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Relatório de Atividade de Campo – Visita ao Centro de Atendimento ao Migrante em

Belo Horizonte:

Nome: Roberta Bravo Cruz Leite

Acredito que a melhor forma de começar a falar a respeito das minhas


impressões sobre a entrevista seja a partir da história e da sensação daquilo que
deixamos pra trás, pois este é o sentimento que os migrantes vivem e precisam lidar
a todo instante. Com esse sentimento em mente, me preparei para a entrevista com a
psicóloga Renta que trabalha no Centro de Atendimento ao Migrante, no BH
Resolve.

Além de sofrimentos emergenciais e necessidade de alívio de tensões e


acolhimento que se apresentam em um primeiro plano (falta de banho, sono,
alimentação, dinheiro dentre outros) as pessoas migrantes enfrentam, durante o
processo de mudança e adaptação, inúmeros conflitos de ordem psicológica. Nesse
sentido, a postura de um psicólogo que atua no Centro de Atendimento ao Migrante,
é capaz de realizar uma grande mudança na vida de uma pessoa.

Nesse sentido, me chamou atenção como o aconselhamento psicológico pode


auxiliar as pessoas por meio de orientação, dando oportunidade de se explorar
questões pessoais, com o intuito de promover a ampliação de consciência e
possibilidades de escolha para a pessoa – a entrevistada comentou que procura fazer
nos usuários uma reflexão sobre a possibilidade de retorno a sua cidade de origem.

Em relação aos desafios de um serviço de escuta psicológica com migrantes,


achei interessante a entrevistada pontuar para a importância de que a escuta vá́ em
um sentido de não apenas acolher e encaminhar, mas proporcionar autonomia e
integração a meios de vida para essas pessoas, enfatizando o caráter social desse
trabalho.

A psicóloga confessou que está no atual emprego por ser um trabalho


pontual, pois acolhe o migrante de situação de vulnerabilidade e a escuta é voltada
para as necessidades da pessoa. Em seu antigo trabalho no CRAS, ela relatou que
estava sobrecarregada com o volume e densidade do trabalho exigia.
O maior desafio que enfrenta no cotidiano do trabalho é a ausência de um
local que seja adequado para receber família com crianças para passar a noite, uma
vez que o ECA não permite que crianças durmam em albergues masculinos,
femininos ou mistos. Ademais, apontou para a necessidade de se regulamentar desse
Serviço.

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