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TRATAMENTO DAS
COMPLICAÇÕES
EM IMPLANTODONTIA
Coordenadores:
Jamil Awad Shibli
Sérgio Jorge Jayme
Márcio de Carvalho Formiga
Vittorio Moraschini
Leonardo Perez Faverani
DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DAS
COMPLICAÇÕES
EM IMPLANTODONTIA
Coordenadores:
Jamil Awad Shibli | Sérgio Jorge Jayme | Márcio de Carvalho Formiga |
Vittorio Moraschini | Leonardo Perez Faverani
1a edição
São Paulo
2023
ISBN 978-85-64761-27-8
Editora
VM Cultural
Copyright © 2023 VM Cultural
Coordenadores
Jamil Awad Shibli
Sérgio Jorge Jayme
Márcio de Carvalho Formiga
Vittorio Moraschini
Leonardo Perez Faverani
Projeto gráfico
Miriam Ribalta
VM Cultural
Rua Rua Maria Figueiredo, 595
04002-003 – São Paulo – SP – Brasil
Tel.: (11) 2168-3400
Todos os direitos são reservados à VM Cultural.
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Formato: HTML
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Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-64761-27-8
1. Implantes dentários - Congressos. 2. Odontologia. 1. Shibli, Jamil Awad. li. Jayme, Sérgio
Jorge. Ili. Formiga, Márcio de Carvalho. IV. Moraschini, Vittorio. V. Faverani, Leonardo Perez. VI.
Título.
CDD 617.693
Este livro marca um marco transcendental, sendo o primeiro trabalho conjunto entre
duas instituições destacadas: a Federação Internacional de Implantologia Oral (FIIO) e
a Academia Brasileira de Osseointegração (Abross). A FIIO tem como principal objetivo
compartilhar conhecimentos e promover avanços no campo da Implantodontia,
enquanto a colaboração com a Abross destaca a importância e a valiosa contribuição
das sociedades, colégios e associações científicas latino-americanas para esta disciplina.
A relevância deste livro reside no seu foco centrado nas complicações em Implantodontia,
um tema de vital importância clínica. A compilação de conhecimentos e experiências
nesse campo, provenientes de renomados especialistas em Implantodontia de todo o
mundo, garante uma abordagem abrangente e atualizada para lidar com os desafios
enfrentados pelos profissionais em sua prática diária.
Este libro marca un hito trascendental, ya que es el primer trabajo en conjunto entre dos
destacadas instituciones: la Federación Internacional de Implantología Oral (FIIO) y la
Academia Brasileña de Osteointegración (Abross). La FIIO tiene como principal objetivo
compartir conocimientos y promover avances en el campo de la implantología oral, mientras
que la colaboración con la Abross resalta la importancia y el valioso aporte de las sociedades,
colegios y asociaciones científicas latinoamericanas a esta disciplina.
La relevancia de este libro radica en su enfoque centrado en las complicaciones en
implantología oral, un tema de vital importancia clínica. La recopilación de conocimientos
y experiencias en este campo, provenientes de reconocidos expertos en implantología oral
de todo el mundo, garantiza un enfoque integral y actualizado para abordar los desafíos que
los profesionales enfrentan en su práctica diaria.
Este trabajo conjunto, respaldado por la FIIO y la Abross, es un testimonio del compromiso
de ambas instituciones para promover la excelencia en la implantología oral y compartir
conocimientos con la comunidad odontológica. Confiamos en que este libro se convertirá en
una referencia invaluable para los profesionales de la implantología oral en Latinoamérica
y en todo el mundo, y contribuirá al crecimiento y desarrollo continuo de esta disciplina en
beneficio de los pacientes y la salud bucal en general.
VITTORIO MORASCHINI
Especialista em Periodontia e CTBMF; Mestre e doutor
em Clínica Odontológica – UFF; Pós-doutorado em
Periodontia – UFF/Faperj; Professor adjunto de Cirurgia
Oral – UFF.
7 Diagnóstico
7 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
AUTORES
Abbes E Fayad Bajaire Eduardo Dallazen
Odontólogo – Colegio Odontológico Colombiano 1982 Doutorando em Odontologia, área de concentração em
Implantología – Universidad Militar Nueva Granada CTBMF – FOA/Unesp.
Fundación Centro de Investigación y Estudios Odonto-
lógicos CIEO Asociación Odontológica Colombiana de Fabiano Capato de Brito
Implantes 1994. Especialista e mestre em Implantodontia – SLMandic;
Doutor em Odontologia – Unicamp.
Alberto Blay
Mestre em Laser – Ipen; Especialista em Implantodontia Flávio Xavier de Almeida
– Unisa. Doutor em Implantodontia – UNG; Mestre em
Implantodontia e especialista em Prótese – SLMandic;
Alexandra Tavares Dias Especialista em Periodontia – Unesp/APCD Araraquara;
Especialista em Periodontia – Ocex; Mestra em Clínica Professor da pós-graduação em Implantodontia – ABO-
Odontológica – UFF; Doutora em Periodontia – Uerj. ES; Professor da graduação – Multivix.
10 Diagnóstico
10 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
APRESENTAÇÃO
O livro “Diagnóstico e tratamento das complicações em Implantodontia”
conta com seis capítulos que abordam objetivamente o diagnóstico e trata-
mento da maioria das complicações em Implantodontia presentes no fluxo
clínico da rotina diária. A temática das complicações, nem sempre bem-vinda,
tem sido rechaçada por alguns que desconhecem ou recusam o acontecimento
desses eventos, que muitas vezes podem culminar com a perda não só do
implante, mas também de todo o processo alveolar.
A obra aborda as condições sistêmicas e locais, complicações pré, trans
e pós-operatórias, assim como problemas técnicos com as restaurações
implantossuportadas. Os capítulos 1, 2 e 3 compreendem a base para a
prevenção de problemas durante o planejamento, tais como problemas sistê-
micos, anestésicos e hipersensibilidade aos materiais implantáveis, além de
considerações farmacológicas e propedêuticas sobre medicamentos e suas
interações com os procedimentos cirúrgicos. Os impactos dos fatores locais
e sistêmicos foram contemplados nessa obra, visando preparar e advertir o
especialista sobre suas consequências diretas e indiretas com os procedi-
mentos relacionados a todo o itinerário cirúrgico-protético.
O capítulo 4 aborda três pontos importantes relacionados à restauração
implantossuportada, como fratura, soltura e quebra de componentes e
1
1.1) Fatores locais e sistêmicos relacionados 5.1) Complicações nos tempos de
às complicações implantação
Claudia Regina Joaquim, Ronaldo Iurovschi, Jamil Eduardo Dallazen, Olavo Alcalde Panigal, Jamil A.
A. Shibli Shibli, Leonardo Perez Faverani
16 77
5.2.2) Peri-implantite
Complicações associadas aos Tarcio Hiroshi Ishimine Skiba, Belen Retamal-
anestésicos Valdez, Jamil A. Shibli, Márcio de Carvalho
2
Formiga
Stefany Barbosa, Jamil A. Shibli, Leonardo Perez
Faverani 94
3
Leonardo Alan Delanora, Jamil A. Shibli, Leonardo 100
Perez Faverani
52 5.2.4) Posicionamento 3D incorreto do
implante
Eduardo Cekaunaskas Kalil, Márcio de Carvalho
Formiga
Complicações técnicas
106
4
4.1) Complicações relacionadas às próteses
implantossuportadas (fratura/perda das
restaurações implantossuportadas) 5.2.5) Trauma aos dentes adjacentes à
inserção dos implantes
Mariana Elias Queiroz, Jamil A. Shibli, Leonardo
Perez Faverani Flavio Xavier, Nidia Castro dos Santos, Márcio de
Carvalho Formiga
58
112
4.2) Próteses mal adaptadas e/ou fraturadas
5.2.6) Complicações tardias: implante
Marcelo Melo, Jamil A. Shibli, João G. Souza, zigomático
Márcio de Carvalho Formiga
Rafael Shinoske Siroma, Sidney Eiji Watinaga,
68 Leonardo Perez Faverani, Sérgio J. Jayme, Jamil A.
Shibli, Márcio de Carvalho Formiga
4.3) Fraturas e deformidades do conector do 116
implante
6
Renata Mairink, Márcio de Carvalho Formiga, Complicações biológicas
Claudia Regina Joaquim
6.1) Complicações de tecidos moles
73
6.1.1) Complicações de enxertos de tecidos
moles ao redor de implantes
Khalila Cotrim, Andrea Son, Jamil A. Shibli, Luciene
C. Figueiredo, Márcio de Carvalho Formiga
123
13 Diagnóstico e tratamento das complicações em Implantodontia
6.1.2) Complicações transoperatórias de fenestração 6.5) Fraturas mandibulares causadas por implantes
de tecidos moles Tiburtino José de Lima Neto, Eduardo Dallazen, Stéfany
Jonathan Meza Maurício, Rodrigo Andrés Kaiser Cifuentes, Barbosa, Sérgio J. Jayme, Jamil A. Shibli, Leonardo Perez
Percy Vilca Yalta, Márcio de Carvalho Formiga Faverani
127 186
DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Especialista em Estomatologia pela APCD/SP; Mestre em Periodontia pela Universidade de Guarulhos/SP; Doutoranda em Periodontia
pela Universidade de Guarulhos/SP.
2
Especialista em CTBMF e doutor em Periodontia – UNG; Mestre em Implantodontia; Coordenador de Cirurgia da Graduação e da
Especialização em Implantodontia – USJT.
3
Doutor, mestre e especialista – FOAr-Unesp; Professor do programa de Pós-graduação em Odontologia, áreas de Implantodontia
e Periodontia – UNG; Livre-docente pelo Depto. de CTBMF, e Periodontia – Forp-USP.
16 Diagnóstico
16 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Joaquim CR • Iurovschi R • Shibli JA
CONCLUSÃO
Referências
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ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
1
Médico especialista em Anestesiologia – SBA; Mestre e doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Implantodontia – Ciodonto; Mestra em Implantodontia e doutoranda em Implantodontia – Universidade de Guarulhos.
3
Especialista em Periodontia e em Odontologia Legal – ABO/Anápolis; Mestre em Clínica Odontológica – Universidade Federal de
Goiás; Doutorando em Periodontia – Universidade de Guarulhos.
4
Especialista em Implantodontia – APCD São José dos Campos; Mestre em Periodontia – SLMandic; Doutorando em Implantodontia
– Universidade de Guarulhos.
5
Mestre e doutor em Odontologia, área de concentração Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica – FOP/Unicamp; Pós-doutor
em Microbiologia Oral – ICB/USP; Professor de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica – FOP/Unicamp.
