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Partindo para avaliar a NR-6 temos a seguinte introdução:

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se


Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança
e a saúde no trabalho.

Podemos verificar que o texto inicial da NR-6 especifica USO INDIVIDUAL e portanto
deve ser sempre a premissa para uso de um EPI. EPI Conjugado não é EPI que vários usam e
sim vários equipamentos que conferem a segurança ao indivíduo. Como exemplo de EPI,
podemos citar o capacete com viseira, ou o cinto de segurança com trava quedas.

Continuando a verificação da NR-6em relação a EPI, há três itens que são


importantes.

6.5 Responsabilidades da organização

6.5.1 Cabe à organização, quanto ao EPI:


a) adquirir somente o aprovado pelo órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
b) orientar e treinar o empregado;
c) fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas situações previstas no subitem 1.5.5.1.2 da Norma Este
texto não substitui o publicado no DOU 3 Regulamentadora nº 01 (NR-01) - Disposições
Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, observada a hierarquia das medidas de
prevenção;
d) registrar o seu fornecimento ao empregado, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico, inclusive, por sistema biométrico;
e) exigir seu uso;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica, quando aplicáveis esses
procedimentos, em conformidade com as informações fornecidas pelo fabricante ou
importador;
g) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; e
h) comunicar ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho qualquer irregularidade observada.

6.6 Responsabilidades do trabalhador

6.6.1 Cabe ao trabalhador, quanto ao EPI:

a) usar o fornecido pela organização, observado o disposto no item 6.5.2;

b) utilizar apenas para a finalidade a que se destina;

c) responsabilizar-se pela limpeza, guarda e conservação;

d) comunicar à organização quando extraviado, danificado ou qualquer alteração que o

torne impróprio para uso; e

e) cumprir as determinações da organização sobre o uso adequado.

Observe que há uma relação de duas vias quando o assunto é o EPI. Pois a empresa
tem que fornecer o EPI, mas o funcionário deve usá-lo, conservá-lo e principalmente cumprir
as determinações do empregador quando ao uso adequado, ou seja, o trabalhador, deve usar
cada um dos EPI de forma correta.

Um adendo a este assunto é que cada EPI deve ser utilizado de forma individual, ou
seja, como seu equipamento de segurança, mas isto não significa que cada trabalhador tem
que ter um conjunto de EPI somente seu. Alguns Equipamentos podem ser utilizados por mais
de uma pessoa. Este conceito pode assustar, mas há uma certa confusão do que seja
equipamento de proteção individual, com equipamento de uso pessoal.

É certo que um óculos, um capacete, outros dispositivos de proteção em contato direto


com a pele sugerem por higiene, que sejam utilizados individual e pessoalmente. O mesmo
não se poderá dizer de uma sobrecapa, um guarda-chuvas ou um conjunto autônomo de
respiração, que são de uso individual porem não são de uso pessoal.
Mas o que chamamos a atenção é que antes de utilizar o equipamento,devem ser
feitos ensaios, testes e atendidos outros requisitos para que se tenha a certeza de que aquele
equipamento está em perfeitas condições. Estes ensaios podem ser, por exemplo, visual ou
usando alguns dispositivos. Vamos usar como exemplo uma luva de borracha. Imagine que
um determinado par de luvas fiquem à disposição do trabalhador que for executar um
determinado serviço na subestação por exemplo. Esta luva é adequada para a atividade que
será desenvolvida, porém poderá ser usada por algumas pessoas, por exemplo, 3 profissionais
qualificados que atuem em turnos diferentes. O profissional que for usar a luva, deve, antes
de iniciar o trabalho, realizar alguns testes naquela luva armazenada, como por exemplo o
teste de insuflamento para verificar eventuais furos, ou se a luva for Bicolor, um teste visual
antes identificando possíveis problemas na sua composição. Ao realizar este teste e confirmar
que a luva está ok para o uso, você passa a ter o seu EPI, ou seja, passa ser de uso individual.
Quando outro profissional for usar fará o mesmo e assim por diante. Então em resumo,
quando se diz que o EPI deve ser individual, significa que o trabalhador deve realizar os ensaios
para verificar se não há problemas para o uso.

Um outro requisito que queremos chamar a atenção é para a necessidade do


Certificado de Aprovação.

