infor-
§ 3º, do art. 312, do CP, dispõe que: mação” é também chamada de peculato eletrônico.

z Se a reparação do dano resultante do peculato cul- Sujeito ativo é apenas o funcionário público autoriza-
poso ocorrer antes de a sentença transitar em jul- do a inserir ou excluir dados do sistema. Outros funcio-
gado, extingue a punibilidade; nários que não dispõem desta competência respondem
z Se a reparação do dano resultante do peculato cul- pelo crime do art. 313-B, do CP. Trata-se de crime próprio.
poso ocorrer após a sentença transitar em julgado, A fraude no sistema informatizado ou em bancos
a pena será reduzida da metade. de dados pelo funcionário competente, para obter
vantagem para si ou para outrem, caracteriza o delito
Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti- em análise, sendo que o estelionato, por ser um crime
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro menos grave, é absorvido.
de outrem: Para que este crime se configure, é necessário que as
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. condutas descritas no tipo penal sejam praticadas por fun-
cionário público autorizado a operar os sistemas informa-
O peculato mediante erro de outrem está previsto tizados ou bancos de dados da Administração Pública.
no art. 313, do CP, configurando-se quando o funcionário Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal
público se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade descreve vários verbos que podem ser praticados
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. para a sua configuração.

4
Parte da doutrina chama esta modalidade de

-7
Condutas:

91
peculato-estelionato.
Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro Inserir dados falsos;

.5
z

51
de outrem, toma posse de um bem móvel, em razão z Facilitar a inserção de dados falsos;
da função, apropriando-se do mesmo. O terceiro que

.7
z Alterar dados corretos;

79
induz o funcionário a apropriar-se do bem que rece- z Excluir indevidamente dados corretos.

-0
beu por erro será partícipe deste delito de peculato
mediante erro. É necessário, para a tipificação do delito, que as
ZA
O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente, condutas acima sejam realizadas em sistema informa-
U
isto é, posterior ao recebimento da coisa. tizado (computador) ou bancos de dados (fichários,
SO

Em um primeiro momento, o funcionário público livros ou outro meio físico) da Administração Pública.
toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro Objeto material:
A
LV

alheio, mas, posteriormente, após detectar o erro,


z Sistemas informatizados ou bancos de dados da
apropria-se da coisa.
SI

Administração Pública.
É importante levar em consideração as seguintes carac-
A
D

terísticas do crime de peculato mediante erro de outrem: Finalidade (dolo específico):


R
O

z É crime material, que se consuma quando o agen- z Obter vantagem indevida para si ou para outrem;
YG

te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti- z Causar dano.


H

lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder


O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico,
L

por erro de outra pessoa, passando a agir como se


EL

que consiste no fim de obter vantagem indevida para


dono fosse;
XW

si ou para outrem ou causar dano à Administração


z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali-
Pública ou a uma terceira pessoa.
dade tentada;
A

Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar


M

z O funcionário público deve receber a coisa em


dano, haverá o crime do art. 313-B, do CP.
razão do cargo que exerce; O crime consuma-se com a conduta, independen-
z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso temente do resultado. Trata-se de crime formal, que
o bem seja particular, também será sujeito passivo se caracteriza ainda que a vantagem ou o dano alme-
o dono do bem; jado não se verifique.
z Parte da doutrina entende que se a pessoa for induzi- Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser
da a erro, se configura o crime de estelionato, previsto surpreendido antes de ultimar a conduta — por exem-
no art. 171, do CP, sendo necessário, para caracteriza- plo, agente é flagrado quando iniciava a supressão dos
ção do crime de peculato mediante erro de outrem, dados corretos.
que a vítima entregue a coisa por erro próprio.
Modificação ou Alteração Não Autorizada de
Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Sistemas de Informação
Informação
O crime de modificação ou alteração não autori-
O crime de inserção de dados falsos em sistemas zada de sistemas de informação está previsto no art.
208 de informação está previsto no art. 313-A, do CP: 313-B, do Código Penal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 313-B Modificar ou alterar, o funcionário, Sujeito ativo é apenas o funcionário público respon-
sistema de informações ou programa de infor- sável pela guarda do livro oficial ou documento. Se a
mática sem autorização ou solicitação de autori- conduta for praticada por outro funcionário público, o
dade competente: crime será o previsto no art. 337, do CP. Caso seja prati-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, cado por advogado ou procurador, que inutiliza docu-
e multa. mento ou objeto do processo, o enquadramento será no
Parágrafo único. As penas são aumentadas de
art. 356, do CP.
um terço até a metade se da modificação ou altera-
O delito em estudo é subsidiário, pois só será apli-
ção resulta dano para a Administração Públi-
ca ou para o administrado. cado se não houver outro crime mais grave.
Assim, o funcionário público que recebe dinheiro
Trata-se de crime próprio, sendo praticado somen- para destruir livro ou documento responderá apenas
te por funcionário público, qualquer que seja a sua pelo crime de corrupção passiva, que é mais grave.
função, estando autorizado ou não a manipular sis- Por fim, quando se tratar de livros ou documentos
temas de informações ou programas de informática. relativos a tributos, o funcionário que tinha a guar-
A consumação deste crime se dá com a modifica- da e praticou uma das condutas acima responderá
ção ou alteração não autorizada do sistema. Não é pelo crime do inciso I, art. 3º, da Lei nº 8.137, de 1990,
necessário um especial fim de agir. quando o fato acarretar pagamento indevido ou ine-
Caso o funcionário público seja autorizado ou pra- xato de tributo.
tique a conduta por solicitação da autoridade compe-
tente, o fato será atípico. Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas
A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um
terço) até metade caso da modificação ou alteração Art. 315 Dar às verbas ou rendas públicas aplica-
resulte dano para a Administração Pública ou para o ção diversa da estabelecida em lei:
administrado. Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Fique atento às diferenças entre os tipos penais
do crime de inserção de dados falsos em sistemas de Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res-
informação e do crime de modificação ou alteração pondendo este pelo crime previsto em lei específica, o
não autorizada de sistemas de informação: Decreto nº 201, de 1967.

4
-7
Exige que o emprego irregular aconteça em benefício

91
da própria Administração Pública, contrariando a legisla-
MODIFICAÇÃO

.5
ção, não podendo o agente desviar as verbas ou rendas em
INSERÇÃO DE DADOS OU ALTERAÇÃO

51
benefício próprio, sob pena de responder por outro crime.
FALSOS EM SISTEMAS NÃO AUTORIZADA

.7
Vamos exemplificar: a Câmara Legislativa do
DE INFORMAÇÃO DE SISTEMAS DE

79
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de
INFORMAÇÃO

-0
reais para construção de uma passarela. A autoridade
Verbos: Inserir, facilitar a pública competente utiliza a verba mencionada para
ZA
inserção, alterar, excluir Verbos: modificar ou a construção de uma escola.
U

indevidamente alterar Pronto, configurou-se o crime de emprego irregular


SO

Deve ser praticado por Se praticado por funcio- de verbas ou rendas públicas. O agente deu às verbas
funcionário autorizado nário autorizado, será fato públicas destinação diversa daquela estabelecida em lei.
A
LV

Exige dolo específico de atípico Observe que a destinação da verba ocorreu no inte-
obter vantagem indevida Não exige dolo específico resse da administração, já que, caso se dê em benefí-
SI

ou de causar dano cio próprio, o agente responderá por outro crime.


A

É importante mencionar a aplicação da excludente


D

de ilicitude do estado de necessidade: caso o empre-


R

Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou


O

go se dê devido a uma situação de perigo iminente


YG

Documento (utilizou-se verba pública destinada ao esporte para


se construir um abrigo durante perigo de chuvas que
H

Está previsto no art. 314, do Código Penal. desabrigaram grande parte da população), o fato será
L
EL

típico, mas não será antijurídico.


Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer docu- Sobre o emprego irregular de verbas ou rendas
XW

mento, de que tem a guarda em razão do cargo; públicas, é importante mencionar:


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:


M

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não z Este crime será praticado pelo funcionário público
constitui crime mais grave. que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren-
das públicas, podendo delas dispor;
Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer z Não exige nenhum fim específico;
desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar z Não admite a modalidade culposa;
(tornar imprestável). z Admite a tentativa;
Sobre este crime, é importante que você saiba: z Não exige a ocorrência de dano pela Administra-
ção Pública para a sua configuração.
z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvi-
do quando o fato constitui crime mais grave), res- Concussão
pondendo por ele, o funcionário público, apenas se
não se configurar crime mais grave; Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta
z Não admite a modalidade culposa; ou indiretamente, ainda que fora da função ou
z Admite tentativa; antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta-
z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser gem indevida:
parciais ou totais. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 209
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No crime de concussão, o funcionário público, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
valendo-se de sua autoridade, exige (conduta mais vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
forte do que apenas pedir) o pagamento de vanta- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
gem não devida pela pessoa. O particular, por temer
qualquer represália por parte do funcionário público, Exação significa correção, exatidão.
pode ou não pagar a vantagem indevida.
Vamos exemplificar: funcionário público, agen-
te de trânsito, exige de particular a quantia de R$ Importante!
2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de
levá-lo indevidamente ao pátio do Detran. São duas as formas de cometer este delito:
A vantagem indevida, segundo posicionamento � Exigência indevida de tributo ou contribuição
majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo social;
ser qualquer outra vantagem. � Cobrança devida de tributo ou contribuição
É importante mencionar que a concussão ocorrerá em social, mas de forma vexatória ou gravosa.
razão da função do agente público, não se exigindo que o
fato seja praticado no efetivo desempenho das atribuições
do cargo. Sendo assim, este crime pode ser cometido por O núcleo do tipo é o verbo exigir que, diferentemente
funcionário público de férias e, segundo a doutrina domi- do que ocorre no crime de concussão, não significa uma
nante, nomeado, mas não empossado (antes de assumir). ameaça, mas sim a simples cobrança indevida.
A violência ou grave ameaça (morte, prisão) não A cobrança é indevida quando o tributo ou a con-
são elementos integrantes do crime de concussão. tribuição social não existe ou então já foi pago, bem
Se o funcionário público exigir o pagamento de van- como na hipótese em que a cobrança é excessiva, em
tagem indevida, mediante violência ou grave ameaça, valor maior que o devido.
estará cometendo o crime de extorsão, previsto no art. O elemento subjetivo do tipo é o dolo, que consiste
158, do Código Penal. no fato de o agente ter consciência, ou dúvida, de que
Sobre a concussão, é importante que você conheça se trata de uma cobrança indevida.
as seguintes informações, frequentemente cobradas Na segunda modalidade criminosa, cobrança
em prova: vexatória ou gravosa, o tributo ou contribuição social
é devido. O problema reside no “modus operandi” da

4
� Não pode ser praticada na modalidade culposa;

-7
cobrança, que é feita de forma vexatória, humilhante,
z Trata-se de crime formal, que se consuma com a

91
ou gravosa, vale dizer, com a imposição de medidas
prática da exigência, sendo o recebimento da van-

.5
totalmente desnecessárias.
tagem mero exaurimento do crime;

51
Neste caso, o crime consuma-se com a simples
z O particular, de quem se exigiu a vantagem inde-

.7
cobrança vexatória ou gravosa, independentemente

79
vida, é sujeito passivo secundário deste crime. A do recebimento.
Administração Pública é o sujeito passivo primário;

-0
Admite-se a tentativa quando a cobrança vexató-
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for ria ou gravosa é realizada por escrito, mas, por cir-
ZA
possível fracionar o iter criminis, a exemplo da con- cunstâncias alheias à vontade do agente, é descoberta
U
cussão praticada mediante carta endereçada à vítima; antes que a vítima tomasse conhecimento.
SO

z É possível praticar a concussão indiretamente, Vejamos: José, funcionário público da prefeitu-


quando, por exemplo, o funcionário público exige a ra do Município de Simplicidade, sabendo que seu
A

vantagem indevida por intermédio de outra pessoa.


LV

vizinho, Márcio, deve dez mil reais em tributo, para


cobrá-lo, coloca uma faixa enorme na entrada da rua,
SI

É importante diferenciar concussão e corrupção com a seguinte frase escrita: “Márcio, deixe de ser
A

passiva: irresponsável e pague os dez mil reais que você deve


D

de tributo à prefeitura”.
R

Tem no núcleo do tipo o verbo “exi-


O

No exemplo, José cobrou imposto devido, fazendo


gir” — há um caráter intimidativo na
YG

CONCUSSÃO uso de meio vexatório, não autorizado por lei, confi-


conduta gurando-se, assim, o excesso de exação.
H

O ato de exigir é algo impositivo Sobre o excesso de exação, é importante mencionar:


L
EL

Tem os verbos “solicitar ou receber, ou


aceitar” z Não admite a modalidade culposa, pois a expres-
XW

Solicitar é pedir, o que, portanto, não são “que sabe” é dolo direto, e a expressão “devia
A

CORRUPÇÃO pressupõe intimidação saber” é dolo eventual;


M

PASSIVA Receber e aceitar pressupõem uma z Admite a tentativa quando for possível fracionar o
conduta ativa do particular, ou seja, iter criminis, a exemplo do excesso de exação prati-
além de não ocorrer intimidação, há cado mediante carta endereçada à vítima.
uma conduta inicial do terceiro
Art. 316 […]
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
Excesso de Exação de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
lher aos cofres públicos:
O excesso de exação, previsto no § 1º, art. 316, do CP, é
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
uma forma de concussão. Configura-se quando o funcio-
nário público exige tributo ou contribuição social, que sabe
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na Se o funcionário desviar, em proveito próprio ou
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
lher aos cofres públicos, responderá por excesso de
Art. 316 [...] exação na modalidade qualificada.
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribui- Quando observamos a forma qualificada do exces-
210 ção social que sabe ou deveria saber indevido, so de exação, é possível compreender que o tipo penal
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
não exige que o funcionário público tenha a intenção Quando praticada por meio do verbo receber, é
de ficar para si ou para outro aquilo que recebeu. Caso crime material, que exige o efetivo recebimento
o faça, responderá pelo crime na forma qualificada. para se consumar (§ 2º, art. 317, do CP);
Na concussão propriamente dita, exige-se que o fun- z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for
cionário público pratique a conduta visando obter a possível fracionar o iter criminis, a exemplo da cor-
vantagem indevida para si ou para outrem, constituin- rupção passiva praticada mediante emprego de carta;
do-se, assim, elemento de distinção entre os tipos penais. z É possível praticar a corrupção passiva indiretamen-
te, quando, por exemplo, o funcionário público exige
Corrupção Passiva a vantagem indevida por meio de outra pessoa.

Art. 317 Solicitar ou receber, para si ou para É importante realizar um breve paralelo com o cri-
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora me de corrupção ativa, que será estudado no tópico dos
da função ou antes de assumi-la, mas em razão crimes cometidos por particulares contra a administra-
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa ção em geral, que é aquela em que o particular oferece
de tal vantagem: ou promete vantagem indevida a funcionário público.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Atenção! Na corrupção passiva, o particular que
paga a vantagem indevida solicitada pelo funcio-
A corrupção passiva, prevista no art. 317, do Códi- nário público não pratica crime algum, por falta de
go Penal, se configura quando o funcionário público tipicidade penal.
solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou O crime de corrupção, seja ativa ou passiva, é unila-
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de teral e formal — são independentes em si. A comprova-
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ção de um dos crimes não pressupõe a do outro.
aceitar promessa de tal vantagem. A corrupção passiva possui uma forma privilegiada.
A doutrina classifica a corrupção passiva em pró-
pria ou imprópria, antecedente ou subsequente: Art. 317 […]
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
z Própria: Quando o funcionário público pratica os retarda ato de ofício, com infração de dever funcio-
verbos do tipo penal para praticar ato ilícito (por nal, cedendo a pedido ou influência de outrem:
exemplo, oficial de justiça recebe dinheiro para Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

4
-7
retardar o cumprimento do mandado de citação);

91
z Imprópria: Quando o funcionário público pratica Observe que na corrupção passiva privilegiada

.5
os verbos do tipo penal para praticar ato lícito (por o agente pratica a conduta não com a finalidade de

51
exemplo, escrevente solicita dinheiro para que a conseguir alguma vantagem indevida, mas sim com

.7
certidão seja expedida dentro do prazo); a finalidade de ceder a pedido ou influência de outro.

79
z Antecedente: Quando a vantagem indevida é Trata-se de crime material e consuma-se quando

-0
entregue ao funcionário público antes de sua ação o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda o
ou omissão (por exemplo, juiz recebe vantagem ZA
ato de ofício.
indevida para prolatar sentença absolutória);
Por outro lado, a pena da corrupção passiva será
U

z Subsequente: Quando a vantagem indevida é


SO

aumentada de 1/3 (um terço) se, em consequência


entregue ao funcionário público depois de sua
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
A

ação ou omissão (por exemplo, após retardar o


deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
LV

processo até levá-lo à prescrição, o juiz solicita


vantagem indevida ao réu). infringindo dever funcional.
SI
A

Art. 317 […]


D

Observe que a corrupção passiva pode ser direita


§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em con-
R

ou indireta:
O

sequência da vantagem ou promessa, o funcionário


YG

retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício


z Direta: quando é o próprio funcionário público
ou o pratica infringindo dever funcional.
H

que solicita, recebe ou aceita promessa de vanta-


L

gem indevida;
EL

z Indireta: quando uma interposta pessoa, em con-


Importante!
XW

luio com o funcionário público, solicita, recebe


ou aceita promessa de vantagem indevida. Nesse Não seja surpreendido por pegadinhas em pro-
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

caso, tanto o “testa de ferro” quanto o funcionário


M

va: a corrupção passiva e a concussão diferen-


público responderão por corrupção passiva.
ciam-se nos verbos que configuram o tipo penal
Entende a doutrina majoritária que o mero presen- incriminador.
te recebido pelo funcionário público, por gratidão ou � Corrupção passiva: solicitar, receber ou acei-
amizade (por exemplo, uma lembrancinha de natal) tar promessa;
não configura o crime de corrupção passiva. � Concussão: exigir.
A vantagem indevida, segundo posicionamento
majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo
ser qualquer outra vantagem. Facilitação de Contrabando ou Descaminho
Sobre a corrupção passiva, leve em consideração que:
O crime de facilitação de contrabando ou descami-
z Não pode ser praticada na modalidade culposa; nho está previsto no art. 318, do CP.
z Trata-se de crime formal, quando praticada por
meio dos verbos solicitar e aceitar promessa, que Art. 318 Facilitar, com infração de dever funcio-
se consuma com a conduta, sendo o efetivo recebi- nal, a prática de contrabando ou descaminho
mento da vantagem mero exaurimento do crime. (art. 334): 211
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. O crime de prevaricação é dividido em:

Se configura quando o funcionário público facili- z Própria: prevista no art. 319, do Código Penal;
tar, com infração de dever funcional, a prática de con- z Imprópria: prevista no art. 319-A, do Código Penal.
trabando ou descaminho.
Contrabando é a exportação ou a importação do A prevaricação própria se configura quando o
território nacional de uma mercadoria proibida. funcionário público retardar ou deixar de praticar,
Descaminho é a exportação ou importação do terri- indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
tório nacional de uma mercadoria lícita, mas median- posição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
te sonegação dos direitos ou impostos devidos. sentimento pessoal.
O núcleo do tipo é o verbo facilitar, que signifi- O crime em estudo não se confunde com a corrup-
ca viabilizar, tornar mais simples o contrabando ou ção passiva privilegiada, em que o agente age ou deixa
descaminho. de agir cedendo a pedido ou influência de outrem.
O elemento subjetivo é o dolo que pode ser direto Na prevaricação, não existe esse pedido ou influên-
ou eventual. cia. O agente toma a iniciativa de agir ou se omitir para
Relembrando: satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, se
um fiscal flagra um desconhecido cometendo irregulari-
z Dolo direto (determinado): ocorre quando o agen- dade e deixa de autuá-lo em razão de insistentes pedidos
te prevê determinado resultado, dirigindo sua con- deste, há corrupção passiva privilegiada, mas, se o fiscal
duta na busca de realizar esse mesmo resultado; deixa de autuar porque percebe que a pessoa é um anti-
z Dolo eventual: o agente prevê pluralidade de go amigo, configura-se a prevaricação.
resultados, porém dirige sua conduta na realiza- A prevaricação poderá ser praticada de três for-
ção de um deles. Quer um resultado, mas aceita o mas diferentes:
outro resultado.
� Retardar indevidamente a prática de ato de ofício;
Observa-se que o crime se consuma com a primei- z Deixar de praticar indevidamente ato de ofício;
ra conduta que facilita o contrabando ou descaminho, z Praticar ato de ofício contra disposição expressa

4
ainda que não haja efetivamente a entrada ou saída de lei.

-7
da mercadoria do território nacional.

91
Trata-se de crime formal, pois se consuma com a O crime de prevaricação exige um fim específico

.5
conduta, independentemente da ocorrência do con-

51
de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
trabando ou descaminho.

.7
Não confundir com o crime de corrupção passiva pri-
Admite-se a tentativa quando o agente se empenha

79
vilegiada (estudado anteriormente). Vejamos a tabela
para realizar a conduta de facilitar o contrabando ou

-0
a seguir para facilitar seu entendimento:
descaminho, mas é surpreendido antes de concluí-la. ZA
É possível extrair da leitura do tipo penal que o cri-
me será praticado pelo funcionário público que tem o CORRUPÇÃO PASSIVA
U
PREVARICAÇÃO
PRIVILEGIADA
SO

dever funcional de evitar a prática dos crimes de con-


trabando e descaminho. Praticar, deixar de praticar Retardar ou deixar de
A

A doutrina dominante entende que, caso o funcionário ou retardar ato de ofício praticar ato de ofício
LV

público não tenha o dever funcional de evitar a prática do


Para satisfazer interesse
SI

contrabando ou descaminho, responderá como partícipe


Cedendo a pedido ou ou sentimento pessoal
A

do crime de contrabando ou do crime de descaminho.


D

influência de outrem (não há atuação de


Sobre este crime, é pertinente saber:
R

terceiro)
O
YG

z Pode ser praticado de forma comissiva (quando o


funcionário indica uma forma de o contrabandista Você pode entender interesse ou sentimento pes-
H

desviar-se da fiscalização), ou omissiva (quando soal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio,
L
EL

o funcionário, ciente de que há produto de desca- amizade, preguiça, entre outros.


minho em um compartimento, não o inspeciona,
XW

liberando as mercadorias); Dica


A

z Não admite a modalidade culposa;


M

z É crime formal, que se consuma com a facilitação, Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
independente ou não de o agente conseguir prati- � Não admite a forma culposa;
car o contrabando ou o descaminho; � Pode ser praticada de forma omissiva (retar-
z Admite a tentativa somente na forma comissiva, dar ou deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
quando o funcionário público indica o método de
� Admite tentativa apenas quando praticado de
se desviar da fiscalização, mas outro servidor impe-
forma comissiva.
de o desvio;
z A competência é da Justiça Federal. Tentativa na prevaricação:
� Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
Prevaricação ato de ofício: não admite tentativa;
� Praticar ato de ofício contra disposição expres-
Art. 319 Retardar ou deixar de praticar, indevida- sa de lei: admite tentativa.
mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou senti- Art. 319-A Deixar o Diretor de Penitenciária e/
mento pessoal: ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
212 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou similar, que permita a comunicação com CORRUPÇÃO CONDES-
outros presos ou com o ambiente externo: PREVARICA-
PASSIVA CENDÊNCIA
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. ÇÃO
PRIVILEGIADA CRIMINOSA
O agente deixa O agente deixa O agente deixa
A prevaricação imprópria se configura quando o
de praticar ato de praticar ato de praticar ato
diretor de penitenciária e/ou agente público deixar
de ofício ceden- de ofício para de ofício (res-
de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a
do a pedido ou satisfazer sen- ponsabilizar o
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
influência de timento ou inte- subalterno) por
a comunicação com outros presos ou com o ambiente
outrem resse pessoal indulgência
externo.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser pratica-
do pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário Advocacia Administrativa
público que tem o dever funcional de impedir que o
preso tenha acesso a aparelho de comunicação com O crime de advocacia administrativa, previsto no
outros presos ou com o ambiente externo. art. 321, do Código Penal, pode ser praticado na moda-
Sobre a prevaricação imprópria, é importante ressaltar: lidade simples ou qualificada.

z Não admite a forma culposa; Art. 321 Patrocinar, direta ou indiretamente, inte-
z Não admite tentativa. resse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa
Condescendência Criminosa
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
A condescendência criminosa está prevista no art. multa.
320, do Código Penal:
Modalidade simples: configura-se quando o fun-
Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, cionário público patrocinar, direta ou indiretamente,
de responsabilizar subordinado que cometeu interesse privado perante a Administração Pública,
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte

4
valendo-se da qualidade de funcionário.

-7
competência, não levar o fato ao conhecimento É necessário que a condição de funcionário públi-

91
da autoridade competente:
co proporcione alguma facilidade ao sujeito ativo, que

.5
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
patrocina interesse de terceiro, pessoa privada; caso não

51
haja facilidade alguma proporcionada pelo cargo, o fato

.7
Este crime pode ser praticado de duas formas: será atípico.

79
O agente pode praticar este crime de diversas

-0
z Quando o funcionário público, por indulgência, maneiras, como, por exemplo, fazendo uma petição,
deixar de responsabilizar o subordinado que solicitando um benefício.
ZA
cometeu infração no exercício do cargo; Modalidade qualificada: o crime de advocacia
U

z Quando o funcionário público, que não é competen-


SO

administrativa será qualificado caso o interesse pri-


te para responsabilizar aquele que cometeu infração vado seja ilegítimo.
A

no exercício do cargo, por indulgência, não levar o


LV

fato ao conhecimento da autoridade competente. � Forma simples: interesse privado legítimo;


SI

z Forma qualificada: interesse privado ilegítimo.


A

A doutrina majoritária entende que o crime de


D

condescendência criminosa só pode ser praticado por Sobre a advocacia administrativa, fique atento em
R

superior hierárquico, que, dolosamente, se omite. O sua prova:


O

funcionário que foi beneficiado não responde pelo


YG

delito em tela. z Não admite a modalidade culposa;


H

Você pode entender indulgência como compaixão, z É crime formal, que se consuma com a conduta,
L

pena, piedade, clemência.


EL

não se exigindo que se atinja o interesse privado


Há um requisito que deve ser cumprido para a pleiteado;
XW

prática da condescendência criminosa: uma infração z Segundo doutrina majoritária, admite tentativa
A

funcional (que pode ser uma violação administrativa


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

quando for possível se fracionar o iter criminis;


M

ou penal) praticada por subordinado no exercício das z É desnecessário que o fato ocorra na própria repar-
atribuições do seu cargo. tição em que trabalha o agente. Este pode usar da
A consumação dá-se quando o superior toma sua qualidade de funcionário para pleitear favores
conhecimento da infração e não providencia imedia- em qualquer esfera da Administração.
tamente a responsabilização do infrator ou não comu-
nica o fato à autoridade competente. Violência Arbitrária
Sobre a condescendência criminosa, fique atento:
Art. 322 Praticar violência, no exercício de função
z Não admite a forma culposa; ou a pretexto de exercê-la.
z É crime omissivo; Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
z Não admite tentativa. pena correspondente à violência.

Como é possível observar, os crimes de corrupção Este delito encontrava divergência quanto a sua
passiva privilegiada, prevaricação e condescendência aplicação, tendo em vista as edições realizadas pela
criminosa possuem características similares. Vejamos Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869, de 2019).
as diferenças: Esta discussão não mais possui fundamento, sendo 213
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que esta lei não tipificou o crime de violência arbitrá- norma penal em branco, visto que a definição da fai-
ria. Sendo assim, o delito ainda se encontra em vigor. xa de fronteira é fornecida pela Lei nº 6.634, de 1979,
A prática da violência deve dar-se em razão da compreendendo um raio de 150 (cento e cinquenta)
função pública, não havendo a exigência de que seja quilômetros ao longo das fronteiras nacionais.
praticada no efetivo desempenho das funções do car- O fundamento desta qualificadora é a proteção à
go, podendo, portanto, ser praticada, por exemplo, soberania nacional que, nas fronteiras, torna-se mais
por um funcionário público que se encontre de folga. vulnerável.
Sobre esse crime, leve em consideração os seguin- Exige-se que o abandono se dê por um prazo rele-
tes pontos: vante, apesar de o Código Penal não fixar prazo determi-
nado. Entende a doutrina que o prazo será fixado pelo
z A violência arbitrária não admite a forma culposa, estatuto a que estiver submetido o funcionário público.
devendo ser praticada dolosamente; Em regra, o prazo será de 30 (trinta) dias — prazo
z Admite tentativa; previsto na maioria dos estatutos de servidores públicos.
z Segundo Rogério Greco, o objeto material será o
administrado contra o qual é praticada a violência
arbitrária; Dica
z A violência tem que ser praticada arbitrariamente, Sobre o crime de abandono de função, leve para
não se enquadrando neste tipo penal as hipóteses
a sua prova:
de uso necessário e progressivo da força, admiti-
das em lei; � É crime omissivo;
z O crime aperfeiçoa-se ainda que as vítimas da � Não admite tentativa;
agressão não sofram lesões; � Só pode ser praticado dolosamente — não
z Caso alguma das vítimas sofra lesão ou morra, o admite a culpa.
agente responderá por este crime e pelo crime cor-
respondente à violência praticada (lesões corpo- Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
rais ou homicídio). Prolongado

Abandono de Função Este crime está previsto no art. 324, do CP.

4
-7
O crime de abandono de função está tipificado no Art. 324 Entrar no exercício de função pública antes de

91
art. 323, do CP. satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,

.5
sem autorização, depois de saber oficialmente que foi

51
Art. 323 Abandonar cargo público, fora dos casos exonerado, removido, substituído ou suspenso:

.7
permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

79
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

-0
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de
ZA
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na fai- função pública afeta a prestação de serviços públicos.
U

xa de fronteira: Conduta típica: entrar no exercício de função pública


SO

Pena - detenção, de um a três anos, e multa. antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
A

exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente


LV

A conduta típica é: abandonar cargo público, fora que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
dos casos permitidos em lei.
SI

Este crime pode ser praticado de duas formas:


O nome do crime é abandono de função, porém,
A

o tipo penal fala em abandono de cargo público. É


D

z Entrar no exercício de função pública antes de


importante que você saiba que o conceito de função
R

satisfeitas as exigências legais;


O

pública é mais amplo que o de cargo público (não há


z Continuar a exercer a função pública, sem autori-
YG

cargo sem função, mas há função sem cargo).


zação, depois de saber oficialmente que foi exone-
Sendo assim, não haverá crime se ocorrer mero aban-
H

rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido


dono de função pública (apesar do nome) ou de emprego
L

que o funcionário público tenha sido oficialmente


EL

público, mas tão somente no caso de abandono de cargo


público (não se admite a analogia in malam partem). comunicado sobre sua exoneração, remoção, subs-
XW

Trata-se de um crime de mão própria, ou seja, só tituição ou suspensão. Neste aspecto, ressalta-se
A

pode ser praticado pelo funcionário público ocupante que o crime é instantâneo e prescinde de habitua-
M

do cargo que foi abandonado. Este abandono deve ser lidade da conduta para sua consumação.
por tempo juridicamente relevante.
De acordo com posicionamento doutrinário majoritá- Observe que o exercício funcional ilegalmente ante-
rio, as hipóteses de greve não configuram este tipo penal. cipado ou prolongado somente pode ser praticado por
As hipóteses em que o agente abandona o cargo funcionário público já nomeado, mas ainda sem ter
público, admitidas em lei, não configuram o crime de cumprido todas as exigências legais (1ª parte), ou então
abandono de função. pelo indivíduo que era funcionário público, porém dei-
O crime de abandono de função tem circunstân- xou de sê-lo em razão de ter sido oficialmente exone-
cias que o qualificam: rado, removido, substituído ou suspenso (parte final).
Em ambas as hipóteses, o crime é de mão própria,
z Se o fato resulta prejuízo público; de atuação pessoal ou de conduta infungível, pois
z Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa somente pode ser cometido pela pessoa expressamen-
de fronteira. te indicada no tipo penal.
Se um particular entrar no exercício da função
Cabe destacar a qualificadora do § 2º, que diz res- pública, a ele deverá ser imputado o crime de usurpa-
214 peito à faixa de fronteira. Essa qualificadora é uma ção de função pública (art. 328, do CP).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre o tipo penal em comento, é importante saber: Art. 326 Devassar o sigilo de proposta de concor-
rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
z Não admite a forma culposa; de devassá-lo:
z Admite tentativa. Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Violação de Sigilo Funcional CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA


A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
O crime de violação de sigilo funcional encontra-se
previsto no art. 325, do Código Penal: Os crimes praticados por particular contra a Admi-
nistração Pública estão previstos entre os arts. 328 e
Art. 325 Revelar fato de que tem ciência em razão 337-A, do Código Penal.
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou Tratam-se de crimes comuns, que não exigem
facilitar-lhe a revelação: nenhuma condição ou qualidade especial do sujeito
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul- ativo, podendo ser praticados por qualquer pessoa.
ta, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: Usurpação de Função Pública
I - permite ou facilita, mediante atribuição, forne-
cimento e empréstimo de senha ou qualquer outra O crime de usurpação de função pública se confi-
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste- gura quando o agente usurpar o exercício de função
mas de informações ou banco de dados da Adminis- pública.
tração Pública;
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Art. 328 Usurpar o exercício de função pública:
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis- Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
tração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Usurpar significa apoderar-se, tomar algo pela for-
ça ou sem direito.
Este delito irá se configurar quando o agente público Inicialmente, é importante que você não confunda
revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que o usurpador de função com o funcionário ou agente

4
deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. público de fato (assunto bastante cobrado, tanto na

-7
Este crime pode ser praticado de duas formas: disciplina direito penal, quanto na disciplina direito

91
administrativo):

.5
z Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo

51
e que deva permanecer em segredo;

.7
z Usurpação de função pública: o agente exerce a
z Facilitar a revelação de fato de que tem ciência em

79
função sem nenhum tipo de investidura, apode-
razão do cargo e que deva permanecer em segredo.

-0
rando-se dela. É crime;
z Funcionário ou agente de fato: o agente exerce a
ZA
É importante mencionar que o agente toma conhe-
função pública, por ter ocorrido alguma irregula-
cimento do fato em relação ao qual deve permanecer
U

ridade. Não é crime.


SO

em segredo em razão do cargo que ocupa, não se exi-


gindo que tenha sido no efetivo desempenho das atri-
A

buições do cargo.
LV

Logo, o crime pode ser praticado no caso de o Importante!


SI

agente tomar conhecimento do fato durante período Segundo posicionamento doutrinário majoritá-
A

de licença, mas em razão do cargo. rio, é necessário, para fins de consumação, que
D

O Código Penal apresenta duas formas equipara- o agente execute algum ato inerente ao exercício
R

das do crime de violação de sigilo funcional. Observe:


O

da função, não configurando o crime a mera apre-


Incorrerá nas mesmas penas o funcionário público
YG

sentação a terceiros como funcionário público.


que:
H
L

z Permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-


EL

Vamos exemplificar:
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra
XW

Exemplo 1: Antônio apresenta-se como policial


forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste- militar para seus conhecidos como forma de se autova-
A

mas de informações ou banco de dados da Admi-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lorizar. Não há que se falar em configuração do crime


M

nistração Pública; de usurpação de função pública, já que o agente não


z Utiliza-se, indevidamente, do acesso restrito.
praticou nenhum ato inerente ao exercício da função
policial militar, podendo, conforme o caso, configurar
Forma qualificada: se da ação ou omissão resulta outra infração penal.
dano à Administração Pública ou a outrem.
Exemplo 2: Antônio adquire, fraudulentamente,
Sobre este crime, fique atento:
uma farda da polícia militar. Em determinado dia, ele
promove uma falsa barreira e passa a abordar as pes-
z Só será praticado dolosamente — não admite for-
soas que nela passam. Há a prática do crime de usur-
ma culposa;
pação de função pública, já que o agente praticou ato
z Em regra, não admite tentativa, salvo casos excep-
inerente ao exercício da função policial militar.
cionais, a exemplo de ser praticado na forma escrita.
Não confunda o crime de usurpação de função
pública com o crime exercício funcional ilegalmente
Violação de Sigilo de Proposta de Concorrência antecipado ou prolongado:

Este tipo penal era previsto no art. 326, e foi revo-


gado pelo art. 337-J, também do Código Penal. 215
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXERCÍCIO FUNCIO- Sobre a resistência, é importante que você leve em
USURPAÇÃO DE FUN- NAL ILEGALMENTE consideração:
ÇÃO PÚBLICA: ANTECIPADO OU
PROLONGADO: z Deve ser praticada dolosamente;
z A oposição constitui um ato positivo, devendo o
O agente não possui víncu- O agente possui algum agente empregar violência ou grave ameaça;
lo algum com a Adminis- tipo de vínculo com a Ad- z O emprego de violência ou ameaça contra dois ou
tração Pública (em relação ministração Pública mais funcionários públicos, em uma situação fáti-
à função usurpada) É crime praticado por fun- ca, configura crime único22.
É crime praticado por par- cionário público contra a
ticular contra a Adminis- Administração Pública O direito brasileiro não pune a resistência passiva,
tração Pública que é aquela em que o agente resiste ao ato sem o uso
de violência ou ameaça, a exemplo daquele que, ao
Há uma forma qualificada do crime de usurpação ser preso, deita-se no chão para impedir o ato.
de função pública: A violência ou ameaça deve ser empregada contra
pessoa, não constituindo o crime se empregada contra
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere coisa (posição dominante).
vantagem: É crime formal, que se consuma com a prática
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. da violência ou ameaça.
Admite tentativa, nas hipóteses de fracionamento
Ocorre se, do fato, o agente auferir vantagem do iter criminis.
(qualquer tipo de vantagem e não necessariamente
financeira). z Resistência qualificada: se, em razão da resistên-
Sobre o crime de usurpação de função pública, é cia, o ato não se executa.
importante que você leve em consideração:
Por fim, leve para a sua prova: o agente responde-
z Não admite a modalidade culposa; rá pela resistência e pela violência empregada.
z Admite tentativa; Vejamos: se, para se opor à execução de ato legal
z Pode ser praticado por funcionário público, segun- praticado por funcionário competente, o particular

4
-7
do posicionamento que prevalece, mas a função usa de violência, causando lesão corporal de nature-

91
usurpada deve ser totalmente alheia à função dele za grave, responderá pelos dois crimes: resistência e

.5
(sendo ele considerado particular); lesão grave.

51
z É crime formal, não se exigindo para a sua configu-

.7
ração prejuízo ou dano à Administração Pública; Desobediência

79
z Ação penal pública incondicionada.

-0
Este crime está previsto no art. 330, do Código
Resistência ZA
Penal. Se configura quando o agente desobedecer à
ordem legal de funcionário público.
U

O crime de resistência está previsto no art. 329, do


SO

Código Penal: Art. 330 Desobedecer a ordem legal de funcionário


A

público:
LV

Art. 329 Opor-se à execução de ato legal, mediante Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
SI

violência ou ameaça a funcionário competente para


A

executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Vitor Eduardo Rios Gonçalves destaca que:
D

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.


R

§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se z Deve haver uma ordem: significa determinação,
O

executa: mandamento. O não atendimento de mero pedido


YG

Pena - reclusão, de um a três anos. ou solicitação não caracteriza o crime;


H

§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí- z A ordem deve ser legal: material e formalmente.
L

zo das correspondentes à violência. Pode até ser injusta, só não pode ser ilegal;
EL

z Deve ser emanada de funcionário público competen-


XW

A conduta típica deste crime é opor-se à execução te para proferi-la. Ex.: Delegado de polícia requisita
de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcio- informação bancária e o gerente do banco não aten-
A
M

nário competente para executá-lo ou a quem lhe este- de. Não há crime, pois o gerente só está obrigado a for-
ja prestando auxílio. necer a informação se houver determinação judicial;
Sobre a conduta típica, as seguintes informações z É necessário que o destinatário tenha o dever jurídico
são muito importantes: de cumprir a ordem. Além disso, não haverá crime se
a recusa se der por motivo de força maior ou por ser
z Exige-se que o ato praticado pelo funcionário impossível por algum motivo o seu cumprimento.
público seja legal;
z Se o ato praticado por funcionário público for ile- A ordem deve ser legal. Caso de trate de ordem ilegal,
gal, não há que se falar em resistência; não há que se falar na configuração deste tipo penal.
z Exige-se que o funcionário público seja competen- Sobre a desobediência, é importante que você leve
te para executar o ato; em consideração:
z Não se exige que a violência ou ameaça seja empre-
gada diretamente contra o funcionário competen- z Não admite a culpa;
te, podendo ser empregada contra o terceiro que z Pode ser praticada tanto na forma omissiva quan-
esteja auxiliando o funcionário. to na forma comissiva;
216 22 (TJSP — Rel. Onei Raphael — RT 577/342).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Na forma omissiva, não admite tentativa; na for- Tráfico de Influência
ma comissiva, admite;
z Deve haver ordem emanada por funcionário públi- O crime de tráfico de influência está previsto no
co, não caracterizando este crime a mera solicitação. art. 332, do Código Penal:

Desacato Art. 332 Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou


para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
O crime de desacato, previsto no art. 331, do Código a pretexto de influir em ato praticado por funcioná-
Penal, tem como conduta típica desacatar funcionário rio público no exercício da função:
público no exercício da função ou em razão dela. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade,
Art. 331 Desacatar funcionário público no exercí- se o agente alega ou insinua que a vantagem é tam-
cio da função ou em razão dela: bém destinada ao funcionário.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Desacatar = ofender, faltar com respeito. Conduta típica: solicitar, exigir, cobrar ou obter,
Não se exige que o funcionário público esteja no para si ou para outrem, vantagem ou promessa de
efetivo desempenho das atribuições do seu cargo para vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
caracterização do crime de desacato, mas sim que a funcionário público no exercício da função.
ofensa se dê em razão da função pública. Trata-se de crime plurinuclear, que pode ser prati-
Exemplo 1: Diego Souza xinga Cássio, policial civil, cado com o exercício de qualquer um dos verbos pre-
que estava no exercício de sua função, de “policialzinho vistos no tipo penal:
de merda”, quando este estava prestes a prender aquele.
Exemplo 2: Diego Souza xinga Cássio, policial civil, z Solicitar;
em um restaurante em Porto Seguro, durante as férias z Exigir;
deles, de “policialzinho de merda”, pelo fato de Cássio z Cobrar;
tê-lo prendido no passado. z Obter.
Exemplo 3: Diego Souza xinga Cássio, policial civil,
de “babaca sem noção”, em uma partida de futebol, O agente não tem influência sobre o funcionário
pelo fato deste ter pegado um pênalti daquele. público, mas passa a impressão de que a tem, com a fina-

4
-7
Nos exemplos 1 e 2, configura-se o crime de desa- lidade de obter vantagem ou promessa de vantagem.

91
cato, já que a ofensa proferida pelo agente se deu em Caso o agente realmente tenha poder de influência

.5
razão da função exercida pelo funcionário público. sobre o funcionário público que praticará o ato, não

51
No exemplo 3, não há que se falar em desacato. Embo- há que se falar em tráfico de influência, podendo, no

.7
ra Cássio seja funcionário público, a ofensa proferida pelo entanto, configurar-se outro crime.

79
agente em nada tem a ver com a função pública. Sobre o tráfico de influência, é importante que

-0
Sobre o desacato, é importante que você fique você tome cuidado com as seguintes informações:
atento às seguintes considerações:
ZA
z A pessoa que paga a vantagem pratica indiferente
U

z O desacato pode dar-se por qualquer meio: insul- penal, por falta de previsão legal desta conduta;
SO

tos, vias de fato, gestos, entre outros; z Em regra, é crime formal, consumando-se com a
z O desacato deve ser praticado contra funcionário
A

solicitação, exigência ou cobrança.


LV

público, não caracterizando este tipo penal a críti- z No caso do verbo obter, o crime é material;
ca ou ofensa à repartição pública;
SI

z Só pode ser praticado dolosamente;


z É crime formal, que se consuma com a prática da con-
A

z Exige um especial fim de agir: obter vantagem ou


D

duta descrita no tipo penal, independentemente de o


promessa de vantagem para si ou para outrem.
funcionário público se considerar ofendido ou não;
R
O

z Só pode ser praticado dolosamente;


YG

A pena do crime de tráfico de influência será


z Deve ser praticado na presença do funcionário
aumentada de metade se o agente alega ou insinua
H

público — doutrina dominante.


que a vantagem é também destinada ao funcionário.
L
EL

Importante! Corrupção Ativa


XW

Não se confunde o crime de desacato com os cri-


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O crime de corrupção ativa, previsto no art. 333, do


M

mes contra a honra. No desacato, a ofensa é digi- Código Penal, é um dos tipos penais mais cobrados em
rida à figura do funcionário público e não à pessoa relação aos crimes contra a Administração Pública.
em si. Deste modo, a doutrina majoritária entende
que o crime de desacato deve ser praticado na pre- Art. 333 Oferecer ou prometer vantagem indevida
sença do funcionário público, ao passo que, caso a a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
ofensa seja irrogada na ausência física do funcio- omitir ou retardar ato de ofício.
nário, será caracterizado crime contra a honra. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
Em dezembro de 2016, a 5ª turma do STJ decidiu se, em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
pela descriminalização do crime de desacato, por nário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
entender que este crime viola a liberdade de expres- infringindo dever funcional.
são do indivíduo, em julgamento de habeas corpus.
Contudo, a 3ª seção do STJ pacificou posicionamento Conduta típica: oferecer ou prometer vantagem
do tribunal no sentido de que o desacato continua sen- indevida a funcionário público, para determiná-lo a
do crime, pois isso não viola a liberdade de expressão. praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 217
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA
Solicitar
Oferecer
Receber
Aceitar Prometer

Fique atento às informações a seguir, muito importantes em relação à corrupção ativa:

z Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal prevê mais de um verbo para sua prática: oferecer e prome-
ter. Por exemplo, João oferece uma quantia em dinheiro ao policial rodoviário federal para não ser multado
pela prática de infração de trânsito. Pedro promete entregar uma quantia em dinheiro ao guarda municipal
quando retornar ao seu veículo que está estacionado em local proibido;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta delituosa, não se exigindo que o funcionário
público aceite a vantagem ou promessa de vantagem;
z Não admite a forma culposa;
z Exige-se dolo específico: a intenção de determinar o funcionário público a praticar, omitir ou retardar ato de ofício;
z Caso o particular ceda à solicitação (corrupção passiva) ou à exigência (concussão), e entregue vantagem indevida,
seja em pagamento ou dando algo, a sua conduta será atípica, conforme posicionamento jurisprudencial majoritário;
z A pena da corrupção ativa será aumentada de 1/3 (um terço) se em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
nário público retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Não confunda os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e concussão:

CORRUPÇÃO ATIVA CORRUPÇÃO PASSIVA CONCUSSÃO


Verbos: oferecer e prometer Verbos: solicitar, receber e aceitar Verbo: exigir
Praticado por particular contra a Admi- promessa
nistração Pública Crime praticado por funcionário públi-
É crime quando o agente, com oferta Quando se tratar de corrupção passi- co contra a Administração Pública

4
-7
ou promessa de vantagem, quer que va privilegiada, quando o funcionário

91
o funcionário público retarde ato de público “dá o jeitinho” e não pratica O agente exige, para si ou para outrem,

.5
ofício, omita ato de ofício ou pratique o ato que deveria, o particular figura vantagem indevida, direta ou indireta,

51
ato de ofício como partícipe por ter praticado o ainda que fora da sua função pública,

.7
Quando a corrupção ativa é para obter induzimento ou antes de assumi-la, mas em razão

79
voto, o crime será o tipificado no art. dela

-0
229, do Código Eleitoral ZA
Se o agente se limitar a pedidos como
“dar um jeitinho” ou “quebrar o galho”,
U
SO

não se configura crime de corrupção


ativa por falta de elementares
A
LV

Descaminho e Contrabando
SI
A

Os crimes de descaminho e contrabando, previstos nos arts. 334 e 334-A, respectivamente, do Código Penal,
D

constituem práticas distintas, que devem ser observadas. Vamos simplificar estes crimes:
R
O

Descaminho: consiste em não pagar direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.
YG

Contrabando: consiste na importação ou exportação de mercadoria proibida.


H

No descaminho, a mercadoria não tem a comercialização proibida no território brasileiro, já no contrabando, sim.
L

No passado, os dois tipos penais estavam previstos no mesmo dispositivo. Contudo, houve alteração e, no
EL

momento, cada um destes crimes integra um tipo penal distinto.


XW

Vejamos cada um deles:


A

z Descaminho
M

Art. 334 Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandes-
tinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mer-
cadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que
sabe serem falsos.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
218 clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de des- Sobre o crime de contrabando, é importante que
caminho é praticado em transporte aéreo, marí- você leve o seguinte para a sua prova:
timo ou fluvial.
„ Trata-se de crime comum, que pode ser pratica-
Sobre o crime de descaminho, é importante que do por qualquer pessoa;
você leve em consideração o seguinte: „ Não admite a modalidade culposa;
„ Admite tentativa;
„ Trata-se de crime comum, que pode ser pratica- „ Não admite a aplicação do princípio da
do por qualquer pessoa; insignificância.
„ Trata-se de crime tributário formal, ou seja, não é
É importante mencionar que, no caso de produ-
necessária a prévia constituição definitiva do cré- tos específicos, a exemplo de armas de fogo ou subs-
dito tributário; tâncias entorpecentes, prevalecerá a aplicação da
„ Admite a forma tentada; no caso de exportação, legislação especial, aplicando-se, respectivamente, o
o crime é tentado se a mercadoria não chega a Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826, de 2003) e a
sair do país; Lei de Drogas (Lei nº 11.343, de 2006).
„ A fraude utilizada pelo agente para iludir o De acordo com a Súmula 151, do STJ:
pagamento de imposto pode se dar tanto em
relação à quantidade quanto em relação à qua- Súmula 151 (STJ) A competência para o processo
lidade do produto; e julgamento por crime de contrabando ou desca-
„ Não admite a modalidade culposa; minho define-se pela prevenção do Juízo Federal do
„ O crime consuma-se com a simples conduta de lugar da apreensão dos bens.
iludir o Estado quanto ao pagamento dos tribu-
tos devidos; Impedimento, Perturbação ou Fraude de
„ Admite a aplicação do princípio da insignifi- Concorrência
cância, nos casos em que o valor seja inferior O crime previsto no art. 335 foi revogado pelos art.
àquele considerado irrelevante para fins de 337-I e 337-K, do Código Penal.
execução fiscal;
Art. 335 Impedir, perturbar ou fraudar concorrência

4
-7
pública ou venda em hasta pública, promovida pela

91
Importante! administração federal, estadual ou municipal, ou por

.5
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
Tanto para o STF quanto para o STJ, atualmente,

51
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
poderá ser aplicado o princípio da insignificância

.7
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:

79
ao crime de descaminho que não exceda o valor Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul-

-0
de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). ta, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se
ZA
abstém de concorrer ou licitar, em razão da vanta-
U
„ O pagamento integral da dívida tributária não gem oferecida.
SO

extingue a punibilidade do crime de descaminho23.


Inutilização de Edital ou de Sinal
A
LV

z Contrabando
Art. 336 Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
SI

Art. 334-A Importar ou exportar mercadoria conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
A

público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,


D

proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. por determinação legal ou por ordem de funcionário
R

público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:


O

§ 1º Incorre na mesma pena quem:


YG

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
contrabando;
H

II - importa ou exporta clandestinamente merca- Conduta típica: rasgar ou, de qualquer forma,
L
EL

doria que dependa de registro, análise ou auto- inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de
funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
XW

rização de órgão público competente;


III - reinsere no território nacional mercadoria empregado, por determinação legal ou por ordem de
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

brasileira destinada à exportação; funcionário público, para identificar ou cerrar qual-


M

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, quer objeto.


de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou O crime de inutilização de edital ou de sinal, pre-
alheio, no exercício de atividade comercial ou visto no art. 336, do Código Penal, é de ação múltipla,
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; podendo ser praticado da seguinte forma:
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
z Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou cons-
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os purcar (manchar ou tornar sujo, de forma que não
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio possa ser utilizado) edital afixado por ordem de
irregular ou clandestino de mercadorias estrangei- funcionário público;
ras, inclusive o exercido em residências. z Violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de con- determinação legal ou por ordem de funcionário
trabando é praticado em transporte aéreo, marí- público, para identificar ou cerrar (encobrir) qual-
timo ou fluvial. quer objeto.
23 STJ. 5ª Turma. RHC 43558-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5/2/2015 (Info 555). STJ. 6ª Turma. HC 271650/PE, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 03/03/2016. 219
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre o crime de inutilização de edital ou de sinal, z Somente será praticado na modalidade dolosa.
leve em consideração:
Sonegação de Contribuição Previdenciária
z É crime comum;
z Admite tentativa; O crime de sonegação de contribuição previden-
z Segundo posicionamento doutrinário dominante, ciária está previsto no art. 337-A, do Código Penal:
caso a conduta seja praticada quando não mais pro-
duz efeito o edital (fora do seu prazo de validade, Art. 337-A Suprimir ou reduzir contribuição social
por exemplo), não se configurará este tipo penal. previdenciária e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:
Subtração ou Inutilização de Livro ou Documento I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de
documento de informações previsto pela legislação
O crime de subtração ou inutilização de livro ou previdenciária segurados empregado, empresário,
documento está previsto no art. 337, do CP. trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
este equiparado que lhe prestem serviços;
Art. 337 Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial- II - deixar de lançar mensalmente nos títulos pró-
mente, livro oficial, processo ou documento confia- prios da contabilidade da empresa as quantias
do à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou descontadas dos segurados ou as devidas pelo
de particular em serviço público: empregador ou pelo tomador de serviços;
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
constitui crime mais grave. auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias:
Tutela-se a Administração Pública, em relação ao
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
normal funcionamento da atividade administrativa.
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espon-
Cabe destacar que o livro oficial, processo ou docu- taneamente, declara e confessa as contribuições,
mento (público ou particular) é confiado à custódia de importâncias ou valores e presta as informações
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em devidas à previdência social, na forma definida em
serviço público. lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

4
Por isso, é dever que seja confiada a custódia a

-7
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
funcionário, em razão de ofício, não se verificando

91
aplicar somente a de multa se o agente for primário
este crime quando alguém subtrai ou inutiliza, total

.5
e de bons antecedentes, desde que:
ou parcialmente, um livro oficial, processo ou docu-

51
I - (vetado)
mento de quem não o guarda por conta da sua função.

.7
II - o valor das contribuições devidas, inclusive

79
É importante analisar que, na parte final do precei- acessórios, seja igual ou inferior àquele estabele-
to primário do dispositivo em estudo, há a expressão

-0
cido pela previdência social, administrativamente,
“ou de particular em serviço público”, pois existem, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
ZA
em certas hipóteses excepcionais, particulares que execuções fiscais.
U
desempenham funções públicas (por exemplo, mesá- § 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua
SO

rio nas eleições). Observe que se alguém subtrair ou folha de pagamento mensal não ultrapassa R$
inutilizar, total ou parcialmente, algum documento 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
A

confiado a essas pessoas, a ele será imputado o crime


LV

poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou


de subtração ou inutilização de livro ou documento. aplicar apenas a de multa.
SI

Sobre o núcleo do tipo: § 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior


A

Subtrair: retirar o livro oficial, processo ou docu- será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos
D

mento do local em que se encontra, dele se apoderan- índices do reajuste dos benefícios da previdência
R
O

do o agente. social.
YG

Inutilizar: tornar imprestável o livro oficial, pro-


cesso ou documento, total ou parcialmente. Não se
H

Extinção da punibilidade: caso o agente, de for-


reclama sua efetiva destruição.
L

ma espontânea, declare ou confesse as contribuições,


EL

Consuma-se o crime em estudo no instante em que importâncias ou valores e preste as informações devi-
o livro oficial, processo ou documento é subtraído,
XW

das à previdência social, na forma definida em lei ou


mediante seu apoderamento pelo agente, seguido da
regulamento, antes do início da ação fiscal (não se exi-
A

inversão da sua posse e sua consequente retirada da


M

ge o pagamento do tributo sonegado).


esfera de vigilância da vítima, ou então inutilizado,
A declaração ou confissão e a prestação das infor-
total ou parcialmente.
Observe que se o documento se destina a fazer prova mações deverão ocorrer antes do início da ação fiscal.
de relação jurídica, e o agente visa beneficiar a si pró- Sobre o crime de sonegação de contribuição previ-
prio ou a terceiro, o fato constituirá crime mais grave. denciária, é importante ficar atento ao seguinte:
Sobre o este tipo penal, é importante ficar atento
ao seguinte: z Não admite a modalidade culposa;
z De acordo com o art. 34, da Lei nº 9.249, de 1995,
z É crime comum; confirmado pela doutrina majoritária, o pagamen-
z Admite tentativa; to integral do tributo ou contribuição social, após a
z É crime subsidiário, respondendo o agente por ele ação fiscal, mas antes do recebimento da denúncia,
apenas caso não se configure um crime mais grave; também acarretará a extinção da punibilidade:
z Na hipótese de o documento destinar-se a fazer
prova de relação jurídica, e o agente visar bene- Art. 34 (Lei 9.249, de 1995) Extingue-se a punibi-
ficiar a si próprio ou a terceiro, o fato constituirá lidade dos crimes definidos na Lei 8.137, de 27 de
220 mais grave; dezembro de 1990, e na Lei 4.729, de 14 de julho
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do
recebimento da denúncia.

Será extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declarar e confessar as contribuições, importâncias


ou valores e prestar as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal.
O termo final para o pagamento é o início da ação fiscal.
Se o agente for beneficiado pela concessão do parcelamento dos valores devidos a título de contribuição social
previdenciária, ou qualquer acessório, o pagamento integral do débito importará na extinção da punibilidade (§
4º, art. 83, da Lei nº 9.430, de 1996).
O Supremo Tribunal Federal entende, com amparo no art. 69, da Lei nº 11.941, de 2009, que o pagamento
integral do débito fiscal acarreta na extinção da punibilidade do agente, ainda que efetuado após o julgamento da
ação penal, desde que antes do trânsito em julgado da condenação.
Destaca-se:

z A competência para julgar o crime de sonegação de contribuição previdenciária é da Justiça Federal;


z Admite a forma tentada;
z É crime material;
z Este tipo penal admite a aplicação do princípio da insignificância, excluindo-se, assim, a tipicidade material
do crime;
z Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.

CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Dividem-se em dois tipos penais:

z Corrupção ativa em transação comercial internacional;


z Tráfico de influência em transação comercial internacional.

4
-7
91
Inicialmente, é importante destacar quem é o funcionário público estrangeiro e quem se equipara a funcioná-

.5
rio público estrangeiro.

51
.7
z Funcionário público estrangeiro: quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,

79
emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro;

-0
z Equipara-se a funcionário público estrangeiro: quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas,
diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.
ZA
U

Corrupção Ativa em Transação Comercial Internacional


SO
A

O crime de corrupção ativa em transação comercial internacional, previsto no art. 337-B, do Código Penal, é
LV

bastante parecido com o tipo penal de corrupção ativa, crime praticado por particular contra a administração em
SI

geral, que já analisamos.


A
D

Art. 337-B Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro,
R

ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comer-
O

cial internacional:
YG

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.


H

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público
L

estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.


EL
XW

Não se deve confundir este crime com o crime de corrupção ativa. Vejamos a tabela comparativa:
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

CORRUPÇÃO ATIVA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL


CORRUPÇÃO ATIVA
INTERNACIONAL
Verbos: prometer, oferecer e dar Verbos: oferecer e prometer
Fim específico: determinar o funcionário público estrangei- Fim específico: determinar o funcionário público a praticar,
ro a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à omitir ou retardar ato de ofício
transação comercial internacional

O crime de corrupção ativa em transação comercial internacional terá sua pena aumentada de 1/3 (um terço)
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.
Sobre este crime, é importante mencionar que:

z Só poderá ser praticado dolosamente;


z É crime comum;
z Nos verbos oferecer e prometer, trata-se de crime formal, de consumação antecipada; 221
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z No verbo dar, trata-se de crime material, que se consuma com a obtenção do resultado;
z Admite tentativa, quando for possível fracionar o iter criminis, as fases do crime, da cogitação ao exaurimento.

É a fase mental de preparação do crime: idealização, deliberação e resolução


Cogitação ou fase interna
Não há conduta penalmente relevante

O crime começa a se projetar no mundo exterior


Atos preparatórios O agente adquire arma de fogo
Em regra não são puníveis, salvo nos crimes-obstáculo

O agente começa a realizar o núcleo do tipo penal, de forma idônea e inequívoca


Atos de execução
Nesta fase, pode haver punição pela tentativa

Crime consumado é quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal
Consumação
Fim do iter criminis

Não influi na tipicidade, mas pode influenciar na dosimetria da pena, ser reconhecido
Exaurimento
como qualificadora ou configurar crime autônomo

Tráfico de Influência em Transação Comercial Internacional

Art. 337-C Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa
de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
relacionado a transação comercial internacional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
a funcionário estrangeiro.

4
O crime de tráfico de influência em transação comercial internacional, previsto no art. 337-C, do Código Penal,

-7
é muito parecido com o crime de tráfico de influência, crime praticado por particular contra a administração em

91
geral, previsto no art. 332, do Código Penal.

.5
51
Vejamos a tabela comparativa:

.7
79
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM TRANSAÇÃO

-0
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
COMERCIAL INTERNACIONAL
ZA
Verbos: solicitar, exigir, cobrar ou obter Verbos: solicitar, exigir, cobrar ou obter
U
SO

Pretexto: influir em ato praticado por funcionário público Pretexto: influir em ato praticado por funcionário público
estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado à no exercício da função
A
LV

transação comercial internacional


SI
A

O crime de tráfico de influência em transação comercial internacional terá sua pena aumentada da metade se
D
R

o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário público estrangeiro.
O

Em relação a este tipo penal, é importante ficar atento ao seguinte:


YG
H

z Só poderá ser praticado dolosamente;


L

z É crime comum;
EL

z Nos verbos solicitar, exigir e cobrar, trata-se de crime formal, de consumação antecipada;
XW

z No verbo obter, trata-se de crime material, que se consuma com a obtenção do resultado;
A

z Admite tentativa, quando for possível fracionar o iter criminis.


M

CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE


2021)

Em 1º de abril de 2021, foi publicada a Lei nº 14.133, de 2021, Nova Lei de Licitações e Contratos Administra-
tivos. Além de inovar na disposição sobre licitações e contratos, a nova lei trouxe algumas alterações legislativas
em outros diplomas, dentre os quais o Código Penal.
A grande novidade é que agora os crimes licitatórios estão dentro do Código Penal, inseridos dentro do
título “Dos Crimes Contra a Administração Pública” (arts. 337-E ao 337-P).

Importante!
Com a entrada em vigência da Lei nº 14.133, de 2021, os crimes licitatórios passaram a ser crimes contra a
Administração Pública.
222
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vale destacar que não houve grande mudança em Frustração do Caráter Competitivo de Licitação
relação aos crimes que eram previstos na lei de licita-
REDAÇÃO NA LEI Nº REDAÇÃO ATUAL NO
ções anterior (Lei nº 8.666, de 1993), sendo as condutas
8.666, DE 1993 CÓDIGO PENAL
praticamente as mesmas, com idêntica ou muito pare-
cida tipificação. Art. 90 Frustrar ou frau-
Frustração do caráter
Resumidamente, foram as seguintes alterações: dar, mediante ajuste,
competitivo de licitação
combinação ou qual-
z Os crimes licitatórios ganharam “nomes legais” Art. 337-F Frustrar ou
quer outro expediente, o
(contratação direta ilegal; frustração do caráter fraudar, com o intuito
caráter competitivo do
competitivo de licitação etc.); de obter para si ou para
procedimento licitatório,
z A punição ficou mais rigorosa, uma vez que a outrem vantagem de-
com o intuito de obter,
maioria dos crimes que eram punidos com deten- corrente da adjudicação
para si ou para outrem,
ção agora são punidos com reclusão; do objeto da licitação, o
vantagem decorrente da
z A punição ficou mais rigorosa, também, em rela- caráter competitivo do
adjudicação do objeto da
ção à quantidade de pena, e foi inserido um novo processo licitatório:
licitação:
tipo penal, o crime de omissão grave de dado ou Pena - reclusão, de 4
Pena – detenção, de 2
de informação por projetista, no art. 337-O, do (quatro) anos a 8 (oito)
(dois) a 4 (quatro) anos,
CP. anos, e multa
e multa
Veja, a seguir, de forma esquematizada, como fica-
ram os crimes licitatórios após a mudança e sua inclu- Novamente, o destaque é para o tratamento mais
são no CP. rigoroso.
O sujeito ativo é o concorrente que frusta o caráter
Contratação Direta Ilegal competitivo da licitação, com intuito de receber van-
tagem (especial fim de agir).
REDAÇÃO NA LEI Nº REDAÇÃO ATUAL NO Trata-se de crime formal, consumando-se com o
8.666, DE 1993 CÓDIGO PENAL ato capaz de frustrar ou fraudar o caráter competitivo
da licitação. Não é necessário que o agente venha a
Art. 89 Dispensar ou
obter vantagem na licitação.
inexigir licitação fora das

4
-7
hipóteses previstas em Frustração do Caráter Competitivo de Licitação

91
lei, ou deixar de observar

.5
as formalidades perti- REDAÇÃO NA LEI Nº REDAÇÃO ATUAL NO

51
nentes à dispensa ou à 8.666, DE 1993 CÓDIGO PENAL

.7
Contratação direta ilegal
inexigibilidade:

79
Art. 337-E Admitir, pos- Patrocínio de contratação
Pena – detenção, de 3

-0
sibilitar ou dar causa à indevida
(três) a 5 (cinco) anos, e Art. 91 Patrocinar, direta
contratação direta fora ZA Art. 337-G Patrocinar,
multa. ou indiretamente, interes-
das hipóteses previstas direta ou indiretamente,
Parágrafo único. Na se privado perante a Ad-
U

em lei: interesse privado perante


SO

mesma pena incorre ministração, dando causa


Pena - reclusão, de 4 a Administração Pública,
aquele que, tendo com- à instauração de licitação
dando causa à instau-
A

(quatro) a 8 (oito) anos,


provadamente concorrido ou à celebração de con-
LV

e multa ração de licitação ou à


para a consumação da trato, cuja invalidação
SI

celebração de contrato
ilegalidade, beneficiou-se vier a ser decretada pelo
cuja invalidação vier a
A

da dispensa ou inexigibi- Poder Judiciário:


D

ser decretada pelo Poder


lidade ilegal, para celebrar Pena – detenção, de 6
R

Judiciário:
contrato com o Poder (seis) meses a 2 (dois)
O

Pena - reclusão, de 6
YG

Público anos, e multa


(seis) meses a 3 (três)
H

anos, e multa
L

Veja que, apesar da redação diferente, o tipo é


EL

basicamente o mesmo, punindo a contratação direta


Redação quase idêntica, com tratamento mais
XW

ilegal. O que houve foi o aumento substancial no tipo


rigoroso.
e na quantidade de pena. Trata-se de uma lex gravior,
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

não retroativa. Trata-se de crime material, consumando-se com


M

A exclusão do parágrafo único, que dispunha sobre a instauração de licitação ou com a celebração do
o beneficiário, não exclui a possibilidade de que ele contrato.
seja punido, uma vez que o crime se aplica a qualquer
pessoa que incorra na conduta de admitir, possibilitar
ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses
previstas em lei (o que inclui o beneficiário).
Observe, também, que todos os crimes passaram a
ter um nomen criminis (nome do crime).
Trata-se de crime formal, e consuma-se com a
mera dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das
hipóteses legais. Para a prática deste crime, é necessá-
ria a comprovação do dolo específico do agente.

223
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666/1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


Art. 92 Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- Modificação ou pagamento irregular em contrato
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, administrativo
em favor do adjudicatário, durante a execução dos con- Art. 337-H Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
tratos celebrados com o Poder Público, sem autorização modificação ou vantagem, inclusive prorrogação con-
em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respecti- tratual, em favor do contratado, durante a execução dos
vos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com contratos celebrados com a Administração Pública, sem
preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, ob- autorização em lei, no edital da licitação ou nos respecti-
servado o disposto no art. 121 desta Lei: vos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com
Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa
tendo comprovadamente concorrido para a consumação da
ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injus-
tamente, das modificações ou prorrogações contratuais

Veja que foi um dos mais significativos aumentos de pena.


Trata-se de crime próprio, e só pode ser praticado pelo administrador que admite, possibilita ou dá causa à
modificação ilegal do contrato ou o que paga ou dá causa ao pagamento de fatura. É admitida a participação do
contratado.

Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666/1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


Art. 93 Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qual- Perturbação de processo licitatório
quer ato de procedimento licitatório: Art. 337-I Impedir, perturbar ou fraudar a realização de

4
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e qualquer ato de processo licitatório:

-7
91
multa Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa

.5
51
A nova redação é idêntica à da lei anterior; houve apenas a inclusão do nome do crime e o aumento na quan-

.7
tidade de pena (o legislador manteve o crime apenado com detenção).

79
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum.

-0
A conduta do agente deve ser apta a lesionar o bem jurídico, quais sejam: os atos que compõem o processo
ZA
licitatório.
U
SO

Violação de Sigilo em Licitação


A

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


LV

Art. 94 Devassar o sigilo de proposta apresentada em pro- Violação de sigilo em licitação


SI

cedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo Art. 337-J Devassar o sigilo de proposta apresentada em
A
D

de devassá-lo processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de


R

Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa devassá-lo


O

Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa


YG
H

Este foi o único crime licitatório que não foi alterado, havendo apenas a inclusão do nomen criminis.
L
EL

Afastamento de Licitante
XW
A

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


M

Art. 95 Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de Afastamento de licitante


violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de van- Art. 337-K Afastar ou tentar afastar licitante por meio de
tagem de qualquer tipo: violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de van-
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, tagem de qualquer tipo:
além da pena correspondente à violência. Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém além da pena correspondente à violência.
ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém
ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida

Neste tipo, houve apenas o aumento de pena.

224
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fraude em Licitação ou Contrato

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


Art. 96 Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação Fraude em licitação ou contrato
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercado- Art. 337-L Fraudar, em prejuízo da Administração Pública,
rias, ou contrato dela decorrente: licitação ou contrato dela decorrente, mediante:
I - elevando arbitrariamente os preços; I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria qualidade ou em quantidade diversas das previstas no
falsificada ou deteriorada; edital ou nos instrumentos contratuais;
III - entregando uma mercadoria por outra; II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de merca-
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da doria falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou
mercadoria fornecida; com prazo de validade vencido;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais one- III - entrega de uma mercadoria por outra;
rosa a proposta ou a execução do contrato: IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da
Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa mercadoria ou do serviço fornecido;
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente
mais onerosa para a Administração Pública a proposta ou
a execução do contrato:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa

No crime de fraude em licitação ou contrato, o destaque é para a inclusão do inciso I e a punição mais grave.
O crime consuma-se com a ocorrência do prejuízo à Administração Pública.

Contratação Inidônea

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


Art. 97 Admitir à licitação ou celebrar contrato com em- Contratação inidônea

4
-7
presa ou profissional declarado inidôneo: Art. 337-M Admitir à licitação empresa ou profissional de-

91
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e clarado inidôneo:

.5
multa. Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.

51
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, de- § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional de-

.7
clarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a clarado inidôneo:

79
Administração Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa.

-0
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele
que, declarado inidôneo, venha a participar de licitação
ZA
e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, de-
U

clarado inidôneo, venha a contratar com a Administração


SO

Pública
A
LV

O novo tipo apresenta o mesmo teor do tipo revogado, apenas disposto de forma diferente e com pena maior.
SI
A

Impedimento Indevido
D
R

REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL


O
YG

Art. 98 Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri- Impedimento indevido


H

ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou Art. 337-N Obstar, impedir ou dificultar injustamente a
L

promover indevidamente a alteração, suspensão ou can- inscrição de qualquer interessado nos registros cadas-
EL

celamento de registro do inscrito: trais ou promover indevidamente a alteração, a suspensão


XW

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e ou o cancelamento de registro do inscrito:


multa Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Novamente, o novo tipo apresenta a mesma redação do tipo revogado, aumentando-se a pena.

Omissão Grave de Dado ou de Informação por Projetista

225
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL
Sem correspondente na Lei anterior Omissão grave de dado ou de informação por projetista
Art. 337-O Omitir, modificar ou entregar à Administração
Pública levantamento cadastral ou condição de contorno
em relevante dissonância com a realidade, em frustração
ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
Pública, em contratação para a elaboração de projeto bá-
sico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo compe-
titivo ou em procedimento de manifestação de interesse:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informa-
ções e os levantamentos suficientes e necessários para a
definição da solução de projeto e dos respectivos preços
pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos am-
bientais impactantes, considerados requisitos mínimos
ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a ela-
boração de projetos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício,
direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em do-
bro a pena prevista no caput deste artigo

O art. 337-O, do CP, que dispõe sobre o crime de omissão grave de dado ou informação por projetista, é o único
que não encontra correspondente na Lei nº 8.666, de 1993.
O tipo pune com pena de reclusão 6 meses a 3 anos e multa o contratado pela Administração Pública com a
finalidade de elaborar anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo de obras e serviços de engenharia, que

4
omita, modifique ou entregue algum dado ou informação errado.

-7
O dispositivo visa coibir que o contratado omita, modifique ou entregue informações relevantes para o processo

91
licitatório que não reflitam a realidade no que diz respeito ao levantamento cadastral ou à condição de contorno.

.5
Observe que a pena se aplica em dobro se o crime for praticado com o fim de obter benefício, direto ou indi-

51
reto, próprio ou de outrem.

.7
79
Da Pena de Multa Cominada aos Crimes em Licitações e Contratos Administrativos

-0
ZA
REDAÇÃO NA LEI Nº 8.666, DE 1993 REDAÇÃO ATUAL NO CÓDIGO PENAL
U
SO

Art. 99 A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Art. 337-P A pena de multa cominada aos crimes pre-
Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença vistos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo
A

e calculada em índices percentuais, cuja base correspon- prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois
LV

derá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou poten- por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
SI

cialmente auferível pelo agente. contratação direta


A

§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão


D

ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5%


R

(cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebra-


O
YG

do com dispensa ou inexigibilidade de licitação.


§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme
H

o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal


L
EL
XW

Outra modificação trazida foi a exclusão do teto previsto para a multa cominada aos crimes licitatórios, que
antes era limitada a 5% do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
A
M

Além disso, o art. 99, da Lei nº 8.666, de 1993, trazia forma especial de cálculo de multa, que era aplicada em
porcentagem sobre o valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. Agora,
segue-se a regra geral do CP, com a estipulação de dias-multa.
O único ponto mantido de acordo com a Lei anterior foi que o valor da pena não pode ser inferior a 2% do
valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta.

Importante!
A forma do cálculo da pena de multa dos crimes licitatórios seguia forma especial na Lei nº 8.666, de 1993;
agora, o cálculo segue a sistemática prevista no CP .

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Os crimes contra a administração da justiça têm como finalidade proteger uma regular fruição da atividade
226 judicial brasileira, incluindo atividades de natureza policial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A atividade judicial é de fundamental importância administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de
para a sociedade, necessitando, assim, de proteção que o sabe inocente.
por parte do direito penal. Como é possível se extrair pela leitura da figura
típica, o crime pode ser praticado mesmo que o agen-
Reingresso de Estrangeiro Expulso te dê causa a outro procedimento, ainda que não seja
processo judicial, a exemplo de investigação policial
Art. 338 Reingressar no território nacional o ou administrativa. É importante compreender isso,
estrangeiro que dele foi expulso: pois muitas questões abordam esta situação.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo Sobre o crime de denunciação caluniosa, é impor-
de nova expulsão após o cumprimento da pena. tante ficar atento ao seguinte:

Este crime, previsto no art. 338, do Código Penal, z Só pode ser praticado dolosamente. Parte da dou-
irá se configurar quando o estrangeiro que foi expulso trina não admite o dolo eventual neste crime, já
do Brasil reingressar ao território nacional. que o tipo penal exige que o agente saiba que o
Nos termos do art. 54, da Lei de Migração (Lei nº fato é imputado contra pessoa inocente.
13.445, de 2017):
A denunciação caluniosa poderá se configurar
Art. 54 A expulsão consiste em medida adminis- quando o agente imputa crime que realmente acon-
trativa de retirada compulsória de migrante ou teceu contra pessoa que sabe ser inocente ou quando
visitante do território nacional, conjugada com o imputa a alguém a prática de crime que não existiu
impedimento de reingresso por prazo determinado. (neste caso, não há dúvidas sobre a inocência da pes-
soa, já que o fato sequer aconteceu);

z É necessário que o fato imputado seja crime ou con-


Importante! travenção penal (no caso de contravenção penal, a
O agente será responsabilizado penalmente, poden- pena será reduzida de metade), não se configurando
do, ainda, sofrer nova expulsão do território brasileiro. este tipo penal caso o agente impute infração admi-
nistrativa ou civil;
z É crime comum;
Sobre o crime de reingresso de estrangeiro expul- z Admite a forma tentada. Por exemplo, o agente

4
-7
so, é importante ficar atento ao seguinte: narra ao delegado de polícia que o autor de deter-

91
minado crime foi a pessoa A, mas o delegado não

.5
z É crime de mão própria, praticado pelo estrangeiro inicia qualquer investigação porque o verdadeiro

51
expulso, não podendo a figura típica ser praticada autor do crime é B, que se apresenta e confessa ter

.7
por intermédio de terceira pessoa. O fato de o cri- cometido o delito antes mesmo de a autoridade ter

79
me ser de mão própria não exclui a possibilidade de iniciado qualquer investigação;

-0
concurso de pessoas na modalidade participação; z A pessoa contra quem se imputa o crime deve ser
z É necessário, para configuração do crime, que o determinada, sendo ela, assim como o Estado, o
ZA
estrangeiro tenha ciência de que foi expulso do sujeito passivo da prática delituosa;
U
território brasileiro (prévia e oficial expulsão do z Em regra, a denunciação caluniosa absorve o cri-
SO

estrangeiro, por meio de decisão administrativa); me de calúnia.


z Admite tentativa;
A
LV

z É crime material, que se consuma com o devido A pena será aumentada de 1/6 (sexta parte), caso
reingresso ao território nacional, após ter deixado o agente se sirva de anonimato ou de nome suposto.
SI

o país em razão da expulsão. Não é necessário que No caso de denunciação caluniosa privilegiada, a
A

o agente realize alguma conduta típica criminosa pena será diminuída de metade, caso a imputação seja
D

específica. Trata-se de crime instantâneo; de prática de contravenção penal.


R

Observe as principais diferenças entre a denuncia-


O

z Trata-se de crime de competência da justiça federal;


YG

z Não se tipifica o crime quanto o estrangeiro, após ção caluniosa e o crime de calúnia:
decretada sua expulsão, permanece indevidamen-
H

te no país. DENUNCIAÇÃO
L

CALÚNIA
EL

CALUNIOSA
Denunciação Caluniosa
XW

É crime contra a adminis-


A denunciação caluniosa está prevista no art. 339, tração da justiça
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A ação penal é pública


M

do Código Penal:
incondicionada; discute-
Art. 339 Dar causa à instauração de investigação -se na doutrina e jurispru-
policial, de processo judicial, instauração de inves- dência se o processo por
tigação administrativa, inquérito civil ou ação de É crime contra a honra
denunciação caluniosa
improbidade administrativa contra alguém, impu- A ação penal é privada
pode ser iniciado antes do
tando-lhe crime de que o sabe inocente: Punida pelo fato de o
desfecho do procedimen-
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. agente ofender a honra
to ou ação originários
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente objetiva da vítima
Punida pelo fato de o
se serve de anonimato ou de nome suposto. É admitida a imputação
agente movimentar falsa-
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação falsa apenas de crime
mente o aparato estatal,
é de prática de contravenção. tentando prejudicar a víti-
Tem como figura típica a seguinte conduta: dar cau- ma perante o Estado
sa direta ou indireta à instauração de investigação poli- É admitida a imputação
cial, de processo judicial, instauração de investigação falsa de crime ou contra-
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade venção penal
227
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Comunicação Falsa de Crime ou Contravenção Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou
multa.
Art. 340 Provocar a ação de autoridade, comuni-
cando-lhe a ocorrência de crime ou de contraven- É possível a configuração deste tipo penal quando
ção que sabe não se ter verificado: o agente se acusar de:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
z Crime não existente (a conduta criminosa sequer
foi praticada, sequer existiu);
Importante! z Crime existente, mas praticado por outra pessoa
Ao contrário do que ocorre no crime de denun- (a conduta criminosa foi realmente realizada, mas
ciação caluniosa, no crime de falsa comunica- foi outro indivíduo que a praticou).
ção de crime ou contravenção, o agente não
individualiza o autor do fato que não existiu, mas Sobre a autoacusação falsa, é importante levar em
consideração:
apenas comunica à autoridade crime ou contra-
venção penal que sabe não ter ocorrido.
� Só pode ser praticado dolosamente;
z Admite a modalidade tentada na forma escrita,
Sobre este crime, é importante mencionar que: quando a confissão falsa remetida se extravia;
z Não se exige que seja praticado apenas perante
z Não admite a forma culposa. Assim, se o agente a autoridade policial, mas pode ser na presença
de qualquer autoridade competente (delegado de
comunica à autoridade, sem intenção, crime ou
polícia, membro do Ministério Público, autoridade
contravenção penal, provocando a ação desta, este
judicial etc.);
tipo penal não estará configurado;
z Não se exige a prática de qualquer ato por parte da
z É crime comum;
autoridade para a consumação do crime, bastando
z Admite tentativa;
a autoacusação falsa;
z Se o fato imputado for infração administrativa ou z O direito da autodefesa não permite que se impute
civil, não irá se configurar o crime; falsamente crime a si mesmo.
z A maioria da doutrina, não se configura o crime

4
-7
quando o agente se limita a comunicar ilícito penal Falso Testemunho ou Falsa Perícia

91
diverso do que realmente ocorreu, desde que o

.5
fato comunicado e o que realmente ocorreu sejam
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está

51
crimes da mesma natureza;
previsto no art. 342, do Código Penal.

.7
z Se o agente faz a comunicação falsa para tentar

79
ocultar outro crime por ele praticado, responde
Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou

-0
também pela comunicação falsa de crime. calar a verdade como testemunha, perito, con-
ZA
tador, tradutor ou intérprete em processo judi-
COMUNICAÇÃO FAL-
U

DENUNCIAÇÃO cial, ou administrativo, inquérito policial, ou em


SO

SA DE CRIME OU juízo arbitral:


CALUNIOSA
CONTRAVENÇÃO Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
A

multa.
LV

O agente não aponta pes- O agente aponta pessoa


soa certa e determinada certa e determinada como
SI

como autora da infração autora da infração penal Trata-se de crime plurinuclear, que poderá ser
A

penal, mas apenas comuni- praticado mediante a execução de quaisquer um dos


D

ca fato inexistente verbos previstos no tipo penal.


R

Sua consumação ocorre com o encerramento do


O

Adota alguma ação com Instaura inquérito policial,


YG

depoimento.
finalidade de apurar os procedimento investiga- Sobre o crime de falso testemunha ou falsa perícia,
H

fatos tório criminal, processo é importante levar para a sua prova:


L

judicial, processo adminis-


EL

trativo disciplinar, inquérito z Não admite a forma culposa;


XW

civil ou ação de improbida- z Sujeito ativo: É crime de mão própria, que só


A

de administrativa poderá ser praticado por uma das pessoas pre-


M

vistas no tipo penal (testemunha, perito, conta-


Exemplo: José Carlos viu uma publicação no Face- dor, tradutor ou intérprete).
book relacionada a um aborto. De imediato, ligou
para uma delegacia de polícia e comunicou o crime ao
delegado de polícia, que iniciou as investigações sobre Importante!
o fato. Entretanto, não sabia José Carlos que o abor-
to não existiu, já que a publicação se tratava de uma � O ofendido (vítima) que praticar quaisquer dos
brincadeira por parte daquele que a realizou. verbos previstos no tipo penal não pratica o crime
Não há que se falar em figura típica da comunica- de falso testemunho, já que ele não é testemunha;
ção falsa de crime, já que o agente não teve dolo de � Os investigados ou acusados não cometem o
comunicar falsamente o fato que não existiu. crime de falso testemunho, pois não são consi-
derados testemunhas;
Autoacusação Falsa � As pessoas descompromissadas ou dispensadas
de depor, bem como as pessoas proibidas de depor,
Art. 341 Acusar-se, perante a autoridade, de crime poderão ser responsabilizadas pelo delito em tela.
228 inexistente ou praticado por outrem:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Segundo posicionamento doutrinário dominante: Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sex-
to a um terço, se o crime é cometido com o fim de
z O falso testemunho não admite coautoria, mas é obter prova destinada a produzir efeito em proces-
possível a participação; so penal ou em processo civil em que for parte enti-
z A falsa perícia admite coautoria e participação. dade da administração pública direta ou indireta.

As penas irão aumentar de 1/6 a 1/3 (um sexto a


Causas de Aumento de Pena
um terço), se o crime é:
Art. 342 [...] z Cometido com o fim de obter prova destinada a
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um ter- produzir efeito em processo penal;
ço, se o crime é praticado mediante suborno ou z Cometido com o fim de obter prova destinada a pro-
se cometido com o fim de obter prova destinada a
duzir efeito em processo civil em que for parte enti-
produzir efeito em processo penal, ou em processo
civil em que for parte entidade da administra- dade da Administração Pública direta ou indireta.
ção pública direta ou indireta.
Sobre o crime de corrupção ativa de testemunha
contador, perito, intérprete ou tradutor, é importante
O tipo penal apresenta hipóteses que aumentarão
ficar atento ao seguinte:
a pena do agente. As penas aumentam-se de 1/6 (um
sexto) a um terço se o crime é: z Não pode ser praticado culposamente;
z Nos verbos oferecer ou prometer, é crime formal;
z Praticado mediante suborno; z No verbo dar, é crime material;
z Cometido com o fim de obter prova destinada a z Admite tentativa, quando for possível fracionar o
produzir efeito em processo penal; iter criminis;
z Cometido com o fim de obter prova destinada a pro- z O crime de corrupção ativa de testemunha ou
duzir efeito em processo civil em que for parte enti- perito deixa de ser punível se, antes da sentença
dade da Administração Pública direta ou indireta. no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
retrata ou declara a verdade, mas não se estende
Retratação — Causa Especial de Extinção da ao crime apurado no procedimento em que a tes-
Punibilidade temunha faltou com a verdade.

4
-7
Art. 342 [...] Coação no Curso do Processo

91
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sen-

.5
tença no processo em que ocorreu o ilícito, o Art. 344 Usar de violência ou grave ameaça, com o

51
agente se retrata ou declara a verdade. fim de favorecer interesse próprio ou alheio, con-

.7
tra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que

79
Se o agente se retratar ou falar a verdade, poderá funciona ou é chamada a intervir em processo judi-

-0
ter extinta a punibilidade do crime, desde que isso: cial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além
ZA
z Seja realizado antes da sentença (ainda prevalece o da pena correspondente à violência.
U

entendimento de que se trata da sentença recorrível);


SO

z Seja realizado no processo em que ocorreu o ilícito O crime de coação no curso do processo é aquele
A

(no processo em que se deu o falso e não no proces- em que, para beneficiar a si ou a terceiro, o agente
LV

so referente ao falso). emprega violência ou grave ameaça contra pessoas


SI

que participam do processo ou juízo arbitral.


Não responderá pelo crime de falso testemunho a Observe as duas hipóteses:
A
D

pessoa que praticar as condutas descritas no tipo penal


R

incriminador com a finalidade de não se autoincriminar. z Suponha que André tenha praticado um crime de
O

Lembre-se de que ninguém será prejudicado por roubo a um supermercado, estando ele sendo proces-
YG

não produzir provas contra si mesmo. sado por isso. Thais, funcionária do supermercado,
Quando a testemunha mente por estar sendo
H

é testemunha, tendo sido marcado um dia para que


ameaçada de morte ou algum outro mal grave, não
L

ela comparecesse em juízo para dar seu depoimento.


EL

responde pelo crime de falso testemunho. André, com a finalidade de favorecer seus próprios
XW

interesses, vai à casa de Thais e, utilizando-se de uma


Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito arma de fogo para ameaçá-la, exige que ela diga que
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

não foi ele quem praticou o fato, mas outra pessoa.


M

Art. 343 Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou André praticou o crime de coação no curso do pro-
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, cesso, já que empregou grave ameaça contra pessoa
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirma- chamada a intervir em processo judicial;
ção falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
z Aproveitando a mesma hipótese anterior, porém,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
agora André, sabendo sobre o que Thais disse na
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
inquirição, vai à casa dela e, utilizando-se de uma
O art. 343, do Código Penal, apresenta um outro tipo arma de fogo para ameaçá-la, diz que irá matá-la
penal, chamado por parte da doutrina de corrupção ativa por não dizer que foi outra pessoa que praticou o
de testemunha contador, perito, intérprete ou tradutor. crime, por tê-lo incriminado. André, nesta hipótese,
praticou o crime de ameaça, uma vez que empregou
z Verbos: dar, oferecer ou prometer; grave ameaça contra a pessoa após o depoimento,
z Destinatário: testemunha, perito, contador, tra- exaurindo-se a participação daquela na ação.
dutor ou intérprete;
z Finalidade: fazer com que as pessoas façam afirma- Caso o agente se utilize de violência para praticar o
ção falsa, neguem ou calem a verdade em depoimen- crime de coação no curso do processo, responderá por
to, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. este, além da pena correspondente à violência. 229
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre a coação no curso do processo, fique atento z Só pode ser praticado dolosamente;
às seguintes informações: z É crime de ação múltipla, que irá se configurar com
a prática de quaisquer um dos verbos previstos no
z Pode ser praticado contra as autoridades respon- tipo penal: tirar, suprimir, destruir ou danificar;
sáveis pela condução do processo, como juízes, z Trata-se de crime próprio. Exige-se que a coisa seja
promotores, delegados de polícia, entre outros; própria do agente que praticou a conduta delituosa.
z Só pode ser praticado dolosamente; Pode haver coautoria ou participação de terceiros;
z Exige-se o dolo específico por parte do agente de z O objeto deve estar em poder de terceiro por deter-
favorecer interesse próprio ou alheio; minação judicial ou convenção. Se for por outro
z É crime formal, que se consuma com o uso de vio- motivo, não se configurará este crime;
lência ou grave ameaça, independentemente de o z Admite tentativa.
coagido ceder;
z Admite a forma tentada na hipótese de o crime ser Para consumação deste crime, existem duas correntes:
praticado por escrito e haver extravio.
z O crime é formal e consuma-se quando o agente
emprega o meio executório;
Exercício Arbitrário das Próprias Razões
z O crime é material e só se consuma com a satisfa-
ção da pretensão visada.
Art. 345 Fazer justiça pelas próprias mãos, para
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quan- Fraude Processual
do a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, Art. 347 Inovar artificiosamente, na pendência de
além da pena correspondente à violência. processo civil ou administrativo, o estado de lugar,
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o
somente se procede mediante queixa. juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Observe a parte final da figura típica: salvo quan- Parágrafo único. Se a inovação se destina a produ-
do a lei o permite. zir efeito em processo penal, ainda que não inicia-
Pode-se concluir que, quando houver permissão do, as penas aplicam-se em dobro.
legal, o agente que fizer justiça com as próprias mãos

4
Com previsão legal no art. 347, do Código Penal, o cri-

-7
não será responsabilizado criminalmente. Assim, caso
me de fraude processual se configura quando o agente

91
o agente mate alguém em legítima defesa, não será ele
inovar artificiosamente, na pendência de processo civil

.5
responsabilizado criminalmente.

51
Observe o exemplo a seguir: Tício é proprietário de ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pes-
soa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito.

.7
uma casa que se encontra alugada para Mévio. O inquili-

79
no está devendo 6 (seis) meses de aluguel. Tício, indignado Aplica-se a pena em dobro se a inovação se destina
a produzir efeito em processo penal, ainda que não

-0
com a situação, vai até o local, troca todas as fechaduras e
coloca os objetos pessoais de Mévio do lado de fora. Neste indiciado o agente. ZA
caso, Tício praticou o crime de exercício arbitrário das pró- Exemplo: Carlos praticou o crime de homicídio, ao
U

prias razões, já que fez justiça com as próprias mãos, para matar Cláudio, que lhe devia uma quantia em dinhei-
SO

satisfazer pretensão legítima (ele tinha o direito de receber ro. Com a finalidade de simular uma hipótese de legíti-
ma defesa, para induzir o perito a erro, Carlos coloca,
A

os valores correspondentes ao aluguel de seu imóvel).


fraudulentamente, nas mãos da vítima, uma arma de
LV

A pretensão do agente deveria ter sido soluciona-


fogo, modificando o estado de pessoa.
SI

da pelos meios legais pertinentes.


Sobre o exercício arbitrário das próprias razões, Carlos praticou o crime de fraude processual, res-
A

pondendo pelo crime com a pena dobrada, já que ino-


D

deve-se ficar atento ao seguinte:


vou artificiosamente, na pendência de processo penal.
R

Sobre o crime de fraude processual, fique atento


O

z É crime comum, que pode ser praticado por qual-


YG

ao seguinte:
quer pessoa;
H

z Só poderá ser praticado dolosamente;


z É crime comum;
L

z É crime formal, consumando-se com o emprego ou


EL

uso do meio arbitrário, independentemente de o z Não admite a modalidade culposa;


z Exige dolo específico: fim de induzir a erro juiz ou
XW

agente alcançar ou não a pretensão;


z Admite tentativa; perito;
A

z Caso o agente pratique o crime com emprego de z É crime formal, que se consuma com a prática da
M

violência, responderá também por ela. conduta prevista no tipo penal, ainda que não seja
efetivamente induzido a erro o juiz ou o perito;
Subtração ou Dano de Coisa Própria Legalmente em z Admite a modalidade tentada.
Poder de Terceiro
Importante!
Art. 346 Tirar, suprimir, destruir ou danificar coi-
sa própria, que se acha em poder de terceiro por A respeito do direito à não autoincriminação, veja-
determinação judicial ou convenção: mos o entendimento do STJ: “O direito à não
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. autoincriminação não abrange a possibilidade de
os acusados alterarem a cena do crime, inovando o
No art. 346, do Código Penal, há uma outra figu- estado de lugar, de coisa ou de pessoa, para, crian-
ra típica, bastante parecida com o crime de exercício do artificiosamente outra realidade, levar peritos ou
arbitrário das próprias razões.
o próprio Juiz a erro de avaliação relevante”.24
Sobre este tipo penal, é importante salientar:
230 24 (STJ: HC 137.206/SP, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 01.12.2009).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Favorecimento Pessoal z Caso não ocorra êxito na subtração, haverá a
modalidade tentada;
Art. 348 Auxiliar a subtrair-se à ação de autorida- z É crime acessório, que exige a ocorrência de delito
de pública autor de crime a que é cominada pena anterior;
de reclusão: z A infração penal cometida pelo agente deve cons-
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
tituir um crime. Se a infração for tipificada como
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
contravenção penal, o favorecimento será atípico;
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, des- z Não pratica o crime o agente que auxiliar a sub-
cendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica trair-se à ação de autoridade pública autor de con-
isento de pena. travenção penal.

O favorecimento pessoal, previsto no art. 348, do Favorecimento Real


Código Penal, se configura quando o agente auxiliar a
subtrair-se à ação de autoridade pública autor de cri- Art. 349 Prestar a criminoso, fora dos casos de
me a que é cominada pena de reclusão. co-autoria ou de receptação, auxílio destinado
O crime consiste no apoio dado ao criminoso, seja a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
dando refúgio, abrigo ou facilitando a sua fuga. Neste
crime, o auxílio dá-se após a prática do crime, o que
difere da participação, em que o auxílio é prestado Requisitos do favorecimento real:
antes ou durante o crime.
z Prestar auxílio a criminoso após a prática do crime;
FAVORECIMENTO PARTICIPAÇÃO NO z O auxílio é destinado a tornar seguro o proveito do
PESSOAL DELITO crime (que já ocorreu) — não abrange o provento
de contravenção penal;
Auxílio ao criminoso ocor- Auxílio ao criminoso ocorre z Aquele que presta auxílio não pode ser coautor ou
re após a prática do crime antes ou durante o crime receptador do crime praticado anteriormente.

Este tipo penal pode gerar algumas dúvidas. Para Ao favorecimento real não se aplica a escusa penal

4
-7
esclarecê-las, vamos analisar alguns exemplos: absolutória mesmo que a conduta seja praticada pelo

91
Exemplo 1: Júnior pratica o crime de roubo. O ascendente, descendente, cônjuge ou irmão.

.5
delegado de polícia da região está a sua procura. O Sobre o favorecimento real, é importante mencio-

51
autor do crime pede para se esconder do delegado na nar que:

.7
casa de Danilo, seu amigo. Danilo, em sua casa, escon-

79
de Júnior. Júnior responderá pelo crime de roubo; z Não admite a culpa;

-0
Danilo, pelo crime de favorecimento pessoal, já que z Admite tentativa;
auxiliou a se subtrair da ação de autoridade pública z O auxílio não pode ter sido combinado previamen-
ZA
autor de crime a que se comina pena de reclusão. te pelos agentes; caso os agentes combinem antes,
U
Exemplo 2: Francisco, Jefferson e César combinam o crime não será de favorecimento real, e sim
SO

um crime de roubo. Francisco e Jefferson vão prati- haverá participação;


car o verbo descrito no tipo penal, César irá dar fuga
A

z É crime comum.
LV

aos agentes. O crime é praticado, os policiais acabam


tomando conhecimento da prática delituosa e vão atrás
SI

Favorecimento Real Impróprio ou Ingresso Não


dos criminosos, contudo, eles conseguem se evadir.
A

Todos os agentes responderão apenas pelo crime de Autorizado de Aparelho Telefônico ou Similar em
D

roubo. Não se aplica a César, responsável pela fuga, o Presídio


R
O

crime de favorecimento pessoal, porque, para que se


Há uma conduta típica, prevista no art. 349-A, do
YG

configure este crime, não pode o agente ter participa-


do do crime anterior e nem pode haver liame subjetivo Código Penal, inserida no ano de 2009, chamada por
H

prévio entre os agentes, ou seja, ligação ou vínculo psi- parte da doutrina de favorecimento real impróprio.
L
EL

cológico e subjetivo entre os agentes do delito.


Este crime apresenta uma forma privilegiada, à qual Art. 349-A Ingressar, promover, intermediar, auxi-
XW

se comina uma pena mais branda se ao crime praticado liar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

não é cominada pena de reclusão (detenção, por exemplo). comunicação móvel, de rádio ou similar, sem auto-
M

Haverá isenção de pena (escusa penal absolutória) rização legal, em estabelecimento prisional.
caso a conduta que configura o favorecimento pessoal Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
seja praticada por:
Trata-se de crime plurinuclear, que poderá ser
z Ascendente; praticado mediante a execução de quaisquer um dos
z Descendente; verbos descritos no tipo penal incriminador.
z Cônjuge; Sobre este crime, é importante levar para a sua
z Irmão. prova:

Sobre o favorecimento pessoal, leve para a sua z Não admite a culpa;


prova o seguinte: z Caso haja autorização legal para ingresso do apa-
relho, o fato será atípico;
z Não pode ser praticado culposamente; z É crime comum;
z É crime comum; z A pessoa que se encontra presa poderá responder por
z O crime consuma-se com o êxito na subtração do este tipo penal; contudo, caso apenas utilize o apare-
criminoso; lho que ingressou no estabelecimento prisional, não 231
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
será punida por este crime, cometendo apenas falta z Em regra, trata-se de crime comum, que pode ser
grave, de acordo com a Lei de Execuções Penais. praticado por qualquer pessoa;
z Admite a forma culposa;
Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder z É necessário, para configuração do crime, que a
prisão a que está submetida a pessoa seja legal;
Este crime, previsto no art. 350, do Código Penal, z Trata-se de crime material, que se consuma com a
encontrava-se revogado tacitamente pela Lei de Abu- efetiva fuga;
so de Autoridade, Lei 4.898, de 1965. z Admite a forma tentada;
Com a Lei nº 13.964, de 2019, o crime foi expressa- z Caso seja praticado mediante violência contra pes-
mente revogado. soa, responderá o agente também pela violência.

Fuga de Pessoa Presa ou Submetida à Medida de Evasão Mediante Violência Contra Pessoa
Segurança
Art. 352 Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou
Art. 351 Promover ou facilitar a fuga de pessoa o indivíduo submetido a medida de segurança
legalmente presa ou submetida a medida de segu- detentiva, usando de violência contra a pessoa:
rança detentiva: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. pena correspondente à violência.

Previsto no art. 351, do CP, este crime tem a seguinte Sobre este crime, é muito importante que você
figura típica: Promover ou facilitar a fuga de pessoa legal- leve em consideração:
mente presa ou submetida a medida de segurança detentiva. z Trata-se de crime próprio, que só poderá ser prati-
Como se pode observar pela leitura da figura típica, cado por pessoa presa ou submetida a medida de
este tipo penal poderá ser praticado de 2 (duas) formas: segurança detentiva;
z Só pode ser praticado dolosamente;
z Com a promoção da fuga; z É crime de atentado ou de empreendimento, pois
z Com a facilitação da fuga. prevê expressamente em sua descrição típica a
conduta de tentar o resultado, por isso, não admi-

4
-7
z Forma qualificada: te a tentativa;

91
z Exige-se o emprego de violência contra pessoa.

.5
Art. 351 [...]

51
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por Caso não haja emprego de violência ou se esta seja

.7
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a empregada contra coisa, não irá se configurar este crime.

79
pena é de reclusão, de dois a seis anos. Exemplo 1: Michele, presa em uma penitenciária

-0
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, apli- feminina, para fugir, emprega violência contra uma
ca-se também a pena correspondente à violência. agente prisional, conseguindo, assim, evadir-se.
ZA
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o Exemplo 2: Michele, presa em uma penitenciária
U
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou feminina, aproveitando de um momento de descuido
SO

guarda está o preso ou o internado. dos agentes prisionais, quebra uma janela com um
soco e foge do estabelecimento prisional.
A

„ Se o crime é praticado por pessoa sob cuja cus-


LV

Exemplo 3: Michele, presa em uma penitenciária femi-


tódia ou guarda está o preso ou internado, será nina, ao verificar que os agentes prisionais estão distraí-
SI

crime próprio. Obs: Se a prisão for ilegal, não dos, foge, pulando o muro do estabelecimento prisional.
A

haverá a incidência deste crime, uma vez que Apenas no exemplo 1 haverá a configuração do
D

estará presente a legítima defesa de terceiro; crime de evasão mediante violência contra pessoa, já
R
O

„ Se o crime é praticado à mão armada, ou por que no exemplo 2 a violência foi empregada contra
YG

mais de uma pessoa, ou mediante arromba- coisa e no exemplo 3 não houve emprego de violência.
mento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos;
H

„ Se há emprego de violência contra a pessoa, o Dica


L
EL

agente responderá também pelo crime corres-


pondente à violência. Se da violência resultarem lesões, ainda que
XW

leves, ou morte, o agente responderá pelos dois


A

z Forma culposa: crimes, e as penas serão somadas.


