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ECONOMIA

 Vivemos num mundo em mudança, marcado por grandes desigualdades sociais.


Esta é uma situação preocupante, é necessário identificá-la, explicá-la e resolvê-la, bem como
outros fenómenos sociais.
Fenómenos sociais ou realidades sociais- Situações e comportamentos que decorrem da
vida em sociedade.
Exemplos: a família, a pobreza, a exclusão social, a educação, a imigração, a religião, o
desemprego, a globalização ou o desenvolvimento económico.

 Apesar da diversidade, estes fenómenos sociais têm em comum o facto de


resultarem da vida em sociedade.
Para o estudo destes fenómenos sociais é necessário o contributo de várias ciências
sociais tais como: a História, a Demografia, a Sociologia, a Economia, a Política, o Direito,
cujos resultados se complementam.
Nota: Qualquer fenómeno social, menos marcantemente económico, pode ser objeto de
estudo de diferentes Ciências Sociais.

Diferentes perspetivas disciplinares sobre o fenómeno social Desemprego


Perspetiva dada pela Economia, Ex: Relação entre o número de desempregados e a
população ativa; poder de compra dos desempregados.

Perspetiva dada pela Sociologia, ex: Categorias e agrupamentos sociais com mais
desempregados; integração social dos desempregados.

Perspetiva dada pela História, ex: Evolução do desemprego.

Perspetiva dada pela Psicologia, ex: Comportamentos individuais dos desempregados.


Recorremos a várias Ciências Sociais, pela necessidade de obtermos informações
diferentes, de acordo com a perspetiva de cada Ciência Social.
Do contributo conjunto das Ciências Sociais vamos obter uma explicação mais completa do
fenómeno social observado.

Todas elas se debruçam sobre o mesmo fenómeno social, só que “olhos” diferentes. Isto
porque a atividade humana é pluridimensional.

- A especificidade do objeto de estudo da Economia


O que a economia estuda, ou seja, os fenómenos económicos
Fenómeno económico – é um fenómeno social ligado à produção, distribuição e
redistribuição dos rendimentos e utilização dos rendimentos.
Interdisciplinaridade- Atitude metodológica que recorre às diversas ciências sociai para o
estudo da realidade social.
Economia- Ciência que estuda a dimensão económica dos fenómenos sociais.
ECONOMIA
Segundo, Paul Samuelson, “A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade
decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para
produzir bens variados e para os distribuir, agora ou no futuro, entre as várias pessoas da
sociedade”.
 A Economia aborda o objeto de estudo de forma especifica, usa o método científico.
Assenta num conjunto de conceitos e utiliza uma linguagem e terminologia própria.
A Economia é a ciência das escolhas, porque estuda como utilizar recursos escassos para
satisfazer as múltiplas necessidades humanas.

Problema económico: As necessidades são ilimitadas face à escassez de recursos, o que


conduz à necessidade de se fazerem escolhas.
Os indivíduos, ao fazerem escolhas, pretendem obter, para si próprios, o máximo benefício,
procurando o mínimo dispêndio de recursos.
É na gestão eficiente dos recursos escassos que consiste em racionalidade económica.

Racionalidade económica- É a gestão eficiente dos recursos escassos, ou seja, obtenção


do máximo benefício com o mínimo de gasto em recursos.

Custo de Oportunidade- consiste na alternativa que tem de ser sacrificada para se obter
um bem, isto é o “preço “que tem de se pagar quando, face à escassez de recursos, é
necessário fazer uma opção.

Custo de oportunidade de um bem, consiste na alternativa que tem de ser sacrificada para
se obter esse bem, isto é, o “preço” que se tem de pagar quando, face à escassez de
recursos, é necessário fazer uma opção.
Exemplo: ir ao cinema ou ao teatro.
Se a escolha foi ir ao cinema, não ir ao teatro é o custo de oportunidade.

Agente económico: Entidade autónoma com capacidade para realizar operações


económicas, tomar decisões e deter valor económico.
Exemplos: Famílias; Empresas não financeiras (companhias de seguros (não fazem
depósitos nem empréstimos)); Empresas financeiras (bancos comerciais); Estado ou
Administração publica; Resto do mundo
Função principal dos agentes económcos Atvividades económicas
(economia fechada)

Produzir bens e serviços não financeiros Produção


Consumir bem e serviços
Consumo
Satisfazer necessidades coletivas e
Redistribuição dos
redistribuir os rendimentos
rendimentos
Prestar serviços financeiros Poupança / Acumulação
ECONOMIA
A distribuição é uma atividade económica realacionada com o
comércio e os transportes

