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A Estratégia, o Mercado e As Dificuldades Do Facility Management No Brasil Perspectivas
A Estratégia, o Mercado e As Dificuldades Do Facility Management No Brasil Perspectivas
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1. Introdução
O termo Facility Management (FM), também encontrado na literatura como Facilities
Management ou gestão de facilidades, surgiu nos Estados Unidos (EUA), aonde é utilizado no
processo empresarial imobiliário há aproximadamente 25 anos. Desde então, o FM vem se
popularizando entre consultores e empresas multinacionais, geralmente, inseridas no mercado
imobiliário (Best, Langston e Valence, 2002). Esta ferramenta de gestão chegou ao Brasil em
meados do ano 2000.
O mercado imobiliário é considerado de grande porte e subdividido em dois grupos de
imóveis: residenciais e comerciais. A característica-chave que diferencia estes grupos está
relacionada ao tipo de exploração da propriedade, isto é, para a moradia ou para a
comercialização de produtos ou prestação de serviços. Geralmente, os imóveis residenciais
produzem poucos custos de exploração e de manutenção durante o tempo de utilização,
enquanto os imóveis comerciais, quase sempre, produzem elevados custos operacionais e de
manutenção. Contudo, mesmo os imóveis residenciais tendo custos de exploração menores,
estes custos associados aos custos de manutenção ainda são considerados significativos. Os
gastos totais com estes imóveis é o principal fator motivador da busca pela otimização dos
ativos, tanto pela redução dos custos operacionais, quanto pela otimização da utilização do
imóvel, visando à melhoria da rentabilidade deste bem (Pierschke, 2000). Esse conjunto de
técnicas originou o que se conhece como FM.
Atualmente, as principais usuárias dos serviços de FM são empresas de grande porte
de setores da construção civil, da administração imobiliária e da informática, especialmente,
na Europa, América do Norte e Ásia, aonde o FM é mais conhecido. Vale destacar que os
países que já atingiram um alto grau de desenvolvimento deste serviço são: Alemanha, Grã-
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Empresas artesanais
Mercado Empresas de
Empresas de para serviços de sinalização, de comando
limpeza e de FM externo e de instalações básicas
segurança
Construtoras Empresas de
sistemas
enérgeticos
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Medida de construção
Custos influenciável
Medidas de otimização
Prazo
Planejamento Construção Exploração
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FIGURA 3 – Custos versus exatidão dos dados. Fonte: Braun, Osterle e Haller (2003).
Todos os dados devem ser mantidos, historicamente, de forma que proporcionem
informações com maior qualidade, pois, com o passar do tempo, os dados contemplam uma
série histórica e a base de dados se torna mais sólida. Para Nävy (2006) o objetivo consiste em
identificar e coletar todos os dados sobre os custos, com as quais as informações sobre os
recursos e seu racionamento estarão a disposição da administração da organização para gerar
informações diversas sobre custos, com a possibilidade, inclusive, de reduzir o tempo da
geração de informações e, consequentemente, reações mais rápidas.
O terceiro enfoque do FM diz respeito à consolidação dos dados dos diversos setores
de modo que as informações sejam cabais. No passado, estas informações sobre os recursos
eram coletadas e armazenadas nos próprios departamentos, isoladamente, sem padrão de
abrangência ou de extensão. Já com o FM, as informações são armazenadas em um único
banco de dados que se situa um nível acima dos departamentos, de forma que esteja acessível
a todas as divisões da empresa (Nävy, 2006). Desse modo, o FM não observa recursos
isolados dos processos e se posiciona como centralizador de informações de todos os
departamentos, conforme apresentado na Figura 4.
O FM se baseia em um princípio que implica na visualização periódica e funcional de
todas as informações do imóvel, ultrapassando os limites do objeto (imóvel) e da fase de
desenvolvimento do empreendimento, proporcionando a otimização dos processos (Grabatin,
Ehrenheim & Heß, 2002). Para Nävy (2006), a complexidade dos recursos, o longo período
do ciclo de vida e a importância da quantificação dos custos implicam em tarefas múltiplas e
muito diferenciadas pelo FM.