M

Art. 351 [...] Arrebatamento de Preso


§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, Art. 353 Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo,
de três meses a um ano, ou multa. do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
Na forma culposa, é crime próprio, que será prati- correspondente à violência.
cado pelo funcionário incumbido da guarda ou custó-
dia da pessoa presa. Sobre este crime, são relevantes as seguintes
Sobre o crime de fuga de pessoa presa ou subme- informações:
tida à medida de segurança, é importante levar em
consideração: z Não admite a modalidade culposa;
z Exige dolo específico: fim de maltratar o preso
z Pode ser praticado tanto intramuros (no interior de (aplicar-lhe uma surra, por exemplo);
estabelecimento de natureza prisional) quando extra- z É crime comum, pode ser praticado por qualquer
232 muros (durante procedimento de escolta ou condução); pessoa;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O tipo penal diz preso, sem discriminar se a prisão Sobre o crime de patrocínio infiel, é importante
é legal ou ilegal; por isso, o agente pode cometer o que você saiba que:
crime mesmo que a prisão seja ilegal;
z O direito penal não permite a analogia, portanto, não „ É crime próprio, que só será praticado pelo advo-
haverá a incidência deste crime se o ato é cometido gado ou procurador que trair o dever funcional;
contra pessoa internada por medida de segurança; „ É crime material, que se consuma quando se
z O preso arrebatado é sujeito passivo secundário; prejudicar o interesse do representado;
z É crime formal, que se consuma com o arrebata- „ Não admite forma culposa;
mento, independentemente de se conseguir mal- „ Admite tentativa somente quando o advogado
tratar o preso; ou procurador pretende cometer o crime na
z Admite a forma tentada; forma comissiva, uma vez que na forma omis-
z Quando o agente empregar a violência em concurso siva não se admite a tentativa;
com o arrebatamento de preso, seja lesão corporal leve, „ É crime próprio;
grave ou gravíssima, mesmo que o resultado seja mor- „ Não admite a forma culposa;
te, o sujeito ativo responderá pelos dois crimes (arreba- „ É crime formal, que não exige o prejuízo.
tamento de preso e lesão corporal, por exemplo).
z Patrocínio simultâneo ou tergiversação: defen-
Motim de Presos der, na mesma causa, o advogado ou procura-
dor judicial, simultânea (patrocínio simultâneo)
Art. 354 Amotinarem-se presos, perturbando a ou sucessivamente (tergiversação ou patrocínio
ordem ou disciplina da prisão: sucessivo), partes contrárias.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
pena correspondente à violência. O patrocínio simultâneo configura-se quando o advo-
gado patrocinar as partes contrárias simultaneamente.
Amotinarem-se transmite a ideia de revolta cole- A tergiversação configura-se quando o advogado
tiva dos presos com a ordem e a disciplina da prisão, deixa de patrocinar o seu cliente para patrocinar a
provocando perturbação e alvoroço. parte contrária.
Ordem diz respeito à tranquilidade do ambiente Sobre o crime de patrocínio simultâneo ou tergi-

4
-7
prisional. versação, é importante saber que:

91
Disciplina consiste no respeito e obediência às

.5
regras previamente estabelecidas. „ É crime doloso;

51
Sobre este crime, fique atento ao seguinte: „ Não admite a modalidade culposa;

.7
„ A traição do advogado ou procurador deve pro-

79
z É crime plurissubjetivo ou de concurso necessário, duzir prejuízo relevante de qualquer natureza,

-0
já que será praticado por “presos”; material ou moral, desde que lícito;
z É crime próprio, que só poderá ser praticado por „ Admite tentativa; ZA
pessoas presas; „ A ação penal é pública incondicionada.
U

z Só pode ser praticado dolosamente;


SO

z O Código Penal não faz referência ao número de Sonegação de Papel ou Objeto de Valor Probatório
A

presos que é necessário para a configuração do tipo


LV

penal, mas deixa claro se tratar de um crime coletivo; Art. 356 Inutilizar, total ou parcialmente, ou
SI

z Não é relevante, para fins de caracterização deste cri- deixar de restituir autos, documento ou objeto
A

me, se o interesse dos presos é legítimo ou ilegítimo; de valor probatório, que recebeu na qualidade de
D

z Caso seja praticado com emprego de violência, res- advogado ou procurador:


R

ponderão os agentes, também, por ela; Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
O

z Caso os agentes consigam evadir-se em decorrên-


YG

cia da violência empregada para o motim, respon- Previsto no art. 356, do CP, este crime se configu-
H

derão também pelo crime do art. 352, do CP; ra quando o agente inutilizar, total ou parcialmente,
L

ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de


EL

z Admite a forma tentada.


valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
XW

Patrocínio Infiel gado ou procurador.


Este crime pode ser praticado de duas formas:
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Art. 355 Trair, na qualidade de advogado ou procu-


rador, o dever profissional, prejudicando interesse, z Inutilizar, total ou parcialmente, autos, documento
cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: ou objeto de valor probatório (forma comissiva);
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. z Deixar de restituir autos, documento ou objeto de
Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advoga- valor probatório (forma omissiva).
do ou procurador judicial que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. Sobre este tipo penal, é importante ficar atento ao
seguinte:
No art. 355, do CP, temos dois crimes distintos, com
as seguintes condutas típicas: patrocínio infiel, no z É crime próprio, que só pode ser praticado pelo
caput, e patrocínio simultâneo ou tergiversação, no advogado ou procurador que recebeu os autos,
parágrafo único. documento ou objeto de valor probatório;
z Não é punido na modalidade culposa;
z Patrocínio Infiel: trair, na qualidade de advogado z A doutrina dominante admite a tentativa na moda-
ou procurador, o dever profissional, prejudicando lidade comissiva — “inutilizar”, mas não admite
interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado. na modalidade omissiva — “deixar de restituir”. 233
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exploração de Prestígio z Não admite a forma culpada;
z Admite tentativa quando o agente não consegue,
Está previsto no art. 357, do CP:
por circunstâncias alheias a sua vontade, impedir,
Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer perturbar ou fraudar a arrematação judicial;
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jura- z No caso de emprego de violência, responderá o
do, órgão do Ministério Público, funcionário de jus- agente, também, por ela.
tiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um Suspensão de Direito
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro
ou utilidade também se destina a qualquer das pes- Art. 359 Exercer função, atividade, direito, autori-
soas referidas neste artigo. dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por
decisão judicial:
Não se deve confundir este tipo penal com o cri- Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
me de tráfico de influência, previsto no art. 332, do CP.
Vejamos a diferença na tabela a seguir: Este crime está previsto no art. 359, do CP, e se
configura quando o agente exercer função, atividade,
EXPLORAÇÃO DE TRÁFICO DE direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou
PRESTÍGIO INFLUÊNCIA privado por decisão judicial.
(ART. 357) (ART. 332) O crime de desobediência a decisão judicial sobre per-
Crime contra a Crime contra a da ou suspensão de direito, inserido no Código Penal entre
administração da justiça administração em geral os crimes contra a administração da justiça, representa
uma modalidade especial do delito de desobediência,
Solicitar, exigir, cobrar capitulado no art. 329, do CP, entre os crimes praticados
Solicitar ou receber
ou obter, para si ou para por particular contra a administração em geral.
dinheiro ou qualquer outra
outrem, vantagem ou Há, nos dois delitos, o descumprimento de ordem
utilidade, a pretexto de
promessa de vantagem, a legal emanada de funcionário público. No entanto, o
influir em
pretexto de influir em crime definido no art. 359, do CP, possui elementos espe-
Juiz, jurado, órgão do cializantes, pois o agente não desobedece a uma simples

4
-7
Ministério Público, Em ato praticado por ordem legal emitida por qualquer funcionário público.

91
funcionário de justiça, funcionário público no Neste crime, o agente vai além, exercendo função,

.5
perito, tradutor, intérprete exercício da função atividade, direito, autoridade ou múnus de que estava

51
ou testemunha suspenso ou privado por decisão judicial.

.7
Tutela-se a administração da justiça.

79
Quanto ao sujeito ativo, verifica-se que se trata de

-0
A pena do crime de exploração de prestígio será aumen-
tada de 1/3 (um terço) se o agente alega ou insinua que o crime próprio ou especial, pois somente pode ser prati-
ZA
dinheiro ou utilidade também se destina ao juiz, ao jurado, cado pela pessoa que, por decisão judicial, foi suspensa
ou privada relativamente ao exercício de determinada
U
ao órgão do ministério público, ao funcionário de justiça,
SO

ao perito, ao tradutor, ao intérprete ou à testemunha. função, atividade, direito, autoridade ou múnus.


Sobre o crime de exploração de prestígio, leve para O sujeito passivo é o Estado.
A

a sua prova: Consuma-se com o simples exercício da função,


LV

atividade, direito, autoridade ou múnus do qual o


SI

z É crime comum, que poderá ser praticado por agente foi suspenso ou privado por decisão judicial,
A

qualquer pessoa; ainda que desta conduta não seja produzido nenhum
D

z Só poderá ser praticado dolosamente; resultado naturalístico.


R
O

z No verbo solicitar, é crime formal; Basta a prática de um único ato capaz de afrontar a
YG

z No verbo receber, é crime material; determinação emanada do Poder Judiciário.


z Admite tentativa. Sobre este crime, é importante que você leve em
H

consideração as seguintes informações:


L
EL

Violência ou Fraude em Arrematação Judicial


z Só poderá ser praticado dolosamente;
XW

Art. 358 Impedir, perturbar ou fraudar arrema- z Admite a modalidade tentada;


A

tação judicial; afastar ou procurar afastar con- z Exige-se que a suspensão ou privação se dê por
M

corrente ou licitante, por meio de violência, grave decisão judicial. Caso se trate de decisão adminis-
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: trativa, não se configurará este tipo penal.
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
além da pena correspondente à violência. CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

Arrematação judicial, também conhecida como leilão Os crimes contra as finanças públicas foram acres-
ou praça, é o ato de transferência dos bens penhorados do cidos ao Código Penal, em capítulo próprio dos crimes
devedor, em que um funcionário da justiça apregoa e um contra a Administração Pública, no ano 2000.
interessado os adquire, em hasta pública, pelo maior lance. Estão previstos do art. 359-A ao art. 359-H.
Trata-se de atividade inerente ao Poder Judiciário,
consistente em verdadeira expropriação destinada à Dica
satisfação de crédito não cumprido voluntariamente.
Sobre este crime, é importante ficar atento ao seguinte: Os crimes contra as finanças públicas são pró-
prios, praticados por funcionário público (crimes
z É crime comum, que pode ser praticado por qual- funcionais), exigindo-se que este funcionário
234 quer pessoa; possa dispor sobre as finanças públicas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parte considerável da doutrina entende ser possí- z Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar
vel que o particular seja sujeito ativo dos crimes con- de despesa que exceda limite estabelecido em lei.
tra as finanças públicas, desde que, por força de lei,
tenha disponibilidade sobre elas. Entretanto, tal pos- Faz-se necessário compreender o que significa
sibilidade é caso extremamente excepcional. empenho, liquidação e ordem de pagamento:
Todos os crimes contra as finanças públicas são pro-
cessados mediante ação penal pública incondicionada. z Empenho: ato emanado de autoridade competen-
te que cria para o Estado obrigação de pagamento
Contratação de Operação de Crédito pendente ou não de implemento de condição;
z Liquidação: consiste na verificação do direito
Este crime se encontra previsto no art. 359-A, do CP: adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito;
Art. 359-A Ordenar, autorizar ou realizar operação z Ordem de pagamento: despacho exarado por
de crédito, interno ou externo, sem prévia autoriza- autoridade competente, determinando que a des-
ção legislativa:
pesa seja paga.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem orde-
na, autoriza ou realiza operação de crédito, interno Sobre os restos a pagar, trata-se das despesas empe-
ou externo: nhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro. Dessa
I - com inobservância de limite, condição ou mon- forma, o tipo penal pune o administrador que:
tante estabelecido em lei ou em resolução do Sena-
do Federal; z Inscreve em restos a pagar despesas que não foram
II - quando o montante da dívida consolidada ultra- previamente empenhadas;
passa o limite máximo autorizado por lei. z Inscreve em restos a pagar despesas previamente
empenhadas, mas com excesso aos limites legais.
Conduta típica: ordenar, autorizar ou realizar ope-
ração de crédito, interno ou externo, sem prévia auto- Quanto ao sujeito ativo, somente pode ser pra-
rização legislativa. ticado pelo agente público dotado da atribuição de
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser ordenar ou autorizar a inscrição da despesa. Se o fun-

4
praticado mediante a execução de qualquer um dos

-7
cionário público praticar o ato sem atribuição legal

91
verbos previstos no tipo penal. Responde por este cri- para tanto, este será passível de anulação pelo próprio
me aquele que praticar a conduta típica.

.5
Poder Público, tornando atípica a conduta.

51
Há formas equiparadas do crime de contratação O sujeito passivo é a União, os estados, os municí-
de operação de crédito, incorrendo nas mesmas penas

.7
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa-

79
aquele que ordena, autoriza ou realiza, operação de
tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente,
crédito, interno ou externo:

-0
a coletividade, em face do prejuízo causado pelo abalo
nas finanças públicas.
ZA
z Com inobservância de limite, condição ou montante
Consuma-se no momento da prática da conduta legal-
U
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
SO

z Quando o montante da dívida consolidada ultra- mente descrita (ordenar ou autorizar a inscrição em res-
passa o limite máximo autorizado por lei. tos a pagar), independentemente da lesão ao erário.
A

Sobre este crime, é importante levar em consideração:


LV

Sobre este crime, é importante levar em conside-


SI

ração que: z Não admite a modalidade culposa;


A

z Trata-se de crime de ação múltipla.


D

z Não admite a modalidade culposa;


R

Assunção de Obrigação no Último Ano do Mandato


O

z Caso o agente pratique as condutas com autoriza-


YG

ção legislativa prévia, o fato será atípico, mas, se ou Legislatura


ultrapassar os limites da lei, o fato será típico;
H

z Nos verbos ordenar e autorizar, o crime é formal; Art. 359-C Ordenar ou autorizar a assunção de
L
EL

z No verbo realizar, o crime é material. obrigação, nos dois últimos quadrimestres do últi-
mo ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
XW

Inscrição de Despesas Não Empenhadas em Restos não possa ser paga no mesmo exercício financei-
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a Pagar ro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício


M

seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de


Este crime está previsto no art. 359-B, do CP. disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-B Ordenar ou autorizar a inscrição em restos
a pagar, de despesa que não tenha sido previamente O objeto material do crime é a obrigação assumi-
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: da nos dois últimos quadrimestres do último ano do
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. mandato ou legislatura.
Pode ser praticado de duas formas:
Se configura quando o agente ordenar ou autori-
zar a inscrição em restos a pagar de despesa que não z Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
tenha sido previamente empenhada ou que exceda nos dois últimos quadrimestres do último ano do
limite estabelecido em lei. mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
Pode ser praticado de duas formas: paga no mesmo exercício financeiro;
z Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos
z Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar de dois últimos quadrimestres do último ano do man-
despesa que não tenha sido previamente empenhada; dato ou legislatura, se restar parcela a ser paga no 235
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exercício seguinte, que não tenha contrapartida z É crime de ação simples;
suficiente de disponibilidade de caixa. z Caso a despesa seja ordenada com autorização
legislativa, o fato será atípico;
A prática do crime não está apenas relacionada ao z É crime formal, segundo Nucci.
mandato eletivo, mas também ao mandato decorrente
de indicação. Prestação de Garantia Graciosa
Trata-se de crime próprio ou especial, por isso,
somente agentes públicos titulares de mandato ou Está prevista no art. 359-E, do CP:
legislatura, representantes dos órgãos e entidades
indicados no art. 20 da Lei Complementar nº 101, de Art. 359-E Prestar garantia em operação de crédito
2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, podem ser o sem que tenha sido constituída contragarantia em
sujeito ativo, pois apenas tais pessoas têm atribuição valor igual ou superior ao valor da garantia pres-
para assunção de obrigações. tada, na forma da lei:
O sujeito passivo é a União, os estados, os municí- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa-
tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente, O tipo penal pune a conduta do funcionário público
a coletividade, em face do prejuízo causado pelo abalo que presta garantia sem a observância do requisito legal.
nas finanças públicas. Quanto aos requisitos legais, devemos entender
Consuma-se quando o sujeito ativo ordena ou auto-
que “prestar” tem o sentido de conceder ou autorizar
riza a assunção de obrigação, nos últimos oito meses
garantia, e isso está em conformidade com o inciso IV,
do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
art. 29, da Lei Complementar nº 101, de 2000, Lei de
ser paga naquele exercício financeiro ou reste parte
a ser paga no exercício seguinte, sem contrapartida Responsabilidade Fiscal, que afirma que concessão de
suficiente para tanto, independentemente da compro- garantia é o “compromisso de adimplência de obriga-
vação de prejuízo aos cofres públicos. ção financeira ou contratual assumida por algum ente
Sobre este crime, é importante ficar atento às seguin- da Federação ou entidade a ele vinculada”.
tes disposições: As condições para a concessão de garantia encon-
tram-se no art. 40, da citada lei. Destaca-se entre elas
z Só pode ser praticado dolosamente; o oferecimento de contragarantia, em valor igual ou

4
superior ao da garantia a ser concedida, visando ao

-7
z Este crime só se configura se as condutas típicas

91
forem praticadas nos dois últimos quadrimestres equilíbrio das finanças públicas.

.5
(oito meses anteriores ao término do mandato) do Sobre este crime, fique atento:

51
último ano do mandato ou legislatura;

.7
z É crime de ação múltipla; z Este crime não admite a modalidade culposa;

79
z Admite a modalidade tentada, apesar de ser de difícil z Não basta que seja constituída a contragarantia,

-0
comprovação, segundo posicionamento doutrinário exige-se que ela seja igual ou superior ao valor da
majoritário. garantia prestada; ZA
z Caso a contragarantia seja inferior ou não seja
U

Ordenação de Despesa Não Autorizada prestada, este crime estará configurado.


SO
A

O crime de ordenação de despesa não autorizada Não Cancelamento de Restos a Pagar


LV

está previsto no art. 359-D, do CP:


SI

Art. 359-F Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro-


Art. 359-D Ordenar despesa não autorizada por lei:
A

mover o cancelamento do montante de restos a pagar


D

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. inscrito em valor superior ao permitido em lei:
R

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.


O

Ordenar tem o sentido de mandar, determinar que


YG

se realize a despesa pública, a qual compreende os Deixar de ordenar é não determinar a terceiro que
H

desembolsos efetuados pelo Estado para fazer frente algo seja feito.
L

às suas diversas responsabilidades junto à sociedade. Deixar de autorizar é não permitir que terceira
EL

Sobre o sujeito ativo, trata-se de crime próprio ou pessoa faça algo.


XW

especial, pois somente pode ser cometido pelo funcio- Deixar de promover equivale a não realizar direta-
nário público com atribuição para ordenar despesas,
A

mente alguma coisa.


M

conhecido como “ordenador de despesas”. O administrador público que se depara com restos
O tipo penal não alcança o “realizador de despesas”, a pagar inscritos em valor superior ao limite permiti-
compreendido como a pessoa que se limita a cumprir do em lei tem o dever legal de autorizar, ordenar ou
ou executar a ordem expedida pelo ordenador. promover o seu cancelamento, sob pena de incorrer
O sujeito passivo é a União, os estados, os municípios no crime de não cancelamento de restos a pagar.
ou o Distrito Federal, dependendo do ente federativo pre- O sujeito ativo é o funcionário público com atribui-
judicado pela conduta criminosa, e, secundariamente, a ção para ordenar, autorizar ou promover o cancela-
coletividade, em decorrência dos prejuízos causados pela mento do montante de restos a pagar indevidamente
ordenação de despesas públicas não autorizadas em lei. inscritos. Trata-se de crime próprio ou especial. Com
Consuma-se o crime quando o funcionário público isso, o funcionário público que deixa o cargo será res-
ordena a realização da despesa sem autorização legal, ponsabilizado pela “inscrição de despesas não empe-
independentemente da comprovação de efetiva lesão nhadas em restos a pagar” (art. 359-B), ao passo que
ao erário. o funcionário público que assume o cargo deverá ser
Sobre este tipo penal, é importante mencionar que: responsabilizado por não ter determinado o “cance-
lamento do montante de restos a pagar” (art. 359-F),
236 z Não admite a forma culposa; inscrito em valor superior ao legalmente permitido.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os dois agentes contribuem para o mesmo resul- aumento de despesa total com pessoal no último ano
tado, mas a eles serão imputados crimes diversos, em do mandato ou legislatura.
face do especial tratamento conferido pela lei penal. Consuma-se quando o agente público ordena, auto-
O sujeito passivo é a União, os estados, os municí- riza ou executa o ato de aumento de despesa com pes-
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa- soal, nos últimos 180 dias de mandato ou legislatura,
tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente, independentemente da comprovação de prejuízo eco-
a coletividade, em razão dos prejuízos causados pelo nômico ao erário.
não cancelamento de restos a pagar. Sobre este crime, leve em consideração o seguinte:
O crime consuma-se quando o sujeito ativo deixa
z Só pode ser praticado dolosamente;
de ordenar, de autorizar ou de promover o cancela-
z É crime de ação múltipla;
mento do montante de restos a pagar inscrito inde-
z Para sua configuração, deve ser praticado nos 180 dias
vidamente, independentemente de comprovação de que antecedem o fim do mandato ou legislatura. Caso
lesão patrimonial ao erário. realizado em outro período, não irá se configurar;
A omissão que não ultrapassa os limites de restos a z Admite tentativa.
pagar não configura este crime.
Sobre este crime, fique atento ao seguinte: Oferta Pública ou Colocação de Títulos no Mercado

z Só pode ser praticado dolosamente; Este crime se encontra previsto no art. 359-H, do CP:
z É crime omissivo;
Art. 359-H Ordenar, autorizar ou promover a ofer-
z Não admite tentativa.
ta pública ou a colocação no mercado financeiro
de títulos da dívida pública sem que tenham sido
Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último criados por lei ou sem que estejam registrados em
Ano do Mandato ou Legislatura sistema centralizado de liquidação e de custódia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-G Ordenar, autorizar ou executar ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal, Ordenar é determinar.
nos cento e oitenta dias anteriores ao final do man- Autorizar equivale a permitir que algo seja feito.
dato ou da legislatura: Promover traz a ideia de realizar, concretizar a

4
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

-7
oferta pública ou colocação de títulos no mercado.

91
O objeto material do crime são os títulos da dívida
Ordenar é determinar alguma coisa.

.5
pública. Nos termos do inciso II, art. 29, da Lei Com-

51
Autorizar significa permitir que algo seja feito. plementar nº 101, de 2000, Lei de Responsabilidade
Executar traz a ideia de realizar ou concretizar algo.

.7
Fiscal, considera-se dívida pública mobiliária aquela

79
Este crime tem como finalidade evitar que se “representada por títulos emitidos pela União, inclusive

-0
aumente as despesas totais com pessoal, concedendo os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios”.
aumentos, contratando, fazendo alterações na carrei- O sujeito ativo somente pode ser praticado pelo fun-
ZA
ra, entre outras formas, nos últimos dias do mandato cionário público dotado da atribuição para ordenar,
U
ou legislatura, deixando para outro funcionário públi- autorizar ou promover oferta pública ou colocação no
SO

co a responsabilidade de arcar com os compromissos. mercado financeiro de títulos da dívida pública.


A diferença entre o art. 359-G e o art. 359-C, do
A

O sujeito passivo é a União, os estados, os muni-


LV

CP, é que o crime em estudo não se relaciona com a cípios ou o Distrito Federal, dependendo do ente
infração penal tipificada no art. 359-C, do CP, porque
SI

federativo atingido pela conduta criminosa, e, media-


na assunção de obrigação no último ano do manda- tamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela
A
D

to ou legislatura levam-se em conta despesas que não compra de títulos irregularmente emitidos.
R

podem ser pagas no mesmo exercício, ficando a obri- Consuma-se o crime em estudo no momento em que
O

gação de pagamento ao sucessor, sem ter disponibili- o agente público ordena, autoriza ou promove a oferta
YG

dade orçamentária para tanto. pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos


H

No art. 359-G, do CP, o aumento de despesa com pes- da dívida pública sem que tenham sido criados por lei
L

soal é permanente, ou seja, ultrapassará o exercício ou sem que estejam registrados em sistema centralizado
EL

financeiro, atingindo anos futuros. Consequentemen- de liquidação e de custódia, independentemente de efe-


XW

te, o orçamento do ente federativo ou órgão público tivo prejuízo ao erário.


ficará inevitavelmente comprometido, deixando de Sobre este crime, é importante mencionar:
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

propiciar ao administrador público futuro condições


M

para gerir adequadamente a máquina estatal. z Só pode ser praticado dolosamente;


Destaca-se que o elemento temporal do art. 359-G, do z É crime de ação múltipla;
CP, está consubstanciado na expressão “nos cento e oiten- z Caso os títulos da dívida pública tenham sido cria-
ta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura”. dos por lei ou estejam registrados no sistema cen-
Assim, fora do período legalmente indicado, não tralizado de liquidação e de custódia, a prática da
há que se falar na prática do delito, ainda que exista conduta prevista no tipo penal será atípica.
ilegal aumento da despesa total com pessoal.
O sujeito ativo somente pode ser praticado pelo funcio- DOS CRIMES CONTRA A SOBERANIA NACIONAL
nário público com atribuição para ordenar, autorizar ou
executar ato que acarrete aumento de despesa total com Os crimes contra a soberania nacional encontram-
pessoal, nos últimos 180 dias do mandato ou legislatura. -se dispostos entre os arts. 359-I e 359-K, do CP.
O sujeito passivo é a União, os estados, os municí- Atentado à Soberania
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa-
tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente,
a coletividade, em razão dos prejuízos causados pelo
237
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP

Art. 8º Entrar em entendimento ou negociação com go- Atentado à soberania


verno ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provo- Art. 359-I Negociar com governo ou grupo estrangeiro,
car guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil. ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de
Pena: reclusão, de 3 a 15 anos. guerra contra o País ou invadi-lo:
Parágrafo único. Ocorrendo a guerra ou sendo desenca- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
deados os atos de hostilidade, a pena aumenta-se até o § 1º Aumenta-se a pena de metade até o dobro, se de-
dobro clarada guerra em decorrência das condutas previstas no
caput deste artigo.
§ 2º Se o agente participa de operação bélica com o fim
de submeter o território nacional, ou parte dele, ao domí-
nio ou à soberania de outro país:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos

Observe que em relação ao crime de atentado à soberania ocorreu a chamada continuidade normativo-típica,
ou seja, o delito apenas “mudou de endereço”, deixando de estar previsto na revogada Lei de Segurança Nacional
(LSN) para estar disposto no caput, do art. 359-I, do CP (não houve, portanto, abolitio criminis).
O crime previsto no caput do art. 359-I é crime comum (pode ser praticado por qualquer pesssoa) e formal
(consuma-se com a negociação).
O § 1º, art. 359-I, apresenta causa de aumento de pena na hipótese de ser declarada guerra em função das
condutas de negociação previstas no caput.
Já o § 2º, art. 359-I, por sua vez, dispõe sobre crime mais grave, que se configura com a participação do agente
em operação bélica a fim de submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país.

Atentado à Integridade Nacional

4
LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP

-7
91
Art. 11 Tentar desmembrar parte do território nacional Atentado à integridade nacional

.5
para constituir país independente Art. 359-J Praticar violência ou grave ameaça com a fi-

51
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos nalidade de desmembrar parte do território nacional para

.7
constituir país independente

79
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, além da pena

-0
correspondente à violênciaZA
U

Veja que o crime se consuma com a efetiva prática de violência ou grave ameaça e requer que o agente aja com
SO

a finalidade especial de desmembramento de parte do território nacional.


A
LV

Espionagem
SI
A

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP


D
R

Art. 13 Comunicar, entregar ou permitir a comunicação ou Espionagem


O

a entrega, a governo ou grupo estrangeiro, ou a organiza- Art. 359-K Entregar a governo estrangeiro, a seus agentes,
YG

ção ou grupo de existência ilegal, de dados, documentos ou a organização criminosa estrangeira, em desacordo
H

ou cópias de documentos, planos, códigos, cifras ou as- com determinação legal ou regulamentar, documento ou
L

suntos que, no interesse do Estado brasileiro, são classifi- informação classificados como secretos ou ultrassecre-
EL

cados como sigilosos tos nos termos da lei, cuja revelação possa colocar em
XW

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos perigo a preservação da ordem constitucional ou a sobe-


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: rania nacional
A
M

I - com o objetivo de realizar os atos previstos neste arti- Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos
go, mantém serviço de espionagem ou dele participa § 1º Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião,
II - com o mesmo objetivo, realiza atividade aerofotográ- conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à ação da
fica ou de sensoreamento remoto, em qualquer parte do autoridade pública
território nacional § 2º Se o documento, dado ou informação é transmitido
III - oculta ou presta auxílio a espião, sabendo-o tal, para ou revelado com violação do dever de sigilo:
subtraí-lo à ação da autoridade pública Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze) anos
IV - obtém ou revela, para fim de espionagem, desenhos, § 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previstos
projetos, fotografias, notícias ou informações a respeito neste artigo mediante atribuição, fornecimento ou em-
de técnicas, de tecnologias, de componentes, de equipa- préstimo de senha, ou de qualquer outra forma de acesso
mentos, de instalações ou de sistemas de processamento de pessoas não autorizadas a sistemas de informações:
automatizado de dados, em uso ou em desenvolvimento Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
no País, que, reputados essenciais para a sua defesa, se- § 4º Não constitui crime a comunicação, a entrega ou
gurança ou economia, devem permanecer em segredo a publicação de informações ou de documentos com o
fim de expor a prática de crime ou a violação de direitos
238 humanos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Trata-se de crime comum (crime do caput e do § 1º) e doloso.
O art 359-K, do CP, apresenta modalidade especial do crime de favorecimento pessoal, previsto no art. 348, do
CP, que se configura com auxílio ao espião.
O § 2º configura hipótese de crime próprio, isto é, só pode ser cometido por quem tem o dever de sigilo.
O § 3º apresenta um tipo penal autônomo que pune a facilitação à prática do crime do art. 359-K.
O § 4º apresenta causa de exclusão da tipicidade, não constituindo crime a conduta praticada nos termos que
constam no dispositivo.

Dica
O conceito de documentos secretos e ultrassecretos encontra-se na Lei nº 12.527, de 2011.

DOS CRIMES CONTRA AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP


Art. 17 Tentar mudar, com emprego de violência ou grave Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. Art. 359-L Tentar, com emprego de violência ou grave
Pena: reclusão, de 3 a 15 anos ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedin-
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a do ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais:
pena aumenta-se até a metade; se resulta morte, aumen- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da
ta-se até o dobro pena correspondente à violência
Art. 18 Tentar impedir, com emprego de violência ou gra-
ve ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da
União ou dos Estados
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos

4
-7
Veja que conduta é a de visar abolir o Estado Democrático de Direito e não a mera deposição de governante

91
legítimo, conduta que é punida pelo art. 359-M, do CP.

.5
51
.7
Dica

79
Os crimes contra as finanças públicas são próprios, praticados por funcionário público (crimes funcionais),

-0
exigindo-se que este funcionário possa dispor sobre as finanças públicas. ZA
U
Golpe de Estado
SO
A

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP


LV

Art. 17 Tentar mudar, com emprego de violência ou grave Golpe de Estado


SI

ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. Art. 359-M Tentar depor, por meio de violência ou grave
A

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos ameaça, o governo legitimamente constituído


D

Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além da
R
O

a pena aumenta-se até a metade; se resulta morte, au- pena correspondente à violência
YG

menta-se até o dobro


H
L
EL

Observe que os delitos previstos no art. 359-L e no art. 359-M são crimes de atentado ou empreendimento, ou
seja, a tentativa, por si só, já consuma o crime (note que o verbo núcleo em ambos é “tentar”).
XW
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO ELEITORAL


M

Interrupção do Processo Eleitoral

Art. 359-N Impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado, mediante violação indevida de
mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação estabelecido pela Justiça Eleitoral:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

O art. 359-N, do CP, apresenta conduta que, à primeira vista, se assemelha aos crimes previstos no art. 72, da
Lei nº 9.504, de 1997, Lei das Eleições:

Art. 72 (Lei nº 9.504, de 1997) Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral, a fim de alterar a apura-
ção ou a contagem de votos;
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de destruir, apagar, eliminar,
alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou provocar qualquer outro resultado diverso do espera-
do em sistema de tratamento automático de dados usados pelo serviço eleitoral; 239
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na totalização de votos ou a suas
partes.

Ao que parece, tanto as condutas previstas no CP quanto as previstas na Lei Eleitoral visam impedir ou pertur-
bar a eleição ou o seu resultado. A diferença entre as condutas previstas nas duas leis é que, no caso do art. 359-M,
o crime é cometido mediante violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação.

Violência Política

Art. 359-P Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício
de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS

Sabotagem

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL REDAÇÃO ATUAL DO CP

Art. 15 Praticar sabotagem contra instalações militares, Sabotagem


meios de comunicações, meios e vias de transporte, es- Art. 359-R Destruir ou inutilizar meios de comunicação
taleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, ao público, estabelecimentos, instalações ou serviços
depósitos e outras instalações congêneres. destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o Esta-
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. do Democrático de Direito:
§ 1º Se do fato resulta: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos
a) lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade;
b) dano, destruição ou neutralização de meios de defesa
ou de segurança; paralisação, total ou parcial, de ativi-
dade ou serviços públicos reputados essenciais para a
defesa, a segurança ou a economia do País, a pena au-

4
-7
menta-se até o dobro;

91
c) morte, a pena aumenta-se até o triplo.

.5
§ 2º Punem-se os atos preparatórios de sabotagem com

51
a pena deste artigo reduzida de dois terços, se o fato não

.7
constitui crime mais grave

79
-0
Trata-se de crime material, consumando-se com a destruição ou inutilização de meios de comunicação ao
ZA
público, estabelecimentos, instalações ou serviços destinados à defesa nacional.
U

A sabotagem somente se configura com a finalidade especial de abolir o Estado Democrático de Direito.
SO

EXCLUDENTE E COMPETÊNCIA
A
LV
SI

O art. 359-T trouxe uma excludente para a aplicação dos crimes contra o estado democrático de direito, prote-
gendo o direito de crítica, a atividade jornalística e a reivindicação de direitos e garantias constitucionais:
A
D
R

Art. 359-T Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a ati-
O

vidade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de
YG

greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais.
H
L

Vale observar, por fim, que todos os crimes contra o estado democrático de direito são de competência da
EL

Justiça Federal.
XW
A
M

DIREITO PROCESSUAL PENAL


INVESTIGAÇÃO CRIMINAL POLICIAL - INQUÉRITO POLICIAL

O Título II, do Código de Processo Penal, cuida, entre os seus arts. 4º e 23, do inquérito policial (IP).
De forma simples, o inquérito policial consiste em uma investigação formal e devidamente documentada que
tem a finalidade de colher elementos para a futura proposição de uma ação penal, seja por meio de denúncia
oferecida pelo Ministério Público ou por meio de queixa-crime nos casos de ação penal privada.

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Origem e Significado do Termo

Não se sabe exatamente quando surgiu um procedimento que, de alguma forma, visava apurar as infra-
240 ções penais; no entanto, os primeiros relatos que se tem dando conta de uma forma organizada de investigação
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
remontam à época da Roma Antiga. É de lá que se origi- Finalidade e Destinatário
na o termo inquérito, que vem da expressão em latim
in + quaerere e quer dizer buscar alguma coisa em A finalidade do inquérito policial é colher elemen-
uma determinada direção, procurar, perguntar. tos de informação a respeito da autoria, materialida-
Muito embora tenham existido outras normas de e das circunstâncias do crime a fim de formar a
anteriores que estabeleceram procedimentos destina- convicção do titular da ação penal.
dos a apurar a autoria e a materialidade de um crime, A convicção do titular da ação penal de que hou-
no Brasil, o primeiro diploma legal a trazer expressa- ve um crime e sobre quem é seu autor é chamada de
mente o termo e a definição de inquérito policial, com opinio delicti.
esse nome, foi o Decreto nº 4.824, de 22 de novembro O destinatário do inquérito policial é o Ministério
de 1871, que regulamentou a Lei nº 2.033, de 20 de Público, que é titular da ação penal pública, ou o ofen-
setembro de 1871: dido, que é o titular da ação penal de iniciativa privada.

Art. 42 (Decreto nº 4.824, de 1871) O inquerito Valor Probatório


policial consiste em todas as diligencias necessa-
rias para o descobrimento dos factos criminosos, Como regra, não são produzidas provas durante
de suas circumstancias e dos seus autores e compli- o inquérito policial, mas sim são colhidos elementos
ces; e deve ser reduzido a instrumento escripto [...]. de informação. Para que se configure em prova, o ele-
mento deve ser colhido observando-se o contraditó-
Com a publicação do atual Código de Processo rio e a ampla defesa, o que não ocorre no inquérito.
Penal, em 3 de outubro de 1941, o inquérito policial Assim sendo, o valor probatório do inquérito é rela-
consolidou-se como o procedimento administrativo tivo, isto é, deve ser confirmado por outros elementos
adequado para realizar a apuração da autoria e mate- colhidos no curso da ação penal.
rialidade das infrações penais, sendo realizado pela
Polícia Judiciária, sob a presidência do Delegado de Dica
Polícia (de acordo com o § 4º, art. 144, da Constituição
Federal). Eventuais nulidades ocorridas durante a investi-
gação não contaminam a ação penal25.

4
Conceito de Inquérito Policial

-7
Excepcionalmente, ocorre a produção de provas

91
Inquérito policial pode ser definido como um durante o inquérito policial, como no caso da produção

.5
procedimento administrativo, conduzido pelo de provas urgentes (provas, por exemplo, que podem vir

51
Delegado de Polícia, que objetiva a apuração da a se perder se não forem produzidas); no entanto, duran-

.7
materialidade e autoria de uma infração penal, te o processo, as partes podem se manifestar sobre essas

79
visando a que o titular da ação penal (Ministério provas (é o que se denomina contraditório diferido).

-0
Público ou ofendido) possa ingressar em juízo. ZA
Além de identificar a autoria e materialidade, o inquéri- CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
to policial presta-se, também, a identificar as circunstân-
U

O inquérito policial possui algumas características


SO

cias que envolveram a prática da infração (modo de agir,


motivos), uma vez que estas podem servir como qualifica- próprias. Algumas estão previstas na própria lei; outras
A

dora, privilégio, causa de aumento ou diminuição de pena. têm origem na doutrina e nas jurisprudências. O IP é:
LV

Dica: O inquérito policial é instaurado para apurar


Escrito
SI

infrações penais cuja pena seja superior a 2 anos. As


A

infrações penais de menor potencial ofensivo (crimes Todos os atos que forem produzidos durante o
D

cuja pena máxima não seja superior a 2 anos e con- inquérito policial devem ser escritos ou, quando
R

travenções penais) são apuradas por meio de termo forem realizados de forma oral, reduzidos a termo.
O

circunstanciado, conforme determina o art. 69, da Lei


YG

Tal previsão encontra-se no art. 9º, do CPP, que será


dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099, de 1995). Excep- estudado mais adiante.
H

cionalmente, em duas hipóteses as infrações de menor


L

potencial ofensivo são apuradas por meio de IP: quando Inquisitivo


EL

revestirem-se de alguma complexidade e quando envol-


XW

verem violência doméstica ou familiar contra a mulher. O IP é um procedimento administrativo destinado


a reunir as mínimas informações necessárias para a
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Natureza Jurídica propositura da ação penal; nele, não se aplica o prin-


cípio do contraditório.
Quando se pergunta a natureza jurídica de um institu-
to jurídico, busca-se conhecer sua essência. Nesse sentido, Indisponível
o inquérito policial tem natureza jurídica de procedimen- De acordo com o art. 17, do CPP, uma vez instaura-
to administrativo preparatório para a ação penal. do o inquérito policial, a autoridade policial não pode-
O inquérito policial é um procedimento e não um rá mais arquivá-lo.
processo administrativo. O que caracteriza um pro-
cesso é a presença de partes e a possibilidade de gerar Dispensável
sanção; no inquérito policial, não existem partes, mas
sim a figura do Delegado de Polícia (autoridade policial), O inquérito policial não é obrigatório. Como já men-
que é o responsável por apurar os fatos que constituam cionado, o IP possui um caráter meramente informa-
infrações penais, bem como sua autoria (o indicado tivo e busca reunir informações a respeito do crime.
não é parte, mas objeto da investigação); além disso, no Deste modo, quando o titular da ação já possui os ele-
inquérito não há aplicação de qualquer tipo de sanção. mento necessários para o oferecimento da ação penal,
25 (STJ - AgRg no HC 235840/SP). 241
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o inquérito será dispensável. Quanto a este tema, dis- Dica
põe o § 5º, do art. 39, do Código de Processo Penal:
Utilize o mnemônico É ID²OSO para se lembrar
das características do inquérito policial:
Art. 39 […]
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o Escrito
inquérito, se com a representação forem ofereci- Inquisitorial (inquisitivo)
dos elementos que o habilitem a promover a ação Indisponível
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo Dispensável
de quinze dias. Discricionário
Oficioso
Existe uma pequena parcela da doutrina que defen- Sigiloso
de ser o inquérito policial indispensável; no entanto, Oficial
para fins de prova, adote a posição da dispensabilidade.

Discricionário POLÍCIA JUDICIÁRIA E TITULARIDADE DO


INQUÉRITO POLICIAL
A autoridade policial pode conduzir e determinar
o rumo das diligências da maneira que entender ser Art. 4º (CPP) A polícia judiciária será exercida
mais adequada. Trata-se da inexistência de um padrão pelas autoridades policiais no território de suas
(formalidade) a seguir. respectivas circunscrições e terá por fim a apura-
É importante destacar que a discricionariedade não ção das infrações penais e da sua autoria.
está relacionada à instauração ou não do inquérito policial, Parágrafo único. A competência definida neste arti-
mas sim está ligada à condução das investigações. Deste go não excluirá a de autoridades administrativas, a
modo, caso haja elementos suficientes para a instauração quem por lei seja cometida a mesma função.
do IP, este deve ser instaurado. A discricionariedade reflete
a liberdade da autoridade em realizar as diligências neces- O inquérito policial é realizado pela polícia judiciá-
sárias de acordo com cada caso concreto. ria (Polícia Civil ou Polícia Federal). A instauração e a
A discricionariedade do Inquérito Policial não se presidência do IP ficam a cargo da autoridade poli-
confunde com arbitrariedade. A discricionariedade cial (delegado da Polícia Civil ou da Polícia Federal).

4
diz respeito à liberdade de atuação da autoridade Nesse sentido, assim dispõe o § 1º, art. 2º, da Lei nº

-7
policial nos limites estabelecidos em lei. Quando a

91
12.830, de 2013:
autoridade policial ultrapassa tais limites, ela passa a

.5
atuar de forma arbitrária (contrária à lei).

51
Art. 2º (Lei nº 12.830, de 2013) [...]

.7
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de auto-
Oficial

79
ridade policial, cabe a condução da investigação

-0
criminal por meio de inquérito policial ou outro
Incumbe ao delegado de polícia (civil ou federal) a procedimento previsto em lei, que tem como objeti-
ZA
presidência do inquérito policial. vo a apuração das circunstâncias, da materiali-
U
dade e da autoria das infrações penais.
SO

Oficioso
Do art. 4º, do CPP, é possível identificar a caracte-
A

Ao tomar conhecimento de notícia de crime de


LV

rística do inquérito de ser oficial (oficialidade), uma


ação penal pública incondicionada, a autoridade poli-
vez que se encontra sob o encargo de autoridades
SI

cial é sempre obrigada a agir de ofício.


públicas (delegado de polícia).
A
D

Sigiloso O cargo de delegado (Civil ou Federal) é de carreira


R

(concursado) e é auxiliado em suas funções por investiga-


O

Segundo o art. 20, do CPP, o inquérito policial, em dores de polícia, escrivães e agentes policiais, entre outros.
YG

regra, será sigiloso às pessoas em geral. No que con- O fundamento constitucional do exercício das fun-
H

cerne aos envolvidos (ofendido, indiciado, advogados ções de polícia judiciária pela Polícia Federal encon-
L

etc.), esta regra não será aplicável. tra-se no § 1º, art. 144, da CF; por sua vez, a previsão
EL

Nesse sentido, vale observar o que diz a Súmula do exercício pelas Polícias Civis dos estados e do Dis-
XW

Vinculante nº 14: trito Federal encontra-se no § 4º, art. 144, da CF. De


acordo com tais dispositivos, cabe aos órgãos da Polí-
A

Súmula Vinculante nº 14 É direito do defensor,


M

cia Federal e da Polícia Civil realizar as investigações


no interesse do representado, ter acesso amplo necessárias, colhendo provas e formando o inquérito
aos elementos de prova que, já documenta-
policial, que servirá de base para futura ação penal.
dos em procedimento investigatório realizado por
O parágrafo único, do art. 4º, do CPP, deixa claro
órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
que, além do inquérito policial, admitem-se outros
meios de produzir provas com a finalidade de funda-
Assim, não poderá ser negado ao defensor do inves- mentar a ação penal, como, por exemplo, o inquérito
tigado o acesso aos elementos de prova que já constem policial militar, as sindicâncias e os processos admi-
nos autos do inquérito policial. Esse acesso aos autos nistrativos e as Comissões Parlamentares de Inquérito.
não abrange aquelas diligências investigatórias que ain-
da estão em andamento, tendo em vista que o acesso por FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
parte do defensor pode gerar prejuízos à investigação. POLICIAL
Por exemplo, caso o advogado tivesse acesso à intercep-
tação telefônica de seu cliente que ainda está em curso, As formas de instauração (início) do inquérito poli-
poderia instruí-lo a não falar a respeito do crime inves- cial dependem da natureza da ação penal correspon-
242 tigado, o que geraria grandes prejuízos à investigação. dente ao crime que se apura.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vale lembrar que, de acordo com o art. 100, do Código Penal, ação pública é aquela cuja iniciativa cabe ao MP.
A ação pública subdivide-se em incondicionada (que não exige manifestação da vítima solicitando, de forma
expressa, a atuação do Estado) e condicionada (que exige a manifestação do ofendido no sentido de querer ver o
fato apurado). Como regra, quando a lei nada fala em contrário, a ação é pública.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:


I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele
o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la.

Como visto, o art. 5º, do CPP, estabelece cinco formas pelas quais pode se instaurar um IP. O fluxograma a
seguir sistematiza as informações trazidas pelo artigo:

Ofício

Autoridade

4
judiciária

-7
Requisição

91
INSTAURAÇÃO

.5
DO INQUÉRITO Ministério Público

51
POLICIAL

.7
79
Ministério

-0
Requerimento
Público
ZA
U
SO

APF — Auto
de Prisão em
A

Flagrante
LV
SI
A

Instauração de Ofício
D
R
O

A instauração de ofício (I, art. 5º, do CPP) ocorre por ato voluntário da autoridade policial, sem que alguém
YG

tenha feito um pedido expresso. Sempre que a autoridade policial tomar conhecimento da ocorrência de um cri-
me de ação pública, dentro de sua área de atuação, deve obrigatoriamente instaurar inquérito policial, mediante
H

a produção de um documento denominado portaria (é usual que se utilize a expressão “baixar portaria”).
L
EL

A informação (chamada de notitia criminis) pode chegar ao conhecimento do delegado de polícia, por exem-
XW

plo, mediante a lavratura de um boletim de ocorrência na delegacia, por uma matéria publicada na imprensa ou,
ainda, por meio de fatos trazidos por outros policiais ou pessoas do povo. Veja que, conforme dispõe o § 3º, art. 5º,
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do CPP, qualquer pessoa — não necessariamente a vítima — pode levar ao conhecimento do delegado a ocorrên-
M

cia de um fato que consiste em infração penal (é o que se chama de delatio criminis).
Notitia criminis é o nome que se dá ao conhecimento pela autoridade policial de um fato criminoso. A notitia
crimininis de cognição imediata, direta ou espontânea é aquela em que a autoridade toma conhecimento do fato
por meio de suas atividades rotineiras (como, por exemplo, por informações trazidas por outros policiais ou pela
imprensa). Já a notitia criminis de cognição mediata, indireta ou provocada é que se dá de forma indireta (como
quando há requerimento do ofendido). Por sua vez, a notitia criminis de cognição obrigatória ou compulsória
ocorre quando o delegado toma conhecimento sobre o crime no caso da prisão em flagrante delito. Por fim, a
delatio criminis é uma espécie de notitia criminis que ocorre quando a comunicação do crime se dá por terceiro
(e não pela vítima). A denúncia anônima, que pode dar origem às investigações, mas que não autoriza por si só a
instauração do IP, é chamada de notitia criminis inqualificada ou apócrifa.
Para facilitar a compreensão das espécies de notitia criminis, veja o esquema a seguir:

243
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Autoridade toma
Imediata ou conhecimento do fato
direta por meio de suas
atividades rotineiras

É provocada
NOTITIA Mediata ou Autoridade toma
CRIMINIS indireta conhecimento de forma
indireta (requerimento)

Casos em que autoridade


Coercitiva ou
toma conhecimento
obrigatória
por meio do APF

Vale mencionar que o STF, ao analisar o Inquérito 1.957/PR, decidiu que a autoridade policial não pode ins-
taurar um IP de imediato quando a notícia da prática de um crime vier de fonte anônima e desacompanhada
de qualquer elemento de prova. Nessa hipótese, a autoridade policial deve determinar a realização de diligên-
cias preliminares e, somente caso se confirme a possibilidade da ocorrência do delito, é que pode dar início ao
inquérito.

Espécie de Notitia Criminis

Simples: comunicação por


qualquer do povo

4
DELATIO

-7
CRIMINIS

91
Postulatória: comunicação

.5
feita pelo ofendido

51
.7
79
Denúncia anônima (não autoriza

-0
Inqualificável ou Apócrifa
por si só a instauração do IP)
ZA
U
SO

Requisição do Juiz ou do Ministério Público (1ª Parte, Inciso II, Art. 5º, do CPP)
A
LV

A requisição, tanto do juiz quanto do MP, é sinônimo de ordem. Ou seja, a autoridade policial está obrigada a
dar início ao IP, baixando portaria, quando recebe requisição de um juiz ou promotor de justiça.
SI
A

Dica
D
R

Nem o juiz nem o representante do Ministério Público são superiores hierárquicos do delegado; por tal moti-
O
YG

vo, não podem dar ordens à autoridade policial. Nesse sentido, ao requisitar a instauração do IP, o MP ou o
juiz estão apenas fazendo com que o delegado cumpra a lei.
H
L
EL

Requerimento do Ofendido (2ª Parte, Inciso II, Art. 5º, do CPP)


XW

Muito embora, como prevê o § 3º, art. 5º, qualquer pessoa possa levar ao conhecimento do delegado a ocor-
A

rência de um crime (normalmente por meio da lavratura de um boletim de ocorrência), o legislador optou por
M

possibilitar que a vítima possa solicitar formalmente à autoridade policial o início do inquérito.
De acordo com o § 1º, art. 5º, do CPP, o requerimento do ofendido deve conter a indicação detalhada da ocor-
rência e do objeto da investigação (não cabe uma petição genérica, simplesmente requerendo a instauração de
inquérito). Muito embora o § 1º faça referência somente ao requerimento do ofendido, que não pode ser genérico,
o entendimento é que se aplica tal regra também à requisição feita pelo juiz ou promotor.
A autoridade policial pode indeferir o requerimento, conforme determina o § 3º, art. 5º, do CPP. Neste caso,
o ofendido pode recorrer ao chefe de polícia (parte da doutrina entende ser o Delegado-Geral; outro entendem
ser o Secretário de Segurança Pública). Caso o recurso seja deferido, o IP é instaurado sem a necessidade de a
autoridade baixar portaria.

Importante!
O requerimento para instauração de IP pode ser feito tanto em crimes de ação pública quando em crimes de
ação privada (§ 5º, art. 5º, do CP).
244
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Auto de Prisão em Flagrante

O auto de prisão em flagrante consiste no documento que contém as informações relativas à prisão em flagrante.
Uma vez lavrado o auto de prisão em flagrante, o inquérito já está instaurado (não requer que se baixe portaria).

Representação do Ofendido nos Crimes de Ação Penal Pública Condicionada

Conforme dispõe o § 5º, art. 5º, do CPP, nos crime de ação privada, o IP só pode ser instaurando mediante a
apresentação de requerimento do titular da ação (ofendido ou seu representante legal, ou, no caso de morte, o
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão). Veja que não se exige que seja feito por intermédio de advogado.
Por fim, para facilitar a memorização, o fluxograma a seguir reúne as formas de instauração do inquérito policial:

Ofício

Requisição do
Ministério Público
Crimes de ação penal
pública incondicionada
Requerimento da
vítima

APF
FORMAS DE
INSTAURAÇÃO DO
INQUÉRITO

4
POLICIAL

-7
91
.5
51
Crimes de ação penal Necessária a
representação da

.7
pública condicionada

79
à representação vítima

-0
ZA
U

Crimes de ação Necessário o


SO

privada requerimento da vítima


A
LV

DILIGÊNCIAS
SI
A

Assim que a notitia criminis chegar ao conhecimento da autoridade policial, o delegado deve observar o que
D

determinam os arts. 6º e 7º, do CPP. A seguir, analisaremos esses dispositivos.


R
O
YG

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
H

dos peritos criminais;


L
EL

O inciso I, art. 6º, cuida da preservação do local de crime, que visa impedir que se altere o local dos fatos que
XW

possam prejudicar a realização da perícia.


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Dica
A modificação dolosa de local de crime, com a finalidade de induzir a erro o juiz ou perito, configura o delito
de fraude processual, previsto no art. 347, do CP. Por sua vez, o art. 312, do Código de Trânsito Brasileiro,
define como crime a conduta de inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na
pendência do respectivo procedimento policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou juiz.

Art. 6° [...]
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

Os objetos relacionados ao fato podem ser os mais variados, de armas de fogo até objetos de uso comum, mas que
podem contribuir para a busca da verdade sobre os fatos. Veja que tais objetos destinam-se, em primeiro lugar, à análise
por parte dos peritos e, somente após liberados por estes, passam para a guarda da autoridade policial. Posteriormente,
os objetos que puderem ser restituídos são devolvidos aos legítimos proprietários, exceto se consistirem em coisas cujo
uso, fabrico, alienação, porte ou detenção são proibidos, conforme estabelece a alínea “a”, inciso II, do art. 91, do CP. 245
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 6° [...] de fogo, por exemplo) e sobre os objetos materiais do
III - colher todas as provas que servirem para o crime (como os objetos furtados).
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Já a acareação consiste no ato de colocar frente
a frente duas pessoas que prestaram depoimentos
O inciso III traz uma permissão genérica para que divergentes sobre pontos relevantes para a investiga-
a autoridade policial colha (produza) qualquer tipo ção. A acareação segue as regras previstas nos arts.
de prova que entenda necessária para a investigação, 229 e 230, do CPP.
ainda que tal não esteja expressamente prevista nos
demais incisos do art. 6º, como, por exemplo, a oitiva de Art. 6° [...]
testemunhas e a representação ao juiz para decretação VII - determinar, se for caso, que se proceda a
de quebra de sigilo telefônico. exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
Art. 6° [...]
IV - ouvir o ofendido; O exame de corpo de delito está previsto no art.
158 e seguintes do CPP, e é indispensável nos crimes
Ouvir a vítima do delito é uma das mais importantes que deixam vestígios (sua não realização gera nulida-
providências a serem tomadas pela autoridade policial, de da ação, conforme determina a alínea “b”, inciso
uma vez que o ofendido pode fornecer dados essenciais III, do art. 564, do CPP).
para a descoberta da autoria e para a convicção sobre a São algumas perícias que devem ser realizadas,
materialidade. dentre outras: exame químico-toxicológico nos cri-
mes de tráfico ou porte de droga; exame da arma de
Art. 6° [...] fogo nos crimes previstos no Estatuto do Desarma-
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for mento; exame no documento para apurar a falsidade
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, des- documental.
te Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por
duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
Art. 6° [...]
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
O inciso V cuida do interrogatório do indiciado, que processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar

4
é a pessoa a quem se aponta, na fase do inquérito, como aos autos sua folha de antecedentes;

-7
autor da infração penal (indiciar é verificar que existe

91
a probabilidade do até então suspeito ser o agente). Apesar de o inciso VIII, art. 6º, mencionar apenas

.5
O § 6º, art. 2º, da Lei nº 12.830, de 2013, exige que

51
o processo datiloscópico, a identificação criminal con-
a autoridade policial, ao indiciar o suspeito, aponte

.7
siste na coleta de dados físicos (fotografia, impressão
nos autos do IP os motivos que levaram a proceder

79
datiloscópica e material genético) com a finalidade de
ao indiciamento, bem como justifique a classificação

-0
individualizar o indiciado.
feita em determinado tipo penal.
Atualmente, a Lei nº 12.037, de 2009, dispõe sobre
ZA
Ao interrogatório do indiciado aplicam-se as regras
o assunto e regulamenta a regra constitucional previs-
U
do interrogatório judicial, previstas nos arts. 185 a 196,
ta no inciso LVIII, art. 5º, de que a pessoa civilmente
SO

do CPP, com as devidas adaptações (uma vez que o indi-


identificada não será submetida à identificação crimi-
ciado ainda não é réu. Nesse sentido, não é necessá-
A

nal, salvo nas hipóteses previstas em lei.


ria a presença do defensor no interrogatório feito na
LV

delegacia, assim como o advogado não tem direito de


SI

interferir no interrogatório a fim de fazer perguntas. Dica


A

No entanto, o delegado não pode proibir o advogado de


D

Folha de antecedentes (FA) é o documento no


acompanhar o interrogatório. Vale lembrar que o inciso
R

qual consta a vida pregressa criminal de todas


O

LXIII, art. 5º, da CF, assegura ao indiciado o direito de


as pessoas que já possuem identificação civil.
YG

permanecer calado durante o interrogatório.


Nessa ficha, constam, por exemplo, os indicia-
Voltando ao art. 6º, do CP, o inciso V cuida, ainda,
H

da chamadas testemunhas instrumentárias. A auto-


mentos e as ações penais às quais o indivíduo
L

respondeu.
EL

ridade policial deve assegurar que o termo de inter-


XW

rogatório seja assinado por duas testemunhas que


presenciaram a leitura da peça para o indiciado. Art. 6° [...]
A

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob


M

o ponto de vista individual, familiar e social, sua


Art. 6° [...]
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coi-
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
sas e a acareações;
outros elementos que contribuírem para a aprecia-
ção do seu temperamento e caráter.
O reconhecimento de pessoa busca indicar o autor do
crime e é realizado pela vítima e pelas testemunhas que
tenham presenciado a prática do crime. O procedimento Conforme visto acima, a FA traz informações sobre
adotado pela autoridade policial é o que consta nos arts. a vida pregressa criminal do indivíduo (indiciamento
226 a 228, do CPP. O indiciado não pode se recusar a parti- e processos criminais aos quais respondeu). O inciso
cipar do reconhecimento. O direito de não ser obrigado a IX cuida da vida pregressa e diz respeito aos dados
produzir prova contra si mesmo não se aplica a atos pas- relevantes sobre o passado da pessoa em seu contexto
sivos, como é o caso do reconhecimento, mas somente a individual, familiar, social e econômico. Além disso,
procedimentos ativos ou invasivos (como o fornecimento cuida de colher seu estado de espírito antes, duran-
de material grafotécnico e de amostra de sangue). te e depois da prática criminosa e também de outros
O reconhecimento de objetos, por sua vez, recai elementos que possibilitem traçar a personalidade do
246 sobre os instrumentos utilizados do crime (uma arma indiciado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 6° [...]
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

O inciso X foi incluído no art. 6º pela Lei nº 13.257, de 2016, denominada Lei da Primeira Infância. O dispositivo
visa à proteção das crianças de até 6 anos de idade que podem sofrer consequências decorrentes da prática de
crimes por seus pais. Com base em tal conhecimento, a autoridade policial pode, por exemplo, solicitar apoio de
órgãos de assistência social ou de proteção da criança.

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

O art. 7º trata da reconstituição do crime, que consiste em uma simulação dos fatos, muito comum principal-
mente em homicídios.
Não é permitida a reconstituição que contrariar a moral e a ordem pública, como, por exemplo, a reprodução de
crimes sexuais utilizando a vítima e o indiciado.
Além das atividades que constam nos arts. 6º e 7º, do CPP, a autoridade policial tem outras funções durante o
IP, que se encontram elencadas no art. 13, do CPP, que será estudado mais adiante.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL INICIADA POR PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

No caso da lavratura de auto de prisão em flagrante, devem ser seguidas as disposições constantes nos arts.
301 e seguintes, do CPP.

FORMALISMO DO INQUÉRITO POLICIAL

4
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste

-7
caso, rubricadas pela autoridade.

91
.5
O IP é um procedimento formal, que exige peças escritas e datilografadas, rubricadas pelo delegado de polícia.

51
O art. 9º expressa a característica de ser o inquérito escrito.

.7
79
PRAZO DO INQUÉRITO

-0
ZA
Art. 10 O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
U
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no
SO

prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.


A
LV

O art. 10, do CPP, estabelece prazo para a conclusão do inquérito. A regra geral é que o prazo de conclusão é de 10
dias, caso o indivíduo esteja preso, e de 30 dias, se estiver solto (para fins de memorização, utilize o famoso 10:30).
SI

A Lei nº 13.964, de 2019, denominada Lei Anticrime, trouxe a possibilidade de o juiz das garantias prorrogar
A

o prazo de conclusão no caso do inquérito com investigado preso por 15 dias, uma única vez. Para tanto, o dele-
D

gado deve representar ao juiz e o MP deve ser ouvido:


R
O
YG

Art. 3-B […]


§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e
H

ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
L
EL

se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
XW

Em que pese haver a previsão de prorrogação do prazo do inquérito, esse artigo está suspenso por prazo inde-
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

terminado; embora não aplicável, ainda está previsto no texto do CPP.


M

Deste modo, a regra prevista no CPP é que o prazo do inquérito policial é de 10 dias (preso) e 30 dias (solto),
com possibilidade de prorrogação de 15 dias (preso) por uma única vez (lembre-se: esta possibilidade está suspen-
sa). Porém, existem outros prazos, conforme se vê na tabela a seguir:

PRESO SOLTO

10 dias (prorrogável por mais


JUSTIÇA ESTADUAL 30 dias
15 dias)

15 dias (prorrogável por mais


JUSTIÇA FEDERAL 30 dias
15 dias)

90 dias (pode ser


CRIMES DA LEI DE DROGAS 30 dias (pode ser duplicada)
duplicada)

CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 dias 10 dias


247
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PRESO SOLTO

40 dias (prorrogável por


CRIMES MILITARES 20 dias
mais 20 dias)

PRISÃO TEMPORÁRIA DECRETADA EM INQUÉRI-


30 dias (prorrogável por mais
TO POLICIAL RELATIVO A CRIMES HEDIONDO E -
30 dias)
EQUIPARADOS

É de suma importância destacar que, estando o indiciado solto, a violação do limite estabelecido no art. 10, do
CPP, não possui repercussão, pois não gera prejuízos ao incidiado. O STJ entende que tal prazo é considerado como
prazo impróprio (seu desatendimento não gera consequências).

RELATÓRIO FINAL

Art. 10 [...]
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar
onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução
dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

O inquérito deve encerrado por minucioso relatório dando conta de tudo o que foi apurado (materialidade e
autoria da infração ou sua ausência), relatando as diligências efetuadas, como regra, em ordem cronológica.
Uma vez relatado, o IP é remetido ao juiz competente, que é identificado segundo os critérios de competência
jurisdicional estabelecidos nos arts. 69 e seguintes, do CPP.
O § 2º, art. 10, do CPP, menciona a hipótese de indicação de testemunhas não inquiridas, o que deve ser excep-
cional, cabível somente no caso de investigado preso cujo prazo para terminar o inquérito é de 10 dias. No caso de

4
-7
investigado solto, o delegado pode pedir a dilação do prazo do IP, prevista no § 3º.

91
.5
INSTRUMENTOS DO CRIME E OBJETOS DE PROVA

51
.7
Art. 11 Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos

79
do inquérito.

-0
ZA
Os instrumentos do crime, assim como os objetos de interesse da prova, devem ser encaminhados ao fórum,
juntamente com o IP, para apreciação pelo juiz ou pelos jurados ou, ainda, para que neles possa ser feita contra-
U
SO

prova caso haja contestação pela defesa.


Instrumentos do crime são os objetos usados pelo agente para cometer crime, tais como armas e documentos
A

falsos. Objetos de interesse da prova, por sua vez, são coisas que servem para demonstrar a verdade do ocorrido, tais
LV

como telefone celular, computador, objeto da vítima com marcas de violência, entre outros.
SI
A

INQUÉRITO COMO BASE DA DENÚNCIA OU QUEIXA


D
R
O

Art. 12 O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
YG
H

O inquérito não é imprescindível para o oferecimento da denúncia (peça acusatória inicial apresentada pelo Minis-
L

tério Público nos casos de ação penal pública) nem da queixa (peça acusatória inical apresentada por meio do advoga-
EL

do do ofendido quando a ação for de iniciativa privada). No entanto, de acordo com o art. 12, do CPP, quando o IP servir
XW

de base para a denúncia ou queixa, deve obrigatoriamente acompanhar uma ou outra.


A
M

OUTRAS INCUMBÊNCIAS DA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 13 Incumbirá ainda à autoridade policial:


I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.

O art. 13, do CPP, elenca uma série de atribuições do delegado de polícia. Vale lembrar que o delegado exerce
atividade de polícia judiciária, que é auxiliar do Poder Judiciário em sua atividade investigatória.
No inciso IV, “representar” significa dar razões para que alguém seja preso cautelarmente pela autoridade
judiciária.
Além das funções previstas no art. 13, o delegado de polícia possui outras funções previstas no CPP e em outras
leis e que são ligadas, de forma direta ou indireta, à instrução do processo, como, por exemplo, o arbitramento de
fiança nos crimes cuja pena cominada não seja superior a 4 anos, de acordo com o art. 322, do CPP, e a representa-
248 ção para instauração de incidente de insanidade mental, conforme prevê o § 1º, art. 149, entre outras atividades.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PODER DE REQUISIÇÃO DE DADOS E Por sua vez, o art. 13-B passou a tratar do que se
INFORMAÇÕES CADASTRAIS PELO MINISTÉRIO chama genericamente de informação ERB — Estações
PÚBLICO E AUTORIDADE POLICIAL de Rádio Base. De acordo com o que dispõe o art. 13-B,
o membro do MP ou o delegado de polícia podem
Art. 13-A Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e
149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei requisitar, mediante autorização judicial, às empre-
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), sas de telefonia/telemática que disponibilizem ime-
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 diatamente os meios técnicos que possam permitir
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do a localização da vítima ou dos suspeitos de crime de
Ministério Público ou o delegado de polícia pode- tráfico de pessoas. Dentre esses meios, um de grande
rá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público eficácia é o que utiliza as informações das Estações de
ou de empresas da iniciativa privada, dados e infor- Rádio Base (ERB), que são os equipamentos (antenas)
mações cadastrais da vítima ou de suspeitos que fazem a conexão entre os telefones celulares e a
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no companhia telefônica; por meio desses equipamentos,
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: é feita a localização das coordenadas de GPS dos apa-
I - o nome da autoridade requisitante relhos de celular da vítima ou dos autores do crime.
II - o número do inquérito policial; e Veja que não se trata de realizar a interceptação
III - a identificação da unidade de polícia judiciária das comunicações (que é tratada por lei específica)
responsável pela investigação
mas sim de acesso a dados de coordenadas. Observe,
Art. 13-B Se necessário à prevenção e à repressão
também, a diferença entre o disposto no art. 13-A, do
dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas,
o membro do Ministério Público ou o delegado de
CPP, situação que não requer autorização judicial,
polícia poderão requisitar, mediante autorização para o que prevê o art. 13-B, opção que só pode ser
judicial, às empresas prestadoras de serviço de tele- feita com ordem do juiz.
comunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS DURANTE O
sinais, informações e outros – que permitam a locali- INQUÉRITO POLICIAL
zação da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posi- Art. 14 O ofendido, ou seu representante legal, e o
cionamento da estação de cobertura, setorização e indiciado poderão requerer qualquer diligência,

4
-7
intensidade de radiofrequência. que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

91
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

.5
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunica- A vítima, pessoalmente ou por meio de seu repre-

51
ção de qualquer natureza, que dependerá de autori- sentante legal, assim como o indiciado, podem reque-

.7
zação judicial, conforme disposto em lei; rer ao delegado a realização de alguma diligência

79
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia (como a oitiva de uma testemunha, por exemplo) que

-0
móvel celular por período não superior a 30 (trinta)
considerem útil para a elucidação dos fatos.
dias, renovável por uma única vez, por igual período; ZA
A autoridade policial pode deferir ou indeferir tal
III - para períodos superiores àquele de que trata o inci-
pedido, sem necessidade de fundamentação.
U
so II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
SO

§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito


policial deverá ser instaurado no prazo máximo de PRESENÇA DO DEFENSOR TÉCNICO DO
A

72 (setenta e duas) horas, contado do registro da INVESTIGADO NOS CASOS DE LETALIDADE


LV

respectiva ocorrência policial POLICIAL


SI

§ 4º Não havendo manifestação judicial no pra-


A

zo de 12 (doze) horas, a autoridade competente Art. 14-A Nos casos em que servidores vinculados
D

requisitará às empresas prestadoras de serviço de às instituições dispostas no art. 144 da Consti-


R

telecomunicações e/ou telemática que disponibili- tuição Federal figurarem como investigados em
O

zem imediatamente os meios técnicos adequados –


YG

inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e


como sinais, informações e outros – que permitam demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto
H

a localização da vítima ou dos suspeitos do delito for a investigação de fatos relacionados ao uso
L

em curso, com imediata comunicação ao juiz. da força letal praticados no exercício profis-
EL

sional, de forma consumada ou tentada, incluindo


XW

A Lei nº 13.444, de 2016, Lei de Prevenção e Repres- as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o
A

são ao Tráfico de Pessoas, acrescentou ao Código de


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Processo Penal os arts. 13-A e 13-B. indiciado poderá constituir defensor.


O art. 13-A, do CPP, passou a permitir ao represen- § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
tante do MP ou à autoridade policial, em certos crimes, investigado deverá ser citado da instauração do
tais como sequestro e cárcere privado e tráfico de pessoas, procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas
requisitarem diretamente a órgãos públicos ou empre-
a contar do recebimento da citação.
sas privadas informações e dados cadastrais de vítimas
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
e de suspeitos. Veja que se trata da inovação (antes, tanto o
com ausência de nomeação de defensor pelo inves-
MP quanto o delegado de polícia tinham que pedir ao juiz) tigado, a autoridade responsável pela investigação
da solicitação de dados cadastrais para fins de investigação. deverá intimar a instituição a que estava vinculado
Os dados e informações devem ser meramente cadastrais, o investigado à época da ocorrência dos fatos, para
como nome e endereço de um correntista de banco ou que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indi-
cliente de uma operadora de telefonia: nunca poderá ser que defensor para a representação do investigado.
solicitada diretamente por eles a quebra de sigilo bancário § 3º Havendo necessidade de indicação de defen-
ou telefônico (estas, sim, somente o juiz pode determinar). sor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa cabe-
O prazo para cumprimento da requisição é curto: 24 horas rá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos
(parágrafo único, art. 11, da Lei nº 13.444, de 2016). locais em que ela não estiver instalada, a União 249
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou a Unidade da Federação correspondente à res- Muito embora não tenha mais aplicação, é interes-
pectiva competência territorial do procedimen- sante mencionar que não é qualquer pessoa que pode-
to instaurado deverá disponibilizar profissional ria ser nomeada como curador: a pessoa deveria ser
para acompanhamento e realização de todos maior de 21 anos, em pleno gozo da capacidade civil,
os atos relacionados à defesa administrativa do alfabetizada e não poderia ser subordinada adminis-
investigado. trativamente ao juiz, promotor ou delegado.
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o
§ 3º deste artigo deverá ser precedida de manifes-
DEVOLUÇÃO DO INQUÉRITO PARA AUTORIDADE
tação de que não existe defensor público lotado na
POLICIAL
área territorial onde tramita o inquérito e com atri-
buição para nele atuar, hipótese em que poderá ser Art. 16 O Ministério Público não poderá requerer a
indicado profissional que não integre os quadros devolução do inquérito à autoridade policial, senão
próprios da Administração. para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci-
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria mento da denúncia.
Pública, os custos com o patrocínio dos interesses
dos investigados nos procedimentos de que trata O art. 16 cuida de situação em que o promotor, ao
este artigo correrão por conta do orçamento pró- receber o IP devidamente concluído e relatado, por
prio da instituição a que este esteja vinculado à entender que falta alguma diligência fundamental
época da ocorrência dos fatos investigados. para a formação de sua convicção, requer ao juiz que
§ 6º As disposições constantes deste artigo se apli-
os autos retornem à autoridade policial para que esta
cam aos servidores militares vinculados às institui-
dê continuidade às investigações. Fora de tal hipótese,
ções dispostas no art. 142 da Constituição Federal,
o MP não pode requerer a devolução do IP ao delegado.
desde que os fatos investigados digam respeito a
missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
A Lei nº 13.964, de 2019 (Lei Anticrime), acrescen- Art. 17 A autoridade policial não poderá man-
tou ao CPP o art. 14-A, que prevê procedimento a ser dar arquivar autos de inquérito.
adotado sempre que o objeto do inquérito policial for
a apuração de fatos relacionados ao uso de força legal O arquivamento do inquérito policial é tratado

4
praticados no exercício profissional por integrantes no art. 28, do CPP, e será estudado com detalhes mais

-7
das forças de segurança pública. adiante. Desde já vale alertar, no entanto, que a Lei

91
A partir de tal alteração, o integrante das forças de Anticrime promoveu importante alteração nas regras

.5
segurança pública que figurar como investigado em de arquivamento do IP.

51
caso de letalidade policial (morte de civil causada por O art. 17, por sua vez, indica que o inquérito é

.7
ação das forças de segurança) deve ser cientificado (a indisponível, isto é, uma vez instaurado, não pode ser

79
lei usa a expressão “citado”, que, apesar de impropria- arquivado pelo delegado de polícia.

-0
mente utilizada, deve ser observada para fins de prova) ZA
da existência de procedimento investigatório (entre Desarquivamento do Inquérito
os quais, o IP) e poderá nomear defensor técnico. Vale
U
SO

mencionar que o mesmo procedimento foi incluído no Art. 18 Depois de ordenado o arquivamento do inqué-
Código de Processo Penal Militar, no art. 16-A. rito pela autoridade judiciária, por falta de base para
A

A citação prevista no art. 14-A deve ser observada a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
LV

tanto nos casos consumados quanto nos tentados e, novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
SI

também, nas hipóteses em que se configura excluden-


O art. 18 dispõe que, uma vez arquivado o IP, é pos-
A

te de ilicitude.
D

A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) a que se refere sível seu desarquivamento caso surjam novas pro-
R

o § 6º consiste em autorização para que as Forças Arma- vas (novas pesquisas).


O

das atuem em situações de grave perturbação da ordem Nesse sentido, vale trazer o teor da Súmula 524,
YG

ou em eventos de grandes proporções (como a Copa do do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho
H

Mundo). As operações de GLO são previstas no art 142, da do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não
L

Constituição Federal, e regulamentadas pela Lei Comple- pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
EL

mentar nº 97, de 1999, e pelo Decreto nº 3.897, de 2001.


XW
A

CURADOR Importante!
M

Art. 15 Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado De acordo com o art. 18, do CPP, e com o teor da
curador pela autoridade policial. Súmula 524, do STF, somente é possível o desar-
quivamento do IP pelo surgimento de provas novas
O curador é a pessoa que, tanto no interrogatório quando o fundamento do arquivamento foi a insu-
prestado na fase policial, quanto no interrogatório em ficiência de provas (indícios de autoria e prova do
juízo, tem a função de proteger ou orientar o menor de crime). Assim sendo, inquéritos arquivados por atipi-
21 anos, suprindo-lhe a imaturidade. No entanto, após a cidade (não constituir o fato um crime), excludente de
redução da maioridade civil de 21 para 18 anos, trazida ilicitude, concludente de culpabilidade ou extinção da
pelo Código Civil de 2002, não se deve mais considerar punibilidade não podem ser desarquivados.
que a pessoa menor de 21 necessite de curador, uma vez
que alguém que atingiu a maioridade aos 18 anos é ple-
namente capaz de exercer qualquer atividade pública. Por fim, vale mencionar que, em relação ao arqui-
Vale sempre lembrar que os menores de 18 não vamento fundamentado em excludente da ilicitude,
podem ser indiciados em inquérito, tendo em vista existe certa polêmica tendo em vista alguns julgados
250 sua inimputalibilidade penal. do próprio STF (por exemplo, o HC 87395). Para o STJ,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o desarquivamento somente é possível no caso de sem que se permita a comunicação externa e o direito
insuficiência de provas. Para fins de concurso, vale o de contato com o advogado e com a família.
entendimento da Súmula 524, do STF. De acordo com o inciso LXII, art. 5º, da CF, a prisão
de qualquer pessoa e o local onde ela se encontra devem
INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO ser imediatamente comunicados ao juiz competente e
PRIVADA à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Por sua
vez, o inciso IV, § 3º, do art. 136, da CF, veda a incomuni-
Art. 19 Nos crimes em que não couber ação públi- cabilidade do preso até mesmo na vigência do estado
ca, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo de defesa, que é uma situação excepcional de crise.
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofen-
dido ou de seu representante legal, ou serão entre- CIRCUNSCRIÇÃO POLICIAL
gues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 22 No Distrito Federal e nas comarcas em
O art. 19, do CPP, indica que, uma vez concluído o que houver mais de uma circunscrição policial,
inquérito que apurou crime que se procede median- a autoridade com exercício em uma delas poderá,
te ação penal privada, este deve ser remetido ao juízo nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
competente, aguardando em cartório o ajuizamento diligências em circunscrição de outra, independen-
da queixa-crime por parte do ofendido, ou, caso este temente de precatórias ou requisições, e bem assim
deseje melhor analisar os autos, poderá levar consigo providenciará, até que compareça a autoridade
(o que se denomina “fazer carga”) o IP, devendo ficar competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua
cópia integral no cartório (a cópia é chamada traslado). presença, noutra circunscrição.

SIGILO DO INQUÉRITO Circunscrição policial é a divisão territorial que


existe em determinadas cidades e no DF na qual o
Art. 20 A autoridade assegurará no inquérito o delegado de polícia exerce suas funções (equivale à
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido competência do juiz).
pelo interesse da sociedade. O art. 22 autoriza que um delegado que preside
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes um IP ou seus policiais subordinados ingressem na

4
que lhe forem solicitados, a autoridade policial não

-7
circunscrição de outra autoridade policial para efe-
poderá mencionar quaisquer anotações referentes

91
tuar diligências, sem que haja necessidade de expedir
a instauração de inquérito contra os requerentes.

.5
ofícios ou requisições para a realização do ato.

51
O inquérito é sigiloso, conforme indica o art. 20,

.7
COMUNICAÇÃO AO INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO
do CPP. Isso significa que o acesso aos autos do IP

79
E ESTATÍSTICA
não é livre a qualquer pessoa do povo, nem mesmo

-0
ao indiciado, pessoalmente. No entanto, tal restrição ZA
Art. 23 Ao fazer a remessa dos autos do inquérito
não se aplica ao advogado, tendo em vista o que o
ao juiz competente, a autoridade policial oficiará
U
inciso XIV, art. 7º, da Lei nº 8.906, de 1994 (Estatuto da
ao Instituto de Identificação e Estatística, ou
SO

Advocacia), estabelece que: repartição congênere, mencionando o juízo a que


A

tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à


Art. 7º (Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994) São
LV

infração penal e à pessoa do indiciado.


direitos do advogado:
SI

[...]
A

XIV - examinar em qualquer repartição policial, mes- Atualmente, por conta da informatização, tais dados
D

mo sem procuração,autos de flagrante e de inquérito, são lançados em sistemas e acessados diretamente pelos
R

findos ou em andamento, ainda que conclusos à auto- institutos de identificação e estatística. Em cada Estado, o
O

instituto tem uma nomenclatura diferente; em São Pau-


YG

ridade, podendo copiar peças e tomar apontamento


lo, por exemplo, é o Instituto de Identificação Ricardo
H

Nesse sentido, já decidiu o STF, no julgamento do Gumbleton Daunt o responsável por concentrar todas
L

HC 82.354, que o advogado do indiciado tem pleno as informações criminais sobre qualquer indivíduo.
EL

acessos aos autos do inquérito policial.


XW

TEORIA GERAL DA PROVA PENAL


INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
M

Art. 21 A incomunicabilidade do indiciado depen- No processo, através das provas, é possível compro-
derá sempre de despacho nos autos e somente será var a existência da verdade de um fato, que influencia
permitida quando o interesse da sociedade ou a diretamente no momento de convencer o julgador.
conveniência da investigação o exigir. Os possíveis meios de provas e como o julgador
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não avaliará cada uma, serão discutidos nesta sessão,
excederá de três dias, será decretada por despacho observando os tipos de valoração dessas provas.
fundamentado do Juiz, a requerimento da autorida- Serão abordados os principais princípios que
de policial, ou do órgão do Ministério Público, res- estão diretamente ligados às provas apresentadas no
peitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo processo penal, buscando demonstrar a importância
89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados delas para identificação da verdade e da justiça que é
do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Reda- o principal objetivo do processo.
ção dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
DAS PROVAS NO PROCESSO PENAL
O art. 21, do CPP, não foi recepcionado pela Cons-
tituição de 1988, não tendo, pois, aplicação. A incomu- A prova é o ato que busca comprovar a veracidade
nicabilidade consiste na hipótese de se prender alguém dos fatos, e também, reconstruir um fato passado afim 251
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de instruir o julgador. Dessa forma, será comprovada I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal,
a autenticidade dos fatos. a produção antecipada de provas consideradas
O autor Lopes Jr. (2017, p. 344) informa que o pro- urgentes e relevantes, observando a necessidade,
cesso penal e a prova integram os modos de constru- adequação e proporcionalidade da medida;
ção do convencimento do julgador que influenciará II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
na sua convicção e legitimará a sentença. proferir sentença, a realização de diligências para
A prova geralmente é produzida na fase judicial, dirimir dúvida sobre ponto relevante
pois permite a manifestação da outra parte, respei-
tando assim, o princípio do contraditório e da ampla Ônus da Prova e In Dubio Pro Reo
defesa, direito de ser julgado de acordo com as provas
produzidas, em contraditório e diante de um juiz com- Inicialmente, cabe ressaltar que os certames públi-
petente, com todas as garantias. cos usualmente se atrelam à literalidade da Lei, sendo
O art. 155, do Código de Processo Penal, preceitua assim, é indiscutível que o candidato tenha o conheci-
no mesmo sentido, informando que o juiz formará sua mento do art. 156 do Código de Processo Penal. Ade-
convicção pelas provas produzidas em contraditório mais, para elucidar os conceitos por trás do artigo, é
judicial, não podendo fundamentar exclusivamente nos necessário que seja estabelecido os conceitos de ônus
elementos da investigação. Isso porque as provas pro- da prova e in dubio pro reo.
duzidas nessa fase não possibilitaram o contraditório da
outra parte, assim, poderão ser utilizadas aquelas provas z Ônus da prova é do Ministério Público (MP): O MP,
cautelares, as que não são repetíveis e as antecipadas. ao oferecer a peça inicial acusatória, descreve um fato
Os atos de investigação são realizados na inves- típico, imputando a autoria ao denunciado, e pede sua
tigação preliminar, no qual há uma hipótese para condenação a uma pena. Ao requerer a aplicação da
formação de um juízo de probabilidade, e não de con- pena, está alegando na denúncia a prática de um cri-
vicção, de como são designadas as provas. me (fato típico, antijurídico e culpável), ou seja, está a
alegar a presença da tipicidade e a ausência de qual-
Art. 155 O juiz formará sua convicção pela livre quer causa excludente de antijuridicidade e de culpa-
apreciação da prova produzida em contraditório bilidade. Por consequência, o ônus de provar prática
judicial, não podendo fundamentar sua decisão de delito é do MP. Ele deve, no curso da ação penal,

4
exclusivamente nos elementos informativos colhi-
demonstrar não apenas a autoria e a tipicidade, deve

-7
dos na investigação, ressalvadas as provas caute-

91
lares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada provar também a inocorrência de causas excludentes

.5
pela Lei nº 11.690, de 2008) da antijuridicidade e da culpabilidade.

51
.7
z Objeto da prova: Não é apenas a hipótese delitiva O acusado não tem obrigação de comprovar o

79
contida na denúncia que é objeto da prova, mas que quer que seja, embora possa e deva contribuir

-0
toda tese relevante para a aplicação da lei penal, para a demonstração de sua inocência. Esse é o real
que surgir no curso do processo, e suas circunstân- significado da norma esculpida no caput dessa dispo-
ZA
cias, sejam elas favorável à defesa ou à acusação; sição. Ao imputar a prática de delito de homicídio, por
U

exemplo, é asseverado na denúncia, embora implicita-


SO

z Comunhão dos meios de prova: Significa não


apenas que as partes e o juiz podem levar provas mente, que o fato não foi praticado em legítima defesa.
A

aos autos, como também que a prova, uma vez Caso ela venha a ser confirmada como tese de defe-
LV

autuada, aproveita a todos; sa, caberá à acusação comprovar sua inocorrência.


SI

z Provas do inquérito: As provas do inquérito A defesa pode e deve contribuir para essa prova, mas
A

valem para o convencimento, desde que repetidas não tem o ônus. Percebe-se que o réu é inocente. Possui
D

em juízo e se encontrem em harmonia com as cole- assim, uma situação jurídica de inocência.
R

tadas durante a instrução processual. Podem ser


O
YG

úteis tanto à acusação quanto também à defesa. Se z In dubio pro reo: Como frisado anteriormente, o
confirmadas pela instrução processual, favorecem réu é inocente a inocência do réu não precisa ser
H

à acusação. Já se em contradição e desarmonia, construída, mas, ao contrário, desconstituída pelo


L
EL

contribuem para a declaração de inocência. MP. Essa interpretação é consequência da significa-


ção do processo como garantia do indivíduo, da pre-
XW

Perícias e documentos produzidos na fase inqui- sunção de inocência, do princípio in dubio pro reo.
A

sitorial são revestidos de eficácia probatória sem a A dúvida sempre favorecerá o acusado, no que diz
M

necessidade de serem repetidos no curso da ação respeito à prática da hipótese delitiva. Em delito de
penal por se sujeitarem ao contraditório diferido. Fon- homicídio, se o acusado alegar, sem provar, legítima
te: Jurisprudência em teses (STJ). Fonte: Jurisprudên- defesa, compete ao MP demonstrar que a conduta do
cia em teses (STJ). réu não se deu sob o manto dessa excludente de anti-
juridicidade. Restando a dúvida quanto a ter ou não
Art. 155 Parágrafo único: Somente quanto ao esta- o acusado agido em legítima defesa, a decisão há de
do das pessoas serão observadas as restrições esta- ser a de absolvição, pois que sua situação jurídica de
belecidas na lei civil inocência não foi eficazmente desconstituída.

z Liberdade probatória: A liberdade probatória Art. 157 São inadmissíveis, devendo ser desen-
não é absoluta. Sofre limites quanto ao estado tranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
das pessoas em que vale a lei civil. As provas não entendidas as obtidas em violação a normas
podem ser obtidas por meios ilícitos. constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas deriva-
Art. 156 A prova da alegação incumbirá a quem a das das ilícitas, salvo quando não evidencia-
252 fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: do o nexo de causalidade entre umas e outras,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou quando as derivadas puderem ser obtidas a prova derivada puder ser obtida de forma indepen-
por uma fonte independente das primeiras. dente da ilícita.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que
por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, Art. 158 Quando a infração deixar vestígios, será
próprios da investigação ou instrução criminal, seria indispensável o exame de corpo de delito, direto
capaz de conduzir ao fato objeto da prova. ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008).
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
por decisão judicial, facultado às partes acompa- exame de corpo de delito quando se tratar de crime
nhar o incidente. que envolva:(Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018
§ 4º (VETADO) I – violência doméstica e familiar contra mulher;
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova decla- (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
rada inadmissível não poderá proferir a sentença ou II – violência contra criança, adolescente, idoso ou
acórdão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº
13.721, de 2018)
Garantia e Fundamento Constitucionais
Trata-se de um tema muito cobrado em provas,
portanto muita atenção! O caput do art. 158 dita que,
z Garantia constitucional: É a seguinte redação do
quando a infração deixar vestígios é indispensável o
inciso LVI, art. 5º, da CF: “São inadmissíveis, no pro-
exame de corpo de delito seja direto ou indireto. A
cesso, as provas obtidas por meios ilícitos”;
confissão não é capaz de suprir a falta do exame de
z Fundamento constitucional: O fundamento da
corpo delito. Lembre-se: sempre que a infração deixar
proibição da prova ilícita está ancorado no art. 5º, vestígios será necessário o exame de corpo de delito.
inciso X, da CF: “São invioláveis a intimidade, a vida O exame de corpo de delito terá prioridade na sua
privada, a honra e a imagem das pessoas […]”. realização, quando se tratar de: violência doméstica
e familiar contra a mulher; violência contra criança,
adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Importante! Para compreender um pouco mais, veja as defini-
ções a seguir:
Jurisprudência

4
-7
Ministro Joel Ilan Pacionrnik, flagrante e pro-
z Infração que deixa vestígios: Algumas infrações

91
va ilícita: Trata-se de decisão valiosa, contendo penais deixam vestígios (lesões corporais, por exem-

.5
diversas lições a propósito de prova. Da ementa, plo). Outras, não (calúnia feita oralmente e não regis-

51
lê-se que “o Tribunal de origem considerou que, trada por nenhum método de gravação). Quando ela

.7
embora nada de ilícito houvesse sido encontra- deixa vestígios, o exame de corpo de delito, direto ou

79
do em poder do acusado, a prova da traficância indireto, é indispensável, sendo que a confissão do

-0
foi obtida em flagrante violação ao direito cons- acusado não supre a falta. O exame do corpo de deli-
ZA
titucional à não autoincriminação, uma vez que to é uma perícia. Podem ser realizadas outras perí-
cias durante o inquérito ou no curso do processo.
U
aquele foi compelido a reproduzir, contra si, con-
SO

versa travada com terceira pessoa pelo sistema Mas o exame do corpo de delito é obrigatório, pois
viva-voz do celular, que conduziu os policiais à que objetiva comprovar a materialidade do delito.
A

Tamanha sua importância que sua falta importa


LV

sua residência e culminou com a arrecadação


nulidade do processo (inciso III, letra “b”, art. 564);
de todo material estupefaciente em questão”
SI

z Vestígios: Vestígios têm por sinônimos pegadas, pis-


(Joel Ilan Pacionrnik – STJ – REsp 1630097).
A

tas, rastros, restos, indícios, sinais. Dizem respeito


D

principalmente à materialidade. Mas não só a ela.


R

Tendo relação com o fato investigado, é vestígio;


O

Conceito de Prova Ilícita


YG

z Finalidade do exame do corpo de delito: A prin-


cipal finalidade do exame do corpo de delito é a de
H

A prova ilícita é aquela produzida com violação de


provar a ocorrência do fato tido por delituoso;
L

normas constitucionais ou legais. Nem sempre, mas


EL

normalmente é produzida em violação de normas z Obrigações da autoridade policial: Dispõe os incisos


I, II e VII, do art. 6°, que “logo que tiver conhecimen-
XW

penais. Aliás, pode se dizer que essa é uma caracterís-


tica da prova ilícita, normalmente ela constitui crime. to da prática da infração penal, a autoridade policial
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A interceptação de comunicações telefônicas, de infor- deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não
M

mática ou telemática constitui crime tipificado no art. se alterem o estado e conservação das coisas, até a che-
10 da Lei nº 9.296, de 1996. Os delitos de violação de cor- gada dos peritos criminais; – apreender os objetos que
respondência, telegráfica e radioelétrica encontram-se tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
previstos no art. 151 do CP. A obtenção de depoimento criminais; – determinar, se for caso, que se proceda a
mediante coação configura delito de abuso de autorida- exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias”.
de. A violação de domicílio constitui crime do art. 250
do CP. A violação de sigilo bancário está prevista na Lei CADEIA DE CUSTÓDIA
Complementar nº 105, de 2001. Como dissemos, embo-
ra comumente a prova ilícita seja delito (o que já em Cadeia de Custódia
muito contribui para diferenciá-la da nulidade), nem
sempre o é. Damos exemplo de prova ilícita que não Art. 158-A Considera-se cadeia de custódia o
constitui delito: a gravação ambiental em alguns casos. conjunto de todos os procedimentos utilizados
Perceba que o § 1º do art. 157, dita duas exceções para manter e documentar a história cronoló-
quanto a possibilidade de se utilizar a prova derivada gica do vestígio coletado em locais ou em vítimas
das ilícitas, sendo: quando a prova derivada não pos- de crimes, para rastrear sua posse e manuseio
suir nexo de causalidade com a prova ilícita, quando a partir de seu reconhecimento até o descarte. 253
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Lei Anticrime introduziu a figura da cadeia de X - descarte: procedimento referente à liberação
custódia no CPP. A cadeia de custódia pode ser defi- do vestígio, respeitando a legislação vigente e,
nida como o conjunto de procedimentos adotados quando pertinente, mediante autorização judicial.
para manter e documentar a sequencia cronoló-
gica dos vestígios coletados em locais de crime ou Esquematicamente, as etapas da cadeia de custó-
nas próprias vítimas. dia são as seguintes:
A finalidade da cadeia de custódia é assegurar a
idoneidade dos vestígios coletados, evitando even- ETAPAS EXTERNAS À
ETAPAS INTERNAS
tuais dúvidas quanto à origem ou manipulação destes CENTRAL DE CUSTÓDIA
durante a investigação e o processo criminal. 1º reconhecimento
2° isolamento 7° recebimento
Início da Cadeia de Custódia 3° fixação 8° processamento
4° coleta 9° armazenamento
Art. 158-A [...] 5° acondicionamento 10° descarte
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a
6° transporte
preservação do local de crime ou com proce-
dimentos policiais ou periciais nos quais seja
detectada a existência de vestígio. Art. 158-C A coleta dos vestígios deverá ser rea-
§ 2º O agente público que reconhecer um elemen- lizada preferencialmente por perito oficial, que
to como de potencial interesse para a produção da dará o encaminhamento necessário para a central
prova pericial fica responsável por sua preservação. de custódia, mesmo quando for necessária a reali-
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visí- zação de exames complementares.
vel ou latente, constatado ou recolhido, que se rela- § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inqué-
ciona à infração penal. rito ou processo devem ser tratados como descrito
nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de
Etapas da Cadeia de Custódia natureza criminal responsável por detalhar a for-
ma do seu cumprimento.
Art. 158-B A cadeia de custódia compreende o ras- § 2º É proibida a entrada em locais isolados
bem como a remoção de quaisquer vestígios de
treamento do vestígio nas seguintes etapas:
locais de crime antes da liberação por parte do

4
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemen-

-7
perito responsável, sendo tipificada como frau-
to como de potencial interesse para a produção da

91
de processual a sua realização.
prova pericial;

.5
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das

51
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imedia- A coleta de vestígios é feita preferencialmente por

.7
to, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; perito oficial (não se trata de exclusividade, pode ser

79
III - fixação: descrição detalhada do vestígio confor- feita por outro não perito). A entrada em local de cri-

-0
me se encontra no local de crime ou no corpo de deli- me isolado, antes da liberação pelo perito oficial con-
to, e a sua posição na área de exames, podendo ser figura o crime previsto no art. 347, do CP.
ZA
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo
U

indispensável a sua descrição no laudo pericial pro- Procedimentos de Acondicionamento


SO

duzido pelo perito responsável pelo atendimento;


IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será sub-
A

Art. 158-D O recipiente para acondicionamento do


LV

metido à análise pericial, respeitando suas caracte- vestígio será determinado pela natureza do material.
rísticas e natureza; § 1º Todos os recipientes deverão ser selados com
SI

V - acondicionamento: procedimento por meio do lacres, com numeração individualizada, de forma


A

qual cada vestígio coletado é embalado de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
D

individualizada, de acordo com suas característi- gio durante o transporte.


R

cas físicas, químicas e biológicas, para posterior § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, pre-
O

análise, com anotação da data, hora e nome de


YG

servar suas características, impedir contaminação e


quem realizou a coleta e o acondicionamento; vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço
H

VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um para registro de informações sobre seu conteúdo.
L

local para o outro, utilizando as condições adequadas § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito
EL

(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de que vai proceder à análise e, motivadamente, por
XW

modo a garantir a manutenção de suas característi- pessoa autorizada.


cas originais, bem como o controle de sua posse; § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer
A

VII - recebimento: ato formal de transferência da


M

constar na ficha de acompanhamento de vestígio o


posse do vestígio, que deve ser documentado com, nome e a matrícula do responsável, a data, o local,
no mínimo, informações referentes ao número de a finalidade, bem como as informações referentes
procedimento e unidade de polícia judiciária rela- ao novo lacre utilizado.
cionada, local de origem, nome de quem transpor- § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no
tou o vestígio, código de rastreamento, natureza interior do novo recipiente.
do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e
identificação de quem o recebeu;
VIII - processamento: exame pericial em si, mani- Central da Custódia
pulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e Art. 158-E Todos os Institutos de Criminalística
químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverão ter uma central de custódia destinada à
deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve
IX - armazenamento: procedimento referente à ser vinculada diretamente ao órgão central de perí-
guarda, em condições adequadas, do material a ser cia oficial de natureza criminal.
processado, guardado para realização de contrape- § 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de
rícia, descartado ou transportado, com vinculação protocolo, com local para conferência, recepção, devolu-
254 ao número do laudo correspondente; ção de materiais e documentos, possibilitando a seleção,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a classificação e a distribuição de materiais, devendo O poder de polícia administrativa é indelegável a parti-
ser um espaço seguro e apresentar condições ambien- culares e entre órgãos.
tais que não interfiram nas características do vestígio.
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de ( ) CERTO ( ) ERRADO
vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se
informações sobre a ocorrência no inquérito que a 5. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Acerca da responsabili-
eles se relacionam. dade civil do Estado, dos serviços públicos e da orga-
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestí- nização administrativa, julgue o seguinte item.
gio armazenado deverão ser identificadas e deve-
rão ser registradas a data e a hora do acesso.
Os serviços públicos possuem finalidade precípua
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio arma-
de atendimento aos interesses da coletividade, razão
zenado, todas as ações deverão ser registradas,
consignando-se a identificação do responsável pela pela qual se verifica a incidência do regime de direi-
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. to público, ainda que em graus variados, conforme a
Art. 158-F Após a realização da perícia, o material natureza do serviço prestado.
deverá ser devolvido à central de custódia, devendo
nela permanecer. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Parágrafo único. Caso a central de custódia não
possua espaço ou condições de armazenar deter- 6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Durante a fase de instru-
minado material, deverá a autoridade policial ou ção processual de determinada ação civil pública por
judiciária determinar as condições de depósito do improbidade administrativa, um réu, servidor público,
referido material em local diverso, mediante reque- foi afastado de suas funções por determinação judi-
rimento do diretor do órgão central de perícia ofi- cial, para resguardar a instrução processual. Sobre-
cial de natureza criminal.
veio julgamento de procedência dos pedidos e o réu
foi, então, condenado à perda da função pública.
O pacote anticrime criou, também, a figura da cen-
tral de custódia, que tem a finalidade de guardar e
Tendo o caso em tela como referência, julgue o item a
controlar os vestígios coletados.
seguir, à luz do disposto na Lei n.º 8.429/1992.

4
-7
A perda da função pública só poderá ser efetivada

91
HORA DE PRATICAR! após o trânsito em julgado da sentença.

.5
51
( ) CERTO ( ) ERRADO

.7
1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de sistemas

79
administrativos, de administração pública e de organi-

-0
zação administrativa do Estado, julgue o item a seguir. 7. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando as disposi-
ções da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Admi-
ZA
O surgimento do contencioso administrativo no sis- nistrativa), julgue o item a seguir.
U
SO

tema administrativo francês teve como um dos seus


fundamentos o reforço ao princípio da separação dos A ocorrência de prejuízo ao erário é condição indispen-
A

poderes. sável para a configuração de qualquer ato de improbi-


LV

dade administrativa.
SI

( ) CERTO ( ) ERRADO
A

( ) CERTO ( ) ERRADO
D

2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Consoante aos poderes


R

8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de personali-


O

da administração pública, julgue o item subsequente.


YG

dade jurídica, direitos da personalidade e capacidade,


O poder regulamentar é o que cabe à administração julgue o item seguintes, de acordo com as disposições
H

do Código Civil e da Lei de Introdução às Normas do


L

pública para apurar infrações e aplicar penalidades a


EL

servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disci- Direito Brasileiro.


XW

plina administrativa.
De acordo com o Código Civil, a emancipação volun-
A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) CERTO ( ) ERRADO tária do menor, por concessão de ambos os pais, será


M

feita por instrumento público, independendo de reco-


3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação aos pode- nhecimento judicial para produzir efeitos.
res da administração pública e ao processo adminis-
trativo disciplinar, julgue o próximo item. ( ) CERTO ( ) ERRADO

O poder que a administração possui de intervir na órbita 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) À luz do Código Civil
particular para resguardar o interesse público, limitando brasileiro, no que diz respeito às pessoas naturais e
direitos individuais, é denominado poder disciplinar. jurídicas, julgue o item subsequente.

( ) CERTO ( ) ERRADO Ao contrair matrimônio, o indivíduo de 16 anos de ida-


de adquire plena capacidade civil por meio da emanci-
4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de ato adminis- pação, voltando à condição de incapaz caso, um ano
trativo, de agentes públicos, de poderes da administra- após o casamento, haja separação judicial.
ção pública e de regime jurídico administrativo, julgue
o item a seguir. ( ) CERTO ( ) ERRADO 255
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando o disposto constitucional de permanecer calado. No entanto, o
no Código Civil acerca de personalidade e o disposto policial não informou a prisão ao juiz competente.
na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
acerca da vigência das leis, julgue o item a seguir. Considerando essa situação, julgue o item que se
seguem, tendo como base os direitos e as garantias
O início da personalidade civil das pessoas físicas fundamentais previstos na Constituição Federal de
ocorre com o nascimento com vida, enquanto o início 1988 (CF).
da personalidade civil das pessoas jurídicas de direito
privado ocorre com a inscrição do seu ato constituti- Os objetos colhidos na casa do suspeito não poderão
vo no respectivo registro, precedida de autorização ou ser admissíveis como prova em processo judicial, pois
aprovação do Poder Executivo, quando necessário. foram obtidos de forma ilícita.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item que se segue, 16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Com base na jurispru-
a respeito do Estado brasileiro e da sua organização. dência majoritária e atual do Supremo Tribunal Fede-
ral, julgue o item que se segue.
Embora se reconheça que o Brasil é um Estado demo-
crático de direito, tal afirmação é uma construção dou- É inconstitucional a assinatura de acordo coletivo
trinária que não tem previsão constitucional expressa. de trabalho para permitir que empregadas grávidas
trabalhem expostas a condições insalubres, ainda
( ) CERTO ( ) ERRADO que essas empregadas consintam em permanecer
atuando em atividades que as exponham a tais
12. (CEBRASPE-CESPE — 2020) No que diz respeito aos condições.
princípios, direitos e garantias fundamentais estabe-
lecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o ( ) CERTO ( ) ERRADO
item a seguir.
17. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação a aspectos

4
-7
Os objetivos fundamentais são limitados pelo sistema do direito constitucional e às disposições da Constitui-

91
de freios e contrapesos e traduzem fins a serem per- ção Federal de 1988, julgue o item a seguir.

