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Ano letivo 2017/2018

Glossário de História A

Legenda da imagem: Paris, Vogue, de Edward B. Gordon, óleo sobre tela, 2014
Disciplina: História A
Discente: Margarida Damião Rodrigues 12 LH1 Nº15
Docente: Ana Maria Manteigas
Módulo 9 - Alterações geostratégicas, tensões políticas
e transformações socioculturais no mundo atual
Cronologia
Época Contemporânea
1980 - Zonas Económicas Especiais na China / R. Reagan, presidente dos
EUA;
1981 - Exposição “Um Novo Espírito na Pintura”, Londres;
1984 - Violência entre hindus e sikhs na Índia;
1985 - Cavaco Silva, primeiro-ministro de Portugal / M. Gorbatchev no
poder;

Figura 1-Aníbal Cavaco Silva, Figura 2- Gorbatchev brinda com a primeira-


Primeiro-Ministro. dama estadunidense Nancy Reagan.

1986 - Portugal na CEE / Desastre nuclear de Chernobyl;

Figura 3- Usina de Chernobyl, danificada após a explosão.

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1989 - Desagregação do bloco soviético / Queda do Muro de Berlim;

Figura 4- Destruição do Muro de Berlim.

1990 - World Wide Web / Eleições livres na Nicarágua e no Chile;


1991 - Guerra na Jugoslávia / Guerra do Golfo;

Figura 5- Da esquerda para direita, Figura 6- No topo: Formação de aviões


sentido horário: soldados e policiais norte-americanos (2x F-16, 2x F-15C, 1x F-
eslovenos transportando prisioneiros do 15E) voando sobre os poços de petróleo
JNA; um tanque M-84 iugoslavo Kuwaitianos em chamas. No meio à esq.:
danificado durante a batalha de veículo de engenharia M728. No meio à
Vukovar; armamentos antitanque dir.: Soldados Britânicos. Em baixo à esq.:
durante o cerco de Dubrovnik; covas das veículos Iraquianos destruídos na "rodovia
vítimas do massacre de Srebrenica de da morte”. Em baixo à dir.: veiculo a ser
1995; um veículo blindado da ONU em atingido (imagem da câmara de aquisição
Sarajevo durante o cerco da cidade. de alvos da aeronave).

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1992 - Tratado de Maastricht / 1º Cimeira da Terra;

Figura 7- O Tratado de Maastricht significou


uma maior integração entre os então 12
Estados-membros da Comunidade.

1993 - Acordos Israel-palestinos;


1994 - Genocídio no Ruanda;

Figura 8- Isaac Rabin, Bill Clinton e Yasser


Arafat durante os Acordos de Oslo.

Figura 9- Um memorial as vítimas do genocídio


em Nyamata, feito com o crânio das pessoas
assassinadas. As caveiras mostram marcas de
violência, como buraco de tiros e aberturas
causadas por facões e machados.

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1995 - António Guterres, primeiro-ministro de Portugal / Europa dos 15
1996 - Criação da CPLP;

Figura 11-Cerimónia da Assinatura do Ato Constitutivo. Figura 10-O Primeiro-Ministro


António Guterres.
1997- Protocolo de Quioto;
1988 - Expo 98, Lisboa;
1999 - 1º Fórum Social Mundial
/ Transferência de Macau para China;
2001 - Ataques terroristas nos
EUA;

Figura 12- O antes e depois da Expo 98.

Figura 13- O pior ataque


terrorista em solo americano.

2002 - Durão Barroso, primeiro-ministro de Portugal / Circulação do euro;

Figura 14- Durão Barroso (à esquerda)


enquanto primeiro-ministro de Portugal num
encontro na Casa Branca com o então
presidente dos EUA George W. Bush.

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2003 - Descodificação do genoma humano / Invasão do Iraque;
2004 - Europa dos 25 / Genocídio no
Sudão.

Figura 15- Em março as tropas dos EUA


invadem o Iraque.

Figura 16- Mural de protesto contra o Genocídio.

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Resumo do módulo
O fim do sistema internacional da Guerra-fria e a persistência da dicotomia
Norte-Sul
O fim do modelo soviético. No curto espaço de tempo que vai de 1985 a1991,
a história mundial sofreu modificações profundas: a guerra-fria terminou de forma
inesperada, as democracias populares europeia aboliram o comunismo, as duas
“Alemanhas” fundiram-se num só estado e a URSS desintegrou-se, deixando os
EUA sem concorrente ao lugar de superpotência mundial.
Uma nova política. Gorbatchev encara de frente a deterioração que o
sistema vinha a sofrer desde os tempos de Brejnev. Enquanto o nível de vida da
população baixava, o atraso económico e tecnológico, relativamente aos EUA,
crescia a olhos vistos, e só com muitas dificuldades o país conseguia suportar os
pesados encargos decorrentes da sua vasta influência no mundo. Neste contexto,
Gorbatchev enceta uma política de diálogo e aproximação do ocidente, propondo
aos americanos o reinício das conversações sobre o desarmamento. O líder
soviético procura, assim, criar um clima internacional estável que refreie a corrida
ao armamento e permitia à URSS utilizar os seus recursos para a reestruturação
interna. Decidido a ganhar o apoio popular para o seu arrojado plano de renovação
económica, ao qual chamou Perestroika (reestruturação), Gorbatchev inicia, em
simultâneo, uma ampla abertura política, conhecida como Glasnost
(transparência). A Perestroika propõe-se descentralizar a economia, estabelecendo
a gestão autónoma das empresas, paralelamente, incentivava-se a formação de um
sector privado parcial. Enquanto isso, a Glasnost apela à denúncia da corrupção, à
crítica e à participação efetiva dos cidadãos na vida política. Em março de 1989,
esta abertura democrática reforça-se com as primeiras eleições verdadeiramente
pluralistas e livres na União Soviética.
Pese embora estas alterações, persiste a dicotomia Norte-Sul. Os países do
hemisfério Sul continuam muito desfasados do desenvolvimento que caracteriza
os países do Norte. Algumas organizações internacionais de solidariedade tentam
continuar dar um contributo para amenizar o sofrimento de muitos seres humanos
privados dos seus direitos essenciais. A UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura), fundada em 1946, e a UNICEF (Fundo
Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas), constituída em
1945, são duas das mais activas organizações que têm uma intervenção permanente
nos pontos do Mundo menos desenvolvidos.

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A Europa de Leste – a desagregação do bloco soviético
Há muito reprimida, a contestação ao regime imposto por Moscovo alastrou
e endureceu, começando a abalar as estruturas do poder. A linha dura dos partidos
comunistas europeus não contou agora com a intervenção militar russa, para
“normalizar” a situação. A doutrina da “soberania limitada” foi, assim, posta de
lado, e os antigos países-satélites da URSS puderam, finalmente, escolher o seu
regime político.
No ano de 1989, uma vaga de democratizadora varre o Leste. Neste processo,
a “cortina de ferro”, que, há quatro décadas, separava a Europa, levanta-se
finalmente: as fronteiras do Ocidente são abertas e, em 9 de novembro, perante
um mundo estarrecido, cai o Muro de Berlim. Depois de uma ronda de negociações
entre os dois estados alemães e os quatro países que ainda detinham direitos de
ocupação, a Alemanha reunifica-se. Em novembro de 1990 é anunciado, o fim do
Pacto de Varsóvia e, pouco depois, a dissolução do COMECON. Nesta altura, a
dinâmica política desencadeada pela Perestroika torna-se já incontrolável,
conduzindo, ao fim da própria URSS. Mosaico de povos, culturas e religiões que só
uma mão férrea tinha conseguido manter unidos, o extenso território das
Repúblicas Soviéticas desmembra-se. O processo começa nas Repúblicas Bálticas,
anexadas por Estaline. Eleito, como independente, presidente da República da
Rússia, em junho de 1991, Ieltsin reforça o seu prestígio em agosto ao encabeçar a
resistência a um golpe de estado dos saudosistas do partido, que pretendiam
retomar o poder e parar as reformas em curso. Pouco depois, no rescaldo do golpe,
o novo presidente toma a medida extrema de proibir atividades do partido
comunista. No Outono de 1991, a maioria das repúblicas declara a sua
independência. Em 21 de Dezembro, nasce oficialmente a CEI (Comunidade dos
Estados Independentes), à qual aderem 12 das 15 Repúblicas que integravam a
união soviética.
Os problemas de transição para a economia de mercado. A Perestroika tinha
prometido aos soviéticos uma melhoria acentuada e rápida do nível de vida. Mas,
ao contrário do previsto, a reconversão económica foi um fracasso e a economia
deteriorou-se rapidamente. O fim da economia planificada significou o fim dos
subsídios estatais às empresas. Assim, muitas unidades desapareceram e outras
extinguiram numerosos postos de trabalho, considerados excedentários.
Simultaneamente, o descontrolo económico e a liberalização dos preços
desencadearam uma inflação galopante que a subida de salários não acompanhou.
Em contrapartida, a liberalização económica enriqueceu um pequeno grupo que,
em pouco tempo, acumulou fortunas fabulosas. Os países de Leste viveram,
também, de forma dolorosa, a transição para a economia de mercado. Privados dos
chorudos subsídios que recebiam da União Soviética, os antigos satélites da URSS
sofreram uma brusca regressão económica. Com excepção da RDA, que recebeu
vultuosos subsídios da Alemanha Ocidental. Tal como na Rússia, o caos económico

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instalou-se e as desigualdades agravaram-se. A percentagem de pobres elevou-se,
em apenas uma década (1988-1998), de 2 para 21% da população total.
Os polos de desenvolvimento económico: Os EUA – caracterização
Profundamente desigualitário, o mundo atual concentra a maior parte da
sua riqueza e da sua capacidade tecnológica em três polos de intenso
desenvolvimento: os Estados Unidos, a União Europeia e a zona da Ásia-Pacífico.
A este poder económico concentrado, põe-se a hegemonia político-militar de um
único país: os Estados Unidos.
Prosperidade económica. Os EUA são o quarto maior país do mundo e o
terceiro mais populoso. Um PNB de mais de 10.2 biliões de dólares faz deles a
primeira potência económica mundial. Terra das oportunidades desde o seu
nascimento, a América do Norte glorifica, ainda hoje, o espírito de iniciativa
individual e a imagem do multimilionário bem-sucedido. A “livre empresa”
contínua no centro da filosofia económica do país e o estado incentiva-a,
assegurando-lhe as condições de uma elevada competitividade. Pátria de
gigantescas multinacionais, os EUA vivem também de uma densa rede de pequenas
empresas.
Os sectores de atividade. Marcadamente pós-industrial, a economia
americana apresenta um claro predomínio do sector terciário. A América é, hoje, o
maior exportador de serviços do mundo, sobretudo, na área de seguros,
transportes, restauração, cinema e música. Altamente mecanizadas, as unidades
agrícolas e pecuárias americanas têm uma elevadíssima produtividade. Assim, e
apesar de algumas dificuldades geradas pela concorrência, os EUA mantêm-se
como maior exportador de produtos agrícolas. Pelo seu dinamismo, a agricultura
americana alimenta ainda um conjunto de vastas indústrias. Este verdadeiro
complexo agroindustrial envolve mais de 20 milhões de trabalhadores e representa
cerca de 18% do PIB americano. Responsável por um quarto da produção mundial,
a indústria dos EUA sofreu, nos últimos 30 anos, uma reconversão profunda. Os
sectores tradicionais, entraram em declínio e, com eles, decaiu também a
importância económica da zona nordeste.
Novos laços comerciais. O partido que os Estados Unidos retiram da sua
implantação na América e na área do Pacífico reforçou-se durante a presidência de
Bill Clinton. Numa tentativa de contrariar o predomínio comercial da UE, Clinton
procurou estimular as relações económicas com a região do Sudeste Asiático,
revitalizando a APEC. No mesmo sentido, o presidente impulsionou a criação da
NAFTA, que estipula a livre circulação de capitais e mercadorias (não de pessoas)
entre os EUA, Canadá e México.
Dinamismo científico-tecnológico. Liderando a corrida tecnológica, os EUA
asseguram na viragem para o séc. XXI, a sua supremacia económica e militar. Os
EUA são, hoje, a nação que mais gasta em investigação científica. Para além dos
centros que dele diretamente dependem, o Estado Federal tem um papel decisivo

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no fomento da pesquisa privada. O avanço americano fica, também, a dever-se à
criação precoce de parques tecnológicos – os tecnopolos –, que associam
universidades prestigiadas, centros de pesquisa e empresas, que trabalham de
forma articulada.
Hegemonia político-militar. No início dos anos 90, o fim da guerra-fria
trouxe ao mundo a esperança de uma época nova. Dessa esperança se fez eco o
presidente dos EUA, George Bush (pai), ao defender a criação de uma “nova ordem
mundial”. É invocando esta ordem nova, que se pretende criar, que as Nações
Unidas aprovam uma operação militar multinacional com o fim de repor a
soberania do Kuwait, invadido, pelo vizinho Iraque. A libertação do Kuwait
(conhecida como guerra do Golfo) iniciou-se em janeiro de 1991 e exibiu, perante
o mundo a superioridade militar dos Estados Unidos. Este primeiro conflito pós-
guerra-fria inaugurou oficialmente a época da hegemonia mundial americana. O
poderio americano afirmou-se inequivocamente, apoiado pelo gigantismo
económico e pelo investimento maciço no complexo industrial militar. É a única
superpotência da última década, em virtude do papel preponderante e activo que
tem desempenhado na geopolítica do globo. Assim, os EUA multiplicaram a
imposição de sanções económicas, reforçaram o papel da NATO e assumiram um
papel militar ativo que serviu de suporte à polémica invasão do Iraque, que, em
2003, derrubou o regime de Sadam Hussein.
Os polos de desenvolvimento económico: A União Europeia
Unir um velho continente, formado por tantas nações orgulhosas e
independentes, parece um projeto assaz ambicioso. Etapa a etapa, no entanto, o
projeto tem progredido.
Consolidação da comunidade: do ato único à moeda única. Embora o
tratado de Roma abrisse perspetivas para uma completa integração económica e,
até, de uma futura união política, o 1.º grande objetivo da CEE foi a união aduaneira.
Os estados membros acordaram o estabelecimento de uma política agrícola
comum, de ações concertadas de combate ao desemprego, de ajudas às regiões
menos favorecidas, de um sistema monetário europeu, entre outras medidas.
Apesar destes avanços, a comunidade enfrentava no início dos anos 80, um período
de marasmo e descrença nas suas potencialidades e no seu futuro. Os esforços do
novo presidente conduziram, em 1986 à assinatura do Ato Único Europeu, que
previa, para 1993, o estabelecimento do mercado único onde, para além de
mercadorias, circulassem, livremente, pessoas, capitais e serviços. Em 1990,
começam as negociações com vista ao aumento das competências da comunidade.
Estas negociações desembocam no célebre tratado da união europeia,
assinado na cidade holandesa de Maastricht. O tratado, que entra em vigor em
1993, ao mesmo tempo que o mercado único, estabelece uma união europeia
fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico e de longe, o mais

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desenvolvido; o da política externa e da segurança comum; e o da cooperação nos
domínios da justiça e dos assuntos internos.
Maastricht representou um largo passo em frente no caminho da união,
quer pelo reforço dos laços políticos, quer, sobretudo, por ter definido o objetivo
da adoção de uma moeda única, de acordo com um calendário rigoroso e
predeterminado. A 1 de janeiro de 1999, 11 países, aos quais viera juntar-se a Grécia,
inauguram oficialmente o euro, que entra, então nos mercados de capitais. O euro
completou a integração das economias europeias. A CEE tornou-se a maior
potência comercial do mundo, com um PIB conjunto semelhante ao dos EUA; o
seu mercado interno, com mais de 355 milhões de consumidores (Europa dos 15),
apresenta um elevado nível de consumo e uma mão-de-obra muito qualificada;
possui, também, uma densa rede de transportes e comunicações.
Da Europa dos 9 à Europa dos 25. Em 1981, a Grécia torna-se membro efetivo
da comunidade; a adesão dos dois países ibéricos formaliza-se em 1985, com efeitos
a partir do ano seguinte. A entrada destes três novos membros colocou à CEE o seu
primeiro grande desafio, já que se trava de um grupo de países bastante atrasados
relativamente aos restantes membros. Em 1992, o Conselho Europeu de Lisboa
recebeu, com agrado, as candidaturas da Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega,
países cuja solidez económica contribuiria para o reforço da comunidade. A Europa
passa a funcionar a 15. Entretanto, os desejos de adesão dos países de Leste eram
olhados com apreensão, limitando-se a comunidade, no início, a implementar
planos de ajuda às economias em transição.
Em 1 de maio de 2004, a Europa enfrentou o desafio imenso, impensável, de
unir o Leste e o Oeste, o Norte e o Sul. Em 2007 entram a Roménia e Bulgária.
As dificuldades de construção de uma Europa política. Nos últimos 50 anos,
os europeus têm-se dividido no que toca ao futuro do seu continente. O
euroceticismo e a resistência a todas as medidas que impliquem transferências de
soberania são comuns a vários estados-membros. O Tratado de Maastricht para
além de ter introduzido o poderoso elemento de coesão que é a moeda única, criou,
também, a cidadania europeia e alargou a ação comunitária a questões como o
direito de asilo, a política de imigração e a cooperação de assuntos internos. A
forma relutante como muitos europeus vêem a união, resulta em parte, da fraca
implantação popular do sentimento europeísta.
Novas perspetivas. As dificuldades de uma união política viram-se
substancialmente acrescidas pelos sucessivos alargamentos da comunidade, que
obrigam a conjugar os interesses de países muito diferentes e a rever o
funcionamento das instituições.

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Os polos de desenvolvimento económico: O Japão
O designado “milagre japonês” beneficiou de uma conjuntura favorável. As
ajudas financeiras e técnicas, por parte dos EUA, permitiram uma rápida
reconstrução económica do Japão. Apesar disto, os japoneses também criaram
condições necessárias à sua prosperidade: um sistema político estável permitiu a
atuação concertada entre o Governo e os grandes grupos económicos. O Estado
interveio ativamente na regulação do investimento, na concessão de créditos, na
proteção das empresas e o mercado nacional. Também canalizou a maior parte dos
investimentos públicos para o sector produtivo e absteve-se em matéria de
legislação social.
A mentalidade japonesa foi também um importante fator de crescimento.
Dinâmicos e austeros, completamente devotados à causa da reconstrução nacional
e ao seu trabalho em particular, empresários e trabalhadores cooperaram
estreitamente na realização de objetivos comuns.
Munido de mão-de-obra abundante e barata e de um sistema de ensino
abrangente, mas altamente competitivo, o Japão lançou-se à tarefa de transformar
na primeira sociedade de consumo da Ásia.
O primeiro grande surto de crescimento ocorreu entre 1955 e 1961 quando a
produção industrial praticamente triplicou. Os sectores que adquirem maior
dinamismo são os da indústria pesada e dos bens de consumo duradouros. O
comércio externo acompanha também esta expansão.
O segundo surto foi entre 1961 e 1971, período durante o qual a produção
industrial duplicou e criaram-se 2,3 milhões de postos de trabalho. Este
crescimento também assenta em novos sectores, como a produção de automóveis,
e televisões.
Tudo isto fez do Japão a terceira maior potência do mundo.
O espaço económico da Ásia - Pacífico
Nos anos 90 tornou-se um polo de desenvolvimento intenso, capaz de
concorrer com os EUA e a UE. A economia desta região desenvolveu-se em três
fases consecutivas: em 1.º lugar emergiu o Japão; depois os quatro dragões (ou
tigres) asiáticos: Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan; os países do
sudoeste, Tailândia, Malásia e Indonésia, seguidos pela República Popular da
China.
Os quatro dragões. O sucesso do Japão serviu de incentivo e de modelo à 1.ª
geração de países industriais do Leste asiático. Não faltava vontade política,
determinação e capacidade de trabalho. Tomando como objetivo o crescimento
económico, os governos procuraram atrair capitais estrangeiros. A industrialização
asiática explorou mão-de-obra abundante e disciplinada, capaz de trabalhar longas
horas diárias por muito pouco dinheiro. Esta mão-de-obra esforçada e barata

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permitiu produzir, a preços imbatíveis, têxteis e produtos de consumo corrente,
que inundaram os mercados ocidentais. Os “quatro dragões” constituíram um
tremendo sucesso económico.
Da concorrência à cooperação. Apesar do seu enorme êxito, os novos países
industrializados (NPI) da Ásia confrontavam-se com dois problemas graves: o 1.º
era a excessiva dependência face às economias estrangeiras; o 2.º era a intensa
rivalidade que os separava. Quando a economia ocidental abrandou, nos anos 70,
os países asiáticos foram induzidos a procurar mercados e fornecedores mais
próximos da sua área geográfica. Voltaram-se então, para os membros da ASEAN,
organização económica que aglutinava alguns países do Sudeste Asiático. Nascida
em 1967, a ASEAN, agrupava a Tailândia, a Malásia, a Indonésia e Filipinas, países
cujas economias se encaixavam perfeitamente na do Japão e nas das quatro novas
potências: eram ricos em matérias-primas, nos recursos energéticos e nos bens
alimentares de que os cinco necessitavam. Agarrando a oportunidade, as duas
partes deram início a uma cooperação regional estreita: o Japão, a Coreia do Sul e
o Taiwan iniciaram a exportação de bens manufaturados e tecnologia para os países
do Sudeste e, obtiveram, em troca, os produtos primários que pretendiam. Este
intercâmbio permitiu a emergência de uma 2.ª geração de países industriais na
Ásia: a Tailândia, a Malásia e a Indonésia, desenvolveram a sua produção. A região
começou, assim, a crescer de forma mais integrada. O Japão e os “quatro dragões”
produzem mercadorias de maior qualidade e preço; a ASEAN dedica-se a bens de
consumo, de preço e qualidade inferior. Os estados do “arco do pacífico” tornaram-
se, um pólo económico articulado, com elevado volume de trocas inter-regionais.
O crescimento asiático alterou a balança da economia mundial, ate aí concentrada
na tríade EUA, Europa e Japão. Em 1997, Hong Kong e Singapura colocaram-se
entre os 10 países mais ricos do mundo. O crescimento teve, no entanto, custos
ecológicos e sociais muito altos, a Ásia tornou-se a região mais poluída do mundo
e a sua mão-de-obra permaneceu, pobre e explorada.
A China – caracterização
Seguindo uma política pragmática, Deng dividiu a China em duas áreas
geográficas distintas: o interior, essencialmente rural, permanecia resguardado da
influência externa; o litoral abrir-se-ia ao capital estrangeiro, integrando-se
plenamente no mercado internacional.
A China camponesa não acompanhará o surto de desenvolvimento do país.
O sistema agrário foi, no entanto, profundamente reestruturado. Em cerca de 4
anos as terras foram descolectivizadas e entregues aos camponeses, que puderam
comercializar os excedentes, num mercado livre.
Quanto à indústria, sofreu uma modificação radical. A prioridade à
indústria pesada foi abandonada em favor dos produtos de consumo e a autarcia
em favor da exportação.

