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Índice
Folha de rosto
direito autoral
Conteú do
Introduçã o
Um: Necessidade
Dois: uma soluçã o promissora
Trê s: Partes Velhas e Nova Esperança
Quatro: A Histó ria da Induçã o
Cinco: O Caminho de Deus?
Seis: Modelo Mestre
Sete: Web e Fluxo
Oito: Mais Web e Fluxo
Nove: Combinaçã o Imbatı́vel
Dez: No Estudo
Onze: Atrá s do pú lpito
Doze: Fim dos Nossos Meios
Conclusã o
Apê ndice Um: Pregaçã o Indutiva - Dois Exemplos
Apê ndice Dois: Lista de Veri icaçã o de Caracterı́sticas Indutivas
Apê ndice Trê s: 96 Pregadores Indutivos de 20 Sé culos
Apê ndice Quatro: Uma Estraté gia para Tornar Indutivas as Estruturas
Tradicionais do Sermã o
Indice
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PREGAÇÃO INDUTIVA
Ajudar as pessoas a ouvir

Ralph L. Lewis com


Gregg Lewis
Pregação Indutiva
Copyright © 1983 por Ralph L. Lewis e Gregg Lewis.
Publicado pela Crossway Books
um ministé rio de publicaçã o de Good News Publishers
Rua Crescent 1300
Wheaton, Illinois 60187
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicaçã o pode ser reproduzida,
armazenada em um sistema de recuperaçã o ou transmitida de qualquer forma por
qualquer meio, eletrô nico, mecâ nico, fotocó pia, gravaçã o ou outro, sem a permissã o
pré v ia do editor, exceto conforme previsto pela lei de direitos autorais dos EUA. .
Primeira impressã o 1983
Cartã o de Catá logo da Biblioteca do Congresso Nú mero 83-70321
ISBN 13: 978-0-89107-287-4
ISBN 10: 0-89107-287-X
Impresso nos Estados Unidos da Amé rica

PG 18 17 16 15 14 13 12 11 10 09
27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16
Para
Uma bela
família de fazendeiros
agora mais velha, crescida
ou morta: Mãe,
Pai e
Irmãos
Três
Conteúdo
Introduçã o
Um: Necessidade
Dois: uma soluçã o promissora
Trê s: Partes Velhas e Nova Esperança
Quatro: A Histó ria da Induçã o
Cinco: O Caminho de Deus?
Seis: Modelo Mestre
Sete: Web e Fluxo
Oito: Mais Web e Fluxo
Nove: Combinaçã o Imbatı́vel
Dez: No Estudo
Onze: Atrá s do pú lpito
Doze: Fim dos Nossos Meios
Conclusã o
Apê ndice Um: Pregaçã o Indutiva - Dois Exemplos
Apê ndice Dois: Lista de Veri icaçã o de Caracterı́sticas Indutivas
Apê ndice Trê s: 96 Pregadores Indutivos de 20 Sé culos
Apê ndice Quatro: Uma Estraté gia para Tornar Indutivas as Estruturas
Tradicionais do Sermã o
Indice
Introdução
Como podemos ajudar?
Por que mais pessoas nã o ouvem quando pregamos?
Que implicaçõ es nossa era eletrô nica tem para a pregaçã o? A nova
disciplina da ciê ncia cognitiva com suas descobertas mais recentes
sobre a funçã o cerebral pode nos ajudar a comunicar melhor a Palavra
de Deus?
Os estudantes modernos do cé rebro descobriram uma distinçã o
clara em funçã o e capacidades entre os hemisfé rios direito e esquerdo
do cé rebro humano. Pensamento crı́tico, leitura e ló gica linear parecem
centrar-se no lado esquerdo do cé rebro. Criatividade, memó ria visual,
sentimentos e imaginaçã o sã o funçõ es da metade direita do nosso
cé rebro.
Mas o que isso tem a ver com um sermã o de domingo de manhã ?
Há quase 500 anos, a imprensa revolucionou o mundo. Alterou a
base da comunicaçã o humana e, assim, afetou o padrã o do pensamento
humano popular. Gutenberg isgou a humanidade na palavra impressa e
encurralou grande parte de nossa vida cerebral em um padrã o de ló gica
linear do lado esquerdo do cé rebro. E por cinco sé culos a maior parte
de nosso ensino e pregaçã o foi construı́da sobre esse fundamento.
Hoje as reverberaçõ es de uma nova revoluçã o estã o abalando a velha
fundaçã o. A imprensa nã o é mais o principal meio de coletar ou
comunicar o pensamento humano. A maior parte do conhecimento está
agora armazenada em micro ilme ou em bancos de memó ria de
computador e comunicada por blips em uma tela ou impressõ es
fotoeletrô nicas. E se os pensadores da comunicaçã o estã o certos
quando dizem que os meios de uma cultura para comunicar e
armazenar seu conjunto bá sico de informaçõ es e conhecimento podem
ser o determinante mais crucial do cará ter dessa civilizaçã o, entã o o
mundo das telecomunicaçõ es promete mudanças pelo menos tã o
dramá ticas quanto os mó veis de Gutenberg. tipo.
Já cruzamos o limiar para uma nova era - a era daalfabetizaçã o visual.
Se nã o podemos ver, devemos ter os olhos fechados. Os graduados do
ensino mé dio deste ano passaram mais tempo na frente de seus
aparelhos de televisã o do que em uma sala de aula durante doze anos
de escolaridade. O paroquiano que passa cinquenta horas por ano em
nossos bancos (talvez 100 horas se vier no domingo à noite) tem o tubo
ligado em sua casa mais de 2.000 horas por ano. Nosso mundo nã o está
apenas mudando; já mudou.
Como tudo isso impacta em nossa pregaçã o?
A aná lise do cé rebro dividido da ciê ncia cognitiva classi icaria os
sermõ es tradicionais, tanto a pregaçã o deles quanto a sua escuta, como
atividades do cé rebro esquerdo. A homilé tica se apó ia fortemente na
aná lise, na ló gica e na linguagem. Os sermõ es muitas vezes enfatizam
conceitos intelectuais mais do que ingredientes imaginativos ou
inventivos, uma visã o seqü encial em vez de holı́stica, fatos sobre
sentimentos, orientaçõ es racionais em vez de relacionais.
No entanto, a revoluçã o da comunicaçã o cultural está direcionando
as pessoas para outra direçã o. As comunicaçõ es visuais de hoje estã o
reeducando nossas mentes. Pela primeira vez em meio milê nio, o lado
direito do cé rebro clama por proeminê ncia e insiste no envolvimento
na vida e no aprendizado.
Nossos ouvintes nã o estã o mais viciados em palavras impressas e
ló gica linear. Eles sã o viciados no sentido de açã o e envolvimento do
lado direito do cé rebro. E a TV é o principal impulsionador, sua
principal conexã o se quisermos esticar a metá fora.
A TV oferece envolvimento barato. Observadores descem das
arquibancadas e entram em açã o. O microfone coloca o ouvido no
centro dos sons. A câ mera leva os olhos dos espectadores para o meio
da briga, do futebol, da diversã o. O que antes era remoto, imaginá rio e
irreal torna-se instantaneamente vital, vı́vido e crı́vel atravé s da
alquimia da televisã o.
Assim como a era espacial estende a perna por voo, nossa era
eletrô nica estende o cé rebro por computador e processador de texto, o
ouvido por microfone e o olho por câ mera. O envolvimento torna-se um
modo de vida, e a descoberta sensorial torna-se uma forma primá ria de
aprendizagem.
Se nos apegarmos demais a quinhentos anos de tradiçã o homilé tica,
logo encontraremos um abismo intransponı́vel entre o envolvimento
diá rio, a descoberta e a criatividade que nossos ouvintes experimentam
durante a semana e a rotina comparativamente monó tona e monó tona
dos decretos sermô nicos de domingo. Se nã o tomarmos medidas
drá sticas para mudar as coisas com nossa pregaçã o, logo
descobriremos que para nossos ouvintes a dimensã o interior da vida
parecerá cada vez mais remota, a realidade espiritual parecerá
imaginá ria e o que deveria ser a vı́vida verdade da A palavra pode se
tornar uma né voa meramente subjetiva. Muitos dos jovens, os
espiritualmente nã o iniciados e os a iados empreendedores seculares
de nossa sociedade empı́rica já se sentem ignorados ou patrocinados
pela tradiçã o institucionalquando nossos sermõ es dependem mais de
decreto dedutivo do que de descoberta, quando nossa ê nfase é
exortaçã o sem preocupaçã o com exploraçã o ou experiê ncia.
Por que as pessoas nã o ouvem? Como podemos pregar para envolvê -
los?
O que a Bı́blia tem a dizer? Como Jesus e outros grandes pregadores
da Bı́blia envolveram seus ouvintes? Poderia a experiê ncia deles no
passado pré -Gutenberg ser a chave para nossa pregaçã o no presente e
no futuro pó s-impressã o?
Jesus, os profetas e apó stolos pregaram com um acento indutivo. Mas
quem nunca percebe? Quem presta atençã o a Jesus como pregador? Por
que os textos homilé ticos ignoram seu exemplo? Quem se lembra que
as pessoas comuns ouviam Jesus com alegria quando ele pregava
indutivamente, começando por onde eles estavam?
Quem segue o exemplo de Jesus, recusando-se a falar sem uma
pará bola, uma histó ria, uma comparaçã o? Quem analisa o Sermã o da
Montanha como um sermã o de dezoito minutos com dezenas de
exemplos, imagens visuais, dezenas de comparaçõ es e dispositivos de
captura de interesse tã o diversos quanto enigmas, apelo sexual e
experiê ncia cotidiana?
Jesus pode nos ensinar alguma coisa sobre pregaçã o? Poderiam
outros pregadores e icazes dos sé culos intermediá rios revelar algum
padrã o simples para ajudar nossa pregaçã o? Os ouvintes sã o apenas
incidentais à pregaçã o? Ou as pessoas podem se envolver em nossos
sermõ es? Nossa pregaçã o pode ganhar sua atençã o e seu
envolvimento? Nossos sermõ es podem cruzar para usar as duas
metades do cé rebro?
As perguntas sã o muitas, mas respostas emocionantes nos cercam.
Vejamos a pregaçã o atravé s de uma nova lente. Jesus e pregadores de
sucesso desde seu tempo nos mostram uma abordagem simples.
Podemos facilmente ver seus segredos se pesquisarmos seus sermõ es.
Eles prometem remé dio para os sermõ es fracos e fú teis tã o comuns
hoje em dia. Eles també m demonstram vá rios mé todos de alcançar a
resposta leiga à nossa pregaçã o.
Este livro nã o é um estudo de iloso ia, metafı́sica ou epistemologia.
Aqui estudamos a vida. Estudamos experiê ncia. Estudamos a Palavra de
Deus. E estudamos bom senso e pesquisa.
O objetivo? Mantenha-o simples — simples, mas nã o estú pido. Aqui
nos esforçamos para parecer profundamente simples - tã o simples
quanto o bom senso. Tã o comum quanto a experiê ncia. Tã o comum que
as pessoas ouvem. Eles até ouvem. E eles se envolvem.
1 Necessidade
Quando Sam Smith entra no estacionamento da igreja com seu Ford de
trê s anos, ele vê todos os novos Chevies, Buicks e Toyotas. Ele se lembra
que seu trigé simo sexto pagamento vence amanhã e o carro será dele
— bem a tempo de comprar outro — um menor.
No caminho para a igreja, Susan, sua esposa, disse que precisa de
mais dinheiro para a creche de Suzette, de quatro anos, para os custos
crescentes do supermercado e o novo guarda-roupa de primavera que
ela precisa para a convençã o de Nova York que seu chefe quer que ela
participe. Ela deve ter roupas novas para poder ganhar mais dinheiro
para comprar roupas para poder trabalhar para ter dinheiro para
comprar alguns vestidos para poder... Sam morde a lı́ngua e engole seu
comentá rio brincalhã o sobre a liberdade feminina.
Ele observa melancolicamente enquanto Susan se junta a um
pequeno grupo que entra pela porta lateral onde se reú ne a Classe de
Jovens Empresá rias. Ele se lembra da de iniçã o de compatibilidade da
Reader's Digest como "o casal que tem dores de cabeça ao mesmo tempo".
Orgulhosamente, ele assiste Steve, de dezesseis anos, se juntar à
gangue de adolescentes refazendo o jogo de sexta-feira à noite. Ele quer
que seu ilho mais velho vá para a faculdade para que ele possa ter uma
chance melhor na vida. Talvez lucrar com apó lices de seguro cubra
alguns dos custos crescentes da universidade, mas Steve parece estar
mais interessado em um carro usado do que na faculdade no momento.
Sally, sua ilha de quatorze anos, passa conscientemente pelo grupo
de garotos do ensino mé dio para se misturar com as garotas um minuto
antes do inı́cio da escola dominical. Ela deve ter seus dentes
endireitados e alguma cirurgia dentá ria durante as fé rias de Natal.
Sam se pergunta se deveria conversar com algué m sobre as pressõ es
— ele o faria se algué m parecesse entender ou se importar. Seu gerente
ameaçou demiti-lo se a empresa nã o aparecercom “mais um ano de um
milhã o de dó lares”. As vendas caı́ram e os magnatas estã o caçando
cabeças. O plano de sucesso de cinco anos de Sam nã o parece muito
realista para ele agora.
Alguns minutos depois, Sam está sentado no canto da Escola
Dominical Masculina, sua mente entrando e saindo da discussã o.
Principalmente fora. Ele analisa as opçõ es para o dinheiro adicional que
sua famı́lia precisa. Ele poderia pedir emprestado o seguro, mas nã o
poderia usar isso para ajudar a pagar a faculdade de Steve. Ele poderia
vender o trailer de viagem, mas nã o podia esperar chegar nem perto de
seu valor. A ideia de uma segunda hipoteca traz seus pensamentos de
volta à sala da escola dominical.
Ele sente uma pontada de culpa por nã o prestar mais atençã o ao
professor. Mas ele se lembra de que ele nã o quer estar na igreja de
qualquer maneira. Susan o pressiona para isso. E ela deveria estar feliz
por eu ter vindo, ele diz a si mesmo. A culpa passa, e seus pensamentos
novamente começam a vagar.
O sinal inal eventualmente sinaliza o im da aula. Sam sai da sala,
atravessa a ala educacional e entra no ná rtex para esperar Susan.
Quando ela o encontra, eles entram juntos no santuá rio e tomam seu
lugar de sempre, na metade do caminho, do lado direito do corredor.
O canto de hinos familiares ocupa a mente de Sam. E por um tempo,
pelo menos, os sons estridentes do mercado de Sam desaparecem na
memó ria sem sentido. A mú sica suave do santuá rio parece mais
calmante, mas estranhamente diferente da batida ousada dos alto-
falantes do rá dio que ele ouviu ao longo da semana. Sam absorve
lentamente um espı́rito sagrado sutil; a osmose umedece as memó rias
em um clima de solidã o, meditaçã o e adoraçã o. O limbo penetra no talo
enquanto os porteiros passam as placas de oferendas hipnó ticas para
frente e para trá s, para trá s e para frente, para trá s e…
No entanto, Secular Sam traz toda a sua bagagem cultural com ele em
sua viagem de seu continente durante a semana chamado Vida para a
ilha de domingo chamada Igreja. E sua mente se recusa a ser
abandonada. Suas perguntas, seus con litos, sua consternaçã o voltam
gradualmente à sua consciê ncia. Sam logo está de volta lutando contra
suas guerras internas de inanças familiares e sobrevivê ncia na carreira.
Quando o pastor se levanta para ler as Escrituras da manhã , Sam
veri ica o boletim para o tó pico do sermã o, “A Verdade Total para o
Mundo Total de Hoje” – uma ê nfase especial de missõ es, de acordo com
a ordem de adoraçã o.
Enquanto o pastor lê , Sam muda para sua pró pria agenda. Ele ouviu
tantos sermõ es na ú ltima dé cada, que torna um desa io semanal
construir seu pró prio esboço. Hoje ele decide apostar em sete pontos
— aliterativos, é claro.
Ele o intitula “Roaming the Seven C's”. Sam reprime um sorriso. O
dinheiro tem que ser seu ponto nú mero um. Entã o Carro. Roupas.
Compatibilidade.Carreira. Faculdade. E Crise Atual. Sam está traçando
sua rota pelos sete C's pela segunda vez quando o sermã o das crianças
interrompe sua jornada.
“Quando eu era menino”, começa o pastor e Sam se inclina para
frente para observar aquelas crianças nos bancos da frente e ouvir o
pastor falar brevemente com elas.
Quando o “sermã o normal” começa, Sam observa as pessoas
inquietas se contorcendo em seus assentos. Eles mudam seu peso para
encontrar a postura menos dolorosa e se acomodam para pensar em
algo ou nada.
Depois de um dé bil esforço para reorganizar seus pensamentos em
torno de seu pró prio contorno, Sam lentamente os libera para vagar
aleatoriamente. Memó ria, imaginaçã o e devaneio tocam apenas
ocasionalmente com os acontecimentos no santuá rio. Ele abandona
completamente o ministro, e seus pensamentos voam para a vida
continental. Ele pondera seu retorno ao mundo louco da manhã de
segunda-feira. O que vou dizer ao chefe? Quais são minhas opções? Vale a
pena o incômodo?
Susan se inclina um pouco na direçã o dele e se aconchega sob seu
braço protetor. Ele se lembra: Tem sido uma vida boa. Tivemos nossos
altos e baixos. Mas nos damos muito bem – geralmente. Tivemos ótimos
momentos, e depois há as crianças. Algumas coisas desaceleraram um
pouco, mas a vida é muito boa. Claro que precisa de mais dinheiro. Vamos
ver - isso é dinheiro - número um no meu esboço.
Sam começa a planejar sua saı́da cerca de quinze minutos antes do
té rmino do sermã o. O que há para o jantar de domingo? ele se pergunta.
Susan disse frango? Ou era arroz espanhol? Algo rápido, espero! O jogo
vem no tubo às 12:30!
Sam olha para a saı́da e planeja sua fuga durante o hino inal. Na
ú ltima nota do acorde “Amé m”, ele faz seu movimento. A rota direta o
leva desconfortavelmente perto do pastor na porta dos fundos. As vezes
ele pode escapar sem interrupçã o, mas hoje o pastor Jones olha para ele
e pisca.
Sam é pego. O que ele pode dizer? "Gostei da sua conversa", ele deixa
escapar enquanto sua mente tateia por uma palavra mais honesta. Ele
aperta desajeitadamente a mã o que o pastor lhe estende. Entã o Sam
corre no meio da multidã o e sai para o estacionamento, onde se agacha
em seu carro e liga o rá dio para ouvir o noticiá rio do meio-dia — uma
voz do mundo real.
Susan e as crianças logo se in iltram no carro. "O frango deve estar
pronto", diz Susan enquanto todos se dirigem para casa.

O secular Sam e seus companheiros de banco nã o sã o os ú nicos


jogadores insatisfeitos no drama da manhã de domingo. Mas eles
provavelmente nunca adivinhariam os sentimentos reprimidos de
frustraçã o do pastor Jones. Veja como foi a manhã para ele:
O desâ nimo do pastor Jones aumenta à medida que ele guia sua
congregaçã o como ovelhas pelas passagens da ordem impressa de
adoraçã o. Quase todos se juntam aos hinos. Eles atendem aos anú ncios.
Mas quando ele se levanta para ler a Escritura em voz alta, ele sente
uma mudança. É como se uma parede invisível se erguesse entre nós. Por
que eles não ouvem? Estou muito alto? Muito devagar? Muito rápido? Ele
conclui a leitura e se senta novamente.
Durante o ofertó rio ele pensa no futuro. Talvez eu possa tocar a
campainha no sermão infantil. Às vezes isso parece despertá-los. Eu me
pergunto por que isso? Talvez meus sermões sejam um pouco fortes
demais para eles. Mas eles devem aprender a ouvir.
Depois que os porteiros apresentam a oferenda à s tensõ es da
Doxologia, o pastor Jones chama as crianças e conta uma histó ria de sua
infâ ncia, um simples incidente quando aprendeu o perigo da mentira e
o valor da verdade. Ele termina com um resumo da atitude de Deus em
relaçã o à verdade e envia os pequeninos para a porta lateral do
santuá rio e os lı́deres do programa da igreja jú nior.
Agora chega a hora do sermã o. Ao voltar para o pú lpito, ele ajeita a
gravata, limpa a garganta e espera o silê ncio.
Em seguida, ele lê o texto: “Finalmente, irmã os, tudo o que é
verdadeiro... tudo o que é amá vel, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4: 8).
Por que as pessoas parecem estar olhando além de mim? Eu sou o
pastor; eles deveriam prestar atenção em mim. Por que eles não ouvem?
Ele respira fundo e projeta seus tons ensaiados: “A verdade é
adorá vel, queridos amigos. A verdade tem um bom relató rio. A verdade
é digna de nossa meditaçã o – pense nessas coisas.”
Ele de ine a verdade. Ele declara a verdade. Ele defende a verdade.
Suas palavras ortodoxas e bem arredondadas sobem até o teto, se
estendem até o saguã o e ricocheteiam suavemente na parede dos
fundos. Ele se pergunta se algué m está realmente ouvindo.
Alguns membros da congregaçã o concordam plenamente com a
cabeça. Mas ele sabe que é uma medida ruim porque algumas daquelas
cabeças sorridentes desaceleram seus acenos de metrô nomo e deixam
os queixos descansarem um momento antes de se levantarem
novamente. Seu desâ nimo se aprofunda.
Entã o todos os olhos se abrem, todas as cabeças se erguem no meio
do sermã o quando um pouco de narraçã o ilumina um exemplo. Mas o
encorajamento é apenas momentâ neo, pois a atençã o volta a icar
defasada e uma epidemia de inquietaçã o se espalha pelo santuá rio.
No momento em que ele se aproxima do inal de seu sermã o, ele tem
pouco entusiasmo pela conclusã o enfá tica que ele esperava que
inspirasse seu povo a responder à s necessidades esmagadoras do
programa missioná rio da igreja. Qual o uso? ele se pergunta. Meia
duziaas pessoas roubam olhares rá pidos para seus pulsos enquanto ele
lança seu ú ltimo exemplo. O que eles se importam com a fome e as
necessidades médicas do terceiro mundo? Qualquer preocupação com os
problemas do planeta Terra desaparece aos cinco minutos para o meio-
dia.
Ele inalmente orienta a congregaçã o a defender a bê nçã o. Ele está
meio tentado a fazer uma oraçã o honesta de um Salmo desesperado ou
talvez até imprecató rio. Mas ele resiste à tentaçã o de desabafar seus
sentimentos e entoa a fó rmula padrã o de demissã o. Entã o ele se retira
pelo corredor enquanto o coro oferece a bê nçã o do coral.
A medida que os ú ltimos acordes do Amé m desaparecem, o santuá rio
vibra com energia renovada. A transformaçã o instantâ nea provoca um
pensamento silencioso e cı́nico na mente do pastor. Eu me pergunto se
algum dia despertarei o tipo de resposta de um sermão que sempre
recebo da bênção.
Ele tenta se livrar dos sentimentos de frustraçã o e dú vida enquanto
os corredores se enchem e as pessoas se aglomeram em sua direçã o.
Ele abre um sorriso, aperta o má ximo de mã os que consegue alcançar e
tenta aguentar os comentá rios.
“Fico feliz em vê -lo novamente.” “Gostei do sermã o, pastor.” "Tenha
uma boa semana." “Boa conversa hoje.” “Eu sempre aproveito seu
pequeno tempo com as crianças no inı́cio do culto.” Os comentá rios
inó cuos sempre parecem contornar a realidade e a sinceridade direta.
Mas pelo menos neste domingo o pastor Jones nã o ouve se gabar sobre
“aquele bom sermã o que ouvi na TV”.
No momento em que o Secular Sam e o resto da congregaçã o
terminam seus jantares de frango e se plantam em frente à transmissã o
de futebol da tarde, o pastor concluiu sua refeiçã o e procurou o silê ncio
do escritó rio da mansã o. Lá ele repete suas frustraçõ es e o desempenho
da manhã .
O que as pessoas estão procurando, a inal? Prego a Palavra de Deus —
cito as Escrituras em quase todos os pontos. Por que eles não respondem?
Não entendo, Senhor, diz ele, dirigindo suas perguntas para o cé u. Você
diz que sua Palavra não voltará para você vazia. Mas todos os domingos
parece. Onde está a resposta?
Não é como se eu não me importasse ou não tentasse, ele diz a si
mesmo. E ele se lembra de como passou as fé rias nos ú ltimos cinco
anos visitando algumas das igrejas mais dinâ micas do paı́s, esperando
aprender alguns segredos de pregadores bem-sucedidos. Ele assiste a
todas as conferê ncias de ministros que pode caber em sua agenda e
reuniu livros e artigos su icientes sobre pregaçã o para encher uma
pequena biblioteca.
O pastor Jones voltou as energias de sua juventude e o fogo de sua
imaginaçã o para a tarefa de fundir e moldar mensagens para mudar o
mundo ou pelo menos parte dele. A dedicaçã o à tarefa do ministé rio
nunca foi seu problema. Mas sua alta resoluçã o se derrete na
mediocridadetodos os domingos de manhã . As pessoas parecem nunca
mudar. Seus sermõ es nã o contam muito. Ele se pergunta se seu
ministé rio realmente importa.
Talvez todos os pregadores de sucesso sejam apenas oradores natos,
líderes carismáticos natos, conclui. Mas e as promessas de Deus de
multiplicar os esforços humanos?
As necessidades de sua congregaçã o sã o tã o ó bvias — necessidades
pessoais, necessidades familiares, necessidades humanas. A fé conté m
as respostas. O pastor Jones sabe disso. Ele aprendeu com a experiê ncia
pessoal. Ele leu histó ria. Ele acredita nos relatos bı́blicos. As
necessidades elevam-se aos cé us acima dele, mas à s vezes as escadas
teoló gicas parecem muito curtas.
Há um ano, ele considerou seriamente desistir do ministé rio. Ele
poderia servir como assistente social com sua formaçã o de graduaçã o.
Ele poderia passar mais tempo com sua famı́lia se tivesse uma carga de
casos limitada e 9 a 5 horas de trabalho.
Alguns de seus ex-amigos da universidade zombam dele sobre o
pastorado. “Como parece passar a vida contando à s pessoas o que elas
já sabem?” Dizem-lhe que seus sermõ es sã o bons conselhos. “Mas
aconselhamento é a ú nica mercadoria no mundo onde a oferta excede a
demanda”, dizem eles.
Apesar das dú vidas, o pastor Jones decidiu em sua mente
permanecer no ministé rio. Ele está convencido de que Deus o chamou
para a tarefa. E ele sabe que quando o Secular Sam e o resto da
congregaçã o voltarem aos seus trabalhos na segunda-feira de manhã ,
ele irá ao seu escritó rio para começar a preparar um sermã o para o
pró ximo domingo. E ele vai orar para que de alguma forma Deus
abençoe e use seus esforços, sua pregaçã o. Mas o desâ nimo permanece.

O cená rio Secular Sam-Pastor Jones é jogado todos os domingos em


milhares de igrejas em todo o paı́s. Secular Sam e seus colegas saem de
seu mundo do trabalho sobrecarregados e consumidos por problemas
aparentemente insuperá veis. Eles vê m de um mundo onde sã o atacados
por cerca de 600 campanhas de vendas de mı́dia de massa toda semana
– mensagens que aprendem a ignorar conscientemente. Eles vê m com
os sentidos viciados na entrada eletrô nica da mı́dia de massa e as
mentes sobrecarregadas com problemas muito pessoais. A autoestima,
o signi icado e o propó sito da vida, as prioridades, a segurança, o
sucesso e a sobrevivê ncia clamam pelo faturamento superior em seus
pensamentos.
O pastor Jones e uma legiã o de colegas pastores pregam mais de
350.000 sermõ es todos os domingos de manhã . Eles assistem e
agonizam com as lutas da sociedade contemporâ nea. Eles vê em as
feridas de uma famı́lia sofrendo o divó rcio. Eles vê em o medo de
morrer de pacientes com câ ncer. Eles vê em a ansiedade dos homens de
meia-idade demitidos. Elasver a incerteza esmagadora da juventude em
uma idade de medo. E anseiam por compartilhar as respostas de Deus
— respostas em que acreditam.
Mas algo está errado. Por alguma razã o a resposta nã o está atingindo
as necessidades. O secular Sam e o pastor Jones saem frustrados.
Talvez essa frustraçã o explique a tendê ncia perturbadora citada em
uma pesquisa Gallup de junho de 1978. Pesquisadores perguntaram
aos americanos: “Qual a importâ ncia da religiã o em sua vida?” Em
1978, apenas 53% das pessoas responderam “muito importante para
mim”. Em 1952, vinte e seis anos antes, 75% disseram que a religiã o era
“muito importante para mim”. No meio desse perı́odo, em 1965, 70 por
cento haviam respondido que a religiã o era “muito importante para
mim”. A sé rie de pesquisas mostra uma queda de 5% na primeira
metade do perı́odo, mas um declı́nio alarmante e acelerado de 17% nos
ú ltimos anos.
Quais sã o as implicaçõ es para a pregaçã o hoje? A pregaçã o pode
ajudar a tornar a religiã o “muito importante” novamente?
Poucos hoje questionariam a necessidade de uma pregaçã o mais
e icaz. Basta observar os sinais. Veja os sintomas de indiferença,
distanciamento, apatia. Veri ique a madeira morta nas listas de
membros da igreja. Fale com qualquer Sam Secular ou Pastor Jones.
Considere sua pró pria experiê ncia.
Qual é a soluçã o? Existe algum objetivo nã o alcançado que poderia
aliviar a frustraçã o em torno da pregaçã o hoje?
Envolvimento. Essa palavra comum é a resposta mais promissora. O
envolvimento tem sido um objetivo principal ao longo da pregaçã o do
sé culo XX. E o que o Secular Sam está procurando no domingo de
manhã . E o que o Pastor Jones gostaria de obter.
Mas como pode um ministro envolver ouvintes em sua pregaçã o?
Existe uma maneira simples e infalı́vel?
Nas ú ltimas dé cadas, alguns tentaram chamar a atençã o e incentivar
o envolvimento usando o diá logo e a discussã o. A igreja experimentou
com drama e dança. O conteú do do sermã o mudou; estilo e entrega
tornaram-se mais folcló ricos, coloquiais e diretos. Mas inovaçã o,
mudança e criatividade liberaram pouca vitalidade ou impacto no
sermã o de hoje. Apesar da busca criativa, o sonho de envolver as
pessoas parece ser uma miragem distante.
Multidõ es se reuniram para ouvir alguns pregadores que parecem ter
encontrado uma maneira de obter o envolvimento de seus ouvintes.
Existem segredos a serem aprendidos com esses caçadores de
multidõ es? Eles variam tanto que parece nã o haver um padrã o
rastreá vel em sua pregaçã o. Um exame minucioso dos poucos gigantes
que conseguiram um envolvimento consistente do ouvinte nã o mostra
um formato compartilhado. Evidentemente, eles navegam por instinto e
experiê ncia com mais frequê ncia do que por preceito ou plano.
O sucesso em conquistar o envolvimento do ouvinte parece
independente do treinamento. Pastores sem diplomas de seminá rio
servem a maior parte do crescimentoigrejas, de acordo com uma
pesquisa recente de 555 congregaçõ es em expansã o. Aparentemente, a
educaçã o nã o pode prometer sucesso na pregaçã o.
Onde podemos procurar uma resposta entã o? A pregaçã o
contemporâ nea está alé m da esperança do homem e da ajuda de Deus?
Existe alguma base bı́blica para uma soluçã o? Jesus modela alguma
esperança para nossa pregaçã o?
O pastor Jones e a multidã o de ministros com frustraçõ es
semelhantes podem encontrar esperança para uma pregaçã o e icaz?
Existe alguma resposta para essas perguntas? Existe alguma soluçã o
para a falta de envolvimento – nossa principal crise na pregaçã o hoje?
Há.
E tã o contemporâ neo quanto nossos problemas modernos e tã o
antigo quanto as pró prias Escrituras. Consideraremos essa soluçã o no
restante deste livro.
2 Uma solução promissora
Randy, um aluno de um dos meus cursos de pregaçã o, esperou para
falar comigo depois da aula. “Por que meu povo observa as vacas do
lado de fora da igreja quando eu prego?” ele deixou escapar com
sentimento. “Eu prego o melhor que sei, mas algumas pessoas sempre
olham pelas janelas. Eles podem ver vacas em qualquer dia da semana.
Por que eles tê m que fazer isso enquanto estou tentando manter a
atençã o deles no sermã o? O que posso fazer a respeito?”
Perguntei: “Por que você acha que eles vigiam as vacas?”
Conversamos sobre sua frustraçã o no pastorado. Perguntei-lhe como
ele começava seus sermõ es e se seu sotaque principal era a teologia ou
o povo. Perguntei sobre suas ilustraçõ es com instâ ncias humanas e
estudos de caso.
Apó s alguns minutos de discussã o, Randy ainda parecia desesperado.
“Vou tentar qualquer coisa que você disser. Eu realmente quero chamar
a atençã o deles e prendê -la.”
Conversamos sobre vá rias coisas que ele poderia tentar. Randy
prometeu que trabalharia mais para envolver as pessoas em seus
sermõ es de domingo. Ele parecia determinado quando partiu para o
im de semana em seu pastorado estudantil.
Na semana seguinte, Randy saltou para a aula. "Rapaz, ningué m viu
vacas neste domingo", ele sorriu. Eu vi que ele mal podia esperar para
contar seu im de semana.
Perguntei: “Como você fez isso, Randy?”
“Prof, comecei com esta frase: 'O go-go dancer bateu na porta do
presbité rio no sá bado à noite à s 22h30.' ” Ele sorriu enquanto
acrescentava: “Essas vacas realmente foram negligenciadas durante
todo o sermã o. Ningué m olhou para fora; ningué m olhou em volta. Todo
mundo parecia parar de respirar, apenas esperando minha explicaçã o.
“Que mudança ter toda a atençã o deles. Eles sempreforam calorosos
e cordiais comigo, mas esta foi a primeira vez que os vi tã o absortos em
minha pregaçã o”.
A experiê ncia de Randy enfatiza novamente o problema da pregaçã o
apresentado no capı́tulo anterior. Problemas de envolvimento
perseguem cada pregador – jovens seminaristas animados como Randy
e veteranos cansados como o pastor Jones.
Como nossa pregaçã o pode envolver as pessoas?
Obviamente nem todo pregador poderia começar o sermã o deste
domingo com a frase de abertura de Randy. Nenhum deve tentar. Se
você fez, como você poderia superá -lo no pró ximo domingo? Você teria
que mudar mais do que a referê ncia à hora especı́ ica de sá bado à noite!
Mas podemos encontrar o inı́cio da resposta no episó dio de Randy.
Resumido e analisado, este incidente com meu jovem estudante revela
trê s á reas de preocupaçã o que requerem nossa atençã o se levarmos a
sé rio nossa busca por envolvimento na pregaçã o.
Estas trê s á reas nã o sã o de todo novas. Há mais de 2.300 anos,
Aristó teles dividiu seu plano de comunicaçã o em trê s partes ou provas:
é tica — a parte do falante; emocional — do ouvinte; e ló gico — o papel
do discurso ou da mensagem. Isso é homilé tica bá sica, e qualquer nova
estraté gia para conquistar o envolvimento do ouvinte terá que abranger
todos os trê s aspectos da comunicaçã o. Entã o, vamos examinar as
implicaçõ es para uma pregaçã o mais e icaz.

O Orador ou Pregador
Qualquer esperança de envolvimento deve começar com a atitude do
pregador. Ele ou ela tem que querer envolvimento. Mas esse desejo
deve brotar diretamente do cuidado sentido pelas pessoas. Ningué m se
importa com o quanto sabemos até que saiba o quanto nos
importamos.
No inı́cio do meu ministé rio, conheci um pastor rural que icou cada
vez mais desencorajado pela falta de resposta de seu povo. Certo
domingo, ele icou tã o frustrado que chamou sua congregaçã o de
fazendeiros holandeses-americanos de “um bando de holandeses de
cabeça chata”, saiu pela porta lateral da igreja e foi até o presbité rio
para acalmar-se. Ele certamente mostrou a eles que se importava; mas
a expressã o desse cuidado frustrado acabou com qualquer esperança
de um ministé rio e icaz naquela paró quia.
Pastor Jones e Randy sã o melhores exemplos para nó s. Eles sentiram
algumas das mesmas frustraçõ es. Mas a compaixã o e preocupaçã o do
pastor Jones por seu povo o impediram de condená -los em uma oraçã o
inal. A preocupaçã o de Randy com seu povo o ajudou a conter o desejo
de atirar naquelas vacas e o fez procurar qualquer ajuda que pudesse
obter de seu professor de pregaçã o. Ao contrá rio do ministro que
explodiu em sua congregaçã o, eles estavam prontos para aceitar
alguma responsabilidade pelo problema de envolvimento.
Essa é a fonte de qualquer esperança de envolvimento em nossa
pregaçã o.O ministé rio começa na mente e no coraçã o do ministro. Paulo
especi icou parte desse requisito quando disse: “Haja em vó s o mesmo
sentimento que houve també m em Cristo Jesus, o qual... tomou sobre si
a forma de servo... e se fez obediente até a morte e morte de cruz. ”
Jesus acrescentou mais diretrizes para o ministé rio quando disse: “A
menos que o grã o de trigo caia na terra e morra, ica ele só ; mas se
morrer, dará muito fruto.... Porque o Filho do homem nã o veio para ser
servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos....
Quem quiser salvar a sua vida, perdê -la-á , mas quem perder a sua vida
por minha causa e do evangelho, o mesmo a salvará ”.
Mas como isso afeta a pregaçã o para o envolvimento?
Signi ica que, se queremos envolvimento, temos que estar dispostos
a nos envolver. O verdadeiro coraçã o de pastor se preocupa o su iciente
para se identi icar com as pessoas, assim como o Bom Pastor dá sua
vida por suas ovelhas.
O ministé rio exige sacrifı́cio, e o sacrifı́cio é arriscado.
A pregaçã o e icaz pode signi icar correr o risco da experimentaçã o.
Como Randy, talvez precisemos perguntar: “Como posso ser mais
e icaz? O que posso mudar em meus sermõ es para envolver meus
ouvintes?” Tal mudança é arriscada.
Mas um ministé rio signi icativo requer mais do que arriscar nossos
sermõ es. Signi ica arriscar a nó s mesmos. Signi ica nos colocar no
banco com nosso povo, admitir nossa humanidade para nó s mesmos e
para eles, e pregar com a convicçã o de que todos somos “colaboradores
de Deus”.
Esse risco pessoal é o preço do envolvimento; o pregador torna-se
vulnerá vel. Amor e ministé rio sempre extraem esse preço.
Conforto, complacê ncia e indiferença nã o podem identi icar o
pregador envolvido. Ele tem que dizer, como o Mestre: “Para isso nasci,
e para isso vim ao mundo, a im de dar testemunho da verdade” (Joã o
18:37).
No entanto, embora a esperança de envolvimento em nossa pregaçã o
tenha que começar com a atitude na mente e no coraçã o do pregador,
ela nã o pode parar por aı́. Essas atitudes de servidã o devem ser
re letidas em seu cará ter.
Ao discutir a e icá cia da pregaçã o, geralmente aceitamos o bom
cará ter do pregador como um dado adquirido. Mas nã o podemos nos
dar ao luxo de minimizar sua importâ ncia.
Demó stenes coloca o apelo pessoal do orador acima de todas as
outras provas; o bom orador é o bom homem falando bem. O ethos ou o
apelo do orador como pessoa combina-se com outras discussõ es nos
ensinamentos de Aristó teles; ele enfatiza a importâ ncia da inteligê ncia,
cará ter e boa vontade do orador.
Tanto a Bı́blia quanto a tradiçã o cristã ampliam o papel do orador
aoacentuando sua integridade, sinceridade e atitudes desejá veis,
juntamente com moral e comportamento pessoal. Praticar o que
pregamos envolve muito mais do que meramente ensaiar nosso
sermã o.
O pensamento cristã o atravé s dos sé culos explorou o que signi ica
ser um homem bom. As atitudes, relacionamentos, crenças e
comportamento do ministro devem sustentar suas palavras faladas.
Nenhum assunto é mencionado com mais frequê ncia nas palestras de
Yale sobre pregaçã o do que o cará ter pessoal do pregador.
Hoje, muitos de nossos ouvintes anseiam por um pregador atento,
atencioso e em crescimento que se relacione com as pessoas. A maioria
das congregaçõ es prefere ver um sermã o a ouvi-lo em qualquer dia da
semana.
Se quisermos envolvimento em nossa pregaçã o, faremos bem em
lembrar o quarto princı́pio de comunicaçã o de Kierkegaard: “Somente
aquele que é transformado pelo cristianismo pode ensinar o
cristianismo”. 1
Na Review of Religious Research de setembro de 1980 , o pastor
luterano William O. Avery e o professor de Gettysburg, Pensilvâ nia A.
Roger Gobbel relataram duas pesquisas sobre as atitudes de escuta
entre os luteranos nas congregaçõ es do centro-sul da Pensilvâ nia.
No artigo “As Palavras de Deus e as Palavras do Pregador”, eles
disseram: “A credibilidade que um remetente tem… depende do
relacionamento entre o remetente e o destinatá rio”. Quase 83 por cento
dos entrevistados julgaram calor, amizade e bondade no sermã o de um
ministro tã o ou mais importantes do que a perı́cia teoló gica ou a solidez
intelectual.
“Os leigos nã o exigem perfeiçã o moral de seu clero, mas procuram
uma tentativa de consistê ncia entre palavras e açõ es... Eles sã o
sensı́veis e in luenciados pelas relaçõ es pessoais que tê m com o pastor.
“Quando os leigos percebem bondade e compreensã o em seu
ministro, e que o ministro se preocupa com eles expressando abertura,
calor e empatia, eles consideram seriamente interpretaçõ es do
evangelho que podem estar em desacordo com seus pró prios
entendimentos. Quando essa relaçã o é positiva, os leigos sã o mais
propensos a a irmar … que a Palavra de Deus foi falada…”
Esta pesquisa respalda as Escrituras e a experiê ncia. O envolvimento
deve começar com a atitude do pregador – uma atitude enraizada na
mente e no coraçã o e evidenciada em seu cará ter, vida e pregaçã o.
Mas a atitude adequada nã o é su iciente para garantir o
envolvimentonossa pregaçã o. O pregador é apenas uma parte do
processo de comunicaçã o.

A audiência
O envolvimento que começa com o orador só pode progredir com a
compreensã o do pú blico. As pessoas sã o a única razã o para pregar.
Muitos livros de pregaçã o e sermõ es parecem ter perdido esse foco. A
homilé tica muitas vezes ignorou o pú blico, a segunda preocupaçã o de
Aristó teles, como se uma mensagem pudesse e devesse caber a todos os
ouvintes em todas as condiçõ es e situaçõ es.
A ciê ncia da pesquisa de mercado transformou as indú strias de
publicidade, vendas e comunicaçã o de nossos dias. Se realmente
desejamos uma pregaçã o e icaz, talvez devê ssemos ouvir um pouco
mais o que os pesquisadores dizem sobre demogra ia, psicogra ia e
necessidades sentidas.
Se vamos ter que entender as pessoas para envolvê -las, há uma sé rie
de perguntas relevantes que devemos fazer. Quem sã o esses corpos
quentes de domingo de manhã - esses Sams Seculares, esses
observadores de vacas? O que os preocupa? O que os move a
responder? Como eles aprendem? Precisamos perguntar e responder a
todas essas perguntas.
Quem são essas pessoas? Em nossos dias, nã o sã o apenas os iló sofos
que nã o podem entrar duas vezes no mesmo rio. Servir a muitos
pastorados suburbanos pode ser como pregar para uma procissã o. Os
rostos vê m e vã o rapidamente. Mesmo aqueles que icam pertencem a
pessoas que sã o moldadas e mudadas a cada semana por suas
experiê ncias enquanto sã o arrastadas pela poderosa corrente da
sociedade contemporâ nea.
Quem sã o eles? Eles sã o o composto de muitos fatores que
interagem, mas principalmente sã o criaturas de nossa cultura.
Considere essa cultura por alguns momentos. E uma cultura em que
quase metade dos casamentos termina em divó rcio. E uma cultura onde
dois milhõ es de americanos vivem juntos como casais sem a bê nçã o de
nenhum rito de casamento. Onde os adolescentes ganham e gastam
alguns bilhõ es de dó lares por ano. Onde mais pessoas ganham mais
dinheiro e tê m mais tempo de lazer para gastá -lo do que nunca na
histó ria do mundo. Onde 60 por cento das mulheres trabalham fora de
casa. Onde o transporte nos levou à lua e alé m. E uma cultura onde
meio milhã o de americanos sã o sacri icados como resgate à revoluçã o
automobilı́stica a cada dé cada. Onde a televisã o invade as salas de estar
para exigir quarenta e oito horas por semana da famı́lia americana
mé dia. Onde o desemprego lentamente devora as economias e a auto-
estima de milhõ es a cada ano. Onde milhõ es dependem do bem-estar.
Onde os melhores atletas ganham um milhã o de dó lares por ano. Onde
temos mais polı́cia do que nunca e, no entanto, nossas casas e vidas
estã o cada vez mais ameaçadas por crimes violentos. Onde um terço do
dinheiro gasto em comida enche as caixas das redes de fast-food.

Entre as inú meras caracterı́sticas de nossa cultura, há muitos traços


amplos que desempenham um papel enorme na formaçã o de nossos
ouvintes das manhã s de domingo. Vamos considerar apenas quatro
exemplos.
Primeiro, nossa cultura é inegavelmente secular. Em grande parte
por causa da revoluçã o da comunicaçã o de massa da geraçã o passada,
os membros da igreja de hoje crescem cada vez mais secularizados.
Todas as noites, apó s o jantar, eles se sentam em frente aos aparelhos
de TV para ver, sentir, aceitar e vivenciar as mesmas cenas, emoçõ es,
valores e experiê ncias de milhõ es de americanos sem igreja.
Os ié is de hoje absorvem o ambiente secular e, por sua vez, sã o
absorvidos por ele.
A secularizaçã o de nossa cultura e de nossas congregaçõ es é ainda
enfatizada por um segundo traço amplo de nossa cultura, o
egocentrismo. Quantas pessoas dedicam suas vidas a acumular poder e
dinheiro. Quantos derrubam seus celeiros (e casas e famı́lias) para
construir outros maiores na louca corrida do lucro e do prazer.
O hedonismo loresce. Segurança e sucesso sã o os objetivos da vida
de milhõ es de pessoas.
O materialismo abunda. A boa vida é medida em termos de coisas.
Valores, relacionamentos, lealdades e alegrias simples dã o lugar a
dinheiro e in luê ncia. Famı́lia, lar e vida comunitá ria foram sacri icados
no altar da deusa Produçã o. No entanto, nossas pontuaçõ es na escala de
felicidade caem apesar do aumento do PIB.
Parte do nosso egocentrismo é provavelmente um mecanismo
natural de autodefesa que nos permite lidar com um mundo impessoal.
Os indivı́duos precisam lutar para sobreviver em nossa era
informatizada. Milhõ es de pessoas solitá rias se refugiam em si mesmas
em busca de abrigo de um mundo onde se sentem alienadas,
desamparadas, com medo e sozinhas. No entanto, os olhares cegos em
nossas ruas falam uma linguagem estranha para os mais velhos que se
lembram de uma é poca em que as pessoas nã o estavam tã o envolvidas
em suas pró prias preocupaçõ es ou medos para arriscar um “olá ”.
Talvez a terceira e mais marcante caracterı́stica de nossa cultura seja
a mudança. A mudança à s vezes parece ser a ú nica constante em nosso
mundo. Nã o precisamos ler estudantes de nossa cultura como Tof ler e
Sagan para perceber isso. A experiê ncia é prova su iciente.
Vi a mudança cultural com nova clareza quando levei minha mã e de
oitenta anos a um K-Mart pela primeira vez. Ela icou maravilhada com
a incrı́vel seleçã o e o tamanho da loja. Sua surpresa me surpreendeu.
Entã o me lembrei. Ela cresceu, se casou e viveu oito dé cadas de vida a
menos de um quilô metro e meio da fazenda onde nasceu em uma casa
de toras construı́da por seu pai pioneiro. Ela lia revistas e livros, dava
um passeio ocasional pelas estradas rurais de Michigan com o marido e
a famı́lia, dava aulas bı́blicas para senhoras por um terço desé culo, e
criou quatro ilhos sem nunca levantar a voz. Mas seu mundo está vel e
familiar era em grande parte pré -K-Mart.
Comparo a vida da minha mã e com a minha ou a da minha famı́lia.
Recentemente, meu ilho, sua esposa e bebê voaram para o Texas para
uma convençã o de negó cios. No dia em que a convençã o terminou, eles
tomaram café da manhã em San Antonio, embarcaram em um aviã o,
almoçaram com os sogros em Atlanta em uma escala de duas horas e
chegaram a sua casa nos arredores de Chicago a tempo do jantar.
A diferença entre ontem e hoje é incompreensı́vel. O velho ditado:
“Ningué m sabe o que o amanhã trará ” nunca foi tã o verdadeiro ou tã o
perturbador. Isso é mais do que uma reclamaçã o – “O futuro nã o é o que
costumava ser”. O Huntsville Computer Center a irma que o fundo de
informaçõ es que compõ em o conhecimento humano dobrou em mé dia
uma vez a cada dois anos desde 1960. Agora está dobrando a cada seis
meses.
Ningué m sabe exatamente como essa taxa vertiginosa de mudança
afeta o indivı́duo. Mas sim. Choque futuro é mais do que uma teoria.
O quarto traço de nossa cultura que afeta tanto a todos é , em parte,
resultado dos trê s anteriores: confusã o. Paradoxos nos engolem.
Considere esta amostra de inconsistê ncias culturais:
Riqueza e renda incompará veis, mas crescente insegurança e pobreza;
Informaçõ es expandidas sobre vida e sexo, mas aumentando a gravidez
na adolescê ncia; Liberdades sem precedentes e liberdades pessoais,
ainda maior clamor pelos direitos humanos; Mais computadores e
menos compaixã o; Mais bem-estar e menos preocupaçã o com os
indivı́duos enquanto pessoas; Mobilidade e potencial inigualá veis no
transporte, mas a falta de distribuiçã o prejudicando o Terceiro Mundo;
Centenas de novos livros todos os dias, mas as habilidades de leitura
diminuem; Um novo livro sobre Shakespeare a cada doze minutos, mas
aumentando o sexo, a violê ncia e as novelas na TV; Os membros da
congregaçã o podem viajar para o exterior toda semana, mas a
preocupaçã o com as necessidades do mundo nã o aumenta; Mı́sseis,
ogivas nucleares e outros equipamentos militares proliferam, mas as
inseguranças internacionais aumentam; As habilidades e capacidades
de produçã o de alimentos aumentam, no entanto, os americanos ainda
dã o pouca atençã o e apenas um quarto de um por cento do nosso PIB à
fome mundial; Confortos e conveniê ncias coroam nossas conquistas,
mas as pesquisas mostram que a maioria das pessoas está descontente
e infeliz com seu trabalho; De 1920 a 1980, o nú mero de milioná rios
nos Estados Unidos aumentou de vinte e quatro para milhares, mas o
desemprego disparou de um milhã o para oito e dez milhõ es.
Claro que a lista poderia continuar. Mas isso é su iciente para nos
lembrar apenasquã o perturbadora e perturbada nossa cultura secular,
egocê ntrica, cambiante, confusa (e muitos outros adjetivos) realmente
é . Perceber isso faz parte da compreensã o de quem sã o nossos
ouvintes.
O que os preocupa? A resposta a esta pergunta é , na verdade, uma
consequê ncia da primeira. Sem entrar em muitos detalhes (mas espero
nã o ser muito simplista), acho que podemos dizer que o que preocupa
nossos ouvintes é tudo o que os torna quem eles sã o. Isso signi ica as
experiê ncias, as lutas, as in luê ncias culturais que os afetam e envolvem
diretamente. Os pesquisadores de marketing chamam essas
preocupaçõ es de necessidades sentidas.
Por exemplo, a secularizaçã o de nossa cultura aumentou a
necessidade que muitas pessoas sentem de signi icado espiritual.
Pessoas egocê ntricas muitas vezes sentem a necessidade de algo maior
para se comprometerem. A estabilidade torna-se uma necessidade
sentida em um mundo de mudanças. Ordem e razã o tornam-se
necessidades em um mundo de caos e questionamentos.
Em termos mais concretos, uma pessoa solitá ria precisa de
companhia. Uma vı́tima de insegurança sente uma necessidade de
encorajamento.
O que preocupa nossos ouvintes depende de quem eles sã o. Alguns
problemas sã o quase universais; outros sã o mais individuais. Mas, via
de regra, nossos contemporâ neos estã o muito interessados em
respostas para suas necessidades — respostas razoá veis, relevantes,
prá ticas, concretas e de bom senso.
Por outro lado, eles nã o estã o interessados no abstrato, no obtuso, no
obscuro, no irrelevante ou no teó rico.
Como eles aprendem? Eles – nó s – todos aprendemos da mesma
maneira. Aprendemos primeiro por nossa pró pria experiê ncia e pelo
modelo dos outros. Nó s comparamos. Nó s contrastamos. Nó s
catalogamos em nosso banco de memó ria. Tudo iltra atravé s de nossa
pró pria peneira individualizada. Nó s o empilhamos, empilhamos e
arquivamos.
Aprendemos por swatches, snatches e littles. A aprendizagem linear
é em grande parte perdida. Ouvimos as notı́cias da manhã , examinamos
as manchetes, lemos os resumos noturnos, veri icamos com a secretá ria
e o computador, comparamos os grá icos, ouvimos o chefe, almoçamos
com os associados, assistimos a uma revista noturna de trinta minutos
menos dez minutos de Madison Avenida. Aprendemos por
computadores, por resumos, por resumos, por especialistas, por
equipes, por bits discriminados dı́spares, por peças nã o relacionadas.
També m aprendemos por relacionamentos. Relacionamo-nos com
especialistas, consultores, sá bios, poderosos, habilidosos, astutos,
anunciados, disponı́veis, vantajosos.
Na verdade, todos nó s aprendemos por uma variedade de processos:
1. Aprendemos ouvindo………………isso envolve proclamaçã o.
2. Aprendemos discutindo……………isso envolve conversa.
3. Aprendemos observando………………isso envolve observaçã o.
4. Aprendemos inventando…………isso envolve experimentaçã o.
5. Aprendemos pensando…………………isso envolve cogitaçã o.

6. Aprendemos lembrando……………isso envolve re lexã o.


7. Aprendemos associando……………isso envolve imaginaçã o.
8. Aprendemos modelando…………………isso envolve imitaçã o.
9. Aprendemos anexando…………………isso envolve relaçã o.
10. Aprendemos escolhendo…………………isso envolve decisã o.
11. Aprendemos pesquisando………………isso envolve exploraçã o.
12. Aprendemos lendo e orando………isso envolve revelaçã o.
Pesquisas em andamento feitas por psicó logos e especialistas em
educaçã o continuam a nos esclarecer sobre o aprendizado humano.
Alguns desses pesquisadores estã o agora concluindo que os humanos
aprendem apenas pela participaçã o, pelo envolvimento. Insistem que
ningué m aprende apenas ouvindo; o que é aprendido deve ser
ancorado à nossa realidade pela experiê ncia.
Os cursos de formaçã o de professores durante anos usaram uma
pirâ mide de aprendizagem para mostrar o valor da experiê ncia humana
e do envolvimento no processo educacional:

Em uma descriçã o mais complexa e abrangente da teoria da


aprendizagem, a Dra. Bernice McCarthy discute oito maneiras de
aprender em seu livro inovador, The 4-MAT SYSTEM (Oakbrook, Illinois,
EXCEL, 1980). Depois de discutir visõ es de psicó logos e educadores, ela
resume o trabalho de dezoito pesquisadores. Ela conclui que ouvir
serve como ingrediente dominante em apenas um estilo de
aprendizagem; idealmente, devemos ser treinados para responder a
todos os estilos de aprendizagem, nã o apenas o verbal.
Ela diz que 70% dos alunos nã o sã o aprendizes analı́ticos, do tipo
que tê m sucesso em nosso sistema escolar e sempre se sentem bem
consigo mesmos. Ela encontrou oito ou nove em cada dez alunos do
ensino mé dio incapazes de lidar com o raciocı́nio formal. Seis em cada
dez alunos do ensino mé dio preferem a experiê ncia concreta ao invé s
do pensamento abstrato.

McCarthy diz que a educaçã o tradicional se concentra no


desenvolvimento verbal e negligencia o nã o-verbal. Ela conclui que essa
falsa dicotomia de longa data entre esses dois modos de aprendizagem
deve ser remediada. O ensino deve se tornar tradicional e humanista,
intelectual e intuitivo, centrado no conteú do e centrado no aluno,
voltado tanto para a mente quanto para o coraçã o.
Dr. Roger Sperry, ganhador do Prê mio Nobel de 1980 por sua
pesquisa sobre o cé rebro, diz: “Nosso sistema educacional, assim como
a ciê ncia em geral, tende a negligenciar a forma nã o-verbal [cé rebro
direito] de intelecto. O que se resume é que a sociedade moderna
discrimina o hemisfé rio direito [visual]” ( The Psychophysiology of
Thinking, McGuigan e Schoonover, editores, New York: Academic Press,
1973).
Hoje, nossa pregaçã o geralmente permite apenas o processo de ouvir,
raramente explorando outros caminhos para o cé rebro do ouvinte. Este
livro nã o é um apelo para negligenciar ou eliminar a declaraçã o da
Palavra certa de Deus, mas sim um incentivo para incorporar
oportunidades adicionais de aprendizado que podem ampli icar o
impacto de nossa pregaçã o aumentando o envolvimento de nossos
ouvintes. Quer toda a aprendizagem humana ou apenas a maior parte
da aprendizagem humana exija a participaçã o do aluno, o desa io está
posto para a nossa pregaçã o. Se quisermos causar um impacto maior
em nossas congregaçõ es, devemos envolvê -los em nossos sermõ es.
A incrı́vel mente humana implora por uso e envolvimento. Pouco
importa se nossas cé lulas cerebrais totalizam meros dez bilhõ es no
cé rebro mé dio ou, como a irmam alguns pesquisadores, dez vezes cem
bilhõ es em nossos dois punhados de creme espesso alojados na caixa
de pedra de nossos crâ nios. Entre 100.000 e um milhã o de substâ ncias
quı́micas diferentes reagem nesses neurô nios para criar interconexõ es
e padrõ es mentais ilimitados. Usando o menor de seus nú meros, os
psicó logos pensam que essas possı́veis variaçõ es no cé rebro mé dio
seriam iguais a mais de 10 mais 801 zeros.
O nú mero de á tomos (uma das menores unidades que conhecemos)
no universo conhecido (a maior coisa que conhecemos) é igual a apenas
10 mais 34 zeros de acordo com os cientistas. As possibilidades
cerebrais de cada membro de nossas congregaçõ es superam as
unidades atô micas de nosso universo!
Isso també m deve ser um desa io para a nossa pregaçã o. O que
estamos fazendo com nossos sermõ es para permitir ou utilizar esse
potencial insondá vel?
Mas há outra implicaçã o da pesquisa de aprendizado que pode lançar
uma nova luz fascinante sobre a vida da nossa igreja no que se refere à
nossa pregaçã o. Por dé cadas, conhecemos os pontos fortes femininos
em habilidades verbais evidenciados pela facilidade de expressã o e
uma quase ausê ncia de gagueira e outros problemas de fala que os
homens experimentam. Sabemos que as fê meas tendem a contar, os
machos tendem a mostrar como. Os machos ensinam fazendo; as
mulheres ensinam dizendo.
Mas agora um corpo crescente de pesquisas modernas está
construindo um caso paradiferenças sexuais no funcionamento do
cé rebro. E isso levanta algumas questõ es intrigantes e perturbadoras.
Um acento quase exclusivo na pregaçã o proclamató ria tem alguma
relaçã o com a preponderâ ncia de mulheres em muitas congregaçõ es?
Nossa prá tica de pregar sem envolver nossos ouvintes está
perpetuando uma forma institucional de foco feminino? Discriminamos
assim o homem adicionando outra barreira ao seu compromisso
cristã o?
Talvez a chave para o envolvimento na pregaçã o tenha um signi icado
extra para alcançar e trazer homens para o Reino.
Certamente nã o podemos esperar envolver ou entender nosso
pú blico se nã o soubermos como eles aprendem – assim como nã o
podemos entender o pú blico sem saber quem eles sã o, o que os
preocupa e o que os leva a responder.
Mas esse conhecimento, como a atitude adequada do orador, nã o é
su iciente para garantir o envolvimento em nossa pregaçã o. A atitude
do orador deve ser re letida e todo o nosso conhecimento da audiê ncia
deve ser incluı́do no terceiro fator de comunicaçã o de Aristó teles.