Atividades económicas (atividades que as pessoas realizam relacionadas com a


satisfação de necessidades coletivas e individuais)

Produção

Distribuição (repartição de rendimentos) e redistribuição


dos rendimentos

Utilização dos rendimentos

Consumo Poupança

 Existe uma forte relação de complementaridade entre cada uma das atividades
económicas. Na verdade, sem se produzir não há criação de rendimento que,
distribuído pelos agentes económicos, permitirá o consumo e a poupança.
Igualmente, sem acumulação não existe dinheiro para a aquisição de ferramentas,
tecnologia e matérias -primas nem para pagamento de salários, impedindo a
produção. A complementaridade das atividades económicas é indespensavel à
sobrevivencia no dia a dia;

 Operário engenheiro, médico, economista, gestor, professor ou comerciante


realiazam atividades económicas ligadas à produçao de bens e serviços. Estas
pessoas recebem uma remuneração pelo seu trabalho, o salário, com o qual podem
adquirir bens e serviços que necessitam;

 Os donos das empresas são recompensados pelo risco que correm ao montar uma
empresa e por nela terem aplicado o seu dinheiro, pelo que recebem uma parte do
rendimento criado durante a produção, o lucro. Os agentes econômicos utilizam os
seus rendimentos no consumo ou na poupança. Esta poderá ser entesourada,
depositada nos bancos ou investida;

 O banco, com o dinheiro dos depósitos dos indivíduos, poderá financiar o consumo e
o investimento de que as empresas carecem para o decorrer da sua atividade
ECONOMIA
produtiva, pelo que remunerará o indivíduo que depositou as suas poupanças com
um juro.
 Outra atividade económica é a distribuição, ou seja, a atividade que efetua a ligação
entre a produção e o consumo e que coloca os bens à disposição dos consumidores
através de duas atividades: os transportes e o comércio. Esta coloca os bens à
disposição sos consumidores;

 Podemos então concluir que:


o os bens e serviços necessários à satisfação das nossas necessidades resultam da
produção ou atividade produtiva;
o esta atividade produz riqueza, que serve para remunerar os diferentes agentes
económicos, em função do seu papel na produção, isto é, os rendimentos criados
são distribuídos ou repartidos:
o com o rendimento recebido, os agentes económicos utilizam-no para a aquisição
dos bens e serviços cujo consumo satisfaz as suas necessidades ou poupam
parte desse rendimento, isto é, acumulam parte desse rendimento para o
aplicarem posteriormente na atividade produtiva ou no consumo;
o obviamente, para que os bens e serviços possam ser adquiridos pelos agentes
económicos é necessário que eles esteiam disponíveis junto desses agentes, para
o que foi necessário distribui-los pelos mercados.

Noção de necessidades
 Na vida quotidiana as pessoas sentem múltiplas necessidades: alimentação,
habitação, vestuário, transporte, educação, saúde, divertimento, etc. Estas
necessidades ou sensações de carência e mal-estar precisam de ser ultrapassadas. A
satisfação das necessidades é realizada através da utilização de bens e serviços. Por
exemplo, a necessidade de alimentação é satisfeita através da ingestão de alimentos,
a necessidade de saúde, através da ida ao médico e a necessidade de transporte é
satisfeita utilizando o comboio ou o autocarro.

 Características das necessidades

As necessidades humanas são múltiplas e variam no tempo e no espaço. São condicionadas


pela história, pela geografia e pela cultura dos povos. As nossas necessidades são diferentes
das dos nossos antepassados e das de outras pessoas de outros locais e culturas.
ECONOMIA

 A enorme diversidade de necessidades que existem apresentam, assim, as seguintes


características:
• multiplicidade;
• substituibilidade;
• saciabilidade;
• relatividade.

Relatividade
A relatividade prende-se com o facto de as necessidades variarem temporal e
geograficamente, isto é, são relativas no tempo e no espaço.

Multiplicidade
As necessidades são múltiplas, parecendo não haver limites para
elas. Por mais necessidades que uma pessoa tenha satisfeito, en-
contra sempre mais necessidades por satisfazer. É possível, deste
modo, afirmar que as necessidades se renovam constantemente,
sendo, por isso, múltiplas.

Substituibilidade
A substituibilidade significa que as necessidades podem ser satisfeitas por bens
substituíveis, isto é, por diversos bens que possibilitam a satisfação da mesma necessidade.
Por exemplo, quando temos fome podemos comer uma sandes e beber um copo deleite ou
comer uma sopa e uma peça de fruta.