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Dotadas de uma legislação ultraliberal, as “Zonas Económicas Especiais”
foram favoráveis aos negócios. As empresas de todo o Mundo foram convidadas a
estabelecer-se nestas áreas.
Desde 1981 que o crescimento económico da China tem sido
impressionante.
Recém-chegada ao grupo dos países industrializados da Ásia, a China detém
um potencial muito superior ao dos seus parceiros, quer em recursos naturais,
quer, sobretudo, em mão-de-obra. Com mais de um milhar de milhão de
habitantes, a competitividade do país alicerça-se numa massa inesgotável de
trabalhadores mal pagos e sem regalias sociais.
Neste país socialista, as desigualdades entre o litoral e o interior e entre os
ricos e os pobres cresceram exponencialmente.
A aproximação da China ao Ocidente facilitou, após lentas negociações, o
acordo com a Grã-Bretanha e Portugal no sentido da transferência da soberania de
Hong-Kong e de Macau, a partir de 1997 e de 1999, respetivamente.
A questão de Timor
A ilha de Timor era desde o séc. XVI, um território administrado pelos
portugueses. Em 1974 a “revolução dos cravos” agitou também Timor-leste, que se
preparou para encarar o futuro sem Portugal. Na ilha, nasceram três partidos
políticos: UDT, APODETI e FRETILIN. O ano de 1975 foi marcado pelo confronto
entre os três países, cuja violência Portugal não conseguiu conter. o nosso país
acabou por se retirar de Timor, sem reconhecer, a legitimidade de um novo
governo. Em 7 de Dezembro de 1975, reagindo contra a tomada de poder pela
FRETILIN, o líder indonésio Suharto ordena, a invasão do território. Assim,
Portugal corta relações diplomáticas com Jacarta e apela às Nações Unidas, que
condenam a ocupação e continuam a considerar Timor um território não
autónomo. Os factos, porém, contrariavam estas decisões. Os indonésios anexaram
formalmente Timor, que, em 1976, se tornou a sua 27.ª província. Apesar de
consumada, a anexação de Timor permaneceu ilegítima. Refugiados nas
montanhas, os guerrilheiros da FRETILIN encabeçaram a resistência contra o
invasor. Quis o acaso que uma das muitas ações de repressão sobre os timorenses
fosse filmada: as tropas ocupantes abrem fogo sobre uma multidão desarmada que
homenageava, no cemitério de santa cruz, um independentista assassinado. O
massacre faz 271 mortos. As imagens, correram o mundo e despertam-no para a
questão timorense. Com a ajuda dos media, Timor mobiliza a opinião pública
mundial e, em 1996, a causa ganha ainda mais força com a atribuição do prémio
Nobel da Paz ao bispo de Díli. No fim da década, a Indonésia aceita, que o povo
timorense decida o seu destino através de um referendo. Entretanto, dá o seu apoio
à organização de milícias armadas que iniciam ações de violência e de intimidação
no território. O referendo deu uma inequívoca vitória à independência, mas
desencadeou uma escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias. Uma

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onda de indignação e de solidariedade percorreu então o mundo e conduziu ao
envio de uma força de paz multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. Sob a
proteção dessa força, o território encaminhou-se, para a independência.
A permanência de focos de tensão em regiões periféricas. A África e a
América Latina
“Continente de todos os males”, a África tem sido atormentada pela fome,
pelas epidemias, por ódios étnicos e por ditaduras ferozes.
Desde sempre muito débeis, as condições de existência dos africanos
degradaram-se pela combinação de um complexo número de fatores: crescimento
acelerado da população, que abafa as pequenas melhorias na escolaridade e nos
cuidados de saúde; deterioração do valor dos produtos africanos (um progressivo
abaixamento dos preços das matérias-primas reduziu a entrada de divisas e tornou
ainda mais pesada a disparidade entre as importações e as exportações); enormes
dívidas externas dos Estados africanos; e dificuldade em canalizar investimentos
externos e a diminuição das ajudas internacionais (os programas de ajuda
diminuíram, em parte sob o pretexto de que os fundos eram desviados para a
compra de armas e para as contas particulares de governantes corruptos).
Imagens chocantes de uma fome extrema não cessam de atormentar as
consciências dos Ocidentais. O atraso tecnológico, a desertificação de vastas zonas
agrícolas e, sobretudo, a guerra são responsáveis pela subnutrição crónica dos
africanos.
A peste chegou sobre a forma da Sida, que tem devastado o continente. À
fome e à “peste” junta-se a guerra. Nos anos 90, os conflitos proliferaram e, apesar
dos esforços internacionais, mantêm-se acesos ou latentes.
Os países latino-americanos procuraram libertar-se da sua extrema
dependência face aos produtos manufaturados estrangeiros. Encetaram, então,
uma política industrial protecionista com vista à substituição das importações.
Orientado pelo Estado este fomento económico realizou-se com recurso a
avultados empréstimos.
A dívida externa refletiu-se no agudizar da situação económica das
populações latino-americanas, pois foi necessário tomar medidas de contenção
económica como despedimentos e redução dos subsídios e dos salários.
Face a tão maus resultados, a salvação económica procurou-se numa
política neoliberal. Procederam à privatização do sector estatal, sujeitando-o à lei
da concorrência e procuraram integrar as suas economias nos fluxos do comércio
regional e mundial. O comércio registou um crescimento notável e as economias
revitalizaram-se. No entanto, em 2001, 214 milhões de latino-americanos viviam
ainda mergulhados na pobreza.

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Em 1975, só a Colômbia, a Venezuela e a Costa Rica tinham governos eleitos.
Os restantes países encontravam-se sob regimes repressivos.
Na década de 1980 registou-se uma inclinação para a democracia. As
guerrilhas esmoreceram e algumas transformaram-se mesmo em partidos legais
que se integraram no sistema político institucional.
Embora firme, o caminho da América Latina rumo à democracia não está
ainda isento de dificuldades. As graves clivagens sociais, o aumento do
narcotráfico, bem como a corrupção e a violência herdadas do passado, continuam
a comprometer a estabilidade política e o futuro económico da região.
A permanência de focos de tensão em regiões periféricas. A Ásia e a Europa
A região do Médio Oriente é uma zona instável que tem assumido um
protagonismo crescente no panorama mundial. A riqueza petrolífera dos países do
Golfo Pérsico e o avanço da luta fundamentalista alteraram profundamente as
coordenadas políticas internacionais.
O fundamentalismo emergiu no mundo islâmico como uma afirmação da
identidade cultural e de fervor religioso. Revalorizando o ideal de “Guerra Santa”,
os fundamentalistas procuram no Corão as regras da vida política e social para além
da religiosa. Assim, rejeitam a autoridade laica, transformando a sharia (lei
corânica) na base de todo o direito, e contestavam os valores ocidentais que
consideram degenerados e malignos.
Apoiados pelos Estados Unidos e pelos judeus de todo o mundo,
mobilizados pelo sionismo internacional, os israelitas têm demonstrado uma
vontade inflexível em construir a pátria que sentem pertencer-lhes.
No campo oposto, os árabes defendem igualmente a terra que há séculos
ocupam. A sua determinação em não reconhecer o Estado de Israel desembocou
em conflitos repetidos que deixaram patente a superioridade militar judaica. Tal
situação induziu os Israelitas a ocuparem os territórios reservados aos
Palestinianos onde instalaram numerosos colonatos.
Uma escalada de violência tem martirizado a região. Aos atentados suicidas,
cada vez mais frequentes, sobre alvos civis israelitas, o exército judaico responde
com intervenções destruidoras, nos últimos redutos palestinianos.
Criada após a 1.ª Guerra Mundial, a Jugoslávia correspondeu ao sonho sérvio
de unir os “Eslavos do Sul”, mas foi sempre uma entidade artificial que aglutinava
diferentes nacionalidades, línguas e religiões.
Em junho de 1991, a Eslovénia e a Croácia declaram a independência.
Recusando a fragmentação do país, o presidente sérvio Slobodan Milosevic
desencadeia a guerra que só cessa, no início do ano seguinte, após a intervenção
da ONU.

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Pouco depois, a Bósnia-Herzegovina proclama, por sua vez, a
independência e a guerra reacende-se. Com a Guerra da Bósnia, a Europa revive
episódios de violência e atrocidades que julgava ter enterrado no fim da 2.ª Guerra
Mundial. Em nome da construção de uma “Grande Sérvia” levam-se a cabo
operações de “limpeza étnica”.
Finalmente, após muitos impasses e hesitações, uma força da OTAN sob
comando americano impôs o fim das hostilidades na Bósnia e conduziu aos
Acordos de Dayton (1995), que dividiram o território bósnio em 2 comunidades
autónomas, uma sérvia e outra croato-muçulmana.
No fim da década, o pesadelo regressa aos Balcãs, desta feita à região do
Kosovo, à qual, em 1989, o Governo sérvio tinha retirado autonomia. Face à revolta
eminente, desenrola-se uma nova operação de “limpeza étnica” que a pressão
internacional não conseguiu travar. A OTAN decidiu, então, intervir de novo,
mesmo sem mandato da ONU.
A viragem para uma outra era. O debate do Estado-Nação
O Estado-Nação surge como um dos principais legados do liberalismo no
séc. XIX. No séc. XX, os Estados-Nação registam uma expansão planetária,
tornando-se o elemento estruturador da ordem política internacional.
Reconhecem, todavia, os especialistas que a fórmula do Estado-Nação,
considerada modelo de organização política mais coerente do ponto de vista
jurídico e mais justo, se revela hoje ineficaz, face aos desafios que a nova ordem
internacional provoca.
Um conjunto de fatores determina a crise do Estado-Nação. São forças
desintegradoras a nível local e regional: imensos conflitos étnicos; nacionalismos
separatistas basco e catalão; crescente valorização das diferenças e especificidades
de grupos e indivíduos; no plano supranacional, os processos de integração
económica e política afetam a confiança dos cidadãos nas capacidades do Estado-
Nação para assumir as suas responsabilidades; Os mecanismos de funcionamento
de uma economia globalizada criaram fluxos financeiros a nível global que
escaparam ao controlo e à fiscalidade do Estado-Nação; Questões transnacionais
como a emergência do terrorismo e da criminalidade internacional também
contribuíram para a crise dos Estado-Nação.
Mais do que nunca, mostram-se necessários os esforços concertados das
autoridades transnacionais para responder aos complexos desafios do novo mundo
que nos rodeia.

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A explosão das realidades étnicas
As identidades agitam-se no mundo com uma intensidade acrescida desde
as últimas décadas do séc. XX.
Quase sempre, as tensões étnicas e separatistas são despoletadas pela
pobreza e pela marginalidade em que vivem os seus protagonistas, contribuindo
para múltiplos conflitos que, desde os anos 1980, têm ensanguentado a África, os
Balcãs e o Médio Oriente, o Cáucaso, a Ásia Central e Oriental.
Ao contrário dos conflitos interestáticos do período da Guerra-fria, as novas
guerras são maioritariamente intra-estáticas:
Na região do Cáucaso, as tensões étnicas mostram-se particularmente
violentas em território da ex-União Soviética;
No Afeganistão, as últimas décadas têm assistido a um crescendo de
violência e desentendimento;
No Indostão, a Índia vê-se a braços com a etnia sikh, que professa um
sincretismo hindu e muçulmano e que se disputa com a maioria hindu;
No Sri Lanka, a etnia tamil, de religião hindu, enfrenta os budistas
cingaleses;
E no Sudeste Asiático, só em 2002 Timor-leste conseguiu libertar-se da
Indonésia, depois de massacres cruéis da sua população.
Na verdade, o genocídio tem sido a marca mais terrível dos conflitos étnicos.
Multidões de refugiados cruzam fronteiras, chamando o direito à vida que as
vicissitudes da História e os erros dos homens lhes parecem negar. Os Estados
mostram-se impotentes para controlar as redes mafiosas e terroristas que se
refugiam nos seus territórios e atuam impunemente.
As questões transnacionais: migrações, segurança e ambiente
Dificilmente vivemos imunes aos acontecimentos que nos chegam pelos
media.
As questões transnacionais cruzam as fronteiras do Mundo, afetam
sociedades distantes e lembram-nos que a Terra e a humanidade, apesar das
divisões e da diversidade, são unas. Resolvê-las, minorá-las, ultrapassa o controlo
de qualquer Estado-Nação, exigindo a colaboração da ONU, de organizações
supranacionais, regionais e não governamentais.
Em 2000 existiam no Mundo cerca de 150 milhões de pessoas a viver num
país que não aquele onde tinham nascido.
Tal como há 100 anos os motivos económicos continuam determinantes nas
mais recentes nas migrações.

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Mas os motivos políticos também pesam, especialmente se nos lembrarmos
dos múltiplos conflitos regionais das últimas décadas.
A este estado de tensão e guerra se devem os cerca de 20 milhões de
refugiados que o Mundo contabiliza no início do séc. XXI.
Os países com maior número de imigrantes encontram-se no Norte. Sem
que possamos falar num aumento de imigrantes relativamente à população total
do Globo, registam-se, no entanto, mudanças na sua composição. Há mais
mulheres e mais pessoas com maior formação académica e profissional que
outrora.
Concertação, vigilância e cooperação. No início do séc. XXI, tais palavras
revelam-se especialmente pertinentes, sobretudo se tivermos em conta os
problemas de segurança com que a Humanidade se debate. Desde o 11 de Setembro
de 2001 tornou-se impossível ignorar essa ameaça internacional que é o terrorismo.
De facto, nas duas últimas décadas, o terrorismo transformou-se numa
ameaça à escala planetária. A Europa defronta-se com o terrorismo basco, irlandês,
tchetcheno, albanês, bósnio. A América Latina vê-se a braços com os atos
terroristas ocorridos na Colômbia. A América do Norte conheceu o atentado mais
violento de que há memória. A Ásia defronta-se com o terrorismo religioso e
político. Nem África escapa.
Às temidas armas nucleares acrescentam-se outros meios de destruição
maciça: as armas químicas e biológicas. Por todo o mundo, espalha-se um mercado
negro de armamento, controlado por redes mafiosas, que abastece os grupos
terroristas. A moeda de troca é, frequentemente, a droga, fomentando-se, assim,
um outro perigoso tráfico para a segurança da Humanidade.
O ambientalismo constitui uma questão incontornável do nosso tempo e
um desafio a ter em conta no futuro. Acelerou-se no último século, devido ao
crescimento demográfico e das transformações económicas experimentadas pela
Humanidade. A população mundial (em 1950 atingia os 2,5 mil milhões de seres
humanos), mais do que duplicou até ao fim do séc. XX. Ora, mais população
significa um acréscimo do consumo de recursos naturais, seja de solos, de água ou
de matérias-primas destinadas ao fabrico de bens essenciais…e supérfluos.
A destruição de florestas tropicais é um dos efeitos do crescimento
demográfico e da busca de recursos. A busca desenfreada de terras e a sua
exploração intensiva, acompanhada da destruição de ecossistemas, tornam os solos
mais vulneráveis à seca e à erosão. Os atentados à Natureza prosseguem num rol
infindável de exemplos. O progresso industrial e tecnológico provoca avultados
gastos energéticos e poluição.

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Desde a década de 1970, os cientistas revelam também grande preocupação
com a destruição da camada do ozono, essa estreita parte da atmosfera que nos
protege contra as radiações ultravioletas. O “efeito de estufa”, ou aquecimento
global, é outra das perigosas ameaças que pairam sobre a Terra. Resulta das
elevadas concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, proveniente do
crescimento populacional, do desenvolvimento industrial e da proliferação de
veículos.
Em 1992, a Cimeira da Terra avançou com um conjunto de propostas
tendentes à gestão dos recursos da Terra, para que a qualidade de vida das gerações
futuras não fique hipotecada. A tal se chamou um “desenvolvimento sustentável”.
E se os países desenvolvidos gastam fortunas com a limpeza de rios e
edifícios, o controlo de gases tóxicos, o tratamento de desperdícios e a reciclagem
de materiais, tais esforços de preservação do ambiente mostram-se terrivelmente
comprometidos, no superpovoado e pobre mundo em desenvolvimento.
De um desenvolvimento económico equilibrado e sustentável espera-se a
saúde do planeta e o bem-estar da humanidade.
A afirmação do Neoliberalismo e o declínio da militância política e do
Sindicalismo
Os choques petrolíferos da década de 1970, a inflação, o abrandamento das
atividades económicas e o desemprego, testemunhavam uma poderosa crise.
Denominada de neoliberalismo, uma nova doutrina económica propõe-se
reerguer o capitalismo tendo como grandes “laboratórios” a Grã-Bretanha e os
Estados Unidos.
Atento ao equilíbrio orçamental e à redução da inflação, o neoliberalismo
defende o respeito pelo livre jogo da oferta e da procura, e envereda por medidas
de rigor. O Estado neoliberal diminui fortemente a sua intervenção económica e
social. Pelo contrário, valoriza a iniciativa privada, incentiva a livre concorrência e
a competitividade.
No mundo dos anos 80, caminhava-se a passos largos para a globalização da
economia.
A globalização apresenta-se como um fenómeno incontornável. Apoiadas
nas modernas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), a concepção, a
produção e a comercialização de bens e serviços, bem como os influxos dos
imprescindíveis capitais, ultrapassam as fronteiras nacionais e organizam-se à
escala planetária.

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Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização.
Dinamismos socioculturais
Os Estados recuam nas medidas protecionistas e enveredam pelo livre-
câmbio. Desde finais dos anos 80 que o comércio internacional acusa um
crescimento excecional, mercê de progressos técnicos nos transportes e da criação
de mercados comuns.
Em 1995, a Organização Mundial do Comércio entra em vigor. Tendo em
vista a liberalização das trocas, incentiva a redução dos direitos alfandegários e
propõe-se arbitrar os diferendos comerciais entre os Estados-membros.
Deparamo-nos, consequentemente, na aurora do séc. XXI, com um fluxo
comercial prodigioso, num mundo que quase parece um mercado único.
Às zonas da Europa Ocidental, da Ásia-Pacífico e da América do Norte, a
chamada Tríade, cabe o papel de polos dinamizadores das trocas mundiais.
Os movimentos de capitais aceleram-se desde os anos 80. As grandes bolsas
de valores, como as de Nova Iorque, Tóquio, Londres e Singapura, mobilizam
massas crescentes de ações, em virtude de um aligeiramento das regulamentações
que pesavam sobre a circulação de capitais. Desde 1990, os investimentos externos
ultrapassam, o montante de mil milhares de milhões de dólares.
Possuindo uma tendência para a internacionalização, as grandes empresas
sofrem mudanças estruturais e adotam estratégias planetárias.
Desde os anos 90, aumenta o número de empresas em que a conceção do
produto ou do bem a oferecer, as respetivas fases de fabrico e o sector da
comercialização se encontram dispersos à escala mundial.
Eis-nos perante as firmas da era da globalização, as chamadas
multinacionais ou transnacionais. É essa lógica de rendibilidade das condições
locais que conduz, em momentos de crise ou de diminuição de lucros, as
multinacionais a abandonarem certos países. Encerram aí as suas fábricas e/ou
estabelecimentos comerciais, para os reabrirem noutros locais. A este fenómeno
chama-se deslocalização, sendo-lhe atribuída a principal razão do desemprego
crónico que grassa no Mundo.

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Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização. Primado da
ciência e da inovação tecnológica
O crescimento económico proporcionado pelo neoliberalismo e pela
globalização suscita acesos debates em finais dos anos 90.
Os seus defensores lembram que as medidas tomadas permitiram resolver
a gravíssima crise inflacionista dos anos 70, ao mesmo tempo que apreciáveis
franjas da Humanidade acederam a uma profusão de bens e serviços.
Já os detractores da globalização invocam o fosso crescente entre países
desenvolvidos e países em desenvolvimento, frisando que, nas próprias sociedades
desenvolvidas, existem casos gritantes de pobreza e exclusão. E apontam o dedo ao
desemprego, verdadeiramente incontrolável.
A alter-globalização contrapõe-lhe o projeto de um desenvolvimento
equilibrado, que elimine os fossos entre homens e povos, respeite as diferenças,
promova a paz e preserve o planeta. Porque “um outro mundo é possível”.
A ciência e a inovação tecnológica continuam a ter uma predominância no
sector do investimento público, sobretudo naqueles países que não querem perder
o “comboio” do progresso e desenvolvimento.
Portugal: a integração europeia e as suas implicações
Perdido o Império Portugal vira-se de forma determinada para a Europa,
fazendo claramente uma opção europeia, apesar de haver aqueles que
continuavam a preferir a opção atlântica tendo por base as nossas antigas colónias.
A verdade é que, aquando da instituição do poder democrático em Portugal
nos anos 70, a ideia que prevalecia às políticas de desenvolvimento territorial
(regional ou local) assentava principalmente num paradigma redistributivo, muito
característico do objetivo “coesão”: dar mais aos territórios pobres do que aos ricos,
de forma que aqueles pudessem, aos poucos, ir-se aproximando destes. Este
paradigma redistributivo continua, claramente, a ser importante em termos
europeus.
O nível local da administração portuguesa é, assim, chamado a dinamizar a
iniciativa produtiva e inovativa, apoiando as empresas e outras organizações
produtivas por processos que vão do abaixamento dos custos de instalação, à
promoção de instituições formais ou informais de concertação e cooperação entre
as unidades económicas, passando pela função de amplificação da voz das
empresas e empresários da região ou de investimento ativo na imagem externa do
território.
A nível das iniciativas do poder central refira-se a modernização das vias
rodoviárias portuguesas (empreendimentos cofinanciados pelos fundos
comunitários), que fazem equiparar Portugal, neste aspeto, aos países mais
avançados da Europa.

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A opção atlântica
A opção atlântica, no entanto, não ficou esquecida como prova a fundação
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é uma organização
assinada entre países lusófonos, que consolida a aliança e a amizade entre os
signatários. A sua sede fica em Lisboa.
A CPLP foi criada em 17 de julho de 1996 por Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. No ano de 2002, após
conquistar a independência, Timor-Leste foi acolhido como país integrante. Na
atualidade, são oito os países membros da CPLP.
Apesar da iniciativa, a CPLP é uma organização jovem buscando pôr em
prática os objetivos de integração dos territórios Lusófonos. Em 2005, numa
reunião em Luanda, Angola, a CPLP decidiu que no dia 5 de maio seria
comemorado o Dia da Cultura Lusófona pelo mundo.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa abriga uma população
superior a 230 milhões de habitantes, e tem uma área total de 10.742.000 km² -
maior que o Canadá, segundo maior país do mundo. O PIB de todos os países,
somados, supera US$ 1.700 trilião. A CPLP já foi decisiva para alguns de seus países
(na Guiné-Bissau, por exemplo, a CPLP ajudou a controlar golpes de estado).
A Comunidade é regida pelo Secretariado Executivo, que estuda, escolhe e
implementa planos políticos para a organização. Fica localizada em Lisboa. O
mandato do Secretário Executivo dura dois anos e é passível de uma recondução.
A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, bienal, estuda as
prioridades e os resultados da CPLP. O plano de ação é tomado pelo Conselho dos
Ministros dos Negócios Estrangeiros e Relações Exteriores, que acontece
anualmente. Há ainda encontros mensais do Comité de Concertação Permanente.
A bandeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ostenta oito
asas em formato de círculo. Cada uma dessas asas representa um membro da CPLP.

