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CURSO DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
1.2 O CONSTITUCIONALISMO
1.3 A CONSTITUIÇÃO
1.3.1 Estrutura
1.3.2 Conceito
1.4 AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
1.4.1 A Constituição de 1824
1.4.2 A Constituição de 1891
1.4.3 A Constituição de 1934
1.4.4 A Constituição de 1937
1.4.5 A Constituição de 1946
1.4.6 A Constituição de 1967
1.4.7 A Constituição de 1969
1.4.8 A Constituição de 1988
1.5 PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
1.6 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
1.6.1 Quanto ao Modo de Elaboração
1.6.2 Quanto ao Conteúdo
1.6.3 Quanto à Forma
1.6.4 Quanto à Estabilidade
1.6.5 Quanto à Origem
1.7 REGRAS CONSTITUCIONAIS
1.8 O PODER CONSTITUINTE
1.8.1 Conceito
1.8.2 Espécies
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1.8.3 Poder Constituinte Transnacional
MÓDULO II
2 TEORIA GERAL DO DIREITO E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2.1 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS
2.2 FORMAS DE ESTADO
2.2.1 Estado Unitário
2.2.2 Estado Federado
2.2.3 Confederação
2.3 AUTONOMIA DOS ESTADOS MEMBROS
2.4 AS FORMAS DE GOVERNO
2.4.1 Monarquia
2.4.2 República
2.5 OS SISTEMAS DE GOVERNO
2.5.1 O Presidencialismo
2.5.2 O Parlamentarismo
2.5.3 Diretorial
2.6 REGIMES POLÍTICOS
2.7 DIREITO CONSTITUCIONAL
2.8 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SEUS PRINCÍPIOS
2.8.1 Administração Pública
2.8.2 Princípios da Administração Pública
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2.8.3 Agentes, Cargos e Funções Públicas
2.8.4 Remuneração do Servidor e Acumulação de Cargos
2.8.5 Estabilidade e Afastamento do Servidor Público
MÓDULO III
3 OS TRÊS PODERES E SUAS ATRIBUIÇÕES
3.1 A SEPARAÇÃO DOS PODERES
3.2 PODER LEGISLATIVO
3.2.1 Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal
3.2.2 Comissões Parlamentares
3.2.3 Imunidades Parlamentares
3.3 PROCESSO LEGISLATIVO
3.4 HIERARQUIA DAS LEIS
3.4.1 Emendas à Constituição
3.4.2 Leis Complementares
3.4.3 Leis Ordinárias
3.4.4 Leis Delegadas
3.4.5 Medidas Provisórias
3.4.6 Decretos Legislativos e Resoluções
3.5 PODER EXECUTIVO
3.6 AS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
3.7 O PODER JUDICIÁRIO
3.8 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
3.8.1 Os Magistrados
3.8.2 Garantias e Vedações dos Magistrados
3.8.3 O Conselho Nacional de Justiça
3.8.4 Ministério Público
3.8.5 Defensoria Pública e Advocacia
MÓDULO IV
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4 A TRIBUTAÇÃO E O ORÇAMENTO
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS
4.2.1 Princípio da Reserva Legal Tributária ou da Legalidade
4.2.2 Princípio da Igualdade Tributária
4.2.3 Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária
4.2.4 Princípio da Anterioridade Tributária
4.2.5 Princípio da Anterioridade Mitigada ou Nonagésimal
4.2.6 Princípio da Vedação ao Fisco
4.2.7 Princípio da Ilimitabilidade do Tráfego de Pessoas ou de Bens
4.2.8 Princípio da Capacidade Contributiva
4.2.9 Princípio da Uniformidade e Princípio da Razoabilidade
4.3 TRIBUTOS E SUA CLASSIFICAÇÃO
4.4 ESPÉCIES DE TRIBUTOS
4.4.1 Impostos
4.4.2 Impostos da União
4.4.3 Impostos dos Estados e do Distrito Federal
4.4.4 Impostos dos Municípios
4.4.5 Taxas
4.4.6 Contribuição de Melhoria
4.4.7 Empréstimo Compulsório
4.4.8 Outras Contribuições
4.5 LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
4.6 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
4.6.1 Conceito
4.6.2 Principais Imunidades Tributárias
4.7 O ORÇAMENTO
4.7.1 Leis Orçamentárias
4.7.2 Controle e Fiscalização Orçamentário
4.7.3 Princípios Orçamentários
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MÓDULO V