A mensagem
Ao longo dos sé culos, pregadores e professores de pregadores
concentraram a maior parte de seu pensamento e esforço neste ú ltimo
segmento do processo de comunicaçã o. A homilé tica concentrou-se e à s
vezes discursou sobre o conteú do, o arranjo e a ló gica do pró prio
sermã o. No entanto, apesar de toda a atençã o dada à mensagem,
poucos ousaram experimentar a estrutura bá sica do sermã o. Essa
estrutura bá sica é dedutiva.
Na maioria dos sermõ es dedutivos, declaramos nosso ponto
principal no inı́cio, declarando para onde iremos no restante do
sermã o. Muitos ouvintes, especialmente aqueles cé ticos em relaçã o à
nossa mensagem, podem interpretar nosso pará grafo de abertura desta
forma: “Aqui está minha conclusã o, pessoal, e durante o sermã o vou
provar que estou certo”.
Esse tipo de começo, quer queiramos ou nã o, certamente nã o
encoraja a resposta cooperativa ou a participaçã o do grupo. A
esperança de envolvimento diminui ainda mais quando a tese parece
remota, egocê ntrica, defensiva ou irrelevante para nossos ouvintes.
Houve lampejos de esperança ao longo da histó ria da pregaçã o e em
alguns sermõ es. Um vislumbre introdutó rio da vida – um go-go dancer,
um exemplo, narraçã o, uma analogia ou um estudo de caso –
ocasionalmente ilumina a varanda da estrutura dedutiva de nossos
sermõ es. Mas muitas vezes a tese do pregador no inı́cio dá um tapa na
cara da congregaçã o, e o duelo entre o pastor e o povo é de inido para a
duraçã o do sermã o.
A princı́pio, isso pode parecer um exagero. Mas considere como a
deduçã odesa ia tanto do que dissemos que devemos entender sobre
nossos ouvintes. No mercado eles veem, trabalham e lutam com os
fatos; na famı́lia sentem os fatos; eles aprendem principalmente com a
experiê ncia e os relacionamentos à medida que sã o golpeados em todos
os lugares pelos problemas e pelo realismo da vida.
Nossa pregaçã o dedutiva e proposicional, por outro lado, muitas
vezes tenta levá -los para longe das margens da vida cotidiana no que é
mais adequado para ser uma viagem solo do que uma expediçã o em
grupo. As vezes, a descoberta termina, a exploraçã o é concluı́da quando
o pastor digita suas anotaçõ es no sá bado à noite. Quando ele fecha a
porta do escritó rio a caminho do pú lpito, ele pode excluir todas as
chances de aventura mú tua. E quando ele começa seu discurso
dedutivo, pode ser como se estivesse dizendo: “Este é o meu decreto.
Meu iat está pronto. O processo está inalizado. Aqui está a minha
palavra. Desconsidere meu complexo de Jeová !”
Antes de considerarmos isso um exagero grosseiro, talvez
precisemos nos fazer algumas perguntas honestas. Nossa prá tica de
longa data do mé todo dedutivo poderia ser parte de nosso problema
em ganhar envolvimento em nossa pregaçã o hoje? Poderia a deduçã o
contribuir para o sentimento que muitos leigos tê m de que os sermõ es
tendem a se arrastar ao longo de um vô o acima da realidade, a uma
milha do paı́s da vida comum? Poderia repensar a estrutura do nosso
sermã o fornecer alguma ajuda ou esperança?
Existe alguma outra estrutura que, por sua pró pria natureza, possa
re letir a atitude do pregador de serviço atencioso e declarar à s pessoas
que somos todos “colaboradores”? Existe uma abordagem para
sermõ es que possa falar com a experiê ncia cultural, necessidades
emocionais e preocupaçõ es da vida real, enquanto capitaliza os há bitos
de aprendizado de nossos ouvintes e utiliza mais o potencial da incrı́vel
mente humana?
A pregaçã o indutiva pode fazer essas coisas. Entã o, por que
ignoramos o potencial da estrutura e ló gica indutivas em nossos
sermõ es?
A induçã o começa com os detalhes da experiê ncia de vida e aponta
para princı́pios, conceitos, conclusõ es. O curso indutivo pode surgir das
necessidades do ouvinte e nã o da incerteza do pregador. O pregador
procura liderar em vez de empurrar. Ele explora com as pessoas antes
de explicar o que elas encontram. A pregaçã o indutiva é uma busca pela
descoberta. Pode desarmar, interessar e envolver as pessoas na
exploraçã o e capitalizar o processo psicoló gico de aprender com a
experiê ncia.
A pregaçã o indutiva nã o pode prometer ser um substituto total para
nossos sermõ es existentes; pode servir melhor como um complemento
para os pontos fortes e habilidades existentes. Mas uma infusã o de
induçã o pode prometer chamar a atençã o e envolver nossos ouvintes
em um processo natural, normal e ú til. Ao fazê -lo, a induçã o pode
prometer transformar nossa pregaçã o de domingo de manhã de um
esporte para espectadores em um perı́odo de participaçã o de
crescimento, discernimento e cooperaçã o. A induçã o pode impedir os
pregadoresde deixar o grupo de turismo reunido no terminal enquanto
eles levam um ou dois santos queridos em um voo à s 11h para “as
costas celestiais e as regiõ es alé m”.
Mas a induçã o pode fazer isso sem destruir o pró prio fundamento da
pregaçã o? A induçã o exige que joguemos fora tudo o que já conhecemos
ou izemos em nossa pregaçã o? A pregaçã o indutiva pode manter a
autoridade bı́blica? Por onde começamos se decidirmos incorporar a
induçã o à pregaçã o? Existe alguma ajuda prá tica para preparar ou
entregar sermõ es indutivos? A induçã o é realmente uma resposta ao
problema do envolvimento na pregaçã o hoje?
Abordaremos essas e outras questõ es à medida que continuamos
nossa busca pela chave para o envolvimento na pregaçã o.
1Os princı́pios de comunicaçã o de Soren Kierkegaard podem ser resumidos: (1) O
comunicador deve se esforçar para descobrir o nı́vel do aprendiz e começar nesse
ponto. (2) As personalidades do professor e do aluno devem ser mantidas
distintamente separadas. (3) A forma de comunicaçã o deve ser artı́stica e
proporcionar envolvimento e auto-atividade por parte do educando. (4) O professor
deve ser o que ensina.
3 Partes Velhas e Nova Esperança
Depois de um seminá rio sobre pregaçã o, um dos participantes, um
o icial do Exé rcito da Salvaçã o, veio falar comigo. Ele disse que durante
nove anos conduziu cultos ao longo do famoso calçadã o de Atlantic City.
“Mas nunca ouvi falar de 'pregaçã o indutiva' até hoje. 'Sequê ncia
indutiva' e 'estrutura indutiva' sã o termos totalmente novos para mim”,
ele me disse. “Mas vou lhe dizer uma coisa: eu nunca teria feito
ningué m parar para ouvir se eu nã o tivesse usado esse mé todo que
você descreveu como 'pregaçã o indutiva!' ”
Já é difı́cil conseguir o envolvimento dos rostos amigá veis sentados
nos bancos de domingo de manhã , quando estamos apenas competindo
com vacas ou re letindo sobre preocupaçõ es cotidianas. Como você
gostaria de ter que parar um pú blico indiferente ou mesmo hostil em
uma calçada movimentada e conduzi-los para sua igreja antes que
houvesse uma chance de pregar para eles? Como você gostaria de
tentar passar sua mensagem para uma platé ia marchando em procissã o
contı́nua pelo seu santuá rio? Como você gostaria do desa io de ganhar
ou perder todo o seu pú blico a cada trinta segundos?
Essa era a tarefa que este o icial do Exé rcito da Salvaçã o
frequentemente enfrentava com sua pregaçã o. E ele credita qualquer
sucesso que teve à pregaçã o indutiva – um mé todo que ele encontrou e
adaptou pela experiê ncia prá tica no curso de seu ministé rio.
Por que a teoria homilé tica tradicional força tantos pregadores
cansados e desencorajados a vagar por um deserto tã o amplo, apenas
ocasionalmente para acontecer por induçã o por acidente ou tentativa e
erro? Por que os poucos que se tornam pregadores e icazes geralmente
descobrem a induçã o depois de suportar a frustraçã o e o fracasso da
homilé tica dedutiva?
Alguns evangelistas com sua sé rie de histó rias e vida ou morte
vı́vidascenas como estudos de caso involuntariamente foram pioneiros
em uma á rea de induçã o. Por exemplo, DL Moody coletou histó rias
vagamente em torno de um tema ao direcionar sua mensagem simples
e bá sica para as pessoas comuns. Ele sentiu que havia grande
necessidade de um ministé rio para aqueles que nada sabiam da Palavra
de Deus e se importavam ainda menos com ela. Entã o ele reuniu
experiê ncias e histó rias cotidianas em envelopes e embaralhou esses
itens em vá rias ordens enquanto pregava de cidade em cidade em
campanhas evangelı́sticas. Ele alcançou os nã o iniciados começando
com as experiê ncias da vida e guiando seus ouvintes a conclusõ es
diretas.
Os teó logos liberais com seus sermõ es de resoluçã o de problemas de
meados do sé culo XX exploraram outra avenida de sotaque indutivo.
Eles misturaram ingredientes bı́blicos e nã o bı́blicos na tentativa de
atender à s necessidades humanas. As vezes, as a irmaçõ es eram
atrasadas ou totalmente omitidas. A nota incerta de conclusõ es
provisó rias terminou alguns sermõ es sem autoridade “Assim disse o
Senhor”.
Muitos pregadores fundamentalistas fazem um esforço indiferente
na pregaçã o indutiva quando cortam seus sermõ es ao meio. Metade
lida com o “entã o e lá ” e a segunda metade salta para o “aqui e agora”.
Infelizmente, os ouvintes muitas vezes podiam dizer: “E nunca os dois
se encontrarã o”.
Pregadores e icazes de todo o espectro teoló gico descobriram
algumas té cnicas indutivas. Consideraremos os ingredientes indutivos
nos sermõ es de muitos dos maiores pregadores da histó ria no Apê ndice
3 . No entanto, apesar dos diletantes, dos exploradores de tentativa e
erro e daqueles outros que descobriram a e icá cia da induçã o por
acaso, a homilé tica tradicional continua a ignorar o poder e o potencial
da pregaçã o indutiva. Adotamos traços de induçã o sem reconhecer ou
utilizar todo o potencial do mé todo. Por quê ?
Os iló sofos encontraram apenas duas estruturas bá sicas — indutiva
e dedutiva — para todos os padrõ es de pensamento humano. Por que a
pregaçã o se concentrou em um e ignorou o outro? Esperamos que
nossos ouvintes desliguem metade de seus cé rebros no domingo de
manhã ? Nã o podemos aproveitar a capacidade dada por Deus ao nosso
ouvinte de pensar por si mesmo, de chegar a conclusõ es por si mesmo -
e usar essa capacidade para envolver nosso ouvinte na mensagem que
queremos comunicar? Por que nã o?
Talvez a maior razã o pela qual a pregaçã o tenha negligenciado a
e icá cia da induçã o é que a maioria dos pregadores nã o a entende.
Poucos sequer sabem o que é .
Ao pesquisar este livro durante um perı́odo sabá tico recente, visitei
vá rias bibliotecas de escolas teoló gicas. Repetidamente, quando
expliquei meus propó sitos, recebi olhares vazios dos bibliotecá rios.
“Pregaçã o indutiva?” Eles nunca tinham ouvido falar. Quanto mais eu
procurava material, menos surpreso icava com a resposta desses
pro issionaispesquisadores. A certa altura, uma pesquisa de
computador de um milhã o e meio de tı́tulos em um pool entre
bibliotecas resultou em apenas uma dissertaçã o sobre o assunto.
Mas o que foi ainda mais surpreendente para mim do que a escassez
de escritos sobre induçã o foi a resposta dos professores de pregaçã o do
seminá rio que visitei e contatei. Algumas das respostas que obtive deles
foram tã o incertas quanto as que encontrei entre os funcioná rios da
biblioteca. A maioria estava interessada na ideia de pregaçã o indutiva,
mas icou claro enquanto conversá vamos que poucos haviam pensado
muito sobre induçã o.
Nã o é realmente surpreendente, entã o, que a maioria dos pregadores
nã o pratique ou entenda a pregaçã o indutiva. Nã o há conexã o entre o
mé todo indutivo e a pregaçã o na maioria dos seminá rios ou nos textos
homilé ticos. Assim, a induçã o é vista como uma teoria suspeita,
complicada e abstrata, sem relaçã o com o alto chamado de se dirigir a
uma congregaçã o de domingo de manhã .
Isso é um grande e trá gico mal-entendido. Otimo porque a força da
pregaçã o indutiva é que ela é prá tica, nã o teó rica. E trá gico porque o
resultado de uma abordagem indutiva é o mesmo que o objetivo muitas
vezes nã o realizado de todo pregador que prega um sermã o – o
envolvimento do ouvinte.
Continuo voltando à palavra envolvimento porque é a chave para
explicar e entender a pregaçã o indutiva. Deu-me a minha melhor
resposta a todos os olhares vazios que os bibliotecá rios teoló gicos me
deram. “A pregaçã o indutiva é o meio de envolver os ouvintes no
sermã o”, eu dizia.
Essa explicaçã o simplista geralmente era respondida por um aceno
de cabeça ou sorriso compreensivo e alguma observaçã o reveladora,
como: “Agora esse é um objetivo digno” ou “Meu ministro com certeza
precisa de alguma ajuda lá ”. A necessidade de envolvimento é algo que
todos podemos entender e apreciar.
Mas como esse envolvimento é alcançado? Como o processo indutivo
se aplica aos sermõ es para garantir o envolvimento? O que é pregaçã o
indutiva?
Talvez o primeiro passo para entender a pregaçã o indutiva seja
considerar uma amostra de ingredientes comuns. Mesmo para aqueles
para quem a pregaçã o indutiva é um termo novo e estranho, alguns
desses ingredientes devem ser surpreendentemente familiares.
Narrativa. Eu conheci um pregador extravagante que pulou no
pú lpito e andou como um camelo por 800 milhas para encontrar uma
noiva para Isaac. “Whumpf! Whumpf! Whumpf!” Ele saltou para cima e
para baixo sobre as dunas do deserto, imitando Eleazer em busca de
Rebekah. Outros subiram nas cadeiras estofadas de veludo do pú lpito
para mostrar como o gigante Golias se elevava sobre o menino Davi.
Mas a narrativa nã o precisa de tais dramas para manter o interesse
do ouvinte. O teatro pode causar impressõ es memorá veis, mas
imaginativo, realistaformato de histó ria nã o exige fogos de artifı́cio e
melodrama para ganhar atençã o.
Todo o mundo adora uma histó ria. E ao longo dos sé culos, bons
narradores geralmente pregaram para multidõ es acima da mé dia. A
narrativa convida ao envolvimento. Capta o interesse e adia a conclusã o
até que orador e ouvinte cheguem à conclusã o juntos. Assim, uma
histó ria pode indutivamente levar o ouvinte a uma conclusã o
cooperativa sem ter que proteger defensivamente ou provar a
proposiçã o do falante. Em vez disso, a atençã o reside inerentemente na
narraçã o à medida que os ouvintes ouvem e aceitam a mensagem
expressa em forma de histó ria.
Você já notou o que acontece quando uma histó ria é inserida em um
sermã o? Quase sempre há uma mudança perceptı́vel na congregaçã o.
Os olhos focam, os ouvidos estã o a inados, as paradas inquietas.
Histó rias quase sempre envolvem pessoas. No entanto, quã o pouco do
elemento da histó ria pode ser encontrado na maioria dos sermõ es.
Talvez uma enxurrada recente de livros sobre “a histó ria” na
pregaçã o seja um bom pressá gio para a redescoberta generalizada da
narrativa. A declaraçã o de que “a histó ria é o sermã o” se enquadra com
muita evidê ncia nas Escrituras, como veremos no Capı́tulo Cinco .
Eugene L. Lowry, em seu excelente livrinho, The Homiletical Plot: The
Sermon as Narrative Art Form (Atlanta: John Knox Press, 1980) dá uma
dú zia de dicas ú teis em seu capı́tulo sobre a pregaçã o narrativa bı́blica.
1. Preste atençã o a cada linha “insigni icante”.
2. Olhe nas entrelinhas.
3. Pegue cada encontro e imagine a cena.
4. Traga dados de sua pró pria experiê ncia e imaginaçã o.
5. Afaste-se do comportamento para encontrar motivos mistos.
6. Mude os fatos para a dinâ mica anterior.
7. Utilize os sentidos.
8. Mude a identi icaçã o com a agonia e a dor incluı́da.
9. Utilize a gramá tica ativa com substantivos fortes e verbos ativos.
10. Passe para a primeira e segunda pessoa do singular. Mostre; nã o diga isso.
11. Passe do subjetivo para o objetivo, do particular para o geral — e vice-versa.
12. Prepare o cená rio prenunciando grandes eventos.
Questões. Mais de um pastor retoricamente fez uma pergunta: “Quem
fez …?” apenas para ouvir uma vozinha de criança encher o santuá rio
com uma resposta: “Nã o sei, mas nã o fui eu”.
Perguntas retó ricas tê m sido sugeridas há muito tempo para chamar
a atençã o nos sermõ es. Algumas mensagens se apoiam fortemente
nesse dispositivo para confrontar e envolver os ouvintes. “A pergunta
ensurdecedora”, disse o padre Regis Duffy em Liturgia (maio de 1974),
só pode ser respondida pelo ouvinte; entã oo silê ncio segue
apropriadamente esse tipo de sonda pelo pregador atencioso. O uso
ousado dessa té cnica, diz Duffy, exige “do pregador a aceitaçã o e o
respeito profundo e incondicional de cada um de seus ouvintes”, bem
como a luta pessoal com as respostas.
Quer as perguntas sejam diretas, exigindo uma resposta verbal, ou
meramente retó ricas, elas se submetem ao ouvinte, permitindo-lhe um
lugar para entrar e participar do sermã o. As perguntas envolvem as
pessoas.
Infelizmente, alguns pregadores parecem nunca ter dú vidas sobre
nada. E assim eles falham em capitalizar um elemento indutivo efetivo
em sua pregaçã o.
Parábolas. Estes sã o sempre indutivos por sua pró pria natureza. As
pará bolas representam uma mensagem em e atravé s de um cená rio. Os
ouvintes descobrem o ponto e suas implicaçõ es para si mesmos à
medida que a pará bola é contada.
Muitas vezes, quando pensamos em “pará bolas”, pensamos apenas
em exemplos bı́blicos, histó rias de Jesus e outras como a pará bola da
ovelha de Natã , que ele contou para prender o rei Davi. Mas “pará bola”
é um termo muito mais amplo. Pode ser um relato ictı́cio que
representa um signi icado mais profundo (as Crônicas de Nárnia de CS
Lewis sã o pará bolas estendidas). Instâ ncias humanas histó ricas e até
experiê ncias contemporâ neas podem ser usadas parabolicamente.
O que distingue uma pará bola, de acordo com Donald Capps em
Pastoral Counseling and Preaching (Philadelphia: Westminster Press,
1980) sã o as seguintes caracterı́sticas: (1) relacionamentos alterados —
algo acontece na histó ria para mudar permanentemente o
relacionamento entre dois ou mais personagens; (2) detalhes da
história comunicam signi icado — a mensagem de uma pará bola é
tecida nas descriçõ es e eventos da pró pria histó ria; (3) aberto — uma
pará bola simboliza a ambiguidade da vida e permite ao ouvinte tirar
pelo menos algumas conclusõ es por conta pró pria; (4) enfatiza o insight
— as vidas sã o mudadas à medida que os personagens da histó ria e os
ouvintes ganham insights sobre si mesmos, Deus e o mundo; (5)
transforma a percepção— uma pará bola procura ajudar o ouvinte a ver
com outros olhos e reestruturar seu ponto de vista.
Assim, mesmo um estudo de caso ou o simples relato de uma
atividade cotidiana pode adquirir signi icado parabó lico se incorporar
algumas dessas caracterı́sticas.
Analogia. Todo pregador sabe que ambos os Testamentos incluem
muitos exemplos de analogia. A Bı́blia explica muitos conceitos
teoló gicos com imagens como á rvore, noiva, edifı́cio, pedra angular,
ovelha, pastor e á gua. O raciocı́nio por analogia é muito comum em
qualquer tipo de comunicaçã o, argumentaçã o e investigaçã o em que
ideias desconhecidas devem ser esclarecidas. E uma té cnica indutiva no
sentido de queexplica o desconhecido pelo mais conhecido e permite
extrair as implicaçõ es gerais da ideia especı́ ica.
Um aviso é necessá rio embora. A analogia correu mal por sé culos,
atormentando a igreja cristã com excessos selvagens. A analogia
legı́tima da Bı́blia deslizou para profundidades absurdas quando os
pregadores permitiram que sua imaginaçã o corresse sem restriçã o,
razã o ou responsabilidade.
Esses perigos de uso indevido sã o reconhecidos há muito tempo. Nos
primeiros dias do cristianismo, Clemente e Orı́genes tentaram construir
câ nones cientı́ icos para governar a analogia e a alegoria, mas nã o
conseguiram criar uma metodologia viá vel. Até mesmo Agostinho errou
quando alegorizou o Jardim do Eden, acrescentando lora, fauna e açã o
imaginadas que, por sua vez, se tornaram a base de uma doutrina
questioná vel.
Tais excessos levaram ao princı́pio exegé tico bá sico da Reforma,
insistindo que cada passagem da Escritura tem apenas um signi icado.
Joã o Calvino defendeu a causa contra alegorias. Lutero també m disse:
“As alegorias de Orı́genes nã o valem tanta sujeira”.
O con lito na igreja persiste com um grupo sustentando que a
essê ncia do cristianismo é encontrada (e con inada) em suas estruturas
verbais originais, enquanto outros sentem que a pregaçã o é inferior, a
menos que a “espiritualizaçã o” expansiva ornamente as Escrituras, a
interpretaçã o e os sermõ es.
E verdade que a liberdade para expandir o signi icado muitas vezes
se tornou uma licença para distorcer a verdade com fantasias ilusó rias,
icçã o e invençõ es. No entanto, os modelos bı́blicos sugerem que deve
haver um uso legı́timo da analogia. Embora o registro ministerial
justi ique cautela com essa té cnica, a analogia pode ser outro
ingrediente indutivo e icaz nos sermõ es.
Diálogo. Um de meus amigos pastores iniciou um programa regular
de diá logo com seu povo. Uma vez por mê s, ele agendava uma discussã o
no culto matinal para encorajar o envolvimento.
Ele havia acabado de ler as Escrituras em um domingo quando um
homem se levantou rapidamente e disse: “Pastor, muitas vezes tenho
pensado sobre a questã o que esses versı́culos levantam. O que você
acha que Jesus quis dizer, e como isso se aplica a nó s hoje? Eu
certamente gostaria de ouvir o que as pessoas tê m a dizer sobre…”
Uma discussã o animada preencheu os pró ximos trinta minutos. Em
seguida, o serviço foi concluı́do com a bê nçã o e poslú dio do ó rgã o.
O ministro cumprimentou sua congregaçã o na porta quando viu o
rosto nublado do homem cuja pergunta havia desencadeado a
discussã o da manhã . “Oh, pastor”, o paroquiano perturbado deixou
escapar, “sinto muito e envergonhado. Acabei de perceber que este nã o
era o domingo em que deverı́amos ter uma discussã o. E o sermã o que
você planejou para hoje?”
O pastor sorriu e tentou tranquilizar o homem. “Se a mensagem que
eutinha planejado compartilhar hoje nã o vai icar até o pró ximo
domingo, nã o deve ter sido muito importante, John. Tivemos uma boa
sessã o hoje. Entã o, faça o que izer, por favor, nã o se preocupe com
isso.”
Obviamente, o diá logo pode envolver as pessoas. Mas nã o é apenas
mais um termo para discussã o? Como o diá logo se encaixa em um
sermã o real?
As vezes, o sermã o dialó gico tem sido um diá logo contı́nuo entre o
pú lpito e algum representante no banco. Em outras ocasiõ es, dois
pregadores tiveram uma conversa que a congregaçã o pô de ouvir. Mas
ambos os mé todos tendem a ser enfadonhos e arti iciais, a menos que
precauçõ es especiais garantam uma sensaçã o realista.
Alguns pregadores e icazes durante os sé culos criaram um efeito
dialó gico com toda a congregaçã o. Muitos dos profetas barganhavam e
brincavam com seus ouvintes. Os evangelistas de esquina muitas vezes
aprendem a misturar conversa e discurso direto em resposta à s
provocaçõ es de suas multidõ es.
Mas como podemos fazer o diá logo funcionar para nó s em nossos
dias de congregaçõ es sé rias e silenciosas? Como podemos entã o evitar
que o culto de adoraçã o se torne outra hora de discussã o da escola
dominical?
Uma maneira pode ser reservar um tempo pró ximo ao inal do
sermã o para os ouvintes adicionarem seus comentá rios. Ou um pastor
pode pedir exemplos da congregaçã o para levar a um tó pico. Por
exemplo, em um sermã o sobre a vontade de Deus, o pregador pode
pedir dois ou trê s voluntá rios para dar um exemplo da direçã o do
Senhor em suas vidas, e talvez até mesmo fazer algumas perguntas de
acompanhamento para esclarecer seus comentá rios antes de
prosseguir. com um sermã o sobre o assunto.
As vezes, o diá logo nã o precisa ser real; até mesmo uma atitude
dialó gica pode ajudar a envolver os ouvintes. O que aconteceria se todo
pregador pregasse como se estivesse conversando com seu povo? O
diá logo imaginado que faz e responde a perguntas hipoté ticas que a
congregaçã o possa ter é outra té cnica promissora.
O verdadeiro diá logo, real ou atitudinal, pode parecer arriscado à
primeira vista. Mas pode ser um sinal de amor cristã o genuı́no porque
indica um desejo real e ó bvio de incluir ouvintes. Ele se esforça para
ouvir atravé s de seus ouvidos e ver atravé s de seus olhos. E embora os
resultados à s vezes possam ser um pouco imprevisı́veis, como foi o caso
de meu amigo cujo sermã o inteiro foi antecipado, muitos de nossos
sermõ es contemporâ neos tı́picos nã o deixam nada a ser dito.
Experiência. Os sermõ es modernos muitas vezes afetam a vida de
nossos ouvintes apenas no nı́vel craniano da doutrina, crença e
pensamento. Podemos falar em termos ortodoxos como “regeneraçã o”
ou “santi icaçã o”. Podemos até fazer o chamado para “nascer de novo”
todos os domingos e ainda assim nunca ver a vida de nossos ouvintes
mudada se nossa doutrina continuar sendo uma ideia abstrata.
Para que a fé que pregamos faça alguma diferença, crer e agir tê m
que se unir na vida comum. A cabeça e o coraçã o tê m que se unir na
experiê ncia de vida. E nossos sermõ es precisam mostrar como isso
acontece; nossa teologia deve vincular-se à vida cotidiana.
A resposta mais tı́pica a esta necessidade tem sido o sermã o em duas
partes, onde as ideias, a doutrina, a teologia sã o discutidas desde o
inı́cio. Entã o a conclusã o tenta relacionar tudo com a vida da
congregaçã o.
“E nesta semana, quando enfrentarmos as provaçõ es e tentaçõ es do
mercado, precisamos lembrar o que temos dito sobre a admoestaçã o de
Paulo aos corı́ntios…”
“Se pensarmos nas implicaçõ es da mensagem desta manhã , se
considerarmos cuidadosamente as palavras de Jesus, nossas relaçõ es
familiares e de trabalho serã o transformadas…”
Embora tais referê ncias à experiê ncia de nossos ouvintes sejam
muito melhores no inal do sermã o do que nunca, o salto repentino do
sermã o exige um salto quâ ntico de nossos ouvintes - se eles ainda
estiverem ouvindo. Eles podem nã o ser.
Como Fred B. Craddock escreve em Como Um Sem Autoridade (The
Phillips University Press, 1974): “O fato é que estamos procurando nos
comunicar com pessoas cujas experiê ncias sã o concretas. Todo mundo
vive indutivamente, nã o dedutivamente. Nenhum agricultor lida com o
problema do bezerro, apenas com o bezerro. A mulher na cozinha nã o
está ocupada com as artes culiná rias em geral, mas com um
determinado assado ou bolo. O artesã o da madeira di icilmente é capaz
de discutir com inteligê ncia o tema da 'cadeira', mas ele é um mestre
com uma cadeira” ( pá gina 60 ).
Nossos ouvintes vivem todos os dias no reino da experiê ncia. A
experiê ncia determina sua visã o da realidade. Eles julgam
pragmaticamente cada nova ideia que enfrentam perguntando: “Será
que vai funcionar? Combina com a experiê ncia?”
Entã o, se vamos manter ouvintes centrados na experiê ncia conosco
até a conclusã o de nossos sermõ es, devemos manter todas as partes da
mensagem intimamente ligadas à experiê ncia deles. Mas como?
Em vez de começar com abstraçõ es como “a humanidade é mortal”,
podemos começar com uma experiê ncia concreta e dizer: “Deacon
Adams morreu de câ ncer no mê s passado”. Podemos dar ilustraçõ es da
vida familiar ou pro issional de nossa congregaçã o. Podemos usar
experiê ncias comuns como nascer, comer, caminhar, pescar para
ilustrar pontos ou fazer analogias.
A experiê ncia humana nã o se torna a base de nossa mensagem, mas
pode validar o que estamos dizendo; pode pontuar a Palavra de uma
maneira que nosso povo entenderá prontamente. Tais referê ncias à
vida comumtornam-se mais do que pontos de aplicaçã o no inal do
sermã o; eles servem como guias ao longo do caminho, todos apontando
para a verdade no inal da estrada.
Falaremos mais sobre como isso afeta a estrutura do sermã o em um
capı́tulo posterior. Mas a referê ncia à experiê ncia merece mençã o
inicial aqui como um dos elementos mais fundamentais da pregaçã o
indutiva.
Outros elementos potenciais de induçã o poderiam ser enumerados,
mas este é um lugar ló gico para partir de uma lista resumida porque
“experiê ncia” é mais do que apenas um elemento de induçã o. A
experiê ncia é a pró pria base da induçã o. E entender isso é tã o crucial
para entender a pregaçã o indutiva quanto conhecer os elementos que
podem compor um sermã o indutivo.
A induçã o pode ser simplesmente descrita como o processo de
raciocı́nio pelo qual instâ ncias particulares da experiê ncia levam à
formaçã o de conceitos gerais. Por exemplo, com base em experiê ncias
anteriores especı́ icas, digamos com apontadores de lá pis, telefones ou
má quinas de venda automá tica, tiramos conclusõ es gerais sobre esses
itens e determinamos como responder e operar outros – à s vezes muito
diferentes – apontadores de lá pis, telefones e má quinas de venda
automá tica.
As má quinas nã o sã o as ú nicas coisas que aprendemos pela
experiê ncia indutiva. També m usamos a induçã o com pessoas e ideias.
Nossas experiê ncias anteriores especı́ icas com mé dicos in luenciam
nossa atitude em relaçã o a qualquer mé dico que encontramos e
determinam grandemente nossa opiniã o geral sobre a pro issã o mé dica
ou mesmo sobre a ciê ncia da medicina.
Nossas experiê ncias pessoais anteriores com matemá tica, digamos
em uma aula de geometria do ensino mé dio ou no equilı́brio de um
talã o de cheques frustrantemente confuso, afetam muito nossa atitude
em relaçã o a todo um corpo de conhecimento.
Tal induçã o é um há bito humano. Nó s o usamos casualmente na vida
cotidiana toda vez que respondemos a uma situaçã o ou resolvemos um
problema comparando-o com situaçõ es ou problemas anteriores que
encontramos. A induçã o é o processo pelo qual a vida nos ensina. Todos
aprendemos muito com a vida.
Claro que sabemos que aprender com a vida nã o é infalı́vel. A
experiê ncia nã o pode prometer previsibilidade perfeita. Por essa razã o,
os iló sofos podem insistir que nossa crença quase inata na inferê ncia
indutiva baseada na experiê ncia nã o tem base na realidade. Eles podem
escrever livros sobre o abismo entre experiê ncia e previsã o, entre
ontem e amanhã . Eles podem insistir que a vida nã o oferece nenhuma
inferê ncia absolutamente previsı́vel e, portanto, a induçã o nã o é
verdadeiramente ló gica.
No entanto, a induçã o persiste como um há bito humano
profundamente arraigado.
O processo indutivo contribui para toda a vida contemporâ nea.
Sendo mais do que tentativa e erro, a induçã o serve tanto à tecnologia
quanto à s ciê ncias naturais e sociais. Ele també m serve a todos nó s
diretamente em uma base diá ria. Pois mesmo em meio à nossa
tecnologia moderna so isticada, as pessoas hoje dependem em grande
parte da experiê ncia (experiê ncia mais so isticadado que no passado,
com certeza, mas experiê ncia, no entanto) e bom senso.
Apostamos nossas vidas na experiê ncia indutiva toda vez que
con iamos nos freios de nosso carro para nos impedir de bater na
traseira de um semi parado ou passar por um sinal verde sem veri icar
se o trá fego cruzado vai parar. Das montanhas de minú cias da vida
buscamos constantemente padrõ es, princı́pios, generalizaçõ es,
verdades que nos permitirã o decidir com con iança a açã o presente,
prever o futuro e construir uma vida melhor. Assim, a induçã o constitui
a pró pria base de nossa vida diá ria. Serve como o principal meio de
chegar ao conhecimento necessá rio para a sobrevivê ncia humana.
Nã o é de admirar, entã o, que a induçã o seja um há bito humano.
Passamos a acreditar na induçã o por causa de nossa experiê ncia
indutiva com ela. Sabemos que funciona bem para nó s na vida
cotidiana.
Mesmo que os iló sofos possam zombar da induçã o como iló gica,
acreditamos nela como acreditamos em nossa experiê ncia. Na vida real,
a experiê ncia concreta ofusca nossa ló gica abstrata. Nossa induçã o
supera nossa deduçã o. Assim, preferimos um sermã o razoá vel a um
com ló gica abstrata e hermé tica. A induçã o razoá vel da experiê ncia
carrega mais in luê ncia para os ouvintes contemporâ neos do que as
proposiçõ es à prova de falhas de uma mente de torre de mar im. A inal,
a induçã o é uma velha e con iá vel amiga.
No entanto, a maioria dos pregadores depende totalmente de
abordagens dedutivas. Isso é tudo que eles sabem, tudo que eles
aprendem. As alternativas indutivas sã o apenas traços tê nues gravados
na areia.
Como, entã o, esse processo indutivo de raciocı́nio de particulares a
conclusõ es gerais pode ser aplicado à pregaçã o de sermõ es?
Mais uma vez, a chave é o envolvimento.
Um sermã o indutivo é aquele que começa onde as pessoas estã o, com
elementos particulares – a narrativa, o diá logo, a analogia, as perguntas,
as pará bolas, as experiê ncias concretas – e entã o leva a conclusõ es
gerais. Na verdade, o que distingue a pregaçã o indutiva nã o sã o tanto os
ingredientes, mas o uso desses ingredientes.
A pregaçã o dedutiva começa com uma declaraçã o de intençã o e
prossegue para provar que a validade do que o pregador diz já está
determinado como verdade. A pregaçã o indutiva, por outro lado,
apresenta as evidê ncias, os exemplos, as ilustraçõ es e adia as
declaraçõ es e a irmaçõ es até que os ouvintes tenham a chance de pesar
as evidê ncias, pensar nas implicaçõ es e entã o chegar a uma conclusã o
com o pregador no momento. inal do sermã o.
Tal processo envolve os ouvintes, dando-lhes uma parte no processo
do sermã o. Isso os capacita a pensar junto ou mesmo à frente do
pregador. Isso os envolve. Assim, o pró prio sermã o torna-se parte de
sua experiê ncia, parte de seu familiar estilo de aprendizado indutivo.
oconclusõ es alcançadas, as a irmaçõ es feitas no inal do sermã o trazem
a marca da convicçã o pessoal, alcançada e testada pelo pensamento e
experiê ncia pessoais. As conclusõ es alcançadas sã o pessoais; assim, as
implicaçõ es para a vida do ouvinte sã o claras, de fato inescapá veis.
Obviamente, qualquer processo de comunicaçã o que permita que as
pessoas trabalhem e aceitem a verdade por si mesmas tem vantagens
reais sobre apenas dizer a elas no que acreditar. E melhor permitir que
a verdade se torne pessoal – o objetivo inal de todos nó s que pregamos
as Boas Novas de Deus.
Um benefı́cio adicional da induçã o é que ela representa um
movimento agressivo da mente. O intelecto passivo é convertido pela
investigaçã o indutiva na razã o ativa quando ver se torna olhar. A mente
é estimulada pela mera receptividade e se torna inquisitiva, orante e
persistente. Na induçã o, o ouvinte junta-se ao processo de indagar, de
se aventurar, de correr riscos, de contemplar o desconhecido, de
sintetizar, de testar.
A induçã o como ló gica da descoberta permite que a humanidade se
torne como criancinhas questionadoras em vez de escravas do passado.
A excitaçã o da exploraçã o substitui o trabalho á rduo de fazer o que a
tradiçã o dita. Assim, embora a experiê ncia, a maté ria-prima da induçã o,
tenha a ver com o passado, ela faz mais do que meramente nos ligar à
tradiçã o. A investigaçã o indutiva avança progressivamente para uma
nova verdade - para um novo conhecimento da verdade. Ela se move em
direçã o ao crescimento, do conhecido ao desconhecido.
Basicamente, a induçã o é a mera descoberta pela utilizaçã o, nã o pela
invençã o de fatos. A submissã o aos fatos é a gló ria do mé todo indutivo.
E é por isso que as conclusõ es indutivas soam tã o verossı́meis. Eles se
enquadram nos fatos e na realidade da experiê ncia humana.
Mas entender a pregaçã o indutiva exige mais do que um
conhecimento de elementos indutivos, uma compreensã o bá sica do
processo indutivo ou uma apreciaçã o dos benefı́cios da induçã o. Nã o
podemos entender completamente a pregaçã o indutiva até que
reconheçamos e aceitemos a atitude inerente à pregaçã o indutiva.
Falamos brevemente sobre o pregador e sua atitude no Capı́tulo Dois
, mas o papel da atitude na pregaçã o indutiva precisa ser reenfatizado
aqui. Um pregador nã o pode pregar um sermã o indutivo sem uma
atitude de tolerâ ncia, caridade, respeito, con iança, cooperaçã o e
paciê ncia para com os ouvintes. Todas essas coisas brilham quando um
pregador permite que o ouvinte se envolva no processo do sermã o,
quando o pregador prega com con iança com a crença: “Quando você
vir, você acreditará e fará ”.
Usando uma abordagem indutiva, o ministro diz: “Venha, ande
comigo. Juntos, encontraremos conceitos e conclusõ es generalizados ao
examinarmos alguns exemplos vitais e representativos. Vamos começar
por ondetu es. Usaremos evidê ncias comuns à nossa experiê ncia
cotidiana. Iremos ao seu ritmo e seguiremos seus interesses,
enfrentaremos seus problemas. E, inalmente, encontraremos as
respostas para suas necessidades na Palavra de Deus”.
A estatura e o cará ter do pregador — sua compaixã o, humildade, seu
coraçã o servil — permitem que ele adie suas a irmaçõ es, adie seus
conselhos, adie qualquer declaraçã o até que ele e seus ouvintes
cheguem a um consenso. Ele nã o se apega a nenhuma posiçã o elevada
de autoridade, mas pela atitude evidente no processo indutivo ele desce
para se tornar um entre seus ouvintes. Ele põ e de lado o orgulho de ser
um trabalhador junto com seus ouvintes. Ele serve como um jogador-
treinador, nã o como uma voz alta admoestando de uma plataforma
acima do campo. Ele nã o se senta como um monarca soberano, ou
mesmo como representante do rei olhando para um vasto domı́nio, mas
sim esculpe um nicho comum, um lugar para icar entre o povo.
A atitude indutiva abrange uma gama tã o ampla de atitudes que só
há espaço para uma lista de amostra aqui. Mas para que o pregador ou
o sermã o sejam verdadeiramente indutivos, ambos devem ser:
Atitudes Indutivas
aceitar ………………………………… nã o aprovar acomodar ……………………
nã o concordar ou abordar pedir …………………………………… nã o exigir
aceno ……… ……………… nã o atormentar ou mostrar compaixã o
…………………………… nã o comprometer cooperar …………………………………
nã o coagir corajoso ……………………… ………… nã o con litante dialogando
…………………………………… nã o ditando direçã o ……………………………………
nã o dirigindo incentivando ………………………… ………… nã o insultar
envolvente …………………………………… nã o se opor humilde
……………………………………… nã o é difı́cil perguntar ………………………
............... …………… nã o “pregando em”
respeitando …………………………………… nã o renunciando
O tı́tulo do livro de Fred Craddock sobre induçã o, As One Without
Authority, tende a alarmar os evangé licos, mas resume a atitude
indutiva. O pregador indutivo torna-se o lı́der do grupo de um grupo de
exploraçã o. Ele nã o professa saber tudo ou nada saber do territó rio ou
dos problemas tribais que os ouvintes enfrentam na vida cotidiana. Ele
apenas procura guiá -los de onde estã o para onde precisam estar sem
nenhuma grande demonstraçã o de autoridade ou coerçã o.
Nã o cito Craddock nem Soren Kierkegaard, cujo terceiro princı́piode
comunicaçã o sustenta que um verdadeiro professor ensina sem
autoridade, para defender o abandono de toda e qualquer autoridade.
(Na verdade, discutiremos o papel da autoridade na induçã o no
Capı́tulo Nove .) Mas a abdicaçã o do dogmatismo e a resultante atitude
“eu estou com você ” do pregador é um requisito indutivo.
O meio cultural de nossos dias clama por tal atitude dos pregadores.
Nossos ouvintes exigem uma parte da açã o, uma parte do processo. O
ouvinte de hoje nã o é mais propenso a deixar algué m mastigar e
descrever seu jantar de domingo para ele do que a permitir que o
pregador pense por ele no sermã o dominical e depois calmamente
engula os pronunciamentos pastorais.
O pregador de hoje precisa entender o signi icado e as implicaçõ es
da pregaçã o indutiva porque os ouvintes de hoje exigem estar
envolvidos. E o envolvimento é a promessa de induçã o.
4 A História da Indução
Por que Secular Sam se senta em seu banco de domingo e se preocupa
com suas di iculdades inanceiras em vez de seguir o sermã o do pastor?
Por que a congregaçã o rural de Randy contemplou o gado e ignorou
suas palavras? Por que um o icial do Exé rcito da Salvaçã o tem que lutar
para chamar a atençã o dos passantes de Atlantic City? Por que nenhum
ouvinte pode simplesmente tomar a palavra do pregador como a lei dos
medos e dos persas? Por que a mente se desvia da palavra falada?
A resposta simples é que as pessoas querem e precisam estar
envolvidas. Mas como chegamos a este ponto? Como a humanidade
icou tã o viciada na induçã o? Como surgiu o há bito?
O Jardim do Eden começou a luta contra a autoridade. Desde entã o, a
humanidade tornou-se cada vez mais descontente, relutante em aceitar
a uniformidade e o anonimato da linha de montagem. Ao longo da
histó ria, a natureza humana protestou: “Sou diferente. Respeita-me.
Minhas opiniõ es contam. Eu tenho que fazer minhas pró prias coisas.”
A obstinaçã o humana começa a surgir antes que uma criança possa
dizer a palavra “nã o”. Muito antes de as crianças atingirem a
adolescê ncia rebelde, elas se irritam com a autoridade arbitrá ria. E
parece que nunca superamos esse desejo de autodeterminaçã o. Hoje, a
descendê ncia independente de Adam em todo o mundo protesta contra
ser varrida para uma pilha de poeira inerte por qualquer uma das
grandes vassouras autoritá rias do mundo. Em nossa humanidade
continuamos a exercer nossa independê ncia nã o apenas contra os pais,
instituiçõ es e poderes terrenos, mas ostentamos nossa independê ncia
diante de Deus.
Entã o, é apenas a perversidade humana que nos empurra
orgulhosamente para o envolvimento e a induçã o?
Nã o.
A induçã o faz parte da nossa natureza. “Feito à imagem de Deus” tem
quesigni icam mais do que um comportamento dó cil, semelhante a
ovelhas, de seguir o lı́der. Nosso Criador pretendia que a vida fosse mais
do que um des ile de circo idiota e circular de elefantes agarrados ao
pró ximo rabo em uma ila interminá vel e impensada.
De que outra forma você pode explicar a incrı́vel complexidade da
mente humana? No Capı́tulo Dois a irmamos que o nú mero de padrõ es
mentais possı́veis no cé rebro humano mé dio é quase incontá veis vezes
maior do que o nú mero de á tomos no universo.
O potencial para a criatividade insondá vel existe na mente humana
desde a criaçã o. E parte da marca divina estampada em Adã o. E a
induçã o é uma das duas maneiras pelas quais o incrı́vel cé rebro
humano funciona.
O padrã o indutivo de pensamento aparentemente foi identi icado
pela primeira vez por Platã o em sua busca por respostas. O método
parece ser sua cunhagem; ela aparece pela primeira vez em seu Fedro,
onde Só crates está defendendo uma arte ou té cnica de retó rica em
oposiçã o aos artifı́cios dos so istas. A palavra método sugere um
“caminho” ou “rota”, sendo derivada de meta e odos, indicando um
movimento de acordo com uma estrada.
Para pensar ou argumentar com clareza e e icá cia é necessá rio
compreender o caminho pelo qual nossos pensamentos progridem.
Aquele que tem tal rota, tal direçã o, possui mé todo.
A ló gica do raciocı́nio dedutivo tem sido sistematicamente estudada
por 2.000 anos. A ló gica da inferê ncia indutiva ou empı́rica també m tem
sido uma grande preocupaçã o da iloso ia por sé culos.
Ló gica e mé todo nã o sã o a mesma coisa. A ló gica é , naturalmente,
indispensá vel ao mé todo. A ló gica é a maquinaria interna que nos
conduz ao longo do caminho; ele nos fornece as tá ticas que usamos.
Aristó teles dedica mais atençã o à ló gica dedutiva em seus escritos do
que ao mé todo indutivo de aná lise. Mas em sua Física ele diz sobre o
aprendizado humano que é claro que “devemos seguir esse caminho
[indutivo]”.
Deus certamente usa o caminho indutivo em sua comunicaçã o com o
homem. Veremos nos capı́tulos subsequentes quantos elementos do
processo indutivo sã o encontrados na Bı́blia e como Jesus enfatiza a
induçã o, incluindo muitos dos elementos e té cnicas mencionados no
Capı́tulo Trê s .
Em contraste com os novos sotaques e prá ticas de Jesus, os escribas e
fariseus reverenciavam dedutivamente as tradiçõ es dos anciã os e as
declaravam como regras rı́gidas. Os primeiros cristã os lutaram com
esse sotaque judaico herdado no legalismo e no desenvolvimento de
crescentes preocupaçõ es doutriná rias. Eles construı́ram um corpus de
dogma regulador para proteger a fé jovem.
Por 600 anos, a Idade das Trevas preservou nos mosteiros o resı́duo
latino dessas crenças bá sicas. A escolá stica durante a Idade Mé dia
misturou o sotaque dedutivo de Aristó teles com os ensinamentos da
Igreja Romana. Esses longos sé culos careceram das condiçõ es
queexigem uma abordagem indutiva para aprender com a experiê ncia
ao invé s de um decreto dogmá tico. A autoridade era respeitada, a
tradiçã o reverenciada, as deduçõ es totalmente aceitas. Assim, por
centenas de anos, nã o aconteceu muita coisa para estimular o
desenvolvimento dos acentos indutivos da histó ria do Antigo
Testamento, conforme praticado por Jesus. Suas ê nfases em aprender
com a experiê ncia, liberdade da tradiçã o, a importâ ncia do indivı́duo e
outras lexibilidades foram amplamente obscurecidas pela rigidez do
legalismo e da teologia.

O meio indutivo de nossos dias nã o surgiu no vá cuo. Muitas pressõ es
histó ricas moldaram nossas atitudes, ditaram nossas necessidades,
afetaram nossa tolerâ ncia a decretos, decidiram quanta in luê ncia
autocrá tica nos restringirá e determinaram quã o abertos estamos para
aprender com nossa experiê ncia.
O progresso errá tico em experimentos indutivos lentamente afastou
a cultura da dependê ncia total do passado, à medida que vá rios
inovadores corajosos acrescentaram seus insights ao reservató rio do
conhecimento humano. No sé culo XIII, a Obra Maior de Roger Bacon
(Opus Majus) rompeu com a tradiçã o ao enfatizar a experiê ncia como
mais importante do que o raciocı́nio para chegar ao “conhecimento
ú til”. O trabalho deste fundador da ciê ncia moderna levou à sua prisã o
quando as autoridades descobriram “inovaçõ es suspeitas” em seus
escritos sobre anatomia, ó ptica, ilologia e alquimia. Ele pode ser
chamado de pioneiro do mé todo cientı́ ico moderno.
Mais tarde, o papel autonomeado de Francis Bacon foi enfatizar a
experiê ncia e o experimento indutivo. Insistia em coletar fatos e depois
extrair deles teorias. Embora nã o seja um grande cientista, seus escritos
ajudaram o progresso cientı́ ico. Ele adoeceu e morreu enquanto fazia
um experimento sobre o uso da neve como conservante de alimentos.
Mas a induçã o é mais do que experimentos imprudentes com
eletricidade, raios, pó lvora, vô o humano, magnetismo, açú car, papel,
germes e neve.
Na iloso ia, Kant acreditava que a mente está ativamente envolvida
nos objetos que experimenta e organiza a experiê ncia em padrõ es
de inidos; mas ele se recusou a reivindicar conhecimento absoluto. Sua
volta à experiê ncia interior levou muitos iló sofos e teó logos a discutir
intuiçã o e experiê ncias religiosas.
No entanto, a experiê ncia indutiva é mais do que as experiê ncias
religiosas escorregadias e de curta duraçã o chamadas ao banco das
testemunhas para veri icar a existê ncia de Deus.
Milhares de pá ginas de registros da civilizaçã o luem de centenas de
anos de estudo; ainda nã o produziram uma histó ria geral satisfató ria de
mé todos indutivos. Portanto, seria ú til traçar o desenvolvimento
progressivo da induçã o na histó ria das idé ias.

Quando e onde o movimento indutivo é mais aparente? Que eventos


e tendê ncias amplas contribuem para o seu crescimento?

Renascença (1350-1600) A induçã o ganhou nova luz no Renascimento.


Esse movimento se espalhou pela Europa como uma onda cultural,
começando na Itá lia. O renascimento da literatura e das artes, com o
surgimento da ciê ncia e do comé rcio, levou à “descoberta do mundo e à
descoberta do homem”.
Petrarca e outros sonhavam com o despertar cultural à medida que a
imprensa fomentava o luxo de informaçã o, cultura e educaçã o. A
Renascença inspirou o desejo de aventura, o amor pelo conhecimento
clá ssico, uma onda de re lexã o ilosó ica e um ressurgimento da
atividade econô mica. Copé rnico, Galileu e muitos outros promoveram
as causas da ciê ncia e da tecnologia. O humanismo buscou o “homem
universal”, celebrizou os “cavaleiros da pena” e empurrou para libertar
a humanidade do passado. O renascimento do platonismo e do
neoplatonismo levou a um tom sobrenatural e religioso.
Francis Bacon aplicou o aspecto indutivo negligenciado do mé todo
retó rico de Aristó teles à natureza, e toda a Europa se uniu em uma fuga
desejosa das complexidades da vida urbana para os prazeres pastorais
simples. O ceticismo surgiu no clima menos hostil do prazer e da
utilidade. A tradiçã o e a sabedoria ocultas do Egito, da Caldé ia e da
Palestina lutuavam na maré do novo aprendizado. O grego e o latim
loresceram.
O perı́odo viu uma mudança: da escolá stica ao sotaque secular, das
superstiçõ es à s explicaçõ es cientı́ icas, da orientaçã o religiosa a um
centro humano, da sobrevivê ncia do servo à erudiçã o, cultura e
comé rcio. A arquitetura mudou de catedrais para casas; arte da religiã o
à natureza e forma humana; exé rcitos de espadas a pó lvora; sotaque da
sociedade do grupo para o indivı́duo. Habilidades, comé rcios e
merchandising loresceram.
Uma multidã o de marinheiros cruzou os sete mares, circundou o
globo, reivindicou novos continentes. Auto à tona; o indivı́duo, a
liberdade, o valor pessoal e a independê ncia ascenderam aos valores
mais elevados. A tradiçã o e a escravidã o ao passado perderam o
controle. Autoridade enfraquecida. Experiê ncia, exploraçã o e
experimentaçã o prosperaram como motores primá rios na arena
humana. A induçã o havia encontrado um clima favorá vel. O indivı́duo
veio à tona; a instituiçã o nã o era mais a ú nica mã o no leme. As pessoas
começaram a se envolver.

Reforma (1500- ) A Reforma do sé culo XVI procurou trazer a


Renascença de volta para Deus como centro. Mas o nome Reforma
refere-se mais à s aspiraçõ es do que à s realizaçõ es da é poca.
Por mais de mil anos apó s a queda do Impé rio Romano,a igreja havia
mantido a Europa unida. Ostentava a posiçã o suprema como centro da
cultura, defensor do cristianismo e esteio do povo. A igreja serviu como
estrutura unindo os vá rios estados da Europa Ocidental.
A autoridade da Igreja, forte e quase universal, ditava a vida humana.
Em 1200 dC todos os lı́deres europeus aceitaram o Papa e sua
supremacia. De 1300 a 1500 lutas polı́ticas, cismas religiosas e
corrupçã o dentro enfraqueceram a igreja. As demandas por reforma e a
pressã o de seitas heré ticas també m esgotaram sua in luê ncia. Outros
fatores incluı́ram o nacionalismo crescente, o renascimento do
aprendizado, a fratura do feudalismo, a pobreza dos camponeses, o
crescimento do comé rcio e o aumento da classe mé dia.
Em 1517, Martinho Lutero pregou suas noventa e cinco teses na
porta de Wittenberg, e os fogos da Reforma se acenderam por toda a
Europa. O acento no sacerdó cio de cada crente preparou o terreno para
respeitar a experiê ncia humana; as pessoas comuns estavam
envolvidas. Com a ajuda da imprensa, essas novas ideias se espalharam
rapidamente. O mé todo indutivo encontrou solo mais fé rtil.

Ciência e Tecnologia (1600- ) O mé todo empı́rico transbordou do estudo


da natureza para outros domı́nios de investigaçã o quando Galileu, o
fı́sico italiano, lançou seus experimentos em 1600. Kepler, Newton,
Jenner, Darwin, Mendel, Pasteur, Einstein, Fermi, Salk, com uma longa
ila de outros homens e mulheres, compartilham as honras como
pioneiros do mé todo empı́rico. Astronomia, anatomia, natureza,
medicina, matemá tica, quı́mica, mecâ nica, fı́sica, geologia, eletricidade,
energia, magnetismo, teoria nuclear e viagens espaciais – todos esses
campos da ciê ncia dependem fortemente do mé todo indutivo. Fatos
cumulativos exercem pressã o indutiva; a deduçã o busca padrõ es e
aplicaçã o.
A induçã o cientı́ ica constitui apenas uma forma dessa prá tica
universal, mas forneceu o fó rum ou arena para o desenvolvimento da
metodologia indutiva. O progresso tecnoló gico incluiu muito mais do
que moinhos de vento, roupas abotoadas, bú ssola, ó culos e reló gio
mecâ nico. A explosã o em comunicaçã o, transporte, computadores e
outros aspectos de nossa vida cotidiana brota da fonte indutiva.

Revolução (1775-) A revolta contra o governo do governo surge cedo e


continua tarde na experiê ncia humana. Motim, traiçã o e deslealdade
assumem novo brilho quando falamos da Revoluçã o Americana e da
Revoluçã o Francesa.
Em 1776 foram lançadas tentativas mundiais para alcançar a
liberdade,o governo constitucional e os direitos humanos, iniciando um
sé culo de revoluçã o. A Guerra Revolucioná ria dos Estados Unidos de
vá rias maneiras tornou-se “o tiro ouvido em todo o mundo”. Seu lugar
na histó ria humana foi muito mais do que uma guerra de oito anos
gerando uma nova naçã o; foi muito mais do que um levante pelos
direitos individuais e pela democracia. Como Thomas Paine declarou, a
Guerra Revolucioná ria “contribuiu mais para iluminar o mundo e
difundir um espı́rito de liberdade e liberalidade entre a humanidade, do
que qualquer evento humano que a precedeu”.
O termo gené rico revolução passou a incluir revoltas industriais,
tecnoló gicas, cientı́ icas, culturais, sexuais, institucionais, educacionais,
de transporte, comunicacionais, é ticas, morais, raciais, econô micas,
geracionais e polı́ticas. Apenas pensar nas possibilidades expansivas da
palavra nos ajuda a ver a mudança da autoridade e do pronunciamento
dedutivo para a liberdade, a experiê ncia e o mé todo indutivo.
Autoridade, deduçã o, tradiçã o e força de todos os tipos enfrentaram
novos desa ios durante esse perı́odo em que surgiram a democracia e o
autogoverno. O mé todo indutivo aliou-se ativamente a essa busca pela
liberdade humana, valor individual e envolvimento universal.

Educação
A educaçã o popular nas escolas e academias acabou por crescer a
partir do despertar do interesse e da ê nfase do Renascimento no
conhecimento e na aprendizagem. A educaçã o nã o era mais o bastiã o
solitá rio do clero. Os leigos queriam aprender. As universidades
europé ias iniciadas durante a Idade Mé dia tornaram-se centros
populares de aprendizado. O sistema universitá rio americano que
cresceu a partir do modelo do velho mundo começou a crescer com
uma mudança da educaçã o estritamente tradicional e clá ssica para
incluir o aprendizado prá tico. E a educaçã o universal logo se tornou um
direito acarinhado da democracia, universalizando a necessidade, a
demanda e a oportunidade de envolvimento individual e sotaque
indutivo.
Mas nã o foi apenas a popularidade da educaçã o que causou tanto
impacto. Os mé todos de aprendizagem també m contribuı́ram muito
para a ê nfase indutiva. A vida educacional americana no inventivo
sé culo XIX começou a assumir um sabor distintamente empı́rico-
indutivo. A abordagem do mé todo de caso para a educaçã o jurı́dica foi
introduzida na dé cada de 1870 na Harvard's School of Law. Derivou
princı́pios jurı́dicos do estudo de casos passados. A Harvard School of
Business mais tarde adotou o mé todo de estudo de caso quando um
graduado da Faculdade de Direito se tornou professor lá . Desde entã o,
as té cnicas de estudo de caso encontraram popularidade em quase
todas as á reas da educaçã o, incluindo cursos de seminá rio.
A teoria educacional progressiva, especialmente no sé culo XX,
começou a desa iar a tradiçã o, ameaçando o desconhecido e clamando
por respostas completas. Estresse em maior liberdade, atividade,a
informalidade, a aprendizagem em grupo e em projetos, juntamente
com a individualidade, trouxeram novas oportunidades de experiê ncias
diversi icadas, passadas e presentes. E a induçã o deu outro passo
irresistı́vel à frente.

Humanismo
O humanismo mudou de seu foco inicial na literatura clá ssica da Gré cia
e Roma para uma ê nfase primá ria na humanidade como o centro do
universo. O chamado do cristianismo para uma vida centrada em Deus
aqui e no futuro foi muitas vezes silenciado pelo som da sereia do grito
primordial da raça no alvorecer de um novo dia. A luxú ria e o brilho da
nova liberdade ainda hoje fazem muitos esquecerem a fonte, o sustento
e a missã o da vida.
Cenas culturais, religiosas e polı́ticas geraram uma sensaçã o de
poder e valor pessoal. Flexionando os mú sculos recé m-descobertos, a
reaçã o contra a autoridade se expandiu para incluir reivindicaçõ es de
independê ncia da cultura tradicional, linguagem clá ssica, religiã o
cató lica, igreja e instituiçõ es. Nesta nova era a humanidade estava no
meio de toda pesquisa, toda produçã o e toda verdade.
A nova humanidade assumiu o papel de medida de todas as coisas. A
induçã o tornou-se um modo de vida comum. Deixe a experiê ncia e a
experiê ncia reinar!
O acento de luxo e re luxo na histó ria humana ondula desde a idı́lica
Gré cia antiga até uma ê nfase da Idade Mé dia no pecado e no
sofrimento. O foco muda para a alegria de viver, para o mundo fı́sico e
de volta aos aspectos prá ticos da vida humana. Ultimamente o
movimento chegou ao humanismo cientı́ ico buscando resolver todos
os problemas humanos. Derivaçõ es da era espacial també m aumentam
o nı́vel de vida em outras á reas. Os humanos agora acreditam que
podem resolver todos os problemas humanos, atender a todas as
necessidades humanas. A induçã o atingiu a maioridade.

Televisão
Poucos argumentarã o que a televisã o nã o transformou nossa cultura.
Seu impacto é ó bvio na vida familiar, no lazer, na padronizaçã o do
discurso americano e em muitas outras á reas de nossas vidas. Mas sua
relevâ ncia para uma discussã o sobre induçã o é mais sutil.
O conteú do da televisã o dá aos espectadores uma falsa impressã o de
envolvimento pessoal em uma gama incrivelmente ampla de situaçõ es e
experiê ncias, fortalecendo o desejo de açã o e envolvimento na vida real.
Alé m disso, o ato fı́sico de assistir TV torna-se, em certo sentido, um
processo indutivo. Isso ocorre porque uma “imagem” de televisã o nada
mais é do que uma sé rie de pontos que piscam eletronicamente. A tela
nunca mostra uma imagem completa. Para “ver” uma imagem em uma
tela de televisã o, o olho humano deve receber o estı́mulo de alguns
pontos de luz a cada milissegundo. O olho transmite esses impulsos ao
cé rebro, que deve registrá -los, recordar os impulsos anteriorese prever
impulsos futuros para que a mente visualize a imagem. O cé rebro
precisa preencher ou recuperar 99,999% da imagem a qualquer
momento. Em essê ncia, o cé rebro está processando detalhes e
procedendo à s suas pró prias conclusõ es generalizadas. Assim, milhares
de horas assistindo TV todos os anos treinam nossos cé rebros no
processo indutivo, quer percebamos ou nã o.

Fatores diversos Muitos outros fatores variados adicionam combustı́vel


aos fogos da induçã o. Os contribuintes incluem: movimentos de
liberdade; movimentos trabalhistas e de reforma; cruzadas de
igualdade; movimentos de libertaçã o das mulheres; revoluçõ es juvenis;
é tica situacional; governo laissez-faire; direitos de negros, cinzas e gays,
juntamente com outros poderes minoritá rios variados; aumentando a
estima pelo senso comum, experiê ncia pessoal e envolvimento.
Talvez possamos entender melhor o pano de fundo da induçã o se
considerarmos també m um conceito relacionado, um io articulado
entrelaçado com a induçã o ao longo da histó ria. Esse io é autoridade.
Se você olhar para trá s em nosso resumo, verá que a histó ria da
induçã o é també m a histó ria da autoridade e das atitudes humanas em
relaçã o à autoridade.
Por exemplo, depois que a autoridade da Reforma foi transferida da
instituiçã o da igreja para o documento da Bı́blia. Com o tempo, a revolta
contra a autoridade documental tornou-se tã o intensa quanto a
rebeliã o anterior contra a autoridade institucional. A teologia liberal
moderna transferiu a autoridade para a experiê ncia viva. A crı́tica
bı́blica tendia a reduzir tanto a autoridade bı́blica que se tornou para
muitos apenas um “repositó rio de experiê ncia religiosa”. Assim, o
ministro de hoje muitas vezes prega para ouvintes para quem a Bı́blia
perdeu muito de sua antiga autoridade.
A deduçã o exerce um forte senso de autoridade em seus ditames
preposicionais. Pelo contrá rio, a induçã o permite que um ouvinte
assuma uma medida de autoridade no processo de chegar a conclusõ es.
A deduçã o se baseia nas tradiçõ es e nas autoridades do passado. A
induçã o responde pelas pressõ es do presente.
Considerar essa conexã o entre induçã o e autoridade nã o apenas nos
dá uma visã o da histó ria, mas nos diz muito sobre nosso mundo hoje. A
autoridade (e a resposta humana a ela) continua a ser uma questã o
dominante nos ú ltimos anos do sé culo XX. A autoridade perdeu muito
de sua in luê ncia nas ú ltimas dé cadas. Em casa, famı́lia, governo, igreja,
credo, o peso da autoridade está caindo. Tradiçã o, poder, prestı́gio já
nã o ditam nem a crença nem o comportamento.
A culpa por este estado de coisas atual tem sido atribuı́da a uma
ampla gama de causas: Dr. Spock, delinquê ncia parental e juvenil, o
movimento antiguerra da era do Vietnã , educaçã o moderna,
materialismo, insensibilidade institucional, mı́dia de massa, opressã o
governamental, tramas e vá rios outros alvos populares da
contemporaneidadecrı́tica. Quaisquer que sejam as causas, a
autoridade perdeu muito de sua in luê ncia em nossa cultura.
Muitas vezes as pessoas parecem inconscientes de seu ceticismo
inato ou de sua atitude de “mostre-me” com sua dependê ncia das
provas indutivas da experiê ncia humana. Sua exigê ncia de
envolvimento tornou-se uma necessidade cultural à s vezes
inconsciente. Mas isso faz parte do impulso indutivo dentro de todos
nó s.
O tecido de hoje mostra a urdidura e a trama do tear de ontem; o
passado nos guiou até aqui. Mas nossas tendê ncias indutivas nã o sã o
apenas o resultado do caminho errante e voluntarioso da humanidade
atravé s da histó ria. Nossa natureza criativa inata, como um ô nibus
espacial, també m moldou padrõ es sutis em nossa estima, nosso senso
individual de aventura, nosso desejo de novidade, nossa busca
interminá vel de ser livre, irrestrito, verdadeiramente individual e
envolvido nos processos da vida.
Cada um de nó s que faz parte da cultura do sé culo XX percorre o
caminho da induçã o todos os dias. Todos nó s compartilhamos uma
necessidade criativa de estarmos envolvidos. Nasceu no Jardim e foi
incutido em nó s por milhares de anos de histó ria humana.
Entã o podemos esperar que nossas congregaçõ es se envolvam, ou
até mesmo escutem, se nossa pregaçã o ignorar essa caracterı́stica
crucial da natureza humana?
Parece imprová vel.
Podemos encontrar precedentes bı́blicos para apelar à nossa
natureza indutiva dada por Deus e historicamente nutrida e buscar
envolvimento com nossa pregaçã o?
Essa é a questã o que consideraremos nos pró ximos dois capı́tulos.
5 O Caminho de Deus?
A vida de um professor de seminá rio raramente exige confrontos
sé rios. E os raros estrondos de professor/aluno em meus vinte anos de
experiê ncia nunca atingiram proporçõ es de escala Richter. Entã o, iquei
surpreso em um semestre recente com as reaçõ es de um aluno no meu
curso de “Comunicaçã o do Pú lpito”. A medida que o semestre avançava,
percebi que a relutâ ncia estava se transformando lentamente em
ressentimento. Ele entrava tristemente na aula todos os dias, falava
apenas quando chamado e, mesmo assim, seus sentimentos de
descontentamento transpareciam.
Apesar de minha atençã o pessoal, conferê ncias particulares em meu
escritó rio e outras tentativas de comunicaçã o, eu simplesmente nã o
conseguia falar com esse jovem pregador. Ele nã o iria se abrir e admitir
o que o estava comendo – até seu exame inal, quando a verdade veio à
tona.
Ele escreveu em parte: “Pessoalmente, penso dedutivamente e a
maioria das grandes pregaçõ es que ouvi é dedutiva. Antes de descansar
qualquer con iança na pregaçã o indutiva, terei que testemunhar sua
e icá cia. Estou assumindo uma atitude de 'esperar para ver' em relaçã o
à pregaçã o indutiva.
“Fiquei angustiado porque o curso nã o se especializou em pregaçã o
expositiva, o tipo mais importante de pregaçã o. Fiquei muito
decepcionado e desiludido com o conteú do do curso. Fiquei muito
perturbado porque queria muito aprender a pregar sermõ es
expositivos convincentes.
“Raramente em minha experiê ncia educacional terminei uma aula
sem saber o que aprendi ou por que aprendi. Este curso me encheu de
uma sensaçã o de frustraçã o e decepçã o porque minhas expectativas
nã o foram cumpridas. Eu queria aprender a pregar a exposiçã o da
Bı́blia – agora e nunca classi iquei os sermõ es como indutivos ou
dedutivos. Fiquei mais decepcionado com a classediscussã o de induçã o
e deduçã o em vez de nos dar alguns bons esboços de sermõ es
expositivos da Bı́blia.”
Minha incapacidade de chegar até esse aluno me perturbou tanto
que decidi fazer mais uma tentativa. Dei-lhe o primeiro rascunho dos
capı́tulos um a quatro deste manuscrito e disse-lhe que o pagaria para
ler e reagir a ele. Mas quando ele devolveu o manuscrito ao meu
escritó rio, recusou qualquer pagamento. Ele nã o ofereceu nenhuma
resposta real ao que havia lido, e eu me senti relutante em pressionar
por sua reaçã o. Quando ele fechou a porta do meu escritó rio atrá s dele,
eu me senti mais frustrado do que antes com a nossa incapacidade de
nos comunicar.
O que mais me incomodou no exame inal desse jovem pregador foi a
implicaçã o clara, mas tá cita, de sua atitude: “O que o mundo precisa é
de autoridade, uma Bı́blia inerrante e pregadores com coragem
su iciente para pregar a verdade sem concessõ es”. Em sua mente, meu
apelo por compreensã o, consideraçã o e adaptaçã o aos ouvintes era um
compromisso – um abandono in iel do alto chamado de Deus para a
pregaçã o bı́blica e de confronto.
Ao considerar minha experiê ncia com esse aluno, percebi que muitos
leitores compartilhariam suas perguntas. Estou realmente defendendo
um compromisso covarde? Uma abordagem indutiva, adaptada à s
necessidades e interesses de nossos ouvintes, pode ser bı́blica?
Depois de muito cuidadoso e orante exame e reexame da Palavra de
Deus, escrevi este capı́tulo e o pró ximo, minha resposta a essas
perguntas.
Vamos começar abrindo nossas Bı́blias e começando onde a Palavra
de Deus começa. Preste atençã o para o elemento histó ria nas
Escrituras. Leia a lista lentamente: criaçã o, Eden, o primeiro homem,
mulher, o primeiro bebê , pecado, o primeiro assassinato, o Dilú vio, a
Torre, a Terra Prometida, fuga para o Egito, teste de fé , o plano do
homem para a promessa de Deus, o Aliança, loucura de Ló , Sodoma,
ilho da promessa, problemas familiares, gê meos, con lito, con lito e
fuga, escada em Betel, amor atrasado, luta com um anjo, irmã os em paz,
vendidos no Egito, fú ria de um amante desprezado, esquecido em
prisã o, entregue por um sonho, irmã os em apuros, festa ou fome,
pastores no Egito.
Todas essas histó rias e muito mais estã o incluı́das no primeiro livro
da Bı́blia. Muitos mais seguem à medida que continuamos mais
rapidamente atravé s do Antigo Testamento com os seguintes lembretes
amplos: bebê em uma cesta, babá de aluguel, tijolos sem palha, fuga
para trá s, a sarça ardente, as pragas, o Exodo, peregrinaçã o, a Lei, o
maná , o censo, as regras, o Taberná culo, a travessia do Jordã o, a posse
da terra, os juı́zes, os reis, o exı́lio, o retorno, os profetas.
As histó rias continuam à medida que nos voltamos para o Novo
Testamento, como essas manchetes nos lembram: voz no deserto,
Cordeiro de Deus, seguidores, vida quá drupla de Cristo, morte e
ressurreiçã o, ascensã o, Pentecostes,Os Atos, primeiro má rtir, apó stolo
dos gentios, viagens missioná rias, cartas à s igrejas, Apocalipse.
Ao considerarmos esta rá pida pesquisa, muitas outras histó rias
bı́blicas vê m à mente. Os rostos dessa multidã o incluem: Tamar, Miriã ,
Saulo, Ester, Naamã , Rute, Bate-Seba, Simeã o, Nicodemos, a mulher
junto ao poço, o jovem rico, Judas, Tomé , Demas, “Prisca”, Oné simo e
literalmente inú meros outros. . Quem poderia esgotar a lista de
histó rias nas Escrituras?
Isso levanta outras questõ es para aqueles de nó s que procuram
comunicar a Palavra de Deus ao nosso mundo hoje. Por que há tanta
narrativa na Bı́blia e tã o pouco em nossos sermõ es? O uso extensivo da
narraçã o por Deus, talvez o mais indutivo dos elementos
potencialmente indutivos, poderia dizer algo sobre a iloso ia bá sica de
comunicaçã o de Deus?
No Capı́tulo Trê s listamos uma variedade de outros ingredientes
indutivos comuns. Vamos fazer uma veri icaçã o rá pida das Escrituras
para eles.
As perguntas desempenham um papel contı́nuo em toda a Escritura –
desde a primeira pergunta de Deus: “Adã o, onde você está ? Por que
você se escondeu?” a esses muitos Salmos compostos de perguntas de
cortar o coraçã o com apelos desesperados por respostas: “Até quando,
ó Senhor, até quando? Você vai me esquecer para sempre? Quanto
tempo devo lutar? Até quando meu inimigo triunfará ? Por que você me
abandonou? A quem devo temer? Senhor, o que eu procuro? Onde está
Deus? Para onde posso fugir? Quando as fundaçõ es estã o sendo
destruı́das, o que podemos fazer? O que é o homem que você está
atento a ele? Quem pode habitar em seu santuá rio? Quem é Deus alé m
do Senhor?”
O pró prio Deus usa perguntas para combater as perguntas
acusadoras de Jó . E as perguntas dos profetas de Deus ecoaram pelas
colinas e planı́cies de Israel: “Por que você persiste em rebeliã o? Quais
sã o seus sacrifı́cios a Deus? O que você quer dizer com esmagar meu
povo e moer os rostos dos pobres? O que você vê ? Que defeito seus pais
acharam em mim? Onde está o Senhor? Onde estã o os deuses? Por que
você traz acusaçõ es contra mim? Tenho sido uma terra de grande
escuridã o? Por que meu povo diz: 'Somos livres para vagar'? Uma
donzela esquece suas jó ias? Por que você vai tanto, mudando seus
caminhos? Você voltaria agora para mim? Por quanto tempo você vai
abrigar pensamentos perversos? Senhor, você destruirá completamente
Israel? O que o Senhor exige de você ? Eles nã o vã o voltar? Quem é
sá bio? Quem pode suportar? Quem nã o vai temer? Você é melhor do
que esses reinos? Como Jacob pode sobreviver? A terra nã o tremerá por
isso? Nã o destruirei os sá bios? O que é que você fez? O Espı́rito do
Senhor está irado? Ele faz essas coisas? Por que você agora chora alto -
você nã o tem rei? Seu conselheiro morreu? Quem pode resistir à sua
indignaçã o? Quanto tempo isso deve continuar? Quem despreza o dia
das pequenas coisas? Por que profanamos a aliança de nossos pais com
despreza o dia das pequenas coisas? Por que profanamos a aliança de
nossos pais com despreza o dia das pequenas coisas? Por que
profanamos a aliança de nossos pais comquebrar a fé uns com os
outros? Quem pode icar de pé quando ele aparece? O que ganhamos?”
Jesus silenciou seus questionadores nã o com defesas dogmá ticas e
hermé ticas, mas com perguntas: “De quem é esta imagem e inscriçã o? O
que você acha? O que Davi fez? O que Moisé s disse? Qual era vizinho?”
Ele exortou seus discı́pulos à verdade e ao compromisso usando
perguntas: “Quem você s dizem que eu sou? Pedro, você me ama? Mais
do que estes?”
O diálogo é outra ferramenta de induçã o. E, novamente, uma rá pida
leitura da Escritura nos mostra um livro repleto de diá logos entre o
homem e Deus, Sataná s e o homem, Sataná s e Deus e o homem e o
homem. A conversa é uma grande parte da histó ria maior de Deus.
Algumas das mensagens teoló gicas mais bá sicas da Bı́blia se tornam
memorá veis por meio de conversas gravadas. A queda do homem é
apresentada atravé s da conversa de Eva com a serpente. A questã o da
soberania de Deus em nenhum lugar é apresentada tã o gra icamente
como no argumento que Jó teve com ele. O ponto crucial do evangelho
talvez seja mais claramente expresso na discussã o entre Jesus e
Nicodemos. Repetidamente, Deus usa e registra o diá logo para
comunicar sua mensagem.
Não há necessidade de nos lembrarmos da atitude de Deus em relação
ao uso das parábolas do elemento indutivo . E no Capı́tulo Trê s
destacamos o uso extensivo da analogia por Deus. Muitos de seus
ensinamentos mais cruciais dependem de analogias como
relacionamentos pai- ilho, videiras e galhos, noiva e noivo, ovelhas e
pastores, edifı́cios e pedras angulares.
As imagens, que podem ser consideradas um subelemento da
analogia, merecem mençã o aqui enquanto pesquisamos na Bı́blia os
elementos indutivos. Apesar do fato de que a lı́ngua hebraica do Antigo
Testamento é limitada a cerca de duas mil palavras-raiz e dez mil
palavras de vocabulá rio (em comparaçã o com cem mil em grego e cerca
de um milhã o em nosso inglê s hoje), as imagens descritivas prosperam
no Antigo Testamento. Só o pequeno livro de Osé ias inclui mais de
quatrocentas imagens e iguras indutivas. Esse profeta poé tico se apoia
fortemente nas imagens de sua pró pria experiê ncia para expressar seu
soluço quase incoerente e ininterrupto.
Amos mergulha na escuridã o para perseguir o leã o rosnando
enquanto ele ró i um de seus cordeiros. Entã o ele faz uma analogia,
perguntando: “O Senhor rugiu de Siã o; quem pode senã o profecia?” ao
comparar sua experiê ncia pessoal com o cená rio nacional.
Essa imagem aná loga de Amó s na verdade incorpora outro daqueles
elementos indutivos potenciais mencionados no Capı́tulo Trê s — a
experiência comum. Dentro da estrutura da narrativa da Bı́blia –
histó rias da experiê ncia humana – existem inú meras outras referê ncias
à experiê ncia humana cotidiana. A Bı́blia confronta os leitores com
orealidade de toda experiê ncia humana bá sica e inescapá vel, desde as
funçõ es corporais até os impostos e a morte.
Uma abordagem indutiva pode ser bı́blica? Uma olhada nos
ingredientes crus das Escrituras parece indicar que pode. De fato, se
você excluir da Escritura os elementos da narrativa, perguntas,
diá logos, analogias e imagens, e referê ncias à experiê ncia humana
comum, você reduziria a Sagrada Escritura a alguns fragmentos
dispersos.
Mas, como dissemos no Capı́tulo Trê s , nã o é apenas a inclusã o de
ingredientes indutivos que de ine o processo indutivo; é o uso desses
ingredientes. Portanto, nã o devemos pular para a conclusã o de que a
induçã o é bı́blica ou que a Bı́blia é indutiva apenas porque os
ingredientes estã o lá . A pergunta mais importante é : “Como Deus usa
esses ingredientes?”
Deus nã o conta apenas uma histó ria para chamar nossa atençã o para
a parte principal de sua mensagem. Os elementos indutivos que
mencionamos nã o sã o apenas pequenos truques inteligentes lançados
na Bı́blia para disfarçar verdades sem graça; eles nã o sã o uma
cobertura de açú car para tornar a instruçã o mais palatá vel. Esses
ingredientes sã o centrais para toda a comunicaçã o de Deus para o
homem.
A narrativa carrega o peso do registro bı́blico do Jardim à Nova
Jerusalé m. A estrutura é a de uma histó ria, do primeiro ao ú ltimo. O
Antigo Testamento é uma histó ria que conduz à s histó rias do Evangelho
no Novo Testamento. Trama e contra-trama, subtrama e parê nteses —
histó rias e a histó ria carregam o registro da fé e da loucura humana na
corrente do tempo.
E claro que a Bı́blia inclui tratamentos dedutivos para a instruçã o dos
crentes. Mas quaisquer ensaios de doutrinas, palavras de sabedoria ou
tratados teoló gicos sã o apresentados em meio a uma multidã o de
pessoas e suas experiê ncias.
Onde você procuraria na Bı́blia para encontrar um discurso abstrato
sobre o fracasso? Nã o há nenhum. No entanto, desde o Jardim
abandonado de Adã o até aqueles deixados fora dos muros da cidade em
Apocalipse 22, um estudo de caso apó s o outro ilustra o fracasso
humano e o evangelho da segunda chance de Deus. Veja o tema do
fracasso em Caim, Noé , Abrã o, Jacó , Esaú , Sansã o, Davi, Salomã o, os
profetas, Judas, Pedro, Joã o Marcos e muitos outros.
Bá sico para toda revelaçã o bı́blica vem a importâ ncia declarada ou
implı́cita da experiê ncia, aprender com a experiê ncia e ensinar pela
experiê ncia. De fato, a experiê ncia humana – pessoas reais, instâ ncias
especı́ icas e concretas – forma a estrutura central da Bı́blia. Quã o
diferente isso é da maioria dos sermõ es de hoje.
Os pregadores tomam nota e usam os detalhes indutivos de Deus em
seu estudo e preparaçã o para tirar suas conclusõ es. Mas no domingo de
manhã eles geralmente começam com as conclusõ es que levaram a
semana todaalcançar. E essas conclusõ es tornam-se as bases (e muito
facilmente o taco de beisebol) para incutir dogma e doutrina nos
ouvintes. Assim, a pregaçã o muitas vezes se torna didá tica, dogmá tica e
dedutiva, pois os pregadores compartilham os resultados de suas
pesquisas, mas nã o o processo.
O mé todo de comunicaçã o de Deus é completamente diferente. Ele
nã o começa sua mensagem bı́blica dizendo: “Vou provar minha
idelidade amorosa apresentando ao mundo um meio de salvaçã o do
pecado e da morte”. Em vez disso, Deus começa relatando seus atos
especı́ icos na histó ria e tenta sustentar sua intensidade em um escopo
cada vez maior. A mensagem se desdobra atravé s de cinco eventos
histó ricos do Antigo Testamento que sã o bá sicos para a fé : o chamado
dos patriarcas, o ê xodo do Egito, a Aliança do Sinai, a promessa de
Canaã cumprida e o estabelecimento de um reino. Trê s eventos do Novo
Testamento formam a base para a nova aliança: a vida e os
ensinamentos de Jesus, sua morte e sua ressurreiçã o.
Mas Deus nã o começa com a resposta. Geralmente na Bı́blia o
concreto vem antes do abstrato, os particulares antes do geral, os dados
antes da regra. Embora alguns decretos e dogmas possam ser
encontrados nas Escrituras, eles tendem a seguir experiê ncias,
exemplos e casos de maneira indutiva, em vez de precedê -los de
maneira dedutiva e autoritá ria.
A estrutura e os princı́pios indutivos abundam nas Escrituras:
observaçã o antes do raciocı́nio, fatos antes dos princı́pios, evidê ncia
antes da conclusã o, movimento do familiar para o desconhecido, uso da
sugestã o sem fazer inferê ncias, progressã o cuidadosa e gradual de um
está gio para outro.
Deus ensina duas maneiras: por revelaçã o e por razã o. Ele combina a
mais alta autoridade e a maior liberdade de investigaçã o. Ele revela a si
mesmo e sua verdade gradualmente. Progressivamente, ele mostra à
humanidade sua vontade e seu caminho. Ele prepara o caminho; ele
espera a prontidã o humana.
Ele raciocina com suas criaturas de raciocı́nio lento a partir dos
detalhes de nossa experiê ncia. Devemos aprender com os exemplos dos
outros. Modelos bons e maus des ilam diante de nó s enquanto os
apelos razoá veis de Deus constroem razõ es mais fortes para nossa
obediê ncia.
Apó s a cena do Jardim do Eden, o raciocı́nio de Deus se desenrola
como um tapete na narrativa da histó ria humana. Comandos,
a irmaçõ es e decretos misturam-se suavemente no formato narrativo
da Bı́blia.
Os propó sitos de Deus sã o alcançados nã o por autoridade dogmá tica,
mas por induçã o, como os humanos aprendem com a experiê ncia dos
outros. O mé todo preferido de ensino de Deus é pela graça e nã o por
decreto. Seu mé todo indutivo constró i em direçã o à verdade a partir do
ensino indireto de fatos. Seu estilo habitual nã o é dogmá tico, mas
indireto. Ele é projetado parafornecer um processo de disciplina moral,
nã o um reservató rio de respostas teoló gicas fá ceis de credos.
Nã o só encontramos induçã o na estrutura geral da Bı́blia; pode ser
visto em livros individuais. Na verdade, meu colega, Dr. John Oswalt, um
estudioso da Bı́blia, diz que Prové rbios é o ú nico livro dedutivo da
Bı́blia. E a exceçã o, pois seus amplos princı́pios gerais permanecem
como decretos universais, nã o como respostas a instâ ncias particulares.
Todos os outros sessenta e cinco livros, insiste Oswalt, devem ser
identi icados como indutivos em abordagem, sotaque e/ou formato.
Mesmo os escritos de Paulo e as outras epı́stolas sã o indutivos, pois
seus princı́pios gerais sã o uma resposta a situaçõ es e experiê ncias
particulares. A doutrina do livro de Romanos, por exemplo, relaciona-se
diretamente com o povo de Roma, com sua formaçã o, cultura e histó ria.
O ensino em Tessalonicenses sobre a esperança da Segunda Vinda é
uma resposta à s di iculdades especı́ icas que eles estavam sofrendo na
é poca.
Outros livros da Bı́blia demonstram mais claramente seu formato
indutivo. Por exemplo, o Evangelho de Mateus é construı́do com oito
partes narrativas como segmentos artı́sticos com estrutura semelhante.
Para ins de aná lise, podemos dizer que o primeiro relato do Evangelho
equivaleria a um sermã o de duas horas e meia com suas 23.684
palavras na Versã o Autorizada.
Essas oito seçõ es da narrativa dã o a vida e o ministé rio de Jesus.
Cinco dessas porçõ es da histó ria precedem segmentos didá ticos de
seus ensinamentos que se originam e sã o baseados na narrativa de sua
vida encarnada. Os conceitos luem dos processos indutivos da vida.
O Dicionário de Intérpretes da Bíblia (Volume 3, pá gina 304) descreve
essas seçõ es alternadas de Mateus com a seguinte combinaçã o:
I Narrativa da Infâ ncia - capı́tulos 1 , 2
II Discipulado - capı́tulos 3 - 7
A. Inı́cio narrativo do ministé rio de Jesus – capı́tulos 3 , 4
B. Discurso—Sermã o da Montanha — capı́tulos 5—7
III Apostolado - capı́tulos 8 - 10
A. Narrativa—ministé rio de cura e ensino de Jesus—8:1—9:34
B. Discurso—missã o dos discı́pulos de Jesus—9:35—10:42
IV Revelaçã o Oculta—11:1—13:52
A. Narrativa — crescente oposiçã o a Jesus — capı́tulos 11 , 12
B. Discurso—ensino oculto de oito pará bolas—13:1-52 (narrativa) V A
Igreja—13:53—18:35
A. Narrativa—Messias e sofrimento—13:53—17:23
B. Discurso—administraçã o da igreja—17:24—18:35 (narrativa) VI O
Julgamento—capı́tulos 19—25
A. Narrativa—contrové rsias em Jerusalé m—capı́tulos 19—22
B. Discurso – crı́tica de escribas e fariseus – capı́tulo 23 Doutrina da
parousia – capı́tulos 24, 25 (trê s pará bolas e narrativa de julgamento)
VII A narrativa da Paixã o—capı́tulos 26, 27
VIII A narrativa da ressurreiçã o – capı́tulo 28
Esse arranjo lista dezenove dos vinte e oito capı́tulos de Mateus
como narrativa, e a maioria dos capı́tulos de discurso restantes inclui
muitos elementos da histó ria.
O livro de Marcos é o relato de um menino do evangelho com muita
narrativa, experiê ncia humana concreta e movimento rá pido. O
processo indutivo se desenrola no centro do palco.
Lucas ampli ica a experiê ncia vista pelos olhos de um mé dico.
Sentimentos e impacto emocional re letem a simpatia do autor e o
contato de Jesus com mulheres e crianças, doentes, de icientes e
marginalizados como sujeitos da compaixã o humana e divina.
O chamado quarto Evangelho teoló gico registrado por Joã o é visto
por alguns como abstrato, teó rico e quase sobrenatural. No entanto,
observe o elemento narrativo destacado ao assinalar os tı́tulos de seus
capı́tulos:
1. O Batista e outros seguem a luz 2. Bodas de Caná 3. Nicodemos
4. Mulher no poço
5. O homem curado no sá bado como testemunha 6. Alimentando os
5.000 pã es do cé u 7. Jesus na festa 8. Livre para ser apedrejado 9. O
cego curado 10. O redil e o Pastor 11. Lá zaro ressuscitado 12. A entrada
triunfal 13. Lava-pé s no cená culo e Ultima Ceia 14. Ultima vontade e
testamento 15. A videira e os ramos 16. O Consolador 17. A oraçã o do
sumo sacerdote 18. O jardim do Getsê mani 19. O julgamento e
cruci icaçã o de Jesus 20 . A ressurreiçã o
21. Pesque no café da manhã à beira
do lago
Neste quarto Evangelho Joã o apresenta evidê ncias indutivas para
alcançar seus objetivos. Quatorze sinais – seis palavras (os “eu sou” de
Jesus) e oito obras de Jesus – atestam o tema de Joã o como exemplos
representativos. Ele cita experiê ncias, casos, narrativas com acento
objetivo – veja, ouça, conheça, faça, diga – tudo isso para “você pode
acreditar”. Assim, ele procura alcançar uma autoridade tranquila,
invocando a vida como testemunha (Joã o 20:31). Seu mé todo é
fortemente indutivo. Ele visa o envolvimento humano.