.5
seguidos pelo Estado brasileiro, como, por exemplo,

51
garantir o desenvolvimento nacional. Os princípios institucionais da unidade, indivisibilidade

.7
e independência funcional restringem-se aos integran-

79
( ) CERTO ( ) ERRADO tes do Ministério Público da União.

-0
(
ZA
) CERTO ( ) ERRADO
13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando a teoria
geral dos direitos fundamentais, julgue o item seguinte.
U
SO

18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação ao direito


A efetivação dos direitos individuais, que constituem penal, julgue o item a seguir.
A

direitos de defesa frente a intervenções do poder


LV

público na esfera particular dos indivíduos, demanda Funcionário público que exija para si vantagem indevi-
SI

predominantemente atuações estatais de natureza da para realizar ato de ofício pratica o crime de corrup-
A

positiva materializada por prestações públicas. ção passiva.


D
R
O

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


YG
H

14. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com base nos dispositi- 19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação aos crimes
L

vos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos contra a administração pública, julgue o item subsequente.
EL

direitos e das garantias fundamentais e da segurança


XW

pública, julgue o item subsequente. Servidor público que, violando dever funcional, facilite
a prática de contrabando responderá como partícipe
A
M

Ao agente que tiver praticado fato criminoso será pela prática desse crime.
garantido o privilégio contra a autoincriminação, isto
é, o direito de manter-se em silêncio. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO 20. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere aos


crimes previstos na legislação penal, julgue o item a
15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Durante investigação seguir.
criminal, determinado policial civil realizou intercep-
tação telefônica que captou diálogo entre dois sus- Comete crime de prevaricação o agente que pratica
peitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do ato de ofício, com infração de dever funcional, ceden-
crime estariam na residência de um deles. Com base do a pedido ou influência de outrem.
nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização
judicial ou do morador, ingressou na casa a fim de ( ) CERTO ( ) ERRADO
colher provas para instruir o inquérito policial. Na saí-
da, o policial avistou o suspeito chegando ao local e o 21. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca dos delitos con-
256 prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito tra a administração pública, julgue o item a seguir.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Situação hipotética: Determinado funcionário públi-
6 CERTO
co que não tem atribuição para responsabilizar, após
receber vantagem indevida, deixou de levar ao conhe- 7 ERRADO
cimento da autoridade competente a infração cometi-
da por subordinado no exercício do cargo. Assertiva: 8 CERTO
Nesse caso, o referido funcionário público incorreu em
9 ERRADO
crime de condescendência criminosa.
10 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
11 ERRADO
22. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Tales foi preso em fla- 12 ERRADO
grante em um parque de Fortaleza pela prática do
crime de estupro, tendo sido reconhecido pela vítima, 13 ERRADO
Marta, com a qual não possuía relação anterior. Há
14 CERTO
indícios de que Tales tenha praticado outros crimes
sexuais, tendo sido também reconhecido por outras 15 CERTO
vítimas.
16 CERTO
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a
17 ERRADO
seguir.
18 ERRADO
A investigação policial não pode ser instaurada de ofí-
cio pelo delegado, sendo necessário que Marta repre- 19 ERRADO
sente formalmente contra Tales. 20 ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO 21 ERRADO

22 ERRADO

4
23. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Acerca de técnicas de

-7
ações de busca utilizadas no contexto de uma investi- 23 CERTO

91
gação policial, julgue o próximo item.

.5
24 CERTO

51
A identificação do tipo penal, de suas circunstân-

.7
25 ERRADO
cias e da sua autoria constitui finalidade imediata da

79
investigação.

-0
ZA
( ) CERTO ( ) ERRADO
ANOTAÇÕES
U
SO

24. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito do inquérito


policial, julgue o item seguinte.
A
LV
SI

As provas não repetíveis colhidas na fase investigativa


não dependem, em regra, de autorização judicial.
A
D
R

( ) CERTO ( ) ERRADO
O
YG

25. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação ao direito


H

penal e ao direito processual penal, julgue o item que


L

se seguem.
EL
XW

Armazenamento consiste no procedimento de emba-


A

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lar, de forma individualizada, cada vestígio coletado,


M

de acordo com suas características físicas, químicas


e biológicas, para análise posterior.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito
1 CERTO

2 ERRADO

3 ERRADO

4 ERRADO

5 CERTO
257
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

258
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos.
Os servidores públicos são contratados pelo regi-
me estatutário, enquanto os empregados públicos são
contratados pelo regime celetista, que muito se asse-
LEGISLAÇÃO melha às regras contidas na CLT.
Atente-se a este conceito: servidor público é o
agente contratado pela Administração Pública, direta
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu-
DE 1990 E SUAS ALTERAÇÕES E reza estatutária e não-contratual.
LEI Nº 4.878, DE 3 DE DEZEMBRO O regime dos cargos públicos é disciplinado pela
Lei Federal nº 8.112, de 1990, também conhecida como
1965 (REGIME JURÍDICO DOS Estatuto do Servidor Público.
FUNCIONÁRIOS POLICIAIS CIVIS DA Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado
UNIÃO E DO DF) desse regime é o alcance da estabilidade mediante o
fim do período de estágio probatório. Tal alcance per-
ESPÉCIES E DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS mite que o servidor não seja desligado de suas funções,
APLICÁVEIS salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença
judicial transitada em julgado, processo administrativo
Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica
são agentes públicos as pessoas que exercem uma de desempenho (§ 1º, art. 41, da CF, de 1988).
função pública, ainda que em caráter temporário ou Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que
sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla são vitalícios, que se apresentam de forma mais van-
e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que, tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um
dentro da organização da Administração Pública, tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
exercem determinada função pública. gos não-vitalícios), bem como possui a característica

4
Assim, podemos dizer que agente público é gênero, de o desligamento ocorrer apenas mediante sentença

-7
o qual comporta diversas espécies, como os agentes condenatória transitada em julgado. São vitalícios os

91
políticos, os agentes militares, os servidores públi- cargos de: Magistratura, do Tribunal de Contas, e os

.5
cos estatutários, os empregados públicos, os agentes

51
cargos dos membros do Ministério Público.
honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar Além da estabilidade, são também assegurados aos

.7
cada um deles com maiores detalhes.

79
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas.

-0
Vejamos aqui os mais importantes, de acordo com o §
Agentes Políticos 3º, art. 39, da CF, de 1988:
ZA
U
Os agentes políticos possuem como característica z Salário mínimo;
SO

principal o fato de exercerem uma função pública de z Remuneração de trabalho noturno superior ao
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante diurno;
A

eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o


LV

z Repouso semanal remunerado;


condão de extinguir a relação destes com o Estado de
SI

z Férias trabalhadas;
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per-
z Licença à gestante.
A

cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta-


D

do não é profissional, mas estatutária ou institucional.


R

Empregado Público
São agentes políticos os parlamentares, o Presidente da
O
YG

República, os prefeitos, os governadores, bem como seus


respectivos vices, ministros de Estado e secretários. De modo diferente da contratação dos servidores,
H

os empregados públicos são contratados mediante


L

regime celetista, isto é, com aplicação das regras pre-


EL

Agentes Militares
vistas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
XW

Os agentes militares constituem uma categoria à par- Trata-se de uma vinculação contratual. A contratação
de empregados públicos dá-se, em regra, pelas pes-
A

te dos demais agentes políticos, uma vez que as institui-


M

ções militares possuem fortes bases fundamentadas na soas jurídicas de direito privado integrantes da Admi-
hierarquia e na disciplina. Apesar de também apresen- nistração Indireta (empresas públicas, sociedades de
tarem vinculação estatutária, seu regime jurídico é disci- economia mista, consórcios etc.). Além disso, o ingres-
plinado por legislação especial, e não aquela aplicável aos so de tais pessoas também depende da sua aprovação
servidores civis. São agentes militares os membros das em concurso público.
Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros militares O regime dos empregados públicos é menos prote-
dos Estados, Distrito Federal e Territórios, bem como os tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de
LEGISLAÇÃO

demais militares ligados ao Exército, Marinha e Aeronáu- que os empregados públicos não gozam da estabilida-
tica. Algumas características que merecem destaque são: de que os servidores possuem. Ao serem empossados,
a proibição de sindicalização dos militares, a proibição do os empregados passam por um período de experiên-
direito de greve e a proibição à filiação partidária. cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
empregados públicos podem ser dispensados.
Servidores Públicos A diferença dos empregados públicos para com
os demais consiste no fato de que a sua demissão será
De modo geral, podemos dizer que a Constituição sempre motivada, após regular processo administrati-
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para vo, mediante contraditório e ampla defesa. Importante 259
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
lembrar que, para a Administração Pública, a motivação Conforme aludido no art. 7º, da Lei n° 8.112, de 1990,
de seus atos, bem como o tratamento impessoal e a fina- a investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
lidade pública, são princípios norteadores de sua atua-
ção. Uma demissão imotivada de um empregado público z Provimento
seria absolutamente inadmissível nessas condições.
Há diversas formas de provimento dos cargos
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: A públicos, podendo ser classificado em dois grupos:
LEI N° 8.112, DE 1990
„ Quanto à durabilidade: O provimento pode ser de
O regime dos servidores públicos possui ampla pre- caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até
visão normativa. Além do renomado art. 37, da Consti- mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis-
tuição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a são, quando o referido cargo não goza de estabilida-
Lei nº 8.112, de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos de, podendo o servidor ser destituído ad nutum, isto
Federais), isto é, a legislação que institui o regime jurí- é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor;
dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun- „ Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi-
dações, agências reguladoras e associações, todas em mento originário, que não depende de vinculação
jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri-
âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
vado, se o referido servidor já possuía algum víncu-
cos, convém salientar as principais características a
lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação).
respeito do regime dos servidores públicos:
O art. 8º, da Lei n° 8.112, de 1990, dispõe sobre as
Dos Cargos Públicos: Conceito, Investidura na
formas de provimento em cargos públicos:
Função Pública, Provimento, Vacância
„ Nomeação: trata-se da única forma de provi-
z Conceito
mento originário, uma vez que não exige uma
relação jurídica prévia do servidor para com o
Para todos os efeitos legais, o servidor público está Estado. A nomeação depende sempre de pré-
intrinsecamente ligado à noção de cargo público. Con- via habilitação em concurso público de provas,
forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo ou de provas e títulos. Além disso, a nomeação

4
-7
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades pre- poderá ser promovida não somente em caráter

91
vistas na estrutura organizacional que devem ser cometi- efetivo, como também para os cargos de con-
das a um servidor. A expressão “cometida” no contexto do

.5
fiança ou em comissão (incisos I e II, dos arts.

51
artigo de lei refere-se às atribuições e responsabilidades 9º e 10, da Lei nº 8.112, de 1990);

.7
que são atribuídas ao servidor público em decorrência „ Promoção: é uma forma de provimento derivado,

79
do cargo público ocupado. Os cargos públicos, acessíveis
haja vista que ela beneficia somente os servidores

-0
a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi-
que já ingressaram em cargos públicos em cará-
nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, ZA
ter efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. desenvolvimento do servidor na carreira, mediante
U
A criação, transformação e extinção de cargos, empre- promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as
SO

gos ou funções públicas depende sempre de uma lei ins- diretrizes do sistema de carreira na Administração
tituidora (inciso X, art. 48, CF, de 1988). Porém, havendo
A

Pública Federal e seus regulamentos (parágrafo


LV

um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar único, art. 10, da Lei nº 8.112, de 1990);
mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo.
SI

„ Readaptação: é, também, uma forma de pro-


vimento derivado, pois trata-se de hipótese
A

z Investidura na Função
D

de atribuição ao servidor para um cargo com


R

funções e responsabilidades distintas e com-


O

Para ocupar um cargo público, é necessário haver patíveis com a limitação que tenha sofrido em
YG

o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato sua capacidade física ou mental, verificada
administrativo constitutivo e hábil para a investidu-
H

em inspeção médica. Assim, por exemplo, um


ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
L

motorista de ônibus que sofre acidente e acaba


EL

requisitos para a investidura em cargo público, dis- perdendo algum membro essencial para diri-
XW

põe o art. 5º, da Lei n° 8.112, de 1990: gir poderá ser readaptado para executar uma
função similar, mas não idêntica à anterior. Na
A

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em hipótese do servidor readaptando se mostrar
M

cargo público: completamente inválido para exercer qualquer


I - a nacionalidade brasileira; cargo, ele será compulsoriamente aposentado;
II - o gozo dos direitos políticos; „ Reversão: outra forma de provimento deriva-
III - a quitação com as obrigações militares e do, em que temos o retorno à atividade de um
eleitorais; servidor aposentado por invalidez, ou por puro
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício e simples interesse da Administração, desde que
do cargo; (art. 25, do Estatuto dos Servidores Públicos):
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
Art. 25 [...]
II - [...]
O rol apresentado no art. 5° é meramente exem- a) tenha solicitado a reversão;
plificativo, pois a depender das atribuições do cargo b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
almejado, podem existir outros requisitos exigidos c) estável quando na atividade;
para ocupação e posse. Observe, ainda, que tais requi- d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
sitos que forem exigidos devem ser comprovados anteriores à solicitação;
260 somente no momento da posse. e) haja cargo vago
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o art. 29, da Lei nº 8.112, de 1990). Uma situação
cargo resultante de sua transformação. Em termos de excepcional é a da extinção do cargo durante o
remuneração, o servidor que retornar à atividade por período de estágio probatório. Nessas condições,
interesse da Administração perceberá a remuneração segundo a Súmula n° 22, do STF, inexiste direito
do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo- à recondução, e o servidor será exonerado.
sentadoria que recebia (§ 4º, art. 25, idem);
É o caso do servidor Márcio, já mencionado durante a
„ Aproveitamento: mais uma forma de pro- reintegração do servidor Carlos. A recondução tem prio-
vimento derivado, consistente no retorno de ridade em relação a pôr o servidor em disponibilidade.
servidor em disponibilidade, sendo seu regresso Colocar o servidor em disponibilidade é considerada uma
obrigatório para cargo de atribuições e venci- última medida, pois o correto é a Administração fazer com
mentos compatíveis com os do anteriormente que todos os servidores que contratou estejam efetiva-
ocupados (art. 30, da Lei nº 8.112, de 1990). Será mente no exercício de suas atividades, de modo a evitar a
tornado sem efeito o aproveitamento e cassa- oneração dos cofres públicos com servidores inativos que
da a disponibilidade se o servidor não entrar continuam a receber remuneração e outros benefícios.
em exercício no prazo legal, salvo comprovada
doença por junta médica oficial (art. 32, idem); z Vacância
„ Reintegração: é a forma de provimento deri-
vado que ocorre pela reinvestidura do servidor A Lei nº 8.112, de 1990, também faz menção das
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no hipóteses de vacância, isto é, são hipóteses em que o
cargo resultante de sua transformação, na hipó- servidor deixa o cargo ocupado anteriormente. Essas
tese de sua demissão ser invalidada por decisão situações podem ser de caráter definitivo, como, por
judicial ou administrativa, tendo direito também exemplo, a extinção do cargo público, ou quando
ao ressarcimento de todas as vantagens (caput, ocorre a troca do cargo ocupado pelo servidor.
art. 28, Lei nº 8.112, de 1990).
Art. 33 São formas de vacância dos cargos públicos:
Suponha que, em uma situação anterior, o servidor I - exoneração;
Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse motivo II - demissão;

4
III - promoção;

-7
injusto pode advir de qualquer evento, como ter sido

91
erroneamente acusado de ter praticado uma transgres- IV (REVOGADO);
V (REVOGADO);

.5
são (falaremos das transgressões em momento poste-

51
rior). Carlos, então, resolveu ingressar com ação em VI - readaptação;
VII - aposentadoria;

.7
juízo e por meio de decisão judicial (ou administrativa)
VIII - posse em outro cargo inacumulável;

79
conseguiu comprovar que a sua demissão foi injusta,
IX - falecimento.

-0
ficando determinada a sua invalidação. Com isso, ele
pode ser reintegrado ao seu cargo a fim de voltar a ZA
Observe que algumas das hipóteses de vacância são
desempenhar suas funções na repartição pública.
U
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre
É proibida a criação de cargos excessivos pela
SO

porque, como mencionamos, o provimento derivado


Administração Pública, tendo em vista que em toda
dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
A

repartição existe um número exato de cargos a serem


LV

anterior entre o servidor e a Administração Pública.


ocupados pelos servidores.
Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder
SI

Logo, no exemplo apresentado, o cargo pertence


Público necessita extinguir um cargo público (uma
A

originalmente a Carlos. Assim, o servidor Márcio, que


relação jurídica anterior) para criar um cargo novo.
D

estava ocupando o lugar de Carlos durante sua ausên-


Dessas hipóteses, a que merece maiores esclareci-
R

cia, deverá ser reconduzido para o seu cargo de origem


O

mentos é a exoneração. Nas linhas do art. 35, a exo-


ou, não sendo possível, devido à extinção do cargo nesse
YG

neração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor,


período, poderá ser aproveitado em outro cargo similar.
H

ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será rea-


Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos-
L

lizada quando não satisfeitas as condições do estágio


to em disponibilidade.
EL

probatório; ou ainda quando, tendo tomado posse, o


Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
XW

servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.


pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
A remoção é elencada no art. 36, da Lei nº 8.112, de
A

à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-


1990. Pelo disposto no caput do referido artigo, remoção é
M

da, posto em disponibilidade (§ 2º, art. 28, idem).


o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito
A disponibilidade é uma garantia de caráter pro-
do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. A remo-
tecionista atribuída pela Constituição Federal ao ser-
ção não é uma forma de provimento em cargo público.
vidor público estável, cuja finalidade é resguardar o
O artigo ainda apresenta algumas modalidades de
vínculo do servidor com a Administração Pública, de
remoção, que podem ser:
maneira a não ser excluído dos quadros de pessoal
quando seu cargo for declarado desnecessário ou
Art. 36 [...]
LEGISLAÇÃO

extinto. Durante o período em que o servidor perma-


Parágrafo único. [...]
necer disponível, sua remuneração é mantida.
I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
„ Recondução: por fim, a recondução é a forma III - a pedido, para outra localidade, independente-
de provimento derivado consistente no retorno mente do interesse da Administração:
do servidor público estável ao cargo anterior- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também
mente ocupado, e decorrerá de inabilitação em servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes
estágio probatório relativo a outro cargo, ou ain- da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
da pela reintegração do anterior ocupante (I e II, pios, que foi deslocado no interesse da Administração; 261
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com- público não pode ser demitido por razões de conve-
panheiro ou dependente que viva às suas expensas niência ou oportunidade pela Administração. Ela não
e conste do seu assentamento funcional, condicio- pode demitir o servidor estável “porque não quer
nada à comprovação por junta médica oficial; mais” trabalhar com ele.
c) em virtude de processo seletivo promovido, na Segundo o art. 21, do Estatuto dos Servidores Públi-
hipótese em que o número de interessados for supe- cos Civis da União, uma vez que o servidor seja habi-
rior ao número de vagas, de acordo com normas
litado em concurso público e empossado em cargo de
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço
aqueles estejam lotados.
público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
Interessante observar que a Constituição Federal
A redistribuição é o deslocamento de cargo para pro-
de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
vimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
de em seu art. 41. Todavia, os requisitos são distintos:
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mes-
para o Texto Constitucional, o servidor público só
mo Poder, com prévia apreciação do órgão central do
adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de
SIPEC, segundo o que dispõe o art. 37, do referido Esta-
efetivo exercício.
tuto, desde que sejam observados os seguintes preceitos:
Isso não significa que, uma vez o servidor estando
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
Art. 37 [...]
sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá
I - interesse da administração;
II - equivalência de vencimentos; “carta branca” para agir como bem entender. Por isso,
III - manutenção da essência das atribuições do o conteúdo do art. 22, da Lei nº 8.112, de 1990:
cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade Art. 22 O servidor estável só perderá o cargo em
e complexidade das atividades; virtude de sentença judicial transitada em julgado
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou ou de processo administrativo disciplinar no qual
habilitação profissional; lhe seja assegurada ampla defesa.
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e
as finalidades institucionais do órgão ou entidade. O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi-

4
A substituição encontra-se disposta no art. 38, do dor estável. São elas:

-7
91
Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os servi-
z Por sentença judicial transitada em julgado: é

.5
dores investidos em cargo ou função de direção ou che-

51
fia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão a forma mais demorada para se demitir um servi-

.7
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso dor, considerando todo o aspecto burocrático exis-

79
de omissão, previamente designados pelo dirigente tente no processo judicial. O trânsito em julgado da

-0
máximo do órgão ou entidade. sentença somente ocorre quando esgotados todos
A substituição é uma troca de um servidor por os recursos cabíveis; ZA
outro, aplicável somente para os cargos de comissão ou z Mediante processo administrativo em que lhe
U

função de direção e chefia, bem como cargos de Natu- seja assegurada ampla defesa. As regras referentes
SO

reza Especial. O servidor substituto indicado assume, ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD)
A

automaticamente, o exercício do cargo, nos casos de serão vistas mais adiante;


LV

afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares z Mediante procedimento de avaliação periódica


SI

do titular, bem como na hipótese de vacância do cargo. de desempenho, na forma de lei complementar,
Um direito muito importante do servidor substitu- assegurada ampla defesa: quem não for aprovado
A
D

to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava na avaliação periódica de desempenho pode ser
R

antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição, exonerado de seu cargo público, independentemen-
O

pela remuneração mais vantajosa (§ 2º, art. 38). Seria te de ter completado o período de efetivo exercício;
YG

injusto o substituto ganhar menos do que recebia z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses 1
H

antes da substituição. a 3 estão previstas nos incisos do art. 41. Todavia,


L

essa última hipótese encontra-se disposta no inciso


EL

Das Prerrogativas, dos Direitos, das Vantagens e das II, § 3º, art. 169, da CF, de 1988. Sob o aspecto orça-
XW

Autorizações dos Servidores Públicos mentário e financeiro, não pode a Administração


Pública realizar gastos superiores àqueles previs-
A
M

A prerrogativa é qualquer situação de vantagem tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a
obtida pela natureza de um cargo ou de uma função. necessidade, é possível, sim, que um servidor está-
No caso dos agentes públicos, existem algumas prer- vel seja exonerado de seu cargo apenas por moti-
rogativas que são comuns para todo e qualquer car- vos de “balancear” as contas públicas.
go público, e existem algumas prerrogativas que são
mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos. Outra prerrogativa que merece maior destaque é
Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com
aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de a estabilidade, mas não pode ser confundido com a
natureza política. mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer
No momento, é importante focar nas prerrogativas servidor: ela é somente concedida para alguns cargos
que se aplicam para todos os servidores públicos, que públicos especiais.
ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande São considerados cargos vitalícios, segundo a pró-
prerrogativa diz respeito à estabilidade. pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura
A estabilidade é a condição que o servidor público (inciso I, art. 95), os membros do Ministério Público
atinge após completar alguns requisitos. O seu princi- (“a”, § 5º, art. 128) e os cargos ocupados pelos membros
262 pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor do Tribunal de Contas da União ou TCU (§ 3º, art. 73).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que Indenizações são valores pagos aos servidores, mas
a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses car- que não integram seus vencimentos. O Estatuto prevê
gos vitalícios, ela somente pode ser exonerada mediante algumas hipóteses de recebimento de indenizações:
sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única
hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante „ Ajuda de custo por mudança (art. 53) devida
uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade. como forma de compensar as despesas de ins-
Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um talação de servidor que tiver exercício em nova
aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também sede, ocorrendo mudança de seu domicílio;
considerada como uma forma de exoneração a apo- „ Ajuda de custo por falecimento (§ 2º, art. 53):
sentadoria compulsória, isto é, a concessão do referido devido à família do servidor que vier a falecer
benefício previdenciário quando o servidor estável ou na nova sede, sendo devido para custear o
vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade. transporte para a localidade de origem;
A diferença é que, no caso da aposentadoria compul- „ Diárias por deslocamento (art. 58): devida ao
sória, o servidor para de trabalhar, mas continua rece- servidor que se afastar, por motivos de serviço,
bendo uma “remuneração”, chamada de provento. da sede em caráter transitório, para outro local
A Lei nº 8.112, de 1990, em seus arts. 40 e 41, elen- dentro ou fora do país, receberá tal indenização
ca diversos direitos e gratificações aos servidores como forma de ajuda no custeio de passagens e
públicos, os quais são de grande importância conhe- diárias destinadas a indenizar as parcelas de des-
cer. Vejamos os principais direitos: pesas extraordinárias com pousada, alimentação
e locomoção urbana. O § 3º, do art. 59, prevê que
z Vencimentos: vencimentos está para o servidor o servidor que receber diárias e não se afastar da
assim como o salário está para o empregado. Con- sede, por qualquer motivo, fica obrigado a resti-
siste na retribuição pecuniária pelo exercício do tuí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias;
cargo público, cujo valor é previamente fixado „ Transporte (art. 60): será concedida inde-
em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em nização ao funcionário público que realizar
regra, irredutíveis; despesas com a utilização de meio próprio de
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen- locomoção para a execução de serviços exter-
to do cargo, somado a todas as outras vantagens nos, por força das atribuições próprias do car-

4
go, conforme disposto em regulamento;

-7
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor

91
pago ao servidor público, independentemente de „ Auxílio-moradia (art. 60-A): trata-se de res-

.5
sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen- sarcimento das despesas comprovadamente

51
te (§ 3º, art. 39, da CF, de 1988). realizadas pelo servidor com aluguel de mora-

.7
dia ou com hospedagem realizado por algum

79
hotel, dependendo do preenchimento de alguns

-0
Importante! requisitos, como não ter um imóvel funcional
disponível para uso, seu cônjuge não ser ocu-
ZA
O art. 39, da Constituição Federal, apresenta pante de imóvel funcional, ou que nenhuma
U
algumas regras gerais sobre o regime dos servi- outra pessoa que resida com o servidor receba
SO

dores públicos. Dentre as regras constitucionais, a mesma indenização etc.


o § 1º do referido dispositivo prevê que a fixação
A
LV

dos padrões de vencimento e dos demais com- z Gratificações, Adicionais e Retribuições


SI

ponentes do sistema remuneratório observará


três aspectos: a natureza, o grau de responsabili-
A

O art. 61, do Estatuto dos Servidores Públicos, tam-


D

dade e a complexidade dos cargos componentes bém prevê o pagamento das seguintes gratificações:
R

de cada carreira; os requisitos para a investidura;


O

e também as peculiaridades dos cargos. Art. 61 [...]


YG

I - retribuição pelo exercício de função de direção,


H

chefia e assessoramento;
L

z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe- II - gratificação natalina;


EL

cial de remuneração, feita em uma única parcela. III – revogado;


XW

O regime de subsídios, previsto no § 4º, art. 39, da IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-
CF, de 1988, foi introduzido com a finalidade de bres, perigosas ou penosas;
A
M

coibir os “supersalários” comumente existentes no V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;


regime de servidores públicos brasileiros. Impor- VI - adicional noturno;
tante ressaltar que recebem por subsídios somen- VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
te os Chefes do Poder Executivo, parlamentares,
trabalho;
magistrados, ministros de Estado, secretários esta-
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
duais, membros do Ministério Público e da Advo-
cacia Pública, entre outros.
Gratificação de encargo por curso o concurso é
LEGISLAÇÃO

decida ao servidor que (art. 76-A):


Das Vantagens
Art. 76-A [...]
À luz do disposto no art. 49, do Estatuto, além dos I - atuar como instrutor em curso de formação, de
vencimentos, aos funcionários públicos serão pagas desenvolvimento ou de treinamento regularmente ins-
as seguintes vantagens: as indenizações, as gratifica- tituído no âmbito da administração pública federal;
ções e os adicionais. II - participar de banca examinadora ou de comissão
para exames orais, para análise curricular, para
z Das Indenizações correção de provas discursivas, para elaboração de 263
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
questões de provas ou para julgamento de recursos poderá se afastar do cargo com a efetiva remunera-
intentados por candidatos; ção, por até três meses, para fazer curso de capacita-
III - participar da logística de preparação e de reali- ção profissional (art. 87, da Lei nº 8.112, de 1990).
zação de concurso público envolvendo atividades de
planejamento, coordenação, supervisão, execução e Art. 87 [...]
avaliação de resultado, quando tais atividade não VI - para tratar de interesses particulares;
tiverem incluídas em suas funções permanentes;
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
A critério da Administração Pública, poderá ser
provas de exames de vestibular ou de concurso
concedida somente ao servidor público que ocupe
público ou supervisionar essas atividades.
cargo efetivo (desde que não esteja em estágio proba-
tório), licença para cuidar de interesse particulares
O servidor, em relação às férias, fará jus a trinta dias
por até três anos consecutivos, sem o recebimento de
de licença para cada 12 meses de serviço, que podem ser
remuneração (art. 91, da Lei nº 8.112, de 1990).
acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de
necessidade do serviço (art. 77, Lei nº 8.112, de 1990). Pode-
Art. 91 [...]
rão ser parceladas em até três períodos, desde que assim
VII - para desempenho de mandato classista.
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
pública, na forma do § 3º, do mesmo dispositivo legal.
Nessa situação será concedida licença sem remu-
neração ao servidor que for desempenhar mandato
Das Licenças em confederação, federação, associação de classe de
âmbito nacional, sindicato representativo de catego-
As licenças são uma espécie de afastamento com ria ou entidade fiscalizadora de profissão (art.92, da
algumas características próprias. Ou seja, os casos de Lei nº 8.112, de 1990).
licença ocorrem, via de regra, por interesse e a pedido Apesar de haver previsão para concessão de licen-
do particular. Estão dispostas nos arts. 81 e seguintes, ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipótese
da Lei dos Servidores Públicos Federais. De acordo acabou sendo revogada pela Lei nº 9.527, de 1997.
com o art. 81, conceder-se-á licença ao servidor: As licenças, como se depreende, são hipóteses de
desligamento temporário do servidor com o seu res-

4
Art. 81 [...] pectivo cargo, havendo uma expectativa para o seu

-7
I - por motivo de doença em pessoa da família; retorno. As licenças poderão ser concedidas com ou

91
sem remuneração, a depender de cada situação.

.5
Essa licença somente poderá ser concedida se for

51
indispensável assistência direta do servidor, de forma Dos Afastamentos

.7
que não possa ser prestada simultaneamente com o

79
exercício das funções públicas, pelo que dispõe o § 1º, Os afastamentos propriamente ditos não se confun-

-0
do art. 83, da Lei nº 8.112, de 1990. dem com as licenças já estudadas. Trata-se de hipóteses
ZA
em que ocorre o afastamento do servidor de suas fun-
U
Art. 83 [...] ções por determinação da administração pública, e, em
SO

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou regra, o servidor receberá sua remuneração integral. A
companheiro; previsão legal está elencada nos arts. 93 e seguintes, da
A
LV

Lei nº 8.666, de 1990. São quatro hipóteses:


Trata-se de licença que poderá ser deferida ao ser-
SI

vidor para acompanhar cônjuge que foi deslocado z Para servir a outro órgão ou entidade;
A

para outro ponto do território nacional, para o exte- Para exercício de mandato eletivo;
D

z
rior ou para exercer mandato eletivo dos poderes Para estudos ou missões no exterior;
R

z
O

executivo e legislativo. Nesse caso, a licença será por z Para participação em programa de pós-graduação
YG

prazo indeterminado e sem remuneração, nos temos stricto sensu dentro do País.
do caput e § 1º, do art. 84, da nº Lei 8.112, de 1990.
H
L

A hipótese arrolada no inciso I tem sua regulamen-


EL

Art. 84 [...] tação no art. 93, e será cedida ao servidor nas seguintes
XW

III - para o serviço militar (art. 85 da Lei 8.112, de condições: para exercício de cargo em comissão ou fun-
1990); ção de confiança e em casos previstos em leis específicas.
A

IV - para atividade política;


M

O art. 94, da Lei nº 8.112, de 1990, traz as especifi-


cações necessárias para o afastamento para exercício
Segundo o art. 86, da Lei 8.112, de 1990, o servidor de mandato eletivo:
terá direito à licença, sem remuneração, durante o
período que mediar entre a sua escolha em convenção
Art. 94 Ao servidor investido em mandato eletivo
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera
aplicam-se as seguintes disposições:
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleito- I - tratando-se de mandato federal, estadual ou dis-
ral, e a partir do registro da candidatura e até o décimo trital, ficará afastado do cargo;
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
pelo período de três meses (§ 2º, do mesmo artigo). III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá
Art. 86 [...] as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu-
V - para capacitação; neração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será
Após cada quinquênio do efetivo exercício públi- afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
264 co, sendo do interesse da Administração, o servidor sua remuneração.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor como Vereador de dia e como agente público de noite,
contribuirá para a seguridade social como se em e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois
exercício estivesse. cargos, o Vereador pode optar pela remuneração mais
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque, mui-
classista não poderá ser removido ou redistribuí- tas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores
do de ofício para localidade diversa daquela onde de pequenos Municípios costuma ser menor do que
exerce o mandato.
a remuneração do cargo público anterior, e ele pode
facilmente se locomover de um ambiente de trabalho
Para que o servidor público possa se afastar de suas para outro nesse município de porte menor.
funções para o estudo ou missão no exterior, a Lei nº
8.112, de 1990, também apresenta algumas regras a Das Concessões
serem observadas com disposição nos arts. 95 e 96:
Diz respeito às ocasiões em que o servidor poderá se
Art. 95 O servidor não poderá ausentar-se do País ausentar do serviço e não deixará de receber remune-
para estudo ou missão oficial, sem autorização do Pre- ração, de acordo com o art. 97, da Lei nº 8.112, de 1990.
sidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e ausentar-se do serviço:
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
período, será permitida nova ausência. II - pelo período comprovadamente necessário para
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
não será concedida exoneração ou licença para tra- do, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;
tar de interesse particular antes de decorrido período III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de res- a) casamento;
sarcimento da despesa havida com seu afastamento. b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servi- madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
dores da carreira diplomática. guarda ou tutela e irmãos.
[...]
Art. 96 O afastamento de servidor para servir em orga- Do Direito de Petição

4
nismo internacional de que o Brasil participe ou com o

-7
qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

91
É importante ressaltar que ao servidor é conferido
direito de petição, na forma do art. 104 e seguintes,

.5
O afastamento do servidor com a finalidade de parti-

51
da Lei nº 8.112, de 1990, para requerer direitos e inte-
cipação em programa de pós-graduação stricto sensu no

.7
resses próprios em face do Poder Público.
país, no interesse da Administração Pública, acontecerá

79
O requerimento será dirigido à autoridade competen-
desde que a participação não possa ocorrer simultanea-

-0
te para decidi-lo e na sequência encaminhado por inter-
mente com o exercício do cargo ou mediante compen- médio daquela a qual o servidor estiver imediatamente
ZA
sação de horário, art. 96-A, da Lei nº 8.112, de 1990. O subordinado, nos termos do art. 105, da referida legislação.
U
servidor continuará a receber sua remuneração no Deve ser respeitado o princípio do contraditório e
SO

período em que estiver cursando sua especialização. da ampla defesa, dando espaço para que tanto o servi-
Para compreender melhor a diferença entre licen- dor público como o Estado possam impugnar todos os
A

ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.


LV

pontos do requerimento, apresentar sua defesa técni-


ca escrita e interpor recursos (art. 107, Lei nº 8.666, de
SI

LICENÇA AFASTAMENTO 1990) das decisões que lhe prejudicarem.


A

O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos,


D

Finalidade é de interesse
Finalidade é de interesse ex- quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-
R

do agente e da Adminis-
clusivo do agente público
O

tração Pública sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes-


YG

se patrimonial e créditos resultantes das relações de


Ex: doença do cônjuge/mem- Ex: realização de especia- trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais
H

bro da família; para exercer lização; realização de mis- casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
L
EL

atividade política; para tratar são no exterior; para servir


de interesses particulares a outro órgão/entidade
XW

Do Regime Previdenciário (RPPS)


Possui prazos mais curtos Possui prazos mais lon-
A

(dias, semanas) gos (meses, anos) Servidor público não é empregado. Por isso, não se
M

aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido


também como RGPS. Os servidores possuem um regi-
Uma questão que costuma cair com bastante fre- me próprio denominado Regime Próprio de Previdên-
quência nas provas de concurso público é sobre a remu- cia dos Servidores (ou RPPS).
neração de servidor afastado para exercício de mandato O regime em questão tem suas políticas elaboradas
eletivo (art. 94, Lei nº 8.112, de 1990). A regra geral é e executadas pela Secretaria de Previdência do Minis-
que, para exercer um mandato eletivo, o servidor deve tério da Fazenda. Esse regime é compulsório para o
LEGISLAÇÃO

se afastar do cargo e deixar de receber a remuneração servidor público do ente federativo que o tenha ins-
do mesmo. Porém, tratando-se de exercício de mandato tituído, com teto e subtetos definidos pela Emenda
de Prefeito, o servidor afastado poderá optar, dentre Constitucional nº 41, de 2003.
as duas remunerações, por aquela que lhe for mais Mas o Regime de Previdência dos Servidores tam-
vantajosa (valores maiores, mais benefícios etc.). bém possui dispositivos previstos na Lei nº 8.112, de
Outro aspecto importante: no caso de mandato de 1990. Segundo o art. 184, da referida lei,
Vereador, o servidor poderá exercer os dois car-
gos e receber ambas as remunerações, desde que Art. 184 O Plano de Seguridade Social visa a dar
comprovada a compatibilidade de horários (atua cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor 265
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e sua família, e compreende um conjunto de benefí- professora, com proventos integrais; aos 30 (trin-
cios e ações que atendam às seguintes finalidades: ta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
I - garantir meios de subsistência nos eventos de cinco) se mulher, com proventos proporcionais a
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina- esse tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade,
tividade, falecimento e reclusão; se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro-
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; ventos proporcionais ao tempo de serviço (alíneas
III - assistência à saúde.
a, b e c, inciso III, do art. 186).
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
garantido os seguintes benefícios previdenciários: Importante!
z Aposentadoria: possui previsão tanto na Cons- Com a entrada em vigor da Emenda Constitucio-
tituição Federal quanto na Lei nº 8.112, de 1990. nal nº 103, de 2019, as regras para a aposenta-
O Regime Próprio de Previdência dos Servido- doria voluntária dos agentes públicos sofreram
res (RPPS) também sofreu alterações na chama- algumas alterações. As chances de uma questão
da “Reforma da Previdência”, promulgada pela sobre essas novas regras caírem em uma prova
Emenda Constitucional nº 103, de 2019. Com isso, no momento são pequenas, mas é importante
temos dois textos normativos que, até o presente se prevenir. Existem também regras de transição
momento, dispõem sobre a aposentadoria. mais específicas, as quais devem ser conheci-
das pelo candidato, ao menos um pouco. Por
À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor isso, uma leitura da emenda constitucional 103,
será aposentado: de 2019, na íntegra, é altamente recomendada.
z Por incapacidade permanente para o trabalho, no
cargo em que estiver investido, quando insuscetí- z Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida-
vel de readaptação. O Texto Constitucional explici- de é devido à servidora por motivo de nascimento
ta que será obrigatória a realização de avaliações de filho, em quantia equivalente ao menor ven-
periódicas para verificação da continuidade das cimento do serviço público, inclusive no caso de

4
condições que ensejaram a concessão da aposenta- natimorto;

-7
doria, na forma de lei do respectivo ente federativo;

91
z Salário-Família (caput e § ° único, do art. 197): o
z Compulsoriamente, com proventos proporcionais salário-família é devido ao servidor segundo o núme-

.5
51
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de ro de dependentes econômicos deste. Para todos os

.7
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na efeitos, são considerados dependentes econômicos:

79
forma da lei complementar nº 152, de 2015. Essa

-0
lei complementar dispõe sobre a aposentadoria Art. 197 [...]
compulsória com proventos proporcionais, sendo Parágrafo único. [...]
ZA
aplicável aos servidores ocupantes de cargos públi- I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive
U

cos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
SO

e suas autarquias e fundações; aos membros do estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli-
do, de qualquer idade;
A

Poder Judiciário; aos membros do Ministério Públi-


LV

co; e aos membros da Defensoria Pública; II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median-
te autorização judicial, viver na companhia e às
SI

z Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62


expensas do servidor, ou do inativo;
(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
A

III - a mãe e o pai sem economia própria.


D

(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no


R

âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- z Licença para tratamento de saúde (art. 202):
O

cípios, na idade mínima estabelecida mediante essa licença dependente de perícia médica, sem
YG

emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ- prejuízo da remuneração a que fizer jus. O servi-
H

nicas, observados o tempo de contribuição e os dor precisa comprovar que realmente está doente
L

demais requisitos estabelecidos em lei comple- e não pode trabalhar;


EL

mentar do respectivo ente federativo. z Licença à gestante, à adotante e licença-pater-


XW

nidade (art. 207): a licença à gestante/adotante/


Com base na Lei n° 8.112, de 1990 (art. 186), ao
A

paternidade será concedida por prazo não supe-


M

servidor federal poderá ser concedido aposentadoria: rior a 120 dias, sem prejuízo da remuneração.
Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar
z Aposentadoria por invalidez permanente, sendo esse prazo, desde que o requeira até o final do pri-
os proventos integrais quando decorrente de aciden- meiro mês após o parto, e terá duração de sessenta
te em serviço, moléstia profissional ou doença grave, dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo Decre-
contagiosa ou incurável, especificada em lei, e pro- to nº 6.690, de 2008. Pelo nascimento ou adoção de
porcionais nos demais casos (inciso I, do art. 186); filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade
z Aposentadoria compulsória, aos setenta anos de de 5 (cinco) dias consecutivos;
idade, com proventos proporcionais ao tempo de z Licença por acidente em serviço (art. 212): o
serviço (inciso II, do art. 186); Estatuto considera como acidente em serviço o
z Aposentadoria voluntária, de acordo com os dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
seguintes critérios de idade e de contribuições: aos relacione, mediata ou imediatamente, com as atri-
35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos buições do cargo exercido. O servidor acidente em
30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos serviço receberá remuneração integral;
30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções z Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros
266 de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se benefícios que não é devido ao servidor (por motivos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
óbvios), mas a seus dependentes, incluindo nesse VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou separado IX - manter conduta compatível com a moralidade
judicialmente ou de fato; o companheiro ou compa- administrativa;
nheira que comprove união estável como entidade X - ser assíduo e pontual ao serviço;
familiar; ou ainda o filho de qualquer condição, ou XI - tratar com urbanidade as pessoas;
seja, todos os entes equiparados a filho (enteado, XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
abuso de poder.
menor tutelado), desde que preencha as seguintes
condições: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; b)
seja inválido; c) tenha deficiência grave; ou ainda d) Das Proibições
tenha deficiência intelectual ou mental;
z Auxílio-funeral: trata-se de benefício devido à O art. 117, da mesma Lei, impõe aos servidores
públicos diversas proibições. Trata-se de uma matéria
família do servidor falecido na atividade ou aposen-
que exige grande capacidade de memorização, ainda
tado, em valor equivalente a um mês da remunera-
que não necessite de um alongamento muito detalhado.
ção ou provento, que será pago à pessoa da família
que tiver custeado o funeral, segundo o que dispõe
Art. 117 Ao servidor é proibido:
o caput e § 3º, do art. 226, da Lei nº 8.112, de 1990; I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
z Auxílio-reclusão (art. 229): outro benefício tam- prévia autorização do chefe imediato;
bém devido aos dependentes do servidor, cujo II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com-
valor poderá ser: petente, qualquer documento ou objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
Art. 229 [...]
I - dois terços da remuneração, quando afastado Recusar fé a documentos públicos significa dizer
por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, que o servidor não pode se recusar a receber qualquer
determinada pela autoridade competente, enquan- tipo de documento oficial (documento proveniente de
to perdurar a prisão; órgãos públicos), com a exceção dos casos em que exis-
II - metade da remuneração, durante o afastamen- tir suspeita de fraude ou qualquer outra irregularidade.
to, em virtude de condenação, por sentença defini-
tiva, a pena que não determine a perda de cargo. Art. 117 [...]

4
IV - opor resistência injustificada ao andamento de

-7
DO REGIME DISCIPLINAR documento e processo ou execução de serviço;

91
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
Dos Deveres dos Servidores Públicos

.5
no recinto da repartição;

51
Apesar da grande quantidade de direitos e vantagens,

.7
O serviço nas repartições públicas deve ser execu-
o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui, aos

79
tado com imparcialidade dos servidores, sendo regra
mesmos, diversos deveres, com base no regime disciplinar

-0
que seja evitado a exposição de convicções particula-
o qual, se não for atendido, enseja a instauração de pro- res (ideologias políticas, religiosas etc.) que possam
ZA
cesso disciplinar para a apuração de infrações funcionais. intervir negativamente no ambiente de trabalho.
Os deveres disciplinados pelo Estatuto Federal
U
SO

podem ser divididos de duas formas, quais sejam:


Art. 117 [...]
deveres que são relacionados ao comportamento fun-
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
A

cional (obrigações que devem ser cumpridas pelos


LV

casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que


servidores; trata-se do inciso I; das alíneas “a”, “b” e seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
SI

“c”, do inciso V, e dos incisos VI, VIII e XII, do art. 116)


A

e deveres relativos ao comportamento profissional


Atribuir serviço à pessoa de repartição, diversa
D

(são aqueles comportamentos inerentes às atividades


responsabilidade fora de sua competência de atuação.
R

profissionais desempenhadas pelos particulares; são


O

os incisos II, III, IV, VII, IX, X e XI, do art. 116).


YG

Art. 117 [...]


Nos termos do art. 116, da Lei nº 8.112, de 1990:
H

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de


L

filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou


EL

Art. 116 São deveres do servidor: a partido político;


I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
XW

cargo
A liberdade de associação sindical é um direi-
A

II - ser leal às instituições a que servir;


to fundamental previsto pela Constituição Federal.
M

III - observar as normas legais e regulamentares;


Sendo assim, é vedado ao servidor utilizar-se de sua
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
hierarquia funcional como meio de coagir outros ser-
manifestamente ilegais;
vidores a se filiados a algum sindicato ou associação.
V - atender com presteza;
a) ao público em geral, prestando as informações
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; Art. 117 [...]
b) à expedição de certidões requeridas para defe- VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo
sa de direito ou esclarecimento de situações de ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
LEGISLAÇÃO

interesse pessoal; parente até o segundo grau civil;


c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência Essa proibição tem o fito de evitar a prática do
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade nepotismo e garantir a aplicação da garantia constitu-
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- cional da impessoalidade administrativa.
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração; Art. 117 [...]
VII - zelar pela economia do material e a conserva- IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
ção do patrimônio público; outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 267
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
X - participar de gerência ou administração de z Dois cargos ou empregos privativos de profissio-
sociedade privada, personificada ou não personifi- nais na área da saúde (“c”, XVI, art. 37);
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
acionista, cotista ou comanditário; ou função pública (III, art. 38);
XI - atuar, como procurador ou intermediário, jun- z Um cargo de magistrado e outro de magistério (I,
to a repartições públicas, salvo quando se tratar de parágrafo único, art. 95);
benefícios previdenciários ou assistenciais de paren- z Um cargo de membro do Ministério Público e outro
tes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
de magistério (“d”, II, § 5º, art. 128).
É proibido ao servidor exercer a chamada advo- Segundo o § 2º, do art. 118, da Lei nº 8.112, de 1990,
cacia administrativa. Essa é uma situação em que o a acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio-
agente público, aproveitando de sua influência, faz nada à comprovação da compatibilidade de horários.
uso de sua condição de servidor público para benefi- Considera-se também como acumulação proibida a
ciar as pessoas que estiver representando. percepção de vencimento de cargo ou emprego públi-
co efetivo com proventos da inatividade, salvo quando
Art. 117 [...]
os cargos de que decorram essas remunerações forem
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
acumuláveis na atividade (§ 3º, do art. 118).
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
Cargos em comissão são os cargos ocupados de
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
do estrangeiro; forma transitória por servidores públicos nomeados
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; por autoridade competente. Nos termos do art. 119,
ao servidor também não será permitida a ocupação
Fica proibido ao servidor público realizar emprés- de mais de um cargo comissionado.
timos com taxas de juros excessivos. O servidor vinculado ao regime desta Lei que acu-
mular licitamente dois cargos efetivos, quando inves-
Art. 117 [...] tido em cargo de provimento em comissão, ficará
XV - proceder de forma desidiosa; afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da se em que houver compatibilidade de horário e local
repartição em serviços ou atividades particulares; com o exercício de um deles, declarada pelas autori-

4
-7
XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos

91
nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de (art. 120).

.5
emergência e transitórias;

51
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam Responsabilidades dos Servidores Públicos

.7
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e

79
com o horário de trabalho; Por fim, em relação à responsabilidade dos ser-

-0
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais vidores públicos, o art. 121, da Lei nº 8.112, de 1990,
quando solicitado. é bastante claro ao dispor que “O servidor responde
ZA
civil, penal e administrativamente pelo exercício irregu-
U

Acumulação de Cargo, Emprego e Função Pública lar de suas atribuições”. Vemos, então, que uma única
SO

conduta praticada pelo referido servidor pode ensejar


A

Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções em responsabilização em três esferas distintas.


LV

públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi- A responsabilidade civil do servidor público decor-
SI

co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car- re da prática de atos comissivos ou omissivos, dolosos
gos e empregos públicos. Tal proibição se estende,
A

ou culposos, que sejam capazes de causar danos mate-


D

inclusive, para as entidades da Administração Indire- riais ao erário (patrimônio público), ou a terceiros, pelo
R

ta. O caput do art. 118, da Lei nº 8.112, de 1990, dispõe que dispõe o art. 122, da Lei nº 8.112, de 1990.
O

no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na A responsabilidade penal do servidor tem seu
YG

Constituição, é vedada a acumulação remunerada de fundamento na apuração de uma conduta criminal,


H

cargos públicos. Apesar de o referido texto legal dis- isso é, a hipótese em que o servidor público possa pra-
L

por sobre agentes públicos no âmbito federal, enten- ticar um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade
EL

demos que também possa ser aplicado aos agentes penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma
XW

públicos dos Estados, Municípios e Distrito Federal. vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto
A proibição de acumular cargos estende-se tam-
A

pela condenação do servidor condenado, quanto pela


M

bém a empregos e funções em autarquias, fundações sua absolvição devido à falta de provas materiais ou
públicas, empresas públicas, sociedades de economia pela negação de sua autoria, sendo essas últimas hipó-
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos teses apenas exceções, segundo aludido pelo art. 123.
Territórios e dos Município (§ 1º, art. 118). A responsabilidade administrativa resulta de
Pela leitura do dispositivo, percebe-se que a pró- ato omissivo ou comissivo praticado pelo servidor
pria Constituição Federal dispõe de um rol de casos no desempenho de cargo ou função, à luz do art. 124.
excepcionais em que é permitida a acumulação des- Consiste na instauração de processo disciplinar,
sas funções. Há entendimento praticamente unânime motivo pelo qual haverá a verificação da conduta deli-
de que se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas tuosa do agente, bem como a aplicação da pena mais
apenas aquelas hipóteses de acumulação de cargos. adequada. Imprescindível reforçar que a aplicação de
Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons- qualquer pena ao servidor público pressupõe um pro-
titucionalmente autorizadas são: cesso administrativo, sendo assegurado ao acusado
direito ao contraditório e à ampla defesa, sendo obri-
z Dois cargos de professor (“a”, XVI, art. 37); gatória, inclusive, a presença do advogado em todas
z Um cargo de professor com outro técnico ou cien- as fases do referido processo (Súmula nº 343, do STJ).
268 tífico (“b”, XVI, art. 37); Todavia, tal entendimento vem sofrendo alterações,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pois o STF já reconheceu na Súmula Vinculante nº 5 em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
que a falta de defesa técnica no processo administrati- Ou seja, dentro desse prazo estabelecido, ainda que
vo disciplinar não é inconstitucional. o ex-servidor público demitido ou destituído preste
Em relação às penalidades administrativas apli- novo concurso e se classifique, não poderá ser investi-
cáveis aos servidores públicos, a Lei nº 8.112, de 1990, do e tomar posse de novo cargo.
(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções: Não poderá retornar ao serviço público federal o
servidor que for demitido ou destituído do cargo em
z Advertência: é a sanção mais branda, aplicável comissão por infringência dos incisos I, IV, VIII, X e XI,
por escrito para o servidor que cometer atos como: art. 132, (parágrafo único, do art. 137).
ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar Configura abandono de cargo a ausência inten-
fé a documento público; retirar qualquer docu- cional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
mento da repartição sem a devida autorização; consecutivos (art. 138). Nesse caso, o servidor deixa
manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou de comparecer ao serviço por mera liberalidade por
parente até o segundo grau; entre outros; mais de trinta dias seguidos.
z Suspensão: aplicável somente quando o servidor Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
é reincidente nas faltas puníveis por advertên- viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpola-
cia, desde que não tipifiquem infrações sujeitas a damente, durante o período de doze meses (art. 139).
demissão do cargo. A suspensão não poderá ser
aplicada por prazo maior a noventa dias; Art. 140 Na apuração de abandono de cargo ou
z Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri- inassiduidade habitual, também será adotado o
buída ao servidor público, uma vez que tem o con- procedimento sumário a que se refere o art. 133 [...].
dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será
aplicada nos seguintes casos: O procedimento administrativo sumário é aplicável
somente em situações de verificação de acúmulo ilegal
Art. 132 [...] de cargos, inassiduidade habitual e abandono de cargo e
I - crime contra a administração pública; em todos esses casos é cabível e penalidade de demissão.
II - abandono de cargo; E ainda para que se aplique o procedimento sumá-
III - inassiduidade habitual; rio é importante que se siga os requisitos apresenta-

4
IV - improbidade administrativa; dos a seguir, indicando a materialidade da infração

-7
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na administrativa, ou seja, apresentando provas de que o

91
repartição; fato ocorreu e deve ser julgado.

.5
VI - insubordinação grave em serviço;

51
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu- Art. 140 [...]

.7
lar, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; I - a indicação da materialidade dar-se-á:

79
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica-

-0
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em ção precisa do período de ausência intencional do
ZA
razão do cargo; servidor ao serviço superior a trinta dias;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri- b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
U
SO

mônio nacional; dos dias de falta ao serviço sem causa justificada,


XI - corrupção; por período igual ou superior a sessenta dias inter-
A

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun- poladamente, durante o período de doze meses;
LV

ções públicas; II - após a apresentação da defesa a comissão ela-


SI

XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. borará relatório conclusivo quanto à inocência ou
A

à responsabilidade do servidor, em que resumirá


D

Muitas dessas hipóteses impedem que o infrator as peças principais dos autos, indicará o respectivo
R

retorne ao serviço público federal, por isso trata-se de dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
O

uma das penalidades mais gravosas; de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao


YG

serviço superior a trinta dias e remeterá o processo


H

z Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi- à autoridade instauradora para julgamento.


L

lidade: o servidor inativo que houver praticado


EL

falta punível com a demissão terá a sua aposenta- Os responsáveis pela aplicação das penalidades
XW

doria, ou sua disponibilidade cassada; disciplinares serão (art. 141):


A

z Destituição de Cargo em Comissão ou Função


M

Comissionada: caso o servidor ocupante de car- Art. 141 [...]


go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
pena de suspensão e demissão, poderá perder o das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
seu cargo de confiança ou função comissionada. Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade de servidor vincula-
Segundo o art. 136, a demissão ou a destituição de
do ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
cargo em comissão em decorrência da prática de atos II - pelas autoridades administrativas de hierar-
LEGISLAÇÃO

contra o erário público, nos casos dos incisos IV, VIII, X quia imediatamente inferior àquelas mencionadas
e XI, do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens no inciso anterior quando se tratar de suspensão
(bens adquiridos pelo servidor em decorrência de superior a 30 (trinta) dias;
atos cometidos contra os cofres públicos utilizando-se III - pelo chefe da repartição e outras autoridades
da condição de servidor) e o ressarcimento ao erário, na forma dos respectivos regimentos ou regula-
sem prejuízo da ação penal cabível. mentos, nos casos de advertência ou de suspensão
A demissão ou a destituição de cargo em comis- de até 30 (trinta) dias;
são, por infringência dos incisos IX e XI, do art. 117, IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura quando se tratar de destituição de cargo em comissão. 269
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mesmo que a administração pública tenha o dever de disposto no § 3º, do art. 143, que indicará, dentre eles,
responsabilizar os seus servidores públicos pelas infra- o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
ções praticadas de que tiver conhecimento, é importante efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
observar que essas penalidades devem ser aplicadas a escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
contar da data em que o fato se tornou conhecido. A pres- Não temos a figura de um Juiz de Direito no proces-
crição da ação disciplinar é regulamentada pelo art. 142. so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”. A
Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela fica
Art. 142 A ação disciplinar prescreverá: encarregada de realizar um relatório contendo todas as
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis provas colhidas e todos os fatos devidamente investigados.
com demissão, cassação de aposentadoria ou dis- Ao todo, são três as fases do processo adminis-
ponibilidade e destituição de cargo em comissão; trativo disciplinar (art. 151):
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Art. 151 [...]
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data I - instauração, com a publicação do ato que cons-
em que o fato se tornou conhecido. tituir a comissão;
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal II - inquérito administrativo, que compreende ins-
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas trução, defesa e relatório;
também como crime. III - julgamento.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de Art. 152 O prazo para a conclusão do proces-
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a so disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias,
decisão final proferida por autoridade competente. contados da data de publicação do ato que consti-
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo tuir a comissão, admitida a sua prorrogação por
começará a correr a partir do dia em que cessar a igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
interrupção.
z Do Inquérito Administrativo
Do Processo Administrativo Disciplinar: Conceito,
Princípios, Fases e Modalidades
O inquérito administrativo é a fase em que temos
a apuração da responsabilidade disciplinar do servi-
O processo administrativo é o instrumento desti-

4
dor público. Ela compreende a fase instrutória (colhei-

-7
nado a apurar as responsabilidades do servidor por
ta de provas), a citação e apresentação da defesa do

91
infração praticada no exercício de suas atribuições ou
servidor que está sendo acusado, além da produção

.5
relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor-
de um documento chamado relatório.

51
rer em procedimento ordinário ou em sindicância.

.7
A sindicância é definida como uma averiguação Art. 155 Na fase do inquérito, a comissão promoverá

79
sumária promovida no intuito de obter informações a tomada de depoimentos, acareações, investigações

-0
ou esclarecimentos necessários à determinação do e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
verdadeiro significado dos fatos denunciados. Com- recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos,
ZA
parando com o processo penal, pode-se afirmar que a de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
U

sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois


SO

o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão: Importante o conteúdo do art. 156, ao dispor que:
A

ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,


Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de
LV

e se é necessário instaurar o processo posteriormente.


acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-
SI

Segundo o art. 145, da sindicância poderá resultar: médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
I - arquivamento do processo; II - aplicação de pena-
A

nhas, produzir provas e contraprovas e formular


D

lidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) quesitos, quando se tratar de prova pericial.
R

dias; III - instauração de processo disciplinar.


O

Como forma de impedir que o servidor venha inter- O art. 156 trata de um conteúdo muito importante,
YG

ferir de forma negativa durante a investigação da apura- ou seja, cuida do direito de defesa do servidor público.
H

ção de sua conduta, estabelece o art. 147 o afastamento Não é porque não estamos em um processo judicial
L

preventivo do mesmo: Como medida cautelar e a fim de (com a figura de um membro do Poder Judiciário) que
EL

que o servidor público não venha a influir na apuração da não devem ser aplicados os princípios mais básicos e
XW

irregularidade ao mesmo atribuída, a autoridade instau- fundamentais do mesmo.


radora do processo administrativo-disciplinar, verificando
A

É cabível no processo administrativo a aplicação


M

a existência de veementes indícios de responsabilidades, dos princípios do contraditório e ampla defesa, a dis-
poderá ordenar o seu afastamento do exercício do cargo. paridade de armas, o direito de ter ciência e conheci-
mento do processo, o direito de ser representado por
z Do Processo Disciplinar autoridade competente etc.
A seguir temos alguns meios de prova que são admi-
Uma vez encerrada a sindicância e, constatado tidos no processo administrativo, sendo, praticamente os
uma conduta irregular, temos o início do processo mesmos meios de prova admitidos em processo judicial.
administrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segun- As testemunhas estão dispostas no art. 157, e serão
do o art. 148, o processo administrativo ordinário é intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
o instrumento destinado a apurar responsabilidade do presidente da comissão, devendo a segunda via, com
servidor público pela infração praticada no exercício de o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Quem
suas atribuições ou que tenha relação com as atribui- convoca as testemunhas para colher seus respectivos
ções do cargo em que se encontre investido. depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos os
Segundo o art. 149, o processo será conduzido meios de prova, é a Comissão e não a autoridade jul-
por Comissão composta de três servidores estáveis gadora que, por sua vez, somente vai atuar no PAD
270 designados pela autoridade competente, observado o quando todo o trabalho da Comissão tiver encerrado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se a testemunha for servidor público, a expedição ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor
do mandado tem que ser imediatamente comunicada público, pelo respectivo curador (§ § 1º e 2º, art. 174).
ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do No processo revisional, o ônus da prova recai sem-
dia e hora marcados para inquirição. (parágrafo único, pre ao requerente, correndo em apenso ao processo
art. 157). O servidor não pode se ausentar de seu servi- original (arts. 175 e 178).
ço sem apresentar uma justificativa válida para tanto. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con-
Concluída a inquirição das testemunhas, a comis- clusão dos trabalhos de revisão (art. 179). O prazo para jul-
são promoverá o interrogatório do acusado, observa- gamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento
dos os procedimentos previstos nos arts. 158 e 159. do processo, no curso do qual a autoridade julgadora pode-
No caso de mais de um acusado, cada um deles será rá determinar diligências (parágrafo único, do art. 181).
ouvido separadamente e, sempre que divergirem em Lembrando que, se da revisão do processo resultar a
suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será inocência do servidor, ele tem direito de ser reintegrado
promovida a acareação entre eles. ao cargo que antigamente ocupava, exceto em relação ao
A citação do indiciado está disposta no art. 161. cargo em comissão, que será convertido em exoneração.
A revisão do processo não admite a reformatio in pejus,
Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
o que significa que não poderá resultar agravamento da
indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a
penalidade já aplicada (parágrafo único, do art. 182).
ele imputados e das respectivas provas.
O indiciado será citado por mandado expedido
pelo presidente da comissão para apresentar defesa LEI Nº 4.878, DE 1965 — REGIME PECULIAR DOS
POLICIAIS CIVIS-DF
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, sendo assegurado
dar vista do processo na repartição, isso é, olhar pági-
na por página, parágrafo por parágrafo, tudo o que já A Lei Federal nº 4.878, de 3 de dezembro de 1965,
foi produzido no PAD (§ 1º, do art. 161). é a legislação que institui o Regime Peculiar dos Poli-
Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente ciais Civis da União e do Distrito Federal. Essa legisla-
citado, não apresentar defesa no prazo legal. A revelia ção é importante para nossos estudos, uma vez que
será declarada, por termo, nos autos do processo e devol- ela dispõe sobre os aspectos mais característicos do
verá o prazo para a defesa (caput e § 1º, do art. 164). regime jurídico dos policiais civis.
Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão ela- Os dispositivos trazidos neste material dizem res-

4
borará um relatório de tudo que foi constado no pro- peito aos seguintes assuntos, que são os assuntos que

-7
mais costumam cair nas provas de concursos: os car-

91
cesso. Não é ainda uma decisão, pois o relatório será
encaminhado para a autoridade julgadora. gos públicos e as respectivas formas de provimento;

.5
os direitos e vantagens conferidos pelo exercício no

51
cargo; o regime disciplinar, envolvendo uma enorme

.7
z Do Julgamento
gama de deveres, vedações, a tríplice responsabilida-

79
de; e o processo administrativo disciplinar.

-0
A fase do julgamento tem início com o recebimen-
to do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20 ZA
dias para decidir se acata o relatório ou não (art. 167). DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
U

O caput e parágrafo único, art. 168, dispõe, de modo


SO

geral, que a autoridade julgadora não está subordinada De início, o art. 2º apresenta-nos quem a legislação
considera como policial civil. Ela impõe, assim, um
A

ao que foi dito no relatório da Comissão. O julgamento


limite sobre a quem se aplica os dispositivos dessa Lei.
LV

acatará o relatório da comissão, salvo quando contrá-


Observe o texto:
SI

rio às provas dos autos. Quando o relatório da comissão


contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora
A

Art. 2º São policiais civis abrangidos por esta Lei


D

poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,


os brasileiros legalmente investidos em cargos
R

abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.


O

do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial


À luz do disposto no art. 172, o servidor que res-
YG

Metropolitano, previsto no Sistema de Classifica-


ponder a processo disciplinar só poderá ser exone- ção de Cargos aprovado pela Lei nº 4.483, de 16 de
H

rado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após novembro de 1964, com as alterações constantes
L

a conclusão do processo e o cumprimento da penali-


EL

da Lei nº 4.813, de 25 de outubro de 1965.


dade, acaso aplicada. Ocorrida a exoneração de que Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, é consi-
XW

trata o inciso I, parágrafo único, do art. 34, o ato será derado funcionário policial o ocupante de cargo em
A

convertido em demissão, se for o caso. comissão ou função gratificada com atribuições e


M

responsabilidades de natureza policial.


z Da Revisão do Processo Administrativo Disciplinar
O exercício de cargos de natureza policial é priva-
A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão tivo dos agentes policiais civis. É isso que se denomina
do procedimento administrativo, a pedido ou de ofí- função policial. Não pode, por exemplo, um servidor
cio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstân- público do Tribunal de Justiça ser removido para tra-
cias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou balhar como agente policial. Apenas aqueles que pas-
LEGISLAÇÃO

a inadequação da penalidade aplicada (art. 174). saram pelas etapas do concurso público para ocupar
A revisão é uma forma de defesa utilizada pelo cargos na Polícia Civil é que podem exercer a função
acusado ou seu representante, para que a autoridade policial. Nesse mesmo sentido, o texto do art. 3º dispõe:
possa realizar um novo julgamento do PAD, porque
apareceu um fato ou circunstância nova que compro- Art. 3º O exercício de cargos de natureza policial é
vem a inocência do requerente. privativo dos funcionários abrangidos por esta Lei.
A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri-
da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- Essas características da função policial são muito
to do servidor público, por qualquer pessoa da família, importantes, uma vez que a referida legislação deixa 271
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
bastante claro que o exercício da função policial torna VIII - ter sido habilitado previamente em concurso
o agente incompatível para o exercício de qualquer público de provas ou de provas e títulos.
outra função. Na prática, isso significa que o agente § 1º A prova da condição prevista no item IV deste
policial civil somente pode ser agente policial civil: ele artigo não será exigida da candidata ao ingresso na
não pode ocupar outro cargo de outro órgão público. Polícia Feminina.
A incompatibilidade também se estende para ativida- § 2º Será demitido, mediante processo disciplinar
des características da esfera privada. Ele não pode, regular, o funcionário policial que, para ingressar no
por exemplo, estabelecer comércio ou abrir empresa. Departamento Federal de Segurança Pública e na Polí-
cia do Distrito Federal, omitiu fato que impossibilitaria
DISPOSIÇÕES PECULIARES a sua matrícula na Academia Nacional de Polícia.

Do Ingresso e Provimento na Carreira Uma vez aprovado, tanto no concurso público como
no curso de formação mestrado pela Academia de Polí-
Uma vez compreendidos os aspectos introdutórios cia, o agente policial deve seguir um caminho parecido
da Polícia Civil, convém fazer uma análise sobre as car- com os demais servidores públicos civis: ele deve assi-
reiras policiais, principalmente quanto à sua forma de nar termo de posse em sessão formal e solene, prome-
provimento. Assim, quando lemos que a Administração tendo cumprir bem as atribuições de seu cargo.
Pública é competente para prover seus próprios cargos, O art. 10 dispõe que a autoridade competente para
significa que ela é competente para preencher os cargos dar posse ao novo membro da PC-DF varia de acordo
que ela mesma cria, sendo desnecessário a interferência com o tipo de agente policial:
de outro Poder. É isso o que dispõe o art. 6º:
Art. 10 São competentes para dar posse:
Art. 6º A nomeação será feita exclusivamente: I - o Diretor-Geral do Departamento Federal de
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo Segurança Pública, ao Chefe de seu Gabinete, ao
integrante de classe singular ou inicial de série de Corregedor, aos Delegados Regionais e aos direto-
classes condicionada à anterior aprovação em cur- res e chefes de serviço que lhe sejam subordinados;
so específico da Academia Nacional de Polícia; II - o Diretor da Divisão de Administração do
II - em comissão, quando se tratar de cargo isola- mesmo Departamento, nos demais casos;
do que em virtude de lei, assim deva ser provido. III - o Secretário de Segurança Pública do Dis-
trito Federal, ao Chefe de seu Gabinete e aos Dire-

4
-7
tores que lhe sejam subordinados;
De início, é importante esclarecer que os cargos

91
IV - o Diretor da Divisão de Serviços Gerais da
públicos dentro da PC-DF serão de provimento efeti-

.5
Polícia do Distrito Federal, nos demais casos.
vo ou de cargos em comissão. Cargos de provimento

51
Parágrafo único. O Diretor-Geral do Departamento
efetivo são aqueles que, para a sua ocupação, o candi-

.7
Federal de Segurança Pública, o Secretário de Segu-
dato deve, antes, ser aprovado em exame de concurso

79
rança Pública do Distrito Federal e o Diretor da
público de provas ou de provas e títulos.

-0
Divisão de Administração do referido Departamen-
Os cargos em comissão, por outro lado, são cargos to poderão delegar competência para dar posse.
ZA
cujo preenchimento exige critérios muito mais sub-
jetivos: esses são de livre nomeação pela autoridade
U

Uma vez empossado, o agente policial deve entrar


SO

competente, limitando-se a ocupar apenas funções de


em efetivo exercício. Esse é o momento em que o
direção, chefia e assessoramento. A indicação para
agente policial “senta na cadeira” e começar a efeti-
A

ocupar esses cargos em comissão deverá ser de agente


LV

vamente exercer as atribuições inerentes de seu car-


policial que já ingressou dentro da carreira.
go. Apesar de a legislação federal não mencionar de
SI

No momento, vamos tratar apenas do ingresso para


forma expressa, entendemos que o agente policial da
A

os cargos de provimento efetivo. Já mencionamos que,


PC-DF tem prazo para entrar em efetivo exercício, que
D

para ingressar em cargo público, o candidato deve ser


é de 30 dias, a contar da data da posse.
R

aprovado nas etapas do concurso público, que poderão


O

Contudo, o art. 12 apresenta tempo de efetivo


ser constituídas de exames de provas ou exames de
YG

exercício distinto para o cálculo de aposentadoria do


provas e títulos. Além do concurso público, o candidato
agente policial. O termo inicial, neste caso, será a sua
H

a policial deve ser submetido a um curso de formação


frequência no curso de formação profissional.
L

profissional, mestrado pela Academia de Polícia.


EL

Para realizar esse curso, o candidato deverá preencher


XW

alguns requisitos habilitatórios, que estão previstos nos Art. 12 A frequência aos cursos de formação profis-
incisos do art. 9º. Esses requisitos se assemelham com os sional da Academia Nacional de Polícia para primeira
A

investidura em cargo de atividade policial é considera-


M

requisitos habilitatórios que aparecem na legislação fede-


da de efetivo exercício para fins de aposentadoria.
ral (art. 5º, Lei nº 8.112, de 1990). Observe o texto legal:

Art. 9º São requisitos para matrícula na Academia Uma vez ingresso no cargo, o agente policial já
Nacional de Polícia: é considerado estável? Não! Ele deve passar por um
I - ser brasileiro; período denominado de estágio probatório antes de
II - ter completado dezoito anos de idade; adquirir a estabilidade no cargo. O estágio probatório
III - estar no gozo dos direitos políticos; tem previsão no art. 13:
IV - estar quite com as obrigações militares;
V - ter procedimento irrepreensível e idoneidade moral Art. 13 Estágio probatório é o período de dois anos
inatacável, avaliados segundo normas baixadas pela de efetivo exercício do funcionário policial, durante
Direção Geral do Departamento de Polícia Federal; o qual se apurarão os requisitos previstos em lei.
VI - gozar de boa saúde, física e psíquica, compro- Parágrafo único. Mensalmente, o responsável pela
vada em inspeção médica; repartição ou serviço, em que esteja lotado funcioná-
VII - possuir temperamento adequado ao exercício rio policial sujeito a estágio probatório, encaminhará
da função policial, apurado em exame psicotécnico ao órgão de pessoal relatório sucinto sobre o compor-
272 realizado pela Academia Nacional de Polícia; tamento do estagiário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O estágio probatório, assim, é o período em que o entre seus pares, avaliados no decurso da carreira e
agente policial será avaliado, constantemente, com base no desempenho de cargos e comissões exercidas, em
em critérios de produtividade, assiduidade, eficiência, particular no posto que ocupam, ao serem cogitados
entre outros. A sua aprovação em estágio probatório é para a promoção. Há um Quadro de Acesso de Pro-
imprescindível para adquirir sua estabilidade no cargo. moção por Merecimento, que classifica os agentes em
O estágio probatório inicia-se com o efetivo exercí- ordem decrescente de merecimento. Para ter direito à
cio do servidor no cargo. Assim que ele ocupa o cargo promoção por merecimento, o policial deve também
e começa a exercer as suas atribuições, será computa- passar por um período de interstício.
do o período de estágio probatório. Para se candidatar à promoção por merecimento,
A reprovação no estágio probatório, isto é, quando o o art. 16 dispõe da necessidade de conclusão de curso
agente policial não obtém avaliação satisfatória durante na Academia Nacional de Polícia da classe superior a
esse período em que é avaliado, enseja na sua exonera- que o agente policial pertence.
ção de ofício. Contudo, o art. 14 dispõe que o responsável
pelas avaliações de sua repartição deve comunicar ao Art. 16 Para a promoção por merecimento é requisito
agente avaliado, seis meses antes do término do período necessário a aprovação em curso da Academia Nacio-
de avaliação, sobre a sua aprovação ou reprovação. nal de Polícia correspondente à classe imediata-
mente superior àquela a que pertence o funcionário.
Art. 14 Sem prejuízo da remessa prevista no pará-
grafo único do artigo anterior, o responsável pela Mas o Regimento Interno também dispõe de outras
repartição ou serviço em que sirva funcionário formas de provimento derivado. É o caso da readapta-
policial sujeito a estágio probatório, seis meses ção, prevista no art. 20.
antes da terminação deste, informará reservada- A readaptação é quando um policial, que tenha sofrido
mente ao órgão de pessoal sobre o funcionário, ten- limitação em sua capacidade física ou mental, verificada
do em vista os requisitos previstos em lei. em inspeção médica, investe em outro cargo que apresen-
ta atribuições compatíveis com a sua situação de saúde.
Dica:
Art. 20 O funcionário policial que, comprovada-
A nomeação é a única forma de provimento originá- mente, se revelar inapto para o exercício da função
policial, sem causa que justifique a sua demissão

4
rio de cargos públicos, pois é a forma de provimento

-7
em que não se pressupõe uma relação preexistente ou aposentadoria, será readaptado em outro cargo

91
mais compatível com a sua capacidade, sem deces-
entre o servidor e a Administração. Todas as outras

.5
so nem aumento de vencimento.
formas de provimento são derivadas.

51
Parágrafo único. A readaptação far-se-á mediante a

.7
transformação do cargo exercido em outro mais com-

79
Da Ascensão e Formas de Provimento Derivado na patível com a capacidade física ou intelectual e vocação.

-0
Carreira
DAS VANTAGENS ESPECÍFICAS
ZA
Mesmo que não seja permitida a movimentação
U

na carreira policial por acesso ou por transferência, Do Sistema Remuneratório do Policial Civil e
SO

o Regimento Interno permite a promoção como for- Vantagens Pecuniárias


A

ma de ascensão profissional. A promoção é permitida,


LV

uma vez que é uma forma de ascensão na carreira fei- De modo geral, a legislação que trata do regime
SI

ta dentro da própria carreira. jurídico dos servidores públicos costuma dividir as


vantagens auferidas ao agente policial segundo a sua
A
D

Art. 15 As promoções serão realizadas em 21 de economicidade. Existem vantagens de natureza pecu-


R

abril e 28 de outubro de cada ano, desde que veri- niária (que afetam quanto o servidor ganha) e os de
O

ficada a existência de vaga e haja funcionários em natureza não-pecuniária. Vamos tratar, primeiro, das
YG

condições de a ela concorrer. vantagens de natureza pecuniária.


H

O Regimento Interno não dispõe sobre o sistema


L

A promoção dos agentes policiais pode ser feita de duas remuneratório dos agentes policiais. Mas sabemos
EL

formas distintas: por antiguidade e por merecimento. que a grande maioria dos servidores públicos são
XW

A promoção por antiguidade, portanto, é um dos remunerados pelo sistema de vencimentos.


critérios pelos quais se dá a ascensão do agente poli- Vencimento é a retribuição pecuniária mensal devi-
A

da ao servidor, correspondente ao padrão fixado em lei.


M

cial na carreira. Na prática, significa que o policial civil


que esteja exercendo suas funções por mais tempo ou O vencimento está para o servidor assim como o saldo
que seja mais velho, tem direito de precedência para de salário está para o empregado sob regime celetista.
A remuneração dos servidores estaduais dá-se
ser promovido em face de outrem, que está atuando
pela soma do vencimento do cargo e das vantagens
na carreira há menos tempo ou que seja mais novo.
permanentes ou temporárias estabelecidas em lei.
Para concorrer à promoção por antiguidade, o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
agente policial deve passar por um período de inters- tagens de caráter permanente, é irredutível. Essa é
LEGISLAÇÃO

tício. É o período considerado mínimo o qual ele deve uma garantia, inclusive, de ordem constitucional.
permanecer no cargo, exercendo as atribuições ineren- O mais importante da remuneração do agente poli-
tes. Apesar de o Estatuto não fazer referência ao tempo cial, para nossos estudos, são as vantagens pecuniá-
necessário para a concessão de promoções, entende- rias às quais essas pessoas têm direito. Sobre o tema,
mos que o período de interstício para os cargos iniciais o art. 22 menciona duas vantagens que integram a
em carreira é o mesmo período do estágio probatório. remuneração dos policiais civis:
A promoção por merecimento é a ascensão fun-
cional baseada no conjunto de atributos e qualidades Art. 22 O funcionário policial fará jus ainda às
que distinguem e realçam o valor dos agentes policiais seguintes vantagens: 273
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - Gratificação de função policial; Art. 27 O funcionário policial casado, quando
Il - Auxílio para moradia. lotado em Delegacia Regional, terá direito a
auxílio para moradia correspondente a 10% (dez
A gratificação de atividade policial é concedida por cento) do seu vencimento mensal.
para os policiais pelo efetivo exercício das atribuições Parágrafo único. O auxílio previsto neste artigo
próprias e peculiares da função em regime de dedica- será pago ao funcionário policial até completar 5
ção exclusiva. É isso o que dispõe o art. 23: (cinco) anos na localidade em que, por necessidade
de serviço, nela deva residir, e desde que não dispo-
nha de moradia própria.
Art. 23 O policial fará jus à gratificação de função poli-
cial por ficar, compulsoriamente, incompatibilizado
para o desempenho de qualquer outra atividade, públi- Assim, o auxílio moradia possui caráter comple-
ca ou privada, e em razão dos riscos a que está sujeito. tamente distinto da gratificação pelo exercício da ati-
§ 1º A gratificação a que se refere este artigo será vidade policial. O auxílio moradia possui natureza
calculada, percentualmente, sobre o vencimento do indenizatória, uma vez que ela só será devida como
cargo efetivo do policial, na forma a ser fixada pelo forma de garantir que o agente policial possa adquirir
Presidente da República. imóvel próprio, eventualmente. Nesse sentido, o art.
§ 2º Quando se tratar de ocupante de cargo ou função 28 dispõe que, na hipótese de o agente policial ocupar
de direção, chefia ou assessoramento com atribuições imóvel sob a responsabilidade do órgão em que servir,
e responsabilidades de natureza policial, a gratificação 20% (vinte por cento) do valor do auxílio serão recolhi-
será calculada sobre o valor do símbolo do cargo em dos como receita da União e o restante será empregado
comissão ou da função gratificada. conforme for estabelecido pelo referido órgão, de acor-
§ 3º Ressalvado o magistério na Academia Nacional do com as suas peculiaridades. Vejamos os dispositivos:
de Polícia e a prática profissional em estabelecimento
hospitalar, para os ocupantes de cargos da série de Art. 28 Quando o funcionário policial, de que trata
classes de Médicos Legista, ao funcionário policial é o artigo anterior, ocupar imóvel sob a responsabi-
vedado exercer outra atividade, qualquer que seja a lidade do órgão em que servir, 20% (vinte por cen-
forma de admissão, remunerada ou não, em entidade to) do valor do auxílio previsto no artigo anterior
pública ou empresa privada. serão recolhidos como receita da União e o restan-
te, empregado conforme for estabelecido pelo refe-

4
Essa gratificação existe, assim, como um bônus rido órgão de acordo com as suas peculiaridades.

-7
Art. 29 Quando o funcionário policial ocupar imó-

91
para o agente policial que atua em regime de dedica-
vel de outra entidade, a importância referida no

.5
ção exclusiva. Lembre-se de que o exercício da função
art. 28 terá o seguinte destino:

51
policial torna o agente incompatível para o exercício
a) a importância correspondente ao aluguel, reco-

.7
de qualquer outro cargo público e o impossibilita de lhida ao órgão responsável pelo imóvel;

79
praticar alguns atos da esfera privada. b) o restante, empregado na forma estabelecida no

-0
A gratificação de função policial não será paga artigo anterior, in fine.
enquanto o funcionário policial deixar de perceber o ZA
Art. 30 Esgotado o prazo previsto no parágrafo
vencimento do cargo em virtude de licença ou outro único do art. 27, o funcionário que continuar ocu-
U

afastamento, exceto quando estiver investido em cargo pando imóvel de responsabilidade da repartição
SO

em comissão ou função gratificada com atribuições e res- em que servir indenizá-la-á da importância corres-
A

ponsabilidades de natureza policial. Nesse caso, ele conti- pondente ao auxílio para moradia.
LV

nuará a perceber a gratificação na base do vencimento do Parágrafo único. Se a ocupação for de imóvel per-
SI

cargo efetivo. Vejamos a disposição dos artigos: tencente a outro órgão, o funcionário indeniza-la-á
pelo aluguel correspondente.
A
D

Art. 24 O regime de dedicação integral obriga o


R

funcionário policial à prestação, no mínimo, de 200 Na hipótese de o agente policial ocupar imóvel per-
O

(duzentas) horas mensais de trabalho. tencente a outra entidade pública que não seja a PC-DF,
YG

Art. 25 A gratificação de função policial não será a importância do auxílio terá o seguinte destino: a
H

paga enquanto o funcionário policial deixar de per- importância correspondente ao aluguel, recolhida pelo
L

ceber o vencimento do cargo em virtude de licença órgão responsável pelo imóvel; o restante, empregado
EL

ou outro afastamento, salvo quando investido em na forma estabelecida no artigo anterior, in fine (art. 29).
XW

cargo em comissão ou função gratificada com atri- Para facilitar a memorização desse conteúdo,
buições e responsabilidades de natureza policial, segue a estrutura da remuneração dos agentes poli-
A

hipótese em que continuará a perceber a gratifica-


M

ciais do Distrito Federal na presente ilustração:


ção na base do vencimento do cargo efetivo.
Art. 26 A gratificação de função policial incorpo-
POLÍCIA CIVIL-DF

Vencimentos
REMUNERAÇÃO
ESTRUTURA DA

rar-se-á aos proventos da aposentadoria à razão


de 1/30 (um trinta avos) do seu valor por ano de
efetivo exercício de atividade estritamente policial. Gratificação por exercício atividade policial
Parágrafo único. Para os efeitos da incorporação
de que trata este artigo, levar-se-á em conta tam- Auxílio moradia
bém o tempo de efetivo exercício em atividade estri-
tamente policial, anterior à data da concessão ao
funcionário da vantagem prevista no art. 23. Das Vantagens Não Pecuniárias

O auxílio moradia, por sua vez, é o benefício con- Resta-nos dispor sobre as vantagens não pecuniá-
cedido ao agente policial casado, que vive em lotação rias, isto é, os benefícios que não inferem, economica-
em Delegacia Regional. O valor do auxílio moradia mente, na remuneração do agente policial. O Regimento
corresponde a 10% (dez por cento) do valor do venci- Interno apresenta apenas duas vantagens não pecuniá-
274 mento mensal do policial civil. rias: a assistência médico-hospitalar e a prisão especial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A assistência médico-hospitalar é um benefício bas- perdurar a viuvez, e os demais dependentes menciona-
tante importante para os agentes policiais, considerando dos nas letras “b” a “f”, desde que vivam sob a respon-
a natureza de seus serviços. Tendo em vista as importan- sabilidade legal da viúva.
tes funções exercidas pelos agentes da Polícia Civil e o
Outro benefício que merece nossa atenção é a
trabalho, que é bastante perigoso e pode colocar em risco
questão da prisão especial. O agente policial tem a
as suas próprias vidas, é evidente que esses profissionais
prerrogativa de permanecer em prisão especial até o
devem ser recompensados com ampla assistência a exa-
trânsito em julgado da ação penal. A hipótese de pri-
mes, tratamentos e atendimentos médico-hospitalares.
são especial está prevista no art. 40:
Esse benefício compreende duas vertentes, confor-
me expõe o art. 31: Art. 40 Preso preventivamente, em flagrante ou em
virtude de pronúncia, o funcionário policial, enquan-
Art. 31 A assistência médico-hospitalar to não perder a condição de funcionário, permanecerá
compreenderá: em prisão especial, durante o curso da ação penal
a) assistência médica contínua, dia e noite, ao poli- e até que a sentença transite em julgado.
cial enfermo, acidentado ou ferido, que se encontre § 1º O funcionário policial nas condições deste arti-
hospitalizado; go ficará recolhido a sala especial da repartição
b) assistência médica ao policial ou sua família, em que sirva, sob a responsabilidade do seu diri-
através de laboratórios, policlínicas, gabinetes odonto- gente, sendo-lhe defeso exercer qualquer atividade
lógicos, pronto-socorro e outros serviços assistenciais. funcional ou sair da repartição sem expressa auto-
rização do Juízo a cuja disposição se encontre.
Assim, esse benefício se diverge quanto ao agente § 2º Publicado no Diário Oficial o decreto de demis-
policial e à sua família. são, será o ex-funcionário encaminhado, desde logo,
No caso da família do agente policial, não há como a estabelecimento penal, onde permanecerá em
fornecer atendimento hospitalar pela ocorrência de sala especial, sem qualquer contato com os demais
acidente em serviço. Contudo, a essas pessoas (depen- presos não sujeitos ao mesmo regime, e, uma vez con-
dentes do policial civil) é garantida a assistência médi- denado, cumprirá a pena que lhe tenha sido imposta,
ca, mediante a realização de exames em laboratórios, nas condições previstas no parágrafo seguinte.
policlínicas, gabinetes odontológicos, prontos-socor- § 3º Transitada em julgado a sentença conde-
natória, será o funcionário encaminhado a

4
ros e outros serviços de caráter assistencial.

-7
estabelecimento penal, onde cumprirá a pena
Vejamos os demais dispositivos:

91
em dependência isolada dos demais presos não

.5
abrangidos por esse regime, mas sujeito, como eles,
Art. 32 A assistência médico-hospitalar será pres-

51
ao mesmo sistema disciplinar e penitenciário.
tada pelos serviços médicos dos órgãos a que per-

.7
§ 4º Ainda que o funcionário seja condenado às

79
tença ou tenha pertencido o policial, dentro dos penas acessórias dos itens I e II do Art. 68 do Códi-
recursos próprios colocados à disposição deles.

-0
go Penal, cumprirá a pena em dependência isolada
Art. 33 O funcionário policial terá hospitalização e dos demais presos, na forma do parágrafo anterior.
ZA
tratamento por conta do Estado, quando acidenta-
do em serviço ou acometido de doença profissional.
U

Assim, para exemplificar, o policial civil que atirar em


SO

Art. 34 O funcionário policial em atividade, exce-


uma pessoa desarmada será recolhido para sala especial
tuado o disposto no artigo anterior, o aposentado e,
da repartição em que sirva, sob a responsabilidade do seu
A

bem assim, as pessoas de sua família, indenizarão,


LV

dirigente. Ele não pode ir para o que conhecemos como


no todo ou em parte, a assistência médico-hospita-
prisão comum. Somente após o trânsito em julgado da
SI

lar que lhes for prestada, de acordo com as normas


sentença condenatória, o funcionário policial deve ser
A

e tabelas que forem aprovadas.


encaminhado para estabelecimento penal, onde cumpri-
D

Parágrafo único. As indenizações por trabalhos


rá a pena em dependência isolada dos demais presos.
R

de prótese dentária, ortodontia, obturações, bem


O

como pelo fornecimento de aparelhos ortopédicos,


YG

óculos e artigos correlatos, não se beneficiarão de DO REGIME DISCIPLINAR


H

reduções, devendo ser feitas pelo justo valor do


L

material aplicado ou da peça fornecida. O regime jurídico dos policiais civis não apresenta
EL

apenas direitos e vantagens. Considerando a sua impor-


XW

O art. 35 é um dispositivo importante, pois ele indi- tância dentro da sociedade, as suas atitudes e ações são
ca quais pessoas o Regimento Interno considera como fiscalizadas por um rigoroso regime disciplinar.
A

Esse regime disciplinar é bastante complexo, apre-


M

“pessoa da família” do agente policial:


sentando diversos assuntos importantes que têm
grandes chances de cair na prova.
Art. 35 Para os efeitos da prestação de assistência
médico-hospitalar, consideram-se pessoas da famí-
O Regimento Interno apresenta os seguintes temas
lia do funcionário policial, desde que vivam às suas
acerca do regime disciplinar: os deveres e transgres-
expensas e em sua companhia: sões; as sanções disciplinares cabíveis; e o meio corre-
a) o cônjuge; to para a aplicação dessas penalidades.
b) os filhos solteiros, menores de dezoito anos ou
LEGISLAÇÃO

inválidos e, bem assim, as filhas ou enteadas, soltei- Dos Deveres e Transgressões


ras, viúvas ou desquitadas;
c) os descendentes órfãos, menores ou inválidos; O Regimento Interno dispõe sobre os deveres
d) os ascendentes sem economia própria; que todo agente policial deve cumprir, são condutas
e) os menores que, em virtude de decisão judicial, a serem almejadas por todos os membros da Polícia
forem entregues à sua guarda; Civil e estão dispostas no art. 41:
f) os irmãos menores e órfãos, sem arrimo.
Parágrafo único. Continuarão compreendidos nas dis- Art. 41 Além do enumerado no artigo 194 da Lei nº
posições deste capítulo a viúva do policial, enquanto 1.711, de 28 de outubro de 1952, é dever do funcionário 275
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
policial frequentar com assiduidade, para fins de aper- IV - indispor funcionários contra os seus superiores
feiçoamento e atualização de conhecimentos profissio- hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamen-
nais, curso instituído periodicamente pela Academia te, animosidade entre os funcionários;
Nacional de Polícia, em que seja compulsoriamente V - deixar de pagar, com regularidade, as pensões a
matriculado. que esteja obrigado em virtude de decisão judicial;
VI - deixar, habitualmente, de saldar dívidas
A lei mencionada no art. 41 era o antigo Estatuto legítimas;
dos Servidores Públicos Civis da União, que, atual- VII - manter relações de amizade ou exibir-se em
mente, encontra-se revogada, com a publicação de público com pessoas de notórios e desabonadores
legislação mais atual e recente, a Lei nº 8.112, de 1990. antecedentes criminais, sem razão de serviço;
Assim, podemos apresentar como deveres dos agen- VIII - praticar ato que importe em escândalo ou que
tes policiais os deveres inerentes a todos os servidores concorra para comprometer a função policial;
públicos da União, dispostos nos incisos do art. 116: IX - receber propinas, comissões, presentes ou
auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer
Lei Federal nº 8.112, de 1990 espécie e, sob qualquer pretexto, em razão das atri-
Art. 116 São deveres do servidor:
buições que exerce;
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
X - retirar, sem prévia autorização da autorida-
cargo;
de competente, qualquer documento ou objeto da
II - ser leal às instituições a que servir;
repartição;
III - observar as normas legais e regulamentares;
XI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
dos casos previstos em lei, o desempenho de encar-
manifestamente ilegais;
go que lhe competir ou aos seus subordinados;
V - atender com presteza:
XII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou vela-
a) ao público em geral, prestando as informações
do, de obter proveito de natureza político-partidá-
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de ria, para si ou terceiros;
direito ou esclarecimento de situações de interesse XIII - participar da gerência ou administração de
pessoal; empresa, qualquer que seja a sua natureza;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. XIV - exercer o comércio ou participar de socie-
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as dade comercial, salvo como acionista, cotista ou

4
comanditário;

-7
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
XV - praticar a usura em qualquer de suas formas;

91
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
XVI - pleitear, como procurador ou intermediário,

.5
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar

51
superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade de percepção de vencimentos, vantagens e proven-

.7
tos de parentes até segundo grau civil;

79
competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conserva- XVII - faltar à verdade no exercício de suas funções,

-0
ção do patrimônio público; por malícia ou má-fé;
ZA
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; XVIII - utilizar-se do anonimato para qualquer fim;
XIX - deixar de comunicar, imediatamente, à auto-
U
IX - manter conduta compatível com a moralidade
SO

administrativa; ridade competente faltas ou irregularidades que


X - ser assíduo e pontual ao serviço; haja presenciado ou de que haja tido ciência;
A

XI - tratar com urbanidade as pessoas; XX - deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfe-


LV

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso ra de suas atribuições, as leis e os regulamentos;
SI

de poder. XXI - deixar de comunicar à autoridade competente, ou


A

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso a quem a esteja substituindo, informação que tiver sobre
D

XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada iminente perturbação da ordem pública, ou da boa mar-
R

pela autoridade superior àquela contra a qual é formu- cha de serviço, tão logo disso tenha conhecimento;
O

lada, assegurando-se ao representando ampla defesa. XXII - deixar de informar com presteza os proces-
YG

sos que lhe forem encaminhados;


H

Observe que os deveres traduzem sempre em uma XXIII - dificultar ou deixar de levar ao conhecimento
L

conduta positiva (obrigação de fazer), pois são ações de autoridade competente, por via hierárquica e em
EL

e atitudes que a sociedade espera que um bom agente 24 (vinte e quatro) horas, parte, queixa, represen-
XW

policial pratique no seu dia a dia. tação, petição, recurso ou documento que houver
As transgressões, por sua vez, são as condutas nega- recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo;
A
M

tivas, e estão dispostas no Regimento Interno, de modo XXIV - negligenciar ou descumprir a execução de
a proibir que os agentes policiais pratiquem tais ações e qualquer ordem legítima;
atitudes, pois são consideradas condutas deploráveis, que XXV - apresentar maliciosamente, parte, queixa ou
maculam a reputação da Polícia Civil do Distrito Federal. representação;
As transgressões estão previstas nos incisos do art. 43: XXVI - aconselhar ou concorrer para não ser cum-
prida qualquer ordem de autoridade competente,
Art. 43 São transgressões disciplinares: ou para que seja retardada a sua execução;
I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e XXVII - simular doença para esquivar-se ao cumpri-
atos da administração pública, qualquer que seja o mento de obrigação;
meio empregado para esse fim; XXVIII - provocar a paralisação, total ou parcial,
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou tele- do serviço policial, ou dela participar;
visionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhes XXIX - trabalhar mal, intencionalmente ou por
a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depre- negligência;
ciativamente às autoridades e atos da administração; XXX - faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou dei-
III - promover manifestação contra atos da admi- xar de participar, com antecedência, à autoridade a
nistração ou movimentos de apreço ou desapreço a que estiver subordinado, a impossibilidade de com-
276 quaisquer autoridades; parecer à repartição, salvo motivo justo;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XXXI - permutar o serviço sem expressa permissão LVI - impedir ou tornar impraticável, por qualquer
da autoridade competente; meio, na fase do inquérito policial e durante o inter-
XXXII - abandonar o serviço para o qual tenha sido rogatório do indiciado, mesmo ocorrendo incomu-
designado; nicabilidade, a presença de seu advogado;
XXXIII - não se apresentar, sem motivo justo, ao fim LVII - ordenar ou executar medida privativa da
de licença, para o trato de interesses particulares, liberdade individual, sem as formalidades legais,
férias ou dispensa de serviço, ou, ainda, depois de ou com abuso de poder;
saber que qualquer delas foi interrompida por ordem LVIII - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia
superior; a vexame ou constrangimento não autorizado em
XXXIV - atribuir-se a qualidade de representante de lei;
qualquer repartição do Departamento Federal de Segu- LIX - deixar de comunicar imediatamente ao Juiz
rança Pública e da Polícia do Distrito Federal, ou de competente a prisão em flagrante de qualquer pessoa;
seus dirigentes, sem estar expressamente autorizado; LX - levar à prisão e nela conservar quem quer que
XXXV - contrair dívida ou assumir compromisso se proponha a prestar fiança permitida em lei;
superior às suas possibilidades financeiras, com- LXI - cobrar carceragem, custas, emolumentos ou
prometendo o bom nome da repartição; qualquer outra despesa que não tenha apoio em lei;
XXXVI - frequentar, sem razão de serviço, lugares LXII - praticar ato lesivo da honra ou do patrimô-
incompatíveis com o decoro da função policial; nio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou
XXXVII - fazer uso indevido da arma que lhe haja desvio de poder, ou sem competência legal;
sido confiada para o serviço; LXIII - atentar, com abuso de autoridade ou pre-
XXXVIII - maltratar preso sob sua guarda ou usar de valecendo-se dela, contra a inviolabilidade de
violência desnecessária no exercício da função policial; domicílio.
XXXIX - permitir que presos conservem em seu
poder instrumentos com que possam causar danos Não há a necessidade de memorizar todas as trans-
nas dependências a que estejam recolhidos, ou pro- gressões apresentadas. Porém, é importante estabelecer
duzir lesões em terceiros; que a prática de transgressões mais graves devem ense-
XL - omitir-se no zelo da integridade física ou moral jar na aplicação de uma sanção disciplinar mais severa.
dos presos sob sua guarda; Podemos, então, dividir esse grande rol de trans-
XLI - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento gressões em três grandes grupos, com base na gravi-

4
de decisão ou ordem judicial, bem como criticá-las; dade da conduta.

-7
XLII - dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico As transgressões leves são atos reprimidos com as

91
de modo desrespeitoso; sanções disciplinares mais brandas. É o caso, por exem-

.5
XLIII - publicar, sem ordem expressa da autorida-

51
plo, da impontualidade habitual; deixar de comparecer
de competente, documentos oficiais, embora não às convocações de autoridade superior para a realização

.7
reservados, ou ensejar a divulgação do seu conteú-

79
de qualquer finalidade; manter relações de amizade com
do, no todo ou em parte;

-0
pessoas de má reputação; dar informações inexatas; etc.
XLIV - dar-se ao vício da embriaguez; As transgressões médias são condutas puníveis com
ZA
XLV - acumular cargos públicos, ressalvadas as sanções um pouco mais severas. Essas condutas são con-
exceções previstas na Constituição;
U

sideradas mais graves pois elas demonstram a falta de


SO

XLVI - deixar, sem justa causa, de submeter-se a


valores de ética, decoro, honestidade, e boa-fé dos agentes
inspeção médica determinada por lei ou pela auto-
policiais. É o caso, por exemplo, de agir com displicência
A

ridade competente;
LV

XLVII - deixar de concluir, nos prazos legais, sem


ou negligência durante o serviço; usar indevidamente os
bens da repartição, mesmo quando não estejam sujeitos
SI

motivo justo, inquéritos policiais ou disciplinares,


sob sua guarda; fazer uso indevido de arma que lhe haja
A

ou, quanto a estes últimos, como membro da res-


D

pectiva comissão, negligenciar no cumprimento sido confiada para o serviço; ou, ainda, retirar qualquer
R

das obrigações que lhe são inerentes; documento da repartição sem a devida autorização.
O

XLVIII - prevalecer-se, abusivamente, da condição Já as transgressões graves são condutas que devem
YG

de funcionário policial; ser punidas com as sanções mais severas, como a demis-
H

XLIX - negligenciar a guarda de objetos pertencen- são do agente policial ou a cassação de sua aposentado-
L

tes à repartição e que, em decorrência da função ria. São atos que não apenas demonstram a falta de ética
EL

ou para o seu exercício, lhe tenham sido confiados, e boa-fé do agente policial, mas também acarretam a
XW

possibilitando que se danifiquem ou extraviem; desvirtuação dos valores e princípios fundamentais da


L - dar causa, intencionalmente, ao extravio ou própria Polícia Civil. Muitas dessas transgressões graves
A

podem ser consideradas, inclusive, condutas de impro-


M

danificação de objetos pertencentes à repartição


e que, para os fins mencionados no item anterior, bidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429, de
estejam confiados à sua guarda; 1992. É o caso, por exemplo, da prática de usura; entre-
LI - entregar-se à prática de vícios ou atos atentató- gar-se à prática de jogos proibidos ou a qualquer outro
rios aos bons costumes; vício degradante; estar constantemente embriagado em
LII - indicar ou insinuar nome de advogado para serviço; eximir-se, de qualquer forma, do cumprimento
assistir pessoa que se encontre respondendo a pro- de suas atribuições funcionais; praticar ato considerado
cesso ou inquérito policial; crime na legislação penal; lesionar e arruinar o patrimô-
LEGISLAÇÃO

LIII - exercer, a qualquer título, atividade pública nio público; atentar contra a inviolabilidade de domicílio,
ou privada, profissional ou liberal, estranha à de caracterizando em abuso de autoridade etc.
seu cargo;
LIV - lançar em livros oficiais de registro anota- Sanções Disciplinares Aplicáveis
ções, queixas, reivindicações ou quaisquer outras
matérias estranhas à finalidade deles; Não cumprindo com um dos deveres inerentes de
LV - adquirir, para revenda, de associações de clas- seu cargo, ou na prática de uma das transgressões pre-
se ou entidades beneficentes em geral, gêneros ou vistas no art. 43, o policial civil estará sujeito à aplica-
quaisquer mercadorias; ção da sanção disciplinar correspondente. 277
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 44 apresenta um rol com todas as sanções Federal, quando se tratar de ocupante de cargo em
disciplinares. São, ao todo, sete penalidades: comissão ou função gratificada ou funcionário ocu-
pante de cargo para o qual ingresso ou desempe-
Art. 44 São penas disciplinares: nho seja exigido diploma de nível universitário;
I - repreensão; III - em sala especial na Delegacia Regional, quando
II - suspensão; se tratar de funcionário nela lotado;
III - multa; IV - em sala especial da repartição, nos demais casos.
IV - detenção disciplinar;
V - destituição de função; Uma vantagem importante da detenção é o fato
VI - demissão; de que ela não prejudica a percepção de vencimen-
VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. tos pelo agente policial: ele continua recebendo sua
remuneração, mesmo não trabalhando.
A repreensão é uma penalidade mais branda, uma A demissão, por sua vez, é a hipótese em que há o
vez que ela será aplicada para as transgressões disciplina- desligamento permanente do policial civil com o seu
res mais leves. A repreensão é sempre aplicada por escrito, respectivo cargo. É considerada, por isso, uma das san-
devendo constar o documento no assentamento indivi- ções mais rigorosas, sendo aplicável somente para as
dual do funcionário. O art. 46 apresenta, também, as trans- transgressões disciplinares mais graves. O Regimento
gressões que estão suscetíveis de aplicação da repressão: Interno, inclusive, determina a aplicação da pena de
demissão para as hipóteses dos incisos do art. 48:
Art. 46 A pena de repreensão será sempre apli-
cada por escrito nos casos em que, a critério da Art. 48 A pena de demissão, além dos casos pre-
Administração, a transgressão seja considerada de vistos na Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952,
natureza leve, e deverá constar do assentamento será também aplicada quando se caracterizar:
individual do funcionário. I - crimes contra os costumes e contra o
Parágrafo único. Serão punidas com a pena de patrimônio, que, por sua natureza e configura-
repreensão as transgressões disciplinares previstas
ção, sejam considerados como infamantes, de
nos itens V, XVII, XIX, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XLIX e
modo a incompatibilizar o servidor para o
LIV do art. 43 desta lei.
exercício da função policial.

