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Cervejas Revisão: 00
Tecnologia-Teoria e Prática
Procedimentos Industriais
Página: 01/149 20/11/2003
1. Filtração da Cerveja:
1.1 Finalidades:
2. Mecanismos de separação:
a) Sedimentação;
b) Superfície ou Peneiramento;
c) Profundidade;
d) Adsorção.
3. Filtrabilidade da Cerveja:
a) Frações de Amido;
b) β-Glucanos;
c) Pentosanas;
d) Hemicelulose;
e) Lipídeos;
f) Leveduras;
g) Resinas de Lúpulo.
c) Tecnologia de malteação;
3.3.1 Ganhos:
a) Aumento de Produtividade;
5. O decálogo da filtração:
6. As regras do processo:
6.1 A filtração é um processo unitário que possui leis e regras bem definidas.
6.2 Não é um processo aleatório e segue regras básicas, que poderiam ser
resumidas num decálogo:
6.2.1.1 O filtro entope pela remoção de contaminantes presentes no fluido e que ficam
retidos nele. Ele não entope pelo volume de fluido que passa por ele. O que
entope são as partículas:
0 Max 0 Max
0 Max 0 Max
6.2.2.2 Menos área, estope mais rápido: com a mesma vazão e concentração de
partículas, o filtro com menor área entope mais rapidamente:
0 Max 0 Max
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6.2.3.1 O filtro somente pode ser entupido até o ponto em que os poros livres para a
passagem do fluido causem uma perda de pressão que reduz a vazão até o
nível em que ela não é suficiente para atender a demanda, ou quando a perda
de pressão atinge a pressão terminal acima da qual está em risco a integridade
física do filtro. A perda de pressão aumenta assim como o filtro entope:
12.5%
15%
25%
10 66.7%
9
50%
8
7
Múltiplos
da perda 6
de pressão
5
inicial
(com filtro 4
limpo)
3
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
6.2.5.1 Os filtros que removem partículas menores que o tamanho dos seus poros, por
adsorção, apresentam uma clara vantagem de entupir mais lentamente que os
filtros que removem as mesmas partículas por interferência geométrica. Esta
qualidade é destacável principalmente quando se trata da remoção de partículas
muito pequenas. Há duas maneiras de visualizar a “Camada Dupla”:
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Contra-íon positivo
Distribuição dos
Co-íon negativo
íons em volta do
Densidade da colóide
carga em volta do
colóide
Colóide altamente
negativo
Camada de
Stern
Camada difusa
Íons em
equilíbrio com
a solução
Nuvem de íons
Nuvem de íons Positivos
Negativos
- + + - + - - + - -
- - - - - - + - - +
+ - - -- - + - - +- - -- -- + + - + + + + - - + + + + +
-- + + + + ++ - - - - + - - - - - - - - - - + + -- + - -
- - - + + - + - ++ - +- - + - - + + +++ + - - - - +
-
+ + +- - - - - - - ++ - - - - - +- ++ - - - -
- - + - + + - -
+ - - -- ++ - - - Partícula
- com - ++ ++- - + - -
- - - + - -- +
- + - + --
- + carga líquida - ++ + - ++ - -- + ++
- +- + +
- + - negativa - - - ++- -- -
- + + +
Meio filtrante - - + - -
com + -- + +
- - + + - - - - + + -- - - + carga líquida + -
- - - ++ - - - - - - - ++ - -- -+ - - positiva + - + +
+ + + ++ - - +- - -- + + + + - -- + -
+- - - - + + + + + - +
- + - - - + - -
- - - - - - - - + ++ - - - + + +
+ - - - ++ - -- + - +
- + -+ - + + - - + + + + +++ -- - - ++ +
- + + - - - - - - +- - - - - - + + -
- + + -
- + + - - +
+ + - + +
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6.2.5.3 Meios filtrantes com carga modificada (Zeta Plus). Fotomicrografia do meio
filtrante Zeta Plus mostrando a sua estrutura morfológica. As partículas sub-
micrônicas são capturadas na sua estrutura altamente porosa:
Processo
de - Quantidade de poros (área)
Filtração - Tamanho e distribuição dos poros
- Porosidade
Partículas Meio Filtrante
- Quantidade - Potencial zeta
- Tamanhos e distribuição - Caracte. químicas (compat.)
- Potencial zeta - Caracte. físicas (rigidez)
- Caracte. químicas (compat.) - Caracte. da matriz (superf.,
- Caracte. físicas (rigida, gel) prof., consolidada, etc.)
1,6
100.000 8
24
23
4
22
2
21 Antes
10.000
20
do filtro
5
19
2,5
18
1,3
1000
17
6,4
16
3,2
15 Número
1,6
de Faixa
100 14
8
13
ISO
4
12
2
Após do
11
10 filtro 30 m
10
Número de 5
partículas 9
2,5
por
8
mililitro 1,3
maiores
1 7
6,4
que o
6
tamanho 3,2
indicado 5
1,6
0,1 4
8
3
4
2
2
1
0,01
2 5 10 15 20 25 30 40 50 60 80 100
Tamanho das partículas, m
6.2.8 Uso econômico?
6.2.8.1 Para que uma filtração seja economicamente viável é necessário que o sistema
tenha uma perda de pressão disponível suficiente para entupir uma porcentagem
considerável dos poros disponíveis do filtro limpo, entre 75% e 85%. Nesse
momento, a perda de pressão disponível serve para propulsar o fluido através
dos poros livres restantes. Quem vence a perda de pressão no filtro é a bomba.
Curva característica de uma bomba para uma determinada rotação e rotores de
impulsão de diferentes diâmetros:
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60 Eficiência - %
45
50 60
65
68
50 150 PME (BPE)
Altura em
m c. a. 40 130
100
30
20
Linha de
10 corte de
pressão
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Vazão - lpm
Tamanho da bomba 2 X 3 - 6
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6.2.8.2 As perdas de pressão na bomba mudam com o tempo. Curvas de altura total
para sistema com filtro entupindo e altura estática variável:
Curva do sistema
com filtro entupido
e tanque de aliment.
Z
vazio A
Z
Alturas B
Ref.
