Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Handbook “Ex”
Instalações elétricas em
atmosferas explosivas
POTÊNCIA 2
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
13. Seleção de equipamentos “Ex” de acordo com EPL (Equipment Protection Level)
requerido pela classificação de áreas.............................................................................................................. 57
14. Interpretação e aplicação da marcação “tradicional” e “digital” de equipamentos “Ex”................... 60
14.1 Introdução sobre a marcação de equipamentos e componentes “Ex”........................................... 60
14.2 Exemplos “clássicos” ou “analógicos” ou “convencionais” de marcação de produtos “Ex”.... 63
14.3 Marcação digital de produtos de acordo com a Norma ABNT NBR IEC 63365.......................... 65
14.4 Riscos, prevenção, consequências e correção de falta de marcação de equipamentos “Ex”........70
14.5 Confecção de marcações “Ex” substitutas em casos de marcações “Ex” originais
faltantes ou ilegíveis.................................................................................................................................... 73
15. Principais características e aplicações que os equipamentos elétricos “Ex” utilizados
em áreas classificadas devem atender............................................................................................................ 74
15.1 E
quipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos
e mecânicos para atmosferas explosivas: Tipos de proteção “Ex” normalizados...................... 74
15.2 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas com tipos de proteção “Ex” combinados.....76
15.3 Exemplos de instalação de equipamentos com tipos de proteção “Ex”....................................... 79
16. Benefícios das entradas indiretas de cabos em equipamentos metálicos do tipo
“à prova de explosão”.......................................................................................................................................... 81
16.1 E
ntradas INDIRETAS de cabos para o interior de invólucros metálicos do tipo
“à prova de explosão” (Ex “d”).................................................................................................................. 83
17. Passo a passo para a especificação de equipamentos “Ex” para áreas
classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis....................................................... 90
17.1 A
nálise de atendimento das “condições específicas de instalação” indicadas
em Certificados de Conformidade com Sufixo “X”............................................................................... 99
18. Detalhes típicos de projeto para a montagem das instalações elétricas “Ex”...................................... 101
18.1 C
onsiderações sobre detalhes típicos de projeto para montagem de
equipamentos elétricos e de instrumentação “Ex”............................................................................. 109
19. Serviços de inspeção e manutenção de equipamentos e instalações “Ex”.......................................... 111
19.1 Graus e tipos de inspeções em equipamentos e instalações “Ex”.................................................. 114
19.2 Fluxograma para inspeções de equipamentos e instalações de instrumentação,
automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex” em áreas classificadas.................. 119
19.3 Listas de verificação para inspeção de equipamentos e instalações de
instrumentação, automação, telecomunicações e elétricas “Ex”.................................................... 121
19.4 Inspeções apuradas “Ex” em equipamentos de automação, telecomunicações ou
elétricos móveis, portáteis, pessoais ou transportáveis..................................................................... 130
20. Sistemas informatizados de gestão de ativos e de inspeções de
equipamentos e instalações “Ex”...................................................................................................................... 131
POTÊNCIA 3
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
20.1 C
adastramento e criação do inventário dos equipamentos “Ex” no sistema
informatizado de gestão de ativos “Ex”.................................................................................................. 134
20.2 E
volução dos sistemas de inspeções de equipamentos e instalações de
instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex”............................. 138
21. Serviços de campo que não podem ser feitos em equipamentos e instalações
“Ex” em áreas classificadas................................................................................................................................. 143
21.1 Utilização indevida de FITA ISOLANTE.................................................................................................... 143
21.2 Utilização indevida de caixas de “passagem” em áreas classificadas com a
colocação não autorizada de conectores ou bornes terminais “não certificados”..................... 144
21.3 Utilização indevida de SILICONE para a selagem e vedação de juntas metálicas
em invólucros do tipo “à prova de explosão”....................................................................................... 145
21.4 U
tilização indevida de FITA VEDA ROSCA (Fita de Teflon) para a selagem e
vedação de juntas roscadas do tipo “à prova de explosão”............................................................. 145
21.5 Utilização indevida de conduletes (caixas de passagem de cabos) Ex “d” com
certificação “U” (incompleta) conectados diretamente a invólucros metálicos Ex “d”.............. 146
21.6 Utilização indevida de eletrodutos flexíveis Ex “d”conectados
diretamente a invólucros de equipamentos Ex “d”............................................................................. 148
22. Exemplos de desvios encontrados em equipamentos e instalações “Ex” durante inspeções......... 149
23. Registro em banco de dados de inventário e gestão de ativos “Ex” e
prazos de correção de desvios “Ex”................................................................................................................. 153
24. Exemplos de “correções” de indevidos “desvios” encontrados durante as
inspeções em equipamentos e instalações “Ex”........................................................................................... 157
25. Requisitos para entradas de cabos em equipamentos “Ex” por meio de prensa-cabos “Ex”.......... 165
25.1 M
étodo de seleção do tipo de proteção “Ex” e de instalação de prensa-cabos de
acordo com o tipo de proteção do invólucro “Ex”............................................................................... 165
25.2 Requisitos para a seleção de prensa-cabos Ex “d” de acordo com o tipo
de cabo utilizado (compacto ou não compacto)................................................................................. 169
2 25.3 R
equisitos para a conexão de cabos aos terminais internos dos invólucros
dos equipamentos “Ex”.............................................................................................................................. 174
26. Distribuição de cabos em áreas classificadas por meio de sistemas de
bandejamento e de eletrodutos........................................................................................................................ 178
26.1 Utilização de distribuição de cabos em áreas classificadas em sistemas de bandejamento...........178
26.2 Entradas DIRETAS de cabos em invólucros Ex “d” por meio de eletrodutos -
Critérios do invólucro e da fronteira.....................................................................................................................182
26.3 Utilização de MCT e de caixas de areia em regiões de “fronteiras” entre áreas
classificadas e não classificadas ou entre diferentes áreas classificadas..............................................184
POTÊNCIA 4
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 5
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 6
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
1. Objetivo
Este Handbook sobre Instalações elétricas em atmosferas explosivas é dirigido aos profissionais
envolvidos com os serviços em equipamentos ou instalações elétricas em áreas classificadas contendo
atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Este Handbook “Ex” tem por objetivo servir como fonte de consulta para a implantação de sistemas de
gestão de segurança, gestão de ativos e gestão de competências pessoais “Ex”, a serem implantados
em Empresas que possuem áreas classificadas e que são proprietárias ou usuárias de equipamentos e
instalações elétricas em atmosferas explosivas, de forma a garantir a segurança dos equipamentos e das
instalações “Ex” ao longo do seu ciclo total de vida, bem como das pessoas, do patrimônio e do meio
ambiente, sujeitos aos riscos potenciais que podem estar presentes.
2. Prefácio
Este Handbook “Ex” sobre instalações elétricas em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou
poeiras combustíveis foi elaborado tendo como base as experiências, lições aprendidas, conhecimentos
e boas práticas adquiridas pelos seus autores.
Um dos pontos de destaque em comum que pode ser ressaltado na elaboração e no conteúdo desta
obra é que todos os autores são usuários de equipamentos e instalações elétricas e mecânicas “Ex”.
Esta significativa característica, benéfica e peculiar na literatura técnica relacionada ao tema “atmosferas
explosivas”, faz com que sejam apresentadas nesta obra importantes informações sob o ponto de vista
de profissionais que estão diretamente envolvidos com atividades práticas de campo em áreas classi-
ficadas, tanto em instalações terrestres (onshore) como em instalações marítimas (offshore), envolvendo
equipamentos e instalações de automação, instrumentação, telecomunicações e elétricas, em locais con-
tendo atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Dentre estas atividades de campo podem ser citadas as lições aprendidas sobre solução de problemas
e boas práticas em termos de medidas a serem adotadas para uma adequada gestão de ativos “Ex” e
gestão das pessoas “Ex” envolvidas com atividades de execução e supervisão de serviços em áreas clas-
sificadas, com o objetivo de elevação dos níveis de segurança, proteção contra a existência de indevidos
desvios e fontes de ignição, atendimento dos requisitos legais e cumprimento dos requisitos normativos
especificados nas normas técnicas brasileiras adotadas “Ex” aplicáveis.
POTÊNCIA 7
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
3. Introdução
As instalações de instrumentação, automação, telecomunicações e elétricas destinadas a operarem
em áreas classificadas são caracterizadas por envolverem rigorosos requisitos dos pontos de vista de
segurança, normalização técnica, conformidade com requisitos técnicos e legais, considerados em
sistemas nacionais e internacionais de avaliação da conformidade e de certificação, em função dos
elevados riscos presentes neste tipo de instalações industriais, pela possibilidade de risco de ignição
de atmosferas explosivas. A busca contínua por maiores níveis de segurança industrial, levou diversos
países a exigirem certificações cada vez mais rígidas, no que tange às instalações elétricas e mecânicas
em atmosferas explosivas.
A atual abordagem de certificação, com base no “ciclo total de vida” das instalações “Ex” adotada
por muitos países do mundo, reconhece o fato de que somente a “tradicional” certificação de equipa-
mentos elétricos e mecânicos “Ex” é insuficiente para garantir a segurança das instalações em atmos-
feras explosivas e das pessoas que nelas interajam. As explosões que podem ocorrer nestas áreas de
elevado risco, podem ter resultados catastróficos para as pessoas, instalações e meio ambiente, que
podem resultar em grandes perdas de vidas humanas, em destruição do patrimônio e em grandes
desastres ambientais.
Dentre estas empresas, das áreas de petróleo, petroquímica, farmacêutica, química, sucroalcooleira,
de alimentos e de grãos, pode ser verificado que é também comum a preocupação com que os certifi-
cados de conformidade destes equipamentos “Ex” sejam devidamente arquivados em um sistema de
gerenciamento de documentação, geralmente eletrônico, que possa facilmente evidenciar a certificação
dos equipamentos “Ex” instalados.
A falta de percepção de que as instalações “Ex” podem estar inseguras devido a falhas humanas, de-
correntes de falhas de serviços de projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos pode representar
sérias consequências de segurança, nos casos em que a perda de contenção do interior dos equipa-
mentos de processo que operem com gases, ou líquidos inflamáveis ou poeiras combustíveis e formam,
sob determinadas condições, em contato com o oxigênio do ar, atmosferas explosivas que envolvem os
equipamentos e instalações ao seu redor.
Nestas situações, caso os equipamentos certificados “Ex” não tenham sido devidamente especifica-
dos, instalados, mantidos, reparados e recuperados, estes podem se tornar uma fonte de ignição por
produzirem centelhas, faíscas ou apresentarem pontos quentes, que sejam suficientes para provocar a
explosão da atmosfera explosiva presente no local da instalação.
Nas inspeções e auditorias realizadas nas instalações industriais contendo atmosferas explosi-
vas, tanto terrestres como marítimas, são frequentemente encontradas diversas não conformidades,
ocasionadas por deficiências das atividades de classificação de áreas, projeto, especificação, instala-
ção, inspeção, manutenção e reparos de equipamentos “Ex”. Pode ser verificado que estas não con-
formidades estão diretamente relacionadas com a falta de treinamento, qualificação, experiências,
habilidades e competências das pessoas que executam estas atividades relacionadas com áreas
classificadas.
Em função de falhas na execução das atividades de montagem, manutenção, inspeção ou reparo, as
características de proteção que seriam esperadas de um equipamento elétrico, de instrumentação, de
automação ou de telecomunicações com certificação “Ex” podem ser perigosamente perdidas, devido
às deficiências nas competências das pessoas ou das empresas de serviços envolvidas com a execução
destas atividades.
POTÊNCIA 8
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Além de conhecimentos teóricos sobre os requisitos normativos e legais, estes profissionais devem
também ter sido submetidos a treinamentos práticos, para que possam consolidar os requisitos e deta-
lhes de montagem, inspeção, manutenção e reparos requeridos para os tipos de proteção normalizados
de equipamento “Ex” para atmosferas explosivas.
POTÊNCIA 9
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 10
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
as fontes de ignição efetivas foram mitigadas, de acordo com os requisitos do EPL proporcionado pelo
equipamento.
Gases ou vapores inflamáveis: gases ou vapores que quando misturados com o ar, em determinadas
concentrações, formam uma atmosfera explosiva de gás ou vapor.
Inspeção: Ação que compreende um exame criterioso de um item, realizado com ou sem sua desmontagem,
ou adicionalmente com desmontagem parcial, como requerido, complementado por meios como medição, de
forma a se chegar a uma conclusão confiável das condições de um item [Norma ABNT NBR IEC 60050-426].
Pessoa competente “Ex”: pessoa que pode demonstrar uma combinação de conhecimentos e habili-
dades, de forma a realizar, de forma efetiva, eficiente e segura, atividades em áreas classificadas, de acor-
do com os requisitos legais e normativos aplicáveis. As competências pessoais “Ex” são especificadas por
atividades a serem executadas ou supervisionadas, por exemplo, classificação de áreas, projeto, seleção
de equipamentos, instalação, manutenção, testes de campo, inspeção, reparos, recuperação ou audito-
rias de equipamentos ou instalações de automação, de telecomunicações, de instrumentação, elétricas
ou mecânicas em áreas atmosferas explosivas.
Poeiras combustíveis: pequenas partículas sólidas, de tamanho nominal de 500 µm ou menor, po-
dendo estar suspensas no ar, que se depositam sob o efeito de seu próprio peso e que podem entrar em
combustão, em condições normais de temperatura e pressão.
Processo de certificação de competências pessoais: atividades pelas quais um organismo de certi-
ficação estabelece que uma pessoa atende aos requisitos de competência especificados, incluindo so-
licitação, avaliação, decisão sobre certificação, supervisão, recertificação e utilização de certificados e
logotipos ou marcas [Norma ABNT NBR ISO IEC 17024].
Serviços de inspeção de equipamentos e instalações “Ex”: ações que incluem um cuidadoso exame,
avaliação e testes de um equipamento ou instalação “Ex”, realizadas com ou sem a sua desmontagem,
ou com o auxílio de desmontagem parcial, se requerido, complementadas por meios como medições, de
forma a se chegar a uma conclusão confiável das condições de segurança contra o risco de um equipa-
mento, dispositivo ou sistema “Ex” se tornar uma fonte de ignição.
Serviços de manutenção de equipamentos e instalações “Ex”: ações efetuadas para manter um equi-
pamento “Ex” nas condições compatíveis com os requisitos das especificações aplicáveis, de modo a
executar suas funções originais requeridas, de acordo com os requisitos da Norma Técnica Brasileira
adotada ABNT NBR IEC 60079-17. As atividades de manutenção “Ex” são consideradas as combinações
de quaisquer ações realizadas para manter um equipamento, dispositivo ou sistema “Ex” ou restituí-lo às
condições nominais de operação.
Serviços de reparo de equipamentos “Ex”: ações de restaurar um equipamento “Ex” defeituoso às
suas condições de serviço e de acordo com as normas pertinentes, com base nos requisitos da Norma
Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079 19.
Serviços de recuperação de equipamentos “Ex”: meios de reparo de um equipamento “Ex” envol-
vendo, por exemplo, a remoção ou adição de material para recuperar componentes que tenham sofrido
danos permanentes, de forma a recuperar estes equipamentos ou componentes à condição de serviço,
com base nas normas pertinentes, de acordo com os requisitos da Norma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR IEC 60079-19.
Temperatura de ignição (camada de poeira combustível): menor temperatura de uma superfície quente
na qual ocorre a ignição de uma camada de poeira de espessura especificada sobre esta superfície quente.
POTÊNCIA 11
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Temperatura de ignição (gases inflamáveis): menor temperatura de uma superfície aquecida, a qual,
sob condições especificadas na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1, provo-
ca a ignição de uma substância inflamável na forma de uma mistura de gás ou vapor com o ar.
Temperatura de ignição (nuvem de poeira combustível): menor temperatura da parede interna quen-
te de um forno na qual ocorre a ignição de uma nuvem de poeira no ar contida dentro do forno. A tem-
peratura de ignição de uma nuvem de poeira pode ser determinada pelo método de ensaio indicado na
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2.
Tipos de proteção “Ex”: medidas específicas e normalizadas aplicadas aos equipamentos de instru-
mentação, de automação, de telecomunicações, elétricos ou mecânicos “Ex”, de forma a evitar a indevida
ignição de uma atmosfera explosiva de gás inflamável ou poeira combustível que possa estar presente
ao seu redor, especificados nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079
e ABNT NBR ISO 80079.
Usuário de equipamentos ou instalações “Ex”: uma organização ou uma pessoa que é o proprietário
dos equipamentos ou das instalações “Ex”, primariamente responsável pelas atividades de classificação
de áreas, seleção, projeto, instalação, inspeção, manutenção, reparo, recuperação, auditorias e gestão de
ativos “Ex”, não sendo um fabricante dos equipamentos de automação, de instrumentação, de telecomu-
nicações, elétricos ou mecânicos “Ex” ou uma empresa de prestação de serviços “Ex”.
Zonas: Áreas classificadas com base na frequência e duração da ocorrência de uma atmosfera explo-
siva formada por gases inflamáveis (Zonas 0, 1, 2) ou por poeiras combustíveis (Zonas 20, 21 ou 22).
POTÊNCIA 12
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Norma ABNT NBR IEC “Ex” Tema abordado sobre “atmosferas explosivas”
publicada pela ABNT
ABNT NBR IEC 60079-0 Equipamentos – Requisitos Gerais
ABNT NBR IEC 60079-1 Tipo de proteção por invólucros à prova de explosão - Ex “d”
ABNT NBR IEC 60079-2 Tipo de proteção por invólucros pressurizados - Ex “p”
ABNT NBR IEC 60079-5 Tipo de proteção por imersão em areia - Ex “q”
ABNT NBR IEC 60079-6 Tipo de proteção por imersão em líquido - Ex “o”
ABNT NBR IEC 60079-7 Tipo de proteção por segurança aumentada - Ex “e”
ABNT NBR IEC 60079-10-1 Requisitos para a classificação de áreas contendo gases inflamáveis
ABNT NBR IEC 60079-10-2 Requisitos para a classificação de áreas contendo poeiras combustíveis
ABNT NBR IEC 60079-11 Tipo de proteção por segurança intrínseca - Ex “i” e
Fieldbus Intrinsecamente seguro – FISCO
ABNT NBR IEC 60079-13 Proteção de equipamentos por ambientes pressurizados Ex “p” e
por ambientes artificialmente ventilados Ex “v”
ABNT NBR IEC 60079-14 Requisitos de projeto, seleção de equipamentos, montagem e
inspeção inicial de instalações “Ex”
ABNT NBR IEC 60079-15 Tipo de proteção por equipamentos não centelhantes - Ex “n”
ABNT NBR IEC 60079-16 Ventilação artificial para proteção de casa de analisadores
ABNT NBR IEC 60079-17 Requisitos de inspeção e manutenção de instalações “Ex”
ABNT NBR IEC 60079-18 Tipo de proteção por encapsulamento em resina - Ex “m”
ABNT NBR IEC 60079-19 Requisitos de reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex”
ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1 Características de substâncias para classificação de gases e
vapores – Métodos de ensaios e dados
ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2 Características dos materiais – Métodos de ensaios de poeiras combustíveis
ABNT NBR IEC 60079-25 Requisitos para sistemas intrinsecamente seguros
ABNT NBR IEC 60079-26 Equipamento com elementos de separação ou níveis de proteção combinados
POTÊNCIA 13
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Norma ABNT NBR IEC “Ex” Tema abordado sobre “atmosferas explosivas”
publicada pela ABNT
ABNT NBR IEC 60079-28 Proteção de equipamentos e de sistemas de transmissão que
utilizam radiação óptica
ABNT NBR IEC 60079-29-1 Detectores “Ex” para gases inflamáveis - Detectores de gás - Requisitos
de desempenho de detectores para gases inflamáveis
ABNT NBR IEC 60079-29-2 Detectores “Ex” para gases inflamáveis - Detectores de gases – Seleção,
instalação, utilização e manutenção de detectores para
gases inflamáveis e oxigênio
ABNT NBR IEC 60079-29-4 Detectores “Ex” para gases inflamáveis - Detectores de gás - Requisitos
de desempenho de detectores de caminho aberto para gases inflamáveis
ABNT NBR IEC 60079-31 Proteção de equipamentos contra ignição de poeira combustível
por invólucros - Ex “t”
ABNT IEC TS 60079-32-1 Riscos eletrostáticos – Orientações
ABNT NBR IEC 60079-32-2 Riscos eletrostáticos– Ensaios
ABNT NBR IEC 60079-33 Tipo de proteção especial Ex “s”
ABNT NBR ISO/IEC 80079-34 Requisitos de aplicação de sistemas da qualidade para a fabricação
de equipamentos elétricos ou mecânicos “Ex”
ABNT NBR IEC 60079-35-1 Luminárias para capacetes para utilização em minas de carvão -
Requisitos gerais de construção e ensaios
ABNT NBR IEC 60079-35-2 Luminárias para capacetes para utilização em minas de carvão -
Desempenho e outros requisitos relacionados com a segurança
ABNT NBR ISO 80079-36 Equipamentos não elétricos para utilização em atmosferas explosivas -
Métodos e requisitos básicos (Ex “h”)
ABNT NBR ISO 80079-37 Equipamentos não elétricos para utilização em atmosferas explosivas -
Tipos de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle
de fonte de ignição “b” e imersão em líquido “k”
ABNT IEC TS 60079-39 Sistemas intrinsecamente seguros com limitação de duração de
centelha eletronicamente controlada: “Power i”
ABNT IEC TS 60079-40 Requisitos para processo de selagem entre fluidos inflamáveis de
processo e sistemas elétricos
ABNT IEC TS 60079-42 Dispositivos elétricos de segurança para o controle de fontes
potenciais de ignição de equipamentos “Ex”
ABNT IEC TS 60079-43 Equipamentos em condições adversas de serviço
ABNT IEC TS 60079-44 Competências pessoais “Ex”
ABNT NBR IEC 60079-45 Sistemas elétricos de ignição para motores de combustão interna
ABNT IEC TS 60079-46 Avaliação de montagem de “Skids” de equipamentos “Ex”
POTÊNCIA 14
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Norma ABNT NBR IEC “Ex” Tema abordado sobre “atmosferas explosivas”
publicada pela ABNT
ABNT IEC TS 60079-47 Proteção de equipamentos pelo conceito de Ethernet em 2 fios
intrinsecamente segura (2 WISE - 2-Wire Intrinsically Safe Ethernet concept)
ABNT IEC TS 60079-48 Equipamentos eletrônicos portáteis - Guia para utilização de
equipamentos sem certificação para áreas classificadas
ABNT NBR ISO/IEC 80079-49 Corta-chamas - Requisitos de desempenho, métodos de ensaios
e limitações de utilização
ABNT NBR ISO/IEC 80079-50 Dispositivos de alívio de explosão
ABNT NBR IEC 61892-7 Unidades marítimas fixas e móveis - Instalações elétricas -
Parte 7: Áreas classificadas
A adoção, no Brasil, pela ABNT das Normas das Séries IEC 60079 e ISO 80079 apresenta grandes
benefícios para as partes envolvidas, em especial para as empresas usuárias de equipamentos e instala-
ções em atmosferas explosivas.
Isto se deve ao fato de que a adoção de normas internacionais IEC e ISO pela ABNT torna aplicável no
Brasil os requisitos de segurança, confiabilidade, eficiência energética e qualidade, consensados e discu-
tidos internacionalmente, em um fórum técnico amplamente colaborativo, independente de conflitos de
interesse ou da criação de barreiras técnicas nacionais.
No âmbito da ABNT, a DIRETIVA 3 (Adoção de documentos técnicos internacionais), publicada em
2017, estabelece os requisitos para a adoção de documentos técnicos internacionais (ISO e IEC). De acor-
do com esta DIRETIVA 3 da ABNT, os Documentos Técnicos Internacionais, como as Normas Técnicas
internacionais da Série IEC 60079 (Atmosferas explosivas) são amplamente adotados no mundo e apli-
cados por fabricantes, organizações de comércio, compradores, consumidores, laboratórios de ensaio,
autoridades e outras partes interessadas.
Destaca-se, ainda, que estes documentos brasileiros adotados geralmente refletem a melhor expe-
riência da indústria, dos pesquisadores, dos consumidores e dos regulamentadores em todo o mundo,
bem como cobrem as necessidades comuns em vários países. Os Documentos Técnicos Internacio-
nais constituem uma das mais importantes bases para a remoção das barreiras técnicas ao comércio.
Isto é explicitamente reconhecido no Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comercio (TBT – Technical
Barriers to Trade) da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Por estas razões, de acordo com esta diretiva da ABNT, alinhada com a IEC e ISO, é importante que
seja feito todo o esforço possível para adotar e utilizar os Documentos Técnicos Internacionais e, con-
sequentemente, eliminar documentos técnicos ABNT conflitantes. Somente por meio do desenvolvi-
mento de um enfoque global, os benefícios da normalização podem ser plenamente obtidos.
No entanto, a adoção completa, em todos os casos, pode não ser viável devido a motivos como
segurança nacional, proteção da saúde humana ou segurança, proteção ao meio ambiente, ou pro-
blemas climáticos, geográficos ou tecnológicos fundamentais.
O Acordo TBT da OMC reconhece que estas são razões legítimas para eventuais desvios nacionais.
No entanto, a ABNT ressalta que, mesmo para estes casos excepcionais, é necessário que sejam feitos
todos os esforços possíveis para reduzir os desvios a um mínimo possível, de forma a evitar a existência
POTÊNCIA 15
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
de normas técnicas nacionais indevidamente conflitantes com normas técnicas internacionais da IEC
ou ISO.
A ABNT atingiu, em 2021, o significativo marco de publicação ou atualização de 100 Normas Técni-
cas Brasileiras adotadas sobre o tema “equipamentos e instalações em atmosferas explosivas”.
As Normas Técnicas brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas)
e ABNT NBR ISO 80079 (Equipamentos mecânicos “Ex”), idênticas às respectivas normas técnicas
internacionais, vêm sendo publicadas ou atualizadas desde 2005, quando foi publicada pela ABNT a
primeira Norma Técnica Brasileira adotada da Série ABNT NBR IEC 60079.
As Normas Brasileiras sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, relacionadas
com o segmento “Ex”, vêm sendo publicadas no Brasil desde o final dos anos 1960. O início da elabo-
ração de Normas Técnicas brasileiras da ABNT sobre atmosferas explosivas ocorreu em 1968, com a
publicação do Projeto de Norma “experimental” P-EB-239 - Equipamentos com invólucros à prova de
explosão. Em 1969 foi publicado pela ABNT o projeto de Norma “experimental” P NB-158 - Instalações
Elétricas em Ambientes com Líquidos, Gases ou Vapores Inflamáveis.
Ao longo das décadas de 1970 a 1990 foram publicadas outras normas brasileiras sobre o tema “Ex”,
porém sem representar uma devida harmonização, equivalência ou adoção das respectivas normas
técnicas internacionais, o que somente veio a ocorrer ao longo da primeira década dos anos 2000.
Naquele período foram publicadas pela ABNT algumas normas brasileiras sobre atmosferas explosivas
que, apesar de serem baseadas em normas da Série IEC 79, ainda possuíam alguns requisitos com base
no NEC Art. 500, representando alguns eventuais “conflitos” de critérios de especificação de equipa-
mentos “Ex” e de instalação de equipamentos “Ex” entre as duas Entidades.
A partir de 2000, todas as Normas Técnicas Brasileiras publicadas pela ABNT das Séries ABNT NBR IEC 60079
e ABNT NBR ISO 80079 são normas idênticas, adotando as respectivas normas IEC, elaboradas ou atua-
lizadas pelas seis Comissões de Estudo que compõe o Subcomitê SCB 003.031 (Atmosferas explosivas)
da ABNT/CB 003 (Eletricidade).
POTÊNCIA 16
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 5.2 – Exemplos de Normas Técnicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079 ela-
boradas pelas Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 e publicadas pela ABNT
Figura 5.3 – Exemplos de Normas Técnicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079 elaboradas
pelas Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 e publicadas pela ABNT
POTÊNCIA 17
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Podem ser citados como exemplos de instalações industriais que apresentam áreas classificadas devi-
do à presença de atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis:
◗ Refinarias de petróleo
◗ Indústrias químicas e petroquímicas (processo de fabricação tintas, vernizes, plásticos e resinas)
◗ Indústrias farmacêuticas e de cosméticos
◗ Indústrias alcooleiras, alimentícias e de biocombustíveis
◗ Terminais de armazenamento de petróleo e combustíveis
◗ Navios plataforma de produção, armazenamento e transferência de petróleo do tipo FPSO - Floating
Production Storage and Offloading
◗ Plataformas offshore para prospecção, perfuração e produção de petróleo
◗ Terminais portuários para carregamento e descarregamento de gases e líquidos inflamáveis, soja, açú-
car, fertilizantes, trigo ou outros tipos de poeiras combustíveis
◗ Tanques de armazenamento de combustíveis de navios e aviões
◗ Áreas de abastecimento de aviões em aeroportos
◗ Caminhões de transporte de produtos químicos inflamáveis ou gases liquefeitos
◗ Postos de serviço para abastecimento de Gasolina, Diesel, Álcool e GNV
◗ Indústrias de fabricação de móveis
◗ Terminais portuários marítimos, fluviais e lacustres de carga e descarga de granéis sólidos, líquidos
inflamáveis ou poeiras combustíveis
POTÊNCIA 18
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 19
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 6.2 - A segurança das instalações elétricas em atmosferas explosivas depende de que todas as
atividades sejam realizadas por pessoas competentes e por empresas de serviços certificadas
POTÊNCIA 20
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
manutenção ou recuperação, ao longo do seu ciclo total de vida. Por estes motivos a avaliação da confor-
midade por meio da certificação não pode ficar “restrita” aos equipamentos “Ex”, devendo ser aplicada
também para as empresas de serviços “Ex” e para as competências pessoais “Ex” dos profissionais
envolvidos com a execução ou supervisão de serviços de campo.
Os “serviços” a serem realizados em áreas classificadas são especificados nas Seguintes Normas Téc-
nicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas):
◗ ABNT NBR IEC 60079-10-1: Atmosferas explosivas - Parte 10-1: Classificação de áreas - Atmosferas
explosivas de gases inflamáveis
◗ ABNT NBR IEC 60079-10-2: Atmosferas explosivas - Parte 10-2: Classificação de áreas - Atmosferas
explosivas de poeiras combustíveis
◗ ABNT NBR IEC 60079-14: Atmosferas explosivas - Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instala-
ções elétricas
◗ ABNT NBR IEC 60079-17: Atmosferas explosivas - Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações
elétricas
◗ ABNT NBR IEC 60079-19: Atmosferas explosivas - Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de equi-
pamentos
Estas Normas Técnicas Brasileiras da Série ABNT NBR IEC 60079 são também referenciadas na se-
guinte Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 61892-7: Unidades marítimas fixas e móveis -
Instalações elétricas - Parte 7: Áreas classificadas.
POTÊNCIA 21
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ ABNT NBR IEC 60079-14: Projeto, montagem e inspeção inicial de instalações “Ex”
O inter-relacionamento entre estas normas técnicas sobre serviços “Ex” e competências pessoais de
executantes e supervisores para atividades em atmosferas explosivas, está representado na Figura a
seguir.
POTÊNCIA 22
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 23
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 24
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 8.1 – Exemplo de desenho de elevação de classificação de áreas de um navio do tipo FPSO
POTÊNCIA 25
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A Norma ABNT NBR IEC 60079-10-1 faz referência a “Práticas Recomendadas”, Códigos Industriais ou
Normas Técnicas “nacionais” de diversos países, que também apresentam procedimentos de classificação
de áreas, que são amplamente utilizadas em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, como por exemplo:
◗ EI 15 - Classification Code for Petroleum Installations Handling Flammable Liquids (Energy Institute)
◗ IGEM SR 25 – Hazardous area classification of natural gas installations (Institution of Gas Engineers
and Managers)
◗ API RP 505 – Recommended Practice for Classification of Locations for Electrical Installations at Petro-
leum Facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2 (American Petroleum Institute)
◗ NFPA 59A – Standard for the Production, Storage, and Handling of Liquefied Natural Gas (National
Fire Protection Association)
◗N
FPA 497 – Recommended Practice for the Classification of Hazardous Locations Installations in Che-
mical Process Areas (National Fire Protection Association)
◗T
RBS 2152 – Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Plant Safety Provisions”
(Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Safety at Work”)
◗D
GUV-Regel 113-001 – Ex-RL “Explosion Protection- Regulations – Rules for avoiding the dangers of
explosive atmospheres with examples collection” (Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung)
Diversas empresas operadoras da indústria do petróleo possuem as suas próprias normas sobre clas-
sificação de áreas, específicas para este tipo e características de processo, as quais incorporam suas
experiências e lições aprendidas.
A PETROBRAS, por exemplo, possui uma norma específica sobre o assunto, a Norma N-2918 (Atmos-
feras explosivas – Classificação de áreas), publicada em 02/2017, a qual consolida os requisitos daquela
POTÊNCIA 26
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
empresa, com base em experiências acumuladas desde a década de 1950, para a classificação de áreas
de instalações terrestres e marítimas para a indústria de petróleo e petroquímica, para áreas contendo
gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
A Norma PETROBRAS N-2918 encontra-se disponível para acesso público na página “Canal Fornece-
dor / Regras de Contratação / Catálogo de Padronização” no Website da PETROBRAS.
https://canalfornecedor.petrobras.com.br/pt/regras-de-contratacao/catalogo-de-
-padronizacao/#especificacoes-tecnicas
POTÊNCIA 27
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
ZONA 0: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva de gás inflamável está continuamente
presente ou por longos períodos ou frequentemente
ZONA 20: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeira combus-
tível, está presente no ar continuamente, por longos períodos de tempo ou frequentemente
ZONA 1: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva de gás inflamável pode ocorrer ocasional-
mente em condições normais de operação
ZONA 21: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeira combus-
tível no ar, é esperada ocorrer eventualmente em condições normais de operação
ZONA 2: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva de gás inflamável não é prevista de ocorrer
em condições normais de operação, mas, se ocorrer, irá persistir somente por um curto período
ZONA 22: Área classificada na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeira combus-
tível no ar, não é esperada de ocorrer em operação normal, mas se ocorrer, permanecer apenas por
um breve período de tempo
POTÊNCIA 28
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Caso a probabilidade de ocorrência de presença de atmosfera explosiva seja menor do que 10 horas
por ano, segundo estes procedimentos de classificação de áreas, consideram que a área classificada seja
considerada como sendo Zona 2 / Zona 22. Caso a probabilidade de ocorrência de atmosfera explosiva
seja menor do que 1.000 horas / ano e maior do que 10 horas / ano, estes Códigos Industriais ou Práticas
recomendadas consideram que a área classificada seja considerada como sendo Zona 1 / Zona 21.
A determinação do Grupo é estabelecida em função dos gases explosivos presentes no ambiente,
sendo subdividido em Grupo I, Grupo II ou Grupo III.
Grupo I é relativo às instalações subterrâneas, como nas minas de carvão, onde se encontra basica-
mente a presença do gás metano.
Grupo II é relativo às instalações de superfície, sendo subdividido em Grupo IIA, IIB e IIC, de acordo
com o gás representativo do local da instalação.
