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Proposta da Cadeia de Valor de uma Instituição de Ensino Superior

Tecnológico

Resumo

Este trabalho tem como objetivo modelar a cadeia de valor tendo como objeto de estudo
a Faculdade de Tecnologia Guaratinguetá - FATEC. A cadeia de valor é uma ferramenta
utilizada para identificar, gerenciar e planejar a obtenção de vantagem competitiva. No
caso da FATEC entendemos como vantagem competitiva o atingimento de metas de
desempenho institucional, e o atendimento das expectativas dos stakeholders (partes
interessadas) quanto a formação de Tecnólogos. Estudantes e Empregadores são os
principais clientes das Instituições de Ensino Superior Tecnológico IEST. Para a
elaboração da cadeia de valor foram escolhidas as atividades de apoio primárias e
secundarias bem como as atividades primárias, com base na literatura e na experiência
dos pesquisadores – docentes da Instituição. A pesquisa é de abordagem quantitativa,
aplicada, utilizando como instrumento de pesquisa um questionário para medir o grau
da importância de atividades classificadas como primárias. O questionário foi aplicado
como piloto e validado com 5 docentes da instituição e após foi submetido aos 70
docentes da unidade obtido 48 respostas. A partir da pesquisa foi possível elaborar a
cadeia de valor da IEST estudada.

Palavras-chave: Cadeia de Valor. Ensino Superior Tecnológico. Vantagem


Competitiva.

Abstract

This work aims to model the value chain having as object of study the Faculdade de
Tecnologia Guaratinguetá - FATEC. The value chain is a tool used to identify, manage
and plan to obtain a competitive advantage. In the case of FATEC, we understand as a

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competitive advantage the achievement of institutional performance goals, and meeting
the expectations of stakeholders (stakeholders) regarding the training of Technologists.
Students and Employers are the main customers of IEST Technological Higher
Education Institutions. For the elaboration of the value chain, the primary and secondary
support activities were chosen, as well as the primary activities, based on the literature
and on the experience of the researchers – professors of the Institution. The research has
a quantitative approach, applied, using a questionnaire as a research instrument to
measure the degree of importance of activities classified as primary. The questionnaire
was applied as a pilot and validated with 5 professors of the institution and after that it
was submitted to the 70 professors of the unit, obtaining 48 answers. From the research
it was possible to elaborate the value chain of the studied IEST.

Keywords: Value Chain. Higher Technological Education. Competitive Advantage.

1. INTRODUÇÃO

A cadeia de valor é uma ferramenta utilizada para identificar, gerenciar e planejar a


obtenção de vantagem competitiva. No caso da FATEC, entende-se como vantagem
competitiva o atingimento de metas de desempenho institucional, e o atendimento das
expectativas dos stakeholders (partes interessadas) quanto a formação de Tecnólogos.
Estudantes e empregadores são os principais clientes das Instituições de Ensino
Superior Tecnológico (IEST).
Os estudantes selecionam as IEST com base em fatores como reputação acadêmica,
potencial para obtenção de emprego, gratuidade do ensino entre outros. Os
empregadores contratam graduados com base nas competências adquiridas na sua
formação. Segundo Tatikonda (2007), são quatro os fatores de sucesso de um curso:
conteúdo (o que ensinar), pedagogia (como ensinar), organização (a ordem em que os
tópicos devem ser apresentados) e avaliação (como avaliar a aprendizagem do aluno).
As maneiras como os professores selecionam e implementam esses recursos, nos cursos,
têm um impacto significativo no que os alunos aprendem e na qualidade da formação do
aluno. Os professores geralmente fazem escolhas com base em suas expectativas sobre
o que os alunos precisam aprender e desempenhar.