19 Diagnóstico
19 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA APLICADA À IMPLANTODONTIA
*O controle químico do biofilme dental por meio de bochechos com digluconato de clorexidina 0,12% é indicado a cada 12 horas, meia hora após
a escovação com dentifrícios fluoretados, até a remoção da sutura.
são passíveis de serem acometidos por tem protocolos mais previsíveis quando
processos infecciosos crônicos nos seus comparada à peri-implantite, evidente-
tecidos circundantes, diante de uma mente por não se ter uma perda óssea
agregação/acúmulo de biofilme em associada. Sendo assim, o controle da
pacientes suscetíveis. A mucosite peri- mucosite é possível caso o paciente realize
-implantar foi definida como uma infecção bons métodos de higienização, seguindo
dos tecidos superficiais dos implantes, em as devidas orientações do profissional em
que não há envolvimento do tecido ósseo, relação à técnica adequada de escovação,
caracterizada por uma alteração de cor bem como a remoção de biofilme nos
no tecido (eritema), edema, supuração e espaços interproximais. Para isso, algumas
sangramento à sondagem17. Ressalta-se condições biológicas na região peri-
que a sondagem peri-implantar se -implantar podem ser favoráveis, como
distingue da sondagem periodontal em a presença de altura e espessura mínima
função da ausência de fibras da inserção da mucosa queratinizada19. Além disso,
conjuntiva e de uma maior ligação epitelial geralmente, há necessidade de um debri-
nos implantes, o que oferece menor damento mecânico profissional depois que
resistência durante o exame, podendo a mucosite peri-implantar já está instalada,
desencadear sangramento por trauma ao com o objetivo de remover o cálculo e o
realizá-lo. Sendo assim, o clínico deve ter biofilme por meio de raspagem manual
conhecimento sobre o uso e manuseio das com curetas convencionais, curetas de
sondas periodontais, inclusive a pressão titânio, fibra de carbono e teflon, ou uso de
necessária de inserção nos tecidos (aproxi- instrumentos ultrassônicos com pontas de
madamente 0,25 Ncm). aço revestidas por poliéter20.
A partir do instante em que se tem uma Em relação aos antimicrobianos,
progressão da inflamação da mucosa peri- quando indicados para o tratamento da
-implantar para o osso subjacente, com mucosite peri-implantar, as prescrições
uma perda progressiva detectada principal- têm como objeto a potencialização dos
mente em exames por imagens rotineiros resultados da terapia mecânica, de modo
(radiografia periapical, tomografias compu- a diminuir a possibilidade de uma nova
tadorizadas) e por uma profundidade colonização bacteriana, sendo que eles
de sondagem maior do que 6 mm com podem ser administrados localmente por
sangramento, estamos diante de uma meio de bochechos com digluconato de
peri-implantite18. Do ponto de vista do clorexidina 0,12% ou irrigação subgen-
tratamento, a mucosite peri-implantar gival, ou sistemicamente, com protocolos
distintos e ainda incertos na literatura20.
25 Diagnóstico e tratamento das complicações em Implantodontia
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA APLICADA À IMPLANTODONTIA
MEDICAMENTOS SISTÊMICOS:
MEDICAMENTOS TÓPICOS:
Referências
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COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
AOS ANESTÉSICOS
Stefany Barbosa1
Jamil A. Shibli2
Leonardo Perez Faverani3
DEFINIÇÃO
Apesar de ser considerada uma forma segura e eficaz de promover analgesia e conforto
ao paciente, o uso dos sais anestésicos no consultório odontológico não é isento de
riscos. Essas complicações podem ser definidas como provenientes da técnica anestésica
e/ou do sal anestésico, para a execução de algum procedimento odontológico, podendo
ser locais e sistêmicas. As complicações locais são frequentemente relatadas, enquanto
que as manifestações sistêmicas são menos comuns, porém podem levar a situações
de emergência no consultório odontológico.
COMPLICAÇÕES LOCAIS
1
Doutoranda em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
3
Professor assistente doutor nas disciplinas de CTBMF, e Implantodontia – FOA/Unesp.
40 Diagnóstico
40 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Barbosa S • Shibli JA • Faverani LP
A B
Figuras 3 – A. Fragmento de agulha perdido no espaço pterigomandibular durante complementação anestésica na região
do nervo alveolar inferior, em que a agulha se encontrava enfraquecida pelo seu uso repetido. B. Fragmento removido
imediatamente após sua quebra. O cirurgião percebeu rapidamente a ocorrência da complicação e conseguiu impedir
que o fragmento ficasse totalmente entremeado aos tecidos moles.
Terapêutica: l e s õ e s n e c r ó t i c a s Parestesia
ocasionadas por injeção inadequada de Definição: embora a ocorrência
anestésico local em palato duro tendem de parestesia esteja principalmente
a cicatrizar em um período de oito a relacionada a traumas diretos no nervo
dez dias, e sua intervenção cirúrgica é durante o procedimento cirúrgico, a
rara e ocorre somente em casos de não injeção de solução anestésica também
resolução espontânea. O tratamento tem pode ocasionar o prolongamento da
como objetivo reduzir a sintomatologia sensação de anestesia. Acredita-se que
dolorosa com uso de analgésicos via oral esses casos ocorram quando há um
e aplicação de medicamentos tópicos contato direto da agulha com o nervo
com ação analgésica, anti-inflamatória e durante uma técnica de bloqueio regional,
antisséptica. Bochechos com digluconato especialmente quando a injeção é feita
de clorexidina 0,12% podem ser instituídos exatamente na localização do forâmen,
para auxiliar na prevenção de infecções. É pressão aumentada durante a adminis-
necessário acalmar o paciente e orientá-lo tração, como por exemplo em uma
quanto à resolução espontânea da lesão9. situação de hemorragia nas proximidades
A terapia fotodinâmica com laser de baixa da bainha do nervo, ou ainda com a injeção
potência pode auxiliar na redução da dor e acidental de substância neurotóxica.
acelerar o reparo tecidual e recobrimento Soluções utilizadas para desinfecção dos
da área exposta pela necrose3. tubetes anestésicos, especialmente o
álcool, podem penetrar no tubete e ser
Prevenção: para prevenir a ocorrência infiltradas acidentalmente, atuando como
de necrose tecidual decorrente de anestesia uma substância neurotóxica10.
em palato duro, recomenda-se evitar
anestésicos com doses elevadas de agente Diagnóstico: quando a sensação de
vasoconstritor, especialmente a adrenalina anestesia persiste por um período de
em uma proporção de 1:50.00010. Além três a quatro horas após sua injeção e as
disso, o cirurgião deve ter pleno conheci- chances de ter ocorrido algum trauma
mento da região anatômica e das técnicas direto ao nervo durante a cirurgia são
anestésicas a serem realizadas. mínimas, deve-se suspeitar de parestesia
ocasionada durante a administração da
solução anestésica. A sintomatologia pode
variar, de permanência total do efeito da
anestesia, ardência até formigamento.
A B
Referências
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2019;144(3):783-95.
DEFINIÇÃO
1
Mestre e doutorando em Odontologia, área de concentração CTBMF – FOA/Unesp.
2
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
3
Professor associado nas disciplinas de CTBMF, e Implantodontia – FOA/Unesp.
52 Diagnóstico
52 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Delanora LA • Shibli JA • Faverani LP
A B
A B
A B C
CONCLUSÃO
Referências
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4.1 COMPLICAÇÕES
RELACIONADAS ÀS PRÓTESES
IMPLANTOSSUPORTADAS
(FRATURA/PERDA
DAS RESTAURAÇÕES
IMPLANTOSSUPORTADAS)
Mariana Elias Queiroz1
Jamil A. Shibli2
Leonardo Perez Faverani3
DEFINIÇÃO
1
Doutorando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
3
Professor associado nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
58 Diagnóstico
58 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Queiroz ME • Shibli JA • Faverani LP
A B
C D
Figuras 1 – A. Vista frontal da fratura dos elementos 21 e 22 da prótese total implantossuportada superior.
B. Vista oclusal da prótese com os elementos fraturados e desgaste oclusal dos elementos posteriores.
C. Prótese removida para substituição. D. Vista frontal da nova prótese instalada.
Figura 2 – Fratura da
infraestrutura metálica de
prótese implantossuportada
total inferior entre os implantes
mais distais do terceiro
quadrante, devido à extensão
excessiva do cantiléver.
Figura 3 – Radiografia
panorâmica demonstrando
posicionamento desfavorável
do implante em relação
à coroa protética, que
ocasionou a fratura do
parafuso da prótese.
Figura 4 –
Comparação
entre o parafuso
fraturado e um
parafuso similar
do mesmo
sistema. Figura 5 – Fratura do
parafuso protético
devido ao braço
de alavanca mesial
desfavorável pelo mal
posicionamento do
implante.
A B
Figuras 6 – A. Implante removido por meio de trefina com tecido ósseo interposto
entre as roscas, evidenciando sua osseointegração. B. Implante seccionado com o pilar
fraturado, sem a presença do parafuso correspondente.
Referências
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67 Diagnóstico
67 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
e Implantodontia
PRÓTESES MAL ADAPTADAS E/OU FRATURADAS
DEFINIÇÃO
As reabilitações com implantes dentários tem sido uma das melhores alternativas para
sanar as necessidades manifestadas pela ausência do elemento dentário e promover a
reposição da qualidade de vida ao indivíduo. Atualmente, o uso dos implantes possibilita
uma grande gama de possibilidades em relação às restaurações protéticas, como prótese
protocolo fixa, overdenture, restaurações múltiplas e unitárias, possibilitando também a
carga imediata ou tardia, dependendo da estabilidade primária refletida no constante
melhoramento da macro e microgeometria dos implantes1-2.
Entretanto, ainda se tem como desafio os comportamentos biológico e mecânico aos
quais o implante e a prótese são submetidos na cavidade bucal, desde o acúmulo do
biofilme até as forças mastigatórias exercidas pelo indivíduo, além do material utilizado
na reabilitação protética e sua extensão (coroas unitárias, múltiplas ou prótese tipo PF-III,
também conhecida como protocolo). Diante deste exposto, complicações podem incidir
sobre todo o tratamento por meio da falta de adaptação das próteses e componentes
protéticos, o que pode levar a uma sobrecarga mecânica (forças oclusais e laterais)
expressa na falha da prótese ou até mesmo da ancoragem do implante, comprometendo
assim a sua osseointegração3.
1
Mestre em Odontologia, área de concentração em Implantodontia – UnG; Doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
3
Professor do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de Periodontia e Implantodontia – UNG.
4
Especialista em Periodontia – Profis; Especialista em Implantodontia – ABCD, Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária – SLMandic;
Doutor em Periodontia – UNG; Professor da Especialização em Implantodontia - Unisul/Pedra Branca.
68 Diagnóstico
68 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Melo M • Shibli JA • Souza JG • Formiga MC
Figura 4 – Prótese fixa tipo protocolo com elemento dental fraturado e com evidências de outros
elementos já terem sofrido o mesmo.
CONCLUSÃO
Referências
1. Ferrari DS, Piattelli A, Iezzi G, Faveri M, Rodrigues JA, Shibli JA. Effect of lateral 7. Vetromilla BM, Brondani LP, Pereira-Cenci T, Bergoli CD. Influence of different
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Mestra em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Periodontia – Profis; Especialista em Implantodontia – ABCD, Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária – SLMandic;
Doutor em Implantodontia – UNG.
3
Especialista em Estomatologia – APCD, São Paulo; Mestra em Periodontia e doutoranda em Periodontia – UNG.
73 Diagnóstico
73 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
FRATURAS E DEFORMIDADES DO CONECTOR DO IMPLANTE
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Doutorando em Odontologia, área de concentração CTBMF – FOA/Unesp.
2
Mestrando em Odontologia, área de concentração CTBMF – FOA/Unesp.