◗G
rupo IIA: gás representativo: propano
◗G
rupo IIB: gás representativo: eteno (etileno)
◗G
rupo IIC: gás representativo: acetileno (e hidrogênio)
Grupo III é relativo às instalações contendo poeiras combustíveis, sendo subdividido em Grupo IIIA, IIIB
e IIIC, de acordo com o tipo de poeira representativo do local da instalação.
◗G
rupo IIIA: fibras combustíveis ou materiais particulados
◗G
rupo IIIB: poeiras não condutivas
◗G
rupo IIIC: poeiras condutivas
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1 descreve também um método
de ensaio para a determinação da temperatura de autoignição (Auto-Ignition Temperature – AIT) de
misturas vapor/ar ou misturas gás/ar, à pressão atmosférica, de forma a permitir a seleção apropriada de
uma CLASSE DE TEMPERATURA para equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações,
elétricos ou mecânicos “Ex”.
A classe de temperatura de gases e vapores inflamáveis é apresentada na Norma Técnica Brasileira
adotada ABNT NBR IEC 60079-14, indicada na Tabela a seguir:
POTÊNCIA 29
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A relação entre a classe de temperatura de gases ou vapores inflamáveis (Grupo II) indicadas na docu-
mentação de classificação de áreas e a temperatura máxima de superfície exposta a atmosferas explo-
sivas a ser utilizada para a seleção de equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações,
elétricos e mecânicos “Ex” está indicada a seguir.
POTÊNCIA 30
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Com base nos desenhos de arranjo e de elevação das instalações físicas da planta, da lista de dados
de processo e da determinação das extensões das áreas classificadas, são elaborados os respectivos
desenhos de plantas e cortes das extensões de áreas classificadas.
É apresentado a seguir um exemplo “qualitativo” de documentação de classificação de áreas, tendo
como base os conceitos de “Zonas”.
POTÊNCIA 31
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 32
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Sob o ponto vista normativo, a utilização de placas de sinalização de segurança em áreas classificadas
é apresentada nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-14 (Instalações elétricas
terrestres “Ex”) e ABNT NBR IEC 61892 7 (Instalações elétricas marítimas “Ex”).
Sob o ponto de vista legal a Norma Regulamentadora NR-37 (Segurança e saúde em plataformas de
petróleo) especifica que as áreas classificadas devem possuir sinalização de segurança, visível e legível,
indicando a proibição da presença de fontes de ignição.
POTÊNCIA 33
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 9.6 - Exemplo de placa de sinalização de segurança em áreas classificadas de acordo com as
Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-14 e ABNT NBR IEC 61892-7
A padronização de formato, cor e conteúdo especificadas naquelas Normas para a placa de sinali-
zação “Ex” tem por objetivo alertar as pessoas que estão envolvidas com a execução ou supervisão de
atividades em áreas classificadas sobre o risco de formação de atmosferas explosivas no local de traba-
lho, alertando sobre a necessidade da devida percepção de riscos e sobre a necessidade de seguir os
procedimentos de segurança e de trabalho, os requisitos indicados nas análises de risco e os requisitos
das respectivas Permissões de Trabalho.
A instalação de placas de sinalização de segurança em áreas classificadas é também destinada a aler-
tar as pessoas envolvidas na execução ou supervisão de trabalhos em instalações “Ex” sobre os riscos de
eventual geração de fontes de ignição a partir de equipamentos elétricos ou mecânicos, devido a eventu-
al geração de superfícies quentes ou de centelhas ou faíscas, causadas por atrito ou cargas eletrostáticas,
o que pode provocar explosões com consequências catastróficas.
POTÊNCIA 34
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 35
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ API RP 505 – Recommended practice for classification of locations for electrical installations at pe-
troleum facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2 (American Petroleum Institute / USA)
◗ DGUV-Regel 113-001 – Ex-RL “Explosion Protection- Regulations – Rules for avoiding the dangers of
explosive atmospheres with examples collection” (Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung).
◗ EI 15 - Model code of safe practice - Part 15: Area classification code for petroleum installations (Energy
Institute / UK)
◗ IGEM SR 25 - Hazardous area classification of natural gas installations (Institution of Gas Engineers
and Managers / UK)
◗ NFPA 30 - Flammable and Combustible Liquids Code (National Fire Protection Association / USA)
POTÊNCIA 36
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ NFPA 45 - Standard on Fire Protection for Laboratories Using Chemicals (National Fire Protection As-
sociation / USA)
◗ NFPA 59 - Utility LP-Gas Plant Code (National Fire Protection Association / USA)
◗ NFPA 59 A - Standard for the Production, Storage, and Handling of Liquefied Natural Gas (LNG) (Natio-
nal Fire Protection Association / USA)
◗ NFPA 497 - Recommended Practice for the Classification of Hazardous Locations Installations in Che-
mical Process Areas (National Fire Protection Association / USA)
◗ TRBS 2152 – Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Plant Safety Provisions”
(Technische Regeln für Betriebssicherheit – “Technical Rules for Safety at Work”)
São citadas a seguir exemplos de normas técnicas nacionais ou estrangeiras publicadas por entidades
de normalização ou de “práticas recomendadas” publicadas por entidades ou associações reconhecidas,
utilizadas em diversos países do mundo, que abordam detalhes e procedimentos para a classificação de
áreas contendo poeiras combustíveis (Grupo III):
◗ ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2 – Características dos materiais - Métodos de ensaio de poeiras com-
bustíveis
◗ NFPA 61 – Standard for the Prevention of Fires and Dust Explosions in Agricultural and Food Proces-
sing Facilities (National Fire Protection Association / USA)
◗ NFPA 68 – Guide for Venting of Deflagrations (National Fire Protection Association / USA)
◗ NFPA 499 - Recommended Practice for the Classification of Combustible Dusts and of Hazardous
(Classified) Locations for Electrical Installations in Chemical Process Areas (National Fire Protection
Association / USA)
◗ NFPA 652 - Standard on the Fundamentals of Combustible Dust (National Fire Protection Associa-
tion / USA)
◗ NFPA 654 - Standard for the Prevention of Fire and Dust Explosions from the Manufacturing, Proces-
sing, and Handling of Combustible Particulate Solids (National Fire Protection Association / USA)
A documentação de classificação de áreas é formada por um conjunto de documentos que apre-
sentam informações sobre as áreas que contenham ou possam conter atmosferas explosivas de uma
planta de processamento químico, petroquímico, portuário ou de petróleo & gás (tanto onshore como
offshore). Este grupo de documentos compreende desenhos de plantas e elevações com as extensões
das áreas classificadas, lista de dados de processo sobre as substâncias inflamáveis ou combustíveis,
lista dos dados das fontes de liberação, e nos casos de espaços fechados, informações pertinentes
ao projeto de ventilação e ar condicionado, os quais possam afetar a classificação ou a extensão das
áreas classificadas.
Os documentos de classificação de áreas de uma instalação industrial constituem um grupo de de-
senhos que mostram, em escala, o arranjo completo das instalações industriais da planta, mostrando as
marcações das extensões das áreas classificadas. Estas extensões e tipos de áreas classificadas devem
POTÊNCIA 37
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
ser definidos com base nas informações contidas nas listas de dados de processo das substâncias infla-
máveis e nas fontes de liberação para as instalações existentes.
A documentação de classificação de áreas elaborada com base em dados “preliminares”, ou seja,
em fases de projeto básico, devem conter “notas indicando claramente que a documentação foi emitida
somente como base de referência e não é válida para a operação da planta. Nestas situações, a docu-
mentação de classificação de área deve ser revisada de acordo com os dados reais e certificados de
processo e de arranjo físico dos equipamentos, durante a fase de detalhamento do projeto, com base na
documentação certificada dos fabricantes e fornecedores dos equipamentos de processo, bem como na
documentação atualizada de processo, incluindo a documentação do tipo P&I (Piping & Instrumentation).
Embora não seja definido um “prazo” de validade da documentação de classificação de áreas, ela deve
ser revisada sempre que houver alguma “mudança de processo”. Enquanto os equipamentos e as con-
dições de processo continuarem inalteradas, a documentação de classificação de áreas pode ser consi-
derada adequada, considerando que os equipamentos e instalações de processos sejam submetidos a
procedimentos adequados de inspeção e manutenção e que seja assegurado que não existem perdas de
contenção por parte dos equipamentos de processo, incluindo tubulações, manifolds, vasos de pressão,
tanques de armazenamento, silos, armazéns, bombas, ventiladores, compressores, fornos, caldeiras, rea-
tores, torres de destilação, trocadores de calor, ciclones, moegas, esteiras transportadoras e shiploaders.
A documentação de classificação de área deve ser elaborada por uma equipe multidisciplinar, coor-
denada por profissionais das áreas de processo ou segurança industrial, desde o estágio inicial de plane-
jamento do empreendimento, incluindo as fases de projeto básico e de detalhamento.
Para que haja um nível adequado de CONFIANÇA de que os serviços de elaboração da documen-
tação de classificação de áreas serão realizados de forma correta, é recomendado que os profissionais
envolvidos possuam os conhecimentos, nivelamento de conceitos, experiências, competências e certifi-
cação indicadas na Unidade de Competência Ex 002 - Elaboração de classificação de áreas.
A documentação de classificação de área deve estar concluída antes do início de qualquer serviço
de projeto de pré-detalhamento, projeto de detalhamento e de especificação técnica dos equipamentos,
bem como a etapa de construção e montagem, devendo ser atualizada, antes da pré-operação da ins-
talação. São necessárias revisões durante a vida útil da instalação, para todos os casos de ampliações,
modificações ou demolições.
Os trabalhos de classificação de áreas devem ser iniciados com a coleta de documentos como dese-
nhos de planta e cortes de arranjo geral, diagramas e fluxogramas de processo e arranjos de ventilação,
os documentos anteriores de classificação de áreas atualizados (se existirem), os dados dos equipamen-
tos, das substâncias e de processo, como a composição dos produtos inflamáveis ou combustíveis, tem-
peratura, volume, vazão, pressão e dimensões dos equipamentos de processo.
Em casos em que a ocorrência de liberação de material inflamável gerado por alguns tipos de operações
ou equipamentos seja muito pouco frequente, não é necessária a classificação de áreas nas regiões circun-
vizinhas. Podem também ser consideradas como áreas “não classificadas” as áreas com ventilação adequa-
da onde as substâncias inflamáveis estejam contidas em sistemas de fechados de tubulação, sem válvulas,
flanges ou acessórios de tubulação, os quais estejam submetidos à serviços adequados de manutenção.
Também podem ser consideradas como sendo áreas “não classificadas” as áreas com ventilação
adequada onde as substâncias inflamáveis estejam contidas em sistemas de sistemas fechados de tu-
bulação e nos quais esteja incluída uma fonte isolada de risco de liberação, por exemplo, uma válvula e
seus flanges, conectada a uma tubulação, em área aberta livre de obstáculos.
POTÊNCIA 38
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Nos casos gerais da existência de agrupamentos de diversas fontes de liberação de grau secundário,
como diversas válvulas de bloqueio e flanges, como ocorre frequentemente em “manifolds”, estas áreas
devem ser consideradas como áreas classificadas. Podem também ser consideradas como sendo áreas
“não classificadas” as áreas com ventilação limitada ou impedida onde as substâncias inflamáveis este-
jam contidas em sistemas fechados de tubulação, sem válvulas, flanges, pequenas válvulas, medidores ou
acessórios de tubulação, bem como em áreas de equipamentos contendo selos mecânicos específicos,
com controle de liberação entre selos ou sem possibilidade de liberação para a atmosfera.
Também podem ser consideradas como áreas “não classificadas” as áreas onde gases inflamáveis
são armazenados ou transportados em recipientes especificamente projetados para este fim, obedecen-
do a regulamentos ou normas específicas, como por exemplo, em sistemas de gases industriais que ope-
rem com acetileno, hidrogênio e metano.
Para a obtenção de dados para a elaboração da documentação de classificação de áreas de uma de-
terminada instalação é necessário utilizar documentos, Práticas Recomendadas ou Normas Técnicas como
ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1 (Características de substâncias para classificação de gases e vapores
- Métodos de ensaios e dados), NFPA 497 (classificação de áreas contendo gases inflamáveis), NFPA
499 (classificação de áreas contendo combustíveis), NFPA 652 (fundamentos de poeiras combustíveis),
FISPQ (Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos) ou bancos de dados internacionais,
como IFA/GESTIS “Ex” Database, CAS (Chemical Abstract Service) ou MSDS (Material Safety Data Sheet).
A partir da elaboração da documentação de classificação de áreas, deve ser assegurado que a especi-
ficação e instalação dos equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e me-
cânicos “Ex” atendam aos requisitos da classificação da área na qual os equipamentos “Ex” são previstos
de serem instalados (de forma fixa) ou utilizados (de forma pessoal ou portátil), com base nos requisitos
de seleção indicado nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-14 (Projeto, sele-
ção de equipamentos e montagem de instalações “Ex”) e ABNT NBR IEC 61892-7 (Instalações elétricas
marítimas – Áreas classificadas).
Ao se instalar ou utilizar equipamentos ou sistemas “Ex” de instrumentação, automação, telecomunica-
ções, elétricos ou mecânicos em uma planta de processamento ou em um local onde possam estar pre-
sentes produtos inflamáveis ou combustíveis, as medidas de proteção tomadas, os tipos de proteção dos
equipamentos “Ex” e o os níveis de proteção dos equipamentos “Ex” (EPL) proporcionados, dependem do
risco potencial envolvido, os quais estão indicados na respectiva documentação de classificação de áreas.
Além de representar a base para a especificação técnica para compra dos equipamentos de instru-
mentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex” a serem instalados nas áreas classi-
ficadas, a documentação de classificação de áreas é também continuamente requerida para a execução
das atividades de montagem, inspeção, manutenção ou reparos de equipamentos ou instalações “Ex”,
possibilitando a especificação do EPL requerido para cada equipamento “Ex”, dependendo do local da
instalação (Ga, Gb, Gc, Da, Db ou Dc), bem como dos tipos de proteção “Ex” a serem utilizados, como
Ex “i”, Ex “e”, Ex “p”, Ex “op”, Ex “de” ou Ex “m” ou combinações destes tipos de proteção “Ex”, como
Ex “eb mb”, Ex “db eb mb”, Ex “eb mb op is” ou Ex “db ib mb”.
POTÊNCIA 39
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 40
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
As poeiras combustíveis provenientes dos grãos consistem em pequenas partículas criadas pela que-
bra e abrasão de partículas maiores em função do manuseio e do processamento. Poeiras combustíveis
são partículas sólidas finamente divididas, com diâmetro nominal de 500 μm ou menor, as quais podem
formar misturas explosivas com o ar, nas condições normais de temperatura e pressão (–20 °C a +60 °C),
80 kPa (0,8 bar) a 110 kPa (1,1 bar), tendo o ar conteúdo normal de oxigênio, 21 % v/v, de acordo com a
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2.
Partículas combustíveis em suspensão são partículas sólidas, incluindo fibras, com tamanho nominal
maior que 500 µm, que podem formar misturas explosivas com o ar sob condições normais de temperatu-
ra e pressão. Exemplos de partículas combustíveis em suspensão incluem seda artificial (rayon), algodão
(incluindo refugo de algodão e sobras de algodão), sisal, juta, cânhamo, fibra de coco, estopa e sobras de
paina. Partículas combustíveis em suspensão são classificadas como Grupo IIIA.
POTÊNCIA 41
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Uma explosão de poeiras combustíveis requer cinco elementos: os quatro elementos para deflagra-
ção, mais o confinamento da nuvem em suspensão.
Deve ser ressaltado que, apesar de que não existe o risco de explosão sem a existência do confi-
namento de poeiras, poeiras combustíveis não confinadas em suspensão no ar ainda proporcionam um
elevado risco de deflagração. Tanto para a ocorrência de uma deflagração como para a ocorrência de
uma explosão existe a presença de uma fonte de ignição que inicia o processo de combustão. A diferen-
ça entre deflagração e explosão está na velocidade de propagação da chama e na consequente elevada
taxa de aumento de pressão.
POTÊNCIA 42
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 43
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Áreas externas a locais de contenção de poeiras combustíveis, onde a poeira seja acumulada e onde,
devido a operações do processo, a camada de poeira combustível possa ser perturbada e formar at-
mosferas explosivas de nuvens de poeira
◗ Áreas no interior de locais de contenção de poeiras combustíveis, onde nuvens de poeiras são prová-
veis de ocorrer (mas não continuamente, ou por longos períodos ou frequentemente), como por exem-
plo, o enchimento de um silo com material a granel com baixo conteúdo de poeira e o lado de retenção
(sujo) dos filtros, se existirem longos intervalos entre as operações de limpeza
De acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-2 (Atmosferas explo-
sivas – Parte 10-2: Classificação e áreas contendo poeiras combustíveis), nestes casos, a distância de
aproximadamente 1,0 m ao redor das fontes de liberação de poeiras combustíveis é frequentemente
suficiente (com uma extensão vertical para baixo em relação ao solo ou ao nível de um piso sólido), na de-
terminação da extensão da área classificada Zona 21. Deve ser avaliada a necessidade de consideração
de distâncias superiores, em casos particulares de instalações.
De acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-2 (Atmosferas explosi-
vas – Parte 10-2: Classificação e áreas contendo poeiras combustíveis), em muitos casos, a distância de
aproximadamente 3,0 m ao redor da fonte de liberação é frequentemente suficiente (com uma extensão
vertical para baixo em relação ao solo ou ao nível de um piso sólido), na determinação da extensão de
uma área classificada Zona 22. Deve ser avaliada a necessidade de consideração de distâncias superio-
res, em casos particulares de instalações.
POTÊNCIA 44
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 45
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Os materiais plásticos de invólucros com tipo de proteção Ex “e” (segurança aumentada - Norma
ABNT NBR IEC 60079-7) normalmente recebem adição de carbono, que é um material condutor de
cargas eletrostáticas, de forma a atender aos requisitos de resistência máxima superficial indicados
na Norma ABNT NBR IEC 60079-0 (109 Ω a 1011 Ω, dependendo da umidade relativa do ar). Além
disso, este tipo de equipamento normalmente apresenta, em suas instruções específicas de instala-
ção, o alerta de que a limpeza deve ser feita um pano úmido, de forma a evitar a geração de cargas
eletrostáticas.
Peças de vestuário fabricadas em nylon que são removidas do corpo são capazes de gerar cargas
eletrostáticas em um nível de potencial suficiente para causar a ignição de gases inflamáveis, havendo
registros históricos de ocorrência deste tipo de fonte de ignição.
As rápidas movimentações de fluidos, como em jatos ou spray podem também gerar cargas eletrostá-
ticas. Um jato de aerossol a partir de um recipiente pode gerar no bocal tensões eletrostáticas da ordem
de 5 kV. De forma similar, tensões da ordem de 10 kV ou mais, podem ser geradas no bocal de um equi-
pamento de limpeza com vapor de alta pressão.
O fluxo de líquidos ou gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis através de tubulações e de equipa-
mentos de processo provoca a geração de cargas eletrostáticas, as quais se concentram nas superfícies
dos materiais, podendo causar potenciais eletrostáticos de magnitude da ordem de muitos milhares de
Volt (kV). Esta tensão eletrostática é inaceitável em áreas classificadas e deve ser eliminada assegurando-
se que todas as tubulações e equipamentos de processo, elétricos e de automação estejam devidamente
equipotencializados ou aterrados.
A utilização de materiais não metálicos, como equipamentos com invólucros plásticos ou sistemas de
bandejamento com coberturas plásticas com elevada resistência superficial podem gerar ou acumular
uma quantidade inaceitável de carregamento eletrostático em áreas classificadas, caso não sejam toma-
das medidas de controle para evitar estas situações de risco potencial de fontes de ignição. Dependen-
do do nível de carregamento eletrostático e dependendo da energia mínima de ignição de substâncias
inflamáveis, os elevados potenciais eletrostáticos são capazes de gerar centelhas que podem causar a
explosão de atmosferas explosivas.
O carregamento eletrostático em líquidos é essencialmente o mesmo processo que ocorre em sólidos,
mas pode depender da presença de íons ou de partículas microscópicas carregadas eletrostaticamente.
Os íons ou partículas de uma polaridade podem ser adsorvidas na interface entre os líquidos e estas então
atraem íons de polaridade oposta, as quais formam uma camada difusa de carga eletrostática no líquido,
próxima da interface.
De acordo com os requisitos apresentados na especificação técnica internacional IEC TS 60079-32-1,
o carregamento eletrostático por contato pode ocorrer nas interfaces de materiais sólido/sólido, líquido/
líquido ou sólido/líquido. Os gases inflamáveis não podem ser carregados, mas nos casos em que um gás
inflamável contiver partículas sólidas ou gotículas de líquidos em suspensão, estas podem ser carregadas
eletrostaticamente por contato, de forma que o gás inflamável pode acumular cargas eletrostáticas, com
riscos de geração de centelhas.
No caso de materiais sólidos dissimilares inicialmente não carregados eletrostaticamente e no po-
tencial do sistema de terra, uma pequena quantidade de carga eletrostática é transferida de um material
para o outro, quando estes entram em contato, devido ao movimento relativo entre eles. Os dois mate-
riais são, desta forma, carregados eletrostaticamente com cargas opostas e consequentemente passa a
existir um campo elétrico entre eles. Se os materiais são então separados, um trabalho é realizado para
POTÊNCIA 46
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
superar o efeito de atração ocasionado neste momento pelas cargas elétricas opostas e pela diferença
de potencial gerada entre eles. Esta diferença de potencial tende a carregar eletrostaticamente os
pontos residuais de contato.
POTÊNCIA 47
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Podem ser citados também como exemplos típicos de carregamento eletrostático em líquidos: o
fluxo de um líquido através de tubulação, bomba ou filtro, ocasionando a agitação e a atomização do
líquido. Se o líquido contém uma segunda fase imiscível na forma de sólidos finos em suspensão ou
líquidos finamente dispersos ou bolhas de ar, o carregamento eletrostático é elevado, em função da
grande área de interface.
Os objetos condutivos podem também se tornar carregados por meio de indução, nos casos em que
estes objetos tenham estado no interior de um campo elétrico produzido por outros objetos carregados,
ou devido a condutores com um alto potencial elétrico presentes ao seu redor.
Todos os objetos podem também se tornar carregados eletrostaticamente se partículas carregadas ou
moléculas ionizadas se acumularem sobre estes objetos.
Dentre os problemas associados com a geração e o acúmulo da eletricidade estática em áreas classi-
ficadas podem ser citados os seguintes:
◗ Falhas no sistema de aterramento e equipotencialização de máquinas, equipamentos de processo e
de instalações industriais
◗ Riscos eletrostáticos causados pela movimentação de pessoas
◗ O armazenamento, manuseio e movimentação de sólidos e poeiras combustíveis, incluindo o trans-
porte pneumático
◗ O armazenamento, manuseio e movimentação de líquidos inflamáveis
◗ A manipulação de gases e vapores inflamáveis em altas pressões e vazões
Podem ser citados como exemplos dos riscos de ignição causados pela geração ou pelo acúmulo de
cargas eletrostáticas em áreas classificadas:
◗ Ignição ou explosão de atmosferas explosivas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis
◗ Choque eletrostático em combinação com outros riscos de geração de fontes de ignição, como que-
das, impactos ou separação de objetos
◗ Choques eletrostáticos com riscos de ferimentos graves ou mesmo de perda de vida
◗ Danos a componentes eletrônicos
Uma descarga eletrostática ocorre quando o potencial do campo eletrostático ultrapassa a rigidez
dielétrica do material dielétrico. Uma descarga eletrostática ocorre quando a força do campo elétrico
excede o nível de dielétrico do ar atmosférico (da ordem de 10 a 20 kV/cm) em condições ambientais
normais.
Diversos tipos de descargas eletrostáticas podem levar a uma ignição eletrostática, dependendo das
características (como a Mínima Energia de Ignição - MIE) dos gases inflamáveis ou poeiras combustíveis
que estiverem presentes no local da instalação, em área classificada.
Além dos riscos relacionados a geração de fontes de ignição em áreas classificadas, a eletricidade
estática pode também apresentar problemas operacionais durante os processos de fabricação e manu-
seio, como por exemplo, provocando a aderência dos materiais uns aos outros, ou atraindo poeiras ou
materiais particulados.
POTÊNCIA 48
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 49
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Podem ser citados como principais objetivos dos circuitos de aterramento e equipotencialização:
◗ Proporcionar a devida operação de dispositivos de proteção de forma que o tempo de duração das
correntes de falta seja minimizado
◗ Evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas geradas pela movimentação de fluidos nos equipamentos de
processo
POTÊNCIA 50
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Em áreas classificadas, a eliminação das fontes de ignição deve ser considerada como um requisito
fundamental, sendo que a implantação de um sistema efetivo de aterramento e de equipotencialização
representa um critério básico de projeto.
Além de evitar o acúmulo de eletricidade estática, o sistema de aterramento contribui também para
a devida atuação de dispositivos de proteção contra faltas a terra, no caso da ocorrência de falhas do
isolamento para a terra em equipamentos e circuitos elétricos, os quais rapidamente desligam o circuito.
Caso contrário, poderia ocorrer a existência de pontos quentes com temperatura excessiva (acima da clas-
se de temperatura do local da instalação) ou a geração de arcos elétricos devido à falha do isolamento.
12.3.1 C
ondutores para equipotencialização de potencial de equipamentos e
instalações em áreas classificadas
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 apresenta requisitos específicos sobre
a equalização de potencial de equipamentos e instalações em áreas classificadas, especificando, dentre
outros requisitos, a seção nominal de condutores de equipotencialização, ou seja, condutores que fazem
com que as partes metálicas não destinadas à condução de corrente estejam devidamente equipotencia-
lizadas entre si e com o sistema de aterramento.
A seção nominal mínima dos condutores de equipotencialização para a conexão principal para uma
barra de aterramento deve ser de 6 mm2 e as conexões suplementares devem possuir uma seção no-
minal mínima de 4 mm2. A especificação da seção nominal dos condutores de equipotencialização deve
levar em consideração a utilização de condutores com seções nominais maiores, devido à necessidade
de resistência mecânica contra impactos, queda de objetos sobre os cabos e possibilidade de tráfego de
pessoas ou de equipamentos pesados.
Por conexão “principal” pode ser entendido, por exemplo, o cabo que interliga diretamente (equipo-
tencializa) uma malha de terra com uma barra de terra “principal”. Por conexões “suplementares” pode
ser entendido, por exemplo, um cabo de equipotencialização que interliga uma barra terra “principal” com
uma barra de terra “secundária”, instalada no interior de um painel de controle ou de uma caixa de junção.
Muitas vezes este conceito é aplicado de forma “conservativa”, sob o ponto de vista da frequente existência
de uma conexão metálica dos equipamentos “Ex” com tubulações que já estão solidamente equipotenciali-
zadas com o sistema de terra. A possibilidade de não conexão por meio de cabos de equipotencialização a
equipamentos “Ex” que já estejam equipotencializados por meio de conexão sólida com estruturas já equipo-
tencializadas e aterradas é indicado na Seção “equalização de potencial” da Norma ABNT NBR IEC 60079-14.
Nestes casos, a instalação eventualmente “desnecessária” de longos cabos de equipotencialização implicam
em maior custo de aquisição de material e de montagem, sem a respectiva elevação dos níveis de segurança
“Ex”, à luz dos requisitos de “equalização de potencial” apresentados na Norma ABNT NBR IEC 60079-14.
Sobre a equalização de potencial, a Norma ABNT NBR IEC 60079-14 indica que “prensa-cabos que
incorporam dispositivos de fixação que fixem a malha ou a armadura do cabo podem ser utilizados para
fornecer a ligação equipotencial”. Sobre este tema, a Norma ABNT NBR IEC 60079-14 indica também que
“Invólucros metálicos de equipamentos intrinsecamente seguros ou de energia limitada não necessitam
estar conectados a um sistema de ligação equipotencial”.
Como pode ser verificado não são todos os equipamentos ou instrumentos “Ex” que necessitam pos-
suir condutores de equipotencialização. Por exemplo, se um instrumento “Ex” estiver solidamente fixado a
uma estrutura metálica, como um suporte de fixação ou tubulação, que proporciona uma equalização muito
melhor que um condutor com seção de 4 mm2, a qual que proporcione uma efetiva ligação equipotencial
POTÊNCIA 51
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
com o sistema de terra, não existe neste caso, de acordo com a Norma ABNT NBR IEC 60079-14, a neces-
sidade da instalação de um condutor de equipotencialização específico. Este tipo de montagem pode ser
verificado em muitas instalações de campo para instrumentos “Ex”.
Neste mesmo exemplo, caso a estrutura metálica de suportação do equipamento “Ex” esteja fixada em
material não condutor, como no concreto (material não condutivo), existe a necessidade desta estrutura
metálica ser equipotencializada com o sistema de terra, por meio de um cabo com seção de 4 mm2. Com
esta “equipotencialização” da estrutura metálica, os equipamentos “Ex” a serem nela fixados não neces-
sitam possuir um condutor “específico” de equipotencialização.
Este tipo de ligação equipotencial está claramente indicado na Norma ABNT NBR IEC 60079-14: “Par-
tes condutoras expostas não necessitam estar individualmente conectadas ao sistema de ligação equi-
potencial, se eles estiverem firmemente fixados e em contato metálico com partes estruturais condutoras
ou tubulações que são conectadas ao sistema de ligação equipotencial.”
Por este motivo, de acordo com os requisitos da Norma ABNT NBR IEC 6009-14, os instrumentos, cai-
xas de junção elétrica, botoeiras, instrumentos ou equipamentos de telecomunicações somente neces-
sitam possuir um condutor “específico” para equipotencialização caso estejam fixados em uma estrutura
não condutora, a qual não proporcione uma efetiva ligação equipotencial.
Nestes casos “particulares”, deve haver um cabo com seção nominal de 4 mm2 que interliga uma barra
de terra principal com uma barra de terra secundária que esteja instalada no interior destes equipamentos
que estejam eventualmente “isolados” (não equipotencializados). Nos casos em que não seja feita a equi-
potencialização da estrutura metálica engastada no concreto, então os equipamentos e instrumentos “Ex”
fixados nesta estrutura “isolada” devem ser individualmente equipotencializados com cabos de 4 mm2.
POTÊNCIA 52
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A utilização de materiais condutivos ou dissipativos pode ser considerada como uma prática reco-
mendada, de forma que uma adequada e segura conexão com o sistema de terra possa drenar as cargas
eletrostáticas acumuladas. A resistência dos materiais dissipativos se situa na faixa entre 105 Ω a 1011 Ω.
As técnicas de aterramento e de equipotencialização são métodos considerados eficazes para evitar
o acúmulo e permitir a dissipação de cargas eletrostáticas em atmosferas explosivas, prevenindo a ocor-
rência de riscos de ignição. Deve ser ressaltado que os materiais condutores que se tornem eventual,
acidental ou inadvertidamente isolados do sistema de aterramento, podem apresentar potenciais ele-
trostáticos muito elevados, devido ao carregamento decorrente da movimentação de líquidos, como em
tanques metálicos de armazenamento, estruturas metálicas existentes em tanques ou quaisquer outras
partes metálicas isoladas que podem se tornar associadas à movimentação dos líquidos.
Isso pode ocasionar descargas centelhantes capazes de atuar como fontes de ignição em áreas clas-
sificadas. Portanto, todas as partes condutivas de um sistema envolvendo tubulações, válvulas e equipa-
mentos de processo destinados ao armazenamento e movimentação de líquidos devem ser adequada-
mente equipotencializadas e interligadas ao sistema de terra.
Os tanques de armazenamento de produtos inflamáveis devem ser periodicamente inspecionados
para assegurar que não existam partes metálicas soltas ou partes condutivas não aterradas de forma
não intencional, por exemplo, partes flutuantes metálicas sobre o líquido inflamável contido no interior do
tanque de armazenamento.
Dentre as soluções para os riscos de ignição decorrentes de descargas eletrostáticas em atmosferas
explosivas estão o projeto de sistemas efetivos de equipotencialização e aterramento, a especificação
de equipamentos de processo fabricados em materiais metálicos ou condutivos, a não existência inten-
cional de materiais condutores isolados, a implantação de procedimentos de operação que reduzam a
geração de cargas eletrostáticas, procedimentos de aterramento temporário de equipamentos de pro-
cesso móveis ou transportáveis ou de veículos, e adequados procedimentos de inspeção e manutenção
dos sistemas de aterramento em áreas classificadas.
As cargas eletrostáticas podem também ser reduzidas por meio de implantação de procedimentos de
operação de processo, como por exemplo, a redução das vazões através das tubulações, pela adição de
compostos antiestáticos nos líquidos de baixa condutividade, pela utilização de tubulações ou equipa-
mentos condutivos ou fabricados de materiais com alto teor de carbono e de aterramento temporário de
veículos ou de equipamentos móveis ou transportáveis.
A devida conscientização das pessoas envolvidas com atividades de projeto, montagem, inspeção,
manutenção e operação de equipamentos e instalações, sobre os riscos relacionados com cargas eletros-
táticas em áreas classificadas, tendo como base os requisitos especificados nas ABNT IEC TS 60079-32-1
e ABNT NBR IEC 60079-32-1 certamente contribuem para a redução de fontes de ignição que podem
resultar em grandes explosões, contribuindo para a elevação dos níveis de conformidade normativa e de
segurança das instalações e pessoas que trabalham em atmosferas explosivas.
12.5 E
specificação e utilização de calçados condutivos e dissipativos
(“antiestáticos”)
Dependendo do tipo das instalações contendo atmosferas explosivas, bem como dos produtos utili-
zados para o acabamento dos pisos, existe a preocupação de evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas
nas pessoas que transitam nestes ambientes, pisando sobre diferentes tipos de pisos, com diferentes
características de acúmulo ou dissipação de cargas eletrostáticas.
POTÊNCIA 53
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
De acordo com os requisitos indicados na ABNT IEC TS 60079-32-1 (Atmosferas explosivas – Parte
32-1: Riscos eletrostáticos), o termo “antiestático” pode ser utilizado para designar um produto que seja
condutivo ou dissipativo, em termos de evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas. Este termo é utilizado
para descrever um material que seja incapaz de reter uma carga eletrostática significativa, quando em
contato com o terra. Neste contexto o termo “antiestático” é normalmente utilizado para descrever um
tipo de calçado que apresente esta características ou aditivos antiestáticos para utilização em líquidos
(ASA – Anti Static Additives). O termo mais recomendado, neste caso é “condutivo” ou “dissipativo”
dependendo do que for mais aplicável de acordo com cada caso.
Neste contexto um “calçado condutivo” pode ser entendido como sendo um calçado para asse-
gurar que uma pessoa em pé sobre um piso condutor tenha uma resistência ao chão aterrado baixa o
suficiente para assegurar dissipação de descargas eletrostáticas, mesmo em situações particularmente
perigosas, como por exemplo, quando estiver manuseando produtos ou substâncias explosivas sensí-
veis, mas alta o suficiente para evitar um risco de choque elétrico em tensões menores que 500 V, de
acordo com os requisitos indicados nas Normas internacionais IEC 61340-4-3 (Electrostatics – Part 4-3:
Standard test methods for specific applications – Footwear) e IEC 61340-4-5 (Electrostatics – Part 4-5:
Standard test methods for specific applications – Methods for characterizing the electrostatic protec-
tion of footwear and flooring in combination with a person).