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Unidade 1 - O fim do sistema internacional da Guerra
Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul

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Cronologia
1980 - Áreas Económicas Especiais na China;
1983 - R. Reagan, “Guerra das Estrelas”;
1985 - Início da perestroika / Jacques Delors, presidente da Comissão
Europeia;
1986 - Entrada de Portugal e Espanha para a CEE;
1989 - Queda do Muro de Berlim / Fim da ditadura militar no Chile;
1991 - Fim da URSS / Guerra do Golfo;
1992 - Tratado de Maastricht / Guerra Civil na Somália;
1993 - Acordo Israelo-palestiniano;
1994 - Criação da NAFTA;
1995 - Fim da guerra na Bósnia;
1996 - Fim da guerrilha na Guatemala;
1997 - Hong-Kong e Singapura entre os 10 mais ricos do Mundo;
1999 - Referendo pró-independência em Timor-Leste / Transferência de
Macau para a China;
2001 - Intervenção militar no Afeganistão;
2002 - Circulação do euro;
2004 - Europa dos 25;
2005 - Rejeição da Constituição Europeia pela França e Holanda;
2010 - A China torna-se a segunda economia mundial.

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Conceitos
Cidadania Europeia- Criada pelo Tratado da União Europeia, a cidadania
da União é cumulativa com a cidadania nacional e ex0prime-se pelo direito de voto
nas eleições europeias e autárquicas na zona de residência do cidadão,
independente desta se situar no seu país de origem. Estabelece ainda o direito de
apresentar propostas (coletivas) à Comissão Europeia, endereçar petições ao
Parlamento Europeu, apresentar queixas e beneficiar de proteção diplomática, nos
países terceiros, por parte das embaixadas ou consulados de qualquer dos Estados-
membros, caso não existam delegações do país de origem.
Fundamentalismo islâmico- O fundamentalismo representa uma reação
extremista à ocidentalização sofrida pelas sociedades muçulmanas durante o
domínio estrageiro. Os fundamentalistas consideram-se os únicos depositários da
verdadeira fé e defendem que os princípios do Corão devem reger os Estados,
fundindo num só o poder político e o poder religioso. Nas últimas décadas, têm
proliferado as organizações fundamentalistas de cariz terrorista.
Perestroika- Restruturação profunda do funcionamento do modelo
soviético empreendida por M. Gorbatchev, a partir de 1985. Tendo um caráter
marcadamente económico, a perestroika assumiu também uma vertente política (a
glasnot) que procurou reconciliar o socialismo e a democracia. Embora não
pretendesse pôr em causa o regime, o fracasso económico de perestroika e a
torrente de contestação interna que a acompanhou acabaram por conduzir ao
colapso do bloco soviético e da própria URSS, no início dos anos 90.
Sionismo- Movimento nacionalista de cariz político-religioso fundado, no
fim d0 século XX, por Theodor Herzl com o objetivo de criar um Estado hebraico
na Palestina (identificada pelo vocábulo “Sião”). O sionismo advoga o regresso dos
judeus espalhados pelo mundo à sua pátria original. Em função deste ideal o Estado
hebraico promulgou, em 1950, a “lei do regresso”, que confere a nacionalidade
israelita a qualquer judeu, de qualquer parte do mundo, que pretenda habitar no
território.
Tribalismo- Apego forte a um grupo (étnico, cultural, familiar…) que leva
à rejeição dos outros grupos considerados estrangeiros e, muitas vezes, inimigos.
O sentimento de pertença a um grupo particular e o acatamento das ordens dadas
pelos seus líderes impede a formação da identidade nacional quando, num Estado,
coexistem várias “tribos”.

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Biografias
Alexander Dubček
No ano em que o Mundo assistiu à queda do muro de Berlim (1989), o
Parlamento Europeu atribuiu o prémio Sakharov a Alexander Dubcek.
A. Dubcek nasceu a 27 de novembro de 1921 em Uhrovec (atualmente
Eslováquia), algum tempo após o regresso dos seus pais à Checoslováquia.
Vive dos 3 aos 17 anos de idade no Quirguizistão, juntando-se a seu pai que
trabalhava numa cooperativa. Quando em 1938 retorna ao país, adere ao Partido
Comunista Eslovaco. Durante a II Guerra Mundial junta-se à Resistência, tendo
combatido o nazismo. A sua ascensão no seio do partido ganha aceleração após o
seu regresso de Moscovo.
Desafia abertamente o então Presidente Antonín Novotni. A liberalização
política que deseja por em prática é rapidamente travada a 21 de agosto de 1968,
quando os tanques do Pacto de Varsóvia invadem a Checoslováquia. Era o fim de
um sonho, e o início de um período de desgraça para Dubcek, que, sucessivamente,
se viu relegado para um plano irrelevante,
acabando por desempenhar as funções de simples
jardineiro, em Bratislava.
Em 1988, Alexander Dubcek sai da
obscuridade quando lhe é atribuído o grau de
Doutor Honoris causa pela Universidade de
Bolonha.
Apoiante da Revolução de Veludo, torna-se
Presidente do Parlamento da nova Checoslováquia
presidida por Vaclav Havel.
Morre em Praga, a 7 de novembro de 1992,
na sequência de um acidente de viação.

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Amos Oz
Nasceu em Jerusalém em 1939. Reside atualmente em Arad, onde se dedica
à militância a favor da paz entre palestinianos e israelitas, e é professor de literatura
na Universidade Ben Gurion no deserto do Negev. Escritor e jornalista, é autor de
uma vasta obra que inclui romances e ensaios traduzidos em mais de trinta línguas.
É, desde 1991, membro da Academia da Língua Hebraica. Os seus livros têm
recebido as mais importantes distinções internacionais, incluindo o prémio
Fémina (1988) prémio da Paz de dos Livreiros Alemães (1992), o prémio Israel
(1998), o prémio Goethe (2005) e o prémio Príncipe das Astúrias (2007).

Ban Ki-Moon
Foi o oitavo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, tendo
sucedido ao ganês Kofi Annan em 2007. Antes de se tornar secretário-geral, Ban
era um diplomata de carreira no Ministério de Relações Exteriores e Comércio da
Coreia do Sul e na ONU. Ele entrou no serviço diplomático no ano em que se
formou na universidade, assumindo seu primeiro posto em Nova Deli, Índia. No
Ministério das Relações Exteriores, ele estabeleceu uma reputação de modéstia e
competência.
Ban foi Ministro do Exterior da Coreia do Sul de janeiro de 2004 a novembro
de 2006. Em fevereiro de 2006, ele começou uma campanha para o cargo de
Secretário-Geral. Inicialmente, Ban foi considerado um tiro no escuro para o cargo.
Como ministro do exterior da Coreia do Sul, no entanto, ele estava disponível para
viajar por todos os países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
uma manobra que o transformou no principal concorrente.
Em 13 de outubro de 2006, ele foi eleito o oitavo Secretário-Geral pela
Assembleia Geral das Nações Unidas e sucedeu Kofi Annan oficialmente em 1 de
janeiro 2007. Ban conduziu inúmeras reformas importantes no tocante à
manutenção da paz e à contratação de empregados na ONU. Diplomaticamente,
Ban demonstrou opiniões particularmente fortes sobre o conflito de Darfur, onde

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ele ajudou a persuadir o presidente sudanês Omar al-Bashir a permitir que forças
de paz entrassem no Sudão; e sobre o aquecimento
global, pressionando repetidamente o ex-presidente
dos Estados Unidos George W. Bush sobre a questão.
Ban tem recebido duras críticas do Escritório de
Serviços de Supervisão Interna da ONU (ESSI), a
unidade de auditoria interna da ONU, declarando que
o secretariado, sob liderança de Ban, está "à deriva na
irrelevância".
Em 2011, Ban concorreu sem oposição para um
segundo mandato como Secretário-Geral. Em 21 de
junho de 2011, ele foi reeleito por unanimidade pela
Assembleia Geral e continuou no cargo até 31 de
dezembro de 2016.
Bill Clinton
William Jefferson "Bill" Clinton nasceu em Hope a 19 de agosto de 1946 é um
político dos Estados Unidos que serviu como o 42º presidente do país por dois
mandatos, entre 1993 e 2001. Antes de servir como presidente, Clinton foi
governador do estado do Arkansas por dois mandatos. Tomou posse aos 46 anos,
sendo o terceiro presidente mais jovem na data em que tomou posse. Ele tomou
posse no final da Guerra Fria e foi o primeiro presidente da geração baby boomer.
Ele é um ex-aluno da Universidade de Georgetown, onde foi membro das
sociedades Kappa Kappa Psi and Phi Beta Kappa e ganhou uma bolsa de estudos
Rhodes para estudar na Universidade de Oxford. Ele é casado com Hillary Rodham
Clinton, que foi secretária de Estado entre de 2009 a 2013 e foi senadora por Nova
Iorque de 2001 a 2009. Ambos os Clintons receberam diplomas de direito da
Universidade Yale, onde se conheceram.
Clinton tem sido descrito como um novo democrata. Algumas das suas
políticas, como o Acordo de Livre Comércio Norte Americano e a reforma do bem-
estar, têm sido atribuídas a uma terceira via centrista de filosofia de governação,
enquanto em outras questões a sua posição foi de centro-esquerda. Clinton
presidiu o período mais longo de expansão econômica em tempos de paz da
história americana. O Escritório de Orçamento do Congresso informou um
superavit orçamentário entre os anos de 1998 e 2000, durante os últimos três anos
da presidência de Clinton. Após uma tentativa fracassada de reforma dos cuidados
de saúde, os republicanos ganharam o controle da Câmara dos Representantes em
1994, pela primeira vez em 40 anos. Dois anos depois, em 1996, Clinton foi reeleito
e se tornou o primeiro membro do Partido Democrata desde Franklin D. Roosevelt
a ganhar um segundo mandato como presidente. Mais tarde ele foi acusado de
perjúrio e obstrução da justiça em um escândalo envolvendo uma estagiária da
Casa Branca, mas foi absolvido pelo Senado dos Estados Unidos e serviu o seu

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mandato completo. Deixou o cargo com o maior índice de aprovação de qualquer
presidente dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial. Desde então, ele esteve
envolvido em palestras e trabalhos humanitários. Baseado em sua visão de mundo,
Clinton criou o William J. Clinton Foundation
para promover e tratar as causas internacionais,
tais como tratamento e prevenção de HIV/AIDS e
do aquecimento global.
Em 2004, lançou sua autobiografia Minha
Vida, e esteve envolvido na campanha
presidencial de 2008 de sua esposa Hillary e,
posteriormente, na do presidente Barack Obama.
Em 2009, foi nomeado pelas Nações Unidas
enviado especial para Haiti. No rescaldo do
terramoto do Haiti em 2010, Clinton se uniu com
George W. Bush para formar o Fundo Clinton-
Bush.
Boris Ieltsin
Boris Nicoláievitch Iéltsin nasceu em Sverdlovsk a 1 de fevereiro de 1931 e
faleceu em Moscou a 23 de abril de 2007 foi o primeiro presidente da Rússia após
o colapso econômico da União Soviética. Iéltsin foi também o primeiro líder de
uma Rússia independente após o czar Nicolau II. Seus anos como senador e líder
da oposição no Soviete Supremo são lembrados com glória, mas seu governo,
lembrado com frustração por conta das grandes expectativas, ficou marcado na
história por reformas políticas e econômicas fracassadas e pelo caos social.
Iéltsin foi responsável pela transformação da economia socialista da Rússia
em uma economia de mercado, implementando a chamada "terapia de choque",
com programas de privatizações e liberalização econômica. Graças aos meios como
foi conduzido este processo, uma grande parcela da riqueza nacional caiu nas mãos
de um restrito grupo de milionários, que ficariam conhecidos como "oligarcas
russos". A era Iéltsin foi marcada pela corrupção excessiva e generalizada, inflação,
colapso econômico e enormes problemas políticos e sociais que afetaram a Rússia
e também as demais repúblicas da União Soviética. Alexander Rutskoi, opositor de
Iéltsin, denunciou as reformas do adversário, considerando-as um "genocídio
econômico".
Iéltsin é lembrado, principalmente, pelas suas várias reformas políticas,
sociais e econômicas da Rússia, as diversas situações constrangedoras decorrentes
de seu alcoolismo e o seu papel como líder da oposição, tendo sido ele um dos mais
notáveis políticos favoráveis à independência da Rússia, uma república então
controlada pela União Soviética.
Um dos eventos mais memoráveis de seu governo foi a Crise Constitucional
de 1993. O Legislativo russo era contrário às reformas neoliberais impostas por

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Iéltsin, tornando-se um empecilho para o presidente. Em 21 de setembro, Iéltsin
dissolve o parlamento, que se rebela, e anuncia o impeachment de Iéltsin,
proclamando Alexander Rutskoi, chefe do parlamento, como novo presidente. O
parlamento ganha apoio do povo, que passa a protestar contra o governo de Iéltsin.
No mês seguinte, a situação se intensifica, e Iéltsin ordena a invasão da Câmara
Branca, sede do Soviete Supremo, terminando com a explosão do edifício,
resultando na morte de 187 pessoas e prisão dos líderes da oposição. Iéltsin então
baniria temporariamente a oposição russa e anularia a Constituição soviética de
1978, estabelecendo uma nova Constituição, possibilitando a continuação de suas
reformas econômicas. Segundo a antiga Constituição, anulada por Iéltsin:
Artigo 121-6. Os poderes do Presidente da República Socialista Federativa
Soviética da Rússia não podem ser usados para alterar organizações nacionais e
estatais da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, dissolver ou
interferir no funcionamento de qualquer órgão eleito do poder estatal. Neste caso,
seus poderes cessam imediatamente.
A anulação do artigo acima alteraria
profundamente o ambiente político russo, que
sairia de um sistema parlamentarista de poderes
balanceados para entrar, radicalmente, em um
regime semipresidencialista sob forte influência do
poder Executivo.
Boris Iéltsin era casado com Nadina Iéltsina,
com quem teve duas filhas, Elena e Tatiana,
nascidas em 1957 e 1958, respetivamente. O corpo
de Iéltsin repousa no famoso cemitério de
Novodevitchi, diferentemente dos demais líderes
russos, sepultados na muralha do Kremlin.

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Boutros-Ghali
Foi um político e diplomata egípcio que foi o sexto
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de
janeiro de 1992 a dezembro de 1996. Acadêmico e vice-
ministro do Exterior do Egito, Boutros Boutros-Ghali
supervisionou a ONU num momento em que ela lidou com
várias crises mundiais, incluindo a desintegração da
Iugoslávia e o genocídio em Ruanda.
Cavaco Silva
Aníbal António Cavaco Silva nasceu em Loulé, Boliqueime a 15 de julho de
1939 é um economista, professor universitário e político português.
Antigo líder do Partido Social Democrata (PPD/PSD), foi o 19.º Presidente
da República Portuguesa; precedido por Jorge Sampaio e sucedido por Marcelo
Rebelo de Sousa em 9 de março de 2016, no seguimento dos resultados das eleições
Presidenciais de 2016.
Originário do Algarve, mudou-se para Lisboa aos 17 anos de idade, para
frequentar o Instituto Comercial de Lisboa, onde se diplomou em Contabilidade,
em 1959. Em 1963 casou-se com Maria Alves da Silva, e, nesse mesmo ano, foi
convocado para o serviço militar, sendo destacado em comissão de serviço para
Moçambique. Em 1964 licenciou-se em Economia e Finanças, pelo Instituto
Superior de Ciências Económicas e Financeiras, onde seria contratado como
assistente em 1966. Ao mesmo tempo foi investigador na Fundação Calouste
Gulbenkian. Entre 1971 e 1974 viveu no Reino Unido, onde se doutorou em
economia pública, pela Universidade de Iorque. No âmbito da sua carreira
académica chegaria a professor catedrático da Faculdade de Economia da
Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Ciências Humanas da
Universidade Católica Portuguesa.
Cavaco Silva regressou a Portugal pouco antes do golpe de 25 de abril de
1974. Nesse mesmo ano aderiu ao Partido Popular Democrático, designação à
época do Partido Social Democrata. Voltou à Fundação Gulbenkian, integrando o
respetivo Centro de Economia Agrária. Em 1977 saiu desta instituição para assumir
o cargo de diretor do Departamento de Estatística e Estudos Económicos do Banco
de Portugal.
Após a vitória da Aliança Democrática, nas eleições legislativas de 1980, foi
nomeado Ministro das Finanças e do Plano do VI Governo Constitucional, chefiado
por Francisco Sá Carneiro. Cavaco Silva permaneceu neste cargo até janeiro de 1981,
quando Francisco Pinto Balsemão foi indigitado como Primeiro-Ministro. Em
fevereiro do mesmo ano assumiu o mandato de deputado à Assembleia da
República e foi indicado como presidente do Conselho Nacional do Plano. Em

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meados de 1985 foi eleito presidente do PSD e, nessa qualidade, tornou-se o líder
da oposição ao então Primeiro-Ministro Mário Soares.
Foi Primeiro-Ministro de Portugal, de 6 de
novembro de 1985 a 28 de outubro de 1995, tendo sido a
pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo do
país desde o 25 de Abril.
Depois de ter sido derrotado por Jorge Sampaio nas
eleições presidenciais de 1996, conseguiu a eleição como
Presidente da República, à primeira volta, nas eleições de
22 de janeiro de 2006, tendo tomado posse em 9 de março
do mesmo ano. Foi reeleito nas eleições presidenciais de 23
de janeiro de 2011, terminando em 2016 o seu mandato.

D. Ximenes Belo
Carlos Filipe Ximenes Belo, S.D.B. nasceu a 3 de
fevereiro de 1948 é um bispo católico timorense que, em
conjunto com José Ramos-Horta, foi agraciado com o
Nobel da Paz de 1996, pelo seu trabalho "em prol de uma
solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Leste".

David Cameron
David William Donald Cameron nasceu em
Londres a 9 de outubro de 1966 é um político britânico
que serviu como primeiro-ministro do Reino Unido entre
11 de maio de 2010 e 13 de julho de 2016. Também foi líder
do Partido Conservador.

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Deng Xiaoping
Deng Xiaoping nasceu a 22 de agosto de 1904 e
faleceu a 19 de fevereiro de 1997) foi o secretário-geral do
Partido Comunista Chinês, sendo, de fato, o líder político da
República Popular da China entre 1978 e 1992. É o criador
do chamado socialismo de mercado, regime vigente na
China moderna.
H. Khol
Helmut Josef Michael Kohl GCC nasceu em
Ludwigshafen am Rhein a 3 de abril de 1930 e faleceu em
Ludwigshafen am Rhein a 16 de junho de 2017) foi um
político alemão, Chanceler da Alemanha de 1982 a 1998.
Era católico e democrata cristão.
Kohl participou, aos 15 anos, na fase final da
Segunda Guerra Mundial como jovem soldado. Juntou-se
à União Democrata-Cristã (CDU) em 1947. Obteve em
1958 um doutorado em história na Universidade de
Heidelberg, orientado por Walther Peter Fuchs.
Honecker
Erich Honecker nasceu em Neunkirchen a 25 de agosto de 1912 e acabou por
falecer em Santiago do Chile, 29 de maio de 1994) foi um político alemão,
governando a Alemanha Oriental de 1971 até 1989.
Em 1971 substituiu Willi Stoph no cargo de secretário-geral do Partido Soci
alista Unificado da Alemanha e Walter Ulbricht no cargo do Presidente do
Conselho Nacional de Defesa. Em 29 de outubro de 1976 foi eleito Presidente do
Conselho de Estado pelo parlamento da República Democrática Alemã (RDA).
Em novembro de 1990, um mês após a reunificação da Alemanha, foi
iniciado um inquérito oficial. Honecker foi preso por um dia e refugiou-se, depois
de estadias em - entre outros - num hospital militar das forças armadas soviéticas
perto de Berlim, para Moscovo, União Soviética, em 13 de março de 1991. Devido à
ordem de prisão existente foi extraditado
de volta para o território alemão em 29 de
julho de 1992, onde foi preso e julgado por
ser um dos responsáveis do Schießbefehl,
ordem de atirar em todas as pessoas que
tentaram cruzar o Muro de Berlim e a
fronteira fortificada entre a Alemanha
Ocidental e Alemanha Oriental.

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Isaac Rabin
Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém a 1 de março de 1922 e faleceu em Tel
Aviv a 4 de novembro de 1995 foi um general e político israelita.
Quinto primeiro-ministro de Israel, no cargo entre 1974 e 1977, regressou ao
cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi
assassinado. Foi também o primeiro chefe de governo a ter
nascido no território que se tornaria Israel e o segundo a
morrer durante o exercício do cargo, além de ser o único a
ser assassinado.
Em 1994, Rabin recebeu o Prémio Nobel da Paz,
juntamente com Shimon Peres e Yasser Arafat. Ele foi
assassinado pelo direitista radical israelita Yigal Amir, que
se opunha à assinatura de Rabin dos Acordos de Oslo.

Iususf Habibie
Bacharuddin Iusuf Habibie nasceu em Pare-Pare,
South Sulawesi a 25 de junho de 1936 é um engenheiro e
político indonésio.
Foi o terceiro presidente da Indonésia, exercendo o
cargo de 1998 a 1999.

J. Ramos Horta
José Manuel Ramos-Horta nasceu em Díli, 26 de
dezembro de 1949 é um político e jurista timorense,
presidente de seu país de 2007 a 2012. Inicialmente fora o
porta-voz da resistência timorense no exílio durante a
ocupação indonésia entre 1975 e 1999. Sequencialmente, foi
Ministro de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste desde a
independência em 2002.

