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“Deveres de cuidado e lealdade dos gestores e

interesse social”

Mestrado em Solicitadoria de Empresas

Unidade curricular

Direito das Sociedades

César Santos

Leiria, 01.10.2013
Originalidade e Direitos de Autor

O presente trabalho é original, é elaborada unicamente para este fim, tendo


sido devidamente citados todos os autores cujos estudos e publicações
contribuíram para o elaborar.

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição de que


seja mencionado o Autor e feita referência ao unidade curricular e tema, no
âmbito do qual o mesm o foi realizado, a saber, Curso de Mestrado em 2023,
no ano letivo 2023/2024, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do
Instituto Politécnico de Leiria, Portugal .

iv
Dedicatória

À minha vontade …

“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder.
Quem quer nunca há -de poder, porque se perde em querer. ”

Fernando Pessoa

Livro do Desassossego, por Bernardo Soares

v
Índice

Dedicatória ....................................................................................................................... v
Introdução ................................................................................................................. 1

1.1. A origem e história ............................................................................................. 2

1.2. A nova redação do preceito ............................................................................. 3


Considerações gerais ............................................................................................ 5

2.1. Tipos de deveres ...................................................................................................... 6

2.2. Deveres concretos no CSC ...................................................................................... 7

2.3. Deveres gerais .......................................................................................................... 8

2.4. Dever lealdade ....................................................................................................... 10


O dever da gestão vs a responsabilidade por “ má gestão” .................. 13

3.1. Título da secção ..................................................... Erro! Marcador não definido.

3.2. Título da secção ..................................................... Erro! Marcador não definido.


3.2.1. Título da subsecção .................................... Erro! Marcador não definido.
3.2.2. Título da subsecção .................................... Erro! Marcador não definido.

3.3. Título da secção ..................................................... Erro! Marcador não definido.


Título do capítulo ..................................................... Erro! Marcador não definido.
Conclusões ................................................................... Erro! Marcador não definido.
Bibliografia ou Referências Bibliográficas ....................................................... 18
Glossário ............................................................................... Erro! Marcador não definido.
Anexos ................................................................................... Erro! Marcador não definido.

vi
Lista de siglas e abreviaturas

CMVM Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

CSC Código das Sociedades Comerciais

DL Decreto-Lei

STJ Supremo Tribunal de Justiça

PP Páginas

artº Artigos

arts Artigos

n.º Número

v.g. Verbi gratia

v Vide

pp Páginas

p Página

págs Páginas

Prof. Professor

 Ordenação alfabética;
 Apenas as que sejam relevantes para a leitura do texto.

vii
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Introdução

O presente trabalho c entra-se na temática dos “deveres de cuidado e lealdade


dos gestores e interesse social ”, lato sensu, englobando os titulares de
órgãos de administração dos vários tipos societários ( exceção feita às
diferenças determinadas por via legal ), seja de sociedad es de
responsabilidade limitada ou ilimitada, seja dos gerentes das tão vulgares
sociedades por quotas ou dos administradores das sociedades anónimas,
adiante designados por gestores.

O trabalho é feito no âmbito de uma apresentação na unidade curricular de


Direito das Sociedades no Mestrado de Solicitadoria de Empresas , ano 2023
no Politécnico de Leiria .

Não é o propósito deste trabalho escrito, e sua apresentação, consumir a


globalidade de temática e subtópicos conexos e /ou derivados, de forma
exaustiva e abrangente. Nem sequer dissecar uma parte determinada com uma
visão personalizada e assente numa detalhada busca de jurisprudência ou
alicerçada em doutrina – aliás - tão profícua nesta temática, quer pela sua
importância intrínseca, quer pela sempre apaixonante liberdade de
pensamento dos deveres menos concretos, como o dever de cuidado , a par de
outros, assente mais na realização do dever, e menos num qualquer resultado
ou cumprimento específico.

Pretendendo abordar a essencialidade dos deveres pla smados – entre mais -


no art.º 64.º e seguintes do Código das Sociedade Comiciais , modificado e
largamente ampliado pela Reforma de 2006, na versão resultante do artº 4
do DL nº 76 A/2006 de 29 de Março . Desde logo na epigrafe do artigo : “dever
de diligência”, agora renomeado “deveres fundamentais ”.