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Como uma ferramenta, a cadeia de valor é utilizada para identificar, gerenciar e planejar
a obtenção de vantagem competitiva. Porter (1985) categorizou as atividades em uma
instituição como atividades primárias e atividades de suporte e classificou as operações
com base nessa categorização. As atividades primárias foram determinadas como
logística de entrada, operações, logística de saída, marketing e vendas e serviços. Para
este trabalho, foram mantidas essas categorizações, sendo que as atividades de suporte
foram divididas em primárias e secundárias. Assim, as atividades de suporte secundárias
foram determinadas como compras, gestão de recursos humanos, desenvolvimento
tecnológico e infraestrutura, e as atividades de suporte primárias como sendo
tecnologia, treinamento e desenvolvimento de pesquisa, ensino aprendizagem,
administração acadêmica e captação de recursos.
Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo modelar a cadeia de valor da
FATEC Guaratinguetá, com vistas a conhecer as atividades primárias que agregam
valor ao seu sistema educacional.
Para a elaboração da cadeia de valor foram escolhidas as atividades de apoio primárias e
secundárias bem como as atividades primárias. Essas atividades foram escolhidas com
base na literatura e na experiência dos pesquisadores como docentes de uma IEST.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A dinâmica na mudança do setor de ensino superior exige que vantagens competitivas


nesse setor sejam criadas sempre que possível. Para criar vantagem competitiva, o
conceito de “cadeia de valor” foi inicialmente proposto por Michael Porter (1985). Ele o
concebeu como uma estrutura para capturar a cadeia de atividades realizadas em uma
organização de manufatura e identificar a natureza inter-relacionada dessas atividades.
Existem cinco serviços primários e quatro serviços de apoio na cadeia de valor proposta
por Porter. As atividades primárias no modelo de cadeia de valor são: logística interna,
operações, logística externa, marketing e vendas e serviços. Os serviços de suporte são:
recursos humanos, tecnologia, infraestrutura da empresa e compras.

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O modelo de cadeia de valor é uma ferramenta útil para definir as competências
essenciais de uma empresa e as atividades nas quais ela pode buscar uma vantagem
competitiva de custo e diferenciação. O modelo genérico de cadeia de valor exige que
as atividades de uma empresa sejam segregadas em componentes discretos para que a
análise da cadeia de valor seja realizada. No entanto, no caso do setor de serviços, como
o negócio educação foco desse trabalho, suas quatro características básicas de
intangibilidade, inseparabilidade, não estoque e inconsistência interferem na
configuração da cadeia de valor.

Porter (1985) desenvolveu a cadeia de valor para identificar as competências essenciais


e explicar os padrões de comportamento dos custos, de acordo com a estratégia
empresarial escolhida. Além disso, pode ser usado para identificar as inter-relações
entre as atividades que geram valor para empresa, com base na avaliação dos clientes. O
valor é a base da análise, não o custo, pois em casos de diferenciação os custos podem
ser mantidos elevados de propósito. O objetivo da cadeia de valor é estender além das
fronteiras organizacionais e levar em consideração as ligações entre fornecedores e
clientes. Além disso, as vantagens competitivas sustentáveis, que uma empresa criou,
são identificadas por meio de uma análise da cadeia de valor. Portanto, a cadeia de valor
genérica de Porter pode fornecer informações sobre como projetar outras cadeias de
valor.

Sison, R., Pablo, Z. C. & E-college Team (2000), mencionaram que a cadeia de valor de
uma universidade moderna pode ser vista como uma rede de atividades centradas nas
atividades de ensino, pesquisa e serviços à comunidade, que, por sua vez, envolvem a
estratégia educacional, entrega dos sistemas de educação, avaliação, pesquisa e
desenvolvimento, e extensão. Cada um desses processos agrega valor a todo o sistema
educacional oferecido aos alunos. Como apoio a esses processos estão as atividades de
recrutamento, admissão, matrícula, atendimento acadêmico e suporte a ex-alunos.