3
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Professor associado nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia em nível graduação e pós-graduação na Faculdade de Odontologia
de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista – Unesp.
77 Diagnóstico
77 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Dallazen E • Panigal OA • Shibli JA • Faverani LP
A B
C D
A B C
Figuras 2 – A. Radiografia periapical sugerindo perda óssea vertical acentuada ao redor dos
implantes na região dos dentes 12 e 13. B. Reconstrução panorâmica da tomografia de feixe
cônico sugerindo reabsorção acentuada ao redor dos implantes na região dos dentes 12 e 13.
C. Corte parassagital revelando perda óssea vertical importante no aspecto vestibulopalatino
do implante na região do dente 13. D. Aspecto transcirúrgico dos implantes na região dos
dentes 12 e 13, com sobrevida comprometida devido à reabsorção óssea vertical acentuada.
intervenção, visto que esses locais têm sinalizar a fratura do implante, tais como:
maior incidência de bactérias anaeróbias, inflamação na região do implante, sangra-
podendo estar associado a quadros de mento durante a sondagem, afrouxa-
infecção e peri-implantite. Vale ressaltar mento do parafuso protético e trincas
que a peri-implantite é causada prima- visíveis (Figura 3). São relatados diversos
riamente pela sobrecarga do implante, fatores que podem contribuir para que
porém, a partir da perda óssea originada ocorra esse tipo de fratura, como defeitos
pelo estresse, bactérias anaeróbias se na fabricação do implante, localização do
tornam os principais promotores da perda implante, excesso de carga oclusal, má
óssea ao redor dos implantes6. relação entre o número de implantes e
A fratura do implante é uma compli- extensão da prótese implantossuportada,
cação que normalmente ocorre em um implantes de diâmetro reduzido e tempo de
tempo de implantação mais tardio, que utilização, o qual parece ser o fator-chave
também levará à perda do mesmo. A para o surgimento de fraturas. Outro ponto
ocorrência deste tipo de falha é rara, com importante é o assentamento passivo das
incidência menor do que 1%. Durante próteses. Quando não há passividade no
o exame clínico, alguns sinais podem assentamento, essas podem gerar estresse
Figura 3 – Imagem intrabucal oclusal evidenciando fraturas no implante 27, após a remoção de
prótese ferulizada sobre os implantes 26 e 27, para a substituição da mesma durante o tratamento
reabilitador. (Imagem gentilmente cedida pelo Dr. Heitor Cosenza)
que podem comprometer a qualidade do evita grande parte dos possíveis acidentes
reparo peri-implantar (Figuras 4)9. e complicações em procedimentos cirúr-
A relação comprimento e diâmetro gicos. Para a Implantodontia, não seria
representam características que também diferente: a avaliação pré-operatória da
levam à perda precoce dos implantes. quantidade e qualidade óssea é funda-
Ao que tudo indica, quanto menor e mental para prevenir insucessos.
mais estreito for o implante, maiores são Regiões com densidade e quantidade
as ocorrências de falha. Entretanto, os óssea deficitária estão diretamente ligadas
limites anatômicos, particularidades do à menor ancoragem dos implantes (estabi-
leito receptor e o tipo de prótese que lidade primária). A ausência de estabi-
será instalada devem ser considerados lidade primária durante o transoperatório
durante o planejamento, pois estes fatores (torque menor do que 20 Ncm) resulta em
também influenciam no desfecho do trata- um período de cicatrização prolongado,
mento12-13. Um planejamento criterioso sendo essencial evitar sobrecarga sobre
A B
C D
Figuras 4 – A. Curetagem do tecido mole formado ao redor do implante. B. Exodontia da raiz residual do
dente 15 e debridamento cuidadoso do osso remanescente. C. Instalação de implante de conexão interna
cônica de superfície rugosa nas dimensões 4,3 mm x 11,5 mm. D. Raiz residual com lesão periapical e
coroa protética com núcleo metálico fundido, com proporção coroa/raiz desfavorável, implante hexágono
externo junto com o cicatrizador removidos e tecido mole curetado enviado para análise histopatológica.
Referências
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Cir Buccal 2019;24(4):e518-28.
DEFINIÇÃO
1
Mestre em Implantodontia, especialista em Implantodontia e Periodontia, e coordenador do curso de especialização em
Implantodontia - Unigranrio.
2
Doutor em Odontologia – UFF; Mestre em Implantodontia – Unigranrio; Especialista em Periodontia e Implantodontia – Unesa;
Professor dos cursos de especialização em Implantodontia – UFF e Unigranrio.
3
Especialista em Periodontia e CTBMF; Mestre e doutor em Clinica Odontológica – UFF; Pós-doutorado em Periodontia - UFF/Faperj;
Professor Adjunto de Cirurgia Oral – UFF.
86 Diagnóstico
86 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
IMPLANTES IMEDIATOS MAL POSICIONADOS
Figura 10 – Guia cirúrgico posicionado. Fresagem da região pelo sistema de cirurgia guiada NGS
(Neodent).
Figura 11 – Instalação do implante Grand Morse Acqua (Neodent). Seleção do munhão a ser instalado
(Universal Grand Morse, Neodent).
Figura 15 – Nova coroa cerâmica cimentada. Aspecto Figura 16 – Aspecto do elemento 21 logo após
imediato. cimentação da nova coroa cerâmica.
Figura 17 – Visão intraoral da nova coroa do 21 e o aspecto da mucosa peri-implantar, evidenciando o aumento e a
melhora do fenótipo.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Especialista e mestre em Implantodontia – SLMandic; Doutor em Implantodontia – UNG.
2
Doutora em Periodontia- UNG; Professores do Programa de pós-graduação em Odontologia, area de concentracão Periodontia da UNG
3
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Especialista em Periodontia – Profis/Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
94 Diagnóstico
94 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
PERI-IMPLANTITE
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
Figura 1 – Raio X panorâmico mostrando severa perda óssea peri-implantar na região anterior da maxila.
Figura 2 – Vista oclusal da região anterior superior, com implantes já expostos e aspecto
de inflamação nos tecidos moles peri-implantares.
Figura 4 – Vista vestibular mostrando o severo defeito remanescente após a remoção dos
implantes e do tecido inflamatório.
Figura 8 – Vista oclusal dos novos implantes instalados, concomitantemente à enxertia óssea para
ganho em volume.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Especialista em Estomatologia – APCD; Mestre e doutoranda em Periodontia – UNG.
2
Especialista em Prótese Dentária – Unigranrio; Especialista em Implantodontia – ABO; Mestre em Implantodontia – SLMandic; Doutor
em Implantodontia – Universidade de Guarulhos/SP.
3
Professor associado nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia em nível graduação e pós- graduação na Faculdade de Odontologia
de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista – Unesp.
4
Professor Titular do programa de Pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia – UNG.
5
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
100 Diagnóstico
100 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CIRÚRGICO-PROTÉTICO
sobre biomecânica, visto que o sistema tratamento deve ser o mais criterioso
prótese/implante não deve sofrer tensões possível porque, dependendo do grau de
excessivas, tanto nos eixos axiais quanto complexidade do caso, todas as variáveis
oblíquos, o que resultaria no insucesso do devem ser consideradas. A avaliação do
tratamento2. grau de invasividade do procedimento
As principais complicações protéticas para o planejamento cirúrgico depende
são passíveis de ocorrer em implantes das condições do paciente. A morbidade
unitários ou múltiplos, usando próteses da cirurgia, os riscos e as intercorrências
fixas ou removíveis, e poderiam envolver devem ser criteriosamente analisados e
perda ou fratura do parafuso protético ou explicados ao paciente4-5.
do abutment, fratura do corpo do implante, O anseio, a expectativa e a possibilidade
torque insuficiente em implantes que financeira do paciente devem ser consi-
serão carregados imediatamente e falta de derados durante a anamnese e plano de
estabilidade primária, entre outras3. tratamento, estes estarão intimamente
relacionados com os bons resultados do
OPÇÕES TERAPÊUTICAS tratamento aos olhos do paciente, não
devendo subestimar nenhum destes. A
Embora existam aspectos inerentes ao apresentação de todas as possibilidades
procedimento cirúrgico, a inter-relação de tratamento utilizando-se das tecno-
entre esta etapa e a confecção da prótese logias digitais de planejamento diminuem
consiste em um fator fundamental para significativamente as frustrações (Figuras 1
o sucesso da reabilitação. O plano de a 10)6-7.
Figura 6 – Vista oclusal com o planejamento virtual dos implantes no lado esquerdo.
Figura 7 – Vista oclusal com o planejamento virtual do implante no lado direito da maxila.
Figura 10 –
Planejamento digital
do posicionamento
3D dos implantes,
feito com o arquivo
DICOM da tomografia
computadorizada feita
pelo paciente, com o
guia em posição.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial – SOESP; Mestre e Doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
106 Diagnóstico
106 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
POSICIONAMENTO 3D INCORRETO DO IMPLANTE
Figura 1 – Imagem de dois implantes mostrando Figura 3 – Após a remoção da coroa do 12, é possível
adequada posição vestibulopalatina do 11, porém com a notar uma inclinação exagerada do implante no sentido
posição do 21 bastante palatinizada. palatino-vestibular.
Figura 2 – Vista vestibular de uma coroa sobre implante Figura 4 – Após a remoção da coroa do 12, é possível
no 12 com comprimento maior que os dentes adjacentes. notar melhor o mal posicionamento do implante no
sentido apical.
A B
Figura 10 – Vista vestibular da prótese fixa cimentada sobre os implantes, com perfil de
emergência inadequado para higienização.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Mestre e doutor em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Periodontia-APCD; Mestre em Microbiologia e Imunologia-UNESP; Doutora em Periodontia-UNESP; Pós-Doutorado em
Periodontia-UnG; Professora do Programa de Pós Graduaçào em Odontologia-UnG; Professora da specialização em Periodontia-SENAC;
Professora Adjunta- Forsyth Institute
3
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
112 Diagnóstico
112 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
TRAUMA AOS DENTES ADJACENTES À INSERÇÃO DOS IMPLANTES
Figura 1 – Implante do
45 mal posicionado,
comprometendo o
ápice do elemento 44.
Figura 2 – Implante
do 14 com ápice em
contato com o ápice do
elemento 13 que, por
conta da proximidade,
também acabou
por levar à remoção
do implante e do
elemento dentário.
Referências
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DEFINIÇÃO
1
Mestre em Implantodontia e doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Doutor e mestre em Odontologia (Implantodontia) – UNG; Especialista em Implantodontia e Periodontia – APCD; Professor da
Pós-graduação em Implantodontia – SLMandic, Fundecto-USP, Unip e UCAM, Murcia - Espanha.
3
Professor associado nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia em nível graduação e pós- graduação na Faculdade de Odontologia
de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista – Unesp.
4
Especialista em Prótese Dentária – Unisa; Especialista em Implantodontia – Unicastelo; Doutor em Reabilitação Oral – Forp/USP.
5
Professor Titular do programa de Pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia – UNG.
6
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
116 Diagnóstico
116 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
COMPLICAÇÕES TARDIAS: IMPLANTE ZIGOMÁTICO
Figura 5 – Defeito
proveniente da
falha do implante
zigomático do lado
esquerdo.