5 ATIVIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA, A DEFESA E AS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS DO ESTADO
5.1 NORMAS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
5.2 POLÍTICA URBANA
5.2.1 Objetivos da Política de Desenvolvimento Urbano
5.2.2 Plano Diretor
5.3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
5.4 A DEFESA DO ESTADO
5.4.1 Introdução
5.4.2 O Estado de Defesa
5.4.3 O Estado de Sítio
5.5 AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
5.5.1 Forças Armadas
5.5.2 Divisão das Forças Armadas
5.6 SEGURANÇA PÚBLICA
5.6.1 A Polícia
5.6.2 Poder Discricionário de Polícia
5.6.3 Polícia Federal, Civil e Militar
5.6.3.1 Polícia Federal
5.6.3.2 Polícia Estadual
5.6.3.3 Polícia Militar
MÓDULO VI
6 A ORDEM SOCIAL
6.1 BASE E OBJETIVO DA ORDEM SOCIAL
6.2 SEGURIDADE SOCIAL
6.2.1 Objetivos da Seguridade Social
6.2.2 Financiamento e Normas sobre o Orçamento da Seguridade Social
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6.3 ELEMENTOS BÁSICOS QUE CONSTITUEM A SEGURIDADE SOCIAL
6.3.1 Saúde
6.3.2 Previdência Social
6.3.3 Assistência Social
6.4 EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
6.4.1 Educação
6.4.2 Cultura
6.4.3 Plano Nacional de Cultura
6.4.4 Sistema Nacional de Cultura
6.4.5 Desportos
6.5 TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE
6.5.1 Tecnologia
6.5.2 Meio Ambiente
6.6 COMUNICAÇÃO SOCIAL
6.7 FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, ÍNDIOS E IDOSOS
6.7.1 Família
6.7.2 A Criança e o Adolescente
6.7.3 Idosos
6.7.4 Índios
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1.1 INTRODUÇÃO
1.2 O CONSTITUCIONALISMO
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referência ao movimento político social com origens históricas bastante remotas que
pretende, em especial, limitar o poder arbitrário.
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O texto passa a ser escrito, ou seja, um conjunto de regras codificadas e
sistematizadas em um único documento, para fixar-se a organização fundamental. A
Constituição escrita, portanto, é o mais alto estatuto jurídico de determinada
comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental de uma sociedade.
O poder constituinte originário que estabelece a Constituição de um
novo estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses
de uma comunidade. Tanto haverá poder constituinte no surgimento de uma
primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer constituição posterior.
Supremacia da Constituição e vinculação de todos os poderes do
estado, inclusive do parlamento.
A responsabilidade do soberano e/ou dos exercentes de funções
públicas perante a Constituição.
Necessidade, para maior grau de respeitabilidade e efetividade de
correspondência entre a Constituição real e a formal.
Força normativa do texto constitucional.
Supremacia da vontade popular por meio do exercício do poder
constituinte originário.
Surgimento da ideia de controle de constitucionalidade, inclusive em
relação às leis editadas pelo parlamento.
Globalização da proteção dos direitos fundamentais.
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O surgimento gradativo de comunidades regionais permite conjeturar-se a
construção de um novo constitucionalismo. Isto é, na medida em que se fala na
reivenção do território, os estados já não estão apenas submetidos às suas leis e à
Constituição que editam, mas, inclusive, às normas produzidas no âmbito
comunitário. O principal exemplo, já em fase adiantada, é a União europeia. Além de
haver normas comunitárias que devam ser observadas pelos estados-membros,
encontra-se em fase de aprovação um projeto de tratado que estabelece uma
Constituição para a Europa.
