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Resumo
O objetivo deste trabalho é auxiliar o planejamento da produção de madeira serrada
de uma indústria do setor madeireiro de médio porte, utilizando a pesquisa operacional
como uma ferramenta de tomada de decisão, para desenvolver um modelo de produção
que minimize os custos da produção até um nível ótimo e atenda a demanda desta
empresa. Foram obtidos dados sobre a capacidade de produção da empresa,
capacidade de produção com horas extras, estoque máximo, custos que cada um gera
para a produção e demanda. Esses dados foram utilizados para desenvolver um modelo
de programação linear que visa a minimização dos custos da produção. Para obter a
solução ótima deste modelo, foi utilizado o software Lindo. Após avaliar os resultados
obtidos pelo programa, foi desenvolvido um modelo de produção para que a empresa
consiga produzir com custo mínimo e atender a demanda no prazo exigido.
Palavras-chaves: Pesquisa operacional, Modelagem, Indústria madeireira.
1. Introdução
O setor madeireiro correspondeu a aproximadamente 1,1% do PIB nacional no ano de
2015, equivalente a R$59 bilhões. Dentro deste setor, a indústria de madeira serrada
vem se destacando cada vez mais entre os produtores de madeira sólida. Segundo Perez
e Bacha (2006), “a indústria de madeira serrada é a que mais se destaca entre os
produtores de derivados sólidos de madeira, juntamente com a indústria de painéis à
base de madeira”.
A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)
afirma que a demanda de madeira serrada vem aumentando a cada ano, e estima que a
demanda somente do gênero Eucalyptus, no Brasil, deve passar de 1,5 milhões de
metros cúbicos, em 2000, para cerca de 7 milhões de metros cúbicos, em 2020.
Devido a esse aumento significativo da demanda de madeira serrada, as indústrias deste
ramo acabam não conseguindo produzir de forma que atendam a mesma, e muitas vezes
acabam produzindo de forma desordenada e sem planejamento, fazendo assim com que
os custos de sua produção sejam elevados.
Tarante (2010) afirma que “os custos de um produto, salvo matéria-prima, estão
completamente ligados ao operacional, que para previsão e minimização do custo, a
essência, provém de um bom planejamento”. As decisões tomadas no processo de
planejamento da produção influenciam diretamente no sucesso e insucesso de uma
empresa. Peinaldo e Graeml (2007) ainda afirmam que planejar faz com que as decisões
sejam tomadas de acordo com fatos e dados, pois se as mesmas forem tomadas através
de suposições, farão com que o risco de insucesso na produção seja alto. Sendo assim é
Disciplina Pesquisa Operacional 1, Abaetetuba, Maio-Junho de 2016.
Slack (2002), afirma que um mal planejamento pode fazer com que ocorram falhas no
processo de produção, como a falta de produtos, não atendendo a demanda, ou excesso
produtos, resultando em um estoque, gerando custo por aluguel, manutenção,
deterioração, entre outros.
3.2 Pesquisa Operacional
Não é de hoje que a pesquisa operacional vem sendo utilizada como ferramenta
administrativa para tomada de decisões. Segundo Andrade (2009), “a expressão
pesquisa operacional foi utilizada pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial,
quando equipes de pesquisadores procuraram desenvolver métodos para resolver
determinados problemas de operações militares”.
Tarante (2010) afirma que a pesquisa operacional vem sendo aplicada em diversos
segmentos, geralmente em problemas de natureza tática e algumas vezes em problemas
de natureza estratégica.
Para Texeira (2011), “a pesquisa operacional é uma disciplina científica que se estende
por praticamente todos os domínios da atividade humana”, caracterizando-a como uma
ferramenta multidisciplinar.
Andrade (2009) afirma que um estudo de pesquisa operacional consiste, em construir
um modelo de um sistema real existente como meio de analisar e compreender o
comportamento das necessidades de determinada situação, com o objetivo de fazer com
que o sistema alcance o desempenho desejado. O sistema pode existir realmente ou estar
em planejamento o objetivo é sempre identificar a melhor estrutura do futuro modelo.
Segundo Andrade (2009), desde que surgiu a ferramenta de análise de decisão,
caracterizou-se pelo uso de técnicas e métodos científicos qualitativos por equipes
interdisciplinares, no âmbito de determinar a melhor utilização de recursos limitados
para programação otimizada das operações de uma empresa.
3.3 Programação linear
A programação linear é um conceito matemático que busca analisar os recursos de
produção para que seja possível maximizar o lucro e minimizar o custo. (CORDEIRO,
2009).
Segundo Colin (2011), é uma das técnicas mais eficiente, importante e muito utilizada
por indústrias petrolíferas e de aviação, que enxergam a programação linear como uma
condição fundamental para a lucratividade.
A programação linear visa determinar o valor ótimo de uma determinada função linear,
a partir de um conjunto de restrições. Um modelo matemático de programação linear é
composto por uma função objetivo e restrições técnicas que são representadas por um
grupo de equações e inequações lineares. (FROSSARD, 2009).
Segundo Frossard (2009), “a programação linear juntamente com as técnicas de
pesquisa operacional, permite identificar o resultado ótimo, considerando todas as
restrições impostas no modelo adotado”.
3.4 Modelagem Matemática
Colin (2011) define modelagem matemática como “uma representação simplificada do
comportamento da realidade expressa na forma de equações matemáticas que serve para
simular a realidade”.
Disciplina Pesquisa Operacional 1, Abaetetuba, Maio-Junho de 2016.
Dias Demanda
1º dia 42 m³
2º dia 62 m³
3º dia 48 m³
4º dia 45 m³
5º dia 46 m³
6º dia 68 m³
7º dia 38 m³
8º dia 70 m³
9º dia 46 m³
10º dia 55 m³
Tabela 2: Demanda de produção.
Restrições
Disciplina Pesquisa Operacional 1, Abaetetuba, Maio-Junho de 2016.
Através dos dados de capacidade produtiva, estoque máximo e demanda, foi possível
chegar as devidas restrições:
a) Restrições em relação a demanda
X 1+Y 1−I 1=42
X 2+Y 2+ I 1−I 2=62
X 3+Y 3+ I 2−I 3=¿48
X 4+Y 4 + I 3−I 4=45
X 5+Y 5+ I 4−I 5=¿ 46
X 6+Y 6+ I 5−I 6=¿ 68
X 7+Y 7+ I 6−I 7=38
X 8+Y 8+ I 7−I 8=¿ 70
X 9+Y 9+ I 8−I 9=46
X 10+Y 10+ I 9−I 10=55
3º dia 50 m³ 48 m³ 2 m³
4º dia 50 m³ 45 m³ 7 m³
5º dia 50 m³ 46 m³ 11 m³
6º dia 57 m³ 68 m³
7º dia 50 m³ 38 m³ 12 m³
8º dia 58 m³ 70 m³
9º dia 50 m³ 46 m³ 4 m³
10º dia 51 m³ 55 m³
Tabela 4: Estoque mínimo gerado pela produção diária para atender a demanda.
Conforme pode-se analisar na tabela 4, a produção gera estoque de 8 m³, 2 m³, 7 m³, 11
m³, 12 m³ e 4 m³ de Massaranduba serrada, nos dias 1, 3, 4, 5, 7 e 9, respectivamente.
Levando em consideração os custos apresentados na tabela 1, é possível calcular os
custos deste modelo de produção conforme mostra a tabela a seguir:
Na tabela 5, pode analisar o custo total da produção e o custo da produção diária, sendo
que os dias 8, 6 e 2 são os dias com maior custo deste modelo de produção.