Por ser o artigo mais importante quando aos deveres dos gestores , desde logo
a base e talvez novamente destino, por nele se encontrar o ponto de partida

1
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

e ligação a artigos do CSC como os artigos 72º a 79º, de que falarei mais à
frente. Mas também ser nele que acabamos de volta com a segunda parte do
artigo, e não de menos importante e relevante no mundo atual, a questão do
interesse social, aduzido pela segunda parte do art.º 64.º, do CSC . Aqui, de
forma preliminar se vai avançando, e apesar da pouca jurisprudência, nestas
matérias, sem olvidar a referência importante ao acórdão do STJ de
07.11.2017 e Proc 1919/15.0T8OAZ.P1.S1 , a nossa doutrina tem produzido
várias interpretações, por via – designadamente - das diferentes abordagens
do conceito de "interesse social".

1.1. A origem e história


O artº 64 tem a sua génese no artº 17.°/1 do Decreto -Lei n.° 49 381, de 15
de Novembro de 1969 , inspirado na lei alemã sobre sociedades por ações ,
segundo o estudo preparatório d o diploma e no comentário ao mesmo da
autoria de Raúl Ventura e Luís Brito Correia (1970) – v., em especial, pp. 9 ,
instituía ao gestores o emprego de cuidado (ou diligência 1), procurando
inserir um capítulo sobre responsabilidade dos administradores, edificava 2:

“Os administradores da sociedade são obrigados a empregar a diligência de


um gestor criterioso e ordenado.” 3

Na redação seguinte, introduzida pelo diploma: Decreto-Lei n.º 262/86, de


02 de Setembro :

1
Acerca da tradução de Sorgfalt por dili gência, ver António Menezes Cordeiro
(2006), p. 448

2
Diário do Governo resumiu no Dec. -Lei 49.381, de 15 de novembro de 1969 da
seguinte for ma: “Promulga o regi me jurídico de fiscalização das sociedades
anónimas ”. Porém, o diploma alterou ao mesmo momento o regi me de
responsabilidade dos administradores, aditando preceitos inseridos na sua secção
I, intitulada “responsabilidade dos administradores ”, do seu capítulo II, intitulado
“responsabilidade civi l ”.

3
Regra inspirada por Raúl Ventura e que adveio do § 93/ I do Aktiengesetz alemão,
de 1965.

2
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

“Artigo 64.º (Dever de diligência)

Os gerentes, administradores ou directores de uma sociedade devem actuar


com a diligência de um gestor criterioso e ordenado, no interesse da
sociedade, tendo em conta os interesses dos accionistas e dos
trabalhadores.”

Aqui se acrescent a a menção da conduta dos gestores dever de se reger pelo


“interesse da sociedade, tendo em conta os interesses dos sócios e dos
trabalhadores” – acolhendo parte do n.º 2 do art. 10 a) da proposta de 5.ª
diretiva em matéria de sociedades de 1983 4. Segundo Rui Pinto Duarte “ deu
origem a divergências, opondo leituras «institucionalistas» a leituras
«contratualistas” 5, Rui Pinto Duarte, 2008, p. 53 .).

1.2. A nova redação do preceito


Na nova, e atual, redação dada pelo: DL n.º 76-A/2006, de 29/03

“CAPÍTULO V - Administração e fiscalização


Artigo 64.º - Deveres fundamentais
1 - Os gerentes ou administradores da sociedade devem observar:
a) Deveres de cuidado, revelando a disponibilidade, a competência técnica
e o conhecimento da actividade da sociedade adequados às suas funções e
empregando ness e âmbito a diligência de um gestor criterioso e ordenado;
e
b) Deveres de lealdade, no interesse da sociedade, atendendo aos interesses
de longo prazo dos sócios e ponderando os interesses dos outros sujeitos

4
Na versão francesa: “Tous les membres des organes de direction et de surveillance
exercent leurs fonctions dans l‘intérêt de la société, compte tenu des intérêts des
actionnaires et des travailleurs ” ( v. o Jornal Oficial da s Comunidades Europeias
n.º C 240, de 9.9.83, p. 12)

5
Sobre o “institucionalismo ” e “contratualismo ” no Direito das Sociedades, v. Rui
Pinto Duarte (2008), pp. 53 e ss . Sobre essas correntes e as diver gências na
definição de “interesse da sociedade ” e no modo de ter “em cont a os interesses
dos sócios e dos trabalhadores ” nessa defi nição, v. Pedro Pais de Vasconcelos
(2006), pp. 315 e ss.