O Brasil aceitou o modelo neoliberal e realizou várias e profundas
mudanças na CF, tais como: a reforma tributária, a reforma previdenciária, a reforma
econômica, com as quebras de monopólio (gás natural, petróleo, mídia e outros).
Essas mudanças, para o bem ou para o mal, revelam as novas tendências do
constitucionalismo.
Reformar é preciso, mas a Constituição é alterada a qualquer momento e,
na maioria das vezes, sem nenhuma razão que justifique. Como exemplo, temos a
PEC das domésticas, já transformada em Emenda, que veio efetivar a igualdade de
direitos trabalhistas para os empregados domésticos. Justifica! Mas o ambiente
familiar, não é uma empresa que vive de lucros, receitas, mas apenas despesas.
Desta forma, entendemos que outros direitos, tais como Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), multa rescisória e as alíquotas do INSS, acarretarão
verdadeira informalidade ou dispensabilidade de tal profissional. Ocorrerá não
porque as famílias discordam dos novos direitos garantidos, mas porque nem todas
elas terão como arcar com os encargos adicionais desse novo cenário. Antes de
elaborar uma lei, é preciso analisar a realidade da sociedade, pois a realidade das
contas domésticas é muito diferente daquela encontrada nas empresas, por isso,
pretendem alterar a lei para impedir a penhorabilidade dos bens de família em caso
de dívidas com os empregados.
1.3 A CONSTITUIÇÃO
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1.3.1 Estrutura
1.3.2 Conceito
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dispõe sobre a organização do Estado, sobre direitos e garantias individuais e sobre
outros assuntos considerados de especial relevância para uma determinada
sociedade, em determinada época.
Como norma de ordem superior, a Constituição orienta todos os ramos do
direito, invalidando as leis que com ela não estejam em harmonia. Sendo assim,
uma lei fundamental básica, suprema, lei maior de uma sociedade politicamente
organizada é a reunião de todos os valores supremos de um Estado, instituída para
regular a atuação governamental, as relações jurídicas existentes na sociedade,
bem como proteger os indivíduos de abusos do poder público.
O conceito de Constituição variará de acordo com o enfoque adotado.
Assim, podemos falar em conceito jurídico, político, sociológico, etc.
Celso de Mello (2010) por sua vez, entende a constituição como: “um
complexo de regras que dispõem sobre a organização do Estado, a origem e o
exercício do Poder, a discriminação das competências estatais e a proclamação das
liberdades públicas”.
Já Alexandre de Moraes (2009) afirma:
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Hans Kelsen (1931) define a Constituição como “a norma hipotética
fundamental, ou seja, a lei máxima de um Estado, a qual deve ser respeitada por
todas as outras normas jurídicas”. Essa hierarquia é visualmente representada por
uma pirâmide, na qual a Constituição estaria no topo, enquanto as demais leis
estariam em sua base. Para que esse sistema funcionasse, era preciso a
estipulação de mecanismos que protegessem o ordenamento jurídico contra normas
que ferissem a Constituição.
Pode ser conceituada também como sistemas de normas jurídicas, escritas
ou costumeiras, que regulam a estrutura do Estado, a forma de seu governo, o modo
de aquisição e o exercício do poder, a organização de seus órgãos, os limites de sua
atuação, os direitos fundamentais do homem e suas respectivas garantias. Em
síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos
constitutivos do Estado. É o ato de constituir, estabelecer, de firmar, ou ainda, o
modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas,
organização, formação.
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1.4.2 A Constituição de 1891
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No período chamado de Estado Novo, Getúlio Vargas fechou o Congresso
Nacional e promulgou uma nova constituição. Em 1937, correspondendo à
implantação de um regime politicamente autoritário, centrado no Poder Executivo, o
Poder Legislativo foi substancialmente atingido em sua configuração e suas
atribuições. A nova Constituição previu a existência de um Parlamento Nacional,
composto de uma Câmara de Deputados e de um Conselho Federal.
