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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

ELIZABETH CLEMENTE SOUZA

Helicobacter pylori: INFECÇÃO PELA BACTÉRIA E QUALIDADE DE


VIDA

MARÍLIA
2017
ELIZABETH CLEMENTE SOUZA

Helicobacter pylori: infecção pela bactéria e qualidade de vida

Dissertação apresentada ao Programa de


Mestrado Acadêmico em “Saúde e
Envelhecimento”, da Faculdade de
Medicina de Marília. Área de
concentração: Saúde e Envelhecimento.

Orientador: Prof. Dr. Spencer Luiz Marques


Payão
Co-orientador: Prof. Dr. Lucas Trevizani
Rasmussen

Marília
2017
Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, para fins de estudo e pesquisa,
desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília

S729h Souza, Elizabeth Clemente.


Helicobacter pylori: infecção pela bactéria e
qualidade de vida / Elizabeth Clemente Souza. - -
Marília, 2017.
50 f.

Orientador: Prof. Dr. Spencer Luiz Marques Payão.


Co-orientador: Prof. Dr. Lucas Trevizani Rasmussen.
Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde e
Envelhecimento) - Faculdade de Medicina de Marília.

1. Helicobacter pylori. 2. Qualidade de vida. 3.


Marcadores genéticos.
Elizabeth Clemente Souza

Helicobacter pylori: infecção pela bactéria e qualidade de vida

Dissertação apresentada ao Programa de


Mestrado Acadêmico em “Saúde e
Envelhecimento”, da Faculdade de
Medicina de Marília, para obtenção do
título de mestre. Área de concentração:
Saúde e Envelhecimento.

Banca examinadora

_____________________________________
Prof. Dr. Spencer Luiz Marques Payão
Faculdade de Medicina de Marília

_____________________________________
Prof. Dr. Luciano Lobo Gatti
Faculdades Integradas de Ourinhos

______________________________________
Prof. Dr. Agnaldo Bruno Chies
Faculdade de Medicina de Marília

Data da aprovação: ______________________


Dedico esse trabalho:
Aos meus amados pais José Clemente Souza e
Maria das Dores de Oliveira Souza (in memorian)
AGRADECIMENTOS

A querida amiga Claudia Lima Cabral, pela paciência, compreensão, carinho,


atenção e generosidade com que me orientou na elaboração da redação deste
trabalho.
Aos meus irmãos: Totoio, Mimi, Paulo, Rei, Nelsinho, Carlinho, Helena, Valter,
Júnior, Jair, Olga, Elza, Ricardo, Cidinha e Vitória. Sou grata a Deus por ter me dado
cada um de vocês. Juntos eternizamos a Mãe e o Pai.
Ao meu amado Flavinho, por não desistir de mim!
À Letícia, por me mostrar que eu podia ir um pouco mais!
À Luciana e Malú, família escolhemos sim!
Minhas AMADAS amigas Lilix, Thatá, Gorda e Mayara, por tornarem os meus
dias mais leves!
Ao Glaucio, por sua generosidade em facilitar minha coleta de dados. Sua
plataforma ficou espetacular!
Minha competente equipe de trabalho: Farmacêuticos, Farmacêuticas
Residentes, Técnicos e Auxiliares de Farmácia, pela paciência, compreensão e
apoio, durante as minhas ausências nesta jornada especial.
À Diretoria Técnica do Hospital Materno Infantil por me permitir participar
deste Programa de Mestrado.
À Famema, em especial a Diretoria e Coordenação de Pós-Graduação, por
compartilhamos o mesmo sonho.
Aos inestimáveis Amauri ,Fabrício e Cristieli, por toda a paciência, carinho e
ajuda!
Especialmente ao brilhante Prof. Dr. Spencer, meu Querido Orientador! Pela
confiança, pela oportunidade de trabalhar ao seu lado e por ser o maior incentivador
na superação de meus limites.
"A única coisa que importa é colocar em
prática, com sinceridade e seriedade,
aquilo em que se acredita." (“Dali Lama)
RESUMO

A Helicobacter pylori está presente no estômago e duodeno, sendo responsável pela


mais comum infecção crônica em seres humanos. Foi identificada como um agente
causal ou associado à gastrite crônica, úlcera péptica, dispepsia funcional e câncer
gástrico. Aproximadamente metade da população mundial possui o estômago
colonizado por esta bactéria, cuja prevalência varia nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Em relação a qualidade de vida, vários autores estão direcionando
suas pesquisas para o impacto das doenças crônicas sobre o funcionamento
biopsicossocial dos indivíduos e sua influência sobre a complexa interação entre
comportamento e saúde. Este trabalho teve como proposição geral considerar, com
foco interdisciplinar, possíveis aspectos relacionados à epidemiologia, sintomatologia
e impacto na qualidade de vida de pacientes adultos e idosos, caracterizados
previamente por biologia molecular quanto a ausência e presença da bactéria
Helicobacter pylori. Tendo como objetivos: Descrever os aspectos epidemiológicos e
a qualidade de vida de pacientes dispépticos submetidos à endoscopia digestiva
alta; Avaliar a associação das dimensões referentes à qualidade de vida com a
presença ou ausência da Helicobacter pylori. Nossa pesquisa sugeriu que o estilo de
vida, a adesão à hábitos saudáveis em relação ao tipo de alimentação, não fazer
uso de bebida alcoólica e cigarro, são mudanças que promovem o bem estar e
evitam o aparecimento de complicações das doenças gástricas crônica, favorecendo
melhoria na qualidade de vida destes indivíduos.

Palavras-chave: Helicobacter pylori. Qualidade de vida. Marcadores genéticos.


.
ABSTRACT

Helicobacter pylori is present in the stomach and duodenum, accounting for the most
common chronic infection in humans. It has been identified as a causal agent or
associated with chronic gastritis, peptic ulcer, functional dyspepsia and gastric
cancer. Approximately half of the world population has the stomach colonized by this
bacterium, whose prevalence varies in developed and developing countries.
Regarding quality of life, several authors are directing their research on the impact of
chronic diseases on the biopsychosocial functioning of individuals and their influence
on a complex interaction between behaviors and health. This work had as general
proposal to consider ,with interdisciplinary focus on the disease, the symptomatology
and the impact on the quality of life of adult and elderly patients previously
characterized by molecular biology, the absence and the presence of Helicobacter
pylori bacteria. Having as objectives: To describe the epidemiological and quality of
life of patients submitted to upper digestive endoscopy; To evaluate the association
of quality of life dimensions with a presence or absence of Helicobacter pylori. Our
research suggests that lifestyle, an adherence to healthy habits in relation to the type
of food, does not use alcoholic beverages and smoking, are changes that promote
well-being and avoid the appearance of complications of gastric diseases, favoring
Improvements in the quality of life of individuals.