3
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

relevantes para a sustentabilidade da sociedade , tais como os seus


trabalhadores, clientes e credores.

2 - Os titulares de órgãos sociais com funções de fiscalização devem


observar deveres de cuidado, empregando para o efeito elevados padrões de
diligência profissional e deveres de lealdade, no interes se da sociedade”

Esta nova redação, aliás bem mais pesada e densa que as anteriores,
acolhendo inspiração de vários ordenamentos jurídicos internacionais mais,
a par de coligir doutrina da época .

Esta versão acrescenta conceitos inspirados nos EUA, onde a doutrina é


largamente maioritária na vinculação a um “ duty of care” 6 compreendendo
subdeveres e ao “duty of loyalty” ou “fair dealing” 7.

O gestor criterioso , salientou J. M. Coutinho de Abreu (2007), pp. 18 e 19,


está obrigado a orientar-se pelos interes ses da sociedade, logo não poderia
excluir-se o dever de lealdade.

Segundo Rui Pinto Duarte (2008), “legislador deixou intocados outros dois
preceitos em que recorria e recorre à expressão “diligência de um gestor
criterioso e ordenado ” para definir o padr ão do comportamento exigível a
gestores”: o art. 114, n.º 1, do CSC (sobre fusão de sociedades) e o art. 26,
n.º 1, alínea a) do Dec. -Lei 231/81, de 28 de julho (sobre associação em
participação).

6
Nesse sentido, Melvin A. Eisenberg (1989), em especial p. 948 , o “duty to
monitor or oversee, o duty of inquiry, o duty to employ a resonable
decisionmaking process e o duty to make treasonable decisions ”.

7
Como exemplo, Robert W. Hamilton (2000), p. 444 e na literatura
portuguesa, por exemplo, Pedro Caetano Nunes (2001), pp. 19 e ss., e (2012),
pp. 248 e ss., e Bruno Ferreira (2009), pp. 684 e ss.

4
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Considerações gerais

Os deveres dos gestores de empresas, não decorre – apenas - de um qualquer


imperativo moral ou deontológico, mas sim de uma imposição legal. A
generalidade dos deveres aparecem expressamente plasmados nas leis, outros
decorrem dos princípios e preceitos sucessivamente acrescentados ao texto
legal. Ou mesmo, decorrentes dos deveres inerentes (por exemplo o
mandato).

Com origem anglo saxónica os “deveres de cuidado ”, acolhem as noções para


alicerçar o governo das sociedades ou corporate governance , decalcado do
espirito norte americano.

“O artigo 64.°/1 não corresponde a quaisquer desenvolvimentos


nacionais: nem doutrinários, nem jurisprudenciais. Grosso modo ele
traduz uma série de aportações retiradas de fontes exteriores,
desinseridas dos sistemas que as originaram. Parece nos claro que,
tal como se apresentam e a serem juridicamente operacionais, essas
aportações irão encontrar um novo equilíbrio e um sentido conjunto e
coerente. Pelo menos: será papel dos juristas nacionais trabalhar com
esse objectivo.” António Meneses Cordeiro, 2006.

O texto é abrangente e compreende os vários tipos de sociedade s, sejam de


responsabilidade limitada ou ilimitada.

Ainda segundo António Menezes Cordeiro , “A uma primeira leitura: temos


um preceito pesado, que condensa, em duas alíneas, uma série complexa de
mensagens normativas.”

Vejamos,

O preceito legal em vi gor articula no nº 1, em alíneas separadas : os deveres


de cuidado e de lealdade .

Explica, in fine, na alínea a), sumariamente, a noção dos deveres de cuidado ,


concluindo com a noção originaria d a diligência de um gestor criterioso e
ordenado.

5
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Ainda, segundo Antonio Meneses Cordeiro em Revista da Ordem dos


Advogados, ano-66-vol-ii de Set de 2006 , “(…) desenvolve o teor dos deveres
de lealdade, aí inserindo, entre os elementos a atender, a referência a
diversos interesses.”