Nas palavras de Heß (2002), existem três diferentes enfoques em um imóvel: o
técnico, o infra-estrutural e o administrativo. De acordo com Nävy (2006), a visão técnica
aliada à visão administrativa proporciona uma visão global do FM. Contudo, diversas vezes
aplica-se somente a fase de exploração do FM e, portanto, com um enfoque mais voltado a
aspectos operacionais.
Nestes casos, esta representa uma aplicação parcial e limitada do FM porque, como
destaca a Associação Alemã de Produtores de Máquinas e Equipamentos (Verband Deutscher
Maschinen und Anlagenhersteller), o FM deve ser aplicado também no nível estratégico
(May, 2006).
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Gestão
de edifícios
Administração Gestão
de segurança de imóveis
Recursos Facility
Management Controladoria
produtivos
Gestão Comunicação/
ambiental TI
Gestão de recur-
…
sos energéticos
Manutenção
Técnica Administrativa
Concepção Destruição
Construção Exploração
planejamento
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5. Conclusão
O FM pode ser entendido como um serviço completo que inclui a terceirização de
tarefas internas aplicado à exploração de imóveis. Os serviços de FM são mais conhecidos na
Europa, América do Norte e parte da Ásia e são mais desenvolvidos na Alemanha, Grã-
Bretanha e Estados Unidos. No Brasil, o conceito de serviços de FM somente foi introduzido
por volta do ano 2000, consolidando-se com a criação da Abrafac, em 2004, que atualmente
conta com 240 empresas associadas.
O mercado imobiliário brasileiro é considerado pouco desenvolvido e os estudos
existentes não permitem informações diretas sobre o segmento de FM. Por este motivo, o
mercado de FM foi avaliado por meio de estimativas baseadas em duas diferentes formas: a
primeira se baseia no valor total dos imóveis e a segunda, na soma dos submercados de FM.
Grande parte destes dados é proveniente de bases de dados do IBGE e da Abraman.
Na estimativa baseada no valor total dos imóveis, foi utilizado o valor total dos
imóveis comerciais e industriais, sobre o qual foi aplicada uma taxa percentual de custo de
FM em relação ao valor total dos imóveis. Por meio deste cálculo, estima-se que o valor do
mercado de FM some de R$ 100 a R$ 200 bilhões/ano. Já na aplicação do segundo método –
a soma dos submercados – considerou-se como base o valor do submercado de manutenções
que é de R$ 65 bilhões, o submercado de segurança totalizou entre R$ 10 e 35 bilhões/ano e
os demais submercados na faixa de R$ 15 a 30 bilhões. Na estimativa baseada no mercado
total de serviços, se estima que o valor do mercado de FM seja de R$ 90 a 140 bilhões/ano.
Com base nestas duas estimativas, estima-se, de forma conservadora, que o volume total do
mercado de FM é de aproximadamente R$ 100 bilhões/ano, com grandes chances de ser ainda
maior.
Uma limitação destas estimativas decorre da recente e atual crise econômica originada
no mercado imobiliário dos EUA que, aparentemente, se alastra pelos demais mercados e
países do mundo, assinalando uma desaceleração da economia global e, portanto, podendo
afetar também, em diferentes níveis, o mercado de FM no Brasil. Contudo, ao mesmo tempo,
em tempos de crise, os serviços de FM podem ser afetados positivamente por meio da busca
pela racionalização de gastos e pela melhoria de resultados.
Outra limitação decorre da utilização de dados indiretos para a realização das
estimativas. Existe uma grande dificuldade para a avaliação do mercado de FM, pois a
obtenção de dados sobre estes serviços realizados de forma não terceirizada – internos – não
estão inclusas nas informações do mercado. Aliado a este fato, tem-se, ainda, a inexistência de
dados totais e confiáveis sobre imóveis e seus custos no Brasil.
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