Keywords: Helicobacter pylori. Quality of life. Genetic markers.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Processos envolvidos no mecanismo de dano ao tecido gástrico


por ação da H.p. 14
Figura 2. Fatores de virulência e de colonização da H. p 15

Figura 3. Mapa DRS IX Marília. 22


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Associação entre a presença ou ausência da H. p. e faixa etária 28

Tabela 2 Associação entre a presença ou ausência da H.p. e Sexo 30

Tabela 3 Associação entre a presença ou ausência da H. p. e o uso de 30


tabaco
Tabela 4 Associação entre a presença ou ausência da H. p. e o uso de 31
álcool
Tabela 5 Associação entre a presença ou ausência da H. p. e renda familiar 32

Tabela 6 Associação entre a presença ou ausência da H.p. e Avaliação 33


de problemas devida à azia
Tabela 7 Associação entre a presença ou ausência da H.p. e intensidade de 34
dor em queimação
Tabela 8 Associação entre H.p. e Alteração no tipo e quantidade de 34
alimento
Tabela 9 Associação entre H.p. e Alteração no apetite 35

Tabela 10 Associação entre H.p. e Interferência semanal nas atividades 35


sociais
Tabela 11 Associação entre H.p. e Interferência no trabalho 36

Tabela 12 Associação entre H.p. e Interferência no sono 36

Tabela 13 Associação entre H.p. e Interferência para iniciar o sono ou 36


permanecer dormindo
Tabela 14 Associação entre H.p. e Indisposição 37

Tabela 15 Associação entre H.p. e Limitação física 37

Tabela 16 Associação entre H.p. e Quantidade de dor provocada pela azia 37

Tabela 17 Associação entre H.p. e Preocupação/aflição provocada pela azia 38


(mês)
LISTA DE ABREVIATURAS

cagA Citoxina associada ao gene A


CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CGAPDC/DAET Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças
Crônicas
CID - Classificação Internacional de Doenças
DATASUS Departamento de Informática do SUS
DRS Departamento Regional de Saúde
ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay
Famema Faculdade de Medicina de Marília
H. pylori Helicobacter pylori
IG Imunoglobulina G
OMS Organização Mundial da Saúde
PCR Reação em Cadeia da Polimerase
pH Potencial de hidrogênio
QV Qualidade de vida
RGE Refluxo Gastroesofágico
SIH/SUS Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SUS Sistema Único de Saúde
vacA Citotoxina vacuolizante
ZAP Zona de alta pressão gastroesofágica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

1.1 Contextualização histórica da Helicobacter pylori 13

1.2 Caracterização da H. pylori 13

1.3 Marcadores de patogenicidade da H. pylori 15

1.4 Diagnósitico 17

1.5 Dados epidemiológicos 18

1.6 Terapêutica de erradicação da H. pylori 21


Qualidade de vida dos pacientes infectados pela H.
1.7 21
pylori
2 OBJETIVOS 24

3 MATERIAL E METODO 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 28

4.1 Associação entre H. pylorie aspectos epidemiológicos 28

4.1.1 Faixa etária 28

4.1.2 Sexo 29

4.1.3 Consumo de tabaco 30

4.1.4 Consumo de álcool 31

4.1.5 Renda familiar 31

4.2 Associação entre H. pylorie qualidade de vida no RGE 32

5 CONCLUSÕES 39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

7 REFERÊNCIAS 41

ANEXO - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 47

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido 48

APENDICE B - QUESTIONÁRIO EPIDEMILÓGICO 49


APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO HBQOL EM PORTUGUÊS
50
(BRASIL)
13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização histórica da Helicobacter pylori


Inicialmente a bactéria foi classificada como pertencente ao gênero
Campylobacter, que é composto por microrganismos gram-negativos em forma de
bastão curvado, oxidase e catalase positivas, que se locomovem através de flagelos
polares. Com isto, foram primeiramente chamados de “gastric Campylobacter like
organism”, e só posteriormente recebendo denominações de Campylobacter
pyloridis, Campilobacter pyloricus e Campylobacter pylori.1
Em 1981 os cientistas australianos Barry J. Marshall e J. Robin Warren
iniciaram uma pesquisa, a qual puderam demostrar à cética comunidade científica
daquela época, que as úlceras estomacais são causadas geralmente por uma
bactéria e não pelo estresse e pelo estilo de vida.2 Neste estudo, o próprio Marshall
ingeriu uma cultura de Helicobacter pylori (109 microrganismos), então conhecida
por Campylobacter pylori, a qual promoveu o aparecimento de sintomas da gastrite e
que puderam ser visualizadas por cultura e exame histológico no 10º dia após a
ingestão3 Este notável trabalho lhes rendeu prêmio Nobel de Medicina 2005 ao
descobrirem a bactéria "Helicobacter pylori”(H. pylori), como causadora das úlceras
estomacais.4
Até a presente data foram listadas 36 espécies do gênero Helicobacter,
conforme consta no site “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature”.5
Nosso estudo restringe seu interesse somente a espécie Helicobacter pylori (H.
pylori).

1.2 Caracterização da H. pylori

A H. pylori é uma bactéria de forma espiral, gram-negativa e microaerófila.


Mede aproximadamente 0,5 a 1,0 µm de largura e 2,5 a 5,0 µm de comprimento,
com quatro a seis flagelos unipolares embainhados e bulbos terminais nas
extremidades extremidades lisas6. Coloniza o antro e/ou o corpo do estômago
humano7, apresentando tropismo pelo epitélio gástrico estomacal, sendo pouco
frequente em áreas de metaplasia intestinal. Possui afinidade pelas células
mucipáras gástricas possivelmente devido a composição neutra do muco gástrico,
14

diferente dos mucopolissacarídeos ácidos produzidos pelas células calciformes


intestinais.6
A H. pylori sintetiza a enzima urease, proteína de alto peso molecular (500 a
600KDa), responsável em converter ureia em amônia e CO2, que posteriormente é
convertido em bicarbonato. A liberação da amônia é benéfica para a bactéria, por
neutralizar parcialmente o ambiente ácido do estômago. A urease atua como
receptor de íons H+, gerando pH neutro, o que confere a H. pylori resistência à
acidez gástrica, condição importante na patogênese por permitir que a bactéria
colonize a mucosa gástrica.8
A infecção por H. pylori estimula fortemente a inflamação da mucosa gástrica
devido a resposta imune, tanto inata quanto a adquirida. A consequência normal
desta infecção é a gastrite crónica assintomática, provavelmente porque as bactérias
se adaptaram a suprimir ou escapar da resposta imune9 (Figura 1).10

Figura 1 - Processos envolvidos no mecanismo de dano ao tecido gástrico por ação da H.


pylori

Fonte: Helicobacter pylori 10


15

1.3 Marcadores de patogenicidade da H. pylori

Os principais fatores de virulência da H. pylori apresentam múltiplos efeitos


nos diferentes tipos de células, podendo ter atividade tanto anti quanto pró-
inflamatórias, alguns podendo ser altamente polimórficos, com fases variáveis e
geneticamente ligados, podendo ter funções opostas. Esta característica associada
a resposta imune do hospedeiro dificulta o entendimento da ação dos fatores de
virulência individuais na inflamação por H. pylori.9
Atherton11 referiu que o desenvolvimento das doenças gástricas é
influenciado pelo grau de virulência da cepa H. pylori infectante, a susceptibilidade
genética do hospedeiro e cofatores ambientais. Assim sendo, os fatores
imunológicos no hospedeiro e os determinantes de virulência bacterianos em cepas
de H. pylori apresentam um papel crucial no desenvolvimento de câncer gástrico12,
no qual a resposta inflamatória parece influenciar no seu prognóstico1 (Figura 2).13

Figura 2 - Fatores de virulência e de colonização da H. pylori

Fonte: Covacci et al.12


16

Os fatores de virulência contribuem com três principais efeitos da H. pylori


sobre o epitélio gástrico: a inflamação gástrica, o rompimento da barreira da mucosa
gástrica e a alteração da fisiologia gástrica.6
Inicialmente, a busca por fatores de virulência envolvidos na patogenicidade
da H. pylori levou ao isolamento de uma proteína denominada citotoxina
vacuolizante (vacA), de 87kDa, a partir do sobrenadante de cultura. Esta proteína
está presente no sobrenadante de 50% das cepas de H. pylori e foi assim
denominada por induzir a vacuolização de diversas linhagens de células
eucariontes, in vitro.14
Estudos posteriores desenvolvidos por Cover et al., permitiram a identificação
do gene que codifica a proteína vac A em todas as cepas de H. pylori examinadas15.
Entretanto, observou-se que a proteína só é exportada para o meio de cultura em
bactérias contendo alelos específicos do gene vac A. O polimorfismo alélico do gene
em questão está presente em duas regiões, uma primeira que contém a sequência
sinal (s), envolvida no transporte da toxina, podendo ocorrer os alelos s1 e s2 e uma
segunda região de 600 pb da região mediana do gene (m), ocorrendo os alelos m1 e
m2. A virulência da bactéria pode variar de acordo com as diferentes combinações
destes alelos: Tipo s1/m1 = Ocorrência de transporte da toxina vacuolizante em um
alto nível; Tipo s1/m2 = Ocorrência de transporte da toxina vacuolizante, porém em
baixo/moderado nível; Tipo s2/m2 = Ausência da atividade da toxina em
sobrenadante de cultura; Tipo s2/m1 = Não foi detectada a presença deste alelo, até
o momento.16
O gene citoxina associada ao gene A (cag A), presente em 60-70% das cepas
de H. pylori codifica uma proteína imunodominante de alto peso molecular, 120-140
KDa, de função ainda desconhecida.12 Este gene situa-se em um locus genômico
que contem genes que potencialmente codificam o sistema de secreção tipo IV.17
Portanto, a presença desta região pode ser uma indicação de maior virulência dessa
bactéria.18
Estudos realizados por Gatti et al., em nosso laboratório, demonstraram a
associação dos genes cagA e vacA na gênese de doenças gástricas como gastrite
crônica e doença ulcerativa, relevando a importância da detecção e genotipagem
das cepas de H. pylori em mucosa gástrica.19-21
17