Designadamente, acrescentado o CSC, os administradores não terem deveres


somente para com as sociedades, mas igualmente para com os trabalhadores,
clientes, credores, os sócios e outros terceiros – como decorre claramente do
texto a saber:

a) Responsabilidade para com a sociedade ( artigos 72 a 77)


b) Responsabilidade para com os credores (artº 78)
c) Responsabilidade para com os sócios e (outros) terceiros ( artº 79).

Estes deveres não são iguais, e ainda acarretam consequências distintas em


caso de incumprimento.

2.1. Tipos de deveres


Numa perspética mais pragmática , os deveres emanados do CSC têm dois
grandes tipos segundos alguns autores. O primeiro tipo, os deveres concretos
ou específicos , por exemplo o dever de elaborar o relatório de gestão, ou o
dever de apresentação de contas . Os segundos, chamemos -lhes deveres
gerais, pois a concretização do dever é bastante mais vaga. Por exemplo o
dever de lealdade ou de diligência . Muitas vezes não são deveres
independentes, mas princípios a observar na execu ção dos primeiros.

Genericamente no exercício das suas funções os gestores estão vinculados ao


dever de boa gestão, e logo num rigoroso cumprimento de todas as obrigações
legais e contratuais. Este dever acumula deveres concretos e deveres gerais.
É mais uma obrigação de comportamento e não exatamente uma obrigação
tangível.

Este dever de boa gestão consubstancia -se em três deveres fundamentais:


a) Deveres de cuidado
b) Deveres de lealdade
c) Deveres de informação

6
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Uma nota para o gerente ou gerentes das sociedades p or quotas, o seu dever
de boa gestão inclui o dever de promover a atividade da sociedade e o seu
objecto social , ainda que indeterminada estatutariamente ou por Lei .

Ainda uma nota para a obrigação de cumprimento d as deliberações do órgão


de administração, nos termos do artº 407 do Código das Sociedades
Comerciais ao atribuírem pelouros e/ou deleguem responsabilidades, como
extensão de boa gestão .

2.2. Deveres concretos no CSC


Seria extremamente arrojado tentar fazer um elenco exaustivo dos deveres
que apelidámos acima de concretos, não tenho essa pretensão . No entretanto,
parece-me importante elencar alguns dos que se destacam:

2.2.1. Dever de zelar pelo cumprimento dos deveres da sociedade e do exercício


dos direitos da sociedade.
Assenta na responsabilidade dos ges tores, por um lado garantir o
cumprimento dos deveres da sociedade, sejam eles legais ou
contratuais, bem como zelar pelo exercício dos direitos da sociedade
sejam eles contratuais ou legais , conforme Manuel Carneiro da Frada ,
in “Dever de Legalidade ” (2012) pp 65 e ss, e (2016) pp 17 e ss.

2.2.2. Deveres expressamente previstos na lei.


 Participar nas reuniões dos órgãos de administração ( artigos 410 e
393, número 1)
 Elaboração do relatório de gestão, bem como as contas do exercício
e os demais documentos de pres tação de contas (artigo 65).
 Nos tipos de empresa próprio, dever de apresentação dos
documentos de prestação de conta ao órgão fiscalizador, e ao
revisor oficial de contas (artigos 65, nº 1, 451, nº1 e 453 , nº1).
 Um dever de extrema importância, é o dever de não concorrência,
tantas vezes espezinhado ignorado (artº 254 e 398, nº 3 e 5).

7
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

 Para os gerentes a responsabilidade convocação da Assembleia


geral, o de a requerer no caso dos administradores das sociedades
anónimas.
 O difícil dever de não executar deli berações dos sócios quando em
violação de regras legais ou estatutárias (artigo 31, nº 2 a 4 )
 Em oposição ao dever anterior, a responsabilidade de praticar
usados que julgue importantes e necessários para dar eficácia plena
às deliberações dos sócios. Nomeadamente alterações de estatutos
(artº 85, n5)

2.3. Deveres gerais


Aqui voltamos a falar do nosso já conhecido artº 64 do CSC, pois
definitivamente é o artigo mais importante quanto aos deveres gerais dos
gestores.