A eleição dos parlamentares seria indireta. Os deputados deveriam ser
eleitos pelos Vereadores, em número proporcional à população, e por dez cidadãos
eleitos, em cada Município, especificamente para esse fim.
Já o Conselho Federal seria composto por um representante de cada
Estado, eleito pela respectiva Assembleia Legislativa, que poderia ser vetado pelo
Governador; tal veto, por sua vez, poderia ser derrubado pela Assembleia e por dez
indicados pelo Presidente da República. A legislatura passou a ter a duração de
quatro anos. Criou-se o instituto do decreto-lei. Na realidade, o Poder Legislativo,
com tal configuração, jamais chegou a se reunir.
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1.4.6 A Constituição de 1967
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A atual Constituição foi Promulgada em 5 de outubro de 1988, após a
reabertura democrática. Vinda como resultado de um longo processo de
redemocratização. É a Constituição cidadã, como disse Ulysses Guimarães, pela
ênfase à cidadania.
Com a Constituição de 1988, retornou-se a plena restauração das
prerrogativas do Poder Legislativo, a reinstalação da vigência, de direito e de fato,
do regime democrático representativo. O Poder Legislativo voltou a ser dotado de
um amplo elenco de atribuições sobre todas as matérias, tendo inclusive papel
determinante na elaboração e na aprovação nas leis de natureza orçamentária.
No caso dos Municípios, ora reconhecidos como Unidades da Federação,
afirmou-se a sua maior autonomia e, consequentemente, o significado e a relevância
da atuação das respectivas Câmaras de Vereadores.
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elemento a auxiliar a interpretação da Constituição. Existem também aqueles, como
Canotilho, Ives Gandra, que acreditam que ele não tem aplicação prática.
A relevância jurídica do preâmbulo da Constituição consiste no fato de ele
ser visto como elemento de interpretação e integração dos artigos da Constituição.
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Material: o conjunto de regras materialmente constitucionais,
pertencentes ou não à constituição escrita. São aquelas cujas normas somente
regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos
fundamentais.
Formal: é a constituição escrita estabelecida pelo poder constituinte e
somente modificável por processos e formalidades especiais. É o caso da
Constituição do Brasil.
a) Imutáveis
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São aquelas que em hipótese alguma podem ser alteradas, o que é
inconcebível diante das constantes mudanças que atingem nossa sociedade e que
trazem, quase sempre, mudanças também nas formas de atuação do Estado.
b) Rígida
c) Flexível
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alteradas, bastando a atividade comum do poder legislativo, ou seja, são alteráveis
como qualquer lei.
Assim, sofrem alterações da mesma maneira pela qual se elabora ou
modifica qualquer espécie normativa, isto é, não exigem nenhum requisito especial
de reforma. Certo é que só servem para nações democráticas evoluídas e de alto
nível cultural.
Exemplo: a Constituição da Inglaterra, onde o Parlamento tem função de
Poder Constituinte Originário permanente.
d) Semirrígida
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Outorgada: elaborada e estabelecida sem a participação povo, ou seja,
são impostas pelos governantes. No Brasil, tivemos tanto constituições outorgadas,
em 1824, 1937 e 1967, quanto promulgadas, em 1891, 1934, 1946 e a atual de
1988.
1.8.1 Conceito
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O poder de editar uma nova constituição que substitui a anterior ou de editar
a primeira Constituição de um novo Estado é denominado poder constituinte
originário, uma vez que dá origem à organização fundamental do Estado. Já o poder
de reformar a Constituição, de modificá-la, de emendá-la, é denominado de poder
constituinte derivado. A principal manifestação do poder constituinte derivado é o
poder de emendar a Constituição, poder esse estabelecido no art. 60 da
Constituição brasileira.