Curva de
desempenho Fluxo
da bomba
Z
B
Curva de altura
de fricção do sistema
com filtro limpo
Z
A Curva de perda de pressão
do filtro limpo
0
0 Vazão com Vazão com filtro
filtro entupido limpo
Vazão da bomba
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6.2.9.1 Quanto menor seja a velocidade específica do fluido pelo filtro (vazão por
unidade de área), maior será o volume total do filtrado obtido até alcançar a
pressão diferencial terminal. Devagar se vai longe. Mais vazão, menos litros:
com filtro 6
limpo 5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Volume Filtrado
Vazão 1- Part. 1 - Visco. 1
6.2.9.4 Volume filtrado em função da vazão específica para diversos meios filtrantes:
1.000
60S
500
200
2
2 3 4 5 6 8 10 20 30 40 50 60 100 lpm/m
2
1/8 1/6 1/4 1/2 1 GPM/ft
1 2 4 6 8 10 12 15 18 21 24 30 36 60 hl/h.m 2
Volume (gal/sq.ft.)
Coeficiente Angular = -
0.38
1
0
0.0 0. 1.
1 1 (gpm/sq.ft.)
Velocidade 0
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6.2.10.1 Não é somente o custo dos elementos filtrantes. É o custo de todo o processo de
filtração incluindo: o custo dos elementos filtrantes por volume anual de fluido
tratado, mão de obra das trocas de elementos, consumo de energia, as perdas
de fluido, manutenção da unidade, custo de horas paradas, descarte dos
elementos filtrantes. O custo da filtração deve ser calculado por unidade de
volume ou peso de fluido filtrado.
1) Introdução:
A cerveja está pronta. Seu caráter já está definido. Muito pouco poderá ser feito a
partir de agora para modificar alguma característica. Só nos resta conservá-la o maior
tempo possível com as características de cor, sabor, espuma, aroma, estabilidade
microbiológica, estabilidade físico-química e limpidez.
A partir deste momento, qualquer erro de procedimento poderá fazer com que a
cerveja seja perdida. Você já calculou quanto foi gasto na cervejaria para que a cerveja
chegasse a este estágio ? Quanto você calcula que ainda será gasto ?
O efeito negativo que algumas fontes de energia têm sobre o meio ambiente não
pode ficar despercebido. Quando a energia é gerada a partir de combustíveis de origem
fóssil, são produzidos subprodutos como o dióxido de carbono, dióxido de enxofre e
óxidos de nitrogênio, todos liberados para a atmosfera.
2. A filtração da cerveja:
2.1 Generalidades:
a) Temperatura;
b) Duração da maturação;
c) Teor de oxigênio.
MICROBIOLÓGICA ODOR/PALADAR
ESTABILIDADE
ESPUMA COR
TENDÊNCIA À TENDÊNCIA AO
TURVAÇÃO COLOIDAL “GUSHING”
“Gushing”:
As que possuem diferentes tamanhos, Com uma filtração, não podem ser totalmente
variando desde uma fração de abrangidas; geralmente, são necessárias várias
(micro) até 1 mm. etapas de filtração.
A maioria das partículas causadoras Sob condições de altas pressões e particularidades
de turvação demonstram das camadas filtrantes desfavoráveis, subsiste o
comportamento amorfo, ou seja, perigo de que as partículas poderão ser pressionadas
deixam-se deformar, comportam-se de através do meio filtrante.
forma elástica e amoldam-se às
condições de pressão.
Uma série de substâncias, como por Partículas solubilizadas não são removidas através do
exemplo glucanos e proteínas, emprego de simples filtração por peneiração. os
encontram-se na cerveja nas mais glucanos aumentam a viscosidade da cerveja. a
diversas formas: solução autêntica, filtração fica, conseqüentemente, mais difícil.
solução coloidal ou solução formada
por aglutinações (combinações entre
proteínas e taninos).
O peso específico das substâncias Sedimentação pela maturação prolongada ou
turvadoras é menor que o da cerveja. utilização de centrífugas não trazem maiores êxitos.
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1 mm Substâncias fibrosas.
Granulados. Substâncias sedimentáveis
100 Proteínas denaturadas,
coaguladas e irreversíveis.
A olho nu 10 Fungos
Leveduras
1 Bactérias
Esporos Substâncias coloidais
1000 å Vírus
Polifenóis
Microscópio 100 å Proteínas
ótico Glucanos
10 å Aminoácidos
Microscópio Íons Substâncias autênticas
eletrônico 1å Átomos
a) Eliminação do oxigênio;
b) Ausência de contaminação por ferro e cálcio;
c) Ausência de efeitos mecânicos através de força centrífuga;
d) Assegurar o mosto básico da cerveja.
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2.3.1 Sedimentação:
2.3.2 Peneiração:
2.3.3 Adsorção:
Todo material auxiliar de filtração deve ser quimicamente indiferente, ou seja, não
deve influenciar o paladar, cheiro e cor do produto a ser filtrado.
2.4.2 Perlitas:
2.4.3 A CELULOSE:
2.5.1 Sílica-Gel:
Ambas as formas possuem uma grande superfície interna de 400 até 700
2
m /grama. Sua ação é realizada em processo contínuo e adsorvem, particularmente,
proteínas. Dependendo do grau de limpidez desejado, adiciona-se de 50 a 200 g/m2
durante a formação da 2a pré-camada; durante o curso da filtração, são dosados em
torno de 30 a 150g/hl. Os xero-géis podem substituir, em parte(até 50%), as terras
infusórias de granulometria fina.
2.5.2 PVPP;
Pode ser apresentado na forma regenerável ou não, sendo que nesta última é
adicionado à terra infusória, ficando retido junto a esta. O PVPP não é considerado como
aditivo à cerveja e pode ser usado em conjunto com outros estabilizantes. Não apresenta
resíduos no produto final.
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Forma de ação:
a) Puro malte;
b) % de adjuntos;
c) Tipos de adjuntos utilizados.
2.5.4 Levedura:
A capacidade de filtração dependerá do tipo de filtro que vai ser usado, assim
como do fabricante do equipamento, exemplo:
Portanto, tecnicamente falando, este filtro tem uma capacidade total de 44hl/m 2.