De acordo com a ABNT IEC TS 60079-32-1, com relação aos requisitos de eletricidade estática quan-
do da fabricação, manuseio ou armazenamento de produtos explosivos, os calçados “dissipativos” são
aqueles que asseguram a que uma pessoa em pé sobre um piso condutor ou dissipativo tenha uma
resistência ao terra baixa o suficiente para assegurar a dissipação de descargas eletrostáticas, mas alta o
suficiente para evitar um choque elétrico perigoso em tensões menores que 500 V.
Também de acordo com os requisitos indicados na ABNT IEC TS 60079-32-1, é recomendado que todas
as pessoas sejam aterradas por meio de pisos com resistência máxima de aterramento de 50 kΩ, e utilizar
calçados com resistência máxima de 100 kΩ. É recomentado também que um monitoramento da resistência
de aterramento das pessoas seja instalado em cada entrada de qualquer área onde seja exigida a utilização
de calçados condutivos. Ao manusear misturas com energias de ignição inferiores a 0,1 mJ, é recomendado
considerar o monitoramento da resistência de aterramento das pessoas nas estações individuais de trabalho.
Os calçados “antiestáticos”, descritos na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 20345
(Equipamento de proteção individual – Calçado de segurança), podem atender esta função. De acordo
POTÊNCIA 54
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
com aquela Norma, um calçado “condutivo” apresenta uma resistência abaixo de 100 kΩ, medida de
acordo com a Seção 5.10 da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 20344 (Equipamentos
de proteção individual – Métodos de ensaio para calçados). De acordo com aquela Norma, um calçado
“antiestático” apresenta uma resistência na faixa de 100 kΩ a 1.000 MΩ. Por outro lado, um calçado
“isolante elétrico” é considerado como sendo aquele que protege o usuário contra os choques elétricos,
prevenindo a passagem de correntes perigosas através do corpo pelos pés.
De acordo com os requisitos indicados na Norma Técnica Brasileira ABNT NBR ISO 20345, é reco-
mendado que calçados eletricamente condutivos sejam utilizados se for necessário minimizar cargas
eletrostáticas, no tempo mais curto possível, como, por exemplo, quando do manuseio de sustâncias ou
produtos explosivos. Não é recomendado que os calçados eletricamente condutivos seja utilizados se
não for eliminado por completo qualquer risco de choque elétrico devido ao contato com qualquer equi-
pamento elétrico ou partes energizadas. Para assegurar que os calçados são de fato condutivos, eles têm
que ser especificados para ter um limite superior de resistência de 100 kΩ, quando em estado de “novo”.
Durante a execução dos serviços, a resistência elétrica do calçado feito de material condutivo pode
mudar significativamente, devido à flexão e contaminação, e torna-se necessário assegurar que os cal-
çados condutivos possam cumprir a função designada de dissipar cargas eletrostáticas durante toda a
sua vida útil. Nos casos aplicáveis é recomendado que o usuário estabeleça um programa de ensaio de
resistência elétrica dentro do local de utilização e o execute em períodos regulares. É recomendado tam-
bém que esta verificação faça parte das verificações de rotina do programa de prevenção de acidentes no
local de trabalho. Se o calçado for utilizado em condições em que o material do solado seja contaminado
com substâncias que possam aumentar a resistência elétrica do calçado, os usuários sempre devem veri-
ficar as propriedades elétricas destes calçados antes de adentrar nas áreas do risco.
Nos locais onde forem utilizados calçados condutivos, é recomendado que a resistência do piso não
invalide a proteção proporcionada por este tipo de calçado. Durante a utilização de calçados condutivos,
é recomendado que nenhum elemento isolante (como por exemplo palmilhas internas) seja introduzido
entre o pé do usuário e a parte interna do solado do calçado. Se algum inserto for introduzido entre a
parte interna do solado e o pé, é recomendado que a combinação do calçado e do inserto seja ensaiada
quanto às suas propriedades elétricas.
Com relação a “calçados antiestáticos”, na Norma Técnica Brasileira ABNT NBR ISO 20345 é reco-
mendado que os calçados antiestáticos seja utilizados se for necessário minimizar o acúmulo de cargas
eletrostáticas, por meio da sua dissipação, evitando assim o risco de ocorrência de fontes de ignição
como, por exemplo, com a presença de atmosferas explosivas formadas por substâncias inflamáveis, e
se o risco de choque elétrico devido ao contato com qualquer equipamento elétrico ou partes energiza-
das não for completamente eliminado. É recomendado que seja entendido, entretanto, que os calçados
antiestáticos não são aptos a assegurar uma proteção adequada contra choques elétricos, uma vez que
proporciona uma baixa resistência entre o pé e o piso. Se o risco do choque elétrico não for completamen-
te eliminado, medidas adicionais para se evitar este risco são essenciais e devem ser implantadas. Estas
medidas, bem como os ensaios necessários devem fazer parte das verificações de rotina do programa de
prevenção de acidentes no local de trabalho.
As experiências práticas têm demonstrado que, para a finalidade “antiestática”, é recomendado que o
caminho de descarga através do produto normalmente tenha uma resistência elétrica menor que 1.000 MΩ
a qualquer tempo de sua vida útil. Um valor de 100 kΩ é especificado como o limite mais baixo da resistência
do produto quando na condição de “novo”, de modo a assegurar alguma proteção limitada contra choques elé-
tricos perigosos ou ignição, no caso de qualquer equipamento elétrico apresentar defeito, quando operando
POTÊNCIA 55
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
em tensões menores que 250 V. Entretanto, os usuários devem estar cientes de que os calçados “antiestá-
ticos” pode oferecer proteção “inadequada”, em determinadas condições. Nestes casos, é recomendado
que providências adicionais sejam tomadas para proteger os usuários, em tempo integral.
A resistência elétrica deste tipo de calçado “antiestático” pode ser modificada de modo significativo pela
flexão, contaminação ou umidade. Este tipo de calçado não vai cumprir a sua função pretendida nos casos
em que for utilizado em condições de ambientes úmidos. É necessário, portanto, assegurar que este tipo de
produto possa cumprir a sua função de dissipar as cargas eletrostáticas e também proporcionar a prote-
ção pretendida durante toda a sua vida útil. É recomendado que o usuário o estabeleça um programa de
ensaio de resistência elétrica no local de utilização e o realize em intervalos frequentes e regulares.
Se os calçados condutivos ou antiestáticos forem fornecidos com uma palmilha interna removível, no
informativo ao usuário deve ficar claro que os ensaios foram feitos com a palmilha interna no local. Deve
ser feita uma advertência de que os calçados somente podem ser utilizados com palmilha interna no local
e que esta somente pode ser substituída por uma outra idêntica ou similar, fornecida pelo fabricante ori-
ginal do calçado. Se os calçados forem fornecidos sem palmilhas internas, no informativo ao usuário deve
ficar claro que os ensaios foram feitos sem a presença das palmilhas internas. Deve ser feita advertência
de que, colocando-se palmilhas internas, podem ser afetadas as propriedades de proteção do calçado,
comprometendo as proteções pretendidas.
POTÊNCIA 56
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 13.1 – Folha de rosto da Norma Técnica Brasileira ABNT NBR IEC 60079-14
POTÊNCIA 57
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Deve ser sempre observado que os equipamentos “Ex” sejam instalados de acordo com a documenta-
ção e manuais de instruções fornecidos pelos respectivos fabricantes, incluindo instruções de montagem,
comissionamento e ensaios iniciais, tanto na partida como os procedimentos rotineiros de inspeção e de
manutenção preditiva, preventiva e corretiva.
Para as situações apresentadas a seguir é previsto que a seleção do EPL (Equipment Protection Level)
de equipamentos “Ex” é feita com relação às ZONAS dos locais de instalação. A Norma Técnica Brasileira
adotada ABNT NBR IEC 60079 14 apresenta a metodologia “tradicional” de seleção do EPL, de acordo
com as determinações das zonas de áreas classificadas com gases inflamáveis ou poeiras combustíveis,
de acordo com a tabela a seguir.
Figura 13.2 - Designação dos níveis de proteção (EPL – Equipment Protection Level)
proporcionados por equipamentos elétricos e mecânicos com certificação “Ex”
Figura 13.3 - Níveis de proteção de equipamento (EPL) requeridos para áreas classificadas com
gases inflamáveis ou poeiras combustíveis de acordo com a Zona do local da instalação
Fazendo-se uma comparação simplificada entre os EPL e os tipos de proteção “Ex”, para fins de insta-
lação em atmosferas explosivas de gás (Grupo II), de forma similar com as atuais e “tradicionais” defini-
ções indicadas da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14, com base em definição de
POTÊNCIA 58
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
zonas (sem levar em consideração nenhuma avaliação adicional de risco), resultam nos seguintes critérios
de seleção de EPL de equipamentos com relação à classificação de áreas:
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Ga são adequados para instalação em áreas classificadas de gás Zonas
0, Zona 1 ou Zona 2
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Gb são adequados para instalação em áreas classificadas de gás Zonas
1 ou Zona 2
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Gc são adequados para instalação somente em áreas classificadas de gás
Zona 2
De forma similar, podem ser relacionados os EPL para instalação em atmosferas explosivas de poeiras
(Grupo III), como apresentado a seguir:
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Da são adequados para instalação em áreas classificadas de poeiras Zona
20, Zona 21 ou Zona 22
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Db são adequados para instalação em áreas classificadas de poeiras
Zonas 21 ou Zona 22
◗ Equipamentos “Ex” com EPL Dc são adequados para instalação somente em áreas classificadas de
poeiras Zona 22
POTÊNCIA 59
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 60
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Número do certificado com SUFIXO “X” para equipamentos que possuam condições específicas de
instalação
◗ Um número de série, exceto para acessórios de conexão (prensa-cabos, bujões, adaptadores de rosca ou
buchas de passagem “Ex”) ou equipamentos “Ex” muito pequenos sobre o qual existe um espaço limitado
◗ O símbolo “Ex”, o qual indica que o equipamento “Ex” corresponde a um ou mais dos tipos de proteção
“Ex” que são indicados nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 e
ABNT NBR ISO 80079
◗ Os TIPOS DE PROTEÇÃO utilizados na fabricação do produto “Ex” (tipicamente com a combinação de
diversos tipos de proteção “Ex” em um mesmo produto “Ex”), como “db”, “eb”, “ec”, “ia”, “ib”, “ic”, “ma”,
“mb”, “mc”, “nC”, “nR”, “ob”, “oc”, “op is”, “op pr”, “op sh”, “pv”, “pxb”, “pyb”, “pzc”, “q”, “h”, “sa”, “sb”, “sc”,
“ta”, “tb”, “tc”, 2-WISE
◗ Os símbolos para os tipos de proteção “Ex” devem aparecer em ordem alfabética, com pequenos es-
paços de separação. Quando componentes associados forem incorporados, os símbolos para o tipo
(ou nível), de proteção incluindo os colchetes, como aplicáveis, devem seguir aqueles símbolos para o
tipo (ou nível) de proteção para o equipamento
◗ O símbolo do GRUPO do equipamento “Ex”: I, IIA, IIB, IIC, IIIA, IIIB ou IIIC
◗ Para equipamentos “Ex” do Grupo II (gases inflamáveis), o símbolo indicando a CLASSE DE TEMPE-
RATURA (T1, T2, T3, T4, T5 ou T6)
◗ Para equipamentos “Ex” do Grupo III (poeiras combustíveis), a marcação da TEMPERATURA MÁXIMA
DE SUPERFÍCIE (°C)
◗ O NÍVEL DE PROTEÇÃO proporcionado pelo equipamento “Ex” (EPL): Da, Db, Dc, Ga, Gb, Gc, Ma ou Mb
POTÊNCIA 61
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
completo, o grupo do equipamento do componente associado deve estar envolvido por colchetes, por
exemplo, Ex db [ia IIC Ga] IIB T4 Gb
◗ Para equipamentos que forem destinados a serem instalados na área de “fronteira” entre uma área
que requer equipamentos com EPL Ga ou Da e uma área que requer equipamentos com EPL menos
rigoroso; ambos os níveis de proteção e ambos os EPL são marcados na placa de marcação, cada um
separado por uma barra “/”, por exemplo: Ex ia/db IIC T6 Ga/Gb ou Ex ia/tb IIIC T85 °C Da/Db
Sob o ponto de vista “legal” dos regulamentos existentes sobre equipamentos de instrumentação,
automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”, existe ainda a necessidade de identifica-
ção, dentre outras informações, do Organismo de Certificação “Ex” emissor do certificado de con-
formidade, bem como do respectivo Organismo de Acreditação, sendo representado pelo Inmetro,
no Brasil.
A Figura a seguir apresenta um exemplo das informações requeridas para a marcação “convencional”,
aplicável a equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos, eletrônicos ou me-
cânicos “Ex” para instalação ou utilização em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras
combustíveis.
POTÊNCIA 62
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 63
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 14.4 – Exemplo de marcação de equipamento “Ex” para instalação em áreas classificadas
contendo hidrogênio, incorporando a combinação de dois tipos de proteção “Ex” que atuam
independentemente uma da outra, representado pelo símbolo “+”, adequado para instalação em Zona
0, Zona 1 ou Zona 2 (EPL Ga), de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079
26 - Equipamento com elementos de separação (“/”) ou níveis de proteção (EPL) combinados (“+”)
Figura 14.5 – Exemplo de marcação de equipamento “Ex” para instalação em áreas classificadas
contendo gases inflamáveis, incorporando a combinação de diferentes de tipos de proteção “Ex”, com
partes do equipamento adequadas para instalação em Zona 0, Zona 1 ou Zona 2 (EPL Ga) e partes do
equipamento adequadas para instalação em Zona 1 ou Zona 2 (EPL Gb), por meio de um elemento de
separação (parede divisória), representado pelo símbolo “/”, de acordo com a Norma Técnica Brasileira
adotada ABNT NBR IEC 60079 26 - Equipamento com elementos de separação (“/”) ou níveis de
proteção (EPL) combinados (“+”)
POTÊNCIA 64
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 14.6 – Exemplo de marcação de equipamento “Ex” para instalação em áreas classificadas
contendo gases inflamáveis do Grupo IIC, incorporando a combinação de diferentes tipos de proteção
“Ex” (Ex “d”, Ex “e”, Ex “m”, Ex “op-is”), adequado para instalação em Zona 1 ou Zona 2 (EPL Gb)
14.3 M
arcação digital de produtos de acordo com a Norma
ABNT NBR IEC 63365
Com a evolução do assunto relacionado com a necessidade de “marcação digital de produtos”, foi
elaborada em 2022, pelo Subcomitê SC 65E (Dispositivos e integração em sistemas empresariais)
POTÊNCIA 65
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 66
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São transcritos a seguir os requisitos indicados naquele Ato Regulatório da ANATEL sobre a marcação
digital dos produtos de telecomunicações por meio de QR Code:
POTÊNCIA 67
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 68
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
(Digital Twins / Gêmeos Digitais) e toda a documentação podem ser acessados. Caso contrário, todas as
informações estão disponíveis para serem apresentadas na tela de um leitor comumente disponível no
mercado, como um smartphone ou tablet.
A Norma ABNT NBR IEC 63365 também tem como objetivo aumentar a aceitação de placas de iden-
tificação digitais entre os Órgãos Reguladores. Um dos objetivos da Norma ABNT NBR IEC 63365 é
também substituir, tanto quanto possível, as placas de identificação “convencionais” ou “físicas” ou “ana-
lógicas” por uma placa de identificação “digital”, legível eletronicamente, diretamente por máquinas.
As Normas Técnicas e o Órgãos Regulamentadores exigem que a marcação dos produtos seja aplica-
da de forma permanente, clara e legível. Esse requisito também é atendido com a marcação “digital”. As
placas de identificação digitais que são afixadas permanentemente nos produtos e fornecem os dados
necessários sem a necessidade de uma conexão com a Internet, se aproximam muito da marcação de
“textos simples” indicadas nas placas de identificação “convencionais” ou “físicas” ou “analógicas”.
Para assegurar uma maior aceitação sob os pontos de vista técnico, normativo e legal, as placas digi-
tais de identificação apresentam uma quantidade mínima de marcação em “texto simples”, com os requi-
sitos mínimos requeridos, sob os pontos de vista normativo ou legal, para a identificação dos produtos.
Durante um período de “transição”, tanto o “texto simples” quanto a “marcação digital” podem ser
aplicados simultaneamente nos produtos. Pode ser verificado, no entanto, com o desenvolvimento da
indústria 4.0, que a marcação eletrônica e digital está sendo cada vez mais implementada e aceita nos
mercados internacionais.
Nas Figuras a seguir são mostrados exemplos de placas de marcação de dados nos formatos “tradicio-
nais” e no formato “digital”, destacando o conteúdo e a redução de tamanho permitido.
POTÊNCIA 69
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
14.4 R
iscos, prevenção, consequências e correção de falta de marcação de
equipamentos “Ex”
O método Bow-Tie é um método de avaliação de risco que pode ser utilizado para a análise e de-
monstrar de relações causais em cenários de alto risco. Este método leva o nome Bow-Tie em função do
formato do diagrama que é gerado, que se parece com uma “gravata do tipo borboleta”.
Um diagrama Bow-Tie apresenta visualmente duas informações básicas: Um resumo visual dos cená-
rios de riscos possíveis que podem existir em torno de um determinado perigo, bem como suas conse-
quências, e identifica as medidas de controle necessárias para evitar a ocorrência do risco identificado,
apresentando o que uma empresa faz para controlar esses cenários.
Além do diagrama Bow-Tie “básico”, os sistemas de gerenciamento também devem ser considerados
e integrados com o Bow-Tie para dar uma visão geral de quais atividades mantêm um Controle funcionan-
do e quem é responsável por um Controle. A integração do sistema de gerenciamento em um diagrama
Bow-Tie demonstra como os riscos são gerenciados por uma empresa. Ao combinar os pontos fortes de
várias técnicas de segurança e a contribuição de fatores humanos e organizacionais, os diagramas Bow-Tie
facilitam a compreensão da força de trabalho sobre o gerenciamento de riscos e seu próprio papel nele.
É um método que pode ser compreendido por todas as camadas da organização devido à sua natureza
visual e intuitiva, ao mesmo tempo que proporciona novas abordagens para os profissionais da área de
segurança.
O acidente catastrófico envolvendo a explosão da Plataforma Piper Alpha em 1988, no Mar do Norte,
despertou a indústria de petróleo e gás sobre a necessidade de avaliações de riscos e suas consequên-
cias. Após os relatórios do acidente mostrarem que havia muito pouca compreensão dos perigos e seus
riscos que os acompanham, que são parte das operações da indústria do petróleo, química e petroquími-
ca, aumentou a necessidade de um método para proporcionar uma visão mais clara sobre a causalidade
POTÊNCIA 70
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
de eventos e condições aparentemente independentes, bem como para desenvolver uma sistemática de
assegurar os devidos controles sobre esses riscos.
No início dos anos 1990, o Royal Dutch / Shell Group adotou o método Bow-Tie como padrão da em-
presa para análise e gerenciamento de riscos. A Shell investiu uma extensa pesquisa na aplicação do
método Bow-Tie e desenvolveu um conjunto de regras estritas para a definição de todas as partes, com
base em suas ideias de melhores práticas. A principal motivação da Shell foi a necessidade de garantir
que os controles de risco apropriados sejam implementados de forma consistente em todas as operações
em todo o mundo.
Seguindo as boas práticas da Shell, o método Bow-Tie ganhou suporte em toda a indústria, já que os
estes diagramas são uma ferramenta visual adequada para manter uma visão geral das práticas de ge-
renciamento de risco, em vez de substituir qualquer um dos sistemas comumente utilizados. Nas últimas
décadas, o método Bow-Tie também se disseminou para além da indústria de petróleo & gás e petroquí-
mica, passando a ser utilizada em diversas outras áreas, como por exemplo, aviação, mineração, siderúr-
gica, marítima, química e de saúde.
Na Figura a seguir são mostrados, na forma de um diagrama pelo Método de Bow-Tie, os riscos, pre-
venção, consequências e correção de falta de marcação de equipamentos de instrumentação, automa-
ção, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”.
Figura 14.11 – Análise de risco pela metodologia Bow-Tie sobre a falta de marcação de equipamentos
de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”
Como pode ser verificado neste diagrama, a falta da marcação de ativos “Ex” apresenta uma série de
consequências, que geram os riscos de falta de atendimento a requisitos técnicos e legais, incluindo ins-
peções “Ex” e documentação das instalações “Ex” inadequadas, os quais podem gerar o risco de falta de
segurança das instalações em áreas classificadas.
POTÊNCIA 71
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Podem ser citadas como ações de prevenção para evitar o risco da ocorrência de equipamentos
“Ex” sem marcação, o investimento no desenvolvimento e certificação das competências pessoais dos
profissionais envolvidos com os serviços de campo em áreas classificadas, o investimento em políticas
das Empresas relacionadas com SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) / HSE (Health, Safety and
Environment), focadas na gestão dos ativos “Ex”, bem como a marcação digital dos equipamentos, por
meio de RFID ou de QR Code, de acordo com os requisitos da Noma Técnica Brasileira adotada ABNT
NBR IEC 63365 (Marcação digital).
Nas Figuras a seguir são mostrados exemplos de RFID que podem ser fixados aos equipamentos de
instrumentação, automação, telecomunica-
ções, elétricos e mecânicos “Ex”, de forma a
facilitar a criação do respectivo “inventário”
dos equipamentos “Ex” de uma determina-
da instalação, de uma determinada locali-
dade e o respectivo sistema de gestão de
ativos “Ex”, incluindo o acompanhamento
dos índices de atendimento e desvios do
planejamento das inspeções periódicas e
por amostragem dos equipamentos “Ex”.
POTÊNCIA 72
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Norma ABNT NBR IEC 60079-17 – Seção 4.3.1.2 - Verificação de equipamentos “Ex” sem marcação
Podem ser utilizados, nestes casos, os seguintes critérios para a elaboração de nova marcação de
equipamentos “Ex”:
1. A referência a um número de série do equipamento “Ex” sobre o qual o respectivo fabricante seja
consultado e apresente o respectivo certificado de conformidade “Ex”
2. A existência de um TAG do equipamento “Ex” para o qual exista um certificado de conformidade
“Ex” no sistema de documentação técnica
3. A existência de outros equipamentos “Ex” idênticos, do mesmo fabricante e modelo, como por
exemplo, luminárias, botoeiras, motores, instrumentos, tomadas ou caixas de junção “Ex”, para os
quais existam os respectivos certificados de conformidade e marcações “Ex”
Deve ser ressaltado que falta da marcação de ativos “Ex” apresenta uma série de consequências, que
geram os riscos de falta de atendimento a requisitos técnicos e legais, incluindo inspeções “Ex” e do-
cumentação das instalações “Ex” inadequadas, os quais podem gerar o risco de falta de segurança das
instalações em áreas classificadas.
Podem ser citadas como ações de prevenção para evitar o risco da ocorrência de equipamentos “Ex”
sem marcação, o investimento no desenvolvimento e certificação das competências pessoais dos pro-
fissionais envolvidos com os serviços de campo em áreas classificadas, o investimento em políticas
das Empresas relacionadas com SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) / HSE (Health, Safety
and Environment), focadas na gestão dos ativos “Ex”, bem como a marcação digital dos equipamen-
tos, por meio de RFID ou de QR Code, de acordo com os requisitos da Noma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR IEC 63365 (Marcação digital).
POTÊNCIA 73
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 74
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Ex “ia”, “ib”, “ic”: Segurança intrínseca – Normas ABNT NBR IEC 60079-11 (Equipamentos Ex “i”),
ABNT NBR IEC 60079-25 (Sistemas Ex “i”), ABNT IEC TS 60079-39 (Power “i”) e ABNT IEC TS 60079-47
(Ethernet Ex “i” a dois fios 2-WISE)
◗ Ex “nC”, Ex “nR”: Componentes hermeticamente selados ou equipamentos com respiração restrita –
Norma ABNT NBR IEC 60079-15
◗ Ex “op”: Proteção de equipamentos e sistemas com radiação óptica – Norma ABNT NBR IEC 60079-28
◗ Ex “pzc” / Ex “pxb” / Ex “pyb”: Invólucros pressurizados – Norma ABNT NBR IEC 60079-2
◗ Ex “p” / Ex “v”: Proteção de equipamento por ambientes pressurizados Ex “p” e por ambientes artifi-
cialmente ventilados Ex “v” – Norma ABNT NBR IEC 60079-13
◗ Ex “h”: Proteção para equipamentos mecânicos “Ex” – Requisitos gerais - Norma ABNT NBR ISO 80079-36
◗ E x “b”: Proteção de equipamentos mecânicos por controle de fontes de ignição - Norma
ABNT NBR ISO 80079-37
◗ Ex “c”: Proteção construtiva para equipamentos mecânicos “Ex” – Norma ABNT NBR ISO 80079-37
◗ Ex “k”: Proteção de equipamentos mecânicos por imersão em líquido – Norma ABNT NBR ISO 80079-37
Em muitos casos os equipamentos “Ex” não possuem apenas um “único” tipo de proteção, sendo
compostos por diferentes tipos de proteção “combinados”, otimizando suas características de proteção e
facilitando os serviços de montagem, inspeção e manutenção “Ex” no campo, executados pelos usuários,
em áreas classificadas, como nos exemplos indicados a seguir:
◗ Painéis de comando ou de distribuição de circuitos de força com invólucros metálicos Ex “db” e com
caixa de terminais externas Ex “eb”. Entradas INDIRETAS de cabos para o interior do invólucro metáli-
co do tipo à prova de explosão por meio de caixa de terminais de segurança aumentada. Exemplo de
marcação Ex db eb IIC T5 Gb
◗ Componentes centelhantes em invólucros plásticos Ex “db” contendo bornes terminais Ex “eb”.
Exemplo de marcação Ex db eb IIC Gb. Certificado de conformidade de componente “Ex” com
sufixo “U”
◗ Equipamentos com invólucros de segurança aumentada contendo componentes encapsulados e bar-
reira de proteção de segurança intrínseca. Exemplo de marcação: Ex eb mb [Ex ia] IIC T5 Gb
◗ Luminárias LED “Ex” incorporando invólucro externo de segurança aumentada (Ex “ec”), componentes
centelhantes encapsulados em invólucros plásticos hermeticamente selados (Ex “mc”) e drivers en-
capsulados hermeticamente selados (Ex “mc”). Exemplo de marcação: Ex ec mc IIC T6 Gc
◗ Luminárias LED “Ex” incorporando componentes centelhantes à prova de explosão em invólucros plás-
ticos ou encapsulados, drivers encapsulados em resina ou imersos em areia e LED avaliados contra
ignição óptica. Exemplo de marcação: Ex db eb mb op is q IIC T6 Gb
◗ Luminárias LED “Ex” incorporando drivers e LED encapsulados em resina e LED avaliados contra igni-
ção óptica. Exemplo de marcação: Ex ec mc op is IIC T4 Gc
◗ Equipamentos contendo invólucros metálicos com tampas roscadas à prova de explosão contendo
barreiras de segurança intrínseca e com entradas indiretas por meio de caixa de terminais externa de
segurança aumentada. Exemplo de marcação: Ex db eb [Ex ia Ga] IIC T5 Gb
POTÊNCIA 75
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Equipamentos com proteção por invólucro contra ignição de poeira combustível, contendo barreiras
de segurança intrínseca. Exemplo de marcação: Ex tb [Ex ia Ga] IIIC T85ºC Db
◗ Equipamentos com invólucros pressurizados contendo barreiras de segurança intrínseca. Exemplo de
marcação: Ex pxb [Ex ia Ga] IIC T6 Gb
◗ Equipamentos com invólucros e terminais de segurança aumentada, contendo dispositivos intrinse-
camente seguros associados e dispositivos associados com proteção óptica associada. Exemplo de
marcação: Ex eb [Ex ia Ga] [Ex op is Ga] Gb
15.2 E
quipamentos elétricos para atmosferas explosivas com tipos de proteção
“Ex” combinados
Muito frequentemente os equipamentos de automação, instrumentação, telecomunicações ou elétri-
cos “Ex” incorporam, no mesmo produto, a combinação de diferentes tipos de proteção “Ex”. Esta técnica
de fabricação de equipamentos e componentes “Ex” tem, dentre seus objetivos, explorar os benefícios
específicos proporcionados pelos diferentes tipos de proteção, facilitando o processo de fabricação, re-
duzindo os custos de fabricação e facilitando, sob o ponto de vista dos usuários finais dos equipamentos,
os serviços de campo de montagem, inspeção e manutenção “Ex”.
POTÊNCIA 76
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 15.2 – Exemplo de painel de distribuição Ex “db eb IIC Gb” para circuitos de força e controle, com
invólucro metálico do tipo de proteção “à prova de explosão” (contendo internamente componentes
centelhantes), com tampa ROSCADA e entrada INDIRETA de cabos através de buchas seladas para
passagem de cabos (bushings). Marcações completas: Ex db eb IIC T4 Gb / Ex tb IIIC T135 ºC Db
POTÊNCIA 77
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 15.3 – Exemplo de painel de distribuição Ex “db eb IIC Gb” para circuitos de força, com a
presença (à direita) de um único invólucro metálico do tipo de proteção “à prova de explosão” (con-
tendo internamente componentes centelhantes), com tampa ROSCADA e entrada INDIRETA de cabos
através de buchas para passagem de cabos seladas (bushings). Do lado esquerdo, podem ser vistos pai-
néis de distribuição de circuitos de força, contendo internamente dispositivos centelhantes (disjuntores
e contatores) individualmente certificados (Ex db eb IIC Gb U). Painéis com marcações completas: Ex
db eb IIC T5 Gb / Ex tb IIIC T100ºC Db
Figura 15.4 – Exemplos de painéis de distribuição Ex “db eb IIC Gb” para circuitos de força e
controle, com a presença de um único invólucro metálico do tipo de proteção “à prova de explosão”
(contendo internamente componentes centelhantes), com tampa ROSCADA e entrada INDIRETA de
cabos através de buchas seladas para passagem de cabos (bushings). Do lado esquerdo podem ser
vistos painéis de distribuição de circuitos de força, contendo internamente dispositivos centelhantes
(disjuntores e contatores) individualmente certificados (Ex db eb IIC Gb U). Painéis com marcações
completas: Ex db eb IIC T4 Gb / Ex tb IIIC T135 ºC Db
POTÊNCIA 78
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 15.5 – Exemplo de instalação de motor de indução trifásico com tipo de proteção
“segurança aumentada” – Marcação Ex eb IIC T4 Gc.
POTÊNCIA 79
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 80
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Forma INDIRETA: SEM a necessidade de abertura das tampas dos invólucros metálicos Ex “d”
◗ Forma DIRETA: COM a necessidade de abertura das tampas dos invólucros metálicos Ex “d”
Nos casos de entradas indiretas de cabos, os cabos dos circuitos externos de força, controle ou auto-
mação são conectados a caixas de terminais do tipo “segurança aumentada” (Ex “e”), sem a necessidade
de abertura dos invólucros metálicos Ex “d”.
Nos casos de entradas diretas de cabos, os cabos dos circuitos externos de força, controle ou
automação entram diretamente para o interior dos invólucros através de prensa-cabos Ex “d” (nos
casos de sistemas de fiação por meio de bandejamento ou eletrocalhas), ou através de unidades se-
ladoras Ex “d” (nos casos de sistemas de fiação por meio de eletrodutos). Nestes casos de entradas
diretas, existe a necessidade do trabalho de retirada das tampas, para permitir a fixação dos condu-
tores dos cabos aos terminais dos respectivos dispositivos internos aos invólucros, com a posterior
recolocação das respectivas tampas (tampas roscadas ou tampas flangeadas fixadas por meio de
parafusos).
POTÊNCIA 81
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Na figura a seguir são mostrados exemplos de instalação de invólucros metálicos do tipo “à prova de
explosão” (Ex “d”), contendo dispositivos centelhantes, como disjuntores, contatores, relés ou fusíveis,
com entrada de cabos de forma INDIRETA e DIRETA.
Figura 16.1 – Exemplos de instalação de invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão” (Ex “d”),
contendo dispositivos centelhantes, com entrada INDIRETA de cabos para o interior do invólucro
metálico do tipo “à prova de explosão” por meio de caixa de terminais Ex “eb” externa ao invólucro,
e entradas DIRETAS de cabos para o interior do invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão” por
meio de unidades seladoras Ex “d” para eletrodutos ou por prensa-cabos Ex “d”
POTÊNCIA 82
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 16.2 – Exemplo de instalação de botoeira local de comando “Ex” mostrando internamente
componentes centelhantes (contatos elétricos) do tipo “à prova de explosão” (Ex “db”),
individualmente certificados (Sufixo “U”) em invólucro plástico e terminais de “segurança aumentada”
(Ex “eb”). Componentes com tipos combinados de proteção Ex “db eb IIC Gb (U)”. Marcação do
equipamento completo: Ex db eb IIC T6 Gb IP 66 / Ex tb IIIC T80ºC Db IP 66
POTÊNCIA 83
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
“à prova de explosão”. Sob o ponto de vista de serviços de campo em áreas classificadas, estes equipa-
mentos apresentam maiores facilidades de montagem, inspeção e manutenção, contribuindo para a re-
dução de indevidos “desvios” que são encontrados durante as inspeções de equipamentos e instalações
em áreas classificadas de instalações terrestres e marítimas.
No âmbito internacional do Technical Committee TC 31 da IEC (Equipment for explosive atmospheres),
por exemplo, onde são elaboradas e atualizadas as normas técnicas internacionais das Séries IEC 60079
e ISO 80079, relacionadas com tema “equipamentos e instalações em atmosferas explosivas”, existem
representantes de organismos de normalização de países participantes, que inclusive defendem que as
entradas “indiretas” de cabos para o interior de invólucros metálicos Ex “d” deveria representar um “pa-
drão” de instalação a ser adotado em todos os casos aplicáveis.
Em casos eventuais, quando não existem alternativas técnicas para a especificação de equipamen-
tos com invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão”, podem ser especificados invólucros Ex “d”
com tampas ROSCADAS e com entradas INDIRETAS. Neste tipo de produto “Ex”, disponível no mercado
desde a década de 1970, os cabos externos ao equipamento (cabos instalados pelos usuários) são co-
nectados a caixas de terminais do tipo segurança aumentada (Ex “e”), não necessitando da abertura dos
invólucros metálicos à prova de explosão, reduzindo assim o risco de erros humanos nos serviços de
campo para montagem, inspeção ou manutenção. Além disto, o invólucro Ex “d” nas versões com tampa
ROSCADA, dispensa a necessidade de instalação de uma grande quantidade de parafusos para a fixação
de tampas nos flanges.
As entradas de cabos de forma INDIRETA, são compostas basicamente por um conjunto formado
por invólucro à prova de explosão, com passagem para uma caixa de terminais do tipo segurança au-
mentada através de uma bucha selada de passagem de cabos (bushing) do tipo “à prova de explosão”
(Ex “d”).
