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Musical Fantastic Now

Diogo Santos
CENA I

(A Canção é cantada por a personagem PEIXEIRA)

CANÇÃO- Dinheiro, povo, amor é tudo o que tento ter.


Sei que p´ra breve estarei para morrer.
Dizem que sou uma força da natureza.
Dentro do meu corpo só tenho dureza.
Estarei pronta para o futuro, estarei pronta p´ró pior.
Sei que sou horrível mas tento ser melhor.
Sou forte isso eu sei. Não desistirei.

Peixeira- Ai! Chamem uma ambulância ou ponham-me peixe fresco na cara.

(O vendedor de fruta entra em palco)

Vendedor de fruta- O que foi madame?

Peixeira- Ambulância… Por favor!

Vendedor de Fruta- O que foi desta vez? A semana passada foi porque tinha comichão na
ponta dos cabelos, há duas semanas porque tinha as sobrancelhas a ficar brancas. Meu
Deus!

Peixeira- A minha voz está desafinadíssima. Por amor de Deus. Ainda morro para aqui.

(Entra o talhante)

Talhante- Madame! Não exagere.

Peixeira- Olha! Ainda bem que te vejo! Preciso de falar contigo. Chamei uma amiga
minha para falar contigo! Podes aparecer!

(Entra a amiga da peixeira)

Amiga da peixeira- Bom dia, senhor Carneiro!

Talhante- Bom dia! O que é que quer.


Amiga da peixeira- Quero um quilo de ossos para o cão, mas também quero dizer-lhe
que o meu marido se queixou dos últimos que levei… Ele disse-me que tinham pouca
carne.

Talhante- Com certeza.

CENA II

(Quem canta a música é a MÉDICA)

MÚSICA- O dia todo a curar. Já estou farta de cuidar.


Passo o dia a inventar remédios para ninguém
doente.
Como toda a gente hoje em dia.
Tenho vontade de sair daqui.
Ai “my god” quero fugir!

Médica- Ai! Fartinha de estar aqui estou eu!

(Entra um homem desesperado)

Homem desesperado- Quero falar com a minha sogra que teve um grave acidente.

Médica- Claro! Quarto quarenta e três.

No quarto…

Médica- Vou deixar-vos a sós.

Homem desesperado- Há duas notícias para si: uma boa e uma má, qual quer ouvir
primeiro?

Sogra- Ai! Meu Deus! Parece que a médica já falou contigo. A má primeiro!

Homem desesperado- Ok. Tiveram que amputar as suas duas pernas…

Sogra- Ai porra! E qual é a boa notícia?


Homem desesperado- Já tenho quem quer comprar os sapatos.

CENA III

(Quem canta a música é a pasteleira)

MÚSICA- Pastel de Nata! Um doce típico. Tão bom assim.


Já fiz tarte de figo e até açaí.
Mil folhas! O mais importante.
Isso não fiz fui buscar ao mirante.
Oh yeah! Bebé.

(Entra um cliente e um casal que já estava em cena está a beber um café)

Pasteleira- Olá! Qual é o seu pedido?

Cliente- Um café!

Pasteleira- Como é que o senhor toma o café?

Cliente- Como é que a senhora chama um café triste?

Pasteleira- Depressivo!

Cliente- Qual é a melhor música dos Beatles?

Pasteleira- Milk Be!

Marido (do casal)- Querida, este café tem sabor a lixo.

Esposa (do casal)- Isso não é surpreendente, querido, foi apenas moído esta manhã.

Pasteleira- Se estão aqui para dizer mal do meu café. Saiam e não voltem.
CENA IV

( Quem canta a música é uma velhota a ver a novela da noite)

MÚSICA- Eu aqui sem nada para fazer.


A ver TV e a fingir que gosto de o fazer.
Aqui parada sem quase fazer nada.
Mas há algumas novelas que até fico encantada.

(Toca a campainha três vezes e a velhota só ouve à terceira)

Velhota- Ai deve ser a Jacinta!

(Entra outra velha: A Jacinta)

Jacinta- Olha filha! Ai meu Deus! Acho que estou morta.

Velhota- O quê? O quê?

Jacinta- Acho que estou morta.

Velhota- Ah! Pois estás. E pelo cheiro já estás morta há muitos meses.

Jacinta- Esquece isso! Ai! Estou apaixonada pelo João do quartel dos bombeiros.
Por que é que achas que aquele quartel está sempre a bombar em termos de
energia elétrica? Até apanho aquilo em casa!

Velhota- Porque os cabos já foram soldados.

Jacinta- Ah! Ah! Ah! Muito engraçadinha! Amanhã não te esqueças da nossa missão de
espionagem das varandas.
CENA V

( Quem canta a canção é a professora)

MÚSICA- Ter que corrigir testes quase a sufocar.