4
II - transgressão dos itens IV, IX, XI, XII, XIII, XIV,

-7
A pena de suspensão é a hipótese em que há um des- XV, XVI, XXVIII, XXXVI, XXXVIII, XL, XLIII, XLIV,

91
ligamento temporário do cargo, em que o policial civil XLV, XLVIII, L, LI, LII, LIII, LV, LVIII, LXI e LXII do

.5
deixa de trabalhar. A suspensão é aplicável para as trans- art. 43 desta Lei.

51
gressões mais graves ou, ainda, quando o agente policial § 1º Poderá ser, ainda, aplicada a pena de demissão,

.7
for reincidente. Nesse sentido, temos o texto do art. 47: ocorrendo contumácia na prática de transgressões

79
disciplinares.

-0
Art. 47 A pena de suspensão, que não excederá § 2º A aplicação de penalidades pelas transgressões
de noventa dias, será aplicada em caso de falta
ZA
disciplinares constantes desta Lei não exime o fun-
grave ou reincidência. cionário da obrigação de indenizar a União pelos
U

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, são


SO

prejuízos causados.
de natureza grave as transgressões disciplinares
A

previstas nos itens I, II, III, VI, VII, VIII, X, XVIII, XX, Apesar de o Regimento Interno não fazer menção
LV

XXI, XXVI, XXVII, XXIX, XXX, XXXI XXXII, XXXIII, expressa, caso o policial civil já seja aposentado, ele
SI

XXXIV, XXXV, XXXVII, XXXIX, XLI, XLII, XLVI, não pode ser demitido, pois o policial aposentado não
XLVII, LVI, LVII, LIX, LX e LXIII do art. 43 desta Lei.
A

trabalha. Mas ele poderá ter a sua aposentadoria des-


D

tituída, se praticar uma transgressão disciplinar gra-


R

É importante ressaltar que há um prazo máximo da ve, que seja sujeita a aplicação da pena de demissão.
O

suspensão: o agente policial somente poderá se desvin-


YG

cular temporariamente de seu cargo pelo período de até


Do Processo Administrativo Disciplinar
H

90 dias.
L

A pena de detenção disciplinar apresenta um con-


EL

Para cada transgressão cometida por um agente


torno especial. Ela somente será aplicável como con-
policial, a ele será aplicada uma sanção corresponden-
XW

versão da pena de suspensão por período de até 30


te. Resta compreender como a sanção será aplicada.
dias. A conversão será feita por interesse do serviço
A

público, a fim de transformar a suspensão em deten- O Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) é
M

o meio pelo qual a autoridade competente apura as


ção pelo prazo máximo de 20 dias.
transgressões cometidas pelos agentes públicos, apli-
cando as respectivas sanções. A sua instauração tor-
Art. 49 Tendo em vista a natureza da transgressão e
o interesse do Serviço Púbico, a pena e suspensão
na-se imprescindível, pois é uma oportunidade que
até 30 (trinta) dias poderá ser convertida em o servidor acusado tem para se defender. A aplica-
detenção disciplinar até 20 (vinte) dias, mediante ção das penas mais graves — demissão, cassação de
ordem por escrito do Diretor-Geral do Departamento aposentadoria etc. — sempre pressupõe um processo
Federal de Segurança Pública ou dos Delegados Regio- disciplinar, a fim de garantir um julgamento justo,
nais, nas respectivas jurisdições, ou do Secretário de respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Segurança Pública, na Polícia do Distrito Federal. Nesse mesmo sentido, a Súmula nº 20, do STF, diz: “É
Parágrafo único. A detenção disciplinar, que não necessário processo administrativo com ampla defesa,
acarreta a perda dos vencimentos, será cumprida: para demissão de funcionário admitido por concurso”.
I - na residência do funcionário, quando não exce- A necessidade de um processo formal é assegu-
der de 48 (quarenta e oito) horas; rada, inclusive, para o servidor em estágio proba-
II - em sala especial, na sede do Departamento Fede- tório, conforme dispõe a Súmula nº 21, também do
278 ral de Segurança Pública ou na Polícia do Distrito STF: “Funcionário em estágio probatório não pode ser
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as for- prorrogável pelo tempo necessário à ultimação dos
malidades legais de apuração de sua capacidade”. processos disciplinares que se encontrem em fase
Guarde bem este conceito: o processo administra- de indiciação, cabendo o estudo dos demais aos
tivo disciplinar é o instrumento destinado a apurar novos membros que foram designados.
as responsabilidades do servidor por infração prati- § 2º O disposto no parágrafo anterior não consti-
cada no exercício de suas atribuições ou relacionada tui impedimento para a recondução de membro de
com o cargo que ocupa. Comissão Permanente de Disciplina.
O texto do art. 52 inicia a matéria referente ao PAD,
dispondo sobre o dever do agente policial de relatar Enquanto corre o processo disciplinar, seja por sin-
a ocorrência de qualquer transgressão disciplinar à dicância ou por processo ordinário, o servidor deve ser
autoridade competente: afastado preventivamente do serviço, quando a sua
presença puder prejudicar a apuração dos fatos. O Regi-
Art. 52 A autoridade que tiver ciência de qualquer irre- mento Interno dispõe dessa hipótese como suspensão
gularidade ou transgressão a preceitos disciplinares é preventiva em seu art. 51. Segundo o dispositivo, o agen-
obrigada a providenciar a imediata apuração em pro- te policial deverá ser suspenso de seu serviço pelo prazo
cesso disciplinar, no qual será assegurada ampla defesa. máximo de 90 dias, sem prejuízo da sua remuneração.

O processo administrativo disciplinar é dividido em Art. 51 A suspensão preventiva, que não exce-
três fases: Fase de Instauração, com a publicação do ato derá de noventa dias, será ordenada pelo Dire-
que constituir a Comissão; Fase de Instrução, em que tor-Geral do Departamento Federal de Segurança
serão colhidas todas as provas e apresentada a defesa Pública ou pelo Secretário de Segurança Pública do
do acusado; e Fase de Julgamento, em que temos a efe- Distrito Federal, conforme o caso, desde que o afas-
tiva condenação ou absolvição do indiciado. tamento do funcionário policial seja necessário,
O procedimento ordinário tem o seu início com a sua para que este não venha a influir na apuração da
instauração mediante inquérito. A autoridade que ins- transgressão disciplinar.
taura o PAD deverá encaminhar a peça para a Comissão Parágrafo único. Nas faltas em que a pena aplicável
Permanente de Disciplina, que deve ser composta por três seja a de demissão, o funcionário poderá ser afas-
membros. Esses membros poderão, ou não, serem agentes tado do exercício de seu cargo, em qualquer fase do

4
policiais, desde que sejam de categoria igual ou superior processo disciplinar, até decisão final.

-7
ao indiciado. É o art. 53 que dispõe sobre essas comissões:

91
Durante os trabalhos da Comissão de Disciplina, serão

.5
Art. 53 Ressalvada a iniciativa das autoridades colhidas as provas da conduta transgressora, podendo

51
que lhe são hierarquicamente superiores, compete ser ouvidas testemunhas e apresentados diversos docu-

.7
ao Diretor-Geral do Departamento Federal de Segu- mentos que comprovem a acusação ou inocência do indi-

79
rança Pública, ao Secretário de Segurança Pública ciado. Os autos do inquérito administrativo integram o

-0
do Distrito Federal e aos Delegados Regionais nos processo disciplinar como peça informativa da instrução.
ZA
Estados, a instauração do processo disciplinar. O policial indiciado também pode apresentar a
§ 1º Promoverá o processo disciplinar uma Comissão
U
sua defesa técnica, resguardando-se de todos os argu-
SO

Permanente de Disciplina, composta de três mem-


mentos de acusação. No PAD, assim como ocorre no
bros, de preferência bacharéis em Direito, designados
processo judicial, há o respeito ao princípio do contra-
A

pelo Diretor-Geral do Departamento Federal de Segu-


LV

rança Pública ou pelo Secretário de Segurança Públi-


ditório e da ampla defesa.
A fase instrutória assim se encerra, com a Comissão
SI

ca do Distrito Federal, conforme o caso.


§ 2º Haverá até três Comissões Permanentes de Dis- encarregada de redigir um relatório contendo todas as
A

informações produzidas até o momento. Esse relatório


D

ciplina na sede do Departamento Federal de Segu-


não é a decisão final, mas ele aconselha a autoridade jul-
R

rança Pública e na da Polícia do Distrito Federal e


O

uma em cada Delegacia Regional. gadora pela condenação ou pela absolvição do indiciado.
YG

§ 3º Caberá ao Diretor-Geral do Departamento Fede- Uma vez encerrado esse relatório da Comissão, o refe-
rido documento é encaminhado à autoridade julgadora
H

ral de Segurança Pública a designação dos membros


para elaborar sua decisão (início da fase julgamento).
L

das Comissões Permanentes de Disciplina na sede da


EL

repartição e nas Delegacias Regionais mediante indi- Um ponto importante que costuma cair em ques-
tões de prova: a autoridade julgadora não está vin-
XW

cação dos respectivos Delegados Regionais.


§ 4º Ao Secretário de Segurança Pública do Distrito culada ao que o relatório da Comissão dispuser.
A

Federal compete designar as Comissões Permanen- Ela poderá discordar do relatório, podendo absolver
M

tes de Disciplina da Polícia do Distrito Federal. o policial, mesmo com a Comissão aconselhando pela
aplicação de uma sanção disciplinar. Essa é uma carac-
Cada um dos membros dessa Comissão deve atuar terística prevista expressamente no regime dos servi-
por mandatos de seis meses, período que pode ser dores públicos civis estatais, e se aplica também aqui.
prorrogado pelo tempo necessário para a conclusão do O Regimento Interno dispõe sobre a atuação do
PAD. Enquanto integrarem as Comissões Permanentes Conselho de Polícia no processo disciplinar. Toda vez
de Disciplina, os membros podem ser dispensados do que o julgamento do PAD ensejar a condenação do
LEGISLAÇÃO

exercício de seu cargo. É isso o que dispõe o art. 55: agente policial, a pena de repreensão, suspensão de
até trinta dias e detenção disciplinar de até vinte dias,
Art. 55 Enquanto integrarem as Comissões Per- a apreciação da transgressão desse agente será feita,
manentes de Disciplina, seus membros ficarão à também, por esse Conselho.
disposição do respectivo Conselho de Polícia e dis-
pensados do exercício das atribuições e responsabi- Art. 58 Os Conselhos de Polícia, levando em conta a
lidades de seus cargos. repercussão do fato, ou suas circunstâncias, pode-
§ 1º Os membros das Comissões Permanentes rão, por convocação de seu Presidente, apreciar as
de Disciplina terão o mandato de seis meses, transgressões disciplinares passíveis de punição 279
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com as penas de repreensão, suspensão até trinta (PC-200) existentes ficam transformadas nas seguin-
dias e detenção disciplinar até vinte dias. tes: Segunda Classe, Primeira Classe e Classe Especial.
Parágrafo único. No ato de convocação, o Presiden-
te do Conselho designará um de seus membros para As pessoas ocupantes de cargos das categorias fun-
relator da matéria. cionais que não sofreram transformação, serão desig-
nadas para as carreiras mencionadas no art. 1º
Assim, percebemos que o Conselho atua como auto-
ridade julgadora, decidindo pela maioria de votos de Art. 3º Os ocupantes dos cargos das atuais catego-
seus membros pela procedência ou não da transgres- rias funcionais do Grupo PC-200 serão transpostos,
são (se ela realmente ocorreu), e qual a penalidade na forma do Anexo II, para a carreira a que se refe-
disciplinar aplicável. Quem profere a decisão final é o re o artigo 1º deste Decreto-lei.
Presidente do Conselho, conforme expõe o art. 60: Parágrafo único. Ficam extintos os cargos das cate-
gorias designadas pelos Códigos PC-201, PC-202,
Art. 60 Após ouvir as razões do funcionário, o Conselho, PC-203, PC-204, PC-205, PC-206 e PC-207.
pela maioria ou totalidade de seus membros, concluirá
pela procedência ou não da transgressão, deliberará O Decreto-Lei também dedica alguns de seus dispo-
sobre a penalidade a ser aplicada e, finalmente, o Presi- sitivos para tratar da progressão funcional da carreira
dente proferirá a decisão final. policial civil. Segundo o art. 5º, a progressão funcional
Parágrafo único. Votará em primeiro lugar o relator do será feita na conformidade do que dispõem a Lei nº
processo e, por último, o Presidente do órgão, assegura- 5.920, de 19 de setembro de 1973, e o Decreto-lei nº 1.462,
do a este o direito de veto às deliberações do Conselho. de 29 de abril de 1976, e suas modificações subsequentes.
O art. 6º, por sua vez, apresenta um conteúdo impor-
O Regimento Interno não prevê de forma expres- tante sobre as formas de progressão na carreira: “Não
sa, mas o processo disciplinar não precisa se encerrar haverá transferência nem ascensão funcional
automaticamente com a publicação da decisão. Se con- para a Carreira Policial Civil do Distrito Federal”.
siderarmos que o PAD é um ato administrativo (ou uma O conteúdo desse dispositivo é importante, pois a
sequência de atos administrativos), é evidente que ele é, legislação federal acabou alterando o regime jurídico
também, passível de recurso. O recurso é sempre cabível dos servidores públicos no âmbito federal, e o refe-

4
quando o policial condenado demonstrar inconformida- rido Estatuto (Lei nº 8.112, de 1990) não prevê mais

-7
de com a decisão que o condena a uma sanção disciplinar. as hipóteses de acesso e transferência, por serem

91
consideradas inconstitucionais.

.5
A vedação ao acesso e à transferência está de acor-

51
do com o texto do enunciado da Súmula Vinculante nº

.7
79
DECRETO-LEI Nº 2.266, DE 12 43, do STF, ao dispor que:

-0
DE MARÇO 1985 (CRIAÇÃO DA Súmula Vinculante nº 43 É inconstitucional toda
ZA
CARREIRA PC-DF, CARGOS, VALORES E modalidade de provimento que propicie ao servidor
U
investir-se, sem prévia aprovação em concurso públi-
VENCIMENTOS)
SO

co destinado ao seu provimento, em cargo que não


integra a carreira na qual anteriormente investido”.
A

O Decreto-Lei nº 2.266, de 12 de março de 1985, é a


LV

legislação que dispõe sobre a criação da Carreira Poli-


A criação de uma Classe Especial faz com que a
SI

cial Civil do Distrito Federal e seus cargos, bem como legislação também possa criar critérios utilizados
A

fixa os valores de seus vencimentos. como requisito básico para o acesso a essa Classe.
D

A questão da carreira policial da PC-DF é um tema Segundo o art. 7º, o requisito básico para o agente
R

que aparece em múltiplas legislações. Ocorre que


O

policial ter acesso à Classe Especial é a conclusão, com


YG

cada legislação apresenta um contorno próprio sobre aproveitamento, respectivamente, do Curso superior
a mencionada matéria, motivo pelo qual devemos
H

de Polícia, para ingressar na Classe Especial em nível


analisar os dispositivos dessa legislação também.
L

superior, e a aprovação no Curso Especial de Polícia,


EL

Segundo o art. 1º, do referido Decreto-Lei, a Carrei- para ingressar na Classe Especial em nível médio.
ra de Policial Civil é composta de cargos de Delegado
XW

de Polícia, Médico-Legista, Perito Criminal, escrivão Art. 7º Constitui requisito básico para a progres-
A

de Polícia, Agente de Polícia, Datiloscopista Policial e são à Classe Especial das categorias funcionais de
M

Agente Penitenciário. A carreira de delegado policial nível superior e médio, a conclusão, com aproveita-
se encontra à parte dos demais cargos. mento, respectivamente, do Curso superior de Polí-
cia e Curso Especial de Polícia;
Art 1º Fica criada, no Quadro de Pessoal do Dis- § 1º Os cursos referidos neste artigo destinam-se ao
trito Federal, a Carreira Policial Civil, composta aperfeiçoamento dos servidores policiais civis que
de cargos de Delegado de Polícia, Médico-Legista, se encontrem no Padrão final da Primeira Classe
Perito Criminal, escrivão de Polícia, Agente de Poli- das categorias funcionais de nível superior e médio,
cia, Datiloscopista Policial e Agente Penitenciário, obedecidos os critérios estabelecidos nos referidos
conforme o Anexo I deste Decreto-lei com os encar- cursos, por ordem de antiguidade.
gos previstos em legislação específica. § 2º Os atuais ocupantes da classe especial das catego-
rias funcionais de nível superior e médio serão matricu-
Há uma alteração importante a respeito das Clas- lados nos referidos cursos, por ordem de antiguidade.
ses dentro das carreiras da PC-DF, disposta no art. 2º:
O art. 8º, por sua vez, dispõe sobre a hipótese de
Art. 2º As atuais classes integrantes das categorias o agente policial receber Indenização de Habilitação
280 funcionais do Grupo Polícia Civil do Distrito Federal Policial Civil. Como uma forma de incentivo para
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o agente policial se dedicar em seu curso de forma- A legislação denomina “desmembramento” como
ção (habilitação), ele receberá um bônus baseado no a divisão da carreira em duas vertentes. Como já men-
aproveitamento que obteve em seu curso. O art. 8º cionamos, dentro da Polícia Civil do Distrito Federal
apresenta os valores correspondentes desse bônus a estruturação dos cargos públicos se dá, agora, por
remuneratório para cada tipo de curso: duas carreiras distintas: a Carreira de Delegado de
Polícia e a Carreira do Policial Civil.
Art. 8º Ao servidor que completar com aprovei-
tamento os cursos de formação profissional e os Art. 2º A Carreira de Delegado de Polícia do Distrito
mencionados no artigo precedente, realizados pela Federal é constituída do cargo de Delegado de Polícia.
Academia de Polícia Civil da Secretaria de Segu-
rança Pública do Distrito Federal, será atribuída A carreira de Policial Civil, por sua vez, é carreira
Indenização de Habilitação Policial Civil, com os de nível superior, sendo constituída dos cargos rema-
percentuais calculados sobre o vencimento básico nescentes de provimento efetivo, como o Perito Cri-
correspondente, na forma seguinte:
minal, o Perito Médico-Legista, o Agente de Polícia, o
I - 10% (dez por cento) - Curso de Formação Policial
Escrivão, o Papiloscopista e o Agente de Custódia.
Profissional;
II - 20% (vinte por cento) - Curso Especial de Polícia;
III - 20% (vinte por cento) - curso Superior de Polícia. Art. 3º A Carreira de Polícia Civil do Distrito Fede-
§ 1º Na ocorrência de mais de um curso, será atribuí- ral é de nível superior e compõe-se dos cargos de
da somente a indenização de maior valor percentual. Perito Criminal, Perito Médico-Legista, Agente de
§ 2º A indenização de Habilitação Policial Civil Polícia, Escrivão de Polícia, Papiloscopista Policial
será incorporada aos proventos da aposentadoria e Agente Policial de Custódia.
do servidor. Parágrafo único. O ingresso na Carreira referida
§ 3º o policial civil que já tiver concluído os Cursos no caput deste artigo ocorrerá sempre na terceira
de Formação Profissional e Curso superior de Polí- classe, mediante concurso público de provas ou de
cia, fará jus à indenização referida neste artigo. provas e títulos, exigido o nível superior completo,
em nível de graduação, e observados os requisitos
É interessante notar que esse bônus será aplicado fixados na legislação pertinente.
para o agente policial que já tenha concluído o seu

4
-7
respectivo curso de formação policial ou o curso supe- Sobre os Agentes Policiais de Custódia, a legisla-

91
rior, quando da data da publicação do Decreto-lei. ção passa a disciplinar sobre a sua lotação pelo tex-

.5
Por fim, o art. 12 apresenta a hipótese de afasta- to do novo art. 3º-A, introduzido mediante alteração

51
mento de alguns agentes policiais civis, para que eles apresentada pela Lei nº 13.064, de 2014. Quem deverá

.7
possam buscar seu aperfeiçoamento profissional. designar a lotação dos Agentes de Custódia é o Diretor-

79
Durante esse período de afastamento, segundo o art. -Geral da PC-DF, conforme expõe o próprio art. 3º-A:

-0
12, serão assegurados ao policial civil todos os direitos
e vantagens inerentes de seu cargo, inclusive o tempo ZA
Art. 3º-A Os servidores ocupantes dos cargos de
de serviço para o cálculo de promoção e outros bene- Agente Policial de Custódia passam a ter lotação
U

fícios de origem previdenciária.


SO

e exercício nas unidades que compõem a estrutu-


ra orgânica da Polícia Civil do Distrito Federal,
A

Art. 12 Considerado o interesse da Administração em mediante designação de seu Diretor-Geral.


LV

aperfeiçoar o contingente de recursos humanos da Polí- § 1º Para os fins do disposto no caput, a apresentação
SI

cia Civil do Distrito Federal, o Governador do Distrito dos servidores ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Dis-
Federal poderá autorizar, assegurados todos os direitos
A

trito Federal deverá ocorrer no prazo de 180 (cento e


D

e vantagens, inclusive o tempo de serviço, o afastamento oitenta) dias, contado da data de publicação desta Lei.
R

de funcionários para cursos de pós-graduação, especia- § 2º As atividades dos servidores ocupantes dos
O

lização e extensão, no País ou no exterior. cargos de Agente Policial de Custódia, no âmbito


YG

da Polícia Civil do Distrito Federal, deverão estar


H

É evidente que, no caso da realização de curso de relacionadas às atribuições daquele cargo público.
L

aperfeiçoamento policial realizado no exterior, o período § 3º No caso de servidores afastados ou licenciados, no


EL

de afastamento deve ser maior do que o período de agen- momento da publicação desta Lei, por período superior
XW

te que realiza curso de aperfeiçoamento dentro do País. ao estabelecido no § 1º, as lotações serão alteradas auto-
maticamente pela unidade administrativa competente;.
A
M

§ 4º O servidor de que trata o § 3º deverá, no


momento de seu retorno à atividade, apresentar-se
LEI Nº 9.264, DE 7 DE FEVEREIRO ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal.

DE 1996 (DESMEMBRAMENTO Mas as alterações na carreira propostas por essa legis-


E REORGANIZAÇÃO DA PC-DF, lação afetam também as classes. Classe é o grau de com-
REMUNERAÇÃO DE SEUS CARGOS) plexidade e responsabilidade das atribuições, expressas
LEGISLAÇÃO

por padrões hierarquizados dentro de um cargo, que se


Outra legislação que merece nossa atenção é a Lei refletem em valores organizados em níveis salariais.
Federal nº 9.264, de 7 de fevereiro de 1996. Essa é a lei Agora a PC-DF conta com quatro classes distintas
que dispõe sobre o desmembramento e a reorganiza- para as suas carreiras: a terceira classe, a segunda
ção da Carreira Policial Civil do Distrito Federal, bem classe, a primeira classe e a classe especial. O ingresso
como estabelecimento da remuneração desses cargos. nos cargos da PC-DF dá-se, sempre, na terceira classe.

DO DESMEMBRAMENTO DA CARREIRA POLICIAL Art. 5º O ingresso nos cargos das carreiras de


CIVIL que trata esta Lei dar-se-á sempre na 3ª (terceira) 281
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
classe, mediante concurso público, exigido curso superior completo, observados os requisitos previstos na legislação
pertinente.
§ 1º O ingresso na Carreira de Delegado de Polícia do Distrito Federal dar-se-á mediante concurso público de pro-
vas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, exigindo-se diploma de Bacharel em Direito
e, no mínimo, 3 (três) anos de atividade jurídica ou policial, comprovados no ato da posse.
§ 2º Será exigido para o ingresso na Carreira de Perito Criminal da Polícia Civil do Distrito Federal o diploma de
Física, Química, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Informática, Geologia, Odontolo-
gia, Farmácia, Bioquímica, Mineralogia e Engenharia.
§ 3º Será exigido para o ingresso na Carreira de Perito Médico-Legista da Polícia Civil do Distrito Federal o diploma de Medicina.
§ 4º O Poder Executivo disporá, em regulamento, quanto aos requisitos e condições de progressão nos cargos das carreiras.

Os agentes policiais que não se encaixam nessa estrutura devem solicitar o seu enquadramento, o qual é irrevo-
gável e irretratável. Cabe ressaltar que essa requisição deve ser feita no prazo de 60 dias após a publicação da Lei.

Art. 9º O enquadramento nas tabelas de que tratam os Anexos I, II E III far-se-á mediante requerimento do servidor, em
caráter irrevogável e irretratável, a ser apresentado no prazo de sessenta dias contado da data da publicação desta Lei.
Parágrafo único. O requerimento a que alude este artigo conterá, obrigatoriamente, expressa renúncia do interessa-
do relativamente a parcelas remuneratórias eventualmente deferidas às Carreiras de Delegado de Polícia do Distrito
Federal e de Polícia Civil do Distrito Federal decorrentes de lei, ato administrativo ou decisão judicial.

Quem não solicitou o enquadramento nas classes no prazo mencionado não poderá fazer mais, pois o art. 10
dispõe que o pedido feito fora do tempo permitido é considerado como renúncia ao enquadramento.

Art. 10 A não apresentação do requerimento nas condições previstas no artigo anterior presumirá renúncia ao
direito de enquadramento nas tabelas de que tratam os Anexos I, II e III, às gratificações referidas no caput do art.
7° e aos percentuais fixados no art. 8º desta Lei.

Para facilitar a memorização desse conteúdo, segue a presente ilustração:

4
-7
91
ESTRUTURA EM

.5
CARREIRA DA

51
PC-DF

.7
79
Delegado de

-0
Policial Cívil
Polícia
ZA
U

1ª Classe 2ª Classe 1ª Classe 2ª Classe


SO
A
LV

Classe Classe
3ª Classe 3ª Classe
especial especial
SI
A
D

DA CESSÃO DO AGENTE POLICIAL


R
O
YG

Cessão é uma hipótese de movimentação do funcionário público em que ele passa a exercer um cargo idêntico
ou distinto, com as mesmas atribuições ou com atribuições distintas a depender do caso, mas em outra entidade
H

pública ou privada. No caso do policial civil, a legislação apresenta todas as hipóteses em que tais pessoas podem
L
EL

ser cedidas no texto do novo art. 12-B. Esse artigo foi introduzido pela publicação da Lei nº 13.690, de 2018, e
sofreu alterações pela Lei nº 14.059, de 2020. Observe as hipóteses legais:
XW
A

Art. 12-B A cessão dos integrantes das carreiras de que trata esta Lei somente será autorizada para:
M

I - Presidência e Vice-Presidência da República, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança ou


para a ocupação de Gratificação de Representação da Presidência da República;
II - Ministério ou órgão equivalente, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
III - Tribunais Superiores, órgãos do Tribunal Regional Federal da 1ª Região situados no Distrito Federal, Tribunal
Regional Eleitoral do Distrito Federal, órgãos do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região situados no Distrito
Federal e Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, para o exercício de cargo em comissão cuja remu-
neração seja igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou equivalente;
IV - órgãos do Ministério Público da União situados no Distrito Federal, para o exercício de cargo em comissão cuja
remuneração seja igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou equivalente;
V - órgãos do Tribunal de Contas da União situados no Distrito Federal e Tribunal de Contas do Distrito Federal,
para o exercício de cargo em comissão cuja remuneração seja igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou equivalente;
VI - Governadoria e Vice-Governadoria do Distrito Federal, para o exercício de cargo em comissão;
VI-A - Estados, para o exercício de cargo de Secretário de Estado ou cargo equivalente ao segundo na hierarquia da
Secretaria de Estado;
VII - Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, para o exercício de cargo em
282 comissão ou função de confiança;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - demais órgãos da administração pública sobre a Polícia Civil Distrital. O art. 1º apresenta o que
do Distrito Federal considerados estratégicos, a é a Polícia Civil, observe o texto do dispositivo legal:
critério do Governador do Distrito Federal, para
o exercício de cargo em comissão cuja remunera- Art. 1º A Polícia Civil do Distrito Federal, institui-
ção seja igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou ção permanente da administração direta, essencial
equivalente. à função jurisdicional e vinculada ao Gabinete do
§ 1º É vedada a cessão de servidor que não tenha cum- Governador do Distrito Federal, é dirigida por dele-
prido o estágio probatório de que trata o art. 41 da gado de polícia de carreira e tem relativa autono-
Constituição Federal. mia administrativa e financeira.
§ 2º É obrigatório o ressarcimento ao órgão cedente
do valor correspondente à remuneração do servidor Desse conceito, devemos destacar algumas expres-
cedido, salvo quando a cessão ocorrer para órgão sões, para explicar um pouco melhor os aspectos
da União, Governadoria e Vice-Governadoria do Dis- característicos da Polícia Civil:
trito Federal, ou Secretaria de Estado da Segurança
Pública e da Paz Social do Distrito Federal.
z Instituição de caráter civil e permanente: o
§ 3º A cessão à Presidência e Vice-Presidência da
República, ao Gabinete de Segurança Institucio-
artigo deixa bem claro que não estamos diante de
nal da Presidência da República, ao Ministério uma instituição militar. Os funcionários da polí-
da Justiça, ao Ministério da Segurança Pública, à cia civil não são agentes militares, e, sim, servi-
Presidência do Supremo Tribunal Federal, à Presi- dores públicos civis. Além disso, a polícia civil é
dência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal um órgão — “instituição” é o termo mais correto
e dos Territórios, à Governadoria e Vice-Governa- —, não uma entidade com personalidade jurídica
doria do Distrito Federal, à Secretaria de Estado própria;
da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito z Criada por Secretaria, vinculada ao Gabinete
Federal e às unidades de inteligência da adminis- do Governador: esse aspecto costuma cair como
tração pública federal e distrital e dos Tribunais “pegadinha” em questões de prova: quem criou a
de Contas da União e do Distrito Federal é conside- Polícia Civil como órgão foi a Secretaria de Segu-
rada de interesse policial civil, resguardados todos rança Pública do Distrito Federal. Porém, a autori-
os direitos e vantagens da carreira policial. dade máxima que controla a Polícia Civil é o Chefe

4
do Poder Executivo Distrital, isto é, o Governador;

-7
Observe que de todas as hipóteses de cessão, o agente z Servidores públicos efetivos em carreira: nova-

91
policial será cedido para ocupar cargo em comissão, com mente o artigo busca enfatizar que os funcionários

.5
atribuições de direção, chefia e assessoramento. Lembre- da Polícia Civil são servidores públicos civis, e não

51
-se de que o exercício das funções policiais é exclusivo agentes militares. Tais pessoas são providas em

.7
para o ocupante de cargo efetivo dentro da Polícia Civil.

79
cargos efetivos, sendo exigida a sua prévia apro-
Ao ser cedido, o ex-agente policial perde direito a receber

-0
vação em exame de concurso público. Analisare-
a gratificação pelo exercício da função policial. mos esses requisitos de admissão em momento
ZA
Ademais, a Lei n º 14.262, de 2021, incluiu o art. posterior.
U
12-C, que dispõe sobre a concessão de assistência à
SO

saúde. Vejamos:
Importante!
A
LV

Art. 12-C Sem prejuízo dos direitos, das vantagens


e dos benefícios previstos em lei, o Governo do Dis- Algumas questões de prova costumam fazer pega-
SI

trito Federal poderá conceder aos integrantes das dinhas com esses conceitos apresentados, dispon-
A

carreiras que são regidos por esta Lei assistência do, por exemplo, que a Polícia Civil “é uma entidade”,
D

à sua saúde e à de seus dependentes, observada a ou que se “subordina administrativamente à Secre-


R
O

disponibilidade orçamentária do fundo de que trata taria de Segurança Pública”. Cuidado com esses
YG

a Lei nº 10.633, de 27 de dezembro de 2002. conceitos: a Polícia Civil é uma instituição perma-
H

nente, e a sua subordinação é operacional.


L
EL
XW

A grande finalidade da criação da Polícia Civil é,


DECRETO Nº 30.490, DE 22 DE JUNHO
evidentemente, propagar a segurança pública dentro
2009 (REGIMENTO INTERNO DA PC-DF)
A

do Distrito Federal, garantindo o bem-estar social de


M

seus habitantes, bem como o exercício de atividades


Iremos estudar o Decreto nº 30.490, de 22 de junho de investigação de delitos penais (crimes e contraven-
de 2009. Esse é o decreto que aprova o Regimento ções) que ocorrem por todo o território, para que o
Interno da Polícia Civil do Distrito Federal. Desta Ministério Público possa adotar as medidas cabíveis
feita, é imprescindível conhecer esse Regime. Por- para cada caso.
tanto, recomenda-se a leitura, na íntegra, de todos Nesse mesmo sentido, temos o texto do art. 2º, que
os dispositivos cujo conteúdo apresenta um “concei- trata de sua missão institucional.
LEGISLAÇÃO

to legal”, as questões de concurso público tendem a


cobrar essas definições com bastante frequência. Art. 2º A Polícia Civil do Distrito Federal tem como
missão institucional promover, integrada às insti-
DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS tuições congêneres, a segurança pública, visando à
preservação da ordem pública e à incolumidade das
Conceito e Características da Polícia Civil pessoas, por meio da apuração de delitos, da elabo-
ração de procedimentos formais destinados à ação
Preliminarmente, a Lei Estadual inicia-se apre- penal e da adoção de ações técnico-policiais, com
sentando algumas noções mais introdutórias e gerais a preservação dos direitos e garantias individuais. 283
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dos Princípios e Funções Institucionais traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por
parte de todos e de cada um dos componentes desse orga-
Outra matéria preliminar, que costuma cair com nismo. Pode-se até dizer que a disciplina é uma decorrên-
bastante frequência em questões de prova, diz respei- cia natural da hierarquia.
to aos princípios fundamentais da Polícia Civil.
Princípio é toda diretriz estabelecida como um
elemento norteador da forma de atuar de alguém, de
Dica
algum órgão, instituição ou entidade, seja ela públi- A hierarquia pode ser representada como os
ca ou privada. A Polícia Civil possui os seus próprios degraus uma escada. Cada degrau está posicio-
princípios, isto é, suas diretrizes que determinam nado de uma forma que é possível a sua ascen-
como ela deve atuar dentro do Estado. são. Não faria sentido haver uma inversão da
O Regimento Interno também busca disciplinar
ordem hierárquica dos quadros policiais, pois
sobre os princípios institucionais da PC-DF em seu art.
seria o mesmo que trocar os degraus de lugar.
3º. Analisaremos alguns desses princípios em maiores
A disciplina, por sua vez, é representada como
detalhes, mas é importante o candidato conhecer o
texto legal, primeiro:
as regras de compliance. A disciplina é o acata-
mento de normas, o dever de cumprir as ordens.
Art. 3º São princípios institucionais da Polícia Civil
do Distrito Federal a hierarquia, a disciplina, a Quais atividades fazem parte da função poli-
unidade, a indivisibilidade, a autonomia fun- cial? É certo que as atividades dentro da Polícia Civil
cional, a legalidade, a moralidade, a impessoa- são múltiplas e que cada pessoa que trabalha em um
lidade, a participação comunitária e a unidade órgão deve exercer apenas uma pequena parte dessas
de doutrina e de procedimentos. atividades. Ainda assim, o art. 4º procura apresentar,
de forma mais ampla e geral, as funções institucio-
Os princípios da unidade e indivisibilidade nais, as atividades mais características da PC-DF:
dizem respeito à natureza da Polícia Civil. Como
vimos, essa é uma instituição permanente, se apre- Art. 4º São funções essenciais da Polícia Civil do
sentando como um órgão uno e indivisível, ao menos, Distrito Federal:
no aspecto externo. A indivisibilidade da Polícia Civil I - Ressalvada a competência da União, executar

4
-7
não proíbe que ela possa, internamente, criar outros as funções de polícia judiciária do Distrito

91
órgãos (Departamentos, Secretarias etc.) para melhor Federal e a apuração de infrações penais, exce-

.5
executar as suas funções. to as militares e eleitorais;

51
O princípio da autonomia funcional é o princípio II - Organizar, executar e manter serviços de

.7
que estabelece a Polícia Civil como órgão competente controle e fiscalização de armas, munições e

79
para executar as suas próprias funções de caráter admi- explosivos, na forma da legislação pertinente;

-0
nistrativo, sem a necessidade de intervenção de outro III - Zelar pela ordem e segurança pública, promoven-
órgão ou de outro Poder do Estado. A Polícia Civil é com- do e participando de medidas de proteção à sociedade;
ZA
petente, por exemplo, para estabelecer a estrutura de IV - Promover o intercâmbio policial com organi-
U

seus cargos policiais, as condições mínimas essenciais zações congêneres;


SO

para o preenchimento dos referidos cargos, a contrata- V - Colaborar na execução de serviços policiais
relacionados com a prevenção e a repressão da
A

ção de seu pessoal sob regime temporário, a realização


criminalidade interestadual;
LV

de seu próprio orçamento anual, entre outras atividades.


VI - Executar as atividades de perícia criminal,
SI

Observe que o art. 3º apresenta alguns princípios


médico-legal e papiloscópica;
que não são exclusivos da Polícia Civil, mas se aplicam
A

VII - Realizar as identificações civis e criminais;


D

à Administração Pública como um todo. Esses são os


VIII - Cooperar com as autoridades administrati-
R

princípios constitucionais da legalidade, da impes- vas e judiciárias no tocante à aplicação de medidas


O

soalidade, da moralidade e da eficiência. Estes legais e regulamentares;


YG

também se encontram dispostos no caput do art. 37, IX - Cooperar com os demais órgãos de segurança
H

da Constituição Federal, e se aplicam, consequente- pública.


L

mente, aos agentes policiais, porque eles também são


EL

membros da Administração Pública.


Veremos algumas dessas atribuições em maiores
XW

Por fim, temos a hierarquia e a disciplina, como


detalhes quando analisarmos a estrutura organizacio-
princípios institucionais. Embora o Regimento Inter-
A

nal da PC-DF. Por ora, devemos focar na atividade do


no, nesse ponto, não apresenta uma definição legal
M

inciso I, que dispõe sobre as funções de polícia judiciária.


desses institutos, traremos uma definição própria
sobre essas importantes bases da Polícia Civil. Hierar- As funções de polícia judiciária são todas as atri-
quia e disciplina possuem a mesma finalidade, mas é buições relacionadas com a investigação do crime
importante o candidato guardar bem esses conceitos penal (natureza investigativa). A sua principal finali-
para que não haja confusão. dade é investigar um crime no determinado local
Hierarquia é a ordenação da autoridade em níveis de ocorrência. Aqui, temos o trabalho das perícias,
diferentes dentro da estrutura da organização poli- que investigam a cena do crime e relatam todos os
cial, subordinando os níveis inferiores em relação aos eventos em um documento denominado inquérito
superiores. O respeito à hierarquia é consubstanciado policial. Esse inquérito é encaminhado ao Ministé-
no espírito de acatamento à sequência de autoridade. rio Público, e servirá de base para a apresentação da
Significa, basicamente, colocar um grupo de pessoas denúncia contra o criminoso. As atividades de polícia
em um nível de ordenação. judiciária submetem-se às regras de Direito Penal.
Disciplina, por sua vez, é a rigorosa observância e Mas, em alguns casos, a Polícia Civil também pode
o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e exercer atividades de polícia administrativa. São ati-
disposições que fundamentam o organismo policial e vidades de caráter preventivo, isso é, há uma atuação
284 coordenam seu funcionamento regular e harmônico, antes da ocorrência do delito. Não há a constatação
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de um crime penal, mas há uma ação de um particu- 4. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA CIRCUNSCRICIONAL
lar que põe em risco a vida e a segurança dos demais 4.1. Delegacias de Polícia Circunscricionais
cidadãos. As atividades de polícia administrativa 5. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA ESPECIALIZADA
submetem-se às regras de Direito Administrativo. É o 5.1. Coordenação de Repressão às Drogas
caso, por exemplo, do trancamento de restaurante por 5.1.1. Divisão de Coleta, Análise e Difusão de
não atender as normas básicas sanitárias e de higiene. Informações
No Brasil, a polícia administrativa é exercida por 5.1.2. Divisão de Repressão às Drogas I
vários órgãos de fiscalização de diversas áreas, como 5.1.3. Divisão de Repressão às Drogas II
saúde, educação, trabalho, previdência e assistência 5.1.4. Divisão de Repressão às Drogas III
social. A polícia administrativa nunca recai sobre uma 5.2. Coordenação de Investigação de Crimes Contra
pessoa, pois ela visa proteger os interesses primordiais a Vida
da sociedade ao impedir comportamentos individuais 5.2.1. Divisão de Homicídios I
que possam causar prejuízos maiores à coletividade. 5.2.2. Divisão de Homicídios II
É de suma importância ressaltar que a competên- 5.3. Divisão de Controle e Custódia de Presos
cia para apuração de infrações penais, não engloba as 5.4. Divisão de Cadastro de Roubos e Furtos de
infrações militares e eleitorais. Em outras palavras, Veículos
não é função da PC-DF a apuração das infrações citadas. 5.5. Delegacia da Criança e do Adolescente I
5.6. Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual
5.7. Delegacia Especial de Atendimento à Mulher
DA ESTRUTURA DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO
FEDERAL 5.8. Delegacia de Defesa do Consumidor
5.9. Delegacia de Falsificações e Defraudações
5.10. Delegacia Especial do Meio Ambiente
Uma vez compreendidos os aspectos mais gerais e
5.11. Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária
introdutórios a respeito da PC-DF, podemos adentrar
no assunto mais importante do Regimento Interno: a 5.12. Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao
estrutura organizacional da Polícia Civil Distrital. Adolescente
É certo que a Polícia Civil, quando exerce suas funções 5.13. Delegacia de Repressão a Furtos
perante a sociedade, ela atua como um órgão uno e sin- 5.14. Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos
gular. Porém, isso não impede que ela não possa se divi- 5.15. Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações

4
dir, ainda que internamente, em múltiplos órgãos com o 5.16. Delegacia de Repressão a Roubos

-7
intuito de facilitar a execução de suas tarefas primordiais. 5.17. Delegacia da Criança e do Adolescente II

91
Recomendamos uma leitura aprofundada dos próximos 6. DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES ESPECIAIS

.5
dispositivos, uma vez que essa matéria também costuma 6.1. Divisão de Apoio Logístico Operacional

51
cair com bastante frequência em questões de prova. 6.2. Divisão de Repressão a Sequestros

.7
6.3. Divisão Operações Especiais

79
A estrutura organizacional da Polícia Civil do Distrito
Federal está disposta no art. 5º de seu Regimento Interno: 6.4. Divisão de Operações Aéreas

-0
6.5. Divisão de Controle de Armas, Munições e Explosivos
ZA
Art. 5º A Polícia Civil do Distrito Federal, para o 6.6. Divisão de Controle de Denúncias e Ocorrên-
U
cumprimento de suas atribuições legais e a exe- cias Eletrônicas
SO

cução de suas atividades, compõe-se da seguinte 6.7. Divisão de Estatística e Planejamento Operacional
estrutura administrativa: 6.8. Divisão de Inteligência Policial
A

1. DIREÇÃO-GERAL DA POLÍCIA CIVIL 6.9. Divisão de Repressão ao Crime Organizado


LV

1.1. Assessoria da Direção Geral da Polícia Civil 6.10. Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia
SI

1.2. Secretaria Executiva da Direção Geral da Polí- 6.11. Divisão Especial de Repressão aos Crimes
A

cia Civil Contra a Administração Pública


D

1.3. Assessoria para Assuntos Institucionais da 6.12. Divisão de Comunicação


R

Polícia Civil 7. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TÉCNICA


O
YG

2. CORREGEDORIA GERAL DE POLÍCIA CIVIL 7.1. Instituto de Criminalística


2.1. Ouvidoria 7.1.1. Divisão Administrativa
H

2.2. Comissão Permanente de Disciplina 7.1.2. Divisão de Perícias Externas


L

2.3. Divisão de Investigação


EL

7.1.3. Divisão de Perícias Internas


2.4. Divisão de Correição 7.1.4. Divisão de Perícias em Laboratórios
XW

2.5. Divisão de Registros Criminais e Controle de 7.2. Instituto de Identificação


Procedimentos
A

7.2.1. Divisão Administrativa


M

2.6. Divisão de Tramitação de Autos 7.2.2. Divisão de Processamento e Arquivos Técnicos


2.7. Divisão de Procedimentos Administrativos
7.2.3. Divisão de Identificação
Disciplinares
7.2.4. Divisão de Perícias de Exames Técnicos em
3. DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
Papiloscopia
3.1. Divisão de Planejamento Administrativo
7.3. Instituto de Medicina Legal
3.2. Divisão de Recursos Humanos
3.3. Divisão de Orçamento e Finanças 7.3.1. Divisão Administrativa
3.4. Divisão de Transportes 7.3.2. Divisão de Perícia no Vivo
LEGISLAÇÃO

3.5. Divisão de Informática 7.3.3. Divisão de Tanatologia Forense


3.6. Divisão de Telecomunicações 7.3.4. Divisão de Exames Técnicos Médicos Legais
3.7. Divisão de Recursos Materiais 7.4. Instituto de Pesquisa de DNA Forense
3.8. Divisão de Apoio e Serviços Gerais 8. ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
3.9. Divisão de Arquitetura e Engenharia 8.1. Divisão Técnica de Ensino
3.10. Policlínica 8.2. Divisão de Apoio ao Ensino
3.11. Comissão Permanente de Licitação 8.3. Divisão de Gerência de Concursos
3.12. Comissão Permanente de Tomada de Contas 8.4. Divisão de Polícia Comunitária
Especial 9. CONSELHO SUPERIOR DA POLÍCIA CIVIL 285
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Da Direção-Geral VI - Acompanhar projetos e processos em tramita-
ção no Judiciário, Procuradoria Geral do Distrito
O Regimento, portanto, apresenta os órgãos internos Federal e em outras unidades públicas, que tratam
da PC-DF divididos em grupos, contando, ao todo, com direta ou indiretamente de assuntos de interesse da
nove grandes órgãos. Denominamos de “grande órgão” Polícia Civil do Distrito Federal;
para que o candidato não confunda com os órgãos VII - Elaborar ou revisar minutas de atos administrati-
subalternos que fazem parte das ramificações da PC-DF. vos a serem praticados ou editados pela Direção-Geral;
O primeiro grande órgão a ser tratado é a Direção-Geral. VIII - Minutar informações em ações de mandado de
A Direção-Geral de Polícia Civil do Distrito Fede- segurança, habeas data e habeas corpus impetrados
ral é um órgão de alta cúpula, com amplos poderes contra ato do Diretor-Geral, do Diretor-Geral Adjunto
de decisão para a tomada de ações dentro da PC-DF. e por outras autoridades administrativas em ques-
Quem preside esse órgão é o Diretor-Geral de Polícia tões que sejam de relevância para a Instituição;
IX - Providenciar as avaliações de desempenho funcio-
Civil, funcionário que ocupa um cargo comissionado.
nal e de estágio probatório dos servidores da Unidade;
As principais atribuições da Direção-Geral estão
X - Assessorar a Direção-Geral na gestão do plane-
previstas nos incisos do art. 6º:
jamento estratégico;
XI - Colaborar com as demais unidades orgânicas na
Art. 6º A Direção-Geral de Polícia Civil do Distrito elaboração dos planos de ações, projetos e programas
Federal, órgão de direção superior, dirigido pelo que deverão integrar o planejamento estratégico;
Diretor-Geral de Polícia Civil, tem como atribuições: XII - Avaliar e emitir parecer técnico sobre a
I - Exercer e coordenar as funções institucionais
implantação e gestão do planejamento estratégico;
descritas no art. 4º deste Regimento;
XIII - Desempenhar outras tarefas que lhe forem
II - Celebrar contratos, acordos e convênios, nos
atribuídas pela Direção-Geral.
termos da legislação em vigor;
III - Propor a nomeação, exoneração, demissão ou
A Secretaria Executiva da Direção-Geral da
reintegração de servidores do seu quadro de pessoal;
IV - Praticar atos de administração relativos ao regime Polícia Civil é um órgão subordinado à Direção-Ge-
jurídico de pessoal, nos termos da legislação específica; ral e encarregada de dar execução a todas as metas
V - Encaminhar a proposta orçamentária da Instituição; e planos deliberados no planejamento estratégico da

4
VI - Propor a criação e extinção de cargos e funções; PC-DF. É o art. 8º o dispositivo que apresenta suas atri-

-7
VII - Propor a criação de unidades policiais; buições mais específicas:

91
VIII - Com o auxílio dos respectivos Diretores dos

.5
Departamentos e dos demais órgãos de direção Art.8º A Secretaria Executiva da Direção-Geral da

51
superior, planejar, normatizar, dirigir, supervisio- Polícia Civil, unidade orgânica de execução e asses-

.7
nar, fiscalizar, administrar, coordenar, executar, soramento, diretamente subordinada ao Diretor-

79
controlar e avaliar as ações de polícia circunscri- -Geral Adjunto de Polícia, tem como atribuições:

-0
cional, de polícia especializada, de polícia técnico I - Executar os serviços de assistência à Direção-Ge-
ZA
científica, de atividades especiais, de ensino e trei- ral Adjunta de Polícia;
namento e de correição; II - Executar as atividades de administração de pes-
U
SO

IX - Praticar outros atos próprios de gestão confor- soal, de material, de transporte e de comunicações
me previsto na legislação em vigor. de todo o Gabinete do Diretor-Geral, mantendo sis-
A

temas de arquivos e controles específicos;


LV

A Direção-Geral engloba três órgãos de menor porte: III - Prover a segurança pessoal do Diretor-Geral e
SI

a Assessoria da Direção-Geral, a Secretaria Executiva e a do Diretor-Geral Adjunto;


A

Assessoria para Assuntos Internos da Polícia Civil. IV - Executar medidas de segurança física e manu-
D

A Assessoria da Direção-Geral da Polícia Civil é um tenção do prédio-sede da Polícia Civil;


R

V - Providenciar as avaliações de desempenho fun-


O

órgão de assessoramento da execução dos trabalhos rea-


cional e de estágio probatório dos servidores lota-
YG

lizados pela Direção-Geral. Suas tarefas principais consis-


dos na Unidade;
tem, de modo geral, em auxiliar em questões relativas ao
H

VI - Elaborar e controlar as escalas de serviços,


estabelecimento do planejamento estratégico da PC-DF
L

folhas de ponto e plano de chamada da Unidade;


EL

e na gestão de seus recursos e de seu pessoal. De forma


VII - Encaminhar, mensalmente, à Direção Geral
XW

mais detalhada, as atribuições específicas desse órgão Adjunta, relatório das atividades desenvolvidas;
estão previstas nos incisos do art. 7º: VIII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
A
M

drem no âmbito de suas atribuições.


Art. 7º A Assessoria da Direção-Geral da Polícia
Civil, unidade orgânica de assessoramento, direta- E a Assessoria para Assuntos Institucionais da
mente subordinada à Direção-Geral de Polícia, tem
Polícia Civil é o órgão subordinado à Direção-Geral
como atribuições:
encarregado de assessorá-la para tratar dos assuntos
I - Assessorar o Diretor-Geral mediante a execução das
atividades de consultoria e assessoramento técnico;
institucionais da PC-DF. O termo “assuntos institucio-
II - Fixar, através de notas técnicas, a interpretação nais” engloba as atividades estratégicas para estabele-
de dispositivos legais e de atos normativos a ser cer parcerias entre a Polícia Civil e os demais órgãos
seguida uniformemente; públicos, tais como o Congresso Nacional, a Câmara
III - Emitir nota técnica sobre assuntos de interesse Legislativa do Distrito Federal. Esses órgãos encon-
da Polícia Civil do Distrito Federal; tram-se previstos nos incisos do art. 9º:
IV - Realizar estudos e pesquisas para dirimir dúvidas
acerca das atribuições institucionais da Polícia Civil; Art. 9º A Assessoria para Assuntos Institucionais
V - Coligir e catalogar legislações, decisões, pareceres, da Polícia Civil, unidade orgânica de assessora-
julgados e jurisprudências de interesse da Polícia Civil, mento, diretamente subordinada a Direção-Geral
286 divulgando-os internamente, quando for o caso; de Polícia, tem como atribuições:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - Assessorar diretamente o Diretor-Geral nos suas atividades junto à Secretaria de Estado de
assuntos de interesse da Instituição, perante os Segurança Pública;
organismos externos; XII - Requisitar informações ou documentos a todas
II - Emitir, quando solicitados, pareceres sobre as unidades da Polícia Civil;
matéria de interesse institucional; XIII - Certificar-se dos casos de contumácia, na for-
III - Acompanhar os trabalhos parlamentares rela- ma da legislação em vigor, dando conhecimento ao
tivos à Polícia Civil, na Câmara Legislativa e no Diretor-Geral de Polícia;
Congresso Nacional, informando a Direção-Geral; XIV - Redistribuir procedimentos penais e autos de
IV - Oferecer subsídios aos trabalhos parlamenta- inquérito policial;
res no interesse institucional; XV - Promover a padronização de sistemas eletrôni-
V - Acompanhar o Diretor-Geral, quando solicitado, cos, formulários, livros e documentos diversos des-
para tratar de interesses institucionais; tinados ao registro e controle dos atos cartorários
VI - Acompanhar a tramitação de projetos, progra- relacionados com apuração de infrações penais, em
mas, acordos, convênios e demais processos que conjunto com os demais órgãos;
tratem de matéria de interesse institucional; XVI - Coordenar e executar a investigação ética
VII - Executar outras atividades que lhe forem social dos candidatos aos cargos das carreiras per-
cometidas pela Direção-Geral da Polícia Civil. tencentes ao quadro de pessoal da Polícia Civil do
Distrito Federal;
Da Corregedoria-Geral da Polícia Civil XVII - Articular-se com a Magistratura, o Ministério
Público, a Ordem dos Advogados e outras institui-
O segundo grande órgão tratado pelo Regimento ções afins, visando à eficiência da atividade Policial;
Interno é a Corregedoria-Geral da PC-DF. Esse órgão XVIII - Receber, manifestar e despachar requisições
apresenta importantes funções relativas à fiscalização do Poder Judiciário e do Ministério Público nos
(controle) dos atos dos demais agentes policiais. Cos- casos atinentes a infrações penais ou administra-
tuma-se afirmar que a Corregedoria-Geral é um órgão tivas, bem como no fornecimento de informações
que exerce controle interno dos atos da PC-DF, uma acerca de dados pessoais de posse desta Instituição;
vez que são os próprios agentes policiais que desem- XIX - Exercer rigoroso controle dos servidores em
estágio probatório e avaliar o desempenho funcio-
penham a fiscalização de seus atos.
nal dos demais servidores;
Essa fiscalização abrange várias vertentes, como o

4
XX - Desempenhar outras atividades que se enqua-

-7
de controlar registros de procedimentos penais, fisca-

91
drem no âmbito de suas atribuições.
lizar e avocar inquéritos e outras atividades relativas

.5
ao exercício da polícia judiciária, além de exercer o

51
A Corregedoria-Geral não pode atuar por conta pró-
controle dos servidores que ainda estão em estágio

.7
pria. Por isso, ela possui sete órgãos subordinados a ela.
probatório e dos atos de processo administrativo dis-

79
A Ouvidoria é o órgão que recebe denúncias, quei-
ciplinar. De forma mais detalhada, o art. 10 dispõe

-0
xas e reclamações a respeito da conduta dos agentes
sobre as atribuições mais específicas da Corregedoria:
policiais durante o exercício normal de suas atribui-
ZA
ções. Essas denúncias são feitas pelos particulares.
U
Art. 10 A Corregedoria-Geral de Polícia Civil, órgão
Suas atribuições mais específicas estão dispostas nos
SO

de direção superior e de controle interno da ativi-


dade policial civil, diretamente subordinada à Dire- incisos do art. 11:
A

ção-Geral de Polícia Civil, tem como atribuições:


LV

I - Supervisionar e orientar os procedimentos for- Art. 11 A Ouvidoria da Polícia Civil do Distrito


SI

mais relativos às funções de polícia judiciária e de Federal, subordinada à Corregedoria-Geral de Polí-


A

investigação de infrações penais da Polícia Civil; cia, tem como atribuições:


D

II - Realizar correição nos procedimentos penais e I - Receber, processar, controlar e encaminhar à


R

administrativos; unidade competente as denúncias contra atos irre-


O

III - Controlar a permanência e a tramitação de gulares de servidores da Polícia Civil, servidores


YG

autos de procedimentos penais e disciplinares; requisitados e terceirizados, e as reclamações con-


H

IV - Controlar os registros de procedimentos penais; tra serviços prestados pelas unidades orgânicas;
L

V - Expedir, com exclusividade, certidões de regis- II - Receber, processar e encaminhar sugestões


EL

tros criminais na Polícia Civil; ofertadas sobre o funcionamento dos serviços pres-
XW

VI - Avocar inquéritos e demais procedimentos policiais; tados pela Polícia Civil;


VII - Expedir orientações e normas de serviços III - Solicitar informações sobre o andamento das
A

apurações referentes às denúncias e reclamações


M

sobre procedimentos específicos da atividade de


apuração de infrações penais; encaminhadas pela ouvidoria, visando responder
VIII - Executar, com exclusividade, o cancelamento ao cidadão no prazo regulamentar estipulado;
de registros criminais por ordem judicial; IV - Verificar, de forma sumária, a procedência das
IX - Controlar os registros de procedimentos admi- denúncias e reclamações, antes de encaminhá-las
nistrativos disciplinares e criminais instaurados ao Corregedor-Geral de Polícia, sugerindo, se for o
contra policiais civis; caso, arquivamento ou instauração de procedimen-
X - Apurar, com exclusividade, infrações penais cuja to administrativo e/ou criminal;
LEGISLAÇÃO

autoria seja imputada a policial civil ou funcionários V - Propor ao Corregedor-Geral, recomendações aos
que exerçam suas atividades no âmbito da Polícia Civil; dirigentes de unidades, de providências necessárias
XI - Instaurar e julgar sindicâncias objetivando a ao aperfeiçoamento, racionalização e melhoria dos
apuração de responsabilidade funcional de policial serviços públicos prestados pela Polícia Civil do
civil e demais servidores que exerçam suas ativida- Distrito Federal;
des no âmbito da Polícia Civil, os licenciados para VI - Elaborar relatório das atividades desenvolvidas;
mandatos classistas ou cedidos para outras unida- VII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planeja-
des da União, Estados, Distrito Federal e Municí- mento, Estatística e Informática as informações neces-
pios, com exceção daqueles servidores que exercem sárias ao desempenho das atividades daquele Serviço; 287
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - Avaliar o desempenho funcional dos servido- IX - Certificar-se dos casos de contumácia, na for-
res lotados na Ouvidoria; ma da Lei, dando conhecimento ao Diretor-Geral
IX - Desempenhar outras atividades que se enqua- da Polícia Civil;
drem no âmbito de suas atribuições. X - Proceder ao arquivamento dos processos disci-
plinares e sindicâncias;
Para a execução do processo administrativo dis- XI - Desempenhar outras atividades que se enqua-
ciplinar, capaz de aplicar a sanção disciplinar cabí- drem no âmbito de suas atribuições.
vel quando um agente policial não cumpre com seus
deveres, a Corregedoria-Geral conta com o apoio da A tarefa de investigação de infrações penais deve ser
Comissão Permanente de Disciplina. É essa Comissão realizada pelo órgão denominado Divisão de Investiga-
o órgão encarregado, por exemplo, de verificar todas ção. Suas atribuições estão previstas nos incisos do art. 16:
as etapas do PAD, averiguando se todas as provas
foram produzidas no momento oportuno, se o indicia- Art. 16 A Divisão de Investigação, unidade orgâni-
do teve oportunidade para se defender da acusação e ca de execução, diretamente subordinada à Corre-
se a revisão arguida pelo agente policial é cabível. gedoria-Geral de Polícia, tem como atribuições:
Considerando o fato de que a Comissão Permanen- I - Realizar investigações destinadas à apuração
te de Disciplina lida com o julgamento dos agentes de infrações penais com notícia de participação de
policiais, o art. 13 procura deixar bastante claro que a integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal;
II - Organizar e manter em cadastro, registros de
Comissão exercerá suas atividades com independên-
ocorrências, de qualquer origem, que noticiem o
cia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário
envolvimento de integrantes da Polícia Civil do Dis-
à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse da trito Federal em infrações penais ou administrativas;
Administração, sendo suas audiências e reuniões rea- III - Acompanhar, em outras unidades policiais, inves-
lizadas em caráter reservado. tigações de interesse da Corregedoria Geral de Polícia;
IV - Organizar e manter atualizado arquivo foto-
Art. 12 A Comissão Permanente de Disciplina, unida- gráfico e dados dos integrantes da Polícia Civil do
de orgânica de execução, diretamente subordinada à Distrito Federal;
Corregedoria-Geral da Polícia Civil, é incumbida de V - Comparecer a locais onde haja ocorrido infra-
promover o processo administrativo disciplinar no ção penal com indícios de autoria ou participação

4
âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal. de integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal;

-7
Art. 13 A Comissão exercerá suas atividades com VI - Conduzir procedimentos apuratórios de infra-

91
independência e imparcialidade, assegurado o sigi- ções penais, especialmente as funcionais, envolven-

.5
lo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo do integrante da Polícia Civil do Distrito Federal;

51
interesse da Administração, sendo suas audiências VII - Auxiliar as demais autoridades policiais da

.7
e reuniões realizadas em caráter reservado. A fun- Corregedoria-Geral de Polícia, nos procedimentos

79
ção de cada membro da Comissão é considerada de sob suas responsabilidades, seja fornecendo-lhes

-0
interesse relevante para a administração. informações, seja apoiando-as operacionalmente;
ZA
VIII - Consultar os cadastros especializados de pes-
Sobre as suas atribuições específicas, elas estão soas, veículos e telefones, envolvidos em infrações
U

dispostas nos incisos do art. 15:


SO

penais ou administrativas com notícia de participa-


ção de integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal;
Art. 15 A Comissão Permanente de Disciplina tem
A

IX - Analisar as informações emitidas pelos bancos


LV

como atribuições:
de dados, existentes em autos, arquivos ou recebi-
I - Promover o processo administrativo disciplinar,
SI

das, em forma de laudos, listagens ou outros regis-


com vista à apuração de transgressões disciplina-
A

tros, visando à obtenção de indícios de prática de


res imputadas a policiais civis e demais servidores
D

infrações em apuração na Corregedoria-Geral de


do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Distrito
R

Polícia;
O

Federal, na forma prevista na legislação em vigor.


X - Manter permanente contato com a Divisão de
YG

II - Realizar, em procedimento próprio, a revisão de


Inteligência Policial e congêneres, para a busca de
processo disciplinar, quando deferida pela autori-
H

informações que auxiliem as investigações desen-


dade competente;
L

volvidas pela Corregedoria-Geral de Polícia;


EL

III - Solicitar ao Diretor-Geral, fundamentadamen-


XI - Apresentar, mensalmente, relatório circunstan-
te, a prorrogação dos prazos previstos em lei para
XW

ciado sobre os trabalhos desenvolvidos, sugerindo a


conclusão dos processos;
adoção de medidas que visem melhor desempenho do
A

IV - Dar conhecimento à autoridade competente


serviço;
M

dos fatos que chegaram ao seu conhecimento no


curso da instrução processual, que devam também XII - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
ser apurados em procedimento diverso; estatísticos das atividades desenvolvidas;
V - Solicitar perícias, laudos, pareceres e outras XIII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planeja-
informações necessárias ao bom desempenho das mento, Estatística e Informática as informações neces-
atividades da Comissão; sárias ao desempenho das atividades daquele Serviço;
VI - Proceder às diligências que julgar convenien- XIV - Avaliar o desempenho funcional dos servido-
te à produção da prova, deslocando-se sempre que res lotados na Divisão;
necessário para qualquer ponto do território nacio- XV - Desempenhar outras atividades que se enqua-
nal, recorrendo inclusive a técnicos ou peritos de drem no âmbito de suas atribuições.
outras unidades especializadas do serviço público;
VII - Encaminhar, mensalmente, ou quando solici- A PC-DF também conta com uma Divisão de Correi-
tado, à Direção-Geral da Polícia Civil, relatório das ção, cujas atribuições estão previstas nos incisos do art. 17:
atividades desenvolvidas;
VIII - Providenciar as avaliações de desempenho Art. 17 A Divisão de Correição, unidade orgânica
funcional e de estágio probatório dos servidores de execução, diretamente subordinada à Correge-
288 lotados na Comissão; doria-Geral de Polícia, tem como atribuições:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - Realizar, por ordem e sob orientação da Corre- XII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
gedoria-Geral de Polícia, correições ordinárias e drem no âmbito de suas atribuições.
extraordinárias nas Unidades Policiais e em outras
unidades orgânicas da Polícia Civil; O controle da remessa de autos é feito pelo órgão
II - Executar correições nos autos de inquéritos de Divisão de Tramitação de Autos. Suas atribuições
policiais e termos circunstanciados antes da remes- estão dispostas no art. 19:
sa ao Judiciário, zelando pela fiel observância das
normas processuais e administrativas; Art. 19 A Divisão de Tramitação de Autos, unidade
III - Receber e controlar as comunicações de prisão
orgânica de execução, diretamente subordinada à
em flagrante;
Corregedoria-Geral de Polícia, tem como atribuições:
IV - Propor normas de padronização de formulá-
I - Controlar e fiscalizar a remessa de autos ao judiciário,
rios, sistemas eletrônicos, livros e documentos
às unidades policiais e aos demais órgãos interessados;
diversos relativos às atividades de apuração de
II - Controlar e fiscalizar o encaminhamento ao
infrações penais e disciplinares na Polícia Civil;
judiciário de peças e objetos vinculados a procedi-
V - Analisar as solicitações de redistribuição de autos
mentos policiais quando relatado;
de inquéritos policiais feitas pelas Unidades Policiais;
III - Controlar os prazos de tramitação de autos de
VI - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
inquéritos policiais e termos circunstanciados no
lotados na Divisão;
âmbito da Polícia Civil;
VII - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
IV - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
estatísticos das atividades desenvolvidas;
estatísticos das atividades desenvolvidas;
VIII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planeja-
V - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
mento, Estatística e Informática as informações neces-
lotados na Divisão;
sárias ao desempenho das atividades daquele Serviço;
VI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planejamen-
IX - Desempenhar outras atividades que se enqua-
to, Estatística e Informática as informações necessá-
drem no âmbito de suas atribuições.
rias ao desempenho das atividades daquele Serviço;
VII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
Portanto, as atividades de correição significam,
drem no âmbito de suas atribuições.
de modo geral, verificar se algum processo não sur-
te os efeitos pretendidos, resultando na possibilidade

4
Para o exercício do controle dos atos relativos ao

-7
de sanar esses defeitos ou, caso não seja possível, de
processo administrativo disciplinar (PAD), a PC-DF

91
extinguir todo o procedimento.
conta com uma Divisão de Procedimentos Admi-

.5
A PC-DF também conta com um órgão único encarre-
nistrativos Disciplinares. As atribuições desse órgão

51
gado de controlar os registros criminais decorrentes da
estão previstas no art. 20:

.7
instauração de inquéritos policiais e termos circunstan-

79
ciados. Essa é a tarefa primordial Da Divisão de Regis-
Art. 20 A Divisão de Procedimentos Administrati-

-0
tros Criminais e Controle de Procedimentos. O art. 18
vos Disciplinares, unidade orgânica de execução,
ZA
é o dispositivo que apresenta todas as suas atribuições: diretamente subordinada à Corregedoria-Geral de
U
Polícia, tem como atribuições:
SO

Art. 18 A Divisão de Registros Criminais e Controle I - Promover as sindicâncias administrativas discipli-


de Procedimentos, unidade orgânica de execução, nares, com vista à apuração de transgressões discipli-
A

diretamente subordinada à Corregedoria-Geral de


LV

nares imputadas a policiais civis e demais servidores


Polícia, tem como atribuições: do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Distrito Fede-
SI

I - Homologar e controlar os registros criminais ral, na forma prevista na legislação em vigor;


A

decorrentes da instauração de inquéritos policiais e


II - Certificar-se dos casos de contumácia, na forma
D

termos circunstanciados no âmbito da Polícia Civil;


da Lei, dando conhecimento ao Corregedor Geral
R

II - Controlar o registro de tramitação de inquéritos


O

de Polícia;
policiais e termos circunstanciados no âmbito da
YG

III - Remeter as Sindicâncias Administrativas ins-


Polícia Civil;
tauradas no âmbito da Polícia Civil à Comissão Per-
H

III - Expedir certidões sobre registros criminais na


manente de Disciplina para fins de arquivamento;
L

Polícia Civil do Distrito Federal;


EL

IV - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas


IV - Fazer anotações das decisões judiciais relativas
estatísticos das atividades desenvolvidas;
XW

a processos criminais originários de procedimento


V - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
policial;
A

lotados na Divisão;
M

V - Atualizar e cadastrar dados de indiciados com


VI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planejamen-
base nas informações prestadas pelo judiciário;
to, Estatística e Informática as informações necessá-
VI - Executar, mediante determinação judicial, o
rias ao desempenho das atividades daquele Serviço;
cancelamento de registros criminais;
VII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
VII - Promover as anotações e eventuais retifica-
drem no âmbito de suas atribuições.
ções relativas a indiciados, denunciados ou conde-
nados recolhidos nos estabelecimentos prisionais;
VIII - Acompanhar a instauração e analisar estatis- Departamento de Administração Geral
LEGISLAÇÃO

ticamente o resultado dos procedimentos policiais


instaurados; Para que a PC-DF possa executar as suas funções
IX - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas com eficiência e perfeição, ela deve contar com uma
estatísticos das atividades desenvolvidas; boa gestão de seus recursos humanos, financeiros e de
X - Avaliar o desempenho funcional dos servidores bens materiais. O órgão que cuida de todas essas ativi-
lotados na Divisão; dades relacionadas com a gestão da PC-DF é o Depar-
XI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de Planejamen- tamento de Administração Geral.
to, Estatística e Informática as informações necessá- Sobre as suas atribuições específicas, o art. 21 expõe
rias ao desempenho das atividades daquele Serviço; todas as atividades realizadas por esse Departamento: 289
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 21 O Departamento de Administração Geral, IX - Elaborar a prestação de contas anual do Orde-
órgão de direção superior, diretamente subordinado nador de Despesas, mediante a consolidação dos
à Direção-Geral da Polícia Civil, tem como atribuições: dados fornecidos pelas unidades subordinadas ao
I - Dirigir, coordenar, planejar e controlar a execu- Departamento de Administração Geral;
ção de atividades de recursos humanos, orçamento, X - Elaborar o Relatório Anual das Atividades da
finanças, contabilidade, planejamento administra- Polícia Civil;
tivo, recursos materiais, patrimônio, transporte, XI - Providenciar as avaliações de desempenho funcio-
serviços gerais, informática, telecomunicações, nal e de estágio probatório dos servidores da Divisão;
projetos de obras e reformas, edificações, reformas XII - Elaborar e controlar escalas de serviço, folhas de
de imóveis, saúde do servidor, tramitação de docu- ponto, licença de pessoal, planos de chamada e de férias;
mentos, processos e arquivo; XIII - Emitir relatório das atividades mensais e
II - Propor normas relativas à sua área de atuação; anuais da Divisão;
III - Implementar ações de organização e moderni- XIV - Desempenhar outras atividades que se enqua-
zação administrativa; drem no âmbito de suas atribuições.
IV - Promover licitação para execução de
obras e serviços de engenharia e concessões e O pagamento da remuneração dos agentes poli-
permissões para ocupação de áreas públicas, ciais, bem como todos os demais aspectos referentes
bem como para outros objetos que venham a ao regime jurídico do pessoal da PC-DF são tarefas
ser definidos por legislação específica; incumbidas à Divisão de Recursos Humanos. O art.
V - Acompanhar os procedimentos licitatórios;
23 dispõe de outras atribuições, que são importantes
VI - Desempenhar outras atividades que lhes forem
serem do conhecimento do candidato.
atribuídas ou delegadas pela Direção-Geral.
Art. 23 A Divisão de Recursos Humanos, unidade orgâ-
Das atribuições apresentadas, precisamos destacar
nica de execução, diretamente subordinada ao Departa-
os incisos IV e V. Por ser um órgão público, é imposto
mento de Administração Geral, tem como atribuições:
à Polícia Civil do Distrito Federal o dever de licitar.
I - Registrar e controlar os dados e informações
Neste caso, a licitação será utilizada para a aquisição
funcionais e financeiras dos servidores lotados e
de materiais essenciais para as suas atividades, como
em exercício na Polícia Civil, bem como dos servi-
uma licitação para aquisição de veículos para sua fro-

4
dores cedidos, aposentados e pensionistas;
ta, ou até mesmo licitação para aquisição de material

-7
II - Executar as atividades de administração de recur-

91
de escritório a ser utilizado pelos Escrivães de Polícia. sos humanos, obedecidas as normas legais pertinentes,

.5
Considerando que há uma grande variedade de com observância das diretrizes das unidades centrais;

51
ações a serem desempenhadas no setor de gestão e III - Registrar e controlar pagamentos, descontos,

.7
administração da PC-DF, o Departamento de Admi- consignações, empréstimos e transferências funcio-

79
nistração Geral conta com múltiplos órgãos de menor nais e financeiras dos servidores quer sejam ativos,

-0
porte para dividir melhor as suas tarefas. aposentados e pensionistas;
As tarefas de elaboração do plano plurianual, do ZA
IV - Cumprir a legislação e as normas expedidas
relatório de atividades da polícia civil, e a prestação sobre recursos humanos;
U

de contas de Ordenador de Despesas, são tarefas V - Propor a elaboração de normas relativas à sua
SO

encarregadas pela Divisão de Planejamento Admi- área de atuação;


A

nistrativo. Nesse sentido, temos o texto do art. 22: VI - Executar as ações relativas à revisão de apo-
LV

sentadorias e pensões;
SI

Art. 22 A Divisão de Planejamento Administrativo, VII - Manter atualizado o cadastro de servidores


ativos, aposentados e pensionistas;
A

unidade orgânica de execução, diretamente subor-


D

dinada ao Departamento de Administração Geral, VIII - Elaborar documentos e coletar dados estatís-
R

tem como atribuições: ticos para subsidiar decisões superiores;


O

I - Realizar estudos a respeito das necessidades IX - Controlar o Plano Anual de Férias das unidades
YG

de recursos humanos, material de consumo e per- orgânicas da Polícia Civil;


H

manente, viaturas policiais, armamentos e demais X - Organizar e apurar os resultados das avaliações
L

equipamentos para a Polícia Civil; de desempenho funcional do estágio probatório dos


EL

II - Promover estudos voltados à distribuição de servidores da Polícia Civil;


XW

servidores policiais às diversas Unidades integran- XI - Desempenhar outras atividades que se enqua-
tes da Polícia Civil; drem no âmbito de suas atribuições.
A
M

III - Elaborar o plano plurianual de investimentos


da Polícia Civil em articulação com a Divisão de O órgão que controla tudo que a PC-DF deve receber
Orçamento e Finanças; (receitas) e gastar (despesas), a título de finanças, é a
IV - Manter mapa anual de gastos realizados pela Polí- Divisão de Orçamento e Finanças (art. 24). É importan-
cia Civil com a receita oriunda de fundos específicos; te esclarecer que a Divisão deverá elaborar o orçamento
V - Desenvolver estudos destinados ao contínuo da Polícia Civil Distrital, seguindo os ditames previs-
aperfeiçoamento da Polícia Civil, propondo a refor- tos na lei orçamentária anual e no plano de diretrizes
mulação, manutenção e investimentos nas suas orçamentárias do Estado. Assim, essa Divisão não deve
estruturas, equipamentos, armamentos, viaturas e extrapolar os limites estabelecidos por essa legislação.
materiais em geral;
VI - Promover estudos quanto às necessidades para Art. 24 A Divisão de Orçamento e Finanças, unida-
o suprimento logístico das unidades móveis da Polí- de orgânica de execução, diretamente subordina-
cia Civil; da ao Departamento de Administração Geral, tem
VII - Promover estudos com o fim de definir a periodi- como atribuições:
cidade de manutenção de máquinas e equipamentos; I - Planejar, executar e controlar as atividades de
VIII - Coletar dados estatísticos e elaborar documentos administração orçamentária, financeira e contábil
290 para subsidiar decisões do Diretor do Departamento; da Polícia Civil do Distrito Federal;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - Colaborar na elaboração do Plano Plurianual de consumo de combustíveis, lubrificantes, pneus, den-
investimento da Polícia Civil; tre outros componentes;
III - Elaborar a proposta orçamentária da Polícia XXI - Promover com antecedência o levantamento
Civil do Distrito Federal; das necessidades de peças, acessórios, lubrifican-
IV - Coordenar e controlar a celebração dos contra- tes, combustíveis e pneus, dentre outros componen-
tos e convênios da Polícia Civil; tes, com vistas à aquisição;
V - Emitir e anular notas de empenho; XXII - Elaborar estudos, relatórios e projetos para divul-
VI - Controlar a execução da contabilidade da Polí- gação e aprimoramento das atividades da Unidade;
cia Civil; XXIII - Registrar a produção diária de serviços
VII - Articular-se com a unidade de gestão orça- e expedir relatórios estatísticos das atividades
mentária, financeira e contábil do Governo do Dis- executadas;
trito Federal; XXIV - Desempenhar outras atividades que se enqua-
VIII - Propor a elaboração de normas e procedi- drem no âmbito de suas atribuições.
mentos relativos à sua área de atuação;
IX - Colaborar na elaboração da prestação de con- O controle do funcionamento e manutenção de
tas anual do ordenador de despesas da Polícia Civil aparelhos tecnológicos, como computadores, ficam a
nos termos da legislação vigente; cargo da Divisão de Informática (art. 26).
X - Desempenhar outras atividades que se enqua-
Art. 26 A Divisão de Informática, unidade orgânica
drem no âmbito de suas atribuições.
de execução, diretamente subordinada ao Departa-
O controle das atividades de transporte de detentos e mento de Administração Geral, tem como atribuições:
de outras atividades policiais que exigem a presença da I - Coordenar, fiscalizar, orientar e controlar as ativida-
des de informática da Polícia Civil do Distrito Federal;
frota é realizado pela Divisão de Transportes (art. 25).
II - Propor normas e procedimentos para utilização
Art. 25 A Divisão de Transportes, unidade orgânica e conservação dos equipamentos de informática;
de execução, diretamente subordinada ao Departa- III - Elaborar o Plano Diretor de Informática da Ins-
mento de Administração Geral, tem como atribuições: tituição, que deverá ser atualizado de acordo com
I - Executar as atividades de transporte, de equi- as necessidades e evolução tecnológica;
pamentos motorizados, de controle, manutenção e IV - Manter articulação permanente com outras uni-
abastecimento de combustíveis; dades de informática, objetivando o aprimoramento

4
tecnológico e o intercâmbio eletrônico de dados de inte-

-7
II - Propor normas relativas ao transporte e equipa-

91
mentos motorizados, acompanhando sua execução; resse da Polícia Civil;
V - Elaborar programas e promover cursos na área

.5
III - Cadastrar, manter, avaliar e propor a renovação

51
da frota de veículos da Polícia Civil do Distrito Federal; de informática, em articulação com a Academia da
Polícia Civil do Distrito Federal;

.7
IV - Manter o registro e controle de componentes e
VI - Avaliar, propor, desenvolver e implementar

79
peças para manutenção dos veículos;
soluções que objetivem a automação e otimização

-0
V - Propor a aquisição, locação e alienação de veí-
culos oficiais; de rotinas da instituição, observando as normas de
ZA
VI - Proceder ao recebimento, registro, distribui- controle de segurança e auditoria dos sistemas;
VII - Participar do desenvolvimento e implantação de
U
ção e regularização da documentação de veículos e
SO

equipamentos motorizados pertencentes à própria programas de melhoria de gestão dos sistemas infor-
frota ou terceirizados; matizados das unidades orgânicas da Polícia Civil;
A

VII - Supervisionar e providenciar a baixa ou trans- VIII - Elaborar estudos, relatórios e projetos, além
LV

ferência de propriedade de veículos; do apoio técnico, para subsidiar decisões dos supe-
SI

VIII - Comunicar ao Departamento de Administração riores hierárquicos;


A

Geral a constatação de dano em veículos da frota da IX - Planejar, orientar e coordenar, em articulação


D

Polícia Civil, decorrentes de acidentes ou uso indevido; com a Divisão de Arquitetura e Engenharia, os ser-
R

IX - Providenciar o licenciamento e emplacamento viços de instalações lógicas e elétricas de implanta-


O

de veículos da Polícia Civil; ção, expansão de sistemas ou subsistemas de rede de


YG

X - Providenciar o recolhimento de multas e guarda comunicação de dados nas unidades da Polícia Civil;
H

da documentação dos veículos; X - Prestar apoio logístico de informática a todos os seg-


L

XI - Executar vistoria em veículos para remaneja- mentos operacionais e administrativos da Instituição;


EL

mento entre unidades usuárias; XI - Elaborar projetos básicos, com especificações


XW

XII - Coordenar a execução das atividades de contro- técnicas da área de informática, objetivando a
le e manutenção da frota de veículos da Polícia Civil; aquisição de recursos tecnológicos;
A

XIII - Promover a vistoria, a revisão preventiva e a XII - Avaliar, inspecionar e emitir parecer técnico
M

recuperação mecânica dos veículos; acerca do recebimento de equipamentos de infor-


XIV - Executar serviços de lanternagem, capotaria mática pela Polícia Civil, a título de doação;
e pintura de veículos; XIII - Propor estratégias que maximizem o valor da
XV - Confeccionar peças e artefatos de metal, ferra- informática como incremento das atividades desen-
mentas e aparelhos para recuperação de veículos; volvidas pelas unidades da Polícia Civil;
XVI - Propor o recolhimento de veículos antieconô- XIV - Planejar e orientar a operação de computado-
micos para fins de alienação; res, dispositivos e acessórios;
LEGISLAÇÃO

XVII - Propor critério de avaliação de veículo, para XV - Desempenhar outras atividades que se enqua-
alienação;
drem no âmbito de suas atribuições.
XVIII - Vistoriar, avaliar e opinar acerca do recebi-
mento de veículos a título de doação ou utilização
de veículos apreendidos; O controle do funcionamento e manutenção de apare-
XIX - Desenvolver e executar as atividades típicas lhos de rádio e outros instrumentos de comunicação são
de borracharia, abastecimento, lavagem e lubrifica- realizados pela Divisão de Telecomunicações (art. 27).
ção de veículos;
XX - Propor a fixação de critérios para abasteci- Art. 27 A Divisão de Telecomunicações, unidade
mento de veículos, controlando o fornecimento e orgânica de execução, diretamente subordinada ao 291
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Departamento de Administração Geral, tem como Art. 29 A Divisão de Apoio e Serviços Gerais, uni-
atribuições: dade orgânica de execução, diretamente subordina-
I - Executar, orientar e controlar as atividades de da ao Departamento de Administração Geral, tem
telecomunicações e radiocomunicações da Polícia como atribuições:
Civil do Distrito Federal; I - Executar e fiscalizar os serviços relativos alve-
II - Supervisionar e fiscalizar o cumprimento da naria, carpintaria, marcenaria, serralheria e ins-
legislação pertinente às telecomunicações; talações hidráulicas, hidrosanitárias e elétricas de
III - Coordenar e executar serviços de instalação, interesse da Polícia Civil;
manutenção, conserto e remoção de equipamentos e II - Receber solicitações de serviço e providenciar o
aparelhos de telecomunicações e radiocomunicações; atendimento de acordo com as prioridades;
IV - Orientar os usuários quanto à adequada utili- III - Promover a manutenção, recuperação e con-
zação dos equipamentos de telecomunicações; servação de paredes em alvenaria, recuperação e
V - Manter contato com as unidades da Polícia instalação de revestimentos de forros, pisos e pare-
Civil, com o objetivo de coletar, processar, dissemi- des, chumbamentos e colocação de vidros, espelhos
nar, padronizar e integrar os dados necessários ao e esquadrias, serviços de pintura, dentre outros;
desempenho das atividades de telecomunicações; IV - Realizar pequenas reformas nas edificações
VI - Manter contato com empresas de telefonia e da Polícia Civil do Distrito Federal, em articulação
radiocomunicação, com vistas à atualização em com a Divisão de Arquitetura e Engenharia;
V - Efetuar revisões periódicas e preventivas dos
novas tecnologias;
sistemas elétrico, hidrosanitário, contra incêndios,
VII - Promover o controle de gastos das ligações
telhados e calhas;
telefônicas locais, interestaduais e internacionais;
VI - Conferir a realização de serviços por terceiros
VIII - Manter atualizada a lista dos telefones inter-
e atestar as notas fiscais pertinentes, correlaciona-
nos da Polícia Civil do Distrito Federal e colaborar
dos à sua área de atuação;
na confecção do catálogo telefônico;
VII - Levantar custos de mão-de-obra e materiais
IX - Elaborar estudos, relatórios, projetos e mapas
para subsidiar os orçamentos de obras e serviços;
estatísticos, para divulgação e aprimoramento das VIII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
atividades da Unidade; drem no âmbito de suas atribuições.
X - Elaborar projetos técnicos para aquisição de
equipamentos;
É interessante notar que há uma divisão própria

4
XI - Desempenhar outras atividades que se enqua-

-7
drem no âmbito de suas atribuições. para controlar as atividades relativas a obras de

91
arquitetura e engenharia (art. 30), se destacando dos

.5
demais serviços de apoio. Essa distinção reflete bas-
Existe, também, uma divisão própria que cuida do

51
tante no aspecto licitatório: há algumas modalidades
manuseio e controle dos recursos materiais a serem

.7
de licitação consideradas mais adequadas para a pres-

79
utilizados pelos agentes policiais civis (art. 28).
tação de serviços de obras desse tipo.

-0
Art. 28 A Divisão de Recursos Materiais, unidade orgâ- ZA
nica de execução, diretamente subordinada ao Departa- Art. 30 A Divisão de Arquitetura e Engenharia, uni-
dade orgânica de execução, diretamente subordina-
U
mento de Administração Geral, tem como atribuições:
SO

I - Planejar, executar e controlar as atividades de admi- da ao Departamento de Administração Geral, tem


como atribuições:
nistração de material e patrimônio, móvel e imóvel;
A

I - Planejar, dirigir, organizar, orientar, controlar


II - Prever e prover a Polícia Civil do Distrito Fede-
LV

e avaliar a execução das atividades relacionadas a


ral dos recursos materiais necessários à execução
SI

obras e serviços de engenharia;


das suas atribuições;
II - Avaliar as necessidades de construção, conser-
A

III - Elaborar relatórios semestrais referentes à


D

vação e reparo dos imóveis da Polícia Civil do Dis-


aquisição de materiais;
R

trito Federal;
IV - Propor normas e rotinas para a aquisição, distribui-
O

III - Analisar projetos de fundações, cálculos estru-


ção, solicitação, utilização e conservação de materiais;
YG

turais, pavimentação e drenagem, bem como das


V - Coordenar, organizar e acompanhar a execução
instalações elétricas, hidrosanitárias, telefônicas e
H

das requisições de material de consumo, com o con-


de combate a incêndio;
L

trole do estoque;
EL

IV - Analisar projetos de arquitetura para constru-


VI - Realizar pesquisa de preços de materiais, bem
ção ou reforma de prédios próprios ou locados à
XW

como especificar, codificar e catalogar as mesmas;


Polícia Civil do Distrito Federal;
VII - Proceder à realização dos inventários anuais;
A

V - Zelar dos bens imóveis da Polícia Civil, atentan-


VIII - Executar as atividades pertinentes ao recebi-
M

do pela sua correta utilização;


mento, conferência, guarda e distribuição de material;
VI - Vistoriar imóveis próprios ou locados pela Polí-
IX - Zelar pela manutenção dos bens móveis da Polí-
cia Civil do Distrito Federal, apresentando relatório
cia Civil;
técnico sobre as necessidades de execução de repa-
X - Proceder ao recolhimento de bens móveis conside-
ros e manutenções;
rados inservíveis, antieconômicos ou ociosos, objeti-
VII - Estabelecer as medidas necessárias para a pre-
vando a alienação, recuperação ou redistribuição;
servação do meio ambiente nas áreas sob a admi-
XI - Desempenhar outras atividades que se enqua-
nistração da Polícia Civil;
drem no âmbito de suas atribuições.
VIII - Coordenar, controlar e avaliar o atendimento
das solicitações de serviços de engenharia das uni-
Para o controle das demais atividades e serviços de dades da Polícia Civil do Distrito Federal;
apoio, que não se confundem com as tarefas primordiais IX - Conferir a realização de serviços por terceiros
e típicas da Polícia Civil, há também uma Divisão de e atestar as notas fiscais pertinentes;
Apoio e Serviços Gerais (art. 29). Essa divisão é encar- X - Acompanhar a execução dos contratos pertinen-
regada, por exemplo, dos serviços de alvenaria, carpin- tes à sua área de atuação;
taria, marcenaria, serralheria e instalações hidráulicas, XI - Manter organizados e atualizados os documen-
292 hidrosanitárias e elétricas de interesse da PC-DF. tos da unidade, em suporte eletrônico ou em papel;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XII - Promover a especificação de materiais e ser- Polícia Civil conta também com uma Comissão Per-
viços relativos à construção ou reparos de imóveis manente de Licitação (art. 32).
da Polícia Civil;
XIII - Desempenhar outras atividades que se enqua- Art. 32 A Comissão Permanente de Licitação, uni-
drem no âmbito de suas atribuições. dade orgânica de execução, diretamente subordina-
da ao Departamento de Administração Geral, tem
Os serviços de saúde e assistência médico-hospi- como atribuições:
talar também sofrem controle de órgão especializado I - Planejar, coordenar, implementar, acompanhar,
denominado Policlínica (art. 31). supervisionar e orientar as atividades de licitações,
referentes a Obras e Serviços de Engenharia, Con-
Art. 31 A Policlínica, unidade orgânica de execu- cessões e Permissões;
ção, diretamente subordinada ao Departamento de II - Elaborar minutas de editais, convites e seus ane-
Administração Geral, tem como atribuições: xos, visando à formalização e à instrução adequa-
I - Prestar atendimento na área de saúde para os da dos processos de licitação;
policiais civis; III - Organizar e controlar o cronograma de reali-
II - Gerenciar assistência médica, psicológica, fisio- zação de licitações;
terápica, odontológica, farmacêutica, fonoaudio- IV - Providenciar a publicação, na Imprensa Oficial
lógica, laboratorial e enfermagem, preventiva e e em Jornal de grande circulação, de avisos de lici-
curativa prestada aos policiais civis; tação, de resultado de habilitação, de julgamento,
III - Coordenar, participar ou implementar, isolada de adiamento, de revogação e de anulação;
ou associadamente a outras unidades ou institui- V - Acompanhar os prazos de impugnações dos
ções de saúde, mediante convênios, programas de editais e recursos interpostos contra decisões rela-
prevenção de agravos à saúde, tratamento de doen- tivas à habilitação, inabilitação e julgamento e os
ças e melhoria da qualidade de vida; prazos mínimos de publicações de editais;
IV - Realizar atividades de medicina do trabalho; VI - Analisar e responder as impugnações e recur-
V - Analisar, visando homologação, laudos e atesta- sos referentes a editais e convites;
dos médicos fornecidos por terceiros, para efeito de VII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
concessão de licenças médicas ou abonos de faltas ao drem no âmbito de suas atribuições.
serviço;

4
VI - Manter atualizados e de modo uniforme os Para controlar as atividades relativas ao controle de

-7
prontuários das áreas médica, odontológica, psico- contas especiais, a PC-DF também apresenta uma Comis-

91
lógica e fisioterápica, e os registros de controle de são Permanente de Tomada de Contas Especial (art. 33).

.5
tempo das licenças concedidas aos servidores, por

51
motivo de doença ou tratamento de saúde; Art. 33 A Comissão Permanente de Tomada de Contas

.7
VII - Proceder a perícias médicas nas áreas administra- Especial, unidade orgânica de execução, diretamen-

79
tiva e trabalhista dos servidores, com vistas a exames te subordinada ao Departamento de Administração

-0
admissionais, demissionais, periódicos, de verificação Geral, composta de um presidente, dois membros e
de capacidade laborativa, física e sanidade mental e
ZA
um secretário, todos designados pelo Diretor-Geral
outros exames da esfera trabalhista; da Polícia Civil, tem como atribuições:
U

VIII - Realizar exames clínicos, diagnóstico e trata-


SO

I - Controlar, coordenar e executar as atividades


mento de doenças ou outros distúrbios orgânicos, formais de apuração de tomada de contas especiais
A

bem como orientar e encaminhar pacientes para instauradas no âmbito da Polícia Civil, de acordo
LV

tratamento especializado; com as normas estabelecidas pelo Tribunal de Con-


SI

IX - Solicitar, realizar, analisar e interpretar resul- tas do Distrito Federal e outros órgãos de controle;
tados de exames complementares de laboratório e II - Controlar a tramitação e os prazos dos procedi-
A
D

exames radiológicos; mentos de Tomadas de Contas Especiais;


R

X - Emitir laudos relativos à saúde do servidor em III - Expedir e controlar intimações e ordens de ser-
O

seu ambiente de trabalho e em relação às ativida- viços, bem como realizar todas as diligências ineren-
YG

des exercidas; tes aos processos de Tomada de Contas Especiais;


H

XI - Propor normas, rotinas e procedimentos IV - Articular-se com o Tribunal de Contas do Dis-


L

para as atividades médico-periciais, trabalhista e trito Federal e com a Corregedoria do Distrito Fede-
EL

administrativa; ral para a execução de suas atribuições;


XW

XII - Estudar as causas médicas do absenteísmo V - Encaminhar, mensalmente, à Direção-Geral da


propondo medidas de caráter preventivo; Polícia Civil, relatório das atividades desenvolvidas;
A

XIII - Desenvolver e executar programas de pre- VI - Elaborar e controlar as folhas de ponto, licença
M

venção e de tratamento de dependentes químicos de pessoal, planos de chamada e de férias dos servi-
e alcoólicos, integrantes do quadro da Polícia Civil dores da Comissão;
do Distrito Federal; VII - Providenciar as avaliações de desempenho
XIV - Elaborar estudos, relatórios e projetos para divul- funcional e de estágio probatório dos servidores da
gação e aprimoramento das atividades da Policlínica; Comissão;
XV - Estabelecer cronograma de inspeção de saúde VIII - Desempenhar outras atividades que se enqua-
e psicológica dos policiais civis, os quais deverão drem no âmbito de suas atribuições.
LEGISLAÇÃO

ser submetidos a exames uma vez a cada quatro


anos, cujas convocações serão realizadas pela pró- Dos Departamentos de Polícia
pria Policlínica;
XVI - Desempenhar outras atividades que se enqua- O Regimento Interno prevê, ao todo, quatro tipos
drem no âmbito de suas atribuições. de departamentos de polícia que integram a PC-DF.
Analisaremos cada um desses departamentos apenas
Para cuidar de todo o procedimento licitatório, quanto as suas atribuições.
desde a convocação dos interessados mediante edital O Departamento de Polícia Circunscricional é a
até a fase de homologação da proposta vencedora, a unidade central da Polícia Civil Distrital que possui a 293
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
importante tarefa de coordenar todas as atividades rea- III - Propor políticas e normas de prevenção e
lizadas pelas Delegacias de Polícia. Por ser uma unidade repressão à prática de infrações penais;
central, ela pode prestar apoio operacional para as demais IV - Gerenciar, no âmbito de suas atribuições, situa-
unidades da PC-DF. É isso o que dispõe o texto do art. 34: ções críticas de motins, rebeliões e tentativas de inva-
são em órgãos da Polícia Civil do Distrito Federal;
V - Coordenar e supervisionar as operações técni-
Art. 34 O Departamento de Polícia Circunscricio-
cas de interceptação de comunicação telefônica no
nal, unidade central de coordenação técnica e ope-
âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal;
racional, diretamente subordinado à Direção-Geral
VI - Acompanhar as investigações dos crimes que
da Polícia Civil, tem como atribuição:
sejam ou tenham sido alvo de investigação por
I - Planejar, coordenar, supervisionar e orientar a exe-
Comissão Parlamentar de Inquérito, em matéria de
cução das atividades das Delegacias Circunscricionais;
atribuições da Polícia Civil;
II - Propor políticas e normas de prevenção e VII - Desenvolver programas de estudo, pesquisa,
repressão à prática de infrações penais; compartilhamento e transferência de conhecimen-
III - Prestar apoio operacional a todas as unidades tos de assuntos específicos atinentes ao exercício
subordinadas à Polícia Civil do Distrito Federal; das atividades do Departamento;
IV - Desempenhar outras atividades que se enqua- VIII - Prestar apoio às unidades da Polícia Civil acerca
drem no âmbito de suas atribuições. de investigações, cumprimento de mandados de pri-
são e localização de pessoas procuradas pela Justiça;
O Departamento de Polícia Especializada, por sua IX - Dar proteção a policiais civis e autoridades dos
vez, é o órgão encarregado de coordenar todas as ativida- órgãos do Distrito Federal e União, que estejam
des de polícia especializada. Esse termo é utilizado para sendo coagidas ou expostas à grave ameaça, quan-
designar as atividades de polícia que envolvem conheci- do determinado pelo Diretor-Geral de Polícia;
mentos mais específicos, e que exigem maior aperfeiçoa- X - Dar proteção a vítimas ou testemunhas de
mento e profissionalização de seus agentes. É o caso, por crimes que estejam sendo coagidas ou expostas
à grave ameaça em razão de colaborarem com a
exemplo, das atividades de repressão às drogas; da coleta,
investigação ou processo criminal;
análise e difusão de informações; e das atividades de cadas-
XI - Elaborar Planos de Segurança Orgânica da
tro de crimes de homicídio, roubos e furtos de veículos e os Polícia Civil;
crimes contra o consumidor, contra mulheres, crianças e XII - Elaborar e supervisionar as Ordens de Missão

4
-7
adolescentes, e os crimes contra o meio ambiente. expedidas pelo Diretor-Geral de Polícia, de acordo

91
O art. 36 é o dispositivo que apresenta as atribuições com as diretrizes da Secretaria de Estado de Segu-

.5
específicas do Departamento de Polícia Especializada: rança Pública do Distrito Federal;

51
XIII - Elaborar e expedir projetos, planos de traba-

.7
Art. 36 O Departamento de Polícia Especializada, lho e normas para a execução das atividades das

79
órgão central de coordenação técnica e operacio- unidades policiais subordinadas e;

-0
nal, diretamente subordinado a Direção-Geral, tem XIV - Executar outras atividades que se enquadrem
como atribuições: no âmbito de suas atribuições.
ZA
I - Planejar, coordenar, supervisionar e orientar a execu-
U

ção de todas as atividades das unidades subordinadas; O Departamento de Polícia Técnica, por fim, é o
SO

II - Propor políticas e normas de prevenção e órgão responsável pela coordenação das atividades rela-
repressão a prática de infrações penais;
A

tivas aos exames de identificação de corpos, pessoas, e as


LV

III - Prestar apoio operacional a todas as unidades da demais perícias realizadas durante as atividades de inves-
Polícia Civil do Distrito Federal, quando solicitado;
SI

tigação policial. É isso o que dispõe o texto do art. 69:


IV - Organizar, manter e disponibilizar bancos de
A

dados de roubo e furto de veículos;


D

Art. 69 O Departamento de Polícia Técnica, órgão


V - Executar a vistoria preventiva e repressiva em
R

central de coordenação das perícias técnico-cientí-


O

veículos automotores;
ficas, diretamente subordinado à Direção-Geral da
YG

VI - Coordenar e controlar a custódia e movimenta-


Polícia Civil, tem como atribuições:
ção de pessoas presas provisoriamente no âmbito
H

I - Planejar, coordenar, orientar, controlar e fiscali-


da Polícia Civil;
L

zar a execução das atribuições das unidades de polí-


EL

VII - Desempenhar outras atividades que se enqua-


cia técnica que lhe são diretamente subordinadas;
drem no âmbito de suas atribuições.
XW

II - Elaborar e propor a programação anual de tra-


balho das unidades de polícia técnica que lhe são
A

Já o Departamento de Atividades Especiais é o


M

diretamente subordinadas;
órgão encarregado de exercer controle de operações de III - Inspecionar as unidades sob sua subordinação,
natureza mais técnica, como as interceptações telefôni- do ponto de vista administrativo, técnico científico
cas, as situações críticas de rebelião e motim dentro das e de polícia judiciária, verificando a regularidade
Delegacias, entre outras atividades especiais. do serviço e o cumprimento das diretrizes emana-
O art. 56 é o dispositivo que apresenta todas as das pela Direção-Geral da Polícia Civil;
atribuições específicas desse Departamento: IV - Autorizar o deslocamento de viaturas e servi-
dores para municípios circunvizinhos com objetivo
Art. 56 O Departamento de Atividades Especiais, de serviço, desde que não importe em despesa;
órgão de coordenação técnica e operacional, dire- V - Fazer a lotação de servidores quando a movi-
tamente subordinado à Direção-Geral da Polícia mentação ocorrer no âmbito do Departamento;
Civil, tem como atribuições: VI - Propor políticas e normas para a execução das
I - Dirigir, coordenar, orientar e controlar a execução atividades de suas atribuições;
de todas as atividades que lhe estão subordinadas; VII - Articular-se com outras unidades de polícia
II - Assessorar o Diretor-Geral de Polícia Civil nos técnico-científica buscando o intercâmbio de infor-
assuntos de planejamento operacional, gerenciamento mações e experiências, visando o aperfeiçoamento
294 de situações críticas e atividade de inteligência policial; de suas atividades;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - Promover a articulação dos institutos dentre Parágrafo único. São atividades desenvolvidas em
si e com os demais órgãos de investigação da Polí- regime de plantão na Academia de Polícia Civil:
cia Civil, visando à integração da atividade fim de a) Zelar pela segurança, vigilância e conservação
apuração das infrações penais; das instalações da unidade orgânica e do patrimô-
IX - Fomentar estudos e pesquisas científicas no nio público;
âmbito do Departamento, visando o aperfeiçoa- b) Proceder à recepção, à identificação, e ao enca-
mento da investigação criminal técnico-científica e minhamento das pessoas que ingressem nas depen-
da identificação civil e criminal; dências da Academia de Polícia Civil;
X - Elaborar, analisar e consolidar os relatórios das c) Proceder à guarda e posterior devolução das
atividades das unidades que lhe são subordinadas; armas portadas por visitantes e alunos que ingres-
XI - Expedir normas de caráter técnico-científico visan- sem no prédio;
do disciplinar as atividades das unidades subordinadas; d) Efetuar o registro de todas as ocorrências disci-
XII - Desempenhar outras atividades que se enqua- plinares e administrativas;
drem no âmbito de suas atribuições. e) Realizar, diariamente, o hasteamento e o arriamento
das bandeiras, e zelar pela sua guarda e conservação;
Da Academia de Polícia Civil f) Controlar a utilização dos estandes de tiro, nos
dias não úteis e nos horários fora do expediente
Outro órgão essencial para a Polícia Civil Distrital é normal, observando o cumprimento das normas;
a Academia de Polícia Civil. Esse é o órgão responsável g) Controlar, o horário de acesso e saída de alunos
pela capacitação e aperfeiçoamento profissional dos na Academia, observando as normas internas rela-
agentes policiais. Lembre-se, também, que o ingresso tivas ao uso de arma de fogo e de uniforme;
no cargo da PC-DF exige do candidato a aprovação em h) Prestar auxílio aos alunos, aos visitantes e aos ser-
curso ministrado pela Academia. vidores que necessitem de socorro médico durante as
Sobre as suas atribuições específicas, o art. 86 pro- atividades desenvolvidas na Academia de Polícia Civil;
cura dividir as suas competências em dois grupos. Seu i) Cumprir e zelar pelo cumprimento das normas
caput apresenta as atribuições realizadas em jornada disciplinares, escolares e administrativas no âmbi-
to da Academia de Polícia Civil;
normal de trabalho, enquanto o parágrafo único apre-
j) Executar outras atividades que se enquadrem no
senta as atribuições realizadas em regime de plantão. O
âmbito de suas atribuições.
regime de plantão é aquele que supera a jornada normal

4
-7
de trabalho, e pode ser realizado por outros órgãos da A Academia busca apoio de órgãos de menor porte

91
PC-DF também, como os Departamentos e as Delegacias. para o exercício de suas atribuições. Para as atividades

.5
É importante conhecer o texto do art. 86: letivas (de ensino), temos as Divisão Técnica de Ensino

51
e a Divisão de Apoio ao Ensino. As atribuições de cada

.7
Art. 86 A Academia de Polícia Civil, unidade orgâ- uma dessas divisões estão dispostas nos arts. 87 e 88:

79
nica de formação e capacitação profissional poli-

-0
cial, diretamente subordinada à Direção Geral da
Art. 87 A Divisão Técnica de Ensino, unidade orgâ-
Polícia Civil, tem como atribuições: ZA
nica de execução, diretamente subordinada à Aca-
I - Planejar, organizar, coordenar, controlar e exe-
U
demia de Polícia, tem como atribuições:
cutar a política de seleção, formação e capacitação
SO

I - Coordenar, controlar e fiscalizar todas as atri-


dos recursos humanos da Polícia Civil;
buições das seções que lhe são subordinadas;
II - Planejar, orientar e coordenar o processo sele-
A

II - Traçar e fixar as diretrizes básicas das ativida-


LV

tivo de pessoal para as carreiras da Polícia Civil;


des didáticas e pedagógicas, visando à formação, ao
III - Produzir pesquisa que vise à atualização e ao
SI

aperfeiçoamento da formação e capacitação do aperfeiçoamento e especialização do Policial Civil;


A

policial civil e a dar uniformidade à doutrina de III - Submeter à aprovação superior, planos, progra-
D

procedimentos policiais; mas e projetos relativos a processos de formação e


R

aperfeiçoamento dos recursos humanos da Polícia


O

IV - Coordenar a realização de concursos públicos, no


Civil e de conveniados, sugerindo os recursos financei-
YG

âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal, bem como


firmar regras editalícias e demais atos relativos à ros e materiais necessários ao seu desenvolvimento;
H

espécie; IV - Elaborar pareceres sobre o desempenho dos cor-


L

pos docente e discente da Academia de Polícia Civil;


EL

V - Propor medidas de atualização e de aperfeiçoa-


mento dos cursos de formação e de capacitação do V - Processar e controlar a expedição de certifica-
XW

policial civil; dos de conclusão de cursos;


VI - Propor diretrizes pedagógicas necessárias ao
A

VI - Produzir e difundir conhecimentos que visem


M

ao aperfeiçoamento da atividade policial civil; aperfeiçoamento do ensino na Academia;


VII - Manter intercâmbio cultural com outras ins- VII - Consignar, no Livro de Ocorrências Escolares,
tituições de ensino policial visando ao aperfeiçoa- os fatos dessa natureza, submetendo-o à Direção
mento e à adequação das práticas e das orientações da Academia a cada lançamento;
pedagógicas às necessidades da atividade policial; VIII - Cumprir e fazer cumprir as normas discipli-
VIII - Elaborar e executar, anualmente, o Plano nares, escolares e administrativas no âmbito da
Geral de Ensino e Cultural; Academia de Polícia Civil;
IX - Propor o Regimento Escolar da Academia; IX - Desempenhar outras atividades que se enqua-
LEGISLAÇÃO

X - Manter organizada e atualizada a Galeria de drem no âmbito de suas atribuições.


