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1. Introdução

Os fenômenos de regeneração em plantas fornecem evidências básicas da polaridade. Estacas de


plantas formam raízes nos terminais basais e brotações nas extremidades apicais,
independentemente do tamanho ou da posição em que a estaca for colocada. A orientação ápice
base de uma planta é definida logo na primeira divisão do zigoto, antes mesmo da embriogênese.
Essa polaridade na formação de raízes (basais) e da parte aérea é mantida ainda que as estacas
sejam submetidas a movimentos que alterem a sua orientação morfológica. As auxinas
estimulam a formação de primórdios radiculares em estacas caulinares, originando raízes
adventícias nas suas bases morfológicas. A manutenção dessa orientação ou polaridade é
controlada pelo transporte basípeto de auxinas (sentido ápice → base morfológica). Esse
transporte envolve gasto de energia e é direcionado por proteínas de membranas denominadas
“proteínas carreadoras de efluxo de AIA-” ou proteínas PIN, que se localizam exclusivamente o
transporte polarizado do AIA.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Observar o efeito da polaridade na formação de raízes e dos rebentos novos num ramo
cortado de Hibiscus.
1.1.2. Objectivos específicos
 Verificar se a polaridade será mantida independentemente da posição em que as estacas
forem colocadas
 Identificar o que mantém essa polaridade nas estacas da planta Hibiscus.
 Analisar se a polaridade do transporte é independente da orientação do tecido da planta
com respeito à gravidade.
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2. Revisão bibliográfica
Polaridade refere-se a ausência de simetria; diferenças estruturais nas extremidades
opostas de um organismo ou estrutura, como as extremidades da raíz e do caule em uma
planta (REECE et al., 2015).
Apesar da grande diversidade em forma e tamanho, todos os vegetais realizam processos
fisiológicos semelhantes. Todos os tecidos e órgãos vegetais, assim como o organismo
inteiro, mostram uma polaridade de crescimento, sendo derivada da polaridade axial ou
radial da divisão celular dos meristemas (TAIZ et al., 2017).
Em geral, as plantas têm um eixo, com uma extremidade de raiz e uma de caule. Essa
polaridade é mais evidente em diferenças morfológicas, mas também é aparente em
propriedades fisiológicas, incluindo o movimento de auxina (fitohormona) em uma única
direção e a emergência de raízes adventícias e partes aéreas a partir de “estacas” (REECE
et al., 2015).
As divisões celulares assimétricas também exercem um papel no estabelecimento da
polaridade, a condição de ter diferenças estruturais e químicas em extremidades opostas
de um organismo. Em uma estaca de caule, as raízes adventícias emergem da
extremidade que estava mais perto da raiz; em uma estaca de raiz, as partes aéreas
adventícias surgem da extremidade que estava mais perto do caule. A primeira divisão de
um zigoto vegetal é normalmente assimétrica, iniciando a polarização do corpo vegetal
em parte aérea e raiz. Essa polaridade é difícil de reverter experimentalmente, indicando
que o estabelecimento apropriado da polaridade axial é uma etapa crítica da morfogênese
vegetal (REECE et al., 2015).
A polaridade manifesta-se pelas velocidades de crescimento diferentes das duas
extremidades, sendo a mais ativa denominada extremidade mais, e a menos ativa,
extremidade menos (TAIZ et al., 2017).
A polaridade é uma característica típica das espermatófitas, em que os tecidos e os órgãos
estão dispostos em uma ordem estereotipada ao longo de um eixo que se estende do
meristema apical do caule ao meristema apical da raiz. Uma manifestação precoce desse
eixo apical-basal é vista no próprio zigoto, o qual se alonga cerca de três vezes mais e se
torna polarizado em relação a sua composição intracelular (TAIZ et al., 2017).
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A polaridade da planta é mantida por correntes polares de auxina, o transporte polar de


auxina é encontrado em quase todas as plantas, incluindo briófitas e pteridófitas. Estudos
iniciais desse fenômeno focaram no movimento de auxina nem tecidos apicais e
epidérmicos durante respostas fototrópicas de plântulas (TAIZ et al., 2017)
A polaridade do transporte é independente da orientação do tecido da planta com respeito
à gravidade (TAIZ et al., 2017).