Procuramos evidê ncias de induçã o na estrutura bá sica da Bı́blia e em


livros individuais. Mas e se olharmos ainda mais de perto – para os
pregadores e sermõ es nas Escrituras?
As pessoas na Bı́blia pregam. Alguns pregam bem. Se a natureza
humana permanece basicamente inalterada, entã o a Bı́blia nos oferece
uma mina de ouro inexplorada de conceitos para ajudar o pregador em
nossos dias. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento podem nos
fornecer estudos de caso em té cnicas de pregaçã o. Os profetas
pregaram e, de fato, muitos livros da Bı́blia foram pregados muito antes
de serem escritos.
No Novo Testamento, os escritores dos Evangelhos registram
sermõ es, palestras e experiê ncias. Apó stolos e autores de outros livros
do Novo Testamento registram suas mensagens em um estilo de
pregaçã o oral. Mesmo as treze cartas de Paulo podem ser analisadas de
maneira ú til como sermõ es enviados para serem lidos à s vá rias
congregaçõ es.
Ver o mé todo, o estilo, os apelos e os conceitos empregados na Bı́blia
devem ajudar a pregaçã o contemporâ nea. Quais sã o os princı́pios
perdidos? De onde vieram as mudanças? O que os primeiros
pregadores sabiam sobre a pregaçã o que perdemos na confusã o?
Nó s tendemos a olhar para homens e mulheres na Bı́blia de forma
devocional e nã o realista. Nó s os glamourizamos como santos sem
aprender suas té cnicas ou princı́pios.
Os livros de homilé tica tendem a ignorar os profetas e pregadores de
ambos os Testamentos. Nossos sermõ es seguem padrõ es retó ricos
gregos em vez de modelos bı́blicos.
O livro de Eclesiastes, as palavras registradas de algué m chamado de
“pregador”, destaca-se como exemplo de induçã o por eliminaçã o. Um
professor universitá rio de Bı́blia me disse que exorta os alunos a nunca
lerem o livro, a menos que leiam tudo. “Isso leva ao suicı́dio”, diz ele.
Os detalhes sã o reunidos para ilustrar a “vaidade e loucura da vida”
até “o im do assunto” quando “tudo tiver sido ouvido”. Entã o, com o
estalo de seu chicote, o escritor de Eclesiastes usa apenas os dois
versı́culos inais para extrair o conceito inal, resumi-lo e aplicar sua
proposiçã o à vida. Quã o diferente do conselho e da estrutura homilé tica
tradicional.
A referê ncia à experiê ncia e o uso de trinta perguntas no livro
envolvem os ouvintes neste sermã o da vida real. Embora ele comece
com um texto nos dois primeiros versı́culos, o pregador atrai os
ouvintes para o drama da vida por sua cobertura geral da experiê ncia
humana desde o nascimento até o sepultamento, do ú tero aos vermes.
Ele aconselha por meio de alguns ditos dispersos, mas sua pregaçã o
principal é encapsulada na conclusã o de trinta e uma palavras deste
sermã o de quarenta minutos.

ESBOÇO DO ECLESIASTES
Veja vaidade e loucura.
Onde está o signi icado?
nã o em sabedoria nã o em retirada nã o em choro nã o em vinho nã o em vento (14
vezes) nã o em obras nã o em palavras nã o em adoraçã o sem obediê ncia nã o em
maldade nã o em armas de guerra nã o por escrito.
Mas caminhe na vertical.
Conclusã o (12.13, 14): Tema a Deus.
Mantenha seus comandos.
Todo o dever do homem Deus julgará – nada oculto.
O Livro de Malaquias, um sermã o de doze a quinze minutos de 1.782
palavras, é um modelo de pregador que busca a participaçã o indutiva
de seus ouvintes. “O mensageiro” os envolve com diá logos, discursos
diretos e mais de vinte e cinco perguntas para confrontar os ouvintes.
Ele faz repetidas referê ncias à histó ria como experiê ncia, estudos de
caso, vida pessoal e familiar, relacionamentos bá sicos,
responsabilidades contı́nuas, atividade corporativa e individual, fala e
açã o, crença e comportamento.
Amor inegá vel: o amor de Deus por Israel—1:1-5
Sacrifı́c ios inaceitá veis: ofertas corruptas de sacerdotes corruptos—1:6-14
Obrigaçõ es nã o cumpridas: a negligê ncia dos sacerdotes com a Aliança – 2:1-9
Maridos falsos: repreensã o por idolatria e divó rcio — 2:10-16
Julgamento inesperado: a vinda do Senhor—2:17—3:6
Bê nçã o imensurá vel: a promessa de Deus se os dı́zimos chegarem – 3:7-12
A irmaçõ es injusti icadas: cumprimento certo da justiça—3:13—4:3
Despedida inesquecı́vel: uma advertê ncia, uma promessa, uma ameaça – 4:4-6
Consideraremos os exemplos de Jesus nos pró ximos capı́tulos, mas
muitos outros sermõ es famosos na Bı́blia també m podem servir como
modelos indutivos. O sermã o de Estê vã o a seus carrascos é uma obra-
prima deinduçã o. O discurso de Paulo em Mars Hill e seu testemunho
perante os judeus em Atos 22 e o rei Agripa no capı́tulo 26 també m
mostram o uso há bil do processo indutivo.
A abordagem indutiva da pregaçã o pode ser verdadeiramente
bı́blica?
Os pregadores da Bı́blia e a pró pria estrutura da Bı́blia e seus livros
dizem que sim. De fato, cada um dos 2.930 personagens diferentes nas
Escrituras grita uma mensagem. Cada um é um monumento a uma ideia
principal: podemos aprender com a experiê ncia.
A histó ria divina vem envolta na histó ria humana. Até a Encarnaçã o é
indutiva. A Palavra se torna carne e habita entre nó s (Joã o 1:14), para
que possamos ver, para que possamos ouvir, para que possamos
conhecer.
Parece que o processo indutivo é o principal mé todo de instruçã o de
Deus. Ele parece estar dizendo em sua Palavra: “Pare, olhe, ouça e viva.
Entã o você pode ouvir a Palavra do Senhor.”
Quando Deus quis entregar uma mensagem, ele nã o deixou cair das
nuvens um conjunto de vinte e quatro volumes de obras teoló gicas. Ele
contou uma histó ria. Talvez devê ssemos aprender algo sobre nossa
pregaçã o com o estilo de comunicaçã o de Deus.
A pregaçã o indutiva pode ser verdadeiramente bı́blica?
Se quisermos ser verdadeiramente bı́blicos, talvez nã o haja maneira
melhor.
6 Modelo Mestre
Certo dia, um amigo pastor e eu discutimos sobre uma abordagem
indutiva para a pregaçã o. Compartilhei alguns dos conceitos bá sicos
que planejei incluir neste livro. Depois que conversamos, sem que eu
soubesse, ele decidiu tentar um sermã o indutivo em sua congregaçã o
rural.
No meio de uma sé rie de sermõ es sobre o Evangelho de Mateus, ele
mudou para uma abordagem indutiva em uma manhã de domingo sem
dizer nada a ningué m sobre seu experimento. Porque ele queria dar
uma chance justa ao teste, e porque ele també m é um purista, ele
pregou um sermã o que era, em suas palavras, “pura induçã o sem liga,
sem mistura ou interrupçã o do começo ao im”.
Na vez seguinte em que conversamos, ele me relatou os resultados
com uma mistura de excitaçã o e consternaçã o. “Isso quase arruinou
meu dia”, disse ele. “As luzes começaram a se acender em toda a
congregaçã o. Você podia ver o interesse e o envolvimento crescerem à
medida que os agricultores começaram a obter insights - uma nova
compreensã o, uma nova consciê ncia. Eles começaram a se inclinar para
frente, e você quase podia ouvir as reaçõ es mostrando em seus rostos
normalmente estó icos. — Entã o foi isso que Jesus quis dizer. 'Ah, sim,
isso tem a ver com...' 'Eu sempre me perguntei sobre isso...'
“Foi como se os espectadores tivessem saı́do das arquibancadas e
entrado na arena”, relatou o pastor. “Mas iquei tã o intrigado com a
reaçã o deles que simplesmente nã o consegui me concentrar no meu
sermã o.”
No domingo seguinte, ele voltou à sua abordagem dedutiva familiar
para que pudesse se concentrar em ensinar seu povo. “Há tanta coisa
sobre a Bı́blia que eles nã o sabem”, ele raciocinou.
Conto esta histó ria aqui porque é um exemplo do que acho que
poderia acontecer em milhares de congregaçõ es se os ministros
experimentassem sermõ es de estilo indutivo. Mas també m conto essa
experiê ncia por causa do raciocı́nio de meu amigo para manter seu
velho há bito dedutivo.

“Há tanta coisa sobre a Bı́blia que eles nã o sabem” é uma
preocupaçã o que mais ministros fariam bem em abraçar. A Palavra de
Deus conté m a resposta para todos os problemas que nosso povo está
enfrentando em nosso tumultuado mundo do sé culo XX. E muito
poucos pregadores hoje con iam na força dessa Palavra para enriquecer
seus ministé rios e capacitar sua pregaçã o.
E, no entanto, estou convencido de que a Bı́blia també m oferece
soluçõ es para os problemas da pregaçã o do sé culo XX, bem como para
os problemas cotidianos de nosso povo. E quando insistimos no estilo
evangé lico tradicional de deduçã o como nosso principal canal de
transmissã o da Palavra de Deus para nosso povo que nã o a conhece,
acho que nó s, pregadores, mostramos que há muito sobre a Bı́blia que
també m nã o sabemos.
Por que os pregadores sã o tã o lentos para veri icar as fontes
primá rias em busca de exemplos do ofı́cio? No ú ltimo capı́tulo izemos
uma rá pida visã o geral do estilo de comunicaçã o de Deus na Bı́blia. Que
dizer do exemplo de seu Filho? Por que Jesus é tã o raramente listado no
ı́ndice dos livros de pregaçã o? Por que usamos a vida e as palavras de
Cristo como tijolos e argamassa para construir nossa teologia, nossos
sistemas de é tica, nossas teorias de iloso ia e depois negligenciamos o
estudo de seu mé todo e conceitos de pregaçã o? Provavelmente porque
Jesus nã o se encaixa em nosso molde homilé tico tradicional.
No entanto, visto que as palavras de Jesus compreendem
aproximadamente 20 por cento de todo o Novo Testamento (36.450 do
total de 181.253 palavras), devemos ser capazes de aprender algo
sobre seu estilo de falar examinando atentamente suas palavras
registradas. E visto que o Filho de Deus é o exemplo supremo de tudo
que é cristã o, parece razoá vel que seu exemplo tenha um certo impacto
na pregaçã o cristã hoje.
A Mensagem de Jesus Vamos começar com os sermõ es de Jesus. O que
ele fala?
Vez apó s vez, Jesus tropeça nos bancos de memó ria de seus ouvintes.
Ele desperta interesse e envolvimento com apelos constantes aos
desejos, necessidades e experiê ncias humanas universais. Seus sermõ es
nã o sã o exercı́cios acadê micos de arregimentaçã o intelectual nem
meros conselhos é ticos. Ele mergulha na vida. Ele extravasa
sentimentos. Ele sonda os relacionamentos mais profundos de seus
ouvintes. A vida e a experiê ncia — a vida e a experiê ncia normais,
saudá veis, comuns — parecem dominar suas conversas com o povo.
Observe a amplitude e relevâ ncia nesta lista parcial de seus assuntos.

Adulté rio, raiva, ansiedade, avareza, morte, dı́vidas, dú vidas,


eternidade, fé , jejum, culpa, doaçã o, ganâ ncia, honestidade, hipocrisia,
alegria, bondade, conhecimento, lei, legalismo, vida, luxú ria, casamento,
dinheiro, juramentos, paternidade, oraçã o, ingimento, respeito,
responsabilidade, recompensa, governantes, sexo, calú nia, discurso,
mordomia, impostos, con iança, crueldade, virtude, sabedoria, zelo.

Apenas ler esta lista de assuntos de nossos pú lpitos, sem dú vida,
criaria um alvoroço em nossos santuá rios no pró ximo domingo. Uma
sé rie de sermõ es baseados em uma amostra de tó picos da lista de alvos
de Jesus provavelmente faria mais do que trê s xı́caras de café da hora
da comunhã o para manter nossos diá conos cochilando acordados e
ouvindo. Mas nã o é apenas o tratamento de Jesus a tó picos relevantes
que manté m as multidõ es voltando para mais.
Podemos chamar Jesus de Mestre Contador de Histó rias. Ele nã o
pregaria sem uma histó ria, e a maioria delas eram parábolas. O Novo
Testamento registra de trinta e trê s a setenta e sete pará bolas de Jesus,
dependendo da sua de iniçã o. Ele nã o os usa meramente como
provocaçõ es, apresentaçõ es leves para fazer seus ouvintes ouvirem o
que ele realmente quer dizer. Eles sã o muitas vezes a expressã o
primá ria de sua mensagem.
As pequenas histó rias de Jesus estã o ligadas a ideias muito grandes.
A histó ria do bom samaritano forma um sermã o sobre compaixã o. O
ilho pró digo ensina o perdã o. A pará bola dos talentos nos instrui sobre
a responsabilidade pessoal. Quando Jesus pregava, a narrativa
carregava muito do peso de sua mensagem.
A analogia é outra té cnica favorita na fala de Jesus. Ele fala sobre luz
e sal, casas sobre pedra e areia, pastores e ovelhas, jugos e fardos, á gua
viva, chefes e servos, patrõ es e empregados, vinhas, vinhas, ramos e
portas. E dentro dessas e muitas outras analogias Jesus compara e
contrasta imagens familiares: construtores sá bios e insensatos e
virgens, ovelhas e cabras, luz e trevas, largos e estreitos, ricos e pobres,
jovens e anciã os.
Jesus repetidamente retorna seus ouvintes a experiê ncias comuns
por suas referê ncias: quarenta e nove vezes para ovelhas, vinte e sete
vezes para semear, vinte e duas vezes para colher e colher e dez vezes
para imagens de á gua. Todos sã o partes cotidianas e cruciais da cultura
agrá ria em que ele viveu.
Termos familiares e concretos sã o os veı́culos de Jesus para
transmitir conceitos abstratos. Ele usa o lı́rio comum como uma liçã o
objetiva de con iança. Uma viga e uma lasca simbolizam falhas grandes
e pequenas. O conceito de serviço é representado por um copo de á gua.
As Escrituras registram 153 perguntas que Jesus faz a seus ouvintes.
E ele está em constante diá logo com as pessoas que se reú nem para
ouvi-lo. De fato, todos os ingredientes indutivos mencionados no
capı́tulo trê s — narrativa, pará bolas, analogia, diá logo, perguntas e
referê ncia à experiê ncia comum — sã o ingredientes comuns e
constantes na pregaçã o de Jesus.
Seu Sermã o da Montanha, de 2.320 palavras, serve como modelo
ideal para estudar o estilo de pregaçã o de Jesus. Neste sermã o, que
poderia ser pregado em cerca de vinte minutos e poderia ser intitulado
“A pessoa feliz e satisfeita”, Jesus sonda uma forte necessidade sentida
por seus ouvintes: “Como pode uma pessoa ser feliz ou satisfeita?” Ele
anda por aı́pergunta universal, extraindo exemplos como bem-
aventuranças e analogias – alguns sutis, outros abrangentes, mas todos
simples, comuns e poderosos em seu impacto.
A tradiçã o tende a ignorar o uso de elementos indutivos por Jesus no
Sermã o da Montanha. Muitas vezes lemos as bem-aventuranças como
decretos, decretos e pronunciamentos de autoridade. Um olhar mais
atento indicaria que Jesus nã o os libertou dessa maneira.
Em vez disso, ele faz dezenove perguntas neste sermã o, dando-lhe
uma sensaçã o geral de diá logo e envolvimento por parte do povo. E
todo o sermã o está repleto de analogias e referê ncias a experiê ncias
com as quais as pessoas podem se identi icar facilmente. Dividido e
analisado, o sermã o mostra isso:
I Analogias—5:3-16
Pobres, enlutados, mansos, misericordiosos, puros, paci icadores,
perseguidos, sal, luz na experiê ncia humana.
II Atitudes - 5:17-48
Justiça pró pria, ó dio, luxú ria, respeito, honestidade, vingança, amor,
doaçã o, oraçã o, jejum, ganâ ncia, ansiedade, julgamento, fé , escolha.
III Açõ es—6:1—7:23
Dê , ore, jejue, trabalhe, sirva, nã o se preocupe.
IV Alternativas—7:24-29
Portõ es, frutas, á rvores, fundaçõ es.
Palavras ………………………… 2.320 (18-20 minutos) Imagens, iguras, exemplos,
ilustraçõ es 348 ou 1/6⅔ palavras (Lobos, ovelhas, frutas, luz, rocha, areia,
tempestade, construçã o, etc. ) Comparaçõ es …………………… 142 ou 1/16 palavras
Verbos para energia, açã o ………… 404 ou 1/6 palavras Pronomes para esclarecer e
relacionar ……… 320 ou 1/7¼ palavras Pronome de segunda pessoa para franqueza
… 221 ou 1/10 palavras Tempo presente—relevâ ncia, realismo …… 65%
aproximadamente Tempo futuro …………………… 30% aproximadamente Tempo
passado ……………………… 5% (149 palavras KJV— não tradiçã o não autoridade)
Pontos de vista variados ……………… 42 aspectos diferentes da felicidade
Jesus nã o começa o Sermã o da Montanha com uma declaraçã o da
importâ ncia de ouvir suas palavras ou com uma ameaça para quem nã o
ouve. Ele nã o começa com sua conclusã o declarada, mas conduz seus
ouvintes com a razoabilidade de suas bem-aventuranças e analogias,
suas comparaçõ es e contrastes a um lugar de escolha. No inal do
sermã o, ele oferece a eles uma decisã o: prestar atençã o e ser sá bio ou
ignorar suas palavras e ser tolo. E uma vez que esse ponto de decisã o é
alcançado, Jesus permite que as pessoas tirem suas pró prias
conclusõ es.

Jesus, aqui no Monte e em outros ensinamentos, começa com o


conhecido, o concreto, o pessoal para guiar os ouvintes ao
desconhecido, ao abstrato e ao universal.
Repetidamente ao longo de seu ministé rio, ele usa o que é uma
sequê ncia ló gica indutiva e progressiva em seu ensino, que começa com
o simples e prossegue para o complexo. As etapas podem ser descritas
assim:
1. Apresente a ideia.
2. Explique — ilustre simplesmente.
3. Razã o – apelar para a mente.
4. Aplique — “vá e faça”.
“Venha”, “veja”, “ouça” ique na frente de “pense” ou até mesmo
“creia” quando Jesus prega. Some os ingredientes e a estrutura de suas
mensagens e a evidê ncia parece esmagadora. Jesus prega
indutivamente.
Com uma variedade quase in inita, ele levanta questõ es e envolve
ouvintes em suas mensagens. “Você conhece essa pará bola?” “Vá contar
a John o que você viu e ouviu.” “Como é essa geraçã o?” “Você vê essa
mulher?” “Quem é esse mordomo iel e sá bio?” “Foram esses galileus os
piores pecadores porque sofreram?” “Veja a igueira.” “Quem é maior,
quem se senta à mesa ou quem serve?” “Faltou alguma coisa quando te
mandei sair sem bolsa, alforje ou sapatos?” “Você s me procuram porque
comeram os pã es e se fartaram”.
Mas se você se lembrar do que falamos no Capı́tulo Dois , você se
lembrará de que a mensagem é apenas um terço do processo de
comunicaçã o. Se quisermos julgar com justiça a indutividade de Jesus,
precisamos examinar seu papel e atitude como orador e seu
relacionamento e o de sua mensagem para sua audiência.
Jesus e o Povo O Sermã o da Montanha diz muito sobre a compreensã o e
o relacionamento de Jesus com seu pú blico. Enquanto os fariseus e
outros lı́deres religiosos da é poca exigem que as pessoas venham até
eles, Jesus vai até as pessoas – tanto isicamente quanto
atitudinalmente por meio de sua mensagem.
Ele vai ao Monte com as massas. No entanto, ele tenta personalizar
seu sermã o. Alé m das perguntas que criam o diá logo no Sermã o da
Montanha, as palavras “você ” ou “seu” sã o declaradas ou implı́citas 221
vezes. Jesus fala diretamente ao seu pú blico.
Talvez tenha sido o estilo de Jesus de ir e falar com as pessoas que as
trouxeram para ouvi-lo. Os ouvintes de Jesus també m nã o pareciam
estar sentados em silê ncio no banco de trá s. O registro dos relatos
evangé licoscerca de 125 incidentes de Jesus se comunicando com
outros. E cerca de 54% desses encontros foram iniciados por seus
ouvintes.
E interessante que o Filho de Deus, que veio à terra para transmitir a
mensagem mais importante de todos os tempos, que tinha o canal mais
claro para Deus e a compreensã o mais profunda da mensagem, deixou
o pú blico determinar sua agenda de comunicaçã o mais da metade do
tempo. Em vez de se levantar e proclamar a mensagem que ele sabia
que as pessoas precisavam saber, ele respondeu à s perguntas, objeçõ es
e dú vidas de seu pú blico. Ele permitiu e congratulou-se com o seu
envolvimento desde o inı́cio.
Jesus sem instruçã o e seus doze iletrados viraram as cidades de
cabeça para baixo com sua pregaçã o. Lı́deres religiosos enredados em
sua antiga tradiçã o e notas de rodapé interminá veis nunca conseguiram
entender por que as pessoas comuns ouviam Jesus com tanta alegria.
“Onde ele conseguiu seu aprendizado?” eles perguntaram.
Grande parte de seu aprendizado relevante veio do tempo gasto
compartilhando e vivendo com as pessoas. Ele conhecia e respeitava as
pessoas comuns e sua experiê ncia. Ele os conheceu em seu pró prio
territó rio. Ele se relacionava com suas necessidades e interesses
pessoais.
Já ouvi alguns pregadores racionalizarem a falta de envolvimento e
receptividade de suas congregaçõ es com uma observaçã o martirizada:
“Os ouvintes de Jesus també m rejeitaram sua mensagem”.
Mas isso nã o é verdade. O tempo e a distâ ncia distorceram a histó ria.
O fato é que as pessoas comuns acorreram a Jesus com suas doenças,
suas dú vidas e angú stias. Os religiosos resistiram a ele.
Os pecadores comuns se aglomeraram ao redor dele. Cidades inteiras
esvaziaram-se à medida que a populaçã o luı́a para o deserto onde ele
estava pregando. As pessoas “boas” icaram ofendidas.
Os “pecadores” religiosos icaram angustiados, envergonhados,
ofendidos com Jesus. Acusaram Jesus de ser amigo de publicanos e
outros pecadores. Os menos so isticados se reuniram para ouvir suas
histó rias, suas pará bolas, seus sermõ es intrigantes.
E verdade que o jovem rico foi embora tristemente, mas a hostilidade
aberta veio de religiosos pro issionais. Resistê ncia, rebeliã o, rejeiçã o
vieram deles. E eles eram uma minoria muito pequena.
Podemos a irmar que as pessoas pecadoras foram ofendidas por
Jesus porque eram “pecadoras”. Mas se oferecermos isso como uma
defesa para nossa pró pria ofensividade, para a falta de resposta à nossa
mensagem “dada por Deus”, estamos perdendo a verdade do quadro
mais amplo. Volte dois mil anos e olhe novamente.
A grande maioria dos pecadores – a ralé , os incultos, os nã o
santi icados – se aglomeram para ouvir Jesus. Eles sobem em á rvores,
se esgueiram pela imprensa, clamam a ele sem medo ou
constrangimento.

A elite está enfurecida, os privilegiados estã o contra ele; os poucos


escolhidos protestam contra suas polı́ticas proletá rias. Os
religiosamente so isticados o desprezam. Mas as massas quase o
cercam em sua excitaçã o por ouvi-lo pregar.
Os pecadores vê m a ele. Os chamados santos querem que ele seja
dogmá tico, dedutivo, doutriná rio. Em vez disso, ele conta histó rias. Ele
relata pará bolas. Ele os manté m fascinados com comparaçõ es
enigmá ticas. Ele reserva seus decretos doutriná rios para os crentes e
qualquer dogmatismo para os religiosos.
Ele se relaciona com os pecadores como amigo e companheiro. Ele
vai a casamentos, funerais, festas para compartilhar com o povo. Seus
sermõ es começam onde estã o as multidõ es – na experiê ncia comum.
Ele pode pregar com con iança. Ele con ia que as pessoas aprendam
com a experiê ncia, com a induçã o, e nã o com os decretos. Ele conduz os
ouvintes à s suas pró prias conclusõ es, e à s dele. Ele nã o os leva a
concordar se eles escolhem ou nã o. Quando eles chegaram a
conclusõ es, proclamaram seu acordo, então ele proclama a aplicaçã o e
conseqü ê ncia desses conceitos. Sua mensagem é moldada para o
pú blico.

Jesus, o Pregador No Capı́tulo Dois , quando discutimos o orador como


um dos trê s elementos de comunicaçã o de Aristó teles, dissemos que a
atitude interior de servidã o de um pregador precisava ser re letida em
sua vida e em sua pregaçã o. Tal atitude posta em prá tica torna-se uma
mensagem indutiva por si só . Mostra ao invé s de dizer.
Jesus, o orador, é indutivo pela pró pria natureza de seu ser. A pró pria
Encarnaçã o é claramente uma ideia indutiva. Em vez de apenas dizer
que nos amava, Deus veio em forma humana para viver sua mensagem.
Paulo descreveu essa atitude e ato indutivo em Filipenses 2:5-8
quando disse:
Deixe que sua atitude para com a vida seja a do pró prio Cristo Jesus.
Pois ele, que sempre foi Deus por natureza, nã o se apegou a seus
privilé gios como igual a Deus, mas despojou-se de todas as vantagens
ao consentir em ser escravo por natureza e nascer homem. E, visto
claramente como ser humano, ele se humilhou vivendo uma vida de
total obediê ncia, até a morte, e a morte que ele morreu foi a morte de
um criminoso comum. (Phillips).
Jesus “se fez sem reputaçã o” (KJV). Seu ministé rio, quando você para
e pensa sobre isso, foi um procedimento muito indutivo. A identidade,
autoridade e propó sito de Jesus como o Filho de Deus (a mensagem
abstrata que ele veio entregar) é apenas gradualmente,
progressivamente revelado pelos atos e eventos de sua vida (as
ilustraçõ es concretas dessa mensagem).

Deus nã o começou seu grande sermã o de Encarnaçã o para o mundo


à espera soletrando sua tese. Ele nã o disse: “Isto é o que farei quando
enviar meu Filho ao mundo” e expô s os detalhes sobre manjedouras,
rejeiçã o e cruzes. Nã o, em vez disso, Deus permitiu que o concreto
viesse antes do abstrato. As especi icidades precederam a aplicaçã o
geral; a experiê ncia de vida precedeu a teoria de maneira
verdadeiramente indutiva.
Como ilustraçã o, considere a revelaçã o da autoridade de Jesus. Você
pode ver isso em qualquer um dos relatos dos Evangelhos, mas por uma
questã o de simplicidade e cronologia, vamos percorrer Marcos e ver
como a autoridade de Jesus como Deus (o impulso central e a
mensagem de sua vinda) é progressivamente revelada atravé s de suas
experiê ncias de vida. .
Ocasião Autoridade Revelada Referência em
Marca
Chamado de discı́pulos Para desenhar homens 1:16-20
Ensinar na sinagoga de Autoridade de ensino 1:21, 22
Cafarnaum
Expulsando demô nio Sobre o mundo espiritual 1:23-28
Curando a mã e da esposa de Sobre a doença 1:29-31
Simon
Acusaçã o de nã o jejuar Sobre alfâ ndega 2:18-20
Colhendo milho no sá bado Sobre o sá bado 2:23-28
Cura da “mã o mirrada” Sobre o sá bado 3:1-5
Escolhendo os doze Para escolher quem ele vai 3:13-21
Ensinar por meio de Para escolher o mé todo de ensino 4:1-34
pará bolas
Acalmando a tempestade Sobre a natureza 4:35-41
Criando a ilha de Jairo Sobre a morte 5:35-43
Enviando doze Delegar poder 6:7-13
Alimentando 5.000 Sobre as necessidades materiais 6:32-44
Mã os nã o lavadas Sobre as tradiçõ es 7:1-23
Abençoando crianças Autoridade parental 10:13-16
Montando potro Sobre o reino animal; autoridade de 11:1-11
ininterrupto propriedade
Templo de Puri icaçã o Autoridade sacerdotal 11:15-19
Discurso das Oliveiras Autoridade profé tica 13
A cruci icaçã o Sobre sua morte 15:24-41
A ressurreiçã o Sobre a sepultura 16:1-8
Grande Comissã o Sobre a evangelizaçã o mundial 16:15-18
A ascensã o Exaltaçã o a toda autoridade 16:19, 20
Jesus nã o tenta impressionar ningué m declarando sua autoridade ou
divindade. Ele deixa seu exemplo falar. Ele nã o conta; ele mostra seu
poder. A experiê ncia é a prova que ele apresenta para as pessoas ao seu
redor.

No entanto, Jesus nã o apenas reteve indutivamente sua autoridade


até que ela fosse provada em sua vida. Jesus, o orador, absteve-se de se
apoiar em sua pró pria autoridade quando pregou à s multidõ es. Já
vimos como ele citava instâ ncias humanas, referia-se à experiê ncia e à s
relaçõ es compartilhadas. Observamos seu uso de narrativas, pará bolas,
diá logos e perguntas em sua tentativa indutiva de evitar exortar seus
ouvintes como mais uma igura de autoridade da comunidade religiosa.
Alé m disso, Jesus nem mesmo se apoiou na autoridade tradicional. A
principal razã o pela qual a elite religiosa e educada resistiu e se
ressentiu da simples pregaçã o de Jesus foi porque ele nã o acreditou no
sistema deles. Ele nã o con iava em suas respeitadas notas de rodapé .
Ele nã o citou suas autoridades. Ele nã o descartou a experiê ncia comum
como irrelevante ou sem importâ ncia para a vida e o aprendizado.
Parece que Jesus reconheceu em sua pregaçã o o que Deus entendeu
quando sonhou o conceito de encarnaçã o: a experiê ncia carrega a
autoridade persuasiva que os seres humanos indutivos precisam para
compreender e acreditar na verdade. A pregaçã o encarnacional, seja no
primeiro ou no sé culo XXI, exige que a palavra se torne carne. E isso
acontece melhor quando a autoridade do orador e a verdade sã o
concretizadas para o pú blico com a prova da experiê ncia.
Alguns leitores podem estar pensando: “Sim, mas a Escritura nã o diz
'Jesus os ensinou com autoridade e nã o como os escribas!' ” Ele faz. No
entanto, estou convencido de que o que Mateus quis dizer com essa
observaçã o é que Jesus exalava autoridade real, nã o a marca arti icial
sustentada pela posiçã o, tradiçã o ou instituiçõ es dos lı́deres religiosos
de sua é poca. Mesmo quando Jesus citou as Escrituras com uma
postura de autoridade, ele o fez apenas para os orgulhosamente
religiosos que a irmavam aderir a ela e quando ele estava instruindo
aqueles que já acreditavam. Joã o cita Jesus dizendo: “Eu nã o falo por
minha pró pria autoridade”.
Um estudo completo de tudo o que Jesus disse no Novo Testamento
mostrará um padrã o de inido que deve ter implicaçõ es importantes
para nossa pregaçã o hoje. Jesus usou dois estilos distintos de
comunicaçã o, dependendo da situaçã o e do pú blico. Ele à s vezes usava
uma abordagem didá tica e dedutiva - mas apenas ao falar com seus
discı́pulos e outros crentes. Quando falava ao pú blico, à s multidõ es, sua
abordagem era sempre indireta e indutiva.
Por uma questã o de clareza, vamos distinguir entre esses dois estilos,
designando uma pregaçã o e outro ensinamento. Ao analisar os dois,
você encontra uma longa lista de diferenças interessantes.
Sua pregação é amplamente indutiva Seu ensino é amplamente dedutivo
1. Para “o povo”—os muitos 1. Para discı́pulos - os poucos
2. Demanda pequenos grupos de
2. Às vezes para crescimento; privado

multidões, público
3. Da vida - pará bola, experiê ncia, histó ria,
analogia, exemplos, Bı́blia 3. Da Escritura,
texto, base bíblica
4. Com base na experiência, a vida 4. Baseado na fé
bíblica
5. Relaciona-se principalmente 5. Relaciona-se
com ouvintes principalmente
com a verdade
6. Leva à fé, Bíblia, Deus 6. Baseia-se na fé
na Bíblia e em
Deus
7. Leva à crença e ao ensino 7. Prepara o crente
para pregar
indutivamente
8. Acentua os elementos 8. Elemento
narrativos
didático de
acentos
9. Os exemplos precedem o 9. Os exemplos
argumento
seguem o
argumento
10. Exemplos anteriores à fé 10. Exemplos
seguem
a irmações,
suposições
11. Precisa de vários exemplos 11. Um exemplo
pode ser su iciente
12. Pontos para probabilidade; razoá vel
12. Assume
acordo, fé, crença
13. Apoia-se no bom senso e na 13. Apoia-se na
vida
sequência lógica
formal
14. Começa com as perguntas dos ouvintes
14. Começa com
respostas,
soluções
15. Começa com o interesse dos ouvintes, 15. Começa com as conclusõ es do
depois leva a conclusõ es mú tuas orador, depois avança para a aplicaçã o
delas
16. Pode assumir a atençã o, interesse
16. Clamo por dos ouvintes

atenção e interesse
17. Busca um 17. Assume relacionamento e
fé comum
terreno comum e
relacionamento
18. Procura ganhar 18. Assume respeito e
respeito, autoridade autoridade
19. Leva à base de fé 19. Leva ao serviço e mais
pregação
e ensino
20. Principalmente 20. Principalmente educacional
evangelístico
21. Principalmente 21. Principalmente para os iéis
para os incrédulos,
jovens
22. Começa onde o 22. Começa onde o orador está - com fé

ouvinte está sem fé


23. Para estranhos, 23. Para pessoas de dentro,
crentes
não comprometidos
24. Mais descritivo 24. Mais exortativo

25. Publica anúncio 25. Empurra a irmações


26. Sem regras estritas - razoá vel
26. Acentos lógica,
ordem, sequência
27. Fornece analogias da história 27. Apoia-se em
ditames lógicos,
tradição
28. Segue as conclusõ es do orador,
28. Compara e contrasta a a irmaçõ es
experiência

29. Acentua o 29. Abstrações são comuns


concreto
30. Nenhuma 30. Assume uma postura
autoritária
autoridade, mas
vida, experiência
31. Não reforçado 31. Apoia-se em provas lógicas,
autoridade
com provas
32. Postura não- 32. Postura defensiva e
adversária adversária

33. Acento profético 33. Acento sacerdotal no status


quo
na mudança
34. Exige decisão 34. Assume o acordo

35. Não permite 35. Ensinar leva tempo


adiamento
36. O pregador nã o tarda
36. O professor
repete e persevera
37. O professor capacita os convertidos
37. O pregador ganha convertidos a servir
à fé

38. Prepara as 38. Equipa os crentes para


pregar indutivamente
pessoas para
receber
ensinamentos
39. Chamados à 39. Chamados ao crescimento,
maturidade
escolha, obediência
A pregaçã o e o ensino podem ser realizados lado a lado como em
Mateus 5:1, 2 e 7:28, 29. Mas depois Jesus faz uma distinçã o quando seu
ensino se torna secreto com pequenos grupos de crentes. Seu
ministé rio de ensino equipa seus seguidores para sua pregaçã o indutiva
individual, perpetuando assim o programa cristã o em uma sequê ncia
in inita – pregaçã o, ensino e serviço.
O estilo de pregaçã o de Jesus mostrado no grá ico anterior foi o que
ganhou a inimizade dos escribas e fariseus. A abordagem deles foi
exatamente o oposto:
Elas Ele
Preté rito Tempo presente
Teó rico Prá tico
Orientado institucionalmente Individualista
Explicado pela de iniçã o Explicado mostrando, fazendo
Con iou na tradiçã o Baseou-se em fatos presentes
Pensamento abstrato estressado Sentimentos internos estressados
Con iou na autoridade Con iou na experiê ncia
Impessoal Pessoal
Regras con iá veis Relacionamentos con iá veis
Pessoas governadas Pessoas respeitadas
Conjunto de conclusõ es Evidê ncia antes das conclusõ es
Programado para um padrã o de inido Individualista
Rı́gido Flexı́vel
Sotaque racionalista Sotaque relacional
Palavras acentuadas de outros Acentuou suas pró prias palavras e obras
Acho que nó s, como pregadores do sé culo XX, precisamos considerar
cuidadosamente as diferenças entre a pregaçã o de Jesus e seus
ensinamentos e entre a pregaçã o de Jesus e a dos lı́deres religiosos de
sua é poca. Devemos escolher nosso modelo de autoridade em nossa
pregaçã o – Jesus ou os escribas: o toque da experiê ncia ou o canto da
repetiçã o.
Para o escriba, a Boa Nova nã o parece boa nem nova, mais um có digo
decré pito de proibiçõ es do que um vigoroso hino de libertaçã o. O
escriba e sua tribo nã o anunciam, mas anunciam; nã o proclame, mas
declame; nã o incite, mas recite; nã o acende, mas apaga.
De quem é o exemplo que seguimos em nossa pregaçã o? Temos uma
escolha a fazer. Se Jesus, com toda a sua autoridade, escolheu pregar
indutivamente de maneira nã o adversá ria e nã o por decreto, a quem
devemos nos apegar?pronunciamentos autoritá rios e dedutivos? Vamos
considerar novamente seu exemplo como pregador.
Jesus nã o clama nem luta por seu lugar ao sol. Ele permite que suas
histó rias transmitam sua mensagem sem alarde ou declaraçõ es
pomposas quando prega para a populaçã o. Ele nã o declara com certeza
inquestioná vel tanto quanto compartilha, orienta e anda no caminho
com o povo. Ele pretende liderar em vez de dirigir. Ele acompanha mais
do que aborda. Ele aconselha em vez de confrontar, compelir ou
contender.
Ele con ia em suas histó rias para gentilmente pastorear o rebanho
em direçã o ao redil. Ele denuncia os lobos em peles de carneiro. Ele
ataca o mercená rio. Ele, o Pastor Gentil, adverte contra ladrõ es e
assaltantes. As ovelhas conhecem sua voz e suas maneiras suaves
enquanto ele as guia para uma vida segura e abundante.
Jesus con ia nas pessoas e no processo indutivo de aprender com a
experiê ncia, acentuando a vida comum, acolhendo as pessoas com
respeito, assumindo o papel de guia, amigo e con idente. Ele nã o é
nenhum autocrata, nenhum chefe pomposo, nenhum proclamador
orgulhoso de suas pró prias conclusõ es, nenhum declarador de decretos
pessoais sem a prova silenciosa da experiê ncia.
Jesus compartilha o processo com eles. Ele nunca empurra as
pessoas. Ele nã o empurra suas propostas. Ele gentilmente guia. Ele
instrui, ensina, treina.
Poderı́amos resumir tudo dizendo que Jesus respeita seus ouvintes
como se fossem criados à imagem de Deus. Podemos fazer menos? Se
Jesus é nosso exemplo, nã o deverı́amos també m con iar em seu mé todo
suave de induçã o?
Seus inimigos balançaram a cabeça com espanto e admitiram:
“Nunca homem algum falou como este homem”.
Talvez seja hora de tentarmos.
7 Web e Fluxo
Certa vez, vi um pregador começar seu sermã o representando o
carregamento de Deus em um “carrinho de mã o có smico”. Ele entã o o
empurrou para a borda do universo e sem cerimô nia chutou Deidade
para fora da plataforma e caiu no esquecimento com um chute rá pido.
Conheci outro pregador que teve uma ideia inovadora para chamar a
atençã o no inı́cio de seu sermã o em uma adormecida capela de
faculdade quacre. O plano era amarrar as pistolas de brinquedo do ilho
sob o paletó e surpreender a todos com algumas palhaçadas do Quick-
Draw McGraw, disparando as armas fumegantes sobre os alunos
atordoados.
“Você é um mentiroso”, outro ministro gritou ao subir ao pú lpito
numa manhã de domingo. Houve uma pausa dramá tica enquanto ele
esperava que seu bando pasmo saı́sse de debaixo dos bancos. Entã o ele
gritou novamente. "Você é um mentiroso!" Uma segunda vez ele fez
uma pausa antes de perguntar: “Isso soa como Jesus?” Outra pausa.
“Bem, isso é o que eu ouvi um membro desta igreja dizer um dia desta
semana.” E pelos pró ximos vinte minutos, enquanto ele pregava, a
mente de cada homem, mulher e criança no santuá rio repetiu os
eventos da semana anterior, tentando imaginar quem seu pastor havia
ouvido.
Em um domingo de Pá scoa, um pastor de uma pequena cidade do
condado colocou um banquinho de vaso sanitá rio American Standard
na capela-mor de sua igreja e “envasou” um lı́rio nele. A congregaçã o
chocada chamou o bispo, e o pastor arrependido foi levado para fora da
cidade em um trilho eclesiá stico - o sistema itinerante metodista
nomeado.
Billy Sunday quebrou cadeiras, vociferou e delirou contra John
Barleycorn, despiu-se para mostrar seus BVDs e deslizou para a
segunda base na capela-mor para ilustrar um ponto.
Um jovem e extravagante pastor estudante contou que dramatizou a
derrubada de uma sequoia gigante no meio de seu sermã o. Quando o
monstro caiu, ele relatou: “A congregaçã o se moveu nos bancos para
deixá -lo cair”.
Mas nã o há meios mais apropriados e menos ultrajantes do que esses
para envolver nossos ouvintes em nossos sermõ es?
O objetivo indescritı́vel do envolvimento inspirou muita criatividade
ao longo da histó ria da pregaçã o. E talvez nenhuma outra é poca tenha
apresentado tal desa io ao pregador que deseja obter e manter a
atençã o de seus ouvintes.
Já falamos anteriormente sobre as demandas e expectativas dos
ouvintes contemporâ neos. Eles querem começar onde está a açã o. Eles
sã o impacientes com a estrutura ponto a ponto. A televisã o e o cinema
os condicionaram à açã o dramá tica, ao conteú do concreto, à mensagem
comovente, ao movimento rá pido, ao interesse humano e à variedade
constante.
Pregadores de cem anos atrá s muitas vezes recebiam uma ou duas
horas para completar o processo ló gico de um sermã o. Mas o ouvinte
de hoje nã o vai icar de pé (ou sentar) para isso. Para aqueles
acostumados aos segmentos de dez a quinze minutos do negó cio de
radiodifusã o, um intervalo de tempo de vinte a trinta minutos sem
comerciais na manhã de domingo sobrecarrega a atençã o.
Para o ministro que enfrenta esses problemas, o tipo de acrobacias
dramá ticas, teatrais e de chamar a atençã o mencionadas acima pode
parecer terrivelmente tentadora; à s vezes, esses extremos podem
parecer a ú nica esperança de invadir a consciê ncia de uma
congregaçã o. Embora possam muito bem causar uma impressã o
duradoura, essas palhaçadas podem ofuscar a essê ncia do que deveria
ser comunicado. Apresentaçõ es chocantes podem servir para chamar a
atençã o, mas manter essa atençã o e, mais importante, manter a atençã o
focada na mensagem é uma questã o maior. A menos que você tenha um
circo de trê s picadeiros alinhado para ilustrar seus trê s pontos
principais, o teatro raramente levará um sermã o inteiro. Eles sã o mais
propensos a ser mero lash em uma panela introdutó ria.
Como as grandes introduçõ es espalhafatosas, a induçã o visa a
atençã o de nossos ouvintes. Mas espera fazer mais do que sacudir os
santos de seu sono para que o pregador possa falar com eles por alguns
minutos. Como já enfatizamos vá rias vezes, o objetivo da induçã o nã o é
apenas chamar a atençã o, mas mantê -la de tal forma que as pessoas
participem do processo de pensamento do sermã o, permanecendo com
o pregador até que o pregador e as pessoas chegar à conclusã o do
sermã o juntos. A induçã o tenta transformar nossas congregaçõ es de
observadores em participantes.
Algumas pessoas tentaram comparar a pregaçã o indutiva a um
extensointroduçã o. Mas é realmente mais do que isso. A induçã o pode
ser tecida e compreende todo o sermã o indutivo – as partes e o todo.
Em um sermã o indutivo, do começo ao im, a atençã o e a
concordâ ncia do ouvinte sã o cortejadas pelo projeto – nã o exigidas por
decreto. Nã o podemos entender completamente a pregaçã o indutiva a
menos que entendamos esse design – a estrutura que torna um sermã o
indutivo.

Já discutimos extensivamente as caracterı́sticas da induçã o e muitas


das diferenças entre induçã o e deduçã o. Mas pode ser bom revisar
algumas dessas descobertas que impactam no design de um sermã o.
A pregaçã o indutiva começa com os detalhes — fatos, ilustraçõ es,
experiê ncias, exemplos; a deduçã o começa com a irmaçõ es, conclusõ es,
proposiçõ es, generalizaçõ es ou princı́pios. A induçã o constró i e faz
pontes alé m das particularidades com as quais começa. A deduçã o
de ine, delimita, diminui, disseca ou defende sua primeira premissa.
Exemplos indutivos precedem e levam a a irmaçõ es; exemplos
dedutivos seguem e reforçam as a irmaçõ es já feitas.
Em um formato indutivo, quaisquer proposiçõ es, a irmaçõ es,
declaraçõ es ou exortaçõ es seguem ou luem do material ilustrativo no
decorrer do processo do sermã o. Os sermõ es dedutivos começam com
as conclusõ es do pregador que sã o resultado da preparaçã o do sermã o
– conclusõ es oferecidas como dadas aos ouvintes que podem ou nã o
estar prontos para aceitá -las e prosseguir a partir daı́.
A diferença pode ser resumida desta forma. O pregador dedutivo
começa com verdades e depois se propõ e a prová -las. O pregador
indutivo procura ajudar os ouvintes a ver a verdade de tal forma que
estejam prontos para aceitar, concordar e responder a essa verdade no
inal do sermã o.
Mas como tudo isso afeta o negó cio prá tico de como um sermã o é
planejado ou delineado? Uma regra geral de esboços indutivos é esta:
um esboço indutivo normalmente começa com instâ ncias que servem
como evidê ncia cumulativa levando a quaisquer subdivisõ es. Isso
contrasta com um esboço dedutivo que começa com pontos ou divisõ es
seguidos de exemplos e evidê ncias.
Em seu livro Preparando para Plataforma e Púlpito (Nashville:
Abingdon Press, 1968), John E. Baird oferece um exemplo de esboço
indutivo. E apresentado aqui ao lado de uma estrutura dedutiva tı́pica.

INDUTIVO DEDUTIVO
Ilustraçã o I. Introduçã o
Estatisticas II. Ideia central
Cabeça principal A Cabeça principal A
Corpo Ilustraçã o Estatisticas Corpo
Instâ ncia Ilustraçã o
Instâ ncia Cabeça principal B
Cabeça principal B Instâ ncia
cotaçã o Instâ ncia
Instâ ncia Ilustraçã o
Subtı́tulo 1 Cabeça principal C
Ilustraçã o Subtı́tulo 1
Subtı́tulo 2 Ilustraçã o
Cabeça principal C Subtı́tulo 2
Ideia central III. Conclusã o
Como você pode ver, a diferença mais ó bvia entre esses contornos é a
ordem das ilustraçõ es em relaçã o à s principais cabeças que suportam.
Mas há mais diferenças també m.
Uma introduçã o separada do sermã o muitas vezes é desnecessá ria
quando a estrutura indutiva começa com material ilustrativo concreto.
A instâ ncia inicial cumpre as funçõ es de introduçã o e també m reforça a
evidê ncia cumulativa no processo indutivo.
Uma conclusã o separada geralmente nã o é necessá ria se o arranjo
indutivo levar a uma ideia central ou ponto bá sico do sermã o. Por
exemplo, o movimento indutivo simples consiste em ilustraçõ es que
levam ao ponto central ou ideia conclusiva desta maneira:
Ilustraçã o A Ilustraçã o B
Ilustraçã o C
Portanto: Ideia Central e Conclusã o
As partes tradicionais do sermã o, portanto, tendem a se fundir em
uma unidade holı́stica em qualquer arranjo indutivo. Um sermã o que se
move indutivamente manté m o interesse e envolve o ouvinte, mas pode
nã o ter pontos mais do que uma narrativa, uma histó ria, uma pará bola
ou mesmo uma piada tem pontos. Isso nã o signi ica que o pregador
prega sem um ponto, no entanto. (Temo que já haja pregaçõ es inú teis
su icientes; nã o é isso que estamos defendendo aqui.) Todo sermã o
indutivo precisa de um ponto; é a disciplina dessa idé ia, esse ponto que
dá foco à preparaçã o de um sermã o, sua entrega e sua esperada
recepçã o. O objetivo de um sermã o indutivo é o lugar que queremos
que nossos ouvintes cheguem na conclusã o de nosso sermã o.
Durante anos, ao tentar explicar essas ideias sobre induçã o aos meus
alunos, usei a imagem de um redemoinho para tentar atravessar oidé ia
de um sermã o atraindo ouvintes para nossa conclusã o. Muitas vezes,
quando discutimos esse ponto em aula, desenho uma ilustraçã o simples
para retratar a ideia visualmente.

O ponto de partida de qualquer sermã o indutivo, “Terra Comum”


neste diagrama, pode ser uma experiê ncia relacionada à vida, um
problema, uma pergunta, uma necessidade, um con lito ou algum outro
ponto de tensã o. eles, por meio de qualquer nú mero ou combinaçã o de
ingredientes indutivos, na conclusã o que é o foco baseado nas
escrituras de todo o sermã o.
O movimento de especi icidade para o geral, evidê ncia que leva à
conclusã o que enfatizamos aqui é o princı́pio mais bá sico por trá s da
estrutura indutiva. Mas há vá rios tipos de induçã o (també m podem ser
chamados de argumentos indutivos, processos de pensamento
indutivos) que podem ser usados para um sermã o indutivo. Cada um
desses tipos de induçã o pode atingir o objetivo do sermã o indutivo de
envolvimento congregacional – de atrair as pessoas para nossa
conclusã o. Todos eles atendem aos requisitos e exempli icam as
caracterı́sticas da induçã o que discutimos ao longo deste livro. E todos
eles se encaixam no padrã o bá sico do redemoinho mencionado aqui.

Para sua ajuda na compreensã o das possı́veis estruturas de um


sermã o indutivo, detalharemos oito tipos de induçã o neste capı́tulo e
no pró ximo com esboços, grá icos e comentá rios.
1. Enumeração. Este pode ser o tipo de induçã o mais simples
(certamente é o mais direto). O movimento indutivo do redemoinho
ganha impulso à medida que uma seleçã o de exemplos representativos
se complementam até chegarem à conclusã o. As vezes, pode haver
conclusõ es provisó rias ou parciais entre os exemplos. Mas eles també m
levam gradualmente à conclusã o do sermã o.
Um esboço e grá ico de um sermã o usando esse tipo de induçã o
icaria assim.
CONTORNO
A. Exemplo relevante relacionado à vida C. Exemplo Conclusã o provisó ria
Conclusã o provisó ria opcional opcional
B. Exemplo Conclusã o provisó ria opcional D. Exemplo Conclusã o provisó ria
opcional Conclusã o

Grá ico de Enumeraçã o Indutiva


O nú mero de exemplos (isso inclui anedotas, casos, incidentes
bı́blicos, referê ncias à experiê ncia e outros ingredientes indutivos,
possivelmente até citaçõ es e fatos – em suma, qualquer evidê ncia de
apoio) enumerados neste tipo de induçã o variará , dependendo de
fatores de tempo, assunto e à s vezes o pú blico.
Quanto mais hostil e indiferente for um pú blico à conclusã o que
queremos chegar, mais e menores serã o os passos que precisamos dar
para levá -los até lá . Os exemplos que selecionamos podem incorporar
qualquer ou todos os ingredientes indutivos que discutimos no Capı́tulo
Trê s e podem incluir qualquer combinaçã o de referê ncias histó ricas,
contemporâ neas e bı́blicas. Uma boa regra geral na seleçã o de exemplos
é começar com o mais contemporâ neo, o mais pró ximo do nosso
pú blico, e depois progredir a partir daı́.
2. Exploração. Uma abordagem mais complexa, que usa uma
enumeraçã o mais extensa e deliberada como seu meio de movimento,
poderia ser chamada de exploraçã o indutiva. Nesse tipo de induçã o,
uma seleçã o mais ampla de exemplos de muitos lados diferentes de um
assunto é propositadamente reunida para fornecer uma imagem
completa.
O processo nã o é diferente do de um explorador que, ao avistar uma
nova terra, tenta navegar em torno dela para determinar se é uma ilha
ou uma penı́nsula. Ou um explorador terrestre que, ao encontrar um
novo marco, caminha em torno dele para determinar sua extensã o e
natureza. Os exemplos, os pontos de vista a partir dos quais o assunto é
visto, podem variar dependendo do assunto. E como na enumeraçã o
simples, esses exemplos podem ser seguidos por conclusõ es
provisó rias opcionais. Mas o sermã o ganha seu impulso indutivo à
medida que o pregador caminha inteiramente em torno do tó pico,
explorando e aprendendo reunindo exemplos que inalmente levam ele
e seus ouvintes a uma descoberta e conclusã o mais bem
compreendidas no inal do sermã o.
Um sermã o do tipo exploraçã o pode ser delineado e mapeado
praticamente como qualquer sermã o usando enumeraçã o, apenas com
passos mais deliberados e inclusivos.
Por exemplo, vamos supor que você queira pregar um sermã o sobre
o conceito de redençã o, intitulado “O Deus da Segunda Chance”. De
acordo com a ideia do passeio e nossa estrutura bá sica de redemoinho,
o diagrama a seguir pode fornecer compreensã o adicional.

Carta de Exploraçã o Percorrer


Suponha que você comece seu sermã o sobre redençã o com uma
ilustraçã o vital que você viu no jornal recentemente sobre uma jovem
que caiu nos trilhos de uma estaçã o de metrô lotada na hora do rush
em Nova York e foi puxada para um local seguro momentos antes de um
trem expresso. rugiu pela estaçã o. Entã o você compartilha um ou mais
exemplos da experiê ncia pessoal, familiar, congregacional ou local de
algué m cuja vida, carreira, famı́lia ou qualquer outra coisa foi poupada,
algué m que recebeu uma segunda chance. Você pode incluir uma conta
de esportes ilustrando a ideia da segunda chance.
Um exemplo de alguma criatura na natureza onde a mã e arrisca ou
mesmo sacri ica sua vida para proteger seus ilhotes pode ser um
subponto valioso. Mais material extraı́do de outras á reas pode ser
combinado com o conteú do da Bı́blia para oferecer uma visã o adicional
da ideia de redençã o até que você seja levado à conclusã o que deseja
que seus ouvintes cheguem.
Você nã o precisaria incluir todas as etapas mostradas no diagrama
acima. O formato walk-around també m nã o se restringe aos domı́nios
da experiê ncia mencionados neste grá ico. De fato, o mesmo assunto
poderia ser tratado com um sermã o que explora todos os lados do
assunto da redençã o, tentando responder a perguntas jornalı́sticas
(Quem? O quê ? Onde? Quando? Por quê ? e Como?). Um sermã o que se
move em torno do assunto perguntando e tentando responder a essas
perguntas com histó rias, ilustraçõ es, citaçõ es, Escrituras, etc. poderia
apresentar uma visã o ampla da redençã o. E a ideia bá sica de um tipo de
sermã o de exploraçã o é apresentar uma visã o bem-arredondada e
organizada do assunto no caminho para a conclusã o ló gica bá sica.
3. Biogra ia. Apresentado como um estudo de caso, um sermã o
biográ ico sobre a vida de um personagem bı́blico pode ser indutor em
seu movimento. O material factual acumulado pode ganhar impulso até
chegar a uma conclusã o que explicite princı́pios ló gicos, proposiçõ es e
aplicaçõ es extraı́das do estudo.
Um sermã o biográ ico indutivo sobre a vida de Moisé s pode ser
delineado e mapeado assim:
Introduçã o para atençã o, interesse, relevâ ncia e foco a. Nascimento B.
Juncos c. Professor particular pago d. Neto do faraó e. Tribunal e escola
no Egito f. Crise de identidade g. Recompensa do heró i h. voo de 40
anos i. Sarça ardente j. De volta ao Egito k. Dez pragas l. Exodo M.
Princı́pio da regiã o selvagem, conclusã o da aplicaçã o
Mas um sermã o biográ ico indutivo nã o teria que se limitar a um
personagem bı́blico. Nã o muito tempo atrá s, meu estimado colega Dr.
Charles Killian pregou um sermã o biográ ico de trê s pontas baseado na
frase bı́blica frequentemente repetida, “o Deus de Abraã o, Isaque e
Jacó ”. Este sermã o poderia ser descrito assim:
Biogra ia nº 1 Biogra ia nº 2
uma. Ligar uma. Contente
b. Con iança b. Con iante
c. Pacto c. Coexistê ncia
d. Carreira d. Compromisso
e. Caracterı́sticas e. Confuso
eu Abraã o II Isaque

Biogra ia nº 3
uma. Trapaceiro
b. Trapaceando
c. Desa iado
d. Enganado ∴ IV Conclusã o
e. Mudado
III Jacó
Cada um dos trê s casos biográ icos poderia formar um padrã o de
redemoinho distinto e separado que poderia ser mostrado em nosso
diagrama bá sico de redemoinho. Mas para mostrar como as trê s partes
se encaixam em um sermã o, talvez seja melhor diagrama-las de uma
perspectiva tridimensional diferente.