Se formos mais adiante e conhecermos a área total filtrante, podemos saber quanto este
filtro poderá filtrar em um ciclo completo de filtração: Exemplo de área filtrante = 60 m 2,
portanto 60 x 44 = 2.640 hl de cerveja serão filtrados em 8 horas ou em um ciclo
completo de filtração.
c) Quanto maior for a porosidade de uma camada filtrante, mais favorável será a
atuação do filtro. Se usarmos uma proporção maior de terras grossas, a
porosidade ficará maior; com isso, aumentaremos a capacidade do filtro. Não
podemos nos esquecer do resultado que queremos atingir; às vezes, é preferível
ter uma capacidade diminuída, mas uma boa qualidade do produto final;
Como já foi dito, o produto a ser filtrado exerce uma grande influência na
capacidade de filtração de um equipamento. A seguir, serão explanados quais são estes
fatores:
Todos os materiais usados dentro de uma cervejaria, que têm ligação direta ou
indireta com o produto, devem ser cuidadosamente analisados em todos os sentidos,
quer sejam os custos ou qualidade. Afinal, a partir dos baixos custos e excelente
qualidade destes produtos, é que resultará uma boa cerveja com alta lucratividade.
Produto análise
Terras infusórias, perlitas, PVPP, géis 1) Verificar fornecedor
de sílica, celulose, produtos tânicos, 2) Verificar embalagem
placas filtrantes 3) Análise de aroma (adição de água a 60ºc)
4) Análise de sabor (adição de água a 30ºc)
Enzimas 1) Fornecedor (data de validade)
2) Análise visual
Carvão ativo 1) Fornecedor
2) Análise de aroma
3) Análise de sabor (adição de água a 30ºc)
Aditivos (exemplo: ácido ascórbico)
1) Fornecedor
2) Análise visual
3) Análise de aroma (adição de água a 60ºc)
4) Análise de sabor (adição de água a 30ºc)
5) PH:medição de uma solução a 1%.
Soda, ácidos, produtos de limpeza e 1) Fornecedor (verificar segurança)
sanitização 2) Análise visual
3) Analisar concentração
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A = Uma série de análises que poderão ser feitas na hora de chegada do produto
na fábrica, como por exemplo: fornecedor, validade, aparência, embalagem,
cheiro e etc.
Local da análise = fábrica
B = Outras análises
Local da análise = laboratório
C = Análises completas
Local da análise = fabricante, fornecedor e instituto independente
2 = Análise periódica;
Placas filtrantes
B Filtrabilidade 4
C Valor água 2
Resistência mecânica 3
Presença de metais 3
Terras infusórias e perlitas
Valor de água 2
B
Peso específico (úmido) 2
C Microbiologia 2
C Ferro 2
C Cálcio 2
C Alumínio 2
C Umidade 2
C Outros metais 3
C Granulometria 3
C Filtrabilidade 4
Celulose
B Microbiologia 2
C Cálcio
C Ferro 2
C Outros metais 3
C Uso prático 4
Clarificantes
BV valor água 2
P peso específico (úmido) 2
U umidade 2
pH( solução) 2
Microbiologia 2
Ferro 2
Cálcio 2
Área superficial 3
Granulometria 3
Outros metais 3
Uso prático 4
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PVPP
B Valor água 2
Peso específico 2
Pureza 2
C Cinzas 2
Umidade 2
Substâncias insolúveis 2
Capacidade de adsorção 2
Área superficial 3
Outros metais 3
Uso prático 4
Enzimas
B PH 2
Microbiologia 2
C Uso prático
Substâncias Tânicas
B Pureza 2
Sulfato 3
Substâncias insolúveis 3
M metais em geral 3
Uso prático 4
Carvão Ativo
B Peso específico 2
Valor água 2
Microbiologia 2
Umidade 3
Cloro, sulfato, nitrato 3
Subs. ácidas solúveis 3
Cinzas 3
Metais em geral 3
Matérias primas;
Malteação;
Brassagem;
Cerveja Bruta Tratamento do mosto;
Fermento;
Fermentação;
Maturação.
Tipo de filtro;
Capacidade do filtro;
Geometria dos tanques;
Adega de filtração Tamanho dos tanques;
Tanque pulmão;
Bomba de recalque;
Válvulas.
Filtração da cerveja
Pré-capa;
Auxiliares de filtração Dosagem;
Adição de estabilizantes.
5. A prática da filtração:
a) Centrífugas;
b) Filtros de pré-capa (pré-camada): filtro de placas, filtros de peneiras
(horizontais ou verticais) e filtros de velas;
c) Filtros de placas (polimento);
d) Filtros de câmaras;
e) Filtros de massa;
f) Filtros de membranas;
g) Filtros estabilizantes.
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5.2.1 1a pré-camada:
O consumo para a realização desta pré-camada varia entre 300 a 600 g/m2. Estas
quantidades formam, sobre a estrutura de apoio, uma camada em torno de 1,5 mm de
espessura. Estes números poderão variar significativamente pois dependem de vários
fatores:
5.2.2 A 2a pré-camada:
A terra infusória utilizada deverá ser de tal forma escolhida, que as partículas
turvadoras não mais possam ultrapassar a camada formada, ficando, porém, retidas pelo
efeito de separação (peneiração) e profundidade. Uma mistura de produtos coadjuvantes
de adsorção, na dosagem contínua, pode aumentar o efeito de clarificação e
estabilização da cerveja.
A terra infusória escolhida para a 2a pré-camada não deve ser fina demais, pois
resultaria em um conseqüente aumento de resistividade ao fluxo, aumentando a pressão
do lado da cerveja não filtrada; ou seja, o diferencial de pressão aumentaria de forma
imprópria, resultando em diminuição da duração total de filtração ou da capacidade de
filtração.
5.2.3 Cuidados que devem ser tomados na formação das camadas filtrantes:
Devido à formação não uniforme das camadas filtrantes de terra infusória, tanto na
espessura como na sua composição, resultará também uma capacidade heterogênea e
um aproveitamento desfavorável dos espaços de retenção do trub.
Os filtros mais modernos são bastante otimizados no que diz respeito ao espaço
de retenção do trub e à turbulência da suspensão de terra infusória.
b) Elevações nos extremos das estruturas de apoio; a terra infusória veda de fora
para dentro resultando em camadas heterogêneas:
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Exemplo:
Entrada Saída p
Início da filtração 1,3 1,0 0,3
Término da filtração 6 1,5 4,5
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Quanto maior o grau de limpidez desejado, tanto maior deverá ser o grau de finura
das terras de dosagem. Por conseguinte, poderão ser dosadas terras ainda mais finas do
que aquelas usadas na formação da 2a pré-camada. Fundamental são as características
e a quantidade das partículas turvadoras.