2.3.1. O que é a Business Judgement Rule


A business judgement rule é uma regra aplicada nos tribunais de
origem anglo saxónica, especialmente nos Estados Unidos da
América. 8

2.3.2. Dever de cuidado (e a business judgement rule).


É importante na concretização do dever de cuidado , que já falámos
anteriormente, e também para os demais deveres, é o artigo 72 e o
novo nº 2 introduzido com a reforma do CSC de 2006, que reza assim
sobre a responsabilidade dos gestores :

“a responsabilidade é excluída se alguma das pessoas referidas no


número anterior provar que atuou em termos informados, livre de

8
A jurisprudência norte americana desenvolveu a business judgement rule
desde o séc. XIX , segundo Abreu, Jorge Manuel Coutinho ,
“Responsabilidade civil de gerentes e administradores em Portugal ”, in:
Questões de direito societário em Portugal e no Brasil, Fábio Ulhoa Coelho;
Maria Fátima Ribeiro (coords.), Coimbra: Almedina, 2012, p. 138.

8
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

qualquer interesse pessoal e segundo critérios de racionalidade


empresarial ”.

Aqui é transposta um preceito da decisão empresarial o “business


judgement rule”, que assenta o mérito das decisões dos gestores na sua
discricionariedade como gestor, e provando ter actuado de forma
informada, livre de qualquer interesse pessoal e segundo critéri os de
racionalidade empresarial . Desta forma, não sendo julgado pelos
tribunais com sustendo em critérios de “ razoabilidade ”, só devendo os
mesmos ser civilmente responsáveis quando ta is decisões forem
“irracionais ”, isto é, inexplicáveis.

A fórmula de presunção de culpa do artigo 72.º, apesar de contratual,


segue os mesmos ditames da presunção de culpa dos artigos 798.º e
799.º do Código Civil , reforçando o ónus probatório de uma conduta
não culposa por parte dos gestores, de acordo Ramos, Maria Elisabete
Gomes, 2007, p 120 e 121. A estes incumbe ter de provar terem atuado
ao abrigo do “business judgement rule” e livre de qualquer interesse
pessoal . Quando a sociedade houver alega e provado a desobediência
aos deveres gestão.

O art.72º, nº1, do CSC , encerra os pressupostos legais impostos, em


geral, para a responsabilidade civil . Entende o doutor Rui Pinto Duarte
em obra citada , ter pretendido legislador transpor para o direito
português o que é comumente conhecido nos Estados Unidos da
América como “business judgement rule ”. Esta regra vem assentar no
critério discricionário dos gestores as suas decisões, presumindo -se
corretas até prova em contrário para quem pretender responsabilizá -
los, ou seja, o ónus da prova está do lado d e quem alega violação dos
deveres, veja -se a este propósito Oliveira, Nuno Manuel Pinto, s.d., p
8-10 9.

9
“Os casos de responsabilidade civil dos administradores são, sempre ou
quase sempre, casos de responsabilidade civil por cumprimento defeituoso

9
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Mas, este preceito acaba por permitir que os ge stores também façam
prova, invertendo o ónus da prova que estava do lado que quem
pretendia ter havido violação.

Desta forma a prova caberá a acusar, mas poderá surgir também do


acusado.

2.4. Dever lealdade


O dever de lealdade assenta, e é indissociável do pr incípio de
confiança, quer seja perante a sociedade, quer perante os sócios, quer
perante terceiros. Impondo uma conduta de honestidade e correção a
atuação dos gestores . A definição do próprio dever de lealdade é
moldado pelo interesse da sociedade. O resguardar do interesse social
não se limita apenas ao interesse societário per si, ou seja, a uma
atividade lucrativa. A ética e a vida societária impõem uma atuação
honesta, criteriosa e transparente compatível com a tutela de terceiros

dos deveres de gestão», por isso consid era que «estando em causa a
responsabilidade civil (contratual ou obrigacional) por cumprimento
defeituoso, o credor tem o ónus da alegação da prova de que há tipicidade -
ou seja: de que há um “desencontro objectivo” entre aquilo que o devedor
fez e aquilo que o devedor devia ter feito». De seguida, o reputado A. leva o
leitor a refletir de que a tipicidade indicia a ilicitude. Nisso, para provar a
tipicidade, o credor (sociedade) terá de fazer prova no sentido de que o
devedor (administrador) agiu em “des encontro objetivo” entre aquilo que
fez e aquilo que devia ter feito; de outro lado, para justificar a ilicitude, o
devedor (administrador) terá de fazer a prova de que o “suposto”
“desencontro objetivo” entre aquilo que fez e aquilo que devia ter feito nã o
é ilícito, conforme o alegado pelo credor (sociedade). Para o Autor, a
ilicitude não é presumida. vide OLIVEIRA, Nuno Manuel Pinto, O artigo 72.º,
n.º 1, do Código das Sociedades Comerciais consagra uma presunção de
ilicitude?”, ob. cit., p. 8 -10

10
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

que possam ser preju dicados pela atuação da sociedade por força da
atuação de quem executa a sua estratégia . Hoje, com a mediatização
global de qualquer coisa a qualquer momento a lupa da boa fé, da
confiança e a da proibição do abuso do direito são constantes.