Tabela Biográ ica Combinada

Os trê s casos destacam as caracterı́sticas de cada homem. Sem


enfatizar as diferenças à medida que as biogra ias sã o apresentadas, os
contrastes ó bvios constroem a conclusã o que é explicitada apenas no
inal. A conclusã o: Se Deus reivindica esses três personagens diversos
como seus, se ele pode ser o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ele pode ser
nosso Deus também. O sermã o, portanto, inclui implicaçõ es sobre graça,
esperança, favor de Deus e uma mensagem especialmente forte sobre o
conceito cristã o de aceitaçã o. As aplicaçõ es sã o muitas.
Acontece que este sermã o usou trê s casos biográ icos. O nú mero
pode variar. E nem todos os casos teriam que ser personagens bı́blicos
para que o sermã o fosse indutivo ou bı́blico.
4. Narrativa. Uma estrutura de sermã o que se baseia principalmente
na narraçã o de histó rias pode ser muito indutiva se o material
proposicional for retido até que a histó ria ou histó rias mostrem o
ponto. E a Bı́blia conté m uma riqueza de histó rias que merecem ser
recontadas.
Os livros de Ester, Rute e Jonas poderiam ser pregados em um
sermã o de histó ria que deixa qualquer sermã o até a conclusã o da
histó ria. Grandes eventos histó ricos na Bı́blia fornecem combustı́vel
adicional para o moinho narrativo do sermã o. O Exodo, a tomada da
Terra Prometida, a queda dos reinos, o nascimento, os eventos do
ministé rio de Jesus e a Semana da Paixã o poderiam ser desenvolvidos
como sermõ es narrativos.
A narrativa pode ser usada para apresentar um levantamento de
amplos movimentos dentro da Bı́blia. Por exemplo, uma histó ria
narrativa do Antigo Testamento dos ilhos de Israel pode incluir seis
cenas (uma narrativa verdadeira nã o tem pontos): (1) O exemplo de
Abraã o; (2) o Exodo; (3) o Exı́lio; (4) perto da extinçã o; (5) extensã o e
reconstruçã o; e (6) expectativa.
Simplesmente adiar qualquer material proposicional até que fosse
ilustrado na histó ria ou até a conclusã o do sermã o farianosso sermã o
“Histó ria dos Judeus” indutivo. Mas poderia ser duplamente indutivo se
depois de cada cena (ou no inal) usá ssemos o ingrediente indutivo da
comparaçã o para comparar a experiê ncia do povo escolhido de Deus
com a nossa experiê ncia hoje.
Os exemplos narrativos mencionados até agora foram todos ideias
simples, narrativas ú nicas que poderiam compor todo o sermã o. Mas
assim como a estrutura da biogra ia que discutimos acima pode incluir
mais de uma biogra ia, o sermã o narrativo pode incorporar mais de
uma histó ria. E como foi o caso da biogra ia, nem toda histó ria em um
sermã o narrativo combinado precisaria ser uma histó ria bı́blica.
Um sermã o simples, de narrativa ú nica, poderia ser diagramado
assim. (A histó ria de Jonas ou o sermã o “Histó ria dos Judeus” podem se
encaixar nesse padrã o.)
Grá ico Narrativo Simples
(uma histó ria bá sica)
Um sermã o narrativo combinado, digamos sobre a providê ncia de Deus,
poderia combinar uma ou mais histó rias bı́blicas com uma ou mais
histó rias nã o bı́blicas.histó rias para ilustrar diferentes aspectos dessa
providê ncia. Os movimentos de redemoinho consecutivos do sermã o
podem ser re letidos em um diagrama como este:

Tabela Narrativa Combinada


(duas ou mais histó rias)
Em um sermã o narrativo, uma introduçã o pode ou nã o ser
necessá ria para de inir o cená rio. As vezes, a cena de abertura é
relevante e forte o su iciente para se tornar um terreno comum para o
sermã o. Conclusõ es provisó rias opcionais podem ser feitas (de
preferê ncia apó s cada cena na narrativa simples ou apó s cada histó ria
na narrativa combinada). Mas, como em qualquer sermã o indutivo,
todas as conclusõ es provisó rias devem levar à conclusã o inal no inal
do sermã o, e todas as conclusõ es (tentativas ou inais) devem ser
precedidas por material ilustrativo que leve os ouvintes a esse ponto.
Algumas precauçõ es precisam ser levantadas em relaçã o aos
sermõ es narrativos: Primeiro, um sermã o que se baseia inteiramente
na narraçã o de uma histó ria ou histó rias é talvez o tipo de sermã o
indutivo mais difı́cil de ser realizado. Para fazê -lo de forma e icaz, um
pregador precisa de uma imaginaçã o criativa e fortes habilidades de
contar histó rias. Como contar histó rias é geralmente uma habilidade
aprendida, a maioria dos ministros faria bem em praticar e ganhar
con iança contando uma histó ria como apenas uma parte de outro tipo
de sermã o indutivo (como um elemento de um sermã o usando
enumeraçã o, por exemplo) antes de arriscar um sermã o inteiro à sua
capacidade de contar histó rias.
Um bom livro sobre contar histó rias pode ser muito ú til para quem
deseja aprimorar as habilidades de contar histó rias. Uma boa prá tica
para pregadores seria veri icar cada histó ria em um sermã o em relaçã o
aos quatro elementos bá sicos de qualquer boa narrativa:
1. O inı́cio 2. Sucessã o de eventos e con lito
3. Clímax
4. O im.
A segunda advertê ncia para sermõ es narrativos refere-se
especi icamente ao uso da narrativa bı́blica. Mesmo uma histó ria bı́blica
indutiva e bem contada coma irmaçõ es adiadas até a conclusã o podem
deixar de envolver alguns ouvintes para quem a Bı́blia parece remota
ou irrelevante para a vida. Portanto, pode ser especialmente ú til
intercalar histó rias bı́blicas com histó rias contemporâ neas em uma
estrutura narrativa combinada. O uso de uma introduçã o fortemente
relacionada à vida para uma histó ria bı́blica també m é recomendado.
Outra opçã o, que pode e deve ser usada em conjunto com as outras
duas, é incorporar em qualquer histó ria nã o contemporâ nea (seja ela
bı́blica ou histó rica) algumas comparaçõ es com a experiê ncia
contemporâ nea. Por exemplo, a seleçã o de Esther como rainha pode ser
comparada brevemente a um concurso moderno de Miss Amé rica. Os
sentimentos de Jonah sobre ir a Nı́nive poderiam ser comparados à
resposta imaginada de Jimmy Carter, se seus conselheiros tivessem
sugerido que ele realizasse uma missã o diplomá tica secreta e pessoal
para visitar o aiatolá Khomeini em Teerã durante a crise do Irã . As
queixas dos ilhos de Israel sobre o maná no deserto podem ser
comparadas à s queixas sobre comida que você pode ouvir em qualquer
refeitó rio do ensino mé dio.
Inú meras comparaçõ es podem ser feitas ao relatar histó rias bı́blicas
ao nosso povo hoje. Precisamos apenas usar nossa imaginaçã o para
envolver melhor nossos ouvintes.
A narrativa é o quarto tipo de arranjo indutivo. Detalharemos mais
quatro no capı́tulo seguinte.
8 Mais Web e Fluxo
Em fevereiro, durante uma discussã o em classe em um curso sobre
pregaçã o indutiva, um de meus alunos compartilhou sua experiê ncia
com um sermã o do Dia dos Namorados sobre o amor de Deus que ele
havia pregado na semana anterior. “Enquanto preparava meu sermã o”,
disse ele, “ iquei impressionado com trê s caracterı́sticas principais do
amor de Deus que pareciam aná logas ao amor humano. Entã o,
começando com a ideia do amor humano, encontrei exemplos para
ilustrar e unir os conceitos.”
Entã o o estudante pastor compartilhou este exemplo de seu sermã o:
“Na vé spera do Dia dos Namorados, minha esposa me disse que estava
correndo para a cidade para fazer umas compras e perguntou se eu
queria ir junto.
“'Nã o, estou muito ocupado hoje. Ainda há muito estudo para fazer
— eu disse.
“'Você nã o quer pegar alguns doces ou lores ou qualquer coisa?' ela
perguntou.
“'Sinto muito, querida. Só nã o tenho tempo hoje — eu disse enquanto
ela relutantemente se retirava porta afora.
“Quando ela voltou da cidade algum tempo depois, ela me olhou nos
olhos e disse: 'Nos cinco anos que estamos casados, você sempre se
lembra do Dia dos Namorados. Diga-me,' ela sorriu acusadoramente,
'você já tem alguma coisa, nã o é ?'
'Sim, querida', eu disse, 'Lembrei-me do Dia dos Namorados.'
“Na manhã do dia dos namorados confessei o que tinha feito. Eu
disse à minha esposa: 'Comprei um pacote inteiro de namorados
baratos, escrevi pequenas mensagens neles e os escondi pela casa. Você
vai encontrar meus bilhetinhos de amor por semanas.
“Naquele ponto do sermã o”, o aluno relatou à classe, “minha
congregaçã o muito sé ria explodiu em aplausos espontâ neos, a primeira
vez que isso aconteceu na igreja, tanto quanto eu saiba. E entã oEu
enfatizei o ponto que eu queria mostrar, mesmo antes de vermos como,
o amor de Deus fez uma provisã o cuidadosa e amorosa para nó s.
“Depois de ver como a induçã o atraiu meu povo para o sermã o, estou
impressionado com a abordagem indutiva. Minha esposa també m está
convencida disso.”

Uma analogia como a que meu aluno usou poderia ser apenas um
meio de apresentar um ú nico ponto em um sermã o, ou a analogia
poderia ser o quinto dos oito arranjos indutivos bá sicos e formar a
estrutura de um sermã o inteiro.
5. Analogia. Podemos, examinando as Escrituras, descobrir que Deus
faz uso de quatro tipos de analogia: relacional (pai- ilho, noivo, pastor-
ovelha); comparativo (cã es, suı́nos, lobos, tesouro); espacial (mais alto,
mais profundo); e funcional (fruta, paredes, corpo, cabeça, porta, raı́zes,
sal, luz).
Mas como a analogia poderia ser usada na estrutura de um sermã o
inteiro?
Uma resposta pode ser vista no exemplo de um sermã o expositivo
baseado no Salmo 1 – um sermã o que expande a analogia das
Escrituras de que a vida justa é como uma á rvore. Você pode começar o
sermã o rapidamente com a pergunta em sua mente (ou falar para a
congregaçã o, se desejar): Como é realmente uma vida cristã ? Isso
poderia estabelecer o terreno comum para o sermã o.
Você pode contar uma anedota sobre algum cristã o forte que se
afastou de sua comunhã o regular de apoio e viu sua vida espiritual dar
uma guinada. No inal da ilustraçã o, você pode chegar à conclusã o
provisó ria de que a vida cristã requer nutriçã o.
Você pode prosseguir com uma sé rie de ilustraçõ es adicionais
(anedotas, citaçõ es, fatos, exemplos bı́blicos, Escrituras ou qualquer
outra coisa) para levar a conclusõ es provisó rias adicionais. A vida cristã
é como uma á rvore: o crescimento deve ser contı́nuo; como uma á rvore
dá oxigê nio, a vida cristã també m deve resultar em um processo de
doaçã o; torna-se cada vez mais está vel à medida que cresce; recebe
constantemente; oferece abrigo e conforto aos que o cercam; ele se
reproduz. As possı́veis conclusõ es provisó rias sã o muitas. Mas cada um
precisa ser ilustrado antes de ser declarado se o sermã o vai manter seu
movimento indutivo.
Apó s uma sé rie de conclusõ es provisó rias terem sido feitas, o sermã o
pode concluir juntando todas as conclusõ es provisó rias e respondendo
à pergunta: Como é a vida cristã ? A vida cristã é como uma á rvore. E as
comparaçõ es podem ser enfatizadas novamente para fechar.
Esse mesmo tipo de movimento indutivo pode ser usado para muitas
das analogias bá sicas que Deus usa em toda a Escritura. Como Deus é
como a luz? O que signi ica para nó s sermos o corpo de Cristo? Como os
cristã os sã o como o sal? De que maneira Deus é como um pastor ou um
pai? olista poderia continuar e continuar. Diagramados, todos eles
podem se parecer com isso:
Sermã o de Analogia
Conforme observado na discussã o da analogia no Capı́tulo Trê s , há
perigos em levar as analogias longe demais. Lembre-se do julgamento
de Lutero de que “as alegorias de Orı́genes nã o valem tanta sujeira”. Por
essa razã o, quando as analogias sã o usadas como a mensagem principal
do sermã o, podemos estar mais seguros em nos limitar à s analogias
que Deus usa nas Escrituras. Há mais do que su iciente para escolher.
Mas há outra maneira de usar a analogia como a estrutura bá sica de
um sermã o sem fazer dessa analogia a mensagem principal – apenas
usá -la para transmitir a mensagem. Por exemplo, sermõ es sobre “As
Sete Chaves para o Reino”, “O Fundamento de Quatro Faces de nossa Fé ”
e similares usam analogia para tornar sua mensagem mais concreta.
Esses sermõ es podem ser muito indutivos se utilizarem ingredientes
indutivos e adiarem as a irmaçõ es até depois de seu material
ilustrativo.

6. Relação causal. Qualquer sermã o que examine ou busque uma


causa ou um efeito pode ser adaptado a uma estrutura indutiva. E em
nosso dia pragmá tico e questionador, a abordagem de causa e efeito
tem um potencial real para envolver nossas congregaçõ es.
Existem duas abordagens bá sicas para um sermã o usando relaçã o
causal. Começa-se com um terreno comum com o efeito aparente e
pergunta-se: Qual é a causa ou quais são as causas que provocam esse
efeito? Todo o sermã o se torna uma busca por razõ es que nã o sã o
a irmadas até a conclusã o do sermã o.
Por exemplo, você pode pregar um sermã o indutivo forte usando a
relaçã o causal como uma mensagem fú nebre para um cristã o exemplar
em sua igreja. Você pode começar com uma ilustraçã o ou um resumo do
admirá vel cará ter cristã o do homem (o efeito). Entã o você pode
preparar o terreno para a busca de causas, sugerindo ou realmente
fazendo uma pergunta como: “Como explicamos como _______ _______ se
tornou o homem que conhecemos, respeitamos e amamos?” Você
poderia entã o examinar alguns dos ingredientes ou causas potenciais
que compunham a vida do homem. Uma maneira pode ser ilustrar os
diferentes frutos do Espı́rito que ele exempli icou e entã o concluir com
a a irmaçã o de que o tipo de maturidade cristã de _______ _______ resultou
de um cultivo cuidadoso desses frutos do Espı́rito. Tal sermã o pode ser
um desa io à maturidade cristã para todos no funeral.
Ou, em vez de usar os frutos do Espı́rito, você pode ilustrar o
compromisso do homem com a famı́lia; sua pro issã o; outras pessoas;
ao seu Senhor; e entã o concluir com a proposiçã o de que uma vida
cristã signi icativa resulta de uma vida equilibrada incluindo todas
essas á reas.
Tal sermã o fú nebre indutivo com seu uso de relaçã o causal poderia
ser diagramado assim:

Sermã o Efeito-Causa
Para que este tipo de sermã o seja verdadeiramente indutivo, uma
verdadeira busca, a introduçã o das causas provisó rias deve ser mais
ilustrativa do que declarada. Essa é a razã o dos pontos de interrogaçã o
apó s as “causas” no diagrama. Você pode querer tirar conclusõ es
provisó rias ou parciais depois de examinar cada causa potencial, mas
qualquer a irmaçã o dogmá tica sobre a causa inal deve ser adiada até a
conclusã o. A busca pela causa deve continuar até perto do im.
Para melhor compreensã o dessa abordagem “efeito-causa” da
relaçã o causal, deve icar claro que o efeito com o qual você começa nã o
precisa ser a vida de uma pessoa. Pode ser um conceito como “a vida
cristã madura” apresentado de uma maneira relacionada à vida. Entã o
você poderia prosseguir com uma pergunta e uma busca pelas causas,
assim como você faria com o exemplo do sermã o fú nebre.
A segunda abordagem bá sica da relaçã o causal em um sermã o
começaria com as causas e perguntaria: Qual seria o efeito? Essa
abordagem se presta melhor a sermõ es de natureza preditiva ou
profé tica.

Por exemplo, se você quiser pregar um sermã o sobre


responsabilidade cristã em um mundo de fome e necessidade, você
pode usar uma abordagem de “causa para efeito” que pode se
desenvolver assim. Você pode começar com uma extensa introduçã o
apresentando o status quo. Vamos supor que você reuniu uma
variedade de histó rias, citaçõ es e fatos, todos ilustrando o quã o
materialista é nossa sociedade e quã o materialmente ricos somos
comparados ao resto do mundo.
Uma vez que você pintou essa imagem do presente, ela se torna o
ponto de partida para este sermã o. Em seguida, você pergunta: Que
implicaçõ es isso tem para o futuro? Que efeito pode ser previsto como
resultado dessas causas? Entã o você começa a fazer uma projeçã o
ló gica das implicaçõ es usando exemplos histó ricos, experiê ncia pessoal,
incidentes bı́blicos e referê ncias bı́blicas. Depois de apresentar esse
material, com ou sem conclusõ es provisó rias, você chega ao efeito inal
e à conclusã o, que é neste caso: Deus nos permitiu uma riqueza de
oportunidades, e certamente seremos julgados um dia por nosso uso de
seus recursos.
A diferença entre as abordagens “efeito-causa” e “causa-efeito” pode
ser resumida de forma simples. Ambos começam com o presente
relacionado à vida de maneira verdadeiramente indutiva. Mas a
abordagem do “efeito à causa” começa com esse presente relacionado à
vida como o efeito e pergunta: O que o causou? E a abordagem de “causa
para efeito” começa com esse presente relacionado à vida como a causa
e pergunta: Aonde isso levará, que efeito resultará?
Ambos sã o indutivos, pois sã o uma busca por uma resposta a ser
alcançada no inal do sermã o. E ambos sã o estruturas de redemoinho
e icazes para envolver os ouvintes em uma busca mú tua com o
pregador.
7. Solução de problemas ou perguntas e respostas . Esses dois nomes
se encaixam em um tipo bá sico de estrutura de sermã o indutivo. Entã o
eles realmente pertencem à mesma categoria.
A resoluçã o de problemas de John Dewey tornou-se um formato
popular durante as dé cadas de 1940 e 1950. Mas sua fraqueza estava
no fato de que, ao contrá rio da verdadeira induçã o, nã o levava
necessariamente a uma conclusã o irme. Muitas vezes, esse tipo de
sermã o apontava apenas para a probabilidade. O resultado foi uma
onda de sermõ es de joelhos fracos que nunca diziam muita coisa. Nã o é
isso que está sendo proposto aqui.
Para entender o tipo de induçã o de soluçã o de problemas, suponha
que você queira pregar um sermã o abordando o problema do
sofrimento humano. Você pode começar com um exemplo relacionado à
vida pró ximo à sua congregaçã o – digamos, um acidente fatal em sua
comunidade. Tal ilustraçã o poderia colocar o problema/pergunta: Por
que Deus permite o sofrimento? Você entã o usa material ilustrativo
adicional (anedotas, citaçõ es, incidentes e/ou versı́culos bı́blicos, etc.)
para levar a algumas soluçõ es/respostas provisó rias, parciais ou
previamente tentadas. Você pode quererconstruir o coraçã o do sermã o
em torno do Livro de Jó , usando exemplos contemporâ neos e
comparaçõ es para comparar as respostas que os amigos de Jó tentaram
lhe dar. Só depois de terminar de apresentar as evidê ncias é que você
chega à conclusã o inal. Devido ao assunto deste exemplo, você nã o
poderá chegar a nenhuma soluçã o/resposta simples para o
problema/pergunta; mas na conclusã o você pode enfatizar a resposta
que Deus deu a Jó .
Tal sermã o de soluçã o de problema ou pergunta-resposta poderia se
encaixar em nosso diagrama de movimento indutivo bá sico, algo assim:
Sermã o de Soluçã o de Problemas ou Pergunta-Resposta
Qualquer sermã o que procurasse responder a uma ú nica pergunta
ou resolver um ú nico problema poderia facilmente se encaixar nesse
tipo de estrutura indutiva. Deus responde a oraçã o? O problema do mal.
Como alinhamos a soberania de Deus e a escolha humana? Tais
sermõ es começam muito naturalmenteonde as pessoas estã o, em
“terreno comum”, e imploram por tratamento indutivo; a busca pela
compreensã o assume automaticamente um sentido indutivo,
procurando se no sermã o o pregador pode manter suas respostas sob
controle até que as pessoas també m as alcancem por meio de seu
material ilustrativo.
Como nos tipos anteriores de movimento indutivo, existem variaçõ es
na abordagem de uma ú nica pergunta e um ú nico problema. Você pode
pregar um sermã o muito indutivo usando uma combinaçã o de
problemas ou perguntas, cada um levando à sua pró pria conclusã o.
Para um exemplo de uma abordagem mú ltipla de perguntas e
respostas (um sermã o sobre a sé tima petiçã o da oraçã o do Senhor,
“Livra-nos”), veja o Apê ndice 1 . Lá você encontrará um texto completo
do sermã o, bem como um esboço e diagrama deste sermã o do autor.
8. Eliminação . Esse tipo de induçã o está um pouco relacionado à
ideia de soluçã o de problemas mencionada acima. Aqui o movimento
indutivo vem depois que um problema ou pergunta é colocado no inı́cio
do sermã o. O restante do sermã o é uma veri icaçã o de respostas
erradas, inadequadas ou incompletas à questã o original. Finalmente,
indutivamente, por processo de eliminaçã o, o sermã o chega à conclusã o
que o pregador quer transmitir.
O sermã o que compõ e o Livro de Eclesiastes é um bom exemplo
desse tipo de estrutura indutiva. Você pode consultar novamente o
Capı́tulo Cinco , onde Eclesiastes é esboçado.
Outro exemplo poderia ser um sermã o sobre a perfeiçã o cristã
desenvolvido da seguinte forma: Você começa no “terreno comum” com
um exemplo relacionado à vida que coloca ou pelo menos leva à
pergunta que dá direçã o ao sermã o: O que é a perfeiçã o cristã ? Ou,
como é possı́vel a perfeiçã o cristã ? Entã o, usando material ilustrativo
adicional (anedotas, citaçõ es, incidentes bı́blicos, referê ncias bı́blicas,
etc.), você , um por um, apresenta e veri ica vá rias coisas que a perfeiçã o
cristã nã o é . Depois de eliminar todos ou pelo menos os equı́vocos mais
comuns, você inalmente chega à (s) sua(s) conclusã o(õ es) que, de
forma indutiva, devem ser ilustradas antes de serem declaradas.
Esboçado e diagramado este sermã o pode ser assim:
Exemplo relacionado à vida Desempenho nã o perfeito
Pergunta ou problema: Nã o julgamento perfeito
O que é a perfeiçã o cristã ? Relaçõ es nã o perfeitas
Nã o perfeiçã o angelical Mas:
Nã o perfeiçã o Adâ mica exemplo—amor perfeito
Corpo nã o perfeito exemplo - motivos perfeitos
Conhecimento nã o perfeito exemplo - atitudes perfeitas
Sermã o de Eliminaçã o
As discussõ es anteriores de oito tipos bá sicos de induçã o ilustraram
como cada tipo pode ser usado atravé s da estrutura de um sermã o
inteiro. Mas as possibilidades de variedade na estrutura do sermã o
indutivo certamente nã o se limitam aos esboços e diagramas oferecidos
aqui; esses oito tipos bá sicos de movimento indutivo podem ser
ajustados e adaptados de in initas maneiras.
Diferentes tipos de induçã o podem ser usados até mesmo dentro do
mesmo sermã o para fornecer movimento indutivo para diferentes
partes do sermã o.
Outra variá vel poderia ser o grau de induçã o utilizado. Um sermã o
poderia usar (1) uma introduçã o indutiva; (2) um estudo indutivo da
Bı́blia; (3) um arranjo indutivo de uma ou mais partes do sermã o; (4)
um argumento indutivo de particulares para generalizaçã o, ou (5) uma
combinaçã o de 1-4 no que seria um sermã o totalmente indutivo.
Embora qualquer uso de induçã o melhoraria as chances deenvolvendo
ouvintes, continuo convencido de que quanto mais extensa for a
induçã o, maior será o envolvimento.
Uma variedade potencialmente mais ampla de estruturas de sermõ es
indutivos torna-se aparente se introduzirmos um ou mais desses oito
tipos de induçã o em alguns esboços ou abordagens homilé ticas
tradicionais. As seguintes estruturas tradicionais de sermõ es podem
ser adaptadas facilmente ou alteradas para utilizar a induçã o: escada,
perseguiçã o, contraste, antı́tese, cabo, ratoeira, dialé tica hegeliana,
sequê ncia motivacional, resposta sim, emaranhado de arame farpado e
expositiva bá sica. (Ver Apê ndice 4 para sugestõ es sobre como essas e
outras estruturas de sermõ es podem se tornar indutivas.) Como
dissemos vá rias vezes ao longo deste livro, a força da induçã o, seus
meios de envolver o ouvinte, na verdade a medida real da verdadeira
induçã o, é que ela nã o começa declarando o objetivo do sermã o. Mas os
exemplos e evidê ncias dentro do sermã o gradualmente levam os
ouvintes ao ponto. Portanto, qualquer estrutura ou esboço de sermã o
que atenda a esse requisito é indutivo e aumenta a participaçã o do
ouvinte.
Uma importante questã o estrutural que mostramos pelo exemplo,
mas que nã o tratamos especi icamente em nossa discussã o de possı́veis
arranjos, é esta: Onde e como o texto das Escrituras se encaixa em um
sermã o indutivo?
Em The Biblical Preacher's Workshop, Dwight E. Stevenson sugere o
uso de induçã o para sermõ es doutriná rios explorando a verdade. Ele
diz que o sermã o deve se mover indutivamente atravé s do uso de
analogia e exemplo para o clı́max do sermã o que deve ser o
pronunciamento do texto. Ele compara a induçã o a um discurso de
nomeaçã o que conclui revelando o texto, no centro do palco em toda a
sua gló ria com holofotes acesos. Esse movimento indutivo em direçã o
ao texto pode ser “pregaçã o autê ntica e bı́blica”, diz ele.
Craddock discorda de uma descriçã o da pregaçã o indutiva como
levando ao texto. Ele sente que o texto pode ser incorporado
anteriormente em um sermã o indutivo. E ele argumenta que a narrativa
bı́blica, biogra ia e histó ria no sermã o podem ser muito indutivas.
Pelo que vimos neste capı́tulo e no ú ltimo, ambos podem estar
certos. A colocaçã o e a quantidade de material bı́blico podem variar de
um sermã o indutivo para outro – dependendo do assunto, pú blico e
tipo de estrutura indutiva usada.
Mas se o texto é apresentado no ponto de partida do sermã o ou na
conclusã o, a Bı́blia pode e precisa ser o fundamento de autoridade para
todo o sermã o toda vez que nos levantamos para pregar. Esse papel
bı́blico é tã o crucial, sua autoridade tã o vital para qualquer coisa que
planejamos pregar, que examinaremos essa questã o mais amplamente
no capı́tulo seguinte.
9 Combinação Imbatível
Quando penso em dogmatismo no pú lpito, penso em alguns incidentes
que encontrei. A primeira vem por meio de um professor amigo meu
que leciona em um seminá rio conhecido em todo o mundo como um
forte centro de formaçã o evangé lica.
Durante uma discussã o em classe sobre pregaçã o, meu amigo
professor notou uma agitaçã o crescente nos movimentos e no rosto de
um aluno inquieto. No inal da hora, esse jovem pregador, com as
feiçõ es coradas, correu para a mesa do professor. "Você está errado!"
ele desabafou. “Nã o é nada disso. Já vi boas pregaçõ es em casa e sei
como é ! Você está todo errado! Eles me disseram que eu teria que lutar
contra a heresia aqui! E eles estavam certos!” Com aquela explosã o ele
saiu da sala de aula, deixando o professor de boca aberta horrorizado.
Um mê s depois dessa explosã o, aquele pastor estudantil dividiu sua
pequena congregaçã o rural e relatou com orgulho aos amigos nos
corredores do seminá rio: “Esta é a terceira vez que tenho que me
levantar e ser contado. Depois de trê s divisõ es na igreja, as pessoas
deveriam acreditar em mim quando digo que nã o faço concessõ es. Ou
eles se endireitam e fazem o que eu digo ou eu os expulso. Este nã o é o
momento para os pregadores icarem escarranchados na cerca ou
icarem no meio da estrada”.
Eu me encolho toda vez que penso naquele jovem pregador e nas
pessoas pobres em suas congregaçõ es. Posso facilmente imaginar o tipo
de sermã o que aquele jovem dogmá tico pregou.
Eu nã o tenho que imaginar nada sobre o pró ximo exemplo. Lembro-
me claramente de cada palavra da mensagem – o sermã o mais curto
que já ouvi. O reitor de uma escola bı́blica pequena e rigorosa pregou
isso com intensidade ardente em um dos cultos regulares da escola.
Este administrador caminhou até o pú lpito quando foi apresentado. Ele
icou para ummomento e inspecionou severamente sua audiê ncia
estudantil. Entã o ele de repente bateu no pú lpito e gritou suas seis
palavras ardentes. “DEUS ODEIA O PECADO DE FAZER CARINHOS!” Ele
pausou dramaticamente, entã o abruptamente dispensou a assemblé ia.
Os alunos assustados twittaram e riram para sair do auditó rio com uma
camada adicional de culpa e trinta minutos extras em seu dia.
Nã o é de surpreender que a atitude dogmá tica do seminarista
intransigente ou a abordagem dogmá tica do reitor durã o custe a esses
pregadores qualquer esperança de e icá cia má xima. Esses homens,
a inal, representam extremos.
E ainda me pergunto. Existe mais de seu estilo de dogmatismo na
maioria de nó s, na maioria de nossas pregaçõ es do que estamos
dispostos a admitir? Quantos milhõ es dentro (ou fora) de nossos
santuá rios todos os domingos de manhã falham em responder ao
evangelho principalmente porque nã o estã o prontos para aceitar
nossas declaraçõ es iniciais: “E assim que é ”, ou mesmo “Isso é o que
Deus diz! ”
Penso em algumas pessoas que conheci.
Indo para um jogo de beisebol da Liga Infantil, parei e ofereci carona
a um velho de cabelos brancos esvoaçantes, barba cheia, pé s descalços
e vestindo macacã o. Quando ele deslizou no banco, ele cuidadosamente
manobrou uma grande bengala ao lado dele. “Ajuda-me a lidar com
meninos indisciplinados e cã es feios”, explicou ele. Ele me disse que
estava a caminho da pró xima cidade para um show de cavalos, mas meu
destino no campo de futebol era bom para ele. Ele estaria muito mais
adiante na estrada.
Enquanto conversá vamos, eu ouvia um ponto natural para
testemunhar ao meu passageiro. Quando encontrei, comecei a
compartilhar. Mas assim que o velho percebeu a direçã o de minhas
palavras, ele me interrompeu com uma torrente de palavrõ es. A
explosã o foi apenas indiretamente direcionada a mim. Seu alvo
principal era a radiodifusã o cristã e uma emissora cristã em particular
a quem ele difamava veementemente. Este velho disse que nã o
acreditava em toda aquela conversa em branco sobre a necessidade de
uma pessoa ser mudada. Entã o ele acrescentou com orgulho: “Eu
pertenço à Primeira Igreja em _______ (ele nomeou uma cidade nã o
muito distante). E nã o temos que aturar esse tipo de bobagem lá .”
Comparo a memó ria daquele velho com outro homem que conheci
anos atrá s. John estava tã o consciente das implicaçõ es morais que se
recusou a beber refrigerante de uma garrafa ou lata por medo de que
alguns jovens o vissem e pensassem que ele estava bebendo cerveja. Eu
nunca o ouvi pronunciar uma palavra de gı́ria – nunca um “gee”, “golly”
ou “gosh”. Ele passava regularmente seu tempo livre esperando os
reclusos da cidade. Ele era um empresá rio respeitado, conhecido e
amado por toda a comunidade por sua preocupaçã o e serviço ao
pró ximo.
Por vinte e cinco anos, este dedicado homem de famı́lia, pai de nove
ilhos, frequentou a igreja regularmente. No entanto, vez apó s vez eu
assisti como ele suportouconvites evangelı́sticos e chamadas de altar.
Seu queixo tremia, seus dedos icavam brancos quando ele agarrava seu
hiná rio ou a parte de trá s do banco à sua frente. Ele continuamente se
recusou a tomar sua pró pria decisã o de aceitar a Cristo.
Nã o foi até que ele deitou em uma cama de hospital, devorado pelo
câ ncer, que ele inalmente entregou sua vida a Deus. Fui visitá -lo
quando ele estava morrendo. Ele olhou para cima em meio à s lá grimas
para lamentar: “Se eu soubesse anos atrá s como é muito melhor estar
do lado de dentro olhando para fora do que do lado de fora olhando
para dentro.”
Certa vez eu estava em um quintal e conversei com outro homem, um
pai de cinquenta anos que me disse que inalmente tinha dinheiro
su iciente de sua o icina mecâ nica e alguns imó veis para se aposentar
em um clima quente. Durante anos ele trabalhou de dez a doze horas
por dia, seis ou sete dias por semana com um objetivo em mente:
aposentadoria precoce. Ele nã o tinha tempo para a igreja e pouco para
sua famı́lia. Seus sonhos materialistas o haviam absorvido. Ao nos
levantarmos e conversarmos sobre questõ es espirituais, ele disse com
tristeza: “Você acha que eu quero morrer e ir para o inferno? Eu quero
ir para o cé u tanto quanto qualquer um que você já conheceu, mas digo
a verdade quando digo que nunca conheci ningué m cuja vida tenha sido
transformada por um novo nascimento dramá tico.”
Nos anos que se seguiram à aposentadoria e à morte sú bita daquele
homem no Sul, tenho pensado muitas vezes em como alcançar essas
pessoas — aqueles que estã o tã o iludidos pelo materialismo que
sentem que Deus nã o pode fazer nada por eles. Pensei em meu amigo
moral e me perguntei: como podemos alcançar aqueles que pensam
que sã o bons o su iciente por conta pró pria? Ou aqueles que se sentam
em nossas congregaçõ es todos os domingos e ainda nã o respondem?
Penso també m no velho caroneiro e me pergunto: como podemos
alcançar aqueles que se tornaram amargurados contra o evangelho por
anos de experiê ncia e preconceito?
Claramente nã o é su iciente reforçar nossas mensagens
simplesmente aumentando a frequê ncia ou o volume do nosso “Assim
dizem os Senhores”. O dogmatismo quase sempre falha com essas
pessoas.
Peter Berger em The Precarious Vision (Garden City, NY: Doubleday,
1961, p. 184), chegou ao ponto de dizer que “uma reivindicaçã o de
autoridade religiosa, levada a um diá logo, por mais educado que seja, é
um clube mantido sob a tabela. Uma reivindicaçã o de autoridade
sempre projeta o ponto em que a coerçã o substituirá a comunicaçã o.”
Eu certamente nã o quero sugerir que devemos pregar sem qualquer
autoridade real. E absolutamente essencial que o que pregamos esteja
irmemente fundamentado na autoridade da Palavra de Deus (como
veremos ao longo deste capı́tulo). Mas devemos reconhecer o ponto de
vista de Berger. Há multidõ es de pessoas em nossa é poca que reagem
contra nossos apelos mais racionais e razoá veis à tradiçã o, instituiçã o e
até mesmo à revelaçã o de Deus como ameaças autoritá rias e
ameaçadoras.

Entã o, como podemos pregar a forte mensagem da verdade do


evangelho sem que eles sintam que estamos tirando o chicote da
autoridade de nossos pú lpitos? Como podemos romper as barreiras do
contentamento, resistê ncia e hostilidade para ajudar os ouvintes a
perceber sua necessidade de mudar ou crescer? Como os levamos do
“terreno comum” para as Boas Novas?
Talvez o inı́cio de uma resposta se encontre em outra experiê ncia
pastoral que tive ao visitar um casal com ilhos crescidos. No decorrer
de nossa conversa, a esposa expressou a infelicidade e o vazio que
ambos sentiam sobre suas vidas de meia-idade, dizendo: “Seria um
inferno continuar vivendo assim”.
A cirurgia do marido estava marcada para alguns dias depois, e eu o
visitei no hospital todos os dias durante uma semana. Continuamos a
falar sobre sua infelicidade e compartilhei o evangelho com ele. No
ú ltimo dia antes de ele ser solto, eu inalmente disse a ele: “Sabe, você
pode ir para casa amanhã como cristã o”.
Ele parou um minuto e assentiu. “Sim, reverendo,” ele disse, “mas
você tem que querer!”
Ele foi para casa no dia seguinte sem tomar essa decisã o. Alguns anos
depois, soube que ele havia morrido em um acidente automobilı́stico na
Califó rnia. Nã o tenho certeza se ele alguma vez aceitou a Cristo.
Mas suas palavras “você precisa querer” me ajudaram a cristalizar
uma liçã o que aprendi em anos de experiê ncia com muitas outras
pessoas que se recusaram ou relutam em aceitar a mensagem do
evangelho. A liçã o é esta: nunca convencemos os outros com nossa
pregaçã o; só podemos ajudá -los a se convencerem. Um velho ditado
expressa uma ideia semelhante: “Um homem convencido contra sua
vontade ainda é da mesma opiniã o”.
Antes de prosseguir, devo deixar claro que nã o estou tentando excluir
o Espı́rito Santo de desempenhar seu papel em qualquer processo de
decisã o. Mas ele també m nã o contornará a vontade humana; esse é um
limite que Deus colocou em si mesmo desde o princı́pio. A im de tornar
a liçã o mais teologicamente completa, no entanto, talvez devê ssemos
reformulá -la desta forma: nunca convencemos os outros com nossa
pregaçã o; só podemos ajudar o Espı́rito Santo a ajudá -los a se
convencerem.
A melhor maneira que conheço de fazer isso é envolver nossos
ouvintes na parte de pensar e decidir do processo de pregaçã o. Para
muitos, isso requer uma abordagem indutiva.

Apesar do fracasso perturbador da igreja e de nossa pregaçã o em


alcançar milhõ es de pessoas perdidas e necessitadas, apesar da queda
na frequê ncia à igreja e apesar da inegá vel epidemia de apatia,
devaneios e té dio que assola os bancos de inú meras igrejas,a maioria
dos pregadores tem demorado a adotar a pregaçã o indutiva como uma
estraté gia viá vel para comunicar o evangelho.
Parte de sua relutâ ncia sem dú vida surge da falta de compreensã o do
que é a pregaçã o indutiva, como funciona e o que pode realizar. E por
isso que temos ido tã o longe neste livro para estabelecer as bases e o
fundamento para a estrutura indutiva na pregaçã o. Um entendimento
bá sico precisa ser construı́do.
No entanto, tenho certeza de que alguns chegaram até aqui que estã o
entendendo o conceito de pregaçã o indutiva de uma nova maneira, mas
que ainda hesitam em adotar a pregaçã o indutiva como uma
abordagem vá lida e bá sica para o ministé rio de pregaçã o.
Alguns alunos e colegas levantaram uma sé rie de preocupaçõ es ao
longo dos anos. Entã o, eu gostaria de enfrentar as preocupaçõ es mais
comuns aqui.
“A induçã o nã o é um pouco desonesta? Você nã o está manipulando
seu pú blico quando nã o diz para onde está indo desde o inı́cio?”
“A ê nfase da induçã o em uma abordagem de senso comum para a
comunicaçã o nã o negligencia o intelecto e o intelectual?”
As pró ximas trê s preocupaçõ es estã o muitas vezes intimamente
relacionadas na mente de um questionador.
“A induçã o nã o soa forte o su iciente para mim. Parece que mima e
tolera os ouvintes em seus pecados. Deus chama os pregadores para
serem fortes e vigorosos. As pessoas hoje precisam de uma dose
saudá vel de doutrina bı́blica só lida. Nã o podemos nos dar ao luxo de
sermos conciliadores de joelhos fracos.”
“Com uma ê nfase tã o grande em material contemporâ neo e
relacionado à vida, você nã o corre o risco de basear sua autoridade na
experiê ncia humana em vez da Palavra de Deus?”
“A induçã o simplesmente nã o parece ser bı́blica o su iciente.
Certamente temos que relacionar nossos sermõ es à vida real das
pessoas, mas nã o à custa de uma exposiçã o equilibrada das Escrituras”.
Basicamente, este capı́tulo é minha resposta a essas preocupaçõ es. E
tenho certeza de que, depois de ler os sete capı́tulos anteriores, muitos
leitores anteciparã o parte dessa resposta. No entanto, a maior parte do
que é dito no restante deste capı́tulo pode ser uma surpresa, pois pode
parecer uma reviravolta drá stica.
Primeiro, uma reaçã o baseada em uma rá pida revisã o de onde já
estivemos: “A induçã o nã o é manipuladora? Nã o negligencia o
intelecto?” A essas duas preocupaçõ es eu diria o seguinte: uma das
principais caracterı́sticas da pregaçã o indutiva é a atitude de
honestidade e transparê ncia. Explora mais do que explora. Em vez de
ser insistente, permite a interaçã o e envolve o intelecto do ouvinte a
cada passo. Ele nã o pede aos ouvintes que comprem suposiçõ es para si
mesmos sem primeiro exibir as evidê ncias. Quanto a ser enganoso, nã o
consideramosAs pará bolas de Jesus enganam apenas porque seus
ouvintes nã o perceberam para onde ele os estava levando até chegar ao
inal das histó rias.
“A induçã o nã o é forte o su iciente!” A essa reclamaçã o eu
responderia com uma sé rie de pontos feitos anteriormente. Em
primeiro lugar, simplesmente nã o há evidê ncia para mostrar que a
força realmente convence algué m de qualquer coisa – a menos que você
esteja falando sobre lavagem cerebral. A induçã o pode e deve levar a
princı́pios, a irmaçã o e doutrina fortes; simplesmente nã o começa com
eles. Leva à descoberta da verdade em vez de declarar propaganda. A
abordagem indutiva respeita os ouvintes como indivı́duos e, ao fazê -lo,
ganha o relacionamento e a credibilidade para tomar uma posiçã o
irme um pouco mais tarde. Nã o precisa haver nenhum compromisso
em esperar para fazer um ponto até que o maior nú mero de pessoas
esteja disposto e pronto para aceitá -lo. E claro, há um perigo em um
sermã o indutivo de que o pregador nunca chegue a conclusõ es fortes
ou nã o comunique claramente qualquer mensagem doutriná ria bá sica.
Mas isso é um problema com o pregador, nã o com o processo indutivo.
A abordagem dedutiva també m nã o exclui a possibilidade de pregaçõ es
inú teis – como milhõ es podem testemunhar toda semana.
“Mas a induçã o nã o é bı́blica o su iciente. Baseia-se mais na
experiê ncia humana do que na Palavra de Deus”. Em resposta a isso,
reintroduzo alguns pontos resumidos dos capı́tulos anteriores.
Com as evidê ncias apresentadas nos capı́tulos cinco e seis , a induçã o
parece estar muito mais pró xima do modelo de comunicaçã o
apresentado pela Bı́blia como um todo e pelos pregadores dentro dela,
do que a maior parte da pregaçã o dedutiva praticada há sé culos. A
abordagem de Jesus era inegavelmente indutiva e incompatı́vel com
nosso ensino e estrutura homilé tica tradicional. Se houver uma dú vida
sobre a quantidade de conteú do das Escrituras ou oportunidade
expositiva dentro da pregaçã o indutiva, os esboços do Capı́tulo Sete das
vá rias estruturas do sermã o indutivo devem ter mostrado ampla
oportunidade para tanta referê ncia e exposiçã o das Escrituras quanto o
tempo e a intençã o de um sermã o permitirem. .
Com relaçã o à questã o da “autoridade”, gostaria de fazer alguns
comentá rios adicionais. Embora eu nunca queira igualar a experiê ncia
humana contemporâ nea com a pró pria Escritura como fonte de
autoridade para nossos sermõ es, a Bı́blia que Deus inspirou e ordenou
como sua pró pria Palavra é um registro da experiê ncia humana com
Deus. Relatos da experiê ncia humana podem e devem fazer em nossos
sermõ es o que fazem na Bı́blia – isto é , introduzir, ilustrar, preparar e
conduzir à verdade e autoridade supremas de Deus. O pregador, tanto
pela atitude quanto pela ê nfase, pode e deve sempre deixar claro que é
a verdade de Deus que o sermã o trata; é a Palavra de Deus que é
testada e aplicada à experiê ncia humana. A experiê ncia é o meio – nã o a
autoridade da teologia.

Novamente, este é o papel do pregador, seja escolhendo pregar


dedutivamente ou indutivamente.
Embora eu tenha tentado desconsiderar as crı́ticas acima refazendo
o caminho que seguimos até agora, embora ache que a maioria dessas
preocupaçõ es possa ser levantada com frequê ncia sobre a pregaçã o
dedutiva tradicional, e embora esteja convencido de que esses perigos
podem ser evitados, eu admitirá que a pregaçã o indutiva pode
apresentar perigos ú nicos nas á reas criticadas.
Entã o é aqui que vamos seguir em um caminho que pode parecer à
primeira vista contradizer tudo o que izemos, dissemos e vimos até
agora neste livro.
Comparamos a induçã o e a deduçã o com grá icos como este,
mostrando suas possı́veis caracterı́sticas diferentes: Grá ico de
contraste
INDUTIVO DEDUTIVO
Acumulativo Assertivo
Alcança a autoridade Assume autoridade
Faz perguntas Declara respostas
Reú ne fatos A irma conceitos como fatos
Baseia-se em fatos para encontrar causas Vincula fatos em categorias
Construtivo Construtivo
Criativo Cognitivo
Adia a irmaçõ es Declara respostas
Diagnostica os motivos Defende a razã o
Descobre as causas Declara conclusõ es
Expandindo Contrataçã o
Explora, expõ e Explica, exorta
Flexı́vel, elá stico Firme, de inido
Intuitivo Intelectual
Convida a participaçã o Impõ e princı́pios
Envolve os ouvintes em questã o Transmite respostas
Aberto Fechadas
Profé tico Sacerdotal
Prá tico Prescritivo
Progressivo Protetora
Razoá vel Raciocı́nio
Relacionado Restringir
Sotaque relacional Sotaque racional
Busca causas, conceitos, conclusõ es Efeitos dos Estados, conclusõ es
Busca razõ es, evidê ncias, princı́pios Estados resultados, prova
Em uma tentativa de explicar e construir um caso para o mé todo
menos familiar de induçã o, oferecemos uma visã o reconhecidamente
desequilibrada. Procedemos como se tudo sobre deduçã o estivesse
perigosamente errado. Mas nã o é . Na verdade, qualquer uma das
caracterı́sticas dedutivas emo grá ico de contraste acima pode ser um
fator muito positivo na pregaçã o – dada a situaçã o certa e a preparaçã o
adequada.
Permitam-me acrescentar que há anos venho exortando os jovens
ministros a combinarem forças indutivas e dedutivas em seus sermõ es.
Eu disse: “Nenhum evangé lico pode se contentar em pregar apenas
indutivamente. O pregador do evangelho tem a verdade em tã o alta
estima que deve declarar a mensagem de Deus dedutivamente depois
de ter explorado indutivamente.”
Muitos pregadores sã o como pobres cã es de caça; eles farejam um
rastro de verdade, mas param de arborizar sua presa. O ponto de
interrogaçã o nã o é a ú ltima palavra do processo indutivo. A induçã o
leva a conclusõ es e alé m!
Por tentativa e erro em nossas vidas diá rias, empregamos processos
indutivos para encontrar soluçõ es viá veis, entã o implementamos
nossos resultados na vida de amanhã . Hoje descobrimos. Amanhã
incorporamos, aplicamos, ampli icamos e defendemos. Em eletrô nica,
espaço, biologia, computadores e outras á reas, primeiro descobrimos,
depois declaramos. A induçã o leva naturalmente à deduçã o.
Nossa pregaçã o deve incluir declarar, proclamar, exortar,
compartilhar! A pregaçã o indutiva verdadeiramente e icaz vai da busca
à descoberta e, em seguida, pressiona para advogar, para exortar. A
sequê ncia completa é sensata, cientı́ ica e bı́blica.
Como já vimos, a Bı́blia geralmente apresenta o concreto antes do
abstrato, os dados antes da regra. Mas decretos e dogmas podem ser
facilmente encontrados – seguindo perguntas indutivas, experiê ncias,
exemplos e casos.
Ao contrá rio da opiniã o comum, Paulo em suas epı́stolas envolve o
povo indutivamente. Refere-se à experiê ncia, testemunha, faz
perguntas, explora, cita exemplos, usa biogra ias, analogias, pará bolas,
comparaçõ es e contrastes. Por exemplo, na epı́stola aos Gá latas ele
conduz com dezoito perguntas; ele narra sua pró pria vida; ele alegoriza
Abraã o, a aliança e suas duas esposas; ele compara com sı́miles e
metá foras ao levar a conclusõ es indutivas sobre Cristo, a liberdade e o
evangelho.
Mesmo quando ele escreve aos “santos” em Efeso, Paulo se refere
fortemente à experiê ncia: “você ”, “eu”, “nó s”, “ele” e “nó s” – lembre-se!
Ele recorre à analogia: estrangeiros, estranhos, muros, convê nios,
peregrinos, cidadã os, pedra angular, fundaçã o, templo, herdeiros, velho,
novo homem, etc. Treze vezes ele se refere à analogia do corpo. Embora
ele nã o faça uso de perguntas indutivas aqui, ele envolve as pessoas em
sua induçã o analó gica.
Paulo usa setenta e cinco perguntas nos primeiros capı́tulos de
Romanos para envolver as pessoas indutivamente. Essas perguntas
geram suas respostas. As exortaçõ es parecem suavizadas nessas
respostas. Com base nos detalhes dos capı́tulos 1 a 11 , Paulo agora está
na conclusã o:“Portanto, apelo a você por essas misericó rdias de Deus
para aplicar esses princı́pios na vida.”
Apenas quatro perguntas aparecem em seus cinco capı́tulos inais da
epı́stola romana. Ele dialogou com perguntas até envolver os romanos
em conclusõ es indutivas cooperativas; entã o, sem equı́vocos, ele
declara suas a irmaçõ es evangé licas aplicando a verdade à vida diá ria
de uma maneira dedutiva e proposicional. Somente apó s onze capı́tulos
de busca por autoridade ele assume o direito de proclamar tã o
dedutivamente. Ele cita exemplos, particularidades e instâ ncias
humanas; ele testemunha, ele questiona e responde a perguntas. Mas
ele reserva suas exortaçõ es e a irmaçõ es mais fortes até depois de ter
estabelecido irmemente a autoridade nos capı́tulos anteriores.
O exemplo de Jesus é mais uma evidê ncia a favor de uma abordagem
indutiva/dedutiva equilibrada para nossa pregaçã o.
Para as multidõ es, sua mensagem é como uma “teologia missioná ria”
em uma terra estrangeira. Jesus nã o dita ou exige de inı́cio, mas usa a
induçã o e a diplomacia para construir boa vontade, acordo, aceitaçã o e
autoridade acumulada. Ele nã o assume autoridade no inı́cio; em vez
disso, ele procura alcançar a aceitaçã o primeiro.
Quando ele fala com seus seguidores comprometidos, ele parece
mais autoritá rio. Ele assume que já tem acordo, autoridade e terreno
comum.
Essas diferenças eu notava há anos, mas só recentemente vi um
processo contı́nuo aqui. Jesus começa sua mensagem encarnada no
marco zero – onde as pessoas estã o. Mas seus discı́pulos já chegaram
em parte - eles concordaram com os princı́pios de fé que surgiram de
seus sermõ es anteriores ao povo. Tomados em conjunto, sua pregaçã o e
seu ensino se combinam para completar um processo que vai dos
particulares indutivos ao princı́pio e ao seu pronunciamento de
aplicaçã o prá tica dedutiva – um processo contı́nuo da descoberta da
induçã o à declaraçã o da deduçã o.
Durante anos tracei trê s processos: (1) indutivo, (2) dedutivo e (3)
combinado indutivo-dedutivo. Mas eu via a combinaçã o como uma
uniã o de dois processos muito diferentes, quando na verdade induçã o e
deduçã o sã o duas partes igualmente vitais de um processo – um
processo que poderı́amos chamar de induçã o de ó rbita completa. E
como o ensino de Jesus a seus seguidores, este processo inclui
declaraçã o dedutiva e aplicaçã o do princı́pio descoberto revelado pela
induçã o anterior.
Deixe-me tentar esclarecer o que estou dizendo aqui com um pouco
de imagens. Até agora, neste livro, vimos a deduçã o como a parte visı́vel
de uma á rvore, começando com o tronco (a verdade geral) e
rami icando-se para aplicaçõ es menores. Apresentamos a induçã o
como o sistema radicular de uma á rvore, começando com pequenas
radı́culas (exemplos especı́ icos e evidê ncias) que gradualmente se
juntam em raı́zes cada vez maiores e inalmente convergemno tronco (a
verdade geral). Tomadas separadamente, a estrutura da raiz e a
estrutura do ramo de uma á rvore parecem ser opostas. Um encontra e
acumula sustento, e o outro o espalha e distribui. Mas, na verdade, sã o
metades igualmente necessá rias do mesmo todo. O sistema radicular
seria inú til sem os ramos. O sistema de iliais nã o poderia sobreviver
sem as raı́zes.
Assim é com a induçã o e deduçã o no processo geral do sermã o. Os
dois mé todos se encaixam. Um complementa e prepara o outro. Onde a
induçã o cessa, a deduçã o começa. A induçã o descobre novos
conhecimentos; a deduçã o o esclarece. A induçã o acumula os fatos
particulares; a deduçã o a irma os conceitos gerais resultantes.
Para usar uma analogia diferente, o exemplo de Jesus parece nos
dizer que a pregaçã o, como uma ponte, precisa de dois pilares. A
pregaçã o e icaz serve como um empreendimento cooperativo entre
Deus e o homem, um pilar fundamentado na verdade eterna, o outro
enraizado na experiê ncia humana.

A Ponte dos Dois Pilares para a Pregaçã o

Jesus enfatiza o que o cristianismo tradicional à s vezes repetiu


apenas em tons abafados e abafados. Ele nos lembra de uma verdade
que esquecemos tã o facilmente: tanto e é mais e icaz. Ou ou à s vezes
talvez, mas muitas vezes ambos e.
A pregaçã o precisa tanto de ontem quanto de hoje. A Bı́blia
permanece como base só lida, e os relacionamentos de hoje mantê m o
sermã o vital, vivo e relevante.
A pregaçã o deve apresentar Deus e sua verdade eterna. Mas a
necessidade humana, experiê ncia e relevâ ncia també m constituem
fatores cruciais do sermã o. Sem a verdade eterna de Deus e a tradiçã o
da histó ria, falta a forte segurança. Sem a dimensã o humana
contemporâ nea, que bem terrestre haverá ? Que interesse? Que
signi icado?

Etapas combinadas
O sermã o indutivo de ó rbita completa pode ser dividido nesses doze
passos. Os nove primeiros re letem a concentraçã o indutiva deste livro
até agora. Mas as trê s ú ltimas etapas, que sã o igualmente importantes,
normalmente exigiriam desenvolvimento dedutivo.

1. Aceitar os ouvintes com


respeito
2. Alinhamento com as necessidades do
ouvinte
Basicamente
3. Fazendo perguntas- indutivo

chave
4. Despertando a atenção
5. Acumulando instâncias representativas

6. Determinação de
suposições
7. Avaliação de a irmações

8. Alcançar autoridade
9. Aceitando conclusões

10. Aplicando-se à vida


pessoal
Basicamente
11. Aconselhamento por experiência e dedutivo
revelação

12. Defendendo,
a irmando,
recomendando

Quando começamos a pensar em termos de um sermã o indutivo de


ó rbita completa, vemos algumas novas implicaçõ es para os padrõ es de
redemoinho indutivo nos Capı́tulos Sete e Oito .
O que estamos dizendo agora é que esses diagramas realmente
representam apenas a primeira parte da abordagem indutiva-dedutiva
combinada. A abordagem full-orbed seria melhor diagramada assim:

Sermã o Combinado Indutivo-Dedutivo


Qualquer uma das estruturas indutivas dos Capı́tulos Sete e Oito
poderia ser inserida no lado esquerdo dessa estrutura combinada. E
qualquer esquema dedutivo tradicional pode ser inserido no lado
direito deste diagrama.
Você notará que um sermã o completo nã o apenas começa em
“terreno comum”, onde as pessoas estã o; també m termina em “terreno
comum”. Quer o foco inal de um sermã o seja o convite, a aplicaçã o ou o
desa io, as implicaçõ es precisam voltar à vida cotidiana das pessoas. A
mensagem deve alcançá -los e movê -los para onde estã o.
A colocaçã o do texto no ponto mé dio nã o implica que devemos evitar
as Escrituras até que o sermã o chegue a esse ponto. Se você se lembrar
das vá rias estruturas indutivas diagramadas no capı́tulo anterior, você
se lembrará de muitas maneiras possı́veis de incorporar o conteú do da
Bı́blia em um luxo indutivo. Você pode até mesmo introduzir e usar o
texto do sermã o mais cedo no lado indutivo do processo. Mas qualquer
uso das Escrituras no luxo indutivo do sermã o é principalmente
ilustrativo, evidê ncia apresentada para chegar à conclusã o corporativa
no ponto mé dio. A essa altura, a autoridade deve ser alcançada e pode
entã o ser assumida pelo resto do sermã o. Uma vez que as pessoas e o
pregador tenham alcançado o ponto mé dio juntos, o textopode ser
a irmado com autoridade e as aplicaçõ es e declaraçõ es podem se
desenvolver dedutivamente a partir daı́.
Você pode concluir deste diagrama de estrutura combinada que a
parte indutiva do sermã o tem a mesma funçã o que uma introduçã o em
uma estrutura homilé tica tradicional. No entanto, isso é apenas
parcialmente verdade.

A induçã o introduz, mas visa fazer muito mais do que apenas


introduzir, assim como as pará bolas de Jesus fazem mais do que
despertar interesse. Eles promovem o envolvimento. Eles transmitem a
verdade. Eles atrasam as a irmaçõ es. Eles absorvem. Eles envolvem.
Mas eles també m instruem.
Jesus usa pará bolas e instâ ncias humanas como material de
processo. Estes ajudam a invadir a consciê ncia, os padrõ es de
pensamento, o comportamento e os há bitos, a vida dos ouvintes. Para
Jesus, as pará bolas e outros ingredientes indutivos tornam-se parte do
processo de comunicaçã o planejado. Portanto, nossos sermõ es
precisam de material de processo para levar as pessoas “para” o
pró prio sermã o.
Alguns pregadores icaram satisfeitos apenas com material de
conteú do. A verdade pode ser tudo o que importa para eles. Nã o Jesus.
Processo e conteú do contam para Jesus. Ele deve envolver o povo e ele
deve informar o povo. Ele planeja que tanto o envolvimento quanto a
instruçã o resultem de sua pregaçã o. Se queremos ambos os resultados
de nossa pregaçã o, a abordagem indutiva de ó rbita completa oferece a
melhor combinaçã o.
Os dois lados de um sermã o combinado indutivo-dedutivo podem se
ajustar à s necessidades e ao compromisso dos ouvintes. Por exemplo,
um sermã o para jovens precisa de mais induçã o do que um estudo de fé
dirigido aos velhos santos. Por outro lado, os veteranos icarã o felizes
por alguns exemplos antes do ensino dedutivo. Algumas situaçõ es
podem exigir uma divisã o 50-50; mas a maioria das ocasiõ es exigirá
que a quantidade de tempo e o conteú do atribuı́do a cada acento sejam
adaptados aos ouvintes.
Qualquer que seja o comprimento das duas partes, a estrutura de
redemoinho de entrada e saı́da combinada sempre se pareceria com
uma ampulheta horizontal – luindo indutivamente para a conclusã o e
depois movendo-se dedutivamente para aplicaçã o e declaraçã o:

Mas uma variaçã o valiosa na estrutura combinada pode ser usar uma
abordagem de ampulheta mú ltipla dentro do mesmo sermã o para
descobrir e entã o aplicar uma sé rie de pontos. Isso pode ser
especialmente e icaz para transmitir uma dose pesada de ensino
dedutivo, dividindo o sermã o em uma sé rie bem ritmada de doses
menores. Tal sermã o poderia ser mapeado assim:
Pode haver momentos em que você pensa que seu pú blico estaria tã o
relutante ou despreparado para abraçar sua premissa principal ou
quando você sente que as implicaçõ es da verdade descoberta
indutivamente sã o tã o claras que você pode parar o sermã o no meio do
sermã o e permitir que o Espı́rito Santo tome o ouvintes alé m disso.
Mas, via de regra, a pregaçã o indutiva de ó rbita completa precisa
incorporar també m a deduçã o.
Quando isso acontece, todas as preocupaçõ es sobre a induçã o
levantadas no inı́cio deste capı́tulo podem ser facilmente apagadas. Pois
é na “metade” dedutiva do sermã o completo que o pregador pode ser
contundente. E aqui que ele pode enfatizar novamente a autoridade da
Palavra de Deus como a base da mensagem. E aqui que o pregador pode
incluir melhor a exegese e qualquer exposiçã o versı́culo por versı́culo.
Aqui está um exemplo de esboço de sermã o que pode se encaixar na
estrutura bá sica combinada esquematizada acima: Vale a pena orar?
UMA. Exemplos Todos esses suportes indutivos servem de
contemporâ neos: evidê ncia para conduzir ao conceito e ao texto.
uma. Respostas recentes Eles sã o abordados brevemente, alguns em apenas
especı́ icas à oraçã o na uma frase ou duas. (10-15 minutos)
vida pessoal, familiar
ou da igreja local.
b. Respostas recentes
especı́ icas à oraçã o na
igreja nacional,
denominacional e
mundial.
B. Exemplos do Novo
Testamento:
uma. Paul orou na
tempestade —
tripulaçã o, passageiros
resgatados.
b. Peter libertado da
prisã o — reuniã o
surpresa.
c. Jesus orou — Lá zaro
ressuscitou, 5.000
alimentados, et al.
C. Exemplos do Antigo
Testamento:
uma. Daniel na cova dos
leõ es.
b. Ana orou por um ilho.
c. Moisé s orou — pragas,
Exodo.
d. Abraã o – no Monte
Moriá , em vida.

CONCEITO: A vida e a Bı́blia podem


nos mostrar muitos exemplos – Deus responde à oraçã o.
TEXTO: “Orai sem cessar.”
“Os homens devem sempre orar e nã o desmaiar.”
“A oraçã o e icaz e fervorosa do homem justo pode muito.”

Eu Razõ es para Orar Pode incluir subpontos, mais exemplos e quaisquer outros
II Requisitos para ingredientes comuns aos sermõ es dedutivos tı́picos. (10-15
rezar minutos)
III Resultados da
oraçã o
Conclusã o:
Aplicaçã o e Desa io
para Orar

Qualquer sermã o, qualquer que seja o assunto, qualquer que seja a


intençã o – evangelı́stica, doutriná ria ou expositiva bá sica – pode e deve
incorporar uma abordagem combinada se quiser alcançar o má ximo de
e icá cia e envolvimento. Como Merrill F. Unger diz em Principles of
Expository Preaching (Grand Rapids: Zondervan, 1955): “Ao lidar com
as Escrituras, nenhuma premissa deve ser usada no raciocı́nio dedutivo
que nã o possa ser sustentado por uma induçã o só lida. A questã o nã o é
se o mé todo indutivo deve ser menos cultivado, mas como … o mé todo
dedutivo pode ser empregado para complementar [a induçã o].”
Unger, como a maioria dos pregadores e quase todos os escritores
homilé ticos, enfatiza a deduçã o muito mais do que o lado indutivo da
pregaçã o. No entanto, ele reconhece claramente a necessidade de
induçã o para uma pregaçã o equilibrada e e icaz. Tal equilı́brio requer
ingredientes indutivos e o processo indutivo que explicamos aqui neste
livro.
Para DL Moody e muitos outros grandes captadores de multidõ es,
essa estrutura combinada tornou-se um padrã o de pregaçã o e icaz.
Moody consistentemente levou seus ouvintes ao envolvimento pessoal
por suas anedotas e referê ncias narrativas à experiê ncia. Entã o, quando
eles estavam prontos para aceitar seus decretos, ele proclamou as
profundas e inabalá veis crenças de sua fé fundamentalista.
Muitos pregadores contemporâ neos també m obtiveram sucesso com
a abordagem combinada.
Billy Graham muitas vezes bate em sua mã o com as Sagradas
Escrituras enquanto grita: “A Bı́blia diz …” Mas ele repetidamente se
refere a exemplos humanos, experiê ncias de vida e conteú do narrativo.
Leighton Ford, cunhado de Graham, combina induçã o e proclamaçã o
com boa percepçã o. Ele fez um estudo signi icativo sobre a e icá cia da
pregaçã o e os princı́pios de comunicaçã o. Por exemplo, voltando da
celebraçã o do Dia de Açã o de Graças de nossa famı́lia, ouvimos uma
transmissã o do memorá vel sermã o de Ford “Titulado ou Con iá vel?” Ele
começa com um impulso forte, pessoal e indutivo: “Ela mora em Nova
Orleans”.
Jay Kesler, presidente da Youth For Christ e tremendamente e icaz
como orador para jovens, combina induçã o com proclamaçã o
comohabilmente como qualquer pregador no horizonte hoje. Ele
manté m milhares de adolescentes fascinados enquanto compartilha
com detalhes dramá ticos as experiê ncias da juventude que conhece.
Depois de dar exemplos de vida a seus ouvintes, ele lhes dá o evangelho
– direto.
Louis Hadley Evans, Sr., lı́der presbiteriano de longa data, incorpora
muito conteú do indutivo em seus sermõ es populares. Seu formato pode
ser dedutivo ou indutivo.
Leslie Weatherhead, porta-voz metodista britâ nico, constró i sermõ es
genuinamente indutivos. Por exemplo, seu sermã o “The Real Thing”
começa com uma mesa de elefante “é bano”, fala de joias do “inı́cio do
perı́odo Woolworth” e, apó s o envolvimento com experiê ncias comuns,
prossegue para Jesus, o evangelho e nossa fé cristã compartilhada.
Donald Soper, pregador de rua britâ nico, entende a necessidade de
interesse e envolvimento mais do que a maioria. As demandas da rua
geraram insights e usos indutivos.
Cada vez mais, os pregadores cató licos se identi icam com a
experiê ncia em sua abordagem mais indutiva ao sermã o.
Clement Welch e outros do Episcopal College of Preachers em
Washington, DC, patrocinaram seminá rios sobre pregaçã o indutiva para
estimular os pregadores a envolverem seus ouvintes por induçã o.
Muitos pregadores batistas e icazes abandonaram sermõ es tediosos
e dedutivamente doutriná rios em favor de um acento indutivo na
experiê ncia até conquistarem o envolvimento de seus ouvintes. Entã o
eles proclamam. Entã o eles declaram. Entã o eles a irmam. Entã o eles
“pregam”.1
Os pregadores mais e icazes em quase todas as geraçõ es tropeçaram
nessa combinaçã o imbatı́vel. O Apê ndice 3 cita muitos outros exemplos
de pregadores bem-sucedidos ao longo da histó ria cristã que uniram a
induçã o com sua declaraçã o dedutiva do evangelho.
Assim como a induçã o de ó rbita completa, o processo combinado de
sermã o indutivo-dedutivo, responde à s perguntas sobre induçã o
colocadas no inı́cio deste capı́tulo, també m corrige as preocupaçõ es
que este livro levantou sobre a deduçã o. O grá ico a seguir ilustra:
Processo de pregaçã o dedutivo corrigido
Objeções à dedução apenas: Soluções oferecidas pela combinação com indução:
1. Começa com o orador: a. 1. a. Começa com detalhes que levam a conclusõ es.
generalizaçõ es b. a irmaçõ es c.b. Busca conclusõ es cooperativas, conceitos
conclusõ es (proposiçõ es). corporativos.
c. Atrasa as a irmaçõ es até que o acordo seja
alcançado.
2. Começa onde o falante está – 2. Começa onde o ouvinte está – nã o apenas onde o
nem sempre onde está o ouvinte. falante está .
3. Tende por sua natureza a ser 3. Deixa falar os fatos, as particularidades e a
subjetivo e preconceituoso. pró pria vida.
4. As vezes dá conselhos 4. Guarda conselho, exortaçã o e proclamaçã o até
injusti icados e indesejados que o ouvinte tenha alcançado por induçã o os
antes de estabelecer qualquer conceitos cooperativos que levam a conclusõ es
base comum. mú tuas.
5. Autoritá rio. 5. Alcança autoridade. Nã o assume autoridade
cedo.
6. Assume uma postura de 6. Procede da postura nã o adversá ria. Compartilha
adversá rio defensivamente ou experiê ncia. Compartilha o processo.
agressivamente.
7. Acentua o exercı́c io racional 7. Acentua a experiê ncia relacional – nã o apenas o
em vez da experiê ncia exercı́c io racional.
relacional.
8. Tende a ser irrelevante, 8. Relaciona-se com a vida e a experiê ncia.
remoto ou impessoal. Compartilha instâ ncias humanas.
9. Pode nã o mostrar respeito 9. Respeita os ouvintes e suas opiniõ es.
pelos ouvintes ou suas opiniõ es.
10. Centrado no assunto em vez 10. Acentua as necessidades dos ouvintes e traz o
de centrado na pessoa. sermã o para servir aos melhores interesses dos
ouvintes.
11. Tende a manter um formato, 11. Ajusta instâ ncias representativas, experiê ncias
estrutura, conteú do de inido. variadas e conteú dos selecionados para atender
à s necessidades dos ouvintes.
Os pregadores hoje sã o dilacerados, nã o por cavalos puxando em
duas direçõ es, mas por forças con litantes dentro do papel do
ministé rio. Eles tê m uma mensagem exigente para compartilhar com
um povo que resiste à s demandas externas sobre seu tempo e suas
vidas. Eles tê m uma mensagem de absolutos morais para pregar à s
pessoas que acreditam que todos tê m o direito defazer suas pró prias
coisas, desde que nã o infrinja os direitos de outra pessoa. Eles tê m uma
mensagem de verdade eterna para pregar à s pessoas que sã o
consumidas por assuntos temporais. Em resumo, as preocupaçõ es e
demandas de nossos ouvintes estã o frequentemente em con lito direto
com o senso pessoal de chamado, missã o e urgê ncia de um pregador.
Como movemos nosso povo de onde eles estã o para onde Deus quer
que eles estejam? Como podemos envolvê -los em nossos sermõ es e no
crescimento cristã o?
O processo indutivo de ó rbita completa parece uma resposta
promissora.
Este formato oferece uma maneira de combinar busca e conquista
em nossos sermõ es – tanto busca quanto salvaçã o. Pode nos capacitar a
respeitar nossos ouvintes e nosso Pai Celestial també m. Ele promete
unir nossa compaixã o e nossa con iança no mesmo sermã o. Começa
onde as pessoas estã o, mas leva à verdade de Deus.
O World Book diz em sua entrada em “Mé todo Indutivo”: “Ao
combinar induçã o e deduçã o, a ciê ncia uni ica teoria e prá tica”. Nã o é
esse o objetivo de todo pregador, todo sermã o? Quando, e somente
quando, podemos uni icar a “teoria” da verdade eterna de Deus com a
“prá tica” da vida diá ria de nosso povo, cumprimos nosso alto chamado
como pregadores. E quando isso acontecer, podemos ter certeza de que
nossos ouvintes estarã o envolvidos.