3. Metodologia
Para a realizacão do presente relatório, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica, que
consistiu na recolha, análise e interpretação de várias obras que falam sobre o tema em
questão, onde conseguimos obter dados sobre o trabalho em destaque. Por tanto para
realização deste relatório foi seguido dos seguintes passos:
1. Levantamento da matéria bibliográfica;
2. Dinâmica do grupo;
3. Elaboração do trabalho e revisão ortográfica e metodológica.
3.1. Descrição da área do estudo
O experimento foi conduzido no Campus de Lhanguene da Universidade Pedagógica de
Maputo, no laboratório da Microbiologia, no dia 2 de Dezembro de 2021. As estacas
foram cortadas em três plantas Hibiscus, onde uma se encontra no Jardim do laboratório
em frente ao banco millenium bim, outra estaca foi cortada uma planta Hibiscus que se
encontra no jardim da faculdade de ciências naturais e matemática perto do muro de
vedação e a última estaca foi cortada em uma planta Hibiscus que se encontra perto da
residência universitária.
3.2. Materiais
 Uma garrafa de 5 litros do tipo pet;
 Papeis A4;
 Papel vegetal;
 Régua graduada em centímetros;
 Faca;
 Fios de plástico;
 Três estacas da planta Hibiscus;
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3.3. Procedimentos
1. Cortou-se 3 estacas em plantas localizadas nas áreas específicas;
2. Medimos o comprimento das estacas, e foram recortadas com o comprimento de
20 cm;
3. Marcou-se as extremidades basais e apicais de duas estacas e na terceira estaca
tirou-se um anel de casca de cerca de 1 cm em volta;
4. Cortamos no topo da garrafa em um diametro e deixamos uma folga para que a
mesma pudesse fechar;
5. Em forma de janelas furamos nos laterais da garrafa;
6. Molhou-se os papeis A4 e cubrimos o interior da garrafa;
7. Fixamos os 3 ramos no centro do cilindro a partir de fios;
8. Juntou-se um pouco de água no fundo do cilindro.
4. Resultados e discussão
Depois dos 7 dias, as três estacas colocadas no centro da garrafa pet, apresentavam novos
rebentos, e as partes basais morfológicas das estacas ficaram viscosas e se formava novas
raízes nas estacas, na terceira estaca a parte do anel retirada em volta começava a se
regenerar. E as partes apicais das estacas começavam a se regenerar.
Mesmo com a posição em que as estcas foram colocadas na garrafa o eixo da
extremidade de raíz e de caule foi mantido e as difrenças morfológicas nas extremidades
evidenciou mais a polaridade e isso significa que o movimento da auxina foi mantida em
uma única direcção vendo a emergência de raízes adventícias e formação de novos
rebentos. Com isso as estacas da planta Hibiscus, têm a capacidade de transposrtar a
auxina de maneira polar. Tanto as raízes e os novos rebentos nas estacas tiveram uma
polaridade diferente de crescimento, os novos rebentos das estacas cresciam para cima e
as raízes cresciam em profundidade da pouca água juntada no centro do cilindro.
As polaridades de crescimento desses órgãos estão adaptadas à sua função: caules
alongam para erguer as folhas em direção à luz solar, e raízes alongam em busca de água
e de nutrientes do solo. A parede é o componente da célula que determina diretamente a
polaridade do crescimento nas plantas.
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A polaridade da planta é mantida por correntes polares de auxina, o transporte polar de


auxina é encontrado em quase todas as plantas. Entre as espermatófitas, a polaridade
apical-basal é estabelecida no início da embriogênese. Os tecidos diferem no grau de
polaridade do transporte de auxina. Em coleóptilos, caules vegetativos, pecíolos e na
epiderme da raiz, o transporte a partir do ápice predomina, ao passo que, nos tecidos
estelares da raiz, a auxina é transportada em direção ao ápice. O transporte polar de
auxina não é afetado pela orientação do tecido (ao menos em períodos curtos de tempo),
sendo, portanto, independente da gravidade. A polaridade das formações de raízes e de
partes aéreas ocorre mesmo quando as estacas são invertidas. As raízes formam-se na
base porque a diferenciação da raiz é estimulada pela acumulação de auxina devido ao
transporte polar. As partes aéreas tendem a se formar nos ápices, onde a concentração de
auxina é menor. O transporte de auxina avança de modo célula-célula, e não via
simplasto; isto é, a auxina sai da célula pela membrana plasmática, difunde-se através da
lamela média composta e entra na próxima célula pela sua membrana plasmática. A
exportação de auxina das células é denominada efluxo de auxina; a entrada de auxina nas
células é denominada absorção ou influxo de auxina. O processo global, requer energia,
conforme evidenciado pela sensibilidade do transporte de auxina à diminuição de
oxigênio, sacarose e inibidores metabólicos.
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5. Conclusões
Depois da observação dos processos que ocorriam nas estacas e com base na pesquisa e
redação concluímos que:
1. A polaridade das formações de raízes e de partes aéreas ocorre mesmo quando as
estacas são invertidas;
2. As raízes formam-se na base porque a diferenciação da raiz é estimulada pela
acumulação de auxina devido ao transporte polar;
3. Tanto as raízes e os novos rebentos nas estacas tiveram uma polaridade diferente
de crescimento, os novos rebentos das estacas cresciam para cima e as raízes
cresciam em profundidade da pouca água juntada no centro do cilindro;
4. As polaridades de crescimento desses órgãos estão adaptadas à sua função: caules
alongam para erguer as folhas em direção à luz solar, e raízes alongam em busca
de água e de nutrientes do solo;
5. O transporte polar de auxina não é afetado pela orientação do tecido (ao menos
em períodos curtos de tempo), sendo, portanto, independente da gravidade. A
polaridade das formações de raízes e de partes aéreas ocorre mesmo quando as
estacas são invertidas’
6. A polaridade da planta é mantida por correntes polares de auxina.
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6. Referências bibliográficas

TAIZ, L. et al., Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal. 6ᵃ ed. 888pp. Porto Alegre, Brasil,
Artmed Editora S.A., 2017.

TAIZ, L. e ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ᵃ ed. 680pp. São Paulo, Brasil, Artmed Editora S.A.
2006.

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