Caso estes valores aumentem mais rapidamente, poderá ser um sinal de que a
dosagem está insuficiente.
São dois os fatores que influenciam e limitam a duração útil de uma filtração:
a) Quantidade de trub;
b) Características das partículas de turvação;
c) Elevação das pressões;
d) Velocidade de fluxo;
e) Porosidade;
f) Pré-camada;
g) Escolha das terras infusórias e quantidades correspondentes.
A cerveja bruta flui, neste caso, durante a operação de filtração, com 1,416 m/Seg
para a tubulação de entrada do filtro, pela utilização da pressão da bomba de recalque.
Não é a quantidade de água o fator decisivo para uma limpeza otimizada, mas
sim, a eficiência dos produtos químicos de limpeza aplicados
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Teoria CUNO:
1. Prólogo:
2. Introdução:
Devemos admitir sem dúvida alguma que esta bebida tem um apelo muito
especial.
Quando analisada, pode ser identificados nela mais de 400 compostos, contendo
desde sais a macromoléculas de proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios.
Alguns dos constituintes procedem diretamente das matérias primas empregadas e
mantém-se inalterados através de todo o processo. Outros são resultado de
transformações químicas e bioquímicas das matérias primas durante todos os estágios
do processo de elaboração.
Componentes da Cerveja
Água
Inorgânicos Íons de Sais
Potássio, sódio, magnésio, cálcio, ferro,
Cátions cobre, zinco, manganês, chumbo,
arsénico, fósforo
Cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos
Ánions
fluoretos,
Dióxido de carbono (CO2)
Álcool etílico
Pentose, fructose, glucose, isomaltose,
Carbohidratos maltoteraose, maltopentaose,
Orgânicos Açúcares
maltohexaose, maltoheptaose,
(oligo- malto-octaose, maltonoaose,
sacarídeos)
dextrinas de elevado peso molecular,
- glucanos, - glucanos
Glicerol
Monoglicéridos, di-glicéridos, tri-glicéridos
Lípidos
Ácidos graxos (hidroxi-, keto, di-, e tri- básicos)
Álcoois Isomaílico, amílico-activo, isobutílico, propanol,
superiores feno-etílico
Acetaldeídos
Aminoácidos
Ácidos nucléicos
Bases heterocíclicas
Amidas e Aminas
Compostos orgânicos de enxofre
Outros grãos
Levedura Cevada ou adjuntos Água Lúpulo
Malte
Tratamento
Isolamento
e ajuste Lúpulo:
Purificação Estufa
- Enfardado
Multiplicação
- Pelletizado
Licores
Moagem - Extraído com
Adjun. do Malte
solvente
Maceração
Separação do
Bagaço
Mosto
Açúcar e
Mosto Doce
Xaropes
Excesso de
Leveduras
Cozimento
Lúpulo gasto
Clarificação
Sedimentos
do Mosto
quentes
Inoculação
Resfriamento Extrato de
Levedura
e Aeração Malte
- Caldo
- Pó
- Pasta Preparação do
Fermentação
Extrato, Ajustes
Receitas
Diatomácea
Colheita de Limpa
Cerveja
CO2
- Trasfega Diatomácea
- Filtração Auxiliares Suja
Purificação - Adega de de Processo
pressão
- Carbonatação
- Filtração de
Polimento
Estabilização
Enchimento
Biológica
(Filtração
a frio)
Estabilização
Biológica
Enchimento
(Pasteurização) Enchimento
Asséptico
2.3
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A cerveja como líquido apresenta uma densidade similar a da água (1,030 até
1,050 gr/cm3), com conteúdo de álcool que pode variar entre 2,5 até 5,0 % (v/v),
viscosidade a 20 oC entre 1,4 até 1,9 cP, e pH entre 3,8 e 4,7.
2.3.1 Densidade:
Uma vez que o álcool e a água têm densidades muito semelhantes, a densidade
da solução varia levemente em função da proporção de álcool e da temperatura. Uma vez
que na cerveja o conteúdo de álcool varia entre 2,5 e 5%, a influência do álcool na
densidade da cerveja é pouca.
1,12
1,1
Densidade
1,08
1,06
1,04
1,02
1
0 5 10 15 20 25 30
Graus Plato
Gráfico 1- Relação entre densidade e graus Plato
2.3.2 Viscosidade:
7
Viscosidade
6
cP
5
Faixa de Viscosidade
da Cerveja
4
Solução de Sucrose 20% (Std. EBC)
3
Temp. de Ref. EBC
1,96 cP
2
1
Água
-5 0 5 10 15 20 25
Temperatura Co
Faixa de temperatura
de filtração
a) Aparição de turbidez;
b) Modificação do aroma.
3. Princípios de filtração:
Atração Eletrostática
Intercepção Direta
Difusão Browniana
Fibra do
Meio Filtrante
Impactação Inercial
Intercepção Geométrica
(Peneiração)
Fibra do
Meio Filtrante
Fibra do
Meio Filtrante
Fibra do
Meio Filtrante
Obliteração/Obstrução
d2 g A efet . p
Q
32 L
d4 g p d4 p
Q 0,24
128 L L
Onde: Q: Vazão
d: diâmetro do capilar (diâmetro do poro)
g: constante da gravidade
Aefet.: área efetiva do capilar (área efetiva do poro)
p: pressão diferencial
L: longitude do capilar (espessura do meio filtrante)
: viscosidade absoluta do fluido
Esta equação mostra o grande efeito que tem a mudança do diâmetro do capilar
sobre a pressão diferencial, se todos os outros parâmetros são mantidos constantes. Por
exemplo, se reduzimos o diâmetro do capilar em 8 vezes, a pressão diferencial deverá ser
aumentada em mais de 4000 vezes, para manter a vazão.
Ap KA p
QK Q
L L
Onde: Q: Vazão
K: fator de permeabilidade característico do meio poroso
A. : área frontal do meio poroso
p : pressão diferencial
L : espessura do meio poroso
: viscosidade absoluta do fluido
8
Múltiplos
7
da perda
de 6
pressão 5
com filtro 4
limpo 3
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Volume Filtrado
Geralmente este problema não é detectado até algum tempo depois de que as
bebidas saíram para os depósitos de distribuição, e a necessidade de medidas corretivas
na produção pode ser mascarada e não ser aparente durante algum tempo. Assim sendo,
diversos lotes de produção, e as vezes por longos períodos de tempo, podem apresentar
problemas de turbidez nas prateleiras de comercialização.