Enfim, a ideia da existência de um poder constituinte, é o suporte lógico da
existência de uma Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico e que,
em regra, não poderá ser modificada pelos poderes constituídos. Pois se trata da
denominada Constituição dogmática, que se apresenta como produto escrito e
sistematizado por um órgão constituinte, com base em princípios e ideias
fundamentais da teoria política e do direito dominante, diferentemente da
Constituição histórica, que é fruto da lenta e contínua síntese da história e tradições
de determinado povo, exemplo da Constituição Inglesa.
1.8.2 Espécies
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Reformador é o poder inerente à Constituição rígida que se destina a
modificá-la e atualizá-la, trata-se de um poder que, previsto na própria Constituição,
é encarregado de fazer alterações que ela necessita. É um poder de Direito, tem,
portanto, natureza jurídica, estando submetido às regras estabelecidas na
Constituição. E o decorrente é aquele que cria parâmetros para a elaboração das
constituições estaduais. Refere-se à auto-organização dos estados-membros.
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Se a norma não possui qualquer eficácia, então se fala em “letra morta“ ou “direito
no papel”.
Exemplo: Se todos os motoristas que ultrapassem o limite de velocidade nas
estradas brasileiras forem efetivamente punidos, então é possível afirmar que as
normas em questão são plenamente eficazes. O mesmo aconteceria se todos os
motoristas respeitassem o limite de velocidade nas estradas brasileiras. Não
ultrapassando o limite de velocidade, eficácia do preceito: 70%; eficácia da sanção:
30%. A eficácia que resulta do respeito espontâneo da norma é denominada eficácia
do preceito ou primária. A eficácia que resulta da intervenção repressiva do Estado
pode ser qualificada como eficácia da sanção ou secundária.
São elas:
Normas de Eficácia Plena: Aquelas que desde a promulgação possui
todos os elementos necessários para sua pronta e integral aplicação. Não há
necessidade de legislação infraconstitucional.
Divide-se em:
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b) Normas de princípios programáticos: aquelas que preveem um fim a ser
executado pelo Estado ou determinando que o Estado cumpra um programa, como
exemplo, temos os artigos 196 e 205, CF, o legislador não é obrigado a legislar, ante
a norma programática, mas, se o fizer, não poderá contrariá-la.
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Porém, para que haja uma rigidez constitucional, diferenciando o poder
constituinte originário do derivado, é necessária a existência de um controle de
constitucionalidade, pois controlar a constitucionalidade significa impedir a
subsistência de inconstitucionalidades de forma a assegurar a supremacia da
Constituição. É a verificação da adequação de um ato jurídico, particularmente a lei,
à Constituição.
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tribunal declara a inconstitucionalidade de alguma lei, portanto não se aplicando, o
que nela está disposto, para a situação específica discutida no processo.
No Brasil, salvo na Constituição do Império, sempre houve a adoção do
controle difuso de constitucionalidade repressivo jurídico ou judiciário, em que é o
próprio poder judiciário quem realiza o controle da lei ou do ato normativo, já
editado, perante a Constituição Federal, para retirá-los do ordenamento jurídico,
desde que contrários à Carta Magna.
Na atual Constituição foram adotados os dois sistemas de controle do
judiciário de constitucionalidade repressiva. O primeiro, denominado controle difuso,
por via de exceção, é aquele em que todos os juízes e tribunais poderão realizar o
controle de constitucionalidade. O segundo será exercido por via de ação direta,
denominando-se concentrado.
1.9.5 A Inconstitucionalidade
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com a Constituição”, mas ainda com o não “omitir a aplicação de normas
constitucionais quando a Constituição assim o determina”.
Para Lúcio Bittencourt (2003), “a inconstitucionalidade é um estado – estado
de conflito entre uma lei e a Constituição”. Lei ou ato normativo inconstitucional, por
não se adequar ao preceito constitucional, ocorre quando a lei não observa os
requisitos constitucionais em relação à sua forma, havendo um vício no processo de
produção normativa, por exemplo, havendo uma lei de iniciativa de um deputado que
modifique os efetivos das Forças Armadas, esta lei será inconstitucional por vício de
iniciativa, que, no caso, é privativa do Presidente da República.
Também ocorre quando a lei trata de uma matéria incompatível com a
Constituição, por exemplo, lei penal que estabelece a pena de morte para quem
cometer determinado crime. É bom saber que a emenda constitucional também
pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade, pois se trata de fruto de
elaboração do poder constituinte reformador. Se violar uma cláusula pétrea, este ato
normativo também poderá ser considerado inconstitucional.
Têm legitimidade para propor a ação direta de inconstitucionalidade:
Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos
Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do
Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; Procurador-Geral da
República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; Partido Político
com representação no Congresso Nacional; Confederação Sindical ou Entidade de
Classe de Âmbito Nacional.
Já a competência para processar e julgar a ação direta de
inconstitucionalidade é exclusivamente do Supremo Tribunal Federal, previsto no art.
102, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal. A Lei que trata do procedimento da
ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade é
a nº 9.868/99.
Após a inconstitucionalidade ser declarada pelo STF, deve a decisão ser
comunicada ao Senado Federal. Este deverá suspender a execução da lei declarada
inconstitucional (art. 52, X, da Constituição Federal).
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A Inconstitucionalidade pode ser por ação e por omissão. A
Inconstitucionalidade por ação é de fácil compreensão. O agente produz um ato
normativo que, de algum modo, contraria a Constituição. Já na Inconstitucionalidade
por omissão ocore quando a Constituição é contrariada pela inércia de quem tinha o
dever constitucional de agir. Assim, na ação de inconstitucionalidade por omissão,
introduzida pela CF de 1988, cujo seu objeto é suprir a omissão dos poderes
constituídos, que deixaram de elaborar a norma regulamentadora que possibilita o
exercício de um direito previsto na Constituição, veio a ser disciplinado pela Lei
12.063/2009. Têm legitimidade ativa para propor a ação de inconstitucionalidade por
omissão, as mesmas pessoas e órgãos que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade. Proposta a ação, não se admitirá desistência. Declarada a
inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao poder competente para
adoção das medidas necessárias.
Essa ação assemelha-se ao mandado de injunção. Ambos os instrumentos se
aplicam no caso de uma regulamentação faltante, porém apresentam algumas
diferenças. Pode ela ser movida por certas pessoas.
O Mandado de Injunção, como veremos mais tarde, pode ser impetrado por
qualquer interessado. Existe também a ação direita de inconstitucionalidade para
fins interventivos, que foi introduzida pela Emenda Constitucional n° 3, que visa a
obter a declaração de inconstitucionalidade em virtude da ofensa a princípio
constitucional sensível, viabilizando a deflagração do processo de intervenção
federal.
Princípios chamados sensíveis não podem ser violados pelos Estados-
membros ou pelo Distrito Federal no exercício de suas competências legislativas,
tais como a forma republicana, sistema representativo, regime democrático, dentre
outros. Já a Ação Declaratória de Constitucionalidade tem como objetivo a obtenção
do Judiciário de declaração da constitucionalidade de determinada norma em
abstrato com fins de solucionar previamente futuros conflitos.
Com esta ação, o STF ratifica a presunção de validade que todas as leis
possuem. Foi introduzida pela Emenda Constitucional n° 3 e atualmente é prevista
pela Constituição Federal em seu art. 102, I, “a” e pela Lei 9.868 que estabelece o
procedimento.
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Têm legitimidade para propor a ação declaratória de constitucionalidade:
Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos
Deputados; Procurador Geral da República. A competência para processar e julgar a
ação declaratória de constitucionalidade é exclusivamente do Supremo Tribunal
Federal.
A declaração de constitucionalidade tem poder vinculante, sujeitando os
demais órgãos judiciários em causas idênticas, que não mais podem ser decididas
de forma diversa. Esse poder vinculante ou força vinculante foi inserido no direito
positivo por meio da Emenda Constitucional nº 45/2004, a qual introduziu o art. 103-
A à Constituição Federal de 1988.