Fotografias de Policiais Mortos em serviço e pro- Art. 88 A Divisão de Apoio ao Ensino, unidade
mover as solenidades póstumas, quando determi- orgânica de execução, diretamente subordinada à
nadas pela Direção-Geral da PC-DF; Academia de Polícia Civil, tem como atribuições:
XI - Promover a conscientização e incentivar o con- I - Coordenar, controlar e fiscalizar todas as atri-
dicionamento físico dos policiais civis e demais ser- buições das seções que lhe são subordinadas;
vidores, fomentando a integração desportiva; II - Planejar, gerenciar e executar as atividades de
XII - Executar outras atividades que se enquadrem apoio logístico ao ensino praticado na Academia de
no âmbito de suas atribuições. Polícia Civil; 295
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - Acompanhar o desenvolvimento tecnológico, II - Implantar e Implementar ações que visem à partici-
visando à aquisição e à utilização de novos equipa- pação da comunidade junto às unidades da Polícia Civil;
mentos de apoio ao ensino; III - Coordenar projetos, programas e atividades de
IV - Minutar editais, avisos e ordens de serviço referentes segurança comunitária, que visem à prevenção de
à execução de cursos de formação e aperfeiçoamento; crimes, em apoio às Delegacias Circunscricionais;
V - Realizar treinamento de instrutores para a área IV - Propor convênios, contratos, ajustes e demais
de formação e aperfeiçoamento policial; instrumentos necessários à implantação, manuten-
VI - Revisar apostilas para cursos e outros trabalhos ção de Projetos ou Programas e melhoria das ativi-
necessários às atividades pedagógicas da Academia; dades de Segurança Comunitária, desenvolvimento
VII - Cumprir e fazer cumprir as normas disciplina- de pesquisas e estatísticas;
res, escolares e administrativas no âmbito da Aca- V - Apoiar as Delegacias Circunscricionais e Especiali-
demia de Polícia Civil; zadas, no desenvolvimento de ações que visem à melho-
VIII - Desenvolver outras atividades que se enqua- ria do atendimento público, a prevenção de crimes,
drem no âmbito de suas atribuições. redução da criminalidade e combate à impunidade;
VI - Promover um amplo programa de integração
com os conselhos comunitários de Segurança Públi-
Para as atividades relacionadas com a realização de
ca e as demais unidades da Polícia Civil;
concurso público para ingressar na PC-DF, a Academia
VII - Buscar junto aos órgãos públicos, do Distrito
conta com o auxílio da Divisão de Gerência de Con- Federal e/ou Federal, apoio e recursos para os pro-
cursos, cujas atribuições estão previstas no art. 89: jetos de cunho preventivo, de interesse da comuni-
dade e da Polícia Civil;
Art. 89 A Divisão de Gerência de Concursos, unida- VIII - Elaborar relatórios técnicos objetivando o apri-
de orgânica de execução, diretamente subordinada moramento das atividades de segurança comunitária;
à Academia de Polícia Civil, tem como atribuições: IX - Coordenar eventos relacionados com a filosofia
I - Propor a seleção dos recursos humanos e a reali- de Segurança Comunitária a serem realizados pela
zação de concursos públicos da Polícia Civil; Polícia Civil;
II - Colaborar na elaboração de minutas de regras X - Estimular as iniciativas de profissionais de segu-
editalícias e dos demais atos relativos ao processo rança em trabalhos de Programa Segurança Comu-
de seleção de recursos humanos; nitária, sugerindo premiações e o reconhecimento
III - Acompanhar os processos e as atividades rela-

4
institucional desses profissionais;

-7
tivas à seleção de pessoal; XI - Propor programas de ensino, treinamento e

91
IV - Analisar propostas, acompanhar e fiscalizar os seminários, objetivando a formação e o aprimora-

.5
processos que envolvam terceirização de concurso mento dos policiais civis como das comunidades

51
público e as diversas etapas da seleção de pessoal; com foco na filosofia de Segurança Comunitária;

.7
V - Manter atualizado cadastro geral de candidatos XII - Coordenar e acompanhar projetos comunitários

79
inscritos em concurso público para os cargos da Polí- desenvolvidos nas áreas dos Conselhos de Segurança;

-0
cia Civil do Distrito Federal, com informações referen- XIII - Identificar as áreas prioritárias para imple-
tes a conhecimentos, a habilidades e a aptidões; mentação de projetos sociais que visem redução da
ZA
VI - Realizar estudos e pesquisas relacionados à criminalidade; no sentido de promover desenvolvi-
U

seleção de pessoal; mento de programas de inclusão social nas áreas


SO

VII - Monitorar e assessorar o sistema de cargos das delegacias circunscricionais, em locais onde se
A

da PC-DF; constatam altos índices de criminalidade;


LV

VIII - Realizar levantamento de dados referentes ao XIV - Fomentar o envolvimento de ONGs, e outras
quantitativo de servidores da PC-DF;
SI

entidades civis, em projetos conjuntos com a PC-DF.


IX - Elaborar estimativas e projeções da necessida-
A

de de servidores para a PC-DF;


D

Do Conselho Superior da Polícia Civil


X - Analisar dados estatísticos da realidade do DF
R
O

que subsidiem as estimativas e projeções de neces- O último órgão a ser analisado é o Conselho Supe-
YG

sidades de servidores para a PC-DF; rior da Polícia Civil. Esse órgão é bastante distinto
XI - Propor cronogramas de processos seletivos
H

dos demais, pois ele apresenta funções deliberativas,


para os cargos da PC-DF;
L

consultivas e opinativas. Isso significa que o Conselho


EL

XII - Acompanhar alterações na legislação que impac-


Superior não possui um assunto em específico de sua
tem as necessidades de provimento de cargos da
XW

competência, pois a sua função é, justamente, opinar


PC-DF;
e deliberar sobre todas as questões que repercutem na
A

XIII - Cumprir e fazer cumprir as normas discipli-


Polícia Civil. Todos os assuntos tratados pelos demais
M

nares, escolares e administrativas no âmbito da


órgãos são objeto de deliberação do Conselho Superior.
Academia de Polícia Civil;
XIV - Desenvolver outras atividades que se enqua- O Regimento Interno busca apresentar detalhes
drem no âmbito de suas atribuições. importantes ao Conselho Superior, como as suas atri-
buições e a sua composição. É importante esclarecer
Por fim, para realizar as atividades de segurança que o Conselho Superior é um órgão colegiado, e as
comunitária por toda a PC-DF, a Academia conta com suas deliberações são feitas mediante a votação de um
o apoio da Divisão de Polícia Comunitária. Suas prin- grande número de seus membros. A sua composição
cipais atribuições estão previstas nos incisos do art. 90: encontra-se exposta no art. 91:

Art. 90 A Divisão de Polícia Comunitária, unida- Art. 91 O Conselho Superior da Polícia Civil do Distrito
de orgânica de execução e assessoramento, dire- Federal, com atribuições consultivas, opinativa, nor-
tamente subordinada à Academia de Polícia Civil, mativa, de deliberação colegiada, presidido pelo Dire-
tem como atribuições: tor-Geral da Polícia Civil tem a seguinte composição:
I - Elaborar o planejamento estratégico para sedi- I - Membros natos:
mentação das ações do Programa de Segurança a) Diretor-Geral da Polícia Civil;
296 Comunitária no âmbito da Polícia Civil; b) Diretor-Geral Adjunto da Polícia Civil;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Corregedor-Geral de Polícia Civil; V - Opinar sobre a proposta Orçamentária da Poli-
d) Diretor do Departamento de Polícia Especializada; cia Civil do Distrito Federal;
e) Diretor do Departamento de Polícia Circunscricional; VI - Funcionar como Conselho de Ética;
f) Diretor do Departamento de Polícia Técnica; VII - Opinar sobre pedidos de anistia;
g) Diretor do Departamento de Atividades Especiais; VIII - Aprovar medidas que visem ao aperfeiçoa-
h) Diretor do Departamento de Administração Geral; mento profissional e dos serviços prestados pela
i) Diretor da Academia de Polícia Civil; Polícia Civil do Distrito Federal;
j) Ex-Diretor-Geral da Polícia Civil; IX - Opinar sobre propostas de alterações na estru-
k) Ex-Corregedor Geral de Polícia Civil. tura orgânica e no quadro funcional da Polícia Civil;
II- Membros escolhidos: X - Opinar em planos de aplicação de recursos;
a) Um Delegado de Polícia da classe especial; XI - Elaborar e aprovar regimento interno próprio;
b) Um Perito Médico Legista da classe especial; XII - Aprovar normas regimentais da Polícia Civil;
c) Um Perito Criminal da classe especial; XIII - Propor normas gerais de procedimentos de
d) Um Papiloscopista da classe especial; apuração de infrações penais e de gestão da Polícia
e) Um Agente de Polícia da classe especial;
Civil do Distrito Federal;
f) Um Escrivão de Polícia da classe especial;
XIV - Aprovar normas gerais de procedimentos
g) Um Agente Penitenciário da classe especial.
para apuração do estágio probatório;
§1º Os membros natos de que tratam as alíneas “j”
XV - Propor ao Diretor-Geral de Polícia outras pro-
e “k” do inciso I, farão parte do Conselho até que
completem o tempo regular para a aposentadoria. vidências que visem a recompor a ordem discipli-
§2º Os membros de que tratam as alíneas “a” à “g” nar e administrativa das atividades da Polícia Civil;
do inciso II, serão escolhidos em listas sêxtuplas na XVI - Formular moções sobre assuntos relevantes
forma do Decreto Distrital nº 23.291, do dia 18 de de interesse da Polícia Civil do Distrito Federal;
outubro de 2002 e suas alterações. XVII - Opinar sobre temas relativos à interpretação
§3º Os membros de que tratam as alíneas “a” à de normas disciplinares, administrativas e penais
“g” do inciso II serão substituídos pelo primeiro no exercício das atividades da Polícia Civil;
suplente nos casos de ausência ou impedimento e, XVIII - Opinar sobre a movimentação de dirigente
por decisão do Diretor-Geral de Polícia Civil, até o de unidade orgânica da Polícia Civil;
final do respectivo mandato, no caso de vacância. XIX - Deliberar sobre fato de relevância que envolva
§4º Qualquer um dos membros escolhidos poderá os interesses da Polícia Civil do Distrito Federal.

4
desistir de sua participação no Conselho Superior

-7
de Polícia Civil. Para facilitar a memorização dessa complexa

91
estrutura organizacional da PC-DF, apresentamos os

.5
É interessante notar que o Regimento Interno órgãos mais importantes na seguinte ilustração:

51
faz uma divisão dos membros do Conselho Superior.

.7
Temos membros natos, que integram o Conselho e a

79
sua presença é absolutamente obrigatória. Dos mem- Direção-Geral

-0
bros natos, temos os membros que ocupam posição de ZA Divisões de Recursos
grau elevado em seu respectivo órgão, como o Diretor- Humanos, Informática,
-Geral, seu Adjunto, o Corregedor-Geral, e os Diretores Corregedoria-Geral Transportes.
U
SO

dos múltiplos Departamentos da PC-DF.


Gostaríamos de destacar o Ex-Diretor-Geral e o Delegacia
Departamento de
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PC-DF

Circunscricional
Ex-Corregedor-Geral da Polícia Civil: essas pessoas Administração-Geral
LV

permanecem na composição do Conselho Superior, Delegacias


SI

mesmo que não estejam mais ocupando o respectivo Departamento de Polícia especializadas (drogas,
A

cargo, até a data de sua aposentadoria. Circunscricional homicídios,


D

Os membros escolhidos, por sua vez, são os mem- roubos e furtos)


R

bros do Conselho cuja participação não é obrigató- Departamento de Polícia


O

Especializada Divisões de operações


ria. Por isso o texto do parágrafo quarto salienta que
YG

especiais (sequestro,
qualquer um dos membros escolhidos tem o direito controle de armas)
H

Departamento de
de abrir mão e desistir de participar das reuniões do
Atividades Especiais
L

Conselho Superior. Os membros escolhidos são pes-


EL

Perícias, Identificação
soas que ocupam uma posição hierárquica inferior, Departamento de de Pessoas, Instituto
XW

como o Médico-Legista, o Papiloscopista, o Agente de Polícia Técnica Médico-Legal


Polícia, o Escrivão, entre outros.
A

Sobre as atribuições do Conselho Superior, elas


M

Academia de Divisão de Ensino, de


estão dispostas nos incisos do art. 92: Polícia Concurso Público, e de
Polícia Comunitária
Art. 92 Ao Conselho Superior da Polícia Civil do Conselho Superior
Distrito Federal, tem como atribuições:
I - Conhecer as representações contra membros do
Conselho, encaminhado-as, com parecer, ao Dire-
DOS CARGOS DA POLÍCIA CIVIL
tor-Geral de Polícia Civil;
LEGISLAÇÃO

II - Opinar sobre as diretrizes básicas dos concur-


sos públicos para ingresso nas carreiras da Polícia O regime jurídico dos agentes policiais é o estatutá-
Civil do Distrito Federal; rio. Tais pessoas precisam ser aprovadas em concurso
III - Opinar quanto à formação, especialização, treina- público para poder ocupar um cargo dentro da PC-DF.
mento e aperfeiçoamento dos servidores policiais civis; É evidente que o Regimento Interno deve dispor, tam-
IV - Opinar quanto à concessão de comendas e bém, sobre como se estruturam esses cargos.
outras honrarias da Polícia Civil para policiais De início, o Regimento Interno deixa claro que a
civis e membros da comunidade; PC-DF apresenta dois tipos de cargos: cargos de provi-
mento efetivo e cargos comissionados. 297
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os cargos efetivos são aqueles que, para o seu ingres- V - Proceder à análise de dados e elaborar informa-
so, o candidato interessado deve ser aprovado em exa- ções no âmbito da Polícia Civil;
me de concurso público, bem como assinar termo de VI - Participar de estudos e pesquisas de natureza
posse, prometendo cumprir as atribuições do cargo em técnica sobre administração policial;
que foi investido. Dos cargos efetivos da PC-DF, o art. 94 VII - Representar à autoridade competente sobre
questões de natureza penal;
dispõe que há um Quadro estruturado em Carreira do
VIII - Planejar operações de segurança e de
Delegado de Polícia, e para a Carreira do Policial Civil.
investigações;
IX - Supervisionar ou executar operações de cará-
Art. 94 O quadro funcional da Polícia Civil do Dis- ter sigiloso;
trito Federal é composto pela Carreira de Delegado X - Instaurar e presidir inquéritos policiais e termos
de Polícia do Distrito Federal e a Carreira de Polícia circunstanciados;
Civil do Distrito Federal. XI - Presidir sindicâncias e outros procedimentos
§ 1º A Carreira de Delegado de Polícia do Distrito Fede- administrativos;
ral é composta pelos cargos de Delegado de Polícia. XII - Presidir audiências e lavratura do respectivo
§2º A Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal é termo;
composta pelos cargos de Perito Criminal, Perito XIII - Proceder com todos os atos e formalidades
Médico Legista, Agente de Polícia, Escrivão de Polícia, necessários para a instrução do inquérito policial
Perito Papiloscopista Policial e Agente Penitenciário. e outros procedimentos de natureza criminal ou
administrativa;
Os cargos em comissão, por sua vez, estão inseridos XIV - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando
no grupo das “funções de confiança”. Seu aspecto mais estabelecer novas técnicas e procedimentos de trabalho;
característico é o fato de que o seu ingresso para esse XV - Executar outras atividades decorrentes de sua
tipo de cargo não necessita de aprovação em concurso lotação;
público. Por isso, costumamos dizer que os cargos comis- XVI - Cumprir e fazer cumprir o presente regimen-
sionados são cargos “de livre provimento e exoneração”. to, regulamentos administrativos e leis em vigor;
Isso porque os cargos em comissão são providos XVII - Desempenhar outras atividades que se
enquadrem no âmbito de suas atribuições.
por livre nomeação da autoridade competente. Sig-
nifica que a autoridade tem uma grande margem de

4
liberdade na escolha do servidor ocupante desse car- Sobre a carreira de policial civil, temos múltiplos

-7
cargos pelos quais o candidato poderá ingressar. O pri-

91
go. Mesmo apresentando uma lista de candidatos que
meiro cargo tratado pelo Regimento Interno é o Perito

.5
preenchem alguns requisitos mínimos, a autoridade
Criminal. Esse é o agente policial encarregado de reali-

51
nomeante pode utilizar de critérios mais subjetivos,
zar os exames periciais nos locais de ocorrência do cri-

.7
baseados no voto de confiança que a autoridade tem
me. O trabalho dessas pessoas ajuda a identificar, por

79
pelo candidato. Justamente pelo fato de o cargo em
exemplo, a sequência de fatos até a ocorrência do crime,

-0
comissão ser geralmente criado para as funções de
bem como a realização de diversos exames especiais,
direção, chefia, e assessoramento, não há a necessida- ZA
como o exame datiloscópico, grafotécnico, balística etc.
de de abrir concurso público para preenchê-los.
U
As atribuições do Perito Criminal estão dispostas
Os cargos em comissão da Polícia Civil, ao contrá-
SO

nos incisos do art. 96:


rio dos cargos efetivos, não estão estruturados em car-
A

reira. São, de modo geral, os cargos de alta direção,


LV

Art. 96 São atribuições do Perito Criminal:


como o Diretor-Geral, o Corregedor-Geral, os Coorde- I - Planejar, coordenar e executar estudos e projetos
SI

nadores, os Chefes de Serviço, os Secretários Adminis- de pesquisa, visando ao estabelecimento de novos


A

trativos, entre outros. métodos e técnicas no campo da Criminalística;


D

Por ser de nosso maior interesse, devemos dedicar II - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando
R

nosso tempo aos cargos efetivos. estabelecer novas técnicas e procedimentos de trabalho;
O
YG

III - Realizar exames periciais em locais de infração


Das Atribuições Funcionais dos Cargos Efetivos penal, suicídios e acidentes com vítimas;
H

IV - Realizar exames em armas e instrumentos utili-


L
EL

O Regimento Interno apresenta as principais atribui- zados ou presumivelmente utilizados na prática de


ções de todos os cargos estruturados em carreira, seja de infrações penais;
XW

Delegado de Polícia ou da carreira de Policial Civil. V - Efetuar exames documentos cópicos e grafotécnicos;
A

VI - Realizar perícias contábeis;


Sobre a carreira de Delegado de Polícia, ela apre-
M

VII - Proceder a pesquisas e perícias microscópicas


senta apenas o cargo de Delegado de Polícia. Essa é a
e identificação veicular;
autoridade policial encarregada de coordenar, execu- VIII - Realizar coleta de elementos necessários à
tar e controlar todas as atividades de polícia civil. As complementação dos exames periciais;
suas atribuições estão dispostas nos incisos do art. 95: IX - Realizar perícias e análises laboratoriais, no
ramo da biologia, física e química;
Art. 95 São atribuições do Delegado de Polícia: X - Elaborar a perícia merceológica;
I - Supervisionar, coordenar, controlar e executar XI - Proceder a exames de balística forense;
as atividades específicas de polícia civil ou de inte- XII - Proceder a exames periciais de informática;
resse da segurança pública; XIII - Proceder a exames periciais na área de enge-
II - Desenvolver estudos e pesquisas com vistas à nharia legal e de meio ambiente;
preservação da segurança pública; XIV - Proceder às periciais audiovisuais;
III - Estudar e propor medidas destinadas a simpli- XV - Proceder a exames e emitir laudos e parece-
ficar o trabalho e a redução dos custos das opera- res em todos os assuntos de criminalística e da sua
ções policiais; especialidade;
IV - Elaborar planos de estudos de situação de bus- XVI - Efetuar trabalhos fotográficos para instruir
298 ca de informações e de operações policiais; laudos periciais;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XVII - Orientar servidores visando ao desenvolvimento II - Desenvolver, no âmbito de sua competência,
técnico das atividades voltadas à perícia criminalística; pesquisas visando aprimorar as técnicas existentes
XVIII - Presidir sindicâncias e outros procedimen- buscando novas tecnologias que possam agilizar e
tos administrativos; melhorar os resultados dos procedimentos periciais.
XIX - Executar outras atividades decorrentes de sua III - Planejar, coordenar e controlar a realização de cap-
lotação; tura e pesquisa em sistemas automatizados de leitura,
XX - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, comparação e identificação de impressões papilares;
regulamentos administrativos e leis em vigor; IV - Realizar pesquisas laboratoriais com reagentes
XXI - Desempenhar outras atividades que se enqua- para revelação de impressões e fragmentos, bem
drem no âmbito de suas atribuições. como para regeneração de tecidos papilares.
V - Coordenar, supervisionar e elaborar os laudos
Mas as atividades de perícia não são exclusivas do periciais atinentes ao cargo, com base em estudos
Perito Criminal. A depender do tipo de exame pericial, técnico-científicos;
VI - Planejar e coordenar programas na área de iden-
há um policial civil mais qualificado para realizá-lo. É
tificação civil e projetos de atendimento à comunida-
o caso do Perito Médico Legista, que trabalha bastan-
de, visando assegurar o exercício pleno da cidadania;
te com o aspecto biológico do crime. O Médico Legista VII - Realizar perícia papiloscópica em local de cri-
é o agente que realiza, por exemplo, a identificação do me, em veículos e em materiais;
corpo da vítima, determinando a idade da vítima por VIII - Realizar perícia necropapiloscópica em cadá-
sua arcada dentária. O Perito Médico Legista também veres com estágios diferenciados de decomposição
pode lidar com substâncias tóxicas quando a vítima e condição de morte, com a finalidade de estabele-
apresentar veneno ingerido em seu corpo. cer a identificação;
As suas atribuições mais específicas estão dispos- IX - Realizar perícia em vestígios papiloscópicos,
tas nos incisos do art. 97: efetuando análise técnico-científica de impressões e
fragmentos papilares coletados em local de crime,
Art. 97 São atribuições do Perito Médico Legista: tomando por base todas as minúcias presentes;
I - Supervisionar, coordenar e executar os traba- X - Coordenar e executar o processo de identifica-
lhos de perícias laboratoriais, toxicológicas, exa- ção papiloscópica e antropológica civil e criminal;
mes radiológicos e outros de mesma natureza, XI - Realizar perícia papiloscópica em documentos,
efetuando análise e pesquisa de dados de identifica-

4
visando à elucidação de infrações penais, suicídios

-7
e ocorrências de natureza acidental; ção e de padrões papilares;

91
II - Executar e complementar perícia médico-legal, XII - Realizar perícia poroscópica, objetivando a

.5
no vivo e no morto; identificação humana;

51
III - Proceder a exames e emitir laudos e pareceres XIII - Realizar, no âmbito de sua competência, perícia

.7
em todos os assuntos de medicina legal e da sua de representação facial humana, a partir de descri-

79
especialidade; ção de caracteres somatoscópicos distintivos da face;

-0
IV - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando XIV - Efetuar a coleta, análise, codificação e decodi-
estabelecer novas técnicas e procedimentos de trabalho; ficação de padrões papiloscópicos, visando possibi-
ZA
V - Planejar, desenvolver e executar estudos e proje- litar o acesso sistematizado;
U

tos de pesquisa, visando ao estabelecimento de novos XV - Realizar perícia de reconstituição facial humana,
SO

métodos e técnicas no campo da medicina legal; no âmbito de sua competência, com a finalidade de
recompor caracteres somatos++cópicos do cadáver que
A

VI - Estudar e propor medidas destinadas a simpli-


apresenta lesões prejudiciais à sua identificação visual;
LV

ficar o trabalho e a redução dos custos, das ativida-


XVI - Realizar perícias de projeção de envelheci-
SI

des periciais;
mento e rejuvenescimento facial humano para fins
VII - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando
A

de identificação;
D

estabelecer novas técnicas e procedimentos de trabalho;


XVII - Realizar captura e pesquisa em sistemas
R

VIII - Executar necropsias, exames clínicos e outros de


automatizados de leitura, comparação e identifica-
O

mesma natureza, visando à elucidação de infrações


ção de impressões papilares;
YG

penais, suicídios e ocorrências de natureza acidental;


XVIII - Realizar pesquisas nos acervos de cadactilar,
IX - Executar perícias na área da psiquiatria forense;
H

monodactilar, quiroscópico, podoscópico e fotográ-


X - Efetuar trabalhos fotográficos para instruir lau-
L

fico, bem como a organização sistematizada deles;


EL

dos periciais;
XIX - Realizar perícia prosopográfica humana, no
XW

XI - Presidir sindicâncias e outros procedimentos


âmbito de sua competência, visando estabelecer a
administrativos;
identificação da pessoa, com base na comparação
A

XII - Executar outras atividades decorrentes de sua


M

de pontos característicos do rosto;


lotação;
XX - Supervisionar, elaborar e assinar laudos peri-
XIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimen- ciais papiloscópicos, necropapiloscópicos, poroscó-
to, regulamentos administrativos e leis em vigor; picos e outros atinentes ao cargo;
XIV - Desempenhar outras atividades que se enqua- XXI - Realizar pesquisas laboratoriais com reagen-
drem no âmbito de suas atribuições. tes para revelação de impressões e fragmentos,
bem como para regeneração de tecidos papilares;
O Papiloscopista Policial é o perito que também pro- XXII - Efetuar trabalhos técnicos fotográficos e
LEGISLAÇÃO

cura trabalhar mais com o corpo da vítima, tal como o macrofotográficos para instruir laudos periciais;
Médico-Legista. A diferença é que o papiloscopista realiza XXIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimen-
exames voltados à identificação de pessoas mediante a aná- to, regulamentos administrativos e leis em vigor;
lise de suas impressões digitais. De forma mais detalhada, XXIV - Executar outras atribuições de natureza e
o art. 98 apresenta todas as atribuições do Papiloscopista: requisitos similares.

Art. 98 São atribuições do Papiloscopista Policial: O Agente de Polícia é outro cargo de grande
I - Planejar, coordenar, supervisionar, organizar e importância na carreira policial civil. Esse é o princi-
realizar todas as perícias atinentes ao cargo. pal membro que executa todas as ações características 299
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da atividade policial. O Agente de Polícia está presen- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
te em diversos instantes, desde investigar a cena do
crime, realizar intimações, e até mesmo escoltar pre- A sessão das disposições finais e transitórias do
sos ou realizar a condução coercitiva de testemunhas regimento interno apresenta apenas uma matéria
para depor sobre o crime. As atribuições do agente de de nosso interesse, que diz respeito aos símbolos da
polícia estão previstas no art. 99: Polícia Civil do Distrito Federal. Essa informação
encontra-se disposta no art. 135:
Art. 99 São atribuições do Agente de Polícia:
I - Investigar atos ou fatos que caracterizem ou Art. 135 Os símbolos oficiais de identificação da
possam caracterizar infrações penais;
Polícia Civil são: Bandeira, Hino, Brasão e Distin-
II - Assistir a autoridade policial no cumprimento
das atividades de Polícia Civil; tivo instituídos pelas Portarias da Secretaria Estado
III - Coordenar ou executar operações e ações de natu- de Segurança Pública do Distrito Federal nºs: 002,
reza policial ou de interesse de segurança pública; de 12 de janeiro de 1987, 612, de 12 de dezembro de
IV - Executar intimações, notificações ou quais- 1983 e 117, de 11 de março de 1983, e a Lei nº 1.677,
quer outras atividades julgadas necessárias ao de 1997 regulamentada pelo Decreto nº 20.232, de
esclarecimento de atos ou fatos sob investigações; 1999, sendo vedado a utilização de quaisquer
V - Dirigir veículos automotores em serviços, ações
outros identificadores pelas unidades policiais;
e operações policiais;
VI - Executar outras atividades decorrentes de sua Parágrafo Único. É obrigatória a utilização do Brasão
lotação; da Polícia Civil, com exclusividade, em todos os docu-
VII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, mentos oficiais e meios de transportes caracterizados.
regulamentos administrativos e leis em vigor.
O Hino, a Bandeira, o Brasão e o Distintivo são
O Escrivão de Polícia, por sua vez, é o membro os símbolos que identificam essa instituição, e o seu
da PC-DF responsável por toda a atividade de registro, uso é privativo dos agentes policial, apenas. Não pode,
documentação, e outras atividades cartorárias. Nesse
por exemplo, um particular utilizar o uniforme de
mesmo sentido, temos o texto do art. 100:
policial civil, ou o Distintivo. A vedação do uso dos

4
-7
Art. 100 São atribuições do Escrivão de Polícia: símbolos da Polícia Civil estende-se, inclusive, para

91
I - Planejar, controlar e executar todas as ativida- todas as entidades civis, integrantes da esfera privada.

.5
des específicas de cartório;

51
II - Providenciar o recolhimento das fianças

.7
prestadas; Importante!

79
III - Certificar as atividades cartorárias realizadas;

-0
IV - Acompanhar a autoridade policial nas dili- Procure memorizar os símbolos da Polícia Civil:
gências externas, quando necessário ao desenvol- ZA
Hino, Bandeira, Brasão, Distintivo.
vimento de atividades cartoriais;
U
V - Executar os registros das atividades cartorárias;
SO

VI - Prestar contas ao chefe imediato do valor das


fianças recebidas e custas depositadas, bem como
A
LV

acautelar objetos e valores ausentes;


VII - Atuar em processos de natureza
SI

administrativa; LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL


A

VIII - Executar outras atividades decorrentes de


D

sua lotação;
R

IX - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, DA SEGURANÇA PÚBLICA


O
YG

regulamentos administrativos e leis em vigor;


X - Desempenhar outras atividades que se enquadrem De acordo com o art. 117-A, a Segurança Pública é um
H

no âmbito de suas atribuições ou determinadas por dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Ela
L

superior hierárquico e inerentes à atividade policial.


EL

deve ser exercida com base em princípios e objetivos esta-


XW

Por fim, o Agente Penitenciário é o membro da belecidos por esse artigo. Para facilitar seu estudo, dividi-
PC-DF encarregado de realizar as atividades de guar- mos tais princípios e objetivos na tabela a seguir. Vejamos:
A
M

da, vigilância, escolta, custódia, revista pessoal, enfim,


todas as atividades relacionadas com a pessoa do PRINCÍPIOS OBJETIVOS
detento que se encontra encarcerado. Seu rol de atri-
I - respeito aos direitos
buições é mais simples, e estão previstas no art. 101:
humanos e promoção dos
I - a prevenção das infrações
direitos e das garantias
Art. 101 São atribuições do Agente Penitenciário: penais, por meio de procedi-
I - Assistir os dirigentes a quem esteja diretamente
fundamentais individuais
mentos investigatórios e de
subordinado; e coletivas, especialmente
policiamento ostensivo;
II - Executar as atividades de atendimento, serviço dos segmentos sociais de
de vigilância, custódia, escolta, revista pessoal maior vulnerabilidade;
e em objetos, guarda, assistência e orientação II - preservação da ordem
de pessoas recolhidas aos estabelecimentos pública, assim entendidas as II - a apuração das infra-
prisionais e congêneres; ordens urbanística, fundiária, ções penais, por meio de
III - Acompanhar os processos de reeducação, rein-
econômica, tributária, das re- procedimentos investiga-
tegração social e ressocialização do detento;
lações de consumo, ambien- tórios de polícia judiciária;
IV - Executar outras atribuições específicas do car-
300 go ou de interesse da segurança pública.
tal e da saúde pública;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - gestão integrada de Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autorida-
seus órgãos e deles com III - o exercício da atividade de, cometidos por agente público, servidor ou não, que,
as esferas educacional, da de defesa civil, prevenção e no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
saúde pública e da assis- combate a incêndios, ala- -las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
tência social, com a fina- gamentos, enchentes e ou-
lidade de prestar serviço tros desastres; Nota-se que se trata de crime próprio, pois somen-
concentrado na prevenção; te poderá ser praticado por agente público.

IV - ênfase no policiamen- IV - a guarda dos prédios pú- Art. 1º [...]


to comunitário; blicos do Distrito Federal. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem cri-
V - preservação da incolumi- me de abuso de autoridade quando praticadas pelo
dade das pessoas e do pa- agente com a finalidade específica de prejudicar
trimônio público e privado. outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou,
ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

DA POLÍCIA CIVIL Nesse contexto, apenas restará caracterizado cri-


me de abuso de autoridade quando o ato for praticado
À Polícia Civil, órgão permanente dirigido por pelo agente com a finalidade específica de prejudicar
delegado de polícia de carreira, incumbe, ressalvada a outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou,
competência da União, as funções de polícia judiciária ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
e a apuração de infrações penais, exceto as militares,
nos termos do que dispõe o art. 119, do referida Lei
Orgânica. Importante!
O §1°, do art. 119, da Lei Orgânica do DF, são princí-
pios institucionais da Polícia Civil do Distrito Federal: A divergência na interpretação de lei ou na ava-
liação de fatos e provas não configura abuso de
z Unidade; autoridade (§ 2°, do art. 1°).
z Indivisibilidade;
Legalidade;

4
z
SUJEITOS DO CRIME

-7
z Moralidade;

91
z Impessoalidade;
O art. 2º da Lei traz um rol de autoridades que

.5
z Hierarquia funcional;

51
podem ser sujeitos ativos dos crimes previstos na Lei
z Disciplina e unidade de doutrina e de procedimentos.

.7
de Abuso de Autoridade. Atente-se para o fato de que

79
se trata de um rol exemplificado.
Aos integrantes da categoria de delegado de polícia

-0
é garantida independência funcional no exercício das
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de auto-
ZA
atribuições de Polícia Judiciária, segundo o que dispõe ridade qualquer agente público, servidor ou não,
o §4°, do art. 119.
U
da administração direta, indireta ou fundacional
SO

Os Institutos de Criminalística, de Medicina Legal de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
e de Identificação compõem a estrutura administrati- do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
A

va da Polícia Civil, devendo seus dirigentes ser esco- compreendendo, mas não se limitando a:
LV

lhidos entre os integrantes do quadro funcional do I - servidores públicos e militares ou pessoas a


SI

respectivo instituto, e são consideradas atividades de eles equiparadas;


A

caráter técnico-cinetífica. II - membros do Poder Legislativo;


D

ATENÇÃO! A função de polícia civil é considerada III - membros do Poder Executivo;


R

técnica. IV - membros do Poder Judiciário;


O
YG

Aos integrantes das categorias de perito criminal, V - membros do Ministério Público;


médico legista e perito papiloscopista é garantida a VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
H

independência funcional na elaboração dos laudos


L
EL

periciais, à luz do que alude o §9, do art. 119. Pode cometer o crime qualquer agente público, ser-
Segundo redação dada pelo §16°, do art. 119, a Polí- vidor ou não, da administração direta, indireta ou fun-
XW

cia Civil do Distrito Federal pode dispor de unidade dacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
A

especializada na custódia de presos provisórios e bens do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.
M

apreendidos, devendo seu dirigente ser escolhido


entre os integrantes da categoria funcional de Agente Art. 2° [...]
Policial de Custódia Parágrafo único. Reputa-se agente público, para
os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE
LEGISLAÇÃO

mandato, cargo, emprego ou função em órgão


2019 ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

A Lei 13.869 de 2019, também conhecida como Lei DA AÇÃO PENAL


de Abuso de Autoridade, apresenta em sua vertente
de estrutura central os crimes de abuso de autoridade, Os crimes previstos na Lei de Abuso de Autorida-
cometidos por agente público, servidor ou não, que, de são de ação penal pública incondicionada (art. 3º)
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê- Admite-se, entretanto, ação privada se a ação penal
-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao 301
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer cabimento, apresentando as penas restritivas de direi-
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do tos substitutivas das privativas de liberdade. Vejamos:
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, z Penas restritivas de direitos:
retomar a ação como parte principal (§ 1º, do art. 3º).
A ação privada subsidiária será exercida no prazo „ Prestação de serviços à comunidade ou a enti-
de 6 meses, contado da data em que se esgotar o pra- dades públicas;
zo para oferecimento da denúncia. „ Suspensão do exercício do cargo, da função ou
do mandato, pelo prazo de 1 a 6 meses, com a
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação perda dos vencimentos e das vantagens.
penal pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal As penas restritivas de direitos podem ser aplica-
pública não for intentada no prazo legal, cabendo das autônoma ou cumulativamente (parágrafo único,
ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-
art. 5º).
-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir
De forma isolada, aplica-se apenas uma delas,
em todos os termos do processo, fornecer ele-
como, por exemplo, a aplicação da pena restritiva de
mentos de prova, interpor recurso e, a todo tem-
po, no caso de negligência do querelante, retomar direito de prestação de serviços à comunidade.
a ação como parte principal. De forma cumulativa, são aplicadas duas penas
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no em conjunto.
prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se As penas restritivas de direito têm a finalidade de
esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. substituir as penas restritivas de liberdade.

É de suma importância o entendimento de que se DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E


trata de prazo decadencial impróprio, pois mesmo ADMINISTRATIVA
que esgotado o prazo, o Ministério Público poderá
ingressar com a denúncia. É importante, antes de adentrarmos no assunto, o
conhecimento das três esferas de punição: adminis-
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO trativa, civil e penal.

4
-7
91
O art. 4º da Lei 13.869 de 2019 elenca os efeitos Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplica-

.5
secundários da condenação. Assim, uma vez conde- das independentemente das sanções de nature-

51
nado, o agente terá que: tornar certa a obrigação de za civil ou administrativa cabíveis.

.7
indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, Parágrafo único. As notícias de crimes previstos

79
a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor nesta Lei que descreverem falta funcional serão

-0
informadas à autoridade competente com vistas à
mínimo para reparação dos danos causados pela
apuração. ZA
infração, considerando os prejuízos por ele sofridos
U
(I); ser inabilitado para o exercício de cargo, mandato
Podemos concluir, portanto, que as notícias de
SO

ou função pública, pelo período de 1 a 5 anos (II); per-


crimes previstos na Lei que descreverem falta funcio-
der o cargo, o mandato ou a função pública (III).
A

nal serão informadas à autoridade competente tendo


É importante destacar que a inabilitação e a per-
LV

como objetivo a apuração.


da do cargo não possuem efeitos automáticos e deve-
SI

rão ser expressamente declarados na sentença pelo O art. 7º da Lei 13.869 de 2019 apresenta a seguinte
A

juiz; também estão condicionados à reincidência em redação:


D

crime de abuso de autoridade. (§ único, art. 4º).


R

Art. 7º As responsabilidades civil e administrati-


O

va são independentes da criminal, não se podendo


YG

mais questionar sobre a existência ou a autoria


H

EFEITO DA CONDENAÇÃO
do fato quando essas questões tenham sido decidi-
L

das no juízo criminal.


EL
XW

Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo Imagine que um agente penitenciário realiza a
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na
conduta de constranger o preso, mediante violência,
A

sentença o valor mínimo para reparação


M

dentro da cela. A conduta do agente gerará penali-


dade nas três esferas: administrativa (por meio de
Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função um Processo Administrativo Disciplinar, podendo ser
pública pelo período de 1 a 5 anos demitido), civil (por meio de processo judicial – res-
sarcimento à vítima por danos morais e/ou materiais)
e penal (processo judicial, aplicando-se uma pena).
No entanto, se o agente penitenciário não for con-
Perda do cargo, do mandato ou da função pública
denado na esfera penal, não poderá ser condenado
nas esferas administrativa e civil.
Atenção! Quando a esfera penal decide, não se pode
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato.
Outras situações que fazem coisa julgada nas
Dentre as formas de penas cabíveis no Direito esferas cível e administrativa é a sentença penal que
Penal brasileiro, existem aquelas que são restritivas de reconhece ter sido o ato praticado em estado de neces-
direitos, também chamadas de penas alternativas. O sidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de
302 art. 5° da Lei 13.869 de 2019 elencou as hipóteses de dever legal ou no exercício regular de direito (Art. 8º).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Estado de Importante!
necessidade
O Supremo Tribunal Federal decidiu que a con-
DECISÕES DA
Existência ou autoria
do fato
dução coercitiva do investigado ou do réu para
ESFERA PENAL
QUE FAZEM COISA Legítima defesa interrogatório no âmbito da investigação ou ação
JULGADA NA CÍVEL penal é ilegal por afronta ao direito ao silêncio do
E ADMINISTRATIVA Ato praticado em acusado e ao princípio da não autoincriminação.
Estrito
cumprimento de
dever legal
O art. 12 da Lei tipifica a conduta de deixar injusti-
ficadamente de comunicar prisão em flagrante à auto-
Exercício regular ridade judiciária no prazo legal.
de direito
Nesse mesmo sentido, o art. 306 do Código de Pro-
cesso Penal determina que a prisão de qualquer pessoa
e o local onde se encontra serão comunicados imedia-
DOS CRIMES E DAS PENAS
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e
à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
A partir do art. 9º da Lei, são elencados diversos
O art. 12, portanto, criminaliza a desobediência
crimes. Vamos trabalhar um por um.
deste dispositivo que assegura um direito importan-
O art. 9º tipifica a conduta de decretar medida de
tíssimo do paciente. Ou seja, a autoridade policial que
privação da liberdade em manifesta desconformida-
deixa de comunicar a prisão em flagrante à autoridade
de com as hipóteses legais. A pena para o crime é de
judiciária no prazo de 24 horas incorre no crime pre-
detenção de 1 a 4 anos mais multa.
Inicialmente, cabe ressaltar que as hipóteses legais visto neste artigo, configurando abuso de autoridade.
de privação da liberdade são: prisão em flagrante; A prisão em flagrante que não é comunicada ime-
prisão temporária e prisão preventiva. Deste modo, diatamente à autoridade judiciária é, portanto, arbi-
a autoridade que dispõe de competência para determi- trária e ilegal.
nar a privação de liberdade, e a faz fora das hipóteses
legais, cometerá o crime previsto nesse artigo. Art. 12 Deixar injustificadamente de comunicar pri-

4
-7
A consumação da conduta prevista no caput são em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:

91
dar-se-á no momento da decretação da medida de pri- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

.5
vação da liberdade; trata-se de uma conduta comissiva.

51
Já a consumação do parágrafo único (descrito a seguir) O parágrafo único do art. 12 estabelece as condu-

.7
ocorrerá com a prática de uma das condutas descritas, tas equiparadas em seus incisos. Desse modo, incorre

79
tratando-se de uma conduta omissiva (deixar de fazer). na mesma pena quem:

-0
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em I - deixa de comunicar, imediatamente, a execu-
ZA
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: ção de prisão temporária ou preventiva à autori-
U

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. dade judiciária que a decretou;
SO

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autorida- II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão
A

de judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua
LV

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; família ou à pessoa por ela indicada;


III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24
SI

II - substituir a prisão preventiva por medida cau-


telar diversa ou de conceder liberdade provisória, (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada
A

pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes


D

quando manifestamente cabível;


do condutor e das testemunhas;
R

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus,


O

quando manifestamente cabível. IV - prolonga a execução de pena privativa de


YG

liberdade, de prisão temporária, de prisão preven-


tiva, de medida de segurança ou de internação, dei-
H

É interessante salientar que figuram como sujei-


xando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
L

tos ativos do crime os Ministros, os desembargadores


EL

e juízes, pois são estes os responsáveis por decretar executar o alvará de soltura imediatamente após
recebido ou de promover a soltura do preso quando
XW

medida de privação da liberdade. Em contrapartida,


esgotado o prazo judicial ou legal.
preenche o polo passivo do crime a pessoa que ficou
A

privada de liberdade.
M

Trata-se de um crime formal, pois não há necessi- O crime previsto nesse artigo é um crime omissi-
dade do resultado para a sua consumação. vo próprio, consumando-se quando o agente deixa de
A próxima conduta que iremos analisar é a do art. 10, fazer o que estabelece a lei.
que consiste no decreto de condução coercitiva de teste- O art. 13 traz uma modalidade de constrangimento
munha ou investigado de forma manifestamente descabi- ilegal, sendo tipificado o ato de constranger o preso
da ou ainda sem prévia intimação de comparecimento ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou
ao juízo. A consumação do crime dá-se no momento em redução de sua capacidade de resistência.
LEGISLAÇÃO

que é decretada a medida de condução, sendo que a pena Inicialmente, cabe ressaltar a diferença entre pre-
é de detenção, de um a quatro anos, e multa. so e detento. Preso é a pessoa que teve sua prisão for-
É importante considerar que, ao contrário do cri- malizada; já o detento é aquele que está sob custódia
me previsto no art. 9º, esse não é cometido apenas do Estado, porém, não condenado por sentença transi-
pelos magistrados, uma vez que pode ser cometido por tada em julgado (não teve a prisão formalizada).
autoridade policial, membro do Ministério Público ou,
até mesmo, por Comissão Parlamentar de Inquérito. Art. 13 Constranger o preso ou o detento, mediante
O sujeito ativo é a autoridade que possui competência violência, grave ameaça ou redução de sua capaci-
para decretar a medida de condução coercitiva. dade de resistência, a: 303
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou
à curiosidade pública; quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão. A
II - submeter-se a situação vexatória ou a cons- pena é de detenção de 6 meses a 2 anos e multa.
trangimento não autorizado em lei;
III - (VETADO). Art. 16 [...]
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul- como responsável por interrogatório em sede de
ta, sem prejuízo da pena cominada à violência. procedimento investigatório de infração penal, dei-
xa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo
O art. 15 prevê como crime o ato de obrigar alguém falsa identidade, cargo ou função.
que possua dever legal de sigilo a depor mediante
ameaça de prisão. O art. 18 estabelece como crime a conduta de sub-
meter o preso a interrogatório policial durante o
Art. 15 Constranger a depor, sob ameaça de prisão, período noturno, salvo em caso de prisão em flagran-
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou te ou se ele, devidamente assistido, consentir em pres-
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: tar declarações. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem O interrogatório do preso não poderá ser realizado
prossegue com o interrogatório:
durante o repouso noturno. Segundo os professores
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao
e doutrinadores Rogério Sanches e Rogério Greco, o
silêncio; ou
período de repouso noturno é estabelecido após as 21
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida
por advogado ou defensor público, sem a presença horas e antes das 5 horas.
de seu patrono. Recentemente, a Nova Lei de Abuso de Autoridade
(13.869, de 2019) tratou sobre este assunto, concretizan-
Nesse mesmo sentido, dispõe o art. 207 do Código do os entendimentos doutrinários quanto ao horário:
de Processo Penal:
Art. 22 Invadir ou adentrar, clandestina ou astu-
ciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante,
Art. 207 São proibidas de depor as pessoas que,

4
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele per-

-7
em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
manecer nas mesmas condições, sem determinação

91
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:

.5
parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

51
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no

.7
Um exemplo dessa situação é o advogado que expla- caput deste artigo, quem: [...]

79
na seu cliente com a finalidade de constrangê-lo, sendo III - cumpre mandado de busca e apreensão domi-

-0
que possuía o dever de guardar segredo ou resguardar ciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das
sigilo, em razão da profissão (cabe lembrar que nada ZA
5h (cinco horas).
impede que o advogado testemunhe em determinado
U

crime, quando não atua como advogado da parte).


SO

Apesar disso, não se pode afirmar que houve a


Incorre na mesma pena quem prossegue com o modificação do horário para todos os crimes do Código
A

interrogatório de pessoa que tenha decidido exercer Penal, porque se trata de uma legislação especial, que
LV

o direito ao silêncio ou optado por ser assistida por somente se aplica aos crimes de abuso de autoridade.
SI

advogado ou defensor público, sem a presença de seu


patrono (parágrafo único).
A

Dica
D
R

Violência Institucional O examinador da banca pode dificultar a questão,


O

portanto saiba que é atípica a conduta descrita


YG

Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou nesse artigo quando o agente estiver em flagrante.
H

a testemunha de crimes violentos a procedimentos


L

desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve


EL

De acordo com o art. 19, constitui conduta criminosa:


a reviver, sem estrita necessidade:
XW

I - a situação de violência; ou
Art. 19 Impedir ou retardar, injustificadamente,
II - outras situações potencialmente geradoras de
A

o envio de pleito de preso à autoridade judiciária


sofrimento ou estigmatização:
M

competente para a apreciação da legalidade de sua


Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro inti-
mide a vítima de crimes violentos, gerando indevi-
da revitimização, aplica-se a pena aumentada de O pleito ao qual se refere o arquivo diz respeito ao
2/3 (dois terços). direito de representação e petição do preso. É uma forma
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de cri- de solicitação, verbal ou escrita, em defesa de seus direitos.
mes violentos, gerando indevida revitimização, Importa dizer que é punível o magistrado, incor-
aplica-se a pena em dobro. rendo na mesma pena, quando ciente do impedimento
ou da demora, deixa de tomar as providências tenden-
O delito tipificado no art. 16 possui relação com o tes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir
inciso LXIV, art. 5º, da Constituição Federal, segundo o sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade
qual o preso tem direito à identificação dos responsá- judiciária que o seja (parágrafo único, do art. 19).
veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. Vale ressaltar que deverá ser analisada a compe-
Por esse motivo, a Lei de Abuso de Autoridade tipifi- tência do juízo, porque, se o juízo for incompetente,
304 ca a conduta de deixar de identificar-se ou identificar-se poderá desconstituir a conduta criminosa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse crime diz respeito às condutas de impedir, sem § 2º Não haverá crime se o ingresso for para pres-
justa causa, entrevista pessoal e reservada do preso tar socorro, ou quando houver fundados indícios
com seu advogado; é punível com pena de detenção de que indiquem a necessidade do ingresso em razão
acordo com o art. 20 da Lei de Abuso de Autoridade. de situação de flagrante delito ou de desastre.

Art. 20 [...] Outro crime que tem como escopo a proteção dos
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, direitos fundamentais previstos na Constituição Fede-
e multa. ral refere-se ao inciso XI do art. 5º, que estabelece
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
impede o preso, o réu solto ou o investigado de nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
entrevistar-se pessoal e reservadamente com dor, o imóvel alheio salvo em caso de flagrante delito
seu advogado ou defensor, por prazo razoável, ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
antes de audiência judicial, e de sentar-se ao por determinação judicial.
seu lado e com ele comunicar-se durante a audiên- Portanto, de acordo com o § 2º do art. 22 da Lei
cia, salvo no curso de interrogatório ou no caso de
13.869 de 2019, não haverá crime se o ingresso for
audiência realizada por videoconferência.
para prestar socorro, ou quando houver fundados indí-
cios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
Esse direito possui base constitucional, sendo con-
de situação de flagrante delito ou de desastre.
siderado uma garantia fundamental, podendo ser loca-
Vale pontuar que incorre na mesma pena, de acor-
lizado no inciso LXIII, art. 5º, da Constituição Federal,
do com o § 1° do art. 22, quem:
expondo que o preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse-
z Coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
gurada a assistência da família e de advogado.
franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
Ademais, podemos citar o inciso IX, art. 41, da Lei
z Cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar
de Execução Penal:
após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h
(cinco horas).
Art. 41 - Constituem direitos do preso: [...]
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
O art. 23 desta Lei trata de uma forma do crime de

4
[...]

-7
fraude processual (CP):

91
A conduta criminosa versa sobre o impedimento

.5
injustificado de entrevista pessoal e reservada com o Art. 23 Inovar artificiosamente, no curso de dili-

51
advogado. Atente-se para a palavra “injustificado”, gência, de investigação ou de processo, o estado de

.7
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se

79
vez que, caso o impedimento for devidamente justifi-
de responsabilidade ou de responsabilizar criminal-
cável, estaremos diante de uma conduta atípica.

-0
mente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Trata-se de conduta proibida, constituindo crime, ZA
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
a manutenção de presos de ambos os sexos em uma Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pra-
U
mesma cela ou espaço de confinamento. tica a conduta com o intuito de:
SO

I - eximir-se de responsabilidade civil ou adminis-


Art. 21 Manter presos de ambos os sexos na mesma
A

trativa por excesso praticado no curso de diligência;


LV

cela ou espaço de confinamento: II - omitir dados ou informações ou divulgar dados


Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
SI

ou informações incompletos para desviar o curso


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem da investigação, da diligência ou do processo.
A

mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na


D

companhia de maior de idade ou em ambiente inade-


R

Um exemplo clássico é o do policial que altera a cena


O

quado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de


de um crime, por exemplo colocando drogas no local, com
YG

julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).


a finalidade de agravar a responsabilidade do acusado.
H

Ademais, incorre na mesma pena quem pratica a con-


É imprescindível resguardar a segurança e as
L

duta com o intuito de eximir-se de responsabilidade civil


EL

condições básicas dos detentos e, por isso, é de suma


ou administrativa por excesso praticado no curso de dili-
XW

importância a separação de sexos.


gência (I) ou omitir dados ou informações ou divulgar
O art. 22 criminaliza a conduta de invadir ou aden-
A

dados ou informações incompletos para desviar o curso da


trar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da von-
M

tade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou investigação, da diligência ou do processo (II).
nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- O art. 24 possui a mesma essência do artigo ante-
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei. rior; trata-se de um tipo de fraude processual que visa
punir o agente que:
Art. 22 [...]
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Art. 24 Constranger, sob violência ou grave ameaça,
multa. funcionário ou empregado de instituição hospitalar
LEGISLAÇÃO

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no pública ou privada a admitir para tratamento pessoa
caput deste artigo, quem: cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
I - coage alguém, mediante violência ou grave ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul-
dependências; ta, além da pena correspondente à violência.
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domi- Exemplo: policial que realiza o constrangimento
ciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das do médico de um determinado hospital, com a finali-
5h (cinco horas). dade de alterar o momento do crime. 305
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Proceder à obtenção de prova, em procedimento de nos requisitos do art. 27 (instaurar procedimento com
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente a falta de indício), responderá por este crime.
ilícito é conduta tipificada no art. 25 da Lei de Abuso O art. 31 determina que aquele que estender, de
de Autoridade. forma injustificada, a investigação a fim de procrasti-
ná-la, em prejuízo do investigado, incorre em condu-
Art. 25 [...] ta típica punível com detenção, de 6 (seis) meses a 2
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz
uso de prova, em desfavor do investigado ou fisca- Art. 31 [...]
lizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
inexistindo prazo para execução ou conclusão de
Um exemplo da doutrina é a obtenção de provas procedimento, o estende de forma imotivada, procras-
por meio de escuta telefônica não autorizada. Portan- tinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
to, se a autoridade fizer uso de prova que saiba ser
ilícita, incide em conduta equiparada. O grande enfoque dessa conduta é gerar prejuízo ao
O art. 27 estabelece como conduta criminosa o investigado pela procrastinação da autoridade respon-
ato de iniciar procedimento de investigação contra sável; no entanto, nem sempre a demora no procedi-
alguém sem haver qualquer prova do cometimento mento constitui abuso de autoridade, devendo-se pautar
do delito ou infração. pelos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Portanto, atente-se à conduta e ao prejuízo causado.
Art. 27 Requisitar instauração ou instaurar procedi- No art. 32, lê-se:
mento investigatório de infração penal ou adminis-
trativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer Art. 32 Negar ao interessado, seu defensor ou advo-
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de gado acesso aos autos de investigação preliminar, ao
infração administrativa: termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. outro procedimento investigatório de infração penal,
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
civil ou administrativa, assim como impedir a obten-
sindicância ou investigação preliminar sumária,
ção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas
devidamente justificada.
a diligências em curso, ou que indiquem a realização

4
-7
de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

91
Podemos analisar que o referido texto traz a esfera Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
administrativa e a esfera penal, tendo a finalidade de

.5
51
evitar a instauração de procedimento investigatória O grande eixo desse ponto relaciona-se à condu-

.7
com a falta de indícios da prática do crime. ta de negar, prejudicando a defesa e a proteção dos

79
Vale destacar que a investigação preliminar sumá- direitos fundamentais do acusado.

-0
ria constitui procedimento administrativo e tem como Vale ressaltar a Súmula de nº 14 do Supremo Tri-
objetivo o caráter preparatório, informal e de acesso bunal Federal: ZA
restrito, visando a coleta de elementos de autoria e
U

materialidade, dados relevantes para a instauração Súmula Vinculante 14 É direito do defensor, no


SO

de procedimento correcional acusatório. interesse do representado, ter acesso amplo aos


A divulgação de gravação sem relação com a prova
A

elementos de prova que, já documentados em


LV

que se pretenda produzir, à despeito de expor a intimi- procedimento investigatório realizado por órgão
SI

dade ou vida privada da vítima, ferindo-lhe a honra e com competência de polícia judiciária, digam res-
a imagem, constitui crime punível na forma do art. 28. peito ao exercício do direito de defesa.
A
D
R

Art. 28 [...] O acesso aos autos de investigação preliminar limita-se


O

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. aos autos já documentados, não englobando aqueles em
YG

curso de investigação, protegendo assim as investigações.


H

A grande finalidade desse crime é evitar a divulga- Com base no art. 33 da Lei 13.869 de 2019, é puní-
L

ção da vida privada do investigado ou acusado, valendo vel o ato de exigir informação ou cumprimento de
EL

destacar que nesse crime é necessário que a gravação ou obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
XW

trecho de gravação decorra de uma interceptação legal, sem expresso amparo legal.
sem relação com a prova que se pretenda produzir.
A

O art. 29 tipifica a conduta de prestar informação Art. 33 [...]


M

falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
ou administrativo com o fim de prejudicar interes- e multa.
se de investigado. (Pena - detenção, de 6 (seis) meses a
2 (dois) anos, e multa). Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou
De acordo com o art. 30, instaurar procedimento função pública ou invoca a condição de agente público
de investigação contra alguém, sabendo ser esta pes- para se eximir de obrigação legal ou para obter vanta-
soa inocente, constitui crime: gem ou privilégio indevido (parágrafo único, art. 33).

Art. 30 Dar início ou proceder à persecução penal,


civil ou administrativa sem justa causa fundamen- Importante!
tada ou contra quem sabe inocente: (Promulga-
ção partes vetadas) A conduta de exigir informação ou cumprimento
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. de obrigação, presente no caput do art. 33, quan-
do praticada mediante violência ou grave amea-
O autor da conduta deverá saber que o indivíduo ça poderá configurar o crime de tortura.
306 era inocente; se o autor não souber e enquadrar-se
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos localizar mais um crime no art. 36 da Lei da função pública, a indisponibilidade dos bens
13.869 de 2019: e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 36 Decretar, em processo judicial, a indisponibi-
lidade de ativos financeiros em quantia que extrapole Nesse sentido, percebe-se que a Administração
exacerbadamente o valor estimado para a satisfação Pública, além da legalidade formal, precisa observar,
da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, também, os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e
da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: de regras que assegurem a boa administração.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. O art. 1º dispõe que o sistema de responsabiliza-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se ção por atos de improbidade administrativa tutelará
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a con- a probidade na organização do Estado. E qual seria a
dição de agente público para se eximir de obrigação
diferença entre probidade e moralidade? Existe dife-
legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
rença ou são sinônimos?
Ambos têm fundamento na ideia de honestidade,
Nesse ponto, relaciona-se ao Poder Judiciário, por meio
mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi-
de um processo em que o valor extrapole exacerbadamen-
nado trazido como princípio constitucional no caput
te; no entanto, para tornar-se crime, será necessária a con-
duta de deixar de corrigir, mesmo estando ciente. do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro, “a moralidade exi-
O art. 37 criminaliza a conduta de demorar injus- ge basicamente honestidade, observância das regras
tificadamente no exame de processo de que tenha de boa administração, atendimento ao interesse
requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de público, boa-fé, lealdade.”
procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento. Já a probidade é prevista em lei. A improbidade
é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida-
Art. 37 Demorar demasiada e injustificadamente de e qualquer violação a princípios da Administração
no exame de processo de que tenha requerido vista Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro,
em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar
seu andamento ou retardar o julgamento: Comparando moralidade e probidade, pode-se afir-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. mar que como princípios, significam praticamente
a mesma coisa, embora algumas leis façam refe-

4
Aqui, englobam-se as turmas recursais ou órgãos cole- rência às duas separadamente, do mesmo modo

-7
giados, nos quais se demora demasiada e injustificada- que há referência aos princípios da razoabilidade

91
e da proporcionalidade como princípios diversos,
mente o exame do processo, tendo como base o intuito de

.5
quando este último é apenas um aspecto do pri-

51
procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento. meiro. No entanto, quando se fala em improbidade
Finalmente, o último crime previsto nessa Lei encon-

.7
como ato ilícito, como infração sancionada pelo orde-

79
tra-se no art. 38. Vejamos: namento jurídico, deixa de haver sinonímia entre as

-0
expressões improbidade e imoralidade, porque aquela
Art. 38 Antecipar o responsável pelas investiga- tem um sentido muito mais amplo e muito mais pre-
ZA
ções, por meio de comunicação, inclusive rede ciso que abrange não só atos desonestos ou imorais,
U
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as mas também e principalmente atos ilegais. Na lei de
SO

apurações e formalizada a acusação: improbidade administrativa (lei nº 8.429/92), a lesão à


Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. moralidade administrativa é apenas uma das inúme-
A

ras hipóteses de atos de improbidade previstas na lei.


LV

Um exemplo é quando a autoridade manda men- Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
SI

sagem para o aplicativo WhatsApp do acusado, anteci- improbidade administrativa tutelará a probidade na
A

pando o resultado das investigações. organização do Estado e no exercício de suas funções,


D

como forma de assegurar a integridade do patri-


R

mônio público e social, nos termos desta Lei.


O

PROCEDIMENTO
YG

O texto da nova lei cita um ponto que antes não


H

O art. 39 determina que deverão ser aplicadas ao


era trazido de forma expressa na Lei nº 8.429, de 1992,
L

processo e ao julgamento dos delitos previstos na lei


que é a integridade. A integridade está ligada à polí-
EL

em comento, no que couber, as disposições do Códi-


tica de governança da administração pública federal
XW

go de Processo Penal e da Lei dos Juizados Especiais


e também se relaciona à moralidade e à honestidade.
Cíveis e Criminais (Lei nº 9.099, de 1995).
A

Outra mudança importante da lei é que os atos


M

de improbidade passam a depender de uma condu-


ta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalidade
culposa nos atos de improbidade.
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE O § 2º traz o conceito de dolo; além disso, é impor-
1992 E LEI Nº 14.230, DE 25 DE tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo
específico, ou seja, com a intenção de alcançar o resul-
OUTUBRO DE 2021 (IMPROBIDADE tado. Exemplo: um servidor frauda a licitação para
LEGISLAÇÃO

ADMINISTRATIVA) beneficiar um amigo.

A improbidade administrativa tem fundamento no § 1º Consideram-se atos de improbidade adminis-


princípio da moralidade. Veja o que consta no § 4º, art. trativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º,
37, da CF: 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em
leis especiais.
Art. 37 [...] § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor- alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. 307
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de Assim, uma entidade privada que recebe R$
competências públicas, sem comprovação de ato 55.000,00 provenientes dos cofres públicos poderá
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade (somente por meio do Ministério Público) pleitear em
por ato de improbidade administrativa. ação de improbidade administrativa o ressarcimento
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci- dos prejuízos até o limite de 55 mil reais.
plinado nesta Lei os princípios constitucionais do
direito administrativo sancionador. § 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
são decorrente de divergência interpretativa da lei,
Quando o legislador diz, no § 4º, que se aplicam ao baseada em jurisprudência, ainda que não pacifi-
sistema de improbidade os princípios constitucionais cada, mesmo que não venha a ser posteriormente
do direito administrativo sancionador, quer dizer que prevalecente nas decisões dos órgãos de controle
serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao ou dos tribunais do Poder Judiciário
direito penal que protejam e beneficiem o réu, como,
No § 8º, a lei deixa claro que as divergências inter-
por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica.
pretativas das leis, baseadas em jurisprudências, não
Observe este julgado do STJ sobre o tema “direito
configuram ato de improbidade. Se um agente públi-
administrativo sancionador”: co, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em
uma hipótese na qual há divergência jurisprudencial
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis- a respeito da possibilidade ou impossibilidade de dis-
trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru- pensa em tal situação, não há que se falar em impro-
dência, em razão de sua proximidade com o Direito bidade, mesmo que, posteriormente, a interpretação
Penal, a ele se estende a norma do inciso XVIII, prevalente seja contrária ao ato praticado pelo agente.
art. 5º, da Constituição da República, qual seja, a Esse dispositivo garante mais segurança jurídica.
retroatividade da lei mais benéfica (REsp 1.353.267;
e, em idêntico sentido, o RMS 37.031).
SUJEITOS ATIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE
SUJEITOS PASSIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE
O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito
na Lei de Improbidade. Segundo dispõe a norma:
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na

4
organização do Estado e no exercício de suas fun-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agen-

-7
ções e a integridade do patrimônio público e social
te público o agente político, o servidor público e todo

91
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem

.5
bem como da administração direta e indireta, remuneração, por eleição, nomeação, designação,

51
no âmbito da União, dos Estados, dos Municí- contratação ou qualquer outra forma de investidura

.7
pios e do Distrito Federal. ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas

79
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos entidades referidas no art. 1º desta Lei.

-0
de improbidade praticados contra o patrimônio Parágrafo único. No que se refere a recursos de ori-
de entidade privada que receba subvenção, benefício ZA
gem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta
ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra
U

governamentais, previstos no § 5º deste artigo. com a administração pública convênio, contrato de


SO

§ 7º Independentemente de integrar a administra- repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo


A

ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
LV

os atos de improbidade praticados contra o


patrimônio de entidade privada para cuja criação
SI

O art. 2º descreve o conceito de agente público.


ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no Podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de
A

seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-


D

agentes públicos em sentido amplo e seriam os:


cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
R
O

ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.


z Agentes políticos;
YG

z Servidores públicos;
Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos passivos
H

z Todo aquele que exerce, ainda que transitoria-


do ato de improbidade, que são aqueles que sofrem o ato:
L

mente ou sem remuneração, por eleição, nomea-


EL

ção, designação, contratação ou qualquer outra


XW

z Patrimônio público e social dos Poderes Executi- forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
vo, Legislativo e Judiciário, bem como da admi- emprego ou função;
A

nistração direta e indireta, no âmbito da União, z O particular, pessoa física ou jurídica, que celebra
M

dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal; com a administração pública convênio, contrato de
z Entidade privada que receba subvenção, bene- repasse, contrato de gestão, termo de parceria, ter-
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes mo de cooperação ou ajuste administrativo equiva-
públicos ou governamentais citados acima; lente (Particular equiparado a Agente Público).
z Entidade privada para cuja criação ou custeio
o erário haja concorrido ou concorra no seu Além deles, temos como sujeitos ativos também
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci- aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, indu-
mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do zam ou concorram dolosamente para a prática do ato
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. de improbidade.

Com relação às entidades privadas que, mesmo não Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no
integrando a administração indireta, recebem dinheiro que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público (“criação ou custeio o erário haja concorrido ou público, induza ou concorra dolosamente para a
concorra no seu patrimônio ou receita” — § 7º), o ressar- prática do ato de improbidade.
cimento dos prejuízos será limitado à repercussão do § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabo-
308 ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. radores de pessoa jurídica de direito privado não
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
respondem pelo ato de improbidade que venha a ser o limite do valor da herança ou do patrimônio transferi-
imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovada- do. Essa regra já estava prevista no texto anterior da Lei
mente, houver participação e benefícios diretos, caso de Improbidade.
em que responderão nos limites da sua participação. A novidade agora é com relação às fusões e incor-
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pes- porações de empresas às quais também se aplica a
soa jurídica, caso o ato de improbidade adminis- responsabilidade sucessória do art. 8º.
trativa seja também sancionado como ato lesivo à
administração pública de que trata a Lei nº 12.846, DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
de 1º de agosto de 2013.
As hipóteses de improbidade administrativa estão
O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois divididas em três espécies: art. 9º — atos que impor-
dispõe que: tam enriquecimento ilícito; art. 10 — atos que causam
prejuízo ao erário e art. 11 — atos que atentam contra
Salvo se, os princípios da administração pública.
Não respondem comprovadamente, O art. 10-A, incluído em 2016, que tratava dos atos
Sócios, Cotistas
pelo ato de
Diretores e
improbidade
houver participação e de improbidade administrativa decorrentes de con-
Colaboradores de benefícios diretos, caso
que venha a cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
pessoa jurídica de em que responderão
direito privado
ser imputado à nos limites da sua ou tributário, deixou de existir como espécie de ato
pessoa jurídica participação e foi incorporado em uma das hipóteses de atos que
causam lesão ao erário.
Além disso, o rol de hipótese, que antes era exempli-
Além disso, as sanções trazidas nessa lei não se ficativo, agora se tornou rol taxativo. O rol exemplificati-
aplicarão à pessoa jurídica caso o ato praticado seja vo é aquele que pode ser acrescido por outras hipóteses,
também sancionado como ato lesivo à administração já o rol taxativo traz uma relação de situações restritas
pública de que trata a Lei Anticorrupção. às quais não haverá acréscimo. A seguir, destacaremos
A Lei nº 14.230, de 2021 (diferentemente do texto as mudanças trazidas pela Lei nº 14.230, de 2021.
original da Lei nº 8.429, de 1992) incluiu expressa-
mente “agente político” como agente público, conso- Dica
lidando o que a jurisprudência já decidia a respeito da

4
-7
aplicação da Lei de Improbidade aos agentes políticos. Antes de adentrarmos propriamente nas espé-

91
Com relação aos Chefes do Executivo, é importante cies de atos de improbidade, vale ressaltar uma

.5
ficar atento para a exceção quanto ao Presidente da técnica utilizada pelos concurseiros que serve

51
República. para distinguir cada conduta ou exemplo prático

.7
Ou seja, para os Prefeitos e Governadores, temos que o examinador possa trazer.

79
a possibilidade de aplicação da Lei de Improbida- Em caso de o agente público se beneficiar do ato

-0
de, inclusive com a possibilidade de duplo regime de improbidade, o ato será classificado como ato
sancionatório (pela LIA e mediante impeachment), e ZA
de improbidade que causa enriquecimento ilícito.
não há foro por prerrogativa de função.
U

Já com relação ao Presidente da República, não há


Caso um ato de improbidade administrativa ocorra,
SO

a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, mas o agente público envolvido não se beneficiou,
resta observar se algum terceiro foi beneficiado;
A

uma vez que o Presidente da República já tem um sistema


LV

próprio de punição dentro da Constituição Federal com se a resposta for positiva, o ato de improbidade
SI

uma previsão específica para crimes de responsabilidade. importou em lesão ao erário. Caso ninguém tenha
se beneficiado, o ato (desde que ímprobo) impor-
A
D

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbida- tou em violação dos princípios administrativos.
R

de, a autoridade que conhecer dos fatos repre-


O

sentará ao Ministério Público competente, Dos Atos de Improbidade Administrativa que


YG

para as providências necessárias. Importam Enriquecimento Ilícito


H

Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar


L

dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão Art. 9º Constitui ato de improbidade administra-
EL

sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite tiva importando em enriquecimento ilícito aufe-
XW

do valor da herança ou do patrimônio transferido. rir, mediante a prática de ato doloso, qualquer
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
A

trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipó-


M

do exercício de cargo, de mandato, de função, de


tese de alteração contratual, de transformação, emprego ou de atividade nas entidades referidas no
de incorporação, de fusão ou de cisão societária. art. 1º desta Lei, e notadamente:
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incor- I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
poração, a responsabilidade da sucessora será móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco-
restrita à obrigação de reparação integral do nômica, direta ou indireta, a título de comissão,
dano causado, até o limite do patrimônio transfe- percentagem, gratificação ou presente de quem
rido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
LEGISLAÇÃO

previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
ocorridos antes da data da fusão ou da incorpo- rente das atribuições do agente público;
ração, exceto no caso de simulação ou de eviden- II - perceber vantagem econômica, direta ou indire-
te intuito de fraude, devidamente comprovados. ta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de ser-
A responsabilidade sucessória teve alguns acrésci- viços pelas entidades referidas no art. 1° por preço
mos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriquecimento superior ao valor de mercado;
ilícito, se houver o falecimento do causador do dano, o III - perceber vantagem econômica, direta ou indi-
sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à reparação até reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação 309
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de bem público ou o fornecimento de serviço por no art. 1º desta lei, sem observância das formalida-
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; des legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
bem móvel, de propriedade ou à disposição de qual- locação de bem integrante do patrimônio de qual-
quer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
bem como o trabalho de servidores, de empregados ainda a prestação de serviço por parte delas, por
ou de terceiros contratados por essas entidades; preço inferior ao de mercado;
V - receber vantagem econômica de qualquer nature- V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
za, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, VI - realizar operação financeira sem observância
de contrabando, de usura ou de qualquer outra ati- das normas legais e regulamentares ou aceitar
vidade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; garantia insuficiente ou inidônea;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natu- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
reza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sem a observância das formalidades legais ou regu-
sobre qualquer dado técnico que envolva obras lamentares aplicáveis à espécie;
públicas ou qualquer outro serviço ou sobre VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de
quantidade, peso, medida, qualidade ou carac- processo seletivo para celebração de parcerias com
terística de mercadorias ou bens fornecidos a entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los inde-
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei; vidamente, acarretando perda patrimonial efetiva;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de IX - ordenar ou permitir a realização de despesas
mandato, de cargo, de emprego ou de função públi- não autorizadas em lei ou regulamento;
ca, e em razão deles, bens de qualquer natu- X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
reza, decorrentes dos atos descritos no caput de renda, bem como no que diz respeito à conserva-
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à ção do patrimônio público;
evolução do patrimônio ou à renda do agente XI - liberar verba pública sem a estrita observância
público, assegurada a demonstração pelo agen- das normas pertinentes ou influir de qualquer for-
te da licitude da origem dessa evolução; ma para a sua aplicação irregular;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ativi- XII - permitir, facilitar ou concorrer para que tercei-
dade de consultoria ou assessoramento para pes- ro se enriqueça ilicitamente;
soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço

4
-7
de ser atingido ou amparado por ação ou omis- particular, veículos, máquinas, equipamentos ou

91
são decorrente das atribuições do agente público, material de qualquer natureza, de propriedade ou à

.5
durante a atividade; disposição de qualquer das entidades mencionadas

51
IX - perceber vantagem econômica para interme- no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi-

.7
diar a liberação ou aplicação de verba pública de dor público, empregados ou terceiros contratados

79
qualquer natureza; por essas entidades.

-0
X - receber vantagem econômica de qualquer natu- XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que
reza, direta ou indiretamente, para omitir ato tenha por objeto a prestação de serviços públicos
ZA
de ofício, providência ou declaração a que esteja por meio da gestão associada sem observar as for-
U
obrigado; malidades previstas na lei;
SO

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri- XV - celebrar contrato de rateio de consórcio públi-
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes co sem suficiente e prévia dotação orçamentária,
A

do acervo patrimonial das entidades mencionadas


LV

ou sem observar as formalidades previstas na lei.


no art. 1° desta lei; XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
SI

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas para a incorporação, ao patrimônio particular de
A

ou valores integrantes do acervo patrimonial das pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
D

entidades mencionadas no art. 1° desta lei. valores públicos transferidos pela administração
R

pública a entidades privadas mediante celebração


O
YG

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam de parcerias, sem a observância das formalidades
Prejuízo ao Erário legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
H

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física


L
EL

Art. 10 Constitui ato de improbidade administrativa ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omis- valores públicos transferidos pela administração
XW

são dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, pública a entidade privada mediante celebração
A

perda patrimonial, desvio, apropriação, malbarata- de parcerias, sem a observância das formalidades
M

mento ou dilapidação dos bens ou haveres das enti- legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
dades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: XVIII - celebrar parcerias da administração pública
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para com entidades privadas sem a observância das forma-
a indevida incorporação ao patrimônio particular, lidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de XIX - agir para a configuração de ilícito na celebra-
verbas ou de valores integrantes do acervo patri- ção, na fiscalização e na análise das prestações de
monial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; contas de parcerias firmadas pela administração
II - permitir ou concorrer para que pessoa física pública com entidades privadas;
ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
valores integrantes do acervo patrimonial das enti- administração pública com entidades privadas sem a
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a obser- estrita observância das normas pertinentes ou influir
vância das formalidades legais ou regulamentares de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
aplicáveis à espécie; XXI - (Revogado)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao XXII - conceder, aplicar ou manter benefício finan-
ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ceiro ou tributário contrário ao que dispõem o
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
310 patrimônio de qualquer das entidades mencionadas 116, de 31 de julho de 2003.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º Nos casos em que a inobservância de forma- § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a
lidades legais ou regulamentares não implicar quaisquer atos de improbidade administrativa tipi-
perda patrimonial efetiva, não ocorrerá impo- ficados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer
sição de ressarcimento, vedado o enriqueci- outros tipos especiais de improbidade administrati-
mento sem causa das entidades referidas no art. va instituídos por lei.
1º desta Lei. § 3º O enquadramento de conduta funcional na
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da categoria de que trata este artigo pressupõe
atividade econômica não acarretará improbi- a demonstração objetiva da prática de ilega-
dade administrativa, salvo se comprovado ato lidade no exercício da função pública, com a
doloso praticado com essa finalidade. indicação das normas constitucionais, legais
ou infralegais violadas.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que § 4º Os atos de improbidade de que trata este
Atentam Contra os Princípios da Administração artigo exigem lesividade relevante ao bem
Pública jurídico tutelado para serem passíveis de sancio-
namento e independem do reconhecimento da
produção de danos ao erário e de enriqueci-
Art. 11 Constitui ato de improbidade administrati-
mento ilícito dos agentes públicos.
va que atenta contra os princípios da administração
§ 5º Não se configurará improbidade a mera
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deve-
nomeação ou indicação política por parte dos
res de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
detentores de mandatos eletivos, sendo neces-
caracterizada por uma das seguintes condutas:
sária a aferição de dolo com finalidade ilícita
I - (Revogado)
por parte do agente.
II - (Revogado)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência
em razão das atribuições e que deva permanecer Importante!
em segredo, propiciando beneficiamento por infor-
mação privilegiada ou colocando em risco a segu- Frustrar a licitude de licitação:
rança da sociedade e do Estado; � Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em ao erário;
razão de sua imprescindibilidade para a seguran- � Se não houver perda patrimonial efetiva →

4
ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses

-7
Atenta contra os princípios.

91
instituídas em lei;
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter con-

.5
51
correncial de concurso público, de chamamento ou
DAS PENAS
de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de

.7
79
benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; Com relação às sanções, a suspensão dos direitos
VI - deixar de prestar contas quando esteja obriga-

-0
políticos terá prazo máximo de 14 anos e o valor das
do a fazê-lo, desde que disponha das condições para multas diminuiu. Veja: ZA
isso, com vistas a ocultar irregularidades;
U
VII - revelar ou permitir que chegue ao conheci- Art. 12 Independentemente do ressarcimento inte-
SO

mento de terceiro, antes da respectiva divulgação gral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
oficial, teor de medida política ou econômica capaz penais comuns e de responsabilidade, civis e adminis-
A

de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.


LV

trativas previstas na legislação específica, está o res-


VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis- ponsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
SI

calização e aprovação de contas de parcerias firmadas cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
A

pela administração pública com entidades privadas. cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
D

IX - (Revogado) I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou


R

X - (Revogado) valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda


O

XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em


YG

da função pública, suspensão dos direitos políticos


linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equi-
H

grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servi- valente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
L

dor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de ção de contratar com o poder público ou de receber
EL

direção, chefia ou assessoramento, para o exercício benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
XW

de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-
função gratificada na administração pública direta e
A

soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo pra-


M

indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Esta- zo não superior a 14 (catorze) anos;
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, compreen- II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens
dido o- ajuste mediante designações recíprocas; ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
XII - praticar, no âmbito da administração pública e se concorrer esta circunstância, perda da função
com recursos do erário, ato de publicidade que con- pública, suspensão dos direitos políticos até 12
trarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente
Federal, de forma a promover inequívoco enalteci- ao valor do dano e proibição de contratar com o
mento do agente público e personalização de atos, poder público ou de receber benefícios ou incenti-
LEGISLAÇÃO

de programas, de obras, de serviços ou de campa- vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,


nhas dos órgãos públicos. ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas con- qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe-
tra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de rior a 12 (doze) anos;
31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de
administrativa, na aplicação deste artigo, quando multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor
for comprovado na conduta funcional do agente da remuneração percebida pelo agente e proibição
público o fim de obter proveito ou benefício indevi- de contratar com o poder público ou de receber
do para si ou para outra pessoa ou entidade. benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta 311
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe-
rior a 4 (quatro) anos;
IV - (revogado)
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o
vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder público na
época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da
infração.

O § 1º dispõe que a perda da função pública só vai alcançar o vínculo que o agente público detinha ao tempo
do cometimento da infração.
Vamos dar um exemplo. Um servidor público efetivo que ocupa o cargo de Analista no Tribunal Regional do
Trabalho da 3ª Região na Comarca de Belo Horizonte foi licenciado para exercer o mandato eletivo de Prefeito no
Município. No curso do mandato eletivo, ele comete ato de improbidade; nessa circunstância, a perda da função
pública será aplicada apenas ao mandato eletivo, não atingindo seu cargo efetivo de Analista.
Nas hipóteses previstas no inciso I, do caput desse artigo (os casos que importam enriquecimento ilícito), o Magis-
trado poderá, em caráter excepcional, estender a perda da função aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias
do caso e a gravidade da infração.

§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do
réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção
do ato de improbidade.
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções,
de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

O § 3º respeita o princípio da razoabilidade. Na aplicação das sanções às pessoas jurídicas, deve-se levar em considera-
ção os efeitos econômicos e sociais para não tornar inviável a continuidade das atividades prestadas pela pessoa jurídica.

4
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de

-7
contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de improbidade, observa-

91
dos os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conforme

.5
disposto no § 3º deste artigo.

51
.7
A proibição de contratar, em regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado; por exemplo, um servidor

79
municipal cometeu um ato de improbidade que gerou lesão ao erário no respectivo Município. Sendo assim, a

-0
proibição de contratar com o poder público será aplicada somente ao Município onde ocorreu a lesão.
ZA
No entanto, excepcionalmente e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de
U
contratar poderá extrapolar o ente público lesado.
SO

Além disso, outro ponto importante acrescido pela Lei nº 14.230, de 2021, é a necessidade da sanção de proibi-
ção de contratação com o poder público constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS),
A
LV

observadas as limitações territoriais contidas na decisão judicial.


SI

§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à apli-
A

cação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso,
D

nos termos do caput deste artigo.


R
O

§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o res-
YG

sarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos.
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão
H

observar o princípio constitucional do non bis in idem.


L
EL

§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as
XW

limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.


A

§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
M

tença condenatória.
§ 10 Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroa-
tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.

A decisão colegiada prevista no § 10 significa decisão em 2ª instância; sendo assim, a contagem do prazo da
sanção de suspensão dos direitos políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Observe o quadro a seguir, que sistematiza as sanções para cada tipo de ato de improbidade administrativa
visto:

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA OS


SANÇÃO
(ART. 9º) (ART.10) PRINCÍPIOS (ART. 11)

Perda da Função Pública Sim Sim ---

Suspensão dos Direitos


Até 14 anos Até 12 anos ---
Políticos
312
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA OS
SANÇÃO
(ART. 9º) (ART.10) PRINCÍPIOS (ART. 11)

Perda dos bens acrescidos


Sim Sim se houver ---
ilicitamente

Valor do acréscimo Até 24X o valor da


Multa civil Valor do dano
patrimonial remuneração

Proibição de contratar ou
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
receber benefícios fiscais

z Ressarcimento integral do dano: Aplicável sempre que houver dano efetivo;


z Suspensão de direitos políticos, proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais: limite máximo de 20
(vinte) anos.

DA DECLARAÇÃO DE BENS

Na redação anterior, era facultado ao agente público entregar a cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza.
Na atual redação, a declaração de bens será a própria declaração de imposto de renda. Tal declaração deve ser
atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declara-
ção ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.

Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

4
§ 1º (Revogado).

-7
91
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.

.5
51
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que

.7
79
prestar declaração falsa.
§ 4º (Revogado).

-0
ZA
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
U
SO

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa para que instaure uma investigação para
a apuração da prática de atos de improbidade. Essa representação deve observar os requisitos previstos no §
A

1º, art. 14. Observados os requisitos, a autoridade determinará a apuração dos fatos por meio de um processo
LV

administrativo.
SI
A

Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau-
D

rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.


R

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do repre-
O

sentante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
YG

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver


H

as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério


L

Público, nos termos do art. 22 desta lei.


EL

§ 3º Atendidos os requisitos da 55.representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, obser-
XW

vada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente.


Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
A

existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.


M

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo.

INDISPONIBILIDADE DE BENS

Art. 16 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
LEGISLAÇÃO

patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.


§ 1º (Revogado).
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a inves-
tigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a demons-
tração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se 313
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos respectivos elementos
de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio
puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a
proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o montante
indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel

4
-7
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.

91
.5
Em caráter antecedente ou

51
incidente – antes ou no curso da

.7
ação principal

79
-0
Pedido formulado pelo ZA
Ministério Público Garantir a integral recomposição
do erário ou do acréscimo
U
SO

patrimonial resultante de
enriquecimento ilícito
A
LV

INDISPONIBILIDADE DE
SI

BENS
Desde que o juiz se convença da
A

probabilidade após a oitiva do réu


D

em 5 dias
R
O

DEMONSTRAR: perigo de
YG

dano irreparável ou de
risco ao resultado útil do
H

Não incide sobre:


processo
L

� Multa civil
EL

� Acréscimo patrimonial
XW

decorrente de atividade lícita


A
M

Poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovada-
mente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar,
não podendo a urgência ser presumida.

Ordem da Indisponibilidade

1. Veículos de via terrestre;


2. Bens imóveis;
3. Bens móveis em geral;
4. Semoventes;
5. Navios e aeronaves;
6. Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
7. Pedras e metais preciosos;
8. Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado
314 e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vedações à Indisponibilidade § 10-A Havendo a possibilidade de solução con-
sensual, poderão as partes requerer ao juiz a
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos interrupção do prazo para a contestação, por
depositados em caderneta de poupança, em outras prazo não superior a 90 (noventa) dias.
aplicações financeiras ou em conta corrente; § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
z Bem de família do réu, salvo se comprovado que do o autor, o juiz:
o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial I - procederá ao julgamento conforme o estado do
indevida. processo, observada a eventual inexistência mani-
festa do ato de improbidade;
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas
PROCESSO JUDICIAL
a otimizar a instrução processual.
§ 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz pro-
No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto ferirá decisão na qual indicará com precisão a tipifica-
o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada ção do ato de improbidade administrativa imputável
tinham legitimidade para dar início à ação judicial de ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e
improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº a capitulação legal apresentada pelo autor.
14.230, de 2021, o Ministério Público passa a ser o úni- § 10-D Para cada ato de improbidade administra-
co legitimado para propor a ação. tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções 11 desta Lei.
de que trata esta Lei será proposta pelo Minis- § 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
tério Público e seguirá o procedimento comum artigo, as partes serão intimadas a especificar as
previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 provas que pretendem produzir.
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou par-
Lei. cial da ação de improbidade administrativa que:
§ 1º (Revogado). I - condenar o requerido por tipo diverso daquele
§ 2º (Revogado). definido na petição inicial;
§ 3º (Revogado). II - condenar o requerido sem a produção das pro-
§ 4º (Revogado). vas por ele tempestivamente especificadas.
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deve- § 11 Em qualquer momento do processo, verificada

4
-7
rá ser proposta perante o foro do local onde ocor- a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará

91
rer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. a demanda improcedente.

.5
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput § 12 (Revogado).

51
deste artigo prevenirá a competência do juízo para § 13 (Revogado).

.7
todas as ações posteriormente intentadas que pos- § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurí-

79
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. dica interessada será intimada para, caso queira,

-0
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: intervir no processo.
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon- § 15 Se a imputação envolver a desconsideração de
ZA
tar os elementos probatórios mínimos que demons- pessoa jurídica, serão observadas as regras previs-
U
trem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e tas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105,
SO

11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
devidamente fundamentada; § 16 A qualquer momento, se o magistrado iden-
A
LV

II - será instruída com documentos ou justificação tificar a existência de ilegalidades ou de irregu-


que contenham indícios suficientes da veracidade laridades administrativas a serem sanadas sem
SI

dos fatos e do dolo imputado ou com razões fun- que estejam presentes todos os requisitos para
A

damentadas da impossibilidade de apresentação a imposição das sanções aos agentes incluídos


D

de qualquer dessas provas, observada a legislação no polo passivo da demanda, poderá, em deci-
R

vigente, inclusive as disposições constantes dos são motivada, converter a ação de improbidade
O
YG

arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de administrativa em ação civil pública, regulada


2015 (Código de Processo Civil). pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
H

§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as


L
EL

tutelas provisórias adequadas e necessárias, A possibilidade de conversão de ação de improbi-


nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de dade administrativa em ação civil pública é uma for-
XW

16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de


A

§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
M

do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015


(Código de Processo Civil), bem como quando não § 17 Da decisão que converter a ação de impro-
preenchidos os requisitos a que se referem os incisos bidade em ação civil pública caberá agravo de
I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifes- instrumento.
tamente inexistente o ato de improbidade imputado. § 18 Ao réu será assegurado o direito de ser interro-
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, gado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua recu-
o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação sa ou o seu silêncio não implicarão confissão.
dos requeridos para que a contestem no prazo
LEGISLAÇÃO

§ 19 Não se aplicam na ação de improbidade


comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na for- administrativa:
ma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 I - a presunção de veracidade dos fatos alega-
(Código de Processo Civil). dos pelo autor em caso de revelia;
§ 8º (Revogado). II - a imposição de ônus da prova ao réu, na for-
§ 9º (Revogado). ma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli- de março de 2015 (Código de Processo Civil);
minares suscitadas pelo réu em sua contestação III - o ajuizamento de mais de uma ação de impro-
caberá agravo de instrumento. bidade administrativa pelo mesmo fato, competin-
§ 10 (Revogado). do ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir 315
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
conflitos de atribuições entre membros de Ministérios § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo pode-
Públicos distintos; rá contemplar a adoção de mecanismos e proce-
IV - o reexame obrigatório da sentença de impro- dimentos internos de integridade, de auditoria
cedência ou de extinção sem resolução de mérito. e de incentivo à denúncia de irregularidades e a
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta
atestando a legalidade prévia dos atos adminis- no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem
trativos praticados pelo administrador público fica- como de outras medidas em favor do interesse
rá obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este público e de boas práticas administrativas.
venha a responder ação por improbidade admi- § 7º Em caso de descumprimento do acordo a
nistrativa, até que a decisão transite em julgado. que se refere o caput deste artigo, o investigado
§ 21 Das decisões interlocutórias caberá agra- ou o demandado ficará impedido de celebrar
vo de instrumento, inclusive da decisão que rejei- novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, con-
tar questões preliminares suscitadas pelo réu em tado do conhecimento pelo Ministério Público
sua contestação. do efetivo descumprimento.
Art. 17-C A sentença proferida nos processos a que
A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe de forma mais detalha- se refere esta Lei deverá, além de observar o dispos-
da os requisitos para que se possa realizar um acordo de to no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
não persecução civil no âmbito da improbidade adminis- 2015 (Código de Processo Civil):
trativa. Trata-se de um acordo celebrado entre o Ministério I - indicar de modo preciso os fundamentos que
Público e pessoas físicas ou jurídicas investigadas pela prá- demonstram os elementos a que se referem os arts.
tica de improbidade administrativa com o intuito de não 9º, 10 e 11 desta Lei, que não podem ser presumidos;
prosseguir com a ação. Entretanto, para a aplicação desse II - considerar as consequências práticas da deci-
acordo, devem ser observados alguns requisitos, veja: são, sempre que decidir com base em valores jurí-
dicos abstratos;
Art. 17-B O Ministério Público poderá, confor- III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais
me as circunstâncias do caso concreto, celebrar do gestor e as exigências das políticas públicas a seu
acordo de não persecução civil, desde que dele cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados e
advenham, ao menos, os seguintes resultados: das circunstâncias práticas que houverem imposto,
I - o integral ressarcimento do dano; limitado ou condicionado a ação do agente;
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de

4
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da van-

-7
tagem indevida obtida, ainda que oriunda de forma isolada ou cumulativa:

91
agentes privados. a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade;

.5
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração

51
deste artigo dependerá, cumulativamente: cometida;

.7
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento c) a extensão do dano causado;

79
anterior ou posterior à propositura da ação; d) o proveito patrimonial obtido pelo agente;

-0
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
dias, pelo órgão do Ministério Público compe- f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as
ZA
tente para apreciar as promoções de arqui- consequências advindas de sua conduta omissiva
U

vamento de inquéritos civis, se anterior ao ou comissiva;


SO

g) os antecedentes do agente;
ajuizamento da ação;
V - considerar na aplicação das sanções a dosime-
A

III - de homologação judicial, independentemen-


tria das sanções relativas ao mesmo fato já aplica-
LV

te de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuiza-


das ao agente;
SI

mento da ação de improbidade administrativa.


VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que
A

terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não


D

se refere o caput deste artigo considerará a perso-


admitida a sua responsabilização por ações ou omis-
R

nalidade do agente, a natureza, as circunstân-


sões para as quais não tiver concorrido ou das quais
O

cias, a gravidade e a repercussão social do ato


não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas;
YG

de improbidade, bem como as vantagens, para o


VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios,
interesse público, da rápida solução do caso.
H

critérios objetivos que justifiquem a imposição da


§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a
L

sanção.
EL

ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do


§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qua-
XW

Tribunal de Contas competente, que se manifes-


lifique não configura ato de improbidade.
tará, com indicação dos parâmetros utiliza- § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a con-
A

dos, no prazo de 90 (noventa) dias.


M

denação ocorrerá no limite da participação e dos


benefícios diretos, vedada qualquer solidariedade.
O acordo poderá ser realizado em 3 momentos: § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças
de que trata esta Lei.
z No curso da investigação de apuração do ilícito; Art. 17-D A ação por improbidade administra-
z No curso da ação de improbidade; tiva é repressiva, de caráter sancionatório,
z No momento da execução da sentença condenatória. destinada à aplicação de sanções de caráter
pessoal previstas nesta Lei, e não constitui
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo ação civil, vedado seu ajuizamento para o con-
poderá ser celebrado no curso da investigação trole de legalidade de políticas públicas e para a
de apuração do ilícito, no curso da ação de proteção do patrimônio público e social, do meio
improbidade ou no momento da execução da ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e
sentença condenatória. individuais homogêneos.
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o
que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre controle de legalidade de políticas públicas e a res-
o Ministério Público, de um lado, e, de outro, ponsabilidade de agentes públicos, inclusive políticos,
316 o investigado ou demandado e o seu defensor. entes públicos e governamentais, por danos ao meio
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro
interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou
religiosos e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 18 A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressar-
cimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determi-
nação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do patrimônio
público ou à perda ou à reversão dos bens.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no prazo
de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao Ministé-
rio Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressar-
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual responsabilização
pela omissão verificada.
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser descontados os serviços efetivamente prestados.

O § 4º estabelece a possibilidade de parcelamento em até 48 parcelas.

§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas moneta-
riamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar
incapacidade financeira de saldá-lo de imediato.
Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções
aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a
prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte:
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um ter-
ço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu;
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos.

4
Esquematizando alguns pontos importantes:

-7
91
.5
Proposta Pelo MP, único legitimado

51
.7
79
-0
Natureza repressiva, Caráter sancionatório
ZA
U
SO
A
LV
SI

Se não se identificam
A

AÇÃO JUDICIAL o Juiz pode converter a


todos os requisitos para a
D

ação de improbidade em
caracterização do ato de
R

ação civil pública


O

improbidade
YG
H
L
EL

A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia


dos atos administrativos praticados pelo administrador público
XW

ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder


A

ação por improbidade administrativa até o trânsito em julgado


M

Não existe mais a O acordo será


Mantido o acordo de
defesa preliminar. oferecido pelo
não persecução cível,
O requerido já será MP e depende de
que agora está de
citado para apresentar homologação do
forma mais detalhada
a contestação judiciário
LEGISLAÇÃO

DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quan-
do o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado. 317
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previs-
dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito tas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, conta-
em julgado da sentença condenatória. dos a partir da ocorrência do fato ou, no caso
§ 1º A autoridade judicial competente poderá de infrações permanentes, do dia em que ces-
determinar o afastamento do agente público do sou a permanência.
exercício do cargo, do emprego ou da função, I - (revogado);
sem prejuízo da remuneração, quando a medi- II - (revogado);
da for necessária à instrução processual ou III - (revogado).
para evitar a iminente prática de novos ilícitos. § 1º A instauração de inquérito civil ou de pro-
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será cesso administrativo para apuração dos ilí-
de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única citos referidos nesta Lei suspende o curso do
vez por igual prazo, mediante decisão motivada. prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento
Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta e oitenta) dias corridos, recomeçando a correr
lei independe: após a sua conclusão ou, caso não concluído o
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio processo, esgotado o prazo de suspensão.
público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às § 2º O inquérito civil para apuração do ato de
condutas previstas no art. 10 desta Lei; improbidade será concluído no prazo de 365
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo (trezentos e sessenta e cinco) dias corridos,
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou prorrogável uma única vez por igual período,
Conselho de Contas. mediante ato fundamentado submetido à revi-
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo são da instância competente do órgão ministerial,
serão considerados pelo juiz quando tiverem servido conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
de fundamento para a conduta do agente público. § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo,
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de contro- a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta)
le e as correspondentes decisões deverão ser conside- dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
radas na formação da convicção do juiz, sem prejuízo § 4º O prazo da prescrição referido no caput des-
da análise acerca do dolo na conduta do agente. te artigo interrompe-se:
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efei- I - pelo ajuizamento da ação de improbidade
tos em relação à ação de improbidade quando administrativa;
concluírem pela inexistência da conduta ou II - pela publicação da sentença condenatória;

4
pela negativa da autoria. III - pela publicação de decisão ou acórdão de

-7
§ 4º A absolvição criminal em ação que discu-

91
Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal
ta os mesmos fatos, confirmada por decisão que confirma sentença condenatória ou que refor-

.5
colegiada, impede o trâmite da ação da qual ma sentença de improcedência;

51
trata esta Lei, havendo comunicação com todos IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Supe-

.7
os fundamentos de absolvição previstos no art. 386 rior Tribunal de Justiça que confirma acórdão conde-

79
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 natório ou que reforma acórdão de improcedência;

-0
(Código de Processo Penal). V - pela publicação de decisão ou acórdão do
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em
ZA
Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão con-
outras esferas deverão ser compensadas com denatório ou que reforma acórdão de improcedência.
U

as sanções aplicadas nos termos desta Lei.


SO

§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recome-


Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previs- ça a correr do dia da interrupção, pela metade
A

to nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a do prazo previsto no caput deste artigo.
LV

requerimento de autoridade administrati- § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição pro-


SI

va ou mediante representação formulada de duzem efeitos relativamente a todos os que concor-


acordo com o disposto no art. 14 desta Lei, reram para a prática do ato de improbidade.
A

poderá instaurar inquérito civil ou procedi-


D

§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam obje-


mento investigativo assemelhado e requisitar
R

to do mesmo processo, a suspensão e a interrupção


O

a instauração de inquérito policial. relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.


YG

Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previs- § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério
tos nesta Lei, será garantido ao investigado a Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte
H

oportunidade de manifestação por escrito e de interessada, reconhecer a prescrição intercorrente


L
EL

juntada de documentos que comprovem suas da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato,


alegações e auxiliem na elucidação dos fatos. caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º,
XW

transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.