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J. Delors
Jacques Lucien Jean Delors nasceu em Paris a 20 de julho de 1925 é um
político europeu de nacionalidade francesa, tendo sido presidente da Comissão
Europeia entre 1985 e 199 5.
De origem humilde, Delors foi funcionário do Banco de França em 1945,
após a Segunda Guerra Mundial e estudou economia na Sorbonne.
Foi autor e organizador do relatório para a
UNESCO da Comissão Internacional sobre
Educação para o século XXI, intitulado: Educação,
um Tesouro a descobrir (1996), em que se
exploram os Quatro Pilares da Educação.
A 16 de Maio de 1986 foi agraciado com a
Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 31 de
outubro de 1987 com a Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique.
Jimmy Carter
Carter nasceu em Plains, Geórgia a 1 de outubro de 1924 é um ex político e
militar norte-americano, que serviu como 39° presidente dos Estados Unidos de
1977 a 1981. Oriundo de uma tradicional família fazendeira sulista, Carter serviu
como oficial da Marinha americana dos Estados Unidos e depois ingressou na
política, cumprindo dois mandatos com o senador do estado da Geórgia e um como
governador (1971-1975) antes de se candidatar a presidência em 1976.
A presidência de Carter foi marcada por estagnação econômica e inflação. No
âmbito interno, ele perdoou todos os desertores da Guerra do Vietnã. Criou ainda
dois novos gabinetes no governo, o Departamento de Energia e o Departamento
de Educação. Ele estabeleceu uma nova política nacional de energia que incluía
conservação, controle de preços e investimento em novas tecnologias. Em questões
externas, Carter assinou os Acordos de Camp David, os Tratados Torrijos-Carter, a
segunda rodada das Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas e o
retorno do Zona do Canal do Panamá ao controle das autoridades panamenhas.
Ele tentou, sem muito sucesso, combater a "estagflação", o alto desemprego e o
crescimento fraco do PIB. Contudo, os dois anos finais do seu governo foram
marcados pela Crise dos reféns no Irã, a crise energética de 1979, o acidente de
Three Mile Island e o desenrolar dos eventos iniciais da invasão soviética do
Afeganistão.
Em resposta a invasão dos soviéticos ao Afeganistão, Carter acabou com a détente,
intensificou a Guerra Fria e liderou um boicote aos Jogos Olímpicos de 1980 em
Moscou. Em 1980, ele enfrentou um desafio a sua nomeação pelo Partido
Democrata por Ted Kennedy, mas se manteve como o candidato da legenda para
tentar a reeleição. Carter acabou perdendo a eleição presidencial para o

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republicano Ronald Reagan. Pesquisas de historiadores e cientistas políticos
consideram Carter como um presidente "fraco".
Em 2012, Carter passou Herbert Hoover como o ex-
presidente mais velho e chegou a comemorar os 40
anos da sua inauguração ao cargo. Em abril de 2017,
se tornou o segundo ex-presidente dos EUA mais
longevo, atrás somente de George H. W. Bush. Desde
que deixou a presidência, trabalhou principalmente
em questões de direitos humanos. Ele viajou pelo
mundo, advogando acordos de paz, observando
eleições e trabalhando para a prevenção e
erradicação de doenças em várias nações. Carter
também é defensor da reforma política nos Estados
Unidos e foi um crítico da política externa agressiva
do presidente George W. Bush.
José Pepe Mujica
José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica
nasceu em Montevidéu a 20 de maio de 1935), é um agricultor e político uruguaio
tendo sido Presidente da República Oriental do Uruguai entre 2010 e 2015. Desde
que deixou a presidência, em março de 2015, ocupa o cargo de senador.
Mujica teve importante papel no combate à ditadura civil-militar no
Uruguai (1973-1985). Na guerrilha, coparticipou de assaltos, sequestros e do
episódio conhecido como Tomada de Pando, ocorrido em 8 de outubro de 1969,
quando os tupamaros tomaram a delegacia de polícia, o quartel do corpo de
bombeiros, a central telefônica e vários bancos da cidade
de Pando, situada a 32 quilômetros de Montevidéu.
Mujica passou 14 anos na prisão, de onde só saiu no final
da ditadura, em 1985.
Já foi deputado, ministro da Pecuária,
Agricultura e Pesca e, durante a juventude, militou em
atividades de guerrilha, como membro do Movimento
de Libertação Nacional-Tupamaros.
Exerceu o cargo de Presidente Pro tempere do
MERCOSUL até 12 de julho de 2013, quando foi
sucedido pelo estreante venezuelano, Nicolás Maduro
(tal cargo é um mandato rotativo de seis meses exercido
entre presidentes dos países membros.

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Lech Walesa
Lech Wałęsa GColIH nasceu em Popowo a 29 de
setembro de 1943 é um político polaco/polonês e ativista
dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do
sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da
Polônia, entre 1990 e 1995, sendo o primeiro após a
derrocada do comunismo. Foi agraciado com o Nobel da
Paz de 1983.

M. Gorbatchev
Mikhail Sergueievitch Gorbachev ou Gorbachev GCL, nasceu em Stavropol
e acabou por falecer a 2 de março de 1931. Foi um político e estadista russo, mais
conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante
seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas
pelo projeto Glasnost, como no campo econômico, através da Perestroika,
conduziram ao término da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objetivo,
deram fim ao poderio do Partido Comunista no país,
levando à dissolução da União Soviética. É o último
líder da União Soviética ainda vivo.
Entre as principais medidas tomadas por
Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a
retirada das tropas soviéticas do Afeganistão após
quase uma década de guerra, a anulação da condição
da União Soviética como um Estado socialista e a
conivência com as reformas políticas neoliberais nos
países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina
Sinatra, que culminou na queda do muro de Berlim,
em 1989.

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M.Suharto
Hadji Mohamed Suharto, ou simplesmente Suharto nasce em Kemusuk,
Yogyakarta a 8 de junho de 1921 e faleceu em Jacarta a 27 de janeiro de 2008 foi um
político e militar indonésio. Foi general e o segundo presidente da Indonésia entre
1967 e 1998.
Suharto nasceu em 8 de junho de 1921 durante o Índias Orientais
holandesas, em uma casa de bambu trançado murado na aldeia de Kemusuk, uma
parte da grande aldeia de Godean. A aldeia fica a 15 km a oeste de Yogyakarta, o
coração cultural da javanesa. Seu pai, Kertosudiro tinha dois filhos de seu
casamento anterior, e era um oficial de irrigação da aldeia. Sua mãe Sukirah, uma
mulher local, era parente distante do sultão Hamengkubuwono V por sua
concubina em primeiro lugar.
Em 30 de setembro de 1965, Suharto orquestrou um golpe que foi
acompanhado pelo massacre de comunistas e democratas indonésios e que
resultou num genocídio que fez entre 500 mil e dois milhões de vítimas, perante a
indiferença mundial e da população local iletrada, num episódio que ficou
conhecido como o Massacre na Indonésia de 1965–66.
Durante as três décadas em que esteve à
frente dos destinos da Indonésia, Suharto construiu
um governo nacional forte e centralista, forçando a
estabilidade no heterogéneo arquipélago indonésio
através da supressão dos dissidentes políticos e dos
separatismos regionais. As suas políticas levaram a
um substancial crescimento económico do país,
apesar de muitos dos ganhos no nível de vida
tenham sido perdidos com a crise financeira asiática
que começou em 1997 e acabou por precipitar a sua
queda. Com a prosperidade económica, Suharto
enriqueceu pessoalmente, tendo criado um
pequeno círculo de privilegiados através da
implementação de monopólios estatais, subsídios e
outros esquemas menos lícitos.

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Omar Al-Bashir
Omar Hassan Ahmad al-Bashir nasceu a 1 de janeiro de 1944 é o presidente
do Sudão desde 30 de junho de 1989 quando tomou o poder mediante um golpe de
Estado. Omar al-Bashir entrou no exército sudanês muito novo e estudou numa
academia militar do Cairo.
Serviu no exército egípcio durante a guerra com
Israel de 1973. Voltando ao Sudão, al-Bashir esteve ao
comando das operações militares contra o Exército
Popular de Libertação do Sudão na metade sul do país.
Esteve à frente do golpe militar de 1989 contra o
presidente Sadeq al-Mahdi.
Omar Al-Bashir suprimiu todos os partidos
políticos, censurou a imprensa e dissolveu o Parlamento,
convertendo-se em Diretor do Conselho Revolucionário
para a Salvação Nacional, assumindo o posto de chefe de
Estado, primeiro-ministro, chefe das forças armadas e
ministro da defesa.
R. Karadzic
Radovan Karadžić nasceu em Petnjica a 19 de junho de 1945 é um ex-político
sérvio, poeta e psiquiatra, ex-fugitivo acusado de crimes de guerra pelo Tribunal
Penal Internacional da ex-Iugoslávia, foi detido em 21 de julho de 2008.
Foi emitido um mandado de captura internacional contra Karadžić, na
sequência do artigo 61 º do TPIJ, que concluiu que
existem motivos suficientes para crer que o acusado
tenha cometido os crimes em questão, incluindo
genocídio. O Governo dos Estados Unidos, desde
então, ofereceu uma recompensa de cinco milhões de
dólares por sua detenção. Sua vida como um fugitivo
foi a base para o filme The Hunting Party.
Em 24 de março de 2016 ele foi considerado
culpado por um tribunal nas acusações de genocídio,
crimes de guerra e contra humanidade, e foi
sentenciado a 40 anos de prisão.

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R.Mladic
Ratko Mladić nasceu em Kalinovik a 12 de março de 1943. é um ex-militar
sérvio, chefe do Exército da República Sérvia durante a Guerra da Bósnia entre
1992-1995.
Mladić comandou diretamente o Massacre de Srebrenica em julho de 1995,
que causou a morte de oito mil muçulmanos bósnios e o cerco de 43 meses a
Sarajevo, onde milhares de civis foram mortos por fogo de artilharia e de franco-
atiradores instalados nas colinas ao redor da cidade.
O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia manteve por mais de
quinze anos uma ordem internacional de captura e detenção contra ele, baseada
em sua regra 61, que considera o ex-general sérvio-bósnio como provável
perpretador de crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. A Sérvia e os
Estados Unidos chegaram a oferecer cinco milhões de euros por informações que
levassem à captura de Mladić. Em outubro de 2010, o governo sérvio intensificou
seus esforços pela captura do fugitivo, dobrando a recompensa por informações
para €10 milhões. A prisão de Mladić era uma
condição fundamental exigida pela União Europeia
para possibilitar o ingresso da Sérvia no organismo.
Depois de desaparecido por mais de uma
década, Mladić foi finalmente preso na Sérvia em 26
de maio de 2011, com o anúncio de sua prisão feito
em Belgrado pelo presidente do país Boris Tadić, que
declarou que a prisão do ex-general "removia um
fardo pesado dos ombros da Sérvia e fechava uma
página infeliz da história do país." Em 2017, foi
condenado à prisão perpétua por crimes de guerra
cometidos durante o conflito na Bósnia (1992–1995).

Ramalho Eanes
António dos Santos Ramalho Eanes nasceu em
Alcains, Castelo Branco a 25 de janeiro de 1935 é um
oficial militar e ex-político português. Grande figura de
destaque no Golpe de 25 de novembro de 1975, foi o 16.º
presidente da República assim como o primeiro
democraticamente eleito após a revolução de 1974.

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Ronald Reagan
Ronald Wilson Reagan, nasceu em Tampico a 6 de fevereiro de 1911 e acabou
por falecer em Los Angeles, 5 de junho de 2004) foi um ator e político norte-
americano, o 40.º presidente dos Estados Unidos e o 33.º governador da Califórnia.
Nascido e criado em pequenas cidades de Illinois, formou-se em economia e
sociologia no Eureka College e em seguida trabalhou como radialista esportivo.
Mudou-se para Hollywood em 1937, onde trabalhou como ator por quase três
décadas, tornou-se presidente da Screen Actors Guild (SAG) e porta-voz da General
Electric (GE). Sua carreira política tem suas origens durante seu trabalho para a
General Electric. Originalmente membro do Partido Democrata, mudou para o
Partido Republicano em 1962, creditando tal atitude a mudanças ideológicas do
Partido Democrata durante a década de 1950.
Após realizar o seu famoso discurso em apoio a candidatura de Barry
Goldwater à presidência dos Estados Unidos em 1964, tornou-se um fenômeno no
Partido Republicano, ganhando forte apoio entre os eleitores do partido e sendo
persuadido a candidatar-se ao cargo de governador da Califórnia. Foi eleito para
este cargo dois anos depois, em 1966. Como governador, transformou um déficit
orçamentário em um excedente, ordenou que tropas da Guarda Nacional atuassem
nos protestos do período, e foi reeleito em 1970. Participou das primárias
republicanas para a escolha do candidato do partido à presidência em 1968 e 1976,
sendo derrotado em ambas as vezes. No entanto, em 1980, foi escolhido como
candidato republicano e elegeu-se presidente dos Estados Unidos após derrotar o
candidato à reeleição Jimmy Carter.
Na presidência, implementou uma série de iniciativas econômicas e novas
políticas. Sua política de recuperação econômica através do estímulo a oferta,
popularmente conhecida como "Reaganomics", incluiu medidas de
desregulamentação, redução dos gastos governamentais e cortes de impostos. Até
o final do governo, a inflação reduziu significativamente, dezasseis milhões de
empregos foram criados e o país cresceu a uma taxa média anual de 7,93%, mas a
dívida pública quase triplicou. Em seu primeiro mandato, sobreviveu a uma
tentativa de assassinato, defendeu a oração nas escolas, enfrentou sindicatos e
iniciou uma guerra contra as drogas. Em 1984, foi
reeleito com uma vitória esmagadora. Seu segundo
mandato foi marcado principalmente por assuntos
internacionais, tais como o término da Guerra Fria, o
bombardeio da Líbia e a revelação do Caso Irã-Contras.
Embora a relação com a União Soviética mudou em
seu segundo mandato, descreveu publicamente o país
em seu primeiro mandato como um "império do mal"
e apoiou movimentos anticomunistas em todo o
mundo. Negociou com o líder soviético Mikhail
Gorbachev, culminando no Tratado de Forças

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Nucleares de Alcance Intermediário e na diminuição dos arsenais nucleares de
ambos os países. Durante seu famoso discurso no Portão de Brandemburgo,
desafiou Gorbachev a "derrubar este muro!". Logo após o fim de seu mandato, o
Muro de Berlim foi derrubado e a União Soviética entrou em colapso logo depois
S. Milosevic
Slobodan Milošević nasceu em Požarevac a 20 de agosto de 1941 e faleceu
em Haia a 11 de março de 2006. Foi presidente da Sérvia de 1989 a 1997 e da
República Federal da Jugoslávia de 1997 a 2000. Também foi o principal líder do
Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.
O período em que Slobodan ficou no poder na Sérvia e na República Federal
da Iugoslávia foi marcado por mudanças importantes nestes países, incluindo
reformas constitucionais na Sérvia nas décadas de
1980 e 90 que reduziram a autonomia dos territórios
sob controle sérvio e transformou o país de uma
república uni partidarista comunista para um
sistema pluripartidário. Ele acabou então
presidindo sobre a desintegração da Iugoslávia e a
subsequente guerra civil que assolou a região.
Fundou a República Federal da Iugoslávia em 1992
(formada basicamente por Sérvia e Montenegro) e
negociou os Acordo de Dayton, que encerrou a
brutal Guerra da Bósnia em 1995. Ele permaneceu
como o homem-forte da Sérvia até o ano 2000,
quando foi oficialmente derrubado do poder.
Saddam Hussein
Saddam Hussein Abd al-Mani al-Tikriti nasceu a 28 de abril de 1937 e faleceu
em Bagdá a 30 de dezembro de 2006 foi um político e estadista iraquiano.Hussein
foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais
membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath
baseado em Bagdá e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual
expôs uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um
papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio de longo prazo no
Iraque.
Como vice-presidente do enfermo General Ahmed Hassan al-Bakr e numa
época em que muitos grupos eram considerados capazes de derrubar o governo,
Saddam criou forças de segurança através do qual controlou rigidamente o conflito
entre o governo e as forças armadas. No início dos anos 1970, Saddam nacionalizou
o petróleo e outras indústrias. Os bancos estatais foram postos sob seu controle,
deixando o sistema eventualmente insolvente, principalmente devido à Guerra Irã-
Iraque, a Guerra do Golfo e as sanções da ONU. Até o fim da década de 1970,
Saddam cimentou a sua autoridade sobre os aparatos de governo com os lucros

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obtidos do petróleo que ajudou a economia do Iraque a crescer a um ritmo rápido.
As posições de poder no país foram preenchidas com os sunitas, a minoria que
compunha apenas um quinto da população.
Saddam suprimiu vários movimentos, especialmente movimentos xiitas e
curdos que pretendiam derrubar o governo ou ganhar independência,
respetivamente. Saddam manteve o poder durante a Guerra Irã-Iraque de 1980 a
1988. Em 1990, ele invadiu e saqueou o Kuwait. Uma coalizão internacional
interveio para libertar o Kuwait na Guerra do Golfo de 1991, mas não pôs fim a
ditadura de Saddam. Enquanto alguns o veneravam pela sua postura agressiva
contra Israel, incluindo o ataque com mísseis em alvos israelenses, ele foi
amplamente condenado pela brutalidade de sua ditadura.
Em março de 2003, uma coalizão de países liderada pelos Estados Unidos e
pelo Reino Unido invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente
dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder
iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de
ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam
foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema
democrático. Após sua captura em 13 de dezembro de
2003, o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo
interino iraquiano. Em 5 de novembro de 2006, ele foi
condenado por acusações relacionadas ao assassinato de
148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por
enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi
realizada em 30 de dezembro de 2006.
Tony Blair
Anthony Charles Lynton nasceu em Edimburgo a 6 de
maio de 1953 é um político britânico, tendo ocupado o cargo
de primeiro-ministro do Reino Unido de 2 de maio de 1997 a
27 de junho de 2007, e foi líder do Partido Trabalhista de 1994
a 2007 e de membro do Parlamento Britânico de 1983 a 2007.
Depois de deixar o cargo de primeiro-ministro, Blair foi
indicado para a posição de enviado no Oriente Médio da
ONU, da União Europeia, dos Estados Unidos e da Rússia.
V. Havel
Václav Havel GColL nasceu em Praga a 5 de outubro de 1936 e faleceu em
Praga a 18 de dezembro de 2011 foi um escritor, intelectual e dramaturgo checo. Foi
o último presidente da Checoslováquia e o primeiro presidente da República
Checa.
Firme defensor da resistência não-violenta (tendo passado cinco anos preso
por suas convicções), tornou-se um ícone da Revolução de Veludo em seu país, em

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1989. Em 29 de dezembro de 1989, na qualidade de chefe do Fórum Cívico, elegeu-
se presidente da Checoslováquia pelo voto unânime da Assembleia Federal.
A 13 de Dezembro de 1990 recebeu o Grande-Colar da Ordem da Liberdade
de Portugal.
Manteve-se no cargo após as eleições livres de 1990. Apesar das crescentes
tensões, Havel apoiou a preservação da federação entre checos e eslovacos durante
a dissolução da Checoslováquia. Em 3 de julho de 1992, o parlamento federal não
logrou elegê-lo - o único candidato a presidente - devido à falta de apoio dos
deputados eslovacos. Após a declaração de independência da Eslováquia, Havel
renunciou à presidência, em 20 de julho. Quando da criação da República Checa,
candidatou-se ao cargo de presidente e venceu as eleições em 26 de janeiro de 1993.
Após combater um câncer de pulmão,
Havel foi reeleito presidente em 1998. Seu
segundo mandato presidencial terminou em
2 de fevereiro de 2003, sucedendo-lhe seu
grande adversário, Václav Klaus.
Encontra-se sepultado no Cemitério
Vinohradsky, em Praga, na República Checa.
Xanana Gusão
José Alexandre Gusmão nasceu em Manatuto a 20 de junho de 1946 é um
político timorense. Foi um dos principais ativistas pela independência de seu país,
tendo sido o 1° presidente durante largos anos na resistência timorense, durante a
ocupação indonésia.
Durante o início da década de 1990, Gusmão envolveu-se na diplomacia e
na utilização dos meios de comunicação, instrumento utilizado para alertar o
mundo para o massacre ocorrido no cemitério de Santa Cruz em 12 de novembro
de 1991. Gusmão foi entrevistado pelos media internacionais e chamou a atenção
do mundo inteiro.
Com o seu alto perfil, Gusmão converte-se em
objetivo principal do governo indonésio. Uma
campanha para capturá-lo finalmente ocorre em
novembro de 1992. Em novembro de 1992 foi preso,
submetido à tortura do sono, julgado e condenado a
prisão perpétua pelo governo indonésio. Foi-lhe
negado o direito a se defender. Passou sete anos na
prisão de Cipinang em Jacarta. A sua libertação, no
entanto, ocorreria em fins de 1999. Durante o
cativeiro foi visitado por representantes das Nações
Unidas e altos dignitários como Nelson Mandela.

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Yasser Arafat
Yasser Arafat nasceu em Cairo a 24
de agosto de 1929 e faleceu em Clamart a
11 de novembro de 2004. Foi o líder da
Autoridade Palestiniana, presidente
(desde 1969) da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP), líder da
Fatah, a maior dos facões da OLP, e
codetentor do Nobel da Paz.

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Questões
O fim do modelo soviético
Quando, em finais de 1982, morreu Brejnev, apesar das profundas alterações
que tinham marcado a conjuntura internacional no pós- Segunda Guerra Mundial,
o marxismo-leninismo interpretado por Estaline nos anos 20 mantinha-se
inalterado nos seus princípios e nas propostas políticas deles decorrentes. Fiel aos
princípios do centralismo democrático, o Partido Comunista continuava a
confundir-se com o Estado e os seus altos dirigentes a servirem-se do poder para
garantirem a perpetuação dos privilégios. Todavia, eram muito fortes os ventos de
mudanças. Se, na Europa Ocidental, os velhos partidos socialistas e comunistas
começavam a passar por profundas renovações marcadas pelo abandono das teses
comunistas e pela assunção da via democrático-reformista, também na URSS
começavam a ser iniludíveis os sinais de crise do modelo soviético.
Em março de 1985, Mikhail Gorbatchev é eleito secretário-geral do Partido
Comunista da União Soviética. Devido ao nível de vida da população baixar cada
vez mais e o atraso económico e tecnológico aumentar relativamente as Estados
Unidos, Gorbatchev apresenta no 27. º Congresso do PCUS, em 1986 um processo
de restruturação económica a perestroika e implementou uma política de
transparência a glasnost. De facto, o êxito da perestroika passava pela redução dos
investimentos na defesa nacional. Ora, para o efeito, a URSS, tinha de desocupar o
Afeganistão, negociar com os Estados Unidos a redução do armamento e
abandonar a Doutrina Brejnev, deixando de apoiar os países comunistas e de
intervir na sua soberania. Em 1987 Gorbatchev e Reagan assinam o Tratado de
Washington presente no DOCUMENTO 1 , onde por consequência os misseis SS20
soviéticos e os mísseis Cruise e Pershing são eliminados.
A aceitação, por parte de Moscovo, da liberalização e democratização dos
países da “cortina de ferro”, que há quatro décadas separava a Europa , levantava-
se finalmente, traduziu-se numa substancial redução de encargos financeiros que
poderiam ser canalizados para o desenvolvimento do setor produtivo , por outro,
facilitaria o sucesso das negociações com os Estados Unidos e garantiria o apoio
politico das democracias ocidentais. No DOCUMENTO 4C é visível a abertura da
fronteira a dois de maio de 1989, que permitiu assim a fuga em larga escala, de
cidadãos da RDA, para o Ocidente, retirando ao Muro de Berlim grande parte da
sua eficácia.
E nesta conjuntura de pacificação das relações que deixa de ter sentido o
Pacto de Varsóvia e COMECON, sendo que que no mês seguinte é anunciado o fim
e a dissolução dos mesmos.

Em suma, o fim do modelo soviético transformou a geografia política do


Leste europeu e lançou os antigos Estados socialistas numa transição económica
difícil cujas marcas são, ainda, claramente percetíveis.

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A queda do muro de Berlim, a partir do filme Good Bye, Lenin!
O fim da sociedade justa e igualitária!

Desde o momento em que se abriram as fronteiras em novembro de 1989 as


mudanças internas e externas começaram a decorrer na Alemanha, mudanças
essas que foram omitidas à mãe de Alex no filme Good Bye, Lenin. Contudo, a
tentativa de Alex de manter uma espécie de “continuação” do socialismo num país
que adquire rapidamente moldes do mundo capitalista, inundado pela cultura de
consumo torna-se complicado.
A antiga sociedade socialista foi dia a dia acabando dando lugar a uma
sociedade capitalista vinda da Alemanha Ocidental. Por exemplo, a anexação
monetária, na adoção do marco alemão ocidental, e o desejo de alcançar
rapidamente o padrão de vida dos alemães-ocidentais era a grande expectativa e o
sonho da maioria da população oriental.
O capitalismo na Alemanha veio trazer uma sociedade de consumo com a
implantação de cadeias de fast food, como o Burger King a mudança radical nos
supermercados, por exemplo no filme visto em aula esse assunto é bem retratado
quando a personagem principal vai a um supermercado que frequentava
habitualmente e os produtos antigos, que eram alemães, foram retirados para repor
por artigos de outros países.
Começaram a aparecer novos estilos de vida principalmente devido ao
aparecimento de discotecas alternativas, aos bares de alterne, à fácil aquisição de
drogas principalmente na zona leste alemã, mas um pouco por toda a Alemanha
era visível.
Algo que na sociedade socialista não era muito habitual, mas com a
mudança passa a ser hábito e fácil é a aquisição de carros, a facilidade de mudanças
nas casas, por exemplo, no filme Ariane Kerner que é irmã de Alex muda o interior
da sua casa deixando os antigos moveis na rua como os seus vizinhos também o
fizeram, amontoando-se nas ruas mobílias, e colocando na sua própria casa bens
fúteis tais como um solário. Visto que ouve muitas pessoas a abandonar a
Alemanha Oriental imensas casas ficaram desabitadas e tal como Alex dormiu
numa casa dessas muitas outras pessoas fizeram o mesmo e assim não tinham
custos de arrendamento.

Em suma, após a queda do muro de Berlim a Alemanha sofreu várias


mudanças, umas positivas e outras negativas, mas que apareceram muitas
novidades na zona oriental isso é um facto, e como se costuma dizer em tom de
brincadeira que quando há uma Coca Cola o país é desenvolvido e neste caso foi
isso mesmo que aconteceu, a Alemanha passou a ser um pais uno e universal.

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A União Europeia, desafios e orientações. A cidadania Europeia
Unir um velho continente, formado por tantas nações orgulhosas e
independentes, parece, ainda hoje, um projeto bastante ambicioso. Talvez por isso,
a construção europeia tenha sido uma historia de altos e baixos, com períodos de
grande entusiasmo e outros de grande ceticismo.
Mesmo com o Tratado de Roma a abrir perspetivas para uma completa
integração económica e, até, de uma futura união política, o primeiro grande
objetivo da CEE foi a união aduaneira, que consiste na livre circulação de
mercadorias e adoção pelos Estados-membros, de uma mesma estrutura tarifária
para o comércio exterior, contudo, esta só se veio a realizar em 1968. A CEE foi
criando um conjunto de instituições progressivamente mais elaboradas e atuantes,
ao mesmo tempo que alargava o âmbito da sua intervenção na esfera económica e
social. Os Estados-membros acordaram o estabelecimento de uma política
agrícola comum de ajudas às regiões menos favorecidas, de um sistema monetário
europeu que teve como objetivo estabilizar as taxas de câmbio entre as moedas
europeias. Contudo, no início dos anos 80 a Comunidade enfrentou um mau
período, com a desvalorização do futuro. Apenas em 1985 com o novo presidente
Jacques Delors é que a Comunidade “se levanta” e tem um grande avanço na
economia. Com os esforços de Delors, em 1986 assinou-se o Ato Único Europeu,
que previa para 1993, o estabelecimento de um mercado único onde, para além de
mercadorias, também pessoas, capitais e serviços se deslocassem. Jacques a 18 de
junho de 1987 já tinha o projeto para o mercado único onde num discurso presente
no DOCUMENTO 22A afirma que se “apresentavam-se quatro possibilidades” para
as vias de relançamento do projeto comunitário, sendo essas quatro possibilidades
: “ um novo estado institucional sobre a realidade e as soberanias nacionais” uma
segunda possibilidade passava pela “ segurança e a defesa de assuntos tabus”, outra
hipótese era a moeda e por fim “ a constituição de um grande espaço económico
europeu.”, sendo esta última possibilidade a escolhida . Em 1990, aproveitando a
dinâmica, começam as negociações para aumentar as competências da
Comunidade, que se pretendem ver alargadas a setores até aí reservados aos
governos nacionais, tal como a moeda, política migratória ou a política externa.
Sendo que estas negociações deram resultado ao Tratado da União Europeia,
assinado em Maastricht em 1992.
O Tratado da União Europeia estabeleceu que a então União Europeia
fundia-se em três pilares que estão sistematizados no DOCUMENTO 23A, o 1º Pilar
de cariz comunitário que reúne as três comunidades fundadores e as decisões são
partilhadas entre o Parlamento e o Conselho de União. O 2º Pilar que é de cariz
económico e corresponde à política Externa e de Segurança Comum, sendo que as
decisões competem unicamente ao Conselho da União. Por fim o 3º Pilar a Justiça
e Assuntos Internos em que as decisões competem unicamente ao Conselho da
União tal como no 2º Pilar. Estes três pilares organizam-se num quadro
institucional único , estando ele presente no DOCUMENTO 23B, o Tribunal

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Constitucional que vela pela aplicação do direito comunitário e julga os diferendos,
o Conselho Europeu que fixa as grandes orientações globais da União e nomeia o
presidente da Comissão, a Comissão Europeia vela pela aplicação dos tratados,
toma a iniciativa das leis que propõe ao Conselho da União e ao Parlamento ,
elabora o orçamento, põe em prática as políticas comunitárias, negoceia em nome
da União e representa-a nas instâncias internacionais , o Conselho de União que
decide sobre as matérias em apreço , coopera e codecide com o Parlamento nas
áreas da saúde, educação, proteção dos consumidores e mercado interno , e por
fim o Parlamento Europeu que aprova a Comissão e pode censurá-las, aprova o
orçamento, dá pareceres, coopera e coincide com o Conselho de União.
Contudo, nem tudo é fácil, este novo século não tem sido propício à
economia europeia. Desde 2009, que a Europa se vê em braços com uma crise de
grandes proporções. As taxas de crescimento caíram, o desemprego aumentou e os
Estados mais endividados entraram em bancarrota. Acusada de uma grande
lentidão a dar resposta a esta crise e a falta de solidariedade para com os seus
membros, a União Europeia confronta-se com um futuro repleto de incertezas e
desafios.
Atualmente, um cidadão europeu é qualquer nacional de um país da EU. Ser
cidadão europeu confere-lhe alguns direitos e responsabilidades adicionais
importantes, os direitos estão consagrados no Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia e na Carta dos Direitos Fundamentais. Segundo o gráfico do
DOCUMENTO 22D segundo a opinião dos Europeus para estes as principais
vantagens são: o poder económico, industrial e comercial da U E , o respeito da U
E pela democracia, direitos humanos e pelo primado da lei , o nível de vida dos
cidadãos na U E e também o bom relacionamento entre os Estados- Membros.
Contudo também há desvantagens, como por exemplo: sanções da Comissão
Europeia caso as metas estabelecidas não sejam atingidas, a perca de controlo dos
recursos nacionais devido às cotas europeias e expôs o mercado de cada país à
concorrência dos outros.

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O espaço económico da Ásia-Pacífico.
A questão de Timor, Hong Kong e Macau.

Nos anos 50, a zona da Ásia hoje conhecida como “arco do Pacífico” vivia
ainda das suas atividades tradicionais. Nos anos 90 tinha-se tornado um polo de
intenso desenvolvimento económico. A região desenvolveu-se em três fases
consecutivas: em primeiro lugar emergiu o Japão; depois, em conjunto, os quatro
dragões/ tires asiáticos que são: Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan;
finalmente, os países do Sudeste, como a Tailândia, Malásia e Indonésia, seguidos,
a pouca distância, pela imensa República Popular da China. No mapa presente no
DOCUMENTO 29 é possível de localizar os quatro dragões a vermelho, a amarelo
outras vagas de industrialização, encontramos também os países membros
fundadores da ASEAN e outros membros e por fim em listrado os membros da
APEC.
O Japão foi um grande incentivo e modelo aos países de Leste asiático.
Apesar de estes países terem poucos triunfos em que se apoiar, estes tinham poucas
terras aráveis, de recursos mineiros e energéticos, tal como capitais e ainda
enfrentavam problemas de superpopulação. Mas em contrapartida, havia vontade
política, determinação e capacidade de trabalho. Assim sendo, os governos
procuraram atrair capitais estrageiros, adotaram políticas protecionistas,
concederam grandes incentivos à exportação e investiram fortemente no ensino.
Compensando a escassez de capitais, a industrialização asiática explorou uma mão
de obra abundante e disciplinada, capaz de trabalhar longas horas diárias por
muito pouco dinheiro, como ainda o é nos nossos dias. Esta mão de obra esforçada
e barata permitiu assim produzir e ter preços imbatíveis, em têxteis e produtos de
consumo usual que inundaram os mercados ocidentais. Com o capital em altas,
desenvolveram-se outros setores, tais como o automóvel, a construção naval e as
novas tecnologias. No DOCUMENTO 31-4 é nos dado como exemplo a marca
Hyundai que se encontra em Ulsan e é a maior fábrica de automóveis do mundo,
tal como a Samsung, a Daewoo ou Kia , a Hyundai tornou-se uma referência
familiar para os ocidentais, provando a capacidade dos sul-coreanos imporem as
suas próprias marcas. Em 1976, o Japão e os seus novos parceiros asiáticos
produziam, em conjunto 60% das exportações mundiais de bens manufaturados.
Um assunto mais complexo é a descolonização de Timor, pois quando , em
1949, a Holanda concedeu a independência, à Indonésia, a parte de leste da ilha de
Timor não se integrou no novo país. Era então desde o século XVI, um território
administrado por portugueses e para eles. Em maio de 1975, um projeto das
autoridades de Lisboa foi apresentado aos principais partidos Timorenses e, depois
de ouvi-los, publicou-se em 11 de julho a lei que previa a nomeação de um Alto
Comissário português, e, em outubro do mesmo ano, a eleição de uma Assembleia
Popular para definir o seu estatuto político. O diploma previa um período de
transição de cerca de três anos. Desde janeiro de 1975, já estava em marcha um
programa local de progressiva descolonização, através de uma Reforma

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Administrativa, a qual levou à realização de eleições para a administração regional
do Conselho de Lautém. Os resultados da primeira consulta popular puseram em
evidência o reduzido apoio da APODETI, tornando-se óbvio que, por processos
democráticos, os Timorenses nunca aceitariam a integração no país vizinho. Muito
antes dessas eleições regionais era claro, para qualquer observador independente
que visitasse o território, que a esmagadora maioria dos Timorenses recusava
totalmente a integração na Indonésia. As diferenças culturais eram uma das
principais razões de fundo desta recusa. Em 28 de Novembro de 1975 dá-se a
Proclamação unilateral da Independência de Timor-Leste pela FRETILIN e pelo
primeiro Presidente da República, Xavier do Amaral, assumindo o cargo de
Primeiro-Ministro Nicolau Lobato, que viria a ser o primeiro líder da Resistência
Armada. Com a proclamação da Independência tem também início a guerra civil.
A Indonésia, a pretexto de proteger os seus cidadãos em território Timorense,
invade a parte Leste da ilha e rebatiza o território de Timor Timur, tornando-a sua
27 província. Recebeu o apoio tácito do governo norte-americano que via a Fretilin
como uma organização de orientação marxista. Após a ocupação do território pela
Indonésia a Resistência Timorense consolida-se progressivamente, inicialmente
sob a liderança da FRETILIN. Para apoiar as FALINTIL (Forças Armadas de
Libertação de Timor-Leste), criadas em 20 de agosto de 1975, organiza-se a Frente
Clandestina ao nível interno, e a Frente Diplomática, ao nível externo.
Posteriormente, sob a liderança de Xanana Gusmão é implementada a política de
Unidade Nacional, unificando os esforços de todos os sectores políticos
Timorenses e avançando com a despartidarização das estruturas da Resistência. Os
assassinatos, promovidos por milícias anti independência, armadas por membros
do exército indonésio descontentes com o resultado do referendo, eram várias. As
imagens despertaram protestos em vários países do mundo junto às embaixadas
da Indonésia, norte-americanas e britânicas, e também junto às Nações Unidas,
exigindo a rápida intervenção para cessar os assassinatos. Em Portugal nunca se
viram tantas manifestações populares de norte a sul do país desde o 25 de Abril de
1974. Pela primeira vez também a Internet foi utilizada em massa na divulgação de
campanhas pró Timor e a favor da rápida intervenção da ONU.
Finalmente a 18 de Setembro de 1999 partiu um contingente de "capacetes
azuis" das Nações Unidas, uma força militar internacional composta inicialmente
de 2500 homens, depois aumentados para 8 mil, incluindo australianos, britânicos,
franceses, italianos, malaios, norte-americanos, canadianos e outros, além de
brasileiros e argentinos. A missão da força de paz, chefiada pelo brasileiro Sérgio
Vieira de Mello, era a de desarmar os milicianos e auxiliar no processo de transição
e na reconstrução do país. Em Portugal e em vários outros países organizaram-se
campanhas para arrecadar donativos, víveres e livros. Aos poucos a situação foi
sendo controlada, com o progressivo desarmamento das milícias e o início da
reconstrução de moradias, escolas e do resto da infra-estrutura. Xanana Gusmão
retornou ao país, assim como outros Timorenses no exílio, inclusive muitos com
formação universitária. Foram realizadas eleições para a Assembleia Constituinte

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que elaborou a actual Constituição de Timor-Leste, que passou a vigorar no dia 20
de maio de 2002, quando foi devolvida a soberania ao país passando este dia a ser
assinalado como Dia da Restauração da Independência.
Por outro lado, a aproximação da China ao Ocidente favoreceu as
negociações para a integração dos dois enclaves que se encontravam, ainda, em
mãos europeias: Hong Kong- sob administração britânica desde o século XIX, e
Macau foi uma colónia fundada pelos Portugueses em 1557. Depois de vários anos
de negociações com os Ingleses acordaram em 1984, a transferência da soberania
de Hong Kong para a China, a partir de 1 de julho de 1997. O acordo instituía uma
“Região Administrativa Especial”, com um elevado grau de autonomia, por um
período de 50 anos após a transferência de poderes. Garantiu-se o funcionamento
democrático das instituições politicas do território, que inclusive conservou uma
moeda própria, totalmente convertível. A transferência da soberania de Macau
acabou por se fazer de uma forma mais serena que a de Hong Kong, quer por se
tratar de um território mais pequeno e menos desenvolvido, quer por, nos dois
anos anteriores, se ter comprovado o cumprimento genérico, por parte da China,
de acordo estabelecido com os Ingleses. Com a integração dos dois enclaves
encerrou-se, para Portugueses e Britânicos, um longo ciclo de domínio politico no
Oriente. Manteve-se, no entanto, a ligaçã9o afetiva e o intercâmbio frutuoso, entre
as duas culturas que, um dia a História uniu.

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Permanência de conflitos à escala mundial
O fim da Guerra Fria não trouxe a paz, a fraternidade e o desenvolvimento
harmónico entre as nações. Na última década do século XX, a fome, a doença, o
recrudescimento de nacionalismos e de confrontos político-religiosos continuaram
a ensombrar o mundo e, em particular, as regiões mais desfavorecidas.
A tomada de consciência coletiva levou à união das nações do Terceiro
Mundo depois da Conferência de Bandung, mas que não determinou nenhum
percurso. Algumas nações progrediram rapidamente, entrando para o grupo dos
países industrializados, enquanto que outras continuaram na pobreza e no
subdesenvolvimento, como por exemplo a África Subsariana. Desde sempre que
esta nação teve problemas e as condições dos Africanos piorava, por diversos
fatores, tal como: o crescimento rápido da população que abafa as melhorias na
escolaridade e nos cuidados de saúde ; a deterioração do valor dos produtos
africanos , uma vez que , o progressivo decréscimo dos preços das matérias-primas
reduziu a entrada de divisas tornando ainda maior a diferença entre as importações
e exportações ; as enormes dívidas externas dos Estados africanos, que originaram
um circulo vicioso de juros e novos empréstimos, consumindo uma parte elevada
do rendimento nacional , e ainda outro fator é a dificuldade em direcionar os
investimentos externos e a diminuição das ajudas internacionais.
Região de profundas desigualdades sociais, a América Latina viveu, até às
últimas décadas do século XX o subdesenvolvimento e a repressão política. Esta
região sofreu do atraso económico e endividamento externo devido à dependência
do estrangeiro, do recurso a empréstimos , no DOCUMENTO 50 A onde é possível
de visualizar o gráfico onde é possível visualizar que há um progressivo crescente
a nível dos empréstimos aos países da América Latina e Caraíbas entre 1970 até
1995/96 havendo uma ligeira subida e nos anos seguintes descendo ligeiramente,
estas informações são retiradas segundo o artigo do jornal madrileno El Pais, e
também há a incapacidade da América Latina de pagar as dívidas dos Estados. A
instabilidade político-social iniciou-se com a tomada de poder por Fidel Castro, em
Cuba a 1957. Em 1975, apenas a Colômbia, a Venezuela e a Costa Rica tinha
governos eleitos. Nas décadas de 60 e 70, o subcontinente conheceu uma
intensificação dos movimentos de guerrilha e já nos anos 80 registou-se uma
inflexão para a democracia . Com tudo isto a acontecer podemos dizer
sinteticamente que a América Latina viveu períodos de desigualdades/abismo
social, onde movimentos de guerrilhas tiveram o apoio das potências durante a
Guerra Fria, havendo ditaduras e golpes de Estado e um clima de guerra civil em
alguns países. No DOCUMENTO 51 é possível de constatar um exemplo de uma
guerrilha, neste exemplo em específico temos a presença de um cartaz do Sendero
Luminoso do Partido Comunista em 2007, o cartaz exalta a personalidade do
“presidente Gonzalo”, nome de guerra de Abimariel Guzmán, então sentenciado à
prisão perpétua.

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O Médio Oriente tem sido o berço das três religiões monoteístas, sendo uma
região bastante instável, tendo assumido um protagonismo crescente no panorama
mundial. A riqueza petrolífera dos países do Golfo Pérsico e o avanço da luta
fundamentalista alteraram profundamente as coordenadas políticas
internacionais. O fundamentalismo surgiu no mundo islâmico como uma
afirmação cultural e de fervor religioso, onde se defende a crença e a interpretação
literal do Corão; acreditam que a Lei Islâmica deve ser estritamente cumprida e
defendem que os princípios do Corão constituem a lei-base do Estado e da
sociedade. O projeto de partilha do território palestiano elaborado pela ONU e a
subseuqnete proclamação do Estado de Israel levou à rejeição do povo palestiano
e dos arábes em geral, desecadeadno o primeiro conflito armado entre os dois
povos, e apesar dos esforços de Paz e da assinatura de tratados a Paz continua
adiada, um desses tratados está presente no DOCUMENTO 55 onde na imagem
encontramos Bill Clinton (EUA), Yitzhak Rabin (Israel), Yasser Arafat (Palestina)
em 1993, aquando da assinatura dos acordos de Oslo. A intervenção americana no
Afeganistão e sobretudo no Iraque, contribuiu para o aumento da instabilidade o
Médio Oriente, intensificaram-se os atentados e as sublevações populares ao
mesmo tempo que o extremismo islâmico endurecia, tanto na Palestina como nos
Estados limítrofes.
A Jugoslávia, criada após a Primeira Guerra Mundial correspondeu ao sonho
sérvio de unir os “Eslavos do Sul”, mas foi desde sempre uma entidade artificial qua
aglutinava diferentes nacionalidades, línguas e religiões. Na Jugoslávia, o marechal
Tito conseguiu manter unidas diferentes nacionalidades, línguas, religiões e
durante 35 anos de governo foi o cimento da união. Contudo com a morte de Tito,
surgiram nacionalismos antes reprimidos. Em 1990, o colapso do bloco de Leste
acentuou a rivalidade política entre as comunidades que compunham a Jugoslávia,
eram elas: cristãos contra muçulmanos; sérvios contra bósnios, croatas e eslovenos;
tentativa de hegemonia da Sérvia: pretendia dominar a região da ex-Jugoslávia.
Mais tarde em junho de 1991, há a independência da Eslovénia, da Croácia, da
Bósnia e da Macedónia, sendo que a Sérvia não aceita a desagregação o que
desencadeou uma operação de limpeza étnica e viveu-se uma guerra civil entre
1991-1995. Basicamente, a morte do marechal Tito, em 1980, desencadeou a
separação e o confronto entre as diferentes nacionalidades da Jugoslávia. Levando
à desagregação interna na década de 1990, havendo a independência da Eslovénia
e da Croácia, da Bósnia e da Macedónia e a Sérvia ataca os seus opositores da
Croácia e da Bósnia-Herzegovina, consequentemente dá-se a guerra e explosão de
ódios entre as comunidades minoritárias e maioritárias das várias repúblicas ,
limpeza étnica, segregação racial das comunidades muçulmanas e albanesa,
nomeadamente genocídios e crimes de guerra e a intervenção da NATO/OTAN.