POTÊNCIA 84
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 16.4 – Exemplo de instalação de painel de comando “Ex” com invólucro metálico do tipo “à
prova de explosão”, mostrando detalhe de entrada INDIRETA de cabos através de buchas de passagens
seladas (bushing) do tipo “à prova de explosão” (Ex “db”) e cabos conectados a bornes terminais em
caixa de junção de “segurança aumentada” (Ex “eb”). Marcação geral do equipamento “Ex”: Ex db eb
IIC T4 Gb / Ex tb IIIC T100ºC Db
POTÊNCIA 85
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 86
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 16.8 – Exemplo de instalação de painel de comando “Ex” com invólucro metálico
do tipo “à prova de explosão”, mostrando detalhe de entrada INDIRETA de cabos através
de buchas de passagem seladas (bushings) do tipo “à prova de explosão” (Ex “db”)
e cabos conectados a bornes terminais em caixa de junção de “segurança aumentada” (Ex “eb”).
Marcação geral do equipamento “Ex”: Ex db eb IIC T4 Gb / Ex tb IIIC T100 ºC Db
POTÊNCIA 87
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 88
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 16.12 – Exemplo de instalação (do lado esquerdo) de equipamento “Ex” incorporando a
combinação dos tipos de proteção Ex “db” e Ex “eb”, constituído por invólucro metálico do tipo
“à prova de explosão” Ex “db” (contendo internamente componentes centelhantes) e por caixa de
terminais do tipo “segurança aumentada” (Ex “eb”), com entrada INDIRETA de cabos através de buchas
seladas para passagem de cabos (bushings). Do lado direito podem ser vistos painéis de distribuição
de circuitos de força, contendo internamente dispositivos centelhantes (disjuntores e contatores)
individualmente certificados (Ex db eb IIC Gb U). Equipamento “Ex” certificado para instalação em
atmosferas explosivas, com marcação completa Ex db eb IIC T4 Gb / Ex tb IIIC T135 oC Db
POTÊNCIA 89
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O nível de proteção de equipamento (Equipment Protection Level - EPL) é o nível de proteção pro-
porcionado por equipamento “Ex”, com o objetivo de reduzir a probabilidade deste provocar ignição, por
arcos, centelhas ou superfícies quentes, de forma a ser utilizado em uma determinada área classificada.
A identificação do EPL, na marcação dos equipamentos de instrumentação, automação, telecomunica-
ções, elétricos e mecânicos “Ex” é obrigatória em todos os equipamentos “Ex”, consistindo basicamente
em duas letras, sendo a primeira letra em maiúsculo e a letra em minúsculo, de acordo com a Tabela
indicada a seguir.
POTÊNCIA 90
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
D
Poeiras / Poeiras combustíveis c Elevado Em condições normais de
Dust funcionamento
A determinação do EPL a ser proporcionado por um equipamento “Ex” a ser instalado em área clas-
sificada depende da Zona do local da instalação. A metodologia “tradicional”, indicada na Norma ABNT
NBR IEC 60079-14, consiste em fazer a correção direta entre a Zona da classificação de áreas do local da
instalação com o EPL, proporcionado pelo equipamento “Ex”, de acordo com a Tabela indicada a seguir.
Metodologia “tradicional” para a seleção de EPL com base em Zona, de acordo com a Norma ABNT
NBR IEC 60079-14
Os equipamentos “Ex” a serem instalados em áreas classificadas formadas atmosfera explosiva com
a presença tanto de gases inflamáveis como de poeiras combustíveis devem possuir marcação tanto de
EPL “G” como de EPL “D”.
3º PASSO – Determinar a temperatura de ignição do gás, vapor ou poeira que pode estar pre-
sente no local
O equipamento “Ex” deve ser especificado de maneira que a temperatura máxima de superfície não
atinja a temperatura de ignição de gás, vapor ou poeira que pode estar presente no local da instalação.
POTÊNCIA 91
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Os critérios das classes de temperaturas das substâncias e de seleção das temperaturas máximas de su-
perfície permitidas para gases inflamáveis e poeiras combustíveis estão apresentados ao longo deste trabalho.
O equipamento “Ex” deve ser especificado de maneira que a temperatura máxima de superfície não
atinja a temperatura de ignição de gás, vapor ou poeira que pode estar presente no local da instalação.
Critério de seleção de equipamentos “Ex” de acordo com a classe de temperatura de gases inflamáveis
ou da temperatura de ignição de poeiras combustíveis da classificação de áreas do local da instalação.
4º PASSO – Determinar o grupo de gases (I, IIA, IIB ou IIC) ou poeiras combustíveis (IIIA, IIIB ou
IIIC) da substância inflamável ou combustível presente no local da instalação
O equipamento “Ex” deve ser especificado de maneira que o grupo indicado em sua marcação “Ex”
esteja de acordo com o grupo da classificação de áreas do local da instalação.
Os critérios de seleção dos grupos dos equipamentos “Ex”, com base nos grupos de gases inflamáveis
ou poeiras combustíveis indicados na documentação de classificação de áreas do local da instalação es-
tão apresentadas ao longo deste trabalho.
O equipamento “Ex” deve ser especificado de maneira que o grupo indicado em sua marcação “Ex”
esteja de acordo com o grupo da classificação de áreas do local da instalação.
Critério de seleção do grupo do equipamento “Ex” com base no grupo da classificação e áreas do
local da instalação.
POTÊNCIA 92
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Equipamentos “Ex” “antigos”, certificados antes da década de 2.000, com marcação de Grupo II
podem ser entendidos como atendendo aos requisitos do Grupo IIC (atendendo aos requisitos de
todos os tipos de gases inflamáveis). Equipamentos “Ex” com marcação de Grupo IIB+H2 atendem
ao Grupo IIB e também, especificamente, aos requisitos de áreas classificadas com a presença ao
hidrogênio (H2).
5º PASSO – Determinar o tipo de proteção “Ex” mais adequado à aplicação, com base no EPL
já determinado
Nesse passo, é importante assegurar que o tipo de proteção “Ex” escolhido atende ao EPL requerido
para o equipamento “Ex”, tanto para gases inflamáveis como para poeiras combustíveis.
A tabelas apresentadas a seguir resumem os principais tipos de proteção “Ex” e os EPL que estes
proporcionam ao equipamento “Ex”, para áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras
combustíveis.
Tipos de proteção “Ex”, EPL e Normas Técnicas para áreas classificadas contendo GASES INFLAMÁVEIS
Código Norma
EPL Zona Tipo de proteção “Ex”
“Ex” ABNT NBR
À prova de explosão (componentes centelhantes encapsulados) dc IEC 60079-1
Intrinsecamente seguro “tradicional” ic IEC 60079-11
Intrinsecamente seguro “de potência” Power “i” IEC TS 60079-39
Encapsulamento em resina mc IEC 60079-18
Não acendível nA IEC 60079-15
Segurança aumentada ec IEC 60079-7
Respiração restrita nR IEC 60079-15
Equipamento centelhante encapsulado nC IEC 60079-15
Invólucros pressurizados pzc IEC 60079-2
Gc 2 Conceito de Fieldbus IS (FISCO) ic IEC 60079-11
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura 2 WISE ic IEC TS 60079-47
Proteção de equipamentos e sistemas de transmissão
op is, pr, sh IEC 60079-28
utilizando radiação óptica
Proteção especial “c” sc IEC 60079-33
Proteção geral para equipamentos mecânicos “Ex” hc ISO 80079-36
Segurança construtiva (Equipamentos mecânicos “Ex”) cc ISO 80079-37
Controle das fontes de ignição - Equipamentos mecânicos “Ex” bc ISO 80079-37
Imersão em líquido (Equipamentos mecânicos “Ex”) kc ISO 80079-37
Qualquer tipo de proteção “Ex” adequado para Zonas 0
(EPL Ga) ou Zona 1 (EPL Gb)
Invólucro à prova de explosão db IEC 60079-1
Gb 1 Segurança aumentada eb IEC 60079-7
Intrinsecamente seguro “tradicional” ib IEC 60079-11
POTÊNCIA 93
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Código Norma
EPL Zona Tipo de proteção “Ex”
“Ex” ABNT NBR
Intrinsecamente seguro “de potência” Power “i” IEC TS 60079-39
Encapsulamento em resina mb IEC 60079-18
Imersão em líquido ob IEC 60079-6
Invólucro pressurizado pxb , pyb IEC 60079-2
Imersão em areia q IEC 60079-5
Gb 1 Conceito de Fieldbus intrinsecamente seguro (FISCO) ib IEC 60079-11
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura 2 WISE ib IEC TS 60079-47
Proteção de equipamento e sistemas de transmissão op is,
utilizando radiação óptica op pr, op sh IEC 60079-28
Proteção especial “b” sb IEC 60079-33
Proteção geral para equipamentos mecânicos “Ex” hb ISO 80079-36
Segurança construtiva (Equipamentos mecânicos “Ex”) cb ISO 80079-37
Controle das fontes de ignição (Equipamentos mecânicos “Ex”) bb ISO 80079-37
Imersão em líquido (Equipamentos mecânicos “Ex”) kb ISO 80079-37
Qualquer tipo de proteção “Ex” adequado para Zona 0 (EPL Ga)
À prova de explosão (sensores de gás) da IEC 60079-1
Intrinsecamente seguro ia IEC 60079-11
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura 2-WISE ia IEC TS 60079-47
Encapsulamento em resina ma IEC 60079-18
Equipamento com elementos de separação ou níveis de
proteção combinados Gb + Gb IEC 60079-26
Ga 0 Proteção de equipamentos e sistemas de transmissão
utilizando radiação óptica op is IEC 60079-28
Proteção especial “a” sa IEC 60079-33
Proteção geral para equipamentos mecânicos “Ex” ha ISO 80079-36
Proteção para equipamentos mecânicos “Ex” ca, ba, ka ISO 80079-37
Tipos de proteção “Ex”, EPL e Normas Técnicas para áreas classificadas contendo POEIRAS COMBUSTÍVEIS
Código Norma
EPL Zona Tipo de proteção “Ex”
“Ex” ABNT NBR
Intrinsecamente seguro “tradicional” ic IEC 60079-11
Intrinsecamente seguro “de potência” Power “ic” IEC TS 60079-39
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura (2 WISE) 2 WISE - ic IEC TS 60079-47
Dc 22 Encapsulamento em resina mc IEC 60079-18
Proteção por invólucro contra ignição de poeira combustível tc IEC 60079-31
Invólucros pressurizados pzc IEC 60079-2
POTÊNCIA 94
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Código Norma
EPL Zona Tipo de proteção “Ex”
“Ex” ABNT NBR
Proteção para equipamentos mecânicos “Ex” hc, bc, cc, kc ISO 80079-36/37
Dc 22 Qualquer tipo de proteção “Ex” adequado para Zona 21
(EPL Db) ou Zona 20 (EPL Da)
Intrinsecamente seguro “tradicional” Ib IEC 60079-11
Intrinsecamente seguro “de potência” Power “ib” IEC TS 60079-39
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura (2 WISE) 2 WISE - ib IEC TS 60079-47
Db 21 Encapsulamento em resina mb IEC 60079-18
Proteção por invólucro contra ignição de poeira combustível tb IEC 60079-31
Invólucros pressurizados pxb, pyb IEC 60079-2
Proteção para equipamentos mecânicos “Ex” hb, bb, cb, kb ISO 80079-36/37
Qualquer tipo de proteção “Ex” adequado para Zona 20 (EPL Da)
Intrinsecamente seguro “tradicional” ia IEC 60079-11
Ethernet a dois fios intrinsecamente segura (2 WISE) 2 WISE - ia IEC TS 60079-47
Da 20 Encapsulamento em resina ma IEC 60079-18
Proteção por invólucro contra ignição de poeira combustível ta IEC 60079-31
Proteção para equipamentos mecânicos “Ex” ha, ba, ca, ka ISO 80079-36/37
6º PASSO – Determinar o tipo de proteção “Ex” que proporcionem maiores facilidades de servi-
ços de campo
Além do cuidado de especificar um EPL que atenda aos requisitos de classificação de área do local da
instalação do equipamento “Ex”, é importante escolher um equipamento que possua um tipo de proteção
“Ex” que seja adequado à aplicação, considerando as facilidades de montagem, inspeção e manutenção
dos equipamentos “Ex” no campo, bem como os padrões adotados da empresa, indicados em detalhes
típicos de instalação “Ex”, os quais são abordados com detalhes ao longo deste trabalho.
Por exemplo, para ligação de cabos entre instrumentos e um multicabo ou a ligação de cabos para cir-
cuitos de força, controle ou automação, podem ser utilizadas caixas de junção “Ex” com tipo de proteção
de segurança aumenta (Ex “e”) com invólucros externos em material termoplástico ou de aço inoxidável,
ao invés de caixas de junção com invólucro metálico do tipo “à prova de explosão” (Ex “d”) que requerem
procedimentos de montagem, manutenção e inspeção mais “complexos”.
Ou ainda, como exemplo, podem ser utilizadas botoeiras ou painéis de controle “Ex” contendo
componentes com proteção combinada Ex “de”, nos quais as partes centelhantes de componentes
elétricos (marcação tipo “U”), como botões de comando, chaves comutadoras de força e controle,
contatores e relés são encapsulados em pequenos invólucros de plástico, os quais são certificados
com os tipos de proteção à prova de explosão (Ex “d”), com terminais do tipo segurança aumentada
(Ex “e”).
Estes dispositivos Ex “de” são instalados no interior de invólucros de segurança aumentada (Ex “e”),
com invólucros externos em material termoplástico ou de chapas de aço inoxidável ou de alumínio.
POTÊNCIA 95
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Este tipo de produto dispensa a necessidade de um invólucro externo metálico do tipo “à prova de ex-
plosão”, dispensando também a necessidade de instalação de acessórios de eletrodutos Ex “d”, como
por exemplo, unidades seladoras de eletroduto, niples e uniões macho/fêmea. Este tipo de proteções
combinadas Ex “de” (ou Ex “em”) representa uma solução tecnológica significativa, como apresentado
de forma simplificada na figura a seguir.
Os equipamentos deste tipo, com invólucros Ex “e” contendo componentes com proteção combinada
Ex “de” apresentam, dentre outros, os benefícios de menor peso e de dispensar a necessidade de insta-
lação de prensa-cabos, unidades seladoras, uniões macho/fêmea, niples do tipo ou adaptadores de rosca
do tipo “à prova de explosão”. Sob o ponto de vista de serviços de campo em áreas classificadas, estes
equipamentos apresentam maiores facilidades de montagem, inspeção e manutenção, contribuindo para
a redução de “desvios”.
Deve ser ressaltado que todos os tipos de proteção “Ex” podem ser considerados “seguros”,
porém somente se os respectivos equipamentos de automação, instrumentação, telecomunicações,
elétricos ou mecânicos “Ex” tiverem sido devidamente instalados, inspecionados, mantidos ou re-
parados, ao longo do seu ciclo total de vida. Por estes motivos devem ser especificados equipamen-
tos “Ex” que proporcionem serviços de campo mais simples, sob o ponto de vista dos usuários e dos
proprietários dos equipamentos e instalações “Ex”, os quais são os responsáveis pela segurança de
suas instalações.
São apresentados a seguir alguns exemplos de instalações de equipamentos elétricos e para
automação “Ex” em áreas classificadas com a utilização de proteção combinada Ex “de”, que dis-
pensam invólucros metálicos externos do tipo à prova de explosão e a instalação de prensa-cabos,
unidades seladoras, uniões macho/fêmea, niples do tipo ou adaptadores de rosca do tipo “à prova
de explosão”.
POTÊNCIA 96
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Botoeira local de comando contendo interna- Painel local de controle contendo interna-
mente componentes centelhantes em invólucro mente componentes centelhantes em invólucro
plástico Ex “d” e terminais de segurança aumen- plástico Ex “d” e terminais de segurança aumen-
tada Ex “e”. Tipos de proteção combinados tada Ex “e”: botões de comando, sinaleiros LED
Ex “de”. Tipos de proteção combinados Ex “de”. e chave de comando. Tipos de proteção combi-
Invólucro externo em poliéster reforçado com nados Ex “de”. Tipos de proteção combinados
fibra de vidro ou outros materiais plásticos Ex “de”. Invólucro externo em poliéster reforçado
com fibra de vidro ou outros materiais plásticos
Painel local de controle contendo interna- Botoeira local de comando para acionamento
mente componentes centelhantes em invólu- de motor “Ex”, contendo internamente componen-
cro plástico Ex “d” e terminais de segurança tes centelhantes em invólucro plástico Ex “d” e
aumentada Ex “e”: botões de comando, sinalei- terminais de segurança aumentada Ex “e”. Tipos
ros LED e chave de comando. Tipos de prote- de proteção combinados Ex “de”. Invólucro externo
ção combinados Ex “de”. Invólucro externo em em poliéster reforçado com fibra de vidro ou outros
chapas de aço inoxidável materiais plásticos
POTÊNCIA 97
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Botoeira local de comando para acionamen- Painel local de controle contendo interna-
to de motor “Ex”, contendo internamente com- mente componentes centelhantes em invólucro
ponentes centelhantes em invólucro plástico plástico Ex “d” e terminais de segurança aumen-
Ex “d” e terminais de segurança aumentada tada Ex “e”: chaves de comando. Tipos de pro-
Ex “e”. Tipos de proteção combinados Ex “de”. teção combinados Ex “de”. Invólucro externo em
Invólucro externo em poliéster reforçado com poliéster reforçado com fibra de vidro ou outros
fibra de vidro ou outros materiais plásticos materiais plásticos
Deve ser incluído na Especificação Técnica para a compra que o equipamento “Ex” tenha certificado
válido no Brasil, atendendo aos requisitos indicados na legislação vigente. Isso implica dizer que, mesmo
os equipamentos sejam importados, eles precisam passar por um processo de certificação em um Orga-
nismo de Certificação “Ex” brasileiro.
Para evitar erros nos processos de compra de equipamentos de automação, telecomunicações, instru-
mentação ou elétricos “Ex”, nos casos de equipamentos “de prateleira” (aqueles que não necessitem de um
projeto específico), é uma boa prática solicitar o fornecimento dos respectivos certificados de conformidade
POTÊNCIA 98
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
“Ex” junto da proposta técnica do fornecedor ou do fabricante. Isso eventualmente pode não ser possí-
vel, nos casos excepcionais de equipamentos “engenheirados”, nos quais o certificado pode ser emiti-
do somente após a colocação do pedido de compra. No entanto, para a grande maioria dos casos, os
equipamentos “Ex” já possuem os respectivos certificados de conformidade “Ex” disponíveis para serem
encaminhados juntamente com as respectivas propostas técnicas.
No recebimento dos certificados de conformidade dos equipamentos de instrumentação, automação,
telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex” deve ser verificado se os produtos “Ex” foram fabricados
durante o período de vigência (prazo de validade) do certificado.
De acordo com a legislação brasileira, esta Certificação “Ex” pode ser emitida somente por Organis-
mos de Certificação “Ex” que tenham sido acreditados pelo INMETRO, com o escopo de equipamentos
“Ex” para instalação em atmosferas explosivas.
Para aceitação do certificado de conformidade “Ex” deve ser verificada a validade do Certificado, atra-
vés do número de identificação do documento e consulta ao site do INMETRO. Após a entrega do projeto
os certificados de conformidade “Ex” dos equipamentos de instrumentação, automação, telecomunica-
ções, elétricos e mecânicos “Ex” devem ser incluídos no Prontuário das instalações.
Deve ser ressaltado que esse passo, apesar de necessário, não é suficiente para que o equipamento
“Ex” se mantenha seguro durante o seu ciclo total de vida, como é demonstrado ao longo deste traba-
lho. Por este motivo, não basta que os equipamentos de automação, instrumentação, telecomunicações,
elétricos ou mecânicos “Ex” tenham sido certificados. É necessário que estes equipamentos “Ex” sejam
devidamente instalados, inspecionados, mantidos ou recuperados, durante todo o tempo em que per-
manecem instalados em áreas classificadas. Estes serviços devem ser realizados por profissionais “Ex”
competentes e por empresas de serviços “Ex” competentes.
POTÊNCIA 99
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
não pode ser automática. No caso de utilização com inversor de frequência ou soft-starter, é res-
ponsabilidade do usuário ligar os sensores de temperatura instalados no motor a um dispositi-
vo adicional que garanta a proteção térmica. Este dispositivo deve ser ajustado de acordo com
parâmetros fornecidos pelo fabricante do motor e deve estar de acordo com os requisitos da Norma
ABNT NBR IEC 60079-14
◗ Exemplo 2 (Instrumento Ex “i”): O equipamento intrinsecamente seguro não é capaz de suportar o
ensaio de tensão aplicada de 500 V. Esta condição deve estar claramente indicada no manual do
equipamentos e obrigatoriamente observada durante os serviços de campo. Para ambientes com
temperatura máxima superior a 60 ºC, o cabo de alimentação deve possuir isolamento para tempe-
ratura mínima de 90 ºC, para estar compatível com a temperatura de operação do equipamento “Ex”.
Para EPL Ga, se o invólucro for fabricado em alumínio, ele deve ser instalado de forma que as fontes
de ignição devido ao impacto e às faíscas por fricção sejam impedidas. Os equipamentos “Ex” so-
mente podem ser utilizados em uma faixa de temperatura ambiente de - 20 °C ≤ T amb ≤ + 55 °C
◗ Exemplo 3 (Instrumento Ex “i”): Equipamentos com marcações Ex ic IIC T4 Gc e Ex ic IIIB T135 °C Dc
não podem operar em Zonas 0, 1, 20 ou 21. Este equipamento intrinsecamente seguro somente pode
ser conectado a outros dispositivos por meio de um circuito intrinsecamente seguro com equipamen-
tos associados com certificação [Ex “i”], que atenda aos limites e parâmetros de entidade que estão
indicados neste certificado de produto Ex “i”
◗ Exemplo 4 (Equipamento Ex “e”): O invólucro fabricado do material plástico, permitido para instala-
ção em Zona 1, possui a seguinte advertência “Atenção limpar somente com pano úmido”
◗ Exemplo 5 (Equipamento Ex “m”): O circuito dos sensores com saída a relé deve ser protegido por fu-
sível ou dispositivo de proteção externo de 2 A / 250 V, instalado fora da área classificada. As extremi-
dades livres dos cabos para os modelos que apresentam cabo permanente, deve ser conectada em
uma caixa de terminais (Junction box) com tipo de proteção “Ex” e grau de proteção (IP) compatível
com a classificação de área do local das instalação
POTÊNCIA 100
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 101
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Pode ser citado neste caso de padronização de detalhes típicos de projeto “Ex” o exemplo indicado
na Norma PETROBRAS N-2040 - Rev. F - Elaboração, Apresentação e Gerenciamento de Documentos
de PROJETOS DE ELETRICIDADE - Procedimento. Esta Norma é categorizada como “pública”, estando
disponível para livre acesso na página “Canal Fornecedor” daquela Empresa, na Internet. Nesta Norma
sobre projetos de eletricidade são abordados requisitos específicos sobre os detalhes típicos de pro-
jeto a serem utilizados para fins de especificação dos equipamentos “Ex”, bem como para a montagem
em campo destes equipamentos “Ex”. Esta Norma possuía a Seção 5.5.3 - Documentação Elaborada e
Emitida no Projeto de Detalhamento de Eletricidade, na qual é apresentada a NOTA 4: É recomendado
que os DETALHES TÍPICOS de instalações elétricas sejam elaborados, de preferência, pelos USUÁ-
RIOS DO PROJETO, de forma a CONSOLIDAR as suas BOAS PRÁTICAS existentes ou PADRÕES de
suas instalações.
Dentre os conjuntos de desenhos de DETALHES TÍPICOS a serem utilizados ou elaborados, incluem-
se os seguintes: detalhes típicos de sistemas de ILUMINAÇÃO, detalhes típicos de DISTRIBUIÇÃO de
FORÇA e CONTROLE e detalhes típicos de SUPORTES e FIXAÇÕES. [PRÁTICA RECOMENDADA]”.
A seguir são apresentados alguns exemplos que ilustram alguns detalhes típicos de projeto, elabo-
rados por usuários de equipamentos e instalações em áreas classificadas, incorporando suas experiên-
cias, boas práticas e padronizações de equipamentos e componentes “Ex”. São apresentados também
a seguir alguns exemplos de montagem de campo de equipamentos elétricos e de instrumentação “Ex”,
atendendo aos detalhes típicos aplicáveis utilizados na fase de projeto de detalhamento de instalações
em áreas classificadas.
Os exemplos de detalhes típicos a seguir apresentados, utilizados por diversas empresas da indústria
do petróleo e petroquímica, tanto do Brasil como de outros países do mundo, incorporam diferentes sis-
temas de fiação, sistemas de encaminhamento de cabos, sistemas de entradas de cabos nos invólucros,
tipos de equipamentos elétricos e de instrumentação e diferentes tipos de proteção “Ex” disponibilizados
no mercado por fabricantes de equipamentos “Ex”:
POTÊNCIA 102
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 103
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Exemplo de detalhe típico de projeto para Exemplo de instalação de motor de indução tri-
montagem de motor de indução trifásico com fásico com marcações Ex “eb”, Ex “ec” ou Ex “tb”
marcações Ex “eb”, Ex “ec” ou Ex “tb”. Forma e de botoeira local de comando Ex “de”
construtiva IM B3L (Norma ABNT NBR IEC
60034-7) e botoeira local de comando com mar-
cações: Ex de IIC T6 Gb / Ex tb IIIC T85ºC Db
POTÊNCIA 104
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Exemplo de detalhe típico de projeto para Exemplo de instalação de motor de indução trifá-
montagem de motor de indução trifásico com sico com marcações Ex “eb”, Ex “ec” ou Ex “tb” e de
marcações Ex “eb”, Ex “ec” ou Ex “tb”. Forma botoeira local de comando com componentes cente-
construtiva IM B3T (Norma ABNT NBR IEC lhantes com invólucro plástico com marcação Ex “db
60034-7) e botoeira local de comando com mar- eb”
cações: Ex db eb IIC T6 Gb / Ex tb IIIC T85ºC Db
Exemplo de detalhe típico de pro- Exemplo de instalação de luminárias “Ex” LED que pro-
jeto para montagem de luminárias porcionam EPL Gb, Gc ou Db
“Ex” LED. Exemplo de marcações:
Ex d e m op q IIC T5 Gb / Ex tb IIIC
T100ºC Db, Ex nC nR IIC T5 Gc / Ex
tb IIIC T100ºC Db
POTÊNCIA 105
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 106
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 107
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Exemplo de montagem de painel “Ex” para Exemplo de montagem de painel “Ex” para
distribuição de circuitos de força e controle, distribuição de circuitos de força e controle, com
com tipo de proteção “segurança aumentada” tipo de proteção “segurança aumentada” (Ex
(Ex “e”) e componentes centelhantes “à prova “e”) e componentes centelhantes “à prova de
de explosão” ou “encapsulados” com invólucro explosão” em plástico (Ex “db eb mb”) ou Ex “t”
plástico (Ex “db eb mb”) ou Ex “t”
POTÊNCIA 108
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 109
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 110
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 111
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
emergência), nos eventos de ocorrências de grandes vazamentos de gases inflamáveis. Por questões
normativas e de segurança, estes equipamentos devem possuir certificação “Ex”, mesmo que sejam ins-
taladas em áreas não classificadas. Desta forma todos os equipamentos “Ex” devem ser submetidos às
inspeções “Ex” iniciais detalhadas e às inspeções “Ex” periódicas.
Os equipamentos automação, de instrumentação ou elétricos “Ex” instalados em atmosferas explosi-
vas devem ser inspecionados, pelo menos, a intervalos de três anos, por pessoal devidamente treinado,
qualificado ou com competências pessoais “Ex” certificadas. Os resultados dos ensaios e os relatórios
das inspeções devem ser arquivados nos respectivos Prontuários das Instalações “Ex”.
Os equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” instalados em atmosferas explosivas devem ser mantidos
em um estado de integridade, de forma que continuem atendendo às suas especificações de instalação.
Entretanto, isto não requer, normalmente, que os equipamentos existentes atendam, em cada caso, aos
requisitos normativos e especificações técnicas de instalação “posteriores” à época de sua construção, que
podem ser, eventualmente, mais rigorosas. Todos os equipamentos devem, porém, estar de acordo com as
respectivas especificações e instruções de instalação elaboradas pelos fabricantes dos equipamentos “Ex”.
Os eventuais “desvios” ou “não conformidades” encontradas nos equipamentos e instalações de cam-
po devem ser corrigidos o mais rapidamente possível, de forma a evitar que os equipamentos com cer-
tificação “Ex” possam se tornar indevidas fontes de ignição devido a estes “desvios” encontrados nas
inspeções em áreas classificadas.
É de fundamental importância que todos os equipamentos de instrumentação, automação, sistemas
de segurança e de telecomunicações, elétricos e mecânicos instalados em áreas classificadas sejam ins-
pecionados periodicamente, de forma a evitar que possam a se tornar indevidas fontes de ignição em
atmosferas explosivas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Os procedimentos, requisitos e listas de verificação indicados na Norma Técnica Brasileira
ABNT NBR IEC 60079-17 devem ser aplicados quando da execução de serviços de inspeção e manu-
tenção de sistemas elétricos, de instrumentação, de automação ou de telecomunicações em atmosferas
explosivas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Figura 19.1 – Página de rosto da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17. Fonte: ABNT
POTÊNCIA 112
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
É com base nos requisitos e nas listas de verificação indicados nessa Norma que devem ser estabele-
cidos os programas de inspeções periódicas nas instalações “Ex”, de forma que as características cons-
trutivas dos equipamentos sejam mantidas ao longo de todo o tempo.
Considerando, por exemplo, uma vida útil de 50 anos para uma instalação industrial “Ex”, pode ser ve-
rificada a importância e o impacto das atividades rotineiras de inspeção e manutenção de equipamentos
“Ex”, no sentido de se manter e assegurar a conformidade das instalações e dos requisitos de proteção
dos equipamentos ao longo de todo o tempo em que permanecem instalados em áreas de risco.
Dentro do ciclo total de vida de uma instalação industrial “Ex”, as atividades iniciais de classificação
de áreas, projeto, especificação técnica dos equipamentos “Ex”, suprimento, parecer técnico sobre as
propostas, recebimento, montagem e comissionamento, são realizadas em período relativamente “curto”,
da ordem de semanas ou meses, dependendo do porte das instalações. Os requisitos para a realização
dessas atividades são estabelecidos nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-10-1,
ABNT NBR IEC 60079-10-2 e ABNT NBR IEC 60079-14.
No entanto, a partir do momento da conclusão das etapas de montagem e de comissionamento,
são iniciadas as atividades de inspeção e os serviços rotineiros de manutenção. Além disso, sempre
que requeridos, devem ser realizados os serviços de reparo, revisão e recuperação dos equipamentos
elétricos, de instrumentação e mecânicos com tipos de proteção “Ex”. Os requisitos para a execução
dessas atividades são estabelecidos nas normas ABNT NBR IEC 60079-17 e ABNT NBR IEC 60079-19.
Ao contrário do curto período das atividades iniciais de projeto e de montagem, a inspeção e a manu-
tenção são rotineiras, aplicadas não em meses, mas durante anos ou décadas, ao longo de todo o tempo
de operação das plantas industriais. Durante todo esse longo período, os equipamentos “Ex” permanecem
expostos a atmosferas explosivas e às condições de risco de ignição. Dessa forma, pode ser verificada a
importância da aplicação dos requisitos de inspeção e manutenção de equipamentos “Ex”, no sentido de
garantir a segurança deste tipo de instalações e das pessoas que nelas trabalham.
As atividades de inspeção e manutenção de equipamentos e instalações “Ex” podem ser consideradas
como sendo uma das mais importantes e efetivas atividades de campo, em todo processo de gestão de
segurança, de processos e de pessoas relacionadas com atmosferas explosivas, em função da aplicação
destes serviços de forma rotineira e periódica.
É recomendado que as instalações “Ex” sejam projetadas e os equipamentos e materiais “Ex” sejam
instalados de forma a propiciar facilidades de acesso para as posteriores atividades de inspeções perió-
dicas e nas intervenções para manutenção preventiva, preditiva e corretiva, de acordo com os requisitos
indicados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17.
Na conclusão da montagem, antes da energização definitiva e antes da partida da instalação, as ativi-
dades de inspeção inicial detalhada dos equipamentos e das instalações “Ex” devem ser realizadas de
acordo com os requisitos indicados naquela Norma.
POTÊNCIA 114
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Esta constatação pode ser verificada pelas ocorrências que são noticiadas no Brasil e no mundo,
envolvendo incêndios, explosões, acidentes fatais e contaminações do meio ambiente em instalações
industriais contendo atmosferas explosivas.
É necessário manter uma rigorosa rotina periódica de inspeções “Ex”, com base em procedimentos norma-
lizados, durante toda a vida útil das instalações. As inspeções periódicas visam detectar não conformidades e
modificações de campo não autorizadas, de forma que estes “desvios” ou “não conformidades” sejam corri-
gidos, mantendo as instalações “Ex” adequadas e seguras de acordo com os requisitos das Normas Técnicas
Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079 e de acordo com os requisitos legais aplicáveis.
Os procedimentos, requisitos e listas de verificação indicados na Norma Técnica Brasileira
ABNT NBR IEC 60079-17 devem ser aplicados quando da execução de serviços de inspeção e manu-
tenção de sistemas de instrumentação, de automação, de telecomunicações ou elétricos em atmosferas
explosivas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
As inspeções periódicas visam detectar não conformidades e modificações de campo não autorizadas,
de forma que estas “incorreções” sejam corrigidas, mantendo as instalações “Ex” adequadas de acordo
com os requisitos das Normas Técnicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079, bem como
seguras e de acordo com os requisitos legais aplicáveis.
A Norma ABNT NBR IEC 60079-17 apresenta três GRAUS de inspeção que podem ser aplicados nas
inspeções realizadas em áreas classificadas: VISUAL, APURADO E DETALHADO.
INSPEÇÃO VISUAL: Inspeção que identifica, sem a utilização de equipamentos de acesso ou fer-
ramentas, “desvios” ou “defeitos” que são evidentes visualmente, como: ausência de parafusos,
entradas de cabos não utilizadas sem tamponamento, equipamentos com invólucros abertos, que-
brados ou sem aterramento, falta de unidades seladoras ou modificações não autorizadas, que
sejam visivelmente aparentes.
INSPEÇÃO APURADA: Inspeção que engloba os aspectos cobertos pela inspeção visual e, além
disso, identifica “desvios” ou “não conformidades”, como parafusos soltos, prensa-cabos que não
apertam adequadamente o cabo, unidades seladoras sem selagem interna ou equipamentos “Ex”
que não estejam de acordo com os requisitos de classificação de área, que somente são detectá-
veis pela utilização de equipamentos de acesso ou ferramentas.
As inspeções apuradas são realizadas com requisitos adicionais àqueles utilizados nas inspeções visuais,
sendo realizadas também com os equipamentos “Ex” energizados e em operação. Estas inspeções apura-
das permitem encontrar equipamentos com certificação “Ex” contendo “desvios” que não são detectados
somente pela avaliação visual, e requerem a utilização de ferramentas, por exemplo, para verificar que os
prensa-cabos ou parafusos de fixação das tampas dos invólucros “Ex” se encontram devidamente apertados.