A

Sentenças civis e penais produzirão efeitos em Art. 23-A É dever do poder público oferecer con-
M

relação à ação de improbidade quando concluírem: tínua capacitação aos agentes públicos e políticos
que atuem com prevenção ou repressão de atos de
z Pela inexistência da conduta; improbidade administrativa.
z Pela negativa da autoria. Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta
Lei, não haverá adiantamento de custas, de prepa-
A absolvição criminal em ação que discuta os ro, de emolumentos, de honorários periciais e de
mesmos fatos → confirmada por decisão colegia- quaisquer outras despesas.
da → impede o trâmite da ação de improbidade, § 1º No caso de procedência da ação, as custas e as
demais despesas processuais serão pagas ao final.
havendo comunicação com todos os fundamentos
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumben-
de absolvição previstos no CPP.
ciais em caso de improcedência da ação de impro-
bidade se comprovada má-fé.
DA PRESCRIÇÃO Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, per-
da patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
O prazo prescricional passou a ser de 8 anos em ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políti-
todas as hipóteses e a contagem se dá a partir da ocor- cos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos
318 rência do fato. termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Das Disposições Finais
Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
disposições em contrário.

A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção. Na suspensão, após a instauração de inquérito civil ou de pro-
cesso administrativo, o prazo prescricional suspende-se por até 180 dias corridos e volta a contar de onde parou.
Já na interrupção, após a ocorrência das hipóteses previstas, volta-se a contar o prazo do zero.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois da
apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos; o MP apresenta a ação e, no dia da apresentação,
o prazo será interrompido. Na interrupção, o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apresentação da ação de
improbidade administrativa pelo MP, voltaríamos a contar os 8 anos. Entretanto, na prescrição intercorrente do §
5º, o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer, então, que o prazo da prescrição inter-
corrente será de 4 anos.

Prorrogável uma única


vez por igual período, mediante
ato
fundamentado

Será concluído no prazo de


365 dias corridos Encerrado o prazo, a
ação deverá ser
proposta no prazo de
30 dias, se não for caso

4
de arquivamento do

-7
inquérito civil

91
INQUÉRITO CIVIL

.5
51
.7
Em 8 anos, contados a

79
partir da ocorrência do

-0
A ação para a aplicação das
fato ou, no caso de
sanções previstas nesta Lei ZA
infrações permanentes,
prescreve
U
do dia em que cessou a
SO

permanência
A
LV

REFERÊNCIAS
SI

CÂMARA DOS DEPUTADOS. 2021. Página inicial. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/>. Acesso em: 5
A
D

nov. 2021.
R

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
O

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo – 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
YG

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Guia da política de governança pública. Brasília: Casa Civil
H

da Presidência da República, 2018.


L

CASTRO JÚNIOR, Renério de. Manual de Direito Administrativo – 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
EL

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo – 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020.
XW

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro – 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020.
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo – 34ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2019.
A

Guia da Política de Governança Pública 2018.


M

PLANALTO. Legislação. 2021. Página inicial. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao/>. Acesso


em: 5 nov. 2021.
SENADO FEDERAL. 2021. Página inicial. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/hpsenado>. Acesso em:
5 nov. 2021.

LEI N° 14.230, DE 25 DE OUTUBRO DE 2021


LEGISLAÇÃO

No dia 26 de outubro de 2021 foi publicada a Lei 14.230, de 2021, que traz alterações significativas na Lei de Impro-
bidade Administrativa — Lei 8.429, de 1992. Faremos a análise da Lei de Improbidade apontando tais alterações.
A Improbidade Administrativa tem fundamento no princípio da moralidade e no § 4º, art. 37, da Constituição
Federal;

Art. 37 [...]
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função públi-
ca, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível. 319
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica Observe que nessa questão a banca trouxe os con-
ceitos de moralidade e probidade como equivalentes
Para memorizar as sanções do mencionado arti- e considerou como correta a questão. Portanto, se a
go: PARIS banca não citar a diferença explicada acima conside-
Perda da função pública re conceitos equivalentes.
Ação Penal
Ressarcimento Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
Indisponibilidade dos bens improbidade administrativa tutelará a probidade
Suspensão dos direitos políticos na organização do Estado e no exercício de suas
funções, como forma de assegurar a integrida-
de do patrimônio público e social, nos termos
Nesse sentido, percebe-se que a Administração
desta Lei.
Pública, além da legalidade formal, precisa observar,
também, os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e
de regras que assegurem a boa administração. A primeira mudança importante da lei é que os
O art. 1º dispõe que o sistema de responsabiliza- atos de improbidade passam a depender de uma con-
ção por atos de improbidade administrativa tutelará duta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalida-
a probidade na organização do Estado. E qual seria a de culposa nos atos de improbidade.
diferença entre probidade e moralidade? Existe dife- O § 2º traz o conceito de dolo. Além disso, é impor-
rença ou são sinônimos? tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo
Ambos têm fundamento na ideia de honestidade, específico, ou seja, a intenção de alcançar o resultado
mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi- exemplo; um servidor frauda a licitação para benefi-
nado trazido como princípio constitucional no caput ciar um amigo.
do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro, “a moralidade exi-
ge basicamente honestidade, observância das regras de § 1º Consideram-se atos de improbidade adminis-
boa administração, atendimento ao interesse público, trativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º,
boa-fé, lealdade.” (DI PIETRO, 2020) 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em
Já a probidade é prevista em lei. A improbidade leis especiais.
é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida- § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente

4
de e qualquer violação a princípios da Administração de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts.

-7
Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro, 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade

91
do agente.

.5
Comparando moralidade e probidade, pode-se afir- § 3º O mero exercício da função ou desempenho de

51
mar que como princípios, significam praticamente a competências públicas, sem comprovação de ato

.7
mesma coisa, embora algumas leis façam referência doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade

79
às duas separadamente, do mesmo modo que há refe- por ato de improbidade administrativa.

-0
rência aos princípios da razoabilidade e da propor- § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci-
ZA
cionalidade como princípios diversos, quando este plinado nesta Lei os princípios constitucionais do
último é apenas um aspecto do primeiro. No entanto, direito administrativo sancionador.
U
SO

quando se fala em improbidade como ato ilícito, como


infração sancionada pelo ordenamento jurídico, dei- Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao
A

xa de haver sinonímia entre as expressões improbi-


sistema de improbidade os princípios constitucionais
LV

dade e imoralidade, porque aquela tem um sentido


do direito administrativo sancionador, quer dizer que
SI

muito mais amplo e muito mais preciso que abran-


ge não só atos desonestos ou imorais, mas também serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
A

direito penal que protejam e beneficiem o réu, como,


D

e principalmente atos ilegais. Na lei de improbidade


por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica.
R

administrativa (lei nº 8.429, de 1992), a lesão à mora-


O

lidade administrativa é apenas uma das inúmeras Nesse sentido, observe este julgado do Superior
YG

hipóteses de atos de improbidade previstas na lei.1 Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra-
H

tivo sancionador:
L

Em provas é comum que o examinador traga probi-


EL

dade e moralidade como sinônimos e essa vem sendo [...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis-
XW

a regra nas provas, mas é importante que você saiba trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru-
essa sutil diferença caso a banca queira aprofundar. dência, em razão de sua proximidade com o Direito
A

Observe um exemplo de questão que abordou esse Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII,
M

tema em concurso: da Constituição da República, qual seja, a retroati-


vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em
idêntico sentido, o RMS 37.031).
(CEBRASPE-CESPE – 2018) De acordo com os con-
ceitos, valores e princípios éticos e morais, bem como SUJEITOS PASSIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE
com as disposições da Lei n.º 8.429, de 1992, julgue o
item a seguir. Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos
A ideia de probidade administrativa equivale à de passivos do ato de improbidade, que são aqueles que
moralidade, na medida em que ambas se relacionam sofrem o ato. São eles:
à honestidade na administração pública, sendo, por
isso, exigidas do agente público a observância dos z Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem
princípios éticos e a consciência dos valores morais. como da Administração Direta e Indireta, no
âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e
( ) CERTO ( ) ERRADO do Distrito Federal;
320 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo - 33ª Ed.2020. P. 1041-1042.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Entidade Privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
governamentais citados acima;
z Entidade Privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita
atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integri-
dade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administra-
ção direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais,
previstos no § 5º deste artigo.
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de impro-
bidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Com relação às entidades privadas que, mesmo não integrando a administração indireta, recebem dinheiro
público “criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita” o ressarcimento dos
prejuízos será limitado à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Exemplo: uma entidade privada recebe R$ 55.000,00 de dinheiro público, então ela poderá pleitear em ação de
Improbidade Administrativa o ressarcimento dos prejuízos até o limite de 55.000,00.

§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em
jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos
órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.

No § 8º a Lei deixa claro que as divergências interpretativas das leis, baseadas em jurisprudências não confi-
guram ato de improbidade. Se um agente público, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em uma hipótese
na qual há divergência jurisprudencial a respeito da possibilidade ou impossibilidade de dispensa em tal situação

4
-7
não há que se falar em improbidade mesmo que posteriormente a interpretação prevalente seja contrária ao ato

91
praticado pelo agente. Esse dispositivo garante mais segurança jurídica.

.5
51
SUJEITOS ATIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE

.7
79
O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito na Lei de Improbidade e segundo dispõe a norma, conside-

-0
ra-se sujeito ativo os agentes políticos, servidores públicos, aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou
ZA
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Aqui entra a figura do mesário, do jurado, do estagiário etc.
U
SO

Além deles, temos como sujeito ativo também aqueles que mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou
concorram dolosamente para a prática do ato de improbidade.
A
LV

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele
SI

que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
A

qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art.
D

1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)


R

Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular,
O

pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão,
YG

termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
H
L

O art. 2º descreve o conceito de Agente Público; podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de agentes
EL

públicos em sentido amplo e seriam os:


XW
A

z Agentes Políticos;
M

z Servidores Públicos;
z Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
nação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função;
z O particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equiva-
lente (Particular Equiparado a Agente Público).
LEGISLAÇÃO

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo
ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e
benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação.
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja tam-
bém sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois dispõe que: 321


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Salvo se, comprovadamente,
Os sócios, os cotistas os diretores Não respondem pelo atoa de
houver participação e benefícios
e os colaboradores de pessoas improbidade que venha a ser
diretos, caso em responderão
jurídica de direito privado imputado à pessoa jurídica
nos limites da sua participação

Além disso, as sanções trazidas nessa lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato praticado seja tam-
bém sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei Anticorrupção.
Ainda com relação aos agentes políticos, pode-se citar como exemplos os Chefes do Executivo e seus auxiliares
diretos; membros do Legislativo, membros do Judiciário; membros do Ministério Público; membros dos Tribunais
de Contas e representantes diplomáticos.
A Lei 14.230, de 2021, incluiu expressamente “agente político” como agente público, consolidando o que a juris-
prudência já decidia a respeito da aplicação da Lei de Improbidade aos Agentes Políticos. Com relação aos Chefes do
Executivo, é importante ficar atento para a exceção quanto ao Presidente da República. Veja:

Ementa: Direito Constitucional. Agravo Regimental em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo Regime San-
cionatório em Matéria de Improbidade. Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerrogativa de Função à Ação de
Improbidade Administrativa. 1. Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se
sujeitos a um duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos
atos de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de
responsabilidade [...]2

Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, inclusive
com a possibilidade de duplo regime sancionatório (pela Lei de Improbidade e mediante Impeachment) e não há
foro por prerrogativa de função, ou seja, o julgamento será em primeira instância. Já com relação ao Presidente
da República não há a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, uma vez que o Presidente da República
já tem um sistema próprio de punição dentro da Constituição Federal com uma previsão específica para crimes
de responsabilidade.

4
Lembre-se sempre de responder de acordo com o comando da questão, se a questão citar “de acordo com

-7
entendimento do Supremo Tribunal Federal” você já terá conhecimento suficiente para responder à questão. Se

91
ela trouxer apenas o texto da lei, considere o texto legal.

.5
51
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao Minis-

.7
tério Público competente, para as providências necessárias.

79
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos ape-

-0
nas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido.
ZA
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese de altera-
ção contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
U

Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
SO

ção de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as
A

demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorpo-
LV

ração, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.


SI

A responsabilidade sucessória teve alguns acréscimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriquecimento ilícito, se
A
D

houver o falecimento do causador do dano o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à reparação até o limite do valor da
R

herança ou do patrimônio transferido.


O

Essa regra já estava prevista no texto anterior da Lei de Improbidade. A novidade agora é que a responsabili-
YG

dade sucessória de que trata o art. 8º aplica-se também nas hipóteses de:
H
L

z Alteração contratual;
EL

z De transformação;
XW

z De incorporação;
z De fusão;
A
M

z De cisão societária.

Observe que o parágrafo único do art. 8º-A traz uma redação cheia de detalhes importantes e pode ser muito
explorado em provas. Abanca examinadora pode usar tal dispositivo para elaborar questões que podem induzi-lo
ao erro. Por isso, é muito importante memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas cobra o texto da lei.
Sendo assim, atente-se para as informações na tabela a seguir.

FUSÃO E INCORPORAÇÃO
Responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado
Até o limite do patrimônio transferido
Não aplicando as demais sanções decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da
incorporação
Exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados

2 Pet 3240 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2018, ACÓR-
322 DÃO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 21-08-2018 PUBLIC 22-08-2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercí-
cio de mandato, de cargo, de emprego ou de função
As hipóteses de improbidade administrativa estão pública, e em razão deles, bens de qualquer nature-
divididas em três espécies; art. 9º: atos que importam za, decorrentes dos atos descritos no caput deste
enriquecimento ilícito, art. 10: atos que causam pre- artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução
juízo ao erário e art. 11: atos que atentam contra os do patrimônio ou à renda do agente público, asse-
princípios da administração pública. gurada a demonstração pelo agente da licitude da
O art. 10-A, incluído em 2016 que tratava dos atos origem dessa evolução;
de improbidade administrativa decorrentes de con- VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ati-
cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro vidade de consultoria ou assessoramento para pes-
ou tributário deixou de existir como espécie de ato soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
e foi incorporado em uma das hipóteses de atos que de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
causam lesão ao erário. decorrente das atribuições do agente público, duran-
te a atividade;
Além disso, o rol de hipótese que antes era exem-
IX - perceber vantagem econômica para inter-
plificativo agora se tornou rol taxativo. O rol exem-
mediar a liberação ou aplicação de verba pública
plificativo é aquele que pode ser acrescido por outras
de qualquer natureza;
hipóteses, já o rol taxativo traz uma relação de situa-
X - receber vantagem econômica de qualquer natu-
ções restritas às quais não haverá acréscimo. reza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofí-
cio, providência ou declaração a que esteja obrigado;
Dos Atos de Improbidade Administrativa que XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri-
Importam Enriquecimento Ilícito mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas
Da leitura dos artigos você vai perceber que nessa no art. 1° desta lei;
espécie existe um enriquecimento, um aumento patri- XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, ver-
monial do agente com a prática dos atos descritos. bas ou valores integrantes do acervo patrimonial
Observe os verbos: receber, perceber, adquirir, das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
usar, incorporar, utilizar para conseguir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam

4
-7
Prejuízo Ao Erário

91
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrati-

.5
va importando em enriquecimento ilícito auferir, Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há

51
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de van- um proveito econômico pelo agente, ocorre um prejuí-

.7
tagem patrimonial indevida em razão do exercício de zo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contribuir

79
cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati- para que outro enriqueça às custas do dinheiro público,

-0
vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e deixar de observar alguma exigência prevista em lei,
notadamente:
ZA
e essa inobservância causa algum prejuízo, por exem-
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
U
plo: frustrar a licitude de licitação ou processo seletivo
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco-
SO

nômica, direta ou indireta, a título de comissão,


acarretando perda patrimonial etc. Perceba que com
esse raciocínio não dá para confundir as duas espécies.
A

percentagem, gratificação ou presente de quem


LV

tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser


Art. 10 Constitui ato de improbidade administrativa
SI

atingido ou amparado por ação ou omissão decor-


rente das atribuições do agente público; que causa lesão ao erário qualquer ação ou omis-
A
D

II - perceber vantagem econômica, direta ou são dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente,
R

indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou perda patrimonial, desvio, apropriação, malbarata-
O

locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação mento ou dilapidação dos bens ou haveres das enti-
YG

de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por dades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
H

preço superior ao valor de mercado; I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
L

III - perceber vantagem econômica, direta ou a indevida incorporação ao patrimônio particular, de


EL

indireta, para facilitar a alienação, permuta ou loca- pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas
XW

ção de bem público ou o fornecimento de serviço por ou de valores integrantes do acervo patrimonial das
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; entidades referidas no art. 1º desta Lei;
A

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qual- II - permitir ou concorrer para que pessoa físi-
M

quer bem móvel, de propriedade ou à disposição de ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, ou valores integrantes do acervo patrimonial das
bem como o trabalho de servidores, de empregados entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
ou de terceiros contratados por essas entidades; observância das formalidades legais ou regu-
V - receber vantagem econômica de qualquer natu- lamentares aplicáveis à espécie;
reza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
LEGISLAÇÃO

de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativi- assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patri-
dade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; mônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
VI - receber vantagem econômica de qualquer 1º desta lei, sem observância das formalidades
natureza, direta ou indireta, para fazer declara- legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
ção falsa sobre qualquer dado técnico que envolva IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre locação de bem integrante do patrimônio de qual-
quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterís- quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
tica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer ainda a prestação de serviço por parte delas, por
das entidades referidas no art. 1º desta Lei; preço inferior ao de mercado; 323
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem
locação de bem ou serviço por preço superior ao de causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei.
mercado; § 2º A mera perda patrimonial decorrente da
VI - realizar operação financeira sem obser- atividade econômica não acarretará improbi-
vância das normas legais e regulamentares ou dade administrativa, salvo se comprovado ato
aceitar garantia insuficiente ou inidônea; doloso praticado com essa finalidade.
VII - conceder benefício administrativo ou fis-
cal sem a observância das formalidades legais O parágrafo segundo, do referido artigo, reforça a
ou regulamentares aplicáveis à espécie; ideia de que os atos descritos na lei de improbidade
VIII - frustrar a licitude de processo licitató- precisam de dolo, ou seja, a vontade livre e consciente
rio ou de processo seletivo para celebração de de alcançar o resultado ilícito.
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou
dispensá-los indevidamente, acarretando perda Dos Atos de Improbidade Administrativa que
patrimonial efetiva; Atentam Contra Os Princípios Da Administração
IX - ordenar ou permitir a realização de despe- Pública
sas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
Com relação aos atos de improbidade que aten-
de renda, bem como no que diz respeito à conserva-
tam contra os princípios, a conduta do agente de
ção do patrimônio público;
alguma forma vai violar os princípios que norteiam
XI - liberar verba pública sem a estrita obser-
a atividade da administração pública. Como é um rol
vância das normas pertinentes ou influir de
menor, se você memorizar as hipóteses do art. 11 e
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que
tiver em mente o raciocínio explicado acima nos arts.
terceiro se enriqueça ilicitamente; 9º e 10, fica fácil identificar na questão o que é o enri-
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço par- quecimento ilícito e o prejuízo ao erário.
ticular, veículos, máquinas, equipamentos ou material
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° des- que atenta contra os princípios da administração
ta lei, bem como o trabalho de servidor público, empre- pública a ação ou omissão dolosa que viole os deve-
res de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,

4
gados ou terceiros contratados por essas entidades.

-7
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento caracterizada por uma das seguintes condutas:

91
que tenha por objeto a prestação de serviços públi- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de

.5
cos por meio da gestão associada sem observar 2021)

51
as formalidades previstas na lei; II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,

.7
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio públi- de 2021)

79
co sem suficiente e prévia dotação orçamentária, III - revelar fato ou circunstância de que tem

-0
ou sem observar as formalidades previstas na lei. ciência em razão das atribuições e que deva
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, permanecer em segredo, propiciando beneficia-
ZA
para a incorporação, ao patrimônio particular de mento por informação privilegiada ou colocando
U

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou em risco a segurança da sociedade e do Estado;
SO

valores públicos transferidos pela administração IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em
razão de sua imprescindibilidade para a seguran-
A

pública a entidades privadas mediante celebração de


LV

parcerias, sem a observância das formalidades ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses


legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; instituídas em lei;
SI

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi- V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o cará-
A

ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ter concorrencial de concurso público, de cha-
D

ou valores públicos transferidos pela administração mamento ou de procedimento licitatório, com


R

vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou


O

pública a entidade privada mediante celebração de


YG

parcerias, sem a observância das formalidades indireto, ou de terceiros;


legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; VI - deixar de prestar contas quando esteja obri-
H

XVIII - celebrar parcerias da administração gado a fazê-lo, desde que disponha das condições
L
EL

pública com entidades privadas sem a obser- para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
vância das formalidades legais ou regulamen- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe-
XW

tares aplicáveis à espécie; cimento de terceiro, antes da respectiva


A

XIX - agir para a configuração de ilícito na divulgação oficial, teor de medida política ou
M

celebração, na fiscalização e na análise das econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,


prestações de contas de parcerias firmadas pela bem ou serviço.
administração pública com entidades privadas; VIII - descumprir as normas relativas à celebra-
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela ção, fiscalização e aprovação de contas de parce-
administração pública com entidades privadas sem a rias firmadas pela administração pública com
estrita observância das normas pertinentes ou entidades privadas.
influir de qualquer forma para a sua aplicação IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
irregular. de 2021)
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021) de 2021)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício XI - nomear cônjuge, companheiro ou paren-
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o te em linha reta, colateral ou por afinidade,
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
116, de 31 de julho de 2003. nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formali- investido em cargo de direção, chefia ou assesso-
dades legais ou regulamentares não implicar per- ramento, para o exercício de cargo em comissão
324 da patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
administração pública direta e indireta em qual- cometimento de ato de improbidade administrati-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito va que atenta contra princípios, não basta citar que
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste cometeu tal ato, é preciso demonstrar de forma obje-
mediante designações recíprocas; tiva e indicar as normas constitucionais, legais ou
XII - praticar, no âmbito da administração públi- infralegais que foram violadas.
ca e com recursos do erário, ato de publicidade
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da § 4º Os atos de improbidade de que trata este
Constituição Federal, de forma a promover artigo exigem lesividade relevante ao bem
inequívoco enaltecimento do agente público e jurídico tutelado para serem passíveis de sancio-
personalização de atos, de programas, de obras, de namento e independem do reconhecimento da
serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. produção de danos ao erário e de enriqueci-
mento ilícito dos agentes públicos
O nepotismo passou a ser considerado de forma § 5º Não se configurará improbidade a mera
expressa como ato de improbidade que atenta contra nomeação ou indicação política por parte dos
princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na detentores de mandatos eletivos, sendo neces-
Súmula Vinculante número 13 do Supremo Tribunal sária a aferição de dolo com finalidade ilícita
Federal, mas o legislador resolveu incluir, também, no por parte do agente.
texto da Lei de Improbidade reforçando a vedação ao
nepotismo. O legislador deixa claro no § 4º, do art. 11, que os
Tal inclusão se mostra muito importante, pois, atos de improbidade referidos no artigo exigem lesi-
apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito vidade relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja,
da proibição do nepotismo por violar a Constituição para que os atos aqui descritos sejam passíveis de
Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no sanção será necessário que o aplicador da norma (o
âmbito da improbidade administrativa poderia levar Juiz) no caso concreto observe se a conduta praticada
a questionamentos com relação a aplicação de san- foi capaz de causar uma lesividade relevante ao bem
ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi- jurídico protegido.
dade que viola princípios e está sujeita às cominações Além disso, a aplicação da sanção por violação aos
legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade. princípios não vai depender da ocorrência de danos

4
ao erário ou de enriquecimento ilícito dos agentes.

-7
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas Se por exemplo um agente público deixar de prestar

91
contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº contas quando esteja obrigado a fazê-lo, com vistas

.5
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have- a ocultar irregularidades por ele praticadas e ficar

51
rá improbidade administrativa, na aplica- provado o dolo da conduta mesmo não havendo um

.7
ção deste artigo, quando for comprovado na prejuízo ao erário ou enriquecimento, o agente será

79
conduta funcional do agente público o fim de responsabilizado.

-0
obter proveito ou benefício indevido para si ou ZA
para outra pessoa ou entidade.
U

Importante!
SO

Outro ponto importante diz respeito à previsão


do parágrafo primeiro o qual dispõe que somente
A

haverá improbidade administrativa, quando for Com relação ao ato de frustrar procedimen-
LV

comprovado o fim de obter proveito ou benefício to licitatório, tome cuidado, pois o examinador
SI

indevido. pode te induzir ao erro, já que tal ato é encontra-


A

Novamente o legislador faz ênfase à proibição de do tanto no art. 10 quanto no art. 11 sendo que
D

haver condutas culposas nos atos de improbidade a diferença é:


R

� Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo


O

administrativa e caberá ao Ministério Público, titu-


YG

lar da ação, provar que nas hipóteses descritas nesse ao erário;


artigo o agente tinha a finalidade de obter proveito ou � Se não houver perda patrimonial efetiva → Atenta
H

benefício indevido para si ou para outra pessoa.


L

contra princípios.
EL
XW

§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a


quaisquer atos de improbidade administrativa tipi- DAS PENAS
A

ficados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer


M

outros tipos especiais de improbidade administrati- Em decorrência da independência das instâncias,


va instituídos por lei. as sanções previstas no art. 12 não excluem a possi-
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na bilidade de responsabilização do agente em âmbito
categoria de que trata este artigo pressupõe criminal, civil e administrativo.
a demonstração objetiva da prática de ilega- Além disso, é importante não confundir o ressar-
lidade no exercício da função pública, com a cimento integral do dano com a multa, são coisas
indicação das normas constitucionais, legais diferentes. O ressarcimento integral do dano ocor-
LEGISLAÇÃO

ou infralegais violadas. rerá sempre que houver dano, trata-se de uma conse-
quência lógica decorrente da conduta ilícita. Se, por
A exigência do parágrafo 3º diz respeito à neces- exemplo um agente público incorporar, por qualquer
sidade de motivação, fundamentação de todas as ale- forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou
gações feitas, assim como deve ser feito nas decisões valores integrantes do acervo patrimonial das entida-
proferidas pelo judiciário, indicando as normas que des referidas na lei esse agente tem o dever de ressar-
foram violadas pelo agente público. cir o dano que foi causado a essa entidade, seja dano
Ou seja, se o Ministério Público ingressou com financeiro ou patrimonial. Já a multa é uma sanção
uma ação contra um agente público pelo suposto aplicada pela prática do ato ilícito. 325
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Lei 14.230, de 2021, trouxe algumas alterações § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro,
com relação às sanções. A suspensão dos direitos polí- se o juiz considerar que, em virtude da situação
ticos terá prazo máximo de 14 anos e o valor das mul- econômica do réu, o valor calculado na forma dos
incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
tas diminuiu. Veja:
reprovação e prevenção do ato de improbidade.
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica,
Art. 12 Independentemente do ressarcimento deverão ser considerados os efeitos econômicos e
integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san- sociais das sanções, de modo a viabilizar a manu-
ções penais comuns e de responsabilidade, civis e tenção de suas atividades.
administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito O § 3º respeita os princípios da razoabilidade e da pro-
às seguintes cominações, que podem ser aplicadas porcionalidade que consistem basicamente na adequa-
isolada ou cumulativamente, de acordo com a ção entre meios e fins e é dividido em três subprincípios:
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou � Adequação: verificar se a decisão ou conduta
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda alcançará o ato/resultados almejados;
da função pública, suspensão dos direitos políticos � Necessidade: verificar se há um meio menos gra-
até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equi- voso e igualmente eficaz para ser adotado;
valente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- � Proporcionalidade em sentido estrito: significa
ção de contratar com o poder público ou de receber verificar se as restrições decorrentes são compen-
sadas pelos benefícios que serão gerados.
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-
No âmbito da Lei de Improbidade, o objetivo desse
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo pra-
parágrafo é que na aplicação das sanções às pessoas
zo não superior a 14 (catorze) anos;
jurídicas, deve-se levar em consideração os efeitos
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens
econômicos e sociais para não tornar inviável a conti-
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, nuidade das atividades prestadas pela pessoa jurídica.
se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos até 12 § 4º Em caráter excepcional e por motivos rele-
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente vantes devidamente justificados, a sanção de

4
ao valor do dano e proibição de contratar com o proibição de contratação com o poder público

-7
poder público ou de receber benefícios ou incenti- pode extrapolar o ente público lesado pelo ato

91
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, de improbidade, observados os impactos econô-

.5
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da micos e sociais das sanções, de forma a preservar a

51
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe- função social da pessoa jurídica, conforme disposto

.7
rior a 12 (doze) anos; no § 3º deste artigo.

79
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de

-0
multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor Com relação à sanção de proibição de contratar, em
da remuneração percebida pelo agente e proibição regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado, por
ZA
de contratar com o poder público ou de receber exemplo, um servidor municipal cometeu um ato de
U

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire- improbidade que gerou lesão ao erário no respectivo
SO

ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de Município. Sendo assim, a proibição de contratar com
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
A

o poder público será aplicada somente ao Município


LV

prazo não superior a 4 (quatro) anos;


onde ocorreu a lesão.
IV - (revogado).
SI

§ 1º A sanção de perda da função pública, nas No entanto, excepcionalmente e por motivos rele-
A

hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, vantes devidamente justificados, a sanção de proibição
D

atinge apenas o vínculo de mesma qualida- de contratar poderá extrapolar o ente público lesado.
R

de e natureza que o agente público ou políti- Além disso, outro ponto importante acrescido pela
O

co detinha com o poder público na época do Lei 14.230, de 2021, é a necessidade de a sanção de
YG

cometimento da infração, podendo o magistra- proibição de contratação com o poder público constar
H

do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
L

em caráter excepcional, estendê-la aos demais pensas (CEIS) observadas as limitações territoriais
EL

vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e contidas na decisão judicial.


XW

a gravidade da infração.
A

§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurí-


O § 1º dispõe que a perda da função pública só
M

dicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á


vai alcançar o vínculo que o agente público deti- à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarci-
nha ao tempo do cometimento da infração. mento do dano e da perda dos valores obtidos,
Para facilitar seu estudo, vejamos um exemplo: Um quando for o caso, nos termos do caput deste artigo.
servidor público efetivo que ocupa o cargo de Analis- § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a
ta no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região na reparação do dano a que se refere esta Lei deve-
Comarca de Belo Horizonte foi licenciado para exercer rá deduzir o ressarcimento ocorrido nas ins-
o mandato eletivo de Prefeito no Município. No curso tâncias criminal, civil e administrativa que
do mandato eletivo ele comete ato de improbidade, tiver por objeto os mesmos fatos.
nessa circunstância, caso ele seja condenado, a perda § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com
da função pública será aplicada apenas ao mandato base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
eletivo não atingindo seu cargo efetivo de Analista. 2013, deverão observar o princípio constitucional
Nas hipóteses previstas no inciso I do caput desse do non bis in idem.
artigo (os casos que importam enriquecimento ilícito) o § 8º A sanção de proibição de contratação com
Magistrado poderá, em caráter excepcional, estender a o poder público deverá constar do Cadastro
perda da função aos demais vínculos, consideradas as Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
326 circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste
artigo.
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
tença condenatória.
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroa-
tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Conforme dispõe o § 6º, se um agente estiver sendo processado pelo mesmo fato nas três esferas (criminal, civil
e administrativa) e ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano em sede de improbidade adminis-
trativa deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias referidas.
O § 10 fala sobre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. A sentença condenatória
transitada em julgado é aquela da qual não caiba mais recurso tornando-se definitiva. Já a decisão colegiada, é a deci-
são proferida em 2ª instância. Sendo assim, a contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos será a
partir da condenação em 2ª instância.
Importante lembrar, também, que as sanções trazidas no art. 12 só podem ser executadas após o trânsito
em julgado da sentença condenatória que será proferida após o regular processo judicial que garanta contra-
ditório e ampla defesa ao acusado.
Analisando provas anteriores, percebe-se que a parte das disposições gerais da lei, o capítulo referente aos
atos de improbidade e o capítulo das penas são os mais cobrados em provas de concursos. É claro que tudo que
está previsto na lei pode ser abordado em provas, mas já que esse é um dos tópicos de maior incidência, segue um
quadro para facilitar a memorização das sanções previstas na lei.

Quadro Comparativo das Penas

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA


SANÇÃO
(ART. 9º) (ART.10) PRINCÍPIOS (ART. 11)
PERDA DA FUNÇÃO
Sim Sim ---
PÚBLICA

4
SUSPENSÃO DOS

-7
Até 14 anos Até 12 anos ---

91
DIREITOS POLÍTICOS

.5
PERDA DOS BENS

51
ACRESCIDOS Sim Sim, se houver ---

.7
ILICITAMENTE

79
MULTA CIVIL Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24X o valor da remuneração

-0
PROIBIÇÃO DE ZA
CONTRATAR
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
U

OU RECEBER
SO

BENEFÍCIOS FISCAIS
A
LV

Importante: Ressarcimento integral do dano: Aplicável sempre que houver dano efetivo.
SI
A

DA DECLARAÇÃO DE BENS
D
R

Na redação anterior, ou o agente entregava a declaração de bens elaborada por ele mesmo ou poderia se
O

forma facultativa entregar a cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na
YG

conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.


H

Na atual redação, o agente deve entregar a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fede-
L

ral (Declaração de Imposto de Renda). Tal declaração deve ser atualizada anualmente e na data em que o agente
EL

público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declaração ou prestá-la falsa sofrerá a pena de demissão.
XW

Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
A
M

to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1º (Revogado).
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
prestar declaração falsa.
LEGISLAÇÃO

§ 4º (Revogado).

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

O procedimento administrativo é realizado internamente com o intuito de investigar o suposto ato praticado
por um agente público. O início do processo administrativo pode se dar de ofício, ou seja, pela própria administra-
ção ou mediante representação de qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade determinará a apuração
dos fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente, se for um
agente federal, por exemplo, o procedimento observará a Lei 8.112, de 1990. 327
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Já o processo judicial é instaurado no judiciário Art. 16 Na ação por improbidade administrativa
mediante petição apresentada pelo Ministério Públi- poderá ser formulado, em caráter antecedente
co, que é o titular da referida ação, para aplicação das ou incidente, pedido de indisponibilidade de
penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e bens dos réus, a fim de garantir a integral recom-
aos particulares que mesmo não sendo agentes públi- posição do erário ou do acréscimo patrimonial
cos, induzam ou concorram dolosamente para a práti- resultante de enriquecimento ilícito.
ca do ato de improbidade. § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
São procedimentos independentes; no processo
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que
administrativo serão aplicadas as sanções de natureza
se refere o caput deste artigo poderá ser formu-
administrativa podendo inclusive ser aplicada a pena
lado independentemente da representação de
de demissão. O processo administrativo é mais rápido que trata o art. 7º desta Lei.
e a decisão de demissão em âmbito administrativo pro- § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibili-
duz efeitos imediatos em decorrência dos princípios da dade de bens a que se refere o caput deste artigo
autoexecutoriedade e da presunção de legitimidade dos incluirá a investigação, o exame e o bloqueio
atos. Sendo assim, a entidade que sofreu a lesão poderá de bens, contas bancárias e aplicações finan-
instaurar um processo administrativo, demitir o agente ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos
público e na ação judicial haverá a aplicação das demais termos da lei e dos tratados internacionais.
penalidades referidas na lei. § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que
se refere o caput deste artigo apenas será defe-
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à rido mediante a demonstração no caso concreto
autoridade administrativa competente para que de perigo de dano irreparável ou de risco ao
seja instaurada investigação destinada a apurar a resultado útil do processo, desde que o juiz se
prática de ato de improbidade. convença da probabilidade da ocorrência dos atos
§ 1º A representação, que será escrita ou redu- descritos na petição inicial com fundamento nos
zida a termo e assinada, conterá a qualifica- respectivos elementos de instrução, após a oitiva
ção do representante, as informações sobre o do réu em 5 (cinco) dias.
fato e sua autoria e a indicação das provas de
que tenha conhecimento. Importante ressaltar que agora a lei exige a
demonstração de perigo irreparável, antes o Supe-

4
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a repre-

-7
sentação, em despacho fundamentado, se esta rior Tribunal de Justiça entendia que o periculum in

91
não contiver as formalidades estabelecidas no mora — perigo da demora — era implícito, presumido

.5
§ 1º deste artigo. A rejeição não impede a repre- no referido dispositivo. Com as alterações, é preciso

51
sentação ao Ministério Público, nos termos do demonstrar perigo de dano irreparável ou de risco ao

.7
art. 22 desta lei. resultado útil do processo.

79
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a Para entender melhor imagine o seguinte. Um agen-

-0
autoridade determinará a imediata apuração dos te público está sendo investigado por, supostamente,
ZA
fatos, observada a legislação que regula o processo ter incorporado ao seu patrimônio bens, rendas, ver-
administrativo disciplinar aplicável ao agente. bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
U
SO

Art. 15 A comissão processante dará conhecimento entidades mencionadas na lei. Há fortes indícios da
ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de praticado do referido ato e no curso da investigação o
A

Contas da existência de procedimento administra- Ministério Público percebe que o agente está come-
LV

tivo para apurar a prática de ato de improbidade. çando a dilapidar todo o seu patrimônio gerando o
SI

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado
A

ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, útil do processo, uma vez que a essa conduta poderia
D

designar representante para acompanhar o proce- inviabilizar o ressarcimento dos valores indevida-
R

dimento administrativo. mente incorporados. No caso hipotético narrado, se o


O
YG

Ministério Público conseguir convencer o Juiz de que a


INDISPONIBILIDADE DE BENS conduta do investigado gera perigo de dano irreparável
H

(desfazer-se do patrimônio) ou risco ao resultado útil do


L
EL

A indisponibilidade de bens é uma medida cautelar processo (impossibilitando a futura reparação do dano)
que pode ser requerida antes ou no curso da ação principal a indisponibilidade de bens será deferida.
XW

e visa a garantir a futura devolução de dinheiro público em


A

caso de condenação. Imagine que um agente público esteja § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada
M

sendo investigado pela possível prática de ato que gerou sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contradi-
enriquecimento ilícito, é possível que o indiciado acabe tório prévio puder comprovadamente frustrar a
com todo o seu patrimônio, transfira para outras pessoas efetividade da medida ou houver outras circuns-
e ao final do processo judicial não seja possível o ressar- tâncias que recomendem a proteção liminar, não
cimento aos cofres públicos. Para evitar que isso ocorra, o podendo a urgência ser presumida.
Ministério Público irá requerer ao Juiz essa medida caute- § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somató-
lar para garantir o ressarcimento do prejuízo quando for ria dos valores declarados indisponíveis não poderá
proferida a decisão transitada em julgado. superar o montante indicado na petição inicial como
dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
Quando essa medida for deferida pelo juiz, o investi-
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a
gado ou indiciado não poderá se desfazer de seus bens. estimativa de dano indicada na petição inicial,
Tal medida de certa forma “trava” o patrimônio, bloqueia permitida a sua substituição por caução idô-
os bens e ele não poderá, por exemplo, vender imóveis, nea, por fiança bancária ou por seguro-garan-
movimentar aplicações financeiras, valores em conta tia judicial, a requerimento do réu, bem como a
bancária etc. Foram acrescidos alguns artigos que regu- sua readequação durante a instrução do processo.
lamentam de forma mais detalhada a indisponibilidade. § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro
328 Além disso, não existe mais o sequestro de bens na lei. dependerá da demonstração da sua efetiva
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em
geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais preciosos
e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a
manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.

A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e estudiosos
do Direito Administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum professor falando sobre isso,
mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar o entendimento deste tópico, veja
o fluxograma que segue:

Em carácter antecedente ou incidente –


antes ou no curso da ação principal

4
-7
Pedido formulado pelo

91
ministério Público

.5
51
Garantir a integral recomposição do

.7
erário ou do acréscimo patrimonial

79
resultante de enriquecimento ilícito

-0
ZA
INDISPONIBILIDADE
U
SO

DE BENS
A

Desde que o juiz se convença da


LV

probabilidade dos atos descritos, após a


SI

oitava do réu em 5 (cinco) dias


O pedido deve demonstrar
A

� Perigo de dano irreparável ou


D

� Risco do resultado útil do


R
O

processo
YG

Não incide sobre:


H

� Multa civil
L

� Acréscimo patrimonial decorrente de


EL

atividade lícita
XW
A
M

A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen-
dem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
A lei em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o Juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja:

z Veículos de via terrestre;


z Bens imóveis;
LEGISLAÇÃO

z Bens móveis em geral;


z Semoventes;
z Navios e aeronaves;
z Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
z Pedras e metais preciosos;
z Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado
e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.

Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14 do art. 16: 329
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos § 10 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
depositados em caderneta de poupança, em outras de 2021)
aplicações financeiras ou em conta corrente; § 10-A Havendo a possibilidade de solução con-
z Bem de família do réu, salvo se comprovado que o sensual, poderão as partes requerer ao juiz a
imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida. interrupção do prazo para a contestação, por
prazo não superior a 90 (noventa) dias.
PROCESSO JUDICIAL § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
do o autor, o juiz:
I - procederá ao julgamento conforme o estado do
No texto anterior da Lei 8.429, de 1992, tanto o
processo, observada a eventual inexistência mani-
Ministério Público quanto a Pessoa Jurídica lesada festa do ato de improbidade;
tinham legitimidade para dar início à ação judicial II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas
de improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei a otimizar a instrução processual.
14.230, de 2021, o Ministério Público passa a ser o úni- § 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz
co legitimado para propor a ação. proferirá decisão na qual indicará com precisão
a tipificação do ato de improbidade administrati-
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções va imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
de que trata esta Lei será proposta pelo Minis- o fato principal e a capitulação legal apresentada
tério Público e seguirá o procedimento comum pelo autor.
previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 § 10-D Para cada ato de improbidade administra-
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
Lei. um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
§ 1º (Revogado). 11 desta Lei.
§ 2º (Revogado). § 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
§ 3º (Revogado). artigo, as partes serão intimadas a especificar as
§ 4º (Revogado). provas que pretendem produzir.
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou
deverá ser proposta perante o foro do local parcial da ação de improbidade administrati-
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica va que:
prejudicada.

4
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele

-7
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput definido na petição inicial;

91
deste artigo prevenirá a competência do juízo para II - condenar o requerido sem a produção das pro-

.5
todas as ações posteriormente intentadas que pos- vas por ele tempestivamente especificadas.

51
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 11. Em qualquer momento do processo, verificada

.7
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará

79
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon- a demanda improcedente.

-0
tar os elementos probatórios mínimos que demons- § 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
trem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e de 2021)
ZA
11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade § 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
U

devidamente fundamentada; de 2021)


SO

II - será instruída com documentos ou justificação § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurí-
que contenham indícios suficientes da veracidade
A

dica interessada será intimada para, caso queira,


LV

dos fatos e do dolo imputado ou com razões fun- intervir no processo.


damentadas da impossibilidade de apresentação
SI

§ 15 Se a imputação envolver a desconsideração


de qualquer dessas provas, observada a legislação de pessoa jurídica, serão observadas as regras pre-
A

vigente, inclusive as disposições constantes dos


D

vistas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº


arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
R

13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo


O

2015 (Código de Processo Civil). Civil).


YG

§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as § 16 A qualquer momento, se o magistrado


tutelas provisórias adequadas e necessárias,
H

identificar a existência de ilegalidades ou


nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de
L

de irregularidades administrativas a serem


EL

16 de março de 2015 (Código de Processo Civil sanadas sem que estejam presentes todos os
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos
XW

requisitos para a imposição das sanções aos


do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
agentes incluídos no polo passivo da deman-
A

(Código de Processo Civil), bem como quando


da, poderá, em decisão motivada, converter a
M

não preenchidos os requisitos a que se referem os


ação de improbidade administrativa em ação
incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando
civil pública, regulada pela Lei nº 7.347, de 24 de
manifestamente inexistente o ato de improbidade
julho de 1985.
imputado.
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida for-
ma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a A possibilidade de conversão de ação de improbi-
citação dos requeridos para que a contestem dade administrativa em ação civil pública é uma for-
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de
prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, § 17 Da decisão que converter a ação de impro-
de 2021) bidade em ação civil pública caberá agravo de
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, instrumento.
de 2021) § 18 Ao réu será assegurado o direito de ser
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli- interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e
minares suscitadas pelo réu em sua contestação a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão
330 caberá agravo de instrumento. confissão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 19 Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia;
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil);
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, competindo ao
Conselho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos
distintos;
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito.
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos
praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a respon-
der ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julgado.
§ 21 Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões
preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação.

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL

A Lei 14.230, de 2021, trouxe de forma mais detalhada os requisitos para que se possa realizar um acordo de
não persecução civil no âmbito da improbidade administrativa. Trata-se de um acordo celebrado entre o Minis-
tério Público e pessoas físicas ou jurídicas investigadas pela prática de improbidade administrativa com o intuito
de não prosseguir com a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo judiciário; entretanto, para a aplicação
desse acordo, devem ser observados alguns requisitos, veja:

Art. 17-B O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
privados.
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação;
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para

4
-7
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;

91
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da
ação de improbidade administrativa.

.5
51
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade
do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem

.7
79
como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de

-0
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noven-
ZA
ta) dias.
U
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de apuração
SO

do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória.


§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério
A

Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.


LV

§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e procedi-
SI

mentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação


A

efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras
D

medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas.


R

§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará
O

impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do
YG

efetivo descumprimento.
H
L
EL
XW
A
M

LEGISLAÇÃO

331
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Legitimidade para propor Ministério Público

I - integral ressarcimento do dano


ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL

II - a reversão à pessoa jurídica lesada da


Resultados
vantagem indevida obtida ainda que oriunda
de agentes privados

I - Oitava do ente federativo lesado, em


momento anterior ou posterior à propositura
de ação

II - de aprovação no prazo de até 60


(sessenta) dias, pelo órgão do Ministério
Procedimento adotado (hipótese Público competente para apreciar as
cumulativas) § 1°, art. 17-B promoções de arquivamento de inquéritos
civis, se anterior ao ajuizamento da ação

4
-7
91
III - de homologação judicial,

.5
independentemente de acordo ocorrer

51
antes ou depois do ajuizamento da ação de

.7
79
improbidade administrativa

-0
ZA
O acordo de não persecução civil poderá ser realizado em 3 momentos:
U
SO

z No curso da investigação de apuração do ilícito;


A

z No curso da ação de improbidade;


LV

z No momento da execução da sentença condenatória.


SI
A

O art. 17-C estabelece que a sentença deverá observar, além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil,
D

também os trazidos na lei. Destaca-se que o § 2º fala sobre a hipótese de litisconsórcio passivo, que ocorre quando
R
O

se tem mais de um réu no processo. Nessas circunstâncias, a lei prevê que a condenação ocorrerá no limite da parti-
YG

cipação e dos benefícios diretos de cada um, vedada qualquer solidariedade; ou seja, cada réu responderá pela sua
H

participação ou de acordo com os seus benefícios em decorrência da pratica do ato ilícito.


L
EL

Art. 17-C A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489
XW

da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil):


I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta
A

Lei, que não podem ser presumidos;


M

II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores jurídicos abstratos;
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem
prejuízo dos direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condiciona-
do a ação do agente;
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa:
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade;
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
c) a extensão do dano causado;
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente;
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva;
g) os antecedentes do agente;
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente;
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não
admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver concorrido ou das quais não tiver
332 obtido vantagens patrimoniais indevidas;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifiquem a imposição da sanção.
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de improbidade.
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocorrerá no limite da participação e dos benefícios diretos,
vedada qualquer solidariedade.
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei.
Art. 17-D A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplica-
ção de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para o
controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de
agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo,
à ordem econômica, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio
público e social submetem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 18 A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressar-
cimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determi-
nação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do patrimônio
público ou à perda ou à reversão dos bens.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no
prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao
Ministério Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao
ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual responsa-
bilização pela omissão verificada.
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser descontados os serviços efetivamente prestados.

O § 4º estabelece a possibilidade de parcelamento em até 48 parcelas do débito decorrente da condenação,


mas para isso o réu tem que demonstrar que não pode efetuar todo o pagamento de uma só vez.

4
-7
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas moneta-

91
riamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar

.5
incapacidade financeira de saldá-lo de imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

51
Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções

.7
aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a

79
prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

-0
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um ter-
ço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ZA
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei
U

nº 14.230, de 2021)
SO

Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber incen-
tivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei
A
LV

nº 14.230, de 2021)
SI

O art. 18-A traz a possibilidade de unificação das penas. Após o Juiz proferir a sentença judicial transitada em
A
D

julgado, da qual não caiba mais recurso a próxima fase é cumprir o que foi determinado na sentença. Nessa fase de
R

cumprimento, o juiz unificará, ou seja, vai reunir eventuais sanções aplicadas com outras já impostas em outros
O

processos da seguinte forma:


YG
H

z Se houver continuidade de ilícito, o Juiz aplica a maior sanção aumentada de 1/3 (um terço), ou soma as
L

penas optando por aquilo que for mais benéfico ao réu;


EL

z No caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
XW
A

Importante!
M

Nas hipóteses do art. 18-A, a suspensão de direitos políticos e a proibição de contratar ou de receber incen-
tivos fiscais observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos (parágrafo único, do art. 18-A).

Esquematizando alguns pontos importantes:


LEGISLAÇÃO

333
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Proposta pelo MP, único legitimado. (art. 17)

Natureza Repressiva,
Caráter Sancionatório (art. 17-D)

Se não se identificam O Juiz pode converter a ação de


todos os requisitos para a improbidade em ação civil pública (§ 16,
AÇÃO JUDICIAL
caracterização do ato de art. 17)
improbidade

A acessória jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos
administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê - lo
judicialmente, caso este venha a responder a ação por improbidade administrativa até o
trânsito em julgado (§ 20, art. 17)

Importante: Não existe mais a defesa preliminar; o requerido já será citado para apresentar a contestação.

DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

As sanções trazidas na Lei de Improbidade Administrativa têm natureza repressiva, de caráter sancionatório.

4
O único momento em que a lei trata de alguma sanção penal é no art. 19, mas nesse caso a sanção será aplicada

-7
91
ao denunciante e não ao agente que cometeu ato de Improbidade.

.5
51
Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,

.7
quando o autor da denúncia o sabe inocente.

79
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

-0
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado. ZA
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
U

sentença condenatória.
SO

§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do


A

cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instru-
LV

ção processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.


SI

§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.
A
D
R

Muitas pessoas acham estranho quando se fala que o afastamento do agente público do exercício do cargo,
O

emprego ou função ocorrerá sem prejuízo da sua remuneração, mas isso ocorre em decorrência da presunção de
YG

inocência. Todos se presumem inocentes até que se prove o contrário por meio do devido processo legal.
H

Portanto, enquanto não houver uma decisão condenatória não é possível que o servidor seja, desde já conde-
L

nada a perder sua remuneração. Esse afastamento ocorrerá quando for necessário para a instrução processual ou
EL

para evitar o cometimento de novos ilícitos. Por não ser uma sanção deverá ter prazo determinado de até 90 dias
XW

podendo ser prorrogado mais uma vez por igual prazo. O afastamento não é por 90 dias e sim por até 90 dias,
A

sendo assim, se o for determinado que o agente se afaste por 60 dias a prorrogação só poderá ser por mais 60 dias.
M

Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de funda-
mento para a conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede o
trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previstos no
334 art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções apli-
cadas nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a ins-
tauração de inquérito policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

SENTENÇAS CIVIS E PENAIS PRODUZIRÃO EFEITOS EM RELAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE QUANDO


CONCLUÍREM:

Pela inexistência da conduta Pela negativa da autoria

A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL EM AÇÃO QUE DISCUTA OS MESMOS FATOS, CONFIRMADA POR DECISÃO
COLEGIADA:

Impede o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previstos no CPP

DA PRESCRIÇÃO

A prescrição ocorre quando o decurso do tempo impede que o titular da ação de improbidade possa aplicar a
sanção ao suposto autor do ato de improbidade. Esse instituto existe no direito brasileiro para resguardar a segu-
rança jurídica. Sendo assim, o Estado tem um tempo determinado para poder sancionar os atos de improbidade.
A demora do Estado extingue a possibilidade de punir o suposto autor do ato ímprobo praticado por agentes
públicos e particulares.
Se, por exemplo, um agente público comete ato de improbidade que causa prejuízo ao erário o Ministério

4
Público tem um prazo para ingressar com a ação e efetivar as sanções previstas na lei, passado o prazo o Estado

-7
não poderá mais responsabilizar o acusado.

91
Importante: Atente-se para este julgado, que trata da imprescritibilidade da ação de ressarcimento ao erário:

.5
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de

51
Improbidade Administrativa3.

.7
79
Tese repercussão geral STF nº 897: são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática

-0
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. ZA
U
Com as alterações da Lei 14.230, de 2021 o prazo prescricional passou a ser de 8 (oito) anos em todas as hipó-
SO

teses e a contagem se dá a partir da ocorrência do fato.


A
LV

Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (Redação
SI

dada pela Lei nº 14.230, de 2021)


A

I - (revogado);
D

II - (revogado);
R
O

III - (revogado);
YG

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referi-
dos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corri-
H

dos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de
L
EL

suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e ses-
XW

senta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
A

submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
M

§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias,
se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
LEGISLAÇÃO

IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório
ou que reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a
prática do ato de improbidade.

3 [Lei 8.429, de 1992, arts. 9 a 11 (1)]. RE 852475/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 8.8.2018. (RE-852475) 335
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a
qualquer deles estendem-se aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte-
ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os
marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.

A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção do prazo prescricional. Vejamos:


Suspensão: após a instauração de inquérito civil ou de processo administrativo o prazo prescricional sus-
pende por até 180 dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão.
Interrupção: após a ocorrência das hipóteses previstas, volta a contar o prazo do zero.
Os conceitos de interrupção e suspensão são trazidos pela doutrina e é importante saber a diferença entre os
institutos para entender o conteúdo.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: Um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos, o Ministério Público apresenta a ação e no dia
da apresentação o prazo será interrompido. Na interrupção o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apre-
sentação da ação de Improbidade Administrativa pelo Ministério Público voltaríamos a contar os 8 anos, mas na
prescrição intercorrente do § 5º o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer então que
o prazo da prescrição intercorrente será de 4 anos.
Outro ponto importante é sobre a possibilidade de o Ministério Público, de ofício, a requerimento de auto-
ridade administrativa ou mediante representação instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo
assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial para apurar os ilícitos.
Percebe-se aqui algumas possibilidades trazidas pela lei para que o Ministério Público possa obter os ele-
mentos necessários para a instauração da ação de improbidade administrativa. E conforme os §§ 2º e 3º, art. 23,
o inquérito civil deve respeitar o prazo de 365 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.

4
Importante!

-7
91
O prazo do inquérito civil é de 365 dias corridos prorrogável uma vez por igual período mediante fundamen-

.5
tação, ou seja, 365 + 365. Cuidado com as provas: são 365 dias e não 1 ano.

51
.7
79
-0
Prorrogável uma única vez por igual
ZA
período, mediante ato fundamentado
U
SO

Será concluído no
A

prazo de 365 dias corridos


LV
SI

Encerrado o prazo, a ação deverá ser


A

proposta no prazo de 30 dias, se não for


D

caso de arquivamento do inquérito civil


R

INQUÉRITO CIVIL
O
YG
H
L
EL

Em 8 anos, contados a partir da


A ação para a aplicação ocorrência do fato ou, no caso de
XW

das sanções previstas infrações permanentes, do dia em


nesta Lei prescreve
A

que cessou a permanência


M

Art. 23-A É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolu-
mentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final.
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se com-
provada má-fé.
Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos termos
da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.

Das Disposições Finais

336 Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de
Sociedades Empresárias
junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
demais disposições em contrário.
Personificadas ou não,
independentemente da forma

PESSOAS JURÍDICAS
Sociedades Simples
de organização ou modelo
societário adotado

LEI Nº 12.846, DE 1° DE AGOSTO Quaisquer fundações,


associações de entidades ou
2013 E SUAS ALTERAÇÕES pessoas

(ANTICORRUPÇÃO)
Sociedades estrangeiras, com
sede, filial ou representação no
A presente Lei dispõe acerca das responsabiliza- território brasileiro, constituídas
de fato ou de direito, ainda que
ções, no âmbito administrativo e civil, das pessoas temporariamente
jurídicas ao praticarem atos contra a Administração
Pública nacional ou estrangeira e regulamenta provi-
dências. Essa norma possui 31 (trinta e um) artigos, Da Responsabilização
dos quais a leitura se mostra imprescindível.
A Lei Anticorrupção destaca que as empresas serão
DISPOSIÇÕES GERAIS responsabilizadas de forma objetiva no âmbito civil
e administrativo. As responsabilidades existentes na
O art. 1º dispõe sobre as responsabilidades das doutrina são duas: objetiva e subjetiva, sendo neces-
pessoas jurídicas, doravante empresas, que realiza- sário, para que ocorra essa última, ser apurada, em
rem atos contra a Administração Pública. Vejamos: processo competente, a existência de dolo ou culpa.
Conforme se depreende da Lei estudada, a respon-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização sabilidade das pessoas jurídicas será a objetiva, pois
objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas não depende da apuração de dolo ou culpa.
pela prática de atos contra a administração públi- Ressalta-se que não se excluirá a responsabilida-
ca, nacional ou estrangeira.
de individual de seus dirigentes ou administradores,

4
-7
bem como de qualquer pessoa natural, autora, coau-

91
É necessário ter atenção ao fato de que tais respon- tora ou partícipe do ato ilícito.
sabilidades serão incumbidas às empresas nos âmbi-

.5
Ainda, o art. 3º destaca ainda, que as pessoas jurí-

51
tos civil e administrativo. dicas serão responsabilizadas independentemente da

.7
responsabilização individual das pessoas naturais e

79
Dica ressalta ser necessária a apuração da culpabilidade

-0
dos dirigentes ou administradores, para que possam
Fique de olho nas questões de prova quanto à ZA
vir a ser responsabilizados por seus atos ilícitos:
cobrança das partículas e/ou. No art. 1º, por
U

exemplo, pode-se ver que as responsabilidades


SO

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não


serão civil e administrativa. A banca examinado- exclui a responsabilidade individual de seus dirigen-
ra pode querer confundir você!
A

tes ou administradores ou de qualquer pessoa natu-


LV

ral, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.


SI

As empresas as quais a Lei responsabilizará civil


e administrativamente estão dispostas no parágrafo
A

Do Ato Ilícito
D

único do art. 1º. Vejamos:


R

Nos termos do art. 186 do Código Civil brasileiro,


O

Art. 1º [...] tem-se a definição do que configura ato ilícito. Vejamos:


YG

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às


H

sociedades empresárias e às sociedades sim- Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão volun-
L

ples, personificadas ou não, independentemente da tária, negligência ou imprudência, violar direito e


EL

forma de organização ou modelo societário adota- causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
XW

do, bem como a quaisquer fundações, associa- moral, comete ato ilícito.
ções de entidades ou pessoas, ou sociedades
A

estrangeiras, que tenham sede, filial ou repre-


M

Os dirigentes e administradores serão responsabi-


sentação no território brasileiro, constituídas de
lizados por seus atos ilícitos na medida de sua culpabi-
fato ou de direito, ainda que temporariamente.
lidade, ou seja, é necessário que realizem atos ilícitos/
ilegais. Conforme o artigo mencionado, o ato ilícito
Conforme se vê, o dispositivo, em seu parágrafo
será toda ação (agir) ou toda omissão (deixar de agir)
único, especifica quais tipos de pessoas jurídicas serão
de forma voluntária, negligente ou imprudente que
responsabilizadas caso venham a cometer ações que
viole e cause dano a outrem.
causem dano contra a Administração Pública nacio-
LEGISLAÇÃO

A Lei deixa claro que, além da responsabilização


nal ou estrangeira. Ainda, é importante atentar-se
da própria empresa (nos âmbitos civil e administrati-
quanto às palavras “independentemente”, “tempora-
vo), ela punirá dirigentes, administradores e todas as
riamente” e “ainda que”. Vejamos o esquema a seguir:
pessoas naturais que agirem como autores, coautores
ou partícipes. Para exemplificar, imagine que, após
ter celebrado um contrato com a Administração Públi-
ca, desviou-se verbas desse contrato. Nesse caso, os
agentes da Administração que colaboraram para tal
ato, bem como as pessoas que trabalham na empresa 337
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
responderão por suas condutas ilícitas, pois o desvio Para que tais punições sejam aplicadas, será neces-
de verbas é um ato contra a Administração Pública. sária a fundamentação da decisão, que consiste em
Encerrando as disposições gerais, o art. 4º dita que uma justificativa, com base na Lei, sobre o porquê
subsiste, ou seja, permanecerá a responsabilidade daquela aplicação sancionatória.
das pessoas jurídicas nas hipóteses de alteração con- A Lei ainda estabelece que as sanções serão apli-
tratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão cadas de acordo com as peculiaridades de cada caso
societária. Vejamos a literalidade do artigo: concreto, bem como com a gravidade e a natureza das
infrações. Nesse último caso, ressalta-se, por exemplo,
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurí-
que a natureza das infrações poderá ser nos âmbitos
dica na hipótese de alteração contratual, transfor-
civil, administrativo ou penal.
mação, incorporação, fusão ou cisão societária.
Dos Valores a serem Aplicados como Sanções
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Os valores a serem considerados para pagamento
das sanções aplicadas às empresas jurídicas responsabi-
A Lei Anticorrupção, conforme temos abarcado,
lizadas pela prática de ato lesivo contra a Administração
especifica as condutas a serem consideradas como Pública consistirão entre 0,1% (um décimo por cento) a
atos lesivos contra a Administração Pública e, até esse 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do exercí-
ponto, sabemos sobre em quem as responsabilizações cio anterior à instauração do processo administrativo.
recairão, bem como quais condutas praticadas serão Serão excluídos os tributos, não sendo inferiores à van-
consideradas como atos ilícitos. tagem auferida quando for possível estimá-los.
O art. 6º da Lei trata sobre as sanções que poderão
ser aplicadas às pessoas jurídicas que forem conside-
radas responsáveis pela prática de ato lesivo em des-
Dica
favor da Administração Pública. Vejamos: Nos termos do art. 145, da CF, de 1988, tributos
são impostos, taxas e contribuição de melhorias.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas
às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos Caso não seja possível utilizar o critério do valor
atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
bruto auferido do faturamento ao ano anterior à ins-

4
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento)

-7
tauração do processo administrativo, a multa aplica-
a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do

91
último exercício anterior ao da instauração do pro- da poderá ser no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais)

.5
cesso administrativo, excluídos os tributos, a qual a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Vale

51
nunca será inferior à vantagem auferida, quando ressaltar que será necessária a manifestação jurídica

.7
for possível sua estimação; e elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de

79
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. assistência jurídica ou equivalente do ente público.

-0
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamen- Lembre-se de que, mesmo com a aplicação da sanção
te, isolada ou cumulativamente, de acordo com as
ZA
pecuniária, não será excluída a hipótese de haver a repa-
peculiaridades do caso concreto e com a gravidade ração integral do dano causado à Administração Pública.
U

e natureza das infrações.


SO

§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo Publicação Extraordinária da Decisão Condenatória
A

será precedida da manifestação jurídica elaborada


LV

pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistên-


cia jurídica, ou equivalente, do ente público. O art. 6º especifica que uma das sanções a serem
SI

§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo aplicadas às pessoas jurídicas será a publicação
A

não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da extraordinária da decisão condenatória. Tal publicação
D

reparação integral do dano causado. ocorre na forma de extrato da sentença da pessoa jurí-
R

dica em meios de comunicação de grande circulação


O

§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja


YG

possível utilizar o critério do valor do faturamen- na área da prática da infração e de atuação daquela.
to bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ Na ausência destes, a publicação dar-se-á em meio de
H

6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessen- publicação nacional, bem como por afixação de edital
L

ta milhões de reais).
EL

em um prazo de, no mínimo, 30 (trinta) dias no próprio


§ 5º A publicação extraordinária da decisão conde- estabelecimento ou no local de exercício da atividade.
XW

natória ocorrerá na forma de extrato de sentença,


A publicação deverá ocorrer de modo visível ao
a expensas da pessoa jurídica, em meios de comu-
A

público, bem como em sítio eletrônico na rede mun-


M

nicação de grande circulação na área da prática


da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, dial de computadores.
na sua falta, em publicação de circulação nacio-
nal, bem como por meio de afixação de edital, pelo Fatos a serem Considerados para a Aplicação das
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- Sanções às Pessoas Jurídicas
belecimento ou no local de exercício da atividade,
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na O art. 7º expõe os fatos que são levados em consi-
rede mundial de computadores. deração, para que se chegue à aplicação justa, correta
§ 6º (VETADO). e fundamentada das sanções, quais sejam:

As sanções aplicadas no caso concreto consistirão em Art. 7º Serão levados em consideração na aplica-
multa pecuniária e publicação extraordinária da decisão ção das sanções:
condenatória, conforme disposição dos incisos. É impor- I - a gravidade da infração;
tante ressaltar, nos termos da disposição legal, que as II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
sanções poderão ser aplicadas de forma isolada, ou seja, III - a consumação ou não da infração;
somente uma das punições ou de forma cumulada, o que IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
338 resultará na aplicação das duas sanções de forma conjunta. V - o efeito negativo produzido pela infração;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VI - a situação econômica do infrator; Art. 5º (CF, de 1988) [...]
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apura- LV - Aos litigantes, em processo judicial e adminis-
ção das infrações; trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
internos de integridade, auditoria e incentivo à denún- sos a ela inerentes;
cia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos
de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; O art. 5º da nossa Carta Magna, estabelece de for-
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa ma expressa os princípios constitucionais da ampla
jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e defesa e do contraditório, os quais são garantidos aos
X - (VETADO).
processos judiciais e administrativos.
O referido artigo discrimina as condutas a serem
Apuração dos Atos Ilícitos Praticados em Desfavor
consideradas para a correlata aplicação da sanção.
da Administração Pública Estrangeira
Porém, o inciso X é vetado. Os parâmetros do inciso
VIII serão estabelecidos em regulamento do Poder
Os atos ilícitos praticados em desfavor da Adminis-
Executivo Federal.
tração Pública estrangeira serão apurados pela Contro-
A gravidade da infração será considerada, visto
ladoria Geral da União – CGU –, responsável por apurar
que os danos à Administração Pública poderão trazer
o processo e julgamento, observando-se o disposto no
inúmeras consequências.
Quando esta é prejudicada, prejudicam-se, ainda, art. 4º da Convenção sobre o Combate à Corrupção
os cofres públicos, os administrados, as pessoas liga- de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
das às empresas etc. Desta forma, é necessário anali- Comerciais Internacionais, nos termos do art. 9º.
sar a gravidade da infração cometida, a fim de sopesar
a sansão na proporção do dano causado. Dos Trâmites
Como vimos, não somente a pessoa jurídica será
responsabilizada, mas também os dirigentes, adminis- Art. 10 O processo administrativo para apuração
tradores ou qualquer pessoa natural autora, coautora da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade
ou partícipe do ato ilícito. Assim sendo, a vantagem
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-

4
auferida ou pretendida pelo infrator revelará a

-7
vidores estáveis.
intenção concreta do prejuízo que estaria disposto a

91
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de represen-
causar ou que realmente causou, para que, por fim,

.5
tação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a
possa receber a sanção adequada.

51
que se refere o caput, poderá requerer as medidas judi-
A consumação ou não da infração é algo impor-

.7
ciais necessárias para a investigação e o processamen-
tante a ser averiguado. Da mesma forma, é preciso

79
to das infrações, inclusive de busca e apreensão.
mensurar o efeito negativo da infração, seja aos cofres

-0
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
públicos, aos administrados, à própria empresa etc. autoridade instauradora que suspenda os efeitos
ZA
do ato ou processo objeto da investigação.
U
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE § 3º A comissão deverá concluir o processo no pra-
SO

RESPONSABILIZAÇÃO zo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da


publicação do ato que a instituir e, ao final, apre-
A
LV

A Lei trata, ainda, sobre o funcionamento e o pro- sentar relatórios sobre os fatos apurados e even-
cedimento a serem realizados no âmbito administra- tual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo
SI

tivo, para que se possa apurar a responsabilização das de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
A

§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro-


D

pessoas jurídicas, bem como dos dirigentes, adminis-


gado, mediante ato fundamentado da autoridade
R

tradores e pessoas naturais que virão a causar danos


O

em desfavor da Administração Pública. instauradora.


YG
H

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo


Importante!
L

administrativo para apuração da responsabilidade de


EL

pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada


O processo administrativo será conduzido por comis-
XW

órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo


e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- são designada pela autoridade instauradora, sendo
A

cação, observados o contraditório e a ampla defesa. composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
M

É importante destacar que a instauração e julgamen-


Prazo
to do processo administrativo poderá ser uma atividade
delegada, porém é vedada a subdelegação. Vejamos:
O prazo de conclusão do processo administrativo
está estipulado em 180 (cento e oitenta) dias, contados
§ 1º A competência para a instauração e o julga-
mento do processo administrativo de apuração de
da data da publicação do ato que instituir o processo
LEGISLAÇÃO

responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser e, ao final, deverá apresentar relatórios sobre os fatos
delegada, vedada a subdelegação. apurados e a eventual responsabilidade da pessoa
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Con- jurídica, sugerindo, de forma motivada, as sanções
troladoria-Geral da União - CGU terá competência a serem aplicadas. Tal prazo poderá ser prorrogado
concorrente para instaurar processos administra- mediante fundamento da autoridade instauradora.
tivos de responsabilização de pessoas jurídicas ou
para avocar os processos instaurados com funda- § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro-
mento nesta Lei, para exame de sua regularidade gado, mediante ato fundamentado da autoridade
ou para corrigir-lhes o andamento. instauradora. 339
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atente-se sempre à letra da Lei. Conforme o § 4º, z Cesse completamente seu envolvimento na infra-
vê-se que não importa quantas vezes a prorrogação ção investigada a partir da data de propositura do
do prazo poderá ser realizada. O dispositivo mencio- Acordo;
na somente que o prazo poderá ser prorrogado. z Admita sua participação no ilícito e coopere, ple-
A pessoa jurídica terá o prazo de 30 (trinta) dias na e permanentemente, com as investigações e o
para apresentar sua defesa, prazo este contado a par- processo administrativo, comparecendo, sob suas
tir da data da intimação. expensas, sempre que solicitada a todos os atos
A instauração de procedimento para que haja a processuais até seu encerramento.
reparação integral do dano não prejudica as demais
aplicações imediatas de sanções trazidas por esta Lei. O Acordo, desde que preenchidos os requisitos
Ressalta-se, ainda, que, caso não haja o pagamen- exigidos, não eximirá a pessoa jurídica da reparação
to, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da integral do dano causado, bem como estipulará as
Fazenda Pública. condições necessárias para que seja assegurada a efe-
tividade da colaboração e para o resultado útil do pro-
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica cesso. Ainda, a celebração do Acordo isentará a pessoa
jurídica da publicação extraordinária da decisão con-
A presente Lei garante, em seu art. 14, a desconsi- denatória e reduzirá em até 2/3 (dois terços) do valor
deração da personalidade jurídica. Vejamos: da multa aplicável, nos termos do § 2º do art. 16.

Art. 14 A personalidade jurídica poderá ser descon- Art. 16 [...]


siderada sempre que utilizada com abuso do direito § 4º O acordo de leniência estipulará as condições
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos necessárias para assegurar a efetividade da colabo-
atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar ração e o resultado útil do processo.
confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efei- § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão esten-
tos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus didos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
administradores e sócios com poderes de administra- grupo econômico, de fato e de direito, desde que
ção, observados o contraditório e a ampla defesa. firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
dições nele estabelecidas.

4
-7
A comissão designada dará conhecimento ao MP § 6º A proposta de acordo de leniência somente se

91
após a conclusão do Procedimento Administrativo, tornará pública após a efetivação do respectivo

.5
para que haja apuração de eventuais delitos. acordo, salvo no interesse das investigações e do

51
processo administrativo.

.7
Art. 15 A comissão designada para apuração da § 7º Não importará em reconhecimento da prática

79
responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclu- do ato ilícito investigado a proposta de acordo de

-0
são do procedimento administrativo, dará conheci- leniência rejeitada.
mento ao Ministério Público de sua existência, para § 8º Em caso de descumprimento do acordo de
ZA
apuração de eventuais delitos. leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
U

celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos


SO

ACORDO DE LENIÊNCIA contados do conhecimento pela administração


A

pública do referido descumprimento.


LV

A lei em estudo dispõe sobre a possibilidade de


SI

ser realizado um Acordo de Leniência com as pes- A celebração de Acordo rejeitada não importará
em reconhecimento de ato ilícito e, caso seja realiza-
A

soas jurídicas que forem responsáveis pelos atos e/ou


D

condutas ilícitos contra a Administração Pública. Tal do, ocasionará a suspensão do prazo prescricional dos
R

Acordo será realizado caso haja a colaboração efetiva atos dispostos nesta Lei.
O
YG

com as investigações a serem realizadas, bem como


no processo administrativo. Dica
H
L

A Administração poderá celebrar o Acordo de


EL

Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou enti-


dade pública poderá celebrar acordo de leniência Leniência com pessoa jurídica responsável pela
XW

com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática prática de atos ilícitos realizados nos ditames da
A

dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetiva- Lei nº 8.666, de 1993 (Lei de Licitações).
M

mente com as investigações e o processo adminis-


trativo, sendo que dessa colaboração resulte: § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a res-
I - a identificação dos demais envolvidos na infra- ponsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
ção, quando couber; e ção de pagamento de multa e reparação integral do
II - a obtenção célere de informações e documentos dano causado, até o limite do patrimônio trans-
que comprovem o ilícito sob apuração. ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san-
ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos
Da mesma forma, de acordo com o § 1º do art. 16, ocorridos antes da data da fusão ou incorporação,
para que seja realizado o Acordo de Leniência, será exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
necessário o preenchimento dos requisitos exigidos fraude, devidamente comprovados.
nesta Lei de forma cumulada. Isso significa que, para § 2º As sociedades controladoras, controladas,
que o Acordo de Leniência seja concretizado, será coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
necessário que a pessoa jurídica: consorciadas serão solidariamente responsáveis
pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin-
z Seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamen-
340 em cooperar para a apuração do ato ilícito; to de multa e reparação integral do dano causado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Constam, no art. 5º, as condutas a serem praticadas
NACIONAL OU ESTRANGEIRA pelos agentes ou qualquer outra pessoa, as quais con-
sistirão em atos lesivos contra a Administração Pública.
O art. 5º desta Lei aponta os atos lesivos à Adminis­ Ainda, a Lei considera Administração Púbica estrangeira
tração. Não há segredos, pois são atos muito parecidos os órgãos e entidades estatais, bem como representações
com os previstos na lei de Improbidade Administrativa. diplomáticas de país estrangeiro de qualquer nível ou
Constituem atos lesivos à Administração Pública, esfera de governo, além de pessoas jurídicas controladas,
nacional ou estrangeira, aqueles que: direta ou indiretamente, pelo poder público ou estrangei-
ro. Vale lembrar que a Administração Pública estrangeira é
z Atentem contra o patrimônio público nacional ou equiparada às organizações públicas internacionais.
estrangeiro; Será considerado agente público estrangeiro todo
z Atentem contra princípios da Administração Pública; aquele que, transitoriamente ou sem remuneração, exer-
z Atentem contra os compromissos internacionais ça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades
assumidos pelo Brasil. estatais ou em representações diplomáticas de país estran-
geiro, bem como pessoas jurídicas controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público estrangeiro ou em orga-
Dica nizações públicas internacionais.
Mais importante do que “decorar” todos os atos
lesivos é entender que qualquer ato que atente DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
contra esses três tópicos anteriores será enqua­
drado para fins desta lei. Art. 18 Na esfera administrativa, a responsabilida-
de da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de
sua responsabilização na esfera judicial.
São exemplos de atos lesivos:
Poderão as pessoas jurídicas ser responsabilizadas no
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração
pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta âmbito judicial, e não somente no âmbito administrativo.
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídi-
cas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no
atentem contra o patrimônio público nacional art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito

4
Federal e os Municípios, por meio das respectivas

-7
ou estrangeiro, contra princípios da administra-

91
ção pública ou contra os compromissos internacio- Advocacias Públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público,

.5
nais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

51
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen- poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:

.7
te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei-
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que

79
ra pessoa a ele relacionada;
representem vantagem ou proveito direta ou indi-

-0
II - comprovadamente, financiar, custear, patroci-
retamente obtidos da infração, ressalvado o direito
nar ou de qualquer modo subvencionar a prática ZA
do lesado ou de terceiro de boa-fé;
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
II - suspensão ou interdição parcial de suas
U
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta
SO

atividades;
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá-
A

IV - proibição de receber incentivos, subsídios,


LV

rios dos atos praticados;


subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
IV - no tocante a licitações e contratos:
SI

ou entidades públicas e de instituições financeiras


a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina-
públicas ou controladas pelo poder público, pelo
A

ção ou qualquer outro expediente, o caráter compe-


D

prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.


titivo de procedimento licitatório público;
R

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de


O

Os órgãos descritos no dispositivo mencionado pode-


YG

qualquer ato de procedimento licitatório público;


c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de rão ajuizar competente ação para a aplicação de san-
H

fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; ções às empresas jurídicas. No que concerne ao inciso
L

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; III, para que ocorra a dissolução compulsória da pessoa
EL

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica, deverá ter sido a personalidade jurídica usada
XW

jurídica para participar de licitação pública ou de maneira habitual com o objetivo de facilitar ou de
celebrar contrato administrativo; promover a prática dos atos ilícitos ou, ainda, ter sido
A
M

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo frau- criada para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou
dulento, de modificações ou prorrogações de contratos a identidade de quem se beneficiaria com a prática dos
celebrados com a administração pública, sem autori- atos ilícitos. Vejamos a íntegra do dispositivo:
zação em lei, no ato convocatório da licitação pública
ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou Art. 19 [...]
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi- § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica
nanceiro dos contratos celebrados com a adminis- será determinada quando comprovado:
tração pública; I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de for-
LEGISLAÇÃO

V - dificultar atividade de investigação ou fiscali- ma habitual para facilitar ou promover a prática de


zação de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou atos ilícitos; ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular
agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
do sistema financeiro nacional. dos atos praticados

Atente-se quanto aos verbos dispostos nos incisos: As sanções dispostas na letra da lei poderão ser apli-
prometer, oferecer, dar, obter e outros, pois a banca cadas de forma isolada ou cumulativamente, bem como
examinadora pode querer confundir você. as ações que forem propostas pelo Ministério Público 341
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
poderão aplicar as sanções dispostas no art. 6º desta Lei REFERÊNCIAS
juntamente com as sanções dispostas no art. 19.
Em caso de condenação, a obrigação de reparar o <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
dano será certa e o valor deverá ser apurado em liqui- l10406compilada.htm. Acesso em: 02 de jul. de 2021.
dação de sentença caso esta não tenha já apurado o http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
valor expressamente. 2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 05 jul. de 2021.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 05 jul. de 2021.

Importante!
As sanções poderão ser aplicadas de forma iso- HORA DE PRATICAR!
lada ou cumulativa.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando as regras
da Lei federal n.º 12.846/2013 e suas alterações, jul-
DISPOSIÇÕES FINAIS
gue o próximo item.
Será criado, no âmbito do Poder Executivo federal,
O acordo de leniência poderá ser celebrado com pes-
o CNEP – Cadastro Nacional de Empresas Punidas –, a
soa jurídica que cometa ato lesivo contra a adminis-
fim de dar publicidade às sanções que forem aplicadas.
tração pública, desde que da colaboração resulte a
Art. 22 Fica criado no âmbito do Poder Executivo identificação de outros envolvidos no ato de corrup-
federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas ção ou, opcionalmente, a obtenção de informações
- CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções que comprovem o ilícito sob apuração.
aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esfe- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ras de governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deve- 2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando o disposto
rão informar e manter atualizados, no Cnep, os na Lei Orgânica do Distrito Federal sobre a Polícia Civil

4
dados relativos às sanções por eles aplicadas.

-7
do Distrito Federal, julgue o item que se segue.

91
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes infor-
mações acerca das sanções aplicadas:

.5
São princípios institucionais da Polícia Civil do Distri-

51
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurí-
dica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa to Federal a unidade, a indivisibilidade, a legalidade, a

.7
Jurídica - CNPJ; moralidade, a impessoalidade, a hierarquia funcional, a

79
II - tipo de sanção; e disciplina e a unidade de doutrina e de procedimentos.

-0
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito ZA
limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. ( ) CERTO ( ) ERRADO
U
SO

Posteriormente, após o cumprimento integral do 3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A determinada empresa


Acordo de Leniência realizado, bem como após a re- e ao ex-prefeito de determinado município foi atribuí-
A

paração do dano integral causado, serão excluídos os do judicialmente o cometimento de ato de improbida-
LV

registros das sanções e os acordos mediante requeri- de administrativa consubstanciado na contratação de


SI

mento do órgão ou entidade sancionadora. obras que não foram realizadas, não obstante terem
A

sido pagas com verbas repassadas por convênios


D

Art. 25 Prescrevem em 5 (cinco) anos as infra- federais. O juiz determinou o bloqueio de bens da
R

ções previstas nesta Lei, contados da data da ciên-


O

empresa e determinou que esta depositasse, no pra-


YG

cia da infração ou, no caso de infração permanente zo de cinco dias, valor correspondente a três vezes o
ou continuada, do dia em que tiver cessado.
H

valor pago com as verbas públicas.


Art. 26 A pessoa jurídica será representada no pro-
L

cesso administrativo na forma do seu estatuto ou


EL

contrato social. À luz da legislação sobre improbidade administrativa


XW

§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica e considerando essa situação hipotética, julgue o item
serão representadas pela pessoa a quem couber a a seguir.
A
M

administração de seus bens.


§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada A empresa pode figurar no polo passivo, ainda que
pelo gerente, representante ou administrador de sua desacompanhada de seus sócios, podendo ser res-
filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. ponsabilizada com seu patrimônio pela prática de ato
Art. 27 A autoridade competente que, tendo conhe- ímprobo.
cimento das infrações previstas nesta Lei, não ado-
tar providências para a apuração dos fatos será ( ) CERTO ( ) ERRADO
responsabilizada penal, civil e administrativamen-
te nos termos da legislação específica aplicável.
4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com base na legislação
Art. 28 Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados
por pessoa jurídica brasileira contra a administração
relativa a crimes de abuso de autoridade e atos de
pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior. improbidade administrativa, julgue o item a seguir.
Art. 29 O disposto nesta Lei não exclui as compe-
tências do Conselho Administrativo de Defesa Eco- As ações de improbidade administrativa admitem a
nômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da solução pela via consensual, sendo legalmente pre-
Fazenda para processar e julgar fato que constitua vista a possibilidade de celebração de acordo de não
342 infração à ordem econômica. persecução cível.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CEBRASPE-CESPE — 2020) No que se refere a ação 11. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Uma testemunha devida-
de improbidade administrativa, julgue o item a seguir. mente notificada a comparecer em audiência judicial não
atendeu à notificação nem apresentou motivo justificado.
Ação de improbidade administrativa deve ser processa- A autoridade judicial determinou, então, a condução coer-
da e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que pro- citiva da testemunha, mediante apoio policial.
posta contra agente político que tenha foro privilegiado.
Considerando essa situação hipotética e os termos
( ) CERTO ( ) ERRADO da legislação que dispõe sobre os crimes de abuso de
autoridade, julgue o item a seguir.
6. (CEBRASPE-CESPE — 2020) No que se refere a ação
de improbidade administrativa, julgue o item a seguir. Eventual abuso cometido no cumprimento da medida
alcança exclusivamente os agentes policiais, visto que
Nas ações de improbidade administrativa, a utilização de a legislação de regência não prevê como sujeito ativo
prova emprestada colhida na persecução penal depende membros do Poder Judiciário.
de se assegurarem o contraditório e a ampla defesa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Uma testemunha devida-
7. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No que se refere a man- mente notificada a comparecer em audiência judicial
dado de segurança, ação civil pública, ação de impro- não atendeu à notificação nem apresentou motivo justi-
bidade administrativa e ação rescisória, julgue o ficado. A autoridade judicial determinou, então, a condu-
seguinte item. ção coercitiva da testemunha, mediante apoio policial.

De acordo com o STF, são imprescritíveis as ações de Considerando essa situação hipotética e os termos
da legislação que dispõe sobre os crimes de abuso de
ressarcimento de danos ao erário decorrentes de ato
autoridade, julgue o item a seguir.

4
doloso de improbidade administrativa.

-7
91
Caracterizado o crime de abuso de autoridade, caberá
( ) CERTO ( ) ERRADO

.5
ao conduzido representar criminalmente contra a auto-

51
ridade que determinou a medida, cuja representação é
8. (CEBRASPE-CESPE — 2019) A respeito de ação de

.7
condição de procedibilidade para eventual ação penal.

79
improbidade administrativa, mandado de segurança,

-0
ação popular e ação civil pública, julgue o item a seguir.
( ) CERTO
ZA ( ) ERRADO
Na ação de improbidade administrativa, é possível
13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere ao Regi-
U

a formação de litisconsórcio entre agente público e


SO

me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União


particular que tenha sido beneficiado do ato ímprobo,
e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia
A

hipótese em que o mesmo regime prescricional será Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do
LV

aplicado para ambos. Distrito Federal, julgue o item que se segue.


SI
A

( ) CERTO ( ) ERRADO A função de escrivão de polícia é incompatível com


D

qualquer outra atividade e o exercício de atividade libe-


R

9. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com base nas disposi-


O

ral estranha à do cargo é considerado transgressão dis-


YG

ções da Lei de Improbidade Administrativa e na juris- ciplinar grave, punível com suspensão de noventa dias.
prudência do STJ acerca dos aspectos processuais
H

da ação civil pública de responsabilização por atos de


L

( ) CERTO ( ) ERRADO
EL

improbidade, julgue o item a seguir.


XW

14. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere ao Regi-


Situação hipotética: Em uma ação de improbidade me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União
A

administrativa com pedido cumulado de ressarcimento


M

e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia


ao erário, foi decretada a indisponibilidade de bens. Por Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do
ocasião da sentença, o juiz reconheceu a prescrição da Distrito Federal, julgue o item que se segue.
pretensão de impor sanções decorrentes dos atos de
improbidade. Assertiva: Nessa situação, a medida de Policial civil preso em flagrante tem o direito à prisão
indisponibilidade de bens deverá ser revogada. especial durante o c urso da ação penal e durante o
cumprimento da pena determinada em sentença tran-
LEGISLAÇÃO

( ) CERTO ( ) ERRADO sitada em julgado, conforme o regime prisional.

10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca dos crimes de ( ) CERTO ( ) ERRADO


abuso de autoridade, julgue o item a seguir.
15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere ao Regi-
A perda do cargo em razão de condenação por crime me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União
de abuso de autoridade é de efeito automático, proce- e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia
dendo-se o afastamento do servidor público a partir Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do
do recebimento da denúncia. Distrito Federal, julgue o item que se segue. 343
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A cessão de escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal 9 GABARITO
para qualquer tribunal superior somente é permitida para
o exercício de cargo em comissão cuja remuneração seja
igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou equivalente. 1 ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO 2 CERTO

3 CERTO
16. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere ao Regi-
me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União 4 CERTO
e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia
Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do 5 CERTO
Distrito Federal, julgue o item que se segue.
6 CERTO
As atribuições da Divisão de Registros Criminais e 7 CERTO
Controle de Procedimentos incluem controlar o regis-
tro de tramitação de inquéritos policiais e termos 8 CERTO
circunstanciais na Polícia Civil e emitir relatórios men-
sais e anuais com mapas estatísticos desta atividade. 9 ERRADO

10 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
11 ERRADO
17. (CEBRASPE-CESPE — 2020) No que se refere ao Regi-
me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União 12 ERRADO
e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia 13 ERRADO
Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do
Distrito Federal, julgue o item que se segue. 14 ERRADO

A ouvidoria é órgão autônomo em relação aos demais 15 CERTO


órgãos da Polícia Civil do Distrito Federal, e tem como

4
16 CERTO

-7
atribuição receber e controlar as comunicações de pri-

91
são em flagrante. 17 ERRADO

.5
51
( ) CERTO ( ) ERRADO 18 CERTO

.7
19 ERRADO

79
18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando a legisla-

-0
ção referente à carreira policial civil do DF bem como 20 ERRADO
o Regimento Interno da PC-DF e a Lei Orgânica do Dis- ZA
trito Federal, julgue o item a seguir.
U
SO

No âmbito da PC-DF, incumbe à comissão permanente


NOTAÇÕES
A

de disciplina promover o processo administrativo dis-


LV

ciplinar, para a apuração de transgressões disciplina-


SI

res imputadas a policiais civis.


A
D

( ) CERTO ( ) ERRADO
R
O

19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando a legisla-


YG

ção referente à carreira policial civil do DF bem como


H

o Regimento Interno da PC-DF e a Lei Orgânica do Dis-


L

trito Federal, julgue o item a seguir.


EL
XW

A PC-DF deve ser dirigida por um policial civil de car-


reira, bacharel em direito, oriundo de uma das carreiras
A
M

da corporação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que se refere ao Regi-


me Jurídico dos Funcionários Policiais Civis da União
e do Distrito Federal, ao Regimento Interno da Polícia
Civil do Distrito Federal e à carreira de policial civil do
Distrito Federal, julgue o item que se segue.

Ato próprio do diretor-geral da Polícia Civil do Distrito


Federal pode permitir tanto a transferência quanto a
ascensão funcional para a carreira de policial civil do
Distrito Federal.

344 ( ) CERTO ( ) ERRADO


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ônibus, carro, moto ou avião. De quantas maneiras posso
escolher os transportes?
Resolução: Usando o lembrete acima:

1. Identificar as etapas do enunciado;


MATEMÁTICA E Escolher o meio de transporte para ida e para a
volta;
RACIOCÍNIO LÓGICO 2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ôni-
bus, carro, moto ou avião) e para a volta temos 4
possibilidades de escolha (ônibus, carro, moto ou
avião);
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM 3. Multiplicar:
4 · 4 = 16 maneiras.
Para estudarmos probabilidade é necessário uma
boa base em noções básicas de contagem, ou seja, você E se o problema dissesse que você não pode voltar
precisa saber muito bem o Princípio Fundamental da no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
Contagem e é isso que vamos estudar agora. resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor- mudar na quantidade de possibilidades de escolhas
tante para o nosso estudo: Fatorial. para voltar. Veja:
Resolução: Usando o lembrete:
Fatorial de um Número Natural
1. Identificar as etapas do enunciado;
Serve para facilitar e acelerar resolução de ques- Escolher o meio de transporte para ida e para a volta;
tões. Veja sua representação simbólica: 2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus,
Fatorial de N = n! carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo

4
Sendo “n” um número natural, observe como meio de transporte);

-7
3. Multiplicar:

91
desenvolver o fatorial de n:
4 · 3 = 12 maneiras.

.5
51
n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2
Permutação Simples

.7
1! = 1

79
0! = 1

-0
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem
Exemplos: ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
ZA
possível ordenar? Para questões envolvendo permu-
U

3! = 3 · 2 · 1= 6 tação simples, devemos encarar de um modo geral


SO

4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 que temos n modos de escolhermos um objeto (livro)


A

5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher


LV

um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo


SI

Agora, veja esse outro exemplo: lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro)
que ocupará o último lugar. Então, temos:
A
D

6! Modos de ordenar:
Calcular 4!
R
O

n · (n-1) · ... 1 = n!
YG

Resolução:
H

6! 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30 Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120


L

=
maneiras de ordenar os livros na estante.
EL

4! 4·3·2·1
Poderíamos, também, resolver abrindo o 6! até 4! e Agora, observe um outro exemplo: MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

depois simplificar. Veja: Quantos são os anagramas da palavra CAJU?


Resolução:
A
M

6! 6·5·4! = 6 · 5 = 30 Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das


= letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U.
4! 4!

Princípio Fundamental da Contagem


CAJU CUJA ACJU AUJC
Podemos, também, encontrar como princípio mul-
CAUJ CJUA ACUJ ...
tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai
ser bem simples para resolvermos problemas sobre o CUAJ CJAU AUCJ ...
tema, observe o lembrete:
Desta maneira, o número de anagramas é 4! =
1. Identificar as etapas do enunciado; 4·3·2·1 = 24 anagramas.
2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
3. Multiplicar.
Dica
Exemplo: Para fazer uma viagem São Paulo-Fortaleza- Anagrama é a ordenação de maneira distinta das
-São Paulo, você pode escolher como meio de transporte letras que compõem uma determinada palavra. 345
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Permutação com Repetição 3 cadeiras. A quantidade de formas de posicionar essas
pessoas sentadas é dada pela multiplicação a seguir:
Quantos anagramas tem na palavra ARARA? O Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras =
problema é causado por conta da repetição de letras
na palavra ARARA. 5 · 4 · 3 = 60
Veja que temos 3 letras A e 2 letras R. De maneira
tradicional, faríamos 5! (número de letras na palavra), O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-
mas é preciso que descontemos as letras repetidas. ples. Sua fórmula é dada a seguir:
Assim, devemos dividir pelo número de letras fatorial,
ou seja, 3! e 2!. n!
A(n, p) = (n - p) !
5! 5·4·3! 5·4
3!·2·1 = 2
= = 10
3!·2!
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” elemen-
Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA. tos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde a ordem
dos elementos diferencia uma possibilidade da outra.
Observe a resolução do nosso exemplo usando a
Dica
fórmula:
Na permutação com repetição devemos descon-
tar os anagramas iguais, por isso dividimos pelo 5! 5!
A(5, 3) = (5 - 3) ! = 2! = 5·4·3·2·1 = 60
fatorial do número de letras repetidas. 2·1
Uma outra informação muito importante é que nos
Permutação com Repetição
problemas envolvendo arranjo simples a ordem dos
elementos importa, ou seja, a ordem é diferente de uma
Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
possibilidade para outra. Vamos supor que as 5 pessoas
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esmeralda. Agora
distintas. Observe as duas disposições das pessoas A,
observe uma maneira de posicionar as pessoas na praça:
B, C, D, e E ao redor da mesa:

4
-7
CADEIRA 1ª 2ª 3ª

91
A E
OCUPANTE Ana Bianca Clara

.5
51
B A Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé

.7
E D

79
MESA
nessa disposição.
MESA

-0
CADEIRA
ZA
1ª 2ª 3ª
D C C B
U
OCUPANTE Clara Bianca Ana
SO

A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a


A

Diante do conceito de permutação, essas duas


LV

disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou
foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma
SI

direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).


Não podemos contar duas vezes a mesma disposição. simples mudança na posição da ordem gera uma nova
A
D

Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar à possibilidade de posicionamento.


R

mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalentes.


O

Isto porque não existe uma referência espacial (ponto Combinação


YG

fixo determinado). Nestes casos, devemos utilizar a fór-


H

mula da permutação circular de n pessoas, que é: Para entendermos esse tema, vamos imaginar que
L

queremos fazer uma salada de frutas e precisamos usar 3


EL

Pc (n) = (n-1)! frutas das 4 que temos disponíveis: maçã, banana, mamão
XW

e morango. Cortando as frutas maçã, banana e morango e


A

Em nosso exemplo, o número de possibilidades de depois colocando em um prato. Agora cortando as frutas
M

posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será: banana, morango e maçã para colocar em um outro prato.
Você percebeu que a ordem aqui não importou? É
Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 exatamente isso, a ordem não importa e estamos diante
de um problema de Combinação. Será preciso calcular
Arranjo Simples quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é possível formar.
Para resolvermos é necessário usar a fórmula:
Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
soas nas cadeiras de uma praça, mas tínhamos apenas n!
3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería- C(n, p) = (n - p) !p!
mos fazer isso?
Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponíveis, Substituindo na fórmula, os valores do exemplo,
isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadeira, restam- temos:
4!
-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi utilizada na pri- C(4, 3) =
-
(4 3) !3!
meira cadeira. Por último, na terceira cadeira, poderemos
colocar qualquer das 3 pessoas restantes. Observe que 4·3·2·1
346 sempre sobrarão duas pessoas em pé, pois temos apenas C(4, 3) =
1·3·2·1
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
C(4, 3) = 4 ( ) CERTO ( ) ERRADO

Dica Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles


em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para
No arranjo a ordem importa. o total de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de
Na combinação a ordem não importa. modo que pelo menos um seja de C, teremos:
Podemos achar o total para escolha dos 2 passagei-
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com ros que seria:
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!
C30,2 = 30.29/2 = 15.29 = 435
Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C,
1. (VUNESP — 2016) Um Grupamento de Operações
que seria:
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para
investigações de campo, 6 pistas diferentes devem C25,2 = 25.24/2 = 25.12 = 300
ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada Então, pelo menos um deles é de C, teremos:
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen- 435 - 300 = 135.
tes de se fazer essa distribuição é: Resposta: Certo.

a) 6. 4. (IBFC — 2015) Paulo quer assistir um filme e tem dis-


b) 10. ponível 5 filmes de terror, 6 filmes de aventura e 3 fil-
c) 12. mes de romance. O total de possibilidades de Paulo
d) 18. assistir a um desses filmes é de:
e) 20.
a) 90.
Vamos descobrir o número de formas de escolher 3 b) 33.
pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão
c) 45.
outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de
d) 14.
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem
não é relevante, então, vamos usar a combinação: Paulo tem disponível 14 filmes no total, 5 de terror, 6

4
de aventura e 3 de romance; e dentre esses 14 filmes

-7
C(6, 3) = 6! 6 · 5 · 4 · 3! = 6·5·4 = 6·5·4 =5 disponíveis tem que escolher um, portanto o total

91
=
(6 - 3) !3! 3!3! 3! 3·2·1
de possibilidades será dado pela combinação de 14

.5
· 4 = 20.

51
elementos, tomados um a um.

.7
Resposta: Letra E. C(14,1) = 14 possibilidades.

79
Resposta: Letra D.

-0
2. (IDECAN — 2016) Felipe é uma criança muito bagun-
ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa. 5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um processo de cole-
ZA
Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode ta de fragmentos papilares para posterior identifica-
U

levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho, ção de criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas
SO

1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri- deverá se revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes
A

10 h.
LV

Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con-


Com relação a essa situação hipotética, julgue o item
junto de brinquedos já levados antes?
SI

a seguir.
A

Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para


D

a) 100 vezes.
atender no primeiro horário e outro no segundo horá-
R

b) 115 vezes.
O

c) 130 vezes. rio, então a quantidade, distinta, de duplas que podem


YG

d) 140 vezes. ser formadas para fazer esses atendimentos é supe-


rior a 300.
H
L

Perceba que Felipe tem 7 carrinhos para escolher 1,


EL

5 bonecos para escolher 1 e 4 aviões para escolher ( ) CERTO ( ) ERRADO


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

1, queremos formar grupos de 3 brinquedos, sendo


um de cada tipo. O total de possibilidades será dado Quantos servidores há para escolher que ficará no
A

por: 7 x 5 x 4 = 140 possibilidades (conjuntos de


M

1° horário? 15.
brinquedos diferentes). Agora, já para escolher o que ficará no 2° horário,
Resposta: Letra D. temos apenas 14, pois um já foi escolhido para ficar
no 1° horário. Multiplicando as possibilidades =
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30
15x14 = 210.
passageiros que desembarcaram de determinado
voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais Resposta: Errado.
ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
para ser examinados. Constatou-se que exatamente
25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6 RAZÕES E PROPORÇÕES
desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o
A razão entre duas grandezas é igual à divisão
item que segue.
entre elas, veja:
A quantidade de maneiras distintas de se escolher 2
dos 30 passageiros selecionados de modo que pelo
2
menos um deles tenha estado em C é superior a 100. 347
5
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está Aqui cabe uma observação importante!
para 5). Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
partes dentro da proporção. Veja:
2 4
=
3 6 C = 2.000
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2 3
está para 3 assim como 4 está para 6). C = 2000 x 3
Os problemas mais comuns que envolvem razão e C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
proporção é quando se aplica uma variável qualquer D = 2.000
dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor 2
dela. Veja o exemplo: D = 2.000 x 2
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
=
3 6
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
Para resolvermos esse tipo de problema devemos ber R$4.000.
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
ção: produto dos meios pelos extremos. z Somas Internas
Meio: 3 e x
Extremos: 2 e 6 a c a+b = c+d
= =
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles b d b d
numa igualdade. Observe:
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
3·X=2.6
3X = 12 o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
X = 12/3 proporção.

4
X=4

-7
a c a+b = c+d

91
= =
b d a c

.5
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-

51
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro- Vejamos um exemplo:

.7
priedade fundamental. Porém, algumas questões

79
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser x 2
=

-0
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. 14 - x 5
Vamos a elas. ZA
x + 14 x = 2 + 5
-
U
x 2
SO

Propriedade das Proporções


14 7
=
A

z Somas Externas x 2
LV

7 . x = 2 · 14
SI

a c a+c
= =
A

b d b+d x = 14 · 2 = 4
D
R

Vamos entender um pouco melhor resolvendo um 7


O

questão-exemplo: Portanto, encontramos que x = 4.


YG

Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-


H

mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos


L

e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- Importante !


EL

porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos


XW

Vale lembrar que essa propriedade também ser-


está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
ve para subtrações internas.
A

fábrica. Quanto cada um vai receber?


M

Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C


a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que z Soma com Produto por Escalar:
Diego vai receber, temos:
a c a + 2b = c + 2d
C D = =
= b d b d
3 2
Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
Utilizando a propriedade das somas externas: Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
C D C+D São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
= =
3 2 3+2 empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
então podemos substituir na proporção: o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa,
temos:
C D C + D = 10.000 = 2.000
348 = = A
=
B
3 2 3+2 5 2 3
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 X+Y+Z 900.000 = 60.000
funcionários na categoria B, podemos escrever que a 4+5+6 15
soma total dos prêmios é igual a R$13.000. A menor dessas partes é aquela que é proporcio-
nal a 4, logo:
2A + 3B = 13.000
X = 60.000
Agora multiplicando em cima e embaixo de um 4
lado por 2 e do outro lado por 3, temos: X = 60.000 x 4

2A 3B X = 240.000
=
4 9
Inversamente Proporcional
Aplicando a propriedade das somas externas,
podemos escrever o seguinte:
É um tipo de questão menos recorrente, mas não
menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
2A 3B = 2A + 3B
= tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
4 9 4+9 quinhão inversamente proporcional a três números.
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- Vejamos um exemplo:
porção, temos: Exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
2A 3B = 2A + 3B = 13.000 = 1.000 inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
= Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
4 9 4+9 13
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
Logo, pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
2A = 1.000 cálculo, veja:
4
2A = 4 x 1.000 X + X + X = 740.000

4
-7
2A = 4.000 4 5 6

91
A = 2.000
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-

.5
Fazendo a mesma resolução em B:
tiplo comum) entre os denominadores para resolver-

51
3B = 1.000 mos a fração.