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Nacionalismos e confrontos religiosos no mundo atual
As divisões territoriais dos Estados-nações na grande maioria das vezes
aconteceram de acordo com as ordens de poder de cada nação ou civilização. Dessa
forma, o estabelecimento das fronteiras raramente representou a diversidade
étnica das mais diversas regiões do mundo. Como herança, existem no mundo
inúmeros conflitos étnicos e religiosos, que visam a emancipação ou
independência de alguns povos, ou a disputa de um mesmo território por duas ou
mais nações, ou ainda diferenças entre religiões.
Um dos principais conflitos que envolveram duas etnias diferentes foi o caso
de Ruanda, na África, entre os agrupamentos Hutus (predominância em Ruanda)
e os Tutsi, os quais dominaram o país durante muito tempo, mesmos constituindo
uma minoria. Entre os anos de 1959 e 1961 houve um profundo conflito entre os
grupos, tendo como consequência a transição de Ruanda de uma colônia da
Bélgica, dominada pelos Tutsi para uma república independente sob domínio dos
Hutus.
Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina num Estado judeu e outro
árabe. Um ano depois, Israel foi proclamado país. A oposição entre as nações árabes
causou uma guerra, que, com o crescimento do território de Israel, deixou os
palestinos sem Estado. Como tentativa de dar fim à tensão, foi assinado em 1993 o
Acordo de Oslo, que deu início às negociações para a criação de um futuro Estado
Palestino. Até então foi pacifico, contudo, quando foi preciso negociar sobre a
situação da Cisjordânia e da parte oriental de Jerusalém , das quais nem os
palestinos nem os israelenses abrem mão. Na Palestina, as eleições parlamentares
de 2006 colocaram no poder o grupo fundamentalista islâmico Hamas. O grupo é
considerado uma organização terrorista pelas nações ocidentais e fracassou em
formar um governo ao lado do Fatah , que é partido que prega a reconciliação entre
palestinos e israelenses. O Hamas assumiu o poder da Faixa de Gaza. E o Fatah
chegou ao da Cisjordânia, em conflitos que se prolongaram até fevereiro de 2012,
quando os dois grupos acordaram um acordo para a formação de um governo. Mas
segundo o site da Al Jazeera, rede de notícias do Oriente Médio, a rixa continua.
Caxemira é uma região montanhosa localizada no norte da Índia e a
Nordeste do Paquistão, tem sido alvo de disputas entre a Índia, China e Paquistão
desde 1947, após o fim da dominação colonial imposta pelo Reino Unido. No final
da dominação colonial britânica, o vasto território das Índias Britânicas dividiu-se
entre Índia e Paquistão, porém a região da Caxemira, de maioria islâmica, mas com
governo hindu, ficou sem um rumo certo. Com isso, decidiu-se que a região
formaria um território autônomo, o que provocou uma série de rebeliões da
maioria muçulmana sobre o governo hindu. O governo, então, solicitou apoio à
Índia, que passou a intervir militarmente na região. Em resposta, o Paquistão
também enviou tropas em apoio aos muçulmanos. O conflito teve um fim com o
estabelecimento de uma divisão territorial em duas zonas, uma paquistanesa, outra
indiana. Porém, os conflitos ainda perduram e a região atualmente é ocupada pelos

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dois países e também pela China, que vê na região uma posição estratégica para ter
acesso ao Tibete e a Sinkiang, localidades sob o domínio chinês.
O Afeganistão é um campo de batalhas desde meados de 300 a.C.
Atualmente, dois grupos disputam o poder no país, num conflito que se desenrola
há anos. Conflito esse que podemos ver no filme “O menino de Cabul”. De um lado
os Talibãs, que são um movimento fundamentalista islâmico que governou o país
entre 1996 e 2001. Do outro lado está a Aliança do Norte, que é uma organização
político-militar que une diversos grupos demográficos afegãos que querem
combater o Regime Talibã. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Aliança
do Norte passou a receber o apoio dos Estados Unidos, que invadiram o
Afeganistão para encontrar o líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden, estabelecendo
uma nova república no país. Em 2011, americanos e aliados comemoraram a captura
e morte do líder do grupo fundamentalista islâmico, mas isso não acalmou os
conflitos internos no país, que continua a sofrer constantes ataques talibãs. No
filme visionado em aula, inicia-se em 1978 um ano antes da invasão soviética,
invasão essa que faz com que Amir e o seu pai fugam de Cabul à procura de uma
vida melhor, deixando para trás o seu “escravo” Hassan. Em 1979 dá-se a invasão
soviética onde as forças soviéticas lutaram ao lado das tropas do governo marxista
da República Democrática do Afeganistão contra grupos de guerrilheiros
mujahidins de diversas nacionalidades. A maioria das facões de insurgentes da
vertente sunita recebia apoio militar, na forma de armas e dinheiro, de nações
vizinhas como o Paquistão, Arábia Saudita e a China, contudo o mais crucial
suporte logístico veio de nações ocidentais como os Estados Unidos, o Reino Unido
e outros. Os grupos xiitas receberam suporte de países como a República Islâmica
do Irã. Esta fase do conflito, que durou uma década, resultou em milhares de
mortes (entre civis e combatentes) e outra grande parcela da população afegã fugiu
do país, como Amir e o seu que conseguiram chegar à Califórnia, EUA. Mais com
a retirada das tropas soviéticas, deu-se início à guerra civil, sendo dominada pelos
talibãs em 1996, nessa altura Amir volta à sua “terra natal” para ir buscar o sobrinho
e depara-se com tudo destruído, os talibãs proibiram muita coisa como por
exemplo a largada de papagaios, cortaram árvores, entre outras barbaridades. Mas
finalmente em 2001 Cabul foi ocupada pela OTAN e tem-se vindo a recuperar.

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O debate Estado-Nação. O Neoliberalismo e a globalização
O Estado-Nação, assente na coincidência entre território, povo e governo
surge como um dos principais legados do liberalismo no século XIX. Em nome do
principal liberal das nacionalidades, irrompem na Europa e na América Latina
vários movimentos revolucionários que originaram novos Estados.
No século XX, os Estados-Nação registam uma expansão planetária
tornando-se o elemento estruturador da ordem política internacional. Alguns
exemplos de novos estados-nação depois da segunda guerra mundial são o caso da
Macedónia, a divisão da República Checa e da Eslováquia e um último exemplo é
a Eritreia.
Alguns anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, o político Tito foi
nomeado presidente vitalício da Iugoslávia socialista, uma região dividida por
diversas etnias e traços culturais distintos. Depois que Tito morreu em 1980,
cresceu a tensão interna na Iugoslávia. Ao longo de toda a década, os movimentos
separatistas ganharam força. Em setembro de 1991, a Macedônia declarou
independência, mas uma série de outros problemas estava por vir. Primeiro, foi a
oposição da Grécia, que só aceitou a independência diante da ONU quando o país
adotou o nome de Antiga República Iugoslava da Macedônia. Aliás, só a partir de
1993 a ONU passou a considerar a Macedônia oficialmente um país.
A Checoslováquia foi criada em 1918, a partir da dissolução do Império
Austro-Húngaro. Depois de décadas de socialismo, o país iniciou a democracia em
novembro de 1989, acompanhando a decadência do regime. A abertura resultou na
separação pacífica no país, que deu origem a dois territórios com traços culturais
diferentes: a República Checa e a Eslováquia. Os países passaram a existir
oficialmente no dia 1 de janeiro de 1993.
Depois de ser colônia da Itália por seis décadas, a Eritreia passou a fazer
parte da Etiópia em 1952. Bom para a Etiópia, já que o território era rico em recursos
minerais. Mas, para os eritreus, o acordo não funcionava. A população reclamava
com a falta de respeito com a cultura local e unem-se num movimento separatista
que lutou por 30 anos contra os governos etíopes. No início dos anos 1990, a ONU
promoveu um referendo em que os eritreus optaram pela independência. O
reconhecimento internacional foi em 1993.

Basicamente, o neoliberalismo consiste num conjunto de ideias tanto


econômicas quanto políticas que tem como base princípios capitalistas. Dessa
forma, defende-se que o Estado não deve interferir na vida económica e social do
país, garantindo assim a circulação livre dos capitais. Logo, com base na doutrina
em questão, a liberdade do comércio deve ser total, já que isso é o que garante
tanto o desenvolvimento quanto o próprio crescimento de um país.
Já a globalização designa a organização à escala mundial da produção e da
comercialização de bens e serviços. Para além da dimensão económica, a
globalização faz-se acompanhar da troca de conhecimentos e de informações à
escala mundial.

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Sendo assim, estes dois conceitos referidos estão ligados em variadíssimos
motivos, devido à mundialização da produção, visto que a maior parte da produção
industrial e do comércio do mundo é controlada por poderosas empresas
multinacionais, que estão a desenvolver um novo processo de divisão internacional
do trabalho. Com filiais em diversas regiões do mundo, a empresa multinacional
pode instalar as várias fases da sua operação econômica em unidades situadas em
diferentes países, escolhendo-os segundo critérios que lhe pareçam mais
vantajosos. Outro motivo é o crescimento do comércio internacional, pois o
mundo integrou-se num imenso mercado planetário, acabando com as barreiras
da distância, das línguas, das raças e das culturas distintas. E por fim um terceiro
motivo é o facto do fluxo financeiro, uma vez que o crescimento do intercâmbio
internacional foi tão grande provocou assim um enorme aumento dos fluxos
financeiros que circulam pelo mundo.

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Sínteses
A reunificação alemã
Epicentro da Guerra Fria, a Alemanha representou, durante quatro décadas,
o antagonismo que dividiu o Mundo após a Segunda Guerra Mundial. Numa
viragem imprevista da História, os anos de 1989 e 1990 devolveram-lhe a unidade
e um lugar entre as potências europeias.
A seis e sete de outubro de 1989, Erich Honecker, o presidente “histórico”
da RDA, recebe Gorbatchev nas celebrações do 40º aniversário da República
Democrática Alemã onde há uma “minuciosa troca de opiniões”. No
DOCUMENTO B a primeira imagem representa o aspeto da tribuna de honra
durante o desfile. Ainda em outubro, conforme o DOCUMENTO A, cerca de 70 mil
pessoas participam em manifestações populares de protesto em Leipzig e Berlim,
tendo como palavra de ordem “Nós somo o povo” apelando à não violência.
Segundo o que a BBC relata a 18 de outubro de 1989, “o dirigente comunista
da Alemanha de Leste, Erich Honecker, foi forçado a demitir-se do seu cargo de
líder do país.”, o motivo oficial para a demissão foram os “motivos de saúde”, mas
na realidade “a incapacidade em lidar com a onda de descontentamento que varre
o país e o partido terá sido a verdadeira razão.”, aponta a BBC News no
DOCUMENTO B.
A quatro de novembro de 1989, na Praça Alexandre em Berlim-Leste, mais
de um milhão de manifestantes, como se comprova na imagem do DOCUMENTO
B. Estas pessoas pediam a reforma do regime através da instauração de liberdade
de imprensa, eleições livres, liberdade de deslocação, entre outras reivindicações.
A nove de novembro de 1989, Fernando Assis Pacheco fez uma reportagem
que se pode ler no DOCUMENTO C, onde refere “Se a chuva não estragar a festa,
dois milhões de habitantes de Berlim Leste são esperados amanhã e depois para cá
do Muro. A maioria virá a pé, calcando 28 anos de frustração através de uma das
passagens (…) que as gruas, os bulldozers, as serras elétricas e outro material de
engenharia já abriram na pedra.”, e assim foi o muro cai a animação é grande,
começam a passar as pessoas… 20 dias depois o chanceler Helmut Kohi apresenta
os “10 pontos para a reunificação”, onde prevê estruturas confederativas entre
ambos os Estados alemães tendo sempre como objetivo a reunificação. E um longo
processo decorreu até que finalmente a doze de setembro de 1990 é assinado o
Tratado de Moscovo , presente no DOCUMENTO D, onde acordaram que : “ A
Alemanha Unificada compreendera o território da RFA, da RDA e da cidade de
Berlim.”, também ficou acordado no artigo 3.º que os governos da RFA e da RDA
renunciam o fabrico e a posse de armas nucleares, biológicas e químicas e por fim
um outro assunto que ficou aceite foi o facto da Alemanha ter “plena soberania,
tanto nos assuntos internos como externos.”.

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Em suma, a Alemanha entrou numa nova era e para conseguir “entrar
totalmente” um dos passos foi a demolição das estátuas de Lenine, como é retrato
no DOCUMENTO G onde se retira uma das estátuas em Berlim Ocidental a 13 de
novembro de 1991. Mas como em tudo nunca é possível agradar a todos e ainda nos
dias de hoje muitos alemães sentem que depois da queda do muro é que
começaram as dificuldades afirmando mesmo um individuo no DOCUMENTO E
que “Na RDA havia entreajuda e solidariedade entre todos. Havia sempre um
vizinho pronto a dar uma mão para ajudar. Aqui não, é p salve-se quem puder”, e
é verdade pois as sociedades capitalistas são mesmo assim.

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Xangai, a porta da China
Principal cidade da Ásia na primeira metade do século XX, Xangai fechou-
se ao mundo sob o regime comunista. Nos anos 90, a cidade é escolhida como um
dos polos da abertura económica chinesa, retomando a sua prosperidade e
cosmopolitismo.
Em meados do século XIX, as potências ocidentais foram autorizadas a
estabelecer os seus escritórios em Xangai, transformando a cidade no centro
financeiro da Ásia. De arquitetura marcadamente europeia, o Bund era a avenida
mais cosmopolita da cidade, onde se encontravam as sedes das grandes
companhias europeias e americanas e os clubes frequentados pela elite comercial.
No DOCUMENTO B1 é possível de visualizar a avenida acima anunciada, repleta
devida. Após a proclamação da República Popular da China, em 1949, grande parte
das empresas estrangeiras retirou-se para Hong Kong, então território de
administração britânica.
A partir dos anos 90, com o discurso de Deng Xiaoping, durante uma visita
a Xangai em janeiro-fevereiro de 1991 presente no DOCUMENTO B2; Xangai volta
a ganhar força e continua a passo e Hong Kong como gigante económico; isto
aprecia-se na enorme renovação que experimentou e que experimenta a cidade
desde anos. Quando no Ocidente se fala de auge económico chinês grande parte
do mérito é de Xangai.
Esta cidade chinesa de Xangai, é a "capital" económica do país, superou
Hong Kong e Singapura como a urbe com mais comércio internacional do mundo,
segundo dados citados hoje pelo jornal oficial Diário do Povo. Segundo o gráfico
presente no DOCUMENTO C, o número de turistas tem vindo a aumentar
consideravelmente desde 1978, assim como as importações e exportações. O Porto
de Xangai está localizado nas redondezas da cidade chinesa e é o porto mais ativo
do mundo em toneladas transportadas, tenho ultrapassado o porto de Singapura;
segundo o DOCUMENTO E são transportados 32 530 milhares TEU neste porto.
Mais um acontecimento que está entre os maiores do mundo, é a ponte de
Donghai, é a oitava maior ponte do mundo. Esta ponte foi terminada em 2005,
percorre os cerca de 32km de mar que separam Pudong do porto de Yangshan. O
enorme aumento de carga obrigou ao redimensionamento do porto de Xangai, que
se deslocou para a embocadura do Yangtzé, onde se construiu o porto de
Waigaoqiao, destinado a navios de grande tonelagem. No mar profundo,
aproveitando uma ilha de pescadores, edificou-se o porto de Yangshan, ligado ao
continente pela ponte de Donghai. No DOCUMENTO D, é possível visualizar uma
imagem da ponte em causa, concluindo de facto a sua grande dimensão.

Em suma, Xangai é apelidada de "Nova York da Ásia" e também considerada


a grande locomotiva comercial chinesa, Xangai é a metrópole mais cosmopolita e
moderna do país. Conta com uma arquitetura repleta de edifícios futuristas, ruas
largas, luzes coloridas, e uma intensa movimentação de carros e pessoas. Banhada
pelo Pacífico e cortada pelo rio Huangpu, a cidade divide-se em duas grandes

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regiões: o lado oeste, chamado Bund, representa a velha Xangai, onde ficam os
pontos históricos, os melhores restaurantes e a vida noturna. Já no leste, eis
Pudong, a área nova e centro financeiro da cidade, essa zona é a que se pode
visualizar no DOCUMENTO A .

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A ONU e a resolução dos conflitos mundiais
Criada com o principal objetivo de “manter a paz e a segurança
internacionais e (…) tomar, coletivamente medidas efetivas para evitar ameaças e
reprimir os atos de agressão”, a ONU não conseguiu impedir a proliferação de
conflitos sangrentos um pouco por todo o Globo. Como atuam, neste campo, as
Nações Unidas? De que meios dispõem?
Segundo Boutros-Ghali, secretário-geral da ONU de 1992 a 1996, este afirma
que os objetivos da ONU “deveram ser os seguintes: procurar conter (…) as
situações suscetíveis de degenerarem conflito, antes que a violência se declare;
Assim que um conflito se estala, tomar medidas para restabelecer a paz, resolvendo
os diferendos que lhe estão subjacentes; Manter a paz (…); Colaborar no
restabelecimento da paz sob as mais diversas formas (…) e criar entre as nações que
estiveram em guerra laços fundados no interesse mútuo.”, todas estas informações
são nos dadas a partir do DOCUMENTO A1. Tendo em conta a United Nations
Peacekeeping Operations, Principles and Guidelines , presente no DOCUMENTO
A2, a ONU intervém na prevenção do conflito/conflict prevention , que envolve
medidas diplomáticas para evitar que as tensões internas ou entre Estados
degenerem em conflitos violentos, durante o conflito a instituição intervém a nível
do estabelecimento da paz e na implementação da mesma, onde inclui geralmente
medidas de interferência nos conflitos em curso, envolvendo esforços diplomáticos
para sentar à mesa das negociações as partes em conflito, e envolve a aplicação
mediante autorização do Conselho de Segurança, medidas coercivas,
respetivamente. Quando já se encontra na “terceira fase” cessar-fogo aplicasse a
manutenção da paz / peacekeeping, que consiste num conjunto de ações que tem
por objetivo a preservação da paz, bem como ajudar na implementação dos acordos
de paz alcançados, e por fim a consolidação da paz/ peacebuilding que envolve um
conjunto de medidas tendentes à redução do risco de reacendimento do conflito,
através do reforço das instituições fundamentais para uma paz sustentada.
As missões da ONU são um pouco por todo o mundo, havendo um maior
número em África. O mapa do DOCUMENTO C um excelente exemplo, podendo
observar que a instituição já fez missões por exemplo na Índia, Haiti ou Chipre,
como referido anteriormente em África é onde se encontra o maior número de
ações sendo cerca de nove só em 2014. Os países que mais contribuíram
financeiramente segundo o gráfico presente no DOCUMENTO 4 foram os Estados
Unidos da América, o Japão e em terceiro lugar a França. A nível dos países que
mais contribuíram com efetivos militares em 2013 o Paquistão teve 8266 militares,
7918 do Bangladesh e 7849 na Índia.
Um acontecimento excelente para Portugal e principalmente para António
Guterres foi a sua admissão para secretário-geral da instituição em causa,
substituído assim o papel do antigo secretário Ban Ki-moon que esteve no lugar
desde 2007 ate 2016. O antigo secretário-geral revela ao jornal Público a função de
um secretário-geral, sendo o DOCUMENTO B composto por um excerto desse

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mesmo artigo. Ban Ki-moon afirma que a sua função passa por ter “a possibilidade
de tentar fazer algo para remediar essas tragedias. E é isso que faço todos os dias
(…) a manutenção da paz à ajuda humanitária, passando pela luta contra as
doenças.”, acabando por concluir que o “êxito raramente está garantido. O que é
importante é tentar obtê-lo”.

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Filmes e Livros
O Menino de Cabul

Nos anos 70, em Cabul, dois rapazes, Amir e


Hassan divertem-se com papagaios de papel. Mas Amir
vai trair o amigo e acaba por deixar o Afeganistão. Vinte
anos mais tarde, resolve regressar ao país procurando a
redenção. Num Afeganistão, agora controlado pelos
talibans, procura a paz e o perdão.
"O Menino de Cabul", realizado por Marc Foster, é
uma adaptação do primeiro romance de Khaled Hosseini,
publicado em 2003.

The Good Lie


Entre 1983 e 2005, durante os terríveis anos da Guerra Civil que assolou o
Sudão, estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham perdido a vida. Em
busca de abrigo, um sem-número de famílias deixou as suas casas e seguiu em
direção a campos de refugiados. Devido à situação caótica em que viviam, perto de
27 mil crianças foram separadas dos pais, fazendo o trajeto sozinhas. Eram estes os
"lost boys/girls", crianças de todas as idades que, fugindo aos perigos e, muitas
vezes, acompanhadas pelos irmãos, percorriam milhares de quilómetros para
alcançar os campos. Alguns anos mais tarde, um esforço humanitário levou para
os EUA algumas destas crianças.
Mamere e Theo são filhos do chefe de uma pequena aldeia no Sul do Sudão.
Quando um ataque das milícias destrói toda a aldeia e lhes mata os pais, Theo é
forçado a liderar um grupo de jovens sobreviventes
e levá-los para um lugar seguro. Nesse árduo
percurso, vão encontrando outras crianças em
fuga. Entre elas está Jeremiah, de 13 anos, um rapaz
inteligente e destemido que os ajuda a chegar com
vida ao campo de refugiados de Kakuma, no
Quénia. Anos mais tarde, Mamere, Theo e
Jeremiah têm a oportunidade de deixar o campo e
de se estabelecerem na América. Ao chegarem a
Kansas City, no Missouri, são recebidos por Carrie
Davis, que foi incumbida de os ajudar a retomar as
suas vidas. Para ela, esta será uma oportunidade de
perceber como a generosidade e o despojamento
podem fazer realmente a diferença na vida de
alguém.

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Com argumento de Margaret Nagle e realização de Philippe Falardeau, uma
história dramática baseada em factos reais que conta com Reese Witherspoon
como protagonista e com os atores Emmanuel Jal, Arnold Oceng, Ger Duany e
Kuoth Wiel, alguns dos quais viveram de perto a experiência mostrada no filme.
Good Bye, Lenin!
É um filme alemão de 2003 dirigido por Wolfgang Becker.
Inspirado num período importante da história
cultural da Europa - a queda do Muro de Berlim e a
reunificação das duas Alemanhas. Wolfgang Becker usa
como pano de fundo personagens reais como Erich
Honecker, que governou a RDA (ou Alemanha Oriental)
de 1971 a 1989; Mikhail Gorbatchov, o derradeiro líder
(1985-1991) da URSS; Helmut Kohl, primeiro chanceler da
Alemanha reunificada, e Sigmund Jähn que em 1978
tornou-se o "primeiro alemão no espaço": foi um dos
tripulantes do espaço nave soviética Sojus 31. É ele, Jähn
que se transforma na maior de todas as personagens
históricas.
A Espingarda do Meu Pai
Mais do que um manifesto político, "A Espingarda do Meu Pai" é o relato,
de uma simplicidade desconcertante, da luta permanente do povo curdo para
conservar a sua identidade cultural. Ainda que na vida quotidiana sejam constantes
o horror, a fome e o exílio, o jovem narrador mantém inalterada a vontade de viver,
o bom humor e os sonhos. Ligado à causa da liberdade
curda, ele não se sente obrigado a apresentar os seus
compatriotas como santos ou heróis, mas sim como
pessoas normais, cheias de qualidades e defeitos,
impregnadas de uma verdade e de uma singeleza que as
torna imediatamente familiares ao leitor. O pai que
nunca se separa da sua velha espingarda russa, a mãe
que concorda com ele em todas as circunstâncias, o
primo que cria pombos acrobatas, o irmão que combate
nas montanhas, todos eles são personagens de uma
galeria inesquecível que nos ajuda a mergulhar num dos
dramas mais pungentes da realidade política
contemporânea.

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Unidade 2- A viragem para uma outra era

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Cronologia
1979 - 1º geração de telemóveis / Margaret Thatcher, primeira-ministra do
Reino Unido;
1980 - Ronald Reagan, presidente dos EUA;
1951 - Exposição “Um Novo Espírito na Pintura”, Londres / 1.º câmara
fotográfica digital;
1982 - 1º CD;
1984 - Greve dos mineiros britânicos e dos siderúrgicos franceses / Violência
entre hindus e sikhs na Índia / 1º cabo de fibra ótica;
1985 - Descoberta do “buraco de ozono” / Invenção do programa Windows
pela Microsoft;
1986 - Desastre nuclear de Chernobyl;
1988 - Atentado terrorista num avião da Pan - Am;
1989 - Queda do Muro de Berlim / Televisão de alta definição;
1991 - Guerra do Golfo / Fim da URSS / Desagregação da Jugoslávia /
Sublevação curda no Iraque;
1992 - 1º Cimeira da Terra / Expansão da Internet;
1993 - Processador Pentium / Confrontos entre curdos e turcos;
1994 - Fundação da OMC / Conflitos étnicos e genocídio no Ruanda;
1995 - Atentado terrorista em Paris / Intervenção do DVD;
1997 - Protocolo de Quioto / Clonagem da ovelha Dolly;
1998 - Produção de células estaminais;
1999 - 1º leitores MP3 / Intervenção russa na Tchetchénia;
2000 - Robôs humanoides;
2001 - 1º Fórum Social Mundial / Atentados terroristas nos EUA: 11 de
setembro / Intervenção americana no Afeganistão;
2003 - Intervenção americana no Iraque / Descodificação do genoma
humano;
2004 - Genocídio no Sudão / Atentados terroristas em Madrid;
2005 - Morte de João Paulo II / Conferência de Montreal sobre alterações
climáticas / Atentados terroristas em Londres;

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2007 - Prémio Nobel da Paz para Al Gore e Painel para as Alterações
Climáticas;
2008 - Jogos Olímpicos em Pequim / Crash nos EUA / Recessão económica
mundial;
2010 - Lançamento do iPad;
2012 - Cimeira do Rio+20 para o desenvolvimento Sustentável.