1Dr.Glen Stassen, professor do Seminá rio Batista do Sul em Louisville, conta como
os Metodistas salvaram os Batistas. Ele diz que nos dias de George White ield a
pregaçã o batista era dedutiva, seca, monó tona e doutriná ria. O nú mero de
convertidos e membros diminuiu. A pregaçã o de reavivamento de Wesley estimulou
os pregadores batistas a acentuar a experiê ncia em seus sermõ es, e a ruı́na dos
batistas em declı́nio foi evitada pela pregaçã o tanto da experiê ncia quanto da
doutrina.
10 No Estudo
Ainda me lembro vividamente de assistir a uma grande reuniã o
ministerial como um jovem pastor estudante. Durante um intervalo
entre as sessõ es, iz uma viagem a um banheiro masculino lotado, onde
por acaso ouvi uma conversa entre um pregador conhecido
nacionalmente e outro homem. O famoso pregador estava se gabando
de vender todos os seus livros porque ele tinha sermõ es su icientes
para durar o resto de seu ministé rio (ele estava na casa dos quarenta na
é poca).
Um pouco desiludido com a revelaçã o, mas possuı́do do idealismo e
do atrevimento da juventude, nã o pude deixar de reagir. Quando
terminei de secar as mã os, olhei para cima e disse, alto o su iciente para
que todos no banheiro ouvissem: “Parece que algué m já está morto lá
em cima”. Entã o me virei e saı́.
Quase quarenta anos se passaram, entã o espero ter amadurecido um
pouco. Mas muitas das atitudes que vi e ouvi expressas sobre a
preparaçã o do sermã o desde aquela é poca ainda me incomodam.
Conheci um jovem pastor no inı́cio do meu ministé rio que me disse
que icava acordado a noite toda todo sá bado à noite. As vezes ele
dormia no sofá por uma hora ao amanhecer. Ele lamentou seu há bito de
preparaçã o da noite passada. Ele confessou que era uma praga em sua
vida familiar. “Mas eu só tenho que ter essa pressã o. Nã o consigo
preparar meus sermõ es de outra maneira”.
Recentemente, apó s uma o icina de pregaçã o, um pastor veio até
mim e compartilhou sua luta contı́nua para encontrar tempo para a
preparaçã o do sermã o. Ele havia acabado de se mudar para uma nova
paró quia com uma ampla variedade de programas comunitá rios e de
alcance que ele deveria supervisionar. As tarefas administrativas o
mantinham tã o ocupado que ele simplesmente nã o conseguia preparar
seus sermõ es como achava que deveria. Quando ele expressou sua
frustraçã o a alguns colegas ministeriais em sua denominaçã o, eles o
ignoraram.Um deles realmente lhe disse: “Preparar-se nã o é nenhum
problema. Apenas desligue a TV à s 10 da noite de sá bado e passe uma
hora antes de ir para a cama descrevendo seu sermã o. Isto é o que eu
faço."
Infelizmente, esse tipo de atitude é muito prevalente. Na verdade,
uma grande editora evangé lica lançou um livro há alguns anos com o
tı́tulo bastante inteligente, Saturday Night Specials. O livro era uma
compilaçã o de mais de 200 ideias de sermõ es sobre uma ampla
variedade de textos e tó picos – esboços que supostamente poderiam
ser transformados em sermõ es e icazes na noite anterior à sua
pregaçã o.
E entã o havia o pastor de uma igreja da cidade grande, um pregador
conhecido em toda a sua denominaçã o principal como um reformador,
uma voz profé tica para a igreja e um evangé lico raivoso. Dirigindo para
a igreja com sua esposa nas manhã s de domingo, ele costumava dizer:
“Acho que vou pregar sobre perdã o (ou graça, pecado, regeneraçã o ou
qualquer outra coisa) esta manhã , querido. Você poderia me encontrar
um texto?” Sua esposa folheava as Escrituras ali no carro e ele já tinha
seu texto no momento em que paravam no estacionamento da igreja.
Preparaçã o. Quã o crucial é para a nossa pregaçã o?
Uma pesquisa recente revelou que os pastores que gastam vinte
horas ou mais em seus sermõ es de domingo pregam para centenas a
mais a cada semana do que aqueles que passam cinco horas ou menos
em preparaçã o. Você pode discutir sobre qual é a causa e qual é o efeito,
mas a correlaçã o entre o tempo de estudo e o tamanho da congregaçã o
deve dizer algo a todos nó s.
Um famoso pregador ganhou habilidade no pú lpito gastando uma
hora de preparaçã o para cada cem palavras que escrevia em seu
sermã o. Outro que trabalhou sessenta horas em cada sermã o pregou
por cinquenta e dois anos em uma igreja pró spera. No entanto, muito
tempo de preparaçã o cria outros problemas na famı́lia do pregador,
bem como na congregaçã o. Jonathan Edwards tantas vezes se
enclausurava em seu escritó rio que seu povo se queixava de nunca vê -
lo. Apesar de sua pregaçã o e icaz, ele foi convidado a deixar a Igreja de
Northampton depois de quase um quarto de sé culo de ministé rio -
apenas 23 dos mais de duzentos membros do sexo masculino votaram
para mantê -lo.
Dois sé culos se passaram desde entã o. Mas o con lito permanece. A
pregaçã o e icaz requer preparaçã o extensiva. Mas outras demandas –
familiares, pessoais e pastorais – corroem nosso tempo de estudo.
O con lito é frequentemente re letido quando um leigo diz: “Nosso
ministro é um bom pastor, mas nã o é um grande pregador”. Ou o outro
lado da moeda: “Seus sermõ es sã o ó timos todos os domingos; só
desejamos que ele estivesse mais disponı́vel durante a semana.” Muitas
vezes ouvi pessoas analisarem seus ministros em duas partes – como
pastor e como pregador. Com a mesma frequê ncia, conversei com
ministros que tentam lidar com o que parecem ser expectativas
impossı́veis de seu povo, decidindo se concentrarsuas energias em uma
metade do trabalho ou na outra. Eles dizem: “Eu vejo meu papel como
pregador, entã o deixo o trabalho pastoral para outros da minha equipe”.
Ou: “Eu sou um pastor antes de tudo. Acho que quando faço isso bem,
as pessoas nã o precisam ou esperam tanto na minha pregaçã o.”
A especializaçã o é uma das maiores tendê ncias da nossa era. E em
igrejas com vá rios funcioná rios, à s vezes pode ser a resposta para o
problema do tempo de pregaçã o/pastoramento. Mas o que acontece
quando você se sente forçado a fazer uma escolha? Qual é mais
importante? Minha experiê ncia e 2.000 anos de histó ria da igreja me
dizem que uma congregaçã o precisa de ambos.
Entã o, como equilibramos as demandas do pú lpito e da paró quia?
Em nosso mundo acelerado com pessoas - problemas tã o complicados e
trá gicos que nos desesperamos com nossa pró pria inadequaçã o para
ajudar. Como encontramos tempo e energia para pastorear e pregar ao
nosso povo?
Suspeito que este seja um con lito do qual nunca escaparemos. Nã o
há respostas fá ceis.
Mas talvez pudé ssemos aliviar um pouco a pressã o se tentá ssemos
alterar nossas atitudes em relaçã o à s duas metades de nosso trabalho
como ministros. E se olharmos para nossos deveres pastorais nã o como
uma interferê ncia no tempo de preparaçã o do sermã o, mas como uma
parte essencial dessa preparaçã o?
Por que tantos pastores sã o capazes de ajudar pessoas em crise
durante toda a semana e parecem tã o impotentes no pú lpito? Como
podem ser tã o engenhosos e vivos de segunda a sá bado e tã o mortos
nas manhã s de domingo?
Parte do problema é essa dicotomia arti icial que criamos em nossos
trabalhos entre nossos deveres pastorais e de pregaçã o. E se
pudé ssemos fazer de cada dever pastoral – cada sessã o de
aconselhamento, cada chamada pastoral, cada visita ao hospital, cada
contato com paroquianos – uma parte integral de nossa preparaçã o
para o sermã o?
Nó s podemos fazer isso. De fato, se queremos pregar indutivamente
e envolver as pessoas em nossa pregaçã o, temos que fazê -lo.
Dissemos anteriormente neste livro que um dos fundamentos da
abordagem indutiva é começar o sermã o onde as pessoas estã o. Mas
como sabemos onde é isso?
Craddock menciona uma chave para icar em sintonia com a vida
quando diz: “A batalha pode ser travada com algum sucesso
simplesmente permanecendo vivo. Isso signi ica que o pregador nã o se
permite tornar-se apenas um comerciante daquelas mercadorias que
permitem aos outros viver; ele mesmo vive. Ele nã o apenas anuncia os
hinos, ele canta; ele nã o apenas lidera em oraçã o, ele ora. Se as imagens
de seus sermõ es devem ser reais, ele deve ver a vida como real – nã o
como uma ilustraçã o sob o Ponto Dois.”
Alé m de utilizar e referir-se à nossa pró pria vida e à s nossas pró prias
experiê ncias na preparaçã o e pregaçã o ao nosso povo, um meio
igualmente necessá rio de nos mantermos em sintonia com a vida real é
aprender e usar a experiê ncia de vida das pessoas a quem servimos. O
contato pastoral pode sero ilã o principal do qual extraı́mos recursos
inestimá veis para envolver nosso povo em nossos sermõ es.
Mas como vamos da maté ria-prima da experiê ncia de vida ao
produto inal de um sermã o indutivo completo? Esta é a pergunta que
tentaremos responder enquanto o restante deste capı́tulo detalha os
está gios progressivos da preparaçã o do sermã o indutivo.
Antes de começarmos, quero reconhecer que a maior parte do que é
dito sobre preparaçã o aqui se concentra no primeiro lado, a porçã o
indutiva, da estrutura combinada do sermã o apresentada no Capı́tulo
Oito . A preparaçã o da fase dedutiva de um sermã o – a exposiçã o
bı́blica, exegese e hermenê utica – foi analisada e ampliada em mil livros
sobre pregaçã o. Portanto, o foco necessá rio aqui é na preparaçã o do
processo indutivo que envolverá as pessoas no sermã o antes da porçã o
dedutiva do esforço total.

Exposição — Estágio Um da Preparação Indutiva do Sermão O contato


com as pessoas nã o apenas nos apresentará a maté ria-prima para
ilustrar e apimentar nossos sermõ es, mas nossa interaçã o pastoral com
a experiê ncia de vida diá ria de nosso povo muitas vezes ajudará a
revelar os problemas que precisamos pregar cerca de. Sã o as emoçõ es
que vemos nosso povo lutando, as crises que tentamos ajudá -los que
devem ser o ponto de partida para envolver nossos ouvintes em nossas
mensagens no domingo de manhã .
Cada contato, cada membro de nossa congregaçã o oferece uma
contribuiçã o potencial à nossa pregaçã o. Certamente conhecemos
alguns membros de nossas igrejas que nã o se preocupam com o mundo,
mas esses sã o os que nã o conhecemos muito bem, nã o é ? Quando
realmente conhecemos as pessoas, descobrimos que todas elas tê m
alguma má goa, alguma necessidade, algum problema.
Nossos deveres pastorais assumem uma dimensã o totalmente nova
quando os vemos como meio de chegar à s necessidades de nosso povo,
como pesquisa para os pró ximos sermõ es. Eles entã o se tornam nã o
obstá culos à nossa tarefa de pregaçã o, mas oportunidades para
aprender e se preparar para nossos sermõ es.
Consideremos uma semana imaginá ria de contatos pastorais. (Vamos
desenvolver esses exemplos ao longo deste capı́tulo ao discutirmos as
vá rias etapas da preparaçã o do sermã o indutivo.) No inı́cio da semana,
convido um casal de idosos — membros de longa data da igreja. A
mulher caiu recentemente e foi con inada à cama. Quero orar com eles
e expressar a preocupaçã o de nossa congregaçã o. Mas, no decorrer da
minha visita, aprendi que esse casal nã o está tã o preocupado com a
saú de (ela está se recuperando bem) quanto com o custo de suas
necessidades diá rias. Vivendo com renda ixa, a in laçã o é corroendo
suas escassas economias no que parece ser uma taxa assustadora.
Depois de uma reuniã o do conselho da igreja na quarta-feira à noite,
ouço dois membros discutindo os custos crescentes da educaçã o
universitá ria. Um deles diz: “Sempre quis que minha ilha frequentasse
uma escola cristã . Mas parece que tudo o que podemos pagar no
pró ximo outono é a universidade estadual.”
Na quinta-feira vejo meu vizinho em seu quintal e paro para
conversar. Ele me diz que espera que o sistema escolar do condado nã o
anule o programa de educaçã o especial em que ele leciona quando o
Conselho de Educaçã o se reunir no pró ximo mê s.
A tarde, visito pais jovens no hospital onde sua ilha prematura está
internada há trê s semanas. O pai está dividido entre seu novo amor por
seu bebê e a conta do hospital, que já ultrapassa US$ 40.000. O casal
nã o tem seguro.
Naquela noite, visitei outro jovem casal com trê s ilhos que visitou
nossa igreja nos ú ltimos dois domingos. Eles sã o novos na cidade. Eles
agem um pouco envergonhados por seu apartamento de dois quartos
lotado. Enquanto conversamos, eles lamentam a crise do mercado
imobiliá rio e admitem um verdadeiro desâ nimo por terem um lugar
pró prio.
Sexta-feira eu entrego trê s sacolas de mantimentos pagas pelo fundo
benevolente da igreja para uma jovem mã e com gê meos de um ano cujo
pai os abandonou no mê s passado.
No sá bado, minha pró pria esposa volta de uma ida ao supermercado
angustiada porque sua conta totalizou mais de US $ 100 e a ú nica carne
que ela comprou foi um pacote de hambú rguer.
No inal da semana, as experiê ncias combinadas de meus deveres
ministeriais me expuseram uma preocupaçã o recorrente em minha
comunidade e congregaçã o: ansiedade por pressõ es inanceiras. Minha
exposiçã o à vida atravé s de meus deveres pastorais me ajudou a
identi icar uma necessidade, uma á rea onde sinto que as pessoas estã o
procurando ajuda.
Uma vez identi icada uma necessidade potencial, tento medir o
tamanho do problema. Com base no que leio, no que vejo na mı́dia, no
que continuo a observar ao meu redor, pergunto: isso é sério o su iciente
ou universal o su iciente para justi icar um sermão em resposta? Quando
decido que sim, faço outra pergunta: isso é algo que Deus quer que eu
pregue? Apó s cuidadosa e fervorosa consideraçã o, respondo que sim. E
entã o começo a planejar pregar para essa necessidade urgente no
futuro imediato.
Neste está gio ainda nã o tenho certeza de tudo o que preciso dizer, ou
de tudo o que Deus tem a dizer em sua Palavra sobre este assunto. As
pessoas precisam de encorajamento, mas sei que terei que tomar
cuidado para nã o ser muito simplista. Vou querer lembrá -los da
preocupaçã o e capacidade de Deus para ajudar, mas nã o vou querer
condenar ou fazer pouco caso das emoçõ es muito reais e
compreensı́veis de medo e frustraçã o no meio de umcrise econô mica.
Eu sei que o sermã o será um grande desa io para mim.
Antes de passar para o pró ximo está gio da preparaçã o do sermã o,
preciso deixar claro que nã o estou dizendo que a ideia da centelha para
cada sermã o virá ou deveria vir de nossa exposiçã o à experiê ncia de
nosso povo. As vezes, um sermã o brota de um pensamento que lemos
em nossas pró prias devoçõ es ou de uma verdade que descobrimos em
um estudo aprofundado das Escrituras. O está gio de exposiçã o da
preparaçã o envolve tanto a exposiçã o à vida contemporâ nea quanto a
exposiçã o à Palavra de Deus; é outro caso em que devemos lembrar os
dois eprincı́pio mencionado anteriormente. Enfatizei o potencial que
podemos encontrar em nossa exposiçã o à vida contemporâ nea porque
isso tem sido muitas vezes ignorado nos textos homilé ticos e nas aulas
de pregaçã o de nossos seminá rios. Se desejamos a orientaçã o de Deus
para nossa pregaçã o, precisamos ser tã o sensı́veis à sua voz quando
realizamos nossos deveres pastorais quanto quando fechamos a porta
do nosso escritó rio.
Reunindo — Estágio Dois da Preparação Indutiva do Sermão Uma vez
que minha exposiçã o me convenceu de uma necessidade e eu tenho
uma direçã o provisó ria, estou pronto para começar a pensar sobre o
que entrará no sermã o.
Como a parte indutiva da pregaçã o começa com a experiê ncia e
(como vimos nos capı́tulos sete e oito ) os exemplos precedem qualquer
argumento, um sermã o indutivo requer mais material ilustrativo do que
uma abordagem dedutiva. Quando enfatizo este ponto em aula ou em
o icinas de pregaçã o, vejo a preocupaçã o registrada nos rostos de meus
alunos. Invariavelmente, uma das primeiras perguntas feitas nas
o icinas dos pregadores é : “Onde consigo todas essas ilustraçõ es?”
De onde vê m as histó rias narrativas, as pará bolas, os estudos de caso,
as analogias, os diá logos, as experiê ncias pessoais e outros ingredientes
indutivos? Onde obtemos os blocos de construçã o para construir a
estrutura indutiva que discutimos nos capı́tulos anteriores?
Nã o seria ó timo se cada escritó rio de pastor viesse equipado com um
computador divinamente programado que pudesse cuspir uma resma
de material bruto de sermã o sobre qualquer tó pico inserido nele?
Muito rebuscado? Eu nã o acho. A mente humana ainda faz coisas com
as quais a IBM apenas sonha. Todo pastor tem um banco de memó ria
repleto de material para sermã o em potencial. Material original,
relevante e fresco. O truque é explorar a oferta. Como isso tem que ser
feito?
Brainstorming pessoal. Precisamos aprender essa habilidade. Talvez
tenhamos evitado isso porque soa um pouco freudiano demais para
nó s, mas a livre associaçã o pode liberar uma riqueza de material do
depó sito de nossas mentes. (Em sessenta anos, o cé rebro humano
compromete 200 bilhõ es de bits paraSe você nunca tentou isso, aqui
está uma maneira de começar: Pegue uma grande folha de papel em
branco e escreva o assunto ou necessidade no topo - digamos nosso
sermã o sobre pressã o inanceira e ansiedade e provisã o de Deus . Em
seguida, deixe sua mente ir e anote tudo o que você pensa que está
remotamente relacionado ao tó pico: anedotas, citaçõ es, experiê ncias,
tó picos, fatos, perguntas. Nã o censure ou selecione ainda – apenas
escreva.
Talvez você queira começar com as experiê ncias pastorais da semana
passada. Mas nã o pare por aı́. Pense em sua vida pessoal, sua pró pria
experiê ncia, histó ria, biogra ia, literatura, relacionamentos que
conheceu e viu, sua famı́lia, suas viagens, sua igreja. Você irá
especi icamente para as Escrituras mais tarde, mas se passagens,
versı́culos ou personagens da Bı́blia vê m à mente agora, anote-os.
Depois de fazer um brainstorming até que a tempestade passe, você
pode escolher algo que escreveu e iniciar outra folha de associaçã o
livre.
Para dar uma ideia de onde isso pode levá -lo, iz um brainstorming
uma noite sobre nosso assunto de pressã o inanceira e ansiedade e a
provisã o de Deus. Uma das primeiras coisas que me veio à mente foi o
versı́culo: “Meu Deus suprirá todas as suas necessidades de acordo com
as suas riquezas em gló ria”. Eu comecei lá . Pensei no pronome pessoal
“meu” e isso desencadeou uma avalanche de experiê ncias e
sentimentos pessoais vı́vidos.
Meu cachorro, meu lugar à mesa, meu pai icando cego, minha cama, minha bicicleta
de cinquenta centavos, meu professor, meu primeiro terno, minha casa pegando fogo,
minha garota, meu irmã o, minha piscina, meu mé dico, meu pastor , minha conversã o,
minha igreja, meu chamado, meu casamento, minha esposa, meu trabalho, minha
alegria, meu bebê , meu menino, meus ilhos, minha famı́lia, minhas fé rias, a morte de
minha mã e, meu fardo, meu livro, meu amigo, meus sermõ es — toda a minha vida
passa em revista.
Lembro-me de que Lutero insistiu que a religiã o genuı́na consiste
nos pronomes.
Considero a ideia de “bens permanentes” e ela ressalta em meu
pensamento as bê nçã os relacionais, espirituais, culturais, mentais que
nunca falham quando os bens iscais e fı́sicos desaparecem. Meu
inventá rio de ativos manté m o foco em valores reais.
A entrada da Bı́blia inclui a observaçã o do salmista: “Fui jovem e
agora sou velho, mas nã o vi o justo desamparado nem a sua semente a
mendigar o pã o”; Salmo 23; A promessa de Malaquias das janelas
celestiais se abriu; Jesus—“Buscai primeiro… e todas estas coisas…”,
alimentando as multidõ es, pagando impostos, “De que adiantaria
ganhar o mundo inteiro”; o rico tolo; Abraã o e Ló ; a ganâ ncia de Acã ;
prata de Judas; o Filho do Homem sem lugar para reclinar a cabeça. E
mais exemplos bı́blicos misturados com outras ideias.

Exemplos da vida incluem: Apertar o cinto da Grande Depressã o.


Meu pai teve renda de vinte e seis centavos por quatro meses com uma
famı́lia de seis. Estudantes do seminá rio carentes — um com um ilho
que disse: “Rapaz, papai, o dinheiro está chegando mais rá pido do que
estamos orando por ele”. Outro estudante que enfrentava uma crise
inanceira encontrou um cheque de US$ 2.000 em sua caixa de correio
do seminá rio. Uma histó ria que um produtor de laranja me contou
sobre um furacã o na Fló rida que passou no ú ltimo minuto. Al Hafed e
Acres de Diamantes. Mais exemplos e nomes de muitos homens e
mulheres que pensaram que poderiam escrever o inı́cio, meio e im do
Livro de Jó .
Fui dormir à noite depois de escrever essa enxurrada de exemplos
grá icos, satisfeito por ter muitas idé ias para fazer um sermã o sobre a
provisã o de Deus. Antes do amanhecer na manhã seguinte, acordei com
uma procissã o persistente de mais exemplos da vida e da Bı́blia
clamando para entrar no sermã o. Exemplos da histó ria e da literatura
vieram mais tarde para mim.
Estou impressionado com a novidade, a vivacidade, a variedade, os
detalhes grá icos e as emoçõ es que esse simples exercı́cio de
recordaçã o desencadeou. Em mais de quarenta anos de ministé rio, usei
apenas algumas dessas duas dú zias de exemplos de vida que me vieram
como resultado de meu brainstorming sobre esse tó pico.
Recentemente, um de meus ilhos compartilhou comigo uma té cnica
de brainstorming — uma variaçã o e talvez uma melhoria no
procedimento de listagem que sempre usei. Em vez de colocar o tó pico
no topo da pá gina, coloque-o no meio de um pequeno cı́rculo. Quando
você pensa em uma ideia relacionada, desenha uma linha em forma de
raio a partir do centro, escreve a ideia e circula-a. A segunda ideia pode
desencadear dois ou trê s pensamentos relacionados; em caso
a irmativo, você extrai mais raios do segundo cı́rculo e inclui os
pensamentos mais recentes. Entã o você volta para a ideia principal e
faz um brainstorming novamente a partir daı́. Quando terminar, seu
trabalho pode icar assim:

Você pode até querer centralizar algumas de suas ideias secundá rias
em folhas separadas e fazer um brainstorming a partir delas.
Assim como nas listas de brainstorming, você deve anotar tudo o que
vem à mente. Mas há pelo menos duas vantagens nessa té cnica mais
recente. Primeiro, o layout visual ajuda seu pensamento a seguir em
vá rias direçõ es. E segundo, as ideias relacionadas podem ser facilmente
agrupadas à medida que você avança, nã o importa a ordem que você
pensa delas. A organizaçã o em um esboço mais linear pode ser feita
facilmente mais tarde.
A maioria das coisas que anoto em minhas sessõ es pessoais de
brainstorming nunca sairã o do meu estudo. Talvez apenas um dé cimo
ou menos chegue ao sermã o.
Eu sei que terei que ter cuidado para nã o apenas me entregar a uma
viagem chata pela minha pró pria memó ria. Eventualmente, terei que
analisar os exemplos, experiê ncias, ilustraçõ es e ingredientes que meus
ouvintes entenderã o melhor e com os quais se relacionarã o. Mas esse
processo de seleçã o vem mais tarde na preparaçã o. Nesta fase, quero
quantidade e qualidade.
Mesmo aqueles pensamentos e anedotas que eventualmente acabam
na lixeira do estudo servem a um propó sito, porque o brainstorming
intensivo faz mais do que fornecer material utilizá vel. Por exemplo,
como professor de seminá rio, iquei isolado de alguns aspectos do
mercado de trabalho por mais de vinte anos. Tive emprego
permanente, estabilidade e segurança aparente. Mas o brainstorming
desse tó pico desencadeou processos de pensamento e aumentou a
sensibilidade necessá ria para pregar um sermã o que oferecerá mais do
que pronunciamentos do tipo Pollyanna a uma congregaçã o que pode
incluir membros que sofrem a agonia do desemprego. Brainstorming
prepara as bombas de nossos coraçõ es, mentes e espı́ritos.
Examinando as Escrituras. A reuniã o nã o para com nosso pequeno
exercı́cio de livre associaçã o com papel e lá pis. Em seguida, precisamos
olhar novamente para a Palavra.
Nos Capı́tulos Sete e Oito falamos sobre o uso de material bı́blico
como parte do lado indutivo do processo de pregaçã o de ó rbita
completa. Este é o ponto do processo de preparaçã o em que
procuramos esse material bı́blico – anedotas bı́blicas, personagens e
analogias. Provavelmente deverı́amos começar com aqueles que vieram
à mente durante o processo de brainstorming. As vezes, podemos
querer fazer algum estudo expositivo ou exegé tico neste está gio, mas a
maior parte disso ocorrerá em outros está gios. Aqui estamos mais
preocupados em reunir um corpo de material bı́blico ú til. Assim,
podemos muito bem conduzir um estudo tó pico e buscar informaçõ es
bı́blicas adicionais relevantes para o nosso tó pico. Podemos até querer
fazer uma lista de palavras relacionadas e ver onde uma concordâ ncia
nos levará .
Eu percebo que esta ú ltima sugestã o é abominá vel para muitos
homilé ticos,mas uma concordâ ncia tó pica é uma ferramenta muito ú til
na preparaçã o. Certamente nã o substitui a exegese só lida. No entanto,
se formos cuidadosos em nã o tirar passagens fora do contexto, nã o há
razã o para temer levar uma necessidade ou um problema à Escritura
para tentar descobrir o que Deus tem a nos dizer. para dizer que as
sugestõ es de preparaçã o expostas até agora neste capı́tulo podem
exigir uma pequena adaptaçã o se você estiver pregando um livro da
Bı́blia ou se estiver preparando uma sé rie de sermõ es sobre uma
passagem das Escrituras, como o Oraçã o do Senhor.
Isso porque a maneira mais fá cil de ser verdadeiramente indutivo em
nossa pregaçã o é começar com uma necessidade de nosso povo e levar
essa necessidade à s Escrituras para a ajuda e resposta de Deus. As
estruturas indutivas sobre as quais falamos começam naturalmente
com as particularidades, os problemas e as questõ es que levam à s
conclusõ es bı́blicas e sua aplicaçã o.
E mais difı́cil pregar com um espı́rito indutivo de exploraçã o mú tua
quando toda a congregaçã o sabe que seu sermã o vai continuar com o
capı́tulo ou versı́culo de onde você parou na semana passada. Mas isto
pode ser feito.
A maneira mais simples de fazer isso começaria com seu estudo
cuidadoso da passagem. Entã o você precisa se perguntar: “Que
problema meu povo enfrenta, que necessidade eles tê m, que problema
eles lutam, que pergunta eles fazem que esta passagem trata?” Você
precisa con iar muito na orientaçã o de Deus para obter discernimento
aqui, bem como quando izer uma segunda pergunta: “Qual é a verdade
que Deus tem nesta passagem para ajudar meu povo com seu
problema, necessidade, questã o ou pergunta?” A resposta a esta
segunda pergunta pode se tornar a conclusã o, o conceito corporativo
que você quer que as pessoas alcancem com você no inal da parte
indutiva do sermã o completo. Esta é a verdade que você constró i e
aplica no lado dedutivo do sermã o. A resposta para a primeira pergunta
– o problema, a necessidade,
Depois de fazer essas perguntas sobre uma passagem, você está
pronto para pensar nas exposiçõ es que teve e reunir material para o
sermã o da mesma maneira que já sugerimos. Até mesmo o
levantamento das Escrituras é um bom processo; embora você já
conheça seu texto, você obterá um quadro bı́blico mais amplo e talvez
encontre material de apoio indutivo adicional para aumentar o
conteú do bı́blico do sermã o.
Estou convencido de que é possı́vel pregar um sermã o indutivo
completo sobre qualquer passagem, qualquer verdade ou ensino
bı́blico, qualquer doutrina bı́blica que você queira ou precise pregar. O
que é necessá rio sã o indutivosingredientes e uma estrutura indutiva
com a irmaçõ es e exemplos atrasados que precedem todos os
argumentos e declaraçõ es.
Escaneando o Campo. Uma vez que tenhamos feito nosso
brainstorming e pesquisado as Escrituras em busca de material
potencial para incluir em nosso sermã o, há mais um passo no está gio
de preparaçã o da reuniã o. E aqui que levamos nossa preparaçã o alé m
de nossa pró pria experiê ncia e pensamento. Examinamos o passado e o
presente em busca de material relacionado. O que foi feito e dito? O que
está sendo feito e dito agora sobre o assunto sobre o qual estamos
pregando?
Karl Barth, o fundamentalista homilé tico, costumava dizer que
preparava seus sermõ es com uma Bı́blia em um joelho e um jornal no
outro. Esse é um modelo que precisamos lembrar enquanto nos
preparamos. Um jornal deveria ser uma necessidade para nó s, mas nã o
é su iciente. Escanear o campo poderia signi icar passar meio dia na
biblioteca pú blica veri icando guias perió dicos e catá logos de ichas. Ou
pode ser necessá rio vasculhar nossa biblioteca pastoral para ver o que
outros pregadores pregaram, o que escritores cristã os escreveram. Há
uma explosã o de informaçõ es acontecendo agora em um computador
de campo que as pessoas chamam de inteligê ncia arti icial. Bancos de
dados eletrô nicos podem em breve oferecer um potencial incrı́vel para
ilustraçõ es de sermõ es. Hoje, por uma taxa de US$ 2,75 a US$ 15 por
hora (dependendo da hora do dia), a Source Telecomputing Corp. of
McLean, Virgı́nia se conectará ao noticiá rio da UPI e classi icará as
notı́cias por meio de palavras-chave. Haverá muitos outros serviços
desse tipo em um futuro pró ximo.
Recentemente, ouvi um especialista em homilé tica dizer a um grupo
de ministros: “Você nã o pode pregar efetivamente hoje sem assistir TV”.
Quando você percebe que a televisã o está ligada cerca de cinquenta
horas por semana em uma casa comum, você tem que pensar que ele
pode estar certo. Tornou-se uma parte tã o grande da vida americana
que nã o podemos mais ignorar o que está dizendo ao nosso povo
enquanto preparamos nossas contra-mensagens para o domingo de
manhã .
Mas nem toda a varredura de campo deve ser feita pela mı́dia de
massa. Barth també m fez uma prá tica regular de pregar em prisõ es
locais para se lembrar das reais necessidades das pessoas. Talvez
precisemos visitar o escritó rio de desemprego ou conversar com um
agente de cré dito em nosso banco em preparaçã o para nosso sermã o
sobre pressõ es inanceiras. Experiê ncias em primeira mã o ou
entrevistas pessoais podem adicionar profundidade e interesse reais
aos sermõ es sobre muitos tó picos. Precisamos apenas pensar nas
oportunidades criativas.
Outro meio de ampliar a contribuiçã o para nossos sermõ es seria
criar o há bito de conversar com alguns de nossa congregaçã o com
antecedê ncia sobre suas experiê ncias. Ouvi falar de um ministro que
tentava todas as semanas incorporar um exemplo, anedota ou
ilustraçã o sugerida a ele por um membro de sua congregaçã o e dar
cré dito a esse membro.

Pense no envolvimento adicional que terı́amos em nosso sermã o a


cada semana se dissé ssemos: “Jim Peterson me contou sobre a
mudança para esta comunidade dez anos atrá s sem emprego, sem
saber o que ele ia fazer…” Ou, “Apenas esta semana a Sra. Adams me
contou sobre um homem que ela conhecia nesta comunidade cuja
esposa o deixou com trê s ilhos pequenos. Ele nã o sabe como vai cuidar
das crianças porque nã o pode pagar uma creche...”
No curso regular de nosso contato pastoral, poderı́amos mencionar
à s pessoas o assunto dos pró ximos sermõ es e pedir exemplos de sua
experiê ncia. Nã o terı́amos que usar todas as sugestõ es ou ir muito
longe no pú lpito. Que potencial para exemplos e ilustraçõ es! Nosso
povo adoraria. Terı́amos envolvimento garantido.
O está gio de reuniã o é crucial para a preparaçã o de um sermã o
e icaz. E preciso criatividade e esforço. E preciso oraçã o; precisamos
pedir a Deus que abra nossos olhos e nossas mentes para o material
mais forte e relevante. E leva tempo. Para alguns tó picos, podemos
querer trabalhar e planejar uma ou duas horas de cada vez durante
meses. Mas a abordagem tripla – brainstorming, pesquisa nas
Escrituras e varredura no campo deve nos dar uma riqueza de material
para qualquer tó pico de sermã o. A parte difı́cil deve ser decidir qual
grande material deixar de fora.

Focalização – Estágio Três da Preparação Indutiva do Sermão


Recentemente, ouvi a histó ria sobre o jovem ilho de um pastor que um
dia entrou no escritó rio do pastor e encontrou seu pai escrevendo
furiosamente em sua mesa. “O que você está fazendo, papai?” ele
perguntou.
Seu pai mal ergueu os olhos para responder: “Estou tentando
terminar meu sermã o antes do jantar”.
“Como você sabe o que dizer em seu sermã o?” o jardim de infâ ncia
perguntou, caminhando para o lado de seu pai.
“Deus me diz”, disse o ministro, ainda sem parar de escrever.
O menino olhou para o papel na frente de seu pai por apenas um
momento antes de perguntar: "Entã o por que você riscou um pouco?"
Este é o está gio de preparaçã o do sermã o onde devemos começar a
riscar as coisas. Este é o ponto em que vasculhamos o conglomerado de
ideias, ilustraçõ es, Escrituras e tudo o mais que reunimos e começamos
a estreitar e re inar nosso foco, buscando um tema uni icador ou um io
que se enrole no emaranhado.
Mesmo que comecemos nossa preparaçã o com um texto e uma
verdade predeterminados para compartilhar com nosso povo, este é o
ponto em que decidimos como vamos chegar indutivamente a essa
verdade como uma conclusã o corporativa e como vamos declarar essa
verdade quando chegarmos a isso.Em suma, este é o ponto em que
inalmente respondemos à pergunta: O que eu realmente tenho a dizer
neste sermã o?
Nã o existe um simples guia passo a passo para encontrar a chave, a
verdade central, o conceito corporativo que deve ser o coraçã o de
qualquer sermã o indutivo. Nosso pró prio raciocı́nio e sensibilidade
desempenham um papel importante à medida que revisamos os
ingredientes reunidos e procuramos o material mais relevante, a
abordagem mais ú til, a mensagem mais valiosa para nosso pessoal.
As vezes é ú til conversar sobre o assunto do sermã o com outra
pessoa — um cô njuge, um amigo, um colega. E, para nã o negar a
importâ ncia da orientaçã o de Deus em outros está gios de preparaçã o,
talvez este seja o ponto em que precisamos estar mais em oraçã o e
abertos à inspiraçã o e direçã o de Deus.
Muitas vezes acho ú til pensar no foco como um processo progressivo
e limitador. Por exemplo, na coleta de material sobre pressã o inanceira
e ansiedade, uma das Escrituras que mais me atraiu foi o Salmo 23. Eu
meditei nele e anotei vá rios conceitos. Minha lista icou assim:
O Senhor Con iar Provisã o Disciplina – “vara”
pastor Tribulaçã o Mal Equipe de suporte"
Satisfaçã o Sofrimento Companhia Paz
Fornecer Dependê ncia Contentamento Proteçã o
Necessidades, desejos Conforto Ousadia Con iança
Lutas Libertaçã o Sucesso Eternidade
Pessoal—“meu” Permanê ncia Justiça Temer
Segurança Abundâ ncia Orientaçã o Seguindo ele
Obviamente, um sermã o nã o pode focar em todos esses conceitos;
entã o eu tenho que restringir o sermã o um pouco mais. Eu poderia
combinar alguns dos conceitos – o de “Senhor” e “pastor”. Mas o que eu
quero e preciso dizer sobre “O Senhor é meu pastor” que se vinculará à
necessidade de pressã o inanceira e ansiedade?
As vezes, o processo de estreitamento nã o termina em um ponto
utilizá vel e você precisa voltar à grande massa de material novamente.
Outras vezes, como eu faço aqui, você estreita o foco, expande-o um
pouco novamente e encontra um novo foco mais nı́tido.
Quando cheguei à ideia de “O Senhor é meu pastor”, tentei pensar em
maneiras que poderiam se encaixar em nosso tó pico de sermã o sobre
questõ es inanceiras. E de maneira verdadeiramente ministerial,
ampliei um pouco meu pensamento com uma lista aliterativa de
conceitos. Pensei na pessoa de Deus, sua provisã o, sua proteçã o, sua
paz, sua presença. A palavra abundância veio à mente, assim como
permanente, prá tico, pessoal e participativo.
Ao olhar para esta lista recé m-re inada, a ideia de provisã o
pareciaser o mais promissor. Eu tinha certeza de que um sermã o sobre
a provisã o de Deus poderia ser uma resposta valiosa para a
necessidade que eu queria atender. Alguns dos outros conceitos
funcionariam, mas este parecia um pouco mais direto ao ponto, mais
especı́ ico.
Mas mesmo depois de encontrarmos a ideia-chave para o nosso
sermã o, podemos trazê -la para um foco ainda mais nı́tido. Uma vez que
um sermã o indutivo nã o começa com uma a irmaçã o ou conclusã o, mas
como uma busca, uma busca mú tua de pregador e congregaçã o, o
processo de re inamento e foco é ajudado quando tomamos o impulso
principal de nossa mensagem, a chave, a ideia primá ria , o conceito
corporativo que queremos transmitir ao nosso pessoal, e formar uma
pergunta-chave que é respondida por nossa ideia-chave. E um pouco
como o antigo programa de TV Jeopardy, onde os competidores
recebiam apenas as respostas e tinham que fazer as perguntas
pertinentes para acompanhá -los.
Nosso objetivo é fazer uma pergunta que nosso pessoal queira que
seja respondida, uma pergunta que faça algo que eles realmente
gostariam de saber. Por exemplo, podemos re inar nosso sermã o sobre
a ideia-chave da provisã o de Deus com esta pergunta chave: Deus provê
hoje? As vezes, a pergunta-chave pode ser aguçada adicionando um
pouco de mordacidade – um toque de cinismo que reconhece a dú vida
que alguns ouvintes podem ter: Deus realmente provê hoje?
Todo sermã o indutivo precisa começar com uma questã o-chave
abrangente. Isso ajuda a estabelecer o terreno comum a partir do qual o
pregador e as pessoas procedem. Essa questã o pode realmente ser
colocada no pró prio sermã o, ou pode estar apenas implı́cita. De
qualquer forma, uma pergunta-chave ajuda a focalizar o sermã o,
dando-lhe direçã o, enquadrando todo o sermã o em uma busca pela
resposta.
Uma vez que tenhamos focalizado um sermã o o su iciente para
encontrar a pergunta-chave, precisamos repensar e aprimorar nossa
resposta bá sica para a pergunta. Temos uma resposta razoá vel e crı́vel?
Chegamos realmente a uma conclusã o corporativa que pode levar à
aplicaçã o dedutiva? Existe algum aspecto da pergunta que nã o estamos
preparados para responder, onde podemos levantar dú vidas ou onde
nã o temos informaçõ es ou evidê ncias su icientes? Talvez precisemos
reformular a pergunta ou fazer um estudo mais direcionado das
Escrituras, pensando um pouco mais em nossa resposta. Novamente,
neste está gio, podemos fazer bem em compartilhar nossa pergunta-
chave e conclusã o corporativa com algué m que tentará sugerir
acré scimos ou pontos fracos em potencial. Muitas vezes nossos
sermõ es poderiam ser melhorados se fossem re inados pela
perspectiva de apenas mais uma pessoa. Podemos chegar tã o perto de
nosso material que muitas vezes nã o ouvimos o que estamos dizendo.
Alé m de descobrir onde Deus quer que levemos nosso povo em um
sermã o, outro objetivo importante do está gio de concentraçã o da
preparaçã oé descobrir onde nosso povo está para começar o sermã o a
partir daı́. Henry Ward Beecher muito cedo em seu ministé rio
descobriu essa necessidade, que ele chamou de “pontar”. Dois anos e
meio depois de iniciar um ministé rio medı́ocre em Indiana, ele icou
desanimado com os escassos resultados de seu trabalho. Entã o ele
estudou os mé todos usados pelos apó stolos no livro de Atos e decidiu
seguir o exemplo deles de adaptar sua mensagem a seus ouvintes
especı́ icos. Ele entã o organizou cerca de quarenta universais
defendidos por seu povo e procedeu em seu pró ximo sermã o a usar
toda a sua preocupaçã o pessoal, todo o seu apelo ló gico e emocional
para construir sobre esses dados: “Todos nó s sabemos...” “Todos nó s
sabemos disso...” “Nó s todos sabem disso…”
Descrevendo os resultados dessa mensagem histó rica, Beecher disse:
“… havia dezessete homens despertados sob aquele sermã o. Nunca me
senti tã o triunfante na minha vida. Eu chorei todo o caminho para casa.
E eu disse a mim mesmo: 'Agora eu sei pregar. Aprendi a mirar. ” Esse
foi o inı́cio de um ministé rio transformado que fez de Beecher um dos
pregadores mais e icazes e in luentes de sua é poca.
O foco é o ponto da preparaçã o em que identi icamos as perguntas
que nosso pessoal está fazendo e selecionamos as respostas que
tentaremos transmitir. O tempo gasto em foco pode estender o alcance
e aumentar o impacto de nossos sermõ es. As vezes, faz a diferença
entre uma espingarda carregada com tiro de pá ssaro e um ri le de caça
grossa.
Este é o momento em que miramos.

Construindo – Estágio Quatro da Preparação Indutiva do Sermão Uma


vez que encontramos nosso foco e direçã o, estamos prontos para
começar a construir um sermã o a partir dos blocos de construçã o que
coletamos no está gio de reuniã o. Entã o aqui, como no está gio de foco,
precisamos cavar de volta em todo o material.
A tarefa inicial na construçã o é , na verdade, classi icar. Escolhemos as
experiê ncias mais pertinentes, as memó rias mais pertinentes, os
exemplos mais precisos (bı́blicos e contemporâ neos) para se adequar
ao foco do sermã o. Estamos procurando agora por material ilustrativo
que faça a pergunta-chave e leve as pessoas à nossa conclusã o.
Podemos nã o usar todos os exemplos que separamos neste
momento. E podemos descobrir antes de concluir a construçã o do
sermã o que precisamos voltar ao está gio de reuniã o para um pouco
mais de brainstorming para preencher as lacunas. Mas uma vez que
selecionamos o que sentimos ser os exemplos mais representativos e
realistas, estamos prontos para começar a construir o esboço real do
sermã o.
Como os Capı́tulos Sete e Oito trataram longamente da estrutura dos
sermõ es indutivos, precisamos apenas resumir aqui o restante do
está gio de preparaçã o da construçã o. Este é o momento em que
decidimos como vamos expor e apresentar nosso caso, qual material
indutivopara incluir e para onde estamos indo com a forma, movimento
e luxo do sermã o.
Enfatizamos em nossos capı́tulos sobre estrutura que o objetivo da
porçã o indutiva de um sermã o é trazer todo o nosso povo junto até que
cheguem à mesma conclusã o bı́blica que nó s. Para nosso exemplo de
sermã o sobre questõ es inanceiras, essa conclusã o poderia ser: Sim,
Deus realmente provê para nós hoje.
Garantir que as pessoas cheguem onde queremos que cheguem, que
alcancem nosso conceito corporativo, que acreditem e aceitem essa
conclusã o e estejam prontas para que possamos declarar, elaborar,
rea irmar e aplicar essa mensagem dedutivamente – isso é o resultado
da seleçã o sensı́vel e arranjo do que queremos dizer e como queremos
dizê -lo.
Isso é o que acontece na fase de construçã o da preparaçã o.

Revisão — Está gio Cinco da Preparação Indutiva do Sermão Mesmo


depois que a parte indutiva do sermã o é construı́da, há um ú ltimo
está gio no processo de preparaçã o indutiva: a revisã o. Este é o está gio
em que analisamos o que planejamos dizer e o medimos em relaçã o a
uma sé rie de listas de veri icaçã o (consulte o Apê ndice 2 ) para:
Atitudes indutivas Processo indutivo Ingredientes indutivos Ilustraçõ es
indutivas Ordem indutiva
Movimento indutivo
Aqui é quando precisamos honestamente nos fazer perguntas como
estas:
O sermã o começa onde as pessoas estã o – com suas necessidades,
problemas, questõ es e perguntas?
Ele vem muito forte, muito rá pido?
Faz uma pergunta que eles estã o fazendo?
Desperta interesse apelando aos sentidos, sentimentos, emoçõ es?
Inclui uma variedade de elementos indutivos para envolver as pessoas?
Tem foco?
E realista? Relacionado com a vida? Bı́blico?
A estrutura conduz logicamente à conclusã o corporativa?
A conclusã o corporativa responde à pergunta-chave?
Ela prepara o caminho para qualquer deduçã o a seguir?
Se pudermos responder sim a todas essas perguntas, a parte indutiva
do nosso sermã o está pronta para ser pregada. Se nã o, precisaremos
trabalhar um pouco mais até que possamos.
De certa forma, este capı́tulo sobre a preparaçã o foi dividido em
cinco divisõ es ou está gios arti iciais. Embora todos os cinco está gios
sejam necessá rios para um sermã o indutivo e icaz, eles nã o podem ser
perfeitamente divididos ou mesmo perfeitamente ordenados como
está gios 1, 2, 3, 4 e 5. acompanhar. Estamos realmente nos reunindo na
fase de exposiçã o. Estamos focando e talvez até construindo algo do
que queremos dizer enquanto estamos nos reunindo. E devemos nos
fazer as perguntas de revisã o durante todo o processo de preparaçã o.
A preparaçã o para a parte dedutiva do sermã o pode ser considerada
como uma sexta etapa. Mas nó s o omitimos aqui por dois motivos.
Primeiro, como dissemos no inı́cio do capı́tulo, você pode encontrar
toneladas de livros sobre como preparar um sermã o dedutivo. Em
segundo lugar, a preparaçã o para as partes indutivas e dedutivas do
sermã o se sobrepõ e muito. A compilaçã o inal da parte dedutiva pode
nã o ser um está gio totalmente separado. Muito do material usado na
segunda “metade” de um sermã o completo pode vir da pesquisa e do
trabalho feito na preparaçã o do lado indutivo. O material ilustrativo nã o
utilizado na primeira parte pode ser encaixado na segunda. As vezes, os
pró prios pontos declarados no lado dedutivo serã o meramente uma
rea irmaçã o ou uma reenfatizaçã o daqueles feitos por induçã o na
primeira parte do sermã o.
Todo e qualquer estudo exegé tico feito nos está gios de preparaçã o
indutiva irá preparar e fortalecer qualquer estudo adicional feito
especi icamente para o lado dedutivo do sermã o.
Portanto, o que foi apresentado aqui neste capı́tulo nã o pretende ser
uma orientaçã o restritiva, passo a passo, mas como um guia geral para
se preparar para uma abordagem indutiva de ó rbita completa.

Preparaçã o. Quã o crucial é para a nossa pregaçã o?


Deixe-me responder isso com a histó ria de um ministro que queria
ser tã o sensı́vel à direçã o de Deus em sua pregaçã o que tinha o há bito
de preparar apenas a primeira metade de cada sermã o. Dessa forma,
ele raciocinou, ele permitiria que Deus lhe mostrasse para onde ir e o
que dizer durante o segundo tempo.
Um dia ele estava compartilhando essa estraté gia com um dos leigos
de sua congregaçã o. O homem ouviu o pregador, pensou por um
momento e entã o disse: “Acho que devo parabenizá -lo entã o, pastor.
Sua metade do sermã o é invariavelmente melhor que a de Deus.”
Deus certamente pode nos inspirar em qualquer está gio do processo
do sermã o, e precisamos estar abertos à sua liderança em todos os
momentos. Mas a maioria de nó s seria melhor con iar em sua
orientaçã o tanto no estudo quanto no pú lpito.
11 Atrás do púlpito
Por mais de vinte anos, tenho participado regularmente dos cultos
voluntá rios da capela do seminá rio. E tentei usar a oportunidade como
um laborató rio objetivo para estudar a pregaçã o. Muitas vezes é um
estudo fascinante e revelador.
Lembro-me do dia em que o missioná rio estadista E. Stanley Jones
veio pregar. Jovens seminaristas lotaram os bancos e correram para a
sacada para ouvi-lo. Sua voz vacilou e falhou com a idade. Sua estatura
fı́sica parecia leve e nada imponente. No entanto, durante toda a
extensã o de seu sermã o, ele manteve seus ouvintes em ê xtase.
Uma rá pida pesquisa com os que estavam sentados à minha frente
mostrou que o movimento corporal visı́vel diminuiu para
aproximadamente dez movimentos por minuto por cem pessoas. Toda
inquietaçã o e aparentemente toda respiraçã o parou em um momento
dramá tico no decorrer de uma histó ria que ele contou para pontuar um
ponto. Sua intensidade silenciosa fez dele uma tocha humana de fogo
lento iluminando as passagens que cercam o tesouro escondido, a
riqueza e o poder de sua mensagem sobre o sentido da vida cristã . Seu
envolvimento pessoal, sua paixã o por revelar essa mensagem e seu
desejo de ser simples, pessoal e ú til mostrou e segurou as centenas de
ouvintes encantados na palma da mã o.
Mais tarde, na mesma semana, um ministro aposentado falou na
mesma capela. Eu cronometrei seu ritmo cansado e penoso a sessenta e
seis palavras por minuto. Seu fracasso em envolver o pú blico era muito
evidente em olhares furtivos em direçã o à porta, ombros deslocados,
pé s arrastados, alongamentos, deslizamentos, inclinaçõ es e uma
in inidade de outros movimentos enquanto os ouvintes tentavam
bocejar com a boca fechada. Calculei mais de duzentos movimentos por
minuto por cem pessoas.
Depois de assistir a cerca de dois mil sermõ es na capela eouvindo
outros vinte mil sermõ es ou palestras proferidas por meus alunos ao
longo dos anos de meu ensino no seminá rio, cheguei à conclusã o de
que o sucesso em conquistar o envolvimento do ouvinte muitas vezes
independe do assunto, cená rio ou credenciais do orador. Um orador
pode sintetizar todas as coisas positivas sobre as quais falamos neste
livro - um espı́rito de servo, uma compreensã o e cuidado com seu
pú blico, até mesmo uma estrutura de sermã o indutiva - e ainda assim
nã o envolver seus ouvintes na mensagem.
Um pregador pode preparar cuidadosamente e conscientemente um
sermã o como sugerido no Capı́tulo Nove . Sua atitude, seu conteú do e
sua estrutura podem re letir seu desejo genuı́no de envolver o ouvinte,
e ainda assim ele pode falhar em seu objetivo se a apresentaçã o nã o
complementar o resto de seu esforço.
A apresentaçã o pode fazer uma diferença tã o grande quanto a
diferença na resposta da capela a E. Stanley Jones e ao pobre pregador
que o seguiu. A entrega pode ampli icar a e icá cia de tudo o que
falamos, ou pode negar muito disso.

Direto A franqueza é o primeiro dos trê s aspectos principais da


apresentaçã o que tê m grandes implicaçõ es para nó s se quisermos
envolver as pessoas em nossa pregaçã o. Como muitas das coisas sobre
as quais falamos neste livro, a franqueza da pregaçã o deve ter suas
raı́zes na atitude do pregador. Para ser direto, um pregador deve querer
ser ú til na prá tica, compartilhando como uma testemunha amigá vel em
vez de um advogado antagô nico. Desta forma, a mensagem torna-se um
testemunho em vez de um dogma declarado defensivamente.
A franqueza visual ganhou um novo signi icado em nossa era do
vı́deo. Ele assumiu uma importâ ncia adicional para os pregadores
porque as pessoas em nossas congregaçõ es sã o programadas pela TV e
ilmes para se relacionarem com o calor e a personalidade expressos
nos rostos e olhos dos atores pro issionais. Muitos deles, por puro
há bito, julgarã o nosso cará ter e o conteú do de nossas mensagens com
base no contato visual.
A histó ria nos diz que Bourdaloue, o famoso pregador da corte
francesa, quase nunca levantou os olhos da pá gina do manuscrito.
Outras vezes ele pregava sermõ es inteiros com os olhos fechados para
evitar que a congregaçã o o distraı́sse. Charles Wesley na vida mais
velha à s vezes pregava com os olhos fechados també m.
Infelizmente, nem todos esses exemplos sã o relegados aos livros de
histó ria. Certa vez, observei um ministro conduzindo uma pregaçã o de
avivamento por dez minutos no meio de seu sermã o sem nem mesmo
dar uma olhada rá pida na congregaçã o. Depois ele explicou: “As vezes
as pessoas me incomodam quando eu prego; entã o eu apenas fecho
meus olhos e continuocom o sermã o”. Que contraste com Agostinho,
que à s vezes mudava seu sermã o no meio do caminho quando seus
olhos atentos lhe diziam que a resposta do pú blico indicava a
necessidade de uma abordagem diferente.
No entanto, a indireçã o visual é muito mais comum do que fechar as
pessoas fechando os olhos. Já vi alguns pregadores darem a impressã o
de que estavam lendo seu sermã o do teto do santuá rio. Outros parecem
contemplar as regiõ es alé m, ou ixam cuidadosamente os olhos em
espaços vazios nos bancos entre os paroquianos. Ainda mais comuns
sã o os falantes que cortam a cabeça de seus ouvintes olhando 15
centı́metros acima deles.
Ouvi algumas pessoas insistirem que as Escrituras devem ser lidas
sem olhar para cima – que a Palavra parece mais sagrada sem contato
visual humano. Mas a evidê ncia nã o suporta essa tese. Por que
incentivar a congregaçã o a desviar a atençã o da leitura por nã o
estabelecer contato visual?
O contato visual é muito mais do que uma pequena regra de
homilé tica exigente ou apenas outro conceito para professores de
Discurso Bá sico 101 baterem em calouros tı́midos da faculdade. Ele faz
tanto quanto as palavras, se nã o mais, para transmitir preocupaçã o,
cooperaçã o, comunicaçã o e coragem. A compaixã o deve luir atravé s de
linhas visuais. Nã o podemos demonstrar preocupaçã o genuı́na ou
esperar envolver nosso povo em nossa pregaçã o se nã o reconhecermos
sua presença. E nã o podemos fazer isso se nã o olharmos para eles.
Mas a franqueza visual é apenas parte do problema. A franqueza
vocal deve ser outra preocupaçã o.
Muitos ministros submetem seus ouvintes a tons estranhos e
sobrenaturais – uma espé cie de mutaçã o cantante de fala e mú sica que
atormenta o pú lpito desde que o canto se tornou a moda na Idade
Mé dia. Alguns pregadores que nã o se atreveriam a cantar a bandeira a
meio mastro e pregar quase sotto voce — sem voz em um sussurro de
palco santi icado. Outros ainda entregam sua doutrina pelo nariz em
um som nasal praticado.
Todos esses encantamentos arti iciais interferem no objetivo do
envolvimento, fazendo com que nossa mensagem pareça remota,
impessoal e tensa. Hoje, quando a naturalidade polida das estrelas da
mı́dia muitas vezes parece mais real do que a pró pria realidade,
qualquer tom de vitral que ecoe em nossos santuá rios pode ser lido
como pomposo, irrelevante e talvez até um pouco estranho. Na melhor
das hipó teses, nosso lamento sagrado será considerado antinatural; na
pior das hipó teses, alguns ouvintes podem olhar para nó s com suspeita,
imaginando se nã o estamos tentando esticar enganosamente a sombra
de uma personalidade limitada.
Qual é o remé dio para a monotonia ministerial e outros sintomas de
indireçã o vocal? Muitos bons textos de fala discutem os fundamentos
da voz e do tom. Mas eu digo aos jovens estudantes ministeriais que
outra cura é preparar sermõ es para as pessoas, nã o sobre assuntos.
Depois do sermã oestiver completamente preparado, repense-o com a
congregaçã o em mente. Entã o, quando você subir ao pú lpito, fale com
as pessoas como indivı́duos que você precisa fazer amizade, nã o como
um grupo que você deseja impressionar. Se você começar tã o
diretamente quanto falaria sobre algo que o excita, seu tom será direto
e a mensagem causará sua pró pria impressã o.
A postura fı́sica també m desempenha um papel na franqueza. Se
vamos envolver a todos, nã o podemos encarar, gesticular ou pregar
para apenas metade da igreja, seja nosso ponto de foco favorito na
frente ou atrá s, à direita ou à esquerda. Esses há bitos sã o fá ceis de cair,
como tenho visto repetidas vezes ao observar os pregadores lançarem e
reformularem suas palavras sobre um segmento favorito do santuá rio.
A franqueza da postura exige que as palavras e a linguagem corporal
estejam de acordo. Um nariz elevado demais pode falar muito – mesmo
durante um maravilhoso sermã o sobre humildade. As palavras
aparentemente inconfundı́veis “eu te amo” perdem seu calor e
credibilidade se ditas com o punho cerrado ou uma carranca.
Uma das visõ es mais divertidas em meus anos de ensino no
seminá rio foi um pregador estudante debruçado sobre seu manuscrito,
lendo com grande intensidade enquanto suas mã os faziam gestos febris
acima e atrá s de sua cabeça curvada. Este resultado incrivelmente
estranho foi totalmente inexpressivo; suas palavras e açõ es pareciam
totalmente desconexas, sem que nenhuma delas fosse dirigida a nó s na
platé ia.
Mas a franqueza nã o é afetada apenas pelo que fazemos quando
falamos. Muitas vezes é um produto do que dizemos. As tentativas de
palavreado diplomá tico muitas vezes perdem a força no processo. Dizer
“Em ú ltima aná lise, algué m desejaria …” simplesmente nã o comunica
tã o bem quanto o mais direto “Espero …” “Algué m pode questionar a
viabilidade …” nã o soa tã o forte quanto “Você pode perguntar …”
O segredo da franqueza do vocabulá rio nã o é segredo algum; é tã o
bá sico quanto escolher palavras simples, diretas e comuns. Mas há
alguns grandes perigos que os pregadores precisam evitar.
A primeira á rea problemá tica é a do intelectualismo fá cil. Os
“mcLuhanismos” oferecem um exemplo pungente desse perigo.
Podemos em nossa pregaçã o replicar ou rami icar os raciocı́nios
redundantes e remediativos do renomado escritor cujos livros sobre
comunicaçã o se referiam a ideias como “reconceituaçã o”, “experiê ncia
retiniana” e “experiê ncia digital” em vez de apenas dizer “lembre-se”,
“veja, " e sinta." Podemos perder signi icado e ouvintes no decorrer de
nossos pronunciamentos polissilá bicos.
A segunda á rea de perigo é uma contra a qual John Wesley alertou –
jargã o pro issional no corpo da divindade. Precisamos tomar cuidado
com clichê s, slogans e terminologia cristã os. Muito do que é dito nos
pú lpitos evangé licos americanos é tã o atado ao tradicional “cristã o”que
o homem ou a mulher comum da rua teria tanta di iculdade para
entender nossos signi icados quanto você e eu terı́amos para entender
os artigos cientı́ icos lidos em uma convençã o de fı́sicos nucleares.
Se vamos ser diretos com nossa mensagem, devemos ser simples,
vı́vidos e claros. Pregamos uma mensagem urgente para os nossos dias.
A urgê ncia clama por clareza, e a clareza brilha como a qualidade
primá ria da franqueza.
Muito antes de subirmos aos pú lpitos, devemos orar por uma paixã o
para tornar nossa mensagem clara. E entã o podemos veri icar e ajustar
nossa escolha de palavras com as seguintes diretrizes de franqueza.
(1) Use precisamente a palavra “certa”. Diga “Era oval”, nã o “Era meio
redondo”.
(2) Use palavras especı́ icas, nã o gené ricas. Diga “pinto pô nei” – nã o
apenas “cavalo”. Diga “shack”, “mansã o”, “lean-to”, nã o apenas
“construçã o”.
(3) Use palavras descritivas. Diga “O vento gemeu e arranhou o canto
da casa”, nã o “O vento soprou forte”.
(4) Use verbos de açã o. Diga "Ele arrancou", "saiu", "saiu" - nã o
"saiu".
(5) Use palavras anglo-saxã s curtas e fortes. Diga “Ele morreu”—nã o
“Ele faleceu”; “pró ximo a” – nã o “contı́guo”.
(6) Use palavras encontradas no vocabulá rio falado de seus ouvintes.
Diga “grupo misto”, nã o “montagem heterogê nea”. Diga “inchado”, nã o
“distendido”; “Eu gosto de você ” e nã o “tenho em alta estima”.
(7) Use palavras imitativas que imitem sons naturais. Diga “acalmar”,
“acalmar”, “suavizar”, “bater”.
(8) Use palavras com signi icado contemporâ neo signi icativo. Diga
“casa” e nã o “residê ncia”, “refeiçã o” e nã o “refeiçã o”.
(9) Evite clichê s, tagarelice pastoral, conversa de comé rcio e frases
extravagantes obsoletas.
Se ponderá ssemos cuidadosa e consistentemente nossas palavras em
relaçã o a essas medidas, nossos sermõ es teriam um peso extra de
relevâ ncia. Nossa franqueza seria muito melhorada.
Há mais um caminho simples para aumentar a franqueza em nossa
pregaçã o, e esse é o uso do discurso direto. Alguns escritores recentes
sobre a pregaçã o alertaram contra os ministros que abusam de “você ” e
“eu”. Mas acabei concordando com HH Farmer, o escritor britâ nico
sobre pregaçã o, que diz que é impossı́vel pregar no sentido do Novo
Testamento sem chegar ao “você ” de aplicaçã o pessoal direta.
Já vimos no Capı́tulo Seis como Jesus dependia de um discurso
direto, perguntas e diá logo com seu pú blico. “Você ” ou “seu” é
declarado ou implı́cito 221 vezes no Sermã o da Montanha. Um estudo
mais aprofundado das epı́stolas do Novo Testamento mostra
concentraçõ es recorrentes de “você ” em discurso direto. Os escritores
das epı́stolas consistentementeusaram a té cnica de endereçamento
direto para estabelecer um terreno comum nas primeiras partes de
suas cartas e aplicar sua mensagem nos versı́culos inais.
O discurso direto é uma das caracterı́sticas mais comuns dos
sermõ es bı́blicos. E, no entanto, é muitas vezes esquecido como meio de
alcançar o envolvimento na pregaçã o contemporâ nea.

Estilo Oral Um segundo aspecto importante da apresentaçã o, o estilo


oral, é quase ignorado na maioria dos livros sobre pregaçã o. E, no
entanto, muitos de meus alunos expressam mais entusiasmo e
grati icaçã o por nosso estudo de estilo oral do que quase qualquer
outro aspecto de meus cursos de pregaçã o.
Estudos mostram que a pessoa mé dia fala 95% ou mais de toda a sua
comunicaçã o e escreve apenas 5% ou menos. E, no entanto, ao longo de
todos os nossos anos de educaçã o, somos treinados quase
exclusivamente para a comunicaçã o por meio da escrita e nã o para a
composiçã o vocal preponderante que nossa vida cotidiana exige. Há
uma diferença de inida entre a linguagem cotidiana da vida e a có pia
copiosa de tantos cursos de redaçã o universitá ria. Mas muito poucos
pregadores parecem entender essa diferença ou aplicar os princı́pios
do estilo oral à s suas tarefas de comunicar as Boas Novas ao seu povo.
Um sermã o precisa ser mais do que um tema religioso vocalizado,
exposto diante de uma congregaçã o confortavelmente sentada. Em um
sermã o, como em qualquer comunicaçã o falada, os signi icados sã o
comunicados atravé s da linguagem, voz e açã o. E todo sermã o, por ser
proferido oralmente, pode ser fortalecido com uma infusã o de estilo
natural.
Tanto a comunicaçã o escrita quanto a falada exigem clareza, energia
e interesse; esses sã o os trê s grandes objetivos de qualquer modo de
comunicaçã o. Mas um objetivo adicional da escrita é a permanê ncia. A
busca da fala, por outro lado, é a percepçã o imediata e uma resposta
pronta.
Escrever e ler sã o geralmente atividades solitá rias, mas, por sua
pró pria natureza, falar e ouvir sã o sociais. A linguagem escrita
representa o resultado do pensamento, enquanto a linguagem da fala
representa o pensamento em andamento. A palavra falada existe apenas
no momento da enunciaçã o, mas a linguagem escrita é congelada,
ixada. A fala é dirigida a um pú blico especı́ ico, em um momento
especı́ ico, em uma ocasiã o especı́ ica, mas a escrita é dirigida a leitores
invisı́veis e à s vezes desconhecidos. A relaçã o falante-ouvinte costuma
ser imediata e pró xima, o contato escritor-leitor distante no tempo e no
espaço. A resposta do ouvinte é simultâ nea, a resposta do leitor
raramente comunicada ao autor.
Assim, apesar de alguma sobreposiçã o, alguma semelhança, as
diferenças entreos dois tipos de comunicaçã o sã o muitos. E essas
diferenças exigem estilos muito diferentes para uma comunicaçã o mais
e icaz.
Todos nó s passamos anos estudando estilo escrito em todas as Comp,
Inglê s e Literatura. curso que já izemos. Portanto, nã o há muito sentido
em repetir isso aqui. Mas quais sã o as caracterı́sticas distintivas do
estilo oral?
O estilo oral ou falado deve ser instantaneamente inteligı́vel. O estilo
oral tem mais vivacidade. O estilo oral tem palavras mais sensuais do
que abstratas, palavras mais especı́ icas do que gerais. Tem mais
variedade - com frases longas e curtas. O estilo oral para pregaçã o tem
mais suspense e clı́max, mais conectivos para pontuar frases e manter
frases e oraçõ es juntas. Tem mais repetiçã o e rea irmaçã o, mais energia
e movimento. Tem elementos mais objetivos de vivacidade, como
discurso direto, analogia, alusõ es, iguras de linguagem, pronomes mais
pessoais, verbos mais vigorosos, mais con iança em substantivos fortes.
O estilo oral usa mais ilustraçõ es, mais comparaçã o e contraste,
linguagem mais igurativa, mais perguntas, mais elementos pessoais de
abordagem. E mais informal, mais pessoal, mais direto, mais coloquial.
O estilo oral tem mais â nsia e franqueza. Ele utiliza muitas clá usulas
principais, poucas clá usulas relativas. O estilo falado tem ritmo e
suavidade mais pronunciados, voz mais ativa – menos passiva. Tem
mais tempo presente do que passado ou futuro.
Os termos anglo-saxõ es, que compõ em a linguagem viva, vital e pura
da infâ ncia e da juventude, conferem força e força a um estilo oral. As
formas latinizadas que acumulamos no curso da educaçã o formal
muitas vezes sobrecarregam a fala, enquanto a linguagem “menos
intelectual”, “menos so isticada” se comunica mais facilmente, mais
vigorosamente, mais completamente aos ouvintes hoje.
Em um experimento realizado com dois mil alunos,
aproximadamente 10% mais informaçõ es foram transmitidas quando
os discursos incorporaram vá rios elementos de estilo oral. A potê ncia
adicional do estilo oral sobre o nã o-oral manteve-se verdadeira durante
todo este teste, quer os ouvintes ouvissem um ou outro dos dois
falantes envolvidos e se ouvissem um falante ao vivo ou uma gravaçã o
em ita.
O estilo oral oferece a maior chance de nossa pregaçã o atingir os
objetivos triplos do estilo que mencionamos – clareza, energia e
interesse. Nenhum elemento de estilo oral pode garantir esses
resultados em nossa pregaçã o. Mas uma combinaçã o de elementos
pode fazer uma grande diferença na e icá cia de nossa pregaçã o.
Uma boa maneira de entender isso seria considerar os grá icos a
seguir. O primeiro grá ico divide o estilo em seus trê s objetivos e lista os
principais fatores que afetam cada objetivo – clareza, energia e
interesse.