1.4 Diagnóstico

Vários testes diagnósticos encontram-se disponíveis para o diagnóstico da


infecção por H. pylori Podendo ser através de métodos invasivos ou não-invasivos.
Os invasivos são aqueles que dependem da realização de endoscopia para coleta
de biópsias: Reação em cadeia de polimerase (PCR), teste da urease, histologia e
cultura. Os não-invasivos incluem: sorologia e teste respiratório com uréia marcada
com isótopos de carbono (14C e 13C).22,23

Teste de PCR

A técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é um método muito


sensível para o diagnóstico de H. pylori e para alguns autores a técnica é o mais
sensível método para tal diagnóstico.21 Este teste permite descobrir a informação
genética da H. pylori, além de servir para a busca de possíveis fatores de
patogenicidade, sua maior aplicação é em estudos epidemiológicos, como por
exemplo, na determinação da transmissão desta bactéria.24

Teste da urease

O teste da urease em fragmento de tecido é baseado na potente atividade


ureásica da bactéria. Ele é altamente específico e sensível sendo o teste mais usado
para o diagnostico endoscópico. Um fragmento de biópsia do antro ou um fragmento
do antro e outro do corpo gástrico são introduzidos imediatamente após a coleta em
um substrato contento uréia e um indicador de potencial de Hidrogênio [(pH)
(vermelho fenol)]. A urease hidrólisa a uréia em amônia e dióxido de carbono, com
consequente aumento do pH e mudança da cor, do meio, de amarelo para rosa.
Quando a mudança de cor ocorre dentro das primeiras 24 horas, o teste é
considerado positivo.24,25

Histologia

Este teste é realizado após a endoscopia, obtendo-se dois ou mais


fragmentos da região do corpo e antro gástrico, que serão corados para identificação
18

da bactéria. O método de histologia fornece dados importantes sobre o estado da


mucosa gástrica, sendo que a análise histológica possui sensibilidade e
especificidade altas.24

Cultura

A cultura é um teste diagnóstico mais específico e importante para a


determinação da sensibilidade aos antimicrobianos e também pode caracterizar o
tipo de bactéria. Sua limitação é o custo oneroso em relação ao teste da urease,
tendo sido comumente usado para fins de pesquisa.24

Sorologia

Este exame se baseia na detecção de anticorpos específicos [imunoglobulina


G (IgG e IgM)] contra esta bactéria, encontradas em amostra de soro das pessoas
infectadas. Geralmente são realizados através da técnica de ELISA (Enzyme-Lin-
ked Immunosorbent Assay) ou látex-aglutinação. Contudo, resultados falso-
negativos podem ocorrer em crianças, idosos e em indivíduos imunodeprimidos, que
não desenvolvem reação imunológica contra a infecção.24,25

Teste respiratório com uréia

O princípio do teste respiratório com uréia marcada é o mesmo do teste da


urease: produção pela H. pylori de grandes somas de urease. O paciente ingere
uma solução de uréia marcada 14C e 13C. Sob ação da urease da H. pylori, a uréia é
convertida em amônia e bicarbonato, o qual é absorvido e convertido em CO2 nos
pulmões.24,71

1.5 Dados epidemiológicos

Considerado o principal agente da infecção crônica mais comum em seres


humanos, a H. pylori está presente em aproximadamente metade da população
mundial 27 , na maioria dos casos os indivíduos infectados permanecem
19

assintomáticos ao longo da vida, mas entre 10 e 20% desenvolvem doenças


gástricas e 1% canceres gástricos.28
A prevalência de infecções por H. pylori e suas complicações aumentam com
a idade. 4 Embora a aquisição desta possa ter ocorrido na infância, os sintomas das
doenças gástricas causados pela H. pylori aparecem mais frequentemente em
adultos,29-31 podendo causar ao longo do tempo gastrite crônica,32,33 doenças do
trato gastrointestinal superior, tais como refluxo gastroesofágico, úlcera péptica e
câncer gástrico, que tornam-se comuns e mais pgraves com o avanço da idade.29
Em crianças, de diferentes populações pelo mundo, variam de 10 a 80%, e estima-
se que por volta dos 10 anos de idade mais de 50% destas crianças estejam
infectadas, podendo persistir ao longo de suas vidas.34
No Brasil, um país com uma população de 204.482.459 habitantes, o
Ministério da Saúde, disponibiliza informações públicas em sua base de dados do
Sistema Único de Saúde(SUS), obtidas pelo site do Departamento de Informática do
SUS (DATASUS), por meio da ferramenta TABNET, onde o Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS) informa que no período entre janeiro de 2015 até
março de 2016 a média de permanência hospitalar para doenças do aparelho
digestivo foi de 5,1 dias, considerando o CID-BR-10( Classificação Internacional de
Doenças - Brasil): Úlcera gástrica e duodenal, Gastrite e duodenite, Outras doenças
do esôfago estômago e duodeno.
Em 2014, dados levantados apontam o número de óbitos no Brasil provocado
por doenças do aparelho digestivo de 62.763. Destas mortes, 3.171 foram
resultantes de Úlcera gástrica, duodenal e péptica e 14.028 foram de Neoplasia
maligna do estômago.i
A Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas –
CGAPDC/DAET, considerando as informações disponíveis para o câncer de
estômago referentes às estimativas para o ano de 2016 das taxas brutas de
incidência por 100 mil habitantes e o número de casos novos de câncer, relata que
são esperados 12.920 casos novos de câncer de estômago em homens e 7.600 em
mulheres para o Brasil, no ano de 2016. Esses valores correspondem a um risco
estimado de 13,04 casos novos a cada 100 mil homens e 7,37 para cada 100 mil
mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de

iInformações obtidas através de solicitação ao DATASUS, Fale conosco: Projeção dos casos de doenças do apare-
lho digestivo no Brasil no ano de 2016, Acesso em 20/10/2016.
20