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Conceitos
Interculturalidade- Processo de relações recíprocas que se estabelecem
entre duas culturas distintas, que procuram conhecer-se, compreender-se e
partilhar pontos de vista e experiências. Fruto das crescentes migrações, a
interculturalidade aprofunda os laços entre a cultura do país de acolhimento e as
novas culturais que nele se fixam.
Ambientalismo- Conjunto de teorias e práticas que visam a preservação
do meio ambiente.
Neoliberalismo- Adaptação do liberalismo económico do século XIX pelo
capitalismo dos anos 80 do século XX. Criticando a intervenção do Estado na vida
económica e social, o neoliberalismo defende o respeito pelo livre jogo da oferta e
da procura. O economista norte-americano Milton Friedman foi um dos
impulsionadores do neoliberalismo, ao defender a redução das emissões
monetárias e das despesas do Estado.
Globalização- Vocábulo, de origem anglo-saxónica, que designa a
organização à escala mundial da produção e da comercialização de bens e serviços,
como se o mundo constituísse um enorme mercado comum. Para além da
dimensão económica, a globalização faz-se acompanhar da troca de
conhecimentos e de informações à escala mundial. Por isso se fala, também, numa
globalização cultural.
Biotecnologia- Aplicação tecnológica que utiliza sistemas biológicos,
organismos vivos ou seus derivados para criar ou modificar produtos.
Pós-modernismo- Conjunto de tendências em vigor na arte ocidental
desde os anos 80, que se caracteriza pela abertura a diferentes repertórios
estilísticos, sejam, figurativos ou vanguardistas. O termo pós-modernismo teve a
sua primeira aplicação, ainda nos anos 70, na arquitetura, sendo forjado pelo critico
norte-americano Charles Jenks.

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Biografias
Al Gore
Filho do senador Albert Arnold "Al" Gore. Em 2000, concorreu à presidência
dos Estados Unidos e perdeu, numa eleição marcada por contagem polêmica dos
votos, para George W. Bush, apesar de ter tido mais votos populares, já que Bush
obteve mais delegados no colégio eleitoral.
Em 2006, lançou An Inconvenient Truth (Uma Verdade
Inconveniente), documentário sobre mudanças climáticas, mais especificamente
sobre o aquecimento global, o qual se sagrou vencedor do Oscar de melhor
documentário em 2007.
Al Gore é um ativista ecológico, tendo escrito três livros, A Terra em
Balanço: Ecologia e o Espírito
Humano (Augustus, 1993, 452 páginas), Uma
verdade inconveniente (Manole, 2006, 328
páginas) e "O Ataque à Razão" (Best-Seller do
New York Times) (2007, 327 páginas).
Atualmente mora em Nashville,Tennessee.
Em fevereiro de 2007, Al Gore e o
presidente da empresa Virgin, Richard
Branson, lançaram uma competição que dará
25 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de
euros ou R$ 97,5 milhões) para o cientista que
apresentar a melhor proposta para 'limpar o
ar' do planeta, ou seja, diminuir as
quantidades de dióxido de
carbono na atmosfera.

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B. Obama

É um político norte-americano, eleito presidente dos Estados Unidos em


novembro de 2008, é o primeiro negro a conquistar o comando do país.

Barack Hussein Obama Jr. nasceu em Honolulu, Hawaí, no dia 4 de agosto


de 1.961. Filho de Ann Dunham (mulher branca, nascida no estado do Kansas) e de
Barack Obama (homem negro, nascido no Kenia),

Quando o pequeno Obama tinha 2 anos, seus pais se divorciam. Seu pai
ingressou na Universidade de Harvard e, depois de concluí-la, retorna ao Kenya.
Em 1.982, Barack Obama (pai), faleceu em um acidente automobilístico.

Barack Hussein Obama Jr. passou parte da infância no Havaí e na Indonésia,


para onde sua mãe se mudou depois de divorciar-se do pai e se casar novamente.
Aos dez anos, porém, o menino retornou ao Havaí, onde viveu sob os cuidados dos
avós maternos. Frequentou o Occidental College de Los Angeles, escola
preparatória, que possibilitou seu ingresso na Columbia University em Nova
Iorque, onde se formou bacharel em ciências políticas em 1985. Após uma breve
estadia em Chicago, ingressou na Escola de Direito de Harvard, terminando seu
Doutorado em 1991. Em Harvard, Obama foi presidente da Harvard Law Review
(uma espécie de jornal mensal para os acadêmicos). Entrou para a história, pois foi
o primeiro negro a tornar-se presidente da Harvard Law Review.

A sua carreira política teve início em 1997, quando, pelo partido Democrata,
tornou-se Senador do estado de Illinois, cargo que ocupou até 2004. Foi eleito para
o Congresso dos EUA nesse mesmo ano, principalmente por ser contra a invasão
do Iraque. Nas prévias democratas, concorreu com a ex-primeira dama, e atual
senadora Hillary Clinton. Percebendo a ascensão de Obama, Hillary desistiu da
vaga a candidata à presidência e declarou apoio a Barack Obama.

Obama apostou na insatisfação da população com a política do atual


presidente George W. Bush. Em seus discursos, fica clara sua preocupação com o
sistema de saúde, se posiciona a favor do fim da guerra do Iraque e do uso de
diplomacia para com o Irã, e é a favor do desarmamento nuclear.

Em novembro, Obama venceu o


concorrente e foi eleito o 44o
presidente dos Estados Unidos, sendo
aclamado como o primeiro negro a
governar o país. Mas o próprio Obama
deixa claro que essa questão racial é
secundária. Em suas palavras: "Não há
uma América negra e uma América
branca e uma América latina e uma
América asiática. Há os Estados Unidos
da América".

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Durão Barroso
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa,
tendo mais tarde feito o seu mestrado em Ciências Económicas e Sociais, pelo
Instituto Europeu da Universidade de Genebra.
Ainda antes do 25 de abril de 1974, Durão Barroso integrou o Movimento
Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), tendo mesmo liderado a secção
juvenil desse partido. No entanto, viria a ser excluído do MRPP por atitudes
consideradas impróprias. Anos mais tarde, já em 1980, Durão Barroso filiou-se no
Partido Social Democrata (PSD).
Entre 1985 e 1987, integrou o governo de Cavaco Silva, tendo sido convidado
por este para o cargo de sub-secretário de Estado no Ministério de Assuntos
Internos. A seguir, ocupou o cargo de secretário de estado dos Assuntos Externos
e Cooperação e, finalmente, ocupou o lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Como Ministro dos Negócios Estrangeiros, Durão Barroso ganhou
relevância política ao liderar as negociações de paz em Angola e também ao
denunciar os abusos que ocorriam em Timor-Leste.
Em 1999, Durão Barroso foi eleito presidente do PSD, acabando por vencer
as eleições legislativas de 2002 com maioria relativa, o que o levaria a propor a
formação de um governo de coligação com o CDS-PP. Assim, a 6 de abril de 2002,
Durão Barroso tornou-se Primeiro-Ministro de Portugal.
Apesar de apenas se ter mantido nesta
função durante pouco mais de dois anos, o seu
governo tornou-se impopular em Portugal devido
às primeiras medidas de austeridade tomadas
com o objetivo de lutar contra o deficit
orçamental. Outro episódio marcante do seu
governo foi o seu apoio tácito à invasão do Iraque.
No entanto, a sua postura agradou aos governos
europeus, levando a que fosse eleito
unanimemente pelos 25 estados da União
Europeia como Presidente da Comissão Europeia,
tendo iniciado o seu mandato a 1 de novembro de
2004, sendo que a tualmente ainda ocupa esse
mesmo lugar, o que lhe tem dado uma enorme
relevância a nível mundial.

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G. Bush
Filiado ao Partido Republicano, já havia anteriormente sido o 43º Vice-
presidente dos Estados Unidos (1981–89), membro do Congresso, embaixador,
diretor da CIA, e atualmente é o mais velho ex-presidente vivo.
Bush nasceu no estado de Massachusetts, filho do senador Prescott Bush e
de Dorothy Walker Bush. Após o ataque a Pearl Harbor em 1941, Bush adiou sua
ida para a faculdade, alistou-se na Marinha no seu aniversário de 18 anos, e tornou-
se o mais novo piloto da Marinha até aquele momento. Serviu até o fim da guerra,
ingressando, em seguida, na Universidade Yale. Graduando-se em 1948, mudou-se
com sua família para o Texas, entrando para indústria do petróleo, e tornando-se
milionário com cerca de 40 anos de idade.
Entrou para a política logo após fundar sua própria empresa petrolífera,
servindo como membro da Câmara dos Representantes, entre outros cargos.
Concorreu sem sucesso para a candidatura a Presidente dos Estados Unidos em
1980, porém foi escolhido por Ronald Reagan a ser candidato a Vice-presidente; os
dois foram eleitos nesse pleito. Durante seu mandato, Bush chefiou forças-tarefas
da administração Reagan envolvidas na "Guerra contra as drogas".
Em 1988, Bush candidatou-se à presidência, na tentativa de suceder Ronald
Reagan, e derrotou o candidato democrata Michael Dukakis. A política externa foi
o que mais marcou sua presidência;
operações militares foram conduzidas no
Panamá e no Golfo Pérsico em um período de
mudança no panorama político mundial; o
Muro de Berlim foi derrubado em 1989 e a
União Soviética dissolveu-se dois anos mais
tarde. Na política interna, Bush descumpriu
uma promessa de campanha e, depois de
travar uma luta contra o Congresso,
autorizou um aumento de impostos que o
Congresso havia passado. Em meio a tantos
problemas econômicos, foi derrotado em
uma tentativa de reeleição em 1992 pelo
candidato democrata Bill Clinton.

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O. Bin Laden
Foi um dos membros sauditas da próspera família bin Laden, além de líder
e fundador da al-Qaeda, organização terrorista à qual são atribuídos vários
atentados contra alvos civis e militares dos Estados Unidos e seus aliados, dentre
os quais os ataques de 11 de setembro de 2001.
Filho de Muhammed bin Laden, imigrante iemenita pobre que se tornou o
homem mais rico e poderoso da Arábia Saudita, depois do próprio rei, Osama bin
Laden era o filho único de sua décima esposa, Hamida al-Attas; seus pais se
divorciaram logo depois que ele nasceu (a mãe de Osama se casou com
Muhammad al-Attas e o novo casal teve quatro filhos).
Desde 2001, bin Laden e sua organização tinham sido os maiores alvos da
Guerra ao Terrorismo dos oficiais estadunidenses e esteve entre os dez foragidos
mais procurados pelo FBI, encabeçando a lista. Acreditou-se que Bin Laden e seus
companheiros da al-Qaeda estavam escondidos próximos à costa do Afeganistão e
das áreas tribais do Paquistão. Em 1 de maio de 2011, dez anos desde os atentados
do 11 de setembro, o Presidente Barack Obama anunciou pela televisão que Osama
bin Laden havia sido morto durante uma operação militar estadunidense em
Abbottabad.Seu corpo teria ficado sob a custódia
dos Estados Unidos e, após passar por rituais
tradicionais islâmicos, teria sido sepultado no
mar.[5] No entanto, em março de 2012, o WikiLeaks
revelou e-mails da Stratfor Global Intelligence
(empresa privada de segurança conhecida como
"CIA na sombra"), segundo os quais o sepultamento
de Bin Laden em alto-mar nunca aconteceu.
Segundo divulgou o jornal espanhol Público, o
corpo do ex-líder da Al Qaeda teria sido levado para
os Estados Unidos em um avião da CIA.

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Questões
O debate Estado-Nação. O Neoliberalismo e a globalização
O Estado-Nação, assente na coincidência entre território, povo e governo
surge como um dos principais legados do liberalismo no século XIX. Em nome do
principal liberal das nacionalidades, irrompem na Europa e na América Latina
vários movimentos revolucionários que originaram novos Estados.
No século XX, os Estados-Nação registam uma expansão planetária
tornando-se o elemento estruturador da ordem política internacional. Alguns
exemplos de novos estados-nação depois da segunda guerra mundial são o caso da
Macedónia, a divisão da República Checa e da Eslováquia e um último exemplo é
a Eritreia.
Alguns anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, o político Tito foi
nomeado presidente vitalício da Iugoslávia socialista, uma região dividida por
diversas etnias e traços culturais distintos. Depois que Tito morreu em 1980,
cresceu a tensão interna na Iugoslávia. Ao longo de toda a década, os movimentos
separatistas ganharam força. Em setembro de 1991, a Macedônia declarou
independência, mas uma série de outros problemas estava por vir. Primeiro, foi a
oposição da Grécia, que só aceitou a independência diante da ONU quando o país
adotou o nome de Antiga República Iugoslava da Macedônia. Aliás, só a partir de
1993 a ONU passou a considerar a Macedônia oficialmente um país.
A Checoslováquia foi criada em 1918, a partir da dissolução do Império
Austro-Húngaro. Depois de décadas de socialismo, o país iniciou a democracia em
novembro de 1989, acompanhando a decadência do regime. A abertura resultou na
separação pacífica no país, que deu origem a dois territórios com traços culturais
diferentes: a República Checa e a Eslováquia. Os países passaram a existir
oficialmente no dia 1 de janeiro de 1993.
Depois de ser colônia da Itália por seis décadas, a Eritreia passou a fazer
parte da Etiópia em 1952. Bom para a Etiópia, já que o território era rico em recursos
minerais. Mas, para os eritreus, o acordo não funcionava. A população reclamava
com a falta de respeito com a cultura local e unem-se num movimento separatista
que lutou por 30 anos contra os governos etíopes. No início dos anos 1990, a ONU
promoveu um referendo em que os eritreus optaram pela independência. O
reconhecimento internacional foi em 1993.

Basicamente, o neoliberalismo consiste num conjunto de ideias tanto


econômicas quanto políticas que tem como base princípios capitalistas. Dessa
forma, defende-se que o Estado não deve interferir na vida económica e social do
país, garantindo assim a circulação livre dos capitais. Logo, com base na doutrina
em questão, a liberdade do comércio deve ser total, já que isso é o que garante
tanto o desenvolvimento quanto o próprio crescimento de um país.
Já a globalização designa a organização à escala mundial da produção e da
comercialização de bens e serviços. Para além da dimensão económica, a

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globalização faz-se acompanhar da troca de conhecimentos e de informações à
escala mundial.
Sendo assim, estes dois conceitos referidos estão ligados em variadíssimos
motivos, devido à mundialização da produção, visto que a maior parte da produção
industrial e do comércio do mundo é controlada por poderosas empresas
multinacionais, que estão a desenvolver um novo processo de divisão internacional
do trabalho. Com filiais em diversas regiões do mundo, a empresa multinacional
pode instalar as várias fases da sua operação econômica em unidades situadas em
diferentes países, escolhendo-os segundo critérios que lhe pareçam mais
vantajosos. Outro motivo é o crescimento do comércio internacional, pois o
mundo integrou-se num imenso mercado planetário, acabando com as barreiras
da distância, das línguas, das raças e das culturas distintas. E por fim um terceiro
motivo é o facto do fluxo financeiro, uma vez que o crescimento do intercâmbio
internacional foi tão grande provocou assim um enorme aumento dos fluxos
financeiros que circulam pelo mundo.

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Sínteses
Salvar o planeta
As agressões ambientais, derivadas do uso indiscriminados dos recursos
naturais do planeta, motivam, há décadas, a resposta de movimentos civis, Estados
e organizações, como a ONU. O tema do “desenvolvimento sustentável” entrou na
agenda das grandes questões internacionais.
Várias foram e são as preocupações ambientais no nosso planeta, no
DOCUMENTO A temos uma bibliografia diversa com várias catástrofes e
tentativas de resolução. Tais como em 1989 o naufrágio petrolífero Exxon Valdez,
no Alasca, em 1991 o despejo pelo Iraque, de mais de um milhão de toneladas no
Golfo Pérsico ou ainda em 2010 a explosão da plataforma petrolífera Deepwater
horizon no golfo do México, no DOCUMENTO C tem uma imagem do
acontecimento e podemos ver a grande dimensão do acontecimento.
O que devia estar a desenvolver-se no mundo era um desenvolvimento
sustentável, que respondesse “às necessidades do presente sem comprometer a
capacidade de as gerações futuras responderem às suas e corresponde aos deveres
das gerações atuais de transmitirem um mundo vivo, viável e reprodutível.”,
afirmações presentes no DOCUMENTO B, dadas pelo presidente da Comissão
Mundial da ONU, G.H. Brundtland.
Sendo que as gerações atuais não contentam com os desgraças ambientais
e exemplo disso é a imagem do DOCUMENTO E em que podemos observar
ativistas da Greenpeace a manifestarem-se, pelo facto de a Cimeira de Copenhaga
não ter fixado limites quantitativos para a reprodução de CO2, reconhecendo
apenas que a subida da temperatura média do planeta não podia aumentar mais
de 2º graus celsius até 2100. Outro exemplo é a voz das ONG da juventude, no
DOCUMENTO G encontramos um excerto do discurso de uma estudante no
encerramento da Conferencia das Nações Unidas sobre o Clima em 2011, onde a
mesma expõe a sua indignação por não se sentir ouvida, questionando o que é
necessário para “participar neste jogo?”, dando de seguida algumas opções, tais
como influência das empresas, representantes de grupos de interesse e dinheiro,
finalizando o seu breve discurso dizendo que “ durante todo este tempo, falharam
aos compromissos, falharam objetivos e não cumpriram as promessas feitas.”.

Apesar de tudo, existe tentativas de resolução, tais como a Cimeira da Terra


em 1922, que avançou com um conjunto de propostas pendentes à gestão dos
recursos da Terra, de forma que a qualidade de vida das gerações futuras não fique
hipotecada. No DOCUMENTO D está presente um excerto da declaração do Rio
sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, destacando três pontos, o primeiro “Os
seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento
sustentável. Eles têm o direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com
a natureza.”, que todos os Estados e consequentes povos devem colaborar em
acabar com a pobreza “como condição indispensável ao desenvolvimento

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sustentável.” e por um terceiro aspeto é o facto de que a paz, o desenvolvimento e
a proteção do ambiente deveram ser correlativos e inseparáveis.
Outro exemplo de tentativa de resolução foi a Cimeira do RIO+20 em 2012,
foi uma conferência realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 na cidade
brasileira do Rio de Janeiro, cujo objetivo era discutir sobre a renovação do
compromisso político com o desenvolvimento sustentável.

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Da globalização à alterglobalização

Sempre que se sucedem os encontros e as cimeiras co as organizações que


superintendem na globalização (Organização Mundial do Comércio, Fundo
Monetário Internacional, Banco Mundial, Fórum Económico Mundial, G8 e G20),
irrompem movimentos de contestação a propor um outro modelo de
desenvolvimento, que não o liberal, mais justo e solidário.

Desde 2001 que se reúne o Fórum Social Mundial, um espaço de diálogo


entre representantes da sociedade civil. As suas conclusões condenam,
repetidamente, o desenvolvimento liberal que busca o lucro, com avidez, despreza
a diversidade cultural, origina conflitos e provoca danos ecológicos. No
DOCUMENTO B é possível de observar o cartaz alusivo ao Fórum Social Mundial
de 2013, realizado na Tunísia, e também no DOCUMENTO B está presente um
excerto do que foi apelado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre a um de
fevereiro d 2002, neste Fórum tentou-se “compreender que a nossa biosfera é
frágil”, que o planeta Terra pode se tornar impossível de habitar, sendo que “não
nos podemos desinteressar do reaquecimento do clima, da falta de água potável
(…) do envenenamento dos solos” dos efeitos das catástrofes tecnológicas, a
expansão das pandemias mortais, entre outros problemas debatidos , sendo que
por isso é necessário haver regulações e a existência de um pacto mundial.
Outro exemplo de Fórum é o Fórum Económico Mundial, no
DOCUMENTO A é possível de ler um excerto da intervenção de Ban Ki-moon,
antigo Secretário Geral da ONU, em 2009 decorreu em Davos na Suíça. Neste
DOCUMENTO Ban Ki-moon afirma que “as economias atravessam dificuldades
(…) a mudança climática” é uma ameaça, vivemos assim uma nova época que é
necessário haver cooperação internacional entre todos, finalizou o seu discurso
apelando para mostrar “o caminho aos vossos consumidores, aos vossos
fornecedores e aos vossos empregados. Partilhem as vossas tecnologias com os
pobres. É o único meio de assegurarem um futuro sustentável e prospero para
todos.”.

Várias são as manifestações contra os problemas que estão no nosso planeta,


exemplo de manifestações foi a que ocorreu em 2011 na cidade de Madrid, no
DOCUMENTO E há uma imagem que mostra a quantidade de pessoas que
estiverem na manifestação “Os Indignados”, eles manifestavam contra o
desemprego, a austeridade imposta pelos governos, a ditadura dos mercados, a
corrupção dos banqueiros e pela a falta de transparência dos políticos. Outra
manifestação foi em Seattle durante a Cimeira da OMC no ano de 1999, sendo que
no DOCUMENTO C temos uma imagem desse acontecimento onde num cartaz se
pode ler “Comércio livre para explorar as pessoas e a natureza”, uma crítica
bastante explicita ao comércio livre. “Occupy Wall Street”, 2011 uma imagem no
DOCUMENTO D que revela bem o que foi, um grupo de pessoas como vemos na
imagem manifestam-se à frente da Bolsa de Nova Iorque devido à desigualdade

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econômica e social, a ganância, a corrupção e a indevida influência das empresas.
DOCUMENTO F, uma manifestação contra a Cimeira do G20, realizada em
Cannes, onde se lê nos cartazes “Allo G20? Aqui fala o resto do Mundo!”, “A vida,
não a bolsa”, “Mudar o sistema, não o planeta.”, “Indignados, revoltados,
solidariedade”, entre outras frases de descontentamento.

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Nações e nacionalismos na Europa multicultural
Entrado o século XXI, as nações e nacionalismos mostram uma vitalidade
inesperada numa Europa enredada nas teias da globalização e da construção
europeia. Que contornos tem hoje o nacionalismo europeu? Que perigos dele
podem resultar?
Em 1991 como é observável no DOCUMENTO A houve vários países que se
tornaram independentes e a aderiram à ONU. No DOCUMENTO B as bandeiras
da Catalunha e da Escócia estão visíveis, ambas anseiam a independência. É bem
visível que os nacionalismos têm aspetos positivos como o seu contrário, se por um
lado o estado em questão consegue ser livre, isto é, consegue tornar-se num país
independente, mas por outro lado põe um pouco a questão da multiculturalidade
em risco, apela um pouco para que isso acabe, e de facto é um dos pontos contra
como é visível no DOCUMENTO F. Os partidos nacionalismos estão a ganhar cada
vez mais destaque na Europa, e isso tem preocupado imenso os altos dirigentes e
a população em geral, como o exemplo principal da Franca que tem ganho mais
destaque com várias manifestações a favor do partido nacionalista. Países como
Áustria e Alemanha também tem ganho algum relevo no que toca a nacionalismos.
Em suma, este é um tema que está a preocupar em geral, pois provoca
violentos confrontos, poe a multiculturalidade em risco e origina conflitos. Será
sempre um tema preocupante, contudo não podemos negar o direito de um estado
querer a independência, só que, convém haver limites e que principalmente sejam
questões que se resolvam rapidamente e que não se arrastem durante décadas
como por exemplo a questão do País Basco.

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Filmes
Babel
Vencedor do Prémio de Melhor Realizador e o Prémio do Júri Ecuménico
no Festival de Cannes e somando já sete nomeações para os Globos de Ouro nas
categorias principais, "Babel", o novo filme de Alejandro González Iñárritu ("Amor
Cão", "21 Gramas") é a história de um incidente trágico que gera uma cadeia de
acontecimentos em quatro famílias, em quatro continentes.
Ligados por circunstâncias, mas
separados por continentes, culturas e línguas,
cada personagem descobre que é a família que,
em última análise, providencia consolo. Nas
areias longínquas do deserto Marroquino, um
tiro de espingarda detona uma série de
acontecimentos que ligam um casal de turistas
americanos, dois rapazes marroquinos, uma
ama que atravessa ilegalmente a fronteira para
o México com duas crianças americanas e o pai
de uma adolescente japonesa procurado pela
polícia em Tóquio. Em poucos dias, cada um
enfrentará a sensação vertiginosa de estar
verdadeiramente perdido - perdido no deserto,
perdido no mundo, perdido de si próprio.

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As Flores de Harrison
Harrison (David Strathairn), fotojornalista
premiado com o Pulitzer e repórter da "Newsweek", é
enviado para a Jugoslávia para cobrir o conflito. Decide
que esta é a sua última missão e promete a Sarah (Andie
MacDowell), a sua mulher e colega, que estará de
regresso para o aniversário de um dos seus dois filhos. No
entanto, com o agravar do conflito entre sérvios e
croatas, Harrison desaparece e é dado como morto. Sarah
recusa-se a acreditar na sua morte e resolve ir em busca
do marido - esteja ele morto ou vivo. Com a ajuda de dois
outros fotojornalistas e armada unicamente com uma
máquina fotográfica, Sarah parte para a ex-Jugoslávia.

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Unidade 3- Portugal no novo quadro internacional

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Cronologia
1976 - Constituição Portuguesa / Ramalho Eanes Presidente da República;
1977 - Pedido de adesão de Portugal à CEE;
1980 - Televisão a cores;
1984 - Conquista da primeira medalha de ouro olímpica para Portugal por
Carlos Lopes;
1985 - Assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE / Sistema
Multibanco em Portugal;
1986 - Entrada de Portugal e Espanha na CEE / Mário Soares, Presidente da
República / Chegada dos 1º Fundos Estruturais;
1989 - Serviço Móvel Terrestre / 1º votação dos portugueses no Parlamento
Europeu;
1991 - Conclusão da autoestrada Lisboa-Porto;
1992 - Tratado da União Europeia, Maastricht / Presidência portuguesa da
Comunidade Europeia (Cavaco Silva) / Emissões televisivas da SIC;
1994 - Lisboa, capital europeia da Cultura TV por cabo em Portugal;
1995 - Entrada em vigor do Acordo de Schengen em Portugal / Freitas do
Amaral, Presidente da Assembleia-Geral da ONU;
1996 - Jorge Sampaio, Presidente da República / Fundação da CPLP;
1997 - Tratado de Amesterdão;
1998 - Expo 98 em Lisboa / José Saramago, Prémio Nobel da Literatura /
Cimeira Ibero-Americana no Porto;
1999 - Entrega da Macau à China;
2000 - Presidência portuguesa do Conselho Europeu (António Guterres) /
Tratado de Cooperação e Amizade com o Brasil;
2002 - Circulação do euro;
2004 - Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia;
2005 - António Guterres, Alto-Comissário das Nações Unidas para os
Refugiados;
2006 - Cavaco Silva, Presidente da República;
2009 - Cimeira Ibero-Americana no Estoril;
2011 - Resgate financeiro com a intervenção da Troika.

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Conceitos
PALOP- Sigla que designa os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa:
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde. São Tomé e Príncipe e desde,
2014, a Guiné Equatorial. Juntamente com Portugal, Brasil e Timor-Leste, fazem
parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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Biografias
Aires Mateus
Filho de um arquiteto agricultor, de Grândola, numa família onde todos os
homens tiravam o curso de Direito. A mãe era de Belas Artes. Viveu no bairro
Olivais Sul, em Lisboa. Frequentou a escola Fernão Mendes Pinto até à 4ª classe, a
escola Josefa de Óbidos e a escola António Arroio.
Formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa
em 1986. Começou a colaborar com o arquiteto Gonçalo Byrne em 1983, no que
seria uma experiência fundamental para sua formação profissional - até à fundação
em 1988 do estúdio Aires Mateus & Associados, juntamente com o seu irmão
Francisco Mateus. Tanto no setor privado como
para obras públicas, foi premiado com inúmeros
prémios em competições internacionais, e a
publicação dos seus trabalhos em comunicados de
imprensa mundiais molda os irmãos Aires Mateus
como figuras revolucionárias da nova arquitetura
europeia, caracterizando-se por uma pesquisa
rigorosa e um extraordinário cuidado na
qualidade de suas obras. Foi premiado com o
Prémio Pessoa em 2017.
A formação no ambiente cultural
português, dominada por personalidades
internacionalmente relevantes como Fernando
Távora, Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e
Gonçalo Byrne, não limitou ou impediu a
elaboração de um "estilo" pessoal caracterizado,
desde os seus primórdios, por uma marca evidente
e reconhecível.

Álvaro Siza Vieira


Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira é natural de Matosinhos, onde nasceu a
25 de junho de 1933, filho de Júlio Siza Vieira e de Cacilda Ermelinda Camacho
Carneiro.
Estudou Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949
e 1955. Construiu a sua primeira obra em 1954. Foi colaborador de Fernando Távora
entre 1955 e 1958. Ensinou na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1966 e
1969 e voltou a esta Escola como Professor Assistente de "Construção". Foi
Professor Visitante em vários estabelecimentos de ensino. Lecionou, ainda,
na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, onde deu a sua última aula
em outubro de 2003.

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É autor de numerosos projetos quer a nível nacional, que a nível
internacional, entre os quais se incluem a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da
Palmeira, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a Biblioteca da
Universidade de Aveiro, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e a
emblemática Igreja de Marco de Canaveses.
Na Holanda, dirigiu, desde 1985, o Plano de Recuperação da Zona 5 de Schliderswij;
em Espanha, delineou os projetos para o Centro Meteorológico da Villa Olímpica
de Barcelona, para o Museu de Arte Contemporânea da Galiza e para a Faculdade
de Ciências da Informação, em Santiago de Compostela. As suas obras foram
expostas em numerosas cidades.
Siza Vieira participou em seminários e conferências por toda a Europa, na
América e no Japão. Foi convidado a estar presente em concursos internacionais e
obteve o primeiro lugar em Schlesisches Tor, Kreuzberg, Berlim, na recuperação
do Campo di Marte, em Veneza, e na remodelação do casino e café Winkler, em
Salzburg (1986). Foram inúmeros os prémios que recebeu: em 1987, o Prémio de
Arquitetura da Associação de Arquitetos Portugueses; em 1982, a Secção
Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte atribuiu-lhe o Prémio
de Arquitetura do Ano. Em 1988 recebeu a medalha de Ouro de Arquitetura do
Colégio de Arquitetos de Madrid, a Medalha da Fundação Alvar Aalto, o
Prémio Prince of Wales da Harvard University e o Prémio Europeu de Arquitetura
da Comissão das Comunidades Europeias/Fundação Mies van der Rohe. Em 1992
foi-lhe atribuído o Prémio Pritzer pelo conjunto da sua obra. Em 1993, recebeu o
Prémio Nacional de Arquitetura e em 1996 e 2000, o Prémio Secil de Arquitetura.
Em 2001, foi premiado pela Wolf Foundation e recebeu o Prémio Nacional da
Arquitetura Alexandre Herculano.
O ano de 2002 foi repleto de galardões, assim como os anos seguintes, até
2005, ano em que lhe foram entregues as chaves de cidade do Porto.
Álvaro Siza é doutor "Honoris Causa" pela Universidade Politécnica de
Valência, pela Escola Politécnica Federal de Lausanne, pela Universidade de
Palermo, pela Universidade Menendez Pelayo, de
Santander, pela Universidad Nacional de
Ingeniería de Lima, Peru, pela Universidade de
Coimbra, pela Universidade Lusíada, pela
Universidade Federal de Paraíba, pela Università degli
Studi di Napoli Federico II, Pollo delle Scienze e delle
Tecnologie, Nápoles.
Álvaro Siza Vieira é membro da American Academy of
Arts and Science e "Honorary Fellow" do Royal
Institute of British Architects, do AIA, da Académie
d'Architecture de France e da European Academy of
Sciences and Arts.

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Carlos Lopes
O nome de Carlos Lopes ficará para sempre associado à medalha de ouro
que ganhou nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, ao vencer a prova de
Maratona e garantir assim para Portugal o primeiro ouro olímpico da história
desportiva nacional. No entanto, os feitos deste beirão natural de Viseu começaram
muito antes, sobretudo quando se muda para Lisboa com apenas 20 anos e ingressa
no Sporting Clube de Portugal, onde encontra o professor Mário Moniz Pereira,
seu futuro treinador e mentor. A partir daí as vitórias sucedem-se tanto a nível
nacional como internacional, ganhando em 1976 o Campeonato do Mundo de
Corta-Mato no País de Gales, e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de
Montreal na prova dos 10.000 metros, a primeira medalha olímpica conquistada
para o atletismo português. Em 1985, um ano depois dos Jogos de Los Angeles,
Carlos Lopes ainda conquistaria o Campeonato do Mundo de Corta-Mato em
Lisboa, e a Maratona de Roterdão com uma marca que lhe deu o recorde mundial
que seria seu durante os três anos seguintes. Foram os derradeiros feitos
desportivos na vida dum atleta excecional, um símbolo do nosso atletismo, um
verdadeiro campeão que foi o ídolo de todos os portugueses. Aquele com quem nas
palavras do poeta Manuel Alegre, “ganhámos a corrida, aquela madrugada e toda
a vida”.

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Eduardo de Souto Moura
É filho de José Alberto Souto de Moura, médico, natural de Braga, freguesia
da Sé, e de sua mulher Maria Teresa Ramos Machado e irmão do 9.º procurador-
geral da República Portuguesa José Adriano Machado Souto de Moura e de Maria
M. Machado Souto de Moura.
Formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, Eduardo Souto de
Moura iniciou a sua carreira colaborando no atelier de Álvaro Siza Vieira. Em 1981,
recém-formado, surpreendeu a comunidade dos arquitetos vencendo o concurso
para o importante projeto do Centro Cultural da Secretaria de Estado da Cultura
no Porto (1981-1991) que o viria a lançar, dentro e fora de Portugal, como um dos
mais importantes arquitetos da nova geração. O seu reconhecimento internacional
viria a reforçar-se com a conquista do primeiro lugar no concurso para o projeto
de um hotel na zona histórica de Salzburgo, na Áustria, em 1987. Casou com a
também Arquiteta Maria Luísa Marinho Leite Penha, da qual tem três filhas.
Trabalhou com Álvaro Siza Vieira, mas cedo criou o seu próprio espaço de
trabalho. Souto Moura, influenciado pela horizontalidade das linhas condutoras
de Mies van der Rohe, tem nas casas o seu grande espólio de obras. É um dos
expoentes máximos da chamada Escola do Porto, vencedor do Prémio Pritzker em
2011. A 9 de Junho de 1995 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique e a 9 de Julho de 1999 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Mérito.
A partir da Casa em Cascais, realizada em 2002, começou a afastar-se da
linguagem miesziana que o definiu numa primeira fase da sua obra, começando a
redesenhar a forma de construir e criar arquitetura através da complexidade e
dinamismo de formas, mas sempre com o cuidado do desenho espacial habitual.
Exemplo disso é o Estádio Municipal de Braga,
onde o imaginário de teatro e o cenário da
pedreira, onde a obra foi edificada, nada nos
remetem às primeiras obras do arquiteto, mas
muito mais a uma segunda etapa que dá, agora, os
primeiros passos.
A 14 de Julho de 2011, Souto de Moura foi
distinguido pela Faculdade de Arquitectura e Artes
da Universidade Lusíada do Porto com o
doutoramento Honoris Causa. No mesmo ano de
2011, a Universidade de Aveiro também lhe
concedeu o título de Doutor Honoris causa. A 20
de Janeiro de 2012 foi feito Grande-Oficial da
Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

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José Saramago
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga,
província do Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, se bem que o registo oficial
mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa
quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida
decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta
fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades
económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro
mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da
saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro
livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo
sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu
funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na
revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa,
onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um
ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direcção da Associação
Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994,
presidente da Assembleia Geral da Sociedade
Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de
1975 foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias.
A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do
seu trabalho literário, primeiro como tradutor,
depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988
e em fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo
entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de
Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha).
Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de
Literatura.
José Saramago faleceu a 18 de junho de 2010.

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Marcelo Rebelo de Sousa
É o atual Presidente da República Portuguesa. Professor catedrático de
Direito, jornalista e comentador político, exercia a função de docente e presidente
do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa,
até vencer as eleições presidenciais de 2016.
Elemento de movimentos católicos na sua
juventude, viria a aderir ao Partido Social
Democrata após o 25 de abril de 1974. Exerceu, a
nível parlamentar e governativo, os cargos de
deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia
da República, eleito pelo PSD; Secretário de Estado
(1981-1982) e Ministro (1982-1983) dos Assuntos
Parlamentares do governo da Aliança Democrática,
chefiado por Francisco Pinto Balsemão. Foi líder do
PSD entre 1996 e 1999.

Mário Soares
Mário Soares nasceu em Lisboa, a 7 de dezembro de 1924.
As ações políticas que encetou contra o Estado Novo desde os tempos de
estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tiveram como
consequência ter sido preso 13 vezes pela PIDE (polícia política) e ainda ter sofrido,
em 1968, uma deportação para São Tomé. Tendo concluído, em 1951, a licenciatura
em Ciências Histórico-Filosóficas iniciou, na mesma Universidade, o Curso de
Direito, tendo-o concluído em 1957. Como advogado, defendeu, em tribunais
plenários, inúmeros opositores ao regime.
Devido às constantes perseguições que a polícia política lhe fazia, viu-se
obrigado, em 1971, a refugiar-se em Paris. Foi um dos fundadores, em 1973, do
Partido Socialista, do qual foi o primeiro secretário-geral. Regressou a Lisboa em
1974, logo após o derrube do regime, tendo sido chamado a desempenhar as
funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros, no âmbito das quais desenvolveu
negociações conducentes à independência das colónias portuguesas. Opôs-se à
tentativa de um sector de militares sublevados que pretendiam conduzir
progressivamente o país para um regime de extrema-esquerda. Demitiu-se do
cargo em março de 1975, passando a ocupar um ministério sem pasta. Volvidos dois
meses, demitiu-se, igualmente, deste cargo.
Foi primeiro-ministro de 1976 a 1978 e de 1983 à 1985. Negociou, de 1977 a
1985, com pleno sucesso, a entrada de Portugal na Comunidade Europeia (atual
União Europeia). Foi presidente da República dois mandatos sucessivos, de 1986 a

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1996, tendo iniciado as chamadas presidências abertas, durante as quais percorreu
muitas regiões do país, auscultando diretamente as
aspirações e as reclamações populares, dando assim
início a uma nova postura presidencial.
Desempenhou, posteriormente, as funções de
eurodeputado no Parlamento Europeu. Nos últimos
anos da sua vida, dedicou-se à escrita, à coordenação
da Fundação a que deu o seu nome e à intervenção
em inúmeros congressos e debates.
Faleceu a 7 de janeiro de 2017, com 92 anos de
idade, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

Paula Rego
Paula Rego é um dos nomes de maior destaque na arte europeia. Nascida
em Portugal em 1935, estudou na Slade School of Fine Art, em Londres. Foi a
primeira Artista Associada da National Gallery e recebeu o título de
Doutora honoris causapelas universidades de St. Andrews, East Anglia, Rhode
Island School of Design, The London Institute, Oxford, Roehampton e Cambridge.
Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago da Espada pelo Presidente
da República em 2005 e nomeada Dame Commander of the Order of the British
Empire pela Rainha do Reino Unido em 2010, logo após a abertura da Casa das
Histórias Paula Rego, em Cascais, um novo museu projetado por Eduardo Souto de
Moura.
Realizaram-se retrospetivas e exposições da obra de Paula Rego na
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa e Paris; na Casa de Serralves, Porto; na Tate
Gallery Liverpool; na Dulwich Picture Gallery, Londres; na University Art Gallery,
Universidade de Massachusetts, Dartmouth, EUA; na Abbot Hall Art Gallery,
Kendal; no Yale Center for British Art, New Haven, Connecticut; no Tate Britain;
no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; no National Museum of
Women in the Arts, Washington DC; no Museo de Arte Contemporáneo de
Monterrey, México; e no Pinacoteca do
Estado de São Paulo, Brasil.
Uma pintora de “histórias”, os
personagens de Paula Rego
desempenham uma variedade de
papéis e retratam tensões inquietantes
por baixo da superfície. O seu trabalho,
grandes pinturas em pastel, águas-
fortes nitidamente desenhadas e
litografias elaboradas, expressa uma
diversidade extraordinária de emoções
e experiências.

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Rosa Mota
Seul, na Coreia do Sul, 23 de setembro de 1988. “Corre Rosa, corre por
Portugal!” apelava o comentador desportivo Jorge Lopes aos microfones da RTP.
Depois do Bronze conquistado nos Olímpicos de Los Angeles em 1984, do Ouro
nos Europeus de 1982 e 1986, em Atenas e Estugarda, depois do Ouro nos Mundiais
de Roma em 1987, todos os portugueses desejavam e confiavam numa vitória nos
Jogos Olímpicos de Seul. E Rosa Mota cumpriu. O país vibrou com a conquista da
nossa primeira medalha de ouro feminina. A carreira de Rosa Mota continuou, com
vitórias e medalhas, até abandonar a modalidade em 1992. Em pouco mais de 10
anos de carreira desportiva, entre 1982 e 1992 correu um total de 21 maratonas,
vencendo 14 delas. É um feito único no desporto português, num país com tantas
tradições na modalidade.

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Síntese
Portugal na Europa comunitária: Contributos para um debate
A integração na Europa comunitária marca o inicio de uma nova era, na
história contemporânea de Portugal. O país transfigurou-se, como todos
reconhecem. Mas, quando os frutos da prosperidade pareciam ter vindo para ficar,
havia quem apontasse o dedo às ameaças perfiladas no horizonte.
Mário Soares, licenciou-se em Ciências Histórico-filosóficas e em Direito,
dedicou-se ao ensino, à advocacia e também à atividade política oposicionista, o
que lhe valeu a prisão, a deportação para São Tomé e o exílio em França.
Cofundador do Partido Socialista, onde exerceu os mais altos cargos políticos tais
como: primeiro-ministro e Presidente da República.
Como primeiro-ministro iniciou as negociações com a CEE em 1977 e mais
tarde assinar o Tratado de Adesão, e contrariando a opinião de Fernando Rosas
este defende, obviamente, a integração europeísta. Mário Soares afirma que foi um
ponto de viragem, pois Portugal conseguiu completar a institucionalização do
sistema democrático e pluralista, desenvolveu-se e entrou no “primeiro mundo”
havendo desenvolvimento material, novas infraestruturas e principalmente
“domínio da reforma das mentalidades e da preparação profissional e cívica dos
cidadãos portugueses”. Terminando assim o seu balanço do milénio, assegurando
que o país está novo, diferente e politicamente estável.
Fernando Rosas, doutorou-se em História Económica e Social
Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa. Dedica-se, a ser professor catedrático, ao jornalismo e a causas
políticas, tendo sido um dos fundadores do Bloco de Esquerda por quem foi
deputado e candidato à presidência da República. Especialista na história do
Estado Novo, é consultor da Fundação Mário Soares, de estações de televisão e
rádio.
Em 1989 Rosas afirma que se por um lado o nosso país após o 25 de abril,
«encontrava-se atrasado com a modernização económica e social e “se aprestava a
entrar no mercado aberto europeu com todas as debilidades e riscos daí
decorrentes, por outro atrasou-se a entrar na comunidade económica, onde
estavam, estabelecidas as hegemonias. Posteriormente com a década do
cavaquismo, época onde Cavaco Silva foi primeiro-ministro, Fernando realça no
DOCUMENTO B os principais desafios ou ameaças que Portugal passaria com a
integração europeia, primeiramente pela destruição parcial da indústria e
agricultura em Portugal, e consequentemente levou consigo a economia e o social.
De seguida, a pressão da concorrência asiática e americana que se apoia no
desemprego galopante, também é outro desafio que Fenando refere pois é um
“ataque contra os direitos e regalias assegurados pelo chamado “Estado-
providência”. Uma terceira ameaça são os riscos dos direitos sociais e o próprio
sistema democrático parlamentar. Por fim o último desafio é que “nenhum destes

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propósitos ameaçadores será exequível sem o ataque contra a memória ou, se
quisermos, contra os valores da civilização europeia”.
Em suma, tendo em conta o DOCUMENTO C Portugal sofreu de uma
evolução desfavorável na economia, houve o encerramento de empresas que não
resistem à crise enquanto as transacionais deslocalizam as suas filiais. O
desemprego acelera-se. O crescimento anual médio do PIB regride e cessa a
convergência nos níveis de vida e bem-estar com os outros parceiros da União. O
País mostra-se pouco concorrencial na oferta de bens, mantendo a balança
comercial deficitária. A dívida pública, impulsionada pelo acréscimo das despesas
e pela acumulação dos défices orçamentais, conhece um aumento explosivo,
levando Portugal a solicitar um resgate financeiro em 2011.

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Filmes
Aquele Querido Mês de agosto
Segunda longa-metragem de Miguel Gomes cruza ficção com documentário
através de uma história sentimental entre pai, filha e sobrinho, músicos num
"conjunto de baile", que em agosto percorrem várias festas populares do Norte do
país
No coração do Portugal serrano, no mês de agosto, multiplica-se a
população e as atividades: festas, romarias, foguetes, música e muita animação. Os
emigrantes visitam a terra natal nas férias e cruzam-se com os habitantes nas
festividades, bailes, cerveja, jogos e caçadas. Uma equipa de filmagem encontra-se
na região. Por entre essa animada barafunda procura atores para um filme de
ficção.
Aquele Querido Mês de agosto adota o título da canção de Dino Meira (1940-
1993) e foi rodado em aldeias de Arganil, Oliveira do Hospital, Góis, Pampilhosa da
Serra e Tábua, durante as festas de verão 2006 e 2007, com atores não profissionais.

Página 99
Sitografia
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