A instituição da súmula vinculante, pela EC 45/04, surgiu a partir da
necessidade de reforço à ideia de uma única interpretação jurídica para o mesmo
texto constitucional ou legal, de maneira a garantir a segurança jurídica e o princípio
da igualdade, pois os órgãos do poder judiciário não devem aplicar as leis e os atos
normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar desigualdades
arbitrárias, devendo utilizar-se de todos os mecanismos constitucionais no sentido
de conceder às normas jurídicas uma interpretação única e igualitária.
Assim, a súmula com o efeito vinculante é a modalidade que não possui
apenas o caráter de orientação, pois obriga os demais órgãos do Judiciário a
seguirem determinada interpretação emitida pelo Supremo Tribunal Federal. Porém,
é importante lembrar que essa ideia já fora adotada no Império, quando em 1876 o
Supremo Tribunal de Justiça passou a ter a possibilidade de editar assentos com
força de lei, em relação à inteligência das leis civis, comerciais e criminais, quando
na execução delas ocorrem dúvidas manifestadas no julgamento divergentes do
mesmo tribunal, das relações e dos juízes, porém sem que tivesse sido utilizado até
a proclamação da República.
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sentido e o alcance da norma jurídica. Consiste em explicar ou esclarecer dúvidas
ocasionadas por ambiguidades do texto, má redação ou imperfeições no emprego
da terminologia técnica.
O intérprete, para a realização de sua tarefa, deve analisar os diferentes
significados possíveis da norma e indagar-se qual deles é o mais exato. Portanto,
interpretar um texto legal significa, em última análise, decidir por uma entre muitas
possibilidades interpretativas que se apresenta como a mais pertinente, razoável e
justa.
A interpretação jurídica constitui a atividade prática de descobrimento do
conteúdo, do significado e do alcance de determinada norma, dentro do contexto
para decidir um caso concreto. A interpretação constitucional compõe um ponto
especial dentro da interpretação jurídica, em face da supremacia constitucional e do
singular papel jurídico e político do texto magno no ordenamento jurídico.
As finalidades a serem perseguidas pela interpretação constitucional são de
grande importância, porque visam à garantia da efetividade da Carta Magna e
aplicabilidade de seus preceitos. A primeira finalidade básica da interpretação
constitucional é garantir o máximo de efetividade do texto magno, consagrando sua
força normativa e garantindo a interpretação de todo o ordenamento jurídico em
conformidade com suas normas.
Existem alguns princípios que devem ser sempre lembrados quando
tivermos de interpretar a Constituição:
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Princípio da harmonização: a interpretação deve evitar o sacrifício total de
um dos bens jurídicos em conflito.
Princípio da força normativa da constituição: deve ser adotada a
interpretação, dentre várias possíveis, que garanta maior eficácia,
aplicabilidade e permanência das normas constitucionais.
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Na época da ditadura, o poder não vinha do povo, e sim das forças armadas,
que exerciam sua autoridade em desinteresse do povo, é por isso que hoje vivemos
sob uma Democracia, que significa regime ou poder guiado pelo povo. Muitas vezes,
questionamos o porquê da existência de uma constituição se, apesar de tudo,
continua a haver inúmeras injustiças, cometidas, inclusive, pelas entidades
governamentais. Será que, por isso, podemos dizer que a Constituição “não
funciona”? Acho que não.
O que precisamos é ajustá-la a nossa realidade social, pois há dispositivos
que não passaram da folha de papel, como exemplo, temos o art. 208, I, III, IV (é
dever do Estado assegurar a educação) e 227 § 1° ( é dever do estado promover
programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente), não são
aplicados efetivamente. Então, cabe a cada um de nós lutar para que ela seja
observada em todos os atos da vida civil.
Como diz Alexandre de Moraes (2005): “não basta somente conhecer a
Constituição, mais do que isso, impõe-se respeitá-la”.
FIM DO MÓDULO I
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