Devemos esclarecer que na maioria dos casos, esta turbidez não afeta em nada a
qualidade degustativa do produto, porem o problema é estritamente “estético” e de
aceitação pelo consumidor final.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 78/149
Uma bebida afetada por bactérias, ou leveduras, pode apresentar turbidez após
pouco tempo, e desenvolver a “turbidez biológica”. Este tipo de turbidez pode ser evitada
pela utilização de técnicas assépticas de processamento, pasteurização ou estabilização
microbiológica através da filtração, e em alguns casos pela adição de estabilizantes,
conservantes, bacteriostáticos ou bactericidas.
A turbidez pode ser produzida por compostos e resíduos de reações químicas não
controladas, devido a presença de contaminantes nas matérias primas ou pelo contacto
com materiais inadequados. Estas reações geram colóides que terão uma evolução até
aparecerem na forma visível de turbidez ou sedimentos precipitados. Dependendo da sua
composição química os colóides podem ser inorgânicos ou orgânicos:
Uma vez que o crescimento de organismos gera anídrido carbônico, isto resulta
no aumento da pressão num vasilhame fechado. Um aumento rápido diário da turbidez é
um forte indicador da presença de organismos vivos. Pela coloração é possível distinguir
as células vivas das mortas.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 81/149
Tratamentos Tratamentos
de Remoção de Remoção
Proteínas Polifenóis
Tratamento Tratamento
para para
Turbidez pelo frio Turbidez Turbidez Turbidez permanente
100.000.000
Dextroses
Tamanho calculado
e dextranos
nativos
10.000.000 Peso molecular
de corte de
membranas de UF
1.000.000
Proteínas
polisacarídeos
biopolímeros
100.000
Coloides de
10.000
Bebidas fermentadas
Tamanho de sacarídeo típico
Ácidos
orgânicos Enzimas
Peso 1000 Taninos
Molecular
Açúcares
MW 100
Água
Mono e di-sacarídeos
Dalton
10
1
0,1 1 10 100 1000
nm
0,0001 0,001 0,01 0,1 1
m
RO (HF) NF UF MF
Precipitações
Separadores
Partículas
Sedimentáveis (Decantadores,
100 m Centrífugas)
Proteínas
Coaguladas
Fungos
10 m Leveduras
Meios
Dispersões
Bactérias Filtrantes
1 m
(Microfiltração)
o
Vírus
1000 A
Polifenóis
o
Proteínas
100 A Coloides Ultrafiltração
Polisaccarídeos
Nanofiltração
o
10 A Aminoácidos
Substâncias
Íons Solúveis Hiperfiltração
RO
o Átomos
1A
Figura 2- Tamanho das partículas
Opalescência Refleção/Turbidez
Intensidade da luz
Dispersa
e
Refletida
0,4-0,5 m
Tamanho da Partícula
Opalescência Refleção/Turbidez
Figura 3- Dispersão e reflexão de turbidez máximas em dispersões coloidais e grossas com diversos
tamanhos de partículas
4
Turbidez
relativa
3
0,01 0,1 1 10
Tamanho das partículas, micra
Gráfico 5- Relação entre a turbidez e o tamanho das partículas
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 87/149
Turva 400
300
Velada 4
3,5 250
3
200
Debilmente 2,5
velada
150
2
Límpida 1,5
100
1
Brilhante
50
Mercado: 0,3 - 0,6 0,5
0 0
Apreciação visual
da Cerveja EBC ASBC
FTU
1 EBC = 69 ASBC
Figura 4- Escala de níveis de turbidez
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 88/149
50 a 70% de proteínas;
20 a 40% de polifenóis;
2 a 12% de polisacarídeos (glicose, pentose, arabinose e xilose).
Metais presentes: Alumínio, bário, cálcio, cromo, cobre, ferro, chumbo, magnésio,
manganês, molibdênio, níquel, fósforo, silício, prata, estrôncio, estanho, vanádio e zinco.
4.5.2 Microrganismos:
Kloeckera
Aeróbica. Desenvolvimento lento na cerveja,
Lactobacilli
formando turbidez e gosto ruim (acidificação por
(hetéreoláctico)
Bactérias Lácticas 0,5 - 1,5 diacebyl), semelhante à manteiga rançosa.
Formação de ácido láctico, ácido fórmico e ácido
acético.
Pediococcus Os mesmos problemas dos Lactobacilli, somado
(homoláctico) 0,8 - 1,0 à provabiliadde de formação de turbidez viscosa.
Estágio Microrganismos
Maceração Bactérias lácticas resistentes ao calor;
enterobactéria
Mosto resfriado Enterobactéria, Hafnia Protea
Primeira Fermentação Enterobactéria, Hafnia Protea; bactérias
acéticas, Lactobacillus, Pediococcus
Última Fermentação Bactérias acéticas, Lactobacillus,
Pediococcus
Pós-Fermentação, Bactérias acéticas, Lactobacillus,
Maturação, Armazenagem, Pediococcus; Zymomonas, Pectinatus,
Enchimento Megaspharea
Tabela 8- Microrganismos nas diferentes etapas de elaboração da cerveja
4.5.3 Sais:
Após a filtração com diatomácea, o seu vazamento e derrame, fazem com que as
partículas de diatomita passem a ser causadoras de turbidez.
Até a presente data, a melhor maneira de estabilizar a cerveja é uma boa filtração
após da armazenagem a frio. Durante o processo de filtração é importante manter a
cerveja a baixa temperatura, e desta maneira promover a turbidez de frio (chill haze) e
fazer ela flocular, e assim possa ser facilmente removida por filtros relativamente grossos
e que não poderiam fazê-lo a temperatura ambiente.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 93/149
6
Turbidez
EBC
5
0
-5 0 5 10 15 20
Temperatura, oC
Para alcançar uma vida de prateleira aceitável, a cerveja deverá ser estabilizada
para evitar a formação de turbidez, seja por estabilização físico/química ou microbiológica.
Cada vez com mais freqüência é empregada uma combinação dos dois
tratamentos, PVPP e gele de sílica juntos antes da filtração com Kieselgur.