Estilo
Clareza: Energia: Interesse:
Ideias palavras concretas imagens sensoriais
palavras palavras especı́ icas iguras
frases palavras grá icas variedade
exemplos equilı́brio da frase con lito/suspense
seqü ê ncia repetiçã o ritmo
transiçõ es discurso direto vitalidade
franqueza pronomes pessoais nitidez
verbos comparaçã o/contraste
Este segundo grá ico mostra as diferenças entre o estilo oral e o
escrito citando o uso comparativo desses subfatores que compõ em a
essê ncia do estilo.
Estilo oral
mais ilustraçõ es mais ritmo
mais suspense mais perguntas
mais pronomes pessoais mais energia
mais franqueza mais â nsia
mais comparaçã o/contraste mais movimento
discurso mais direto mais referê ncias pessoais
mais termos anglo-saxõ es menos termos latinos
mais vivacidade mais suavidade
mais clı́max mais direto
voz mais ativa voz menos passiva
mais repetiçã o mais variedade
mais contraçõ es mais conectivos
mais verbos mais simplicidade
ordem climá tica
Falamos ao longo deste livro sobre a importâ ncia da experiê ncia
como um dos elementos de uma abordagem indutiva; explicamos como
é a base sobre a qual construı́mos o envolvimento indutivo. A
experiê ncia també m é um objetivo de nossa pregaçã o; queremos que
nosso povo nã o apenas experimente o evangelho que pregamos, mas
experimente o processo indutivo conosco enquanto pregamos.
Portanto, o falante que pode reconstruir vividamente a experiê ncia
pode se comunicar melhor com as pessoas. A tarefa de um pregador,
portanto, especialmente um pregador indutivo, é esclarecer e
intensi icar a experiê ncia – torná -la grá ica. E uma das ferramentas
mais fortes para a tarefa é o estilo oral.
Olhe novamente para o ú ltimo grá ico. Considere uma amostra dos
fatores listados e como eles podem ser incorporados em seu pró ximo
sermã o.
Comparação . A clareza e a intensidade de uma experiê ncia podem
ser aumentadas comparando-a com outra experiê ncia. Pode haver
umsemelhança de atributo – “brilhante como uma moeda nova”;
semelhança de um traço ou comportamento – “feroz como um urso
ferido”; ou semelhança de funçã o – “a poça piscava como um olho toda
vez que uma gota de chuva a atingia”.
Concretude. Uma experiê ncia pode se tornar mais grá ica pela
concretude se a experiê ncia for narrada e descrita com abundantes
detalhes concretos. Existem nı́veis de concretude tanto nos verbos
quanto nos substantivos. Por exemplo, o verbo to go pode ser empinar ,
slink, bounce, lumber , etc.
A formaçã o e a experiê ncia dos ouvintes determinarã o o grau de
concretude que o falante usa. Por exemplo, uma vaca é uma vaca e uma
chave inglesa é uma chave inglesa para a maioria dos ouvintes, mas
falar com os fazendeiros uma vaca pode ser muito mais concreto –
Angus, preto, magro, de seis anos, fresco, manco, doente, oscilante. ou
ao falar com encanadores, uma chave pode ser uma chave de cano,
Stillson , 24 polegadas, dobrada, enferrujada, solta, gasta, velha,
descartada, etc.
A clareza e a intensidade de uma experiê ncia aumentam ainda mais
quando narradas e descritas em palavras e termos familiares. Observe
as palavras com apenas uma sı́laba no Sermã o da Montanha. Embora as
palavras mais curtas nem sempre sejam as mais potentes, é de bom
senso usar palavras tã o claras na mente dos ouvintes que nã o exigem
traduçã o. Em nosso idioma inglê s, as palavras anglo-saxô nicas
geralmente atendem melhor a esses requisitos.
Se você duvidar da su iciê ncia de palavras curtas, considere as
descobertas de um analista de literatura. Em seu texto Creative Writing
for Advanced College Classes, George C. Williams relata que 70-78 por
cento das palavras usadas por muitos autores sã o de uma sı́laba. Ele
lista Somerset Maugham, Sinclair Lewis, Robert Louis Stevenson,
Charles Dickens e outros. Se escritores dessa estatura podem se limitar
à simplicidade, nã o devemos temer censurar algumas de nossas
palavrõ es polissı́labos de nossos sermõ es a cada semana. O que
podemos perder em so isticaçã o intelectual, mais do que compensamos
em signi icado e impacto.
A natureza grá ica de uma experiê ncia també m pode ser
intensi icada quando essa experiê ncia é narrada e descrita em palavras
multissensoriais. Por exemplo, verbos como “jorrar”, “soluçar” e
“cortar” despertam fortes sensaçõ es de visã o, som e movimento.
Adjetivos como “arrependido”, “nevado”, “chumbo”, “cru”, “ardente”
evocam pelo menos duas sensaçõ es cada. “Pitchy” sugere a sensaçã o de
viscosidade e a cor preta; a palavra “fogo” cria a imagem visual de
chamas e a sensaçã o tá til de calor etc. Ao apelar para uma orquestraçã o
de sentidos, tais palavras envolvem os ouvintes de vá rias maneiras.
Para um exemplo de sermã o de estilo oral contemporâ neo que tenta
incorporar comparaçõ es, concretude, simplicidade e
multissensorialpalavras (assim como muitos outros subfatores no
grá ico de estilo oral), vá para o Apê ndice 1 e o sermã o “Jesus chora
atravé s de nó s?” Para um exemplo bı́blico de sermõ es que incorporam
numerosos subfatores de estilo oral, podemos olhar para Jesus.
Primeiro, vamos reconsiderar o Sermã o da Montanha. Já
mencionamos o uso de Jesus de discurso direto (221 vezes “você ” ou
“seu”) e perguntas (dezenove) neste sermã o de dezoito minutos e suas
palavras simples de uma sı́laba. Mas Jesus també m usa 404 verbos para
energia nesta mensagem de 2.320 palavras. Ele inclui 320 pronomes.
Ele cita vinte contrastes claros e muitas outras comparaçõ es e
ilustraçõ es. Ele faz uso extensivo de palavras conectivas: “isso”
(cinquenta e uma vezes); “para” (vinte e quatro vezes); “portanto”
(treze vezes); “mas” (oito vezes); “dentro” (cinquenta e nove vezes);
“nã o”, “nã o”, “nem”, “nem” (setenta vezes). A repetiçã o é outra de suas
té cnicas ó bvias: “cé u” (dezoito vezes); “pai” (dezessete vezes); “mas eu
digo” (quatorze vezes); “reino” (oito vezes); “você ouviu” (seis vezes).
O estilo oral de Jesus é evidente em todos os registros dos
Evangelhos. O relato de Marcos da pará bola do solo mostra:
106 palavras 6 frases 18 palavras por frase 25 verbos 20 substantivos
21 advé rbios 16 conjunçõ es 12 pronomes
3 preposições
4 adjetivos.
A pará bola dos solos pode ser condensada em doze palavras simples
– seis substantivos e seis verbos:
o semeador semeou, a semente caiu, os pá ssaros devoraram, o sol
queimou, os espinhos sufocaram, o solo rendeu.
Uma comparaçã o de trinta pará bolas, quinze em Mateus e quinze em
Lucas, mostra que os relatos de Mateus tê m um pouco mais de força
verbal. Mas ambos os registros mostram sentenças com uma mé dia de
dezoito palavras e meia de comprimento; dois substantivos e meio por
frase (13,5%); trê s e meio ou quatro verbos por frase (19,2 e 21,4 por
cento). Isso signi ica que cerca de uma em cada cinco palavras de Jesus
é um verbo. Seus adjetivos sã o em mé dia menos de um por frase ou
cerca de 5% do total de palavras em suas pará bolas. Em Lucas, sua
pará bola do vizinho egoı́sta emprega surpreendentes quarenta e dois
pronomes em nove versı́culos.

Jesus é um modelo consistente de estilo oral na pregaçã o. E


recomendo fortemente que meus alunos estudem suas té cnicas para
entender melhor os elementos do estilo oral.
Há outro exercı́cio que uso em minhas aulas que se mostrou muito
e icaz para ajudar os alunos a compreender o bá sico e experimentar a
pungê ncia de um estilo oral. Depois de discutirmos os fatores que
compõ em um estilo oral, peço que escrevam uma de suas experiê ncias
ou memó rias pessoais mais vı́vidas. Sua tarefa é tornar essa experiê ncia
o mais grá ica possı́vel, usando a lista de subfatores de um estilo oral. O
objetivo inal é transmitir essa experiê ncia de uma maneira e em
palavras que permitam aos outros ver, ouvir e sentir essa mesma
experiê ncia em suas mentes.
Sugiro que qualquer pregador que queira entender o estilo oral
experimente este exercı́cio. Geralmente é tã o divertido quanto
esclarecedor. E uma vez que você experimente uma experiê ncia
pessoal, você pode olhar para trá s em um ou dois de seus sermõ es
recentes para revisar frases e substituir palavras que possam ajudar
seus ouvintes a ver, ouvir e sentir o que você pregou.
Se a sua experiê ncia for como a minha e a de milhares de meus
alunos, você descobrirá um novo poder e força para sua apresentaçã o
quando adotar um estilo mais oral. Você verá que esta é uma maneira
simples, poré m valiosa, de aumentar o envolvimento de seu povo em
sua pregaçã o.

Entrega O terceiro e ú ltimo aspecto importante da apresentaçã o que


impacta no envolvimento potencial de nossos ouvintes é a entrega do
pró prio sermã o. A franqueza e o estilo oral fazem parte disso, com
certeza, mas a entrega é mais do que isso. E o processo pelo qual o
resultado da nossa apresentaçã o – todo o nosso planejamento,
pensamento, estudo e oraçã o – é realmente comunicado à s nossas
congregaçõ es. Quando todo o resto é dito e feito, nossa entrega é como é
dito e feito.
A importâ ncia da entrega na e icá cia da pregaçã o di icilmente pode
ser subestimada. Isso é o que nosso povo vê . Eles nunca realmente
observam as horas de preparaçã o no estudo. Para eles, o que é dito e
feito naqueles poucos minutos que estamos atrá s do pú lpito é o sermã o.
E seu sucesso ou fracasso pode depender da entrega.
A leitura de manuscritos e a pregaçã o extemporâ nea sã o os dois
meios mais comuns de entrega. Mas variaçõ es dos dois cobrem o
espectro total da pregaçã o. Por um lado, um manuscrito
cuidadosamente preparado pode ser tã o bem ensaiado que é entregue
totalmente de memó ria. No outro extremo, um sermã o extemporâ neo
pode ser tã o levemente preparado que se torna virtualmente uma
conversa improvisada.
Nã o há muito sentido em explicar o que se entende por
manuscritolendo; o termo é autoexplicativo. No entanto, a confusã o
parece abundar sobre o parto extemporâ neo.
Mesmo nas Lyman Beecher Lectures on Preaching dadas anualmente
em Yale, alguns conferencistas depreciam o discurso improvisado como
uma tentativa mal preparada de impulso do momento. Esses crı́ticos
confundem a fala extemporâ nea e improvisada. Os dois nã o devem ser
iguais.
A verdade é que a pregaçã o extemporâ nea e icaz exige um passo de
preparaçã o alé m da pregaçã o manuscrita. Requer que um ministro se
torne tã o bem preparado, tã o familiarizado com seu material, que seja
capaz de transmitir sua mensagem fervorosa a seu povo sem ter que lê -
la palavra por palavra.
Muitos estudos objetivos testaram as reaçõ es do ouvinte à leitura de
um manuscrito versus a fala extemporâ nea com nã o mais do que notas
para referê ncia. Os primeiros testes revelaram que os ouvintes retê m
aproximadamente 36% a mais do conteú do quando a mensagem é
entregue por meio de fala extemporâ nea. Testes adicionais descobriram
reaçõ es do pú blico mais simpá ticas e mais atentas quando os oradores
usam a entrega extemporâ nea em vez da leitura do manuscrito.
Eu nã o iria tã o longe a ponto de dizer que um pregador nã o pode
entregar um sermã o e icaz ou nã o pode envolver seus ouvintes usando
uma apresentaçã o de leitura de manuscrito. Por dezoito anos estive sob
o ministé rio semanal do Dr. David Seamands, que é consistentemente,
semana apó s semana, ano apó s ano, um pregador excepcionalmente
e icaz, perspicaz e desa iador. Ele está tã o bem preparado, sua
apresentaçã o tã o natural que, à s vezes, poucos de seus ouvintes
percebem que ele está entregando sua mensagem praticamente palavra
por palavra, como está escrita em seu manuscrito.
Assim, a pregaçã o manuscrita pode ser feita e bem feita. Mas para
cada pregador que vi que consegue fazer isso, testemunhei cem tã o
acorrentados a seus manuscritos que uma grande parte de seus
ouvintes recorrem a devaneios ou cochilos na tentativa de escapar do
trabalho penoso da prosa de seu pregador.
Mas nã o sã o apenas os ouvintes que expressam opiniõ es sobre o
mé todo de entrega. George A. Buttrick, pastor presbiteriano nascido na
Grã -Bretanha, autor, professor de pregaçã o e conferencista de Harvard,
Yale, Union, Vanderbilt, Garrett e Southern Baptist Seminaries, a irmou:
“Na maioria das igrejas, um manuscrito, mesmo dramaticamente lido,
seria uma barreira entre o pregador e o pessoas." Henry Ward Beecher,
que pregou para multidõ es em pé por quase quarenta anos na Igreja de
Plymouth, no Brooklyn, disse certa vez: “Um sermã o escrito tende a se
estender como uma mã o enluvada; um sermã o nã o escrito estende a
palma quente e brilhante, nua ao toque.”
Nã o menos pregador do que Joã o Calvino, embora erudito em todos
os seus gostos, foi um defensor determinado da pregaçã o
extemporâ nea. Dentrode fato, ele chegou ao ponto de declarar que o
Espı́rito de Deus só poderia derramar em linguagem improvisada. A
imagem que alguns nã o-calvinistas tê m de Calvino – frio, sem graça,
perdido em seu manuscrito, pedante – nã o é nada precisa. Ele sempre
falava de improviso, inteiramente sem manuscrito. Muitos de seus
sermõ es foram proferidos mesmo sem preparaçã o especı́ ica – de
improviso. E alguns deles re letem isso. Mas antes de julgá -lo muito
duramente para isso, devemos perceber que seu estudo geral contı́nuo
muitas vezes teve que ser su iciente como sua preparaçã o durante os
anos em que ele pregava quase diariamente.
Poderia ser mera coincidê ncia que os maiores avivamentos e
crescimento da igreja geralmente ocorreram em perı́odos da histó ria
em que a pregaçã o extemporâ nea era um aspecto vital da cena
religiosa? Durante sé culos, na Inglaterra e no continente, o culto cristã o
foi marcado pela leitura de manuscritos em vez da pregaçã o de
sermõ es. No entanto, o grande despertar evangé lico surgiu dos estilos
vigorosos e extemporâ neos de homens como Wesleys, White ield,
Fletcher, Coke, Nelson e outros como eles. Quanto cré dito para o Grande
Despertar e o crescimento subsequente dos batistas, Metodistas e
Presbiterianos pertencem a pregaçõ es extemporâ neas que eram tã o
diferentes da alta tarifa usual da igreja? Poderia haver razõ es
semelhantes em nossos dias para o declı́nio das principais
denominaçõ es e o recente crescimento notá vel de grupos
fundamentalistas e pentecostais? Sã o perguntas interessantes e difı́ceis
de responder.
Mas um historiador da igreja, mais de cem anos mais perto do
Grande Despertar do que nó s, pode ter dado uma pista quando
escreveu isso sobre os primeiros pregadores metodistas: “Eles
pregavam fervorosamente e diretamente. Eles deixaram de lado aquele
modo de falar monó tono, frio, pesado e sem vida que há muito fazia dos
sermõ es um verdadeiro prové rbio para a estupidez. Eles proclamaram
as palavras de fé com fé , e a histó ria de vida com vida” (John C. Ryle, The
Christian Leaders of the Last Century, Londres: T. Nelson and Sons,
1869).
Apesar do testemunho da prova e da histó ria, alguns ministros se
apegam ao há bito do manuscrito com o argumento de que um sermã o
escrito terá valor duradouro. No entanto, as qualidades duradouras dos
manuscritos de sermõ es sã o de pouca ou nenhuma consequê ncia para a
maioria das congregaçõ es ou pregadores. Quem lê sermõ es impressos
de sé culos passados ou mesmo de dé cadas recentes? Apenas aulas de
seminá rio em pregaçã o. Alguns pregadores lê em revistas de sermõ es.
Mas quem mais? Quase ningué m lê sermõ es; mas milhõ es os ouvem
toda semana.
Uma vez que os sermõ es sã o sempre ouvidos e quase nunca lidos,
parece ló gico que devamos dedicar mais atençã o a como dizemos o que
queremos dizer do que a como escrevemos o que queremos dizer. Se
estamos preocupados com a permanê ncia de um sermã o em particular,
podemos fazerbem seguir o conselho de Agostinho, que sugeriu
escrever sermõ es somente depois que eles fossem pregados. Ou
poderı́amos facilmente utilizar uma opçã o indisponı́vel para Agostinho
e simplesmente transcrever uma ita do sermã o.
Mas essa preocupaçã o com o valor duradouro de um manuscrito nã o
é a ú nica razã o pela qual muitos negligenciam uma abordagem
extemporâ nea. O fator primá rio é mais frequentemente uma
combinaçã o de falta de familiaridade e talvez um pouco de insegurança
sobre falar de improviso. Pode ser necessá rio um salto de fé para um
ministro enfrentar uma congregaçã o sem o manuscrito habitual ou
notas copiosas. Mas Broadus pediu essa mudança aconselhando:
“Mergulhe, joelhos trê mulos e tudo mais”. Spurgeon encorajou os
jovens pregadores a desenvolver a liberdade de entrega a todo custo e
depois usá -la regularmente, sempre lembrando que a habilidade pode
ser perdida, assim como pode ser aprendida.
E possı́vel mudar. Muitos ministros mudam sem nenhuma
deliberaçã o real à medida que ganham con iança e experiê ncia no
pú lpito. Outros, depois de longos anos de cuidadosa redaçã o de
manuscritos, conscientemente se apegaram a um esboço e, inalmente,
a pregar sem nenhuma nota.
A mera mençã o das palavras “sem notas” é su iciente para enviar
alguns pregadores a um ataque de joelhos que pode ser ouvido do coro
ao ná rtex. Mas as citaçõ es mais longas, as estatı́sticas mais intrincadas e
os maiores detalhes possibilitados pelas notas muitas vezes tê m pouca
ou nenhuma relaçã o com a e icá cia de um sermã o. Estatı́sticas
arredondadas, citaçõ es curtas indelé veis e detalhes esboçados pela
memó ria servem ao mesmo propó sito, sem oferecer nenhuma das
desvantagens de ler iguras elaboradas e citaçõ es longas e secas.
Mas se você usa notas ou nã o, um estilo extemporâ neo de entrega é
sua melhor escolha para transmitir vida e fé atravé s de sua pregaçã o.
De fato, se nossos ouvintes tivessem que escolher entre um leitor de
manuscritos que aderiu aos meandros retó ricos da aná lise do discurso
de Kenneth Burke e o pregador que seguiu os lugares-comuns à s vezes
super iciais do pragmatismo crasso de Dale Carnegie em Uma maneira
rápida e fácil de aprender a falar em público , terı́amos uma votaçã o
esmagadora. Pois há muito mais do que super icialidade no conselho de
Carnegie para: “falar sobre algo que (1) você conquistou o direito de
falar atravé s do estudo e da experiê ncia; (2) Você está animado; e (3)
Você está ansioso para contar aos seus ouvintes.”
As sugestõ es de Carnegie sã o simples. Ele diz: faça breves anotaçõ es
das coisas interessantes que você quer mencionar; nã o escreva suas
palestras; nunca memorize uma conversa palavra por palavra;
preencha sua palestra com ilustraçõ es e exemplos; saiba quarenta
vezes mais sobre seu assunto do que você pode usar; ensaie sua
palestra conversando com amigos; em vez de se preocupar com sua
entrega, ocupe-se com as causas que produzemele (“Se sua atitude for
correta, sua conversa será ”); e nã o imite os outros — seja você mesmo.
Tenho certeza de que essas regras bá sicas inspiraram muita conversa
descuidada e imprudente. Mas també m sei que ouvi milhares de
sermõ es que poderiam ter sido facilmente e muito melhorados se os
pregadores tivessem observado até mesmo dois ou trê s desses
princı́pios bá sicos.
Certamente, a pregaçã o extemporâ nea nã o é isenta de perigos.
Spurgeon, que defendia fortemente a prá tica, també m advertiu aqueles
que tentariam improvisar: “Cuidado para nã o deixar sua lı́ngua
ultrapassar seu cé rebro. Proteja-se contra uma luê ncia fraca, uma
pronú ncia tagarela, uma facilidade de nã o dizer nada. Meus irmã os, é
um dom hediondo possuir, ser capaz de nã o dizer nada ao extremo...
Bobagem alongada... (é ) o escâ ndalo e a vergonha de improvisar.
Mesmo quando os sentimentos sem valor sã o belamente expressos e
bem redigidos, qual é a utilidade deles? Do nada vem nada. A fala
extemporâ nea sem estudo é uma nuvem sem chuva, um poço sem á gua,
uma dá diva fatal, prejudicial igualmente ao seu possuidor e ao seu
rebanho.”
Isso resume bem os perigos. Muitos sermõ es extemporâ neos nã o
evidenciam profundidade, urgê ncia ou foco. Mas essas armadilhas
podem ser facilmente evitadas com uma preparaçã o adequada.
Portanto, eles nã o sã o motivo su iciente para descontar todo um
mé todo de entrega – especialmente quando esse mé todo tem tantas
vantagens para recomendá -lo.
Um valor importante na pregaçã o improvisada é sua naturalidade.
Transmite melhor o cará ter e a atitude do pregador que discutimos
anteriormente. E mais convincente porque transmite a seriedade do
pregador. E se vamos envolver nossos ouvintes em nossa pregaçã o, eles
precisam ver que somos urgentes. Podemos estar mais preocupados em
falar mal de nó s mesmos do que com uma aparente frieza de coraçã o.
Devemos nos preocupar com a gramá tica e a estrutura das frases, mas
nã o à custa da seriedade.
Uma entrega extemporâ nea permite espaço para a emoçã o e
envolvimento pessoal do pregador. E é muito mais fá cil envolver outros
em nossos sermõ es se eles puderem ver que estamos.
A pregaçã o extemporâ nea é centrada na idé ia e nã o na palavra. O
objetivo nã o é uma retó rica precisa polida para brilhar, mas ideias
temperadas para queimar profundamente. Sua lexibilidade permite
que um pregador adapte e ajuste um sermã o à resposta do pú blico
mesmo enquanto ele prega. E há o benefı́cio adicional de que um
sermã o extemporâ neo é mais fá cil de revisar para outra ocasiã o.
Outra vantagem da entrega improvisada, a maior razã o pela qual
dediquei tanto tempo ao assunto aqui neste livro, é que ela é
idealmente adequada à s exigê ncias da pregaçã o indutiva. Uma
abordagem indutiva nã o exige uma ló gica rı́gida, palavra por palavra; a
preocupaçã oé para um luxo razoá vel em vez da ordem cuidadosa de
premissas maiores e menores. As instâ ncias narrativas, humanas e o
movimento indutivo sã o mais fá ceis de lembrar e, portanto, facilmente
apresentados de forma extemporâ nea.
Qualquer abordagem indutiva à comunicaçã o pode ser muito
complementada pela entrega extemporâ nea, porque esse estilo de
entrega cria uma sensaçã o de um processo presente e contı́nuo. A
pregaçã o extemporâ nea é pensar na presença do pú blico que evidencia
o envolvimento do pregador com seu povo e, ao mesmo tempo,
encoraja seu envolvimento com ele no processo de pensamento de seu
sermã o indutivo.
Já ouvi muitos sermõ es aparentemente nascidos de uma escolha que
os pregadores imaginaram que deveriam fazer – uma escolha entre
apresentar um grande sermã o e alcançar grandes resultados. Nã o
deveria haver tal escolha. Nenhum pregador jamais pregará um grande
sermã o a menos que tenha como objetivo alcançar grandes resultados.
Nunca devemos almejar ser eloquentes. Devemos sim ter como
objetivo a comunicaçã o. Devemos pregar nã o pelo efeito, mas pela
e icá cia. Para ser e icaz, devemos envolver nossos ouvintes. E como
dissemos antes, o envolvimento é a força da induçã o.
Uma apresentaçã o que combina os elementos de franqueza, estilo
oral e entrega extemporâ nea só torna nosso objetivo de envolvimento
muito mais fá cil de alcançar.
12 Fim aos nossos meios
Doze mil jovens de vá rios estados convergem para um im de semana
de maio de mú sica cristã contemporâ nea. O an iteatro gramado da
encosta se estende para fora e para cima de um palco improvisado de
alta voltagem até cercas de fazendas a trezentos metros de distâ ncia.
Cobertores e lonas de chã o marcam as reivindicaçõ es temporá rias de
centenas de grupos variados reunidos para saborear a mú sica junto
com seus cachorros-quentes e refeiçõ es de piquenique.
A franja da multidã o fraqueja um pouco depois de cada nú mero dos
artistas cristã os. Bolas de futebol e frisbees periodicamente enchem o
ar. Há uma liberdade fá cil, um luxo e re luxo constante na grande
multidã o.
Uma das bandas termina seu set e as reverberaçõ es morrem
lentamente. Entã o, uma grande voz retumbante no microfone
proclama: “E agora um dos principais oradores jovens da Amé rica. Aqui
está ele. Dê -lhe uma grande mã o…”
O orador vai até o microfone, tira o Novo Testamento do bolso e diz:
“Deixe-me ler alguns versı́culos da Bı́blia”.
Instantaneamente, o movimento de luxo e re luxo da multidã o
torna-se um maremoto enquanto mil jovens se levantam e correm para
as bordas da multidã o. Trê s vezes o orador fala neste dia. Trê s vezes ele
começa lendo a Escritura. E por uma formalidade protestante, 3.000
ouvintes em potencial respondem fugindo de suas palavras iniciais.
No entanto, este orador conhece os jovens. Toda vez que ele fala, ele
manté m 10.000 deles no lugar durante os vinte minutos de duraçã o de
sua palestra. Sua mensagem se concentra na experiê ncia, na vida e no
viver. Ele prende a atençã o de seus ouvintes com estudos de caso e
instâ ncias humanas. Ele narra.O conteú do e a estrutura de suas
mensagens sã o modelos de induçã o; ele adia suas a irmaçõ es até que
sua audiê ncia esteja com ele.
Ele fez sua liçã o de casa; ele está obviamente preparado. De pé no
palco formado a partir do trailer de um caminhã o, ele é incrivelmente
direto – com seus olhos, sua postura, suas palavras, sua entrega total.
Ele faz tudo que um pregador indutivo pode fazer.
E ele obté m resultados. Cada vez que ele fala, ele fecha com um
convite que traz um luxo de crianças da multidã o para conversar com
os conselheiros em um pré dio atrá s do palco. Trê s mensagens, trê s
convites e centenas de jovens dã o sua resposta pessoal a Cristo.
Eu assisto com fascı́nio como os eventos deste dia se desenrolam. Em
um dia, um orador, até mesmo um sermã o, vejo dois extremos. E o
pesadelo de um pregador tornado realidade; mil ouvintes em potencial
se levantam e saem antes que ele comece seu sermã o. E, no entanto,
centenas de jovens se apresentam para assumir compromissos cristã os.
Lembro-me do exemplo aqui porque essa experiê ncia ú nica me
mostrou a variedade de respostas que os oradores podem esperar -
tanto o que tememos quanto o que ansiamos e oramos.
Envolvimento. Ao longo deste livro, dissemos que o envolvimento é a
resposta pela qual lutamos, o objetivo de nossa pregaçã o, o Santo Graal
de nosso chamado. Falamos sobre alguns meios indutivos para esse im,
mas nã o dissecamos o termo em si.
Obviamente, se depois de um sermã o centenas de pessoas se
apresentarem para assumir compromissos cristã os, você
provavelmente terá o envolvimento deles. Mas se mil pessoas se
levantam e saem quando você começa um sermã o, você certamente nã o
tem o deles. Entã o, o que é essa resposta que chamamos de
envolvimento? Como podemos tê -lo e nã o tê -lo no mesmo sermã o?
Como podemos obtê -lo?
A resposta do pú blico é a variá vel menos previsı́vel em nossa
pregaçã o. A audiê ncia é a ú nica das trê s partes do processo de
comunicaçã o de Aristó teles que nã o pode ser controlada diretamente
pelo orador. E é assim que a resposta do pú blico representa a maior
frustraçã o potencial em nossa pregaçã o.
Talvez essa frustraçã o, essa impotê ncia de exigir uma resposta
predeterminada seja a principal razã o pela qual a maioria dos livros
sobre pregaçã o tem pouco ou nada a dizer sobre as pessoas em nossos
bancos. Em vez disso, textos homilé ticos e livros de pregaçã o ainda
mais populares concentram-se quase exclusivamente no sermã o e no
pró prio processo de pregaçã o.
Ao ignorar o fator audiê ncia, o treinamento de homilé tica muitas
vezes implica que os sermõ es contemporâ neos devem vir em um
pacote rotulado “tamanho ú nico”. E, no entanto, muito poucos porta-
vozes da pregaçã o recomendariam que o mesmo sermã o fosse pregado
da mesma maneira para uma era de ouro.banquete e um retiro do
ensino mé dio. O bom senso indica claramente a necessidade de adaptar
nossos sermõ es para atender nossos ouvintes, ou perderemos
rapidamente esses ouvintes.
E como Aristó teles reconheceu 2.000 anos atrá s, você nã o pode ter
comunicaçã o sem uma audiê ncia para ouvir e responder. Se nã o
começarmos a dar-lhes mais consideraçã o em nossa pregaçã o e em
nosso treinamento de pregadores, a frustraçã o só aumentará , pois
qualquer esperança de alcançar nosso objetivo de envolvimento se
esvai rá pida e silenciosamente pelas portas dos fundos de nossos
santuá rios.
Sempre haverá um elemento de frustraçã o em nossa pregaçã o
porque a resposta sempre será a escolha do pú blico. Nem mesmo o
Espı́rito Santo irá forçar nossos ouvintes à submissã o. E, no entanto, há
maior esperança de envolvimento se considerarmos mais
cuidadosamente nossos ouvintes e o que motiva sua resposta.
A psicologia motivacional é um dos campos mais complicados e
controversos do estudo psicoló gico. Mas um resumo da maior parte de
sua teoria atual sugere que os seres humanos precisam passar por
vá rias etapas ou está gios no processo motivacional antes que possam
responder ou agir de uma determinada maneira. Se esperamos que os
ouvintes respondam à nossa pregaçã o, nossos sermõ es devem explicar
e encorajar cada um desses passos.
Passo 1: Atençã o – a consciê ncia é adquirida, algo é percebido, as palavras sã o
distinguidas, a audiçã o consciente ocorre.
Etapa 2: Avaliaçã o – cada bit de informaçã o é avaliado como bom ou ruim,
potencialmente prejudicial ou bené ico.
Passo 3: Reconhecimento – o desejo será despertado, as tendê ncias de açã o virã o à
tona, os motivos se tornarã o aparentes.
Passo 4: Decisã o – a açã o é escolhida apó s a pesagem dos pontos positivos e
negativos.
A pregaçã o indutiva pode facilmente se ligar aos vá rios está gios do
processo motivacional. Por exemplo, começar com a experiê ncia ou as
necessidades do pú blico aumenta as chances de ganhar atençã o no
Passo 1. Experiê ncia positiva, boas lembranças e imaginaçã o de
satisfaçã o futura podem ser aplicadas indutivamente ao Passo 2. Entã o
um sermã o indutivo atinge um ponto de descoberta, de revelaçã o
(Passo 3) e, inalmente, uma escolha é oferecida no Passo 4.
Se esperamos motivar os ouvintes a responder à nossa pregaçã o,
nossos sermõ es devem incentivá -los a progredir em todos os quatro
está gios motivacionais. E podemos orientá -los e, à s vezes, estimulá -los
gentilmente pelo processo de resposta, se entendermos e utilizarmos
uma combinaçã o de quatro tipos diferentes de apelo.
Tocamos brevemente no primeiro apelo no Capı́tulo Dois – o apelo
ético do próprio orador como uma pessoa de inteligê ncia,
Christiancará ter, serviço e boa vontade. Uma empatia ou a inidade com
o pregador ajuda a construir uma relaçã o triangular ligando o orador e
sua mensagem ao pú blico. Pois quando as pessoas abraçam o pregador,
elas abraçam mais voluntariamente a mensagem e a chance de uma
resposta positiva aumenta dramaticamente.
Nã o há necessidade de reiterar a discussã o do Capı́tulo Dois sobre a
importâ ncia do orador, o primeiro elemento do processo de
comunicaçã o de Aristó teles. Mas deve icar claro a partir da discussã o
interveniente que um dos pontos fortes da abordagem indutiva da
pregaçã o é o potencial que ela oferece para a identi icaçã o mú tua entre
o pregador e as pessoas. E sobre essa base de identi icaçã o
pregador/povo que se constroem os demais apelos. Sem seu apoio
irme, eles podem carregar muito pouco peso.
O segundo apelo à nossa disposiçã o é o apelo racional . Podemos
levar nossos ouvintes à resposta que queremos por meio de apelos
racionais e ló gicos reforçados por materiais de apoio sensatos e
interessantes. Grande parte deste livro – especialmente as discussõ es
sobre ló gica indutiva, movimento indutivo e as vá rias estruturas de
sermõ es indutivos – concentrou-se nas implicaçõ es da pregaçã o
indutiva e no apelo racional.
Embora eu nunca a irme que a abordagem indutiva oferece a ú nica
esperança de que nossos sermõ es exerçam um forte apelo racional, a
ló gica da induçã o de senso comum está mais pró xima da experiê ncia
cotidiana de nosso pú blico do que o raciocı́nio dedutivo. Alé m disso,
como foi dito anteriormente, a ló gica indutiva levanta menos defesas.
Como um de meus alunos compartilhou apó s uma discussã o em sala
de aula sobre pregaçã o indutiva: “Um sermã o como esse me conquistou
para o Senhor. Por anos eu fui tã o argumentativo. Discutiria com
qualquer pregador e venceria todas as vezes — pelo menos na minha
opiniã o. Entã o eu ouvi este pregador de rá dio que era diferente. Ele me
fez ir com ele no inı́cio de seu sermã o. Como nã o precisava discutir,
comecei a concordar com ele. E ele me isgou com meu pró prio bom
senso.”
Outro aluno que estava conosco acrescentou: “Um cı́nico professor
de histó ria sentado em sua congregaçã o pode começar a desmembrar
um sermã o, pará grafo por pará grafo, se você começar com uma
proposiçã o no estilo homilé tico tı́pico. Mas começando onde ele está ,
no 'marco zero', você pode dizer, ele nã o tem nada para discutir no
inı́cio do sermã o.”
E claro que nã o há garantia de que um ouvinte hostil nã o discuta com
a conclusã o alcançada no inal de um sermã o indutivo. Mas quanto mais
tempo pudermos manter o pú blico pensando conosco, aceitando a
razoabilidade de nossas provas acumuladas, maiores serã o as
esperanças de uma resposta positiva aos nossos sermõ es.
A terceira ferramenta motivacional disponı́vel para todo pregador é a
apelo. Seu uso indevido frequente no passado atraiu crı́ticas
considerá veis, criou mal-entendidos infelizes e reduziu grandemente
seu uso e impacto potencial na pregaçã o contemporâ nea.
Quando muitos pregadores modernos pensam em sermõ es com
apelo emocional, eles evocam imagens de evangelistas reunidos em
tendas com pulmõ es de couro berrando suas ameaças de fogo e
enxofre. Ou eles pensam em grandes oradores do passado que
enfeitavam seus sermõ es com histó rias emocionantes cuidadosamente
calculadas para manipular os ouvintes puxando as cordas do coraçã o
ou jogando com culpa fabricada.
No entanto, os apelos emocionais nã o precisam ser arti iciais,
excessivos ou manipuladores. Pregadores sensı́veis e conscienciosos
podem efetivamente utilizar apelos emocionais que sejam sinceros,
responsá veis e apropriados para nosso pú blico moderno e so isticado.
Pois há muito mais apelos emocionais do que histrionismo, volume e
prosa pú rpura.
A pregaçã o indutiva, por sua pró pria natureza, deve apelar para as
emoçõ es de nossos ouvintes porque começa com a vida de nossos
ouvintes – suas necessidades, seus valores e sua experiê ncia. A emoçã o
é uma parte tã o grande da vida que a inclusã o de muitos dos elementos
indutivos relacionados à vida que já discutimos despertará
naturalmente a emoçã o. Se percebermos esse potencial, permitirmos,
até mesmo planejarmos, o apelo emocional de nossa pregaçã o pode
resultar em maior impacto e resposta.
Por exemplo, nossos sentidos despertam emoçõ es. Quando as
pessoas veem, ouvem, provam, cheiram e tocam, elas respondem
emocionalmente. Henry Ward Beecher forneceu uma ilustraçã o clá ssica
disso quando viajou pela Grã -Bretanha antes da Guerra Civil para obter
apoio ao Bloqueio do Algodã o. Em uma ocasiã o, ele pregou por uma
hora e meia em vã o, tentando ser ouvido acima das vaias e vaias da
multidã o simpatizante do sul. Alguns dias depois, ele falaria em um dos
centros tê xteis que prometiam um pú blico ainda mais hostil porque as
fá bricas britâ nicas dependiam do algodã o do sistema escravo. Beecher
entrou na plataforma arrastando pesadas correntes que deixou cair
com um barulho enquanto gritava: “Essas correntes seguraram mã os
humanas”. E ele pregou naquele dia sem interrupçã o porque a visã o e o
som daqueles laços de ferro tocaram as emoçõ es de seus ouvintes.
Obviamente, existem limitaçõ es ao uso de té cnicas de “mostrar e
contar” em nossa pregaçã o. Mas a criatividade poderia fornecer muitas
liçõ es objetivas e icazes e auxı́lios visuais apropriados em nossos
pú lpitos. Podemos recorrer verbalmente aos sentidos de nossos
ouvintes com palavras sensoriais e ilustraçõ es.
As emoçõ es nã o dependem apenas dos sentidos fı́sicos. Memó ria e
emoçã o estã o tã o entrelaçadas que, ao despertar as memó rias de
nossos ouvintes, muitas vezes també m despertamos emoçõ es. A
imaginaçã o també m muitas vezes está ligada à s nossas emoçõ es; se
izermos as pessoas sonharem e imaginarem, interiorsentimentos vê m
à tona. Os humores abrem outras portas emocionais; assim, estabelecer
e manter um clima apropriado em um sermã o aumenta a resposta.
Talvez a ferramenta mais comum e mais e icaz para despertar
emoçõ es para qualquer pregador seja a histó ria, anedota ou ilustraçã o
relacionada à vida. A importâ ncia disso foi enfatizada novamente pelo
Dr. Evyn M. Adams em seu trabalho de Ph.D. na Drew University,
quando ele explorou a visã o de Kierkegaard sobre comunicaçã o e sua
aplicaçã o à pregaçã o cristã no Japã o. Adams tornou-se o diretor
fundador da transmissã o de rá dio metodista em Hokkaido. Ele diz: “A
cada seis meses, trazı́amos pedestres das calçadas para avaliar nossas
transmissõ es. Descobrimos alguns conceitos surpreendentes para
comunicar o evangelho:
(1) As pessoas adoram histórias; (2) Eles adoram histó rias sobre
pessoas; (3) Eles amam histó rias de pessoas com pathos; (4) O
sentimento é a chave para a persuasã o.
“Quando começamos a incorporar esses conceitos em nossas
transmissõ es de rá dio, coisas boas começaram a acontecer. Quando
inserimos mais calor e sentimento pessoal em nossos programas, as
cartas começaram a encher nossas caixas de correio.
“Pathos é a chave para a persuasã o – mesmo para orientais sem
emoçã o. Os grá icos em nossas transmissõ es provam que mesmo
aqueles que parecem viver com emoçã o menos ó bvia respondem ao
apelo do sentimento.”
A visã o de Kierkegaard da comunicaçã o como um processo dialé tico-
paté tico inclui dois acentos: a coluna dialé tica, intelectual, onde a
teoria, a ló gica e a razã o reinam supremas, e a coluna paté tica e
intuitiva, onde as emoçõ es tê m sua palavra e in luê ncia. Sermõ es sobre
doutrina e instruçã o teoló gica muitas vezes se encaixam na á rea
dialé tica. E certamente nã o há nada de errado com um impulso
intelectual nos sermõ es. Mas muitas vezes em nosso modo erudito
ampliamos o cognitivo e o cerebral e minimizamos o reino do
sentimento, o intuitivo, o relacional, o emocional em nossa pregaçã o.
Esquecemos que as pessoas sentem tanto quanto pensam. No
entanto, as pessoas vivem grande parte de suas vidas dentro dos
parâ metros da outra arena de Kierkegaard — de sentimentos e
relacionamentos. Mesmo os grandes pensadores vivem muito da vida
no nı́vel do sentimento. Aqueles que só pensam que pensam vivem a
maior parte de suas vidas na á rea dos sentimentos. Sabemos que
instâ ncias e sentimentos humanos se comunicam. Nã o precisamos ir ao
Japã o para obter provas. Veja a palavra escrita. Reader's Digest tece em
cada ediçã o exemplos humanos vı́vidos com sentimentos humanos
profundos que atingem um pú blico estimado de 100 milhõ es.
Guideposts aperta o emocionalextrai de seus estojos e exemplos para
multidõ es todos os meses em um estilo que alguns cı́nicos descartam
como sentimentalismo normativo. Essas revistas se comunicam.
Goste ou nã o, o drama da televisã o diurna també m se comunica. Por
que mais os pesquisadores descobrem que a maioria dos espectadores
diz que assiste a novelas para encontrar respostas para os problemas
de suas pró prias vidas?
O segredo dos apelos emocionais em nossos sermõ es nã o é
simplesmente reencenar o drama na vida real ou apresentar uma
novela de domingo do pú lpito; poderı́amos ir longe demais. Mas
raramente vamos longe o su iciente. A experiê ncia e a emoçã o da vida
diá ria estã o inteiramente fora do escopo de muitos sermõ es. Quando
isso acontece, quando a cabeça ica no centro do palco e o coraçã o nem
faz uma apariçã o, nossos sermõ es nã o vã o obter o tipo de resposta que
esperamos. E preciso uma combinaçã o de todos esses tipos tradicionais
de apelos – é ticos, emocionais e racionais – misturados ao longo de um
sermã o para uma persuasã o mais e icaz.
Alé m desses trê s apelos histó ricos que foram identi icados, se nã o
sempre aplicados, desde Aristó teles, a pesquisa contemporâ nea em
andamento em ciê ncia cognitiva sugere outro fator motivacional. E
embora esse quarto fator possa muitas vezes se sobrepor aos apelos
racionais e emocionais já discutidos, descobertas recentes em
psicobiologia levantam tantas questõ es interessantes pertinentes à
pregaçã o que merece mençã o aqui como uma consideraçã o nova e
valiosa para motivar nossos ouvintes. Vamos chamá -lo de apelo do
cérebro inteiro.
Na parte da audiê ncia do Capı́tulo Dois , nossa discussã o sobre como
as pessoas aprendem brevemente introduziu sugestõ es recentes de
psicobió logos de que a mente humana delega processos diferentes aos
dois hemisfé rios do cé rebro. Para generalizar as conclusõ es de
pesquisas recentes, parece que a maioria das funçõ es analı́ticas,
teó ricas, sequenciais e diagnó sticas sã o atribuı́das ao hemisfé rio
esquerdo do cé rebro. O lado direito do cé rebro desempenha um papel
primordial nas funçõ es imaginativas, inventivas, visuoespaciais,
intuitivas, holı́sticas e nã o verbais.
A homilé tica tradicional por sé culos enfatizou um padrã o do lado
esquerdo do cé rebro de apelos verbais, analı́ticos e sequenciais. E
minimizou os apelos que envolveriam funçõ es do lado direito do
cé rebro, como memó ria, imaginaçã o, emoçõ es, relacionamentos,
pensamento divergente, imagens, integraçã o da experiê ncia pessoal.
A Bı́blia, em contraste, utiliza muitos apelos do lado direito do
cé rebro. O nã o-verbal, o metafó rico, o atemporal, o profé tico, o
explorató rio – todos brilham nas Escrituras. Os ingredientes indutivos e
o processo indutivo tã o proeminentemente evidenciados na Palavra de
Deus (como discutido nos Capı́tulos Cinco e Seis ) sã o, eles pró prios,
apelos do cé rebro direito.
Entã o, se quisermos envolver toda a mente de nossos ouvintes, se
quisermos uma chance melhor de motivá -los a uma resposta positiva
com nossospregando, precisamos veri icar nossos sermõ es para todos
os quatro apelos que mencionamos. Antes de fazermos qualquer
sermã o, farı́amos bem em nos perguntar: Meu cará ter cristã o apoia o
que estou dizendo?
O sermã o tocará as pessoas no nı́vel do sentimento?
A mensagem pode ser sustentada racionalmente?
O sermã o permite o envolvimento de todo o cé rebro, incluindo
apelos do lado direito e esquerdo do cé rebro?
Se pudermos dizer sim a todas as quatro perguntas, nossa pregaçã o
verá resultados.
Por vá rias pá ginas discutimos os meios de um orador in luenciar a
resposta do pú blico. Mas qual é a resposta que queremos? Usamos o
termo “envolvimento” ao longo do livro. Mas para que im? Para qual
propó sito?
Para que eu nã o seja acusado de deixar Deus por persuasã o, deixe-
me reconhecer que nem pregadores nem sermõ es mudam as pessoas. A
transformaçã o é a especialidade de Deus. No entanto, ele nos honra
com um papel em seu trabalho.
Nossa meta precisa ser a meta de Deus, a meta do evangelho. E esse
objetivo é a mudança. Quer se traduza em compromisso, renovaçã o de
compromisso ou crescimento cristã o, a resposta que queremos de
nossos ouvintes é mudança.
Queremos ver as crenças mudadas; que leva um apelo à cabeça e à
razã o. Queremos ver os sentimentos mudados; que leva um apelo ao
coraçã o e à s emoçõ es. E quando essas duas coisas acontecem,
relacionamentos e vidas mudam e Deus está trabalhando.
A pregaçã o indutiva pode ser uma ferramenta valiosa nesse trabalho.
Conclusão
Um de meus alunos, um coronel aposentado do exé rcito, veio falar
comigo depois de uma de minhas aulas de pregaçã o no seminá rio.
“Domingo passado”, relatou Don, “um homem de trinta e cinco anos
veio a Cristo quando preguei um sermã o indutivo sob minha
responsabilidade de estudante. O homem disse que nunca tinha ouvido
um pregador que o respeitasse como pessoa antes. Acho que ele estava
dizendo que eu era o ú nico pregador indutivo que ele já tinha ouvido.
“Passei vinte e dois anos no exé rcito depois que me tornei cristã o”,
acrescentou. “Entã o eu me mudei muito. Eu nunca estive em uma igreja
em todos esses anos onde as pessoas nã o precisassem de uma
abordagem indutiva.
“Vou te dizer, estou realmente convencido dessa ideia de induçã o”,
disse Don. “A abordagem indutiva ajudou muito minha pregaçã o. Eu dei
uma reviravolta em meu pensamento sobre o signi icado da pregaçã o
com autoridade. Quando prego indutivamente, até as pessoas mais
seculares da minha congregaçã o ouvem e respondem à s minhas
mensagens. E os santos també m gostam.”
Por mais de vinte anos, meu trabalho de vida tem sido ajudar jovens
ministros a melhorar sua pregaçã o. Essa experiê ncia e a resposta
contı́nua de alunos e ex-alunos forneceram muito do ı́mpeto para este
livro. Inú meros ex-alunos retornaram de pastorados em todo o paı́s
para relatar os resultados da pregaçã o que praticaram em sala de aula.
“A pregaçã o indutiva realmente funciona.” “A resposta do meu pessoal
cai incrivelmente em qualquer domingo em que eu nã o seja indutivo.”
“Os sermõ es indutivos tê m sido meu salva-vidas em minha nova
paró quia.” “Tudo o que você disse sobre a induçã o é verdade no meu
ministé rio.”
Eu nã o gostaria de declarar sermõ es indutivos a panacé ia
instantâ neapor todos os problemas na pregaçã o hoje. Mas uma vida
inteira de experiê ncia e estudo me convenceu de que a pregaçã o
indutiva tem um potencial incrı́vel e inexplorado para os pregadores do
sé culo XX. Continuo a ensiná -lo e pregá -lo porque resiste a trê s testes
importantes de sua validade e valor.
O teste bíblico. A pregaçã o indutiva é verdadeiramente bı́blica? A
resposta é inequivocamente “sim” em dois aspectos. Primeiro,
conforme enfatizado nos capı́tulos cinco e seis , é bı́blico no sentido de
que segue o modelo da pregaçã o de Jesus, a maioria das pregaçõ es
documentadas na Bı́blia, e o estilo da pró pria Bı́blia como comunicaçã o
indutiva de Deus com a humanidade.
E segundo, como espero que os Capı́tulos Sete e Oito tenham deixado
claro, a mensagem de um sermã o indutivo pode e deve ser tã o
escriturı́stica quanto qualquer outro sermã o, por mais secreto que seja.
Quero enfatizar aqui que a verdade que declaramos, a carne de nossa
mensagem, é sempre a Palavra de Deus. O fato de que um sermã o
indutivo pode alcançar essa verdade no inal, em vez de a irmá -la no
inı́cio, torna a verdade nã o menos central ou fundamental para o
sermã o.
Talvez alguns leitores tenham di iculdades com as a irmaçõ es deste
pará grafo anterior. O manuscrito deste livro foi lido e criticado por
alguns defensores convictos da pregaçã o expositiva que se
perguntavam como qualquer abordagem de pregaçã o que nã o exigisse
a exposiçã o versı́culo por versı́culo poderia ser adequadamente bı́blica.
Esses crı́ticos da induçã o provavelmente icarã o surpresos que eu
possa concordar com a a irmaçã o de John RW Stott em Between Two
Worlds(Grand Rapids: Eerdmans, 1982): “Toda a verdadeira pregaçã o
cristã é uma pregaçã o expositiva.” Stott continua dizendo: “Se por um
sermã o 'expositivo' se entende uma explicaçã o versı́culo por versı́culo
de uma longa passagem das Escrituras... isso seria um mau uso da
palavra. Apropriadamente falando, 'exposiçã o' tem um signi icado
muito mais amplo. Refere-se ao conteú do do sermã o (verdade bı́blica) e
nã o ao seu estilo (um comentá rio contı́nuo). Expor as Escrituras é
extrair do texto o que está lá e expô -lo à vista. Mas o texto em questã o
pode ser um versı́culo ou uma frase ou até mesmo uma ú nica palavra.
Pode ser igualmente um pará grafo, um capı́tulo ou um livro inteiro. Seja
longo ou curto, nossa responsabilidade como expositores é abri-lo de
tal maneira que ele fale sua mensagem de forma clara, clara, precisa,
relevante, sem adiçã o, subtraçã o ou falsi icaçã o.”
Este també m deve ser o objetivo da pregaçã o indutiva. Assim é que a
pregaçã o indutiva pode ser expositiva – pregaçã o expositiva que
respeita o ouvinte e a Palavra.
O teste histórico. Grande parte do pensamento, organizaçã o e
inspiraçã o deste livro surgiu de um longo estudo pessoal dos noventa e
seis pregadores e dos 411 sermõ es incluı́dos nos treze volumes.
trabalho, Vinte Séculos de Grande Pregação (compilado por William M.
Pinson, Jr. e Clyde E. Fant, Jr., Waco, Texas: Word Books, 1971). O exame
cuidadoso de exemplos de sermõ es pelos pregadores mais e icazes de
Jesus, Paulo e Agostinho a Helmut Thielicke, Martin Luther King e Billy
Graham mostra uma impressionante con iança em ingredientes
indutivos, atitudes e estrutura. (Veja o Apê ndice 3 para breves resumos
de cada um dos noventa e seis pregadores e sua orientaçã o indutiva.)
Praticamente todos aqueles julgados dignos de mençã o como
pregadores notá veis retratam algumas ou vá rias forças indutivas.
Ao longo dos tempos, os missioná rios cristã os mais e icazes
ensinaram, pregaram e viveram o processo indutivo, começando onde
seu povo estava e depois os conduzindo à verdade de Deus.
Evangelistas e icazes se apoiaram fortemente em exemplos, referê ncias
à experiê ncia, estudos de caso, interesse humano, imaginaçã o e outros
ingredientes indutivos. Um campo de serviço cristã o desenvolvido mais
recentemente, o ministé rio de jovens, muitas vezes modela a
abordagem indutiva. Tem sido minha experiê ncia e observaçã o que os
jovens trabalhadores e icazes dependem muito da induçã o; a im de
sobreviver em seu ministé rio, eles aprenderam a adiar as a irmaçõ es,
alcançar cuidadosamente a autoridade, ganhar credibilidade e só entã o
chegar em casa com a mensagem do evangelho de que os jovens
precisam.
Assim é que 2.000 anos de ministé rio cristã o parecem apoiar a
validade da induçã o. A histó ria cristã nos ensina muito sobre o
processo indutivo. E a pregaçã o indutiva passa no teste histó rico.
O teste da experiência contemporânea. Já falamos sobre a era
eletrô nica, computadorizada e televisiva em que vivemos e as
tendê ncias ló gicas nã o-verbais e nã o lineares de nossos dias e como a
abordagem indutiva se presta aos há bitos humanos de nossa era
tecnoló gica. Mas alguns outros pensamentos sobre a induçã o e a cena
contemporâ nea merecem consideraçã o.
Quando ocorre a maioria das desistê ncias da escola dominical e da
igreja? Nã o é na idade em que nos afastamos das histó rias, dramas e
outras abordagens indutivas na educaçã o cristã e esperamos que os
adolescentes do ensino fundamental e mé dio comecem uma
doutrinaçã o mais intensiva, catecismo e coisas do gê nero?
Com uma percepçã o crescente de que poucos de nossos paroquianos
sabem a diferença entre um alfa e um sigma, e ainda menos cuidado, o
treinamento recente do seminá rio está se movendo em direçã o a
teologia mais prá tica, ministé rio supervisionado, aconselhamento,
ministé rio de crise e habilidades relacionais. Há uma preocupaçã o
crescente de que os ministros precisam ser capazes de pegar as
informaçõ es fundamentais dominadas nas aulas de teologia, Bı́blia e
lı́nguas antigas e aplicá -las à vida cotidiana e aos problemas do homem,
mulher e criança comuns em nossas congregaçõ es.

No entanto, essa crescente sensibilidade à s necessidades


combinadas emocionais, psicoló gicas e espirituais do indivı́duo ainda
nã o teve impacto no ensino formal da pregaçã o em si. Enquanto a
homilé tica tradicional ignora e muitas vezes contradiz a mudança para
um ministé rio mais pessoal, a pregaçã o indutiva pode se encaixar
lindamente com outras ê nfases interpessoais para uni icar todas as
á reas do ministé rio em um todo coeso.
Igrejas e membros da igreja estã o mudando hoje. As forças do
secularismo sã o vistas e sentidas em nossos bancos. Os membros da
igreja em nossos dias sã o mais como membros de fora da igreja do que
em qualquer outro momento da histó ria de nossa fé . E como a maioria
de nó s prega para ouvintes comprometidos e nã o comprometidos
simultaneamente, precisamos de uma estraté gia que possa falar
igualmente bem para ambos.
A induçã o pode ser essa estraté gia porque nã o a irma e nã o assume
nada desde o inı́cio. Em vez disso, luta pelo respeito, pela concordâ ncia,
pela semelhança, pela credibilidade antes de declarar a verdade de que
todos precisam.
Estudantes pastores e colegas professores que servem igrejas locais
relataram algo que muito me intriga e me encoraja. Dizem-me que
quando pregam um sermã o com movimento e sotaque indutivos,
despertam respostas e comentá rios de um grupo de paroquianos que
geralmente icam em silê ncio. Os encorajadores habituais na porta apó s
o serviço sã o acompanhados por uma clientela adicional de novos
elogiadores e simpatizantes.
Será que a pregaçã o indutiva pode aumentar o impacto e a resposta
da pregaçã o em nossos dias? O teste da experiê ncia contemporâ nea
responderia a um retumbante “Sim”.

Para encerrar, pode ser bom rea irmar um ponto que já tentei
enfatizar muitas vezes, de muitas maneiras neste livro. E o coraçã o e a
alma do que eu acredito e ensino sobre pregaçã o: um sermã o pode ser
factualmente correto, homileticamente correto, biblicamente correto,
doutrinariamente ortodoxo e ainda assim nã o alcançar nada porque
nã o envolve os ouvintes. Envolvimento é a chave. E o envolvimento do
ouvinte é a força do processo indutivo na pregaçã o.
A Bı́blia, os modelos de grandes pregadores ao longo da histó ria e a
experiê ncia contemporâ nea se combinam para apontar para o grande
potencial da pregaçã o indutiva. Entã o eu nã o diria que a induçã o é algo
novo e revolucioná rio. No entanto, estou convencido de que isso
poderia revolucionar sua pregaçã o.
Você nã o precisa aceitar minhas opiniõ es ou as a irmaçõ es deste
livro. Simplesmente tente a pregaçã o indutiva. Entã o julgue por si
mesmo.
Você gostaria de aplicações inovadoras e ajuda adicional na aplicação
desses conceitos indutivos para a pregação bíblica? Para uso individual e
em sala de aula, você pode solicitar um Guia Criativo para Pregaçã o
Indutiva: Ajudando as Pessoas a Ouvir. Este guia contém grá icos,
exercícios, experimentos indutivos, bibliogra ia e projetos práticos que
atrairão o lado imaginativo do cérebro. Está disponível por $ 3,95 (mais $
1 postagem e manuseio). Escreva: Guia de Pregaçã o Indutiva Asbury
Theological Seminary Wilmore, KY 40390
Apêndice 1
Pregação Indutiva - Dois Exemplos
Para melhor ilustrar a ideia de sermõ es indutivos, duas das mensagens
do pró prio autor estã o incluı́das aqui.

“Livra-nos?”
Este primeiro exemplo de sermã o indutivo surgiu de um longo estudo
pessoal da Oraçã o do Senhor. O autor pregou o sermã o na Igreja
Metodista Unida Wilmore em Wilmore, Kentucky, para uma
congregaçã o que incluı́a muitos estudantes de seminá rio e
universitá rios.
O movimento de redemoinho indutivo do sermã o segue um formato
de pergunta-resposta. O texto do sermã o e as notas que o acompanham,
destacando suas caracterı́sticas indutivas, seguirã o este breve esboço e
diagrama do sermã o.

Esboço: “Livra-nos?”
Pergunta-chave nã o declarada, mas implı́cita: Esta parte da Oraçã o do
Senhor é realmente relevante para nó s hoje?
I. Algué m precisa de libertaçã o?
Fatos, anedotas, lembretes da vida real.
Conclusã o provisó ria: A necessidade está ao nosso redor.
II. Algué m sendo entregue em nossos dias?
Numerosas anedotas da experiê ncia contemporâ nea.
Conclusã o provisó ria: Muitos estã o sendo entregues.
III. Algué m foi entregue no passado?
Exemplos da histó ria e das Escrituras.
Conclusã o provisó ria: Deus libertou muitas pessoas de muitas maneiras
diferentes.
4. Algué m quer ser entregue agora?
Prova contemporâ nea, pessoal e bı́blica da a irmaçã o dedutivaque
todos nó s precisamos orar “livra-nos”, para que Deus honre esta
petiçã o, e os ouvintes precisam apenas pedir. Conclusã o: a oraçã o nã o é
apenas relevante, mas essencial.

“Livra-nos?”

A pergunta implícita aqui no início: esta parte da Oração do Senhor ainda é relevante?
ajuda a estabelecer uma base comum de questionamento.
Texto do Sermão: “Livra-nos?”
“Pai nosso que está s nos cé us, santi icado seja o teu nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade assim na terra como no cé u. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje. E perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido. Nã o nos deixes cair em
tentaçã o. Mas livrai-nos…”
Livrai-nos…
Livra-nos?

eu . A primeira pergunta se baseia em um terreno comum.