Figura 7 – Raio X panorâmico 12 meses após a remoção do implante zigomático e nova reabilitação sobre implantes
finalizada, mostrando aparente normalidade do tecido ósseo na região.
CONCLUSÃO
Referências
1. Brånemark PI, Gröndahl K, Ohrnell LO, Nilsson P, Petruson B, Svensson B et 6. Bedrossian E, Bedrossian EA. Prevention and the management of complica-
al. Zygoma fixture in the management of advanced atrophy of the maxilla: tions using the zygoma implant: a review and clinical experiences. Int J Oral
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2004;38(2):70-85. 7. Moraschini V, de Queiroz TR, Sartoretto SC, de Almeida DCF, Calasans-Maia
2. Aparicio C, Manresa C, Francisco K, Claros P, Alández J, González-Martín O MD, Louro RS. Survival and complications of zygomatic implants compared
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Oral Maxillofac Implants 2019;34(2):461-70. pective longitudinal cohort study. Clin Oral Implants Res 2022;33(4):405-12.
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DEFINIÇÃO
1
Mestra em Implantodontia e doutoranda em Implantodontia – Universidade de Guarulhos.
2
Mestra em Implantodontia e doutoranda em Implantodontia – Universidade de Guarulhos.
3
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Professora titular e coordenadora do programa de pós-graduação em Odontologia – UNG.
5
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
123 Diagnóstico
123 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Cotrim K • Son A • Shibli JA • Figueiredo LC • Formiga MC
Figura 1 – Ausência de faixa adequada de mucosa Figura 2 – Presença de faixa adequada de mucosa
ceratinizada ao redor do implante do 42. ceratinizada ao redor do implante do 42, 12 meses
após enxerto de tecido conjuntivo proveniente da
tuberosidade maxilar.
Figura 3 – Região do 16 com total ausência de mucosa Figura 4 – Vista oclusal da região do 16 evidenciando a
ceratinizada devido ao fechamento primário do alvéolo falta de tecido ceratinizado.
pós-extração.
Figura 5 – Deslize apical do retalho pediculado sendo Figura 6 – Tecido ceratinizado do palato suturado
executado para levar ceratina do palato para a vestibular apicalmente ao cicatrizador para melhora do fenótipo
da futura coroa sobre implante. gengival.
Figura 7 – Tecido peri-implantar estável após nove anos Figura 8 – Remoção da coroa parafusada do 16,
de acompanhamento. evidenciando saúde peri-implantar.
Referências
1. Albrektsson T, Zarb G, Worthington P, Eriksson AR. The long-term efficacy of 8. Schwarz F, Ramanauskaite A. It is all about peri-implant tissue health. Perio-
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2. Papaspyridakos P, Chen CJ, Singh M, Weber HP, Gallucci GO. Success criteria shrinkage and donor-site healing in smokers and nonsmokers. J Perio-
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nized gingiva and the health status of the supporting tissues around dental 11. McLeod DE, Reyes E, Branch-Mays G. Treatment of multiple areas of gingival
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partially edentulous posterior mandible: 10-year results of a prospective 12. Buff LR, Burklin T, Eickholz P, Monting JS, Ratka-Kruger P. Does harvesting
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7. Giannobile WV, Jung RE, Schwarz F. Evidence-based knowledge on the observational study. Clin Oral Investig 2022;26(1):427-35.
aesthetics and maintenance of peri-implant soft tissues: Osteology 14. Vallecillo C, Toledano-Osorio M, Vallecillo-Rivas M, Toledano M, Rodriguez-
Foundation consensus report part 1 – effects of soft tissue augmentation -Archilla A, Osorio R. Collagen matrix vs. autogenous connective tissue
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6.1.2 COMPLICAÇÕES
TRANSOPERATÓRIAS DE
FENESTRAÇÃO DE TECIDOS MOLES
Jonathan Meza Maurício1
Rodrigo Andrés Kaiser Cifuentes2
Percy Vilca Yalta3
Márcio de Carvalho Formiga4
DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Mestre e doutor em Periodontia – UNG; Professor de Periodontia – Universidad Cientifica del Sur Lima-Peru.
2
Especialista em Implantologia Buco Maxilo Facial-Universidade do Chile; Presidente da Federação Internacional de Implantologia Oral
3
Especialista em Implantologia Oral Integral- Universidade Peruana Cayetano Heredia; Mestre em Administração de Serviços de
Saúde-Universidade Nacional Federico Villareal; Presidente da Associação Peruana de Implantologia Oral Integral.
4
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
127 Diagnóstico
127 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Maurício JM • Cifuentes RAK • Yalta PV • Formiga MC
PLANO DE TRATAMENTO
Figura 1 – Situação inicial do elemento 21 com exodontia Figura 2 – Vista do elemento 21 após as manobras de
indicada. sindesmotomia.
Figura 3 – Vista do remanescente radicular do 21 sendo Figura 4 – Implante Ankylos instalado logo após a
extraído em conjunto com a lesão periapical. Notar que extração e curetagem do alvéolo.
neste momento houve dilaceração da gengiva na face
vestibular ao remover a lesão.
Figura 5 – Enxerto de tecido conjuntivo subepitelial Figura 6 – Enxerto de tecido conjuntivo sendo inserido
removido do palato. sob o rompimento da mucosa vestibular do elemento 21.
Figura 7 – Vista da região do elemento 21 já com o Figura 8 – Vista oclusal do enxerto acomodado sob o
enxerto de tecido conjuntivo suturado, para contornar rompimento da mucosa, permitindo a continuação dos
a complicação, e com o pilar standard instalado para procedimentos.
temporização imediata.
CONCLUSÃO
Referências
1. Esposito M, Maghaireh H, Grusovin MG, Ziounas I, Worthington HV. Soft tissue 6. Karwa SS, Shiggaon LB, Waghmare AS, Dhavan MA. A regenerative approach
management for dental implants: what are the most effective techniques? A using xenograft and PRF membrane in the management of muscosal fenes-
cochrane systematic review. Eur J Oral Implantol 2012;5(3):221-38. tration in posterior maxilla – a rare case report. J Indian Soc Periodontol
2. Zucchelli G, Tavelli L, Stefanini M, Barootchi S, Mazzotti C, Gori G et al. Classi- 2021;25(2):171-5.
fication of facial peri-implant soft tissue dehiscence/deficiencies at single 7. Tewari S, Dhiman M, Bhagavatheeswaran S, Thakur V, Tewari S. Management
implant sites in the esthetic zone. J Periodontol 2019;90(10):1116-24. of isolated labial mucosal fenestration by endodontic microsurgery along
3. Reddy AA, Kumar PA, Sailaja S, Chakravarthy Y, Chandra RV. Concomitant with platelet-rich fibrin and connective tissue graft: a series of four cases.
correction of a soft-tissue fenestration with keratinised tissue augmentation Clin Adv Periodontics 2022;12(3):194-203.
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4. Tavelli L, Barootchi S, Avila-Ortiz G, Urban IA, Giannobile WV, Wang HL. J Clin Diagn Res 2013;7(11):2649-50.
Peri-implant soft tissue phenotype modification and its impact on peri- 9. Andrade PF, Grisi MF, Marcaccini AM, Fernandes PG, Reino DM, Souza SL et al.
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5. Levine RA, Huynh-Ba G, Cochran DL. Soft tissue augmentation procedures matrix derivative. J Periodontol 2010;81(11):1572-9.
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2014;29(suppl.):155-85.
DEFINIÇÃO
As deiscências de sutura nas cirurgias relacionadas aos implantes dentários são compli-
cações comuns, muito relacionadas com cirurgias de aumentos ósseos. São facilmente
identificadas pelo rompimento parcial ou total da sutura, expondo o sítio cirúrgico,
podendo levar ao insucesso parcial ou total do caso, dependendo da situação1-2.
DIAGNÓSTICO
Na maioria das vezes, as deiscências de sutura são visíveis, sendo possível notar
exposição da ferida cirúrgica, seja tecido conjuntivo exposto, rebordo remanescente ou
os biomateriais utilizados para regeneração óssea. Apesar de não haver um consenso
quanto à qualidade ou quantidade da mucosa ceratinizada pré-existente e relacionada
com este tipo de complicação, já está estabelecido que um fator primordial para que
não ocorram deiscências é a obtenção de um retalho completamente livre de tensões
na hora da sutura e uma perfeita coaptação dos bordos da ferida cirúrgica3-4. Caso o
1
Doutor em Periodontia – UNG; Mestre em Prótese Dentária – SLMandic; Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em
Implantodontia – ABCD Florianópolis.
2
Mestra em Implantodontia e doutoranda em Implantodontia - UNG.
3
Mestra em Implantodontia e doutoranda em Implantodontia - UNG.
4
Professor titular do programa de pós-graduação em Implantodontia – UNG.
5
Cirurgião Buco-Maxilofacial-UIC; Chefe do serviço de Cirurgia Maxilofacial DIF, Naucalpan, Mexico.
131 Diagnóstico
131 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Formiga MC • Takakura LF • Nagasawa MA • Shibli JA • Garcia JP
Figura 3 – Sutura
feita com fio de
seda em pontos
simples.
Figura 4 –
Deiscência de
sutura sete dias
após a cirurgia
expondo tecido
ósseo, enxerto e
implantes.
Figura 5 –
Descamação dos
bordos da mucosa e
remoção com broca
esférica da camada
superficial do tecido
ósseo exposto.
Figura 6 – Nova
sutura feita com fio
vicryl 4.0.
Figura 7 – Sete dias após a nova sutura. Figura 8 – Aspecto após quatro meses.
Referências
1. Sadig W, Almas K. Risk factors and management of dehiscent wounds in 8. de Almeida JM, de Sá DP, Furquim EMA, Matheus HR. Modified one-stage
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and maxillofacial laceration and surgical incisions. J Maxillofac Oral Surg Implants 2020;35(4):721-30.
2019;18(1):131-8.
DEFINIÇÃO
A alta demanda estética e a busca pela saúde peri-implantar são pontos fundamentais
para a manutenção dos implantes ao longo do tempo. Quando se fala em estética,
o contorno e a cor dos tecidos moles devem estar em harmonia com os elementos
adjacentes1. O tecido queratinizado funciona como uma barreira física, e sua ausência
facilita que a inflamação migre neste tecido2. Isto também ocorre nas regiões peri-
-implantares, onde a mucosa serve como barreira contra microrganismos e acúmulo de
biofilme subgengival, que são prejudiciais para o sucesso dos implantes3.
A presença de mucosa queratinizada é essencial para a manutenção a longo prazo da
saúde peri-implantar4-7, proporcionando melhor condição de higiene oral pelo paciente
e mantendo a estabilidade do tecido ao longo do tempo5.
DIAGNÓSTICO
1
Especialista em Periodontia – Ocex; Mestre em Clínica Odontológica – UFF; Doutora em Periodontia – Uerj.
2
Doutor em Odontologia – UFF; Mestre em Implantodontia – Unigranrio; Especialista em Periodontia e Implantodontia – Unesa;
Professor dos cursos de Especialização em Implantodontia - UFF e Unigranrio.