Efeito na Cerveja
Material Tipo Proteínas Polifenóis Oxidação Retenção
Espuma
Papaína Enzima + -
Ácido tânico Adsorvente + + - -
Clarificador Adsorvente + +
"Isinglass"
Clarificadores Adsorvente +
Auxiliares
Bentonita Adsorvente + -
Gele de sílica Adsorvente +
Nylon Adsorvente + -
PVPP Adsorvente +
Carvão ativado Adsorvente + +
Dióxido de enxofre Aditivo +
Ácido ascórbico Aditivo +
Glicose oxidasse Enzima +
Propileno Aditivo +
glicolalginato
Tabela 9- Efeitos: (+) positivo e (-) negativo, em termos de estabilidade, despejo ou propriedades
organolépticas do produto.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 95/149
O nível de contaminação com leveduras pode ser muito variável dependendo das
suas características de “floculação”. Geralmente é admitido que um valor crítico é entre 5
até 6x106 células por mililitro, sendo que este nível requer um tratamento prévio à
filtração.
Por exemplo, é possível levar este nível para 1x106 células/ml por meio da
centrifugação. Na cerveja, as leveduras são relativamente grandes, com diâmetros entre 5
e 7 m, e densidade de 1,074.
6. Filtração da cerveja:
Filtração Primária
10
5 Filtração de Polimento
Tamanho dos (Microfiltração) 05
contaminantes 3 Leveduras Sedimentos
m 2
10
Filtração Ultrafina 30
1,0
0,65 50
0,45
60 Bactéria
70 Turbidez
0,2
90
0,1
Finos Graus Grossos
- Precipitados
cristalinos Maior Filtrabilidade
- Fibras
- Aux. filtrantes
Tamanho Poder Colmatante:
Desprezível
- Microrganísmos
(Leveduras, bactérias)
- Bio-polímeros
Poder Colmatante:
Médio - Substáncias
coloidais
(Proteínas, polissacarídeos,
bio-polímeros, gomas,
beta-glucanas etc.)
Poder Colmatante:
_ Forte
A filtração por aluvião contínuo (dosagem de menos de 100 g/hl) ou filtração com
terras diatomáceas é sem dúvida alguma, a filtração mais divulgada; porém é a mais
diferentemente praticada.
Podemos admitir, sem medo de errar por muito, de que quase 100% das cervejas
do mundo todo são clarificadas por este método.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 98/149
Do ciclo anterior
Processo de filtração
Água
Fluidos sanitizantes Remoção da lama molhada e lavagem do filtro
Torta de contaminantes
e terra de dosagem (body feed)
(simples ou
composta por até
3 graus de terras,
e gel de sílica como
estabilizante opcional)
Pré-capa (precoat)
de 1 ou 2 camadas
(compostas de
diferentes graus de
terra e celulose)
Suporte Permeável
(geralmente tela metálica)
3,2
Celite 535 13
Filtrado: Cerveja
Permeabilidade
com água 2,8
Darcy
2,4
Tamanho
médio dos
poros na
Celite 503 2,0 10
torta
m
1,6
Celite 501 9
0,8
Celite 512 5
0,4
Standard Super-Cel 3,5
Celite 577
2,5
Filter Cel
0
20 40 60 80 100 120
Turbidez ASBC (FTU)
0,5 1 1,5
Turbidez EBC
Gráfico 10- Relação entre a dosagem de diatomácea com os sólidos de turbidez em função do tempo do
ciclo de filtração
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 100/149
12
0
0,5 0,6 0,8 1 1,3 1,6 2 2,5 3,2 4 5 6,4 8 10
Faixas de tamanhos de partículas -m
Ref.: K. J. Burrell e R. J. R. Reed
Gráfico 11- Perfil típico do espectro de distribuição de tamanhos de partículas de uma cerveja filtrada com
diatomácea
A utilização de filtros com terras diatomáceas, para remoção da maior parte das
células resultantes do processo de fermentação, ou de PVPP (polivinil-polipirolidona) para
remoção dos polifenóis promotores da turbidez, é praticamente padrão na indústria
cervejeira. Como resultado nos princípios nos quais estão baseados os filtros de “pré-
capa”, apresentam problemas de “vazamentos” e “derrames” temporários dos auxiliares
filtrantes no produto por eles filtrado. Estes vazamentos e derrames tém a sua origem nas
“quebras”, “rachaduras”, e “canalizações” das camadas de auxiliar filtrante, através das
quais ocorre o by-pass, causados por turbulências, vibrações e erosão.
O vazamento não está composto somente pelo auxiliar filtrante, nele aparecem os
materiais que foram previamente retidos sobre a camada, assim como também os
materiais que chegam ao filtro junto com a cerveja.
Os meios de suporte das terras tem poros entre 50 e 100 m. Estes meios de
suporte tem o objetivo que seu nome indica, suportar o auxiliar filtrante, e não o de “filtrar”.
Para evitar que estes vazamentos e derrames, que podem afetar a qualidade e
turbidez da cerveja, geralmente são instalados filtros de segurança (“trap-filters” ou
“guard-filters”), com a finalidade de remover de maneira confiável e consistente o material
contaminante originado por estes vazamentos, imediatamente após os filtros de pré-capa.
100
90
80
Porcentagem
de partículas 70
menores que o
tamanho
especificado 60 Celite 535
Em peso Std. Super-Cel
% 50 Hyflo Super-Cel
535
40 Em quantidade Std.
Hyflo
30
20
10
0
1 3 5 10 100 1000
Tamanho das partículas, m
40
35
Unidades de 30
Pasteurização 25
PU
20
15
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
Leveduras por mililitro
Gráfico 13- Relação do número de leveduras por unidades de pasteurização
A microfiltração pode ser feita com dois tipos gerais de meios filtrantes:
Número de
Organismos
por ml
20 Leveduras
Total de Outras
Bactérias
Bactérias Lácticas
10
Total de Outras
Bactérias
Bactérias Lácticas
Leveduras
0
Entrada 30S 70S Saída
Gráfico 14- Avaliação de filtração em dois estágios com ZETA-PLUS 30 e 70S em série
A filtração de cerveja com filtros de membrana pode ser classificada como o ponto
máximo escalado pela filtração ultrafina.
Cada vez mais cervejarias, grandes e pequenas, estão filtrando a sua cerveja
com membrana como filtro final eliminando com isto a pasteurização e os seus problemas
correlatos, produzindo um produto com sabor e aroma naturais. A filtração com
membranas produz cerveja microbiologicamente estável e com longa vida de prateleira.
0
0 300 600 900 1200 1500
Volume de cerveja filtrada - hectolitros
A palavra "membrana" deriva do latim e quer dizer pele fina. O termo "filtro" deriva
do latim "feltrum" e significa feltro. Assim sendo, desde o ponto de vista etimológico, a
membrana se diferencia do filtro na sua estrutura: a membrana aparentemente deverá ter
uma estrutura pelicular enquanto que o filtro supõe-se estar representado por fibras
sobrepostas.
4 mm
~250 m
Quantidade
n
Quantidade
n
Ø dos poros
m
Ø dos poros
m
2
Grau do Filtro Organismo de desafio Remoção CFU/cm Organismos no Efluente
de meio
ZETA-PLUS série S
05 NA NA
10 NA NA
8
30 Saccharomyces 4,4 x 10 0
Cerevisiae
8
50 Saccharomyces 5,8 x 10 0
Cerevisiae
8
60 Saccharomyces 6,0 x 10 0
Cerevisiae
8
60 Leuconostoc oenos 5,5 x 10 0
8
60 Pseudomonas diminuta 9,7 x 10 0
8
70 Saccharomyces 6,0 x 10 0
Cerevisiae
8
70 Leuconostoc oenos 5,5 x 10 0
8
90 Leuconostoc oenos 7,2 x 10 0
9
90 Pseudomonas diminuta 1,3 x 10 0
Os meios filtrantes ZETA-PLUS não podem ser submetidos a testes não destrutivos de integridade.
BevASSURE
6
045 Leuconostoc oenos 1,0 x 10 0
5
045 Saccharomyces 1,0 x 10 0
Cerevisiae
6
065 Leuconostoc oenos 1,0 x 10 0
5
065 Saccharomyces 1,0 x 10 0
Cerevisiae
As membranas BevASSURE, o limite de desafio está determinado pela quantidade de organismos que
ocupam toda a superfície bloqueando a passagem do fluido
Tabela 11- testes de desafio dos meios filtrantes CUNO:ZETA-PLUS e BevASSURE
Esquema
Para poder estender a vida útil em serviço dos meios filtrantes e fornecer o menor
custo operacional possível à cervejaria, estes em conjunto com os fabricantes de filtros
desenvolveram protocolos para os melhores métodos de "regeneração" ou
"rejuvenescimento" dos meios filtrantes.
Não deve ser feita "retrolavagem", a circulação de água quente deverá ser no
mesmo sentido do processo de filtração.
1,2
p
bar
1,0
0,8
0,6
70
0,4
50
0,2
0
0 5 10 20 30 40 50 60
Tempo acumulado de operação - horas
Instalação dos
Cartuchos
Sanitização
o
(Água quente 80-90 C)
Enxágüe
(com água fria)
Filtração da
Ciclo diário Ciclo de troca
Cerveja dos cartuchos
Enxágüe
(com água fria)
Regeneração
(Água 50-60o C)
Enxágüe
(com água fria)
n
Vol1 A1
Vol2 A 2
sendo que 1 n 2
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 113/149
10
9
8
n=2
7
6
Volume Área dos
Filtrado 5 resultados Cerevejas
(Vida práticos n = 1,4 -1,5
Útil) 4
n=1
2
1,5
1
1 1,5 2 3 4
Aumento da Área - (Vezes)
Para a cerveja, o valor experimental de n está entre 1,45 e 1,48, isto quer dizer
que se para uma mesma área filtrante é duplicada a vazão, o volume filtrado ficará
reduzido entre 2,73 e 2,79 vezes.
1.000
60S
500
200
2
2 3 4 5 6 8 10 20 30 40 50 60 100 lpm/m
2
1/8 1/6 1/4 1/2 1 GPM/ft
2
1 2 4 6 8 10 12 15 18 21 24 30 36 60 hl/h.m
Gráfico 18- Volume filtrado idealizado em função da vazão específica para diversos meios filtrantes ZETA-
PLUS série S
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 114/149
h) Placa de Topo, com as aberturas rosqueadas para a fixação das velas. Tal
placa representa, no filtro, a linha divisória para cerveja bruta não filtrada (= parte
inferior do reservatório) e o espaço do filtrado (= parte superior da placa de topo
do reservatório).
Os discos ainda bons poderão servir como peças de reposição para outras velas.
b) O produto filtrante, em sua passagem através das frestas das velas, não mais
se aglutina no canal de saída do filtrado;
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 117/149
Quantidade do Material 300 a 700 g/m² + ca. 10 ca. 80:20 ca 800 g/m²
Filtrante g/m²
3 a 5 minutos
Duração da Dosagem 3 a 5 minutos
ca. 20 minutos
Recirculação para ca. 15 minutos
estabilização da camada
filtrante ca. 1,5 vezes a capacidade
ca. 1,5 vezes a de filtração do filtro
Velocidade do fluxo capacidade de filtração
do filtro ca. 1,5 a 2,5 mm
A referida água poderá ser, em parte, recuperada num tanque intermediário para
tal fim, pois os filtros tipo reservatório, trabalham geralmente com grandes volumes de
água e, portanto, compensam uma operação de reaproveitamento.
14.2.4 Filtração:
Apresentando a cerveja inicial filtrada um teor de extrato acima de ca. 3,0% Plato,
é o fluxo direcionado para o Tanque de Pressão de cerveja filtrada, com correção de uma
carbonatação adicional, se necessária e, uma dosagem contínua de Terra Infusória.
Em seguida, o reservatório é cheio com "água dosada com ar", de baixo para
cima. Dessa forma, o reservatório é submetido a uma operação de "gargarejo" ou,
simplesmente, de um borbulhamento.
Sistemas mais modernos, como por ex., o "Filtro-Jet", da firma Filtrox, injetam
água diretamente no interior das velas por um processo integrado de bicos injetores de
alta pressão. Nesse caso, o gasto de água se reduz em 60 a 70%.
14.2.8 Esterilização:
Utiliza-se:
Com uma filtração com placas filtrantes (conforme o grau de limpidez desejado),
podem ser obtidas cervejas, seguramente, isentas de leveduras e partículas coloidais.
Não deverá ser tentado entretanto resolver os problemas biológicos graves de uma
cervejaria a longo prazo, com o emprego de apenas uma filtração por placas.
