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TENÍASE E

CISTICERCOSE
Profa. Dra. Caliandra Luna
O QUE É TENÍASE?
◦É uma doença cosmopolita decorrente da
infecção por uma das espécies de cestoides do
gênero Taenia, que são capazes de afetar os seres
humanos, T. solium, T. saginata;

◦ Esses agentes são vermes achatados que podem


viver no sistema digestório humano, principalmente
no intestino delgado;

Hospedeiro Hospedeiro
definitivo intermediário
Taenia solium ser humano porco
Taenia saginata ser humano boi

19/05/2021
O QUE É
CISTICERCOSE?
◦ É a alteração provocada pela presença da larva
(cisticercos) nos tecidos de hospedeiros
intermediários.

Cysticercus cellulosae
Taenia solium

Cysticercus bovis
Taenia saginata

Cisticercose humana x cisticercose animal

19/05/2021
◦ A cisticercose é um significativo problema de saúde pública ,
principalmente em países com economias de média e baixa rendas,
devido à precariedade das condições sanitárias locais e ao baixo nível
socioeconômico e cultural (CDC, 2019; WHO, 2019);

◦ Segundo recentes dados oficiais (Datasus, 2014), a maior parte dos


casos relatados de cisticercose foi registrada nas regiões Sudeste e
Nordeste, afetando principalmente o sexo masculino e a faixa etária
entre 40 e 60 anos;

◦ Aproximadamente 50 milhões de casos mundiais com acometimento


do SNC provocam cerca de 50 mil mortes por ano

◦ Em algumas regiões do mundo, a prevalência de epilepsia chega a 3%


da população, sendo que 25 a 40% desses casos têm evidências de
cisticercose (Carrillo et al., 2015).

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AGENTE ETIOLÓGICO
Taenia sp
Filo Platyhelminthes • corpo achatado;
• são segmentados ou não;
Classe Cestoda • têm simetria bilateral;
Família Taeniidae • ausência de sistema
circulatório e sistema
Gênero Taenia digestivo incompleto ou
Espécies Taenia solium, ausente

Taenia saginata

19/05/2021
Filo Platyhelminthes
Classe Cestoda ▪ Corpo segmentado;
Família Taeniidae ▪ Ausência de aparelho
digestivo
Gênero Taenia
Taenia solium,
Espécies
Taenia
saginata

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T. saginata
Verme adulto:

▪ Cabeça ou escólex;
▪ Colo ou pescoço;
▪ Estróbilo ou corpo
T. solium

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Verme adulto:

▪ Cabeça ou escólex;
▪ Colo ou pescoço;
▪ Estróbilo ou corpo

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Verme adulto:

▪ Cabeça ou escólex;
▪ Colo ou pescoço;
▪ Estróbilo ou corpo
Proglotes:
•Jovens
•Maduras
•gravídicas

19/05/2021
Verme adulto:

▪ Cabeça ou escólex;
▪ Colo ou pescoço;
▪ Estróbilo ou corpo
Proglotes:
•Jovens
•Maduras
•gravídicas

19/05/2021
Verme adulto:

▪ Cabeça ou escólex;
▪ Colo ou pescoço;
▪ Estróbilo ou corpo
Proglotes:
•Jovens
•Maduras
•gravídicas

Taenia solium: quadrangular, e o útero formado por 12 pares de


ramificações do tipo dendrítico, contendo até 80 mil ovos,

Taenia saginata: retangular, apresentando no máximo 26


ramificações uterinas do tipo dicotômico, contendo até 16019/05/2021
mil ovos
embrióforo
OVOS
Embrião hexacanto ou
oncosfera

(onco – tumor, hexa – seis, acanto – espinho).

?
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Qual a importância destas estruturas para o diagnóstico
parasitológico de fezes?
Cisticerco ou
larva

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Diferença entre
as espécies de
Taenia sp

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CICLO BIOLÓGICO
Ciclo biológico
complexo teníase-cisticercose

????