estômago em homens é o segundo mais frequente nas Regiões Norte (11,62/100


mil) e Nordeste (10,67/100 mil). Nas Regiões Sul (17,13/100 mil) e Centro-Oeste
(11,50/ 100 mil), é o quarto mais frequente. Já na Região Sudeste (13,79/100 mil),
ocupa a quinta posição. Para as mulheres, é o quarto mais frequente na Região
Norte (5,82/100 mil). Nas Regiões Sul (8,71/100 mil) e Nordeste (6,73/100 mil),
ocupa a quinta posição. Nas demais Regiões, Sudeste (7,82/100 mil) e Centro-
Oeste (6,35/100 mil), ocupa a sexta posição.i
Estudos demostram que mesmo que ocorra um declínio na prevalência de
gastrite crónica provocada por H. pylori, esta continuará a ser uma doença
extremamente comum em todo o mundo durante as décadas futuras.35,36 Há uma
forte prevalência de infecção por esta bactéria na população idosa, provocando
lesões gástricas, especialmente doenças de úlcera gástrica, lesões pré-cancerosas
e câncer gástrico. Fazer o diagnóstico e a erradicação da H. pylori é muito
importante para esta faixa etária. Estratégias para melhorar o manejo das doenças
gastrointestinais altas podem reduzir as taxas de mortalidade e melhorar a qualidade
de vida das pessoas idosas.29
Os fatores associados com a prevalência da H. pylori não são totalmente
esclarecidos e, em particular, não está claro se as condições socioeconômicas,
estilo de vida e superpopulação domiciliar são indicadores independentes da
infecção.37
Xia et al.38, notaram que a infecção prevalece significativamente em
trabalhadores com baixa renda familiar, e que pode estar associada ao status de
escolaridade, estado civil, sintomas pépticos (vômitos, arrotos, azia e náuseas) e
hábitos de vida. Os autores mencionaram que o estado emocional pode ter efeitos
importantes sobre a infecção da H. pylori, embora não tenham sido investigados no
estudo em questão.
A via de transmissão da H. pylori apresenta um padrão típico e dados
sugerem que esta ocorre por meio do contato inter-hospedeiros 24, podendo ser por
meio de contaminação fecal/oral ou oral/oral, e pela ingestão de alimentos ou água.
12

iInformações obtidas através de solicitação ao DATASUS, Fale conosco: Projeção dos casos de doenças do apare-
lho digestivo no Brasil no ano de 2016, Acesso em 20/10/2016
21

1.6 Terapêutica de erradicação da H. pylori

Benefícios da erradicação da H. pylori têm sido relatados. No entanto, a


melhoria dos sintomas em pacientes com distúrbios de dispepsia funcional após a
erradicação desta bactéria permanece controversa. A taxa de prevalência da H.
pylori em pacientes sem o refluxo gastroesofágico (RGE) é ligeiramente mais
elevada do que naqueles com o distúrbio, sugerindo um papel protector da H. pylori
em RGE.39
Em uma revisão sistemática e meta-análise, Libânio e Azedo40 sugeriram que
a erradicação da H. pylori na população assintomática infectada poderia ser uma
estratégia na prevenção de câncer gástrico, porém, devido a sua alta prevalência, os
custos e os efeitos adversos da terapêutica de erradicação despertam duvida quanto
ao seu custo-efetividade.
A completa erradicação não pode ser alcançada devido a insuficiente
quantidade de antibióticos na mucosa gástrica e ao curto tempo de duração do
sistema de liberação das drogas. Assim, a erradicação da H. pylori requer alta
concentração de antibióticos na mucosa gástrica e disponibilidade do sistema de
liberação destas drogas no estômago por períodos mais longos.41 Após décadas de
esforços, o tratamento da H. pylori continua sendo um desafio para os médicos por
não existir tratamento universalmente eficaz.42 Além disso, distúrbios extra-
digestivos agora são considerados indicações para erradicação da H. pylori, dentre
eles: púrpura trombocitopênica idiopática, deficiência vitamina B12 e anemia por
deficiência de ferro inexplicável.43

1.7 Qualidade de vida dos pacientes infectados pela H. pylori

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a qualidade de vida como “a


percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, no contexto da cultura, do
sistema de valores onde vive e também em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações”. Esta definição inclui seis domínios principais: saúde
física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social,
características ambientais e padrão espiritual.44
Segundo Calman45,46, a Qualidade de vida (QV) só pode ser descrita e
medida em termos individuais. Sendo esta, um produto da interação entre as
22

expectativas e realizações de um indivíduo. Desta forma, quanto menor for a


capacidade de um indivíduo para concretizar as suas expectativas, menor será a
sua QV. O autor acrescenta, que a ligação entre as expectativas e as realizações
pode mudar ao longo do tempo, de acordo com a melhoria ou a progressão da
doença no indivíduo.
A QV tem como objetivo oferecer informações e estímulos para mudanças de
hábitos dos indivíduos, tendo como estratégia principal à busca de um tripé que
envolve conceitos da psicologia, da biologia e da sociologia (ser biopsicossocial),
sendo por tanto, um equilíbrio das atividades cotidianas dos indivíduos, como
cuidados de saúde, alimentação, atividade física, entre outros, ou seja, como
estratégia principal o estilo de vida dos indivíduos.47
No que se refere a avaliação da QV e o impacto nas doenças crônicas sobre o
aspecto biopsicossocial dos indivíduos e sua influência sobre a complexa interação
entre comportamento e saúde, tem se tornado o foco principal de vários
pesquisadores. 38,48-50 Estes autores sugerem que as doenças do trato
gastrointestinal merecem destaque pela alta prevalência no mundo, seu caráter
crônico e/ou recorrente e o alto custo decorrente de seu diagnóstico e/ou tratamento.
Embora nenhum dos estudos incluindo uma recente revisão Cochrane tenha
demonstrado que a erradicação do H. pylori melhorou a QV dos pacientes,
Mazzoleni et al.51, sugeriram em seu estudo que a tendência para um menor uso de
medicação de resgate certamente contribuirá para a adaptação de modelos
econômicos de erradicação da H. pylori em cuidados primários das populações.52
A QV de pacientes portadores de RGE (Refluxo Gastroesofágico), segundo o
Consenso Brasileiro de RGE, trata-se de uma afecção crônica decorrente do refluxo
de parte do conteúdo gástrico ou gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos
adjacentes como faringe, laringe e brônquios, acarretando um espectro variável de
sintomas e sinais esofágicos ou extra esofágicos, associados ou não a lesões
teciduais.53
As diretrizes atuais recomendam uma abordagem baseada em sintomas para
o diagnóstico da RGE em pacientes sem sinais característicos sugestivos de câncer,
tais como vômitos persistentes, sangramento, anemia, disfagia, perda de peso e
massa abdominal.56 Estes sintomas são um grande incomodo para muitos
pacientes, promovendo transtornos físico, social e de bem-estar emocional,
23

suficientes para prejudicar suas vidas.54 RGE prejudica seriamente a QV tanto em


pacientes com esofagite erosiva quanto naqueles que não têm nenhuma evidência
endoscópica da lesão (doença do refluxo endoscopia-negativo). Embora a
mortalidade relacionada à doença seja baixa, a qualidade de vida é pior em
pacientes com RGE do que em pacientes com diabetes, hipertensão arterial,
insuficiência cardíaca ligeira e artrite.55
Até a presente data não é de nosso conhecimento que existam outras pes-
quisas realizadas que tenham abordado a associação entre a presença ou ausência
da H. pylori, epidemiologia e qualidade de vida. Desta forma, acreditamos que nosso
trabalho possa vir a contribuir um pouco mais para este esclarecimento.
24

2 OBJETIVOS

Descrever os aspectos epidemiológicos e a qualidade de vida de pacientes


dispépticos submetidos à endoscopia digestiva alta.
Avaliar a associação das dimensões referentes à qualidade de vida com a
presença ou ausência da H. pylori
25