Van der Merwe e Cronje, (2004) observaram que os processos incluídos em uma cadeia
de valor educacional devem incluir apenas os processos essenciais de alto nível

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necessários para alcançar um resultado predeterminado. Com o foco nos resultados, eles
usaram as etapas a seguir para determinar a cadeia de valor.

1. Definir o resultado ou escopo no qual a cadeia de valor se concentrará.


2. Identificar uma metodologia com levantamento de requisitos que se
concentrem na identificação dos processos de alto nível nos domínios da
aplicação da cadeia de valor.
3. Identificar os processos de alto nível nos domínios da aplicação da cadeia de
valor.
4. Usar o modelo de processo de alto nível desenvolvido para derivar a
sequência de processos necessária para alcançar o resultado pretendido.

Segundo Dorri, Yarmohammadian e Nadi, 2012 existem duas grandes direções para a
classificação dos processos acadêmicos: 1) as principais atividades de ensino e 2) todas
as demais atividades. As atividades que não estão diretamente relacionadas ao processo
educacional e que não agregam valor para os alunos, podem ser classificadas como
adicionais. Para a execução normal do processo educacional é necessário planejar e
executar muito bem todas as atividades de apoio. Assim, eles decompõem os processos
educacionais nos seguintes grupos: Categoria, Grupo de Processos, Processo e
Atividade.

Pathak e Pathak (2010) revisitou a análise da cadeia de valor de Porter e estendeu sua
aplicação ao setor de ensino superior. Em uma revisão sobre esse conceito redefiniu as
atividades de criação de valor para o ensino superior com sendo: matrículas de
estudantes, bolsas de pesquisa e publicações, treinamento de ensino e aprendizagem,
pesquisa e serviços de treinamento e desenvolvimento, tecnologia, avaliação do ensino
do aluno e visibilidade. Ao reconfigurar o modelo de cadeia de valor revelam a
importância dos serviços de suporte, a tendência emergente de ensino e aprendizagem
(em grande parte independente da presença física, ou seja, reduzindo o nível de
contato), a tecnologia como facilitadora e criadora de vantagens de custo e eficiência
aprimorada, e a formalização dos serviços de marketing e vendas.

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O quadro 01 apresenta os autores pesquisados e suas contribuições para a formulação da
cadeia de valor de instituições de ensino superior.

Quadro 01. Autores pesquisados e modelos de atividades de apoio e primárias

Autor Atividades de apoio Atividades Primárias

Pathak e Pathak, 2010  Matrículas de alunos  Publicações


 Bolsas de pesquisa  Avaliação de alunos
 Tecnologia  Formação (ensino e
 Visibilidade aprendizagem)
 Desenvolvimento de Pesquisa
 Infraestrutura universitária  Preparando o Ensino
 Serviços de apoio  Fornecendo Ensino
académico/Serviços aos  Tutoria e supervisão
estudantes  Ensino e aprendizagem
Hutaibat (2011) Administração/Serviços  Pesquisando
profissionais Apoio ao pessoal  Examinando
académico  Sendo examinado
 Atividade intermediária: Gestão
divisional
 Infraestrutura universitária  Recrutamento de Estudantes
 Gestão de Recursos Humanos  Ensino: Educação Técnica
Groves et al. (1997)  Serviço de Apoio Acadêmico  Ensino: Educação Não Técnica
 União de Estudantes e Social
 Acomodação estudantil  Identificação e Seleção do
 Gestão Departamental Projeto de pesquisa
 Financiamento e
 Operações de Pesquisa
 Infraestrutura da empresa  Desenvolvimento do Curso
 Gestão de recursos humanos  Apresentação da unidade
Merwe e Cronje, 2004
 Tecnologia (Sistema Acadêmico) curricular
 Suporte acadêmico ao estudante

 Infraestrutura da instituição  Atividades de sala de aula


Conto, Britto e Schonorrrberger  Gerenciamento de recursos  Tecnologia
(2013) humanos  Professores
 Desenvolvimento de tecnologia
 Compras e suprimentos
 Recursos humanos  Aprendizagem do aluno
 Infraestrutura  Desenvolvimento de
 Tecnologia habilidades de ensino
 Treinamento e desenvolvimento  Desenvolvimento de
Dorri, Yarmohammadian e Nadi, da pesquisa habilidades de pesquisa
2012  Ensino e aprendizagem  Publicações
 Administração acadêmica
 Compras

 Recrutamento de professores  Reconhecimento regulatório


 Infraestrutura e ferramentas  Espírito de aprendizagem
Makkar, etal., 2008 modernas
 Biblioteca com relevantes livros
 Serviços de pós-venda
Fonte: Os autores (2022)

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3. MÉTODO

A pesquisa, de natureza aplicada, teve uma abordagem quantitativa visando conhecer o


grau de importância que os professores de uma Faculdade de Tecnologia (FATEC) têm
sobre as atividades primárias e de apoio que geram valor ao negócio.

Para tanto foi aplicada uma pesquisa survey, por meio do formulário Google Forms, aos
professores da FATEC, com questionário adaptado da literatura indicada no quadro 01.

Para a escolha das atividades, primárias e de apoio, foram realizadas pesquisas


bibliográfica e documental. Da literatura foram selecionadas 4 atividades secundárias de
apoio, 5 atividades primárias de apoio e 6 atividades primárias que levaram a elaboração
do questionário.

A pesquisa foi feita com 70 professores da FATEC Guaratinguetá tendo retornado 48


respostas. Os gráficos 01, 02, 03 e 04 mostram as características de formação e
institucional dos professores pesquisados.

O questionário pedia que os respondentes expressassem o seu grau de importância,


utilizando uma escala Likert de cinco pontos, com 15 perguntas agrupadas em 3
sessões, e uma sessão extra onde se priorizavam as atividades da sessão 3.

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Para a análise dos dados foram utilizados o Coeficiente de Variação (CV) e o Alpha de
Cronbach. O primeiro permite conhecer a dispersão dos dados e a homogeneidade das
respostas. O Alpha de Cronbach (α) é um coeficiente de consistência interna que
permite avaliar a homogeneidade, equivalência e intercorrelação de dados para estimar a
confiabilidade e validade de uma medida das respostas de um determinado questionário.

O CV pode ser interpretado como a variabilidade dos dados em relação à média. Quanto
menor o CV mais homogêneo é o conjunto de dados. É um número puro, que será
positivo se a média for positiva e será zero quando não houver variabilidade entre os
dados. Usualmente expresso em porcentagem, indicando o percentual que o desvio
padrão é menor (100% CV<100%) ou maior (100%CV>100%) do que a média.

Para interpretação dos resultados utilizando o Coeficiente de Variação, levamos em


conta o proposto por Oliveira (2010), conforme tabela 1.

Tabela 1 - Coeficiente de variação

Coeficiente de variação Significado

Menor ou igual a 15% Baixa dispersão. Dados homogêneos

Entre 15% e 30% Média dispersão

Maior que 30% Alta dispersão. Dados heterogêneos

Fonte: Oliveira (2010)

Na avaliação das respostas também foi utilizado o Alpha de Cronbach que compara os
resultados obtidos pelo instrumento de pesquisa. Azevedo (2013), cita que apesar de não
haver um consenso acerca da aplicação da confiabilidade, um alpha > 0,7 é aceitável.

Maroco e Garcia-Marques (2006) elaboraram pesquisa onde mostram os níveis de


confiabilidade recomendados por diversos autores e que serve de base para análise.
Tabela 2.

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Tabela 2 - Critérios de recomendação de confiabilidade estimada pelo α de Cronbach

Autor Condição α considerado aceitável

Previsão individual Acima de 0.75


Davis, 1964
Previsão para grupos de 25-50 Acima de 0.5

Investigação fundamental 0.7-0.8


Kaplan & Sacuzzo, 1982
Investigação aplicada 0.95

Fiabilidade inaceitável <0.6

Murphy & Fiabilidade baixa 0,7


Davidsholder, 1988 Fiabilidade moderada a elevada 0.8-0.9

Fiabilidade Elevada >0.9

Investigação preliminar 0.7


Nunnally, 1978 Investigação fundamental 0.8
Investigação aplicada 0.9-0.95
Fonte: Maroco e Garcia-Marques (2006)

Já, Gleim e Gleim (2003) sugerem os valores apresentados na tabela 3.

Tabela 3 - Valor de Referência do alpha de Cronbach


Valor de α Consistência Interna

α > 0,90 Muito alta

0,75 < α ≤ 0,90 Substancial

0,60 < α ≤ 0,75 Moderada

0,30 < α ≤ 0,60 Razoável

α ≤ 0,30 Pequeno

Fonte: Gliem e Gliem (2003)

A partir dessas referências foram analisados os resultados das respostas dos


entrevistados quanto a sua homogeneidade, consistência e confiabilidade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados da pesquisa e a análise dos resultados, utilizando procedimentos


estatísticos, com o objetivo de examinar a consistência, confiabilidade e homogeneidade

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das respostas bem como apresentar a cadeia de valor com base nos resultados da
pesquisa, são apresentados nesse tópico.

4.1 Análise dos resultados a partir dos dados dos respondentes utilizando o
Alpha de Cronbach.

Confiabilidade representa estabilidade ou consistência dos valores dados entre os


respondentes de um questionário. O método interno desenvolvido por Cronbach (1951)
avalia a homogeneidade, equivalência e intercorrelação de itens para estimar a
confiabilidade de uma medida para uma única submissão de um questionário a um
grupo de respondentes.

A confiabilidade da consistência interna dos instrumentos padronizados utilizados em


pesquisas empíricas, com a finalidade de mensuração de determinados construtos ou
fatores e significa o grau em que os itens que compõem esses fatores estão relacionados.
A confiabilidade de um questionário é uma avaliação quantitativa de sua consistência.
Isso é avaliado pelo emprego do coeficiente alfa de Cronbach (Nunnally, 1978 apud
Cortina, 1993). O alfa () de Cronbach varia de zero (sem confiabilidade) a um
(confiabilidade perfeita).

O Alpha de Cronbach (α) é o teste mais comum dentro do método de consistência


interna. A maioria dos pesquisadores usa este modelo para testes de confiabilidade para
desenvolver instrumentos de medição para construções de questionários.

Nesta pesquisa realizamos testes usando o alfa de Cronbach, e a Tabela 4 mostra os


resultados calculados.

Tabela 4 – Alpha de Cronbach das atividades da Cadeia de Valor

Itens Atividades Alfa de Cronbach

1 Infraestrutura da Unidade (Salas de Aula, Secundárias de 0,82


laboratórios, biblioteca) Apoio

2 Gerenciamento dos Recursos Humanos


(Processo seletivo docente).

3 Gerenciamento de Compras, (Suprimentos e


materiais de laboratório)

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4 Gerenciamento de serviços (gestão do
patrimônio, manutenção, limpeza e segurança)

5 Tecnologia (Equipamentos de informática


adequados, softwares)

6 Treinamento e Desenvolvimento de Pesquisa


(Professores em RJI, Projetos de pesquisa em
HAE)
Primárias de
7 Ensino e Aprendizado (Uso de metodologias 0,80
Apoio
inovadoras de ensino)

8 Administração Acadêmica (Trabalho com


Ingressantes, Serviços acadêmicos, matrículas)

9 Captação de Recursos (Órgãos de fomento,


geração de recursos próprios)

10 Atividades de sala de aula

11 Atividades em Laboratórios

12 Projetos integradores/interdisciplinares
Primárias 0,88
13 Biblioteca com acervo físico

14 Iniciação científica

15 Acesso a Bibliotecas Digitais

Análise de todas as respostas 0,92

Fonte: os autores (2022)

Os coeficientes alfa para as 15 atividades foi de 0,92. Os coeficientes alfa para cada
conjunto de atividades variaram de um mínimo de 0,80 a um máximo de 0,88,
indicando alta confiabilidade do instrumento. Resultados com coeficientes acima de
0,70 já mostram que há confiabilidade e consistência dos instrumentos de pesquisa
(NUNNALLY, 1978 apud CORTINA, 1993).

4.2 Análise das atividades da cadeia de valor a partir do Coeficiente de


Variação.

Conforme apontado no método o Coeficiente de Variação permite conhecer a


homogeneidade das respostas e apontar se há uma divergência razoável de percepção
entre fatores avaliados pelos entrevistados.

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De acordo com Oliveira (2010), os resultados podem ser considerados homogêneos e
com baixa dispersão se o CV for menor ou igual a 15%, com média dispersão de
estiverem entre 15% e 30% e alta dispersão e com dados heterogêneos se o CV for
maior que 30%. A Tabela 5 apresenta os dados resultados da pesquisa.

Tabela 5 – Coeficiente de variação dos fatores pesquisados

Desvio Coeficiente de
Itens Atividades Média
Padrão Variação

1 Infraestrutura da Unidade (Salas de Aula, laboratórios, 4,63 0,63 13,7%


biblioteca)

2 Gerenciamento dos Recursos Humanos (Processo 4,71 0,61 13,0%


seletivo docente).

3 Gerenciamento de Compras, (Suprimentos e materiais 4,44 0,76 17,2%


de laboratório)

4 Gerenciamento de serviços (gestão do patrimônio, 4,46 0,79 17,7%


manutenção, limpeza e segurança)

5 Tecnologia (Equipamentos de informática adequados, 4,54 0,76 16,8%


softwares)

6 Treinamento e Desenvolvimento de Pesquisa 4,50 0,82 18,1%


(Professores em RJI, Projetos de pesquisa em HAE)

7 Ensino e Aprendizado (Uso de metodologias 4,77 0,42 8,8%


inovadoras de ensino)

8 Administração Acadêmica (Trabalho com Ingressantes, 4,58 0,64 14,0%


Serviços acadêmicos, matrículas)

9 Captação de Recursos (Órgãos de fomento, geração de 4,19 0,90 21,6%


recursos próprios)

10 Atividades de sala de aula 4,77 0,47 9,8%

11 Atividades em Laboratórios 4,67 0,59 12,6%

12 Projetos integradores/interdisciplinares 4,60 0,60 13,1%

13 Biblioteca com acervo físico 4,25 0,95 22,3%

14 Iniciação científica 4,29 0,87 20,2%

15 Acesso a Bibliotecas Digitais 4,54 0,87 19,0%

Fonte: O autor (2021)

A atividade 7 foi a que apresentou o melhor indicador de homogeneidade dos


respondentes, qual seja 8,8% seguido pela atividade 10. Ambas estão ligadas as
atividades de sala de aula e de ambientes de ensino aprendizagem. Além dessas as

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atividades 1, 2, 8, 11 e 12 mostram uma baixa dispersão das respostas o que significa
alta homogeneidade.

As demais atividades estão com média no intervalo de concordância e dentro dos limites
de média dispersão o que significa que podem ser considerados como importantes para
os respondentes. Cabe ressalvar que todos as atividades tiveram média acima de 4
pontos. O gráfico 5 mostra esses limites e coeficientes de variação dos fatores.

Gráfico 5 – representação das faixas de dispersão e dos coeficientes de variação .

Média dispersão

Baixa dispersão

Fonte: Os autores (2021)

Com as respostas obtidas na pesquisa foi possível propor uma cadeia de valor da
FATEC Guaratinguetá. Com relação as atividades primárias são as que agregam valor,
em particular ligadas as operações. Essas atividades foram priorizadas na pesquisa pelos
docentes. Foi solicitado que fossem priorizadas as atividades primárias tendo o seguinte
resultado apresentado na tabela 6.

Tabela 6 – Prioridade das atividades primárias

RESPOSTAS

Prioridade Atividades Acesso a


Atividade de Projeto Biblioteca Iniciação
de Sala de Biblioteca
Laboratório Integrador Física Científica
Aula digital

1 20 4 4 3 2 3
2 5 15 5 2 3 4
3 2 9 13 3 2 7
4 2 2 9 9 8 8
5 5 2 2 10 13 4
6 2 4 3 9 8 10
Fonte: Os autores (2022)

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5. Nova Cadeia de Valor
Com relação as atividades descritas na logística de entrada: Professores e
Recursos de Pesquisa, optamos por mantê-las como se apresenta, pois, são consideradas
necessárias as atividades de aprendizagem dos alunos e não há hierarquia entre elas.
Desse modo, os respondentes colocaram as atividades primárias com as
prioridades alocadas na tabela 7.

Tabela 7 – Prioridades definidas

Prioridade Atividade

1 Atividades de Sala de Aula

2 Atividade de Laboratório

3 Projeto Integrador

4 Biblioteca Física

5 Iniciação Científica

6 Acesso a Biblioteca digital

Fonte: Os autores (2022)

Consideramos com quarta prioridade a atividade Biblioteca Física pois teve mais
indicações do que a iniciação científica.

A figura 1 mostra a cadeia de valor reformulada a partir dos dados da pesquisa,


colocando em ordem de prioridades as atividades relacionadas nas operações da cadeia.

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Figura 1. Cadeia de Valor da FATEC Guaratinguetá

Atividades 1. Gerenciamento dos Recursos Humanos (Processo seletivo docente)


de Apoio 2. Infraestrutura da Unidade (Salas de Aula, laboratórios, biblioteca)
Secundári 3. Gerenciamento de Compras (Suprimentos e materiais de laboratório)
o 4. Gerenciamento de serviços (Gestão do patrimônio, manutenção, limpeza e segurança)
1. Ensino e Aprendizado (Uso de metodologias inovadoras de ensino)
2. Administração Acadêmica (Trabalho com Ingressantes, Serviços acadêmicos,
Atividades matrículas)
de Apoio 3. Tecnologia (Equipamentos de informática adequados, softwares)
Primário 4. Treinamento e Desenvolvimento de Pesquisa (Professores em RJI, Projetos de pesquisa
em HAE)
5. Captação de Recursos (Órgãos de fomento, geração de recursos próprios)
Logística de Logística de Marketing e
Operações Serviços
Entrada Saída Comunicação
Aprendizagem
do Aluno
1. Ativid
ades de sala de
aula
2. Ativid
ades de
Estudantes
Laboratório
 Sele
3. Projet
ção Estudantes Relação com o Programas para
os
 Div Competentes Mercado Egressos
interdisciplinares
ulgação 4. Bibliot
eca com acervo
físico
5. Iniciaç
Atividades ão científica
Primárias 6. Acess
o a Bibliotecas
Digitais
Desenvolviment
Professores
o do Docente
 Sele
 Ativid
ção
Fonte: Os autores (2022)

Cabe ressaltar que não se pode generalizar os dados refletindo a opinião e


características da unidade de pesquisa, porém podem servir de referência para pesquisas
em outras unidades, o que seria de grande valia comparativa e de validação.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a pesquisa feita com os professores da FATEC Guaratinguetá foi possível elaborar
uma proposta de cadeia de valor da unidade tendo como base as atividades indicadas
pela literatura. O instrumento de pesquisa composto por 15 questões foi considerado
consistente, confiável e válido. Com o resultado descrito, este instrumento pode ser

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usado diretamente em outros estudos para diferentes unidades, porém dentro dos
mesmos limites usados para este trabalho.

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