Fezes
Ciclo biológico
complexo teníase-cisticercose

Ciclo no hospedeiro intermediário


Estômago
Intestino: liberação do embrião
Circulação
tecidos

Carne contaminada com larva ou cisticerco


Ciclo biológico
complexo teníase-cisticercose
Ciclo biológico
complexo teníase-cisticercose
Ciclo biológico
complexo
teníase-
cisticercose

19/05/2021
Ciclo biológico
complexo teníase-
cisticercose

19/05/2021
19/05/2021

TRANSMISSÃO
Transmissão

Teníase Cisticercose

◦ o hospedeiro definitivo (humanos) ◦ A cisticercose humana é adquirida


infecta-se ao ingerir carne suína ou pela ingestão acidental de ovos
bovina, crua ou malcozida, infetada, viáveis da Taenia solium que foram
respectivamente, pelo cisticerco de eliminados nas fezes de portadores de
cada espécie de Taenia. teníase.

https://www.youtube.com/watch?v=x82elHeRb_o

https://www.youtube.com/watch?v=809oZDHdGhA&has_verified=1

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ASPECTOS CLÍNICOS
teníase
◦ Formas clínicas assintomáticas

◦ Formas clínicas sintomáticas: Aspectos


◦ náuseas,
◦ vômitos,
clínicos- teníase
◦ anorexia,
◦ diarreia,
◦ cólicas abdominais,
◦ perda de peso,
◦ insônia e manifestações cutâneas de hipersensibilidade
(prurido e urticária).
◦ Pode haver ainda constipação intestinal, irritabilidade,
cefaleia e vertigens,
◦ Por vezes, os pacientes (mesmo assintomáticos) relatam a
eliminação de proglotes.

19/05/2021
19/05/2021

ASPECTOS CLÍNICOS
NEUROCISTICERCOSE
ASPECTOS
CLÍNICOS-
CISTICERCOSE

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NEUROCISTICERCOSE

Cysticercus cellulosae Cysticercus racemosus

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Neurocisticercose

↑ frequente ↓ frequente raro

• cérebro • ventrículos • medula


• meninges

Tamanho: 3mm-5 cm

Tempo de vida: 6 anos ou mais

Período de incubação:
➢ média 4 anos
➢meses a 30 anos

Schultz et al; 1998


Neurocisticercose

Embrião no tecido Vesícula translúcida


cheia de líquido

Não é responsável por


Provoca compressão e
grandes manifestações clínicas
alteração na arquitetura do
tecido

Degeneração: resposta
inflamatórias mais
intensas
Neurocisticercose

Vesicular Coloidal Granular Granular calcificado

Membrana mais espessa Depósito de Cálcio Nódulo


Vesícula típica
Gel esbranquiçado Membrana mais espesa Calcificado
Destruição do escólex Redução
Neurocisticercose

Número e
Tamanho

Resposta
Manifestações
Morfologia
imune
clínicas

Localização
Neurocisticercose
Formas clínicas

Convulsões

Hidrocefalia Meningoencefalite
aguda

Pseudotumorais
Neurocisticercose
Formas clínicas

Convulsões

Hidrocefalia Meningoencefalite
aguda

Pseudotumorais
Neurocisticercose
Formas clínicas

Convulsões

Hidrocefalia Meningoencefalite
aguda

Pseudotumorais
Neurocisticercose
Formas clínicas

Convulsões

Hidrocefalia Meningoencefalite
aguda

Pseudotumorais
Neurocisticercose
Formas clínicas

Convulsões

Hidrocefalia Meningoencefalite
aguda

Pseudotumorais
Neurocisticercose

Aguiar, 2007
Neurocisticercose

Aguiar, 2007
Neurocisticercose

Aguiar, 2007
Neurocisticercose

Aguiar, 2007
Neurocisticercose

Aguiar, 2007
Neurocisticercose

Transtorno
Depressivo (20%),

Transtorno
de Ansiedade
(14,5%),

Demência (9,2%),

Transtorno
Psicótico (5,3 %),

Aguiar, 2007
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ASPECTOS CLÍNICOS
CISTICERCOSE EXTRANEURAL
CISTICERCOSE EXTRANEURAL
◦ A cisticercose extraneural pode envolver diversos outros órgãos e tecidos; porém, é mais
comum nos olhos, nos músculos esqueléticos e no tecido subcutâneo;

◦ Cisticercose ocular:
◦ O acometimento ocular é observado em 1 a 3% dos enfermos com cisticercose,
podendo afetar o espaço sub-retiniano, o humor vítreo, a câmara anterior, a
conjuntiva e/ou os músculos extraoculares;

◦ Embora muitos pacientes sejam assintomáticos, a apresentação clínica mais vista nos
pacientes afetados por esse tipo de cisticercose é a redução da acuidade visual
(focal ou generalizada), podendo ou não ocorrer complicações relacionadas com a
existência de inflamação local adjacente aos cisticercos em degeneração;

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CISTICERCOSE EXTRANEURAL
Cisticercose muscular e subcutânea:
◦ A cisticercose pode afetar também músculos, sendo, em geral, assintomática.
◦ Quando há sintomas, eles são relacionados com miosite (mialgias, edema, febre e
eosinofilia), que é mais provável de ocorrer quando o envolvimento muscular é extenso.
◦ Embora incomum, o acometimento cardíaco pela cisticercose tem sido observado,
podendo, na dependência do local afetado, ser inteiramente assintomático ou resultar
em arritmias e/ou distúrbios de condução elétrica.
◦ A cisticercose pode, igualmente, desencadear a formação de nódulos calcificados no
tecido subcutâneo, que são geralmente assintomáticos e têm dimensões entre 5 mm e 2
cm. Embora a apresentação habitual do tipo subcutâneo seja como pequenas
formações ovoides endurecidas e indolores, pode haver desconforto local quando
ocorre inflamação.

19/05/2021
19/05/2021

DIAGNÓSTICO
teníase
Diagnóstico teníase
◦ Diagnóstico clínico ◦ Diagnóstico laboratorial
◦ Como as manifestações da teníase são ◦ pesquisa de proglotes ou ovos nas fezes
inespecíficas, o diagnóstico não pode ◦ "tamização" (lavagem em peneira
ser sustentado com bases puramente fina)
clínicas, salvo quando detectada a
◦ métodos de sedimentação
eliminação perianal ou fecal de
espontânea (Hoffman, Pons e Janer)
proglotes.
◦ centrífugo-flutuação (Faust)
◦ técnicas sorológicas (imunodiagnóstico)
◦ hemaglutinação indireta, a
imunofluorescência indireta e o ELISA, têm
sido indicados quando a pesquisa
parasitológica se revela ineficaz.

19/05/2021
19/05/2021

DIAGNÓSTICO
NEUROCISTICERCOSE
DIAGNÓSTICO NEUROCISTICERCOSE
◦ Métodos sorológicos ◦ Exames de imagem
◦ O teste sorológico de escolha para a detecção de ◦ os melhores exames para o diagnóstico da NCC
anticorpos contra o C. cellulosae é o enzyme- são a tomografia computadorizada (TC) e a
linked immunoelectrotransfer blot (EITB), um ressonância magnética (RM)
método de blotting imunoenzimático
◦ um resultado positivo não indica necessariamente a
presença de parasitos vivos e/ou doença ativa, uma
vez que os anticorpos relacionados podem persistir
por vários anos após a morte dos cisticercos.
◦ Outros testes sorológicos que podem ser
aplicados para o reconhecimento da cisticercose
incluem as reações de imunofluorescência,
fixação do complemento, hemaglutinação e
ELISA.

19/05/2021
19/05/2021

TRATAMENTO
Tratamento
◦ Teníase: ◦ Cisticercose
◦ Niclosamida ◦ O tratamento da cisticercose inclui o uso
◦ praziquantel de fármacos antiparasitários,
corticosteroide, anticonvulsivante e
aplicação de medidas invasivas
(endoscópicas ou cirúrgicas),
dependendo de múltiplos fatores,
especialmente do tipo da doença (cistos
viáveis versus lesões calcificadas
residuais) e número das lesões císticas.

◦ Albendazol
◦ praziquantel
19/05/2021
19/05/2021

PROFILAXIA
impedir o acesso do suíno e do bovino as fezes humanas;

melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto ou


fossa;

tratamento em massa dos casos humanos nas populações-


alvo;

instituir um serviço regular de educação em saúde,


envolvendo as professoras primárias e líderes comunitários;

orientar a população a não comer carne crua ou


malcozida;

estimular a melhoria do sistema de criação de animais;

inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros.

19/05/2021
Title Lorem Ipsum

LOREM IPSUM DOLOR SIT AMET, NUNC VIVERRA IMPERDIET ENIM. PELLENTESQUE HABITANT MORBI
CONSECTETUER ADIPISCING ELIT. FUSCE EST. VIVAMUS A TELLUS. TRISTIQUE SENECTUS ET NETUS.

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