3
Especialista em Periodontia e CTBMF; Mestre e doutor em Clinica Odontológica – UFF; Pós-doutorado em Periodontia - UFF/Faperj;
Professor Adjunto de Cirurgia Oral – UFF.
136 Diagnóstico
136 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
FAIXA DE MUCOSA QUERATINIZADA EM ÁREAS PERI-IMPLANTARES
Figura 1 – Vista oclusal inicial da ausência de volume da Figura 2 – Vista vestibular da ausência de tecido
mucosa ao redor do 14. ceratinizado ao redor do 14.
Figura 3 – Início da divisão do retalho com microlâmina Figura 4 – Início da tunelização da mucosa do 14.
na região do 14.
Figura 5 – Tunelizador dentro do retalho finalizando a Figura 6 – Remoção do enxerto de tecido conjuntivo do
divisão. palato com um bisturi de lâmina dupla.
Figura 13 – Vista
vestibular do pós-
operatório de 60 dias
do enxerto de tecido
conjuntivo na vestibular
do 14, mostrando
melhora no fenótipo da
mucosa.
CONCLUSÃO
Referências
1. Zucchelli G, Tavelli L, McGuire MK, Rasperini G, Feinberg SE, Wang HL et al. 11. Ravidà A, Arena C, Tattan M, Caponio VCA, Saleh MHA, Wang HL et al. The
Autogenous soft tissue grafting for periodontal and peri-implant plastic role of keratinized mucosa width as a risk factor for peri-implant disease: a
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3. Tavelli L, Barootchi S, Avila-Ortiz G, Urban IA, Giannobile WV, Wang HL. 13. Perussolo J, Matarazzo F, Dias DR, Oliveira RP, Araújo MG. The effect of
Peri-implant soft tissue phenotype modification and its impact on peri- brushing discomfort on peri-implant health in sites exhibiting inadequate
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7. Moraschini V, Guimarães HB, Cavalcante IC, Calasans-Maia MD. Clinical 16. Thoma DS, Naenni N, Figuero E, Hämmerle CHF, Schwarz F, Jung RE et al.
efficacy of xenogeneic collagen matrix in augmenting keratinized mucosa Effects of soft tissue augmentation procedures on peri-implant health
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10. Kennedy JE, Bird WC, Palcanis KG, Dorfman HS. A longitudinal evaluation of 18. Askin B, Berker E, Akincibay H, Uysal S, Erman B, Tezcan I. Necessity of kerati-
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Médico especialista em Anestesiologia – SBA; Mestre e doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Implantodontia – Ciodonto; Mestra e doutoranda em Implantodontia – UNG.
3
Professor do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de Dentística e Implantodontia – UNG.
4
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
141 Diagnóstico
141 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Vargas I • Bechara K • Rodrigues JA • Formiga MC
HEMATOMAS
Definição Diagnóstico
De forma independente ou associado a A presença de equimose (infiltrado de
edemas cirúrgicos, podem estar presentes sangue na superfície de tecidos) ou de
equimoses e hematomas7. Os dois sinais hematoma (coleção de sangue em um
estão associados ao extravasamento de espaço virtual, cavidade anatômica ou
sangue dos vasos sanguíneos (devido à ainda espaço criado cirurgicamente) pode
sua natureza fluida, flui livremente por ocorrer após cirurgias orais (Figuras 1 a 7).
descontinuidades de vasos danificados) e São mais frequentes em pacientes mais
são controlados pela hemostasia e coagu- idosos, pacientes hipertensos10, pacientes
lação exercidas por componentes celulares com fragilidade vascular ou em uso de
e proteínas do sangue, para se protegerem medicamentos que afetam a cascata da
contra perda excessiva de sangue. A hemos- coagulação1,5. A equimose, além de sua
tasia é basicamente o processo de manter o implicação estética, tem comportamento
sangue dentro do vaso sanguíneo danificado, semelhante ao edema. Já a formação
tenho como seu oposto a hemorragia. de hematoma cria um efeito massa que
Apesar de complicações imediatas comprime os tecidos adjacentes até que
na cirurgia de implante dentário serem a pressão interna da cavidade se iguale
infrequentes e normalmente autolimi- à pressão do vaso em questão, seja ele
tadas, existem complicações hemorrá- venoso ou arterial. Isto por si só é capaz
gicas graves descritas, principalmente no de causar isquemia e sofrimento tecidual.
assoalho de boca. Nesses casos, envolvem Soma-se a este efeito a liberação de
geralmente ramos das artérias sublin- citocinas que levarão ao aumento da
guais e submentonianas que irrigam a permeabilidade vascular e vasodilatação,
zona lingual da mandíbula e localizam- levando a um edema e maior pressão
-se próximos à lâmina cortical lingual, local10. Além disso, hematomas podem
que implica em um risco aumentado de conter volumes consideráveis, o que pode
sangramento se o osso cortical lingual comprometer pacientes ao causar uma
for danificado durante a perfuração ou anemia aguda. Ademais, funcionam como
colocação de implante, especialmente se um depósito de nutrientes propício para
implantes longos forem utilizados. O trata- o crescimento bacteriano, aumentando a
mento pode envolver a proteção das vias chance de infecções1,10.
aéreas, com controle do sangramento9.
Figura 1 – Aspecto inicial da região a ser operada. Figuras 2 – Implante removido com retriever.
Figura 3 – Retalho de espessura total executado para Figura 4 – Retalhos de espessura parcial executados
reconstrução óssea. na vestibular e lingual para facilitar o fechamento sem
tensão.
Figura 5 – Membrana de PTFE denso com reforço de Figura 6 – Região suturada com fio de PTFE denso.
titânio instalada, acomodando o enxerto com substituto
ósseo.
Opções terapêuticas
O primeiro passo na hemostasia lesão óssea, e a qualidade do coágulo
é a vasoconstrição imediata seguida sanguíneo (hematoma) orquestra os
pela formação do tampão plaquetário processos inflamatórios e celulares, bem
primário e finalizada com uma série como a formação de calo subsequente,
de reações enzimáticas denominadas influenciando no processo de remode-
“cascata de coagulação”, que culmina lação óssea11.
com a formação de fibrina que estabiliza A alteração do hematoma em fresagens
o tampão plaquetário para formar um ósseas pode acelerar ou prejudicar signi-
coágulo, sendo esse processo essencial ficativamente o processo geral de conso-
para a osteogênese envolvida na cicatri- lidação óssea. Por isso, é descrito que
zação óssea de biomateriais8. A coagu- a importância da fase inicial de cura do
lação do sangue na cicatrização do tecido hematoma confere ao design de bioma-
não apenas evita a perda de sangue, mas teriais avançados as propriedades regula-
também forma uma estrutura natural tórias desejadas para coagulação ideal e
para a reparação e regeneração do tecido. propriedades de hematoma, facilitando
Isto porque a formação do coágulo assim a osteogênese aprimorada e os
sanguíneo é a fase inicial e principal da efeitos terapêuticos ideais8.
CONCLUSÃO
Referências
1. Koehler LA, Blaes AH, Haddad TC, Hunter DW, Hirsch AT, Ludewig PM. 6. Tonetti MS, Schmid J. Pathogenesis of implant failures. Periodontol 2000
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2017;31(3):405-13. suppl.1):S15-s20.
DEFINIÇÃO
1
Professora associada das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
2
Mestre e doutorando da disciplina de Implantodontia – FOA/Unesp.
3
Mestra e doutoranda da disciplina de CTBMF – FOA/Unesp.
4
Mestranda da disciplina de CTBMF – FOA/Unesp.
5
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia (áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia) – UNG.
147 Diagnóstico
147 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Bassi APF • Bizelli VF • Baggio AMP • Delamura IF • Shibli JA
Figuras 1 – A. Tracionamento coronal do retalho para verificar passividade e mobilidade. B. Incisões no periósteo
(undermine). C. Mobilidade e passividade do retalho confirmadas. (Imagem gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Paulo Sérgio
Perri de Carvalho)
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
Uso de próteses removíveis nas áreas esse tipo de compressão. Quando essa
enxertadas situação não for possível, deve-se retirar
Uma das questões mais importantes a ser completamente as flanges das próteses
observada após a cirurgia de reconstrução parciais removíveis ou próteses totais,
é o tipo de prótese que será colocada sob deixando-as o mais distante possível da
a área enxertada e a sua adaptação, pois área reconstruída (Figuras 3 e 4). Outro
pressões/compressões dessa prótese sob ponto extremamente importante, além
os tecidos moles são fatores de alto risco do acompanhamento desse paciente no
para a exposição do enxerto. Dessa forma, pós-operatório, é orientá-lo de que, no
o ideal é, sempre que possível, utilizar mais leve sinal de incômodo dessa prótese,
uma prótese fixa sobre os dentes vizinhos o ideal é removê-la para que, junto ao seu
à área enxertada, pois assim evita-se cirurgião, seja reavaliada e readaptada8.
A B
C D
A B
Figuras 4 – A. Pós-operatório imediato após cirurgia de enxerto ósseo. B. Prótese provisória removível instalada no pós-
operatório imediato. Nota-se ausência de regiões isquêmicas.
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
A B C
A B C
Figuras 5 – A. Rebordo edêntulo anterior de maxila apresentando boa espessura e presença de tecido ósseo cortical e
medular. B. Rebordo edêntulo anterior de maxila apresentando pouca espessura com menor proporção de osso medular.
C. Rebordo edêntulo anterior de maxila atrófico, apresentando apenas a porção cortical. A, B e C demonstram os cortes
tomográficos representativos das imagens.
A B C
Figuras 6 – A. Início do processo de decorticalização com broca esférica diamantada. B. Perfuração do leito receptor com
broca esférica multilaminada. C. Leito receptor preparado para receber o material de enxertia.
A B
Figuras 7 – A. Enxerto ósseo autógeno particulado sendo manipulado para o procedimento de enxertia. B. Blocos de osso
autógeno completamente integrados ao leito receptor. (Imagem gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Paulo Sérgio Perri de
Carvalho)
A B
Figuras 8 – A. Notar a presença do gap entre o bloco ósseo que está sendo fixado e o leito receptor. B. Gaps preenchidos
com tecido ósseo autógeno particulado antes da fixação dos blocos, o que garante a completa ocupação dos espaços
vazios.
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
O que diferencia o osso autógeno dos para neoformação óssea. Quando esses
biomateriais é a capacidade deste em “espaços mortos” não são eliminados,
fornecer células viáveis e fatores de cresci- ao invés de ocorrer a neoformação
mento ao leito receptor. Esquecer disto óssea, ocorrerá a formação de um tecido
na sua utilização é como utilizar qualquer conjuntivo nessa interface1-2. Quando
biomaterial (homógeno, heterógeno ou a adaptação não é realizada, ocorre a
sintético) que terá somente a função formação de processos inflamatórios que
osteocondutora. Provavelmente não culminam na exposição do material de
inviabilizará o enxerto, mas deixará de reconstrução.
aproveitar o que o osso autógeno fornece
de melhor13. Portanto, quanto menor for OPÇÕES TERAPÊUTICAS
o período que o enxerto ficar extracor-
póreo, melhor deverá ser o desempenho Para que isso não ocorra, devem
do mesmo. ser realizados desgastes, tanto no leito
receptor como no enxerto, para permitir
Adaptação do enxerto ao leito uma boa adaptação. Nos casos em que os
receptor gaps são muito profundos, a associação
A justaposição do enxerto/biomaterial com enxertos particulados e/ou substi-
tem o objetivo de eliminar espaços mortos tutos ósseos se faz necessária para auxiliar
(gaps), favorecendo uma sólida interface nessa adaptação (Figuras 9 e 10)10. Caso
A B
Figuras 9 – A. Vista frontal da adaptação do bloco ósseo no leito receptor, garantindo uma íntima relação entre os tecidos
e ausência de gaps. B. Vista frontal dos blocos de enxerto ósseo heterógeno adaptado e fixado no leito receptor para
ganho horizontal.
A B
Figuras 10 – A. Aspecto intrabucal do enxerto ósseo em bloco no pós-operatório tardio. Nota-se exposição do bloco
e do parafuso de fixação. B. Blocos de osso autógeno integrado ao leito receptor e presença de muito tecido fibroso,
caracterizando falha do procedimento. (Imagem gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Paulo Sérgio Perri de Carvalho)
A B
A B
C D
A B
Sinusopatias NECROSES
Os pólipos sinusais, cistos sinusais e
relatos de sinusites crônicas presentes são Preenchimento excessivo
fatores de risco que devem ser tratados O uso de uma grande quantidade de
antes da intervenção cirúrgica, para que se biomaterial dentro do seio maxilar dificulta
reduza a possibilidade de perfurações na a revascularização da região, podendo
mucosa sinusal e não provoquem a conta- levar a processos de necrose assépticas
minação da cavidade enxertada, caso as ou mesmo extravasamento de material.
perfurações ocorram. Em casos de perfu-
rações não tratadas ou mal manuseadas, OPÇÕES TERAPÊUTICAS
a prevalência de sinusites é de 31,4%.
Caso aconteça um processo infeccioso,
OPÇÕES TERAPÊUTICAS normalmente, o biomaterial deverá ser
removido e o seio limpo. Já na situação
No caso de rompimento da membrana de extravasamento do biomaterial,
sinusal, o tamanho da perfuração guiará o normalmente, a remoção do excesso
tratamento da intercorrência. Perfurações será o suficiente para resolução do caso
pequenas, em geral, são solucionadas (Figuras 14)16.
A B
Figuras 14 – A. Pós-operatório de sete dias após cirurgia de levantamento de seio maxilar. Nota-se a presença de fístula
na região vestibular próxima ao dente 16 e tecido gengival inflamado. B. Presença de secreção purulenta devido à
necrose asséptica causada pela grande quantidade de biomaterial utilizada no enxerto. (Imagem gentilmente cedida pelo
Prof. Dr. Paulo Sérgio Perri de Carvalho)
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
1
Mestre em Odontologia, área de concentração em Implantodontia – UnG; Doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Implantodontia – UFSC; Doutor em Implantodontia – UNG.
3
Especialista e mestre em Implantodontia – SLMandic; Doutor em Odontologia – Unicamp.
4
Certificado e Perito em Implantologia – Colegio Mexicano de Implantologia Bucal e Maxilofacial A.C.; Mestre em Educação-
Universidade Interamericana para Desarrollo, Zacatecas
5
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
161 Diagnóstico
161 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
Siroma RS • Mello BF • Brito FC • De Lara VCG • Formiga MC
É preferível evitar a confecção de retalho óssea, porém nem sempre esta técnica
para acesso. Dependendo da dimensão do se mostra efetiva. Da mesma maneira,
enxerto onlay, pode-se ocorrer uma angio- nos casos em que a espessura do bloco
gênese deficiente sobre a extensão do utilizado for maior do que 3 mm e
enxerto, tornando-o um tecido necrótico, um implante osseointegrado tiver sido
e ocasionar a sua exposição no meio instalado parcial ou totalmente em seu
bucal. Já nos casos de extensa exposição, interior, e não ocorra a osseointegração em
pode ser necessária a remoção completa todo o corpo do implante, pode também
do bloco para viabilizar o recobrimento ser necessário, além da remoção do bloco,
adequado da ferida cirúrgica. Perfurações a remoção do implante e o planejamento
podem ser feitas no bloco para tentar de nova reconstrução óssea e/ou novos
favorecer a angiogênese e a remodelação implantes3,5,7-8.
Figura 1 – Vista inicial de maxila com indicação de enxerto Figura 2 – Vista da maxila após retalho evidenciando
para aumento horizontal. severa atrofia.
Figura 3 – Blocos homógenos de tíbia proveniente de Figura 4 – Blocos adaptados e fixados com parafusos
banco de tecidos musculoesqueléticos para transplante. na maxila e gaps preenchidos com osso homógeno
particulado.
Figura 5 – Vista da região imediatamente após a sutura. Figura 6 – Vista da maxila enxertada 12 meses após a
cirurgia, sem intercorrências.
Figura 7 – Implantes do lado esquerdo instalados. Figura 8 – Vista da maxila implantada logo após a sutura.
Figura 9 – Vista de uma região com exposição do Figura 10 – Raio X panorâmico após seis meses,
bloco homógeno no lado esquerdo, seis meses após a previamente à reabertura dos implantes e ao tratamento
instalação dos implantes, e de alguns tapa-implantes. do arco inferior (all on four).
Paciente fazia uso de prótese total provisória.
Figura 11 – Vista dos implantes instalados em área Figura 12 – Broca esférica diamantada sendo utilizada
enxertada com algumas roscas expostas, denotando para desgaste superficial da região do bloco homógeno
reabsorção parcial dos blocos homógenos. na região onde ocorreu a exposição.
Figura 13 – Vista da maxila logo após a sutura, já com Figura 14 – Vista das próteses fixas sobre implante
minipilares e tampas de cicatrização dos mesmos finalizadas.
instalados.
CONCLUSÃO
Referências
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Bank 2015;16(4):631-8. Dent 2016;25(6):731-8.
DEFINIÇÃO
1
Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial – Soesp; Mestre e doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Implantodontia- UNISA; Mestre em Lasers em Odontologia – IPEN/FOUSP
3
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
166 Diagnóstico
166 Diagnóstico
e tratamento
e tratamento
das complicações
das complicações
em Implantodontia
em Implantodontia
EXPOSIÇÃO DE BLOCOS ONLAY
Figura 1 – Vista vestibular da região com necessidade de Figura 2 – Vista oclusal da região com necessidade de
aumento ósseo horizontal e vertical para implantes. aumento ósseo horizontal e vertical para implantes.
Figura 3 – Leito receptor preparado para receber o Figura 4 – Blocos ósseos aposicionais posicionados.
enxerto.
Figura 5 – Blocos parafusados no leito receptor. Figura 6 – Pós-operatório imediato logo após a sutura.
Figura 7 –
Exposição do
bloco e leito
receptor por
deiscência na
sutura.
CONCLUSÃO
Referências
1. Benic GI, Hämmerle CHF. Horizontal bone augmentation by means of guided 6. Urban IA, Montero E, Monje A, Sanz-Sánchez I. Effectiveness of vertical ridge
bone regeneration. Periodontol 2000 2014;66(1):13-40. augmentation interventions: a systematic review and meta-analysis. J Clin
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DEFINIÇÃO
1
Especialista em Periodontia – Profis/Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
2
Mestra e doutoranda em Implantodontia – UNG.
3
Mestra e doutoranda em Implantodontia – UNG.
4
Especialista em Implantologia Oral Integral – UPCH; Pós-graduado em Reabilitação Oral – UCSUR; Pós-graduado em Periodontia – USMP
Docente de Periodontia e Implantes da Universidade Andina de Cusco.
5
Especialista em Implantologia Oral – Ceyesov Veracruz Mexico.
DIAGNÓSTICO
Figura 1 – Situação inicial evidenciando atrofia da região Figura 2 – Prova do recorte da tela de titânio.
anterior da maxila.
Figura 3 – Tela parafusada na porção palatina. Figura 4 – Tela parafusada comportando o substituto
ósseo e sendo recoberta com membranas de PRF.
Figura 5 – Tela acomodada e totalmente recoberta por Figura 6 – Aspecto imediato da sutura.
membranas de PRF.
Figura 7 – Aspecto dois meses após a cirurgia, mostrando Figura 8 – Aspecto do tecido ósseo logo após a remoção
a exposição da tela. da tela.
Figura 11 – Aspecto
seis meses após a
remoção da tela.
CONCLUSÃO
Trabalhar com tecidos sadios, sempre parafusos para estabilização das telas e
que possível, diminui a probabilidade membranas, que podem causar lesão no
da exposição ser devido à deiscência de NAI pela perfuração ou pela proximidade
suturas, além de sempre se fazer suturas com a emergência dele pelo forâmen
em planos, principalmente horizontais, e mentual. As complicações vasculares estão
depois suturas simples sem tensão com mais associadas a edema e hemorragia
instrumentos delicados para não provocar no espaço sublingual, quando da disse-
injúria aos tecidos moles. De ordem neuro- cação de retalhos linguais para facilitar o
lógica, podemos associar o dano ao fato recobrimento total das telas e membranas,
da muitas vezes termos que manusear que podem gerar secção na artéria
muito o retalho para deixá-lo sem tensão, sublingual ou na milo-hioidea, além de
e na região de forâmen mentual isso pode glândulas sublinguais e fibras musculares
acarretar lesão. Também pelo uso de da língua11-13.
Referências
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DEFINIÇÕES
1
Doutorando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp; Membro do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial e
professor da residência multiprofissional em Cancerologia (área de concentração em CTBMF) – Hospital Erasto Gaertner.
2
Chefe do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial e coordenador da residência multiprofissional em Cancerologia (área de concentração
em CTBMF) – Hospital Erasto Gaertner; Membro do Serviço de CTBMF – Hospital Universitário Evangélico Mackenzie; Professor
convidado do curso de pós-graduação – PUC-PR.
3
Professor assistente de Cirurgia Oral e Maxilofacial – Universidade de Illinois, EUA; Professor assistente do Depto. de Cirurgia Oral
e Maxilofacial – Complexo Hospitalar UI Health, EUA.
4
Professor e chefe do Depto de Cirurgia Oral e Maxilofacial, e diretor do programa de residência em Cirurgia Oral e Maxilofacial –
Universidade de Illinois, EUA.
5
Professor assistente doutor nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
de dois a três meses já há indícios de uma uma pequena área medular (dependendo
integração completa, dependendo do da idade do paciente). Possui um grande
defeito2,4-6. suprimento sanguíneo periosteal, pedículo
O enxerto autógeno de fíbula normal- vascular longo e a possibilidade de uma
mente é utilizado para médias e grandes grande porção de pele no local, possibili-
reconstruções, e pode ser realizado de tando realizar múltiplas osteotomias para
duas maneiras: sendo microvascula- a modelagem (Figuras 1 e 2). Requer um
rizado (defeitos acima de 7 cm) ou não planejamento detalhado e uma maior
(defeitos menores do que 7 cm). Fornece habilidade do cirurgião para seu uso, tanto
um osso em sua maior porção cortical na manipulação quanto na modelagem
(bicortical devido à sua espessura), com anatômica7.