Algué m precisa entregar hoje? Aqui? Você e eu superamos essa
oraçã o? Você e eu sobrevivemos a esta sé tima petiçã o do Pai Nosso?
Está ultrapassado? Obsoleto?
Referências a experiências comuns (semanais).
Todos os domingos dizemos: “Livra-nos”. As vezes parecemos dizer:
“Livra-nos, mas agora agora”. “Livra-nos, mas nã o totalmente.”
“Entregue-nos, mas nã o muito.” “Entregue-nos, mas nã o muito
especi icamente.” “Livre-nos, mas depois.” "A minha maneira."
Oramos: “Livra-nos da doença; livra-nos do sofrimento; livra-nos do
medo; livrai-nos da pobreza”. Oh, sim, livrai-nos da pobreza! Livra-nos
da impopularidade. Livrai-nos das di iculdades. Livrai-nos da luta.
Livra-nos da disciplina.
Perguntas em vez de a irmações.
Existe algué m aqui que nã o pode olhar para cima e ver necessidade?
Existe algué m aqui que nã o pode olhar ao redor e ver a fraqueza
humana? Existe algué m aqui que nã o pode ver e suspirar e dizer “Livra-
nos”?
Alusões a emoções pessoais e necessidades sentidas.
Oh, nã o que você tenha somado todos os seus fardos. Nã o que você
tenha visto todas as suas necessidades. Nã o que você tenha resumido
todos os seus suspiros e lutas. Nã o que você tenha juntado todos os
seus gemidos quando disse: “Livra-nos”.
Alinha o orador com o público! esforço cooperativo.
Mas vamos pensar juntos sobre esta sé tima petiçã o no Pai Nosso.
“Livra-nos.”
Conhecemos as outras petiçõ es, nã o conhecemos? Nos dê . Nã o
podemos esquecer isso — me dê ! Me dê ! Me dê ! Nos dê . Perdoe-nos.
Conduza-nos. Mas “Livra-nos”?
Alguma coisa que você precisa para ser entregue? Qualquer coisa que
você quer ser entregue? Algum novo nı́vel para o qual você deseja ser
entregue?
Mais de 400 vezes a Bı́blia usa essa palavra “entregar”. A teologia da
libertaçã o – surgindo do Terceiro Mundo, dos despossuı́dos – nos
ú ltimos anos colocou seu foco principal no Exodo, uma libertaçã o. Eles
dizem que todos precisam ser libertos da escravidã o polı́tica e
econô mica de hoje.
Referências à experiência de vida.
Algué m em nossa terra precisa ser entregue? Pergunte nos lares
quebrados e desfeitos. Peça em coraçõ es partidos e partidos. Pergunte a
corpos quebrados e quebrados no hospital. Algué m precisa ser
entregue?
Apelo à experiência dos ouvintes: pergunte, pergunte, pergunte.
Pergunte à s vidas quebradas e quebradas nas prisõ es. Pergunte nos
bares onde os sonhos quebrados e desfeitos estã o espalhados pelo
chã o. Pergunte no trabalho. Pergunte no mercado.Pergunte nas escolas.
Pergunte aos doze a quinze milhõ es de alcoó latras da Amé rica.
Algué m precisa ser entregue? Pergunte à s famı́lias frené ticas e
frustradas desses milhõ es amaldiçoados pelo á lcool. Pergunte nas
estradas. As pessoas do Norte carregam seus fardos e vã o para o sul em
seus trailers. As pessoas no Sul carregam seus trailers com seus
cuidados e fardos para viajar para o norte. Trê s semanas depois, todos
voltam para casa, carregando seus fardos.
Alguma necessidade de ser entregue? Pergunte ao quarto de milhã o
que tentou suicı́dio no ano passado. Pergunte a essas 250.000 pessoas
que tentaram ser libertadas por suas pró prias mã os. Qualquer
necessidade de libertaçã o, algué m precisa ser libertado?
Pergunte a algué m que está tã o sobrecarregado por problemas
pessoais, preocupaçõ es da vida e pressõ es familiares que nã o consegue
falar palavras audı́veis. Ele só pode olhar na face de Deus e dizer: “Oh,
Deus. Oh Deus. Oh Deus." Pergunte a ele: “Existe alguma necessidade de
libertaçã o?”
Conclusão provisória: responder à pergunta I com base nas evidências apresentadas.
Olhe ao redor e veja o amor ao dinheiro, que a Bı́blia diz ser a raiz de
todos os males. Olhe ao redor e veja a inclinaçã o secular da vida. Olhe
ao redor e veja a farra do feriado, a sociedade louca pelo prazer. As
pessoas estã o presas em tudo isso. Entã o pergunte: Existe alguma
necessidade de libertaçã o hoje? Alguma necessidade? Olhe ao redor e
você verá que a necessidade é universal.
II. Pergunta II feita e reiterada.
A segunda grande pergunta: Algué m está sendo entregue hoje? E só
Gideã o? E Danilo? E José ? Sã o apenas aqueles nos tempos bı́blicos que
conhecem a libertaçã o?
Por que a palavra é usada mais de 400 vezes na Bı́blia? A libertaçã o é
um conceito-chave na histó ria cristã ? A libertaçã o é um conceito chave
hoje? Algué m sendo entregue hoje?
Exemplos contemporâneos.
Alguns de você s viram ao longo da interestadual norte de
Georgetown o que eu tenho visto nos ú ltimos trê s ou quatro anos. Toda
vez que passo por aqui, vejo na pintura desbotada em um grande trailer
de armazenamento: Deliverance Revival. Todo avivamento nã o é um
avivamento de libertaçã o?
Algumas semanas atrá s, recebi um e-mail me convidando para um
Seminá rio de Libertaçã o. Por oitenta dó lares eu poderia aprender a
libertar as pessoas dos demô nios. Nã o dizia que setenta e cinco dó lares
foram para o Senhor e cinco dó laresfoi ao pregador. Nã o dizia para que
foram os oitenta dó lares.
Mas tem havido uma espé cie de mania exorcista – um foco de
atençã o em demô nios e possessã o por demô nios.
A Igreja muitas vezes deixou esse acento na libertaçã o para os
malucos. Alguns me disseram que foram a festas de exorcismo onde
tentaram expulsar o demô nio do sono, o demô nio da canhota, o
demô nio do conforto e o demô nio da preguiça. Alguns a irmam: “O
diabo me fez fazer isso”.
Algumas pessoas veem um demô nio embaixo de cada arbusto – à s
vezes quando nã o há nem mesmo um arbusto! Eles me lembram o
homem com o apito anti-elefante. Ele recebeu um apito vermelho
brilhante e disse: “Este é o meu apito anti-elefante. Garantido para
evitar o pisoteio de elefantes.” Seu amigo disse: “Quanto você pagou por
isso?” "Cinco dó lares", disse ele. “E um grande apito anti-elefante.” E ele
deu um toot para demonstrar. “Ora, nã o há um elefante a menos de 800
quilô metros daqui”, disse seu amigo. “Claro”, disse o homem com o
apito. “Viu como funciona bem?”
Algumas pessoas veem a libertaçã o apenas em termos do exó tico, do
espetacular. Mas algué m está sendo entregue hoje?
Em um serviço de capela em junho pelo qual eu era responsá vel, pedi
a quatro jovens que compartilhassem. Esses jovens — tanto homens
quanto mulheres — compartilharam como foram libertados,
gloriosamente libertados — da bebida, da droga, do sexo e do suicı́dio.
Libertado daquele ciclo e cı́rculo sem sentido e vicioso. E há muitos
outros livramentos.
Dezenas podem testemunhar aqui hoje. Ouvimos (e deverı́amos)
falar de iguras do esporte que encontraram libertaçã o espiritual –
Tommy John, Steve Bartkowski, Terry Cummings. Ouvimos falar de
Chuck Colson, e deverı́amos. Ouvimos (e deverı́amos) falar de cantores,
atores e outras celebridades que encontraram libertaçã o.
Exemplos mais contemporâneos.
Mas alguns você nã o ouviu falar. SW estava voltando para casa da
faculdade pela Interestadual 75. Ao dar a volta em um grande caminhã o
com um trailer, de repente ele pensou: “O que eu faria se meu carro
pegasse fogo?” Ele estava andando cerca de oitenta e cinco milhas por
hora em seupequeno carro esportivo, acabando de ultrapassar esse
monstro da morte. Seu pá ra-choque traseiro acabou de passar pelo
pá ra-choque dianteiro deste enorme leviatã da estrada quando de
repente todo o seu cockpit estava cheio de chamas laranja.
O que ele fez? Ele virou para a direita, apenas roçando o pá ra-choque
dianteiro do trailer do trator, puxou para a grama, desligou a igniçã o,
abriu a porta e rolou para o chã o. Entregue — da mesma forma que ele
estava pensando dez segundos antes.
AG estava mergulhando no Golfo do Mé xico. Ele estava se divertindo
muito caçando pargos vermelhos perto de um velho naufrá gio. De
repente, uma sombra cinza passou por ele e o roçou. Ele olhou para
cima, viu a cauda a iada e sabia que era um tubarã o. Ele olhou, mas
nenhum lugar para se esconder.
Entã o outra sombra cinzenta se moveu e o roçou. Ele começou suas
nadadeiras indo para a superfı́cie. Quando o arrastaram freneticamente
para o convé s, ele havia sido escovado por cinco tubarõ es. Ele quase
morreu das curvas no convé s. Mas ele foi entregue cinco vezes na
subida.
CM foi entregue. Era uma tarde tranquila de domingo na Geó rgia.
Andando pela loresta um grupo de meninos encontrou uma casa
abandonada, um galã o de gasolina e um poço abandonado. Eles
brincaram e despejaram o galã o de gasolina no poço. Eles acenderam
um pedaço de jornal e o jogaram esvoaçando no buraco. Eles
esperaram. Nada aconteceu. Eles esperaram um pouco mais. Nada
aconteceu.
CM se inclinou para ver o que ia acontecer assim que atingisse o
está gio “whoof”. E a areia de sı́lica daquele poço da Geó rgia veio
explodindo, en iada em seus globos oculares. Ele estava cego. Durante
um mê s ele nã o conseguiu ver a luz do dia. Este verã o ele terminou o
seminá rio e você nunca saberia que ele já foi cego. Porque ele foi
entregue. Ele foi libertado pelo Deus de toda graça.
JC sofreu um acidente de carro. Ele tinha acabado de terminar o
ensino mé dio. Foi uma grande farra. Apó s o acidente, levaram-no para o
hospital. O mé dico examinador disse: “Ele é DOA”, morto na chegada.
Colocaram-no numa maca antes de levarem o corpo para a morgue.
Um mé dico judeu em seu dia de folga veio ao hospital — por
acidente, você diz? Nã o. Ele veio ao hospitale andando disse: “Quem é
aquele na maca aqui?” Eles disseram: “E JC – graduado do ensino mé dio
da semana passada”.
Ele foi até lá e se abaixou. "Traga a tripulaçã o", ele gritou. “Alerta
vermelho – há vida aqui,” ele disse enquanto entrava em açã o.
“Impossı́vel”, diziam. “Ele nunca será mais do que um vegetal se
pudesse sobreviver.”
Eles enviaram um chamado de oraçã o para todas as sinagogas
judaicas, para todas as igrejas cató licas, para todas as igrejas
Metodistas Unidas naquela cidade de Nova Jersey e as pessoas
começaram a orar. Os cı́nicos diziam: “Ele nunca será mais do que um
vegetal”.
Alguns anos atrá s ele veio para o seminá rio e só para provar que nã o
era um vegetal, ele se inscreveu na faculdade de medicina. Ele estava
cortando na faculdade de medicina quando sentiu o chamado de Deus
mandando-o de volta ao seminá rio, onde terminou. Ele está no
ministé rio agora. Ele foi entregue.
Outro com as mesmas iniciais, JC, alguns de você s ouviram há uma
semana. Você o ouvia berrar como um touro em um milharal – esse
homem que em seus primeiros anos estava tã o enfraquecido pela
tuberculose que os mé dicos diziam que ele nunca mais seria capaz de
pregar. Buracos em seus pulmõ es grandes o su iciente para que você
pudesse passar o punho por eles por causa da tuberculose. Ele ainda
está sendo entregue.
Sessenta anos depois, alguns de você s o viram levantar 130 quilos
acima da cabeça. Ele está sendo libertado pelo Senhor. Um dia antes de
chegar aos noventa, esquiou na á gua vinte e trê s milhas — em um
esqui. Ele ainda está sendo entregue.
Um aqui esta manhã , com dois anos de idade, rastejou pelo portã o do
curral e estava andando na cauda de um cavalo de pele de gamo quando
sua mã e o encontrou. O cavalo de pele de gamo estava com as orelhas
para trá s e estava pronto para chutar as ripas de qualquer coisa que se
movesse. Toda semana, mais ou menos, ele chutava as tá buas de sua
barraca. Ningué m conseguia entender por que ele nã o chutou os miolos
do homem que está diante de você esta manhã .
Entregue. Um aqui esta manhã foi entregue quando ele viu a vaca
saltar sobre a lua. Já era ruim o su iciente para um menino ter que
andar para um lado quando ia trazer as vacas. Na retaguarda, ele
treinou as vacas quando tinha seis ou sete anos. Quando eles
estavamandando pela margem do riacho, ele pulava e os levava de volta
ao celeiro. Ele brincaria de caubó i dessa maneira.
Um dia ele estava passando pela margem alta, e a vaca se virou e
desceu correndo. Ele deslizou por cima da cabeça da vaca, pois nã o
havia chifre de sela para segurá -lo naquele velho bovino. Ele olhou para
cima e viu aquela vaca pular sobre ele e a lua lá no cé u. Mais de uma vez
me lembrei daqueles cascos batendo e da vaca que parecia estar
pulando sobre a lua. Entregue.
Exemplos contemporâneos continuaram.
E todos nó s aqui fomos salvos – de acidentes de carro. Um pregador
em Cadillac, Michigan, me disse que estava dirigindo, pensando no que
quer que os pregadores pensassem – algo ou nada. Ele estava dirigindo
e atravessou uma ferrovia. Ele ouviu um barulho atrá s dele e olhou para
trá s. Ali, na frente de uma locomotiva, estava seu pá ra-choque traseiro.
Ele tinha sido entregue e nã o sabia.
Ou acidentes de bicicleta. Ou cai. Ou o que você tem. Ou tempestades.
Tornados. Entregue.
Quando uma das tempestades raras passou pelo sudeste de
Michigan, passou pela elegante Ilha Grosse. Derrubou uma casa enorme
e pegou um bebê . Um barco havia escorregado de suas amarras e estava
no meio de um lago de 200 acres. Este bebê voador foi gentilmente
colocado naquele barco solto no meio da tempestade. Os jornais de
Detroit o chamaram de “o bebê milagroso”.
Há um sentido em que cada um de nó s foi liberto. Em certo sentido,
cada um de nó s é um bebê milagroso.
D. estava dirigindo um caminhã o desgovernado descendo uma
montanha da Pensilvâ nia. Ele orou: “Senhor, se você me libertar, eu irei.
Eu nã o acho que o seminá rio seria muito pior do que isso.” Ele orou, e
Deus o livrou. Ele terminou agora e está no ministé rio de tempo
integral.
R. estava em uma prisã o de Indiana e ele disse: “Senhor, se você
apenas me tirar daqui – se você apenas me libertar...” E o Senhor o
livrou.
BJ era um nativo deste municı́pio. Ele e sua famı́lia foram fazer um
piquenique ao longo de Jessamine Creek quando nã o estava fora dos
limites ir para Chrisman Cave. Eles descobriram que nã o tinham levado
sal. E o que é melancia sem sal para algumas pessoas? Ou um melã o
almiscarado sem sal?
Entã o eles disseram “BJ, você sobe o penhasco, corre para ocarro e
nos traga um pouco de sal para o melã o.” Tenho certeza de que sua mã e
disse: “Tenha cuidado”. Certamente seu pai disse: “Depressa!”
Ele escalou o penhasco alé m da entrada da Chrisman Cave. Quando
ele chegou perto do topo, havia uma enorme pedra plana. Era tã o
grande quanto um quarto. Ele se arrastou para cima daquela pedra e
começou a escalar por ela. Ele estava no nı́vel do solo agora e assim que
ele começou a atravessar, aquela enorme pedra se moveu e começou a
deslizar – de volta para o des iladeiro de onde ele tinha acabado de
rastejar. Ele saltou para trá s, gritou e olhou para cima. Ele podia ver um
caminhã o cheio de pedras vindo. Ele gritou - e Deus o livrou ao revogar
a lei da gravidade? Deus enviou aquelas rochas de volta de onde elas
vieram? Nã o. Deus se preparou para libertá -lo de outra maneira. A
in iltraçã o das rochas amoleceu o solo na saliê ncia abaixo dele. Deus
nã o revogou a lei da gravidade e enviou aquelas pedras para as estrelas.
Deus o libertou de uma maneira mais natural, mais normal.
Aquela enorme pedra plana continuou vindo. Isso o pressionou
contra aquela terra amolecida pela á gua, e ele passou os nove meses
seguintes de sua vida no hospital. Mas Deus o livrou. Eu nunca o vejo
andar pelas nossas ruas sem lembrar que aqui está um que Deus
libertou.
Alguns de você s leram um livro de um advogado de Miami, Fló rida.
Ele foi pego no trá ico de cocaı́na e um monte de outras coisas. Ele tinha
uma renda de seis dı́gitos todos os anos. Apontando o nariz para a vida
e a sociedade, ele ignorou tudo decente. O dinheiro chegou, mas as
autoridades inalmente o prenderam e o mandaram para a prisã o por
cinquenta anos. E ele foi entregue? Sim. Em dois anos ele estava fora,
contando à s pessoas o que Deus havia feito por ele – como Deus havia
libertado.
E você conheceu pessoas que foram libertas. Algué m sendo entregue
hoje?
Algumas pessoas de sua religiosidade. Algumas pessoas de seu vazio.
Algumas pessoas de seu amor ao dinheiro. Algumas pessoas dos
cuidados da vida. Alguns de sua selva de negó cios.
Livra-nos. Livra-nos de tudo? Livra-nos de tudo imediatamente?
Exemplos da natureza.
Você já viu algué m ajudar um casulo a se tornar uma borboleta,
ajudando-o para que nã o precisasse ser entregue?pelo processo lento
usual? E o que acontece? A borboleta nunca consegue.
Você já conheceu algué m tentando ajudar um pintinho a se libertar
sem a luta de ser libertado da tumba da casca do ovo? O que acontece?
Se vai eclodir e se tornar uma galinha saudá vel, deve lutar em sua
libertaçã o. Deve lutar por si mesmo. Deve lutar pelo curso da natureza.
Você já viu uma criança tentando engatinhar? Você nã o pega e diz:
“Oh, eu vou te livrar de tudo isso”.
Você já viu uma criança aprendendo a andar? Você nã o diz: “Ah, nã o,
nã o tente andar. Espere até ter cinco anos de idade e você pode correr.”
Nã o.
Você vê uma criança tentando amarrar um sapato. Você diz: “Oh, nã o
passe pela luta”? Veja uma criança tentando andar de bicicleta. Você diz:
“Oh, nã o tente isso. Você vai esfolar os joelhos. Espere até icar mais
velho”?
Você já viu um aluno com aulas de matemá tica, hebraico ou grego -
bem, pelo menos grego - que ora por libertaçã o e quer um curso fá cil -
que deseja libertaçã o dos regulamentos, do empurrã o e da luta? Você
nã o faz borboletas aliviando-as — livrando-as de toda luta. Você nã o faz
pintinhos quebrando sua casca e deixando-os sair sem nenhuma luta.
Perguntas em vez de a irmações.
Esta vida é um campo de testes, um campo de provas? Precisamos
ser libertos de tudo? De toda a sujeira sem varrer? De todas as dı́vidas
sem disciplina? De todas as dú vidas sem duvidar das nossas dú vidas?
De todo perigo sem aprender? De todo desespero sem ver os fatos da
vida? Livrado de todas as decepçõ es sem aprender o que é a vida?
Você conhece algué m que foi libertado da morte - isto é , por mil
anos? Alguma necessidade de disciplina? Para cavar? Para aprender o
que você precisa se agarrar e o que você precisa deixar de lado?
Conclusão provisória. Resposta à questão II.
Você conhece algué m que está sendo entregue hoje? Quantos?
Quanta necessidade? Quanta libertaçã o você quer? Quanta carga você
tem? Quanta escravidã o? Você está sendo entregue hoje? Muitos sã o.
III. Terceira pergunta.
Algué m foi entregue no passado? Poderı́amos olhar aqui por um
longo tempo, mas vamos apressar isso.
Alusões à história.
A liberdade percorre uma longa histó ria. O Renascimento e a
Reforma. As revoluçõ es. Colonialismos.Dezenas de naçõ es. Milhares
libertos da escravidã o social e racial. Os judeus. Corrie Ten Boom.
Mas e os milhõ es que nã o foram libertados? Nã o entregue de Hitler?
Exemplos históricos.
Alguns de você s pensam que maio e junho de 1940 é histó ria antiga.
Para alguns de nó s é histó ria contemporâ nea. Em Dunquerque,
centenas de milhares de soldados britâ nicos icaram presos nas praias
do outro lado do canal da Grã -Bretanha.
Churchill disse que seria um milagre se 90.000 pudessem ser
entregues. Entã o veio o que ele chamou de “A Armada do Mosquito” —
861 embarcaçõ es, de botes salva-vidas a navios de guerra. 243 foram
afundados no processo. Eles estavam sendo bombardeados de dia e de
noite. Foram 90.000 entregues para que houvesse um milagre? Nã o.
Cem mil, depois 200.000 e depois 300.000 foram entregues e depois
338.000 — entregues. Entregue de Dunquerque.
Se Hitler soubesse que nos vastos recursos da Grã -Bretanha havia
apenas um eixo de reparo para as ferrovias, ele nã o teria esperado para
invadir a Grã -Bretanha. Mas eles foram libertados disso.
Quando a Armada Espanhola acumulou a maior frota da histó ria,
uma tempestade atirou-os para o Mar do Norte. Entregue.
Sim, podemos olhar para a histó ria. Bondage e escravidã o
permanecem para algumas pessoas hoje. Sim.
Cento e vinte e cinco anos atrá s, uma ferrovia subterrâ nea se
dedicava a entregar pessoas. Os negros do Sul se moveram em direçã o
ao Canadá e à libertaçã o. Estatı́sticas do sul dizem que 100.000 foram
entregues com um valor de US$ 30 milhõ es como escravos. Os nú meros
do Norte foram mais modestos. Eles disseram que talvez 500 por ano
foram entregues. O censo dos EUA para esses anos mostra que cerca de
500 por ano estavam sendo entregues, mas havia mais de 1.500 agentes
na Underground Railroad – somente em Ohio – todos dedicados a
entregar pessoas. Entã o, fomos expostos a um pouco disso.
A histó ria percorre um longo caminho. Um longo caminho está cheio
de pessoas que foram libertadas de uma forma ou de outra.
Entregue de trabalho infantil e sweatshops. Da pobreza. Do sistema
de castas. Em alguns lugares no Kentucky, a agricultura arrendatá ria
nã o está longe de ser um sistema de castas. O salá rio mı́nimo — você
conhece algum homem que possa sustentar sua famı́lia com o salá rio
mı́nimo?

Nó s olhamos para a Revoluçã o Americana e dizemos que isso é


ó timo. Mas todas as outras revoluçõ es sã o ruins.
A Igreja nem sempre esteve no meio das marchas pela liberdade. Mas
Jesus estava sempre no meio de seus dias.
Libertando a liberdade — libertando as pessoas — libertando os que
estã o em cativeiro. “Onde está o Espı́rito do Senhor, há liberdade.” Você
encontra esse sotaque tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
Apelo à imaginação.
Você faz uma viagem de jato pela histó ria e o que você vê ? Quando
você olha para o passado, algué m foi libertado? Que tipo de libertaçã o?
De todas as doenças? Oh, nó s nos regozijamos quando ouvimos falar de
milagres de câ ncer hoje. Poderı́amos desejar que houvesse mais um
milhã o, mas todos estã o livres de todas as doenças? Todas essas
doenças?
Nã o, há uma quantidade desconhecida aqui quando a Bı́blia diz:
“Faça-se convosco segundo a vossa fé ”. Mas estamos em um mundo
mortal e des igurado.
Algum liberto da morte? Certo. Mas está designado para a
humanidade morrer uma vez, a Escritura diz.
E tã o fá cil para nó s procurar exceçõ es. Mas a taxa de mortalidade
para todos os curandeiros é de 100%. A taxa de mortalidade para os
cristã os é de um para um. Ningué m nestes dias está escapando por
mais de cento e dez anos, no má ximo.
De Aimee Semple McPherson a Kathryn Kuhlman, somos mortais. Eu
nã o estou satirizando. Quando oramos por libertaçã o, precisamos ver
algumas das limitaçõ es. Estamos em um mundo mortal e des igurado.
Mais perguntas do que a irmações.
Estamos libertos de todo desâ nimo? De toda a liçã o? De toda
escuridã o para que nenhuma sombra caia, nenhuma chuva caia em
nossas vidas? De todo desejo para que tenhamos o Nirvana
instantâ neo? Sem vontade? Sem disciplina? Sem dú vidas — livre de
todas as dú vidas? Como você vai aprender a duvidar de suas dú vidas?
De todo o desenvolvimento?
Um dos requisitos em relaçã o à Terra da Promessa era que fosse uma
libertaçã o gradual para que a terra nã o fosse invadida por obstá culos,
barreiras e inimigos. E assim é com o cará ter.
Deus constró i o cará ter instantaneamente? Ele entrega em algumas
á reas instantaneamente, mas ele nos livra de todas as demandas? Todas
as decepçõ es? De toda opressã o ou oposiçã o?

Algumas pessoas dã o a impressã o de que o diabo vai estar do seu


lado. Nã o. Ele vai ser um adversá rio constante. Mas temos a vitó ria
porque Deus nos livra. Temos a vitó ria por meio de Jesus Cristo nosso
Senhor.
Alguns fariam mais de demô nios do que a Bı́blia faz, mas ele nos
prometeu uma maneira de escapar. Ele traz a vitó ria para que possamos
ser mais que vencedores.
Como Deus libertou? Como ele entrega no passado? Dos medos? De
cuidados? Das preocupaçõ es? Fisicamente? Espiritualmente? Da
escravidã o emocional e servidã o? Social e inanceiramente? Da
escravidã o polı́tica e eclesiá stica? Do mal moral?
Em circunstâ ncias variadas com mé todos variados. A Bı́blia é um
registro de libertaçõ es pessoais.
Várias referências bíblicas como exemplos.
Joã o foi encarcerado na Ilha de Patmos, exilado, mas era um espı́rito
livre. Ele estava no Espı́rito no dia do Senhor. Pedro estava na prisã o,
mas foi libertado por um anjo. Paulo e Silas foram libertados por um
terremoto. Lá zaro, na morte, foi libertado por uma palavra de Jesus. O
paralı́tico e seus quatro amigos – Jesus viu a fé deles e livrou o homem.
De doenças e enfermidades de todos os tipos – “você será liberto”,
disse Jesus, “pela sua fé ”. Cego Bartimeu por um grito. Fora da
escravidã o egı́pcia, a Bı́blia diz, “o Senhor ouviu o seu clamor”. E o
Senhor os conduziu por uma coluna, nuvem de dia e fogo à noite. Os
trê s ilhos hebreus na fornalha ardente foram entregues pelo quarto
homem na fornalha. Daniel na cova dos leõ es — entregue como? O rei
orou por ele e jejuou a noite toda.
No cativeiro babilô nico, o povo hebreu pendurou seus violõ es; mas
apesar de seu desâ nimo, Deus os livrou. Ezequias foi entregue por um
cataplasma de igo - por quinze anos ele foi entregue. Naamã foi
entregue por sete mergulhos no rio Jordã o. Jonas foi libertado por um
grande peixe que Deus havia preparado. Deus també m preparou uma
cabaça, um vento leste e um verme. Jonas foi libertado.
No dia de Ester toda a naçã o foi libertada por uma mulher sá bia. Você
se lembra nos dias de Eliseu, Senacaribe e as hostes assı́rias vieram e as
pessoas foram libertadas por um anjo. E 185.000 cadá verescobriu o
chã o na manhã seguinte. E lembre-se da fome quando os quatro
leprosos saı́ram. O inimigo ouviu um barulho e espalhou potes e
panelas e Crations por todo o caminho até o rio Jordã o e alé m. O povo
de Deus foi liberto.
Lembra quando Eliseu foi cercado? Geazi disse: “Oh, estamos
isolados – cercados”. O profeta orou: “O Senhor, abre-lhe os olhos”. E ele
viu a montanha cheia de carros.
Lembre-se do tempo dos juı́zes. Homens comuns tornaram-se
homens extraordiná rios porque o Espı́rito de Deus desceu sobre eles, e
eles foram libertos.
Resposta à pergunta III.
Noah, entregue por um barco que ele construiu com suas pró prias
mã os. Sim, Deus libertou no passado de muitas maneiras.
Atravé s deste Pai Nosso? Sim. Pela virada dos acontecimentos? Por
insights? Por descoberta? Pela nossa resoluçã o de nã o falhar com
aqueles que con iam em nó s? Sim. Por trabalho? E pela adoraçã o? Pela
obra de Deus.
A experiê ncia passada e presente diz: “Há libertaçã o”. Cristo é a
resposta. Ele é a promessa e a garantia completas. Ele nos ensinou a
orar: “Livra-nos”.
“Livra-nos.” E quais sã o os princı́pios? Talvez devê ssemos ter toda
uma sé rie de sermõ es sobre os princı́pios de ser proferido.
Há responsabilidade. Você nã o pode descartar isso dizendo: “O diabo
me fez fazer isso”.
Asserções, conclusões provisórias baseadas em evidências anteriores.
Existe realidade. Deus nem sempre é espetacular. Deus nem sempre é
instantâ neo. Deus nem sempre é completo. Deus nem sempre trabalha
permanentemente. Você e eu vivemos em um mundo mortal. E Deus
nos deu nossa razã o. Ele nos deu nossas cabeças. Ele també m nos deu
os meios da graça. Ele diz: “Resista ao diabo e ele fugirá de você ”. Ele
nos deu oraçã o. Ele nos deu con iança e fé . Ele nos deu Romanos 8:28 e
diz: “Em todas as coisas Deus opera”.
A libertaçã o pertence ao Senhor. Ele é capaz de te livrar.
Mas a maior pergunta de todas nã o é : “Existe alguma necessidade?”
A maior pergunta de todas nã o é : “Existe libertaçã o hoje?”, ou “Houve
libertaçõ es no passado?”

4. Quarta pergunta.
A maior pergunta é : “Algué m quer ser liberto agora?”
O acento de Deus está sempre na libertaçã o. Deus quer um povo
livre. Deixe meu povo ir, é o refrã o de Deus.
Deus quer responder a esta oraçã o? Ele quer conceder este Pai Nosso
que Jesus nos ensinou, para nos livrar do mal? Solte-o e deixe-o ir! Ele
está dizendo o que Jesus disse quando pegou a menina pela mã o e a
levantou. Acordem, você s que dormem, e levantem-se dentre os mortos,
e Cristo lhes dará luz, vida e liberdade.
Aqui está a conclusão básica do sermão baseada em evidências anteriores.
Deus está no negó cio de libertaçã o. Ele enviou Emanuel para nos
libertar. Deus conosco para nos livrar.
Jesus diz em Lucas 4 que sua grande tarefa é libertar os cativos. Este
é o desejo e o padrã o de Deus em sua vida e na minha. Livra-nos.
Qual é a conclusã o? Há uma necessidade universal de orarmos:
“Livra-nos”.
Agora vem a aplicação e a implicação. Daqui até o inal do sermão é mais dedutivo.
Em um momento eu gostaria de fazer uma pergunta a todos você s.
Quantos de você s poderiam levantar suas mã os e dizer: “Fui liberto”?
Vamos ver as mã os daqueles que podem dizer: “De uma forma ou de
outra fui liberto”. Olhe para todas aquelas mã os. Claro que Deus
entrega.
Alguns pensam em ser entregues pelo novo nascimento. Alguns por
meio da graça. Alguns pelo Espı́rito Santo em tempos de novo
compromisso.
Agora eu gostaria de lhe fazer uma pergunta ainda mais importante.
Alguns de você s foram libertados mais de uma vez – de maneira
espetacular – de algumas maneiras grandiosas, e Deus ainda está no
processo de libertá -los e libertá -los.
Asserções previamente provadas são reenfatizadas.
Centenas de você s levantam as mã os para dizer que Deus liberta. Ele
te entrega. Suas vidas dã o testemunho. Você foi entregue. Mas algué m
quer ser entregue agora?
Todo tipo de escravidã o. Todo tipo de necessidade. A histó ria mostra
um longo registro de libertaçã o. Deus é capaz de libertar.
Esse é o sotaque de ambos os Testamentos. Parafraseando, o Salmo
34 diz: “Busquei ao Senhor, e ele me respondeu e me livrou de todos os
meus temores. Este pobre homem chorou, e o Senhor o ouviu e o livrou
de todas as suas tribulaçõ es. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos
que o temem e os livra. Quando os justos clamam por socorro, o Senhor
os ouve e os livrafora de todos os seus problemas. O Senhor está perto
dos quebrantados de coraçã o e salva os de espı́rito abatido. Muitas sã o
as a liçõ es do justo, mas o Senhor livra de todas. Sim, a libertaçã o
pertence ao Senhor.”
Mais a irmações baseadas em evidências anteriores.
O Senhor é capaz de encerrar suas circunstâ ncias. Deus é capaz de
encerrar sua vida. Deus é capaz de embrulhar sua necessidade. Deus é
capaz de cercá -lo, envolvê -lo e libertá -lo. Abaixo estã o os braços
eternos. A libertaçã o pertence ao Senhor.
Quem invocar o nome do Senhor será salvo - será libertado. Quem o
Filho liberta é livre de fato. Onde está o Espı́rito do Senhor, há
liberdade.
Quatrocentas vezes ou mais na Bı́blia há libertaçã o. Um milhã o de
vezes na vida - há libertaçã o. Deus entrega.
Paulo pergunta em Romanos capı́tulo sete , quando fala sobre aquele
tumulto interior de carnalidade e angú stia de espı́rito: “Quem nos
livrará do corpo desta morte?” Entã o ele volta com a resposta: “Dou
graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. Este é o padrã o de Deus
para que a vida nos liberte—liberte você e me liberte.
Ele entrega hoje. Do mal. Agora. Ele entrega amanhã da mortalidade.
Durante o hino de encerramento haverá oportunidade de vir e orar
aqui no altar se você sentir a necessidade da libertaçã o de Deus hoje.
Livrai-nos…
Em resumo: O esboço básico de quatro perguntas, 138 perguntas no texto e os muitos
exemplos bíblicos e relacionados à vida conduzem indutivamente ao longo deste sermão.
Frases diretas e diretas têm uma média de oito a dez palavras cada.
Livrai-nos do mal. Pois teu é o reino. E o poder. O poder de entregar. E
tua é a gló ria para todo o sempre. Um homem.
(Hino de Encerramento)
Venha, Todo-Poderoso para libertar, Deixe-nos toda a tua vida receber; De repente
volta e nunca mais, nunca mais os teus templos vã o embora.
Termina, entã o, tua nova criaçã o; Sejamos puros e imaculados.
Deixe-nos ver a tua grande salvaçã o Perfeitamente restaurada em ti.
—Charles Wesley
Jesus chora através de nós?
O sermã o indutivo a seguir é uma versã o ligeiramente adaptada de uma
mensagem entregue pelo autor em uma sessã o regular da capela no
Seminá rio Teoló gico Asbury, Wilmore, Kentucky. Ele foi selecionado
para inclusã o aqui porque é um exemplo claro de uma estrutura de
sermã o indutiva complexa. Nã o apenas o esboço geral é indutivo, mas
cada um de seus segmentos principais se desenvolve por meios
indutivos adicionais. Com base na analogia estrutural usada nos
capı́tulos Sete – Nove , este sermã o conté m redemoinhos dentro do
redemoinho.
Incluı́do abaixo está um texto do sermã o com notas de margem
apontando elementos indutivos. O esboço e os diagramas devem
contribuir para a compreensã o do leitor sobre a induçã o como é usada
neste sermã o.

Esboço: Jesus chora através de nós?


Pergunta-chave declarada: Como nosso mundo pode ver uma imagem
mais clara de Jesus como Filho de Deus e Filho do Homem?
I. Vamos olhar para o nosso mundo.
Enumeraçã o de fatos, nú meros, citaçõ es, anedotas relacionadas à vida e
alusõ es à experiê ncia comum.
Conclusã o provisó ria: Nosso mundo em mudança está cheio de pessoas
solitá rias e feridas.
II. Vamos olhar para o nosso Senhor em nosso mundo.
Introduçã o, vá rias perguntas e, em seguida, um formato indutivo bá sico
de perguntas e respostas ao longo desta seçã o.
Conclusã o provisó ria: Nosso Senhor amou em palavra, em atitude, em
açã o.
III. Vejamos nossa tarefa para nosso Senhor em nosso mundo.
Anedota, analogia, pergunta e depois resposta.
Conclusã o: Tese do sermã o declarada. Asserçã o bá sica declarada.
Implicaçõ es e aplicaçõ es feitas. Desa io dado. O sermã o terminou.
Jesus chora atravé s de nó s?
O esboço geral de trê s passos poderia facilmente se encaixar no
padrã o de um sermã o do tipo exploraçã o indutiva; o ministro conduz
seus ouvintes enquanto eles caminham em torno do problema/questã o
colocada no inı́cio. Até mesmo a escolha de palavras do esboço bá sico
sugere exploraçã o: vamos olhar; vamos olhar; vamos olhar. Depois de
examinar o mundo, o Senhor no mundo e nossa tarefa para o Senhor
em nosso mundo, a resposta é descoberta.
Mas cada uma das trê s etapas també m é indutiva em si. A Parte I
segue o padrã o indutivo de enumeraçã o do redemoinho — organizando
fatos, iguras e exemplos um apó s o outro até que um quadro seja
pintado de como é o mundo.
A Parte II começa com alguns comentá rios introdutó rios iniciais, lista
muitas perguntas, depois segue um formato indutivo de pergunta-
resposta, pergunta-resposta, pergunta-resposta até apresentar uma
imagem de Cristo no mundo.
A parte III começa fazendo uma pergunta, apresenta uma anedota
que serve de analogia e assim leva à resposta e à conclusã o bá sica de
todo o sermã o.

Alé m do diagrama de redemoinho acima, este sermã o també m pode


ser diagramado assim:
Uma introdução muito breve coloca a questão/problema a ser explorado.
Jesus chora através de nós?
Nos cı́rculos teologicamente conservadores temos enfatizado Jesus, o
Filho de Deus; mas negligenciamos Jesus, o Filho do Homem? Como
nosso mundo pode ver uma imagem mais clara de Jesus como Filho de
Deus e Filho do Homem?
I A Fase Um da exploração começa aqui.
Vamos olhar para o nosso mundo.
Como jovens, podemos gritar: “Viva! Estamos na geraçã o Pepsi!” Mas
a vida em nosso mundo é mais do que uma grande efervescê ncia – mais
do que bolhas carbonatadas?
Comercial / relacionado à vida.
Esta é a era espacial.
Anedota/humor.
Uma mulher de oitenta anos escreveu uma carta ao pioneiro espacial
Dr. Wernher von Braun: “Por que devemos ir à lua?” ela perguntou. “Por
que nã o icamos na terra e assistimos televisã o como o bom Deus
pretendia?”
Nosso mundo está mudando. Um dispositivo eletrô nico pouco
conhecido há quarenta anos é agora aceito como parte da criaçã o
original.
Este é o nosso mundo:
Fatos construindo para levar ao ponto.
5.000 anos de veleiro a barco a vapor.
100 anos de barco a vapor para aviã o.
40 anos da era do ar à era atô mica.
12 anos da era atô mica à era espacial.
Agora, a era do computador se desenvolve simultaneamente com a era espacial.
O uso de “nós” e “nosso” ajuda a estabelecer pontos em comum, prepara o palco para o
sermão como uma busca conjunta.
Desde 1960, de acordo com o Space Computer Center no Alabama,
dobramos nosso estoque de fatos a cada dois anos. Agora, a cada seis
meses compilamos tanta informaçã o nova quanto o mundo inteiro
possuı́a antes.
Desde o tempo de Cristo até 1760, o conhecimento do mundo dobrou
uma vez. De 1760 a 1880 dobrou novamente. Em 1914, dobrou pela
terceira vez. Agora, a massa bruta de conhecimento humano dobra duas
vezes por ano. Pense nisso.

Hoje microcosmo e macrocosmo sã o fronteiras gê meas para


exploraçã o. Nosso mundo está icando menor e maior ao mesmo tempo.
Histórias e fatos levaram até aqui.
O nosso é um mundo de mudanças diá rias. Mudança inita. Mudança
có smica.
Que outras caracterı́sticas vemos em nosso mundo da era espacial,
da era do computador?
A irmações aqui. Mas essas a irmações seriam aceitáveis, palatáveis para os ouvintes.
Vemos o otimismo em declı́nio, o pessimismo crescente. Vemos uma
busca quase obsessiva por sucesso, prazer, poder, satisfaçã o e
segurança. (Alguns dizem que, ao entrarmos nos anos oitenta, estamos
nas garras de uma psicose de segurança.) Talvez possamos ver melhor
nosso mundo em alguns breves exemplos: Exemplos relacionados à vida.
Ah, veja as pessoas! as pessoas! as pessoas!
Venha comigo para a sala de uma casa americana comum. Marido e
mulher se olham, entã o ela solta desesperadamente: “Seria um inferno
continuar vivendo assim”.
Em outra sala de estar, a jovem esposa diz: “Tenho uma famı́lia
maravilhosa, um bom marido com um bom emprego, dois ó timos ilhos,
casa paga — se ao menos a vida tivesse algum sentido”.
O uso de “você” aumenta o envolvimento do ouvinte, põe a imaginação do ouvinte para
funcionar.
Venha para um hospital — uma ala infantil. Uma criancinha joga seus
braços gorduchos em volta de suas pernas e implora: “Você vai me
foder? Você vai me enlouquecer?” Você pega o jovem e começa a
balançar enquanto ele abraça e se aconchega perto de você . O mé dico
entra e diz: “A gente nã o entende essa criança. Fizemos radiogra ias de
todas as formas, menos de dentro para fora, e nã o conseguimos
encontrar nada, mas tã o inseguras e tã o solitá rias.” Você vai me
enlouquecer?
Até mesmo o uso de “venha” exige envolvimento.
Venha para as casas de repouso onde os idosos e os indigentes
apertam e seguram sua mã o, acariciando-a suavemente com seus dedos
ossudos. “Ningué m se importa mais”, dizem eles.
Venha para os leitos dos doentes. Um paciente com câ ncer olha para
o seu rosto e pergunta: “Quã o doente você precisa estar para morrer?”
Venha para os coqueté is onde todos estã o falando, ningué m ouvindo.
Venha para os bares onde homens solitá rios se sentam e choram em
sua cerveja.
Venha para as prisõ es da cidade e do condado onde eu vi poças de
lá grimas espirrando no chã o frio de concreto enquanto homens falam
de lar, famı́lia, negó cios, ontem, solidã o e pecado.

Venha para as selvas de vagabundos pelos trilhos da ferrovia - veja


esses sem-teto amontoados em volta de uma fogueira. Eles colocam
calor enlatado em uma meia velha e espremem o á lcool para beber. Eu
realmente vi isso dentro dos limites da cidade de um dos centros
culturais do mundo.
Viciados desorientados, alcoó latras desmiolados, pessoas esgotadas,
confusas, descartá veis. Todos nó s já os vimos.
Venha para as calçadas das grandes cidades - todo mundo olhando,
ningué m vendo. Que corrida louca enquanto os homens procuram o
arco-ı́ris. A multidã o procura no mar de rostos um olhar amigá vel, mas
ningué m vê . Ningué m se importa. Vire a esquina e aqui está o skid row.
Esses homens foram professores, advogados, homens de negó cios e
pro issionais — pais, maridos, irmã os, ilhos de famı́lias respeitá veis.
Ao redor do quarteirã o estã o as prostitutas — rostos bonitos, olhos
vazios, vazios, assombrosos, sem alma, sem personalidade e identidade.
Venha para as clı́nicas de aborto com suas sacolas plá sticas cheias de
bebê s indesejados. Venha para alguns condados de nossa naçã o onde
mais da metade de todos os nascimentos sã o fora do casamento.
Referência à experiência comum.
Venha para nossos grandes está dios e enormes arenas esportivas em
qualquer im de semana onde os homens se aglomeram para emoçõ es.
Eles se sentam como as pessoas izeram ao redor da cruz de Jesus – “e
sentando-se, eles o observavam ali”. Quando a excitaçã o acaba, eles
saem pelos portõ es para comer e beber. Horas depois, eles devem
voltar para a casa que costumavam chamar de “lar”.
Venha para milhõ es de quartos nos Estados Unidos e em todo o
mundo, onde todas as manhã s as primeiras palavras sã o: “Bom dia,
má goa – aqui vamos nó s de novo”.
Venha para o nosso pró prio condado na semana passada para um
casebre a 60 metros de um centro mé dico. Veja as garrafas vazias, os
trapos, as crianças famintas e um bebê com sete larvas no umbigo!
Experiências locais.
Venha em nosso pró prio condado em uma tarde de verã o desde a
formatura do ensino mé dio, quatro meses atrá s. Veja um jovem gê nio,
alto em sua classe, mas de um lar solitá rio quebrado - sem segurança,
sem senso de valor, sem senso de propó sito - um garoto
desesperadamente solitá rio sem ningué m para amá -lo, ningué m para
se importar. Por temer que sua namorada possa estar se inclinando
para seu melhor namorado, ele atira e se mata para acabar com sua
solidã o adolescente. Que tragé dia!

Venha para orfanatos, lares municipais e estaduais para jovens. Veja


as crianças indesejadas sentadas, esperando para serem rejeitadas
novamente.
Você nã o consegue ver e ouvir a multidã o de pessoas — idosos,
homens e mulheres de meia-idade, pais jovens, jovens universitá rios,
adolescentes, meninos e meninas? Não é nada para todos vocês que
passam? Algué m se importa? “Eu olhei e nenhum homem se importou
com minha alma!”
A enumeração na Fase Um levou a esta conclusão: nosso mundo em mudança está cheio
de pessoas solitárias e feridas.
Veja a multidã o solitá ria.
Nosso mundo mudou. Mas tem?
Os Flintstones em uma caverna, os Smiths em um subú rbio, Buck
Rogers na lua. Estamos todos solitá rios.
Microcosmo. Macrocosmo. As vezes, o espaço “aqui”, no coraçã o,
parece tã o vasto quanto o espaço “lá fora”, nos cé us. Parece que quanto
mais alta tecnologia temos, mais high touch precisamos.
II. Fase Dois: a exploração começa.
A Bı́blia fala sobre essa constante necessidade humana – essa
solidã o? As Escrituras falam uma linguagem universal para pessoas
solitá rias, sofredoras e pecadoras?
Para responder a isso, vamos olhar para o nosso Senhor em nosso
mundo.
Ponto comum com este público.
Aqui no seminá rio começamos com Jesus, o Filho de Deus – e
devemos. Ele é o Filho de Deus – precisamos ensiná -lo – precisamos
pregá -lo. Ele é o Filho de Deus! Todos nó s acreditamos nisso.
Essas a irmações são aceitas por esse público.
Mas isso é apenas meia verdade. Jesus també m é o Filho do Homem.
Mais de oitenta vezes no registro do Evangelho ele é chamado Filho do
Homem. Este é seu nome favorito para si mesmo — Filho do Homem.
Como alguns enfatizaram demais sua humanidade, tendemos a ir
para o outro extremo. Acentuamos sua divindade como Filho de Deus.
Tendemos a negligenciar sua humanidade como Filho do Homem.
Alguns manuscritos antigos foram escritos em tinta prateada em
pergaminho roxo. Quando o escriba chegou ao nome de Jesus, ele usou
tinta dourada. Mas ele é tanto Filho de Deus como Filho do Homem. Ele
é divino e humano.
Podemos tê -lo aceitado como Filho de Deus—nosso Salvador.
Podemos recusá -lo como Filho do Homem - nosso exemplo.
Nosso propó sito hoje nã o é explorar ou patrocinar qualquer uma das
escolas ou visõ es da kenosis, o esvaziamento divino do Filho de Deus
que se tornou o Filho do Homem. Nosso propó sito é olhar para Jesus –
ver Jesus como nosso exemplo – o Filho do Homem.

Uso de perguntas.
Ele é nosso padrã o de doaçã o na compaixã o cristã ? Ele nã o é nosso
exemplo de sensibilidade ao pecado e ao sofrimento? Ele é nosso
exemplo de servir de maneira fı́sica e pessoal? Ele nã o é nosso exemplo
de salvar indivı́duos e vidas, bem como almas? Ele é o Filho do Homem
quando mostra que sua humanidade é ideal e real? Ele é a divindade se
abaixando – ele é a humanidade na ponta dos pé s. Acima de tudo, ele é
sensı́vel — ele é tã o sensı́vel quanto um nervo exposto.
Nosso Senhor é o Filho do Homem e ama as pessoas. Ele é a
compaixã o cristã em pessoa. Saber, sentir, agir — ele é o amor cristã o.
O amor nã o é uma mera teoria para ele. O amor nã o é uma frase
extravagante.
Formato de pergunta/resposta indutivo.
Podemos ver o amor de nosso Senhor em suas palavras? Nunca um
homem falou como ele — gentil, reconfortante, pessoal. Ouça-o: a
Escritura não é usada aqui como a irmação, mas como evidência.
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados.” “Eu
vou te dar descanso.” “Nem eu te condeno – vá e nã o peques mais.” “Nã o
temas, pequeno rebanho, é do agrado do Pai dar-te o Reino.” “Nã o se
turbe o vosso coraçã o.” “Vou preparar-vos lugar para que, onde eu
estiver, vó s també m estejais.” "Eu sou a ressureiçã o e a vida." "Eu sou o
bom pastor; o Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas”. “Eu sou a Porta, sou
a Videira, sou o Pã o, sou a Agua da Vida.” “Eu sou o Caminho, a Verdade,
a Vida.” “Eu orei por você .” "Eu tenho amado você ."
Ele fala a linguagem do coraçã o humano. Ele mostra amor em suas
palavras.
Resposta da questão.
Podemos ver seu amor em suas atitudes? Ele perdoa os pecadores.
Ele tem compaixã o de multidõ es famintas. Ele acolhe criancinhas. Ele é
gentil com mulheres, meninos e meninas. Ele aceita pá rias. Ele procura
samaritanos segregados e ica em sua aldeia. Ele os torna heró is de suas
histó rias. Ele é gentil, altruı́sta, atencioso. Ele honra e respeita o
indivı́duo. Ele defende a causa dos oprimidos. Ele é paciente com seus
discı́pulos. Ele é amigo dos publicanos e pecadores. Até suas
repreensõ es surgem do profundo amor.
Resposta da questão.
Podemos ver seu amor em suas açõ es? Amar na palavra e na atitude
nã o é su iciente para o Filho do Homem. Ele diz: “Nem todo aquele que
clama, Senhor, Senhor, entrará – mas aquele que o faz!” O amor deve
entrar em nossa ação –aconteceu com nosso Senhor. O texto de seu
primeiro sermã o era de Isaı́as: “O Espı́rito do Senhor me ungiu para
fazer seis coisas: Pregar aos pobres; curar os quebrantados de coraçã o;
pregar libertaçã o aos cativos; recuperaçã o da visã o aos cegos; libertou
os feridos; pregai o ano aceitá vel do Senhor”.
Mas nosso Senhor nã o fez muito mais do que pregar? Ele icou pobre.
Ele morreu de coraçã o partido - seu grã o de trigo caiu no chã o para
morrer muito antes de ele chegar ao Calvá rio! Ele libertou cativos. Deu
vista aos cegos. Ele libertou os machucados, quebrados e sangrando.
Nosso Senhor “andou fazendo o bem”. Vejamos esta frase: “Ele andou
fazendo o bem”. “Ele” – isso era serviço direto. “Ele andou” – ele criou
oportunidade; procurou um lugar para servir. Multidõ es vieram ao
compassivo Filho do Homem. Ele nã o estava contente – “Ele foi por toda
a Galilé ia, curando a todos”. “Ele andou fazendo” – veja o esforço e
esforço pessoal aqui. Isso nã o é uma inundaçã o passiva, preguiçosa, de
sentimentos; nã o meros bem-querer.
Nã o! John Henry Newman nã o poderia estar falando do Filho do
Homem quando escreveu: “Mas aquele que deixa seu sentimento
correr/ Em um luxo suave e luxuoso,/ Encolhe onde o serviço duro
deve ser feito/ E desmaia a cada a liçã o”.
Nã o! Nosso Senhor é o Filho do Homem que mostra seu amor em
suas açõ es: você o vê ? Ele chora no tú mulo de Lá zaro. Ele chora sobre a
cidade de Jerusalé m. Ele come com publicanos e pecadores. Ele
alimenta as multidõ es famintas. Ele toca leprosos — os intocá veis! Ele
toca os cegos com seus olhos velozes e purulentos. Ele ressuscita os
mortos.
Os surdos ouvem, os mudos falam, os coxos saltam, param de correr,
os cegos vê em, com sede bebem, com fome comem. Seu amor entra em
suas açõ es.
Ele viveu e morreu apaixonado — sua vida foi um luxo constante de
amor. Nosso Senhor em nosso mundo era amoroso e compassivo.
Conclusão provisória. Resumo das evidências examinadas na Fase Dois.
Os leprosos solitá rios e os mendigos cegos correram para casa
chorando de espanto diante de sua terna compaixã o: “Ele me tocou!”
"Ele me tocou!" "Ele me tocou." "Ele me ama." "Ele me ama." "Ele me
ama."

III. Aqueles Três começam.


Nosso Senhor amou em palavra, em atitude, em açã o.
Nó s vimos nosso mundo, e nosso Senhor em nosso mundo.
Agora, terceiro e inalmente, vamos olhar para nossa tarefa para
nosso Senhor em nosso mundo.
Pergunta/não a irmação.
Qual é a nossa tarefa?
A anedota serve como uma analogia.
Há uma histó ria contada sobre os primeiros dias da transmissã o. Um
rei está enviando uma mensagem importante ao redor do globo em
uma transmissã o mundial. Um io elé trico começa a soltar fumaça; ele
arde, entã o explode em chamas. O engenheiro de transmissã o nã o tem
cabo de reposiçã o, entã o ele pega as conexõ es dos ios desencapados
em cada lado do curto. A corrente crescente e pulsante lui atravé s de
seu pró prio corpo. E a mensagem do rei vai ao redor do mundo.
Pergunta .
Aquele homem se tornou um canal para a mensagem de seu rei.
Qual é a nossa tarefa?
Jesus chorou!
Ele era o Filho do Homem. Ele é o mesmo — ontem, hoje e sempre.
Mas como Jesus chora hoje? Ele deve chorar atravé s de nossos olhos.
Comparação/analogia.
Entã o esta é a nossa tarefa. Nó s també m devemos ser canais.
Sacrifı́cios vivos atravé s dos quais a amorosa compaixã o de nosso Rei
pode luir.
Conclusão básica: A a irmação primária do sermão foi alcançada.
De uma maneira prá tica, pessoal e nã o teoló gica, Cristo deve se
tornar carne em nó s.
Dito de forma simples, a tese de hoje é esta: Se nosso mundo quiser
ver uma imagem mais clara de nosso Senhor, os cristã os cheios do
Espı́rito terã o que dar suas personalidades para serem canais para as
lá grimas de Cristo, sua compaixã o e amor aos homens.
Implicações e aplicações relacionadas à vida são indicadas. A partir daqui, o sermão se
move dedutivamente em direção à pergunta desa iadora no inal.
Isso nã o é fá cil! E muito mais fá cil entregar a alma a Deus - mas o
mundo vê a personalidade. Os homens vê em nosso espı́rito, nossa
atitude. Eles vê em nossa compaixã o. Eles sentem nossa preocupaçã o.
Eles sentem nosso calor humano, nossa amizade, nosso interesse
pessoal, nosso amor cristã o. E muito mais fá cil chamá -lo de Senhor e
fugir para clichê s e teologia (por mais boa e importante que seja a
teologia).
E mais fá cil refugiar-se em uma experiê ncia religiosa do passado. E
à s vezes somos tã o polê micos, tã o defensivos, que nunca nos tornamos
pessoais ou amigá veis com as pessoas. Ou podemos nem tentar
aprender seus nomes ou nos familiarizar.
Jim Vaus diz: “Muitas vezes estamos dispostos a pregar, mas nã o
estamos dispostos a nos envolver.” Ele diz: “Quandonó s realmente
amamos, nossa mensagem será ouvida – mesmo nas ruas de Nova
York!”
Se quisermos ser seguidores de Jesus, o Filho do Homem,
chegaremos a um compromisso maior de nossa personalidade, nossa
amizade, nosso interesse humano, nossa bondade, nossa simpatia,
nossa empatia como cristã os com um coraçã o de pastor.
Devemos oferecer nossos corpos, nossos espı́ritos, nosso tudo —
como sacrifı́cios ambulantes de amor todos os dias — uma oferta de
amor a Deus, um sacrifı́cio humano à s pessoas — um canal do amor de
Deus aos homens ao nosso redor. Isso nã o é fá cil. Para muitos, esta é a
parte mais difı́cil da vida cristã . Alguns tomaram Jesus como o Salvador
de suas almas, mas nunca o tomaram como exemplo de suas vidas.
Alguns parecem ter entregado suas almas para a crise de santi icaçã o,
mas nunca entregaram suas personalidades para o processo posterior
de santi icaçã o.
De certa forma, deve haver encarnaçã o em cada um de nó s. O mundo
deve ver Jesus e seu amor em nó s. Deus quer amar o mundo atravé s de
nó s. Ele quer “derramar seu amor em nossos coraçõ es pelo Espı́rito
Santo que nos é dado”. Mas precisamos mais do que amor pelas almas –
precisamos amar as pessoas. Podemos falar de nosso amor pelas almas
e ser indiferentes aos indivı́duos. Podemos nos aproximar com a boca e
honrar com os lá bios, mas ainda temos o coraçã o distante.
Você já ouviu falar do homem que amava profundamente a raça
humana, mas ele desprezava as pessoas!
Qual é a nossa tarefa?
"Jesus chorou. Entã o disseram os judeus: Eis como ele o amava” (Joã o
11:35, 36).
"Jesus chorou. Entã o os judeus disseram: Veja como ele o amava”
(RSV).
O homem moderno é solitá rio. Hoje os homens anseiam pelo toque
humano da compaixã o cristã ... pela preocupaçã o humana. Eles anseiam
por encontrar algué m que os ame; algué m que se importa.
Você consegue ver as pessoas, como os hindus, abrindo caminho pela
vida — batendo nas á rvores e nas rochas, buscando por Deus? "Você
está aı́? Você está aı́?" Veja os ı́ndios sul-americanos gritando em
cavernas e des iladeiros nas montanhas escuras: “Você está aı́? Deus,
você está aı́?”

Você pode ver os homens de nossa geraçã o examinando o rosto de


cada homem que encontram? "Você se importa? Você se importa? Eu
importo? Eu conto? Você realmente me ama?" O mundo examina o
rosto, as palavras, as atitudes, as açõ es de cada cristã o – suplicando,
desejando, perguntando: “Você está me procurando? Ou você está
apenas procurando por almas? Você está tentando salvar sua alma e
construir a reputaçã o de seu evangelista em mim – ou eu conto? Você
me ama? Ou você apenas ama minha alma?”
Qual é a nossa tarefa? “Levem os fardos uns dos outros e assim
cumpram a lei de Cristo.” “Esta é a fé que opera pelo amor.”
Esta é a nossa tarefa!
"Jesus chorou. E os judeus disseram: Veja como ele o amava”. Hoje
també m as pessoas solitá rias do nosso mundo estã o junto a sepulturas
frescas. Eles tê m coraçõ es partidos, esperanças destruı́das, vidas vazias,
sonhos nã o realizados. Veja seus lares miserá veis, planos frustrados,
relacionamentos emaranhados. Eles tê m apetites pervertidos, desejos
internos, pecados de escravidã o.
O que acontece? Eles sentem nossa compaixã o? Eles vê em nossas
lá grimas? Eles dizem de nós: “Veja como ele amou”? Jesus chorou. Ele
era o Filho do Homem. E os judeus disseram: “Eis que vede como ele o
amava”. Amigo, Jesus chora atravé s de você hoje?
Apêndice 2
Lista de veri icação de
características indutivas
Como você decide se um sermã o que você está preparando ou um
sermã o que você ouve é indutivo? Aqui está uma lista de caracterı́sticas
a serem encontradas em sermõ es indutivos.

Acentua a experiê ncia humana e o aprendizado com a experiê ncia.


Aceita os ouvintes com respeito “como estã o” e onde estã o; aceitaçã o
difere de aprovaçã o.
Acomoda, ajusta-se à s necessidades dos ouvintes e à fé limitada, nã o
apenas ao status do pregador.
Depois de chegar a um acordo e conclusã o cooperativa, o sermã o
pode levar à açã o.
Analogia criada via pará bola, experiê ncia, instâ ncias humanas e
iguras de linguagem.
Organizado para proceder a partir de particularidades, exemplos,
instâ ncias para chegar a uma conclusã o cooperativa.
As a irmaçõ es sã o adiadas até que evidê ncias vitais e interessantes
levem a uma conclusã o convincente.
Assume uma postura positiva de compartilhamento – nã o uma
postura defensiva negativa.
Audiê ncia analisada para determinar suas hostilidades,
necessidades, reservas e pendê ncias.
A autoridade é alcançada, conquistada, nã o assumida; autoridade
manté m o per il baixo no inı́cio.
Evita ameaça, rigidez, generalizaçõ es abstratas e conclusõ es
prematuras.
Baseado no profundo há bito humano de induçã o – aprender com a
experiê ncia.
Começa onde as pessoas estã o – nã o onde o pregador está .
Começa com atitude de aceitaçã o, caridade, respeito para com os
ouvintes.
Começa com o senso comum em vez da ló gica abstrata teó rica.
Começa com a vida e a experiê ncia, nã o apenas com o exercı́cio
racional.
Começa com pará bola, fatos, experiê ncia, caso, instâ ncia humana,
interesse, exemplos.
Bı́blia usada como exemplo antes de ser citada como a autoridade
má xima.
Coincide com a herança protestante – cada homem seu pró prio padre
com oportunidade, responsabilidade.
Combina bem com dedutivo depois de chegar a uma conclusã o
convincente e cooperativa.
Compara e contrasta antes de tirar conclusõ es precipitadas.
As conclusõ es vê m no inal; conclusõ es provisó rias e parciais seguem
a evidê ncia.
Senso comum concreto em vez de ló gica abstrata teó rica –
especialmente no inı́cio.
Con lito, polê mica, defesa e postura negativa estã o todos fora de
lugar na induçã o.
A franqueza inclui: discurso direto, “você ”, “nó s”, “nosso”, “nó s”.
As doutrinas muitas vezes devem ser sentidas como verdadeiras
antes que possam ser entendidas como verdadeiras.
A evidê ncia precede o veredicto, o problema antes da soluçã o, as
perguntas antes das respostas.
Exemplos da vida formam uma base para aprender, envolver,
concluir.
Experiê ncia, exemplos e evidê ncias vê m antes de a irmaçõ es, teses
ou conclusõ es.
A experiê ncia serve como prova precoce, base para o aprendizado e a
vida.
O sentimento e o envolvimento decorrem naturalmente da
experiê ncia compartilhada.
O sentimento e a realidade devem ser enfatizados em vez de palavras
ou ideias apenas.
Aproveita o há bito humano de induçã o profundamente arraigado;
monta a crista da tendê ncia cultural atual.
A concordâ ncia e o envolvimento dos ouvintes precedem toda
exortaçã o ou proclamaçã o.
Os ouvintes identi icam e se envolvem com experiê ncias
compartilhadas e conclusõ es cooperativas.
As instâ ncias humanas visam o interesse e o envolvimento.
O interesse humano precede a instruçã o, doutrinaçã o ou exortaçã o.
Ideal para ouvintes desinformados, nã o convencidos, nã o iniciados,
descomprometidos, indiferentes ou hostis.
Ilustra em vez de coagir ou forçar: as ilustraçõ es sã o inatamente
interessantes.

As ilustraçõ es precedem as proposiçõ es; os fatos precedem a força, a


persuasã o ou o fervor.
O intelecto e a vontade sozinhos nã o podem receber toda a verdade
— os sentimentos també m sã o vitais.
Intensidade e urgê ncia seguem a induçã o inicial e vê m apó s
conclusõ es provisó rias.
Interesse e envolvimento sã o vistos como objetivos mais elevados do
que mera doutrinaçã o.
Investiga antes de instruir; resolve problemas antes de dar respostas.
Jesus relatou a experiê ncia de seus ouvintes por meio de narrativa e
pará bola.
A questã o-chave estabelece um terreno comum – pode ser declarada
ou apenas implı́cita.
As perguntas-chave de inem a agenda – nã o as conclusõ es anteriores
do pregador.
Lidera na busca cooperativa em vez de levar à conclusã o.
Deixa opçõ es, escolha e responsabilidade para o ouvinte.
Presta-se a variedade, interesse, envolvimento, cooperaçã o e
compromisso.
Passa do conhecido ao desconhecido, da analogia à realidade, dos
fatos à fé , da vida a Deus.
O elemento narrativo precede a exortaçã o (adia ou talvez até impeça
a exortaçã o).
O mé todo nã o-adversá rio atrai muitos hoje.
Atitude e postura aberta levam os ouvintes a considerar as opçõ es.
Organizado para fornecer evidê ncias vitais e interessantes que levam
a uma conclusã o cooperativa.
O passado é visto como experiê ncia – nã o como tradiçã o ou base
apenas para autoridade.
O envolvimento pessoal do pregador é vital para envolver os
ouvintes.
Pensar com imagens cria imagens, pará bolas, interesse,
envolvimento.
Psicologicamente som – começa onde os ouvintes estã o e orienta
atravé s dos sentidos e da experiê ncia.
O senso comum razoá vel tem mais apelo do que autoridade e ló gica
abstrata.
Razõ es de fatos particulares, experiê ncias, instâ ncias de forma
cumulativa.
Relaciona-se com os ouvintes e suas necessidades, procura
compartilhar ao invé s de empurrar.
O sermã o leva à conclusã o, em vez de ir da proposiçã o ao im.
Casos especı́ icos citados antes de fazer qualquer generalizaçã o ou
fazer qualquer a irmaçã o.
O sotaque de hoje mais em ver, sentir e fazer do que no tradicional
ouvir e pensar apenas.
Apêndice 3
Noventa e seis pregadores indutivos
de 20 séculos
Embora minha crença nas ideias por trá s da pregaçã o indutiva esteja
enraizada em anos de estudo e experiê ncia pro issional, meu “grito
Eureka” veio durante um projeto sabá tico lendo os 411 sermõ es em
Vinte Séculos de Grande Pregação (compilado por William M. Pinson, Jr.
e Clyde E. Fant, Waco, Tex.: Word Books, 1971). De repente, percebi que
todos os noventa e seis oradores notá veis incluı́dos neste trabalho de
treze volumes usavam alguns ingredientes indutivos e mostravam
sinais de processo indutivo. O io condutor de sua grandeza nã o era
algum aspecto secreto de exposiçã o ou orató ria. Foi induçã o.
Essa descoberta forneceu grande parte da inspiraçã o e do ı́mpeto
para o estudo e a re lexã o que levaram a este livro. Entã o, quero
compartilhar com os leitores um breve resumo das descobertas
indutivas do trabalho desses pregadores-modelo. Essas descobertas
servem tanto como pano de fundo quanto como suporte para o que
tentei dizer.
Você notará enquanto lê que esses noventa e seis pregadores 1sã o
listados cronologicamente (na maioria das vezes). E a extensã o de meus
resumos depende mais do nú mero de ingredientes indutivos que
encontrei do que da medida de importâ ncia ou ortodoxia do falante. Os
primeiros pregadores cristã os geralmente empregam mais elementos
da abordagem indutiva do que alguns oradores posteriores. Mas entã o
temos exemplos mais prontos dos pregadores mais recentes.
Volume 1. O Sermã o da Montanha de Cristo irrompe primeiro com
ofrescor da pró pria vida no Volume 1 da obra de treze volumes, Vinte
Séculos de Grande Pregação. Tradicionalmente, as bem-aventuranças
tê m sido vistas como regras cristalizadas para entrar no Reino, mas seu
impacto indutivo cumulativo salta para nó s se as vemos como
observaçõ es astutas de Jesus. Na verdade, as palavras “A vida mostra”
ou “Veja como” podem preceder cada bem-aventurança para enfatizar
seus insights aguçados e mostrar como esse sermã o se relaciona com o
aprendizado de experiê ncias indutivas da vida.
“A vida mostra quã o felizes sã o aqueles que sabem que sã o
espiritualmente pobres”, ou “Veja como sã o sortudos aqueles que
choram”, etc. Estas sã o apenas duas das mais de cem vezes que Jesus se
refere à experiê ncia nesta curta caminhada, sermã o do tipo descoberta.
Comparaçõ es e contrastes, perguntas e ilustraçõ es, imagens e iguras de
linguagem sã o abundantes. A sequê ncia ló gica estrita parece ser
sacri icada pelo interesse humano e envolvimento dos ouvintes neste
sermã o, concebido como uma exploraçã o nã o adversá ria da verdadeira
felicidade humana. Envolvimento e resposta pessoal chegam ao clı́max
com a forte escolha exigida pelas duas á rvores, dois caminhos, dois
portõ es, duas bases na conclusã o desta mensagem indutiva cumulativa,
que explora mú ltiplos aspectos da vida da pessoa feliz.
O sermã o de Pentecostes, uma mensagem de cinco minutos de Pedro,
é sem perguntas, mas começa com a rotina indutiva de resoluçã o de
problemas. A multidã o reunida vem de partes espalhadas do mundo,
mas estã o unidas pela fé e pela prá tica. Portanto, suas trê s citaçõ es
extensas e suas repetidas referê ncias a Davi servem para uni icá -los
ainda mais. Ele se refere à experiê ncia, a Davi, a Joel e depois a Jesus
porque seus ouvintes podem aceitar as autoridades que ele cita.
A defesa de Stephen ilustra o uso indutivo da narrativa histó rica para
adiar as a irmaçõ es do orador. Ele procura aplacar narrando, citando
suas autoridades aceitas, referindo-se a situaçõ es do Antigo
Testamento até explodi-las com suas acusaçõ es ardentes. Assim, ele
adia sua morte pela duraçã o de sua conversa indutiva.
O sermã o indutivo de Paulo em Mars Hill cita a experiê ncia,
relaciona-se com as prá ticas religiosas gregas, cita seus poetas e busca
ganhar sua aceitaçã o, concordâ ncia e aprovaçã o. Ouvi algumas crı́ticas
contemporâ neas mı́opes perderem os resultados declarados deste
sermã o clá ssico: “Alguns homens se juntaram a ele e acreditaram; entre
eles estava Dionı́sio, um membro do Areó pago, uma mulher chamada
Dâ maris e alguns outros”.
O sermã o de Paulo diante do rei Agripa mostra sua sensibilidade à s
amenidades sociais, o uso narrativo da biogra ia e o testemunho
testemunhal de maneira nã o adversa.
Um sermã o anô nimo sobre Isaı́as 54:1 é citado por Pinson e Fant
como o mais antigo manuscrito de sermã o sobrevivente. Emprega
quatorze perguntas em vinte e dois pará grafos com uma grande
quantidade de pronomesfranqueza. Por exemplo, nas 247 palavras do
primeiro pará grafo o autor usa trinta e cinco pronomes – nó s, nosso,
nó s, ele, ele, dele – para conseguir envolvimento. O pregador faz
repetidas referê ncias à experiê ncia e gasta o pará grafo 19 se
depreciando para nã o parecer estar pregando de uma posiçã o de
adversá rio quando izer seu apelo inal.
Orı́genes, o estudante cristã o zeloso e quase faná tico, tornou-se
notó rio por seu uso da alegoria. Mas ele estabelece a forma do sermã o
como um discurso sobre um texto bı́blico especı́ ico e é o primeiro a
enfatizar a importâ ncia da exegese cuidadosa do texto do sermã o. Até
Orı́genes, em meados do sé culo III, a pregaçã o é principalmente um
testemunho informal, do tipo indutivo, e quase todo cristã o se
considera um pregador do evangelho disposto a compartilhar seu
testemunho nã o estudado, solto e nã o estruturado. A homilia de
Orı́genes, um estudo simples das Escrituras dado em uma narrativa
contı́nua baseada em uma passagem bı́blica especı́ ica, mostra
repetidas comparaçõ es e analogias e usa nove perguntas junto com
referê ncias à experiê ncia comum.
Crisó stomo com a boca dourada é atormentado por aplausos e
batedores de carteira durante seus sermõ es. Sua compaixã o e
preocupaçã o se concentram nos problemas mais comuns e
desconcertantes que os cristã os enfrentam. Coragem é sua marca
registrada quando ele ataca as questõ es candentes do dia. Ele
frequentemente insere longas comparaçõ es com iguras do Antigo
Testamento ao se relacionar com as experiê ncias comuns de seus
ouvintes. Sua habilidade descritiva é ilustrada em quase todas as
pá ginas com sı́miles e comparaçõ es. Ele usa narrativa, imaginaçã o,
muitas perguntas e fortes apelos à emoçã o ao se relacionar com as
pessoas, buscando seu envolvimento e resposta.
Agostinho fala à s questõ es permanentes, relevantes e explosivas da
vida. Ele está mais preocupado em envolver os ouvintes do que
impressioná -los com seu aprendizado. Suas inú meras ilustraçõ es da
experiê ncia diá ria aumentam o interesse duradouro de seus sermõ es.
Em seu sermã o de Oraçã o do Senhor, ele usa 157 comparaçõ es e
setenta perguntas.
Bernardo de Clairvaux prega sobre a felicidade conjugal por dezoito
anos — em sermõ es regulares baseados nos dois primeiros capı́tulos
dos Câ nticos de Salomã o e dirigidos exclusivamente a monges e outros
homens. Mas seus sermõ es sã o aclamados por nobres e plebeus, pois
ele se relaciona em outros lugares com todas as questõ es de sua é poca.
A alegoria marca sua pregaçã o extemporâ nea. Em seu sermã o de
quinze minutos “Sobre Davi e Golias”, ele usa quarenta e duas
comparaçõ es, cinco perguntas e vinte e oito citaçõ es bı́blicas. O sermã o
de Bernard sobre seu irmã o Gerard emprega trinta e oito perguntas,
com referê ncias à experiê ncia, memó ria e emoçã o profunda.
Francisco de Assis em seu empenho faná tico pela pobreza tenta
desesperadamenteenvolver as pessoas comuns na vivê ncia do
compromisso religioso. Ele insiste: “Devemos agir em vez de ensinar, e
nosso agir e ensinar devem andar juntos. A menos que você pregue
onde quer que vá , nã o adianta ir a lugar algum para pregar.” Ele fala a
partir da plenitude de sua experiê ncia, com grande respeito pelas
pessoas e grande preocupaçã o com os pobres.
Tomá s de Aquino, chamado de Grande Boi Mudo da Sicı́lia, junta-se à
ordem de pregaçã o dominicana. Ele muitas vezes dita para até trê s ou
quatro secretá rios ao mesmo tempo em suas defesas eruditas contra a
heresia. Suas breves homilias parecem monó tonas e escassas, mas na
verdade ele tem que fazer uma pausa em seus discursos para deixar a
congregaçã o chorar. Apesar de seus olhos fechados ou olhar para o cé u
durante seus sermõ es, sua entrega livre e direta provoca um profundo
envolvimento e uma resposta quase total das pessoas. Seus esboços
existentes parecem ser apenas isso - meros esqueletos ó sseos de seus
sermõ es e icazes com referê ncia muito ó bvia à experiê ncia.
John Tauler, com suas profundas tendê ncias mı́sticas, é
calorosamente atraente, pessoal, fantasioso e excessivamente
emocional em sua pregaçã o. Ele é mais prá tico e seus sermõ es mais
relacionados à vida do que outros mı́sticos. Seus sermõ es, embora
dirigidos a freiras, extraem suas imagens da caça, guerra, navegaçã o,
agricultura, comé rcio e histó ria natural. Ele está fascinado com as
implicaçõ es da experiê ncia humana, mas a alegoria excessiva prejudica
seu ministé rio. Suas simples homilias mostram muitas comparaçõ es e
frequentes referê ncias à experiê ncia.
John Wycliffe, “A Estrela da Manhã da Reforma”, como Luthe, um
padre cató lico bem-educado e um excelente pregador, ainda vive em
seus sermõ es. Seus sermõ es em latim sã o escolá sticos, seus sermõ es
em inglê s sã o populares em estilo e conteú do. Argumentos complexos
em tom polê mico estragam o inı́cio simples de muitos sermõ es,
juntamente com sua preocupaçã o com o passado, alegoria e outras
manchas comuns do perı́odo escolá stico. Mais de 300 de seus breves
esboços de sermõ es sobreviveram, mas eles geralmente nã o tê m a
franqueza implı́cita nas vinte perguntas encontradas em seu sermã o de
trinta e cinco minutos, “O Corpo de Cristo”. Ele exalta a pregaçã o e
inaugura sermõ es itinerantes na linguagem comum do povo, mas
alguns dos elementos indutivos especı́ icos da pregaçã o indutiva
anterior em grande parte desapareceram na é poca da Reforma.
Savonarola, orador, reformador e má rtir, persiste em praticar apó s
seus primeiros fracassos até desenvolver fortes habilidades de pú lpito.
Ele é mais negativo do que positivo na pregaçã o, mas seus sermõ es
revelam alguns fortes elementos indutivos. Seu sermã o, “A Ascensã o de
Cristo” é introduzido por um tratado sobre como sabemos apenas
atravé s dos sentidos (indutivamente). Ele diz que conhecemos pelos
nossos olhos – cores; ouvidos—sons; nariz — aromas; lı́ngua —
sabores; e pelo nosso toque conhecemos o calor, o frio, o duro e o
macio. A ideia de “saber” repetida quarenta e cinco vezesinduçã o de
acentos. Ele enuncia um conceito bá sico de induçã o quando diz: “Sua
experiê ncia lhe dirá ”.
Volume 2. O ensino e a pregaçã o de Martinho Lutero seguem a
seqü ê ncia dedutiva europé ia subsequentemente tradicional. Em seu
sermã o de duas horas, “O Terceiro Domingo Depois da Trindade”, ele
parece defensivo com suas 72 referê ncias a 26 adversá rios diferentes.
Este ensaio didá tico refere-se a trinta e sete versı́culos da Bı́blia,
apresenta sua tese dedutiva no primeiro pará grafo e denuncia o
aprendizado com a experiê ncia. Ele usa dezenove perguntas, e um leve
vislumbre de induçã o aparece quando ele personi ica Pedro e narra um
extenso exemplo petrino na primeira pessoa.
Zwinglio evoca uma forte resposta do povo comum quando prega
seus sermõ es evangé licos vivos e relevantes sem manuscrito. Ele deixa
de lado os comentá rios padrã o e vai diretamente para as Escrituras
enquanto prega seu caminho atravé s de vá rios livros da Bı́blia com
exposiçã o bı́blica contı́nua, ajustando-se à s necessidades prá ticas das
pessoas. Ele a irma modelar seus sermõ es segundo o exemplo da
pregaçã o de Jesus, ajustado à s necessidades de um dia em mudança.
Joã o Calvino frequentemente fala de maneira comovente sobre suas
experiê ncias religiosas, mas o conceito central de sua fé é a soberania
de Deus. Seus sermõ es extemporâ neos mostram preocupaçã o com
todos os aspectos das relaçõ es humanas com muita energia gasta em
questõ es sociais, embora ele seja um autocrata com personalidade de
autocrata. Seus sermõ es sã o sem humor e imaginaçã o, mas suas
palavras simples, breves e diretas sã o adequadas ao ouvinte comum de
sua pregaçã o diá ria. Ele usa exemplos da fazenda, vini icaçã o, culiná ria
e vida da cidade com expressã o vigorosa, analogias, prové rbios e
diá logos realistas. No sermã o de quarenta e cinco minutos de Calvino,
"Comportamento na Igreja", ele usa trinta e quatro perguntas e "nó s",
"nosso" ou "nó s" 294 vezes, "sabemos" vinte e oito vezes (alé m de
dezesseis sinô nimos). Quarenta e trê s perguntas aparecem em seu
sermã o “Final Advent”.
John Knox, um padre ordenado e a iliado aos protestantes, é
capturado, colocado em um navio de guerra francê s, acorrentado como
escravo de galé e forçado a puxar remos, mas retorna para pregar na
Escó cia. Seu sermã o sobre a primeira tentaçã o de Cristo mistura
narraçã o e interpretaçã o, usa doze perguntas e tem estrutura adverbial
com perguntas e muitos exemplos bı́blicos agrupados. Seu sermã o
sobre o poder real cita mais de cinquenta referê ncias a pessoas ou
lugares bı́blicos e usa vinte e trê s perguntas diretas.
Richard Baxter, autodidata, sem formaçã o universitá ria, escreve 170
volumes e é o primeiro a usar um estilo oral e falado em sua pregaçã o.
Ele usa uma maneira natural e conversacional de entrega nas palavras
mais simples. Ele se esforça para ser claro e consegue pregar
eloqü entemente “como um moribundo para moribundos”, mas sempre
mudando, lexı́vel em seu pensamento.Depois de lutar com um ex-
amigo até o tú mulo, ele percebe: “De uma forma de aprendizado, os
homens estã o prontos para receber a verdade, mas de maneira
contestadora, eles vê m armados contra ela com preconceito e
animosidade”. Este conceito in luencia sua pregaçã o com algum insight
indutivo. Seu sermã o, “Tornando a Luz de Cristo” usa setenta e quatro
perguntas, e seu sermã o sobre arrependimento com setenta
subdivisõ es usa o “você ” direto 438 vezes, com cinquenta e quatro
perguntas nas ú ltimas pá ginas.
Bossuet traz sua eloquê ncia e amor pelas Escrituras ao ministrar a
uma corte francesa onde o quarto é central no novo palá cio do rei em
Versalhes. Ele é um homem prá tico com ethos e forte conteú do bı́blico.
Poucos de seus sermõ es sã o colocados no papel antes de serem
proferidos; ele usa perguntas diretas para levar as pessoas ao
envolvimento.
John Bunyan passa sua vida a menos de oito quilô metros de onde
nasceu, mas seus escritos e pregaçõ es estendem sua fama. Ele continua
pregando da prisã o enquanto implora pela liberdade de religiã o. Seus
sermõ es sã o vivos e pitorescos com linguagem simples e vigorosa e
diá logo magistral no vocabulá rio das pessoas comuns. Seu sermã o
cuidadosamente delineado, “The Heavenly Footman” mostra trinta e
oito subdivisõ es e vinte e seis perguntas (dez na pá gina inal). “A
Figueira Esté ril” usa vinte e nove perguntas e se refere a “este
professor” doze vezes e a “professor esté ril” nove vezes.
Louis Bourdaloue serve trinta e quatro anos como principal pregador
da corte de Luı́s XIV com seus sermõ es ossudos e sobrecarregados, mas
ainda é honesto e compartilha relevâ ncia é tica. Ele usa discurso
imaginá rio e perguntas retó ricas habilidosas em grupos.
Fenelon, outro pregador da corte, mostra grande consciê ncia social,
mas com poucas notas sermô nicas restantes, já que ele nã o costuma
escrever seus sermõ es. Sua franqueza, referê ncia à experiê ncia e
diá logo levam os ouvintes a se envolverem.
Massillon, corajoso pregador da corte, é sensı́vel à s grandes questõ es
sociais, à insensibilidade dos nobres e ao sofrimento dos pobres. Ele
apela à imaginaçã o, à descriçã o, à compaixã o de Deus. Ele emprega
forte conteú do bı́blico e muitos exemplos bı́blicos. Suas 117 perguntas
em um sermã o e oitenta e oito em outro indicam o envolvimento
indutivo que esse pregador corajoso e intransigente buscava mesmo na
corte corrupta de um rei. Centenas de iguras, à s vezes mais de
quarenta que aparecem em uma pá gina em seu sermã o, “Caridade”, sã o
acompanhadas por até quarenta e seis referê ncias diretas (“você ”) por
pá gina.
Volume 3. John Wesley, dé cimo quinto de dezenove ilhos (sua mã e
era o vigé simo quinto ilho de seu pai), prega mais de 42.000 sermõ es e
escreve mais de 200 livros em seu estilo animado. Em seu sermã o,
“Sobre a Onipresença de Deus”, oito de suas primeiras dez frases sã o
perguntas para promover o envolvimento. “O Verdadeiro Cristianismo
Defendido”mostra setenta e sete perguntas e vá rias referê ncias à
experiê ncia. “Human Life a Dream” é um sermã o de 4.000 palavras
(cerca de trinta minutos), mas emprega dez perguntas na pá gina 2,
onze na pá gina 3, dezesseis na pá gina 4 e dezoito na pá gina 5, com
repetidas citaçõ es de experiê ncias comuns.
Jonathan Edwards, frá gil, doentio, com voz ina e fraca e olhos turvos,
lê passivamente e sem gestos um manuscrito de apenas dez
centı́metros quadrados perto de seus olhos quando profere “Sinners in
the Hands of an Angry God”, o mais famoso sermã o desta é poca. Um
jovem segura uma lanterna no ombro enquanto os ouvintes clamam
por misericó rdia e se agarram à s á rvores e postes de luz para nã o cair
na perdiçã o. Essa obra-prima de imagens muda de imagem para
imagem, e as descriçõ es seguem umas à s outras em aplicaçã o direta e
pessoal — “você ”, “esta congregaçã o” e “hoje”. O sermã o tem quase uma
hora de duraçã o com sete pá ginas de aplicaçã o direta usando “você ”,
exemplos, iguras e a franqueza de perguntas e pronomes. Seu sermã o
“Amor Cristã o”, com quarenta e seis subdivisõ es,
George White ield muitas vezes prega nos campos para 25.000 de
cada vez. Ele prega uma vez para quase 100.000 pessoas e apó s o
sermã o de uma hora e meia tem 10.000 convertidos. Ele se refere muito
à experiê ncia pessoal e emprega humor (diferente de Wesley) em sua
pregaçã o viva, emocional e ené rgica. Ele usa “eu”, “me” ou “meu” 254
vezes em “All Men's Place” depois de declarar sua visã o indutiva de
aprender com a experiê ncia na introduçã o. Ele incorpora vinte e quatro
exemplos, incluindo memó ria bı́blica e pessoal. “A Sarça Ardente”
começa indutivamente, referindo-se à nossa pró pria experiê ncia.
Humor e exemplos sã o proeminentes. Quarenta e uma perguntas em
“Arrependimento e Conversã o” procuram envolver os ouvintes com
muita franqueza, ilustrando a experiê ncia comum.
Timothy Dwight, neto extemporâ neo e evangelı́stico de Jonathan
Edwards, fala rapidamente de maneira digna, sem gestos. Ele usa
perguntas, contraste e referê ncia limitada à experiê ncia.
Lyman Beecher apela à imaginaçã o, usa mais ilustraçõ es do que
outros, cita a experiê ncia para envolver os ouvintes. Em “The Native
Character of Man” ele faz cinquenta e duas perguntas, e em “The
Remedy for Dueling” entre oitenta e sete perguntas ele lança uma sé rie
de dezenove seguidas.
Thomas Chalmers, um gê nio popular e defensor dos pobres, lida com
problemas reais das pessoas reais. Seus sermõ es sã o descritivos,
imaginativos, coloridos e claros, apesar de algumas frases de 400
palavras. O estilo oral també m ajuda na clareza. Seu sermã o,
“Imortalidade” usa vinte e duas perguntas, e vinte e quatro aparecem
em “Fú ria nã o em Deus”, ondeele fala de “seu bom senso e experiê ncia
comum”. Em “O poder expulsivo de uma nova afeiçã o”, ele faz apelos
fortes e repetidos à experiê ncia e coloca seis das nove perguntas do
sermã o na ú ltima pá gina.
Charles G. Finney, ardente evangelista e zeloso reformador social, fala
em linguagem simples, ilustrando a experiê ncia comum e proferindo o
sermã o de forma extemporâ nea em tom coloquial. Ele é repetitivo,
argumentativo. Suas perguntas de advogado, subdivisõ es intrincadas e
repetidas referê ncias à experiê ncia marcam seus sermõ es. “O Amor de
Deus por um Mundo Pecador” mostra cinquenta e sete perguntas e seu
sermã o sobre “Desculpas” com quarenta e trê s subdivisõ es bombardeia
os ouvintes com incrı́veis 160 perguntas.
Volume 4. John Henry Newman lê os manuscritos de seus sermõ es
sem gestos, mas com um impacto silencioso e contido, usando um
nú mero incrı́vel de referê ncias a personagens bı́blicos. Na biogra ia de
Saulo ele dá 135 nomes pró prios da Bı́blia, faz dezessete perguntas e
organiza todo o sermã o indutivamente.
Horace Bushnell, autor de Christian Nurture, emprega perguntas e
muita experiê ncia humana como exemplos em seus sermõ es.
Thomas Guthrie estuda os profetas e Jesus para se tornar um dos
mais indutivos pregadores cristã os nestes vinte sé culos. Ele usa muitas
e variadas ilustraçõ es, visa “provar, pintar e persuadir” com muita
descriçã o colorida. Talvez tã o indutivo quanto seu sé culo XIX exigia, ele
se concentra em exemplos descritivos e muitas perguntas. “True
Religion” segue o formato indutivo em seu palavreado efusivo, mas faz
vinte e duas perguntas. “A Vida do Cristã o” faz quarenta e nove
perguntas e usa cinquenta exemplos alé m de muitas comparaçõ es,
sı́miles, metá foras e contrastes. Ele descreve imaginativamente em seus
freqü entes exemplos bı́blicos: “O mar revolto, o barco rolando, o vento
uivante, as folhas de borrifo nã o conseguiram acordá -lo…” cambaleando
prostrado no chã o.
Theodore Parker faz apelo constante para a cabeça, planeja sermõ es
com quatro anos de antecedê ncia e usa grandes conjuntos de exemplos,
à s vezes dez ou quinze por pá gina. Em seu sermã o “Crime”, ele chama o
povo a “lembrar” dezessete vezes, usa quatorze perguntas e muitos
exemplos.
John Jasper, vigé simo quarto ilho de uma famı́lia de escravos, é
muito requisitado como pregador fú nebre. Seus sermõ es sã o uma sé rie
de imagens do começo ao im, cheias de ilustraçõ es bı́blicas e citaçõ es
com muitas citaçõ es de experiê ncias imaginativas.