3 MATERIAL E MÉTODO

O presente trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em


Pesquisa (CEP) da Faculdade de Medicina de Marília, sob o parecer de nº
1.047.417 em 04/05/2015 (APÊNDICE A), tendo esta pesquisa desenvolvida entre
maio de 2015 e abril de 2016.
O Laboratório de Genética do Hemocentro da Famema possui mais de 300
amostras de DNA de pacientes adultos, caracterizadas quanto à presença ou
ausência da bactéria H. pylori pela técnica de PCR e a caracterização dos
marcadores de patogenicidade cagA e vacA. O índice de positividade da bactéria por
PCR é de aproximadamente 60% em indivíduos adultos e está de acordo com vários
trabalhos da literatura.
Para este estudo de Coorte retrospectivo foram selecionados 341 pacientes,
de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos, com queixas dispépticas que se
submeteram à endoscopia digestiva alta, sendo 207 positivos para H. pylori e 134
negativos.
Dentre os 341 pacientes selecionados para o estudo, 29 foram a óbito, 5 se
recusaram a participar da pesquisa, 177 não foram localizados e 130 foram
entrevistados. Destes indivíduos, 63 eram H. pylori positivo e 67 negativo.
Todos os participantes foram caracterizados quanto a presença ou ausência
da H. pylori e de seus marcadores de patogenicidade através do teste PCR
realizado previamente no laboratório de biologia molecular da Faculdade de
Medicina de Marília (Famema).
A análise estatística descritiva dos dados foi realizada utilizando o software
SPSS (Statistical Package for Social Sciences) para Windows, versão 19.0,
considerando-se um nível de significância de 5% (α=0,05). O Teste Qui-quadrado foi
empregado para comparar as frequências de H. pylori positivo e negativo,
considerando o sexo, idade, faixa etária, renda familiar, consumo de tabaco e de
bebida alcoólica, intencionado avaliar suas associação.
A população selecionada para este estudo foi atendida pelo Hospital das
Clínicas da FAMEMA – Unidade Clínico Cirúrgica, que se constitui em uma Unidade
Hospitalar de assistência e ensino integrante da rede de atenção à saúde do
Departamento Regional de Saúde (DRS) IX, compreendendo cinco microrregiões
26

(Marília, Assis, Ourinhos, Tupã e Adamantina) com 62 municípios que totalizam uma
população aproximada de 1.200.000 habitantes.
Para esta pesquisa, a área de abrangência para as entrevistas e visitas
domiciliares incluiu os seguintes municípios integrantes da DRS IX - Marília:
Alvinlândia, Assis, Bastos, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Echaporã,
Florida Paulista, Gália, Garça, Guaratã, Herculândia, Iacri, Júlio Mesquita, Lupércio,
Maracaí, Marília, Oriente, Oscar Bressani, Osvaldo Cruz, Paraguaçu, Pompeia,
Quintana, Rinóplis, Timburi, Tupã, Ubirajara e Vera Cruz, conforme mostra figura 3.56
A pesquisa se desenvolveu por meio de entrevistas individuais, em domicilio
(70% - 91/130) e por telefone (30% - 39/130).
Para a coleta de dados utilizou-se dois questionários, o primeiro com foco nos
fatores socioeconômicos: estado civil, escolaridade, nº irmãos, zona de moradia;
fatores demográficos: sexo, cor da pele, idade e fatores comportamentais:
tabagismo; consumo de bebidas alcoólicas, de frituras; história familiar de ulcera
péptica, de câncer gástrico. O segundo questionário - Heartburn Specific Quality of
Life Instrument (HBQOL), adaptado e validado para o Brasil por Pereira GIN et. al.,
57, o qual teve por finalidade avaliar as associações das dimensões da qualidade de
vida, tais como: aspectos social, atividade cotidianas, dor, trabalho, sono,
alimentação e disposição, bem-estar físico e emocional considerando as doenças
dispépticas.
Os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) foram
assinados por todos aqueles entrevistados pessoalmente.
27

Figura 3 - Mapa DRS IX - Marília.

Fonte: São Paulo56


28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo teve como proposição geral, avaliar com foco


interdisciplinar possíveis aspectos relacionados à epidemiologia, sintomatologia e
impacto na qualidade de vida de pacientes adultos e idosos, caracterizados
previamente por biologia molecular quanto a ausência e presença da bactéria H.
pylori
No Brasil, são poucos os estudos realizados abordando aspectos
epidemiológicos no Brasil, contudo, ao se considerar especificamente estudos com
associações entre H. pylori, dados epidemiológicos e qualidade de vida, nada foi
encontrado na literatura mundial em seus principais bancos de dados. Desta forma,
aventamos a hipótese de que o perfil epidemiológico e a sintomatologia de pacientes
dispépticos, poderiam apresentar associações com a presença ou ausência da H.
pylori, impactando em sua qualidade de vida.

4.1 Associação entre H. pylori e aspectos epidemiológicos

4.1.1 Faixa etária

Em nosso estudo consideramos como adultos os indivíduos com idades entre


24 e 59 anos (média: 45,52 anos e desvio-padrão: 8,67) e como idosos aqueles com
idade maior ou igual a 60 anos( média: 67,91 anos e desvio-padrão:6,82). Foram
entrevistadas 130 pessoas, com frequência de distribuição para a presença ou
ausência da H. pylori, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 - Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e faixa etária

H. p. Negativo H. p. Positivo
Faixa Etária
n=67 n=63
Adulto 33 (49,25%) 38 (60,31%)
Idoso 34 (50,75%) 25 (39,6%)
Total 67 (100%) 63 (100%)
Valor de p=0,205
29

Em relação à faixa etária, os indivíduos adultos apresentaram maior


incidência de contaminação pela bactéria (60,31%), quando comparados aos idosos
(39,6%).
Corroborando com os nossos dados, Rodriguez e Carmona58, que relataram
em sua pesquisa utilizando 578 pacientes, dentre os quais 336 indivíduos estavam
infectados por H. pylori e 242 não estavam, uma frequência de distribuição maior
para os adultos (73,51%) em relação aos idosos (26,49%).
A evolução histórica da infeção causada por H. pylori mostra que na década
passada alguns estudos relatavam alta prevalência na população idosa, variando de
70% a 85%, especialmente quando hospitalizada.59-61 No entanto, atualmente nota-
se uma acentuada redução desta prevalência em idosos61-64, conforme sugerido em
nosso estudo e em outros trabalhos da literatura. Este declínio na frequência de
infeção pela bactéria em indivíduos idosos talvez possa ser explicado se
considerarmos o tratamento da gastrite crônica com antibióticos e ou fármacos anti-
secretores61,64 que podem erradicar a H. pylori ou reduzir seus sintomas.

4.1.2 Sexo

Kadhir et al.22, em uma amostra com 153 pacientes realizado na cidade de


Fez no Marrocos, pesquisaram a correlação entre a presença de H. pylori, na saliva
destes pacientes, e as variáveis idade e sexo. Neste trabalho, assim como no nosso,
relataram não terem encontrado associação estatisticamente significante entre estas
categorias. No entanto, os dados observados por estes autores, descreveram uma
frequência maior para o sexo masculino, tanto para H. pylori positivo (57,14%),
quanto para H. pylori negativo (55,2%), se opondo ao nosso estudo, onde os dados
observados apontaram para a predominância do sexo feminino, tanto para o grupo
H. pylori positivo, quanto para o negativo (Tabela 2).
Mais uma vez, nossos dados se assemelharam aos achados de Rodriguez e
Carmona58, onde a prevalência foi maior para o sexo feminino, com 73,51% para o
grupo H. pylori positivo e 76,8% para o H. pylori negativo.
Desta forma, tanto em nosso estudo quantos nos estudos de Kadhir et al.22 e
Rodriguez e Carmona58 os dados sugerem não haver qualquer influencia da infeção
causada por H. pylori considerando o sexo do indivíduo infectado.
30

Tabela 2. Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e Sexo

H. pylori Ne- H. pylori Posi-


Sexo gativo tivo
n=67 n=63
Masculino 26(38,9%) 21(33,3%)
Feminino 41(61,1%) 42(66,7%)
Total 67(100%) 63(100%)
Valor de p= 0,516

4.1.3 Consumo de tabaco

Considerando a caracterização da amostra em relação ao consumo de tabaco


(Tabela 3), esta se apresenta com uma distribuição de frequência de 20,6% para o
grupo H. pylori positivo ex- fumante.
Ddine, et al.65, em um estudo realizado na cidade de Santa Maria/RS,
envolvendo 94 pacientes com gastrite crônica, relatou que o uso de tabaco em
pacientes com gastrite crônica foi de 26,6%. Assim como observado em nosso
estudo, estes dados sugeriram um baixo índice de consumo de tabaco nas amostras
estudas, demonstrando possível mudança no hábito de vida destes indivíduos,
elevando a QV, pois a nicotina do cigarro favorece a diminuição da pressão do
esfíncter esofágico, alterando o mecanismo neuromuscular de controle da zona de
alta pressão gastroesofágica (ZAP), e favorecendo a ocorrência de refluxo
gastroesofágico.66

Tabela 3. Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e o uso de tabaco


H. p. Negativo H. p. Positivo
Consumo de Tabaco
n=67 n=63

Fumante 6 (9%) 11 (17,5%)


Não Fumante 48 (71,6%) 39 (61,9% )

Ex-Fumante 13 (19,4%) 13 (20,6%)

Total 67 (100%) 63 (100%)

Valor de p= 0,320
31

4.1.4 Consumo de álcool

Em relação ao consumo de bebida alcoólica (Tabela 4), os dados revelaram


uma frequência menor para o consumo nos indivíduos do grupo H. pylori positivo.
Novamente, encontramos semelhanças com Ddine, et al. 65, onde seu estudo
apresenta uma frequência de distribuição de 20,2% para o uso de bebidas alcoólicas
nos pacientes com gastrite crônica. O álcool além de agir retardando o
esvaziamento gástrico também agride de forma direta a mucosa, resultando em
reação necroinflamatória. Sua ingestão rotineira leva ao aumento da resistência da
mucosa causada pela elevada síntese de prostaglandina endógena, desequilibrando
o processo.65,67

Tabela 4. Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e o uso de álcool

H. p. Negativo H. p. Positivo
Consumo de Álcool
n=67 n=63

Etilista 15 (22,4%) 19 (30,16%)

Não Etilista 52 (77,6%) 44 (69,84%)


Total 67 (100%) 63 (100%)

Valor de p= 0,314

4.1.5 Renda familiar

Rodrigues et al.48, investigaram a soroprevalência da H. pylori em 200


crianças, na cidade de Porto Velho/RO e obtiveram taxa de prevalência da infecção
pela bactéria de 51% das crianças de baixo nível socioeconômico e enquanto que
para o nível socioeconômico médio-alto esta taxa foi de praticamente metade, ou
seja, 24%. Esses achados são corroborados em nosso estudo, que aponta para uma
maior taxa de prevalência da infecção por H. pylori nos indivíduos baixa renda
familiar, (Tabela 5). Esta razão de ordem inversa entre a infecção por H. pylori e
condições socioeconômicas foi evidenciada em vários estudos pelo mundo, que
sugerem existir aumento da prevalência considerando os seguintes fatores: baixo
nível socioeconômico, baixo nível de instrução, o fato de viver num país em
desenvolvimento, famílias numerosas, más condições sanitárias, contaminação de
32

alimentos e água e o contato com secreções gástricas contaminadas, fatores estes


que predispõem a taxas de colonização mais altas.12,40,68

Tabela 5. Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e renda familiar

H. p. Negativo H. p. Positivo
Faixa Salarial
n=67 n=63
1 a 2 SM 30 (44,8%) 29 (46%)
2 a 3 SM 23 (34,3%) 21 (33,3%)
+ 3 SM 14 (20,9%) 13 (20,7%)
Total 67 (100%) 63 (100%)
Valor de p= 0,989

Legenda: 1 a 2 SM = 1 a 2 Salários Mínimos; 2 a 3 SM = 2 a 3 Salários Mínimos; >3 SM = maior que 3 Salários


Mínimos. Valor do Salário Mínimo Brasileiro = R$ 880,00 - 01.01.2016 60

4.2. Associação entre H. pylori e qualidade de vida no RGE

RGE interfere com a qualidade de vida dos pacientes na medida em que


estes alteram sua alimentação, levando a sintomatologia variada, recorrente e/ou
prolongada, o que os impede, física e emocionalmente, de realizarem suas
atividades habituais. 1,57
O questionário HBQOL utiliza o sintoma pirose (“sensação de queimação da
região retroesternal, estendendo-se até a base do pescoço ou para a garganta”69)
como principal forma de avaliação das possíveis repercussões da RGE sobre os
diversos aspectos da qualidade de vida. Este sintoma está presente em
aproximadamente 89% dos pacientes acometidos por essa enfermidade.57,70 O
questionário permite distinguir RGE de outras enfermidades digestivas, avaliar a
frequência e a intensidade de sintomas típicos e atípicos, assim como as diversas
dimensões e/ou domínios da qualidade de vida.57
As investigações acerca da presença, intensidade e frequência dos sintomas
da azia foram pautadas nos domínios: aspecto social, dor, trabalho, sono, dieta,
vitalidade, aspecto físico, estado geral de saúde e saúde mental.
Ao se avaliar a associação entre H. pylori e qualidade de vida, tendo o RGE
como referencial, observou-se diferença estatisticamente significante nos domínios
33

físico e no trabalho, conforme demonstrado na Tabela 6, tanto na presença quanto


na ausência da H. pylori. Os dados observados sugerem que o RGE parece interferir
negativamente no cotidiano dos participantes da pesquisa, pois estes referiram
alterar seus hábitos de vida diários devido à doença. Suzuki et al.71, em um estudo
com 464 alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
dos cursos de Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia, relataram resultado
semelhante. Estes autores sugeriram que a presença da RGE parece impactar
negativamente na alimentação dos estudantes, que mencionaram alterar seus
hábitos alimentares em função da doença. Em relação ao domínio físico, relataram
reduzir a quantidade de tempo que gastavam em seu trabalho ou em outras
atividades e fazer menos do que gostariam.71

Tabela 6 - Associação entre a presença ou ausência da H. pylori e Avaliação


problemas devido a azia

H.p. Negativo H.p Positivo


(n=67) (n=63) Valor de
Avaliação semanal de problemas devido a azia
p
Sim Não Sim Não

Redução do tempo com atividades do dia-dia 50 17 59 4 0,003*

Conseguiu fazer menos que gostaria 20 47 57 6 0,004*

Ficou limitado no trabalho ou outras atividades 50 17 56 7 0,036*

Teve dificuldades em executar o trabalho ou


50 17 57 6 0,036*
outras atividades

Em relação a associação entre H. pylori e os aspectos de intensidade de dor


em queimação e Alteração no tipo e quantidade de alimento (Tabelas 7, 8) referentes
a semana anterior a data da entrevista, as respostas tiveram maior percentual para a
alternativa “nenhum pouco”, que podem estar relacionadas ao bom controle da
gastrite crônica por parte destes indivíduos, por meio de: acompanhamento médico
semestral/anual, uso de inibidores de bomba de prótons, sendo o Omeprazol o mais
citado por estes, além do controle alimentar com restrição ao consumo de frituras,
gorduras e açucares.
Além desta importante mudança nos hábitos alimentares, cabe relembrar os
dados descritos anteriormente, relativos ao baixo índice de consumo de tabaco e
bebidas alcoólicas referidos pelos participantes de nossa pesquisa. Portanto,
34

podemos sugerir que as mudanças comportamentais e dietéticas talvez possam


explicar esta diminuição na prevalência de sintomas positivos para RGE.
Assim sendo, se torna fundamental que o paciente seja esclarecido sobre a
natureza crônica de sua enfermidade, para que possa compreender a necessidade
do tratamento, do acompanhamento a longo prazo e de seu próprio papel no
sucesso do tratamento. 72

Tabela 7. Associação entre H. pylori e intensidade de dor em queimação

Intensidade de dor em queimação H.p. Negativo H.p Positivo


(semana) (n=67) (n=63)
Nenhuma 47 (70,1%) 49 (77,8%)
Muito leve 2 (3%) 5 (7,9%)
Leve 7 (10,4%) 2 (3,2%)
Moderada 10 (14,9%) 4 (6,3%)
Severa 1 (1,6%) 3 (4,8%)
Total 67 63

Tabela 8. Associação entre H. pylori e Alteração no tipo e quantidade de alimento

Alteração no tipo e quantidade de H.p. Negativo H.p Positivo


alimento (semana) (n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 50 (74,6%) 53 (84,1%)

Um pouco do tempo 0 3 (4,8%)


Algum tempo 7 (10,4%) 1 (1,6%)
Uma boa parte do tempo 5 (7,5%) 3 (4,8%)
A maior parte do tempo 5 (7,5%) 3 (4,8%)
Total 67 63

Considerando a associação entre H. pylori e alteração no apetite (Tabela 9),


quando questionados se durante a semana anterior a entrevista a azia havia
causado alteração em seu apetite, 88,9% do participantes H. pylori positivo
responderam "nenhum pouco do tempo”. Uma possível explicação para este
resultados seria o uso de fármacos inibidores de prótons, conforme relatado por um
35

grande parcela dos participantes da pesquisa, pois o H. p tem uma influência sobre
a liberação de hormônios gástricos desempenhando um papel significativo na
regulação do peso corporal, da fome e da saciedade.73,74

Tabela 9. Associação entre H. pylori e Alteração no apetite

H.p. Negativo H.p Positivo


Alteração no apetite (semana)
(n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 53 (79,1%) 56 (88,9%)


Um pouco do tempo 3 (4,5%) 3 (4,8%)
Algum tempo 7 (10,4%) 2 (3,2%)
Uma boa parte do tempo 3 (4,5%) 1 (1,6%)
A maior parte do tempo 1 (1,5%) 1 (1,6%)
Total 67 63

Os dados observados no questionário HBQOL obtiveram uma frequência


maior de respostas com a opção "nenhum pouco”, conforme demonstrados nos
Tabelas 10, 11, 12, 13,14,15, 16, 17. Estes achados se contrapõem ao de outros
autores, que em seus estudos observaram o comprometimento da qualidade de vida
seja ela geral ou subdividida em domínios nos indivíduos com RGE.71,75,76 Avaliar o
impacto que a doença pode acarretar nos âmbitos psicológico, social e físico do
indivíduo são informações estas que podem auxiliar na discriminação entre
tratamentos responsivos e não responsivos.77

Tabela 10. Associação entre H. pylori e Interferência semanal nas atividades sociais

Interferência semanal nas atividades H.p. Negativo H.p Positivo


sociais (n=67) (n=63)

Nenhum pouco 54 (80,6%) 54 (85,7%)


Discretamente 5 (7,55) 4 (6,3%)
Moderadamente 4 (6%) 1 (1,6%)
Bastante 2 (3%) 3 (4,8%)
Extremamente 2 (3%) 1 (1,6%)
Total 67 63
36

Tabela 11. Associação entre H. pylori e Interferência no trabalho

H.p. Negativo H.p Positivo


Interferência no trabalho (semana)
(n=67) (n=63)

Nenhum pouco 62 (92,5%) 60 (95,2%


Discretamente 4 (6%) 3 (4,8%)

Moderadamente 1 (1,6%) 0

Bastante 0 0
Extremamente 0 0

Total 67 63

Tabela 12. Associação entre H. pylori e Interferência no sono

H.p. Negativo H.p Positivo


Interferência no sono (semana)
(n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 54 (80,6%) 53 (84,1%)

Um pouco do tempo 5 (7,5%) 2 (3,2%)


Algum tempo 6 (9%) 3 (4,8%)

Uma boa parte do tempo 0 4 (6,3%)


A maior parte do tempo 2 (3%) 1 (1,6%)

Total 67 63

Tabela 13. Associação entre H. pylori e Interferência para iniciar o sono ou


permanecer dormindo

Interferência para iniciar o sono ou H.p. Negativo H.p Positivo


permanecer dormindo (semana) (n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 56 (83,6%) 53 (84,1%)

Um pouco do tempo 4 (6%) 4 (6,3%)


Algum tempo 4 (6%) 1 (1,6%)

Uma boa parte do tempo 2 (3%) 5 (7,9%)

A maior parte do tempo 1 (1,6%) 0


Total 67 63
37

Tabela 14. Associação entre H. pylori e Indisposição

H.p. Negativo H.p Positivo


Indisposição (semana)
(n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 57 (85,1%) 57 (90,5%)

Um pouco do tempo 3 (4,5%) 2 (3,2%)


Algum tempo 0 1 (1,6%)
Uma boa parte do tempo 6 (9%) 2 (3,2%)
A maior parte do tempo 1 (1,5%) 1 (1,6%)
Total 67 63

Tabela 15. Associação entre H. pylori e Limitação física

H.p. Negativo H.p Positivo


Limitação física (semana)
(n=67) (n=63)

Nenhum pouco do tempo 56 (83,6) 55 (87,3)

Um pouco do tempo 4 (6%) 2 (3,2%)


Uma boa parte do tempo 5 (7,5%) 2 (3,2%)
A maior parte do tempo 1 (1,5%) 2 (3,2%)
O tempo todo 1 (1,5%) 2 (3,2%)
Total 67 63

Tabela 16. Associação entre H. pylori e Quantidade de dor provocada pela azia

Quantidade de dor provocada H.p. Negativo H.p Positivo


pela azia (mês) (n=67) (n=63)

Nenhum pouco 46 (73%) 46 (73%)

Discretamente 3 (4,5%) 5 (7,9%)

Moderadamente 13 (19,4%) 5 (7,9%)

Bastante 4 (6%) 3 (4,8%)


Extremamente 1 (1,5%) 4 (6,3%)

Total 67 63
38

Tabela 17. Associação entre H. pylori e Preocupação/aflição provocada pela


azia (mês)

Preocupação/aflição provocada pela H.p. Negativo H.p Positivo


azia (mês) (n=67) (n=63)

Nenhum pouco 45 (67,2%) 50 (79,4%)


Discretamente 4 (6%) 4 (6,3%)
Moderadamente 7 (10,4%) 2 (3%)
Bastante 5 (7,5%) 4 (6,3%)
Extremamente 6 (9%) 3 (4,8%)
Total 67 63

Considerando a H. pylori, um agente etiológico capaz de impactar


negativamente a qualidade de vida de tantas pessoas ao redor do mundo,
entendemos que este trabalho se mostra de grande relevância. Espera-se que esta
se torne uma ferramenta de auxilio para equipes multidisciplinares de saúde em
suas tomadas de decisão acerca do melhor manejo destes pacientes,
contextualizados em seu aspecto biopsicossocial e na sua influência sobre a
complexa interação entre comportamento, saúde e hábitos de vida.
39

5 CONCLUSÕES

Em relação aos aspectos epidemiológicos dos pacientes acometidos por


gastrite crônica submetidos a endoscopia digestiva alta, categorizados pela
presença ou ausência de H. pylori, não encontramos associação estatisticamente
significante para as variáveis a saber: faixa etária, sexo, consumo de tabaco,
consumo de álcool e renda familiar. No entanto, os dados obtidos neste estudo
podem sugerir que o conhecimento acerca da sintomatologia desta doença crônica
por parte da maioria dos entrevistados, favoreceu a mudanças de hábitos de vida e
alimentares propiciando-lhes uma melhor qualidade de vida.
Considerando a associação entre H. pylori e qualidade de vida, tendo o refluxo
gastroesofágico como referencial, encontramos diferença estatisticamente
significante nos domínios físico e no trabalho, uma vez que a maioria dos
entrevistados relataram reduzir a quantidade de tempo que gastavam em seu
trabalho ou em outras atividades e fazerem menos do que gostariam, além de
ficarem limitados no trabalho ou em outras atividades. Esses dados sugerem o quão
importante é o impacto negativo da H. pylori sobre a vida das pessoas acometidas
por esta infecção, sendo esta uma questão de saúde pública com de grande
relevância tanto social quanto econômica. Ao avaliarmos as outras dimensões
relacionadas a qualidade de vida, a saber: aspecto social, dor, sono, dieta, vitalidade,
estado geral de saúde e saúde mental, não houve diferença estatisticamente significante.
Este achados sugerem, até mesmo por conta da narrativa livre destes participantes durante
as entrevistas, que o uso de Omeprazol, a mudanças nos hábitos de vida e o controle
alimentar, possibilitam a manutenção da suas atividades cotidianas, como lazer, trabalho e
descanso.
40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma, nossa pesquisa sugeriu que um estilo de vida saudável através
do controle alimentar e o não consumo de tabaco e bebidas alcoólicas são
mudanças que promovem o bem estar e evitam o aparecimento de complicações
das doenças gástricas crônicas, favorecendo melhoria na qualidade de vida destes
indivíduos.
41

7 REFERÊNCIAS

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47

ANEXO
48

APÊNDICE A

Termo de consentimento livre e esclarecido de pesquisa em seres humanos


Solicito sua autorização, para que o(a) senhor(a) participe da Dissertação de Mes-
trado de Elizabeth Clemente Vernaschi a qual cursa o Programa de Mestrado Acadêmico
“Saúde e Envelhecimento“, da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), intitulado:
“Possível correlação entre a infecção pela bactéria Helicobacter pylori e qualidade de vida”.