6.9 Certificado de Aprovação –

CA 6.9.1 Os procedimentos para emissão e renovação de CA são estabelecidos em regulamento


emitido pelo órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.
6.9.2 O CA concedido ao EPI tem validade vinculada ao prazo da avaliação da conformidade definida
em regulamento emitido pelo órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho.

6.9.2.1 O EPI deve ser comercializado com o CA válido.

6.9.2.1.1 Após adquirido, o fornecimento do EPI deve observar as condições de armazenamento e o


prazo de validade do equipamento informados pelo fabricante ou importador. Este texto não substitui
o publicado no DOU

6 6.9.3 Todo EPI deve apresentar, em caracteres indeléveis, legíveis e visíveis, marcações com o nome
comercial do fabricante ou do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

6.9.3.1 Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, pode ser autorizada forma
alternativa de gravação, devendo esta constar do CA. 6.9.4 É vedada a cessão de uso do CA emitido a
determinado fabricante ou importador para que outro fabricante ou importador o utilize sem que se
submeta ao procedimento regular para a obtenção de CA próprio, ressalvados os casos de matriz e
filial.

6.9.5 A adaptação do EPI para uso por pessoa com deficiência feita pelo fabricante ou importador
detentor do CA, prevista no item 6.8.1, não invalida o certificado já emitido, sendo desnecessária a
emissão de novo CA.
Concluindo: O Uso de Equipamentos de proteção individual (EPI) é obrigatório e a
responsabilidade é de ambas as partes, tanto o empregador, quanto do trabalhador, porém,
é importante que esta prática faça parte da cultura das pessoas que realizem qualquer
atividade que ofereça risco. Esta prática deve ser implementada sempre, independente de
onde você esteja ou o que irá fazer, no trabalho, no lazer ou praticando um hobbie, sempre
use os equipamentos de proteção individual. Outra conclusão que tiramos é que é sempre
importante dar prioridade aos equipamentos de proteção coletiva (EPC) para um trabalho
seguro. No caso de atividades envolvendo eletricidade, devemos dar prioridade para a
desenergização dos circuitos que sofrerão interferências, pois o risco de acidente de origem
elétrica passa a não existir, ficando então apenas a preocupação com os riscos adicionais.

Lembramos ainda que na área elétrica muitos dispositivos e muitas providências de


proteção estão incorporadas aos equipamentos, de forma que se tornaram familiares e já não
as entendemos como medidas de proteção. Assim são isolação dos condutores, a capa plástica
não é destinada a identificar os condutores, mas sim é a proteção por isolação das partes
vivas. O uso de espelhos (placas) nas tomadas e interruptores de casa, não é um capricho
decorativo, mas sim o uso de barreiras, que impedem todo e qualquer contato com as partes
energizadas. A furadeira de carcaça plástica, não é para ficar mais leve ou colorida é porque
ela é isolante, e isso faz parte da dupla isolação. Sem dúvida são as medidas de segurança de
caráter coletivo.

Ocorre que os profissionais da área elétrica necessitam retirar esses elementos


integrantes de medidas de proteção para poderem acessar as partes internas dos
equipamentos.

Aí entram as necessidades de EPI, que se colocam nos eletricistas. A proteção saiu da


instalação e passou para o trabalhador, conforme falamos no início do capítulo, atendendo
aos dispositivos legais.

Não se torna ocioso lembrar que Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são
equipamentos utilizados para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza
determinada tarefa ou atividade.
Esses equipamentos não são necessariamente de proteção de um coletivo, muitas
vezes são apenas de uso coletivo, como por exemplo uma máscara de solda ou um cinto de
segurança para alturas.

Como mais exemplos de EPC podem ser citados:

• Cabine para histologia


A cabine deverá ser construída em aço inox, com exaustão por duto. É específica
para trabalhos histológicos.
• Capela Química
A cabine deverá ser construída de forma aerodinâmica, de maneira que o fluxo de ar
ambiental não cause turbulências e correntes, reduzindo, assim, o perigo de inalação e a
contaminação do operador e do ambiente.

• Manta ou cobertor
É utilizado para abafar ou envolver a vítima de incêndio, devendo ser confeccionado
em lã ou algodão grosso, não sendo admitido tecidos com fibras sintéticas.
• Vaso de areia ou balde de areia
É utilizado sobre o derramamento deálcalis para neutralizá-lo.