.7
79
9
3B = 9 x 1.000 4–5–6|2

-0
3B = 9.000 ZA2–5–3|2
B = 3.000 1–5–3|3
U
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa 1–5–1|5
SO

receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60


anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
A

Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e


LV

O total pago pela empresa será:


multiplicando o resultado pelo numerador temos:
SI

Total = 2·2000 + 3·3000 = 4000 + 9000 = 13000


Agora vamos estudar um tipo de problema que
A

15x 12x + 10x


D

aparece frequentemente em provas de concursos + = 740.000


R

60 60 60
envolvendo razão e proporção.
O

37x = 740.000
YG

Regra da Sociedade Diretamente Proporcional 60


H

X = 1.200.000
L

Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-


EL

va é “dividir uma determinada quantia em partes MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

Agora basta substituir o valor de X nas razões para


proporcionais a determinados números. Vejamos um achar cada parte da divisão inversa.
A

exemplo para entendermos melhor como esse assun-


M

to é cobrado: x 1.200.000 = 300.000


Exemplo: =
4 4
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor x 1.200.000 = 240.000
=
dessas partes corresponde a: 5 5
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro- x 1.200.000 = 200.000
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X =
6 6
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de Logo, as partes dividas inversamente propor-
cionais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente
razão. Veja:
300.000, 240.000 e 200.000.
X Y Z = constante de proporcionalidade.
= =
4 5 6
Usando uma das propriedades da proporção,
somas externas, temos: 349
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12 m -------- 2.160 (tijolos)
REGRAS DE TRÊS SIMPLES
30 m -------- X (tijolos)
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
12 · X = 30 . 2160
Regra de Três Simples 12X = 64800

A Regra de Três Simples envolve apenas duas X = 5400 tijolos


grandezas. São elas:
Assim, comprovamos que realmente são necessá-
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se rios mais tijolos.
deseja calcular a partir da grandeza explicativa; Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque- dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi-
la utilizada para calcular a variação da grandeza derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
dependente. professores para corrigir as provas?
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
Existem dois tipos principais de proporcionalida- montar a relação e analisar:
des que aparecem frequentemente em provas de con-
cursos públicos. Veja a seguir: 5 (prof.) --------- 12 (dias)
30 (prof.) -------- X (dias)
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen-
to de uma grandeza implica o aumento da outra; Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen- aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
to de uma grandeza implica a redução da outra. pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
Vamos esquematizar para sabermos quando será sa forma, as grandezas são inversamente proporcio-
direta ou inversamente proporcionais: nais e vamos resolver multiplicando na horizontal.
Observe:

4
-7
DIRETAMENTE
+ / + OU - / -

91
PROPORCIONAL 5 (prof.) 12 (dias)

.5
30 (prof.) X (dias)

51
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas

.7
(sinais iguais) 30 · X = 5 · 12

79
-0
30X = 60
PROPORCIONAL + / - OU - / +
ZA X=2
U
SO

A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias


Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui para corrigir as provas.
A

(sinais diferentes) Agora, exercite seus conhecimentos realizando os


LV

Agora vamos esquematizar a maneira que iremos exercícios que seguem.


SI

resolver os diversos problemas:


A

1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No item seguinte apre-


D

senta uma situação hipotética, seguida de uma asser-


R

DIRETAMENTE
Multiplica cruzado
O

PROPORCIONAL tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade,


YG

porcentagens e descontos.
H

INVERSAMENTE
Multiplica na horizontal No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com-
PROPORCIONAL
L

prou alimentos em quantidades suficientes para que


EL

eles e seus dois filhos consumissem durante os 30


XW

Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
mais como isso tudo funciona. chegou de surpresa para passar o restante do mês
A
M

Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construído uti- com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
lizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um muro de seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
tijolos serão necessários? casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente ( ) CERTO ( ) ERRADO
proporcional.
4 Pessoas ------- 24 Dias
12 m -------- 2 160 (tijolos) 6 Pessoas ------- x Dias
30 m -------- X (tijolos) Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
na horizontal:
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+) 6x = 4 . 24
e que para fazermos um muro maior vamos precisar 6x = 96
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado x = 96/6
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais x = 16
350 e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe: Como já haviam comido por 6 dias é só somar:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por d) 50 minutos.
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril). e) 55 minutos.
Resposta: Errado.
Mecânicos ------ Minutos
2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O motorista de uma 5 ---------------- 27
empresa transportadora de produtos hospitalares 3 ---------------- x
deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gasta-
de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima- rão para finalizar o trabalho, logo a grandeza é inver-
damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des- samente proporcional. Multiplica na horizontal:
pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu 3x = 27.5
veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside- 3x = 135
rou que esse consumo é constante. x = 135/3
Considerando essas informações, julgue o item que x = 45 minutos.
segue. Resposta: Letra C.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
gasolina. 5. (IESES — 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
( ) CERTO ( ) ERRADO do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica-
ria pronta?
Com 1 litro ele faz 10 km.
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos a) 18 dias.
dizer que com 1dm³ ele faz 10km b) 16 dias.
Portanto, c) 20 dias.
10 km -------- 1dc³ d) 22 dias.
1.100 km --------- x
10x = 1.100 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). 7 (pedreiros) ------------- X (dias)
Resposta: Errado.

4
Perceba que as grandezas são inversamente propor-

-7
cionais, então basta multiplicar na horizontal.

91
3. (VUNESP — 2020) Uma pessoa comprou determinada 5 . 28=7 . X

.5
quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2

51
7X = 140
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar X = 140/7

.7
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guarda-

79
X = 20 dias.
napos por dia. O número de guardanapos comprados foi:

-0
Resposta: Letra C.
ZA
a) 60. Regra de Três Composta
U
b) 70.
SO

c) 80.
A Regra de Três Composta envolve mais de duas
d) 90.
A

variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-


LV

e) 100.
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
SI

cautelosamente, levando em conta alguns princípios:


x = dias
A

3 guardanapos por dia -------- x


D

z As análises devem sempre partir da variável


R

2 guardanapos por dia -------- x+15


dependente em relação às outras variáveis;
O

São valores inversamente proporcionais, quanto


YG

z As análises devem ser feitas individualmente. Ou


mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
H

Assim, multiplicamos na horizontal:


mantendo as demais constantes;
L

3x = 2 . (x+15)
EL

3x = 30+2x z A variável dependente fica isolada em um dos


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

3x-2x = 30 lados da proporção.


x = 30
A

Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática


M

Podemos substituir em qualquer uma das duas


situações: como isso tudo funciona.
3 guardanapos x 30 dias= 90 Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90. 1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 des-
Resposta: Letra D. sas impressoras produziriam 2000 desses panfletos?
Da mesma forma que na regra de três simples,
4. (FUNDATEC — 2017) Cinco mecânicos levaram 27 vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
minutos para consertar um caminhão. Supondo que cada uma delas isoladamente duas a duas.
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan- 6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
tos minutos levariam para concluir o conserto desse 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
mesmo caminhão?
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
a) 20 minutos. parte dependente de um lado e igualando às razões da
b) 35 minutos. seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
c) 45 minutos. agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe: 351
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
40 ?
= #
? Analisando isoladamente duas a duas:
X ? ?
Analisando isoladamente duas a duas: 6 (pág.) -------- 80 (letras)
X (pág.) ------- 40 (letras)
6 (imp.) -------- 40 (min)
3 (imp.) ---- ---- X (min) Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras o as grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ), pois ago-
ra teremos menos impressoras para realizar a tarefa. Logo, 6 30 40
= #
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. X 45 80
6 2 1
= #
40 3 ? X 3 2
= # 6 2
X 6 ? =
X 6
Analisando isoladamente duas a duas: 2X = 36
X = 18
1000 (panf.) -------- 40 (min)
2000 (panf.) ------ -- X (min)
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
respeitando as novas condições é igual a 18.
Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfle-
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá Exercite seus conhecimentos analisando os seguin-
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve- tes exercícios de bancas variadas.
mos manter a razão.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Determinado equipa-
40 3 1000 mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias,
= # funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa
X 6 2000
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo

4
Agora basta resolver a proporção para acharmos equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan-

-7
o valor de X. do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual

91
a:

.5
51
40 3000
= a) 2.666.

.7
X 12000
b) 2.160.

79
3X = 40 x 12 c) 1.215.

-0
d) 1.500.
3X = 480 ZA
e) 1.161.
X = 160
U
SO

Primeiro vamos passar para minutos:


As três impressoras produziriam 2000 panfletos em 5h = 300min.
A

160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 minutos.


LV

4h30min= 270min.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
SI

vamos analisar mais um exemplo. min.-----Dias-----Pag.


A

Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas


D

300 -------4-------1800
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
R

Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o 270 -------3-------X


O
YG

número de linhas por página e para 40 o número de


Resolvendo temos:
letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas
H

condições, determine o número de páginas ocupadas.


L

300 (Simplifica por 30)


EL

Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-


rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida. 1800 = 4
XW

X 3
# 270 (Simplifica por 30)
1800 = 4
A

6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras) 10


#
M

X 3 9
X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras) 4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
6 ?
= #
? X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
X ? ? capaz de digitalizar.
Analisando isoladamente duas a duas: Resposta: Letra C.

6 (pág.) -------- 45 (linhas) 2. (VUNESP — 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas


operando com a mesma capacidade de produção,
X (pág.) -- ----- 30 (linhas)
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
horas por dia. O número de dias necessários para que
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor diminui
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, as
quem dois lotes dessas peças é:
grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
a) 11.
6 30 ?
352 = # b) 12.
X 45 ?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) 13. x = 7200/18
d) 14.
e) 15. x = 400
Logo, transformando minutos para horas novamen-
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas te temos:
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos X = 400min
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
X = 6h40min
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
serem entregues (direta). Resposta: Letra D.
Resolvendo:
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2) 5. (VUNESP — 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5 máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
8/x = 8/15 refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
8x = 120 trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
x = 120/8 to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
x = 15 dias. para a realização desse trabalho será de:
Resposta: Letra E.
a) 6 horas e 40 minutos.
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir é apre- b) 6 horas e 58 minutos.
sentada uma situação hipotética, seguida de uma c) 7 horas e 12 minutos.
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida- d) 7 horas e 20 minutos.
de, divisão proporcional, média e porcentagem. e) 7 horas e 35 minutos.
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.

4
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer

-7
91
( ) CERTO ( ) ERRADO que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são

.5
51
3 caixas - 12 clientes - 10 minutos menos máquinas trabalhando (inversa).

.7
5 caixas - 20 clientes - x minutos 4 5000 2

79
= #
X 6000 3

-0
10 5 12
= #
X 3 20 2·X·5 = 4·6·3 ZA
5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
U
10X = 72
SO

60x = 600
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
A

X = 10. 60 min = 7 horas e 12 minutos)


LV

Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos. Obs: Para transformar horas em minutos, basta mul-
SI

Não em menos de 10 como a questão afirma. tiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas =
A

Resposta: Errado.
D

0,2 x 60 = 120/10 = 12 min.


R
O

4. (VUNESP — 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho Resposta: Letra C.


YG

ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-


do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
H
L

des de determinado produto. Para a fabricação de 400


EL

unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,


PORCENTAGENS MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-


do para a realização do serviço é de:
A

Porcentagem
M

a) 5 horas e 54 minutos.
b) 6 horas e 06 minutos. A porcentagem é uma medida de razão com base
c) 6 horas e 20 minutos. 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
d) 6 horas e 40 minutos. nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
e) 7 horas e 06 minutos. como podemos representar um número porcentual.

Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min 30% = 30 (forma de fração)


100
360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os zeros iguais)
30% = 30 = 0,3 (forma decimal)
x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os zeros iguais)
100
360 3 6 30% = 30 = 3 (forma de fração simplificada)
= #
X 5 4
100 10
x·3·6 = 360·5·4
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
x·18 = 7.200 várias maneiras: 353
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30% = 30 = 0,3 = 3 -
Variação percentual = Final Inicial
100 10 Inicial
Também é possível fazer a conversão inversa, isto Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
é, transformar um número qualquer em porcentual. Exemplo 2:
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de aulas
25 x 100 = 2500% não assistidas a 180. É correto afirmar que, se Juliano
0,35 x 100 = 35% chegar às 180 aulas almejadas, o número terá caído 20%?
0,586 x 100 = 58,6% A variação percentual de uma grandeza corresponde
ao índice:
Número Relativo
Variação percentual = Final - Inicial = 180 - 200 =
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e Inicial 200
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo – 20 = - 0,10
que estamos especificando. Para descobrir a quanto 200
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
10% de 1000 = 10 x 1000 = 100 que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
100 ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
que corresponde a 10% de 1000.
Juros Simples

Importante ! A premissa que é a base da matemática financeira


é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado
Quando o todo varias, a porcentagem também preferem adiantar os seus recebimentos e retardar os
varia! seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente racio-

4
nal, é melhor pagar o mais tarde possível caso não haja

-7
incidência de juros (ou caso esses juros sejam inferio-

91
Veja um exemplo: res ao que você pode ganhar aplicando o dinheiro).

.5
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço

51
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quantia

.7
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas emprestada no banco, o banco te cobrará uma remune-

79
por Roberto? ração em cima do valor que ele te emprestou, pelo fato

-0
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, de deixar você ficar na posse desse dinheiro por um certo
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
ZA
tempo. Esta remuneração é expressa pela taxa de juros.
Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre
U
SO

2
=
1 o valor original. Veja um exemplo para melhor entender.
8 4 Exemplo 1:
A

Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um


LV

Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,


vamos multiplicar a fração por 100: regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo
SI

e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5


A

1 x 100 = 25% meses. Então temos o seguinte:


D
R

4
O

CAPITAL
YG

Soma e Subtração de Porcentagem EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO


H

(1000,00)
As operações de soma e subtração de porcentagem
L

1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00


EL

são as mais comuns. É o que acontece quando se diz


que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- 2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
XW

rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial 3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
A

corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou


M

subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- 4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
car pelo valor da grandeza. 5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
Exemplo 1:
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou de juros.
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de Fórmulas utilizadas em juros simples
horas-aula do curso ao final?
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o J=C·i·t
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total M=C+J
de horas-aula do curso será:
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula
M = C · (1 + i ·J)
A avaliação do crescimento ou da redução percen-
tual deve ser feita sempre em relação ao valor inicial Onde,
354 da grandeza. J = juros
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
C = capital 4º MÊS 14.641,00
i = taxa em percentual (%)
t = tempo Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
M = montante ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
(R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00.
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é impor- Fórmula utilizada em juros compostos
tante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa de ju-
ros é definida. Isto é, não adianta saber apenas que a taxa
de juros é de “5%”. É preciso saber se essa taxa é mensal, M = C · (1 + i)t
bimestral, anual etc. Dizemos que duas taxas de juros são
proporcionais quando guardam a mesma proporção em Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem-
relação ao prazo. Por exemplo, 12% ao ano é proporcional plo. Veja:
a 6% ao semestre, e também é proporcional a 1% ao mês.
Basta efetuar uma regra de três simples. Para M = 10000 x (1 + 10%)4
obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que M = 10000 x (1 + 0,10)4
é proporcional à taxa de 12% ao ano: M = 10000 x (1,10)4
M = 10000 x 1,4641
M = 14.641,00 reais
12% ao ano ----------------------- 1 ano
Taxa bimestral ------------------ 2 meses Podemos fazer a comparação entre juros simples e
compostos. Observe a tabela abaixo:
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
temporal, temos:
Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
12% ao ano ---------------------- 12 meses Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
Taxa bimestral ------------------ 2 meses Juros capitalizados no final Juros capitalizados periodi-
do prazo camente (“juros sobre juros”)

4
Efetuando a multiplicação cruzada, temos:

-7
Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial

91
12% x 2 = Taxa bimestral x 12 Valores similares para pra- Valores similares para pra-

.5
zos e taxas curtos zos e taxas curtos

51
Taxa bimestral = 2% ao bimestre

.7
Juros compostos – cálculo do prazo

79
Duas taxas de juros são equivalentes quando são Nas questões em que é preciso calcular o prazo

-0
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan- você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
ZA
te final M, após o mesmo intervalo de tempo. está no expoente da fórmula de juros compostos. A
propriedade mais importante a ser lembrada é que,
U
Uma outra informação muito importante e que você
SO

deve memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes sendo dois números A e B, então:
quando estamos no regime de juros simples pode ser
A

log AB = B x log A
LV

entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semestre


ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital inicial C ao
SI

Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente


mesmo montante M após o mesmo período de tempo. B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
A
D

Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-


R

mos é a seguinte:
O

Importante !
YG

bAl
log = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
No regime de juros simples, taxas de juros propor-
H

B
cionais são também taxas de juros equivalentes.
L
EL

Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é


igual à subtração dos logaritmos de cada número. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

Também é importante ter em mente que “logA”


Juros Compostos
A

significa “logaritmo do número A na base 10”.


M

Observe um exemplo:
Imagine que você pegou um empréstimo de No regime de juros compostos com capitalização
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investido
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês para produzir o montante de R$120.000 é expressa por:
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. log2, 1
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- .
log1, 01
postos. Podemos montar a seguinte tabela:
Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
1º MÊS 11.000,00 M = C x (1+j)t
2º MÊS 12.100,00 120000 = 100000 x (1+1%)t
12 = 10 x (1,01)t
3º MÊS 13.310,00 1,2 = (1,01)t 355
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados: ≥ maior que ou igual
log1,2 = log (1,01)t ≤ menor que ou igual
log1,2 = t · log 1,01 Podemos representar das formas a seguir:

t = log1, 1 ax + b > 0
log1, 01 ax + b < 0
ax + b ≥ 0
Logo, questão errada. ax + b ≤ 0

Sendo a e b números reais e a ≠ 0, veja um exemplo


a seguir:
EQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS Resolva a inequação 5x + 20 < 40:

Conceito 5x + 20 < 40
5x < 40 – 20
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais 5x < 20
variáveis – geralmente são as letras do nosso alfabeto – x < 20 / 5
denominadas por incógnitas são desconhecidas. O nosso x<4
principal objetivo é encontrar o valor dessa incógnita.
Podemos resolver uma inequação de uma outra
Resolução e Discussão maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano.
No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação.
z Equação do Primeiro Grau Vamos identificar quais valores de x transformam a
desigualdade em uma sentença verdadeira.
A forma geral de uma equação do primeiro grau Siga os passos:
é: ax + b = 0. Resolva a inequação 5x + 20 < 40:
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
chamado de termo independente.
z Coloque todos os termos da inequação em um mes-

4
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar

-7
mo lado.
todas as partes que possuem incógnitas de um lado igual

91
e do outro os termos independentes. Veja um exemplo:

.5
5x + 20 - 40 < 0

51
5x - 20 < 0
10x = 5x + 20

.7
79
z Substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade.

-0
Vamos achar o valor de “x”:
ZA
10x – 5x = 20 5x -20 = 0
U
SO

Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o z Resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz.
sinal trocado:
A

5x -20 = 0
LV

5x = 20 5x = 20
SI

x = 20 / 5 x = 20 / 5
A

x=4
D
R

Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5”


O

dividindo: z Faça o estudo do sinal da equação, identificando os


YG

valores de x que representam a solução da inequa-


H

x = 4. ção. Obs.: O gráfico desse tipo de equação é uma


L

reta.
EL

O valor de x que torna a igualdade correta é cha-


XW

mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro


grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
A
M

mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará


igual a zero em ambos os lados. Observe: 4 + x
Para x = 4

10x = 5x + 20 –
10 . 4 = 5 · 4 + 20
40 = 40
40 – 40 = 0
Identificamos que os valores < 0 (valores negati-
z Inequação do Primeiro Grau vos) são os valores de x < 4.

Nas inequações temos pelo menos um valor desco- z Equação do Segundo Grau
nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos: Equações do segundo grau são equações nas quais
> maior que o maior expoente de x é igual a 2.
356 < menor que Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Onde a, b e c são os coeficientes da equação. Soma e Produto das Raízes

„ a é sempre o coeficiente do termo em x²; Em uma equação ax2 + bx + c = 0, temos:


„ b é sempre o coeficiente do termo em x;
„ c é sempre o coeficiente ou termo independente. z A soma das raízes é dada por –b/a;
z O produto das raízes é dado por c/a.
As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto é, exis-
tem 2 valores de x que tornam a igualdade verdadeira. Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Soma: –b/a = -(-3) / 1 = 3
Produto: c/a = 2 / 1 = 2
Cálculo das Raízes da Equação
Quais são os dois números que somados resultam
“3” e multiplicados, “2”?
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
Soma: 3 = (2 + 1);
bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
Produto 2 = (2 ×1);
colocá-los na seguinte expressão:
Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen-
te igual achamos usando a fórmula de bhaskara.
x = -b ! 2
b - 4ac Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com
2a exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele 1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os indivíduos S1, S2, S3
que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram
um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor
interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No
utilizando o sinal negativo (-).
depoimento, com relação à responsabilização pela
Vamos aplicar isso em um exemplo:
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.
Identificando os valores de a, b e c.
A partir dessa situação, julgue o item a seguir.
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja 8
a=1 anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho que

4
b = -3

-7
S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a 140 anos,

91
c=2 então é correto afirmar que S2 nasceu antes de 1984.

.5
51
Substituindo na fórmula: ( ) CERTO ( ) ERRADO

.7
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que

79
2
x = -b ! b - 4ac S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de

-0
2a idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos
ZA
dizer que:
-(-3) ± √(-3)2 - 4 × 1 × 2
U
x= Idade de S2 = Idade de S4 + 2
SO

2×1 Chamando de X1, X2, X3 e X4 para designar as respec-


tivas idades no ano de 2020, podemos escrever que:
A
LV

x= 3! 9-8 X2 = X4 + 2
Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
SI

2
x= 3!1 140 anos:
A

X1 + X2 + X3 + X4 = 140
D

2
x1 = 3 + 1 = 2 32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
R
O

2 74 + 2.X4 = 140
YG

x2 = 3 - 1 = 1 2.X4 = 66
H

2 X4 = 33
L

Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. Assim,


EL

Na fórmula de bhaskara, podemos usar um discri- S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

minante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a: Resposta: Errado.
A

Δ = b2 - 4ac
M

2. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma


mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
Assim, podemos escrever a fórmula de bhaskara: álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
x = -b ! D A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente.
2a Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique
igual à do tanque B, é suficiente acrescentar no tanque
O discriminante fornece importantes informações A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L.
de uma equação do 2ª grau:
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e
distintas; A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
z Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e = 1/3.
idênticas; A quantidade X de álcool precisa ser acrescentada
z Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais. no tanque A para ele chegar nesta mesma propor-
z ção. A quantidade de álcool passará a ser de 60 + 357
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
X, e a de gasolina será 240, de modo que ficaremos Resposta: Letra B.
com a razão:
1/3 = (60+X) / 240 SISTEMA DE EQUAÇÕES
240 x 1/3 = 60 + X
80 = 60 + X Conceito, Resolução, Discussão e Representação
60 + X = 80 Geométrica, Situações-problema Envolvendo
X = 80 - 60 Sistemas de Equações
X = 20 litros.
Resposta: Certo. z Sistemas de equações de primeiro grau (siste-
mas lineares)
3. (FUNDATEC — 2011) Qual deve ser o valor de m para
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de uma
que a equação x2 + 6x + m = 0 tenha raízes reais iguais?
incógnita. Imagine que um exercício diga que: x + y = 10.
Perceba que há infinitas possibilidades de x e y que
a) 3.
tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5, 15 e -5,
b) 9.
etc. Por esse motivo, faz-se necessário obter mais uma
c) 6.
equação envolvendo as duas incógnitas para poder che-
d) -9.
gar nos seus valores exatos. Veja o exemplo a seguir:
e) -3.

*
Para que a equação do segundo grau tenha raízes x + y = 10
iguais, é preciso que o delta (discriminante) seja
4x - y = 5
igual a zero. Isto é, Δ = b2 - 4ac.
0 = 62 – 4.1.m A principal forma de resolver esse sistema é usan-
0 = 36 – 4m do o método da substituição. Este método é muito sim-
4m = 36 ples e consiste basicamente em duas etapas:
m = 9.
Resposta: Letra B. „ Isolar uma das variáveis em uma das equações;
„ Substituir esta variável na outra equação pela

4
-7
4. (CONSULPLAN — 2016) Julgue a afirmativa: expressão achada no item anterior.

91
A soma das raízes da equação x2 - 5x + 6 = 0 é um

.5
número ímpar. Vamos aplicar no nosso exemplo:

51
Isolando “x” na primeira equação

.7
( ) CERTO ( ) ERRADO

79
x = 10 – y

-0
A soma das raízes é:
S = -b / a ZA
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y”
S = -(-5) / 1 = 5.
U

Resposta: Certo.
SO

4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)


40 – 4y – y = 5
A

5. (IBFC — 2018) José perguntou ao seu avô Pedro, que


LV

é professor de matemática, com que idade ele se for- -5y = 5 – 40


SI

mou na faculdade. Pedro disse ao neto que sua idade


era o produto entre as raízes da equação x² -10x + 21 = -5y = -35 (multiplica por -1)
A
D

0. Nessas condições, assinale a alternativa que apre-


5y = 35
R

senta a idade que Pedro se formou na faculdade:


O

y=7
YG

a) 18.
H

b) 21. Logo, voltando na primeira equação, acharemos o


L

c) 24.
EL

valor de “x”
d) 27.
XW

x = 10 – y
A

Achando as raízes da equação:


M

x = 10 – 7
x² -10x + 21 = 0
x=3
-(-10) ± √(-10)2 - 4 × 1 × 21
x= Assim, x = 3 e y = 7.
2×1
Dica
x = 10 ! 100 - 84
2 Método da substituição
x = 10 ! 16 1: Isolar uma das variáveis em uma das equações;
2 2: Substituir essa variável na outra equação pela
x1 = + 10 + 4 = 7 expressão achada no item anterior.
2
x2 = - 10 - 4 = 7 Há um outro método para resolver um sistema
2 de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou
358 O produto das raízes é igual a 7 × 3 = 21 anos. soma) de equações. Veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Multiplicar uma das equações por um número que Vamos usar o mesmo método principal para resol-
seja mais conveniente para eliminar uma variável; vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
„ Somar as duas equações, de forma a ficar ape- zamos no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
nas com uma variável. Método da Substituição. Veja um exemplo:

(
x+y=3
Veja o exemplo a seguir:
2 2
x -y =-3

*
x + y = 10 Isolando x na primeira equação, temos que x =
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
4x - y = 5 temos que:

Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma (3 – y)2 – y2 = -3


multiplicação, pois já temos a condição necessária
para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos 9 – 6y + y – y2 = -3
fazer apenas a soma das equações. Veja: y=2

Logo,
*
x + y = 10

4x - y = 5 x=3–y=3–2=1

5x = 15 Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-


x=3 ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Vamos lá!
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
1. (VUNESP — 2018) Em um concurso somente para os
achamos o valor de “y”:
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
para um desses cargos. Sabendo que o número de

4
x + y = 10

-7
candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades

91
3 + y = 10 menor que o número de candidatos inscritos para o

.5
cargo B, e que a razão entre os respectivos números,

51
y = 10 – 3 nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o

.7
número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
y=7

79
pondeu, do total de candidatos inscritos, a:

-0
Veja um outro exemplo que vamos precisar multiplicar:
a) 3/7. ZA
b) 5/9.
U

*
x + y = 10 c) 4/7.
SO

d) 2/3.
x - 2y = 4
A

e) 5/7.
LV

Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:


SI

A = B – 3000
A

A/B = 0,4
(
D

- x - y = - 10
A = 0,4B
R

x - 2y = 4 Substituindo essa última equação na primeira,


O

temos:
YG

Fazendo a soma: 0,4B = B – 3000


H

3000 = B – 0,4B
L

(
3000 = 0,6B
EL

- x - y = - 10
B = 3000/0,6 MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

x - 2y = 4
B = 5000
A

Lembrando que A = 0,4B, podemos obter o valor de


-3y = -6
M

A:
y = -6 / -3 A = 0,4 x 5000
A = 2000
y= 2 Total
A + B = 5000 + 2000 = 7000
Substituindo o valor de “y” na primeira equação O número de inscritos para o cargo B, em relação
achamos o valor de “x”: ao total, será:
5000/7000 = 5/7.
x + y = 10 Resposta: Letra E.

x + 2 = 10 2. (FGV — 2017) O número de balas de menta que Júlia


x = 10 – 2 tinha era o dobro do número de balas de morango.
Após dar 5 balas de cada um desses dois sabores
x=8 para sua irmã, agora o número de balas de menta que
Júlia tem é o triplo do número de balas de morango. O
Sistemas de Equações do 2º Grau número total de balas que Júlia tinha inicialmente era: 359
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) 42. quantidade de pedidos de patentes de produtos da
b) 36. indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade
c) 30. de pedidos de patentes de Y.
d) 27. Sendo x o dobro de y, ou seja, x =2y, temos que:
e) 24. a=x+y
a = 2y + y
Me = 2.Mo a=3
Após dar 5 balas = Me – 5 e Mo – 5. Agora, as de Assim, as patentes da indústria alimentícia (“a”)
menta são o triplo das de morango: são o triplo das patentes de Y.
Me – 5 = 3.(Mo – 5) Resposta: Errado
Me – 5 = 3.Mo – 15
Me = 3.Mo – 10 6. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Se T = 128 e a quantidade
Na segunda equação, podemos substituir Me por x foi 18 unidades a mais do que a quantidade y, então a
2.Mo. quantidade y foi superior a 25.
2.Mo = 3.Mo – 10
10 = 3.Mo – 2.Mo ( ) CERTO ( ) ERRADO
10 = Mo
O valor de Me é: Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do
Me = 2.Mo que a quantidade y, então a quantidade y foi supe-
Me = 2.10 rior a 25.
Me = 20 Se T = 128, temos que x + y = 64. Foi dito ainda que:
Total: 10 + 20 = 30 balas. x = y + 18
Resposta: Letra C. Substituindo x por y + 18, temos:
x + y = 64
3. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Considere que em um (y + 18) + y = 64
escritório de patentes, a quantidade mensal de pedi- y = 23 unidades.
dos de patentes solicitadas para produtos da indústria Resposta: Errado.
alimentícia tenha sido igual à soma dos pedidos de

4
patentes mensais solicitadas para produtos de outra

-7
natureza. Considere, ainda, que, em um mês, além

91
dos produtos da indústria alimentícia, tenham sido
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E

.5
51
requeridos pedidos de patentes de mais dois tipos de
produtos, X e Y, com quantidades dadas por x e y, res- PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E

.7
GEOMÉTRICAS

79
pectivamente. Supondo que T seja a quantidade total

-0
de pedidos de patentes requeridos nesse escritório, no
referido mês, julgue os itens seguintes. Sequências Numéricas ZA
U

4. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Se T = 128, então as Esse tema é cobrado de uma maneira que ao mes-
SO

quantidades x e y são tais que x + y = 64, com 0 ≤ x ≤ mo tempo pode parecer fácil, mas ser, na verdade, bem
64.
A

complicada. Descobrir a lei de formação ou padrão da


LV

sequência é o seu principal objetivo, pois nas questões


SI

( ) CERTO ( ) ERRADO sobre sequências / raciocínio sequencial, você será apre-


sentado a um conjunto de dados dispostos de acordo com
A
D

Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x alguma “regra” implícita, alguma lógica de formação. O
R

+ y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64. desafio é exatamente descobrir essa “regra” para, com
O

Seja “a” a quantidade de pedidos de patentes da isso, encontrar outros termos daquela mesma sequência.
YG

indústria alimentícia. Foi dito que este total é igual Veja o exemplo abaixo:
H

à soma dos demais pedidos, que são x e y, ou seja,


L

a=x+y 2, 4, 6, 8,...
EL

O total de pedidos é:
XW

T = a + x + y = a + a = 2a A primeira pergunta que podemos fazer para


Como T = 128, temos
A

achar a lei de formação é: os números estão aumen-


M

128 = 2a tando ou diminuindo?


a = 64 Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
Resposta: Certo operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8, ... Do
5. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Se, em determinado mês, primeiro termo para o segundo somamos o número
a quantidade de pedidos de patentes do produto X foi dois e depois repetimos isso.
igual ao dobro da quantidade de pedidos de patentes
do produto Y, então a quantidade de pedidos de paten- 2+2 = 4
tes de produtos da indústria alimentícia foi o quádru- 4+2 = 6
plo da quantidade de pedidos de patentes de Y. 6+2 = 8

( ) CERTO ( ) ERRADO Logo, o nosso próximo termo será o número 10,


pois 8+2 = 10.
Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos de Caso os números estejam diminuindo, você pode
patentes do produto X foi igual ao dobro da quanti- buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
360 dade de pedidos de patentes do produto Y, então a entre os termos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Agora observe esta outra sequência: z O termo que buscamos é o da décima posição, isto
é, a10;
2, 3, 5, 7, 11, 13, ... z A razão da PA é 2, portanto r = 2;
z O termo inicial é 1, logo a1 = 1;
Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem z n, ou seja, a posição que queremos é a de número
a dizer que o próximo termo é o 15. Mesmo tendo per-
10: n = 10.
cebido que o 9 NÃO está na sequência, a nossa tendên-
cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encontra- Logo,
do deve ser capaz de explicar toda a sequência! Neste
caso, estamos diante dos números primos! Sim, aque- an = a1 + (n-1)r
les números que só podem ser divididos por eles mes- a10 = 1 + (10-1)2
mos ou então pelo número 1. No caso, o próximo seria
a10 = 1 + 2x9
o 17, e não o 15. A propósito, os próximos números
primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37... a10 = 1 + 18
a10 = 19
Sequências Numéricas Alternadas
Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
É bem comum aparecem questões que envolvem uma
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
sequência que tem mais de uma lei de formação. Podemos
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
ter 2 sequências que se alternam, como neste exemplo:
posição 200 é:
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
an = a1 + (n-1)r
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos a200 = 1 + (200-1)2
dizer que temos uma sequência que, de um número
a200 = 1 + 2x199
para outro, devemos somar 2 unidades e também
podemos notar que temos a sequência que, de um a200 = 1 + 198

4
-7
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas a200 = 199

91
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:

.5
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,... Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA

51
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...

.7
79
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
Progressão Aritmética

-0
“n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
ZA
Uma progressão aritmética é aquela em que os
n # (a1 + an)
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons-
U
Sn =
SO

2
tante, normalmente representada pela letra r.
Termo inicial: valor do primeiro número que Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
A

compõe a sequência;
LV

lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo


Razão: regra que permite, a partir de um termo,
SI

que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.


obter o seguinte.
A

Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, neste


Observe o exemplo abaixo:
D

caso, o termo a7, que observando na sequência é o núme-


R

ro 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula, temos:


O

{1,3,5,7,9,11,13, ...}
YG

n # (a1 + an)
H

Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9, e assim sucessi- Sn =


L

2
vamente. Temos um exemplo nítido de uma Progressão
EL

Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e termo 7 # (1 + 13) MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

inicial igual a 1. Em questões envolvendo progressões S7 =


2
aritméticas, é importante você saber obter o termo geral
A
M

e a soma dos termos, conforme veremos a seguir. 7 # 14


S7 =
2
Termo Geral da PA
98
S7 = = 49
2
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei-
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
outro termo. Temos a seguinte fórmula: PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente.
an = a1 + (n-1)r Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3
PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
decrescente.
“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
a posição do termo na PA. Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1
Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
o termo de posição 10. Já temos as informações que iguais.
precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}. Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. 361
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
Importante ! Geométrica
PA crescente: se r > 0;
Suponha que você corra 1000 metros, depois,
PA decrescente: se r < 0; você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros
PA constante: se r = 0. e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
Observe que o que temos é exatamente uma progres-
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o
são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé-
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja:
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-
PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3)/2
tanto, substituindo, teremos:
PA (2, 4, 6)  4 = (2+6)/2  4 = 4
a1 # (0 - 1)
Progressão Geométrica S∞ =
q-1
Observe a sequência abaixo: S∞ =
a1
q-1
{2, 4, 8, 16, 32...}
Importante !
Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2.
Este é um exemplo típico de Progressão Geométrica, Em uma progressão geométrica, o quadrado do
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti- termo do meio é igual ao produto dos extremos.
do a partir da multiplicação do anterior por um mes- {a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 × a3
mo número, o que chamamos de razão da progressão Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
geométrica. A razão é simbolizada pela letra q. 82 = 4 × 16
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é 64 = 64.

4
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de

-7
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral

91
e a soma dos termos.

.5
51
Termo geral da PG FUNÇÕES E GRÁFICOS

.7
79
A fórmula a seguir nos permite obter qualquer INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES

-0
termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do ZA
primeiro termo (a1) e da razão (q): O conceito de função é um dos mais importantes
U
em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui-
SO

an = a1 × qn-1 tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser


encontrado em diversos assuntos, como por exemplo,
A
LV

No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
ser encontrado assim: depende da quantidade de energia consumida? Ou será
SI

que a temperatura influencia o aumento de vendas de


A

{2, 4, 8, 16, 32...} sorvete? E assim, o seu estudo se torna apropriado para
D

que sua aplicação ajude na resolução de problemas.


R

a5 = 2 × 25-1
O

a5 = 2 × 24 Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de


YG

a5 = 2 × 16 associação entre eles, que faça corresponder a todo


elemento do primeiro conjunto um único elemento do
H

a5 = 32
L

segundo, ocorre uma função, ou dizemos, que um está


EL

Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG em função do outro. Podemos representar uma função
XW

de duas maneiras, tabela ou fórmula. Abaixo segue uma


A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n” tabela que relaciona dois conjuntos, distância percorri-
A

da e valor pago em uma corrida de táxi:


M

primeiros termos da progressão geométrica:

n DISTÂNCIA PERCORRIDA
a1 # (q - 1) 10 15 20 25
Sn = (KM)
q-1
VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55
Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
16, 32...} Para toda distância percorrida nesta tabela, existe
4 um único correspondente de valor pago por corrida. Um
2 # (2 - 1)
S4 = matemático diria que o valor pago na corrida de táxi está
2-1 em função da distância percorrida. Se chamarmos D de
2 # (16 - 1) distância e VP de valor pago, pode-se escrever então a
S4 = 1 fórmula que represente essa função: VP = 2D + 5, onde as
2 # 15 duas letras na fórmula são as variáveis, tendo VP varian-
S4 = 1 do de acordo com a variação de D, isto é, VP está em fun-
362 S4 = 30 ção de D. A fórmula da função permite escrever a sua
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
correspondente Tabela, bastando substituir os valores D todos os valores que as ordenadas (eixo y) podem assu-
e obter seus respectivos VP. Podemos dizer ainda, que o mir. A imagem (Im) é formada por todos os elementos
valor fixo na fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. do contradomínio que se relacionam com algum elemen-
Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em um to do domínio. Assim, quando todo elemento x ϵ A está
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota- associado a um elemento y ϵ B, dizemos que y é a ima-
do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: ⩝x gem de x, e denotamos por y = 𝑓(x).
ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓. Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio e
Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g contradomínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x) = x +
não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da subs-
tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se tituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, pertencente
tem todo elemento de A com um único respectivo em aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1 + 2
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para = 3, e assim sucessivamente, de modo geral, a Im( 𝑓)
todo elemento de A existe um único respectivo em B, = x + 2.

A f B Importante!
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
é função.

O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas


A g as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
B
a função abaixo qual seria seu domínio?

√x – 2

4
𝑓(x) =

-7
√3 – x

91
.5
51
Assim, o domínio são todos valores possíveis para

.7
x tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restri-

79
A ções na função, a primeira que não existe raiz quadra-
H B

-0
da negativa e que o denominador não seja nulo. Para
isso faremos: ZA
x – 2 ≥ 0 → x ≥ 2 e 3 – x > 0 → x < 3, note que a
U

desigualdade do denominador exclui o zero. Assim, a


SO

intersecção dessas duas condições é 2 ≤ x < 3. Logo, o


A

domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.


LV
SI

B⇒CD(f)
Geralmente existe uma expressão y = 𝑓 (x) que
A

expressa todos os elementos da relação, assim, para


D

representar uma função 𝑓, de A em B, segundo uma


R

A⇒D(f)
O

lei de formação, tem-se:


YG
H

𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
a d
L
EL

𝑓: A → B
g
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

x ↦ 𝑓(x) b e
A

h
M

Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-


ro real x ao número 2x é expressa da seguinte forma: c f

𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B ⇓
Im(f)
x ↦ 2x

Domínio, Contradomínio e Imagem da função Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contradomínio (CD)
e imagem (Im).
O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os pos- Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras
síveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos são
os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O contra- As funções Injetoras são funções tais que os dis-
domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, formado por tintos elementos do domínio se relacionam com distin-
todos os elementos do conjunto B e são formados por tos elementos da imagem, ou seja, dois elementos do 363
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
domínio não podem ter a mesma imagem (Figura 5a). z Funções Pares e Ímpares
Uma função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora, visto
que para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓 (x2).

z Diagrama para funções injetoras -2 -10


-1 -5
0 0
2 0 1 5
3 2 2 10
5 4
6
A B
A 8
10
Diagramas para funções par (a) e ímpar (b)
B
.Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ, com
z Diagrama para funções sobrejetoras potências pares são funções pares e com potências
ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x) =
x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) =
-2 12 (–x)3 = –x3 = –𝑓(x).
-1 3
1 27 Observando o gráfico de uma função par notamos que
3 ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas (eixo y).
B Já a função ímpar é simétrica em relação a origem
((x, y) = (0, 0))
A
Funções Periódicas e Compostas
z Diagrama para funções bijetoras

4
-7
Funções periódicas a grosso modo são funções

91
especiais de fácil identificação visual ou gráfica, onde

.5
se observa uma característica de repetição do decor-

51
1 -1
4 2 rer da curva em intervalos subsequentes.

.7
7 5 Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T,

79
9 7 se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x +

-0
11 9 T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
ZA
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
U
B
SO

A exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =


cos(x), são funções periódicas de período T =2π.
A

As funções Sobrejetoras são funções nas quais Para que uma função composta 𝑓 com g exista, cada
LV

o seu conjunto imagem (Im) é igual ao contradomí- uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do domínio
SI

nio (CD), isto é, Im=CD=B (Figura 5b). Em funções que e contradomínio definido, ou seja, 𝑓: A → B e g: B → C,
A

aconteçam as duas situações ao mesmo tempo, ou então para todo x ϵ A temos um único y ϵ B tal que y =
D

seja, a função é Injetora e Sobrejetora, então dizemos 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z ϵ C tal que z =
R

que ela é uma função Bijetora (Figura 5c). 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C, definida por h(x)
O
YG

= z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg ou h(x) = 𝑓[g(x)].


Funções Pares e Ímpares Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A
H

composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2


L
EL

Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) = = 9x2 +2.
Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] =
XW

𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x


devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a 3(x + 2) = 3x2 + 2.
2
A

função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
M

função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun- tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) =
ções par e ímpar seguem na Figura 6. 2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)?
Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-
z Diagramas para funções pares bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:

x+3
-2 𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2
-1 1
0 2
Relações entre Funções
1 5
2 A igualdade entre duas funções, é uma relação
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja
B as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e
364 A somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
funções de A em B definidas por: nesse caso o denominador não pode ser nulo.

RAIZ DE UMA FUNÇÃO


x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1 Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe-
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor de
x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0.
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se: Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:
𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
𝑓(3) = 3 – 1 = 2 2

E É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-


tesiano será:

12 – 1
g(1) = =0 1
1+1 (x, y) = ,0
2
22 – 1
g(2) = =1 FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E
2+1 DECRESCENTE

32 – 1 Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de


g(3) = =2 função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
3+1 associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,

4
-7
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta

91
Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo

.5
∊ A, temos que as funções são iguais. ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto

51
Podemos ter outras relações entre funções, como Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.

.7
a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:

79
-0
(𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x)
ZA
A diferença entre funções, definida por:
U
SO

(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x)


A

Função constante 𝑓(x) = c.


LV

O produto entre funções: Assim, temos exemplos de funções constantes como


SI

mostra a figura a seguir.


A

(𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x)


D
R
O

E o quociente entre funções:


YG
H

(𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0


L
EL

Em cada uma das operações anteriores o domínio MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

da função resultante consiste naqueles valores de x que


A

estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e g, sendo y=4 y=–2


M

que quando tivermos o quociente existe a necessidade


do denominador ser não nulo e algumas outras funções Exemplos de funções constantes.
também podem ter restrições específicas, como por
exemplo, a função raiz quadrada que precisa ser positi- Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita fun-
ção crescente em um intervalo, se para dois valores
va. Logo, o domínio do resultado delas deve satisfazer as
quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo, se x1 <
duas funções ao mesmo tempo.
x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os valores de
Supondo duas funções 𝑓(x) = √x + 1 e g(x) = √x – 4 , os
x os valores de y também aumentam (Figura 9a).
domínios delas são D𝑓 = [–1, +∞[ e Dg = [4, +∞[, notem
Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente
que raiz quadrada pode assumir somente valores
nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
positivos incluindo o zero.
todo {x1, x2} ∊ ℝ.
Se fizermos o quociente delas, teremos:
Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
função decrescente em um intervalo, se para dois
√x + 1 valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva-
(𝑓/g)(x) = lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando
√x – 4 os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b). 365
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres- distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a
cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 > relação inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que
–3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ. denominamos de função inversa e denotada por 𝑓 -1.
Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da
função inversa de 𝑓 é definida por:
a) b)

{
Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b). y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA 2

Funções definidas por mais de uma sentença Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
são funções em que cada subdomínio tem uma função
associada a ela e a união desses subdomínios forma
o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse-
guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com
𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2

mais de uma sentença e diferentes subdomínios.


O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o

{
domínio de f–1 é B que é a imagem da f.
–x + 1, se x < –2 Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1 tricos em relação à bissetriz nos quadrantes ímpares

4
-7
do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
–x + 1, se x > 1

91
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
(Figura 10a);

.5
plano cartesiano e traçar uma reta.

51
{
.7
–x2 + 1, se x < 1

79
b) 𝑓(x) =

-0
(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
(Figura 10b).
ZA
U
SO
A
LV
SI
A
D
R
O
YG
H
L
EL

(Figura 10a)
XW
A
M

(Figura 10b)

FUNÇÃO INVERSA E SEU GRÁFICO

Uma função 𝑓: A → B, bijetora de A em B, ou seja,


distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
366
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).

Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-


ficiente angular for positivo e decrescente quando o
Figura 11. Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as mesmo for negativo.
duas funções mais a bissetriz em pontilhado.

Sinal da Função Afim


FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida
Função Linear e Afim
por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan-
Inicialmente, identificamos onde a função é igual
do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0.
O gráfico da função linear é uma reta que passa Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos

4
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano a raiz sendo:

-7
91
cartesiano (Figura 12).

.5
b

51
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –

.7
a

79
-0
Agora, teremos dois casos para estudo do sinal da
ZA
função afim, um quando o coeficiente angular é posi-
tivo (a > 0) outro quando é negativo (a < 0):
U
SO

1º caso: a > 0 (crescente):


A
LV

 b b
f ( x==
) axax →0x →
+ b+>b0 > > – x > −; ;
SI

𝑓(x)
 a a
A


b
D

 f ( x= b
𝑓(x) =) axax →0x →
+ b+<b0 < < – x < −; ;
R


 a
O

Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4). a
YG
H

A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver


L

associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b


EL

constante real, recebe o nome de Função Afim, ou


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-


ficiente angular e b como coeficiente linear.
A

O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também é


M

uma reta, onde o coeficiente angular indica a inclinação


da reta e o coeficiente linear indica o local em que a reta
corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a função afim,
𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a reta corta Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar a reta que adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1 → y = 3, ou os sinais positivos e negativos da função.
seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue na Figura 13. 2º caso: a < 0 (decrescente):

Importante!  𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b;


Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,  f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim, 
b b
dizemos que uma função linear é um caso parti-  f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;
cular da função afim.  a a 367
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
 x+2>0→x>–2 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
 1
 3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
 3 a

Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:

1
2x + 1 = 0 → x = –
2 Logo, a solução para esse primeiro caso é:

{
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será: S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
3
 x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a  x+2<0→x<–2 b
  f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
1 b  a
 fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x) 
 2 a  f3x(–x1=
1 b
)< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;

 3 a

4
-7
91
.5
51
.7
79
-0
Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 =
ZA
{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-
U
Inequações Produto e Quociente para Função Afim ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:
SO

{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-
A

1
{
LV

to delas são dadas por: S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
SI

𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou 3


A

𝑓(x) · g(x) ≤ 0
D

Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-


R

De acordo com a regra de sinais do produto de


O

números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × – tes delas são dadas por:
YG

= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas


H

inequações pode ser encontrado da seguinte forma, 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
L

> 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
EL

seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto g(x) g(x) g(x) g(x)
XW

ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou


De acordo com a regra de sinais do quociente de
A

𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.


M

números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+


Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0, não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. para uma dessas inequações pode ser encontrado da
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu- seguinte forma, seja a inequação quociente:
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . 𝑓(x)
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) · ≥0
g(x)
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S =
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
Para o produto ser positivo temos duas situações:
inequações produto.
𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
Tomemos como exemplo a inequação produto (x + Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x) ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
368 = 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos: chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu- Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒
ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0, S4} = {∅}. Assim, o conjunto solução para inequação
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . quociente:
Por fim, a solução para a inequação quociente:

(x + 2)
𝑓(x) ≥1
≥0 (3x – 1)
g(x)
É:
É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1
⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras

{
inequações quocientes.
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{
Tomemos como exemplo a inequação quociente: ℜ| 3 2

(x + 2)
≥1 Quando se está trabalhando algebricamente com
(3X – 1) uma inequação e no momento que se tem a necessida-
de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
Ou seja, (–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .

(x + 2) (x + 2) (–2x + 3 Funções Quadráticas


≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1 A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
Assim temos: o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função

4
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.

-7
𝑓(x)
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +

91
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x) bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é

.5
necessário mais que dois pontos, diferente do visto

51
anteriormente na construção da reta. Inicialmente

.7
Seguindo os dois passos acima temos:
encontra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o

79
ponto de encontro com o eixo y. São três coeficientes

-0
 – 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b na função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ; ZA
a concavidade da parábola está voltada para cima (a >
 2 a
U
 0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a
b
SO

1 parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja,


 f3x( –x1=
) > 0 ax > b<0→ x<−
→ x+ ;

 3 a quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
A

= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola


LV

corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar


SI

a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-


A

zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto


D

(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto:


R
O

Logo, a solução para esse primeiro caso é:


YG

3 1
H

(xv, yv) = ,–

{
{
L

1 3 2 4
EL

S1 ⌒ S2= x∊ℜ| <x≤


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

3 2
Logo seu gráfico segue na Figura 14.
A
M

 – 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
 f ( x )
= ax + b > 0 → x > − ;
2 a

 f (3x 1 b
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
 3 a

369
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Figura 14. Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com
^3 h
1
Para ∆ < 0 temos:
vértice: (x v, y v = 2 , – 4 e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ
𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Pela forma canônica tem-se que a função 𝑓(x) = ax2
No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como não
+ bx + c pode ser escrita da seguinte forma:
existe raiz real, logo a parábola não corta o eixo x (abscissa).

[ ]
2
b ∆
𝑓(x) = a x+ –
2a 4a2

Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa


função canônica a zero chegamos nos valores das
raízes: Para ∆ = 0 temos:

– b ± √∆ a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ


x= a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
2a
No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun- zes são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: eixo x (abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a
𝑓(x) = 0.
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,

– (–3) – √1 3–1
x1 = = =2

4
-7
2·1 2

91
.5
– (–3) + √1 3+1

51
x2 = = =2 Para ∆ > 0 temos:
2·1 2

.7
79
 b

-0
Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1,
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).  f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x 0< x→
1 x > −2 ;
ou x > x }
 ZA a
a>0→ 
b
U

𝑓(x)
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x0 <→x <x x<2}− ;
SO

Importante! 

1
a
A

Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não


LV

temos raízes reais, pois raiz quadrada de um  b


 f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0 < x < x2} − ;
1 → x >
SI

número negativo é um número complexo. Quan-  a


a<0→ 
A

do o delta é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes b


D

são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá-


𝑓(x)
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x <0 x→ oux x<>−x2} ;
R



1
a
O

tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0)


YG

teremos então a situação de duas raízes reais.


No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis-
H

tem as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo


L
EL

Sinal da Função Quadrática x (abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0.


XW

O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida


A

por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos


M

𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, x ∊ D𝑓 com.


Inicialmente, identificamos onde a função é igual
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função quadrática
vimos que as raízes são: Logo no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor
– b ± √∆ do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim,
x= concluímos para o estudo de sinal:
2a

 b
Com ∆ = b2 – 4ac.
 f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0< →
1 oux x>>−2} ;
Agora, teremos os casos para estudo do sinal da  a
função quadrática, quando o coeficiente a é positivo a>0→ 
𝑓(x) b
(a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<10< →
x <x2}< − ;
370 ∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0

 a
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inequações para Função Quadrática Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:

Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.


+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0.
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O · g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
resultado para resolver essa inequação é encontrado 0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.
dos valores de a e de delta temos algumas combina- No caso de inequação quociente faz-se o estudo
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0: de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrada da
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 +
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon-
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x)
= – x2 + 2x:
 b
f ( x )
= ax + b > 0
 ∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a
 ∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓
∆ = b2 – 4ac →

 f ( x=
2
b
) –(1) ax b 0 x ;
g

+ < → < −
 fx( x==) ax +–b√9> 0 → b a

4
x>− ;

-7
= –1
  1
a

91
2·2
𝑓(x) = 0 

.5
1 b
) –(1)
 f ( x= ax ++b√9< 0 →

51
= x<− ;
 x2 =
 a

.7
No caso de inequação produto faz-se o estudo de 2·2 2

79
sinal de cada uma das funções quadráticas e define-se

-0
como solução de acordo com a regra de sinais do pro-  x = –(2) – √4 = 2 b
duto de números reais, temos que (+ × + = +); (– × – =  f (1 x=
) ax + b > 0 → x > − ;
ZA
 2 · (–1) a
+); (+ × – = –), assim, um conjunto solução (S) para uma g(x) = 0 
U

b
SO

dessas inequações pode ser encontrado da seguinte  f ( x=


x =) –(2)
ax ++b√4< 0 →
= 0 x<− ;
forma, seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o 
 a
A

2
2 · (–1)
LV

produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e


g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
SI

Então seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2 Para 𝑓(x) = 2x2 + x – 1, com ∆ > 0 e a > 0:
A
D

+ 2x – 1) > 0, para achar o conjunto solução primeiro


R

encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e b   b


b 1 
; ( x=
− > xf → )0 >ax
b+ ba> 0
+x =)x
→ ( fx > − ;
O

 𝑓(x) a 
  a
g(x) = –x2 + 2x – 1: f ( x; =
)b> 0,
−ax

b
+xf →
∊ℜ )00<→
( x>
| xax x xb
< –1 ou
> ; ( fx
−x0=>)→
YG

< − b ;

 a
<x


= b++ a< x
a 2   a
 b
H

 b  f; (ax−=  b( →  b
) > ax + b < 0 → x < − 1 ; 
L

f ( x=
) ax +b > 0 → x > − ; x
→ f (0x>
) b ax
= + x+ab = ) x0
> f x > − ;
 ∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
2
 a
EL

∆ = b – 4ac →
2 
a 
 𝑓(x)
;
b < 0,  x ∊ ℜ | –1 < x <
− < x →

f (0x<
) b ax
= + x+ab = a
) x0( →
< f

 x < −
b
;
b
 f ( x=
) 2 ax + b < 0 → x < − ; a 
 2 
 a
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
 ∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a
XW

b
A

 –(–1) – √25 Para g(x) = – x2 + 2x, com ∆ > 0 e a < 0:


f ( x ) ax b 0 x ;
M

 x = = + > →
= –2 > −
1
2·1 a
𝑓(x) = 0  
g(x) > 0,ax
{x +
∊ℜ | 00<→
x <x2}
b

b  f ( x=
) b > > ; −

 fx( x==) –(–1) + √25  a

ax + b < 0 →= 3x < − ;

 f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2}


a
2  a
2·1
 b


f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 √0→ x > −
a
; Assim, para a inequação quociente ser negativa, 𝑓(x)/
g(x) = 0  x =x =
 f (1x= 2
=1 b g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situações,
) ax + b < 0 → x < − ;

 2 · (–1) a a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solução será:

Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0: b   b


; − > ( x0
x f→ ) > ax
= b ++xba >=0 (1f
) x→ x
 > − ;
a   a
b 1  x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
S =   ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
b
 b ; ( x0
− < x f→ ) < ax
= b ++xba <=0 (2f
) x→ 
x < − ;
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;  
 𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
 a   a

b
 f ( x=
) ax + b < 0 → x < −
 𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
 a
; = {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2 371
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução será:  b
 x, se x ≥ 0
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
𝑓(x) = 
 f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
b   b  – x, se x < 0
 a
; − > x →
 f0( x>
) b+
= axxa
+ b=> (1f
) x0 →  x > − ;
a   a
b S2 =  x ∊ ℜ | – 1 < x < ⌒ { x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
 
 x < − b
; − < x → f 0
( x<
) b+
axxa
+ b=) x0
( → ;
a 

= <
2f 
 a O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi-
b b
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas
 
; − > x →0 ( xb
f > )+x
= axa +=
b (1f
) x> 0→ x > − ; sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de
a   a
b =  x∊ℜ|0<x<
 
 b origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas
; − < x → 0 ( xb
f < )+x
ax ) x<
a +=
b ( 0 ;
a 

=
2f 
→ x < −
 a
retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran-
tes do plano (Figura 15).
Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x O domínio da função modular é o conjunto dos reais,
– 1)/(–x2 + 2x) < 0 é: ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊ Im(𝑓), sendo
que a imagem da função assume somente valores positi-
 b b  vos (reais não negativos (ℝ+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ+. Note que
) ; ax
f ( x= >b
− + x>→ 00→ >xb>+1x−a ;= )x ( f

 a a 
 no gráfico da função as retas ficam acima do eixo x, onde
S1 ◡ S2 =  x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x <
b ou
b x>2

 f ( x=

) ; ax
−+<bx<→ 00→ <xb<
2 −aa ;=) x ( f
+x 

todos valores para y são positivos (Figura 15).
 a 

Máximo e Mínimo para Função Quadrática

Dizemos que o número yM ∊ Im(𝑓) é o valor máximo


ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, yM ≥ y ou yM
≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D𝑓 tal que yM = 𝑓(xM)
chamamos de ponto máximo ou mínimo da função. Esse
ponto também é conhecido como vértice da função
quadrática ou da parábola. Denotamos o vértice como:

4
-7
 ∆
−–b b −∆
− b–∆
− 

91
(= yM ,)y
xM , (x (
)V== )
v ,v,yyvv) = V
Vx(x V  ,,  V = ) vy , vx ( V =
) My ,Figura
Mx ( 15. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = |x|.

.5
M M
 a22a
4a a44a2a 

51
.7
Para funções modulares com potência quadrática

79
Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-

-0
é dado por: lar em funções definidas por duas sentenças:
ZA
 b
U

−b b−∆
 ∆−–b − 
–∆ f 2( x=
 x + 4x
) ax + b > 0 → x > − ;
(=
xM , yM ) V=
(V(x
xv ,v ,yyv v)) = VV  ,,  V = ) vy , vx ( V =
) My , Mx (

SO

a
𝑓(x) = 
b
 a22a
4a a44a
2a   f ( x2 =
)
 –(x + 4x)
ax + b < 0 → x < − ;
A

 a
LV

−∆ –((–3) –∆4−· 1 b· −2)


−–b( –3)
( xv , yv ) =VV  , ,   ,  V =
2
SI

(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) AMyessas ( funções encontramos as suas raízes:
, Mx duas
A

 2a2 · 14a  4 a· 14 a2 
D

∆ = b – 4ac = 4 – 4 · 1 · 0 = 16
2 2
R


−3− b−
b −∆1
O

(=
xM , yM ) ( xv , yv ) =VV  , ,– 4  V =
V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx ( b
YG

 a224a a42a 
 –(4) – √16
 fx( x==) ax2 ·+1b > 0=→ –4 x > − ;
H

1
a
L


EL

Sendo a = 1 > 0, então a concavidade da parábola


 fx( x==) –(4) + √16 b
XW

está voltada para cima e o vértice será ponto de míni- ax + b < 0 =→0 x < − ;

2
mo da função. 2·1 a
A
M

O vértice de uma função quadrática será ponto de


máximo da função quando a < 0 e ponto de mínimo As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença
da função quando a > 0. o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja,
FUNÇÃO MODULAR concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi-
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva-
Definição, Gráfico, Domínio e Imagem lo de x abaixo:

Uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida pela associação de  2 b


 x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
cada x ∊ ℝ a 𝑓(x) = |x| ∊ ℝ é denominada Função 𝑓(x) = 
b
 f (2x=
) ax + b < 0 → x < − ;
Modular.  –x – 4x, –4 < x < 0
 a
Considerando a definição de módulo de um núme-
ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no
372 modular também da seguinte forma: intervalo entre –4 e 0 (Figura 16).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As raízes das sentenças definidas pela função Inequações Modulares
modular podem também ser chamadas de ponto (s)
de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta Uma das propriedades de módulo para números
(funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre reais, em que para um número k > 0 tem-se |x| < k ⇔
uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse –k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa proprie-
caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓) dade podemos resolver inequações modulares como
= 𝔑+. |3x – 2| < 4 e sua solução é:

2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3
b   b
; − > x→f (0
x=)> bax
+2x
+ab >)0
= x (→f x > − ;
a   a
b S =  x∊ℜ|– < x < 2 
b
; − < x→f (x
0=)< bax
+3x
+ab <)0
= x (→f x < − ;
a 
 
 a

Mas se a inequação for |5x + 4| ≥ 4, a solução é:

|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8

Ou

Figura 16. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = | x2 + 4x|. 8


5x ≥ 0 ⇔ x ≤ – ou x ≥ 0
5
Equações Modulares
b   b
; −
 > ) 0
f (xx→
= ax bb
>+ +
8> 0→
xa ) xx( >
= f− ;
a   a
Lembrando da definição de módulo de um núme- S=  x∊ℜ|x≤– ou x ≥ 0 

4
b < b
ro real, em que para um número k > 0 tem-se |x| = k ; − f (xx=
) 0
→ ax bb
<+ 5<
+ 0→
xa = f
) xx( < − ;

-7
a 
 
 a

91
⇔ x = k ou x = –k. Então a solução da equação modu-
lar |x + 2| = 3 é:

.5
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos:

51
.7
 b
 x+2=3→x=1
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x

79
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
|x + 2| = 3 ⇔ 

-0
 f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
 x + 2 = –3 → x = –5
 a  b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
 x + 1, se x ≥ – 1
ZA  a
|x + 1| = 
b
U
S = {–5, 1}  f ( x=
 –x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
SO

 a

Caso tenhamos duas funções modulares, como a


A

Para x ≥ –1 temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:


LV

equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-


SI

te forma:
S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
A
D

 3 b Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com


R

 f3x( x+=)2 =ax


x –+1 b→>x 0
= –→ x > − ; solução:
O

2 a
YG

|3x + 2| = |x – 1| ⇔ 
b S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
H

1
 f3x( x+=)2 =ax < x0=→– x < − ;
+ 1b →
–x +
L


EL

4 a Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

b   b
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
a   a S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
A

S = – , – 
M

b b
; − < x → 0 < b+fx(a ) =
2x= )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
a   a
  FUNÇÃO EXPONENCIAL

E na situação de uma função modular, como a Definição, Características, Domínio, Imagem e


equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo- Gráfico
res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
ção é dada por: Seja a um número real, tal que seja maior que zero
e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓:
 3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b ℝ → ℝ que associa a cada x ∊ ℝ o número 𝑓(x) = ax,
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ; é conhecida como Função Exponencial. Assim fun-
 a
|3x + 2| = 2x – 3 ⇔  1 ções como: 2x, (√2)x e 10x são exemplos de funções
 f3x( x+= b
)2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ; exponenciais.

 5 a Da definição de função exponencial, a partir de
algumas características, pode-se notar:
Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2,
então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}. z x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1; 373
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 → Equações Exponenciais
𝑓(x1) < 𝑓(x2);
z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 < Equações exponenciais são aquelas equações onde a
x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2); incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x = 2.
z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n A forma de solucionar a equação exponencial é
> 0; deixando todas as potências com a mesma base, como
z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências
se, r > 0; iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja,
z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se, ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
s > r; Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu-
z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente ção o valor de x igual a:
se, α > 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b 2x = 128 → 2x = 27→ x = 7
> 0; S = {7}
z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente
se, x1 > x2; Agora para a equação exponencial 52x
2+3x–2
= 1
z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente temos x igual a:
se, b < 0;
z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen- 2 2
52x +3x–2 = 1 → 52x +3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0
te se, x1 < x2. ∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25
O domínio da função exponencial é o conjunto dos  –b – √∆ b
–3 – √25
reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊ Im(𝑓),  fx( x==) ax 2a
1
+b > 0 →
= x>− ;
2 · 2a
= –2
sendo que a imagem da função assume somente valores

positivos não nulos (reais não negativos e não nulo (ℝ*+)). –b + √∆
 fx( x==) ax –3 +√25b 1
Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note que no gráfico da função a curva de +b < 0 →
= x<− ; =
𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x, pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ.  2
2a 2 · 2a 2
Além disso, temos que o ponto de encontro da curva com o

4
b   b
; − > x → 0 > b + x )xx=
a f (= )(1f ax +b > 0 → x > − ;

-7
eixo y, é no ponto (x, y) = (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o a  
 a
S =  – 2, 

91
gráfico para duas funções exponenciais, crescente (a > 1) e ;
b
− < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx=  +b < 0 → x < − b;
ax

.5
decrescente (0 < a < 1), segue como na Figura 17. a 
 
 a

51
.7
Inequações Exponenciais

79
-0
Inequações exponenciais são aquelas inequações onde
a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e 2x – 4x < 2.
ZA
A forma de solucionar a inequação exponencial é
U
SO

deixando todas as potências com a mesma base, como


a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescente
A

com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a desi-
LV

gualdade se mantém para as potências quando a fun-


SI

ção é crescente e inverte quando é decrescente, ou seja:


A
D

a > 1 → ax > ay ⇔ x > y;


R
O

0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y


YG

Seja a inequação exponencial 2x < 32 (crescente),


H
L

temos a solução igual a:


EL
XW

2x < 32 → 2x < 25 → x < 5


S = {x ∊ ℜ | x < 5}
A
M

E na inequação exponencial (decrescente):

x x
11x
521 ≥ 1  ≥≥ 125
125
555
Temos duas formas:

x x x x
 11   11 
x x

≥→   ≥≥5 125
1125
521 ≥   5≥2≥125 → (5 ) 3 –1 x
≥ 53 → 5–x ≥ 53
 55   55 
Figura 17. Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e 5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
374 (b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ). S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
x x x x x x x x
 111 x  111 x  111 x  111 –3 z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b =
1
521 ≥     ≥≥125
125 →     ≥ 5 →     ≥     ≥ 125
5 2 1 ≥ ≥ 125
5 2
3 1≥ 5 2
≥ 1
125
≥ ;
 555   555   555   555  loga a

x ≤ –3
1
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3} z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β
FUNÇÃO LOGARÍTMICA
Definição, Características, Domínio, Imagem e
Logaritmo Gráfico

Antes de definir a Função Logarítmica, temos que Seja a um número real, tal que seja maior que zero
ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga- e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações → ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é
exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que conhecida como Função Logarítmica. Assim funções
não são possíveis deixar os dois membros com a mes- como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções
ma base, assim define-se o conceito de logaritmo, seja logarítmicas.
dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se Da definição de função logarítmica algumas carac-
x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1}, pode-se notar:
deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
igual a b, ou seja: z 𝑓: ℝ*+ → ℝ e g: ℝ → ℝ*+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) =
ax , relação inversa;
loga b = x ⇔ ax = b z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1;
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1;
Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0;
e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2 z a > 1; x > 1 → loga x > 0;
8 = 3 pois 23 = 8. z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0;
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie- z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0;

4
-7
dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0:

91
O domínio da função logarítmica é o conjunto

.5
z loga 1 = 0; dos reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊

51
ℝ*+, existe um único y ∊ Im(𝑓), como a função 𝑓: ℝ*+

.7
z loga a = 1; → ℝ, 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) =

79
ax, assim 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função

-0
z aloga b = b; assume qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ. Note que
ZA
no gráfico da função 𝑓(x) = loga x, a curva está toda a
z loga b = loga c ⇔ b = c; direita do eixo y, pois x > 0. Além disso, temos que o
U
SO

ponto de encontro da curva com o eixo x, é no ponto


z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode (x, y) = (1, 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfi-
A

ser generalizada para: co para duas funções logarítmicas, crescente (a > 1) e


LV

decrescente (0 < a < 1), segue como na Figura 18.


SI

x x
 1  1  n
A

52a1≥Πnb ≥125
log = Σ loga bi, n ≥ 2;
D

 5i =1 5i  i = 1
R
O
YG

x x
 1b1 
H

z b>0ec>05 →2log
1 ≥a     ≥ 125a b – loga c, então loga
= log
 5c5 
L

x x
EL

 111 
521 ≥     ≥ = –125
loga c; MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

 5c5 
A
M

z α ∊ ℝ → loga bα = α · (loga b);

1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b ;
n

z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:

logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a

z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a


c,
mudança de base com produto;
375
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inequações Logarítmicas

Inequações logarítmicas são aquelas inequações


do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
A forma de solucionar a inequação logarítmica é dei-
xando os logaritmos com as mesma base, e aplicando as
desigualdades em casos de bases maiores que um ou entre
zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando
propriedade inversa e transformando em equação expo-
nencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. Esquematizando temos:

 b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
 𝑓(x) > g(x) se a > 1
 a
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔ 
b
 f ( x=
 0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
 a

Ou

 b
f ( x=
) kax + b > 0 → x > − ;
Figura 18. Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2  𝑓(x) > a se a > 1
 a
x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x). loga 𝑓(x) > k ⇔ 
b
 f ( x=
 0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
 a
Equações Logarítmicas  b
 0 < 𝑓(x) < a se a > 1
 f ( x=
) ax k+ b > 0 → x > − ;
a
loga 𝑓(x) > k ⇔ 
b
Equações logarítmicas são aquelas equações do  f ( x=
) kax + b < 0 → x < − ;
 𝑓(x) > a se 0 < a < 1
 a
tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
A forma de solucionar a equação logarítmica é Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23,

4
-7
deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan- para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo

91
do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x:

.5
inversa e transformando em equação exponencial,

51
loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα 2x2 – 5x > 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · 0 = 25

.7
Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x +

79
5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que  b

-0
– (–5) – √25
x > –2/3 e x > –5/2:
 f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x >
0 − ;
a
1 ZA
2·2

U
b
b

f ( x=
) 0→ ;
< ax
0 →+xb>>–2/3 x > −
 3x + 2
 fx( x==) –(–5) + √25 5
SO


ax + b < 0 →= x < − ;
a

b
 f ( x=
)
 2x + 5 > ax 0→ x < −
0 →+xb><–5/2 ;
 1
2·2 2 a
A

 a
LV
SI

log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3 Como para a 𝑓(x) = 2x2 – 5x temos a > 0 e ∆ > 0,
A

S = {3} então a solução para 𝑓(x) > 0 é:


D
R

Agora para a equação logarítmica log4 (2x2 + 5x + 4) b  b


O


; − >xf → )0 >ax
( x= b++xba> 0
=)→x (5fx> − ;
YG

= 2 temos x igual a: a   a
S1 =
b
 x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 
b
; − <xf →
( x=
)0 <ax
b++xba< 0
=)→x (2fx< − ;
H

a 
 
 a
2x2 + 5x + 4 > 0
L
EL

∆ = b2 – 4ac = 25 – 32 = –7
Agora o estudo da inequação logarítmica começa
logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊ ℜ
XW

na relação entre os logaritmos de mesma base, como


a base é 2 então a função é crescente:
A

log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4 =


M

16 → 2x2 + 5x – 12 = 0
a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2 –
5x – 3 ≤ 0
∆ = b2 – 4ac = 52 – 4 · 2 · (–12) = 25 + 96 = 121
2x2 – 5x – 3 ≤ 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · (–3) = 25 + 24 = 49
 – b – √∆ b
– 5 – √121
 f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2 ·a  1b
1
2a 2 – (–5) – √49

– b + √∆ b
– 5 +√121 3
 fx( x==) ax2+· b2 > 0 →= x –> −2 a ;
1

 fx( x==) ax +b < 0 → = x<− ; = 


2
2a 2 ·a2 2
 fx( x==) – ax
(–5) + √49 b
+ b < 0 →= x 3< − ;
 1
2·2 a
b   b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
 +b > 0 → x > − ;
a   a
b S =  – 4, 
b Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx=  +b < 0 → x < −
ax ;
376 a 
 
 a então a solução para g(x) ≤ 0 é:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
;
b
− >

x f (x
→ 0=)> b
ax 1ab >=)0x (→
++
x

x > −
f
b
;  log 0,2 → c = –1 b
 flog( x0,035
=) ax + b > 0 → x > − ;
a 
  a
b 2=
S  x∊ℜ|– ≤x≤3 
; − < →
x

0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
x
++ f
x< −

b
; → c = –2 a
a   a
0<x<1 
 flog( x0,00405 → c = –3 b
Assim, a solução da inequação logarítmica log2 =) ax + b < 0 → x < − ;
(2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções  log 0,00053 → c = –4 a
acima:
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte

f ( x;=
b
>0>
b  inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o


) −
a
ax1+xb→
> →bx 5a− a=);x ( f
x
+> 

S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3  oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o
 f ( x= b 


)
;
a
ax
− 2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − =
a
); x ( f


zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga-
rismo significativo.
E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos: Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m =
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c +
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1 m = 1 + 0,3692 = 1,3692.

Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então: Mantissas


N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
5
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > – 11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755
3 12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
Como a solução x > 1 é também maior que:
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
5

4
x>– 17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529

-7
3 18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765

91
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989

.5
51
Logo temos o intervalo de solução para x sendo: 20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201

.7
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404

79
S = {x ∊ ℜ | x > 1} 22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598

-0
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784
Logaritmos Decimais 24
ZA
3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962
U
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
SO

São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou 26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10
A

27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456
𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
LV

28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de
SI

29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
escrever o valor 10 na base. Todas as características
A

e propriedades de logaritmos também valem para os 30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900
D

logaritmos decimais. 31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
R
O

Seguem algumas propriedades: 32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
YG

33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428
H

z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x
L

< c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ; 35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
EL

z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1 36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

é a mantissa; 37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
A

38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
M

z A mantissa (m) é um valor tabelado; 39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
multiplica-se x por potência de 10 com expoente
41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda
42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
quando temos log10p x, p ∊ ℤ.
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
Valores da característica (c) são dados da seguinte
forma: 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712

 log 2,3 → c = 0 b 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
f ( x =) ax + b
 log 31,421 → c = 1> 0 → x > − ; 48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893

a 49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
x>1 
 flog( x204 →c=2 b 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
=) ax + b < 0 → x < − ; 51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
 log 6542,3 → c = 3 a 52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235 377
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mantissas Deixando em função de número de peças produzi-
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 das por hora temos:
12,03n – 7,05n > 31,25t – 12,03t → 4,98n > 19,22t →
53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
n > 3,86t
54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
Logo, para o valor da empresa ser maior que a do
sindicato os funcionários terão que produzir mais
Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549 que três peças por hora trabalhada, ou seja, n>3.
(IEZZI; MURAKAMI, 1977). Resposta: Letra E.

A seguir, exercite seus conhecimentos analisando 3. (FCC — 2016) O valor da expressão log2 16 + log4 8 +
os exercícios comentados abaixo. log8 4 é igual a:

1. (FCC — 2018) Inicialmente o domínio da função y = a) 5.


– x² + 2x + 15 é o conjunto dos números reais e essa b) 23/2.
função será chamada de função J. Uma outra função, c) 37/6.
K, também dada por y = −x² + 2x + 15, tem como domí- d) 5/4.
nio o conjunto {−4,−3,−2,3,4,5,6,7}. A diferença entre a e) 41/8.
maior imagem da função J e a menor imagem da fun-
ção K, nessa ordem, é igual a: Resolvendo deixando todos log na mesma base:
log2 16 + log4 8 + log8 4 = log2 24 + log 22 23 + log23 22
a) 18.
b) 41.
3 2
c) 36. = 4log2 2 + log2 2 + log2 2
d) 4. 2 3
e) 15.
Como log2 2 = 1 então temos:
Para saber temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D =
Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A = 3 2 3 2

4
= 4log2 2 + log2 2 + log2 2 = 4 + +

-7
{−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}.
2 3 2 3

91
Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a

.5
maior imagem para a função J, como o coeficiente

51
a< 0, a concavidade está voltada para baixo e o seu 24 + 9 + 4 37

.7
ponto de máximo será o: = =

79
6 6

-0
∆ 64 Resposta: Letra C.
yvértice = – =– = 16 ZA
4a 4 · (–1) 4. (VUNESP — 2014) Uma população P cresce em função
U
SO

do tempo t (em anos), segundo a sentença P = 2000.50,1t.


Fazendo a diferença na ordem mencionada temos:
Hoje, no instante t = 0, a população é de 2000 indivíduos.
16 – (–20) = 16 + 20 = 36. Resposta: Letra C.
A

A população será de 50000 indivíduos daqui a:


LV
SI

2. (FCC — 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato


a) 20 anos.
representativo dos trabalhadores de uma empresa de
A

b) 25 anos.
D

alta tecnologia em manufatura de peças para compu- c) 50 anos.


R

tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais d) 15 anos.


O

uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por


YG

e) 10 anos.
unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por
H

sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais Resolvendo deixando todos log na mesma base:
L

12,03 reais por taxa de empreitada por unidade inteira


EL

produzida por hora. Na audiência de negociação, foram P = 2000 · 50,1t → 50000 = 2000 · 50,1t → 50,1t
XW

estabelecidas equações para o salário por hora de cada


A

uma das propostas em termos de n, o número inteiro de 50000 50


M

peças produzidas por hora. O valor por hora trabalhada = = = 25


mais a taxa de empreitada que a empresa ofereceu só 2000 2
é maior que o valor solicitado pelo sindicato quando:
50,1t = 25 = 52 → 0,1t = 2 →
a) n<2.
b) n=2. 2 2 10
t= = =2· = 20 anos
c) n=3. 0,1 1 1
d) n<3.
e) n>3. 10

Inicialmente temos as seguintes funções para sindi- Resposta: Letra A.


cato e empresa, respectivamente:
yS = 31,25t + 7,05n 5. (FAFIPA — 2016) Os valores de x que satisfazem a ine-
yE = 12,03t + 12,03n quação (x2 + 2x -15 / x + 2 )≤ 0 pertencem a:
Para a empresa ser maior que a do sindicato temos:
378 yE > ys → 12,03t + 12,03n > 31,25t + 7,05n a) (-∞-5]U[-2,3].
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) (-∞-5]U(-2,3].
c) (-∞-5]U(-2,3). ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICA DE
d) (-∞-5)U[-2,3]. ARGUMENTAÇÃO
Para a razão ser negativa existem dois conjuntos de ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E
soluções possíveis: CONCLUSÕES
1º) x2 + 2x – 15 ≥ 0 e x + 2 < 0:
Estrutura Lógica
x < –2
A Negação com o Conectivo “Não”
x2 + 2x – 15 ≥ 0
∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64 Representação simbólica: (~p) ou (¬p).
Sabemos que o valor lógico de p e ~p são opostos,
isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa,
 – b – √∆ –2–8 b
 fx( x==) ax2a+ b > 0= → x2> − a=;–5
e vice-versa. Exemplo:
1 p: Matemática é difícil.
 (~p) ou (¬p): Matemática não é difícil.
–2 + 8 b
 fx( x==) – ax
b + √∆
+ b < 0= → x < − =; 3 Outras maneiras que podemos usar para negar
 2
2a 2 a uma proposição e que vem aparecendo muito nas pro-
vas de concursos são:
Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e a con-
cavidade voltada para cima assim para que a função z Não é verdade que matemática é difícil;
quadrática seja positiva a solução é em S1 = {x ∊ ℜ | – z É falso que matemática é difícil.
5 ≤ x ou x ≥ 3} mas também deve satisfazer a solução
S2 = {x ∊ ℜ | x < –2}, assim, S1 ⌒ S2 = {x ∊ ℜ | x ≤ –5}. Conjunção (Conectivo E)
2º) x2 + 2x – 15 ≤ 0 e x + 2 > 0:
Representação simbólica: ^

4
Exemplos:

-7
x > –2

91
x2 + 2x – 15 ≤ 0 z Na linguagem natural:

.5
51
∆ = b – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64
2
„ O macaco bebe leite e o gato come banana.

.7
79
 – b – √∆ –2–8 b
f ( x )
= ax + b > 0 → x > − =;–5
-0
z Na linguagem simbólica:
 x
1
=
2a
=
2 a ZA
 „ p ^ q.
–2 + 8 b
U

 fx( x==) – ax
b + √∆
+ b < 0= → x < − =; 3
SO

Disjunção Inclusiva (Conectivo Ou)


 2
2a 2 a
A
LV

Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e Representação simbólica: v


SI

Exemplos:
a concavidade voltada para cima assim para que a
A

função quadrática seja negativa a solução é em S3


D

z Na linguagem natural:
= {x ∊ ℜ | – 5 < x < 3} mas também deve satisfazer
R
O

a solução S4 = {x ∊ ℜ | x > –2}, assim, S3 ⌒ S4 = {x ∊ „ Maria é bailarina ou Juliano é atleta.


YG

ℜ | –2 < x ≤ 3}.
H

A solução final é dada pela união das parciais: z Na linguagem simbólica:


L
EL

(S1 ⌒ S2) ◡ (S3 ⌒ S4) = {x ∊ ℜ | x ≤ – 5 ou –2 < x ≤ 3} = „ p v q. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

(– ∞, –5] ◡ (–2, 3]. Resposta: Letra B.


A

Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou)


M

REFERÊNCIAS
Representação simbólica: ⊻
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e Exemplos:
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v.
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática z Na linguagem natural:
Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v.
IEZZI, Gelson et al. Matemática: ciência e aplica- „ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
ções. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v.
z Na linguagem simbólica:
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 v. „ p ⊻ q.
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. Condicional (Conectivo Se e Então)
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São Representação simbólica: →
Paulo: FTD, 2016. 3 v. Exemplo: 379
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Na linguagem natural: A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se
o paciente receber alta, então ele não receberá medi-
„ Se estudar, então vai passar. cação ou não receberá visitas.

( ) CERTO ( ) ERRADO
z Na linguagem simbólica:
P: O paciente receberá alta;
„ p → q. ~P: O paciente não receberá alta;
Q: O paciente receberá medicação;
Bicondicional (Conectivo “Se e somente se”) R: O paciente receberá visitas.
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida:
Representação simbólica: Se o paciente não receber alta, então ele receberá
Exemplo: medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item a seguir, a


z Na linguagem natural: respeito de lógica proposicional.
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo
„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber Estado é consequência da radicalização da sociedade
dinheiro. civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente
representada pela expressão lógica P→Q, em que P e Q
z Na linguagem simbólica: são proposições simples escolhidas adequadamente.

„ p ⟷ q. ( ) CERTO ( ) ERRADO

A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é


Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com (verbo de ligação) consequência da radicalização
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá! da sociedade civil em suas posições políticas. Temos
apenas um verbo e por esse motivo é uma proposi-
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) As proposições P, Q e R a ção simples.
seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João, Cuidado com o uso da palavra consequência em

4
Carlos, Paulo e Maria: proposições como esta. Em determinadas situações,

-7
P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é de fato, teremos uma proposição condicional, senão

91
mentiroso”. R: “Maria é inocente”. vejamos:

.5
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estu-

51
Considerando que ~X representa a negação da propo-
dar (verbo no infinitivo)

.7
sição X, julgue o item a seguir.
Nesse caso, temos uma proposição composta pela

79
A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é
condicional. Resposta: Errado.

-0
culpada.” pode ser representada simbolicamente por
(~Q)↔(~R). 5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbo-
ZA
los normalmente usados para representar os conecti-
U

( ) CERTO ( ) ERRADO vos lógicos, julgue o item seguinte, relativos a lógica


SO

proposicional e à lógica de argumentação. Nesse sen-


A

Veja que temos uma proposição condicional (se tido, considere, ainda, que as proposições lógicas sim-
LV

então) e a representação simbólica apresentada é ples sejam representadas por letras maiúsculas.
SI

de uma bicondicional. Representação da condicio- A sentença A fiscalização federal é imprescindível


para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto
A

nal (). Resposta: Errado.


D

dos medicamentos que a população consome pode


R

ser representada simbolicamente por P∧Q.


2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item, rela-
O
YG

tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação. ( ) CERTO ( ) ERRADO


A proposição “A construção de portos deveria ser
H

uma prioridade de governo, dado que o transporte Para ser proposição composta, haveria mais de um ver-
L
EL

de cargas por vias marítimas é uma forma bastante bo na frase, por isso, a frase em questão é considerada
uma proposição simples. Procure o verbo na oração.
XW

econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser


representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q A fiscalização federal é imprescindível para manter a
A

qualidade tanto dos alimentos quanto dos medicamen-


são proposições simples adequadamente escolhidas.
M

tos que a população consome. Resposta: Certo.


( ) CERTO ( ) ERRADO SILOGISMOS

A representação simbólica apresentada para julgar- O silogismo vem da Teoria Aristotélica dentro do
mos é de uma conjunção e na questão foi apresen- raciocínio dedutivo e geralmente é formado por três
tada uma proposição composta pela condicional na proposições, em que de duas delas, que funcionam
forma “camuflada” dentro de uma relação de causa como premissas ou antecedente, extrai-se outra propo-
e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado. sição que é a sua conclusão ou consequente. Além disso,
podemos dizer que é um tipo especial de argumento.
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Considere as seguintes Estrutura do Silogismo Categórico
proposições: P: O paciente receberá alta; Q: O paciente
receberá medicação; R: O paciente receberá visitas. z Premissa maior: Geralmente é a primeira Con-
Tendo como referência essas proposições, julgue o têm o termo maior (T), que é sempre o predicado
item a seguir, considerando que a notação ~S significa da conclusão e diz-nos qual é a premissa maior, da
380 a negação da proposição S. qual faz parte;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Premissa menor: Geralmente é a segunda Contêm o termo menor (t), que é sempre o sujeito da conclusão e
indica-nos qual é a premissa menor;
z Conclusão: Identificamos por não conter o termo médio (M);
z Termo médio: Estabelece a ligação entre o termo maior e termo menor. Aparece nas duas premissas, mas
nunca aparece na conclusão.

Veja os exemplos a seguir:


Exemplo 1:

z Todos os mamíferos são animais;


z Os cães são mamíferos;
z Logo, os cães são animais.

„ Termo maior: animais;


„ Termo menor: cães;
„ Termo médio: mamíferos.

Exemplo 2:

z Todos os homens são mortais;


z Sócrates é homem;
z Logo, Sócrates é mortal.

„ Termo maior: mortais;


„ Termo menor: Sócrates;
„ Termo médio: homem.

REGRAS DO SILOGISMO CATEGÓRICO

4
-7
Regras Relativas aos Termos

91
.5
z 1ª Regra: O silogismo tem três termos: o maior, o menor e o médio. Exemplos:

51
.7
79
„ As margaridas são flores;
„ Algumas mulheres são Margaridas;

-0
„ Logo, algumas mulheres são flores. ZA
U
Veja que margaridas e Margaridas são termos equívocos. Não respeitamos esta regra, porque esse silogismo
SO

tem 4 termos. O termo margaridas está empregado em 2 sentidos, valendo por 2 termos;
A
LV

z 2ª Regra: Se um termo está distribuído na conclusão, tem de estar distribuído nas premissas.Exemplos:
SI

„ Os espanhóis são inteligentes. (Predicado não distribuído);


A

„ Os portugueses não são espanhóis;


D

„ Logo, os portugueses não são inteligentes.


R
O
YG

Menor extensão na conclusão do que nas premissas;


H

z 3ª Regra : O termo médio nunca pode estar na conclusão. Exemplos:


L
EL

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

„ Toda planta é ser vivo;


„ Todo animal é ser vivo;
A

„ Todo ser vivo é animal ou planta.


M

z 4ª Regra: O termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez. Exemplos:

„ Alguns (não distribuído) homens são ricos;


„ Alguns (não distribuído) homens são artistas;
„ Alguns artistas são ricos.

Regras Relativas às Proposições

z 5ª Regra: De duas premissas negativas nada se pode concluir. Exemplos:

„ Nenhum palhaço é chinês;


„ Nenhum chinês é holandês;
„ Logo, (não se pode concluir).

Não se pode concluir se existe ou não alguma relação entre os termos “holandês” e “palhaço”, uma vez que não
existe nenhuma relação entre estes e o termo médio (que é o único que nos permite relacioná-los); 381
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z 6ª Regra: De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa. Exemplos:

„ Todos os mortais são desconfiados;


„ Alguns seres são mortais;
„ Alguns seres não são desconfiados.

z 7ª Regra: A conclusão segue sempre a parte mais fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa for negativa,
a conclusão tem de ser negativa, se uma premissa for particular, a conclusão tem de ser particular. Exemplos:

„ Todos os homens são felizes;


„ Alguns homens são espertos;
„ Todos os espertos são felizes. (A conclusão nunca pode ser geral.

z 8ª Regra: De duas premissas particulares, nada se pode concluir. Exemplos:

„ Alguns italianos não são vencedores;


„ Alguns italianos são pobres;
„ Logo, (nada se pode concluir).

Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, para que possa existir ligação entre o termo médio e os outros
termos e ser possível extrair uma conclusão.
Esquematizando!

REGRAS
PREMISSAS TERMOS
z Todo silogismo contém somente três termos: maior,
z De duas premissas negativas, nada se conclui
médio e menor

4
z De duas premissas afirmativas não pode haver conclu-
z Os termos da conclusão não podem ter extensão maior

-7
são negativa

91
que os termos das premissas
z A conclusão segue sempre a premissa mais fraca

.5
z O termo médio não pode entrar na conclusão
z De duas premissas particulares, nada se conclui

51
z O termo médio deve ser universal ao menos uma vez

.7
79
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!

-0
1. (FGV — 2019) Considerando que a afirmação “Nenhum pescador sabe nadar” não é verdadeira, é correto concluir que:
ZA
U

a) “Há, pelo menos, um pescador que sabe nadar”.


SO

b) “Quem não é pescador não sabe nadar”


A

c) “Todos os pescadores sabem nadar”.


LV

d) “Todas as pessoas que sabem nadar são pescadores”.


SI

e) “Ninguém que sabe nadar é pescador”.


A
D

Veja que a questão pede a negação do quantificador “nenhum”, e como já aprendemos, nunca devemos negar o
R

“nenhum” usando o quantificado “todo” e vice-versa. Sabendo disso, podemos eliminar estrategicamente as alter-
O

nativas C, D e E. Como temos um quantificador universal negativo e sabemos que para negar precisamos de um
YG

particular afirmativo, só nos resta a letra A como resposta, pois a letra B não está de acordo com a regra. Você
H

também poderia usar o lembrete “nenhum nega com PEA”.


L

Resposta: Letra A.
EL
XW

2. (FUNDATEC — 2019) A negação da sentença “algum assistente social acompanhou o julgamento” está na alternativa:
A

a) Algum assistente social não acompanhou o julgamento.


M

b) Todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento.


c) Nem todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento.
d) Nenhum assistente social acompanhou o julgamento.
e) Pelo menos um assistente social não acompanhou o julgamento.

A questão pede a negação do “algum” – quantificador particular afirmativo. Já aprendemos que, para fazer essa
negação, usamos um quantificador universal. Qual? O quantificador “nenhum”, pois o mesmo é universal negati-
vo. Assim, a nossa sentença ficará:
p: “Algum assistente social acompanhou o julgamento”
~p: “Nenhum assistente social acompanhou o julgamento” Resposta: Letra D.

3. (FUNDATEC — 2019) Assinale a alternativa que corresponde à negação de “Todos os analistas de tecnologia da infor-
mação são bons desenvolvedores”.

a) Pelo menos um analista de tecnologia da informação não é bom desenvolvedor.


382 b) Nenhum analista de tecnologia da informação é bom desenvolvedor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Todos os analistas de tecnologia da informação não Você precisa lembrar das equivalências para res-
são bons desenvolvedores. ponder essa questão.
d) Alguns analistas de tecnologia da informação são � “Nenhum matemático é não dialético” equivale a
bons desenvolvedores. “Todo Matemático é Dialético”;
e) Todos os desenvolvedores não são analistas de tecno-
� “Todo Matemático é Dialético” equivale a “Se é
logia da informação.
matemático, então é Dialético”.
Agora, vamos analisar as afirmações feitas por Laura:
A negação do “todo” pode ser feita usando o lem-
I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético (Cor-
brete que aprendemos: “todo nega com PEA + não”,
reta, pois está de acordo com a equivalência acima).
onde o PEA são as iniciais dos quantificadores
lógicos particulares – “Pelo menos um” / “Existe” / II. Se Pedro é dialético, então é matemático. (Incor-
“Algum” – seguidos pelo modificador lógico “não”, reta, pois há dialéticos que não são matemáticos).
deixando-os, assim, particulares negativos. Logo,
Dialético
p: “Todos os analistas de tecnologia da informação
são bons desenvolvedores”
~p: “Pelo menos um / Existe / Algum analista de tec-
nologia da informação não é bom desenvolvedor.
Resposta: Letra A.
Mat.
4. (VUNESP — 2019) A alternativa que corresponde à nega-
ção lógica da proposição composta: “todos os cantores
são músicos e existe advogado que é cantor”, é:

a) Nenhum cantor é músico e não existe advogado que III. Se Luiz não é dialético, então não é matemáti-
seja cantor. co (Correta, pois todo matemático é dialético. Veja
b) Pelo menos um cantor não é músico ou não existe também que temos um dos casos de equivalência
advogado que seja cantor. lógica do conectivo “se...então” – a contrapositiva).
IV. Se Renato não é matemático, então não é dialéti-
c) Há cantores que são músicos e existe advogado que
co (Incorreta, pois nem todo dialético é matemático

4
não é cantor.

-7
como vimos nos diagrama da alternativa II).
d) Nenhum cantor é músico ou não existe advogado que

91
Resposta: Letra A.
seja cantor.

.5
e) Pelo menos um cantor não é músico ou existe advoga-

51
VERDADES E MENTIRAS
do que é cantor.

.7
79
Estamos diante de um assunto bem interessante,
Só podemos negar um Quantificador Universal

-0
pois em Verdades e Mentiras você será apresentado a
(“Todo” / “Nenhum”) com um Quantificador Existen- um caso onde várias pessoas afirmam certas situações
ZA
cial (“Existe” / “Algum” / “Pelo menos um”), assim, e entre elas existe aquela que diz algo verdadeiro, mas
U
eliminamos as letras A, C e D, ficando, assim, apenas também há aquela que só mente. Então, o seu dever
SO

as letras B e E para análise. Segundo a Lei de Mor- é entender o que o enunciado está querendo e achar
gan – devemos trocar o “e” por “ou” e negar tudo. quem são os mentirosos e verdadeiros.
A
LV

Então, negando a proposição P ^ Q, fica ~ P v ~Q: Em algumas questões, você terá que fazer um teste
P: todos os cantores são músicose (^) lógico e depois avaliar cada afirmação que está dis-
SI

Q: existe advogado que é cantor. posta no enunciado. Caso não aconteça divergência
A

Negando: entre as informações, sua suposição estará correta e


D

~P: alguns cantores não são músicos (pelo menos um você conseguirá achar quem está falando a verdade
R
O

não é = algum não é) ou (v) ou mentindo. Agora, se houver divergência, você terá
YG

~Q: não existe advogado que é cantor. (Não existe = que fazer uma nova suposição. Esse tema não tem
teoria como já vimos em alguns pontos do Raciocínio
H

nenhum) “Pelo menos um cantor não é músico ou não


Lógico, então, vamos aprender como resolver esse
L

existe advogado que seja cantor”. Resposta: Letra B.


EL

tipo de questão praticando bastante.


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

5. (VUNESP — 2019) Considere como verdadeira a pro-


posição: “Nenhum matemático é não dialético”. Laura 1. (FCC — 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três irmãos
A

gêmeos, estavam brincando na casa de seu tio quando


M

enuncia que tal proposição implica, necessariamente,


um deles quebrou seu vaso de estimação. Ao saber do
que:
ocorrido, o tio perguntou a cada um deles quem havia
quebrado o vaso. Leia as respostas de cada um.
I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético.
II. Se Pedro é dialético, então é matemático.
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!”
III. Se Luiz não é dialético, então não é matemático. Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
IV. Se Renato não é matemático, então não é dialético. Luizinho → “O Zezinho está mentindo!”

Das implicações enunciadas por Laura, estão corretas Sabendo que somente um dos três falou a verdade,
apenas: conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que
disse a verdade são, respectivamente,
a) I e III.
b) I e II. a) Huguinho e Luizinho.
c) III e IV. b) Huguinho e Zezinho.
d) II e III. c) Zezinho e Huguinho.
e) II e IV. d) Luizinho e Zezinho. 383
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e) Luizinho e Huguinho. z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
Para esse tipo de questão devemos buscar as infor- z Rogério disse que tinha sido Paulo;
mações contraditórias, pois numa contradição z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor;
haverá uma “verdade e mentira”. z Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos
três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor- Sabe-se que um e apenas um deles mentiu. Sendo
mações contraditórias: assim, a pessoa que furtou a bicicleta foi
Veja que as afirmações de Zezinho e Luizinho se
contradizem. a) Lucas.
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” b) Sandro.
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” c) Rogério.
Não podemos afirmar quem disse a verdade ou d) Vitor.
quem mentiu ainda, mas já sabemos que quem que- e) Paulo.
brou o vaso foi Huguinho (sobrou apenas mentira
para quem não está na contradição). As frases de Paulo e Sandro são contraditórias. Veja:
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” – mentiu, logo Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
ele quebrou o vaso. Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
Eliminamos as letras C, D e E. Se um estiver falando a verdade, outro está mentindo.
Agora, perceba que não tem como o Zezinho está Como, ao todo, temos apenas uma mentira, então as
falando a verdade, pois já sabemos que foi Huguinho demais frases são verdadeiras. Assim, analisando as
quem quebrou o caso. Logo, Zezinho está mentindo e afirmações, percebemos que a frase de Rogério (que é
Luizinho falando a verdade. 100% verdade) deixa claro que o culpado foi Paulo.
Resposta: Letra A. Resposta: Letra E.

2. (IF-PA — 2019) Ângela, Bruna, Carol e Denise são 4. (COLÉGIO PEDRO II — 2017) Na mesa de um bar estão
quatro amigas com diferentes idades. Quando se per- cinco amigos: Arnaldo, Belarmino, Cleocimar, Dionésio
guntou qual delas era a mais jovem, elas deram as e Ercílio. Na hora de pagar a conta, eles decidem divi-
seguintes respostas: di-la em partes iguais. Cada um deles deve pagar uma

4
quota. O garçom confere o valor entregue por eles e

-7
nota que um deles não entregou sua parte, consegue

91
z Ângela: Eu sou a mais velha;
detê-los antes que deixem o bar e os interroga, ouvin-

.5
z Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem;

51
z Carol: Eu não sou a mais jovem; do as seguintes alegações:

.7
� Denise: Eu sou a mais jovem.

79
I. Não fui eu nem o Cleocimar, disse Arnaldo;
II. Foi o Cleocimar ou o Belarmino, disse Dionésio;

-0
Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a
verdade, a mais jovem e a mais velha, respectivamen- III. Foi o Ercílio, disse Cleocimar;
ZA
te, são: IV. O Dionésio está mentindo, disse Ercílio;
U
V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino.
SO

a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha.


Considerando-se que apenas um dos cinco amigos men-
A

b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha.


LV

c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha. tiu, pode-se concluir que quem não pagou a conta foi?
SI

d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha.


e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha. a) Arnaldo.
A

b) Belarmino.
D

c) Cleocimar.
R

Vamos analisar:
O

� Ângela: Eu sou a mais velha; d) Dionésio.


YG

� Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem; e) Ercílio.


H

� Carol: Eu não sou a mais jovem;


São cinco amigos, e apenas um mente (4 verdadei-
L

� Denise: Eu sou a mais jovem.


EL

Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois ros e 1 mentiroso). Analisando as “falas” dos 5 ami-
XW

se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem e gos, já foi possível identificar a contradição. Repare
automaticamente a Denise estará mentindo também. E o que diz Dionésio e Ercílio:
A

II. Foi o Cleocimar ou o Belarmino, disse Dionésio;


M

se a Denise estiver mentindo e não for a mais jovem,


teremos um cenário em que todas as meninas afirmam, IV. O Dionésio está mentindo, disse Ercílio;
de uma forma ou de outra, que não são as mais jovens, Logo, podemos afirmar que todas os outros dizem
e pelo menos uma delas tem que ser a mais jovem. a verdade:
Como o enunciado diz que apenas uma delas está I. Não fui eu nem o Cleocimar, disse Arnaldo;
mentindo, podemos pensar que se Bruna estivesse III. Foi o Ercílio, disse Cleocimar;
mentindo, ela seria a mais velha e a mais jovem ao V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino.
mesmo tempo, o que é logicamente impossível em Aqui já achamos a nossa reposta, pois Cleocimar fala
um grupo de 4 meninas. a verdade e disse que foi o Ercílio.
Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a Resposta: Letra E.
Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais
jovem. 5. (FCC — 2017) Cássio, Ernesto, Geraldo, Álvaro e Jair
Resposta: Letra D. são suspeitos de um crime. A polícia sabe que apenas
um deles cometeu o crime. No interrogatório, os sus-
3. (VUNESP — 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e peitos deram as seguintes declarações:
Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de
384 uma pessoa. Na delegacia: Cássio: Jair é o culpado do crime.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ernesto: Geraldo é o culpado do crime. posição 4 vezes e Antônio e Carlos trocaram de posi-
Geraldo: Foi Cássio quem cometeu o crime. ção 7 vezes. A ordem de chegada foi:
Álvaro: Ernesto não cometeu o crime.
Jair: Eu não cometi o crime. a) Antônio (1º), Carlos (2º) e Bruno (3º).
Sabe-se que o culpado do crime disse a verdade na sua b) Bruno (1º), Carlos (2º) e Antônio (3º).
declaração. Dentre os outros quatro suspeitos, exata- c) Bruno (1º), Antônio (2º) e Carlos (3º).
mente três mentiram na declaração. Sendo assim, o úni- d) Carlos (1º), Bruno (2º) e Antônio (3º).
co inocente que declarou a verdade foi e) Carlos (1º), Antônio (2º) e Bruno (3º).
a) Cássio.
Para resolver essa questão basta saber que: se o
b) Ernesto.
número de trocas for PAR (não importa a quantida-
c) Geraldo.
d) Álvaro. de) as posições vão ser mantidas, se for ímpar (não
e) Jair. importa a quantidade), serão trocadas.
Logo,
Veja que as frases ditas por Cássio e Jair são contraditó- 1º Antônio
rias, ou seja, aqui temos uma VERDADE e uma MENTIRA. 2º Bruno
Cássio: Jair é o culpado do crime. 3º Carlos
Jair: Eu não cometi o crime. Bruno e Antônio trocaram 5 vezes  número ímpar,
Se Cássio estiver falando a verdade, então Jair é culpado então, Antônio trocará de lugar com Bruno: 1º Bru-
e disse a verdade como o enunciado afirmou. Mas, note no 2º Antônio 3º Carlos
que não podemos ter duas verdades como a situação Bruno e Carlos trocaram 4 vezes  número par, cada
apresentada nos mostrou, pois é uma contradição. Logo, um ficará no seu lugar: 1º Bruno 2º Antônio 3º Carlos
Jair foi quem disse a verdade e não foi quem cometeu o Antônio e Carlos trocaram 7 vezes  número ímpar,
crime, ou seja, é um inocente e falou a verdade. então, Antônio trocará de lugar com Carlos:
Resposta: Letra E. 1º Bruno 2º Carlos 3º Antônio. Resposta: Letra B.

LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO: PROBLEMAS 3. (VUNESP — 2019) Três moças, Ana, Bete e Carol, tra-
ENVOLVENDO LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO balham no mesmo ambulatório. Na segunda-feira, Ana

4
-7
chegou depois de Bete, e Carol chegou antes de Ana.

91
Dentro de toda a teoria que já foi estudada sobre os Nesse dia, Carol não foi a primeira a chegar no serviço.

.5
diversos conceitos de Raciocínio Lógico, vamos agora A primeira, a segunda e a terceira moça a chegar no

51
resolver algumas questões que envolvem problemas
serviço nesse dia foram:

.7
com lógica e raciocínio. Aqui não tem teoria, pois como

79
disse: esse tópico reúne diversos conceitos já estudados,
a) Bete, Ana e Carol.

-0
tais como Diagrama de Venn, Associação Lógica, Equiva-
lências, Negações, etc. Logo, devemos resolver questões b) Bete, Carol e Ana. ZA
para entendermos como são cobradas em provas. c) Ana, Carol e Bete.
U

Após a leitura, coloque seus conhecimentos em d) Ana, Bete e Caro.


SO

prática realizando os seguintes exercícios. e) Carol, Bete e Ana.


A
LV

1. (FUNDATEC — 2020) Em shopping da cidade, foram Ana chegou depois de Bete  Então, Ana não foi a
entrevistadas 320 pessoas para apurar quem gosta de primeira a chegar, elimine as alternativas C e D.
SI

séries ou quem gosta de filmes. Dos dados levanta- Carol chegou antes de Ana  Se Carol chegou antes
A

dos, tem-se que 256 gostam de séries e 194 gostam


D

de Ana, e Ana não foi a primeira a chegar, então Ana


de filmes. Sabendo que todos preferem pelo menos
R

foi a última a chegar, elimine a alternativa A.


O

uma das duas opções e que ninguém disse que não Carol não foi a primeira a chegar no serviço.  Já
YG

gosta de nada, quantas pessoas gostam de séries e que Carol não foi a primeira a chegar, elimine a
filmes ao mesmo tempo?
H

alternativa E.
L

Conclusões: 1º Bete, 2º Carol e 3º Ana.


EL

a) 110.
Resposta: Letra B. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

b) 130.
c) 150.
A

d) 170. 4. (IBADE — 2020) Numa avenida em linha reta, a agência


M

e) 190. dos correios fica entre a escola e o restaurante, e a esco-


la fica entre o restaurante e a ótica. Então, conclui-se que:
Temos uma questão que relaciona os conceitos de
conjuntos de Venn, pedindo a interseção. Vamos a) a ótica fica entre o restaurante e a agência dos correios.
somar todos os valores e descontar do total. Fica: b) o restaurante fica a escola e agência dos correios.
Total = 320. c) a escola fica entre a agência dos correios e o restaurante.
Séries = 256. d) a agência dos correios fica entre a ótica e a escola.
Filmes = 194.
e) a escola fica entre a ótica e a agência dos correios.
Resolução = 256 + 194 = 450 - 320 = 130 gostam de
filmes e séries ao mesmo tempo. Resposta: Letra B.
Primeiro: Escola__Correios__Restaurante
2. (FCC — 2019) Antônio, Bruno e Carlos correram uma Segundo: A escola fica entre o restaurante e a ótica.
maratona. Logo após a largada, Antônio estava em Ótica__Escola__Correios__Restaurante
primeiro lugar, Bruno em segundo lugar e Carlos em (A escola está entre a ótica e o restaurante, nessa
terceiro lugar. Durante a corrida Bruno e Antônio tro- representação).
caram de posição 5 vezes, Bruno e Carlos trocaram de Resposta: Letra E. 385
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Seis amigos — Alberto, Bru-
Homem
no, Carla, Dani, Evandro e Flávio — estão enfileirados, da
esquerda para a direita, e dispostos da seguinte forma:

I. Bruno está em uma posição anterior à de Carla; Padre


II. Carla está imediatamente após Dani;
III. Evandro não está antes de todos os outros, mas está
mais próximo da primeira posição do que da última;
IV. Flávio está em uma posição anterior à de Bruno;
V. Bruno não ocupa a quarta posição da fila. José

Com base nessas informações, julgue o item a seguir,


considerando a ordenação da esquerda para a direita.
Bruno e Dani estão, necessariamente, em posições
consecutivas. Perceba que a premissa 2 afirma que José é padre,
ou seja, José tem que estar dentro do conjunto dos
( ) CERTO ( ) ERRADO padres. Sendo assim, como não há possibilidade de
um padre não ser homem, podemos afirmar que José
A primeira informação nos diz que Bruno está antes também é homem, como afirma nossa conclusão.
de Carla. Logo, o argumento é válido.
Da esquerda para a direita;
Vamos analisar agora um argumento usando
____Bruno___Carla___
conectivos lógicos. Quando temos essa estrutura,
No espaço pode conter outros amigos ou não;
devemos usa o seguinte lembrete:
O item II deixa claro que Carla está logo após Dani,
sem ninguém entre elas.
___Dani-Carla___ z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
Juntando à anterior, fica: premissas são verdadeiras;
___Bruno___Dani-Carla___ z Vamos valorar de acordo com a tabela-verdade do
Item IV fala que Flávio está antes de Bruno: conectivo envolvido no argumento;

4
__Flávio___ Bruno___ Dani-Carla___ z Se der erro (não ficar de acordo com o padrão de

-7
Falta Alberto e Evandro, lembrando que: valoração que afirmamos) dizemos que o argu-

91
Só a Dani pode ser a quarta pessoa ou não: mento é válido.

.5
Flávio – Evandro – Bruno – Alberto – Dani – Carla

51
Obedecendo todas as regras, o quarto pode ser Alber- Veja na prática:

.7
79
to ou Bruno, então, necessariamente deixa o item
errado, pois tem outra forma.

-0
Se fizer sol, então vou à praia. (V)
Resposta: Errado. Fez sol. (V) ZA
Logo, vou à praia. (F)
U
ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
SO

CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada


proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
A
LV

Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, estaremos lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é
interessados em verificar se eles são válidos ou inválidos. falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos
SI

Então, passemos a seguir a entender o que significa um valores lógicos para proposição composta pelo conec-
A

argumento válido e um argumento inválido.


D

tivo “se..., então” na primeira premissa. Assim,


R
O

Argumentos Válidos (V) (F)


YG

Se fizer sol, então vou à praia. (V)


H

Também podem ser chamados de argumentos Fez sol. (V)


L

bem-construídos ou legítimos. Logo, vou à praia. (F)


EL

Para que o argumento seja válido, não basta que a


XW

conclusão seja verdadeira, é preciso que as premissas e Como podemos notar, quando temos a combina-
a conclusão estejam relacionadas corretamente, ou seja, ção lógica verdade no antecedente e falso no conse-
A
M

quando a conclusão é uma consequência necessária quente (V  F) para o conectivo “se...,então”, o nosso
das premissas, dizemos que o argumento é válido. resultado só poderá ser falso.
Vamos analisar o exemplo:
(V) (F)
z p1: Todo padre é homem; Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F)
z p2: José é padre; Fez sol. (V)
z c: José é homem. Logo, vou à praia. (F)

Quando temos argumentos utilizando os quantifica- Percebe-se, então, que não está de acordo com a
dores lógicos, representamos por meio dos diagramas nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso
lógicos para saber a validade de um argumento. Veja argumento é válido.
que temos uma proposição do tipo Todo A é B, logo:
ARGUMENTOS INVÁLIDOS

Também podem ser chamados de argumentos mal


386 construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dizemos que um argumento é inválido quando a Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada
verdade das premissas não é suficiente para garantir proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo: lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cinema é
p1: Todas as crianças gostam de chocolate; falso e o tempo ficar nublado é verdadeiro. Distribuí-
p2: Patrícia não é criança; mos os valores lógicos para proposição composta pelo
c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. conectivo “se...então” na primeira premissa, de acordo
Como já estudamos sobre esse tipo de estrutura com cada proposição. Perceba que a proposição não vou
de argumentos utilizando os quantificadores lógicos, ao cinema está negando o que está sendo dito na conclu-
vamos representar por meio dos diagramas lógicos são, ou seja, mudamos o valor lógico dela. Assim,
para saber a validade de um argumento. Veja que
temos uma proposição do tipo “Todo A é B”, logo: (V) (V)
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
Gostam de chocolate O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F)

Conforme estudaremos no módulo de tabela-ver-


dade, tudo que não estiver no padrão de combinação
Crianças
lógica - verdade no antecedente e falso no conse-
quente (V  F) para o conectivo “se...,então” – será
verdadeiro.

Patrícia (V) (V)


Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F)

Percebe-se, então, que o argumento está de acordo


com a nossa valoração inicial, ou seja, não deu erro.

4
Gostam de chocolate

-7
Logo, nosso argumento é inválido.

91
Sabendo disso, guarde o esquema abaixo.

.5
51
Crianças

.7
Deu Erro Argumento Válido

79
-0
Patrícia Não Deu
ZA Argumento
Erro Inválido
U
SO

Não gostam de chocolate


A

Para podermos praticar um pouco mais sobre esse


LV

assunto, analisaremos algumas questões comentadas


SI

Quando a premissa 2 afirma que Patrícia não é de concursos.


A

criança, temos duas interpretações:


D

1. (FCC — 2018) Considere os dois argumentos a seguir:


R
O

z Patrícia pode não ser criança e gostar de chocolate


YG

ou; I. Se Ana Maria nunca escreve petições, então ela não


z Ela pode não ser criança e não gostar de chocolate. Sen- sabe escrever petições.
H

do assim, não há possibilidade de afirmar com 100%


L

Ana Maria nunca escreve petições.


EL

de certeza que Patrícia não gosta de chocolate, como Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.
consta na conclusão. Logo, o argumento é inválido. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

II. Se Ana Maria não sabe escrever petições, então ela


nunca escreve petições.
A

Para um argumento usando conectivos lógicos, Ana Maria nunca escreve petições.
M

devemos usar o mesmo que já vimos para argumentos Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.
válidos, só muda um detalhe. Veja:
Comparando a validade formal dos dois argumentos e
z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as a plausibilidade das primeiras premissas de cada um,
premissas são verdadeiras; é correto concluir que:
z Vamos valorar de acordo com a tabela-verdade do
conectivo envolvido no argumento;
a) o argumento I é inválido e o argumento II é válido, mes-
z Se não der erro (ficar de acordo com o padrão de
valoração que afirmamos) dizemos que o argu- mo que a primeira premissa de I seja mais plausível
mento é inválido. que a de II.
b) ambos os argumentos são válidos, a despeito das pri-
Veja na prática: meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis.
Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine- c) ambos os argumentos são inválidos, a despeito das pri-
ma. (V) meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis.
O tempo ficou nublado. (V) d) o argumento I é inválido e o argumento II é válido, pois
Logo, vou ao cinema. (F) a primeira premissa de II é mais plausível que a de I. 387
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e) o argumento I é válido e o argumento II é inválido, mes- Vamos desenhar os diagramas para facilitar a nos-
mo que a primeira premissa de II seja mais plausível sa chegada à conclusão:
que a de I.
Bom raciocínio
Começarei pelo Argumento II, para que você possa
entender o “macete”.
Argumento II.
Se Ana Maria não sabe escrever petições (F), então Joga xadrez
ela nunca escreve petições (V). = verdadeiro
Ana Maria nunca escreve petições. = verdadeiro
Conclusão: Portanto, Ana Maria não sabe escrever
petições. = falso
Não deu erro Portanto,argumento inválido.
Argumento I.
Se Ana Maria nunca escreve petições (verdadeiro), Homens
então ela não sabe escrever petições. (falso) = ver-
dadeiro. (falso)
Ana Maria nunca escreve petições. = verdadeiro
Conclusão: Portanto, Ana Maria não sabe escrever Agora, vamos analisar cada alternativa e interpre-
petições. = falso. tar os diagramas para achar nosso gabarito.
Ocorreu um erro, pois no V  F = falso. Portanto, a a) “Todos os homens têm bom raciocínio”. Errado,
premissa não teve como resultado verdadeiro. pois alguns homens têm bom raciocínio.
Se deu erro, então argumento válido Logo, b) “Mulheres não jogam xadrez”. Errado, pois a afir-
Argumento I - válido mação acima só fala de homens.
Argumento II - Inválido c) “Quem tem bom raciocínio joga xadrez” Errado,
Sabendo disso, já daria para excluir as alternativas pois eu posso ter bom raciocínio e jogar dama, car-
A, B, C e D. Resposta: Letra E. tas, etc. alguns que tem bom raciocínio jogam xadrez.
d) “Homem que não tem bom raciocínio não joga

4
2. (FCC — 2019) Em uma festa, se Carlos está acompanha- xadrez”. Certo, pois se o homem não tem bom racio-

-7
do ou está feliz, canta e dança. Se, na última festa em cínio nem adianta jogar xadrez. Quem joga xadrez

91
que esteve, não dançou, então Carlos, necessariamente: tem bom raciocínio.

.5
e) “Quem não joga xadrez não tem bom raciocínio”.

51
a) não estava acompanhado, mas estava feliz. Errado, pois eu posso jogar dama, cartas e ter bom

.7
raciocínio. Resposta: Letra D.

79
b) estava acompanhado, mas não estava feliz.
c) não estava acompanhado, nem feliz.

-0
d) não cantou. 4. (IDECAN — 2019) Se Davi é surfista, então Ana não é
ZA
e) cantou. bailarina. Bruno não é jogador de futebol ou Cinthia
U
não é ginasta. Sabendo-se que Cinthia é ginasta e que
SO

Veja que precisamos achar uma conclusão para Ana é bailarina, pode-se concluir corretamente que:
o argumento e podemos escrever a sentença da
A

a) Bruno é jogador de futebol e Davi é surfista.


LV

seguinte maneira:
Temos a condicional: b) Bruno é jogador de futebol e Davi não é surfista.
SI

(está acompanhado ou está feliz)  (canta e dança) c) Bruno não é jogador de futebol e Davi é surfista.
A

d) Se Bruno não é jogador de futebol, então Davi é surfista.


D

(P v Q)  (R ^ T)
e) Bruno não é jogador de futebol e Davi não é surfista.
R

Como a questão afirma que “dança” é Falso, pode-


O

mos dizer que o consequente “canta e dança” é fal-


YG

so, pois temos o conetivo “e” e basta um valor falso Lembre-se do que estudamos quando o enunciado não
dá a valoração das premissas: tudo é verdade!
H

para que tudo seja falso. Assim, o antecedente pre-


Sabendo-se que Cinthia é ginasta (V) e que Ana é bailari-
L

cisa ser falso também. Perceba, então, que temos o


EL

conetivo “ou” e que tudo precisa ser falso para que na (V) podemos fazer a valoração das outras premissas:
XW

tenhamos o resultado do antecedente falso. � Se Davi é surfista (F), então Ana não é bailarina
Assim, “não está acompanhado e não está feliz”. (F). F  F = V
A

� Bruno não é jogador de futebol (V) ou Cinthia não


M

Resposta: Letra C.
é ginasta (F). V
3. (FGV — 2019) Considere as afirmativas a seguir. � Cinthia é ginasta (V) e que Ana é bailarina (V). V
Devemos agora analisar as alternativas fazermos
z “Alguns homens jogam xadrez”. uso da tabela verdade, ou seja, se resultar verdade
z “Quem joga xadrez tem bom raciocínio”. essa é a questão certa.
a) Bruno é jogador de futebol (F) e Davi é surfista
A partir dessas afirmações, é correto concluir que (F). Falso
b) Bruno é jogador de futebol (F) e Davi não é sur-
a) “Todos os homens têm bom raciocínio”. fista (V). Falso
b) “Mulheres não jogam xadrez”. c) Bruno não é jogador de futebol (V) e Davi é sur-
c) “Quem tem bom raciocínio joga xadrez” fista (F). Falso
d) “Homem que não tem bom raciocínio não joga xadrez”. d) se Bruno não é jogador de futebol (V), então Davi
e) “Quem não joga xadrez não tem bom raciocínio”. é surfista (F). Falso
e) Bruno não é jogador de futebol (V) e Davi não é
surfista (V). Verdade Resposta: Letra E.
388
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5. (IDECAN — 2019) Considere as premissas a seguir. Chama-se proposição toda sentença declarativa
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só
1) Se o instrumento está afinado, eu toco bem. como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta-
2) Se o público aplaude, eu fico feliz. mente com o sentido completo (caráter informativo).
3) Se eu toco bem, consigo dinheiro.
4) Se eu consigo dinheiro, me caso ou compro uma bicicleta.
Verdadeira
Sabendo-se que eu não me casei e não fiquei feliz,
assinale a alternativa correta.

a) O público não aplaudiu. Sentença


b) O instrumento não estava afinado. Declarativa Ou Sentido
c) Eu não consegui dinheiro. completo
d) Eu não toquei bem.
e) Eu não comprei uma bicicleta.

Partimos da presunção de que todas as premissas Falsa


são verdadeiras e sabe-se que eu não me casei e não
fiquei feliz, as duas são verdadeiras, ou seja, é a úni-
Obrigatório
ca certeza que a questão nos mostra. Então, a partir
dela, vamos valorando as demais:
1) Se o instrumento está afinado (?), eu toco bem (?). = V
2) Se o público aplaude (F), eu fico feliz (F). = V
3) Se eu toco bem (?), consigo dinheiro (?). = V Verbo
4) Se eu consigo dinheiro (?), me caso (F) ou compro
uma bicicleta (V). = V
“não me casei (V) e não fiquei feliz (V)” = V Toda proposição pode ser representada simbolica-
A) O público não aplaudiu - de acordo com o valor mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:

4
-7
lógico da segunda proposição. Resposta: Letra A.

91
z p: Sabino é um pintor esperto;

.5
z r: Kate é uma mulher alta.

51
.7
Na situação temos duas proposições sendo repre-
LÓGICA SENTENCIAL (OU

79
sentadas pelas letras p e r.

-0
PROPOSICIONAL) Bom! Agora que já sabemos o que são proposições
lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são proposi-
ZA
PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS ções. Isto é fundamental, pois várias questões de prova
U
SO

perguntam exatamente isso – são apresentadas algumas


Proposições Lógicas Simples frases e você precisa identificar qual delas não é uma
A

proposição. Vejamos os casos em que mais aparecem:


LV

Vamos começar nosso estudo falando sobre o que


SI

é uma proposição lógica. Observe a frase a seguir: � Perguntas: são as orações interrogativas.
A

Ex.: Paula vai à praia. Exemplo: Que horas vamos ao cinema?


D

Para saber se temos ou não uma proposição, preci- Essa pergunta não pode ser classificada como ver-
R

samos de três requisitos fundamentais:


O

dadeira ou falsa;
YG

� Exclamações: são frases exclamativas.


z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos; Exemplo: Que lindo cabelo!
H

z Oração declarativa: a frase precisa estar apresen- Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre-
L
EL

tando uma situação, um fato; sentam percepções subjetivas;


z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa : MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

� Ordens: são orações com verbo no imperativo.


ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
A

ou o valor lógico falso para a declaração.


M

Uma ordem não pode ser classificada como verda-


Tendo isso em vista, podemos afirmar claramen- deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,
te que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma sição lógica.
informação completa (temos o sujeito claro na oração) Não são proposições – perguntas, exclamações e
e podemos afirmar se é verdade ou falsa. ordens.
Temos um outro caso menos cobrado em provas,
mas que também não é proposição lógica: o paradoxo.
Importante! Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir:
Proposição Lógica é uma oração declarativa que
admite apenas um valor lógico: V ou F. Ex.: Esta frase é uma mentira.

Quando atribuímos um valor de verdade para a


Ou então podemos também esquematizar o que é frase, então na verdade, ele mentiu, uma vez que a
uma proposição lógica assim: própria frase já diz isso, e se atribuirmos o valor falso, 389
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
então a frase é verdade, pois ela diz ser uma mentira É importante saber que na condicional a primeira
e já sabemos que isso é falso. proposição é o termo antecedente e a segunda é o
Perceba que sempre que valoramos a frase ela nos termo consequente.
resulta um valor contrário, ou seja, estamos diante de
uma frase que é contraditória em si mesma. Isso é a P→Q
definição de um paradoxo. P = antecedente
Q = consequente
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
TABELAS-VERDADE E EQUIVALÊNCIAS
Temos proposições compostas quando há duas ou
mais proposições simples ligadas por meio dos conec- Trata-se de uma tabela na qual conseguimos apresen-
tivos lógicos. Veja os exemplos: tar todos os valores lógicos possíveis de uma proposição.

z Sabino corre e Marcos compra leite; Números de Linhas de Tabela Verdade


z O gato é azul ou o pato é preto;
z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar. Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
las-verdade para proposições compostas.
Cada conectivo tem sua representação simbólica e 1º passo: Contar a quantidade de proposições
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos: envolvidas no enunciado.
Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
2º passo: Calcular a quantidade de linhas da tabela
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número de
e Conjunção ^ proposições).
ou Disjunção v Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.

Disjunção v
ou...ou P Q PVQ
Exclusiva
se...então Condicional →

4
-7
se e somente se Bicondicional ⟷

91
.5
Exemplos:

51
.7
z Na linguagem natural:

79
-0
„ O macaco bebe leite e o gato come banana; 3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na primeira
„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta; coluna fazendo o agrupamento pela metade do núme-
ZA
„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta; ro de linhas da tabela.
U

„ Se estudar, então vai passar; Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da


SO

„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).


A

dinheiro.
LV

P Q PVQ
z Na linguagem simbólica:
SI

V
A

„ p ^ q;
D

V
„ p v q;
R

F
O

„ p v q;
YG

„ p → q; F
p ⟷ q.
H

„
L
EL

Agora que conhecemos os conectivos lógicos, 4º passo: Preencher as demais colunas com agru-
vamos ver algumas camuflagens dos operadores lógi-
XW

pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela meta-


cos que podem aparecer na prova. Veja: de do agrupamento anterior.
A

Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima


M

� Conectivos “e” usando “mas”:


será de 1 em 1).
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
ambos”: P Q PVQ
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas V V
não ambos;
V F
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”: F V
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à F F
praia;
Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará; Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa-
Quem joga bola é rápido; mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
Todos os médicos sabem operar; binamos os valores lógicos usando os conectivos lógicos.
Qualquer criança anda de bicicleta; Número de linhas da tabela verdade:
390 Toda vez que chove, não vou à praia. 2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren- P Q PQ
der todas as combinações lógicas possíveis para cada
V V V
conectivo lógico.
V F F
Negação (~P) F V F
F F V
Uma proposição, quando negada, recebe valores
lógicos opostos ao da proposição original. O símbolo
Conectivo Condicional “Se..., Então” (→)
que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.
Especialmente nesse caso, vamos aprender quan-
P ~P do teremos o resultado falso, pois o conectivo con-
V F dicional só tem uma possibilidade de tal ocorrência
Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico
F V
do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
Dupla Negação ~(~P)
P Q P→Q
A dupla negação nada mais é do que a própria pro- V V V
posição. Isto é, ~(~P) = P
V F F
F V V
P ~P ~(~P)
F F V
V F V
F V F Condicional falsa: Vai Ficar Falsa

Conectivo Conjunção “E” (^) VF=F

4
-7
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos LEIS DE MORGAN

91
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros.

.5
Conceito

51
P Q P^Q Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como

.7
79
V V V também podem ser chamados, servem para ligar duas

-0
V F F ou mais proposições simples e formar, assim, propo-
sições compostas. ZA
F V F Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
U

F F F um tem sua nomenclatura e representação simbólica.


SO

Veja a tabela abaixo:


A

Conectivo Disjunção “Ou” (v)


LV

Tabela de Conectivos
SI

Teremos resposta verdadeira quando, pelo menos,


A

um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro. CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
D

e Conjunção ^ peq
R
O

P Q PVQ
YG

ou Disjunção v p ou q
V V V
H

V F V Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
L

F V V exclusiva
EL

F F F MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

Condicional Se p,
se...,então →
(implicação) então q
A

Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou...ou” ( v )


M

se e p se e
Teremos resposta verdadeira quando os valores Bicondicional
somente somente
lógicos envolvidos forem diferentes. (bi-implicação)
se se q

P Q PVQ z Conjunção (conectivo “e”): Sua representação


V V F simbólica é ^.
V F V
Exemplo:
F V V
F F F „ Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o
gato come banana;
Conectivo Bicondicional “Se e Somente se” () „ Na linguagem simbólica: p ^ q.

Teremos resposta verdadeira quando os valores z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”): Sua repre-
lógicos envolvidos forem iguais. sentação simbólica é v. 391
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exemplo: „ Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,
mas não ambos;
„ Na linguagem natural: Maria é bailarina ou
Juliano é atleta; z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
„ Na linguagem simbólica: p v q. Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”

z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): Sua „ Exemplos:


representação simbólica é: v.
Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
Exemplo: Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará;
Quem joga bola é rápido;
„ Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi-
Todos os médicos sabem operar;
do ou a raposa é lenta;
Qualquer criança anda de bicicleta;
„ Na linguagem simbólica: p v q.
Toda vez que chove, não vou à praia.

z Condicional (conectivos “se, então”): Sua repre-


sentação simbólica é →.
Dica
Na condicional a 1° proposição é o termo ante-
Exemplo: cedente e a 2° é o termo consequente.
PQ
„ Na linguagem natural: Se estudar, então vai P = antecedente
passar; Q = consequente
„ Na linguagem simbólica: p → q.
Exercite seus conhecimentos realizando os seguin-
z Bicondicional (conectivo “se e somente se”): Sua tes exercícios comentados.
representação simbólica é ⟷.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) As proposições P, Q e R a

4
-7
Exemplo: seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,

91
Carlos, Paulo e Maria:

.5
„ Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é

51
somente se ele receber dinheiro; mentiroso”. R: “Maria é inocente”.

.7
Considerando que ~X representa a negação da propo-
„ Na linguagem simbólica: p⟷q.

79
sição X, julgue o item a seguir.

-0
A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é
z Negação: Uma proposição quando negada, recebe culpada.” pode ser representada simbolicamente por
ZA
valores lógicos opostos dos valores lógicos da pro- (~Q)↔(~R).
U

posição original. O símbolo que iremos utilizar é


SO

¬p ou ~p. ( ) CERTO ( ) ERRADO


A
LV

Exemplos: Veja que temos uma proposição condicional (se


SI

então) e a representação simbólica apresentada é de


A

„ p: O gato é amarelo; uma bicondional. Representação da condicional ().


D

„ ~p: O gato não é amarelo; Resposta: Errado.


R

„ q: Raciocínio Lógico é difícil;


O

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item, rela-


YG

„ ~q: É falso que raciocínio lógico é difícil;


„ r: Maria chegou tarde em casa ontem; tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação.
H

„ ~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em A proposição “A construção de portos deveria ser
L

uma prioridade de governo, dado que o transporte


EL

casa ontem.
de cargas por vias marítimas é uma forma bastante
XW

econômica de escoamento de mercadorias.” Pode ser


Dica representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q
A
M

A negação além da forma convencional, pode são proposições simples adequadamente escolhidas.
ser escrita com as expressões a seguir:
( ) CERTO ( ) ERRADO
É falso que ...
Não é verdade que... A representação simbólica apresentada para julgar-
mos é de uma conjunção. E na questão foi apresen-
Agora que já fomos apresentados aos conectivos tada uma proposição composta pela condicional na
lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera- forma “camuflada” dentro de uma relação de causa
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja: e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado.

z Conectivo “e” usando “mas” 3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Considere as seguintes


proposições: P: O paciente receberá alta; Q: O paciente
„ Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor; receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Tendo como referência essas proposições, julgue o
z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não item a seguir, considerando que a notação ~S significa
392 ambos” a negação da proposição S.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se houve quantificação. São exemplos de quantificadores as
o paciente receber alta, então ele não receberá medi- expressões: existe, algum, todo, pelo menos um, nenhum.
cação ou não receberá visitas. Esses quantificadores podem ser classificados em
dois tipos:
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Quantificador Universal;
P: O paciente receberá alta; z Quantificador Existencial (particulares).
~P: O paciente não receberá alta;
Q: O paciente receberá medicação; Nos quantificadores universais temos todo e
R: O paciente receberá visitas. nenhum, já nos particulares temos pelo menos um,
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: existe um e o algum.
Se o paciente NÃO receber alta, então ele receberá Agora, vamos estudar a representação de cada um
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado. dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item a seguir, a Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)
respeito de lógica proposicional.
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo
Exemplos:
Estado é consequência da radicalização da sociedade
civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente
z Todo A é B;
representada pela expressão lógica P→Q, em que P e Q
z Todo homem joga bola.
são proposições simples escolhidas adequadamente.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
( ) CERTO ( ) ERRADO
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Todo A é B significa que todo elemento de A tam-
A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é
bém é elemento de B. Logo, podemos representar com
(verbo de ligação) consequência da radicalização
o diagrama:
da sociedade civil em suas posições políticas. Temos
apenas um verbo e por esse motivo é uma proposi-

4
ção simples. B

-7
91
Cuidado com o uso da palavra consequência em
proposições como esta. Em determinadas situações,

.5
A

51
de fato, teremos uma proposição condicional, senão

.7
vejamos:

79
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estu-

-0
dar (verbo no infinitivo)
Nesse caso temos uma proposição composta pela ZA
condicional. Resposta: Errado.
U
SO

O conjunto A dentro do conjunto B


5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbolos
A

normalmente usados para representar os conectivos lógi-


Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógi-
LV

cos, julgue o item seguinte, relativos a lógica proposicio-


cos das outras proposições categóricas, interpretando
SI

nal e à lógica de argumentação. Nesse sentido, considere,


os diagramas, serão os seguintes:
ainda, que as proposições lógicas simples sejam repre-
A
D

sentadas por letras maiúsculas.


z Nenhum A é B : É falsa;
R

A sentença A fiscalização federal é imprescindível


O

para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto z Algum A é B : É verdadeira;


YG

dos medicamentos que a população consome pode z Algum A não é B : é falsa.


H

ser representada simbolicamente por P∧Q.


L

Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo)


EL

( ) CERTO ( ) ERRADO MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

Exemplos:
Para ser proposição composta, haveria mais de um
A
M

verbo na frase, por isso, a frase em questão é con- z Nenhum A é B;


siderada uma proposição simples. Procure o verbo z Nenhum homem joga bola.
na oração.
A fiscalização federal é imprescindível para manter Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
a qualidade tanto dos alimentos quanto dos medica- exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
mentos que a população consome. Resposta: Certo. que Nenhum A é B significa que A e B não tem ele-
mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
DIAGRAMAS LÓGICOS E LÓGICA DE PRIMEIRA tação com diagrama:
ORDEM

Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos Quan- A B


tificadores Lógicos ou Proposições Categóricas, (Lógica
de 1° ordem é igual a Quantificadores Lógicos),que são
elementos que especificam a extensão da validade de um
predicado sobre um conjunto de constantes individuais.
Ou seja, são palavras ou expressões que indicam que Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B 393
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o
diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B – É falsa;
z Algum A é B – É falsa;
z Algum A não é B – é verdadeira.

Quantificador Particular (Afirmativo): Algum / Pelo Menos um / Existe

Exemplos:

z Algum A é B;
z Algum homem joga bola.

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto B, ou seja, há
intersecção entre os círculos A e B. Logo, podemos fazer representações com diagramas:

A B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

4
-7
Veja que as representações de A e B possuem intersecção. Então, quando Algum A é B é verdadeira, os valores

91
lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

.5
51
z Todo A é B : É indeterminado;

.7
z Nenhum A é B : É falsa;

79
z Algum A não é B : É indeterminado.

-0
Quantificador Particular (negativo): Algum / Pelo Menos um / Existe + a Partícula Não ZA
U
Exemplos:
SO

z Algum A não é B;
A

z Algum homem não joga bola.


LV
SI

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que Algum A
não é B significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Logo, podemos fazer
A
D

representações com diagramas:


R
O
YG
H
L
EL
XW
A
M

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há contato de alguns elementos de A com B

Veja que nas representações o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B.
Então, quando Algum A não é B é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretan-
do o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B : É falsa;
z Nenhum A é B : É indeterminada;
z Algum A não é B : É indeterminado.

NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES LÓGICOS OU PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Você vai aprender de uma vez por todas como negar proposições quantificadas, ou seja, proposições que utilizam
expressões como “todo”, “algum” e “nenhum”. Podemos, então, dizer que negar uma proposição significa trocar o seu valor
lógico. Em outras palavras, a negação de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a negação de uma proposição
394 falsa é uma proposição verdadeira.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Tudo que você precisa para negar uma proposição quantificada é saber como classificá-la, então, veja alguns
exemplos:

QUANTIFICADOR CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO


Todo Universal Afirmativo Todo homem joga bola
Nenhum Universal Negativo Nenhum homem joga bola
Algum Particular Afirmativo Algum homem joga bola
Algum + Não Particular Negativo Algum homem não joga bola

Sabendo disso, é muito simples negar proposições quantificadas.

Universal Negação Particular

Particular Negação Universal

Verbo Negação Verbo Negativo


Afirmativo

Verbo Verbo
Negação Afirmativo
Negativo

z Se o quantificador utilizado for universal, a negação utilizará um quantificador particular;


Se o quantificador utilizado for particular, a negação utilizará um quantificador universal;

4
z

-7
z Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um verbo negativo;

91
z Se o verbo for negativo, a negação utilizará um verbo afirmativo.

.5
51
Esquematizando tudo:

.7
79
-0
QUANTIFICADOR NEGAÇÃO EXEMPLO
ZA
p: Todo homem joga bola
Universal afirmativa “todo” Particular negativa “algum + não”
~p: Algum homem não joga bola
U
SO

p: Nenhum homem joga bola


Universal negativa “nenhum” Particular afirmativa “algum”
~p: Algum homem joga bola
A

p: Algum homem joga bola


LV

Particular afirmativa “algum” Universal negativa “nenhum”


~p: Nenhum homem joga bola
SI

p: Algum homem não joga bola


A

Particular negativa “algum + não” Universal afirmativa “todo”


~p: Todo homem joga bola
D
R
O

Olhando para as iniciais de cada quantificador lógico particular (Pelo menos / Existe / Algum), podemos escre-
YG

ver o lembrete abaixo para negação:


H
L
EL

Negação PEA + Não


Todo MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW
A
M

Nenhum Negação PEA

EQUIVALÊNCIA LÓGICA DE QUANTIFICADORES

z Todo

„ “Todo A é B” é equivalente a dizer “nenhum A não é B”.

Vemos aqui que troca-se “todo” por “nenhum”, ou seja, a primeira sentença é mantida e nega-se a segunda.
Exemplo: “Todo gato pula alto” = “Nenhum gato não pula alto”.

„ “Todo A é B” equivale a “Se é A, então é B”.

Exemplo: “Todo pato é amarelo”. = “Se é pato, então é amarelo”. 395


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Nenhum Assim, denominamos de experimento aleatório todo
fenômeno ou ação que geralmente pode ser repetido
„ “Nenhum A é B” é equivalente a dizer “Todo A indefinidamente sob mesmas condições e cujo resul-
não é B”. tado é aleatório ou incerto. Por exemplo, quando lan-
çamos uma moeda, uma única vez, estamos gerando
Vemos aqui que troca-se “nenhum” por “todo”, a um experimento aleatório, cujos possíveis resultados
primeira sentença é mantida e nega-se a segunda. são conhecidos, cara ou coroa, mas até que a moeda
Exemplo: “Nenhum macaco é branco” = “Todo pare de girar o seu resultado final ainda é incerto.
macaco não é branco”. Outro conceito importante é o de espaço amostral.
Em um experimento aleatório gerado, sabemos quais
resultados possíveis de acontecer, e a todos esses resulta-
Equivalência dos de um experimento aleatório damos o nome de espaço
amostral e denotamos ele com uma letra grega (Ω). Assim,
Negação no lançamento de um dado de seis faces, o espaço amostral
AéB A Não é B A Não é B é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Já no lançamento de uma moeda, o
Todo Algum Nenhum
espaço amostral é definido como sendo Ω = {cara, coroa}.
Na linha de produção de uma indústria faz-se a inspeção
A Não é B AéB AéB
Negação dos equipamentos construídos, contando o número de
defeitos, seu espaço amostral é Ω = {0, 1, 2, 3, ...}.
Aos subconjuntos do espaço amostral temos possíveis
Equivalência
combinações de interesse em cálculos de probabilidade.
Essas possíveis combinações ou subconjuntos do espaço
amostral no qual interessamos saber suas probabilida-
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
des, damos o nome de evento. Logo, obter um número
par na face superior de um dado de seis faces, A = {2, 4,
O assunto Princípios de Contagem foi abordado no 6}, é um evento de interesse dentro do espaço amostral
primeiro tópico do material. Portanto, será estudado Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, encontrado a partir da realização de
apenas os princípios de probabilidade. um experimento aleatório, que foi o lançamento do dado.

4
Neste mesmo contexto, por exemplo, se temos interesse

-7
PROBABILIDADE em obter um número menor que 7, tem-se então o evento

91
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} que é igual ao espaço amostral Ω. A este

.5
As origens da probabilidade remetem ao século XVI e tipo de evento damos o nome de evento certo. Já quando

51
suas aplicações se limitavam a jogos de azar. Hoje, a utili- queremos obter um número negativo no lançamento de

.7
zação das probabilidades ultrapassou o âmbito dos jogos. um dado de seis faces, temos que esse evento não contém

79
O Governo e as empresas incorporaram a teoria das pro- elementos, C={ }, ou seja, evento vazio Φ, a este tipo de

-0
babilidades em seus processos diários de deliberações. evento damos o nome de evento impossível.
ZA
O estudo das probabilidades indica que existe um Sendo dois eventos A e B, se a ocorrência de um
U
elemento de acaso, ou de incerteza, quanto à ocorrência deles, implicar necessariamente na não ocorrência
SO

ou não de um evento futuro. Assim, em muitos casos é do outro, ou seja, se esses eventos (conjuntos) forem
impossível afirmar por antecipação o que irá ocorrer, disjuntos (sem intersecção, (A ⌒ B = ∅), dizemos que
A

esses eventos A e B são mutuamente exclusivos.


LV

mas por meio de dados históricos e da experiência, é


possível dizer o quão provável é a ocorrência de um
SI

determinado evento. Alguns exemplos de aplicação nos


A

negócios ou no governo são a previsão da procura de um Importante!


D
R

novo produto, o cálculo dos custos de produção, a com- Experimento aleatório ou processo aleatório é
O

pra de apólices de seguro, o preparo de um orçamento, qualquer fenômeno que gere resultados incertos
YG

a avaliação do impacto da redução de impostos sobre


ou casuais, podendo ser repetido indefinidamente
H

a inflação. Tudo isso contém algum elemento de acaso.


sob as mesmas condições. Inicialmente não se
L

As probabilidades são úteis no desenvolvimento de


EL

conhece seus resultados, mas pode-se descrever


estratégias, como por exemplo, se as chances de lucro
todos possíveis.
XW

são boas, os investidores sentem-se mais inclinados


a aplicar seu dinheiro, uma empresa pode negociar
A
M

seriamente com um sindicato quando há forte amea-


ça de greve ou pode investir em um novo equipamen- PROBABILIDADE EM ESPAÇOS AMOSTRAIS
to, se há boa chance de recuperar o dinheiro. EQUIPROVÁVEIS
As probabilidades são utilizadas para exprimir a
chance de ocorrência de determinado evento e assim Seja um processo aleatório, com um espaço amos-
modelando o acaso. tral definido e conhecido todos seus eventos ou resul-
tados possíveis, podemos definir a probabilidade de
PROBABILIDADES E ESPAÇO AMOSTRAL um evento de interesse de duas formas: definição fre-
quentista e definição clássica.
Para iniciarmos a teoria de probabilidade e termos De acordo com a definição frequentista, se um even-
condições de entender como calcular a probabilidade to de probabilidade p for observado repetidamente ao
de evento de interesse, é importante sabermos alguns longo de realizações independentes, a relação da fre-
conceitos básicos. quência observada desse evento ao número total das
O primeiro deles é o conceito de experimento repetições converge para p enquanto o número das repe-
aleatório. Este representa a realização de uma expe- tições se torna arbitrariamente grande. Dizendo com
396 riência ou experimento que gera resultados incertos. outras palavras e colocando no contexto da construção
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de histogramas, pode-se entender que quando n → ∞, as n(A) 13 1
frequências das classes tendem a se estabilizar. P(A) = = = ou 25%
Para exemplificar essa definição frequentista, se n(Ω) 52 4
tomarmos uma moeda honesta e realizarmos o experi-
mento de lançar essa moeda, qual seria a probabilida-
de de sair cara? Todos irão responder intuitivamente
que é 50%. Isto é intuitivo devido à lei dos grandes
números. Mas, pela definição frequentista faríamos o
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
lançamento dessa moeda, por exemplo, 1000 vezes, e
INTRODUÇÃO À TEORIA DE CONJUNTOS
plotaríamos em um gráfico o número de lançamen-
tos versus a frequência relativa de caras (número de Conjunto é uma reunião de elementos ou pessoas
caras/números de lançamentos). que possuem a mesma característica, por exemplo,
Note que (Figura 1), quanto maior o n (número de numa festa pode haver o conjunto de pessoas que só
lançamentos) mais a frequência relativa tende a se bebem cerveja ou o conjunto daquelas que só gostam
estabilizar em 50%, que seria a resposta da probabi- de músicas eletrônicas.
lidade de sair cara, feita anteriormente e respondida Representamos um conjunto da seguinte forma:
intuitivamente. Ou seja, a probabilidade do evento A
ocorrer na definição frequentista é: Conjunto X

m y
P(A) = lim 𝑓rA = lim
n→∞ n→∞ n
x
Sendo m o número de eventos favoráveis e n o
número de resultados possíveis.

Podemos afirmar que no interior do círculo há

4
-7
todos os elementos que pertencem (compõem) ao con-

91
junto X, já na parte externa do círculo estão todos os

.5
elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não

51
pertence ao conjunto X.

.7
No gráfico acima podemos dizer que o elemento “x”

79
pertence ao conjunto X e o elemento “y” não pertence.

-0
Matematicamente, usamos o símbolo Є para indi-
car essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o ele-
ZA
mento “y” não pertence ao conjunto X, onde usamos
U

o símbolo ∉ para essa relação de não pertinência.


SO

Matematicamente:
A
LV

y ∉ X.
SI

Complemento de um Conjunto
A
D

O complemento de X é o conjunto formado por


R

Figura 1. Simulação do lançamento de uma moeda honesta 1000


todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz
O

vezes em relação a suas respectivas frequências relativas.


parte dele, claro que com exceção daqueles que estão
YG

Já na definição clássica, definido o processo alea- presentes em X. Representamos o complemento ou


H

complementar pelo símbolo XC. Podemos afirmar que


L

tório e seu espaço amostral, temos a relação entre o


“y” não pertence à X, mas pertence ao conjunto com-
EL

número de eventos favoráveis e o número de resul-


plementar de X: matematicamente: y Є XC. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

tados possíveis. Assim, a probabilidade do evento de


interesse é definida como o número de eventos (pon- Interpretando Regiões e Conhecendo a Interseção e
A

tos ou elementos) favoráveis divididos pelo número


M

União de Conjuntos
de elementos do espaço amostral:
Uma outra situação é quando temos dois conjuntos (X
e Y), podemos representar da seguinte forma, no geral:
n(A)
P(A) = X Y
n(Ω)

Em que n(A) é o número de eventos ou resultados


favoráveis, e n(Ω) é o número de eventos ou resulta-
dos do espaço amostral.
Assim, qual seria a probabilidade de se retirar uma
carta de ouros de um baralho honesto? Fazemos isso
usando a definição clássica de probabilidade, se um bara- a b c
lho honesto tem 13 cartas do naipe ouros (evento A) e o
total de cartas do baralho é 52 (espaço amostral), então a
chance de uma carta de ouros ser tirada ao acaso é: d 397
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Interpretando os conjuntos anterior temos: Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos
z O elemento “a” pertence apenas ao conjunto X,
pois ele está numa região que não tem contato com Em algumas situações, a intersecção entre os con-
o conjunto Y; juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo.
z O elemento “c” faz parte somente ao conjunto Y; Isso acontece quando todos os elementos de B são
z O elemento “b” pertence aos dois conjuntos, ou seja, também elementos de A. Veja isso no gráfico a seguir:
faz parte da interseção entre os conjuntos X e Y.
A representação simbólica é feita por X ∩ Y. Como o
X
elemento “b” faz parte dessa região, temos:

„ b Є (X ∩ Y) – o elemento “b” pertence à interse-


ção dos conjuntos X e Y; Y
„ O elemento “d” não faz parte de nenhum dos
dois conjuntos. Logo, podemos dizer que “d”
não pertence à União entre os conjuntos X e Y.
A união é a junção das regiões dos dois conjun-
tos e é representada simbolicamente por X ∪
Y. Assim, d ∉ (X ∪ Y) – o elemento “d” não per- Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando temos
tence à união entre os conjuntos X e Y. a situação acima, podemos dizer que o conjunto Y
está contido no conjunto X, representado matemati-
Vamos analisar uma outra situação: camente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer, ainda, que o
conjunto X contém o conjunto Y, representado mate-
X Y maticamente por X ⊃ Y.

Importante!
Entenda a diferença:

4
-7
X–Y X∩Y Y–X ● Falamos que um elemento pertence ou não

91
pertence a um conjunto;

.5
● Falamos que um conjunto está contido ou não

51
.7
está contido em outro conjunto.

79
-0
Representação de Conjunto usando Chaves
ZA
Nesta representação, podemos interpretar a região
U
Geralmente usamos letras maiúsculas para repre-
SO

X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a região sentar os nomes de conjuntos e minúsculas para repre-
formada pelos elementos de X que não fazem parte do sentar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c, d}
A

conjunto Y. Veja o exemplo:


LV

etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas para


representar os conjuntos. Veja o exemplo a seguir:
SI

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
A

Y = {5, 6, 7, 9, 10} A = {∀ x Є Z | x ≥ 0}
D
R
O

X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele Podemos entender e fazer a leitura do conjunto
YG

e também em Y, ou seja, X – Y = {2, 3, 4, 8} anterior da seguinte maneira: o conjunto A é compos-


Já no caso da região Y – X, temos: to por todo x pertencente ao conjunto dos números
H

inteiros, tal que x é maior ou igual a zero.


L
EL

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} Agora, veja um outro exemplo:


XW

Y = {5, 6, 7, 9, 10}
Y – X = {9, 10} B = {∃ x Є Z | x > 5}
A
M

Podemos falar, também, da região de interseção Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto
dos conjuntos X ∩ Y. B existe x pertencente ao conjunto dos números intei-
ros, tal que x é maior do que 5.
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} Agora vamos esquematizar todas as simbologias
Y = {5, 6, 7, 9, 10} para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na
X ∩ Y = {5, 6, 7} hora de resolver as questões. Observe a tabela a seguir:

E por fim, vamos identificar a união entre os SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO


conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os
elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele- chaves Ex: X = {a,b,c} representa
mentos presentes na interseção. Veja: {,} o conjunto X composto
por a, b e c
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} conjunto Significa que o conjunto
Y = {5, 6, 7, 9, 10} { } ou ∅ vazio não tem elementos, é um
X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} conjunto vazio
398
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Matemática Português
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO
para todo Significa “Para todo” ou

“Para qualquer que seja”
pertence Indica relação de pertinên-
Є
cia de elementos
não pertence Indica relação de não per-

tinência de elementos
∃ existe Indica relação de existência.
não existe Indica que não há relação
∄ z Preencha as informações de dentro para fora (da
de existência
interseção para as demais informações);
está contido Indica que um conjunto está

contido em outro conjunto Matemática Português
não está Indica que um conjunto
⊄ contido não está contido em ou-
tro conjunto
contém Indica que determinado
⊃ conjunto contém outro
conjunto
não contém Indica que determinado 10
⊅ conjunto não contém ou-
tro conjunto
tal que Serve para fazer a ligação
entre a composição de z Preencha as demais informações no diagrama;
|
um conjunto na “repre-

4
-7
sentação em chaves” Matemática (20) Português (30)

91
união de Lê-se como “X união Y”.
A∪B

.5
conjuntos

51
interseção de Lê-se como “X intersec-

.7
A∩B

79
conjuntos ção Y”

-0
diferença de Lê-se como “diferença de
A-B 20 – 10 = 10
ZA 10 30 – 10 = 20
conjuntos A com B”
U
SO

Refere-se ao complemen-
XC complementar
to do conjunto X
A

5
LV

Diagrama de VENN
SI

Total = X
A

Vamos entender como se resolve questões que 20 gostam de Matemática;


D

envolvem Operações com Conjuntos se relacionan- 30 gostam de Português;


R
O

do. Acompanhe os exemplos a seguir e a maneira 10 gostam dos dois;


YG

como desenvolvemos suas resoluções: 10 gostam apenas de Matemática;


20 gostam apenas de Português;
H

z Em uma sala de aula, 20 alunos gostam de Mate-


L

5 não gostam de nenhuma.


EL

mática, 30 gostam de Português, e 10 gostam das


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos tos envolvidos;
A

há nessa sala de aula?


M

Matemática (20) Português (30)


Siga os passos abaixo:

z Identifique os conjuntos;
z Represente em forma de diagramas;
z Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
z Preencha as demais informações no diagrama;
z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos. 20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20

Vamos à resolução:

z Identifique os conjuntos;
z Represente em forma de diagramas; 5 399
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10+10+20+5 = X z Preencha as informações de dentro para fora (da
X = 45 alunos é o total dessa sala. interseção para as demais informações);

Também seria possível resolver esse tipo de ques- André Bernardo


tão usando a seguinte fórmula:

n(X ∪ Y) = n(X) + n(Y) – n(X ∩ Y)

Esta fórmula nos diz que o número de elementos


da União entre os conjuntos X e Y (X ∪ Y) é dado pelo
número de elementos de X, somado ao número de ele- 10
mentos de Y, subtraído do número de elementos da
interseção (X ∩ Y). Aplicando no exemplo, temos:
Matemática (M)
Português (p)
Carol
n(M ∪ P) = n(M) + n(P) – n(M ∩ P)
n(M ∪ P) = 20 + 30 – 10
n(M ∪ P) = 40
z Preencha as demais informações no diagrama;
Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou
Português (aqui já está incluso quem gosta das duas André Bernardo
matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas
somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.
Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala.
Assim como nos problemas com 2 conjuntos, quan-
do nós tivermos 3 conjuntos será possível resolver
o problema por meio de Diagramas de Venn ou por

4
meio de fórmula. Acompanhe a resolução do exemplo:

-7
91
André, Bernardo e Carol ouviram certa quantidade 0 12 0
de músicas. Nenhum deles gostaram de seis músicas

.5
51
e os três gostaram de dez músicas. Além disso, hou-

.7
ve doze músicas que só André e Bernardo gostaram, 10

79
nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro

-0
músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve
música alguma que somente um deles tenha gostado. 9 ZA 4
O número de músicas que eles ouviram foi?
U

Siga os passos a seguir:


SO

0 Carol
A

z Identifique os conjuntos;
LV

z Represente em forma de diagramas; 6


SI

z Preencha as informações de dentro para fora (da


interseção para as demais informações);
A
D

z Preencha as demais informações no diagrama;


R

z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen- Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe-
O

tos envolvidos. mos que os três gostaram de dez músicas, depois


YG

preenchemos com as demais informações:


H

Vamos à resolução:
L

z 12 músicas que somente André e Bernardo gosta-


EL

z Identifique os conjuntos; ram (na interseção entre os 2 apenas);


XW

z Represente em forma de diagramas; z 9 que somente André e Carol gostaram;


z 4 que somente Bernardo e Carol gostaram;
A
M

André Bernardo z 6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três
conjuntos);
z Os “zeros” representam o fato de que não houve
música que somente um deles tenha gostado.

Logo, vem a última etapa:

z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-


tos envolvidos;

Total = X
6+0+12+10+9+0+4+0=X
X = 41 músicas
Carol
Questões com três conjuntos podem ser resolvidas
400 usando a seguinte fórmula:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
n(X ∪ Y ∪ Z) = n(X) + n(Y) + n(Z) – n(X ∩ Y) – n(X 800 contêineres distribuição;
∩ Z) – n(Y ∩ Z) + n(X ∩ Y ∩ Z) 0 contêineres com os 3 produtos;
300 contêineres carne bovina;
Traduzindo a fórmula: 450 contêineres carne suína;
Total de elementos da união = soma dos conjuntos 100 contêineres com frango e carne bovina;
– interseções dois a dois + interseção dos três 150 contêineres com carne suína e carne bovina;
Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que
aprendemos, não é mesmo? Vamos praticar! 100 contêineres com frango e carne suína.

Bovina Frango
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece-
beu um grande carregamento de frango congelado,
carne suína congelada e carne bovina congelada, para 50 100 X
exportação. Esses produtos foram distribuídos em
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
foram carregados com carne bovina; 450, com carne 0
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. 150 100
Nessa situação hipotética, 250 contêineres foram car-
regados somente com carne suína. 200 Suína

( ) CERTO ( ) ERRADO

Vamos extrair as informações e colocar dentro dos


diagramas: Veja que exatamente 50 contêineres foram carrega-
800 contêineres distribuição; dos somente com carne bovina. Resposta: Certo.
0 contêineres com os 3 produtos;
300 contêineres carne bovina; 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece-

4
beu um grande carregamento de frango congelado,

-7
450 contêineres carne suína;
carne suína congelada e carne bovina congelada, para

91
100 contêineres com frango e carne bovina;
exportação. Esses produtos foram distribuídos em

.5
150 contêineres com carne suína e carne bovina;
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner

51
100 contêineres com frango e carne suína.
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres

.7
foram carregados com carne bovina; 450, com carne

79
Bovina Frango
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne

-0
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
ZA
50 100 X Nessa situação hipotética, 400 contêineres continham
frango congelado.
U
SO

( ) CERTO ( ) ERRADO
A
LV

0
Com as informações colocadas nos diagramas na
SI

questão anterior, podemos somar todas as informa-


A

150 100 ções que não possuem contato com o conjunto de


D

frango e subtrair do total. Veja:


R

50 (só bovinos);
O

200 Suína
YG

150 (bovinos e suínos);


200 (só suínos).
H

Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com


L

outras carnes, o que sobrou do total será a resposta


EL

Veja que apenas 200 contêineres foram carregados para a questão. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

somente com carne suína. Resposta: Errado. 800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lembre-se, a
banca não perguntou somente frango). Logo, 400 con-
A
M

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece- têineres continham frango congelado. Resposta: Certo.
beu um grande carregamento de frango congelado,
carne suína congelada e carne bovina congelada, para 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30
exportação. Esses produtos foram distribuídos em passageiros que desembarcaram de determinado
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
foram carregados com carne bovina; 450, com carne para ser examinados. Constatou-se que exatamente
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne 25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
Nessa situação hipotética, 50 contêineres foram car- desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
regados somente com carne bovina. Com referência a essa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem.
( ) CERTO ( ) ERRADO Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
estiveram em A.
Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
diagramas: ( ) CERTO ( ) ERRADO 401
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram apenas
em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti- RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
veram apenas em C. Veja ainda que 6 passageiros PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS
somente em um desses dois países. Logo,

A PROBLEMAS ARITMÉTICOS
B
Vamos relembrar alguns conceitos e fórmulas sobre
aritmética para que possamos resolvermos questões
sobre esse tópico. Como o próprio nome já diz “Pro-
blemas de Raciocínio Lógico envolvendo Aritmética”.
Então, vamos fazer várias questões ao longo da teoria
X 6 25 – 6 – x = para entender e praticar mais ainda sobre esse assunto.

PROBLEMAS ARITMÉTICOS
19 – x
Vimos no início dessa apostila toda a parte teóri-
ca que nos dá suporte para que cheguemos até aqui
e consigamos resolver mais algumas questões sobre
esse tópico. Todavia antes disso, lembre-se que, geral-
mente, os tópicos como fração, razão e proporção e
porcentagem são os mais cobrados e por isso este é o
nosso foco principal. Mãos à obra.

1. (FGV – 2015) Francisco vendeu seu carro e, do valor


C 5 recebido, usou a quarte parte para pagar dívidas, fican-
do então com R$ 21.600,00. Francisco vendeu seu car-
ro por:

4
-7
91
a) R$ 27.600,00.

.5
b) R$ 28.400,00.

51
c) R$ 28.800,00.

.7
d) R$ 29.200,00.

79
e) R$ 29.400,00.

-0
Sabemos que o número de pessoas que estiveram em Aqui temos uma questão clássica sobre problemas
ZA
B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja, com frações. Para resolver, você precisa ficar atento
U
11 = 6 + (19 – X) ao enunciado da questão para extrair os dados da
SO

11 = 25 – X melhor maneira possível. Veja:


X = 25 – 11 Se Francisco usou 1/4 do valor recebido para pagar
A
LV

X = 14 dívidas, a fração restante é igual a 3/4, pois essa é


a fração complementar para completar um inteiro
SI

Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14 ¼ + ¾ = 1.


A

Assim, 3/4 do valor do carro equivalem a R$


D

+ 6 = 20. Resposta: Certo.


21.600,0. Qual o valor do carro todo?
R
O

5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Situação hipotética: A 3/4x = 21600


YG

ANVISA realizará inspeções em estabelecimentos 4x * 21600 = 3


x = 28800.
H

comerciais que são classificados como Bar ou Res-


Resposta: Letra C.
L

taurante e naqueles que são considerados ao mesmo


EL

tempo Bar e Restaurante. Sabe-se que, ao todo, são 96


XW

2. (FCC — 2016) Em um curso de informática, 2/3 dos alu-


estabelecimentos a serem visitados, dos quais 49 são
nos matriculados são mulheres. Em certo dia de aula,
classificados como Bar e 60 são classificados como
A

2/5 das mulheres matriculadas no curso estavam pre-


M

Restaurante. Assertiva: Nessa situação, há mais de 15


sentes e todos os homens matriculados estavam pre-
estabelecimentos que são classificados como Bar e sentes, o que totalizou 27 alunos (homens e mulheres)
como Restaurante ao mesmo tempo. presentes na aula. Nas condições dadas, o total de alu-
nos homens matriculados nesse curso é igual a:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) 18.
Extraindo os dados: b) 10
total: 96; c) 15.
bar: 49; d) 12.
restaurante: 60. e) 21.
Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de
96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci- Seja x a quantidade de alunos matriculados no cur-
mentos que estão na interseção. Logo, descontamos so, sabemos que 2/3 são mulheres. Assim, temos
o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos 2x/3 mulheres e x/3 homens. Sabemos que 2/5 das
que são classificados como Bar e como Restaurante mulheres e todos os homens estavam presentes,
402 ao mesmo tempo. Resposta: Errado. totalizando 27 pessoas. Temos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2 2x x = 27 4x = 200
# +
5 3 3 20
4x
+
x = 27 4x = 200 × 20
15 3
5x + 4x = 27 4x =4000
15
9x = 27 × 15 x =1000

9x = 405 Os valores usados para pagar os serviços A e B foram:


Serviço A = 3000/4 = 750 reais
x=45
Serviço B = 1000/20 = 50 reais
O total de homens é igual a x/3 = 45/3 = 15. Resposta: Logo, o valor de A em relação a B é: 750/50 = 15
Letra C. vezes maior.

3. (FGV — 2017) Fernando teve três filhos em três anos Resposta: Letra C.
seguidos. Quando ele fez 39 anos reparou que essa
sua idade era igual à soma das idades dos seus três 5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma
filhos. Nesse dia, o seu filho mais velho tinha: mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
a) 12 anos. misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
b) 13 anos. A respeito dessas misturas, julgue os itens subsequentes.
c) 14 anos. Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique
d) 15 anos. igual à do tanque B é suficiente acrescentar no tanque
e) 16 anos. A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L.
Perceba que os filhos nasceram em anos seguidos, ( ) CERTO ( ) ERRADO
então, podemos dizer que o mais novo tem X anos,

4
os demais têm X+1 e X+2 anos de idade. Sabemos A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150

-7
que a idade de Fernando (39) é igual à soma das ida- = 1/3.

91
des dos filhos, ou seja, Suponha que precisamos acrescentar uma quanti-

.5
dade X de álcool no tanque A para ele chegar nesta

51
39 = X + X+1 + X+2 mesma proporção. A quantidade de álcool passará

.7
39 = 3X + 3 a ser de 60 + X e a de gasolina será 240, de modo que

79
3X = 39 – 3
ficaremos com a razão:

-0
3X = 36
1/3 = (60+X) / 240
X = 12 ZA
Como o 240 está dividindo o lado direito, vamos
U
passá-lo para o lado esquerdo multiplicando:
O filho mais velho tem X+2 = 12+2= 14 anos.
SO

240 × 1/3 = 60 + X
Resposta: Letra C.
80 = 60 + X
A

60 + X = 80
LV

4. (VUNESP — 2018) Três quartos do total de uma ver-


ba foi utilizada para o pagamento de um serviço A, e X = 80 - 60
SI

um quinto do que não foi utilizado para o pagamento X = 20 litros.


A

desse serviço foi utilizado para o pagamento de um Resposta: Certo


D

serviço B. Se, da verba total, após somente esses


R
O

pagamentos, sobraram apenas R$ 200,00, então, é 6. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os indivíduos S1, S2, S3
YG

verdade que o valor utilizado para o serviço A, quando e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram
comparado ao valor utilizado para o serviço B, corres- interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No
H

ponde a um número de vezes igual a:


L

depoimento, com relação à responsabilização pela


EL

prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

a) 13. que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.


b) 14. A partir dessa situação, julgue os itens a seguir.
A

c) 15. Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja 8


M

d) 16. anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho que
e) 17. S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a 140 anos,
então é correto afirmar que S2 nasceu antes de 1984.
Seja “X” o valor da verba. O serviço A foi pago com
¾ dessa verba: ¾ de x = 3x/4. Não foi utilizado, por- ( ) CERTO ( ) ERRADO
tanto, ¼ de x = x/4.
O serviço B foi pago com um quinto do que não foi
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que S3,
utilizado do serviço A.
ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de idade.
Logo: 1/5 de x/4 = x/20. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos dizer que:
Após esses dois pagamentos, restaram 200 reais. Idade de S2 = Idade de S4 + 2
Portanto: Usando X1, X2, X3 e X4 para designar as respectivas
idades no ano de 2020, podemos escrever que:
x - 3x - x = 200 X2 = X4 + 2
4 20 Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
20x - 15x - x = 200 140 anos:
20 X1 + X2 + X3 + X4 = 140 403
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140 „ Pontos colineares são aqueles que pertencem à
74 + 2X4 = 140 mesma reta.
2. X4 = 66
X4 = 33
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. C
E S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985. Não
podemos afirmar que S2 nasceu antes de 1984. B
Resposta: Errado. B
A
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS A c
r
Antes de começar a resolver exercícios sobre esse
COLINEARES
assunto, é necessário ter o entendimento adequado r
sobre geometria e matrizes. Para isso, vamos expla-
NÃO COLINEARES
nar a parte teórica sobre geometria e matriz e logo em
seguida iremos resolver algumas questões envolven-
do problemas geométricos e matriciais. „ Um plano pode ser determinado de algumas
maneiras. Veja:
GEOMETRIA
Três pontos não colineares:
Ponto, Reta e Plano
C α
Quando falamos sobre ponto, reta e plano, deve-
mos ficar atentos que a parte mais importante é em
relação à sua representação geométrica e espacial.

z Representação Simbólica:
B
„ Os pontos são representados por letras maiús- A

4
-7
culas do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C etc;

91
„ As retas são representadas pelas letras minús-

.5
culas do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c etc;

51
„ Os planos são representados pelas letras gregas

.7
minúsculas, ou seja, β, ∞, α etc. Por uma reta e um ponto fora dela:

79
-0
z Representação Gráfica: P
ZA α
r
U
SO

P
A
LV

α
r A B
SI

ponto
A
D
R

Por duas retas concorrentes:


O
YG

reta
H

plano α
L
EL
XW

Vamos, agora, há alguns pontos interessantes: S C


A
M

„ Passando por um ponto “P” qualquer podemos B


r A
traçar infinitas retas e dois pontos determinam
uma única reta. Veja:

Pelo ponto P podemos Os pontos A e B definem a


traçar infinitas retas posição de uma reta
Por duas retas distintas

A α

S
B

r
404
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Razão entre Segmentos de Reta: Ângulos

Quando dois pontos delimitam um conjunto de Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
pontos numa mesma reta, chamamos de segmento de por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo
reta e podemos representar por duas letras como, por A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas
exemplo AB. O início do segmento é em A e termina desenhadas:
em B. Veja a seguir:

Reta s
s

Segmento de Reta AB
A B t
A

Semirreta AB
A B u

z Feixe de Retas Paralelas:


O ponto desenhado acima no encontro entre as
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num duas semi-retas é denominado “Vértice do ângulo”.
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos, Um ângulo é medido de acordo com a sua abertura.
ainda, uma reta que corta a reta de feixe que é chama- Dizemos que uma abertura completa mede 360 graus
da de reta transversal. Veja: (360º). Veja:

s t

4
-7
A

91
b

.5
51
.7
c

79
-0
d Como 360o representam uma volta completa, 180º
ZA
representam meia-volta, como você pode ver a seguir
U
SO

180°
z Teorema de Tales:
A
LV

Quando temos um feixe de retas paralelas sobre


SI

duas transversais quaisquer, determinamos segmen-


A
D

tos proporcionais. Veja a figura a seguir para entender


R

um pouco mais: Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta,


O

isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu-


YG

s t
lo reto e tem uma representação bem característica:
H
L

A D
EL

a
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

E
A

B
b
M

C F 90°
c

D G
d Os ângulos podem ser classificados quanto ao
valor do ângulo em relação à 90°:

z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à


Vamos destacar algumas proporções: 90°. Ex.: 30o, 42o, 63o;
z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores
z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F; à 90o. Ex.: 100o, 125o e 155o.
z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F; Observação: os ângulos de 0 e 180º são denomina-
z D E ⁄ AB = EF ⁄ BC. dos de ângulos rasos. 405
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outra classificação de ângulos é em relação à Os elementos de qualquer polígono são:
medida:
z Lados: são os segmentos de reta que formam o
z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais) polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
quando possuem a mesma medida; segmentos de reta, isto é, 5 lados);
z Ângulos complementares: são complementares z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° + tos de reta consecutivos. Estão marcados com
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares letras maiúsculas na figura seguir;
um do outro; z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
z Ângulos suplementares: são suplementares quando dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + 70° = 180°. lha traçadas no polígono a seguir:
Os ângulos 70° e 110° são suplementares entre si.
A
A semi-reta que divide um ângulo em duas partes
iguais é denominada Bissetriz. Veja:

B E
A/2

A/2

Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos


tirar algumas conclusões interessantes. C D

4
-7
B

91
Para calcular o número de diagonais de um polí-
gono, vamos precisar levar em consideração os vér-

.5
A
C

51
tices (lados). Dessa forma, chegaremos na seguinte

.7
D fórmula:

79
-0
D = n # (n - 3)
Os ângulos formados pelo cruzamento das retas ZA 2
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem
o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D.
U
Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.
SO

Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma


entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B z A soma do ângulo interno e do ângulo externo de
A

e C, C e D, e D e A. um mesmo vértice é igual a 180º;


LV

Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida. z A soma dos ângulos internos de um polígono de n
SI

Uma outra unidade de medida de ângulos é cha- lados é:


A

mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem


D

a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-


S = (n – 2) × 180°
R

ples para convertermos qualquer ângulo em radia-


O

nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:


YG

Dica
H

180° ---------------------------------- π radianos


A soma dos ângulos internos de um triângulo (n =
L
EL

60° ------------------------------------ x radianos 3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados)


XW

esta soma é 360º.


180x = 60 π
A

x = 60r = r radianos Os polígonos que possuem todos os lados iguais


M

180 3 e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são


chamados de polígonos regulares. Conheça algumas
Polígonos
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
os seus números de lados.
Polígono é qualquer figura geométrica fechada for-
mada por uma série de segmentos de reta. Observe:
Nº DE Nº DE
NOME NOME
LADOS LADOS
3 Triângulo 9 Eneágono
4 Quadrilátero 10 Decágono
5 Pentágono 11 Undecágono
6 Hexágono 12 Dodecágono
7 Heptágono ... ...
8 Octógono 20 Icoságono
406
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Após seus estudos, revise seus conhecimentos rea- 40 = n2 - 3n
lizando os seguintes exercícios comentados de bancas
n2 – 3n - 40 = 0
variadas.
Vamos achar as raízes da equação do 2° grau:
1. (IDECAN — 2013) No triângulo a seguir, o lado KL é
paralelo ao segmento DE. - (-3) ± √(-3)2 -4 · 1 · (- 40)
n=
J
2·1

3 ± √9 + 160
x n=
D E 2
115°

3 ± 13
n=
a 55°
2
K L
Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é: nas pegar o resultado positivo. Logo,

a) 170°. 3 + 13
b) 180°. n= = 8 lados
c) 185°. 2
d) 190°.
e) 195°. Aplicando a fórmula da soma dos ângulos internos
de um polígono, temos:

4
J
S = (n – 2) × 180°

-7
91
S = (8 – 2) × 180°

.5
51
55° x S = 1080°.

.7
D
a
Resposta: Letra D.
E

79
-0
115° 3. (FEPESE — 2019) Na figura abaixo, as retas r e s são
paralelas. ZA
U

a 55° r
SO

α
K L
A
LV

Veja que podemos colocar o ângulo “a” como suple-


SI

mentar de 115°, pois os segmentos KL e DE são


A

paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar


D

β
do ângulo “x”. Assim,
R
O

a + 115 = 180 θ
YG

s
a = 65º
H

------------------
L

x + 55 = 180 Se o ângulo α mede 44°30’ e o ângulo θ mede 55°30’,


EL

x = 125º então a medida do ângulo β é: MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW

Logo, x + a = 190º.
A

Resposta: Letra D. a) 100°.


M

b) 55°30’.
2. (CONSULPLAN — 2018) A soma dos ângulos internos c) 60°.
de um polígono regular que tem 20 diagonais é d) 44°30”.
e) 80°.
a) 495.
b) 720. r
c) 990. α
d) 1080.

Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-


gono para descobrir o número de lados: α
D = n # (n - 3) β
2
20 = n
2 -
3n θ θ
2 s 407
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
β=α+θ Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 MM2
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (MILÍMETRO
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100° quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) QUADRADO)

Resposta: Letra A.
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
4. (ESAF — 2003) Os ângulos de um triângulo encon-
tram-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo, Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 MM2
portanto, é igual a:
:100 :100 :100 :100 :100 :100
a) 40°.
b) 70°.
c) 75°. Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
d) 80°. Para sair do metro quadrado e chegar no centímetro
e) 90°. quadrado devemos multiplicar por 10000 (100x100),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
Se os ângulos do triângulo se encontram na razão quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 = 53000 cm2.
2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma dos
Medidas de Volume (Capacidade)
ângulos de um triângulo qualquer é sempre 180º.
Assim, 2x + 3x + 4x = 180° A unidade principal tomada como referência é o
9x = 180° metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
x = 20° diferentes que servem para medir dimensões maiores
O maior ângulo é 4x = 4 ∙ 20° = 80° ou menores. A conversão de unidades de superfície
Resposta: Letra D. segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir

MÉTRICA, ÁREAS E VOLUMES, ESTIMATIVAS, Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 MM3
APLICAÇÕES (quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro
cúbico)
(centímetro
cúbico)
(MILÍMETRO
CÚBICO)

4
Sistema de Unidades de Medidas
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000

-7
91
Quando estudamos o sistema de medidas nos

.5
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 MM3

51
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.

.7
Todavia existem as conversões entre as unidades para

79
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
uma melhor interpretação e leitura.

-0
ZA
Medidas de Comprimento Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
U
SO

A unidade principal tomada como referência é o cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
A

rentes que servem para medir dimensões maiores ou cúbico. Logo,


LV

menores. A conversão de unidades de comprimento


SI

segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
A
D

Veja, agora, algumas relações interessantes e que você


R

Km hm dam m dm cm MM precisa ter em mente para resolver a diversas questões.


O

(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (MILÍMETRO)


YG

UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE


×10 ×10
H

×10 ×10 ×10 ×10


1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
L
EL

1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)


Km hm dam m dm cm MM
XW

1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)


A

:10 :10 :10 :10 :10 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
M

:10
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros: 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas Medidas de Tempo
casas até chegar em centímetro. Logo,
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm. to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
se faz a relação nessa unidade.
Para transformar de uma unidade maior para a
Medidas de Área (Superfície)
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
A unidade principal tomada como referência é o 1 hora = 60 minutos
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades h = 4 x 60 = 240 minutos
diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade menor para a
408 segue potências de 100. Veja o esquema a seguir: unidade maior, divide-se por 60. Veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h. L

Para medir ângulos a unidade básica é o grau.


Temos as seguintes relações:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) L L


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Aqui vale fazer uma observação que os minutos e


os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, L
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
A área também será dada pela multiplicação da
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do
base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
dia.
mos L x L, ou seja:
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
A = L2
GEOMETRIA PLANA
Trapézio
Retângulo
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles
Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí- paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
ângulos internos iguais à 90°. é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura a seguir
b
b

4
-7
91
.5
h

51
h h

.7
79
-0
ZA B
U

b
SO

Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do


trapézio por meio da fórmula abaixo:
A

Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado


LV

menor “h” de altura. A = (B + b) # h


SI

2
A

Área do Retângulo
D

Losango
R
O

Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-


YG

cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
to. Veja a seguir:
H

fórmula:
L
EL

A=b×h L L
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de


A
M

lado e 5 centímetros de altura, a área será:


L L
A = 10cm × 5cm = 50cm2

Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas Para calcular a área de um losango, vamos preci-
das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra- sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas- acordo com a figura a seguir:
samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
unidade de área.
L L
Quadrado d

Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-


D
ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama- L L
remos de L. Veja: 409
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, a área do losango é dada pela fórmula a Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
seguir:
z Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois
A= D#d lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
2 internos da base são iguais (simbolizados na figu-
ra pela letra A):
Paralelogramo

É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos


paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho.

b a a

h c

b
A A
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
tiplicação da base pela altura:

A=b×h C

Triângulo
z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
três lados com medidas diferentes, tendo também

4
Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados.

-7
os três ângulos internos distintos entre si:
Veja-a a seguir:

91
.5
51
.7
79
B

-0
a c
a c ZA
U
SO

C A
A
LV

b
SI

b
A
D

Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-


R

z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos


O

cer a sua altura (h): os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos
YG

os ângulos internos iguais:


H
L
EL
XW
A

a c A
M

a a

h h

A A

b
a
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu- Podemos calcular a altura usando a seguinte fórmula:
lo utilizando a seguinte fórmula:

A= b#h h= a 3
410 2 2
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para calcular a área do triângulo equilátero usan-
do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:

2
A= a 3
r
4
z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.

B A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×


r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
c
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
a Vejamos um exemplo para calcular a área de um
círculo com 10 centímetros de raio:

A = π × r2
A A = π × (10)2
A = π × 100
b
Substituindo π por 3,14, temos:

Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado A = 3,14×100 = 314cm2


do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto

4
O perímetro de uma circunferência que é a mesma

-7
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que coisa que o comprimento da circunferência é dado por:

91
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, que

.5
são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de catetos.
C=2×π×r

51
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre

.7
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos
Para exemplificar, vamos calcular o perímetro

79
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote-
daquela circunferência com 10cm de raio:

-0
nusa: a2 = b2 + c2.
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- ZA
santes que estão presentes no triângulo retângulo. C = 2 × 3,14 × 10
U

C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
SO
A

O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-


LV

h c
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
b
SI

ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro


A

mede o dobro do raio, ou seja, 2r.


D

n m
R
O

C H B
YG

a
H
L
EL

D = 2r
Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-


dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:
A
M

h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a Repare na figura a seguir:
b×c = a×h A

Essas fórmulas são chamadas de relações métricas


do triângulo retângulo. α

Círculo C B

Todos os pontos estão a uma mesma distância em


relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura a seguir: 411
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que formamos uma região delimitada dentro As faces do paralelepípedo são retangulares,
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
Temos ainda um ângulo central desse setor circular A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui- das. Ou seja,
mos determinar a área do setor circular e o compri-
mento do segmento de círculo compreendido entre os AT = 6a2
pontos A e B. Sabemos que o ângulo central de uma
volta completa no círculo é 360º. E também sabemos Agora, no paralelepípedo reto-retângulo, temos 2
a área desta volta completa, que é a própria área do retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
círculo ( π × r2). Vejamos como calcular a área do setor c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
circular, em função do ângulo central “α”: total de um paralelepípedo é:

360° ---------------------- π × r2 AT = 2ab + 2ac + 2bc


α ------------------------- Área do setor circular
Prismas
Logo, área do setor circular =
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
2 que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
a # rr Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
360c os cilindros. O que os difere é que a base de um pris-
ma não é uma circunferência.
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-
O prisma será classificado de acordo com a sua
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir-
ma será pentagonal.
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:

360° --------------------- 2 πr
α -------------------------- Comprimento do setor circular

4
-7
91
Logo, comprimento do setor circular =

.5
Prisma Prisma

51
Prisma triangular Prisma
a # 2rr Pentagonal Hexagonal Quadrangular

.7
360c

79
O volume para qualquer tipo de prisma será sem-

-0
GEOMETRIA ESPACIAL pre o produto da área da base pela altura. Veja:
ZA
Poliedros V = Ab × h
U
SO

São figuras espaciais formadas por diversas faces, A área total de um prisma será a soma da área late-
A

cada uma delas sendo um polígono regular. Vamos ral com duas bases.
LV

conhecer os principais poliedros, destacando alguns


SI

pontos importantes como área e volumes. AT = Al + 2Ab


A
D

Paralelepípedo Reto-Retângulo e Cubo Cilindro


R
O
YG

Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são


H

perpendiculares às bases. Observe a figura a seguir:


L

c a
EL
XW
A
M

b base (círculo)
a a

Geratriz
O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-
to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores A distância entre as duas bases é chamada de altu-
de a = b = c. ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto- da base, o cilindro é chamado de equilátero.
-retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja: Cilindro equilátero: ℎ = 2r
V=a×b×c
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
No caso do cubo, o volume fica: base do cilindro é igual a πr2.
Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e
412 V = a × a × = a3 ““abrirmos” todo o cilindro, temos o seguinte:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quando “abrimos” um cone, temos seguinte figura:

H H G

R C

A área da superfície lateral do cilindro é igual a


2πℎ e o volume do cilindro é o produto da área da
base pela altura: V = πr2 × ℎ.

Esfera
R
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
Temos, também, a área lateral que é dada pela fór-
mula πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
da base pela altura. Veja:

2
V = rr h

4
-7
3
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual ao

91
diâmetro, ou seja, 2r.

.5
51
O raio é simplesmente a distância do centro da es-

.7
Pirâmides
fera até qualquer ponto da sua superfície.

79
O volume da esfera é calculado usando a seguinte

-0
A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-
fórmula:
V= 4 # 3 gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ-
ZA
3 rr mides regulares.
U
SO

E a área da superfície pela fórmula a seguir:


A
LV

A = 4 × πr2
SI

Cone
A
D
R

Observe a figura a seguir:


O

Pirâmide Pirâmide Pirâmide


YG

Triangular Quadrangular Pentagonal


H

Altura
L
EL

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


XW
A

Geratriz
M

Pirâmide Pirâmide
Hexagonal Heptagonal

O segmento de reta que liga o centro da base a um


Base ponto médio da aresta da base é denominado “apótema
da base”. Por sua vez, indicaremos por “m” o apótema
da base. E o segmento que liga o vértice da pirâmide ao
Vamos extrair algumas informações: ponto médio de uma aresta da base é denominado “apó-
A base de um cone é um círculo, então a área da tema da pirâmide”. Indicaremos por m′ o apótema da
base é πr2. pirâmide. Veja: 413
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
x = 30 m
A área, portanto, será:
Área = 30 x (30 + 20)
Área = 30 x 50 = 1500 m²
Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
m' Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno


quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração, e
ele foi registrado como se o comprimento do lado medis-
m se 10% a menos que a medida correta. Nessa situação,
deixou-se de registrar uma área do terreno igual a:

a) 20 m².
A área lateral da pirâmide é dada por: b) 100 m².
c) 1.000 m².
Aℓ = pm′ d) 1.900 m².
e) 2.000 m².
A área total da pirâmide é dada por:
A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
AT = Ab + Aℓ do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
base pela altura. Veja:
10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.

4
V = Ab # h

-7
3. (IDECAN — 2018) A figura a seguir é composta por

91
3
losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área

.5
Exercite seus conhecimentos analisando os exercí-
da figura mede:

51
cios comentados abaixo.

.7
79
1. (VUNESP — 2018) Uma praça retangular, cujas medi-

-0
das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro. ZA
U
SO
A
LV
SI

×
A
D
R
O

a) 48 cm2.
YG

b) 50 cm2.
H

c) 52 cm2.
L

d) 60 cm2.
EL

× + 20 e) 64 cm2.
XW

Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é


A

Figura fora de escala


M

dada por:
Sabendo que 70% da área dessa praça estão recober- Área = D x d / 2 = 6 x 4 / 2 = 12cm2
tos de grama, então, a área não recoberta com grama Como ao todo temos 5 losangos, a área total é:
tem 5 x 12 = 60cm2. Resposta: Letra D.

a) 450 m2. 4. (IBFC — 2017) A alternativa que apresenta o número


b) 500 m2. total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:
c) 400 m2.
d) 350 m2. a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas.
e) 550 m2. b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas.
Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
à soma de todos os lados. Logo: e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
2x + 2(x + 20) = 160
2x + 2x + 40 = 160 Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces ape-
414 4x = 120 nas, veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V MATRIZES E DETERMINANTES

Matrizes

a Uma matriz Mmxn é uma tabela com “m linhas e n colu-


a nas”. Os elementos desta tabela são representados na for-
ma aij, onde “i representa a linha e j representa a coluna”
deste termo. Veja um exemplo de uma matriz A2x2:
C

; E
5 -3
A A=
a 1 7
a
Veja que temos 2 linhas e 2 colunas, ou seja, Aij =
B A2x2.
O termo a12, por exemplo, é igual a -3.
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que É importante saber que dizemos que a ordem des-
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta- ta matriz é 2x2. A partir dela, podemos criar a matriz
do ou, então, obtido pela relação: transposta AT, que é construída trocando a linha de
V+F=A+2 cada termo pela sua coluna, e a coluna pela linha.
4+4=A+2 Repare que a ordem de AT é 2x2:
A = 6 arestas .

< 3 7F
Resposta: Letra D. 5 1
AT =
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com-
-

4
-7
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram
Uma matriz é quadrada quando possui o mesmo

91
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse
número de linhas e colunas. Foi o que aconteceu no

.5
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme

51
mostra a figura. nosso exemplo.
Uma matriz possui uma diagonal principal, que no

.7
79
nosso exemplo da matriz A2x2 é formada pelos núme-

-0
ros 5 e 7. A outra diagonal é dita secundária, formada
pelos números -3 e 1.
ZA
U
SO

; E
5 -3
A=
×
A

1 7
LV

Secundária Principal
SI

h
A
D

Falamos que há uma matriz de identidade de ordem


2
R

“n” quando a matriz quadrada possui todos os termos


O

da diagonal principal iguais a 1 e todos os demais termos


YG

iguais a zero. Veja a matriz identidade de ordem 3:


2,5
H

RS1 0 0V
L

W
EL

Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans- SS W


1 0W
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água.


I3 = S
S0 W WW
Nessas condições, é correto afirmar que a medida da SS0
A

1W
M

altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, 0


em metros, igual a: T X
Dada uma matriz A, chamamos de inversa de A, ou
a) 1,25. A-1, a matriz tal que:
b) 1,5. A x A-1 = I (matriz identidade)
c) 1,75.
d) 2,0. Determinantes
e) 2,5.
O determinante de uma matriz é um número a ela
O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3. associado. Vejamos como calcular.
Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
z Matriz de ordem 1
Volume = comprimento x largura x altura
7,5 = 2,5 x 2 x h Em uma matriz quadrada de ordem 1, o determi-
3=2xh nante é o próprio termo que forma a matriz. Exemplo:
h = 1,5m
Resposta: Letra B. Se A = [4], então det(A) = 4. 415
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Matriz de ordem 2 Veja um exemplo:

Em uma matriz quadrada de ordem 2, o determi- Se A = J1 2 1 0N


nante é dado pela subtração entre o produto da diago- K KK O O
nal principal e o produto da diagonal secundária. Veja: KK2 3 1 0O
O
KK2 O
1O
OO
; E
-3 2
5 -3 KK
Se A = 2 1 1 4O
L P
1 7 Então, devemos seguir os passos apresentados acima:
Então det(A) = 5×7 – (-3) × 1 = 38.
„ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê
preferência para a que tiver mais zeros);
z Matriz de ordem 3

Em uma matriz quadrada de ordem 3, o determi- JK1 2 1 0N


O
nante é calculado da seguinte forma: KK O
KK2 3 1 0O
O
RS 1 1 2V KK2 O
Se A = W 1O
OO
SS W KK
3 2
SS- 2 3 5WWW 2 1 1 4O
SS 0 W L P
7 - 1W
T X „ Calcular o cofator relativo a cada termo da
linha ou coluna escolhida;
Então, veja o passo a passo como calcular o det(A).
Os termos da quarta coluna são o a14, a24, a34 e a44, e
„ Repetir as duas primeiras colunas: chamaremos os respectivos cofatores de A14, A24, A34 e
A44. Como os termos a14 e a24 são iguais a zero, eu não pre-
1 1 2 1 1 ciso calcular os cofatores A14 e A24, pois eles serão multi-

4
plicados por zero e o resultado final será igual a zero.

-7
O cofator A34 será:

91
-2 3 5 -2 3

.5
„ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê

51
0 7 -1 0 7
preferência para a que tiver mais zeros);

.7
79
„ Multiplicar os termos no sentido da diagonal
JK1 2 1 0N

-0
principal (retas pontilhadas) e subtrair a mul-
KK O O
tiplicação dos termos no sentido da diagonal 3 1 0O
ZA
secundária (retas lisas):
KK2 O O
KK2 1O
U
3 2 OO
SO

KK
2 1 1 4O
1 1 2 1 1 L P
A
LV

-2 3 5 -2 3
Olhando somente para os termos que sobraram,
SI

0 7 -1 0 7 veja que temos uma matriz com 3 linhas e 3 colunas


A

apenas, cujo determinante sabemos calcular:


D

Determinante = 1.3.1 + 2.1.2 + 2.1.1 – 1.3.2 – 2.2.1


R

[(1 × 3 × (-1) +1 × 5 × 0 + 2 × (-2) × 7)] - [(2 × 3 × 0 + 1 × 5


O

– 1.1.1
× 7 + 1 × (-2) × (-1))]
YG

Determinante = -2
(-3 + 0 – 28) – (0 + 35 + 2) = O cofator A34 será:
H
L

-31 – 37 = -68.
EL

A34 = (-1)3+4 × determinante


XW

Logo, o det(A) = -68. A34 = (-1)7 × (-2)


A

A34 = (-1) × (-2)


M

z Matriz de ordem 4 ou superior


A34 = 2
Siga os seguintes passos:
Agora, vamos calcular o cofator A44. Para isso,
„ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê devemos excluir a quarta linha e a quarta coluna da
preferência para a que tiver mais zeros); matriz original, ficando com:
„ Calcular o cofator relativo a cada termo da
linha ou coluna escolhida;
„ Multiplicar cada termo da linha ou coluna escolhi- JK1 2 1 0N
O
da pelo seu respectivo cofator e, então, somar tudo. KK O
KK2 3 1 0O
O
KK2 O
1O
„ Cofator

KK
-3 2 OO
4O
O cofator de uma matriz de ordem n ≥ 2 é definido
como: 2 1 1
416 Aij = (-1) i + j. Dij L P
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Calculando o determinante 3x3 que restou, temos: A base maior desse trapézio mede 12 m, a base menor
Determinante = 1.3.2 + 2.1.2 + 2.(-3).1 – 1.3.2 – 1.(- mede 6 m e a altura mede 4 m. A área e o perímetro
3).1 – 2.2.2 desse terreno são, respectivamente, iguais a:
Determinante = -7
Assim, o cofator A44 é: a) 32 m² e 28 m.
b) 36 m² e 28 m.
A44 = (-1)4+4× determinante c) 36 m² e 24 m.
d) 32 m² e 24 m.
A44 = (-1)8 × (-7) e) 36 m² e 26 m.
A44 = 1 × (-7)
Extraindo os dados temos B = 12 m, b = 6 m e H =
A44 = -7. 4m. Vamos chamar os lados não paralelos de “L”.
Veja como fica esse trapézio:
Agora, podemos calcular o determinante da matriz
original: 6m

Determinante = a14× A14 + a24× A24 + a34 × A34 + a44× A44


Determinante = 0A14 + 0A24 + 1.2 + 4 (-7)
Determinante = 0 + 0 + 2 - 28
Determinante = -26 L L
4m
As principais propriedades do determinante são:

z O determinante de A é igual ao de sua transposta AT 3m 3m


z Se uma fila (linha ou coluna) de A for toda igual a
zero, det(A) = 0; 12 m
z Se multiplicarmos todos os termos de uma linha
ou coluna de A por um valor “k”, o determinante
da matriz será também multiplicado por k; Para descobrir o valor de L, basta aplicar o Teore-
z Se multiplicarmos todos os termos de uma matriz ma de Pitágoras no triângulo formado pelo lado L
por um valor “k”, o determinante será multiplica- com a altura de 4m e o trecho de 3m. Veja:

4
-7
do por kn, onde n é a ordem da matriz; L² = 4² + 3²

91
z Se trocarmos de posição duas linhas ou colunas de A,
o determinante da nova matriz será igual a –det(A); L² = 16 + 9

.5
51
z Se A tem duas linhas ou colunas iguais, então
L² = 25

.7
det(A) = 0;

79
z Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, L=5m

-0
det(AxB) = det(A)det(B);
z Uma matriz quadrada A é inversível se, e somente O perímetro do trapézio é dado pela soma de seus
ZA
se, det(A) ≠ 0; quatro lados. Logo:
U
z Se A é uma matriz inversível, det(A-1) = 1/det(A). L + L + 6 + 12 = 5 + 5 + 18 = 28 m
SO

PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS


A

A área é dada por:


LV

Agora que já relembramos a parte teórica sobre


SI

geometria e matrizes, chegou o momento de resolver- A = (B + b) # h


A

mos mais questões sobre esses tipos de problemas. 2


D

Assim, saberemos exatamente como as questões são A = (12 + 6) # 4


R
O

cobradas em provas. 2
YG

A = 18 # 4
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno qua-
H

2
drado medem 100 m. Houve erro na escrituração, e ele foi
L

A = 72 = 36m2
EL

registrado como se o comprimento do lado medisse 10%


a menos que a medida correta. Nessa situação, deixou-se
2 MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

de registrar uma área do terreno igual a: Resposta: Letra A.


A
M

a) 20 m². 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O preço do litro de deter-


b) 100 m². minado produto de limpeza é igual a R$ 0,32. Se um
c) 1.000 m². recipiente tem a forma de um paralelepípedo retângu-
d) 1.900 m². lo reto, medindo internamente 1,2 dam × 125 cm × 0,08
e) 2.000 m². hm, então o preço que se pagará para encher esse reci-
piente com o referido produto de limpeza será igual a:
A área de um quadrado é L². Inicialmente, os lados
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a a) R$ 3,84.
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis- b) R$ 38,40.
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 = c) R$ 384,00.
90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m². d) R$ 3.840,00.
Então, a área que deixou de ser registrada foi de: e) R$ 38.400,00.
10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
Devemos colocar todas as medidas na mesma uni-
2. (FCC — 2017) Um terreno tem a forma de um trapézio. dade. Veja que:
Os lados não paralelos têm a mesma medida. 1,2 dam = 12m = 120dm = 1200 cm 417
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
0,08hm = 0,8dam = 8m = 80dm = 800cm O volume é dado pela multiplicação das dimensões,
Assim, o volume total é de: ou seja,
V = 1200 x 125 x 800 720 = 15 . 6 . x
V = 120.000.000 cm3 120 = 15 . x
V = 120.000 dm3 40 = 5 . x
V = 120.000 litros 8=x
Se cada litro custa 0,32 reais, o preço total será de: A área da base é:
Preço = 0,32 x 120.000 Área = 6.x = 6.8 = 48 cm2.
Preço = 38.400 reais. Resposta: Letra E. Resposta: Letra B.

4. (IBFC — 2016) Considerando as matrizes:

HORA DE PRATICAR!
< 1 2F
1 4
; E
A= 3 -2 eB=
1. (CEBRASPE-CESPE — 2022) João vai receber líquidos R$
1 2 - 3.300,00 por salário, e decidiu que vai usar 70% de sua ren-
da com despesas pessoais e aplicar o restante. Dos recur-
Então, o resultado da expressão
sos que destinará a aplicações, investirá 25% em ações de
empresas listadas na bolsa brasileira, 25% em títulos de
detA
renda fixa, 25% em fundos de investimento imobiliário e o
detB
restante em ativos lastreados em dólar. Seus estudos indi-
É igual a: caram dez empresas boas pagadoras de dividendos, com
boa liquidez e cujas ações estão com bom preço. Com
a) 4/3. base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
b) -2.
c) 3/4. Seguindo a estratégia mencionada, João aplicará 7,5% de
d) 2. sua remuneração mensal em ativos lastreados em dólar.
e) ½.

4
-7
( ) CERTO ( ) ERRADO

91
Para encontra a resposta da questão, você precisa

.5
achar o determinante de cada matriz. Sendo assim: 2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de sequências

51
3 2 numéricas, julgue o item que se seguem, consideran-

.7
det A = = 3 × 2 – (-2 × 1) = 6 + 2 = 8 do, para cálculos, que 1,0110=1,1.

79
1 2

-0
1 4 Suponha que, no período chuvoso, o volume de água em
ZA
det B = = 1 × 2 – 4 × (-1) = 6 um reservatório aumente 1% do seu volume presente por
1 2 dia. Se tiver chovido durante 20 dias seguidos, então ape-
U
SO

nas o volume de água de chuva acumulado no reservató-


Logo,
rio é superior a 21 vezes o volume inicial de água.
A
LV

detA 8 4
= = ( ) CERTO ( ) ERRADO
SI

detB 6 3
A

Resposta: Letra A. 3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Foi modelado que o espa-


D

lhamento de uma notícia em uma população — enten-


R

5. (VUNESP — 2017) Uma peça de madeira tem o forma-


O

dido como o percentual de indivíduos dessa população


YG

to de um prisma reto com 15 cm de altura e uma base que recebe essa notícia por unidade de tempo — é
retangular com 6 cm de comprimento, conforme mostra a diretamente proporcional ao percentual de indivíduos
H

figura. da população que já conhecem a notícia multiplicado


L
EL

pelo percentual de indivíduos dessa população que ain-


da não a conhecem até aquele instante. A constante k
XW

de proporcionalidade depende, entre outros fatores, do


A

impacto da notícia na vida dos envolvidos e de proprie-


M

15 cm dades dos meios de comunicação disponíveis.

Tendo como base essas informações e considerando


que, para certa notícia, k = 1, julgue o item seguinte.
x

6 cm Se, em determinado instante, o espalhamento de uma


(Figura fora de escala) notícia é igual a 16% por unidade de tempo, então, nes-
se instante, mais de 75% da população ainda desco-
Sabendo que o volume dessa peça é 720 cm3, a área nhece a notícia.
da base é
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) 40 cm2.
b) 48 cm2. 4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Um agente, com o objeti-
c) 44 cm2. vo de mensurar o risco de propagação da covid-19 em
d) 36 cm2. uma investigação na qual averiguava um possível des-
418 e) 52 cm2. cumprimento do artigo 268 do Código Penal, que define
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
como crime de infração de medida sanitária “infringir de um determinado condomínio em t anos para 0 ≤ t ≤ 15,
determinação do poder público, destinada a impedir em que t = 0 corresponda ao momento de constituição do
introdução ou propagação de doença contagiosa”, condomínio. Com base nessa situação hipotética, julgue o
obteve de uma testemunha as informações a seguir. item que se segue.

• Houve, no local investigado, uma festa, com aglome- Os quinze primeiros termos da progressão geométrica
ração de moças e rapazes; não havia álcool em gel e de primeiro termo igual a 240 e terceiro termo igual a
ninguém estava usando máscaras. 540 são iguais ao valor da função no P(t) nos números
• Cada rapaz cumprimentou exatamente uma vez a 1,2,...,15.
todos os outros rapazes com apertos de mão.
• Cada moça cumprimentou exatamente uma vez a todos ( ) CERTO ( ) ERRADO
os outros presentes com um aceno.
10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado contribuin-
Considerando que são verdadeiras as informações te, em débito com a receita estadual, constatou que
prestadas pela testemunha da situação hipotética pre- deve pagar R$ 2.100 para quitar todos os débitos,
cedente, julgue o item a seguir. após desconto concedido por aquele órgão. Após tal
desconto, o pagamento pode ser parcelado em até
O número de cumprimentos entre rapazes e moças é 10 parcelas mensais, sendo a primeira calculada pela
proporcional ao número de rapazes presentes. razão entre o valor da dívida pós- desconto e o número
escolhido de parcelas, paga no momento do acordo.
( ) CERTO ( ) ERRADO As demais têm seu valor corrigido em 10% em relação
à do mês anterior.
5. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Julgue o item a seguir,
com base em conhecimentos da matemática. Com base nessa situação hipotética, julgue o item a
seguir.
Considere que 6 bois ou 8 vacas levem 28 dias para
pastarem por completo um terreno de determinada Se o contribuinte optar por parcelar a dívida em n par-
área. Sendo assim, 9 bois e 2 vacas levarão exatamen- celas, 2 ≤ n ≤ 10, conforme previsto no acordo, então a

4
te 16 dias para pastarem um terreno de mesma área. sequência de pagamentos P1, ..., Pn forma uma progres-

-7
são geométrica, independentemente do valor de n.

91
( ) CERTO ( ) ERRADO

.5
( ) CERTO ( ) ERRADO

51
6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) o item a seguir apresenta

.7
uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a

79
11. (CEBRASPE-CESPE — 2021) o item a seguir, relativos
ser julgada, com relação a raciocínio lógico. à trigonometria do triângulo retângulo.

-0
ZA
Em uma pesquisa, perguntou-se a um grupo de pessoas Sendo, na figura seguinte, α + β = 90º, então, tg(α) =
U
o seguinte: “você está feliz com o seu trabalho atual?”. H
SO

Foram admitidos como resposta a esse questionamento h


apenas “sim” ou “não”, e cada entrevistado emitiu somen-
A

te uma única resposta. Verificou-se que, no conjunto de


LV

respostas obtidas, a quantidade de respostas “sim” foi


SI

igual a 50% da quantidade de respostas “não”. Nessa


A

situação, conclui-se que a quantidade de respostas “não”


D

foi superior a 60% do total de respostas obtidas.


R
O
YG

( ) CERTO ( ) ERRADO
H

7. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Quanto a equações e ine-


L
EL

quações de 1.º e 2.º graus, julgue o próximo item.


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
XW

Se x1 = —1 e x2 = —3 são as raízes da equação de 2.º


A

grau x2 + ax + b = 0, então não existem raízes reais para


M

equação —ax2+bx+1=0:
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
12. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Acerca de lógica mate-
8. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Julgue o item a seguir, mática, julgue o item a seguir.
relacionados a problemas aritméticos.
Se, para uma progressão aritmética, a soma dos 2 A frase “Saia daqui!” é uma proposição simples.
primeiros termos é 100 e a soma dos 6 primeiros ter-
mos é 276, então existirá um n ∈ N tal que a soma dos ( ) CERTO ( ) ERRADO
primeiros termos dessa progressão aritmética será
negativa. 13. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Assunto: Proposições:
definição, reconhecimento, princípios lógicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Uma frase afirmativa que possa ser classificada em ver-
9. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Considere que P(t) = 160. dadeira ou falsa é uma proposição. Para formular com-
(3/2)t expresse a quantidade aproximada de moradores posições de proposições simples, a lógica matemática 419
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
faz uso de alguns conectivos padronizados: a conjunção A negação da proposição P pode ser corretamente
(e, indicada por ˄); a disjunção (ou, indicada por ˅); a expressa por “Presença de evidência de um crime é
condicional (se… então, indicada por →); e a bicondicio- evidência da presença do crime.”.
nal (se, e somente se, indicada por ↔). Também tem-se
a negação, indicada por ¬, que age sobre uma proposi- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ção sozinha, negando seu sentido. Algumas sentenças,
denominadas sentenças abertas, não são consideradas 19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considere a seguinte
proposições porque seu valor- verdade depende de uma proposição.
ou mais variáveis; elas podem ser transformadas em pro-
posições pelo uso de um quantificador universal (para P: “Se a vegetação está seca e sobre ela cai uma faís-
qualquer x) ou de um quantificador existencial (existe x). ca, ocorre um incêndio.”
Com relação à proposição apresentada, julgue o item
Considerando essas informações, e que Z representa o seguinte.
conjunto dos números inteiros, julgue o item seguinte. Uma negação da proposição P pode ser expressa por
“A vegetação não está seca e sobre ela não cai uma
A seguinte afirmação é uma proposição: A quantidade faísca, mas não ocorre nenhum incêndio.”.
de formigas no planeta Terra é maior que a quantidade
de grãos de areia. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO 20. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação a estruturas


lógicas, julgue o item a seguir, nos quais são utilizados
14. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca da lógica senten- os símbolos usuais dos conectivos lógicos e as letras
cial, julgue o item que se segue. P, Q, R e S representam proposições lógicas.

A lógica bivalente não obedece ao princípio da não A negação da frase: “Se Ana é professora então ou
contradição, segundo o qual uma proposição não Pedro é médico ou Roberto é enfermeiro” é igual a
assume simultaneamente valores lógicos distintos. “Ana é professora e Pedro não é médico e Roberto não
é enfermeiro”.

4
( ) CERTO ( ) ERRADO

-7
( ) CERTO ( ) ERRADO

91
15. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Julgue o item seguinte,

.5
9 GABARITO

51
considerando a proposição P: “Como nossas reservas

.7
de matéria prima se esgotaram e não encontramos

79
um novo nicho de mercado, entramos em falência”.
1 CERTO

-0
O número de linhas da tabela-verdade associada à pro- 2
ZA ERRADO
posição P é inferior a dez.
U

3 ERRADO
SO

( ) CERTO ( ) ERRADO
4 CERTO
A
LV

16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Julgue o seguinte item, 5 CERTO


SI

considerando a proposição P: “Se o responsável pela


6 CERTO
A

indicação fizer sua parte e seus aliados trabalharem


D

duro, vencerão.”.
7 ERRADO
R
O

A tabela-verdade associada à proposição P possui


YG

8 CERTO
menos de 10 linhas.
H

9 CERTO
L

( ) CERTO ( ) ERRADO
EL

10 CERTO
XW

17. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o seguinte item, 11 ERRADO


A

considerando a proposição P: “Se o responsável pela


M

indicação fizer sua parte e seus aliados trabalharem 12 ERRADO


duro, vencerão.”.
13 CERTO
Sendo verdadeiras a proposição P e as proposições 14 ERRADO
“não venceram” e “os aliados do responsável pela indi-
cação trabalharam duro”, pode-se concluir que o res- 15 CERTO
ponsável pela indicação não fez sua parte.
16 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO 17 CERTO

18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando que P e Q 18 ERRADO


sejam, respectivamente, as proposições “Ausência de evi-
19 ERRADO
dência de um crime não é evidência da ausência do cri-
me.” e “Se não há evidência, não há crime.”, julgue a seguir. 20 CERTO

420
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAXWELL HYGOR DA SILVA SOUZA - 079.751.591-74, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar