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Práticas de recrutamento e
seleção por competências
JULIANA A. DE O. CAMILO
IVELISE FORTIM
MYRT THÂNIA DE SOUZA CRUZ
(ORGS.)
O [capítulo 8], por sua vez, dialoga com uma das problemáticas mais
complexas do processo de R&S, a partir de uma visão crítica a respeito das
diversas formas de inclusão das pessoas com de ciências no mercado de
trabalho, questionando como as empresas têm trabalhado esta questão e
abordando as consequências e desa os da Lei de cotas. Nesse sentido, são
introduzidas algumas diretrizes para boas práticas de gestão, destacando o
papel dos gestores e dos pro ssionais de RH na sensibilização e na adoção de
práticas inclusivas nas organizações.
Assim, esperamos que você aprenda lendo este livro tanto quanto nós
aprendemos ao organizá-lo e escrevê-lo.
Juliana Camilo
Ivelise Fortim
Myrt Cruz
1. Mercado de trabalho e mercado de
recursos humanos: tendências atuais
JOSÉ CARLOS MARQUES[*]
Segundo Chiavenato (1999, p. 82), de forma geral, mercado pode ser de nido
como o “espaço de transações, isto é, o contexto de trocas e intercâmbios
entre aqueles que oferecem um produto ou serviço e aqueles que procuram
um produto ou serviço”. Assim, o mercado é caracterizado por três
dimensões:
Essa nova realidade implica alguns desa os tanto para a área de gestão de
recursos humanos como para os líderes das organizações. Alguns exemplos
são:
Pressão por redução de custos: todas as organizações atualmente
vivem a pressão para melhorar sua condição de competitividade no
mercado. Como consequência disso, muitas vezes recorre-se a uma
redução quantitativa do número de funcionários, o que, por sua vez,
poderá gerar uma sobrecarga de trabalho para os demais. Se essa
sobrecarga não for adequadamente gerida, levando em conta a
intensidade e por quanto tempo será mantida, ela pode resultar em
maior absenteísmo (os funcionários poderão ter sua saúde afetada),
maior rotatividade e diminuição da produtividade.
Do ponto de vista das empresas, é possível notar que muitos executivos têm
encontrado di culdades para contratar novos colaboradores. Segundo uma
pesquisa realizada pela empresa de consultoria Michael Page, divulgada no
nal de 2016, da qual participaram setecentos executivos distribuídos em 62
cidades do interior do estado de São Paulo, vindos de diferentes segmentos
da economia, os principais motivos apontados são justamente a disputa por
pro ssionais quali cados e o alto custo de contratar pro ssionais de outras
regiões.
JORNAL HOJE. Cerca de 10% das vagas oferecidas pelo Sine não são
preenchidas. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
hoje/noticia/2017/02/cerca-de-10-das-vagas-oferecidas-pelo-sine-nao-
sao-preenchidas.html>. Acesso em: 11 mar. 2017.
Como vimos, a gestão de pessoas nas organizações vem passando por uma
adaptação em função da atual realidade competitiva, que as obriga a atender
consumidores cada vez mais bem informados e exigentes, a lidar com a
agressividade dos competidores, a sobreviver em sistemas econômicos,
sociais e políticos em constante mudança, etc. Essa necessidade de
adaptação atinge praticamente todos os processos de gestão de pessoas, bem
como a relação da organização com seus clientes internos e externos.
Fisher apud Fleury (2001) identi cou os seguintes pontos como práticas
mais avançadas desse tipo de gestão:
Com base nesses conceitos, Fleury e Fleury (2001, p. 21), por sua vez, de nem
competência como “um saber agir responsável e reconhecido, que implica
mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades que
agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.
recursos
comprometer-se
Por sua vez, Fleury e Fleury (2001), enfatizando o nível mais estratégico de
formação das competências organizacionais para o nível de formação das
competências individuais, classi cam-nas em três tipos:
TIPO DE
NOME CONCEITO
COMPETÊNCIA
Negócio ou
Capacidade de estruturar e sistematizar ações
organizacionais para aproveitar oportunidades e pontos fortes
e minimizar ameaças e pontos fracos.
Planejamento
Capacidade de estabelecer mecanismos de
controle de avaliação das ações, otimizando
recursos existentes.
Técnicas ou
Possuir informações e conhecimentos técnicos
funcionais relativos à sua área; utilizá-los e atualizá-los
constantemente, visando à execução de
atividades, à resolução de problemas ou ao
Conhecimentos desenvolvimento de produtos e serviços. Na
específicos área de tecnologia da informação, por
exemplo, podemos citar os conhecimentos de
linguagens para desenvolvimento Web,
nomeadamente HTML, CSS, PHP, ASP.NET,
JavaScript e Ajax, etc.
Sociais ou
Capacidade para trabalhar com pessoas que
comportamentais possuem habilidades e conhecimentos
diversificados e complementares, gerando
Trabalho em
sinergia.
equipe
Capacidade de manter as equipes trabalhando
em conjunto, eficientemente, estimulando a
participação de todos seus membros.
Excelência
Comercialização Planejamento
operacional
Multifuncionalidade
Relacionamento interpessoal
produtos processos
Qualidade Empreendedorismo
tecnológico
Resolução de problemas
Participação em projetos
Flexibilidade Iniciativa
Pensamento analítico
Desenvolvimento e manutenção de
parcerias
Comunicação eficaz
1. Trabalhar com vendas e ter sucesso como vendedor exige dos profissionais o
Hoje em dia, os clientes estão mais exigentes e não caem mais na famosa
atento aos perfis dos seus clientes para que possa desenvolver estratégias
coloca na sua posição para definir qual seria a melhor opção para apresentar sua
proposta de valor.
Atenção
Comunicação
Controle
Criatividade
Ética
Flexibilidade
Iniciativa
Liderança
Negociação
Organização
Planejamento
humanas.
( ) Demonstração de interesse pela satisfação dos
1 Estratégia
clientes
2 Competências ( ) Empreendedorismo
organizacionais
( ) Inovação de produtos
( ) Comunicação eficaz
( ) Flexibilidade
( ) Imagem
( ) Excelência operacional
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Assim, focar nos pré-requisitos da vaga, e não no “per l”, obriga gestores e
pro ssionais de RH a se comprometerem com as exigências que fazem em
relação à posição aberta. Por essa razão, é recomendável sempre realizar uma
reunião prévia para alinhar tais exigências e a expectativa com o requisitante
da vaga.
“Esta vaga é para ontem e quero alguém com todos esses (muitos)
requisitos”. Essa é uma fala comum de gestores e mesmo de pro ssionais de
R&S quando encaminham uma vaga para uma consultoria. Mas será que é
factível?
Nome da empresa:
Informações da posição
Nome da posição:
Departamento:
Gestor(a) responsável:
Localidade
1.
Sites de divulgação: 2.
3.
Pacote de remuneração
Salário:
Benefícios:
Bonificações:
Existem outras ferramentas que podem auxiliar na veri cação de quais são
as competências técnicas e comportamentais dos candidatos, bem como
qual ambiente de trabalho é mais satisfatório e adequado para cada um
deles, entre outras informações. No entanto, é importante que o pro ssional
de RH sempre veri que a procedência, o método e a epistemologia da
ferramenta a ser usada, a m de comprovar que tenha validação cientí ca
para apresentar resultados seguramente corretos e coerentes.
Caso o cliente contrate um dos candidatos, este pode acabar por não
atingir os resultados esperados, prejudicando a empresa e fazendo o
recrutador perder credibilidade.
Com base no que foi discutido neste capítulo, podemos considerar que
algumas competências são necessárias ao pro ssional que car responsável
pela etapa de levantamento dos pré-requisitos de uma vaga.
O pro ssional precisa, ainda, ter visão e pensamento analítico para fazer
questionamentos relevantes a respeito dos requisitos levantados, bem como
resiliência para lidar com situações difíceis, como posturas preconceituosas,
ou mesmo clientes grosseiros ou desrespeitosos.
capítulo?
3. Por que se faz necessário romper com a lógica do “perfil” de uma vaga, em
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Diante dos prós e contras que o RI oferece, cabe à área de gestão de pessoas
avaliar o peso que cada caminho traz à organização: contar com pessoal
treinado e comprometido com a organização – os talentos internos –, como
preconiza Santoro (2017), ou optar pela renovação, introduzindo
pro ssionais que trazem em sua experiência formas diferentes de
compreender problemas e propor soluções, como recomenda Chiavenato
(2005).
Outras organizações;
Bancos de currículos.
No quadro 1 são apresentadas as quatro fontes de recrutamento externo
elencadas em associação com suas vantagens.
FONTES
VANTAGENS
EXTERNAS
consultorias.
Após essa primeira triagem, outras ferramentas devem ser utilizadas para
comprovar pré-requisitos técnicos e comportamentais do candidato,
conforme veremos nos próximos capítulos.
território francês. A campanha será feita tanto no ambiente virtual quanto nos
contexto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Diversas nomenclaturas são utilizadas como sinônimo de talentos, como pessoas,
recursos, entre outras. Com a finalidade de dinamizar a leitura, usaremos os variados
termos.
[2] Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, organização que atua em todo o país
oferecendo cursos técnicos, livres, de graduação e pós-graduação em vários campos do
conhecimento, com o objetivo principal de atender ao comércio de bens, serviços e
turismo.
[3] Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, organização que atua em todo o país
com programas de formação profissional cujo objetivo é atender ao setor industrial.
[4] Centro de Integração Empresa-Escola, organização presente em oito estados
brasileiros que atua em parceria com o Ministério do Trabalho e o governo federal.
[6] Para mais detalhes sobre os indicadores de RH, ver [capítulo 10].
5. Quando usar provas de
conhecimento, testes psicológicos,
testes práticos e entrevistas por
competências
TÂMARA KAROLINE BARROS DE ANDRADE[*]
É importante destacar que não existe uma única forma de realizar processos
de R&S, mas sim aquela que é mais adequada a cada organização, com base
em suas características, sua cultura, seus objetivos, suas expectativas e
competências; assim como também não existe o pro ssional perfeito. Por
isso, é necessário enfrentar o desa o de buscar ferramentas e instrumentos
capazes de identi car as competências essenciais para o sucesso de uma
posição, gerando, por consequência, maior satisfação do pro ssional e
melhores resultados para a organização, ou seja, estabelecendo uma relação
de ganhos para ambos.
Nas décadas de 1920 e 1930, alguns estudiosos, ao observar que certas tarefas
realizadas socialmente poderiam ser feitas de formas mais ou menos bem-
sucedidas, a depender das características da pessoa, desenvolveram os
chamados testes de personalidade, que, como reforçado por Silva (2010, p.
73), partiam do princípio de que “as diferenças de desempenho diante de
diferentes tarefas dependem de qualidades pessoais especí cas, e a predição
quantitativa do grau de êxito é automaticamente vinculada a essas
qualidades pessoais”. Diversas vertentes com base nessa concepção
passaram a surgir desde então.
São técnicas que visam avaliar as reações dos candidatos frente a situações
que devem estar o mais próximo possível da realidade que eles enfrentarão
no dia a dia da organização.
Por outro lado, caso não seja aplicada e/ou avaliada de forma correta, a
dinâmica pode estigmatizar os candidatos, o que acaba descredibilizando a
prática em si. Do mesmo modo, estruturar dinâmicas que incentivem os
indivíduos a demonstrarem comportamentos arti ciais ou pré-formatados
são pouco efetivas – por exemplo, pedir que eles expliquem que animais ou
objetos seriam e o motivo. É crucial que a dinâmica fomente um espaço de
con ança e espontaneidade, para que seja possível observar o
comportamento humano da forma mais dedigna possível.
Outro ponto que merece atenção é o fato de que a grande disseminação desse
instrumento abriu espaço para uma busca por respostas e processos prontos,
de forma que veículos midiáticos, bem como cursos, treinamentos e
pro ssionais, passaram a prometer verdadeiros “milagres” para ter sucesso
na realização de entrevistas, fazendo com que as perguntas nas organizações
se tornem muito padronizadas e os candidatos cheguem aos processos com
respostas decoradas. Em vez disso, aconselha-se realizar perguntas cruzadas,
que visem con rmar determinada competência, além de ter criatividade na
formulação do roteiro de perguntas.
Também é importante destacar que a entrevista é a avaliação de um
momento, podendo mensurar apenas o que o indivíduo apresenta naquela
determinada circunstância. Ou seja, caso não se identi que a presença de
determinada competência no candidato, não necessariamente signi ca que
ele não a tem desenvolvida, e sim que ele pode não ter conseguido expressá-
la de maneira que o avaliador pudesse mensurar. Esse ponto é de extrema
relevância tanto para a construção das etapas e para a seleção de
instrumentos do processo seletivo, as quais devem ser feitas de forma que
eles se complementem, como também para a possibilidade de fornecer um
feedback com consistência ao candidato no que diz respeito a seus pontos
fortes e aos pontos que ainda precisam de melhoria.
Os testes psicológicos, por sua vez, podem ser escolhidos em casos nos quais
se pretende avaliar as preferências, as habilidades ou a personalidade de
cada indivíduo. Podem ter grande valia, por exemplo, em um processo
seletivo interno de uma organização em que se objetiva contratar alguém
com características diferentes e complementares às que já existem na equipe.
Além disso, conhecendo a priori o per l da organização, incluindo o estilo de
trabalho, a cultura organizacional, etc., os testes de personalidade podem
apoiar uma decisão sobre as características que terão maior aderência e
melhor performance neste ambiente especí co.
finalizar o processo, que deve ser feito em apenas três meses. Na sua opinião,
quais são as ferramentas mais indicadas para este processo e por quê?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] A teoria das inteligências múltiplas, proposta por Howard Gardner na década de
1980, pressupõe a existência de pelo menos sete inteligências básicas – divididas em
linguística, lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal e
intrapessoal –, as quais, segundo o autor, sempre funcionam de forma combinada no
indivíduo.
6. A entrevista de seleção por
competências
MYRT THÂNIA DE SOUZA CRUZ
CAROLINE MIHAILOVICI[*]
MARCELLA LIMA[**]
DENISE ETSUKO USSAMI[***]
conhecimentos (saber);
habilidades (fazer);
Carbone et al. (2006) propõem que essa investigação acerca das principais
competências do cargo se inicie com uma pesquisa documental acerca dos
conteúdos da missão, da visão de futuro, dos objetivos e de outros
documentos que estejam ligados à estratégia organizacional. Outra possível
forma de identi cação das competências, conforme lembram Brandão e
Bahry (2005), é fazer um mapeamento por meio de entrevistas com o(s)
gestor(es) e os colaboradores, processo em que é elaborado previamente um
questionário e os entrevistados são estimulados a expor sua percepção a
respeito das competências presentes na empresa, avaliando-se
posteriormente os graus de importância de cada uma delas ao considerar os
desa os e objetivos da organização.
Uma vez seguro desses pontos, o entrevistador está apto para iniciar a
entrevista.
“Descreva uma situação na qual você precisou realizar uma tarefa que
não fazia parte do seu escopo de atividades para que a equipe atingisse
determinado objetivo.” (Competência investigada: trabalho em equipe.)
. Após fazer esse percurso e ter clareza absoluta sobre a pro ciência que o
candidato possui em cada competência-chave, a entrevista deve ir
caminhando para o fechamento, respondendo a possíveis dúvidas que o
candidato tenha em relação a algum ponto do processo. Este é o
momento de colocar claramente as informações concretas sobre a vaga,
como o salário, a carga horária, o horário e o local de trabalho, os
benefícios e as especi cidades, checando, por m, se o candidato
realmente tem interesse pela posição.
COMPETÊNCIAS PERGUNTAS
organização “Como você planeja e organiza o seu dia? Conte-me sobre a sua
última semana.”
Reconstruir o que foi dito pelo candidato de forma a fazer deduções, por
exemplo: candidato diz “Eu estava falando baixo”; entrevistador:
“Então você estava com medo?”.
Os tópicos aqui abordados servem de parâmetro para pensar as etapas e os
procedimentos a serem seguidos tendo em vista uma boa condução de
entrevista baseada em competências. Como vimos, seu êxito está
diretamente ligado à postura e à competência do entrevistador em viabilizar
um ambiente que estimule o candidato a trazer informações relevantes para
a avaliação de acordo com os requisitos da vaga, levando em consideração
suas competências e sua possível aderência à cultura e aos valores da
empresa. Não se trata, portanto, de um processo simples: conduzir uma boa
entrevista requer preparo, competência e treino. Bons pro ssionais de
seleção certamente têm grande impacto no atingimento dos resultados e das
estratégias da empresa.
a) um cargo operacional;
b) um cargo técnico; e
c) um cargo de liderança.
tentando registrar suas respostas com a maior fidelidade possível. Tente localizar
O objetivo deste capítulo não é elencar uma coletânea de dinâmicas, mas sim
apresentar e discutir conceitos, re etir sobre práticas relacionadas e, acima
de tudo, estimular a compreensão do leitor quanto à aplicabilidade e aos
benefícios das dinâmicas na seleção de pessoas por competências.
Esse tipo de gestão pode ser facilitado se for iniciado pela escolha das
pessoas mais adequadas para cada cargo. Portanto, no que diz respeito aos
processos de seleção, pode-se contar com uma ou com várias dinâmicas para
garantir maior assertividade em decisões importantes, como a de incorporar
à força de trabalho um novo membro, promover um colaborador para uma
responsabilidade mais elevada ou mesmo transferir um empregado de uma
área para outra.
Uma simples volta no quarteirão, por exemplo, pode ser uma dinâmica
muito útil para identi car qual candidato é mais atencioso – basta observar
como eles se comportam ao atravessar a rua. Quanto mais natural e informal
for a dinâmica, mais os candidatos revelarão sobre si mesmos, uma vez que,
como a rmam Militão e Militão (2006, p. 13), as atividades realizadas
“revelam nos grupos características que lhes são peculiares, como:
interesses, aptidões, intenções e desejos, inibições e frustrações,
expectativas, medos, etc”.
Se a dinâmica não for bem conduzida pelo pro ssional responsável, ela pode
gerar insatisfação, desconforto e frustração nos participantes – o que
invalidaria o processo, a nal, aplicar a dinâmica não signi ca intimidar os
candidatos, muito menos praticar bullying.
7.3 CONCLUSÃO
A seleção de pessoal tem um papel muito relevante no sucesso da
organização e, portanto, não deve car restrita a apenas uma entrevista ou a
uma prova de conhecimentos, como infelizmente ainda ocorre em muitas
organizações. Existem inúmeras ferramentas para embasar um bom
processo seletivo, mas nenhuma supera as dinâmicas de grupo em termos de
exibilidade, adaptabilidade e, em muitos casos, assertividade, já que,
quando bem aplicada, costuma ser bastante objetiva e informativa.
1. Você foi promovido e sua empresa precisa selecionar alguém para trabalhar no
seu lugar. Considere seu cargo, sua função e suas atividades para definir as
propostas a seguir:
b) Crie uma dinâmica que possa avaliar o grau dessa competência nos candidatos
que se apresentarão para ocupar o seu lugar.
2. Considere a seguinte dinâmica, muito conhecida como “dinâmica do clipe de
participante um clipe de papel, uma caneta e uma folha em branco, pedindo para
que eles descrevam (ou narrem) todas as possíveis utilidades que conseguem
pensar para o clipe em um intervalo de 5 minutos. Na sua opinião, que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[…] pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
(BRASIL, 2011, p. 26)
De acordo com os dados fornecidos pelo IBGE a partir do censo de 2010, mais
de 45 milhões de brasileiros declararam possuir pelo menos um tipo de
de ciência (visual, auditiva, física ou intelectual), o que corresponde a 23,9%
da população do país. Entre os tipos considerados, a de ciência visual
apresentou a maior ocorrência, afetando 18,6% da população brasileira;
seguida da de ciência motora, que ocorre em 7% da população; da
de ciência auditiva, apontada em 5,10% dos casos; e da de ciência mental
ou intelectual, que corresponde a 1,40%. O total de pessoas que declararam
possuir pelo menos uma de ciência severa foi de 8,3% da população.
Dhanda (2008, p. 44) a rma ainda que essa convenção “introduziu o idioma
da igualdade para conceder o mesmo e o diferente a pessoas com de ciência;
reconheceu a autonomia com apoio para pessoas com de ciência e,
sobretudo, tornou a de ciência uma parte da experiência humana”.
Schwarz e Haber (2009, p. 128) citam como exemplo o fato de que “o banco
de dados da i.Social está repleto de pessoas quali cadas, mas que não
conseguem ser incluídas por possuírem de ciências mais severas, como
cadeirantes, cegos e pessoas com paralisia cerebral”. Os autores também
enumeram algumas di culdades que se apresentam na inclusão da pessoa
com de ciência que procura trabalho. São elas:
Por parte dos candidatos com de ciência, alguns obstáculos apontados são
ainda as poucas oportunidades e a má qualidade das vagas oferecidas,
aliadas ao foco no mero cumprimento das cotas por parte das empresas.
Diante desse contexto, uma série de questões deve ser levada em conta pelos
responsáveis pela área de gestão de pessoas. Fernandes (2008) destaca que
essa área é a primeira a contatar a pessoa com de ciência e, por isso, deverá
atuar antes mesmo do processo de recrutamento, visando à eliminação de
barreiras arquitetônicas e ao estabelecimento de uma política de inclusão na
qual são envolvidos todos os trabalhadores e gestores da empresa. No que
diz respeito especi camente aos processos de recrutamento e seleção, o
autor ressalta que são escassos os estudos sobre o assunto, sendo que os
poucos consultados analisaram práticas tradicionais mantidas pelas
empresas quanto aos processos de atração e desenvolvimento das pessoas
com de ciência. Veri ca-se, também, que muitas vezes há um despreparo
por parte da área de gestão de pessoas para lidar com os processos de
inclusão e conduzi-los de forma adequada.
2. Indique alguns cuidados que devem ser observados em processos seletivos que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Empresa de consultoria com foco na inclusão social e econômica de pessoas com
deficiência no mercado de trabalho. A pesquisa citada está disponível em:
<http://isocial.com.br/isocial-download.php>. Acesso em: 25 maio 2016.
[2] O termo tecnologia assistiva refere-se à utilização de avanços tecnológicos das várias
áreas do conhecimento para restaurar a função humana.
9. Encaminhamento de candidatos ao
gestor
JUSSARA LEMOS SOARES PENHALBEL[*]
Alguns pontos devem ser observados para tornar este momento construtivo,
re exivo, de forma a contribuir para a tomada de decisão nal a respeito dos
candidatos.
O item 13, “Parecer”, tem o propósito de ser um resumo que consolida todas
as percepções e características levantadas ao longo do processo seletivo,
como formação, experiências relevantes, competências desenvolvidas,
alinhamento cultural, pontos favoráveis na contratação e os pontos de
possível desvantagem. Os principais pontos abordados nesse item sinalizam
o posicionamento que constará nas recomendações, e devem deixar
absolutamente clara a avaliação do processo de seleção como um todo.
2. Posição (cargo)
Requisitos 1 2 3 4 5 Observações
Requisito 1
Requisito 2
Requisito 3
Competências 1 2 3 4 5 Observações
Resiliência
Trabalho em equipe
Mobilização de pessoas
Comunicação empresarial
Liderança de projetos
PARECER DE PROCESSO SELETIVO
contratado(a)
12. Parecer
1. Posição (cargo)
2. Gestor(a)
3. Orçamento da vaga R$
Comparativo de candidatos
Candidato 1
Candidato 2
Candidato 3
Candidato 4
ANÁLISE COMPARATIVA DO PROCESSO SELETIVO
Candidato 5
Candidato 1
Candidato 2
Candidato 3
Candidato 4
Candidato 5
Recomendação final
Candidato recomendado:
Justificativa:
Data:
Essa é uma dúvida que pode surgir ao longo do exercício das atividades de
recursos humanos. O cenário atual das organizações muitas vezes aponta
para um quadro em que o processo de colaboração está cada vez mais
presente, e o papel do gestor tem ganhado mais força e responsabilidade pela
gestão de pessoas. Dessa forma, a decisão nal não deve ser somente do
gestor nem somente do departamento de RH, e sim, fruto de um processo
discutido, colegiado e compartilhado, com o qual todos ganham. O
importante é não perder de vista o papel consultivo que o RH deve prestar,
apresentando uma análise fundamentada, que traga opções e esclareça as
vantagens e as desvantagens de cada uma.
ARAUJO, J. Revitalize sua vida mediando con itos: tenha sucesso em suas
conversas difíceis. Porto Alegre: Simplíssimo, 2015.
Pace, Basso e Silva (2003) ressaltam ainda que, entre as várias formas de se
desenvolver medidas de desempenho, faz-se importante considerar que as
medidas nanceiras (quantitativas), geralmente subordinadas às normas
estipuladas pela alta gestão, são extremamente padronizadas e
fundamentadas em práticas contábeis. Por conta da predominância dessas
métricas, as medidas não nanceiras (qualitativas), como os indicadores de
tendências, muitas vezes têm apresentado di culdades para ser integradas
nas organizações.
[…] apesar de suas qualidades para fins de uso interno e divulgação externa,
ele não está adaptado para o melhor entendimento da comunidade de
investidores e analistas, que está pouco interessada em fazer uma troca por
uma análise e por um relato mais estratégico e menos financeiro (KAPLAN E
NORTON, 1993 apud PACE; BASSO; SILVA, 2003, p. 44).
Seja qual for a métrica adotada, esta deve sempre servir como um recurso
fundamental para avaliar o alinhamento do RH em relação à estratégia
organizacional.
Todos esses processos são objeto de medição, sendo que cada um requer um
cálculo especí co. Dessa forma, os indicadores de RH levam em conta as
características do processo a ser medido, apresentando, por meio de
fórmulas, um panorama acerca do que ocorre na organização no que
concerne ao subsistema em questão.
Bastos Neto (2000) alerta para a necessidade de padronizar as fórmulas
utilizadas para calcular os indicadores de RH, acreditando que desse modo
será possível melhorar os resultados da área e apontar desempenhos
possíveis de serem comparados, dentro e fora da organização. Entretanto,
ainda é baixo o número de publicações cientí cas que possam conduzir a
essa padronização, evidenciando que o tema solicita mais atenção. Apesar de
contarmos atualmente com modelos con áveis, ainda há muito a
desenvolver nessa área.
10.2.1 Absenteísmo
Além disso, um alto índice de turnover costuma sinalizar que algo não vai
bem e traz pistas sobre o clima das relações na organização. Nessas
situações, o setor de recursos humanos deve manter-se atento para
identi car os fatores que estão motivando os pro ssionais a saírem em busca
de novas oportunidades. Realizar pesquisas, por exemplo, ampliará o
conhecimento da área sobre o ambiente e o clima organizacional,
possibilitando maior clareza sobre a forma de atuar para melhorar as
condições internas e, com isso, reter os pro ssionais. Outra estratégia que
pode auxiliar a compreender melhor o comportamento dos colaboradores é a
entrevista de desligamento, que deve ser realizada em toda situação de saída,
seja ela gerada pela organização, seja pelo próprio empregado. Segundo Silva
(2012), esse é o momento de o gestor de pessoas explicar o motivo da
demissão ou entender o que levou à decisão de saída do indivíduo.
Em que:
10.3 CONCLUSÃO
de grande porte, que conta com 7.589 colaboradores, sendo que 7.189 deles
a) O índice de turnover.
Gerente/Publisher
Luís Américo Tousi Botelho
Coordenação Editorial/Prospecção
Dolores Crisci Manzano
Comercial
comercial@editorasenacsp.com.br
Administrativo
grupoedsadministrativo@sp.senac.br
Camilo, Juliana
Bibliogra a.
658.311
BISAC BUS030000