• Mangueira de incêndio
O modelo padrão, comprimento e localização, são fornecidos pelas Normas do Corpo
de Bombeiros.

• Sprinkler
É o sistema de segurança que,
através da elevação de temperatura, produz
fortes borrifos de água no ambiente
(borrifador de teto).

• Alça de transferência descartável


São alças de material plástico estéril, descartáveis após o uso. Apresentam a vantagem
de dispensar a flambagem.

• Microincinerador de alça de transferência metálica


São aquecidos a gás ou eletricidade. Possuem anteparos de cerâmica ou de vidro de
silicato de boro para reduzir, ao mínimo possível, a dispersão de aerossóis durante a
flambagem das alças de transferência.

• Luz Ultra Violeta


São lâmpadas germicidas, cujo comprimento da onda eficaz é de 240 m. Seu uso em
cabine de segurança biológica não deve exceder a 15 minutos. O tempo médio de uso é de
3000 horas.
• Dispositivos de pipetagem
São os dispositivos de sucção para pipetas.
Ex.: pipetador automático, pera de borracha e outros.

• Proteção do sistema de vácuo


São filtros do tipo cartucho, que impedem a passagem de aerossóis. Também é usado
o frasco de transbordamento, que contém desinfetante, ou ainda podem ser utilizados nas

indústrias mineradoras ou escavações, em geral.


• Contenção para homogeneizador, agitador, ultra-
som, etc.
Devem ser cobertos com anteparo de material auto lavável e sempre abertos dentro
das cabines de segurança biológica.

• Anteparo para microscópio de imunofluorescência.


É o dispositivo acoplado ao microscópio, que impede a passagem de luz ultravioleta,
que poderá causar danos aos olhos, até mesmo levando o operador à cegueira.
• Kit para limpeza em caso de derramamento biológico, químico ou radioativo

É composto de traje de proteção, luvas, máscara, máscara contra gases, óculos ou


protetor facial, bota de borracha, touca, pás para recolhimento do material, pinça para
estilhaços de vidro, panos de esfregão e papel toalha para o chão, baldes, soda cáustica ou
bicarbonato de sódio para neutralizarácidos, areia seca para cobrir álcalis, detergente não
inflamável, vaporizador de formaldeído, desinfetantes e sacos plásticos.
• Kit de primeiros socorros
É composto de material usualmente indicado, inclusive antídoto universal contra
cianureto e outros antídotos especiais.
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira 13698 –


Equipamento de Proteção Respiratória – Peça semifacial filtrante para partículas -
Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira. Norma
Brasileira 13697 – Equipamentos de Proteção Respiratória – Filtros Mecânicos. Riode
Janeiro: ABNT,1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira. Norma
Brasileira 13697 – Equipamentos de Proteção Respiratória – Filtros Mecânicos. Riode
Janeiro: ABNT,1996.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n.º 185, de 22 de outubro de2001.
Aprova o Regulamento Técnico que consta no anexo desta Resolução, que trata do
registro, alteração, evalidação e cancelamento do registro de produtos médicos na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Diário Oficial da União; Poder
Executivo, de 24 de outubro de 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância
Epidemiológica. Brasília, DF: Centro de Documentação, 2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. FUNDACENTRO. Programa de Segurança e
Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego, 2005. Disponível em:
www.fundacentro.gov.br/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=211
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº32 – Disponível
em www.mte.gov.br/Empregador/segsau/Legislacao/Normas/ Download/NR32.pdf
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº6 – Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2002. Equipamento de Proteção Individual.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2002. Disponível em:
www.mte.gov.br/empregador/SegSau/legislação/
NormasRegulamentadoras/Conteudo/2434.asp
Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual /ANDEF Associação
Nacional de Defesa Vegetal. -- Campinas, São Paulo : Linea Creativa, 2003.
NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI - Publicação: PortariaGM n.º
3.214, de 08 de junho de 1978
Proteção Respiratória. Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores.
RAPPARINI, C. Riscos biológicos e profissionais de saúde. [acessado em16.11.2005].
Disponível em http://www.riscobiologico.org/riscos/riscos.
Sampaio, José Carlos de Arruda, PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho
na Industria da Construção. Editora Pini, 1998. São Paulo:
Atualizações Disponível em: file:///C:/Users/elisf/Downloads/NR-
06%20(atualizada)%202022.pdf. Acesso em 20 de mar.2023

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