POTÊNCIA 115
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
INSPEÇÃO DETALHADA: Inspeção que verifica “desvios” ou “não conformidades” que somente
são visíveis com a abertura dos invólucros, com a consulta aos documentos de projeto ou certifi-
cados de conformidade e utilizando instrumentos de testes. Somente podem ser executadas com
os equipamentos desenergizados. É um grau de inspeção que engloba aqueles aspectos cobertos
pela inspeção apurada e, adicionalmente, identifica defeitos como terminais sem aperto, danos ou
corrosão em faces de juntas de invólucros Ex “d”, que somente são detectáveis com a abertura do
invólucro ou utilização, sempre que necessário, de ferramentas e equipamentos de ensaios. As ins-
peções iniciais de uma instalação nova ou de reinstalação de equipamentos “Ex” existentes, deve
ser do tipo detalhada.
O grau de inspeção detalhado engloba aqueles aspectos cobertos pelas inspeções apuradas e, adi-
cionalmente, identificam defeitos ou desvios como danos nas juntas e áreas de passagem de chama ou
parafusos quebrados ou com roscas espanadas em invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão”,
bem como terminais sem aperto, que somente são detectáveis com a abertura do invólucro ou pela utili-
zação, quando necessário, de ferramentas e equipamentos de ensaios. As inspeções do tipo “iniciais” de
uma instalação nova devem ser executadas com grau detalhado.
As inspeções detalhadas são as inspeções mais completas que podem ser realizadas em equipa-
mentos e instalações “Ex”. As inspeções detalhadas são realizadas com requisitos adicionais àqueles
utilizados nas inspeções apuradas, sendo realizadas com os equipamentos “Ex” desenergizados e fora
de operação, incluindo a verificação externa e interna dos invólucros, além da verificação dos dispositivos
existentes no interior dos equipamentos “Ex”.
As inspeções detalhadas são capazes de encontrar equipamentos com certificação “Ex” que estejam
instalados com gaxetas degradadas ou juntas de vedação ressecadas, ou com terminais que estejam com
conexões soltas ou corroídas, que podem causar mau contato, arcos, centelhas ou pontos quentes.
As inspeções detalhadas incluem também a verificação das juntas dos invólucros metálicos do tipo
“à prova de explosão” com juntas flangeadas, com tampas fixadas por meio de parafusos, de forma a
assegurar que as faces destas juntas estão livres de danos ou riscos ou sinais de corrosão, bem como da
devida aplicação de graxa ou vaselina contra ingresso indevido de água, antes do fechamento dos invó-
lucros, além de verificar o devido aperto de cada um dos diversos parafusos.
As inspeções detalhadas incluem também a verificação, dentre diversos outros requisitos, da devida
selagem das unidades seladoras Ex “d”, do aperto dos prensa-cabos Ex “d”, do atendimento das “con-
dições específicas de utilização” (descritos nos certificados de conformidade com Sufixo “X”) e da com-
patibilidade dos parâmetros de segurança intrínseca de cada circuito, incluindo barreira ou equipamento
associado [Ex “i”], equipamento de campo Ex “i” e os cabos de interligação.
Uma inspeção “Ex” inicial detalhada deve ser realizada para instalações “novas” ou nos casos de ins-
talações existentes, cujos equipamentos “Ex” tenham sido temporariamente removidos para serviços de
manutenção preventiva (em bancada, por exemplo), ou serviços de recuperação (em oficinas de serviços
“Ex” certificadas, por exemplo), e posteriormente reinstalados em seus locais originais de instalação, em
áreas classificadas.
As inspeções “Ex” detalhadas devem ser realizadas após um equipamento “Ex” ter sido reparado ou
recuperado, quando da sua remontagem em campo, bem como nos equipamentos que tenham sido en-
contrados com algum tipo de “desvio”, como por exemplo, uma “modificação não autorizada”.
POTÊNCIA 116
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Uma inspeção detalhada deve ser realizada sempre que forem realizados serviços rotineiros de manu-
tenção que envolvam a abertura, a substituição ou a desmontagem dos equipamentos “Ex”.
O GRAU de inspeção, bem como o INTERVALO entre inspeções deve levar em consideração os resul-
tados das inspeções anteriores, os fatores de agressividade do meio ambiente, o tipo de equipamento e
as recomendações dos fabricantes.
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17 apresenta três TIPOS de inspeção em
áreas classificadas: inicial, periódica ou por amostragem.
As inspeções iniciais proporcionam uma avaliação dos equipamentos “Ex”, com o objetivo de iden-
tificar se estes foram devidamente selecionados, com relação ao tipo de proteção, grupo de gás ou de
poeira, classe de temperatura, temperatura máxima de superfície e EPL, bem como verificação completa,
interna e externa, que eles foram devidamente instalados, de acordo com a Norma Técnica Brasileira
ABNT NBR IEC 60079-14, além da verificação do atendimento dos “requisitos específicos de instalação”
(nos casos em que os respectivos certificados de conformidade apresentem um sufixo “X”) e dos requisi-
tos dos fabricantes. Neste tipo de inspeção é utilizado o grau detalhado.
POTÊNCIA 117
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
As inspeções periódicas, além de representar um requisito normativo, servem como uma importante
ferramenta diagnóstica sobre o estado dos equipamentos e das instalações “Ex”, além de indicarem a
adequação e a efetividade dos procedimentos de gestão “Ex” aplicados nos equipamentos e nas instala-
ções de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex”.
Nestas inspeções “Ex” periódicas, são verificados os critérios de seleção e os requisitos de ins-
talação de equipamentos “Ex”, de acordo com os requisitos da Norma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR IEC 60079-14, bem como aplicados os programas de inspeção “Ex” indicados na Norma Téc-
nica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17.
Nas inspeções periódicas podem ser identificadas possíveis mudanças não documentadas ou modifi-
cações não autorizadas introduzidas ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”.
As inspeções “Ex” periódicas podem também indicar uma eventual necessidade de aplicação de
inspeções detalhadas em equipamentos ou sistemas “Ex” específicos, nos casos em que as inspe-
ções “Ex” somente de grau visual ou apurado não sejam suficientes para a identificação de eviden-
cias que assegurem a devida conformidade do equipamento ou da instalação “Ex” que esteja sendo
inspecionada.
As inspeções por amostragem proporcionam diagnóstico de curto prazo de parte das instalações “Ex”
existentes. A partir da determinação de uma parte que seja representativa das instalações “Ex”, é possível
identificar a necessidade de intervenções a nível de atividades de operação, manutenção e gestão das
instalações “Ex”.
A definição da parte das instalações a serem submetidas a inspeções por amostragem pode ter como
base uma porcentagem específica das instalações-alvo ou composta por sistemas “Ex” escolhidos de
acordo com a necessidade particular das instalações, como por exemplo instalações com incidentes já
ocorridos durante seu ciclo total de vida, ou equipamentos com funções específicas, como por exemplo
equipamentos “Ex” que fazem parte do sistemas de Fogo & Gás ou instrumentos “Ex” sensores ou atua-
dores que fazem parte do Sistema Instrumentado de Segurança (SIS).
Com base nos resultados das inspeções “Ex” por amostragem é possível identificar a necessidade
de alteração do período entre as inspeções “Ex” periódicas ou a necessidade de reavaliação das com-
petências pessoais “Ex” dos profissionais envolvidos com as atividades de manutenção ou inspeção
dos equipamentos e das instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas ou
mecânicas “Ex”.
POTÊNCIA 118
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Na Figura a seguir são apresentados os TIPOS de inspeções “Ex” indicados na Norma Técnica Brasi-
leira adotada ABNT NBR IEC 60079-17.
POTÊNCIA 119
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17 apresenta um “fluxograma” para orien-
tação sobre as atividades de inspeções iniciais em instalações “Ex” “novas” e inspeções periódicas e por
amostragem em instalações “Ex” “existentes”, como apresentado na Figura a seguir.
Legenda: CI - Componente
Incendível (Capaz de provocar uma
ignição): Componente ou equipa-
mento capaz de provocar ignição
de uma atmosfera explosiva em
condições normais de operação,
ou seja, onde componentes inter-
nos do equipamento produzem,
em condições normais de opera-
ção, arcos, centelhas ou tempe-
raturas de superfície capazes de
causar a ignição de uma atmosfera
explosiva presente no local da
instalação.
POTÊNCIA 120
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Tabela 19.1 – Lista de Verificação para inspeção de equipamentos e instalações com tipos de proteção
Ex “d”, Ex “e”, Ex “nA”, Ex “nC, Ex “nR”, Ex “t” ou Ex “tD”
POTÊNCIA 121
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 122
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 123
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 124
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A Tabela a seguir deve ser utilizada para a execução das atividades de inspeções detalhadas, apura-
das ou visuais em equipamentos Ex “i” ou instalações intrinsecamente seguras ou para equipamentos
associados [Ex “i”].
Tabela 19.2 – Lista de Verificação para inspeção de equipamentos e instalações intrinsecamente se-
guras com tipo de proteção Ex “i”
Grau de Grau de Grau de
Verificar que: inspeção inspeção inspeção
DETALHADO APURADO VISUAL
A Equipamento Ex “i” ou equipamento associado [Ex “i”]
1 A documentação do circuito ou equipamento “Ex” está
apropriada com os requisitos de EPL ou ZONA do local
da instalação
2 O equipamento Ex “i” instalado é aquele especificado
na documentação
3 O NÍVEL DE PROTEÇÃO e o GRUPO do circuito ou
equipamento “Ex” estão corretos
POTÊNCIA 125
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 126
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 127
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A Tabela a seguir deve ser utilizada para a execução das atividades de inspeções detalhadas, apura-
das ou visuais em equipamentos Ex “p” (invólucros pressurizados).
Tabela 19.3 – Lista de Verificação para inspeção de equipamentos e instalações com tipos de prote-
ção Ex “p”
POTÊNCIA 128
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 129
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
necessidade de execução de mais de 3,2 milhões de inspeções “Ex” ao longo de um período de 24 anos,
com base em inspeções individuais de cada equipamento “Ex” a cada três anos.
Para cada “desvio” ou “não conformidade” encontrado em cada um dos equipamentos “Ex” existentes,
devem ser feitos os devidos registros nos respectivos relatórios de inspeção, individualizados para cada
equipamento “Ex” e devem ser automaticamente programadas as datas das devidas correções.
POTÊNCIA 130
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 131
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Em um navio do tipo FPSO (Floating Production Storage And Offloading), para processamento e
armazenamento de óleo e gás, por exemplo, pode existir um inventário de cerca de 30.000 equi-
pamentos “Ex”, entre equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e
mecânicos “Ex”. Considerando a necessidade de inspeção de todos estes itens “Ex” a cada 3 anos,
existe a necessidade, neste caso, de um planejamento de inspeção de 10.000 equipamentos “Ex” por
ano, o que equivale a execução de serviços de inspeção em cerca de 40 equipamentos “Ex” por dia.
Em uma refinaria de petróleo de médio ou grande porte, por exemplo, podem existir um inventário
de cerca de 200.000 equipamentos “Ex”, entre equipamentos de instrumentação, automação, tele-
comunicações, elétricos e mecânicos “Ex”. Considerando a necessidade de inspeção de todos estes
itens “Ex” a cada 3 anos, existe neste caso a necessidade um planejamento de inspeção de 67.000
equipamentos “Ex” por ano, o que equivale a execução de serviços de inspeção em cerca de 200
equipamentos “Ex” por dia.
De forma a efetuar um adequado cadastramento, inspeção e gestão de cada um dos equipamen-
tos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos ou mecânicos “Ex” instalados em
áreas classificadas, muitas empresas utilizam, ao longo das últimas décadas, sistemas informatizados,
elaborados especificamente para esta finalidade de aplicação em áreas classificadas contendo gases
inflamáveis ou poeiras combustíveis.
O gerenciamento desta grande quantidade de informações de equipamentos e instalações “Ex”,
bem como da programação de inspeções diárias e acompanhamento técnico e gerencial da evolução
desta programação claramente evidencia a impossibilidade de execução destas atividades de forma
“manual”, com base em registros e relatórios em “papel” em planilhas eletrônicas do tipo Excel ou
arquivos no formato PDF.
Os sistemas eletrônicos de cadastro do inventário e de inspeção de equipamentos “Ex” e de ges-
tão de ativos “Ex” contam com o escaneamento de RFID (Radio Frequency ID) por meio de Tablets,
PDA ou smartphones “Ex”, permitindo o acesso ao banco de dados de cada equipamento “Ex” a ser
inspecionado.
Para que estes sistemas de gestão de ativos “Ex” possam operar de forma automática e adequada,
devem ser afixados em cada um dos equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação, de
telecomunicações ou mecânicos “Ex” componentes para identificação por rádio frequência (do tipo
RFID), os quais são automaticamente escaneados por smartphones ou tablets “Ex” a serem utilizados
pelos inspetores “Ex”.
Estes smartphones ou tablets “Ex” devem conter o sistema informatizado e as listas de verificação
de inspeção “Ex”, a serem aplicadas a cada um dos equipamentos “Ex” existentes e identificados por
RFID. Estes tablets “Ex” devem ser adequados para utilização industrial ao tempo, possuir resistência
mecânica a impactos, grau de proteção mínimo IP65 (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR
IEC 60529) e tipos de proteção “Ex”, grupo, classe de temperatura e EPL adequado para áreas clas-
sificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis para as quais podem ser transportados.
Exemplo de marcações básicas: Ex ib IIC T4 Gb (gases inflamáveis) / Ex tb IIIC 100 ºC Db (poeiras
combustíveis).
Na figura a seguir são apresentados alguns exemplos de equipamentos “Ex” que foram devida-
mente identificados por meio de RFID, os quais fazem parte de um sistema informatizado de cadastro,
inventário e gestão de ativos “Ex”, incluindo equipamentos de instrumentação, automação, telecomu-
nicações, elétricos e mecânicos “Ex”.
POTÊNCIA 132
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 20.1 – Exemplos de equipamentos “Ex” que foram devidamente identificados por meio de RFID, os
quais fazem parte de um sistema informatizado de cadastro, inventário e gestão de ativos “Ex”, incluindo
equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”
Estes sistemas informatizados devem ser elaborados com base nas listas de verificação indicadas na
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17. Estes sistemas devem também permitir o
cadastramento dos tipos de proteção e marcações dos equipamentos “Ex”, bem como dos respectivos
certificados de conformidade.
Estes sistemas de gestão de ativos “Ex” devem permitir o cadastramento dos dados de classificação
de áreas do local da instalação, de acordo com as respectivas plantas de classificação de áreas, de forma
POTÊNCIA 133
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
a permitir que o sistema verifique automaticamente se os tipos de proteção e características dos equipa-
mentos “Ex” instalados estão de acordo ou não, com os requisitos de classificação de áreas do local da
instalação. Nos casos em os equipamentos “Ex” estejam inadequados para os requisitos de classificação
de áreas, um alerta é gerado automaticamente pelo sistema, de forma que o equipamento “Ex” seja ime-
diatamente substituído, evitando retrabalhos de montagem, comissionamento e inspeção em equipamen-
tos “Ex” que não sejam compatíveis com a classificação de áreas do local da instalação.
As inspeções devem ser feitas tendo como base a documentação de classificação de área do local a
ser inspecionado, levando em consideração os requisitos de ZONA, GRUPO E CLASSE DE TEMPERA-
TURA do local da instalação. Devem também ser levados em consideração: os respectivos certificados
de conformidade dos equipamentos “Ex” existentes, bem como os dados de marcação indicados nas
respectivas marcações “Ex”, as quais contém informações sobre os tipos de proteção “Ex” aplicados ao
equipamento, bem como informações sobre grupo e classe de temperatura do equipamento “Ex”.
POTÊNCIA 134
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
12. EPL (Equipment Protection Level) para equipamentos “Ex” a serem instalados em áreas classifica-
das contendo gases inflamáveis: Ga, Gb ou Gc
13. EPL (Equipment Protection Level) para equipamentos “Ex” a serem instalados em áreas classifica-
das contendo para poeiras combustíveis: (Da, Db ou Dc)
14. Grupo e subgrupo de gás inflamável ou de poeira combustível marcada no equipamento “Ex”
15. Classe de temperatura ou temperatura máxima de superfície marcada no equipamento “Ex”
16. Características nominais do equipamento “Ex”, como por exemplo, tensão, corrente, potência e
rotação
17. Grau de proteção do invólucro (Código IP)
18. Requisitos específicos de instalação (Certificado com Sufixo “X”)
19. Número da Folha de Dados do equipamento “Ex”
20. Barreira de segurança intrínseca [Ex “i”]: Fabricante, Modelo e Marcação “Ex”. Exemplo: [Ex ia
IIA/B/C Ga]
21. Barreira de segurança intrínseca [Ex “i”]: Número do certificado de conformidade “Ex”
22. Barreira de segurança intrínseca [Ex “i”]: Parâmetros de entidade ou de limitação: Uo, Io, Po, Lo, Co
23. C
aracterísticas de marcação de equipamento Ex “i”. Parâmetros de entidade ou de limitação: Ui, Ii,
Pi, Li, Ci
24. Para equipamentos Ex “i”, informações aplicáveis de dados de interconexão, parâmetros de enti-
dade ou de limitação, com base na classificação de áreas do local da instalação, de acordo com a
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-25 (Sistemas intrinsecamente seguros)
25. Características e dados dos cabos de interligação entre instrumentos e barreiras (Lc, Cc, Lc/Rc)
26. Faixa de temperatura de operação do equipamento “Ex” (-20/+40, -20/+60, -40/+50, -20/+85)
27. Tensão nominal do equipamento “Ex” (relacionada com o risco de ignição): alta, média, baixa
28. Para motores Ex “e”, valores de relação de correntes IA/IN e tempo tE
29. Risco de ignição do equipamento “Ex” (alto, médio, baixo em função da tensão nominal do equi-
pamento, sistema de F&G, sistema SI)
30. Tag dos circuitos de força e controle do equipamento “Ex”
31. Abertura frequente necessária ([Sim]/[Não])
32. Ocorrência de falha no equipamento “Ex” afeta a produção [Sim]/[Não])
33. Número do RFID
34. Informações adicionais do equipamento “Ex”
35. Campos livres adicionais para preenchimento pelo usuário
36. Cadastramento de fotos dos equipamentos “Ex” e dos locais onde estão instalados
37. Cadastramento de documentos do fabricante, incluindo folha de dados, especificação técnica, dia-
gramas de interligação, desenhos dimensionais, manual de instalação, manual de manutenção, ma-
nual de operação, manual de reparo ou recuperação, manual de inspeção, lista de “part-number”
POTÊNCIA 135
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 136
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 137
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O aplicativo deve ser capaz de permitir a criação de relatórios customizados pelo cliente ou usuário,
com base nas informações dos bancos de dados de equipamentos “Ex” e de resultados de inspeções
“Ex”. Os relatórios devem ser visualizados em tela de computador, tablet ou telefone celular (smartphone),
enviado por e-mail ou gerado eletronicamente em arquivo do tipo PDF.
Figura 20.2 – Exemplo de utilização de smartphone “Ex” para inspeções iniciais e periódicas de
equipamentos e instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas
“Ex”, instaladas em áreas classificadas, utilizando um sistema informatizado de gestão de ativos “Ex”
O aplicativo deve permitir que as ações requisitadas de inspeções sejam incluídas em um calendário e
possam ser automaticamente enviadas por e-mail previamente cadastrados, para rastreamento e monito-
ração de conclusão. Somente pessoal devidamente autorizado, pré-definidos no aplicativo, pode concluir
as ações pendentes no relatório de inspeção sobre a correção dos “desvios” “Ex”.
O aplicativo deve também permitir que seus bancos de dados e informações sejam exportados, de
forma periódica e temporária, de forma automática ou manual, para backup locais ou em servidores de
rede, incluindo sistema de servidores na “nuvem” (cloud server).
O aplicativo deve também possuir, dentre outros recursos a serem configurados de acordo com as ne-
cessidades particulares de cada usuário ou cliente, os recursos de importação, exportação e restauração
dos bancos de dados.
POTÊNCIA 138
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
maioria das vezes de forma visual e sem um efetivo sistema de registro dos itens que haviam sido ins-
pecionados ou dos resultados dos eventuais “desvios” ou “não conformidades” encontradas naquelas
inspeções.
Com base na tecnologia disponível naquela época PRÉ-INTERNET, as inspeções passaram a ser feitas
na forma de relatórios em papel, preenchidos rusticamente à mão, utilizando as listas de verificação e de
inspeções “Ex” indicadas naquela Norma. Os relatórios de inspeção “Ex” elaborados em papel apresen-
tavam um elevado trabalho de preenchimento no campo, bem como a necessidade de carregamento de
diversos outros documentos, como certificados de conformidade, documentos de classificação de áreas,
manuais dos equipamentos e diagramas de interligação, tornando a execução das inspeções de campo
bastantes “complexas” e “trabalhosas”, em especial em locais elevados e em dias de chuva. Além disto,
os relatórios elaborados em papel apresentavam também as desvantagens de elevados espaços para
arquivamento físico e elevado peso.
Citando como exemplo uma Empresa que possua um total de cerca de 150.000 equipamentos “Ex”,
incluindo equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”, os
quais possuam um tempo de vida útil estimado em cerca de 20 anos, é previsto que sejam elaborados,
para cada equipamento “Ex”, um total de 7 (sete) relatórios de inspeções “Ex”, sendo 1 (um) relatório para
a inspeção inicial e 6 (seis) relatórios para as inspeções periódicas (as quais devem ser executadas a in-
tervalos de 3 anos). Desta forma, para esta quantidade de equipamentos e de inventário de equipamentos
“Ex” é prevista a elaboração de mais de 1 milhão de relatórios de inspeções “Ex”. Podem ser estimados os
significativos problemas, dificuldades, complexidades e desafios em elaborar, arquivar e manter armaze-
nada essa elevada quantidade de documentos, caso tivessem sido elaborados em “papel”.
Além disto, os relatórios em papel também apresentam os problemas decorrentes de não permitirem ne-
nhum tipo de integração com sistemas de gestão e nem de indexação de registros fotográficos. Os relatórios
de inspeções “Ex” elaborados em papel também apresentavam as deficiências de não permitirem o acompa-
nhamento informatizado das ações de planejamento ou rastreamento das ações de correção das eventuais
“não conformidades” ou “desvios” encontrados durante as inspeções “Ex” no campo, em áreas classificadas.
Com o desenvolvimento da tecnologia, os relatórios de inspeção “Ex” que eram inicialmente exe-
cutados em papel, passaram a ser substituídos por relatórios preenchidos, ainda de forma manual, em
planilhas eletrônicas, as quais já apresentavam o benefício de poderem ser armazenadas de forma digi-
tal, muitas vezes no formato PDF, porém ainda sem nenhum tipo de integração com sistemas de gestão
empresarial ou com sistemas de gestão de ativos “Ex”.
De forma “evolutiva”, acompanhando o inexorável desenvolvimento tecnológico, com o objetivo de
tornar as inspeções “Ex” mais efetivas e integradas com sistemas Empresariais, os relatórios de campo
das inspeções dos equipamentos e das instalações “Ex” passaram a ser elaborados em aplicativos com
base em Web Servers, instalados em Tablets ou Smartphones “Ex”, devidamente integrados aos Sistemas
de Gestão de Ativos “Ex”. Nestes relatórios passaram a ser automaticamente incluídos no sistema e no
banco de dados os arquivos digitais dos registros fotográficos dos equipamentos e das instalações “Ex”
feitos durante os serviços de inspeção.
A partir do início dos anos 2.000, em época PÓS-INTERNET, já contando com a ampla aplicação de re-
cursos de informática e de sistemas digitais com base na Web, os sistemas de inspeções “Ex” passaram a
incorporar a identificação e marcação digital (leitura por máquinas), com base em RFID ou QR Code fixados
aos equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”. Os deta-
lhes da marcação digital de produtos estão indicados na Norma Técnica Brasileira ABNT NBR IEC 63365
- Medição, controle e automação de processos industriais – Marcação digital. Desde aquela época, com
POTÊNCIA 139
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Com o desenvolvimento dos sistemas de gestão de ativos “Ex” as inspeções “Ex” passaram a ser feitas
com base em cadastramento e inventário de cada um dos equipamentos “Ex” e em programa de inspeções
“Ex”, com interface direta para o Sistema integrado de Gestão Empresarial (ERP). Por meio destes aplicativos
e sistemas é determinada uma data específica para a inspeção periódica de cada equipamento “Ex”, instalado
de forma fixa ou utilizado de forma pessoal ou portátil, de forma que não seja ultrapassado o limite de três
anos entre cada inspeção periódica “Ex”, indicado na Norma Técnica Brasileira ABNT NBR IEC 60079-17.
Com a popularização de sistemas baseados em servidores de dados na Internet (Web Servers ou
Cloud Servers) e nos benefícios proporcionados pelo acesso remoto destes bancos de dados, por meio
de sistemas de proteção de dados e senhas de acesso, as inspeções “Ex” evoluíram com base em siste-
mas de gestão de ativos “Ex”, incluindo planejamento de inspeções iniciais, periódicas e por amostra-
gem “Ex” e acompanhamento gerencial “on-line”, por parte de qualquer computador ou smartphone com
acesso ao sistema informatizado, do cumprimento do programa de inspeções “Ex”.
Com o desenvolvimento dos robôs, representados por drones e robôs com esteiras, com quatro per-
nas, as inspeções autônomas “Ex” robotizadas, em regime 24/7, incorporando recursos e algoritmos de
inteligência artificial (IA), conceitos da IIoT (Industrial Internet of Things), Machine Learning, Digital Twin
e Cybersecurity, aplicáveis aos conceitos e necessidades de conectividade da indústria 4.0. Os robôs
possuem capacidade de comunicação e interação “on-line” com os demais robôs “Ex” existentes na ins-
talação (com comunicação do tipo “nuvem de borda”), com os sistemas digitais de controle de processo
(DCS, PLC) e com os Sistemas de Gestão ERP.
Com a aplicação das tecnologias disponíveis no mercado, as indústrias do setor de Óleo & Gás, petroquími-
cas, siderúrgicas, mineradoras e portuárias, dentre outras, têm se beneficiado da utilização de robôs autôno-
mos para inspeções industriais de estruturas e instalações, tanto para acessar locais que eram anteriormente
impossíveis ou agressivos para os seres humanos, quanto para inspecionar, mapear e executar outras funções
automatizadas e autônomas em áreas de risco e com a presença de atmosferas explosivas ou tóxicas.
POTÊNCIA 140
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Em serviços de inspeções robotizadas, os pilotos dos drones e os operadores que acompanham, por
exemplo, a captação de imagens e dos sinais gerados de forma “on-line” pelos robôs, permanecem fi-
sicamente em locais seguros, em ambientes controlados ou em salas de controle remotas, enquanto os
robôs realizam as inspeções de tanques, vasos, fornos, reatores, tubulações, flares, torres de destilação
e outras estruturas verticais que antes exigiam equipamentos de escalada por corda (rapel), andaimes,
barcos, navios e interdição dos locais confinados, quando estes serviços de inspeção eram anteriormente
realizados com a presença de pessoas.
Na Figura a seguir é mostrada uma representação da benéfica “evolução” dos sistemas informatiza-
dos de cadastramento de inventário dos equipamentos “Ex”, marcação digital dos equipamentos “Ex”,
sistemas de gestão de ativos “Ex” e inspeções autônomas robotizadas “Ex”, nos quais as inspeções
iniciais, periódicas e por amostragem dos equipamentos e instalações de instrumentação, automação,
telecomunicações, elétricas e mecânicas em áreas classificadas tem se beneficiado ao longo das últi-
mas décadas.
Sob o ponto de vista de otimização dos processos de inspeções em atmosferas explosivas, os sis-
temas informatizados de planejamento das inspeções periódicas e por amostragem dos equipamentos
e instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex” podem ser
devidamente parametrizados pelos usuários e proprietários, de forma que a programação diária das ins-
POTÊNCIA 141
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
peções seja focada em uma determinada área das instalações terrestres ou módulos de processamento
das instalações marítimas.
Este tipo de “planejamento otimizado” das inspeções diárias “Ex” contribui de forma significativa
na redução dos deslocamentos dos inspetores dentro das instalações, reduzindo os trabalhos de mo-
vimentação de pessoal e de ferramentas, recursos de meios de acesso aos equipamentos “Ex” a serem
inspecionados ou necessidade de emissão de Permissões de Trabalhos diferentes, aplicáveis para locais
diferentes de inspeções. Este tipo de otimização de planejamento contribui também para a redução do
tempo requerido para as inspeções e para a redução dos custos das inspeções.
POTÊNCIA 142
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 143
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 144
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
21.4 Utilização indevida de FITA VEDA ROSCA (Fita de Teflon) para a selagem
e vedação de juntas roscadas do tipo “à prova de explosão”
◗ A utilização indevida de fita veda rosca (Teflon) em juntas roscadas de invólucros metálicos à prova
de explosão altera as características das juntas metal/metal impedindo a despressurização de uma
eventual explosão interna para o meio externo ao invólucro Ex “d”. Em outros tipos de proteção “Ex”
a utilização de fitas de teflon para evitar o ingresso de água no interior do invólucro também não é
autoriza pelos fabricantes dos equipamentos “Ex” ou respectivos certificados de conformidade “Ex”.
◗ A utilização de fitas de teflon não é citada e nem recomendada nas Normas aplicáveis a montagem
de equipamentos “Ex”: ABNT NBR IEC 60079-14 ou ABNT NBR IEC 61892-7
◗ A utilização deste tipo indevido de produto também não é indicada nos respectivos MANUAIS de
instalação dos fabricantes ou nos CERTIFICADOS de conformidade “Ex”
◗ A solução para evitar a CORROSÃO de juntas metálicas de invólucros metálicos Ex “d” com entrada
roscadas (muitas vezes causada pelo ingresso de água) indicada nestas Normas é a utilização de
VASELINA ou de GRAXA à base de silicone
POTÊNCIA 145
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-1 - ANEXO D - Invólucros VAZIOS à prova
de explosão como COMPONENTES “Ex”
“A proposta de uma certificação de invólucro vazio como componente “Ex” é para permitir ao fabri-
cante do invólucro à prova de explosão obter um certificado sem que os equipamentos internos sejam
definidos, para que o invólucro vazio seja disponibilizado para terceiras partes, para posterior incorpo-
ração em um equipamento totalmente certificado sem a necessidade de repetição de todos os ensaios
de tipo para invólucros à prova de explosão “d” como requerido pelas Normas ABNT NBR IEC 60079-1 e
ABNT NBR IEC 60079-0”.
“Isto não elimina a necessidade de uma certificação subsequente do equipamento Ex “d”, mas obje-
tiva facilitar esta certificação”.
POTÊNCIA 146
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
“Estes invólucros devem ser MARCADOS de acordo com os requisitos para a marcação de compo-
nentes “Ex” apresentados na Norma ABNT NBR IEC 60079-0, mas deve ser interna e não requer ser
permanente. A marcação “Ex” não pode ser fixada externamente. Somente o nome do fabricante e in-
formações de identificação do invólucro (com o tipo ou número de série) pode ser marcado externamente
ao invólucro. Esta marcação não precisa ser permanente”.
Quando um certificado para um equipamento completo for requerido, o certificado para o invólucro
vazio como componente “Ex” não é necessário”.
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 – Seção 14 - Requisitos adicionais para
o tipo de proteção Ex “d” – Invólucros à prova de explosão
“Somente devem ser instalados invólucros Ex “d” que possuam um certificado COMPLETO.
Invólucros e componentes Ex “d” que possuam somente certificado de componente, ou seja, com
número de certificado com SUFIXO “U”, não podem ser instalados em áreas classificadas, a menos
que façam parte da montagem de componentes (desta forma sendo tratados como um “equipamento”
completo), quando os componentes no equipamento estão contidos em um certificado “Ex” completo,
o qual pode conter o SUFIXO “X”, com marcação “Ex” completa, incluindo a classe de temperatura”.
Figura 21.6 - Exemplo de caixa de passagem (condulete) Ex “d” conectado, de forma indevida,
diretamente a invólucro Ex “d” (tomada de força), não atendendo ao “critério do invólucro” da Norma
Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14. Neste caso, a caixa de passagem (condulete) foi
indevidamente utilizada como uma “caixa de junção”, com a indevida instalação, em seu interior, de
forma “não autorizada pelo fabricante”, de terminais sem certificação “Ex” para a conexão de cabos.
Em áreas classificadas, as conexões dos cabos devem ser feitas no interior de caixas de terminais
(junction box) com certificação “Ex”, como por exemplo, Ex “e”. A unidade seladora Ex “d” para
eletroduto deve estar conectada “o mais próximo possível” do ponto de entrada de cabos ao invólucro
metálico Ex “d”, o que não ocorreu neste exemplo de instalação incorreta
POTÊNCIA 147
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
CRITÉRIO DO INVÓLUCRO: Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14/2016 -
Seção 14.4: Unidades seladoras de eletrodutos devem ser fornecidas como parte do invólucro à prova
de explosão, ou instaladas logo após ou o mais perto possível da entrada do invólucro à prova de explo-
são, utilizando uma quantidade mínima de “acessórios” de eletrodutos.
Uma unidade seladora é considerada instalada diretamente na entrada do invólucro à prova de ex-
plosão, quando a unidade seladora é fixada diretamente ou por meio de acessório necessário para
instalação, de acordo com as instruções do fabricante. É recomendado que a distância a partir da face
da unidade seladora MAIS PRÓXIMA do invólucro e da parede externa do invólucro utilizado, seja tão
pequena quanto possível, mas em nenhum caso maior que o diâmetro do eletroduto, ou 50 mm, o que
for menor.
POTÊNCIA 148
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 149
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 150
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 151
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Trata-se de um desvio “Ex” que inspetores atribuem como não conformidade (Norma ABNT NBR IEC 60079-17
– Item de verificação T1-B06). Para instalações com circuitos intrinsicamente seguros a topologia de ater-
ramento faz parte do projeto de instalação e a inclusão de loops de terra pode influir no funcionamento
das barreiras e consequentemente da proteção Ex “i”.
Há ainda uma tendência a incluir rabichos de aterramento com a associação ao anel de aterramento,
que do ponto de vista de inspeção é mais favorável ao inspetor. Entretanto, do ponto de vista de manuten-
ção, a inclusão do rabicho representa um ponto comum de falha. O aterramento a partir da blindagem de
cabos armados e anéis de aterramento serrilhados é mais comumente aplicado em instalações marítimas,
dada a sua capacidade de manter a integridade frente a agentes de corrosão.
Nos exemplos apresentados de graves desvios nos equipamentos e instalações de instrumentação,
de automação, de telecomunicações e elétricas em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou
poeiras combustíveis, podem ser identificados dois fatores em comum: todos os equipamentos elétricos
“Ex” haviam sido originalmente certificados pelos respectivos fabricantes e todos os serviços foram exe-
cutados ou supervisionados por profissionais autorizados pelas respectivas Empresas responsáveis, para
intervenção em equipamentos e instalações elétricas, inclusive em áreas classificadas, de acordo com os
requisitos legais vigentes.
Portanto, estes indevidos “desvios” evidenciam que somente a certificação de equipamentos “Ex” tem
se mostrado insuficiente para garantir a segurança das instalações de instrumentação, automação, tele-
comunicações, elétricas e mecânicas em áreas classificadas. A sistemática da avaliação da conformidade,
por meio da certificação, aplicável para a equipamentos “Ex” deve ser aplicada também para a certifica-
ção das Empresas de Serviços “Ex” e para a certificação das competências pessoais “Ex”.