O objetivo desta pesquisa é Identificar aspectos epidemiológicos e de qualidade de


vida de pacientes com problemas no estômago submetidos à endoscopia digestiva alta e
correlacionar os aspectos referentes à qualidade de vida com a presença ou ausência da
bactéria e o seu comportamento no estômago pela técnica que avalia os genes da bactéria
(PCR), já realizada anteriormente com o seu consentimento (Parecer CEP 1119/11).

A pesquisa será realizada através da visita domiciliar na qual serão coletados dados
referentes às condições gerais do entrevistado. Desta forma, a aplicação desse questionário
não oferece quaisquer riscos previsíveis ou desconforto, para os participantes da pesquisa,
pelo contrário, o participante poderá auxiliar no melhor entendimento sobre a possível rela-
ção entre a qualidade de vida e as doenças do estômago. Não haverá qualquer gasto finan-
ceiro ao tornar-se voluntário nesse estudo. Lembrando, que uma das cópias desse termo
será entregue ao participante da pesquisa.

Fui igualmente informado(a): da garantia de esclarecimentos a a qualquer pergunta


ou dúvida acerca dos procedimentos, e outros assuntos relacionados à investigação; da li-
berdade de recusar ou de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de par-
ticipar do estudo, sem que isso traga prejuízos a minha pessoa ou acarrete represálias, e,
da garantia do sigilo e anonimato que assegura o caráter privativo das informações envolvi-
das na pesquisa.

Eu, _________________________, RG nº:_________, fui devidamente esclarecido


(a) e concordo em participar do projeto de pesquisa.

Assinatura do participante:_____________________________

Marília, ____ de __________________ de 2015.

Os pesquisadores responsáveis por esse projeto de pesquisa serão:

Prof. Dr. Spencer Luiz Marques Payão Elizabeth Clemente Souza


Pesquisador responsável e Principal Orientador Mestranda
RG. nº: 15.611.346 RG. nº: 22.062.015-5
Fone: (14) 34021856 Fone: (14) 3402 1887
49

APÊNDICE B

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA


PÓS GRADUAÇÃO - PROJETO DE PESQUISA
“Possível correlação entre a infecção pela bactéria Helicobacter pylori e qualidade de vida”

QUESTIONÁRIO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

Nome Completo: Nº PR Nº C

Data de Nacim.: Idade: Sexo: Estado civil:

Endereço:

Cidade: Telefone: Data

1 Quantas pessoas compõem a sua família?


1 pessoa 2 pessoas 3 pessoas
4 pessoas 5 pessoas + 5 pessoas

2 Qual é seu grau de escolaridade?


Analfabeto 1º grau incompleto 1ºgrau completo 2º grau incompleto

Curso técnico 2º grau completo Superior incompleto Superior completo

3 Qual a sua ocupação?

4 Identifique qual a sua cor ou raça:


Branca Negro Pardo Amarelo

Indígeno
5 Qual a sua renda familiar?

De R$ 261,00 a R$ 780,00 De R$ 781,00 a R$ 1.300,00

De R$ 1.301,00 a R$ 1.820,00 De R$ 1.821,00 a R$ 2.600,00

De R$ 2.601,00 a R$ 3.900,00 Mais de R$ 3.900,00

6 Possui água encanada?

Sim Não

7 Possui esgoto encanado?


Sim Não
8 É fumante?

Sim Não ex-fumante Nº cigarros/dia Tempo:


9 Faz uso de bebida alcoólica?
Sim Não
10 Se sim, todos os dias?
Sim Não
11 Descrever tipo de bebida e quantidade:
12 Faz consumo de frituras?
0 dias 1 a 3 dias 4 a 7 dias
13 Faz consumo de verduras cruas?
0 dias 1 a 3 dias 4 a 6 dias 7 dias
14 Possui alguma doença?
Sim Não
15 De qual enfermidade está acometido?

Pressão alta Câncer Reumatismo Doença do coração

Depressão Diabetes

Outra (s) doença (s):


Doença (s) gástrica (s). Qual (is)?
16 Descreva o tratamento d. gástrica:

17 Em caso afirmativo, por qual período?

Mais de um ano Entre 6 meses e um ano Menos de 6 meses


18 O mesmo foi eficiente?
Sim Não
19 Qual a sua situação atual em relação à doença.

20 Observações:

1
50

APÊNDICE C
QUESTIONÁRIO HBQOL EM PORTUGUÊS (BRASIL)

1. Durante a semana passada você teve algum dos problemas a seguir com seu trabalho ou outra
atividade regular diária por causa da sua azia? (Por favor, responda SIM ou NÃO para cada pergun- Sim (2) Não (1)
ta, colocando um “X” no quadradinho).

Reduziu a quantidade de tempo que você gastava no trabalho ou em outras atividades.

Conseguiu fazer menos do que gostaria.

Ficou limitado no tipo de trabalho ou outras atividades.

Teve dificuldades em executar o trabalho ou outras atividades.

Nenhum Discretamente Moderadamente Bastante Extremamente


pouco(1) (2) (3) (4) (5)

2. Durante a semana o quanto a sua azia


interferiu com as suas atividades normais,
com a família, amigos, vizinhos ou grupo?

Nenhuma (1) Muito Leve (2) Leve (3) Moderada (4) Severa (5)

3. Quanto de dor em queimação você teve


durante a semana passada?

Nenhum Discretamente Moderadamente Bastante Extremamente


pouco (1) (2) (3) (4) (5)

4. Durante a semana passada o quanto


a azia interferiu com o seu trabalho nor-
mal (incluindo ambos os trabalhos exter-
nos e da casa)?

Nenhum Um pouco Algum Uma boa A maior


pouco do do tempo parte do parte do
tempo (1) Tempo (2) (3) tempo (4) tempo (5)

5. Durante a semana passada que quantidade de tempo a


azia interferiu com o seu sono?

6. Durante a semana passada que quantidade de tempo


você teve problemas para pegar no sono ou para ficar
dormindo a noite toda por causa da sua azia?

7. Em que quantidade de tempo durante a semana passa-


da a azia fez com que você mudasse o tipo de comida ou a
quantidade que você comia?

8. Em que quantidade de tempo durante a semana passa-


da a azia fez a comida parecer nenhum pouco apetitosa ou
gostosa?

9. Em que quantidade de tempo, durante a semana passa-


da a azia reduziu a sua disposição?

Durante os últimos 30 dias... Nenhum pouco Um pouco do Uma boa parte A maior parte O tempo
do tempo (1) tempo (2) do tempo (4) do tempo (5) todo (6)

10. Em que quantidade de tempo a azia


impediu que você fizesse o tipo de coisa
que outras pessoas da sua idade fa-
zem?

Durante os últimos 30 dias... Nenhum Discretamente Moderadamente Bastante Extremamente Nenhum


Pouco (1) (2) (3) (4) (5) pouco (1)

11. Em média quanta dor a


azia lhe causou?

12. O quanto a azia tem lhe


preocupado ou afligido?

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