Existem deveres concretos decorrentes do dever de lealdade :

 Dever de não concorrência (arts 254,398, nº 3 a 5 ).


 Dever de não efetuar negócios sem observar a regra da ausência
de conflito de interesses, nas sociedades anónimas (atº 397).
 Dever de prestar informação ao so ciedade, sendo na sociedades
anónimas o dever extensível a quem é titular de ações e de
obrigações da sociedade, bem como das sociedades com quem
ela esteja em relação de domínio ou de grupo ponto .

 Dever não usar conhecimento de factos relativos à socieda de, e


dos quais não tenha sido dado notoriedade pública, e com isso
influenciar o valor dos títulos nas sociedades anónimas ou das
quotas noutro tipo de sociedades (art 449, nº1 ).

O dever de lealdade surge – naturalmente - ligado à dever de não


concorrência, à obrigação de não retirar benefício próprio em oportunidades
ode negócio, a atuação de boa-fé à observância do princípio da confiança e
à conduta reta nos de comportamentos de eventuais conflitos de interesses.

A lealdade observa-se nas relações dos sócios com a sociedade e entre si,
incorporando a ideia primária de status do sócio . Nas relações da sociedade
para com os sócios, acarretando um aumento ex bona fide da competência da
assembleia geral. Em relações dos gestores com a sociedade e com os
próprios sócios .

2.5. O interesse social


Comentando a formulação do art. 64º do Código das Sociedades Comerciais ,
antes da Reforma, Fátima Gomes , in “Reflexões Em Torno dos Deveres

11
De ver es d e c u id ad o e l e ald ad e d o s ge sto r es e i n t ere ss e so ci al

Fundamentais dos Membros dos Órgãos de Gestão (e Fiscalização) das


Sociedades Come rciais à Luz da Nova Redacção do artigo 64º do Código das
Sociedades Comerciais ”, na obra “20 Anos de Homenagem aos Professores
Doutores A. Ferrer Correia, Orlando de Carvalho e Vasco Lobo Xavier ”,
volume II, Vária, escreve – pág. 551:

“O art. 64.° do Código das Sociedades Comerciais tem sido entendido,


pela doutrina nacional, como a norma jurídica que fundamenta a
existência do dever de prosseguir o “interesse social”, na condução
dos negócios societários, interesse esse que não se esgota na mera
recondução ao interesse da sociedade, dos sócios e/ou dos
trabalhadores.

Nesse sentido o conceito de interesse social tem sido utilizado de uma


forma mais abrangente, que engloba em si a potencialidade de
conciliação dos referidos interesses considerados numa pers pectiva
não meramente isolada face aos demais”

12
Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

O dever da gestão vs a responsabilidade por “má


gestão”

10
Como resulta de tudo que já foi aflorado, os gestores têm o dever de gerir ,
isto é, o dever de executar as tarefas necessárias para promover as ativid ades
da sociedade para além do exercício dos seus direitos e deveres
supramencionados no ponto 2.2/a.

A boa gestão é interpretada normalmente pelo prisma inverso, ou seja, por


oposição ao que não é má gestão. Ou seja, tudo o que não é má gestão ao
abrigo da “business judgement rule ”: é boa gestão.

Naturalmente que a prática dessa discricionariedade é determinada em


função dos deveres previstos no artigo 64:

a) Dever geral de cuidado , passando pela disponibilidade, competência


técnica, conhecimento da atividade da sociedade adequado às funções
e ao grau de diligência que vai exercer. O dever de cuidado – duty of
care – translucido do “gestor criterioso e ordenado ” e no grau de zelo
a que as próprias palavras obrigam.
De entre os deveres a que se vincularam, têm o dever da observância
dos deveres de diligência ( observando um padrão objectivo, de um
gestor criterioso e ordenado ), e de cuidado e lealdade, impondo -lhes
que, no exercício da s suas funções, não só se mostrem diligentes e
zelosos, mas que também estejam informados e sejam competentes.