Deve haver uma devida “sensibilização” ou “percepção de riscos” ou “percepção das responsabili-
dades”, para fomentar a alocação de profissionais advertidos, competentes e certificados para a detec-
ção das anomalias “Ex” e evitar as indevidas repetições de suas ocorrências.
Os programas de inspeções periódicas e por amostragem de equipamentos e instalações “Ex” são
executados de forma contínua, distribuídos no transcorrer do tempo, de forma a não permitir que algum
equipamento de instrumentação, automação, telecomunicações ou elétricos “Ex” permanece instalado
em área classificada por um período superior a três anos sem a sua respectiva inspeção “Ex”. Entre as
inspeções periódicas, a ocorrência de danos durante a operação pode gerar indevidos desvios “Ex”.
Os profissionais que trabalham nas áreas de operação de processo e de segurança industrial e de
outras especialidades, mesmo não sendo “especialistas” em atmosferas explosivas, devem pelo menos
reportar estes devidos para as pessoas que atuam com estes equipamentos e instalações “Ex”.
Por exemplo, a cultura de reportar, seja pela emissão de um registro de não conformidade (RNC) ou por
meio de “cartões de segurança” ou de sistemas eletrônicos dedicados a este tipo de ação, colabora para
o aumento da cobertura e da efetividade das inspeções “Ex”, direcionado as equipes de manutenção
para a execução das intervenções necessárias para a correção destes desvios “Ex”.
A existência de “desvios” como esses, encontrados em equipamentos e instalações de instrumenta-
ção, automação, telecomunicações e elétricas em áreas classificadas devem ser corrigidos o mais rapida-
mente possível, de forma a evitar que os equipamentos elétricos com certificação “Ex” possam se tornar
fontes de ignição no caso de presença de atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou poeiras combus-
tíveis, as quais podem dar origem a acidentes com consequências catastróficas tanto para as instalações,
quanto para as pessoas e para o meio ambiente.
POTÊNCIA 152
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 153
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Um exemplo “prático” de TAG, que também indica a subárea onde está localizado, e o número do
circuito associado, pode ser mnemônico, sequencial, e utilizar, por exemplo, a nomenclatura ISA para ins-
trumentos. Assim, por exemplo:
XL-2207 é uma chave de nível, localizada na subárea 22. Os demais dados necessários, bem como os acima
relacionados, devem constar da FD – Folha de Dados do equipamento ou instrumento que, após a aquisição,
deve ser revisado na condição de “As-Built”, incorporando Modelo do Fabricante, características e informações
técnicas adicionais, instruções de montagem, manutenção, operação, etc., e assim se constituindo na base da
dados para a geração dos registros no Sistema de Planejamento da Manutenção e de Gestão de Ativos.
Outro exemplo de TAG que pode ser citado como exemplo: PB-PM-2631 é a botoeira do motor da
bomba P-2631, localizada na área A-26, cujo cabo de alimentação é o CF-PM-2631, e o cabo de comando
é o C1-PB-PM-2631 que interliga esta botoeira ao painel CCM-26 na subestação elétrica.
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 61892-7 - Unidades marítimas fixas e móveis - Ins-
talações elétricas - Parte 7: Áreas classificadas, apresenta, em seu Anexo H: Lista de equipamentos elé-
tricos e eletrônicos em áreas classificadas - Requisitos relacionados aos dados do INVENTÁRIO “Ex”, os
dados “mínimos” a serem cadastrados no sistema de gestão de ativos de instalações “Ex” marítimas.
De forma a manter a devida rastreabilidade de equipamentos elétricos e eletrônicos em atmosferas
explosivas, é essencial manter um registro dos equipamentos de instrumentação, automação, telecomu-
nicações e elétricos “Ex”.
É reconhecido que diferentes sistemas podem ser utilizados, de forma a registrar os dados de todos
os equipamentos “Ex”.
De acordo com a Norma ABNT NBR IEC 61892-7, a lista de dados e informações sobre o inventário dos
equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações ou elétricos “Ex” apresentada a seguir
não é considerada “completa”, mas representa uma adequada indicação de informações “mínimas” re-
comendadas a serem registradas para todos os equipamentos “Ex”:
a) Identificador único do equipamento “Ex” (TAG de identificação)
b) A localização do equipamento (módulo, área etc.)
c) A classificação de área do local onde o equipamento “Ex” está instalado
d) A descrição do equipamento “Ex”, fabricante, tipo, modelo etc.
e) Os valores nominais, tensão, potência etc.
f) Os tipos de proteção “Ex”, EPL (Equipment Protection Level)
g) O grupo e subgrupo do gás
h) A classe de temperatura
i) As “condições específicas de instalação” indicadas no certificado “Ex” (Certificados com sufixo “X”)
j) Para motores Ex “e”: IA/IN, tempo tE
k) Para equipamentos Ex “i” (intrinsecamente seguros), as informações aplicáveis de parâme-
tros de entidade para a interconexão, de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR IEC 60079-25 – Sistemas Ex “i”
É necessário que seja levado em consideração o fato de que quanto mais dados forem disponibiliza-
dos no banco de dados de registro do inventario dos equipamentos “Ex”, maior será a acuracidade do
POTÊNCIA 154
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
cálculo de risco apresentado pelos desvios “Ex” encontrados nas inspeções. Desta forma, os dados no
registro de inventários dos equipamentos “Ex” devem ser o mais detalhado possível, e adequadamente
preenchidos, para que não haja falta de informações relevantes.
Cada desenvolvedor de software possui a sua específica IP (Intellectual Property) e o algoritmo de
categorização de prioridade de serviços de correção dos desvios “Ex” encontrados nas inspeções é de-
senvolvido a partir da necessidade da empresa, de suas experiências e lições aprendidas.
Sob o ponto de vista de prazos de correção dos desvios “Ex” encontrados nas inspeções, é recomenda-
do que a priorização de reparos siga as recomendações de prazos estabelecidos pela ANP. Estes prazos
para as prioridades mais críticas de correção (Prioridades 1, 2 e 3), relacionadas com riscos envolvendo
a segurança dos equipamentos e das instalações “Ex”, devem estar compatíveis com os prazos definidos
pela Resolução ANP Nº 37, de 28/08/2015, substituída pela Resolução ANP Nº 851, de 20/09/2021, de-
pendendo da criticidade da não conformidade: 30 dias (grave), 90 dias (moderada), 180 dias (leve)
Não Conformidade (de acordo com a ANP) Prazo para correção da não conformidade
Crítica (interdição total ou parcial das instalações) Imediata
Grave 30 dias
Moderada 90 dias
Leve 180 dias
Considerando a priorização de correção de desvios “Ex” indicada pela ANP, a estratégia de prioriza-
ção deve ser a mesma, ou similar à seguida pelas empresas usuárias e proprietárias de equipamentos e
instalações “Ex”.
Utilizando o mesmo banco de dados criado para a alimentação do software de gestão de ativos e de ins-
peção “Ex”, bem como para a priorização dos serviços de correção dos desvios “Ex”, as empresas usuárias
podem também solicitar ao desenvolvedor destes softwares de gestão de ativos e de inspeções “Ex”, que
as recomendações de inspeção também sejam incluídas no cálculo algorítmico da criticidade e respectivo
prazo de correção.
Desta forma, o sistema de gestão “Ex” irá gerenciar, além das datas de realização das correções dos
desvios “Ex” e respectivos prazos máximos de execução, também a data da próxima inspeção no equi-
pamento “Ex”, bem como o grau de inspeção que deve ser aplicado: visual, apurado ou detalhado.
O Software de gestão de ativos e inspeção “Ex” pode também calcular, com base no risco determinado pelo
respectivo algoritmo considerado, quais equipamentos “Ex” devem ser inspecionados no grau visual, e qual será
sua frequência, dentro de, no máximo, 3 anos, de acordo com os requisitos da Norma ABNT NBR IEC 60079-17.
São apresentados a seguir exemplos de instalação de equipamentos “Ex” a serem inspecionados com
riscos BAIXO e ALTO.
De acordo com a estratégia de inspeção “Ex” do usuário, todos os equipamentos “Ex” no FPSO pre-
cisam ser inspecionados. Porém, neste exemplo, esse é um equipamento “Ex” que se encontra instalado
POTÊNCIA 155
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
em área não classificada e não pertence ao sistema de emergência da unidade. Portanto o equipamento
“Ex” será isolado em caso de confirmação de presença de vazamento de gás combustível. Sendo assim,
o risco de ignição de uma atmosfera explosiva, por esse equipamento “Ex”, pode ser considerado como
sendo muito baixo,
Desta forma, uma inspeção com grau visual, em intervalos de 3 anos pode ser considerada suficiente
para assegurar que o conceito de proteção “Ex” do equipamento está devidamente mantido.
Luminária com tipo de proteção Ex “d”, instalada na Pump Room (Casa de bombas) de um FPSO.
Área classificada como Zona 1 de acordo com o desenho de classificação de área, e considerada como
área de alto risco baseado em histórico de graves acidentes já ocorridos.
Levando em consideração o risco de uma luminária Ex “d” instalada em Zona 1, bem como o fato de
que essa luminária necessita ser aberta frequentemente para a execução de serviços de manutenção
(como a proteção das juntas, substituição de vedações e aperto dos parafusos de fixação das tampas), o
risco associado e esse equipamento “Ex” pode ser considerado alto.
Considerando estes dados, o software de gestão de ativos e inspeção “Ex” deve recomendar uma
reinspeção com grau detalhado, a intervalos de 6 meses, ou a cada ação “intrusiva” de serviços de ma-
nutenção no equipamento “Ex”, que requeiram a abertura e fechamento ou a remoção e a reinstalação
deste equipamento “Ex”.
Cada empresa usuária de equipamentos e instalações “Ex”, seja em áreas classificadas contendo ga-
ses inflamáveis ou poeiras combustíveis, seja em instalações terrestres ou marítimas, deve ter a sua
estratégia definida seguindo os requisitos de seus procedimentos internos de gestão de equipamentos e
ativos “Ex”, sempre atendendo porém, aos requisitos indicados nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas
aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079 – Atmosferas explosivas.
POTÊNCIA 156
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de indevidos “des- Situação após a execução dos necessários
vios”, como encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Entrada de cabo indevidamente pela parte “SUPE- Entrada de cabo corrigida para a parte “INFERIOR”
RIOR” do invólucro, facilitando o ingresso de água do invólucro, dificultando o ingresso de água
POTÊNCIA 157
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Os condutores de cabos “reservas” devem ser terminados ou aterrados em bornes terminais “Ex” apro-
priados, dentro de Caixas de Junção “Ex” e não deixados “soltos”, com indevido risco de centelhamento
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Não devem ser utilizadas “fitas isolantes” para a fixação ou para a isolação de “emendas” de cabos em
áreas classificadas. As fitas isolantes não resistem ao calor e à umidade dos locais de instalação “Ex” e não ofe-
recem a necessária “confiança” que uma “emenda” tenha sido realizada de forma adequada, sem gerar cen-
telhamento ou pontos quentes devido a mau contato. Em casos de necessidade de proteção externa adicional
dos condutores de cabos podem ser utilizadas fitas do tipo “auto fusão” que se fixam às capas dos cabos
POTÊNCIA 158
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Os condutores de cabos “reservas” devem ser terminados ou aterrados em bornes terminais “Ex” apropriados
dentro de Caixas de Junção com certificação “Ex” e não deixados “soltos”, com indevido risco de centelhamento
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Para evitar o risco de curto-circuito entre condutores adjacentes em bornes terminais “Ex”, o isolamen-
to de cada condutor deve ser mantido até a parte metálica do borne terminal “Ex”. Devem ser utilizadas
“ponteiras” com tamanhos compatíveis com as secções dos condutores, sem a indevida exposição de
núcleos dos condutores, o que poderia gerar centelhamento
POTÊNCIA 159
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
A trança metálica de cabos “armados” não deve ser danificada e deve manter o estado de “malha”, ao
prender o anel de fixação da armadura no prensa-cabos “Ex”. Deve ser tomado cuidado para não apertar
demais o anel de fixação do prensa-cabo “Ex”, pois isso também pode fazer com que a trança da armadu-
ra do cabo seja indevidamente danificada ou cortada, impedindo a sua devida fixação
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Para evitar o risco de curto-circuito entre condutores adjacentes em bornes terminais “Ex”, o isolamen-
to de cada condutor deve ser mantido até a parte metálica do borne terminal “Ex”. Devem ser utilizadas
“ponteiras” com tamanhos compatíveis com as secções dos condutores, sem a indevida exposição de
núcleos dos condutores, o que poderia gerar centelhamento
POTÊNCIA 160
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Para evitar o risco de curto-circuito entre condutores adjacentes em bornes terminais “Ex”, o isola-
mento de cada condutor deve ser mantido até a parte metálica do borne terminal “Ex”. Para condutores
com encordoamento “fino”, devem ser utilizadas “ponteiras” adequadas, com tamanhos compatíveis às
secções nominais dos condutores
Figura 24.9 – Exemplos de fixação correta (à esquerda) e incorreta (ao centro e à direita) de
condutores de cabos a terminais com o tipo de proteção Ex “eb” (segurança aumentada)
POTÊNCIA 161
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
Para evitar o risco de curto-circuito entre condutores adjacentes em bornes terminais “Ex”, o isola-
mento de cada condutor deve ser mantido até a parte metálica do borne terminal “Ex”. Para condutores
com encordoamento “fino”, devem ser utilizadas “ponteiras” adequadas, com tamanhos compatíveis às
secções nominais dos condutores
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
O isolamento do núcleo de cabos com encordoamento “fino” deve ser “empurrado” completamente
para o interior das “ponteiras” para cabos, de forma a não deixar nenhum núcleo exposto, que poderia
causar centelhamentos. Os núcleos restantes expostos devem ser cortados, após a conclusão da crimpa-
gem da capa de cada “ponteira”
POTÊNCIA 162
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
As capas dos núcleos dos cabos não devem ser danificadas ou cortadas, pois isso pode causar curto-
circuito e centelhamento. Nos casos de utilização de prensa-cabos Ex “d” do tipo “barreira”, o composto
de selagem a ser aplicado para impedir a propagação de gás através de cabos “não compactos” deve
preencher totalmente os espaços entre os condutores dos núcleos. A atividade necessária de remoção
da capa externa do cabo não deve danificar a capa dos condutores individuais
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
A utilização de “ponteiras” para cabos, deve ser restrita aos cabos com encordoamento “fino” (Classe
de encordoamento 5 e 6), uma vez que as “ponteiras” podem ser incorretamente crimpadas, encaixando
frouxamente no cabo, além de não manter o isolamento até o borne terminal “Ex”, deixando os conduto-
res expostos, com o risco de ocorrer centelhamentos
POTÊNCIA 163
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Situação com a presença de “desvios”, como Situação após a execução dos necessários
encontrado nas inspeções “Ex” serviços de correção dos “desvios” “Ex”
O isolamento do núcleo de cabos com encordoamento “fino” deve ser “empurrado” completamente
para o interior das “ponteiras” para cabos, de forma a não deixar nenhum núcleo exposto, que poderia
causar centelhamentos. Os núcleos restantes expostos devem ser cortados, após a conclusão da crimpa-
gem da capa de cada “ponteira”
POTÊNCIA 164
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
25.1 M
étodo de seleção do tipo de proteção “Ex” e de instalação de
prensa-cabos de acordo com o tipo de proteção do invólucro “Ex”
O prensa-cabo deve ser selecionado para o correto ajuste ao diâmetro do cabo. Não é permitida
a utilização de fita de selagem, tubo termo contrátil ou outro tipo de material para ajuste do cabo ao
prensa-cabo.
Os prensa-cabos “Ex” ou cabos a serem utilizados em áreas classificadas que são fixados por
meio de prensa-cabos devem ser selecionados de forma a reduzir os efeitos das características de
“deformação a frio” (coldflow) do cabo. Deve ser ressaltado que alguns tipos de cabos que são utili-
zados em áreas classificadas podem eventualmente utilizar materiais que, de fato, apresentem estas
características de deformação a frio.
POTÊNCIA 165
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A deformação a frio em cabos pode ser descrita como o movimento da capa do cabo quando as forças
de compressão forem aplicadas pelo aperto do selo dos prensa-cabos, ou quando a força de compressão
aplicada pelo selo for maior do que a resistência à deformação elástica da capa do cabo. A deformação a frio
em cabos pode causar a redução da resistência de isolamento do cabo. Os cabos resistentes a fogo ou com
baixa emissão de fumaça normalmente apresentam características significativas de deformação a frio.
Os prensa-cabos “Ex” a serem utilizados em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras
combustíveis devem ser selecionados de forma a manter os requisitos do tipo de proteção “Ex” do invó-
lucro do equipamento a ser conectado, de acordo com os requisitos da Norma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR IEC 60079-14.
POTÊNCIA 166
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Para atender aos requisitos de grau de proteção (Código IP) requerido pelo tipo de proteção “Ex”,
pode ser necessária a “selagem” entre o invólucro do equipamento “Ex” e os prensa-cabos “Ex” ou os
adaptadores de rosca “Ex” ou os elementos de vedação (bujões) “Ex”, por exemplo, por meio de arruelas
de vedação ou selante de rosca.
De forma a atender ao requisito mínimo para IP54, dispositivos de entrada roscadas em invólucros (ou
placa de entrada de cabos) com espessura igual ou superior a 6 mm não necessitam de vedação “adi-
cional” entre o invólucro (ou placa de entrada de cabos) e o dispositivo de entrada “Ex” de cabo, desde
que o eixo do dispositivo de entrada de cabos seja perpendicular à superfície externa do invólucro (ou da
placa de entrada).
Se um prensa-cabo do tipo Ex “d” fixado por meio de um anel de vedação (compressão) for utilizado
com cabo blindado ou armado, o prensa-cabo Ex “d” deve ser do tipo onde a blindagem ou a armação
seja fixada no prensa-cabo, e a compressão deve atuar na capa interior do cabo. Para cabos com blinda-
gem formada por condutores “finos”, com diâmetro menor do que 0,15 mm, e a malha represente mais de
70 % da cobertura, é aceito que a compressão seja realizada apenas na capa externa do cabo.
São apresentados a seguir alguns exemplos práticos de entrada de cabos em invólucros de equipa-
mentos “Ex” por meio de prensa-cabos “Ex”, tanto para instalações terrestres (onshore) como em ins-
talações marítimas (offshore), tanto para o Grupo II (gases inflamáveis) como para o Grupo III (poeiras
combustíveis).
Deve ser ressaltado que, os furos para a fixação do prensa-cabos, adaptadores de rosca ou bujões
“Ex” devem sempre estar localizados na parte INFERIOR dos invólucros, de forma a evitar o indevido
ingresso de água e poeira para o interior do invólucro do equipamento “Ex”, em casos em que o prensa-
cabo “Ex” esteja com falha no aperto do cabo ou em casos de entradas não utilizadas estarem indevida-
mente abertas, sem bujões de vedação.
Figura 25.2 – Exemplo de montagem de sistema de entrada de cabos para circuitos de controle e
automação em áreas classificadas por meio de prensa-cabos “Ex” (instalações marítimas)
POTÊNCIA 167
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 168
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 25.7 – Exemplo de montagem de sistema de entrada de cabos para circuitos de força e controle e
automação em áreas classificadas por meio de prensa-cabos “Ex” (instalações terrestres)
25.2. R
equisitos para a seleção de prensa-cabos Ex “d” de acordo com o tipo de
cabo utilizado (compacto ou não compacto)
De acordo com os requisitos apresentados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14,
o sistema por meio de entrada de cabos “direto” por meio de prensa-cabos Ex “d” ou “indireto”, deve ser
executado com base em um dos requisitos indicados a seguir:
a) s prensa-cabos Ex “d” devem ser selados com um composto selante (prensa-cabos do tipo
O
“barreira”), certificados como um equipamento Ex “d” (não como um componente “Ex”), tanto para
cabos compactos como cabos não compactos, independentemente do comprimento do cabo
POTÊNCIA 169
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos de cabos dos tipos “compacto” e “não compacto”,
de acordo com os requisitos apresentados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14.
Para cada tipo de aplicação, deve ser selecionado o tipo adequado de prensa-cabo Ex “d” (barreira ou
compressão) ou entrada indireta de cabos por meio de equipamentos Ex “db eb” IIC Gb.
Figura 25.9 – Exemplos de vista em corte de cabos do tipo “compactos”, de acordo com a Norma Técnica
Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14, com a ausência de interstícios no material de enchimento
durante o processo de extrusão, impedindo a propagação de gases através de seus condutores individuais
POTÊNCIA 170
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 25.10 – Exemplos de vista em corte de cabos do tipo “não compactos”, de acordo com a Norma
ABNT NBR IEC 60079-14, com a presença de interstícios no material de enchimento durante o processo
de extrusão, permitindo a propagação de gases através de seus condutores individuais
Figura 25.12 – Exemplos de vista em corte de prensa-cabos Ex “d” do tipo “compressão”, para entrada
direta de cabos nos invólucros dos equipamentos “Ex”, nos casos de utilização de cabos do tipo
“compactos”, de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14
POTÊNCIA 171
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 25.13 – Exemplo de vista em corte de prensa-cabos Ex “d” do tipo “compressão”, para cabos
armados, para entrada direta de cabos nos invólucros dos equipamentos “Ex”, nos casos de utilização
de cabos do tipo “compactos”, de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC
60079-14. Fonte: ExSuper
Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos prensa-cabo Ex “d” do tipo (barreira), para serem
utilizados em conjunto com cabos dos tipos “compacto” e “não compacto”, e prensa-cabos Ex “d” do tipo
“compressão”, para serem utilizados em conjunto com cabos dos tipos “compacto”, de acordo com os
requisitos apresentados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14. Para cada tipo de
aplicação deve ser selecionado o tipo adequado de prensa-cabos para entrada do tipo direta ou, prefe-
rencialmente, o tipo de entrada indireta de cabos por meio de equipamentos com caixas terminais Ex “e”
externas, com marcação geral Ex “db eb” IIC Gb.
Figura 25.15 – Vista em corte de prensa-cabo Ex “d” do tipo “barreira”, mostrando a aplicação de composto
selante, preenchendo os interstícios existentes entre os condutores individuais, para entrada direta de cabos
nos invólucros dos equipamentos “Ex”, nos casos de utilização em cabos do tipo “compactos” ou “não
compactos”, de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14
POTÊNCIA 172
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Na Figura a seguir é mostrado um fluxograma simplificado para seleção de prensa-cabos “Ex (do tipo
compressão ou barreira) utilizados em entradas diretas de cabos no interior de invólucros metálicos do
tipo Ex “d”, dependendo do tipo de cabo utilizado (compacto ou não compacto), com base nos requisitos
da Norma ABNT NBR IEC 60079-14/2006.
POTÊNCIA 173
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Na Figura a seguir é mostrado um fluxograma para critério de seleção de métodos de entrada direta
de cabos em invólucros metálicos Ex “d”, dependendo do grupo do local da instalação, do volume inter-
no do invólucro Ex “d” e do tipo de cabo utilizado (compacto ou não compacto), com base nos requisitos
da Norma IEC 60079-14/Ed. 6.0.
Com relação a “evidências confiáveis e suficientes” para embasar que o cabo utilizado atende os
requisitos do Anexo relacionado com o tema “Ensaios de pressão para cabos”, da Norma IEC 60079-14
Ed. 6.0, deve ser ressaltado que estas “evidências” podem ser obtidas a partir de diversas fontes, por
exemplo, pela confirmação do fabricante do cabo ou com base em ensaios feitos pelos próprios usuários
dos cabos. As experiências têm mostrado que, para alguns cabos, a evidência somente com base em
catálogos de diversos fabricantes pode não ser “suficiente”, devido a possíveis “variações” nas caracte-
rísticas na fabricação dos cabos, em diferentes locais de fabricação.
25.3 Requisitos para a conexão de cabos aos terminais internos dos invólucros
dos equipamentos “Ex”
Os cabos em áreas classificadas devem ser instalados em linha reta a partir do prensa-cabo “Ex”, a fim
de evitar esforços laterais que possam comprometer a vedação e selagem do prensa-cabo “Ex” ao redor
do cabo.
Os prensa-cabos “Ex” devem ser instalados de maneira que somente possam ser desmontados ou
soltos com a utilização de ferramentas.
POTÊNCIA 174
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Caso seja necessária a utilização de um dispositivo adicional de fixação (suporte), de modo a evitar a
transmissão de esforços de tração e de torção do cabo para os terminais dos condutores no interior do
invólucro “Ex”, um ponto de suportação deve ser instalado o mais próximo possível do prensa-cabo “Ex”.
Este ponto de suportação deve ser instalado a uma distância menor que 300 mm do prensa-cabo “Ex”.
Os prensa-cabos “Ex” devem, sempre que possível, possuir roscas paralelas, do tipo “métricas”, seja
para instalação em furos roscados (também com roscas métricas) ou em furos não roscados (furos “cegos”
passantes), com a utilização interna ao invólucro de uma “contraporca”.
Quando as terminações de cabos blindados ou armados são fixadas em prensa-cabos “Ex”, os compo-
nentes que têm a função de manter e fixar a blindagem ou a armação do cabo não podem ser capazes de
serem abertos manualmente, sem a utilização de ferramentas.
A conexão de cabos a equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações ou elétricos
“Ex” deve ser efetuada por meio de prensa-cabos “Ex” apropriados para o tipo de cabo utilizado, e deve
manter a integridade do tipo de proteção “Ex” do invólucro ao qual é fixado.
Quando o diâmetro da entrada de cabo ou do furo roscado for diferente da dimensão do prensa-cabo
“Ex”, deve ser instalado um adaptador de rosca “Ex”, com tipo de proteção “Ex” adequado ao invólucro
“Ex ao qual é fixado.
Os prensa-cabos, adaptadores de rosca ou elementos de plugueamento (bujões de vedação) com tipo
de proteção “à prova de explosão”, com roscas paralelas podem ser utilizados, com uma arruela de veda-
ção ou de selagem entre a entrada do dispositivo e o invólucro à prova de explosão, desde que, após a
instalação da arruela, a rosca do prensa-cabo ou adaptador de rosca ou bujão Ex “d” seja completamente
encaixada, ou seja, o encaixe da rosca deve ser de no mínimo cinco fios de rosca. Uma graxa adequada
deve ser utilizada, desde que seja do tipo “não curável”, não metálica e não combustível, e que a equipo-
tencialização entre as duas partes Ex “d” seja mantida.
São apresentados a seguir alguns exemplos práticos de sistemas de entrada de cabos em invólucros
de equipamentos “Ex” por meio de prensa-cabos “Ex”.
POTÊNCIA 175
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 25.21 – Exemplo de montagem de sistema de entrada de cabos para circuitos de força
e controle em áreas classificadas por meio de prensa-cabos “Ex”
POTÊNCIA 176
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 25.24 – Exemplo de montagem de sistema de entrada de cabos para circuitos de força
em áreas classificadas por meio de prensa-cabos “Ex” e entradas INDIRETAS
POTÊNCIA 177
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
3) Falta de selagem das unidades seladoras Ex “d” (unidades seladoras encontradas completamen-
te vazias)
5) Instalação incorreta de conduletes Ex “d” entre o invólucro Ex “d” e a unidade seladora Ex “d”
6) Instalação incorreta de eletrodutos flexíveis Ex “d” entre o invólucro Ex “d” e a unidade seladora Ex “d”
7)
Falta de fixação dos eletrodutos ou acessórios aos invólucros Ex “d” por meio de cinco fios de rosca
8) Utilização indevida de fitas do tipo “veda rosca” em conexões roscadas para evitar o frequente
ingresso de água verificado neste tipo de montagem com eletrodutos
POTÊNCIA 178
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Dentre outros problemas relacionados com a instalação de eletrodutos para a distribuição de cabos,
pode ser citada a falta de flexibilidade nos casos de necessidade de ampliação de sistemas existentes,
com a necessidade de instalação de novos eletrodutos e infraestrutura, mesmo nos casos de haver
algum espaço disponível nos eletrodutos existentes.
Em função dos benefícios apresentados, como redução de custos e maiores facilidades de mon-
tagem, inspeção e manutenção, as instalações de fiação de circuitos de instrumentação, automação,
telecomunicações e elétricos “Ex” são muitas vezes executadas através de sistemas de bandejamen-
to de cabos, com as entradas de cabos nos invólucros dos equipamentos “Ex” por meio de prensa-
cabos “Ex”.
Este tipo de critério de projeto de utilização de distribuição de cabos por meio de sistema de ban-
dejamento é atualmente utilizado para instalações “Ex” em ambientes terrestres e marítimos, tanto em
áreas classificadas do Grupo II (Gases inflamáveis) como Grupo III (Poeiras combustíveis).
São apresentados a seguir alguns exemplos práticos de distribuição de cabos em áreas classificadas
utilizando sistemas de bandejamentos, tanto em instalações contendo gases inflamáveis como poeiras
combustíveis, tanto em instalações terrestres (onshore) como marítimas (offshore).
Figura 26.1 – Exemplo de detalhe típico de projeto para a padronização de distribuição de cabos em
áreas classificadas por meio de sistema de bandejas e eletrocalhas
POTÊNCIA 179
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 180
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 181
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 182
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São apresentados nas figuras a seguir exemplos de instalações corretas e incorretas de unidades selado-
ras em sistemas de distribuição de cabos em áreas classificadas por meio de eletrodutos.
◗ Critério do INVÓLUCRO: As unidades seladoras Ex “d” para eletrodutos devem ser instaladas junto
a cada conexão roscada em um invólucro metálico do tipo à prova de explosão
◗ Critério da FRONTEIRA: As unidades seladoras Ex “d” para eletrodutos devem ser instaladas em
eletrodutos, no ponto de passagem de eletrodutos por fronteira de mudança de classificação de área
Figura 26.11 – Critério do INVÓLUCRO: As unidades seladoras Ex d” devem ser instaladas o mais
próximo possível a cada conexão roscada em um invólucro metálico do tipo à prova de explosão.
Exemplo de instalação indevida de “condulete” Ex “d” entre o invólucro e a unidade seladora Ex “d”
POTÊNCIA 183
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Em sistemas de distribuição de cabos em áreas classificadas por meio de eletrodutos, as caixas de passagem
para puxamento de cabos (“conduletes”) e eletrodutos flexíveis que forem necessários devem ser instalados “após”
as unidades seladoras Ex “d” (não entre os invólucros Ex “d” as unidades seladoras Ex “d”), de forma a atender ao
critério da fronteira. Desta forma estas caixas de passagem e eletrodutos flexíveis não são expostos às pressões
das explosões que podem ocorrer no interior dos invólucros Ex “d” e portanto não necessitam ser do tipo Ex “d”.
POTÊNCIA 184
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 185
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 186
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São indicadas a seguir algumas recomendações para montagem de caixas de areia em áreas classificadas:
◗ O local de instalação das caixas de areia deve ser elevado em relação ao solo, facilitando a remoção
da areia quando necessário
◗ De acordo com as figuras e detalhes típicos apresentados, a caixa de areia deve ter uma portinhola
na sua parte inferior para permitir, de forma simples, a remoção da areia do compartimento, quando
da necessidade de seu esvaziamento para a passagem de novos cabos
◗ Devem ser tomados cuidados com a definição do local de instalação das caixas de areia, se necessá-
rio providenciando uma cobertura ou marquise, de forma a evitar o impacto direto da água de chuva
com a areia no interior da caixa
◗ A caixa de areia deve ser preenchida com areia até sua parte superior, assegurando a segregação
dos distintos ambientes
◗ A inserção da areia na caixa deve ocupar os espaços vazios entre os cabos instalados
◗ Deve ser feita uma inspeção periódica nas caixas de areia de forma a assegurar que as instalações
se encontram em condições adequadas de manutenção
POTÊNCIA 187
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 188
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 27.1 - Folha de rosto da Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-19 –
Atmosferas explosivas – Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex”
Os equipamentos “Ex” reparados, revisados ou recuperados devem ser devidamente marcados, com
uma plaqueta adicional, onde seja indicado, dentre outras informações obrigatórias, o número do relatório
de serviços que foi elaborado e aprovado pelo profissional responsável pelo reparo.
A marcação indicada a seguir deve ser utilizada quando o reparo ou recuperação estiverem em con-
formidade com a Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e o reparador tiver evidências suficientes da total con-
formidade com os documentos de certificação e as especificações do fabricante.
A marcação indicada a seguir deve ser utilizada quando os serviços de reparo ou recuperação do
equipamento “Ex” se encontram em conformidade com os requisitos da Norma ABNT NBR IEC 60079-19
e das Normas dos tipos de proteção “Ex”, aplicáveis para a data de fabricação do equipamento “Ex”, mas
não com os documentos da certificação (por exemplo, nos casos em que o usuário do equipamento “Ex”
não possui a documentação do fabricante ou o certificado de conformidade “Ex”.
POTÊNCIA 189
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 190
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 27.6 – Serviço de recuperação de motores elétricos “Ex” de acordo com o indicado
na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-19: Medição e recuperação de
INTERSTÍCIOS de juntas Ex “d” cilíndricas ou planas. Fonte: Manutronik
Figura 27.7 – Serviço de recuperação de motores elétricos “Ex” de acordo com o indicado
na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-19: Medição e recuperação de
INTERSTÍCIOS de juntas Ex “d” cilíndricas ou planas. Fonte: Manutronik
Figura 27.8 – Serviço de recuperação de motores elétricos “Ex” de acordo com o indicado
na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-19: Medição e recuperação de
INTERSTÍCIOS de juntas Ex “d” cilíndricas ou planas. Fonte: Manutronik
POTÊNCIA 191
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 192
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
que pode ser denominada como um fenômeno de indevida “normalização dos desvios Ex”, sendo priori-
zada a execução de outros serviços de manutenção, que apresentem um impacto ou risco mais “imedia-
to”, sob os pontos de vista de confiabilidade, produção ou segurança.
A expressão “normalização dos desvios” foi inicialmente utilizada pela socióloga Diane Vaughan du-
rante as análises das causas da explosão ocorrida com o ônibus espacial Challenger, durante seu lança-
mento, em 28/01/1986, como mostrado na Figura a seguir.
Vaughan observou que a causa raiz daquele desastre do Challenger estava ligada à decisão repetida
dos oficiais da NASA de lançar o ônibus espacial, apesar da existência de uma perigosa e reconhecida fa-
lha de projeto relacionada à falta de resiliência, a baixas temperaturas, dos anéis de vedação dos tanques
de combustível dos foguetes. Diane Vaughan afirma que esse fenômeno ocorre quando “as pessoas de
uma organização se tornam tão insensíveis a uma prática irregular que esta passa a não parecer errada”.
Esta “insensibilidade” surge de forma gradual, às vezes ao longo de anos, pois os desastres, catástro-
fes ou explosões não acontecem de forma imediata, até que outros desvios e fatores críticos estejam ali-
nhados e simultaneamente presentes, como nos casos de alinhamento dos “furos” de um “queijo suíço”,
na analogia com a perda das barreiras de proteção.
De uma forma geral, a expressão “normalização dos desvios” é aplicada para descrever as situações em
que a degradação de equipamentos ou a adoção de práticas inseguras passa a ser “aceita” pela organização
por não gerar consequências catastróficas “imediatas”. Com o tempo, a situação degradada passa a ser vista
como “normal” e riscos que não eram assumidos originalmente passam a se tornar indevidamente “aceitos”.