Para não ter trabalho negativa a todos queria dar.
Muita paciência tenho eu.
O meu aluno favorito é o Romeu.

(Entram os alunos na sala e sentam-se)

Professora- Bem… Autoavaliação. Vamos fazer de uma maneira mais fácil.


Quem se acha burro que se levante.

(Levanta-se o Romeu)

Professora- Romeu, achas-te burro?

Romeu- Não, mas fiquei com pena de a senhora ser a única que está em pé.

Professora- Tão querido! Bem, vou dar matéria. Se eu disser “Fui bonita” é passado e se
eu disser “Sou bonita” é o quê?

João- É mentirosa.

Professora- Ora, uma falta disciplinar!


CENA VII

(Entram três dançarinos (uma mulher) que dançam a música “River flows in you”)

(Entra um bêbado na sala de dança)

Bêbado- Algum destes cavalheiros me dá o prazer desta dança?

Dançarinos em coro- Claro que não!

Bêbado- Mas porque não?

(Um dos dançarinos muda a música para o hino nacional)

Dançarina (mulher)- Primeiro, porque o senhor está bêbado, segundo não se dança o
hino nacional e terceiro porque porque eu não sou mulher, eu sou o vigário da paróquia…
Estou disfarçado!
CENA VIII

(Quem canta a música é a escritora que se encontra numa mesa a escrever numa
máquina de escrever)

MÚSICA- Passo o dia todo a escrever.


Gosto de o fazer, mas preferir prefiro ler.
Escrevo um bom romance.
Quando lanço o livro, é logo um grande alcance.

Escritora- Não, não não. (pega na folha que estava na máquina, rasga o papel e manda
para o chão) Porra. Desisto não tenho jeito nenhum. Malditas tradições de família.

(Entra o filho da escritora a ler um livro grande)

Filho- Estou a terminar de ler “Os Lusíadas”. Tens a tua última novidade literária para eu
ler?

Escritora- Claro que tenho! É “Os contos e histórias fantásticas”.

Filho- Isso já tenho! Já sou casado.

Escritora- O quê?

(A escritora corre atrás do filho com o chinelo na mão.)

CENA IX

(Quem canta a música é o padeiro num cenário com o forno a lenha por trás.)

MÚSICA- O dia inteiro a pães fazer. Pães com chouriço.


Quero deixar-me disto.
Desta vida que todos os dias tenho de fazer.
Para isto só quero satisfazer.

Padeiro- Lacaio, traz-me aí umas rodelas de chouriço.

Lacaio- Calma estou a ir.


(O Lacaio entra com a taça com rodelas de chouriço.)

Lacaio- Olha tens sonhos?

Padeiro- Tenho, sair daqui.

CENA X

(Quem canta a música é uma mulher grávida loira que está numa clínica.)

MÚSICA- Ai, eu estou grávida.


Nem sei que fazer.
Estou mesmo grávida.
O bebé vai nascer.
Ajudem-me estou a padecer.
Ajudem-me a dar à luz.

Grávida- Ajudem-me.

(Entra uma enfermeira morena no cabelo)

Enfermeira- É para quando, minha senhora?

Grávida- Dentro de duas semanas. Mas o problema é que são gémeos.

Enfermeira- Gémeos? Isso é fantástico! Mas… Qual é o problema?

Grávida- O problema é que não estou mesmo a ver quem é o pai do segundo…
CENA XI

(Quem canta a música é a apresentadora.)

MÚSICA- O ano todo na TVI, estou farto de estar aqui.


A minha vida é do pior.
Vou pôr demissão é o melhor.

Apresentadora- Fartinha de estar aqui. Eu quando chego em casa nem vejo isto. Mas,
obrigam-me sempre a dizer que sim.

Operador de Câmera- Bora lá! Vamos começar. 5… 4… 3… 2… 1… Agora.

Apresentadora- Olá! Bem vindos ao meu programa. Vamos receber o nosso convidado
João Figueira.

(Entra o convidado)

Apresentadora- João, vou fazer várias perguntas e se falhar em uma é expulsa e não
ganha o nosso prémio: Cocó de cão fresco e fofo.

Primeira pergunta: Arroz é com s ou com z?

Convidado- Aqui na televisão não sei. Mas na minha casa é com feijão.

Apresentador- Está expulso.

CENA XII

(Quem canta a música é o lutador 1)

Lutador 1- Quando chega o meu parceiro para eu poder lutar?


Oh Zé, traz-me a espada para ele eu derrotar. x2
Sou forte e não vou parar.
Oh yeah.

(Entra o lutador 2)

(Começam a lutar em câmera lenta com a música “Chariots of Fire”)


CENA XIII
(Todos os atores vêm ao palco e dançam a música “Jesusalema”)

Os atores fazem vénias

O Pano cai

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