10
Casos de projeção do dever de lealdade dos administradores no direito
português, v., entre outros, J. M. Coutinho de Abreu (2007), pp. 22 e ss.,
Nuno Tiago Trigo dos Reis , (2009), pp. 369 e ss., Sónia das Neves Serafim
(2011), pp. 575 e ss., Pedro Caetano Nunes (2012), pp. 181 e ss., Marisa
Larguinho (2013), pp. 187 e ss., Mafalda dos Santos Mondim (2013), pp. 69
e ss., A. Barreto Menezes Cordeiro (2014), pp. 281 e ss., Hugo Luz dos
Santos (2015), pp. 146 e ss. e (2016), pp . 906 e 907.

13
De ver es d e c u id ad o e l e ald ad e d o s ge sto r es e i n t ere ss e so ci al

Desta forma, citando Coutinho de Abreu, “o dever geral de cuidado


poderá ser assim formulado: os administradores hão -de aplicar nas
actividades de organização, decisão e controlo societários o tempo, o
esforço e conhecimento requeridos pela natureza das funções, das
competências específicas e das circunstâncias ”. Obrigando os gestores
a deter a competência técnica e o conhecimento da atividade como se
impõe a um “gestor crit erioso e ordenado”. De uma outra forma, não
basta mostrarem-se diligentes e zelosos, o que se exige, mais ainda
informado e competente. Concludentemente , “quando a lei exige um
padrão abstracto na apreciação da culpa, não se re fere apenas à
diligência de vontade, mas também quanto aos conhecimentos e à
capacidade ou aptidão exigíveis das pessoa s” reza Antunes Varela ,
2019, Das Obrigações em Geral, Volume I , página 581. Desta forma,
“não poderá um determinado gerente ou administrador afastar a sua
eventual responsabilidade alegando que fez tudo o que estava ao seu
alcance quando se apure que esse indivíduo não possuía a
competência, a disponibilidade ou tão - somente a informação da
própria sociedade exigíveis a alguém que desempenhasse as suas
funções”remata Armando Manuel Triunfante , s/d Código das
Sociedades Comerciais, página 62.

O art. 64º do Código das Sociedades Comerciais , antes e depois da


Reforma de 2006, determina o acatamento de deveres de cuidado,
verdadeiros poderes -deveres dos gestores assentes numa relação de
fidúcia implicitamente estabelecida entre a sociedade e quem a gere.

Isto quer na vertente interna, quer n a vertente externa e nas necessárias


ligações com terceiros , onde os gestores são o interlocutores e também
embaixadores das sociedades.

b) Dever geral de lealdade, em primeiro lugar para com o interesse da


sociedade, mas também acautelando os interesses dos sócios no longo
prazo, bem como de outros sujeitos relevantes para a sustentabilidade
da sociedade, tal como os seus trabalhadores, clientes e credores .

14
De ver es d e c u id ad o e l e ald ad e d o s ge sto r es e i n t ere ss e so ci al

Pela positiva, a lealdade implica seguir as normas do bom governo das


sociedades (corporate governance ).
Como refere Carneiro da Frada: “Os administradores devem,
portanto, ser leais a todos: à sociedade, aos sócios, aos credores,
aos trabalhadores e aos clientes. Não podem ser “mais leais a uns
do que a outros”. Se o são, já são desleais ” em “A Business
Judgment Rule no Quadro dos Deveres Gerais dos
Administradores”, pág. 219.
Não pretendeu o legislador obrigar os gestores a cuidar do interesse de
terceiros, mas sim, de cuidar dos interesses destes terceiros na simples
perspetiva em que isso relev a para o interesse da sociedade.

Ainda, o dever de lealdade surge relacionado ao dever de não


concorrência, à obrigação de não aproveitar em benefício próprio
prováveis oportunidades de negócio, e ao cuidado de situações
possíveis desencadear conflitos de interesses. O artº254.°/1 proíbe aos
gerentes o exercício de atividade concorrente com a da sociedade, a
menos que esse exercício seja autorizado pelos sócios.

O Prof. Raul Ventura , in “Sociedades por Quotas ”, III, pág. 91, afirma:

“O art. 257.° não define justa caus a, mas aponta, exemplificativa e


genericamente, como tal a violação grave dos deveres do gerente e a
sua incapacidade para o exercício normal das respectivas funções.
Como se viu no comentário ao art. 254.° a infracção do disposto no
n.° 1 desse artigo – dever de não concorrência – é expressamente
qualificada como justa causa de destituição .”

O Professor Baptista Machado, in Estudo sobre a “Tutela da confiança


e Venire Contra Factum Proprium”, – Obra Dispersa, Vol. I, págs.
352, afirma. “O princípio da conf iança é um princípio ético -jurídico
fundamental e a ordem jurídica não pode deixar de tutelar a confiança
legítima baseada na conduta de outrem. Poder confiar é uma condição
básica de toda a convivência pacífica e da cooperação entre os
homens; e assegurar expectativas é uma das funções primárias do
direito”.

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De ver es d e c u id ad o e l e ald ad e d o s ge sto r es e i n t ere ss e so ci al

Uma última nota para o doutor Carlos Ferreira de Almeida , cuja posição é
profundamente crítica no peso da distinção entre obrigações de resultado e
obrigações de meios . E usando o exemplo clássico do tratamento médico
virgula acento no dever contratual do médico de tratar , afirma “quem invoca
tratamento defeituoso co mo fundamento da responsabilidade civil contratual
tem de provar, além do prejuízo, a desconformidade objetiva entre os atos
praticados e as leges artis ”.

Em contradição, alguma doutrina defende e argument a com a parte final do


nº 1 do artigo 72 do CSC :

“Os gerentes ou administradores respondem para com a sociedade pelos


danos a esta causados por atos ou omissões praticados com a preterição dos
deveres legais ou contratuais, salvo se provarem que procederam sem culpa”

Defendendo a ampliação dos “sujeitos relevantes para a sustentabilidade da


sociedade”, lançando mão ao conceito de interesse especial na sociedade –
“ou porque a afectam, ou porque são por ela afectadas ” , Pais de
Vasconcelos, “Responsabilidade civil …”, loc. cit., pp. 20 -21. Desta opinião,
v. igualmente Carneiro da Frada , “A business judgment rule… ”, pp. 217-
218, bem como Paulo Olavo Cunha, p. 572. Antes, Fátima Gomes , p. 566,
indicava “potenciais interessados no desenvolvimento da actividade
societária para além dos seus sócios e trabalhadores ”, aos “demais sujeitos
potencialmente afectados pelas decisões societária s”. Pereira de Almeida,
p. 238, opta por diferentes vantagens difusas socialmente reconhecidos,
como a proteção do ambiente, como ali ás, Carneiro da Frada, “A business
judgment rule…”, p. 217, Paulo Olavo Cunha, p. 572 com a “conduta
ambiental da sociedade”). Neste sentido podemos alcançar Pais de
Vasconcelos, “Business judgment rule, deveres de cuidado …”, p. 64, quando
intrepreta a referência aos interesses da al. b) do n.º 1 como a “explicitação
do modo como o dever de lealdade deve ser cumprido ”.

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Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

Conclusões
O objetivo dest e trabalho, conforme se propôs na introdução, era
contribuir o estudo e análise d a sistematizaç ão da responsabilidade
civil dos gestores nas sociedades.

No contexto em que vivemos, onde a gestão e representação das


empresas é cada vez mais exigente , cumpre observar prudentemente
forma de agir dos gestores, seja n gestão interna, seja pela
representação externa. Na verdade, só uma boa gestão, capaz,
consciente, cautelosa, diligente, atenta, cuidadosa, ponderada,
rigorosa, razoável e racional pode abranger os objetivos sociais e
lucrativos da empresa gerida , bem como os imperativos legais .

Os gestores têm – necessariamente - de ser cautelosos, diligentes e


leais aos interesses da sociedade em todos os processos de tomada de
decisão e, mesmo que haja conflito de inter esses, não devem prejudicar
os seus próprios interesses ou os interesses de terceiros. Devem
controlar tudo o que se relaciona com a sociedade para garantir que
dispõem das informações necessárias para tomar uma decisão plena,
competente, razoável e racional, baseada na lealdade que têm para com
a sociedade e terceiros determinados legalmente ,

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Dever es d e cuid ad o e leald ad e d o s gesto res e interesse so cial

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