Saciabilidade
A saciabilidade diz-nos que a intensidade com que uma necessidade é sentida vai
diminuindo à medida que é satisfeita, acabando por desaparecer. 5 Fig. 2.1Se, por exemplo,
nos encontramos com sede e bebemos um copo de água, a sede vai diminuindo
progressivamente à medida que vamos bebendo mais copos de água, o que nos leva à
saciedade.
ECONOMIA
 As necessidades dos nossos antepassados eram, diferentes das nossas, assim como
as que nós sentimos são diferentes das de povos de outras regiões e culturas.
 O conceito de necessidade encontra-se associado à ausência de bem-estar ou a um
estado de carência (alimentação, descanso, ter amigos, ser reconhecido pelo seu
trabalho, por exemplo).
As pessoas sentem necessidades múltiplas são satisfeitas de acordo com as
possibilidades são necessários meios materiais e imateriais (serviços) que permitam
suprir esse estado de carência que os indivíduos sentem.
o Esses meios, designados por bens materiais e serviços (bens imateriais), são a chave
para a satisfação das necessidades das pessoas. A simples existência de meios não é
suficiente para ultrapassar a necessidade sentida.
 É necessário consumir esses bens e serviços. As necessidades são, portanto,
satisfeitas através do consumo de bens e serviços.

 O Consumo é um ato económico e um ato social


Consumo – ato económico
Ao satisfazer determinadas necessidades, em vez de outras, e ao decidir consumir certos
bens e serviços, o consumidor está a efetuar escolhas com implicações em toda a
economia. Assim, ao consumir determinados tipos de bens, o consumidor está a dar
«ordens de produção» às empresas produtoras desses bens. Para produzir esses bens será
necessário contratar trabalhadores, o que fará aumentar o emprego e o rendimento das
famílias. O consumo é, deste modo, um elemento vital na dinamização da atividade
económica.

Consumo – ato social


Ao consumir determinado tipo de bens, o consumidor está a dar origem a consequências
que podem ser benéficas ou prejudiciais para o próprio, como também para a coletividade
mais próxima ou para o mundo. Se consumir bens que sejam prejudiciais à saúde,
produzidos segundo tecnologias poluentes, feitos à base de trabalho infantil ou em países
que não respeitam os direitos dos seus trabalhadores, o consumidor estará a contribuir
para o aumento dos custos coma saúde, a contribuir para a degradação do meio ambiente
ou a dar o consentimento à continuação da exploração dos seres humanos. Pode-se,
então, concluir que as escolhas do consumidor constituem atos com consequências para a
comunidade.
ECONOMIA
Classificação das Necessidades
Quanto à Importância:
- Primárias;
- Secundarias;
-Terciárias.
Quanto ao facto de vivermos em sociedade:
- Individuais;
- Coletivas.
Primárias Secundárias Terciárias Individuais Coletivas
Indispensáveis à vida Relacionadas com Necessidades Dizem respeito à Dizem respeito a
humana a qualidade de vida dispensáveis própria pessoa todos os membros
da coletividade
Exemplos: Exemplos: Exemplos: Exemplos: Exemplos:
• Alimentação • Transporte • Turismo •Alimentação • Transporte
• Habitação • Informação • Vestuário de • Vestuário público
• Saúde • Cultura marca • Descanso • Saúde pública
 Respiração  Respiração • Segurança

Empresa não financeira- empresas relacionadas a setor de saúde, tecnologia e indústria. As


empresas que não recebem depósitos nem fazem empréstimos; abrange o conjunto de entidades
dotadas de personalidade jurídica cuja função principal consiste em produzir bens e serviços não
financeiros mercantis;
Empresa financeira- entidade cuja função económica principal é canalizar ou auxiliar a canalizar
fundos de entidades que têm poupanças para entidades que necessitam de fundos. Em Portugal,
os bancos são as principais instituições financeiras.
A economia estuda o problema económico e analisa os fenómenos ecónimicos mas não procura
integrar os contributos de algumas ciencias sociais.
Pricipais atividades económicas: produção, distribuição e redistribuição de rendimentos e
utilizaçao dos rendimentos.
A Economia é uma ciência social porque o seu objeto de estudo é a realidade social, a partir da
perspetiva económica, ou seja, a dimensão económica da realidade social – os fenómenos
económicos.
Recursos são os meios que permitem satisfazer as necessidades.
A economia moderna consome intensamente os recursos não renováveis, esgotando-os, assim
como os recursos renováveis, sem dar tempo para que estes se renovem, pondo em causa o
equilíbrio ecológico e a sustentabilidade do planeta.
O agente económico que estabaelece instrumentos reguladores que permitem uma
sustentabilidade dos recursos ou um combate efetivo à poluição é o ESTADO ou ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA.

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