Paralelamente ao alto grau de limpidez que este tipo de filtração oferece, também
é possível obter, uma estabilização da cerveja; como por exemplo, através da inclusão do
PVPP nas placas.
a) Espessura da placa;
b) Elaboração;
c) Modo;
d) Quantidade do material empregado;
e) Grau de finura.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 123/149
Após essa mistura ter sido transportada sobre uma peneira, forma-se uma massa
pastosa de propriedades ativas de filtração que ainda deve ser secada.
Por conseguinte, podem ser absorvidas, por m2 de área filtrante de uma placa,
com uma espessura de 4,5 mm, a quantidade de 3 a 4 litros de substâncias provocadoras
de turvação.
Quanto mais fina ( = maior limpidez) deve ser uma filtração, tanto mais finos,
granulometricamente, serão as matérias empregadas na confecção das placas para tal
fim. Desse fato resulta uma nova "carga alveolar"que, embora quantitativamente maior,
será menor em tamanho, ou seja, o espaço oco será mais estreito.
Tal diferencial é tanto menor quanto maior deverá ser o polimento desejado.
Deverá ser observado que o lado mais liso da placa filtrante (= compactada por
polímeros e estampada, constituindo o lado de saída do filtrado), precisa ficar sempre
apoiado sobre a placa de filtro do produto filtrado.
Defeitos nas placas de filtro, como por exemplo, pequenas rupturas ou fissuras
sobre a superfície de sustentação para os placas filtrantes, poderão provocar idênticas
fissuras nessas últimas.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 126/149
Tais juntas ficam, com o tempo de uso, frágeis e/ou quebradiças e, deverão ser,
portanto, substituídas conforme seu estado de conservação.
O grau de limpidez dessas placas filtrantes é algo menor do que aquele obtido por
placas filtrantes para a remoção microrgânica. A remoção das partículas é considerada
bastante ampla e completa.
São placas filtrantes para uma filtração com um grau de limpidez menos rigoroso,
que têm por função reter, em especial, as células de levedura e partículas mais grosseiras
passadas através de uma filtração preliminar (Terra Infusória, leveduras, partículas de
trub).
Segue um enxágüe com água fria e/ou água quente, com o objetivo de remover
eventuais componentes solúveis e eliminar o gosto de papel ou Terra Infusória,
característico das placas filtrantes.
Para estar seguro de que a água atinja a totalidade da superfície das placas
filtrantes, deverá o enxágüe ser procedido com uma pequena contrapressão de ca. 0,5
bar.
Uma esterilização final com vapor (em contracorrente ao fluxo da filtração) ou com
água quente (em direção do fluxo da filtração), assegurará a necessária isenção
microrgânica.
b) O filtro poderá ser gaseificado com CO2, por alguns minutos e mantida a
contrapressão então formada. O resfriamento do filtro se processa, então, sob
uma atmosfera de CO2.
01-02-73-Filtração da Cerveja Página: 129/149
Placas filtrantes novas formam comumente uma fraca contrapressão, ca. de 0,1
bar.
A pressão de entrada eleva-se até alcançar um P máx. de ca. 1,0 a 2,0 bar,
significando que a pressão de entrada aumenta para ca. de 2,0 a 3,0 bar. A filtração,
nesse ponto, deve ser interrompida.
a) Do valor do pH;
b) Da temperatura.
Numa posterior filtração, sem que seja feita uma operação de esterilização
suficiente e rigorosa, os microrganismos serão deslocados para o filtro por certo.
Nas cervejarias, é dada preferência para uma esterilização por água quente. O
motivo de tal operação é que não devemos alterar as substâncias de trub presentes pela
ação do calor (= proteínas), mas sim, dissolvê-las.
O filtro ainda quente, após o término do último enxágüe, deverá ser aquecido para
90 - 95C, com utilização de água quente em circulação.
Observação:
Como as cervejas com alta estabilidade coloidal devem passar pelo menos por
um processo de filtração com 2 estágios de clarificação, foram planejadas combinações
de filtros convenientes. Na prática, encontram-se em uso, filtros a 2 ou 3 estágios.
Justificativas: Conseqüências:
1) Fácil manipulação;
2) Sem problemas de limpeza e esterilização.
O referido filtro serve como substituição aos usuais "Filtros de Placas Filtrantes",
possuindo um pacote de filtro com outra composição de membranas, ou seja, com
porosidades mais finas.
Para uma instalação com uma capacidade para 40 hl/h, são consignados ciclos
de duração de filtração de 3.000 a 15.000 hl por pacote de filtro, ou seja, ca. de 250 horas
até substituição total dos cartuchos.
Vantagens:
Tais filtros trabalham basicamente iguais aos filtros de placa, com as operações
de formação da 1a. e 2a. pré-camadas e etapa de filtração com dosagem contínua e,
dessa forma, não apresentam novidade quanto à melhoria do efeito de clarificação e
limpidez. Entretanto, caracterizam-se por apresentarem maior capacidade de filtração e
algumas vantagens como:
a) Racionalidade operacional;
b) Facilidade de limpeza;
c) Boa adaptibilidade de automatização;
d) Melhor aproveitamento da área de ocupação.
Uma boa e segura filtração poderá ser conseguida somente com um elemento de
filtro perfeito e estável.
Para atingir sua capacidade de filtração, foram introduzidos, neste tipo de filtro,
uma série de modificações construtivas nos "elementos de filtro".
A placa de sustentação inferior foi reforçada por elementos perfilados e dado a ela
um formato levemente cônico, favorecendo um escoamento favorável através dos canais-
guias formados. Com tal medida obteve-se uma total remoção do volume residual, da
água de limpeza e assegurou-se a eliminação total da Terra Infusória centrifugada para o
fundo do reservatório e bastante seca.
A primeira tela b), de textura mais grossa, aposta diretamente sobre a placa de
sustentação e perfis.
A segunda tela c), de textura mais fina, sobre a tela de apoio mais grossa.
A essa altura, o filtro está preparado para o procedimento da formação das pré-
camadas do meio filtrante.
Asseguram-se assim,
22.2.2.4 Filtração:
Com uma abertura de malhas das peneiras de ca. 55, qualquer sedimento
provoca substancial estreitamento e em conseqüência, resultados contraproducentes,
com formação de indesejáveis "ilhas" e queda do efeito de clarificação e rendimentos
almejados.
Uma limpeza geral deverá ser procedida semanalmente, em média, após 5 ciclos
de filtração.
Recalque da soda: