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PROCESSO DE CROSS

1 - Introdução
Hardy Cross (1885-1959), nos Estados Unidos, desenvolveu um processo interativo simplificado e
elegante para analisar os momentos fletores em estruturas com ligações rígidas. Sua criação surgiu
como uma luz e levou o projeto de estruturas hiperestáticas ao alcance de engenheiros com
habilidades de cálculo limitadas. Também chamado de Método da Distribuição de Momentos foi
rapidamente adotado por engenheiros e professores universitários ao redor do mundo, pela agilidade
e pelas repostas suficientemente exatas, revolucionando o projeto de estruturas. O Processo de
Cross é ainda regularmente ensinado por aquele que buscam sensibilizar os estudantes para o
comportamento das estruturas, ajudando a entender como elas realmente funcionam.

As principais características do Processo de Cross são:


• Método simplificado para o cálculo de momentos fletores em vigas contínuas, pórticos
planos, grelhas e até pórticos espaciais;
• Baseado no Método dos Deslocamentos e aplicado principalmente em estruturas sem
deslocabilidades externas;
• Facilita a resolução manual de estruturas hiperestáticas, principalmente em estruturas de
concreto armado onde o grau de hiperestaticidade é elevado;

Teoria das Estruturas Paulo Cavalvante Ormonde


2 – Roteiro
1) Calcular os coeficientes de distribuição de momentos em torno de cada nó rígido interno da
estrutura com base nos coeficientes de rigidez das barras.

kij
dij =
∑k ij

3EI
kij =
l

i j

4 EI
kij = kji =
l

i j
2) Definir os coeficientes de propagação ou transmissão;

Engaste verdadeiro

α=0 α = 0,5

Engaste fictício

α=0 α = 0,5

Apoio fixo ou móvel

3) Estabelecer engastes fictícios nos apoios internos da estrutura e calcular os momentos de


engastamento perfeito com base no carregamento da estrutura (ver tabelas M.E.P);
4) Libera-se um nó por vez e realiza-se a compensação dos momentos aplicados no respectivo nó da
seguinte forma:

1. Somar todos os momentos que estão aplicados no nó;


2. Trocar o sinal do momento resultante (equilibrar);
3. Multiplicar o momento de equilíbrio pelos coeficientes de distribuição (d);
4. Propagar as parcelas de momento pelos respectivos coeficientes de propagação (α);
Notas:
a) iniciar pelos nós de extremidade;
b) A carga de momento concentrado no nó deve ser considerada somente na primeira compensação,
sem incluí-la na somatória final de momentos;
c) Substituir balanços por momento de sentido contrário;

5) O processo está concluído quando todos os nós intermediários, que não eram engastamentos
perfeitos na estrutura real, possam ser simultaneamente libertados, sem que na estrutura apareçam
momentos não equilibrados;

6) Realizar a somatória de momentos de cada lado do nó e aplicar a convenção se sinais para


momentos exercidos pelas barras sobre os nós. Para que o nó esteja em equilíbrio a soma dos
momentos das barras que incidentes deve ser zero.

Sentido horário

7) Calcular as reações de apoio;

8) Traçar os diagramas de esforços solicitantes.


MOMENTOS DE ENGASTAMENTO PERFEITO EM VIGAS PRISMÁTICAS
CONVENÇÃO DE GRINTER
l : vão da barra
t: temperatura
∆t: variação de temperatura
E: módulo de elasticidade
q: carga distribuída
∆: recalque
φ: rotação

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