Neste sentido, a normalização dos desvios pode ser considerada como um processo gradual, por meio
do qual uma prática ou procedimento inaceitável, se torna indevidamente aceitável. Na medida em que
o comportamento indevido é repetido sem a ocorrência de resultados catastróficos, ele passa a se tornar
“aceito” ou mesmo “normalizado” pela organização. Isto significa que as pessoas de dentro da organização
se tornam de tal forma “acostumadas” com um comportamento de desvio, que elas não mais consideram
POTÊNCIA 193
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
o “desvio” como uma falha ou risco, apesar do fato que estes desvios não atenderem aos requisitos nor-
mativos ou regras de segurança.
Quanto mais os desvios ocorrem, mais as pessoas de dentro da organização se tornam indevidamente
“acostumadas” com eles. Para pessoas de “fora” da organização, que tenham as devidas competências
pessoais, a percepção de situações ou atividades com desvios são claras. No entanto, as pessoas de
“dentro” da organização passam a não reconhecer estes desvios, porque eles parecem como sendo ocor-
rências “normais”, passando a “fazer parte da paisagem”.
Aplicando esta abordagem proveniente de experiências existentes na indústria aeroespacial, para a
área da indústria petroquímica e do petróleo e gás, relacionada com a segurança de equipamentos e
instalações em atmosferas explosivas, a expressão “normalização de desvios Ex”, pode ser aplicada para
descrever situações em que a degradação de equipamentos ou instalações “Ex”, ou a adoção de práticas
inseguras, passam a ser “aceitas” pela organização por não gerar consequências catastróficas ou explo-
sões de uma forma “imediata”. Com o tempo, a degradação de equipamentos ou instalações “Ex” passa a
ser vista como “normal” e os riscos podem se tornar indevidamente “tolerados” ou “aceitos”.
Com relação às instalações de instrumentação, de automação, de telecomunicações e elétricas em atmos-
feras explosivas, pode ser verificado, sob o ponto de vista prático, considerando as inspeções que são execu-
tadas em equipamentos e instalações em áreas classificadas, que a “normalização dos desvios” pode ocorrer
também pela existência de “obstáculos” à utilização do processo correto, fatores relacionados ao tempo ou
custo para a execução do serviço, necessidade de continuidade operacional, desconhecimento das normas
técnicas, “pressão” dos colegas ou por falta de procedimentos adequados por parte da organização.
É necessário explorar o impacto desse fenômeno comportamental, da indevida “normalização dos
desvios Ex” sobre as fatalidades, destruição do patrimônio e os impactos negativos ao meio ambiente,
decorrentes de explosões envolvendo equipamentos e instalações em atmosferas explosivas. É neces-
sário também aplicar esta aprendizagem e conceito de “normalização dos desvios”, trazido da indústria
aeroespacial, adotando as medidas que as organizações envolvidas com processos de alto risco encon-
traram, para evitar o processo de normalização dos desvios “Ex”, também encontrado nas indústrias do
petróleo e gás natural (terrestre e marítima), petroquímica, de alimentos, silos de armazenamento de grãos
e portuária, entre outras.
POTÊNCIA 194
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Neste sentido, sob o ponto de vista de segurança industrial, tem sido comprovado que de pouco
adianta os equipamentos de automação, instrumentação, telecomunicações e elétricos “Ex” terem sido
certificados por organismos de certificação, se eles são indevidamente especificados, instalados, inspe-
cionados, mantidos ou reparados, ao longo do ciclo total de vida em que permanecem instalados em
áreas classificadas contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.
POTÊNCIA 195
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O que pode ser verificado é que a falta de segurança das instalações “Ex”, em diversos casos, é devida
a falta de documentação de classificação de áreas, falha de especificação dos equipamentos “Ex”, falhas de
projeto, falhas de montagem, falhas de inspeção, falhas de manutenção ou por falhas nos serviços de reparo
ou recuperação dos equipamentos “Ex”. Estas “falhas” ou “desvios” podem ser atribuídos, na maioria dos ca-
sos, às falhas humanas, decorrentes de falta de qualificações, treinamentos, experiências, competências ou
certificação das pessoas que executam ou que supervisionam os serviços de classificação de áreas, projeto,
montagem, inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos e instalações “Ex”, bem como na falta de
competências e certificação das empresas executantes estes tipos de serviços para atmosferas explosivas.
Frequentemente as empresas de projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos de equipamen-
tos e instalações “Ex” apresentam deficiências de gestão, de procedimentos técnicos de trabalho e de
POTÊNCIA 196
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
qualificação do seu pessoal de execução e de supervisão, os quais não possuem as devidas experiências
e conhecimentos, que os tornem competentes para desempenharem com a eficiência e segurança ne-
cessárias, os serviços “Ex” para as quais são solicitados.
Figura 28.8 -
Exemplos da indevida
“normalização de desvios
Ex”: Equipamentos
com invólucros
com certificação Ex
“p” (pressurizados)
encontrados sem
pressurização interna,
como o indicado nos
respectivos pressostatos
Figura 28.9 -
Exemplo da indevida
“normalização de
desvios Ex”: Invólucro
com certificação Ex
“d” com prensa-cabo
com certificação Ex
“d” com a instalação
incorreta de três cabos
POTÊNCIA 197
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 198
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
28.2.1 A
bordagem da segurança das instalações elétricas e mecânicas em
atmosferas explosivas sob o ponto de vista do “ciclo total de vida” das
instalações “Ex”
Existe a necessidade de focar a segurança em áreas classificadas não somente sob o ponto de vista
“restrito” dos equipamentos elétricos “Ex” certificados, de acordo com os atuais regulamentos existentes
no Brasil publicados pelo Inmetro, mas também na segurança destes equipamentos ao longo de todo o
tempo em que permanecem instalados em áreas classificadas, sujeitas aos riscos de explosões.
O que pode ser verificado, na prática, é que muitos equipamentos “Ex”, mesmo sendo certificados,
são indevidamente especificados, ou instalados ou mantidos ou inspecionados ou reparados, fazendo
com que eles percam as características dos tipos proteção “Ex” e passem a representar uma fonte de
ignição. Sob o enfoque da “normalização dos desvios Ex”, estas “falhas” ou “desvios” ou “não confor-
midades” de campo encontradas em equipamentos e instalações “Ex” passam a ser indevidamente
“aceitos” com o passar do tempo, em função de não apresentarem normalmente consequências catas-
tróficas “imediatas”.
Nestas situações, quando houver a presença de uma atmosfera explosiva ao redor destes equipamen-
tos “Ex”, eles podem provocar uma explosão, mesmo tendo sido devidamente certificados, em função de
falhas introduzidas pelos usuários dos equipamentos, as quais não são tratadas com a devida prioridade.
Fazendo-se uma analogia com uma CORRENTE, composta por diversos ELOS. A resistência de uma
corrente depende do seu elo mais fraco. De forma similar, a segurança das instalações em atmosferas
explosivas pode ser entendida como sendo a composição de diversos “elos”, os quais necessitam estar
fortes para EVITAR a existência de uma fonte de ignição que possa provocar uma explosão.
Figura 28.11 - A corrente de segurança das instalações elétricas e mecânicas em atmosferas explosivas:
A segurança total das instalações é limitada pelo seu “elo mais fraco”
POTÊNCIA 199
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Como exemplos dos ELOS desta corrente podem ser citadas os serviços de classificação de áreas, es-
pecificação dos equipamentos “Ex”, montagem, inspeção, manutenção, reparos, recuperação, auditorias
e gestão das instalações e dos equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação e de telecomu-
nicações e mecânicos “Ex”.
Como pode ser entendido, o “ELO” representado pelos equipamentos “Ex”, no qual estão incluídos
os fabricantes, os laboratórios de ensaios e os organismos de certificação, representa somente um
dos elos da corrente de segurança das instalações “Ex”. A simples posse dos certificados de confor-
midade dos equipamentos “Ex” instalados não é suficiente para garantir a segurança das instalações
e das pessoas que nelas trabalham, apesar de ainda ser a preocupação básica de muitos usuários,
empresas de seguros ou entidades responsáveis pelas auditorias e avaliação da conformidade de
instalações em áreas classificadas.
Cada um destes “elos” da “corrente de segurança Ex” somente pode ser considerado “forte” caso os
respectivos serviços forem executados por pessoas ou empresas de serviços devidamente competen-
tes ou certificadas, evidenciando o conhecimento na aplicação dos requisitos normativos indicados nas
respectivas Normas Técnicas Brasileiras das Séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO/IEC 80079.
Somente desta forma, contando com empresas e pessoas comprovadamente competentes, os usuá-
rios podem CONFIAR que as instalações “Ex” estão seguras, no caso de um vazamento de substâncias
inflamáveis ou combustíveis entrar em contato com equipamentos “Ex” elétricos, eletrônicos ou mecâni-
cos, sem que haja o risco da ocorrência de uma explosão.
A abordagem de certificação com base no “ciclo total de vida” das instalações “Ex” reconhece este
fato de que somente a “tradicional” certificação de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” não é sufi-
ciente para garantir a segurança das instalações em atmosferas explosivas, das pessoas que nelas tra-
balham ou do meio ambiente, sendo que a “normalização dos desvios Ex” contribui para que as falhas e
desvios existentes em equipamentos e instalações permaneçam ocorrendo, apesar destes desvios serem
reconhecidamente existentes.
Sob o ponto de vista do ciclo total de vida das instalações elétricas, de instrumentação, de automação,
de telecomunicação e mecânicas em atmosferas explosivas, os equipamentos “Ex” devem estar seguros
durante todo o tempo em que permanecem instalados em áreas classificadas, ao longo de décadas, e
não somente quando estes equipamentos saem das fábricas.
POTÊNCIA 200
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
De forma a evitar a indevida “normalização de desvios Ex”, devem ser requeridas a qualificação, trei-
namento, experiência, conhecimento, competência e certificação dos técnicos e engenheiros envolvi-
dos com atividades em atmosferas explosivas, incluindo:
◗ Usuários de equipamentos e instalações de equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação,
de telecomunicações ou mecânicos “Ex”
◗ Executantes, supervisores, técnicos e engenheiros envolvidos com atividades de operação, seguran-
ça industrial, projeto, montagem, inspeção, manutenção, reparos e auditorias em áreas classificadas
◗ Empresas de serviços de classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção e manutenção de ins-
talações elétricas e mecânicas “Ex”
◗ Empresas de serviços de reparo, revisão e recuperação de equipamentos elétricos, de instrumenta-
ção, de automação, de telecomunicações ou mecânicos “Ex”
◗ Provedores de treinamentos “Ex”
◗ Empresas de consultoria sobre equipamentos e instalações “Ex”
◗ Organismos de Certificação de Competências Pessoais “Ex”, de Serviços “Ex” e de Equipamentos
“Ex”
◗ Fabricantes de equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação, de automação ou de teleco-
municações “Ex”
◗ Fabricantes de equipamentos mecânicos “Ex”
◗ Auditores de equipamentos e instalações elétricas e mecânicas “Ex”
◗ Laboratórios de ensaios de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”
◗ Empresas de seguros de instalações industriais contendo áreas classificadas de gases inflamáveis
ou poeiras combustíveis
POTÊNCIA 201
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Para estas pessoas “Ex” e para as respectivas empresas de serviços “Ex” é necessário que seja requerida
a devida qualificação, experiências, conhecimentos, competências e certificação, incluindo para os serviços ou
atividades de classificação de áreas, projeto, seleção de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”, inspeção,
manutenção, reparo, revisão e recuperação de equipamentos elétricos e mecânicos e instalações “Ex”
e auditorias de instalações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Na medida em que estas pessoas e empresas de serviços “Ex” tenham o devido conhecimento dos
requisitos definidos nas Normas aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079, existe um menor risco de
que haja uma indevida “normalização de desvios Ex”, ou que estes desvios passem a ser indevidamente
“tolerados” ou “aceitos” com o passar do tempo, em função de não causarem uma catástrofe imediata.
POTÊNCIA 202
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Também faz parte do sistema de gestão de ativos “Ex” as atividades de operação em áreas classificadas,
auditorias periódicas e do descomissionamento das instalações “Ex”, do sistema de suprimento de bens e ser-
viços “Ex” e da verificação das competências ou certificação das Empresas de Serviços “Ex” contratadas, além
do acompanhamento validade, atualização ou certificação das competências pessoais “Ex” dos profissionais
envolvidos com a execução, supervisão ou fiscalização de serviços executados em áreas classificadas.
Com relação ao sistema de gestão de ativos “Ex” pode ser feito um comparativo com os requisitos de
gestão de segurança aplicados aos equipamentos de processo, como os vasos de pressão, que são es-
pecificados na Norma Regulamentadora NR-13 - Caldeiras e vasos de pressão. As caldeiras e vazões de
pressão também requerem rigorosos requisitos de segurança e de inspeção, em função do elevado risco
das consequências catastróficas de uma eventual explosão, em casos de perdas de contenção por parte
dos equipamentos de processo envolvidos.
Para atendimento da Norma Regulamentadora NR-13 e dos respectivos prazos de parada periódica
para inspeção e manutenção, muitas empresas optam em possuir um SPIE (Sistema Próprio de Inspe-
ção de Equipamentos), que passa periodicamente por processo de avaliação e de auditorias externas. A
existência de um SPIE faz com que o acompanhamento contínuo das caldeiras e dos vasos de pressão,
representados pelos equipamentos de processo, permita um maior intervalo entre as paradas programa-
das para as inspeções e manutenção. O SPIE é uma ferramenta importante para a garantia da segurança
operacional e contribui significativamente para a conformidade com as práticas do Sistema de Gerencia-
mento de Segurança Operacional (SGSO).
De forma similar, na área de instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétri-
cas e mecânicas “Ex” em atmosferas explosivas existe a necessidade de que haja um tipo de SPIE “Ex”,
POTÊNCIA 203
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Um sistema de gestão “Ex” para os equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, pode ser
entendido como um SGSO “Ex”, o qual deve incluir, no mínimo, os seguintes requisitos, procedimentos,
documentos ou informações:
◗ Documentação de classificação de áreas
◗ Elaboração e controle atualizado do inventário dos equipamentos de instrumentação, automação,
telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex” existentes, tanto equipamentos fixos como móveis
◗ Cadastramento dos respectivos certificados de conformidade dos equipamentos “Ex” instalados ou
utilizados
POTÊNCIA 204
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Documentação de serviços de projeto de instalações “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-14)
◗ Documentação de Especificações Técnicas dos equipamentos de instrumentação, telecomunicações
e elétricos “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-14)
◗ Programa de inspeções iniciais, periódicas e por amostragem “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-17)
◗ Relatórios de serviços de manutenção “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-17)
◗ Relatórios de serviços de inspeções “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-17)
◗ Relatórios de serviços de reparo e recuperação “Ex” (Norma ABNT NBR IEC 60079-19)
◗ Requisitos para de competências de Empresas de Serviços “Ex” a serem contratadas para executar
serviços sobre equipamentos e instalações “Ex”, incluindo empresas de serviços de classificação de
áreas, projeto, montagem, inspeção, manutenção ou recuperação “Ex”
◗ Controle de treinamentos e de reciclagens periódicas sobre o tema “equipamentos e instalações em
atmosferas explosivas” dos profissionais (próprios e contratados) envolvidos com serviços em áreas
classificadas
◗ Controle de certificação de executantes e supervisores (próprios e contratados) de acordo com as
Unidades de Competências Pessoais “Ex” aplicáveis a cada atividade “Ex”
◗ Programa de auditorias internas e de sistema de gestão “Ex”, para a verificação da devida continui-
dade e atualização da aplicação dos requisitos das Normas da Série ABNT NBR IEC 60079 – Atmos-
feras explosivas.
No sistema de gestão “Ex”, todos os equipamentos e sistemas “Ex” devem ser devidamente cadas-
trados no inventário dos equipamentos existentes e periodicamente inspecionados, de forma a permitir
o acompanhamento, de forma técnica e gerencial, da evolução do planejamento das inspeções iniciais
e periódicas, assegurando inclusive que não seja excedido o prazo máximo de 3 anos para a inspeção
periódica de cada um dos equipamentos “Ex” instalados de forma fixa, e um prazo máximo de 1 ano para
inspeção periódica dos equipamentos manuais, portáteis ou transportáveis utilizados em cada instalação.
Com a implantação da sistemática especificada na Norma ABNT NBR IEC 60079-17 (Inspeção e ma-
nutenção de instalações “Ex”), de inspeções periódicas de equipamentos e instalações em atmosferas
explosivas, e posteriormente da criação dos devidos registros das falhas encontradas em ordens de ma-
nutenção do sistema de gestão utilizado na Empresa, pode ser assegurado que as falhas existentes em
especificação de equipamentos ou em instalações em atmosferas explosivas sejam devidamente identifi-
cadas, priorizadas e corrigidas nos prazos determinados, com base nos riscos potenciais de se tornarem
fontes de ignição, evitando que ocorra esta indevida “normalização de desvios Ex”.
POTÊNCIA 205
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Estes “desvios” nos serviços de campo de montagem e de manutenção “Ex” que, com o transcorrer
do tempo, passam a ser indevidamente “aceitos”, por não ocasionarem consequências catastróficas “ime-
diatas”, podem ser considerados como parte do fenômeno da indevida “normalização de desvios Ex”,
comprometendo a segurança originalmente proporcionada pelos equipamentos “certificados”, nas suas
condições de “novos”, quando saem das fábricas dos respectivos fabricantes.
Deve ser ressaltado que TODOS os tipos de proteção “Ex”, devidamente especificados em Normas
Técnicas Brasileiras adotadas das Series ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO 80079, incluindo por
exemplo os equipamentos de instrumentação, de automação, de telecomunicações, elétricos ou mecâni-
cos com tipos de proteção Ex “d”, Ex “de”, Ex “m”, Ex “i”, Ex “op”, Ex “t”, 2-WISE, Ex “h”, Ex “c”, Ex “k”
ou Ex “b” podem ser considerados “SEGUROS”, desde que os equipamentos sejam devidamente insta-
lados, mantidos e reparados ao longo do seu ciclo total de vida.
POTÊNCIA 206
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
No entanto, com base em casos práticos encontrados em inspeções efetuadas em campo, pode ser
observada a ocorrência de “desvios” relacionados com equipamentos “Ex” devido a eventuais “proce-
dimentos complexos de serviços de campo”, exigidos para a execução dos serviços de montagem, ins-
peção, manutenção e reparo, o que requer um maior nível de competência do pessoal envolvido. No
entanto, infelizmente, nem sempre isso acontece na prática, para as atividades de execução e supervisão
nas especialidades de instrumentação, telecomunicações e elétrica “Ex”.
Face a disponibilidade de diversos equipamentos “Ex” no mercado nacional, podem ser especificados
equipamentos com tipos de proteção, como segurança aumentada (Ex “e”), encapsulamento em resina
(Ex “m”), segurança intrínseca (Ex “i”) ou proteção contra ignição de poeiras combustíveis por invólucro
(Ex “t”), que requerem procedimentos de campo mais simples para os serviços de montagem, inspeção,
manutenção e recuperação comparando com os procedimentos exigidos para os invólucros metálicos à
prova de explosão (Ex “d”).
A especificação de equipamentos com invólucros com tipo de proteção Ex “e” (segurança aumenta-
da), apresenta dentre outros, os benefícios de proporcionar serviços de campo mais simplificados em
relação a outros tipos de proteção “Ex”. Este tipo de proteção Ex “e” é aplicável aos casos em que os
equipamentos “Ex” não possuam uma fonte de centelhamento em operação normal ou pontos de alta
temperatura. Podem ser citados como exemplos “típicos” de equipamentos Ex “e”, as caixas de junção
(Junction-box) “Ex” e as luminárias LED “Ex”.
O tipo de proteção Ex “e” pode ainda ser utilizado em combinação com outros tipos de proteção,
como Ex “m” (proteção de equipamentos por encapsulamento), com marcação Ex “em”, os quais tam-
bém proporcionam procedimentos simplificados de serviços de montagem, inspeção e manutenção de
campo.
POTÊNCIA 207
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Em casos eventuais, quando não existem alternativas técnicas para a especificação de equipamentos
com invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão”, podem ser especificados invólucros Ex “d” com
tampas ROSCADAS e com entradas INDIRETAS. Neste tipo de produto “Ex”, disponível no mercado desde
a década de 1970, os cabos externos ao equipamento (cabos instalados pelos usuários) são conectados a
caixas de terminais do tipo segurança aumentada (Ex “e”), não necessitando da abertura dos invólucros
metálicos à prova de explosão, reduzindo o risco de erros humanos nos serviços de campo para monta-
gem, inspeção ou manutenção. Além disto, o invólucro Ex “d” nas versões com tampa ROSCADA, dispensa
a necessidade de instalação de uma grande quantidade de parafusos para a fixação de tampas nos flanges.
POTÊNCIA 208
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
durante inspeções das instalações “Ex”, pode ser verificado, que somente a certificação dos equi-
pamentos elétricos ou mecânicos “Ex” tem se mostrado insuficiente para garantir a segurança
destas instalações ou das pessoas que nelas trabalham
4. Pode ser considerado um “mito” o entendimento de que a simples aquisição de equipamentos
“Ex” com “certificação Inmetro” possa garantir a segurança necessária das pessoas, do patrimô-
nio e do meio ambiente em áreas classificadas. É necessária a adoção de uma nova abordagem,
sob o ponto de vista da avaliação da conformidade para o ciclo total de vida das instalações em
atmosferas explosivas, considerando a necessidade de avaliação da conformidade através da
certificação das empresas de serviços “Ex” e das competências pessoais dos executantes e su-
pervisores envolvidos com serviços em áreas classificadas
5. Pode ser verificado que os desvios encontrados em equipamentos e instalações em áreas classifi-
cadas são executados ou supervisionados por profissionais que atendem aos requisitos legais vi-
gentes, incluindo qualificação, capacitação, treinamentos e autorização por parte das respectivas
Empresas responsáveis. Este tipo de situação evidencia que existem lacunas nos requisitos legais
aplicáveis, nos quais não estão prescritos, com os necessários níveis de detalhes, os requisitos es-
pecíficos para as competências pessoais para execução ou supervisão de serviços em áreas clas-
sificadas, levando à ocorrência dos desvios “Ex” encontrados nos equipamentos e nas instalações
6. Diversas ações feitas ao longo das últimas décadas, relacionadas com o tema “Competências
Pessoais Ex” realizadas no Brasil e em outros países do mundo, evidenciam os esforços que
são realizados em diversos fóruns normativos, legais e empresariais, de forma a evitar a indevi-
da “normalização dos desvios Ex”, verificada nas inspeções que são realizadas nas instalações
terrestres e marítimas “Ex”. Este tipo de ocorrência tem como base falhas humanas relacionadas
com a falta das devidas competências pessoais dos executantes e supervisores de serviços “Ex”
7. Os indevidos desvios “Ex” em relação aos requisitos normativos especificados nas Normas Técnicas
Brasileiras ABNT NBR IEC 60079 - Parte 14, Parte 17 e Parte 19, fazem com que múltiplas camadas
de proteção falhem em suas funções de gerenciamento de controle da integridade dos ativos “Ex”
8. As certificações de competências pessoais “Ex” (Unidades Ex 001 a Ex 011) são efetuadas com
base nestas Normas Técnicas e proporcionam a devida “CONFIANÇA” de que os profissionais
certificados foram devidamente avaliados por um Organismo de Certificação de Competências
Pessoais, por meio de exames teóricos e práticos em seus conhecimentos e experiências, sendo
periodicamente acompanhados na atualização de seus conhecimentos e competências pelos
Organismos de Certificação “Ex” emissores dos certificados
9. Os “DESVIOS” encontrados no campo são realizados por pessoas AUTORIZADAS pelas respecti-
vas empresas a intervirem em equipamentos e instalações elétricas, inclusive em áreas classifica-
das, evidenciando “LACUNAS” em requisitos legais vigentes no Brasil e em outros países
10. A sistemática da avaliação da conformidade por meio da certificação, aplicada a EQUIPAMENTOS
elétricos e mecânicos “Ex” deve ser aplicada TAMBÉM na certificação de EMPRESAS de SERVI-
ÇOS “Ex” e na certificação de COMPETÊNCIAS PESSOAIS “Ex”
11. Encontra-se disponível no Brasil, por meio de Organismos de Certificação “Ex” brasileiros, a cer-
tificação de PRODUTOS, de SERVIÇOS e de COMPETÊNCIAS PESSOAIS “Ex”
12. Empresas brasileiras das indústrias de petróleo e petroquímica, entre outras, passaram a incluir
em seus contratos para prestação de serviços, as exigências de CERTIFICAÇÃO de competên-
cias pessoais “Ex” e de empresas de serviços “Ex”
POTÊNCIA 209
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 210
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Como uma “luz no fim do túnel” para solucionar este preocupante cenário e este panorama de falta
de segurança, foi lançado em 2002 o IECEx (Sistema de certificação “Ex” da IEC com base nas normas
técnicas internacionais), que tem como abordagem a adequada visão sobre o ciclo total de vida das ins-
talações em atmosferas explosivas.
O IECEx, formado por 36 países, inclusive o Brasil, representa uma grande esperança para as empre-
sas usuárias de equipamentos e instalações “Ex” em áreas classificadas, uma vez que possui sistemas de
certificação padronizado para as empresas de serviços “Ex” e para as competências das pessoas que
executam atividades em atmosferas explosivas, além do sistema de certificação de equipamentos elétricos
e mecânicos “Ex”.
O fato da normalização técnica brasileira adotada das Séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO 80079,
publicadas pela ABNT, estarem totalmente alinhadas e harmonizadas com as respectivas normas técni-
cas internacionais elaboradas pelo TC-31 da IEC, sem a existência de diferenças ou barreiras técnicas em
relação às respectivas normas internacionais, contribui para a elevação dos níveis de segurança, confia-
bilidade, tecnologia e qualidade dos equipamentos e instalações “Ex” do Brasil.
Esta característica foi de fundamental importância para o ingresso do Brasil no sistema internacional
de certificação “Ex” da IEC, o IECEx, que é integrado pelos sistemas de certificação de equipamentos
elétricos e mecânicos “Ex”, de empresas de serviços “Ex” e de competências pessoais para atmosferas
explosivas.
Um panorama geral de todos os sistemas internacionais de certificação “Ex” que compõem o IECEx,
sob o foco da segurança durante todo o ciclo de vida das instalações contendo atmosferas explosivas é
mostrado na figura a seguir.
POTÊNCIA 211
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Utilizando e referenciando Normas Técnicas internacionais IEC e ISO como base de regulamentos
públicos nacionais http://www.iso.org/iso/PUB100358.pdf
POTÊNCIA 212
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
países não contribui para a existência de um amplo ambiente “comum” de segurança e constitui uma
situação de risco a ser equacionada em nível internacional.
De forma a fornecer a base para um alinhamento internacional, foi elaborado pelas Nações Unidas, em
2011, juntamente com o IECEx, um documento intitulado “Marco Regulatório Comum para Equipamentos
Utilizados em Ambientes de Atmosferas Explosivas”. Este documento é baseado na abordagem do “ciclo
total de vida” das instalações, o que requer a execução correta de diversas atividades envolvidas, incluindo
projeto, classificação de áreas, seleção, instalação, inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos “Ex”.
Em função dos elevados níveis de participação nos trabalhos e nos trabalhos de elaboração dos docu-
mentos operacionais do IECEx, o Brasil foi indicado para sediar as reuniões anuais de 2013, onde foram dis-
cutidos os assuntos gerais e atualização dos sistemas de certificação “Ex” existentes. Estas reuniões foram
realizadas entre os dias 16 e 20/09/2013, na cidade de Fortaleza, e contou com a presença do Presidente da
IEC e do Superintendente do COBEI. Juntamente com estas reuniões do IECEx foi realizado também pelas
Nações Unidas o “Seminário para as Autorizadas Regulamentadoras da América Latina e BRICS sobre a
abordagem do ciclo total de vida dos sistemas de certificação do IECEx para atmosferas explosivas”.
Graças a essas participações, do ponto de vista normativo e legal, o Brasil, por meio do Inmetro, do
COBEI, da ABNT e de outros segmentos da sociedade, está devidamente alinhado e atuante na aplicação
das recomendações das Nações Unidas e do IECEx sobre certificação em atmosferas explosivas.
POTÊNCIA 213
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 214
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Neste contexto foi publicado o documento IECEx 03 A, representando um Guia de Inscrição para Em-
presas de Serviços “Ex” que buscam a sua certificação, disponível para acesso público em português do
Brasil no website do IECEx.
https://www.iecex.com/assets/dmsdocuments/1832/iecex03A-Ed2.1-pt.pdf
São indicados a seguir os Documentos Operacionais do IECEx para cada uma destas empresas de
serviços “Ex”:
◗ Certificação de Empresas de Serviços de Seleção de Equipamentos “Ex” e projeto de instalações
“Ex”: IECEx OD 314 2: Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas de Serviços de
seleção de equipamentos e projeto de instalações “Ex”
◗ Certificação de Empresas de Serviços de Instalação e inspeção inicial “Ex”: IECEx OD 314-3:
Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas de Serviços de instalação e ins-
peção inicial “Ex”
◗ Certificação de Empresas de Serviços de Inspeção e manutenção “Ex”: IECEx OD 314-4: Requisitos
do Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas de Serviços de inspeção e manutenção “Ex”
Estes Documentos Operacionais do IECEx apresentam os requisitos para a certificação de terceira par-
te, emitida por um Organismo de Certificação acreditado, de empresas de serviços de projeto, instalação,
inspeção, manutenção e oficinas de serviços de reparo de equipamentos “Ex” e de pessoas competentes
que executem trabalhos relacionados com atmosferas explosivas.
Estes Documentos Operacionais apresentam também especificações que permitem a adequada con-
tratação destas empresas e pessoas competentes “Ex” que sejam capazes de evidenciar suas competências
no atendimento dos requisitos indicados nas respectivas Normas Técnicas da Série ABNT NBR IEC 60079.
POTÊNCIA 215
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 31.1 – A certificação das Empresas de Serviços “Ex”, por meio de Organismos de Certificação,
para proporcionar a requerida CONFIANÇA para as empresas usuárias de instalações “Ex” e
proprietárias de equipamentos “Ex” de que os serviços “Ex” são executados de forma correta, de
acordo com os requisitos normativos aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079
POTÊNCIA 216
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Desta forma, sob o ponto de vista de CONTRATOS que são elaborados pelas empresas de petróleo e
petroquímica, e assinados pelas empresas que são contratadas para serviços de reparos e recuperação
de equipamentos “Ex”, a certificação de acordo com os requisitos destas Normas passa a ser considerada
“compulsória”, à luz destes respectivos documentos contratuais.
Existem no Brasil, desde 2009, mais de noventa empresas de serviços brasileiras certificadas por
Organismos de Certificação “Ex” Brasileiros, tendo como base as Normas Técnicas Brasileiras da Sé-
rie ABNT NBR IEC 60079. Em 2019 foi completada a primeira década de certificação de empresas de
serviços “Ex” no Brasil, representando um importante marco na história “Ex” brasileira, contribuindo
para a elevação da segurança e da conformidade normativa das instalações em atmosferas explosi-
vas brasileiras.
POTÊNCIA 217
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Existem Documentos Operacionais do IECEx, que foram elaborados especificamente para o sistema in-
ternacional de certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas. Dentre estes, o Documento
Operacional IECEx OD 504 (Especificações para a avaliação dos resultados das Unidades de Competência Ex)
especifica as competências requeridas para as atividades relacionadas com todas as atividades relacionadas
com atmosferas explosivas. Este Documento Operacional especifica também os requisitos para os quais a
competência deva ser avaliada e atribuída, bem como apresenta uma orientação para a avaliação das compe-
tências com base nos conhecimentos e habilidades que definem as Unidades de Competências Ex.
São indicadas a seguir as Unidades de Competências Pessoais “Ex” internacionalmente padroniza-
das, definidas e indicadas no Documento Operacional IECEx OD 504, as quais abordam todas as ativida-
des e serviços que são realizados em áreas classificadas:
◗ Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas para entrar em áreas classificadas
◗ Ex 001: Aplicação dos princípios básicos de proteção em atmosferas explosivas
◗ Ex 002: Execução de classificação de áreas
POTÊNCIA 218
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Ex 003: Instalação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” e respectivos sistemas de fiação
◗ Ex 004: Manutenção de equipamentos em atmosferas explosivas
◗ Ex 005: Reparo e revisão de equipamentos com tipos de proteção “Ex”
◗ Ex 006: Ensaios de equipamentos e instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas
◗ Ex 007: Execução de inspeções visuais e apuradas de equipamentos e instalações em, ou associadas
a atmosferas explosivas
◗ Ex 008: Execução de inspeções detalhadas de equipamentos ou instalações elétricas em, ou asso-
ciadas a atmosferas explosivas
◗ Ex 009: Projeto de instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas
◗ Ex 010: Execução de inspeções de auditoria ou de avaliação das instalações elétricas em, ou asso-
ciadas a atmosferas explosivas
◗ Ex 011: Conhecimentos básicos para a segurança de sistemas com hidrogênio
As competências especificadas no Documento Operacional IECEx OD 504 são destinadas a serem compe-
tências adicionais àquelas previamente adquiridas para o mesmo tipo de atividade em áreas não classificadas.
O Brasil participa da elaboração e atualização destes documentos operacionais do IECEx desde 2009,
quando foi oficializada a sua inscrição neste Sistema. O Brasil possui inclusive um representante no Grupo
de Trabalho do Subcomitê para Competências Pessoais “Ex” do IECEx, o qual atua em um grande Orga-
nismo de Certificação de Pessoas Brasil, acreditado pelo Inmetro.
Os requisitos sobre qualificação e competências pessoais “Ex” que estão indicados nas Normas Técni-
cas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079 - Parte 10-1, Parte 10-2, Parte 14, Parte 17 e Parte 19 são
baseados, de forma simplificada e condensada, em requisitos indicados em documentos do IECEx sobre
o esquema internacional de certificação de competências pessoais “Ex”.
As atividades de projeto, seleção, especificação técnica dos equipamentos e a montagem de sistemas “Ex”,
abrangida pelas Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-14 e ABNT NBR IEC 61892-7
devem ser realizadas somente por pessoal cujo treinamento tenha incluído instruções sobre os vários
tipos de proteção e práticas de instalação, regras e regulamentos aplicáveis e sobre os princípios gerais
de classificação de área. Para a obtenção da certificação destas competências pessoais “Ex”, estes pro-
fissionais devem ter passado por treinamentos teóricos e práticos de formação e reciclagem, bem como
possuir as devidas qualificações (técnicos ou engenheiros), experiências e conhecimentos, os quais são
especificados nos Documentos Operacionais aplicáveis do IECEx.
São indicados a seguir os principais documentos que fazem parte do sistema internacional IECEx de
certificação de competências pessoais “Ex”:
◗ Guia IECEx 05 A: Orientações e instruções para inscrição para obter um Certificado de Competên-
cias Pessoais “Ex”
◗ IECEx 05 A: Orientações e instruções para inscrição para obter um Certificado de Competências
Pessoais “Ex”
◗ IECEx OD 502: Inscrição para um certificado de competências pessoais do IECEx, requisitos de do-
cumentação e informações
◗ IECEx OD 503: Procedimentos para a emissão e manutenção de Certificados de Competências
Pessoais IECEx
POTÊNCIA 219
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Deve ser ressaltado que estes sistemas de certificação de empresas de serviços “Ex” estão intima-
mente relacionados com o sistema de certificação de Competências Pessoais “Ex”, uma vez que os em-
pregados destas empresas de serviços “Ex” devem demonstrar as suas competências pessoais, de acor-
do com as Unidades Certificação de Competências “Ex” (Ex 001 a Ex 011) relacionadas com as atividades
que executam em áreas classificadas.
Devem ser destacadas as diferenças e as interfaces que existem entre as Unidades de Certificação de
Competências Ex 001 a Ex 011 e as funções de trabalho das pessoas que possuam estas competências.
As certificações de acordo com as Unidades de Certificação de Competências Ex não definem a função
de uma pessoa, mas somente as atividades para as quais a pessoa demonstra ser competente.
A definição do escopo das funções de trabalho normalmente é feita pelo proprietário ou operador da
planta ou pelo empregador (empresa contratante dos serviços “Ex”). Uma definição geral do escopo das
funções dos profissionais que trabalham em áreas classificadas foi também considerada nos sistemas do
IECEx de certificação de empresas de serviços de projeto, montagem, inspeção e manutenção, os quais
também definem os requisitos de competências pessoais dos empregados destas empresas.
Podem ser citados como exemplos das interfaces entre as funções de trabalho e as Unidades de Cer-
tificação de Competências Ex 001 a Ex 011, os sistemas do IECEx de certificação de empresas de serviços
“Ex” de projeto, instalação, montagem, inspeção, manutenção e reparo. Nos respectivos Documentos
Operacionais do IECEx para estes sistemas de certificação de serviços para atmosferas explosivas são
indicados os seguintes requisitos de Unidades de Certificação de Competência “Ex” para cada uma das
seguintes funções de trabalho:
◗ As pessoas envolvidas com a função de montagem das instalações “Ex” devem possuir certificação
nas Unidades de Certificação de Competência Ex 001, Ex 003, Ex 006 e Ex 008
POTÊNCIA 220
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ As pessoas envolvidas com a função de inspeção das instalações “Ex” devem possuir certificação
nas Unidades de Certificação de Competência Ex 001, Ex 004, Ex 007 e Ex 008
◗ As pessoas envolvidas com a função de manutenção das instalações “Ex” devem possuir certificação
nas Unidades de Certificação de Competência Ex 001 e Ex 004
◗ As pessoas envolvidas com a função de projeto das instalações “Ex” devem possuir certificação nas
Unidades de Certificação de Competência Ex 001 e Ex 009
◗ As pessoas envolvidas com a função de reparos e recuperação de equipamentos “Ex” devem pos-
suir certificação na Unidade de Certificação de Competência Ex 005.
POTÊNCIA 221
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São indicados a seguir os tipos de profissionais que estão envolvidos com serviços em áreas classifi-
cadas ou relacionados com áreas classificadas:
◗ Engenheiros e técnicos da área de eletricidade
◗ Engenheiros e técnicos da área de instrumentação
◗ Engenheiros e técnicos da área de telecomunicações
◗ Engenheiros e técnicos da área de equipamentos mecânicos “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos da área de automação “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de projeto “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de montagem “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de manutenção “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de inspeção de campo
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de inspeção de fábrica
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de suprimento de equipamentos “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos de processo e de segurança envolvidos nas atividades de classificação de
áreas “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de fiscalização de contratos de compra, projeto, montagem,
inspeção, manutenção ou reparos de equipamentos e sistemas “Ex”
◗ Engenheiros e técnicos nas atividades de auditorias das instalações “Ex” e dos respectivos sistemas
da gestão da qualidade e gestão das mudanças
◗ Técnicos de operação de sistemas de processo, responsáveis pela operação das unidades operacionais
◗ Técnicos de segurança industrial
◗ Supervisores e gerentes responsáveis pelas instalações e atividades em áreas classificadas
◗ Fabricantes de equipamentos elétricos “Ex”
◗ Fabricantes de equipamentos eletrônicos, de instrumentação e de automação “Ex”
◗ Fabricantes de equipamentos de telecomunicações “Ex”
◗ Fabricantes de equipamentos mecânicos “Ex”
◗ Profissionais que atuam em Organismos de Certificação de Produtos “Ex”
◗ Profissionais que atuam em Organismos de Certificação de Pessoas “Ex”
◗ Profissionais que atuam em laboratórios de ensaios de equipamentos “Ex”
◗ Profissionais que atuam em provedores de treinamentos “Ex”
◗ Profissionais que atuam em organismos legais, ANP, MTR ou Inmetro
◗ Soldadores, caldeireiros, mecânicos, pintores, montadores de andaimes, operadores de guindastes
e demais profissionais que executam serviços em áreas classificadas e que necessitam estar cons-
cientizados dos riscos relacionados com atmosferas explosivas (Unidade de Competência Ex 000)
POTÊNCIA 222
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Deve ser ressaltado que, mesmo os profissionais que não executam atividades diretamente relacio-
nadas com equipamentos e instalações elétricas “Ex”, necessitam estar cientes e avisados dos riscos en-
volvidos, de forma que possam executar suas atividades de forma que não levem para o interior de áreas
classificadas equipamentos que possam causar centelhas ou faíscas, que possam representar uma fonte
de ignição de atmosferas explosivas que possam estar presentes.
Figura 32.5 – A certificação das competências pessoais “Ex”, por meio de Organismos
de Certificação de Competências Pessoais, para proporcionar a requerida CONFIANÇA por
parte das empresas usuárias de instalações “Ex” e proprietárias de equipamentos “Ex”,
sobre os serviços de campo “Ex” serem executados de forma correta, de acordo com os
requisitos normativos aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079
Para todos estes casos, um sistema de Permissão de Trabalho (PT) necessita ser aplicado, com a exe-
cução das respectivas análises de risco, de forma que a explosividade seja monitorada, a fim de assegurar
que estes serviços sejam executados somente em casos de áreas livres de gases.
POTÊNCIA 223
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Como existem polos petroquímicos, refinarias de petróleo e usinas de açúcar e álcool distribuídas em
grande área geografia, em diversos estados do Brasil, há a necessidade de que estas escolas e provedores
de treinamentos “Ex” estejam também distribuídos, ao invés de ficarem concentrados apenas nas grandes
cidades, muitas vezes distantes dos polos petroquímicos, estaleiros e bases de apoio para instalações
marítimas. Neste sentido, uma opção adequada seria a existência de escolas móveis, construídas sobre
carretas especialmente projetadas para conter sala de aulas teóricas e laboratórios para aulas práticas.
Sob o ponto de vista de treinamentos teóricos, os cursos de ensino à distância, também conhe-
cidos como “e-learning”, efetuados por computadores conectados à internet, também representam
uma boa opção, para solucionar o problema de grandes distâncias e disponibilidade de tempo dos
alunos, uma vez que permitem que os cursos sejam realizados nos locais de trabalho ou na residên-
cia das pessoas, podendo ser realizados em um horário disponível, dentro de um intervalo de tempo
máximo estipulado pelo provedor de treinamento. Um outro benefício dos treinamentos à distância
é que as aulas podem ser repetidas pelos alunos, quantas vezes forem necessárias, para a fixação
dos conceitos e das informações “Ex” que estiverem sendo transmitidas, bem como em treinamentos
periódicos de reciclagem.
Para que estes profissionais que necessitam de treinamentos “Ex” nas atividades de projeto, montagem,
inspeção, manutenção e reparos possam estar capacitados para se submeterem aos respectivos processos
de certificação de suas competências pessoais, de acordo com as 11 Unidades de Competências “Ex” indica-
das no Documento Operacional IECEx OD 504, é necessário que as escolas e os provedores de treinamento
tenham também, por sua parte, elaborado e formatado os seus cursos com base nestas 11 Unidades de Com-
petências “Ex”.
Considerando certas limitações, de docentes, de local ou de equipamentos “Ex” para aulas práticas,
alguns provedores de treinamento podem iniciar seus programas em algumas Unidades de Competência.
Porém, conforme definido no sistema IECEx, devem estar evidenciadas nas suas propostas, sites, material
didático, certificados e conteúdo programático, quais as Unidades disponibilizadas, bem como as efetiva-
mente conferidas a cada aluno.
Desta forma, os alunos serão qualificados com informações específicas para as atividades requeridas e
para as Unidades de Competências “Ex” pretendidas, como montagens “Ex” (Unidade Ex 003), manuten-
ção de instalações “Ex” (Unidade Ex 004), reparo e recuperação de equipamentos “Ex” (Unidade Ex 005),
inspeção (Unidades Ex 007 e Ex 008) ou projetos “Ex” (Unidade Ex 009).
Além disto, há também a necessidade de que as escolas e os provedores de treinamentos “Ex”, os
quais podem também ser representados por uma pessoa competente, tenham uma organização e uma
estrutura de ensino adequada.
Com o conhecimento prévio dos requisitos necessários para a certificação, os candidatos se inscrevem
em algum dos Organismos de Certificação de Pessoas acreditados, para fins de apresentação da docu-
mentação requerida e, caso esta documentação seja satisfatória, são encaminhados para a realização dos
respectivos exames de conhecimentos teóricos e exames práticos. Nesta inscrição é indicada para quais
Unidades de Competências “Ex” o candidato requer a sua avaliação, dentre as Unidades de Competên-
cias “Ex” indicadas no Documento Operacional IECEx OD 504.
Caso o candidato obtenha a pontuação mínima requerida em cada um destes exames, é emitido o
respectivo Certificado de Conformidade de Competências Pessoais “Ex”. Este certificado apresenta uma
validade de três anos e indica as Unidades de Competências Pessoais para as quais o profissional foi
avaliado e reconhecido como sendo competente.
POTÊNCIA 224
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São indicados a seguir os principais documentos que fazem parte do sistema internacional IECEx de
certificação de competências pessoais “Ex”.
◗ Guia IECEx 05 A: Orientações e instruções para inscrição para obter um Certificado de Competên-
cias Pessoais (CoPC)
◗ IECEx 05 A: Orientações e instruções para inscrição para obter um Certificado de Competências
Pessoais “Ex”
◗ IECEx OD 502: Inscrição para um certificado de competências pessoais do IECEx, requisitos de do-
cumentação e informações
◗ IECEx OD 503: Procedimentos para a emissão e manutenção de Certificados de Competências
Pessoais IECEx
POTÊNCIA 225
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Sob o ponto de vista de risco, embora o hidrogênio seja extremamente inflamável, este produto tam-
bém apresenta, como aspectos benéficos, ser um combustível de queima limpa, tendo o potencial de
desempenhar um papel significativo contra as mudanças climáticas.
O hidrogênio pode ser um significativo “ativo” na descarbonização dos sistemas globais de energia,
além de potencialmente desempenhar um papel fundamental no fornecimento de eletricidade, calor,
armazenamento de energia e soluções de transporte. Isso também ocorre em função dos maiores co-
nhecimentos disponíveis sobre como manter o hidrogênio seguro, em grande parte graças à normali-
zação internacional e aos trabalhos de avaliação de conformidade e de certificação relacionados com
este produto.
Quando manuseado somente por profissionais qualificados e competentes, em instalações industriais
com acesso restrito ao público, e com equipamentos de processo adequados, os riscos apresentados
POTÊNCIA 226
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
pelo hidrogênio podem ser considerados limitados. No entanto, a economia relacionada com a fabricação,
o processamento, o armazenamento, a distribuição e a utilização do hidrogênio prevê aplicações muito
mais amplas para este produto inflamável, o que significa muito mais pessoas, nem todas eventualmente
informadas ou cientes de forma adequada sobre os riscos envolvidos na operação de áreas classificadas,
o que pode representar riscos muito maiores de acidentes.
Figura 33.2 - A utilização do hidrogênio como uma alternativa energética sustentável para o
acionamento elétrico de automóveis, caminhões, trens e navios. Fonte: IECEx e-Tech
O hidrogênio somente emite água quando queimado e, no caso do hidrogênio verde, pode ser feito
sem liberar CO2. Em sua forma liquefeita, pode ser transportado por dutos, caminhões ou navios. Pode
abastecer veículos, aquecer residências, entidades comerciais e fábricas e gerar eletricidade, entre outras
aplicações.
POTÊNCIA 227
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O hidrogênio pode vir a substituir os combustíveis fósseis em larga escala ou pode continuar sendo
um produto de nicho utilizado em aplicações muito específicas? Ou algo intermediário? Provavelmente
dependerá de características relacionadas com a disponibilidade, confiabilidade, custo e desempenho do
hidrogênio.
As inovações tecnológicas estão sendo desenvolvidas para enfrentar os desafios associados à utiliza-
ção potencial de hidrogênio como combustível. Um dos desafios que deve ser levado em consideração
é a questão da segurança. Embora a utilização de hidrogênio na indústria tenha se beneficiado de quase
um século de experiência e alcançado um alto nível de segurança e confiabilidade, sua utilização como
combustível é um conceito a ser desenvolvido e que requer medidas de segurança adicionais para evitar
indevidos acidentes catastróficos.
33.3 Onde o hidrogênio pode ser encontrado e como pode ser produzido
O hidrogênio representa uma significativa fonte de energia e de combustível, mas criar a combinação
da matriz energética para gerá-lo e investir na infraestrutura necessária para sua geração, distribuição
e utilização ainda apresentam desafios a serem equacionados. Uma das principais missões atuais do
planeta é substituir os combustíveis fósseis por opções energéticas mais “ecológicas”, a partir de fontes
renováveis de energia. Alguns países já buscam soluções eletrificadas em todos os âmbitos, que vão
desde eletrodomésticos a carros elétricos. Por este e outros motivos, as fontes de geração de energia
elétrica, como as usinas solares (fotovoltaicas) e as usinas eólicas estão ganhando espaço na indústria.
Entretanto, algumas indústrias demandam uma quantidade tão elevada energia que essas usinas podem
não atender a toda a demanda prevista.
Este tipo de constatação pode representar grandes desafios e oportunidades, pois essas indústrias
são as maiores emissoras de gases de efeito estufa, ou seja, é importante que elas sejam movidas ou acio-
nadas por meio de combustíveis limpos e ou de sistemas de geração de energia renováveis. Desta forma,
as fontes de energia como a energia solar, eólica e nuclear são essenciais para colaborar no processo
necessário de descarbonização do planeta, resultante da utilização de combustíveis fosseis ao longo das
últimas décadas. Estes esforços tecnológicos e ambientais requerem elevados investimentos, dentro dos
quais o hidrogênio se destaca como uma opção técnica comercialmente viável para equacionar os atuais
elevados níveis de carbonização.
Dessa forma, o hidrogênio é necessário, porque ele é leve e versátil, e poderá preencher algumas
lacunas da indústria atual, bem como nas aplicações futuras em geral. Afinal, o fornecimento de algu-
mas matérias-primas está escasso no planeta, sem contar que os combustíveis fósseis irão acabar em
certo momento, o que demanda e justifica os estudos e o desenvolvimento de novas tecnologias para
substituí-los. Como exemplo, os grandes navios precisam de muita energia para serem movidos, sendo
que baterias concebidas para carregamento com base em eletricidade eólica ou fotovoltaica podem
não ser suficientes para isso, ou podem ser grandes demais para atender toda esta demanda. Por isso,
o hidrogênio é uma excelente maneira de resolver o problema, por ser líquido e leve. Além disso, esse
processo não libera gases de efeito estufa (CO2), representando uma solução também para a questão
ambiental.
O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo, ou seja, ele pode ser encontrado em qual-
quer lugar. Isso vai desde a água até mesmo o corpo dos seres humanos, pois ele está presente em di-
versas moléculas do nosso organismo. Além disso, é possível obter o hidrogênio molecular por meio de
algumas reações físicas ou químicas, por meio de métodos físicos e químicos.
POTÊNCIA 228
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ Método físico: Obtenção do hidrogênio por meio do ar atmosférico, uma vez que o hidrogênio é um
dos gases presentes na mistura. Para isso, o ar atmosférico pode ser submetido ao método de lique-
fação fracionada e, posteriormente, à destilação fracionada
◗ Método químico: Forma de obtenção do hidrogênio molecular por meio de reações químicas, como
por exemplo:
◗ Simples troca: quando um metal não nobre desloca o hidrogênio presente em um ácido inorgâni-
co, formando um sal qualquer e o hidrogênio molecular
◗ Hidratação do carvão coque (subproduto do carvão mineral): neste método, o carbono do carvão
interage com o oxigênio da água, formando o monóxido de carbono (CO) e o gás hidrogênio (H2)
◗ Eletrólise: no processo de eletrólise, o hidrogênio surge a partir da formação dos gases oxigênio
e hidrogênio, pois o processo consiste na separação eletroquímica por meio da injeção de cor-
rente elétrica
33.4 Hidrogênio verde, branco, preto, cinza, castanho, azul, rosa e amarelo
Dentro do espectro de cores de um “arco íris”, diversas cores têm sido utilizadas para identificar os dife-
rentes métodos existentes para a eletrólise da água e para a geração de hidrogênio e de oxigênio. A seguir
são indicados algumas destas “cores” representativas de diversas formas de obtenção do hidrogênio.
Figura 33.3 - Fabricação do hidrogênio verde, com eletrólise da água feita a partir de fontes
de geração de energia elétrica renováveis, como energia eólica ou fotovoltaica
POTÊNCIA 229
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 230
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
matéria-prima é o gás natural ou o biogás, resultando em carbono sólido em vez de emissões de carbo-
no gasoso na forma de CO2. Este processo tem aplicações comerciais em diversos setores da indústria,
como na fabricação de pneus, tintas, aço e grafite.
POTÊNCIA 231
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Quando o hidrogênio é obtido a partir da água, não há emissão de gases de efeito estufa. No entanto,
o processo somente pode ser considerado “limpo” se a fonte para a geração de energia elétrica para o
processo de eletrólise para a produção do hidrogênio também for “limpa”. Nesse caso, uma das opções é
a utilização de energia nuclear para a geração de energia elétrica para o processo de eletrólise da água.
Além de ser uma fonte de energia para o processo da eletrólise, a opção nuclear pode melhorar sis-
temas já existentes. No longo prazo, com base em estudos e pesquisas em desenvolvimento, as altas
temperaturas de reatores nucleares podem ser utilizadas diretamente para extrair o hidrogênio da água a
partir da separação termoquímica. Apesar de ser uma opção para se ter em vista, a energia nuclear gera
dúvidas quanto aos benefícios da sua aplicação, incluindo as discussões sobre o armazenamento dos
resíduos nucleares, que podem apresentar riscos radioativos.
POTÊNCIA 232
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Para os carros e veículos leves, a transição para alternativas energéticas de baixo carbono está nos mo-
tores elétricos e nas baterias. Mas existe uma ampla gama de atividades críticas para a descarbonização da
economia às quais este tipo de “combinação” não se aplica. É o caso, por exemplo, de navios ou aviões de
grande porte, cujo peso deve ser limitado, e não possuem os recursos de paradas frequentes para recargas.
Podem ser citadas também como exemplo, onde a combinação de motores elétricos e baterias não
são diretamente aplicáveis, as indústrias “pesadas”, como mineradoras ou siderúrgicas, as quais de-
pendem de grandes quantidades de energia, como por exemplo, proveniente da queima do carvão para
produzir o aço e outros metais ferrosos.
Para muitas dessas atividades, a resposta é o hidrogênio verde. Neste sentido, este tipo de combus-
tível renovável ainda apresenta um custo elevado e ainda é produzido em “pequenas” quantidades, em
relação às possíveis demandas. Porém, uma das suas características fundamentais é considerada uma
peça-chave: a não emissão de gases causadores do efeito estufa na produção nem em sua utilização.
POTÊNCIA 233
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O hidrogênio verde é o hidrogênio gerado por energia renovável ou por energia de baixo carbono. O
hidrogênio verde apresenta emissões de carbono significativamente menores do que o hidrogênio cinza,
que é produzido pela reforma a va-
por do gás natural, que compõe, no
presente momento, a maior parte do
mercado de geração de hidrogênio.
O hidrogênio verde pode ser utiliza-
do para descarbonizar setores difí-
ceis de eletrificar, como a produção
de aço e cimento, e assim ajudar a
limitar as mudanças climáticas.
No presente momento, o alto custo de produção representa um dos principais fatores a serem equa-
cionados, no sentido de elevar a produção e utilização do hidrogênio verde. Desde o ano de 2020, gran-
des empresas anunciaram planos para substituir suas frotas de caminhões para modelos acionados com
energia à base de hidrogênio.
O hidrogênio verde pode ainda ser misturado em dutos de gás natural existentes e utilizado para pro-
duzir a denominada “amônia verde”, a qual representa o principal constituinte de produção de fertilizan-
tes. Alguns órgãos da indústria indicam que a amônia verde passará ser comercialmente competitiva em
termos de custos com a amônia produzida convencionalmente (amônia cinza) até 2030.
POTÊNCIA 234
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
São apresentadas a seguir algumas características gerais e físico químicas do hidrogênio, apresenta-
das em uma respectiva FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos):
POTÊNCIA 235
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 236
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 237
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
◗ As pressões utilizadas nos sistemas de geração e processamento de hidrogênio são elevadas, da
ordem de 100 Mpa (1 000 kgf/cm2), requerendo características de elevada resistência mecânica
dos vasos, tubulações, flanges, juntas e equipamentos mecânicos e de processo envolvidos nestes
sistemas
◗ O hidrogênio provoca um aquecimento quando a sua pressão cai, durante as operações de carrega-
mento e descarregamento
Nos casos em que este produto seja devidamente manuseado por profissionais qualificados em insta-
lações industriais com acesso restrito ao público e equipamentos adequados, os riscos relacionados com
os processos do hidrogênio são considerados “limitados”. A tecnologia do hidrogênio como combustível
POTÊNCIA 238
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
prevê aplicações amplas para este produto, o que significa que doravante muito mais pessoas, as quais,
eventualmente, nem todas tenham sido devidamente treinadas, informadas ou estejam cientes dos riscos
envolvidos na operação em áreas classificadas, podendo resultar em uma quantidade muito maior de
graves acidentes, inclusive catastróficos.
◗ ISO 19880-1 - Gaseous hydrogen - Fueling stations (parts as declared by the IECEx Certificate Appli-
cant for declaring on the IECEx Certificate)
POTÊNCIA 239
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
De acordo com o Documento IECEx OD 290, devem ser atendidos os requisitos técnicos indicados
na Normas Técnicas ISO 80079-36 (Atmosferas explosivas – Parte 36: Equipamentos não elétricos para
utilização em atmosferas explosivas - Métodos e requisitos básicos) e ISO 80079-37 (Atmosferas explosi-
vas – Parte 37: Equipamentos não elétricos para utilização em atmosferas explosivas - Tipos de proteção
não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de fonte de ignição “b” e imersão em líquido “k”), bem
como as partes aplicáveis da Série ISO 19880 (Gaseous hydrogen - Fuelling stations).
De acordo com o Documento IECEx OD 290, estas Normas Técnicas incluem alguns ensaios que
diferem em detalhes daqueles apresentados nas Normas da Série IEC 60079, (Atmosferas explosivas),
embora as metodologias de conformidade sejam semelhantes. Alguns métodos de ensaios utilizados
de acordo com as Normas da Série IEC 60079 podem ser “adaptados” de forma a serem aplicáveis para
atender aos requisitos específicos, ao aplicar as Normas ISO 19880, ISO 80079-36 e ISO 80079 37.
O Anexo A (Qualificação e ensaios de rotina a serem realizados na avaliação de distribuidores de
hidrogênio gasoso como um conjunto) do Documento IECEx OD 290, apresenta requisitos de avaliação
da conformidade sobre os seguintes tópicos:
◗ Requisitos gerais de fabricação
◗ Ensaios de qualificação
◗ Condições de ensaios
◗ Ensaios de vazamento
◗ Ensaio de impacto
◗ Ensaio de invólucros para dispensadores projetados para utilização externa (Ensaio de Código IP)
◗ Ensaios de rotina
POTÊNCIA 240
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
33.10 L
ições aprendidas sobre a necessidade de competências pessoais “Ex” e
na segurança em instalações com a presença de hidrogênio
Alguns profissionais com experiências em equipamentos e instalações em áreas classificadas podem
se perguntar sobre qual deve ser o conteúdo programático necessário, envolvido com os aspectos espe-
cíficos relacionados com as novas tecnologias de geração e aplicado do hidrogênio, uma vez que os certi-
ficados de equipamentos “Ex” emitidos no sistema IECEx para produtos para o Grupo IIC já se encontram
disponíveis no mercado há muitos anos. Ao lado do acetileno e do dissulfeto de carbono, o hidrogênio
também pertence a este Grupo mais rigoroso de explosividade.
A resposta para este tipo de pergunta pode ser dada com base no relatório da NASA “Review of
Hydrogen Accidents and Incidents in NASA operations” (Análise de Acidentes e Incidentes com Hidro-
gênio em Operações da NASA), elaborado em 1974. Este relatório encontra-se disponível para acesso
público em: https://ntrs.nasa.gov/citations/19740020344
POTÊNCIA 241
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Neste relatório pode ser verificado que o hidrogênio tem sido utilizado como propelente na indústria
aeroespacial por muitas décadas. Uma avaliação sistemática das causas dos acidentes que foram regis-
trados, relacionados com este tipo de produto altamente inflamável, revelou uma alta significância esta-
tística. As seguintes categorias de falhas foram identificadas como principais problemas:
◗ Deficiências operacionais e de área de trabalho: 26 %: Acidentes por trabalhos em condições ina-
dequadas durante as atividades de instalação, manutenção, fabricação e limpeza, bem como a falta
de treinamentos, instruções específicas ou ambos
◗ Deficiências processuais: 25 %: Acidentes devidos ao não cumprimento por parte dos profissionais
envolvidos, das normas e procedimentos estabelecidos ou falhas na elaboração de procedimentos
aplicáveis adequados
POTÊNCIA 242
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
A Figura indicada a seguir, apresentada naquele relatório da NASA, mostra a distribuição estatística
das causas relacionadas com a ocorrência de acidentes envolvendo equipamentos e instalações com
hidrogênio.
Com base nestas análises estatísticas, pode ser verificado que mais de 90 % dos acidentes e inciden-
tes foram causados por deficiências organizacionais. Faz parte das conclusões do referido relatório que
as estratégias de segurança relacionadas com os equipamentos e instalações com a presença de hidro-
gênio devem tem por objetivo duas ações principais:
[1] Ações para minimizar a ocorrência de potenciais erros humanos
[2] Ações para desenvolver sistemas que permaneçam robustos em caso de ocorrência de eventuais
erros humanos
Com base nestas estatísticas, bem como nas experiências internacionais acumuladas sobre este as-
sunto ao longo das últimas décadas, os esforços do IECEx foram aplicados, com o objetivo dos devidos
treinamentos, qualificações e certificações específicas aplicadas para a tecnologia do hidrogênio.
Neste sentido, a Unidade de Competência Pessoal Ex 011 é aplicável tanto ao programa de certificação
de competências pessoais “Ex” como ao programa de certificação de Empresas de Serviços “Ex”. Com
base nos requisitos das Normas técnicas internacionais existentes para as montagens de equipamentos e
sistemas “Ex” (IEC TS 60079-46), bem como para equipamentos mecânicos “Ex” (Normas ISO 80079-36
POTÊNCIA 243
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
e ISO 80079-37) foram desenvolvidos também requisitos aplicáveis para a certificação de equipamentos
e de montagens com a presença do hidrogênio.
De forma a melhor compreender a evolução deste assunto relacionado com o desenvolvimento da tec-
nologia do hidrogênio, deve ser entendido que ao longo das últimas décadas, ainda não foi produzido um
volume significativo de hidrogênio para aplicações industriais. Sob este aspecto histórico, equipamentos
adequados estão disponíveis no mercado para as aplicações existentes, sendo os conceitos de seguran-
ça considerados suficientemente seguros.
No entanto, deve ser reconhecida uma grande diferença entre o hidrogênio produzido em grandes
centros industriais, instalados dentro plantas de processo, como refinarias e instalações petroquímicas, e
as novas aplicações descentralizadas para o hidrogênio, como um produto gerador de energia: o acesso
público por pessoas leigas e pessoas que não são devidamente informadas ou competentes em ativida-
des de manuseio de uma substância de alto risco como o hidrogênio. Desta forma, faz sentido modificar e
ampliar os conceitos de segurança estabelecidos, com base nos novos cenários tecnológicos que estão
sendo introduzidos no mercado mundial.
Figura 33.14 – Publicações sobre energia renovável e Guia para políticas e regulamentos para o
hidrogênio verde. Fonte: IRENA - International Renewable Energy
POTÊNCIA 244
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 33.15 – Publicações sobre aplicações do hidrogênio verde para a indústria e certificações
para os setores usuários da descarbonização. Fonte: IRENA - International Renewable Energy
Figura 33.16 – Publicações sobre a aplicação do hidrogênio (Pacto de ações dos países do G7) e visão
das tecnologias para a transição da matriz energética. Fonte: IRENA - International Renewable Energy
POTÊNCIA 245
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Figura 33.17 – Publicações sobre Tratado Global para a redução da temperatura relacionada a
transportadores de hidrogênio e a redução do custo para o hidrogênio verde pela ampliação da
utilização de eletrolisadores. Fonte: IRENA - International Renewable Energy
POTÊNCIA 246
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 247
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
Pode ser verificado, na prática que uma grande quantidade de empresas de serviços “Ex” existentes
no Brasil ainda não conhecem ou não são capazes de aplicar os requisitos das normas pertinentes da
série ABNT NBR IEC 60079.
Destas deficiências decorre que os projetos, montagens e serviços de manutenção são executados de
forma incorreta ou deficiente. Estas incorreções de projeto ou de montagem fazem com que os equipa-
mentos “Ex” percam as suas características de proteção, colocando em risco de explosão toda a instala-
ção industrial onde se encontram instalados.
Para que os devidos níveis de segurança sejam fornecidos pelas instalações industriais “Ex” é
necessário que haja um adequado sistema de gestão implantado, juntamente com um sistema de
gestão da mudança, o qual inclua todas as atividades relacionadas com os equipamentos “Ex”, ao
longo de todo o tempo de vida útil em que estes equipamentos e instalações estejam expostos a
atmosferas explosivas.
Para a solução destes problemas há a necessidade do aumento de oferta de escolas e de provedores
de treinamento de cursos Ex, alinhados com as onze Unidades de Competências pessoais indicadas no
Documento Operacional IECEx OD 504. Além disto, há também a necessidade de certificação das empre-
sas de serviços, de forma que estas possam evidenciar suas competências no atendimento dos requisitos
indicados nas Normas Técnicas aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079, como as Parte 10-1 (Classifica-
ção de áreas de gases inflamáveis), Parte 10-2 (Classificação de áreas contendo poeiras combustíveis),
Parte 14 (Projeto, montagem e inspeção inicial “Ex”), Parte 17 (Inspeção e manutenção “Ex”) e Parte 19
(Reparo e recuperação de equipamentos “Ex”).
Para a elevação dos níveis de conformidade normativa e de segurança industrial das instalações “Ex”,
ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”, existe também a necessidade da certificação prio-
ritária das empresas de serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção,
manutenção e reparos de equipamentos e instalações “Ex”), bem como da certificação prioritária das
competências pessoais “Ex” dos profissionais que executam estas atividades.
POTÊNCIA 248
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 249
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 250
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 251
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 252
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 253
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 254
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 255
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
BRUNO BATISTELLA
ENGENHEIRO ELETRICISTA GRADUADO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
(UNIFEI)
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
ENGENHEIRO COM ATUAÇÃO NAS ÁREAS DE PROJETOS E INSPEÇÕES INDUSTRIAIS,
ENVOLVENDO ELÉTRICA, INSTRUMENTAÇÃO, SISTEMAS INSTRUMENTADOS DE
SEGURANÇA E AUTOMAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS
WWW.LINKEDIN.COM/IN/BRUNO-BATISTELLA-152144269/
IVO RAUSCH
EXPERIÊNCIA EM PROJETO, INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO
DE REDES ELÉTRICAS DE BAIXA E MÉDIA TENSÃO, NAS ÁREAS RESIDENCIAL,
PREDIAL, COMERCIAL E INDUSTRIAL
CONHECIMENTOS, EXPERIÊNCIAS E COMPETÊNCIAS PESSOAIS EM SERVIÇOS DE
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS E, INSTALAÇÕES EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
PROFISSIONAL CERTIFICADO EM COMPETÊNCIAS PESSOAIS EM ATMOSFERAS
EXPLOSIVAS PELA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E INSPEÇÃO (ABENDI)
CONSULTOR SOBRE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
ESPECIALISTA EM SERVIÇOS DE CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
HTTPS://WWW.LINKEDIN.COM/IN/IVO-RAUSCH-70877126/
POTÊNCIA 256
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
RICARDO CARLETTI
ENGENHEIRO ELETRICISTA, GRADUADO E COM MESTRADO PELA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JUIZ DE FORA (MG)
ENGENHEIRO DE EQUIPAMENTOS TRABALHANDO NA PETROBRAS, LOTADO NA
UNIDADE DE NEGÓCIOS DO ESPÍRITO SANTO (UN-ES)
RESPONSÁVEL POR ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA EM PLATAFORMAS
DE PETRÓLEO E NAVIOS DO TIPO FPSO
ATUAÇÃO EM EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉTRICOS EM PLATAFORMAS DE
PETRÓLEO E NAVIOS DO TIPO FPSO
WWW.LINKEDIN.COM/IN/RICARDO-CARLETTI-77A008121
ROBERVAL BULGARELLI
ENGENHEIRO ELETRICISTA, COM MESTRADO EM PROTEÇÃO DE SISTEMAS
ELÉTRICOS DE POTÊNCIA PELA POLI/USP
CONSULTOR SOBRE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
MAIS DE QUARENTA ANOS DE EXPERIÊNCIA EM EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
DE INSTRUMENTAÇÃO, AUTOMAÇÃO, TELECOMUNICAÇÕES E ELÉTRICAS E
MECÂNICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS, TRABALHANDO EM INSTALAÇÕES
TERRESTRES E MARÍTIMAS NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO & GÁS E PETROQUÍMICA
ORGANIZADOR DO LIVRO “O CICLO TOTAL DE VIDA DAS INSTALAÇÕES EM
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS”
COLUNISTA MENSAL DA REVISTA “O SETOR ELÉTRICO”, COM A COLUNA
“INSTALAÇÕES EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS”
MEMBRO DE COMISSÕES DE ESTUDO DO
SUBCOMITÊ SCB 003:031 (ATMOSFERAS EXPLOSIVAS) DA ABNT/CB-003 (ELETRICIDADE)
MEMBROS DE GRUPOS DE TRABALHO DO TC 31 (ATMOSFERAS EXPLOSIVAS), TC 95
(RELÉS DE PROTEÇÃO) E DO IECEX (SISTEMAS INTERNACIONAIS DE CERTIFICAÇÃO “EX”) DA IEC
CONDECORADO COM O PRÊMIO INTERNACIONAL DE RECONHECIMENTO IEC 1906 AWARD
WWW.LINKEDIN.COM/IN/ROBERVAL-BULGARELLI
POTÊNCIA 257
HANDBOOK “EX”
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
POTÊNCIA 258