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João Paulo Reis Menezes [1], Camila de Sousa Vieira [2], David Leonardo Nascimento
de Figueiredo Amorim [3]
[1] joaoreismzs@gmail.com. Universidade Federal de Sergipe/Departamento de Engenharia Civil. [2] milavieira@gmal.com. Universidade
Federal de Sergipe/Programa de Pós-Graduação em de Engenharia Civil. [3] david.amorim@ufs.br. Universidade Federal de Sergipe/
Departamento de Engenharia Civil/Programa de Pós-Graduação em de Engenharia Civil.
Resumo
Neste trabalho é estudada a relação inerente entre os parâmetros de instabilidade α e γz. Tais parâmetros são
amplamente difundidos na concepção de projetos no Brasil para determinar a necessidade da consideração
dos efeitos globais de segunda ordem. Assim, propõe-se uma relação analítica entre os parâmetros α e γz a
partir de um modelo simples. A equação proposta é ajustada para edifícios de concreto armado e alvenaria
estrutural. Para tanto, são utilizados valores de projeto de α e γz de trinta edifícios de concreto armado e vinte e
dois de alvenaria estrutural. Os resultados obtidos comprovam a acurácia da formulação proposta para ambos
os tipos de edificação.
Abstract
The inherent relation between the instability parameters α and γz is studied in this paper. Such parameters
are simplified criteria widely used in structural design in Brazil to evaluate the necessity to consider the global
second order effects. Thus, an analytical relation between the parameters α and γz is proposed through a
simple example. For this, design values of α and γz of thirty reinforced concrete buildings and twenty-two
masonry buildings were used. The obtained results prove the accuracy of the proposed formulation for both
types of construction.
A partir da equação (1), define-se o parâmetro α como: momento fletor de primeira ordem (M1) com os
incrementos de todos os n passos, ou seja:
(2) (6)
Admitindo-se que a barra é uma representação Para que haja convergência, o incremento de
simplificada de uma edificação e que o seu peso total momento de um determinado passo deve ser menor
em serviço é dado por: do que o incremento de momento do passo anterior.
Logo, assumindo que a convergência se dá por uma
taxa de decaimento constante, tem-se:
(3)
(7)
o parâmetro α passa a ser descrito por:
(9)
(5)
Isolando-se M2 e assumindo-se que um grande
número de passos é necessário para que se obtenha
convergência, obtém-se:
Ainda, o valor limite α1 = 0,6 é indicado para
estruturas cujo sistema de contraventamento é dado
por associação de pórticos e pilares-parede. Esse valor (10)
limite pode ser aumentado para α1 = 0,7, no caso de
contraventamento constituído exclusivamente por
pilares-parede, e é adotado α1 = 0,5 quando só houver Assim, o termo que multiplica M1 é chamado de
pórticos (ABNT, 2014). coeficiente γz, podendo ser reescrito como:
Essa variação dos valores de α1 se dá devido às
diferenças entre as formas deformadas do edifício,
relacionadas com a presença desses elementos de
contraventamento. (11)
2. 3 Coeficiente γz
Considere-se que os efeitos globais de segunda A partir desta dedução, a NBR 6118 (ABNT, 2014)
ordem em uma estrutura são calculados a partir de determina que o coeficiente γz pode ser obtido pela
um processo incremental-iterativo. Assim, o momento seguinte expressão:
fletor de segunda ordem (M2) é dado pela soma do
4 Resultados da pesquisa
(15)
A equação proposta foi ajustada para os edifícios
de concreto armado (CARMO, 1995) e de alvenaria
estrutural (CAMPOÓ; CORRÊA; RAMALHO, 2005)
, sendo EI a rigidez à flexão da barra. citados anteriormente.
Admitindo-se que essa barra pode ser entendida Para o ajuste nos edifícios de concreto armado, o
como uma simplificação para edifícios, é possível parâmetro k é igual a 0,209, resultando em R2 = 0,9824.
calcular o coeficiente γz. Assume-se ainda que as Nota-se que o coeficiente de determinação do ajuste
cargas pk e Nk não estão majoradas e são simplificações é bastante satisfatório, apesar de ser pouco inferior
para a ação do vento (ABNT, 1988) e do peso da ao obtido por Carmo (1995). A Figura 5 mostra a
estrutura em utilização (ABNT, 2019), respectivamente. comparação entre a equação proposta e o polinômio
Com base na NBR 8681 (ABNT, 2003), dentre as apresentado por Carmo (1995).
possíveis combinações de ações percebe-se que a Já para os edifícios de alvenaria estrutural,
pior situação para o cálculo do coeficiente γz se dá obteve-se k = 0,097 e R2 = 0,9967. Observa-se que o
quando a carga horizontal é a ação variável secundária ajuste proposto é bastante acurado, com coeficiente
(CARVALHO; PINHEIRO, 2013). Logo, ΔMtot,d e M1,tot,d de determinação levemente abaixo do obtido por
são dados por: Campoó, Corrêa e Ramalho (2005). A comparação
entre a equação proposta e o polinômio apresentado
por Campoó, Corrêa e Ramalho (2005) é mostrada na
(16)
Figura 6, na página seguinte.
(18)
(19)
Figura 6 – Comparação entre a relação α-γz de com estrutura em alvenaria estrutural quanto em
Campoó, Corrêa e Ramalho (2005) e a equação concreto armado. Para trabalhos futuros, sugere-se
proposta neste artigo por meio do programa a implementação dessa relação em mais edifícios, de
SciDAVis (VASILIEF, GADIOU e FRANKE, 2008) modo que seja possível ajustar a equação proposta
para construções de diferentes regiões, por exemplo.
Referências