Robert Murray McCheyne, usando simples esboços descritivos,


escreve seus sermõ es, mas os prega sem anotaçõ es. Seu sermã o “Dry
Bones” faz vinte e cinco perguntas, “Faça o que você puder” trinta
perguntas com dezoito delas em seqü ê ncia; “Cristo Caminho” faz vinte e
quatro perguntas.
Henry Ward Beecher vai para a igreja de vinte e um membros no
Brooklyn e acrescenta quase 4.600 mais durante seu ministé rio lá . Ele
aprende o valor da pontaria em sua chamada “ilegalidade homilé tica”,
aproveita sua imaginaçã o criativa ao unir seus pensamentos sobre um
tema. Seus sermõ es sã o longos – “Os Frutos do Espı́rito”, com quase
uma hora de duraçã o, faz trinta e quatro perguntas e faz repetidas
referê ncias à experiê ncia. “As Sagradas Escrituras” agrupa vinte e trê s
de suas cinquenta perguntas em um grupo, mas sua atraçã o reside
principalmente no homem expansivo e em sua entrega, e nã o em suas
palavras ou formato de sermã o.
FW Robertson, em seu ministé rio intensivo aos pobres, prega
sermõ es extemporâ neos, escrevendo-os no domingo à noite depois de
pregá -los. Ele exorta a estabelecer a verdade positiva em vez de
procurar demolir negativamente o erro, deprecia o uso de proposiçõ es,
ensina sugestivamente em vez de dogmaticamente e prega variaçõ es
sobre temas de duas partes. Apesar de apresentar sua tese de duas
pontas em sua frase de abertura, sua comparaçã o e contraste trazem
uma clareza que captura o apelo pú blico. Seu sermã o “Inspiraçã o”
agrupa dez das dezoito perguntas na introduçã o, mas ele faz pouco uso
de outros elementos indutivos.
Alexander Maclaren dedica duas horas diá rias à leitura das
Escrituras nas lı́nguas originais, mas ao contrá rio de muitos expositores
com seus discursos secos, ele acentua o elemento pessoal com uma
forte nota de urgê ncia. Como mestre da ilustraçã o, ele enche os
sermõ es com analogias, histó rias e experiê ncias humanas, mas prega
em grande parte aos cristã os e assume pouca necessidade da
abordagem indutiva. Alguns de seus sermõ es nã o fazem perguntas.
John A. Broadus usa narrativa, descriçã o vı́vida, bem como exemplos
da experiê ncia. Seu sermã o “Nã o tenha cuidado com nada” começa na
experiê ncia e costura toda a mensagem à vida cotidiana, faz vinte
perguntas e usa imaginaçã o vı́vida em alguns pontos.
Henry Liddon prega sermõ es longos, barulhentos, dogmá ticos e
analı́ticos com uso muito limitado de elementos indutivos. A narrativa
biográ ica em seu sermã o sobre Geazi adia as a irmaçõ es até que ele
extraia trê s liçõ es da histó ria antiga no inal.
RW Dale mistura evangelismo e é tica em sua habitual pregaçã o
manuscrita. Ele cita Coleridge sobre aprender com a vida: “A
experiê ncia é muitas vezes como as luzes de popa de um navio; ilumina
apenas o caminho pelo qual viajamos e nã o fornece nenhuma
orientaçã o para a conduta no futuro”.

William Booth prega 60.000 sermõ es em seu estilo rude, direto e


simples durante seus sessenta anos de ministé rio de rua entre os
pobres, alcoó latras, prostitutas e outros pobres da sociedade. Tijolos
voadores, ovos e frutas estragadas o ensinam muito sobre a resposta do
pú blico, como capturar a atençã o e como silenciar algumas das reaçõ es
violentas. Alguns sermõ es começam com perguntas, mas ele é sempre
agressivo, dominador e apaixonadamente preocupado com as pessoas.
Em suas conversas mundanas e dramá ticas, ele nã o faz nenhum esforço
para instruir ou edi icar — apenas para interromper, para cruzar sua
louca corrida para a destruiçã o.
Joseph Parker habilmente emprega perguntas - à s vezes como frases
de tó pico - para prender seus ouvintes em seus sermõ es variados,
versá teis e vı́vidos.
T. DeWitt Talmadge nã o é um pregador preposicional. Exuberante e
orató rio, ele nunca usa um pú lpito. Mas suas congregaçõ es regulares
excedem 5.000, e vinte milhõ es de pessoas lê em seus sermõ es toda
semana conforme publicados em 3.000 jornais mundiais. Seus sermõ es
se apó iam fortemente na ilustraçã o, na situaçã o da vida e na aplicaçã o,
com pouco tempo para exposiçã o, estudos de palavras ou materiais de
apoio. Ele usa o tempo presente histó rico em seus sermõ es narrativos
imaginativos, dramá ticos e descritivos, com exemplos em cascata
levando os ouvintes por meio do envolvimento emocional à resposta e
ao compromisso. Por exemplo, o sermã o “O Ministé rio das Lá grimas”
passa rapidamente de um exemplo comovente para outro, fazendo
trinta e quatro perguntas e atraindo os ouvintes para a corrente
principal da mensagem por meio de ilustraçõ es bı́blicas e
contemporâ neas. O movimento indutivo leva a congregaçã o até a
conclusã o. “Question of Questions” pergunta cinquenta e quatro vezes
nesta mistura imaginativa e descritiva de experiê ncias bı́blicas e de
vida.
Volume 6. Charles Haddon Spurgeon, aos vinte e dois anos, é o
pregador mais popular de sua é poca, pregando para 10.000 por
semana. Ele concentra a atençã o nas pessoas em vez de no sermã o. Ele
escreve manuscritos somente depois de ter pregado um sermã o; entã o
ele desenvolve um excelente estilo oral, franqueza e impacto. Narrativa,
referê ncias à experiê ncia e muitas perguntas caracterizam sua
pregaçã o dramá tica.
Phillips Brooks, prı́ncipe dos pregadores, vê seu povo como
indivı́duos que precisam de ministé rio, em vez de uma congregaçã o
reunida para sua pregaçã o. Este intenso amor pela fase pastoral do
ministé rio dá calor e impacto aos seus sermõ es. “The Eternal
Humanity” faz mais de cinquenta e cinco perguntas, e sua pregaçã o
mostra o uso da imaginaçã o e da experiê ncia para envolver os ouvintes.
Washington Gladden é um pioneiro em preocupaçõ es sociais cristã s.
Suas convicçõ es religiosas crescem a partir de sua experiê ncia
enquanto ele prega seus sermõ es narrativos bı́blicos ao ministrar à s
necessidades de seu povo. Ele é imaginativo ao descrever suas
ilustraçõ es da vida cotidiana, a Bı́blia, biogra ia e natureza.
Alexander Whyte, dotado de imaginaçã o vı́vida, prega sermõ es
bı́blicos dramá ticos, abundantemente ilustrados, sem organizaçã o
perceptı́vel, à medida que se baseia em biogra ias, autobiogra ias e
experiê ncias comuns. Suas biogra ias de personagens bı́blicos mostram
muitos aspectos da pregaçã o indutiva.
Dwight L. Moody, apó stolo do amor, rejeita o medo como motivo
principal em sua pregaçã o evangelı́stica. Experiê ncia pessoal, narrativa
e forte emoçã o aumentam suas simples mensagens bı́blicas. Seus
sermõ es mostram pouca organizaçã o e se baseiam principalmente em
exemplos de uma abordagem indutiva e cumulativa da pregaçã o. Suas
referê ncias à experiê ncia excedem suas perguntas.
O evangelista Sam Jones percorre suas mensagens com muitas
perguntas, ilustraçõ es e referê ncias frequentes à experiê ncia. “Eternal
Punishment” cita quarenta e duas perguntas e envolve os ouvintes em
muitas conversas diretas.
FB Meyer, devocional extemporâ neo e pregador expositivo, é
principalmente dedutivo, exceto em seus “excelentes sermõ es
biográ icos”. Suas referê ncias à experiê ncia, descriçã o e imaginaçã o
com algumas perguntas retó ricas ajudam os ouvintes a se envolverem.
Volume 7. John Watson (Ian Maclaren) emprega trinta e duas
perguntas (doze na ú ltima pá gina) no sermã o “A Misericó rdia do
Castigo Futuro” e vinte e duas (dezessete na pá gina 2) em “Public
Spirit”, com muitas referê ncias experimentar.
Charles E. Jefferson é in luenciado por Phillips Brooks a deixar a lei
para o ministé rio, onde continua a imitar o famoso pregador com estilo
e relevâ ncia em sermõ es impressionistas luindo como um rio. Ele fala
em linguagem de imagem com frases curtas, simples e poderosas
varrendo os ouvintes em uma enxurrada de ilustraçõ es. “The
Importance of Little Things” cita a experiê ncia, faz vinte e oito
perguntas (treze na pá gina inal) e descreve com sentimento. “O
Homem de Betesda” usa vinte e duas perguntas, descriçã o vı́vida em
extensos exemplos bı́blicos e aplicaçã o relevante.
Gipsy Smith torna-se um orador talentoso com um toque pessoal e
caloroso e forte apelo emocional. Seu humor e pathos movem as
pessoas por meio de sermõ es reforçados com experiê ncia pessoal. Seu
sermã o “Força e Beleza” emprega doze de suas vinte e oito perguntas
na primeira pá gina, e leva ao envolvimento e resposta evangelı́stica
citando experiê ncias e exemplos.
Walter Rauschenbusch, um evangé lico com fortes preocupaçõ es
sociais, prega sermõ es vı́vidos e compassivos com uma variedade de
material ilustrativo. A maioria de seus sermõ es curtos mostra poucas
forças indutivas, mas “A Realeza de Cristo” usa dezessete perguntas.
Charles R. Brown prega com estilo coloquial, usando abundantes
ilustraçõ es breves. Em “The Helpless Christ” ele faz vinte e oito
perguntas (dezesseis em uma pá gina) enquanto lida com o problema
deSofrimento. “O que Jonas fez” usa narrativa seguida por quatro
divisõ es da aplicaçã o do sermã o em seu esforço mais indutivo.
As tiradas anti-intelectuais de Billy Sunday jorram a uma taxa
hipnó tica de 300 palavras por minuto. “Getsê mani” emprega quinze
perguntas, vá rios exemplos, referê ncias à experiê ncia e discursos
diretos com os ouvintes. “Maternidade” com suas vinte perguntas usa o
relato bı́blico da mã e de Moisé s junto com muitos exemplos e citaçõ es
da experiê ncia. Em “Second Coming” há vinte e cinco perguntas; em
“Dancing, Drinking, Card-Playing”, trinta e uma consultas e um luxo
constante de experiê ncias e exemplos. Mas outros elementos de
induçã o nã o sã o amplamente utilizados, pois ele aborda a pregaçã o a
partir de uma forte postura autoritá ria, sem aparente respeito pelos
ouvintes.
Rufus Jones, mı́stico Quaker, usa apenas cinco perguntas em quatro
sermõ es. No entanto, ele fala de experiê ncia em experiê ncia em suas
populares palestras improvisadas na faculdade. Seus sermõ es sã o
curtos, cheios de humor e ilustraçõ es vı́vidas.
Volume 8. G. Campbell Morgan prega seu primeiro sermã o aos treze
anos, está pregando regularmente aos quinze, mas aos vinte e cinco é
rejeitado pela Igreja Metodista porque seu sermã o de julgamento nã o
mostra “nenhuma promessa”. Este notá vel expositor bı́blico sonda os
estudos de fundo e de palavras, mas em um estilo novo e interessante.
As vezes ele usa soluçã o de problemas, progressã o, “escada” e arranjo
de um ponto ou “jó ia”; mas geralmente ele dá mais comentá rios
corridos. Contraste e con lito marcam o sermã o enquanto ele segue
Jacó e Esaú em “O Reino será do Senhor”, usando onze perguntas.
John Henry Jowett mostra grande compaixã o pelos problemas
pessoais das pessoas, direcionando seus sermõ es para a dor humana.
As vezes, ele começa com uma sé rie de perguntas em uma abordagem
de situaçã o de vida. Ele sempre trabalha a partir do manuscrito,
sentindo grande dependê ncia dele, mas com tom coloquial.
S. Parkes Cadman é pioneiro no formato de pregaçã o de resposta em
suas mensagens corajosas e positivas. As vezes, sua verborragia
polissilá bica contribui para uma complexidade de alto nı́vel. Seu
sermã o “Vaidade das Vaidades” com treze perguntas mostra muito
menos induçã o do que o livro bı́blico que fornece o texto, mas ele faz
algumas referê ncias à experiê ncia.
George W. Truett, um grande evangelista batista, foi considerado um
dos pregadores mais emocionantes de se ouvir e um dos mais
decepcionantes de se ler. Como um mestre do estilo oral vivo, ele prega
sem manuscrito. Sua situaçã o de vida e sermõ es evangelı́sticos usam
especialmente ilustraçõ es e experiê ncias habilidosas, juntamente com
muitos apelos emocionais. Sua preocupaçã o em envolver os ouvintes e
ganhar sua resposta favorá vel é demonstrada por sua variedade,
perguntas frequentes e abundâ ncia de ilustraçõ es. Ele dá evidê ncia da
abordagem indutiva do evangelista para envolver os ouvintes e levá -los
a uma resposta completa.

A pregaçã o de Frank W. Boreham é sugestiva, persuasiva e coloquial.


Ele leva os ouvintes a responder suas pró prias perguntas. Ele depende
muito de ilustraçõ es, e muitos de seus exemplos grá icos sã o
biográ icos e contribuem para seu tom indutivo. Seus abundantes
exemplos incluem referê ncias frequentes à experiê ncia.
Arthur J. Gossip combina experiê ncia pessoal com um estilo literá rio
para trazer um impacto vı́vido sobre os sentimentos humanos vitais e
universais em seu clá ssico "Mas quando a vida cai, e depois?" Este
sermã o emprega trinta e quatro perguntas, procede atravé s da
experiê ncia, lembrando e dando exemplos à medida que parece tatear
em direçã o à sua irme conclusã o: “Tende bom â nimo, meu irmã o,
porque eu sinto o fundo e está irme”. Em “The Clash of Age and Youth”
Gossip faz 43 perguntas apó s uma frase inicial de 107 palavras. Quatro
de seus cinco sermõ es impressos empregam mais de trinta perguntas,
alé m de usar experiê ncia e exemplos para levar indutivamente a
conclusõ es, em vez de a irmar proposiçõ es no inı́cio em um formato
dedutivo.
Henry Sloane Cof in está profundamente envolvido nas questõ es
sociais e teoló gicas de sua é poca. Ele insiste em sermõ es bı́blicos com
frases pitorescas e sem envolvimento. “Shields of Brass” cita trinta e
quatro perguntas, baseia-se solidamente nas Escrituras e se refere
repetidamente à vida, mas seu formato nã o é estritamente indutivo.
Volume 9. Harry Emerson Fosdick defende o mé todo de resoluçã o de
problemas de Dewey, mas nã o o usa em sua pregaçã o de situaçõ es de
vida. Ele emprega alguns elementos de induçã o, mas o arranjo indutivo
de ó rbita completa com conclusõ es e a irmaçõ es atrasadas parece
estranho para ele. Ele parece ansioso para declarar suas conclusõ es no
inı́cio do sermã o, seguindo o formato dedutivo homilé tico tradicional
de uma posiçã o de autoridade assumida.
A abordagem centrada na pessoa de Fosdick para a pregaçã o presta-
se a respeitar os ouvintes e buscar sua aceitaçã o, concordâ ncia,
aprovaçã o e adoçã o dos princı́pios do pregador. Ele acentua a
importâ ncia da experiê ncia humana e do aprendizado da vida — dois
conceitos-chave do processo de induçã o. Ele tem em mé dia doze a
quinze ilustraçõ es, e elas variam de pessoais, bı́blicas, literá rias,
imaginá rias, biográ icas ou contemporâ neas.
Ele nã o começa com perguntas ou a irmaçõ es proposicionais
tradicionais, mas com o pano de fundo, o cená rio bı́blico ou o exemplo
que conduz à mensagem. Suas referê ncias a experiê ncias e exemplos
tendem a levar adiante o movimento dos sermõ es, em vez de depender
do formato ló gico per se.
Joseph Fort Newton recomenda a pregaçã o indutiva em vez de
dedutiva, conduzindo assim por meio de exemplos tanto para o texto
quanto para a conclusã o no inal do sermã o. Ele cita Jesus como um
“pregador distintamente indutivo”, começando com fatos da vida ao seu
redor e por umsé rie de ilustraçõ es, progredindo entã o para a
autoridade das Escrituras. “Podemos desejar o contrá rio, mas devemos
encarar os fatos”, diz ele em The New Preaching. Ele fala em levar o
ouvinte a dizer: “Ora, isso é verdade!” como o veredicto tá cito quando a
verdade do texto é aprovada nã o apenas como uma autoridade divina
que foi aceita pelo pregador, mas como uma verdade da experiê ncia
agora aceita pelos ouvintes.
A visã o inovadora da pregaçã o de Newton é teoria em sua mente –
nã o fato em sua prá tica. Ele nunca é capaz de mapear um programa,
uma estrutura, um formato de pregaçã o indutiva. Ele dá exemplos de
sotaque, adia a irmaçõ es, mas nã o mostra como envolver os ouvintes
por meio de perguntas e processo indutivo completo.
Clarence Macartney usa material bı́blico de maneira interessante e
convincente em sua tentativa de escapar de “sermõ es expositivos
maçantes”. Suas há beis mensagens biográ icas mostram grande
criatividade com abordagem indutiva variada. Narrativas, perguntas,
ilustraçõ es e experiê ncias iniciam seus sermõ es na induçã o e també m
levam ao forte uso da Bı́blia. Seu famoso “Come Before Winter” mostra
vá rios ingredientes indutivos – comparaçã o, contraste, ê nfase na
experiê ncia e ilustraçõ es, todos levando a um forte conteú do bı́blico,
mas sem uso signi icativo de perguntas.
Dick Sheppard a irma seu calor pessoal e estilo amigá vel na pregaçã o
realista com ê nfase nos problemas da vida moderna. Ele envolve seus
ouvintes em “Levando Jesus a sé rio” usando dezessete perguntas, forte
uso de pronomes (especialmente “nó s” e “nó s”), vá rias referê ncias à
experiê ncia e compartilhamento.
William Temple é um excelente comunicador ecumê nico e
reformador social, mas seus sermõ es intelectuais extemporâ neos nos
dã o poucos insights sobre induçã o.
Clovis Chappell prega famosos sermõ es biográ icos com simplicidade
e signi icado que tocam todas as pessoas. Sua imaginaçã o vı́vida,
memó ria, narrativa e experiê ncias caseiras levam os ouvintes a suas
fortes conclusõ es bı́blicas. Os exemplos tê m muito peso em seus
sermõ es, pois ele permite que suas ilustraçõ es sejam substitutos
agradá veis para exortaçõ es. Ele exorta, explica, de ine – tudo por
exemplos e nã o por pregaçõ es exortató rias. Isso é indutivo — deixar a
vida levar a conclusõ es.
GA Studdert Kennedy aprende o que as pessoas ouvem, entã o ele
aplica o evangelho a questõ es sociais – guerra, pobreza, trabalho,
polı́tica, lar. Ele segue a “jó ia” ou arranjo de um ponto ou uma sé rie de
perguntas em uma abordagem de resoluçã o de problemas. “Ele
ascendeu ao cé u” começa com uma sé rie de dezesseis perguntas
seguidas de desenvolvimento de dois pontos. Ele muitas vezes começa
com uma experiê ncia pessoal e nunca conclui com um resumo.
Chamado de “pai da contemporaneidadepregadores”, ele usa linguagem
simples, pronomes pessoais abundantes e perguntas. No sermã o
mencionado acima, ele faz cinquenta e cinco perguntas (vinte e uma na
pá gina 1); mas mais frequentemente ele permite que os exemplos,
referê ncias à experiê ncia e outros conteú dos levem indutivamente à
conclusã o.
E. Stanley Jones diz: “Cristo deve ser interpretado em termos de
experiê ncia cristã e nã o atravé s de mero argumento” – e isso é induçã o!
Seus sermõ es carregam as marcas do testemunho, luindo
naturalmente de experiê ncia em experiê ncia – ricos em ilustraçõ es
pessoais – nã o muito envolvidos com organizaçã o ou exposiçã o
envolvente (p. 315) – essas també m sã o qualidades da pregaçã o
indutiva.
Volume 10. Halford Luccock ilustra vividamente seus sermõ es sobre
situaçõ es de vida com o conceito de que o pregador é um canal, nã o
uma fonte. Embora ele pareça imerso nas Escrituras, seus sermõ es
sempre começam no nı́vel da calçada com os problemas que as pessoas
enfrentam. Reconhecendo a necessidade e o problema de envolver seus
ouvintes, ele geralmente começa com uma sentença de prisã o. Ele
mostra relevâ ncia para a vida moderna, ilustrando a partir da histó ria,
literatura e eventos atuais da experiê ncia. Suas introduçõ es sã o em
mé dia um terço de seu sermã o total – tons de induçã o.
Ele dá trê s sugestõ es gerais para sermõ es: (1) Use a imaginaçã o
criativa para sentir seu caminho na vida das pessoas; (2) Colete uma
grande quantidade de material de sermã o antes de decidir sobre a
estrutura ou ordem; e (3) Teste a si mesmo fazendo perguntas para
abrir portas para os signi icados do tema. Ele pede um esboço sensato e
psicoló gico do sermã o. Assim, ele nos guia na direçã o do insight
indutivo para uma pregaçã o mais e icaz.
Paul Tillich diz que acha difı́cil superar “o impacto do sistema
autoritá rio em minha vida pessoal”. Em seu “Mé todo de Correlaçã o” ele
procura explicar o conteú do da fé cristã . Ele diz que a cultura levanta as
questõ es e a teologia as responde em mú tua interdependê ncia à
medida que o pregador procura formular a mensagem cristã nas formas
de pensamento de sua geraçã o.
Muitos que ouvem os sermõ es bı́blicos de Tillich sã o de origem
intelectual e cultural nã o-cristã ; entã o ele busca “uma linguagem que
expresse em outros termos a experiê ncia humana para a qual a
terminologia bı́blica e eclesiá stica aponta”. Muitas vezes, sua declaraçã o
de tese é colocada no inal de seu sermã o e nã o no inı́cio (indutivo). Ele
constantemente relaciona seu tema com os problemas de seus ouvintes.
Seus sermõ es sã o “excelentes apresentaçõ es da verdade bı́blica para a
mente secular”.
Karl Barth mostra coragem quando abandona a posiçã o liberal
quando se torna ó bvio para ele que é inadequado para lidar com as
questõ es da vida. Torna-se um fundamentalista homilé tico, advertindo
contra os “excessos de pregaçã o irrelevante por meio de umbuscando
relevâ ncia”. Ele acredita em a irmar sua tese na introduçã o do sermã o –
apenas introduçõ es bı́blicas sã o aceitá veis, e ele acha que os sermõ es
nã o precisam de conclusã o, seja resumo ou aplicaçã o. Ele diz que os
sermõ es devem ser preparados com a Bı́blia em um joelho e um jornal
no outro. Quatro de seus cinco sermõ es impressos fazem duas dú zias
ou mais de perguntas cada.
Ronald Knox, um dos maiores pregadores cató licos romanos da
histó ria cristã , mostra uma abordagem bı́blica da pregaçã o – nã o
apenas tecnicamente, mas també m de maneira prá tica e pessoal. As
ilustraçõ es sã o a caracterı́stica mais marcante de seus sermõ es
manuscritos, apesar de sua forte con iança nas Escrituras. Muitas vezes
a tese do sermã o no pará grafo de abertura trai uma abordagem
dedutiva. “The Gleaner”, um sermã o do tipo biográ ico sobre Ruth, faz
vinte e trê s perguntas e incorpora uma abordagem mais indutiva do
que o habitual para ele.
Os sermõ es de Ralph W. Sockman, repletos de ilustraçõ es, sã o
modelos de relevâ ncia contemporâ nea e aplicaçã o prá tica. Ele diz:
“Quando começamos com situaçõ es da vida, começamos onde os
homens vivem, depois conduzimos a alma questionadora à s fontes
doutriná rias e bı́blicas”.
O paci ismo de Martin Niemoller nã o se estende à sua teoria da
pregaçã o. De maneira bastante esperada, declaraçõ es defensivas e
dedutivas descrevem alguns de seus sermões de Dachau, mas fé ,
esperança e amor se unem à alegria na “Vé spera de Natal de 1944”. A
experiê ncia e a narrativa espreitam cautelosamente entre as grades,
mas sua visã o tradicional alemã da vida e da pregaçã o impede muito
compartilhamento, busca ou histó ria indutiva.
George Buttrick prega sem proposiçõ es, mas com um nú mero
surpreendente de a irmaçõ es desde o inı́cio de seus sermõ es, conforme
pregado em nossos cultos na capela do seminá rio. Ele foi chamado de
“o pregador para a congregaçã o nã o convencida”. Seus sermõ es tê m
uma mé dia de vinte e cinco a trinta ilustraçõ es, com transiçõ es há beis,
mas ele nã o depende de exemplos como fazem Guthrie e Boreham. Ele
começa com algum incidente simples para chamar a atençã o, mas suas
conclusõ es ilustrativas visam apenas a compreensã o, em vez de açã o.
Ele combina apelos emocionais e intelectuais. Elementos indutivos
també m incluem uma abundâ ncia de perguntas, muitas referê ncias à
experiê ncia humana, envolvimento progressivo e narrativa, juntamente
com seus exemplos variados e frequentes.
Paul Scherer acredita que um sermã o exige trinta horas de
preparaçã o, alé m das sutis contribuiçõ es que os contatos pastorais dã o
à pregaçã o. Um pregador imaginativo, ele demonstra uma profunda
preocupaçã o social decorrente de suas experiê ncias pessoais e de sua
pró pria vida devocional. Tanto em seu rá dio quanto em seus sermõ es
pastorais, ele tenta misturar a proclamaçã o bı́blica com a interpretaçã o
contemporâ nea. Ele geralmente apresenta seu texto apó s algumas
frases de introduçã o, mas à s vezes ele colocaindutivamente no inal do
sermã o. Ele quer “ganhar a audiê ncia que a Palavra de Deus merece”. O
progresso é mais fá cil de encontrar do que um esboço em seus sermõ es.
Advertindo contra uma introduçã o brilhante para que o resto do
sermã o nã o pareça sem vida, ele insiste em despertar o interesse de
uma só vez e fornecer uma base bı́blica para o sermã o em um cená rio
relevante. Alguns de seus sermõ es sã o casualmente indutivos, usando
perguntas, narrativa, referê ncia à experiê ncia e memó ria para envolver
os ouvintes no processo do sermã o.
Reinhold Niebuhr, profé tico em seu diagnó stico perceptivo da
necessidade humana, se opõ e amargamente à deriva de 400 anos em
direçã o ao individualismo que produziu uma maré crescente de
secularismo total. Ele frequentemente passa de uma explicaçã o ou
soluçã o humana inadequada para outra, movendo-se indutivamente
por im para suas a irmaçõ es. Seus crı́ticos o acusam de ser apenas um
crı́tico dialé tico com aná lise a iada que apenas aponta para o
evangelho. Seus sermõ es fá ceis e informais nã o fazem uso signi icativo
de perguntas, mas ele usa um padrã o dialé tico, algumas pará bolas,
experiê ncias, ilustraçõ es e narrativas.
Volume 11 . Walter Maier metralha as ondas de rá dio como o
pregador de rá dio mais conhecido do mundo por vinte anos. Ele prega
para cinco milhõ es por semana, escreve 800 pan letos e quase trinta
livros. Sua correspondê ncia de fã s cai em 1.000 cartas por dia quando
ele reduz sua taxa de staccato temporariamente por insistê ncia de
engenheiros de rá dio. Seus sermõ es combinam sotaque bı́blico, é tico e
social. Sua pregaçã o é vı́vida (verbos e descriçã o), variada, imaginativa,
narrativa, emotiva, direta, confrontativa. Ele usa referê ncia à
experiê ncia, perguntas (até trinta), muitos exemplos e urgê ncia
insuperá vel. Alguns sermõ es levam à conclusã o por meio de perguntas
e ilustraçõ es vı́vidas, mas geralmente suas a irmaçõ es urgentes se
acumulam desde o inı́cio de suas veementes mensagens evangelı́sticas.
Samuel Shoemaker torna a pregaçã o uma experiê ncia emocionante,
pois ele també m derrama suas palavras nas torrentes de seus sermõ es
individualistas. Testemunhar em vez de argumentar – esse é o seu
conceito de pregaçã o e seu sotaque em um evangelismo amplo e
equilibrado. Pessoas e necessidades humanas sã o centrais em sua
pregaçã o simples e pictó rica. Ele vê o pú lpito como um ponto de
envolvimento com seu povo. Ele procura levar os ouvintes a um
envolvimento profundo por meio de experiê ncias compartilhadas por
meio de ilustraçõ es, perguntas (até dezesseis ou dezessete) e franqueza
perspicaz que cresce em seu extenso aconselhamento. O uso explı́cito
da metodologia indutiva nã o é evidente.
Leslie D. Weatherhead relaciona psicologia e religiã o tanto em seu
ministé rio quanto em sua pregaçã o. Ele exorta: “Seja relevante, seja
simples, seja amoroso. Os grandes pregadores foram grandes amantes.
Coloque os braços em volta de toda a congregaçã o para que ningué m se
sinta excluı́do.” Seus sermõ es mostram vı́vidose exemplos abundantes,
perguntas frequentes e respeito geral pelos ouvintes. As vezes ele
procura construir evidê ncias para alcançar sua autoridade antes de
proclamar.
Fulton J. Sheen, gracioso e habilidoso, é o primeiro homem a
construir uma reputaçã o tã o extensa como pregador com o uso regular
de rá dio e televisã o. Suas audiê ncias de TV chegam a quase vinte
milhõ es por semana. Ele segue uma abordagem indutiva, começando
com o espectador, usando o material mais aceitá vel para ele - e
prossegue apenas no inal do sermã o para as conclusõ es menos
facilmente aceitas pelo pú blico. Ele preenche a lacuna entre a mente
secular e o cristianismo com um apelo tã o razoá vel e de bom senso que
arrasta as pessoas até que elas concordem voluntariamente com suas
conclusõ es. Sua biogra ia “The Woman at the Well” usa induçã o ó bvia
com comentá rios perceptivos e apelo poderoso em seu forte inal.
James S. Stewart se destaca em pintar imagens de palavras
descritivas em formatos variados enquanto prega suas mensagens
bı́blicas. A variedade criativa marca seus diferentes padrõ es de sermã o:
refrã o (dezesseis vezes em “Sacri ice and Song”), estrutura do tipo
drama, muitas perguntas (até cinquenta e sete) e repetiçã o imaginativa.
Ele começa com a experiê ncia atual onde os ouvintes estã o, tentando
encontrá -los em seu pró prio terreno. Alguns de seus sermõ es variam
muito da abordagem dedutiva homilé tica usual.
Norman Vincent Peale distribui seus sermõ es pastorais
extemporâ neos de vinte e cinco minutos para uma lista de discussã o de
mais de 400.000. Suas mensagens sã o desenvolvidas logicamente sem
contornos discernı́veis. Ele depende de suas ilustraçõ es para transmitir
seu pensamento. Normalmente material ilustrativo compreende cerca
de metade de seu sermã o. Ele narra muitas experiê ncias pessoais e
cinco sermõ es selecionados, cada um com uma mé dia de quase vinte
perguntas. Em estilo indutivo, ele tenta levar os ouvintes à s suas
conclusõ es pela suave pressã o de instâ ncias humanas cumulativas
compartilhadas com seu entusiasmo otimista. O conteú do bı́blico é
sacri icado ou ofuscado por exemplos contemporâ neos fortes, mas
excessivos. Martyn Lloyd-Jones deixa a medicina para o ministé rio na
pregaçã o e sucede G. Campbell Morgan na Capela de Westminster. Cada
um de seus sermõ es expositivos de mais de quarenta a sessenta
minutos é um argumento cumulativo entregue com unçã o, autoridade e
poder, criando assim um impacto impressionante. Sua iloso ia dedutiva
de pregaçã o dita uma forte postura de autoridade, com cada sermã o
começando solidamente nas Escrituras. Pregando quase
exclusivamente como ele faz para os crentes, ele pode começar com a
verdade de Deus e só entã o ir para a situaçã o imediata. Os materiais
bı́blicos permanecem em primeiro plano (à s vezes quase como um im
em si mesmos), e as ilustraçõ es funcionam apenas como servas das
Escrituras. Apesar de seus sermõ es fortemente centrados na Bı́blia, ele
faz uma quantidade surpreendente de comparaçã o e contraste e
acentua a relevâ ncia, com cada sermã o começando solidamente nas
Escrituras. Pregando quase exclusivamente como ele faz para os
crentes, ele pode começar com a verdade de Deus e só entã o ir para a
situaçã o imediata. Os materiais bı́blicos permanecem em primeiro
plano (à s vezes quase como um im em si mesmos), e as ilustraçõ es
funcionam apenas como servas das Escrituras. Apesar de seus sermõ es
fortemente centrados na Bı́blia, ele faz uma quantidade surpreendente
de comparaçã o e contraste e acentua a relevâ ncia, com cada sermã o
começando solidamente nas Escrituras. Pregando quase
exclusivamente como ele faz para os crentes, ele pode começar com a
verdade de Deus e só entã o ir para a situaçã o imediata. Os materiais
bı́blicos permanecem em primeiro plano (à s vezes quase como um im
em si mesmos), e as ilustraçõ es funcionam apenas como servas das
Escrituras. Apesar de seus sermõ es fortemente centrados na Bı́blia, ele
faz uma quantidade surpreendente de comparaçã o e contraste e
acentua a relevâ ncia,referê ncias à experiê ncia, muitas ilustraçõ es e
perguntas (33, 22, 37, 20, 17 = 129 em cinco sermõ es ou cerca de vinte
e seis perguntas em cada).
William E. Sangster, com sua perspectiva bı́blica, usa a pregaçã o de
situaçõ es de vida como uma espé cie de introduçã o ou abordagem de
um texto. Ele vê a necessidade de abordar o sermã o dessa maneira para
ganhar relevâ ncia na pregaçã o bı́blica. Ele considera a evangelizaçã o
como a principal preocupaçã o do cristianismo, mas inclui també m as
preocupaçõ es sociais. As pessoas se aglomeram para ouvi-lo. Ele se
refere a experiê ncias variadas com frequê ncia e com sensibilidade
procura orientar seus ouvintes para o envolvimento intelectual e
emocional. Sua intensidade e compaixã o sã o bem conhecidas.
Peter Marshall pinta quadros com pincé is emocionais. As imagens
sã o suas ferramentas para criar retratos visuais em seus sermõ es
enquanto ele transforma ouvidos em olhos. A visualizaçã o e as imagens
substituem o argumento e a evidê ncia objetiva enquanto ele tenta levar
os ouvintes a ver e sentir sua mensagem. A narraçã o altamente
pictó rica transmite seu sentimento em formato popular à medida que
seu ministé rio o impulsiona para a frente de nossa vida nacional.
Exortaçõ es e pregaçõ es tradicionais sã o substituı́das por movimentos
rá pidos em uma sequê ncia à s vezes xaroposa de cenas da vida como
compartilhada em seus sermõ es sentimentais. Alguns de seus
elementos de induçã o incluem perguntas, referê ncias à experiê ncia,
ilustraçõ es, decretos adiados, levando por meio de exemplos a
conclusõ es, seu nã o uso de proposiçõ es e seu uso das Escrituras mais
como exemplo do que como autoridade.
Robert McCracken entra na brecha na famosa Riverside Church
depois de Fosdick – durante o declı́nio da in luê ncia da pregaçã o na
Amé rica. McCracken insiste que a pregaçã o é tanto uma preparaçã o
cuidadosa quanto um “instinto de pregaçã o”. Ele escolhe o tı́tulo no
inı́cio da semana para que o subconsciente possa trabalhar no sermã o.
Deixando que seus temas evoquem seus textos, ele compila materiais
acumulados, peneira, sistematiza e esboça o esboço. Em seguida,
escrevendo e reescrevendo cuidadosamente a introduçã o, ele procura
primeiro ser interessante e depois entender rapidamente o assunto.
Considerando as conclusõ es geralmente muito curtas com pouca
aplicaçã o, ele escreve e memoriza um resumo conclusivo que ele acha
que concluirá e con irmará toda a mensagem.
Seu formato funcional segue o que ele chama de “princı́pio evolutivo”
em um grande ciclo ou vá rias vezes no mesmo sermã o – explicaçã o,
ilustraçã o e aplicaçã o. Em seus sermõ es do tipo perguntas, ele
responde perguntas ó bvias cedo e as perguntas mais cheias de
suspense ele responde no inal. A induçã o modi icada seria uma
descriçã o precisa de muitas de suas mensagens.
Dietrich Bonhoeffer trabalha arduamente em sua pregaçã o visando
dois objetivos: acentos missioná rios e edi icantes. Ele adverte contra
pressupor uma mentalidade na congregaçã o que nã o existe. Seu sermã o
“Gideã o”, seu primeiro discurso apó s a tomada de Hitler, mostra
grandecoragem, mas suas quarenta e uma perguntas, forte comparaçã o
e contraste neste sermã o biográ ico indutivo sã o muito surpreendentes.
Gerald Kennedy mostra otimismo realista em sua abordagem
positiva, tentando desde cedo fazer com que as pessoas queiram ouvir o
que ele tem a dizer. O principal elemento da pregaçã o indutiva que ele
demonstra sã o suas referê ncias fortes e frequentes à experiê ncia e sua
abordagem psicoló gica gradual à conclusã o. Em “One Thorn of
Experience”, por exemplo, em vinte e trê s pará grafos ele faz pelo menos
vinte e seis referê ncias à experiê ncia. Ele usa algumas referê ncias
bı́blicas, mas frequentemente seus sermõ es nã o tê m forte uso bı́blico.
DT Niles, um pregador animado com longa experiê ncia como
evangelista cristã o, move seu sermã o em resposta à maneira como a
congregaçã o se move. Ele resume sua mensagem com estas quatro
declaraçõ es:
(1) Há uma mensagem – Deus agiu e exige resposta.
(2) Há um mensageiro – a Igreja onde o evangelho é experimentado.
(3) Há uma histó ria—o testemunho da Igreja do evangelho.
(4) Há uma fé —o testemunho da Igreja.
A pregaçã o deve ser no tempo presente. “Pregar sobre um evento
passado no passado é pura loucura”, diz ele. As pará bolas fornecem
base para muitos de seus sermõ es criativos, imaginativos e indutivos.
Ele habilmente usa perguntas e referê ncias repetidas à experiê ncia e
procura cruzar a vida comum por suas descriçõ es e aplicaçõ es de
antecedentes perspicazes. “Quatro Tipos de Pessoas”, baseado na
pará bola do semeador, usa uma abordagem indutiva notá vel e trinta e
trê s perguntas.
Helmut Thielicke adverte que a teologia nã o deve sobrecarregar a
proclamaçã o. Ele exorta os pregadores a re letirem suas pró prias
experiê ncias honestamente no diá logo interminá vel com aqueles a
quem devemos entregar nossas mensagens. “Toda conversa se torna, no
fundo, uma meditaçã o, uma preparaçã o, uma coleta de material para
minha pregaçã o”, diz ele. Descobrir sua “estrutura bem ordenada” nos
sermõ es de Thielicke nã o é fá cil. O andamento de suas mensagens
segue um curso nã o fá cil de traçar, mas sempre parece inevitá vel e
irresistı́vel. A mensagem inteira está ligada por um tema forte com um
movimento de inido em direçã o a um im predeterminado. Ele
estabelece contato imediato com seus ouvintes em suas apresentaçõ es
geralmente bastante longas. Ele é há bil no uso do interrogató rio,
organizando-se em torno de uma sé rie de perguntas penetrantes que
ele responde gradualmente à medida que o sermã o progride.
Ilustraçõ es soberbas, experiê ncias contemporâ neas, diá logo,
imaginaçã o e linguagem descritiva poderosa – isso marca seus sermõ es.
“A Pará bola do Filho Pró digo” é biográ ica, descritiva, narrativa, indutiva
– poderosamente organizada, vividamente retratada em meio a
cinquenta e trê s perguntas (seus cinco sermõ es tê m uma mé dia de
vinte e oito perguntas).

Billy Graham cresceu de seus sermõ es quase sem forma com poucas
ilustraçõ es em seu ministé rio inicial para um movimento mais indutivo,
misturando em cada sermã o a Bı́blia e exemplos de vida para reforçar
os fatos centrais da histó ria do evangelho. Ele pode bater na palma da
mã o e gritar: “A Bı́blia diz”, mas ele cita muito mais a experiê ncia, usa
narraçã o, perguntas e outros elementos de induçã o. Muitos de seus
sermõ es sã o mensagens de um ponto com uma sé rie de vá rias
ilustraçõ es de seu tema, encontradas em diferentes á reas da
experiê ncia humana.
Em suas introduçõ es, ele se afastou constantemente de listar pontos
de sermã o numerados. Ele muitas vezes desperta o interesse do pú blico
em um problema da situaçã o humana e apresenta as Escrituras apenas
quando está no corpo do sermã o. Geralmente suas mensagens de
cruzada sã o carregadas de ilustraçõ es. Ele usa até sete ilustraçõ es
seguidas, um total de 191 ilustraçõ es completas em onze sermõ es.
Embora ele insista em uma açã o imediata positiva, ele permite que o
indivı́duo decida a resposta pessoal com base em sua mensagem, sem
bajular ou implorar durante o convite. Os primeiros quatro sermõ es de
amostra usam uma mé dia de trinta e sete perguntas e dezenas de
referê ncias à experiê ncia com surpreendente formato indutivo em
algumas das mensagens.
Martin Luther King combina suas imagens vı́vidas com conteú do
imaginativo e habilidades verbais inas. Ele desenha ilustraçõ es de uma
ampla gama, sua organizaçã o é simples, mas ló gica, e ele segue um
plano coeso para desenvolver seu tema. Enquanto a maioria de seus
ouvintes lhe daria uma postura de autoridade, ele busca indutivamente
ganhar o direito de fazer suas declaraçõ es. Ele usa perguntas,
experiê ncia, narrativa e abordagem psicoló gica para levar os ouvintes a
aceitar suas conclusõ es consideradas.

Conclusão
Assim, vemos que todos os noventa e seis pregadores da sé rie Vinte
Séculos de Grande Pregação mostram pelo menos algum uso de induçã o.
Alguns fazem apenas referê ncias mı́nimas à experiê ncia, mas outros
con iam fortemente em instâ ncias humanas e deixam exemplos,
narrativas e a irmaçõ es tardias levarem o sermã o até a conclusã o antes
de anunciar suas proposiçõ es.
A maioria dos que entendem os princı́pios indutivos usa o processo
para conquistar o envolvimento do ouvinte, depois vã o alé m dos
conceitos estabelecidos para proclamar dedutivamente sua fé vital.
Nã o, essa pregaçã o indutiva nã o é uma ideia nova, nenhuma inovaçã o
dos ú ltimos dias. Desde o primeiro pregador, a induçã o se misturou
com a criatividade humana para ajudar os outros a aprender com a
experiê ncia.
Os pregadores mais e icazes combinam o formato indutivo-dedutivo.
Eles primeiro alcançam autoridade por narrativa, analogia, pará bola,
biogra ia, estudo de caso ou instâ ncias humanas. Então eles declaram
as riquezas insondá veis de Cristo com con iança, compaixã o e coragem.

1Dezesseis desses noventa e seis pregadores també m estã o incluı́dos entre as


trinta e sete citaçõ es de James Cox em The Twentieth Century Pulpit. Esses dezesseis
pregadores duplicados mais famosos usam em mé dia mais de vinte perguntas por
sermã o. Curiosamente, os outros vinte e um pregadores apresentados apenas por Cox
tê m em mé dia apenas cerca de metade das (onze) perguntas. Apenas dois de seus
vinte e um homens geralmente menos conhecidos usam mais de vinte perguntas.
Embora nã o conclusivos, esses fatos sugerem uma percepçã o crescente – os maiores
pregadores tendem a ser mais indutivos – quase sem exceçã o.
Apêndice 4
Uma Estratégia para Tornar
Indutivas as Estruturas Tradicionais
do Sermão
Alguns estudantes de homilé tica lendo este livro podem dizer: “Essa
dicotomia indutiva-dedutiva de estrutura faz sentido, mas como ela se
relaciona com todas as estruturas de sermã o que já estudei ou usei em
minha pregaçã o?”
Qualquer forma homilé tica pode incorporar elementos indutivos e
movimento indutivo ajustando, modi icando ou simplesmente
retardando qualquer postura assertiva no inı́cio do sermã o. Aqui eu
gostaria de sugerir maneiras simples de utilizar algumas das estruturas
de sermõ es tradicionais mais comuns e transformá -las em sermõ es
indutivos. (Toda mençã o a pregadores e sermõ es especı́ icos se refere
ao material disponı́vel para estudo nos 13 volumes, 20 Séculos de
Grande Pregação. Veja o Apê ndice 3 para mais detalhes.) 1. Sermõ es de
uma idé ia podem acumular exemplos representativos, casos,
experiê ncias em estilo para chegar a uma conclusã o razoá vel.
2. Duas ideias contrastantes. A dialé tica (FW Robertson, Bossuet,
Fenelon) pode se desenvolver por meio de exemplos e processos
indutivos à medida que os ouvintes sã o envolvidos e levados a um
conceito resultante e recomendado.
3. Trê s divisõ es. Maclaren e milhares desde entã o incluem como suas
divisõ es: (1) explicar, (2) provar, (3) aplicar. Ao citar exemplos
indutivamente para realizar cada uma dessas tarefas, esse tipo poderia
facilmente seguir o padrã o da induçã o. A mudança indutiva melhoraria
esse formato tradicional popularizado desde que os pregadores
medievais procuravam honrar a Trindade por seus pontos triplos de
sermã o.
4. Quatro segmentos. A caixa de Fosdick, a “Vida Cristã ” de James
Stewart como mais feliz, mais difı́cil, mais sagrada, esperançosa ou
“Quatro Dimensõ es do Amor de Deus”, quatro lados, quatro estaçõ es,
quatro direçõ es – tudo isso poderiaadiar a irmaçõ es e levar
indutivamente a uma conclusã o derivada cooperativamente.
5. Cinco pontas, como uma estrela, podem traçar indutivamente vá rios
aspectos de um assunto para chegar a uma conclusã o forte com base
em cinco evidê ncias.
6. Seis divisõ es, conforme praticadas por Fosdick, Ilion Jones e outros,
podem incorporar o movimento indutivo para explorar vá rios aspectos
de um tó pico.
7. O formato de pergunta-resposta, como frequentemente usado por
John Wesley e outros, presta-se à investigaçã o indutiva ao respeitar os
ouvintes e envolvê -los na busca de respostas.
8. O esboço da escada (James Stewart) pode subir indutivamente
degrau por degrau para explorar as alturas e alcançar um objetivo nã o
declarado em uma rota nã o ameaçadora e nã o adversá ria.
9. A classi icaçã o (Joseph Fort Newton) pode acumular, analisar e
deixar os detalhes levarem indutivamente à conclusã o.
10. O formato hegeliano de tese, antı́tese e sı́ntese poderia adiar a
tese para formar a conclusã o, colocando a tese como um problema ou
teoria provisó ria e uma busca de veri icaçã o por antı́tese e sı́ntese. Ou
pode deixar a tese servir como hipó tese ou base provisó ria.
11. Sermõ es de causa e efeito – como Amó s pregou, ou começando
com efeito e buscando causas – usam movimento indutivo. Alguns
pregadores ansiosos saltaram de efeito em efeito consequente,
abreviando o processo, mas ainda cruzando a experiê ncia do ouvinte e
levando ao envolvimento.
12. A estrutura cronoló gica, comum aos profetas do Antigo
Testamento, pode envolver indutivamente passado, presente e futuro,
ou então e agora, agora e futuro.
13. Sequê ncia motivada. Um ciclo de atençã o, necessidade, satisfaçã o,
visualizaçã o, açã o, como defendido por Allan H. Monroe, poderia
apropriar-se da induçã o em cada está gio.
14. O desenvolvimento de tó picos ou assuntos (os primeiros sermõ es
de Spurgeon) se presta a uma abordagem totalmente indutiva do
começo ao im.
15. O padrã o de texto (os sermõ es posteriores de Spurgeon) poderia
incorporar busca indutiva e movimento em partes, se nã o no todo, para
comparar com outros textos e explorar rami icaçõ es, implicaçõ es e
aplicaçõ es.
16. Os sermõ es expositivos podem incorporar os elementos
indutivos por referê ncia à experiê ncia, comparando e contrastando,
retardando a irmaçõ es, fazendo perguntas, empregando narrativa e
outros elementos indutivos e levando os ouvintes a conclusõ es.
17. Uma sé rie de ilustraçõ es de um cordã o de contas (muitos
evangelistas, “Acres of Diamonds” de Russell Conwell, Henry Ward
Beecherà s vezes) muitas vezes mostra uma abordagem totalmente
indutiva, pois o sermã o leva a uma conclusã o razoá vel.
18. O princı́pio, ilustraçã o e sequê ncia de aplicaçã o de Peter Marshall
parece dedutivo. Mas pode ser modi icado para que o princı́pio
proposicional pareça menos rı́gido e autoritá rio. Narrativa, biogra ia,
casos ou perguntas podem apresentar o sermã o como um pó rtico
indutivo introdutó rio de uma estrutura de quatro partes agora
revisada.
19. O padrã o da pará bola de Jesus e de outros permanece indutivo
por causa de suas a irmaçõ es tardias, formato narrativo e sua
interseçã o de experiê ncia, progredindo do conhecido para o
desconhecido e sua abordagem nã o-adversá ria.
20. O processo de necessidade-remediaçã o enraı́za-se nos padrõ es
da vida comum para buscar respostas sensatas, como fazemos em
nossa experiê ncia diá ria. Envolvimento, interesse e induçã o luem
naturalmente desse formato, pois o pregador adia as respostas pessoais
até que os ouvintes cheguem a um acordo razoá vel.
21. Sermõ es narrativos envolvem descriçã o imaginativa, drama e
tirar conclusõ es a partir de particularidades indutivas.
22. Uma estrutura de olho de boi prossegue com um formato de
cinco pontos: Acorde! Isso diz respeito a você ! De um modo geral.
Exemplos. O que fazer? Esse processo indutivo modi icado pode se
adequar a alguns sujeitos e a algumas congregaçõ es.
23. O sermã o do rio começa com particularidades nos a luentes
luindo para sempre em direçã o à corrente principal até que o todo
converge para luir para a conclusã o – uma forma indutiva clá ssica.
24. Os sermõ es biográ icos provavelmente sã o o tipo mais comum de
pregaçã o indutiva. Histó rias de vida de personagens da Bı́blia se
desenrolam indutivamente como um tapete, revelando, explorando,
expondo, progredindo para conclusõ es.
25. Sermõ es em lashback podem ser inspirados em dramas de
televisã o, ilmes, romances. Por exemplo, Thornton Wilder em The
Bridge of San Luis Rey começa com as trá gicas mortes dos cinco na
passarela oscilante. Entã o ele traça a vida de cada vı́tima até o fatı́dico
dia na ponte. Isso també m pode servir como uma variaçã o indutiva
para a estrutura do sermã o, assim como Wilder responde a perguntas
comuns sobre vida, morte e propó sito dessa maneira indireta, mas
grá ica.

Para a gló ria de Deus e a ajuda dos pregadores


ÍNDICE
Adams, Evyn M., 159
Alegoria, 39
Analogia, 31 , 38 , 39 , 59 , 69 , 94 , 95
Aristó teles, 22 , 23 , 25 , 31 , 48 , 50 , 73 , 156 , 160
Pú blico, 25 - 28 , 72
Agostinho, 39 , 140 , 151
Autoridade, 49 , 51 , 52 , 54 , 74 , 75 , 105 , 108 , 111

Bacon, Francisco, 49 , 50
Bacon, Roger, 49
Baird, John E., 81
Barth, Karl, 131 , 211
Beecher, Henry Ward, 135 , 149 , 158 , 205
Berger, Pedro, 105
Bı́blia, induçã o em, Capı́tulos 5 , 6
Biogra ia, 87 - 89
Bourdaloue, 139 , 202
Cé rebro, pesquisa do cé rebro, 9 , 10 , 11 , 30 , 160
Brainstorming, 126 - 129

Calvino, Joã o, 39 , 149 , 150 , 201


Capps, Donald, 38
Carnegie, Dale, 151
Relaçã o causal, 96 - 98
Mudança, 26 , 27
Clemente, 39
Terreno comum, 83
Comunicaçã o, 9 , 10 , 22 , 25 , 31 , 44 , 51
Comparaçã o, 70 , 145
Concordâ ncia, 129 , 130
Concretude, 146
Cox, James, 197
Craddock, Fred B., 41 , 45 , 102 , 123
Criatividade, 9 , 10 , 19 , 80 , 132

Deduçã o, pregaçã o dedutiva, note especialmente 11 , 31 , 32 , 35 , 43 ,


54 , 81 , 82 , 109 , 119 ; combinado com induçã o, Capı́tulo 9 ; correçã o
de, 119 , 218 - 220
Entrega, Capı́tulo 11
Demó stenes, 23
Diá logo, 19 , 39 , 40 , 59 , 69 , 105
Direto, 139 - 143
Discussã o, 19 , 39 , 40

Educaçã o, 52
Eliminaçã o, 100 , 101
Emoçõ es, 22 , 157 - 160
Enumeraçã o, 84
Ethos, 23
Evans, Louis Hadley, Sr., 118

Exemplos, 85 , 126 - 132


Experiê ncia, 29 , 32 , 40 - 45 , 49 , 59 , 60 , 66 , 69 , 108 , 145 , 164
Exploraçã o, 11 , 32 , 85 - 87
Pregaçã o expositiva, 130 , 163
Exposiçã o, 124 - 126
Pregaçã o extemporâ nea, 148 - 153

Fant, Clyde E., Jr., 164 , 197


Fazendeiro, HH, 142
Focalizaçã o, 132 - 135
Ford, Leighton, 117
Choque futuro, 27

Pesquisa Gallup, 19
Reunindo, 126
Graham, Billy, 117 , 217

Homilé tica, 10 , 11 , 22 , 25 , 31 , 34 , 35 , 160


Humanismo, 50 , 53

Ilustraçõ es, 82 , 126 - 132


Imagens, 59 , 60
Induçã o, pregaçã o indutiva, note especialmente 32 , 33 , 34 , 35 , 36 , 43
, 44 , 45 , Capı́tulo 4 , 81 , 82 , Capı́tulo 9 , 145 ; caracterı́sticas de, 81 ,
Apê ndice 2 ; combinado com deduçã o, Capı́tulo 9 ; de iniçã o, 32 , 42 ,
81 ; histó ria de, Capı́tulo 4
Envolvimento, 10 , 11 , 19 , 22 , 23 , 24 , 25 , 30 , 31 , 34 , 36 , 55 , 72 ,
106 , 132 , 140 , 152 , 155 , 165

Jesus, Capı́tulo 6 ; autoridade de , 74-78 ; aproximaçã o de, 11 , 71 , 115 ,


147 , 148 ; mensagem de, 68 - 71 ; pregaçã o de , 11 , 75-77 , 111-113 ;
_ _ Sermã o da Montanha , 11 , 69-71 , 142 , 147 , 197 ; ensino de, 75 -
77
Jones, E. Stanley, 138 , 139 , 211

Kant, Emanuel, 49
Kesler, Jay, 117
Kierkegaard, Soren, 24 , 45 , 159

Aprendizagem, 10 , 28 , 29 - 31 , 48 , 52 , 72
Luı́s, CS, 38
Ouvindo, 24
Lowry, Eugene, 37
Lucas, 63 , 147
Lutero, Martinho, 39 , 51 , 127 , 201

McCarthy, Berenice, 29
Leitura do manuscrito, 148 - 153
Marcos, 63 , 74 , 147
Mateus, 62 , 75 , 147
Memó ria, 68 , 126
Mensagem, 22 , 31
Moody, DL, 35 , 117 , 207
Processo de motivaçã o, 31 , 156 - 161

Narrativa, 31 , 36 , 37 , 58 , 60 , 69 , 89 - 92 , 153

Estilo oral, 143 - 148


Orı́genes, 39 , 199

Pará bolas, 11 , 38 , 59 , 69 , 115


Patos, 159
Paulo, 62 , 66 , 73 , 110 , 111 , 198
Peale, Norman Vincent, 214
Pinson, William M., 164 , 197
Platã o, 48 , 50
Preparaçã o, Capı́tulo 10
Soluçã o do problema, 98 - 100

Perguntas, 37 , 38 , 40 , 58 , 69 , 98 - 100 , 134

Reforma, o, 39 , 50 , 51 , 54
Renascimento, o, 50 , 52
Revisã o, 136
Revoluçã o, 51 , 52

Sagan, Carl, 26
Exé rcito da Salvaçã o, 34 , 47

Seamands, Dr. David, 149


Sermã o, como ponte, 112 ; teor de, 19 , 31 ; preparaçã o do Capı́tulo 10 ;
estrutura dos Capı́tulos 7 , 8 , 9
Servidã o, 23 , 32 , 73
Sheen, Fulton J., 214
Só crates, 48
Soper, Donald, 118
Sperry, Roger, 30
Spurgeon, Charles Haddon, 152 , 206
Stevenson, Dwight E., 102
Histó ria, contaçã o de histó rias, 36 , 37 , 57 ; veja també m Narrative
Stott, John RW, 163

Ensino, 75 - 77
Tecnologia, 9 , 51
Televisã o, 10 , 25 , 53 , 54 , 80 , 131 , 139 , 160
Tof ler, Alvin, 26

Unger, Merrill, 117

Sermã o de passeio, 85 - 87
Weatherhead, Leslie, 118 , 213
Welch, Clemente, 118
Wesley, Carlos, 139 , 150
Wesley, John, 118 , 141 , 150 , 202
Sermã o Whirlpool, 113 , 114 , Capı́tulos 7 , 8 , 9
White ield, George, 118 , 150 , 203

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