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T315
Bibliografia
ISBN Coleção 978-85-444-1750-8
ISBN Volume Digital 978-65-251-4022-3
ISBN Volume Físico 978-65-251-4021-6
DOI 10.24824/978652514021.6
2023
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PESSOAS EM SITUAÇÃO DE
RUA E LUTAS ATUAIS NAS
RESISTÊNCIAS PELA EDUCAÇÃO
COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Daiane Gasparetto da Silva
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
nessas condições não bebem e 62% não usam drogas, contradizendo o senso comum
formado por opiniões públicas sensacionalistas que buscam legitimar segregações por
meio de estratégias higienistas, tais como a internação compulsória (CARVALHO,
2013b). Em setembro de 2005, o MDS, por meio da Secretaria Nacional de Assis-
tência Social (SNAS), coordenou e realizou em Brasília o I Encontro Nacional sobre
População em Situação de Rua, de sorte a refletir a propósito das possibilidades de
desenvolvimento de políticas públicas para essa população. Nesse evento, estiveram
presentes representantes de municípios (entre os quais, funcionários dos governos
municipais, participantes de entidades não governamentais e pessoas em situação
de rua), especialistas que estudam essa temática e representantes das Secretarias do
que propiciam estratégias de assistência e cuidado por meio do SUAS, por exemplo,
torna-se interessante ter em vista o que escapa às propostas governamentais, assim
como as suas ambivalências.
Somado aos dispositivos sociais mencionados, que se voltam à busca pela efe-
tivação dos direitos do segmento populacional estudado, encontra-se o Movimento
Nacional da População de Rua – oficializado em setembro de 2005 e que, em 2014,
foi eleito membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos –, o qual conta com a
articulação de membros da sociedade civil de várias cidades brasileiras. A conhecida
“chacina da Praça da Sé” (na qual sete pessoas em situação de rua foram brutalmente
assassinadas com golpes na cabeça enquanto dormiam), ocorrida em 2004, na cidade
Nas cidades, a desfiliação social pode ser vista em constante circulação pelos
espaços públicos, tal como ocorre com a população em situação de rua, caracterizada
no Brasil mais em função de sua situação em relação à rua, do que pela simples noção
de “ausência de casa”, adotada por outros países (BRASIL, 2012a). Conforme a visão
oficial (BRASIL, 2011a), esse segmento pode ser compreendido como
7. Alimentação: 79,6% conseguem fazer ao menos uma refeição por dia, sendo
que 27,4% compram comida com seu próprio dinheiro e 19% relatam que
não conseguem se alimentar todos os dias (ao menos uma refeição por dia).
9. Recursos utilizados para a higiene: para banho, 32,6% usam a rua, 31,4%,
albergues/abrigos, 14,2%, banheiros públicos e 5,2%, casa de parentes ou
amigos; para realização de necessidades fisiológicas: 32,5%, rua, 25,2%,
albergues/abrigos, 21,3%, banheiros públicos, 9,4%, estabelecimentos
comerciais e 2,7%, casa de parentes ou amigos.
11. Acesso aos programas governamentais: 88,5% não recebem qualquer bene-
fício dos órgãos governamentais; já dos que recebem: 3,2%, aposentadoria,
2,3%, Programa Bolsa Família e 1,3%, Benefício de Prestação Continuada.
Considerações finais
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