Figura 1 – Imagem
transoperatória
demonstrando o
volume e a quantidade
de enxerto autógeno
microvascularizado
de fíbula na etapa de
osteotomias, e fixação
ainda no leito doador,
modelando o formato da
mandíbula.
Figura 2 – Imagem
pós-operatória de seis
meses, demonstrando
o volume e o contorno
facial obtido pelo enxerto
microvascularizado de
fíbula.
COMPLICAÇÕES
Figura 8 – Radiografia
panorâmica demonstrando
extensa reabsorção do enxerto
microvascularizado de fíbula.
É possível notar apenas a
presença dos cotos condilares
bilateralmente e o sistema de
fixação, com pequenas áreas de
enxerto presente.
Figura 12 – Radiografia panorâmica do sétimo dia Figura 13 – Radiografia panorâmica de controle após
pós-operatório, após ressecção de mandíbula ao lado três meses da reconstrução, demonstrando indícios
esquerdo em região distal do canino inferior até a região de integração do enxerto microvascularizado de
de côndilo, devido ao carcinoma ameloblástico. Observa- fíbula e o leito receptor. Nota-se a necessidade de
se a reconstrução com enxerto microvascularizado de complementação do enxerto, para ganho de altura para
fíbula, devido à extensão da ressecção, com estabilização uma adequada instalação de implantes e a reabilitação
por meio de placas e parafusos do sistema 2.0. protética.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
1
Mestre e doutorando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Mestre e doutorando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
3
Mestra e doutoranda em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
4
Doutor em Reabilitação Oral – USP; Mestre e especialista em Implantodontia Oral; Especialista em Prótese Dentária; Pós-graduado
em Periodontia; Vice-presidente da Abross.
5
Professor titular do Programa de Pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia na
Universidade de Guarulhos – UNG.
6
Professor associado nas disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
com o tecido ósseo, podendo a fixação de fixação traz outras complicações, como
falhar biomecanicamente e necessitar de pseudoartrose e infecções, causando
um segundo procedimento. perda óssea entre os cotos da fratura.
A primeira cirurgia para redução e Deste modo, além da refixação com placas
fixação das fraturas mandibulares é mais robustas (placas de reconstrução ou
sempre o momento mais propício, tendo do sistema 2,4 mm), é necessária a enxertia
em vista que em geral a falha do sistema óssea para reconstrução do defeito crítico.
A B
Figuras 2 – Fotos clínicas que exemplificam a conduta frente a fraturas mandibulares causadas por implantes. A.
Exemplo de fratura de mandíbula atrófica decorrente da instalação de implantes. Observa-se o grau de atrofia
mandibular. Devido às características da fratura, o acesso extraoral é o mais recomendado. B. Fixação preconizada pela
AO Foundation seguindo o princípio do load bearing, onde a carga é totalmente suportada pelo sistema de fixação.
Inicialmente, optou-se pelo uso de placas do sistema 2,0 para simplificação. Posteriormente, as placas do sistema 2,4
foram fixadas. É importante ressaltar a necessidade de acessos extraorais, pois proporcionam uma melhor visualização
das fraturas e, consequentemente, uma redução mais ágil e menor tempo operatório. Este é um fator importante para
os pacientes submetidos a este tipo de tratamento, visto que geralmente são pacientes idosos e com comorbidades.
A B
A B
Figuras 4 – Exemplificação do tratamento incorreto de fraturas de mandíbula após a instalação de implantes. A. Acesso
extraoral em região de ramo mandibular com exposição da área fraturada e fixação. É possível observar que o padrão
de fixação não seguiu os princípios de fixação da AO Foundation, deste modo a chance de insucesso do tratamento
aumenta. B. Radiografia panorâmica pós-operatória evidenciando a fixação incorreta e o restabelecimento do contorno
e anatomia mandibular.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
1
Mestra em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Mestranda em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
3
Professor associado das disciplinas de Histologia e Embriologia – FOA/Unesp.
4
Mestre em Implantodontia e especialista em CTBMF.
5
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
6
Professor associado das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
A B
Figuras 1 – Paciente com 63 anos de idade fazia uso de alendronato 70 mg por dez anos devido à osteoporose e
não relatava presença de comorbidades sistêmicas associadas. A. Radiografia panorâmica evidenciando região com
perda óssea acentuada em implante instalado em maxila direita, correspondente à região de pré-molares. B. Aspecto
clínico inicial do tecido ósseo em área adjacente ao implante que apresentava mobilidade e teve que ser removido.
Posteriormente, o exame histopatológico indicou tecido necrótico. Caso gentilmente cedido pelo Dr. Marcos Tadeu
Adas Saliba e equipe, realizado no curso de especialização em Implantodontia da Associação Brasileira de Odontologia,
unidade Araçatuba (SP).
A B
Figuras 2 – MRONJ (estágio 2). A. Lesão de tecido ósseo necrótico exposto em região anterior de mandíbula. B. Lesão de
tecido ósseo necrótico exposto em região posterior de mandíbula com supuração, indicando a presença de infecção.
A B
Figuras 3 – MRONJ (estágio 3). A. Aspecto clínico de lesão de osso necrótico exposta em região posterior direita de maxila.
Paciente apresentava intensa sintomatologia dolorosa. B. Aspecto final, após sequestrectomia, evidenciando exposição de
seio maxilar e cavidade nasal com secreção de muco.
A B C
Figuras 5 – MRONJ (estágio 2). A. Tecido ósseo necrótico exposto em região posterior de mandíbula direita, após irrigação
com solução fisiológica para limpeza de secreção purulenta. B. Aplicação de azul de metileno (100 ug/ml) durante 60
segundos. C. Aplicação de laser de baixa potência seguindo os parâmetros: potência de 35 mW, operação contínua, ponto
de energia de 2,1 J/ponto de 60 segundos, densidade de energia de 74,2 J/cm2 e intensidade de potência de 1,23 W/cm2.
A B
Figuras 6 – MRONJ (estágio 2). A. Aspecto clínico inicial de tecido ósseo exposto em região posterior de mandíbula direita,
com secreção purulenta. B. Aplicação de soro ozonizado na região da lesão.
vitais, uma vez que existe uma dificuldade sido amplamente utilizados devido à
na identificação clínica das margens da sua baixa frequência ser capaz de cortar
osteonecrose durante o procedimento apenas tecido ósseo, além de estimular
cirúrgico. o reparo, diferentemente de quando se
Quando irradiados por luz ultravioleta utiliza a broca convencional, limitando
ou luz azul (comprimento de onda de os danos ao tecido necrótico apenas
400 a 460 nm), as moléculas de colágeno, (Figuras 7)18.
pela presença de aminoácidos especí-
ficos, mostram uma autofluorescência, Pentoxifilina e tocoferol
caracterizando o osso vital. Geralmente, A combinação de pentoxifilina e
a remoção do osso necrótico é feita com tocoferol foi primariamente utilizada
o uso de brocas sob irrigação abundante, como terapia adjuvante em pacientes
porém ainda há um aquecimento do osso irradiados com diagnóstico de osteor-
vital, que pode se tornar necrótico por radionecrose para auxílio na sintomato-
conta disso. Nesse sentido, o laser cirúrgico logia das lesões. A pentoxifilina é uma
de alta potência e o piezo-cirúrgico têm substância bastante utilizada no manejo
A B C
D E F
Figuras 7 – MRONJ (estágio 2) tratada com sequestrectomia e cirurgia guiada por fluorescência. A. Aspecto clínico
inicial de MRONJ em mandíbula direita. B. Realização de sequestrectomia das lesões. C. Aplicação de luz azul em lesão,
evidenciando uma cor mais escurecida em tecido ósseo necrótico. D e E. Utilização do piezocirúrgico sob irrigação
abundante em lesão para remoção complementar de tecido necrótico. F. Aspecto clínico após dois anos.
Referências
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DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Doutorando em Odontologia, área de CTBMF – FOA/Unesp.
2
Mestre e doutor em Odontologia, área de CTBMF – FOA/Unesp.
3
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Professor associado das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
A B
neste contexto é que, no ato do implante parede anterior do seio maxilar) deve ser
ter sido impelido para o seio maxilar sem realizado.
mais relação com a cavidade fresada Caso seja optado pela abordagem tardia,
remanescente do rebordo ósseo alveolar, é de extrema importância a confirmação da
muitos profissionais insistem na tentativa posição do corpo estranho no seio maxilar
de remover ou até mesmo encontrar e sua relação com as estruturas adjacentes
o implante através deste acesso, por através da tomografia4. Também é impor-
vezes durando horas. Portanto, é impor- tante destacar que, quando da intervenção
tante que se tenha em mente que em tardia, o implante pode movimentar-se da
geral o implante já está na cavidade localização visualizada na tomografia, seja
sinusal, e o acesso antral (osteotomia da pela movimentação do paciente ou pela
Figura 6 – Após a localização do implante, foi realizada a remoção do implante com o auxílio
de um aspirador de alta potência. Nesta foto, foram realizados acesso em crista alveolar e uma
incisão relaxante na região do dente, anterior à região do implante, e utilizada a fonte extra de
iluminação portátil para auxiliar na localização do objeto dentro da cavidade sinusal.
apresentação em sachês (200 mg, 400 mg sendo incomuns os casos em que há falha
ou 600 mg). A forma mais fácil e eficiente na osseointegração e que o implante é
é a diluição de um sachê de 600 mg para forçado para o seio maxilar, ocorrendo
tomar uma vez por dia, de três semanas a ainda somente nos casos em que houver
um mês, com o acompanhamento clínico- a trepanação da cortical óssea superior do
-imaginológico que conduzirá o uso desta rebordo maxilar. Portanto, o cirurgião deve
medicação por mais tempo. estar atento ao planejamento cirúrgico,
especialmente no remanescente ósseo
CONCLUSÃO disponível no momento da instalação do
implante, e na execução do procedimento
O implante projetado dentro do seio para evitar esse tipo de acidente, devendo
maxilar está diretamente ligado à altura estar preparado para realizar o tratamento
óssea alveolar no momento da instalação, adequado quando uma complicação tardia
ocorrer.
Referências
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6.7.2 SINUSITE
DEFINIÇÃO
À medida que o processo maxilar se desenvolve, as cavidades dos seios da face são
formadas e preenchidas por ar. Um processo fisiológico denominado pneumatização
acontece, formando o chamado seio maxilar. Sempre que é feita a exodontia de um
elemento dentário, é natural que haja reabsorção do processo alveolar, gerando defeitos
que podem por muitas vezes impossibilitar a realização de implantes dentários nessas
regiões sem que sejam realizados procedimentos de enxertia. Em se tratando de maxila
posterior, a perda desses elementos favorece também a pneumatização do seio maxilar1,
o que pode gerar defeitos ósseos nestas regiões e dificultar os procedimentos para
instalação de implantes dentários. Por esse motivo, é muito comum em Implantodontia
a realização de procedimentos regenerativos que buscam reabilitar pacientes com
ausências dentárias em maxila posterior.
A sinusite é uma doença inflamatória que acomete a região de seios maxilares.
Evidências na literatura relatam que 10-12% até 40% de todos os casos de sinusite estão
associados a infecções odontogênicas, sendo a iatrogenia a principal causa de sinusite
odontogênica (55,97%)2.
1
Especialista e mestre em Implantodontia – SLMandic; Doutor em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Prótese Dentária – Unisa; Especialista em Implantodontia – Unicastelo; Doutor em Reabilitação Oral – Forp/USP.
3
Professor Titular do programa de Pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
DIAGNÓSTICO
Figura 1 – Vista inicial do seio maxilar direito com velamento parcial e com necessidade de
enxertia para ganho vertical.
Figura 3 – Comunicação
bucosinusal evidenciada após
levantar o retalho na região do seio
maxilar direito.
Figura 4 – Seio maxilar direito enxertado com biomaterial Figura 5 – Sutura imediatamente após o
e tela de titânio para garantir a altura e isolar a membrana término do procedimento.
do seio do substituto ósseo.
Referências
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6.7.3 ASPERGILOSE EM
CAVIDADES SINUSAIS
João Matheus Fonseca e Santos1
Leonardo Perez Faverani2
Magda Aline Nagasawa3
Jamil A. Shibli4
Sérgio J. Jayme5
DEFINIÇÃO
1
Mestrando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Professor associado das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
3
Doutoranda em Implantodontia, mestra em Periodontia e especialista em Implantodontia – UNG.
4
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
5
Especialista em Prótese Dentária – Unisa; Especialista em Implantodontia – Unicastelo; Doutor em Reabilitação Oral – Forp/USP.
A B
Figuras 1 – A. Reconstrução panorâmica inicial do paciente demonstrando um completo velamento do seio direito. B.
Corte coronal, em destaque, do implante zigomático anterior direito. No detalhe, observa-se a falta de osseointegração
sugerindo uma possível comunicação bucossinusal, corroborando a hipótese de infecção sinusal.
A B
Figuras 2 – A. Fragmentos do aspergiloma (bola fúngica) removido do seio maxilar. B. Fotomigrografia do material
coletado. O exame histopatológico permitiu observar inúmeras hifas entrelaçadas com ramificação, com morfologia de
Aspergillus fumigatus.
Figuras 3 – A. Acesso de
A B
Caldwell-Luc realizado
para exposição da parede
vestibular do seio maxilar do
lado esquerdo e osteotomia
circular da mesma. B. Exposição
da membrana sinusal após
remoção do fragmento ósseo.
C. Curetagem da lesão – bola
fúngica e sinusectomia. D.
Cavidade sinusal já totalmente
curetada para a remoção da
lesão e sinusectomia.
C D
Figuras 4 – A. Implante na
A B
região de pilar zigomático
já luxado para sua remoção
e acesso ao interior do
seio maxilar já realizado,
para posterior curetagem e
sinusectomia. B. Remanescente
ósseo após remoção do
implante zigomático.
Curetagem do seio maxilar
C D para remoção do aspergiloma.
C. Aspecto inicial com área
sangrante. D. Aspecto final com
leito cirúrgico curetado.
CONCLUSÃO
Referências
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DEFINIÇÃO
1
Mestre e doutorando em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Professor doutor da disciplina de CTBMF – Universidade Federal da Paraíba.
3
Professora associada da disciplina de Periodontia – FOA/Unesp.
4
Professor titular de Periodontia – FOA/Unesp; Professor do programa de pós-graduação em Odontologia, área de Implantodontia
– Faculdade Ilapeo.
5
Professor associado das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
A C D
B E
Figuras 1 – Fístula peri-implantar. A e B. Aspectos clínicos da mucosa peri-implantar com presença de supuração na
região vestibular de implante instalado na região do elemento 12. C. Imagem radiográfica do implante demonstrando
significante perda óssea peri-implantar. D. Aspecto clínico do defeito ósseo peri-implantar. E. Aspecto clínico após 30 dias
do debridamento mecânico, realização de terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) utilizando azul de metileno e laser
de diodo de baixa potência (660 nm, 6 J, 100 mW, 60 segundos/face), e preenchimento com biomaterial e membrana de
colágeno (caso clínico executado juntamente com o Dr. Celso E. Sakakura).
A C E
B D F
Figura 2 – Angina de Ludwing – Paciente realizou a instalação de implantes em mandíbula, evoluindo com edema e dor
após três dias da cirurgia. O implante mais posterior foi removido pelo profissional, mas o paciente evoluiu com aumento
de volume em região submandibular e submentoniana bilateral. A. Vista frontal. B. Perfil, quando o paciente procurou o
serviço hospitalar. Neste momento, apresentava discreta secreção purulenta na cavidade bucal (seta em C) e trismo (D).
O exame tomográfico com janela para tecido mole revelou disseminação do processo infeccioso – setas vermelhas em
E (corte coronal) e F (corte axial), além de ser possível observar o defeito ósseo da região onde o implante foi removido
(seta preta em F).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das infecções deve ser O exame físico deve ser conduzido para
realizado pela associação de um acurado identificar e determinar a severidade da
exame clínico, laboratorial e imagiológico. infecção, verificando: 1) espaços faciais
A anamnese deve avaliar as possíveis (atenção com a disseminação para espaços
condições sistêmicas que podem reduzir submandibulares e cervicais), Figuras 2A e
a resposta imune do paciente, tais como 2B; 2) presença de supuração ou fístula,
diabetes não compensado, síndrome da com ou sem débito purulento (Figuras 1A,
imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS), 1B, 2C e 3A); 3) presença/intensidade de
órgãos transplantados e o uso de medica- trismo (Figura 2D); 4) presença de disfagia,
mentos que reduzam o reparo tecidual ou disfonia e/ou dispneia; 5) temperatura
a imunidade, como os antirreabsortivos, (febre acima de 38,5ºC)1,3,10.
antiangiogênicos ou corticoterapias de Os exames de imagens são impor-
longa duração1,3,5,10. tantes para complementar o diagnóstico
E F
Figuras 3 – Osteomielite. Paciente foi submetida à instalação de quatro implantes para protocolo em mandíbula,
evoluindo com constante drenagem de pus que era controlado com prescrição de amoxicilina 500 mg via oral. Mas,
após o quarto episódio, a paciente procurou o serviço hospitalar, quando foi possível observar fístula e mobilidade
na região do implante anterior direito (seta em A). O exame tomográfico com janela para tecidos duros (B-D) revelou
osteólise peri-implantar com sequestro ósseo (seta em C) e ruptura da tábua óssea lingual (D). No transoperatório, foi
evidenciada a presença de tecido fibroso na região peri-implantar (tracejado em E), que foi removido juntamente com
o implante e sequestro ósseo seguido da realização da osteotomia periférica (F). Caso conduzido no serviço de cirurgia
bucomaxilofacial da Universidade Estadual de Londrina.
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
Referências
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2018;89(10):1165-73. 15. Marcantonio RAC, Marcantonio Jr. E, Zandim-Barcelos D, Marcantonio CC,
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Khalila Cotrim1
Jamil A. Shibli2
Márcio de Carvalho Formiga3
DEFINIÇÃO
DIAGNÓSTICO
1
Mestra e doutoranda em Implantodontia – UNG.
2
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
3
Especialista em Periodontia – Profis/Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
pode ser medida objetivamente, seja por uma parcela permanece até um ano e, em
falta de um consenso para um diagnóstico menor escala, mostram-se permanentes12.
da dor neuropática ou pela escassez A literatura atual ainda não é clara sobre
de métodos complementares válidos e um plano de tratamento específico para
eficazes, principalmente nos casos que as alterações sensitivas pós-instalação
envolvem lesões periféricas, acometendo de implantes. As principais opções de
principalmente ramos da divisão mandi- tratamento para distúrbios neuros-
bular e maxilar do nervo trigêmeo11. sensoriais incluem a administração de
esteroides, crioterapia, acupuntura, terapia
OPÇÕES TERAPÊUTICAS a laser de baixa intensidade e, em casos
extremos, intervenção cirúrgica envol-
Autores12 afirmam que o tempo máximo vendo anastomose direta, enxertos de
de até 30 horas seria o ideal para remoção nervo autógeno e enxertos aloplásticos.
do implante que está pressionando As chances de recuperação estão direta-
ou tocando o nervo em questão, para mente relacionadas à extensão da lesão,
otimizar o reparo do mesmo. Desta forma, e testes diagnósticos são necessários para
o diagnóstico e o tratamento da lesão avaliar a região com sensação alterada e
neural devem ser feitos o mais breve decidir sobre as opções de tratamento14.
possível, uma vez que o tempo para a Lesões do tronco do nervo podem
reversão é curto, tendo desta forma maior ser tratadas clinicamente ou cirurgi-
chance de sucesso e melhor prognóstico camente, dependendo da extensão da
do tratamento13. Por ser de difícil desco- patologia, alterações e sintomas neuro-
berta precoce, devido à anestesia ao lógicos relatados pelo paciente. O trata-
qual o paciente está sendo submetido, mento com laser de baixa intensidade
usualmente a queixa só aparece quatro a (Gallium Aluminium Arsenide, 860 mm,
seis horas após o procedimento. Mesmo 70 mW, 60 segundos, 4,2 J/ponto, onda
durante o ato de anestesiar, pode ocorrer contínua) pode ser aplicado ao longo
uma leve injúria caso a agulha perfure da região com parestesia, três vezes por
o feixe neural. Nesses casos, às vezes o semana, em um período de uma a oito
paciente relata uma sensação de choque, semanas15-16. Esta técnica permite
o que pode ser indicativo da necessidade acelerar a reparação do tecido trauma-
de mais cuidados pós-operatórios. Na tizado através da formação de um novo
maioria dos casos, esses sintomas somem colágeno e do desenvolvimento de uma
em um período de até dois meses, porém nova rede de vascularização, mas também
Referências
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Marcelo Melo1
Sérgio J. Jayme2
Jamil A. Shibli3
Márcio de Carvalho Formiga4
Lina J. Suarez5
DEFINIÇÃO
O trauma ao nervo alveolar inferior pode ocorrer após alguma intervenção odonto-
lógica, sendo que os procedimentos em que mais se observa essa complicação são os
realizados após a instalação de implantes na região posterior do osso mandibular, cirurgia
de lateralização do nervo alveolar inferior e exodontia de terceiros molares inferiores.
Dentre os nervos da cavidade bucal, o nervo alveolar inferior é o mais frequentemente
lesionado (64,4%), seguido do nervo lingual (28,8%)1.
DIAGNÓSTICO
O trauma ao nervo alveolar inferior pode ocorrer devido a fatores mecânicos, dentre
os quais podemos citar a agulha do anestésico, a fresa do implante, pelo implante, partí-
culas ósseas, bisturi ou afastadores e descoladores. Os fatores mecânicos podem causar
pressão, laceração ou secção do nervo alveolar inferior. Existem relatos de trauma do
nervo devido à infecção que causa inflamação, isquemia e degeneração das estruturas
nervosas, trauma por alteração da temperatura por um aquecimento causado durante
a fresagem para instalação do implante (Figuras 1 e 2) e trauma por meios químicos que
1
Mestre e doutorando em Implantodontia – UNG.
2
Especialista em Prótese Dentária – Unisa; Especialista em Implantodontia – Unicastelo; Doutor em Reabilitação Oral – Forp/USP.
3
Professor Titular do programa de Pós-graduação em Odontologia, nas áreas de concentração de Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Especialista em Periodontia – Profis Bauru; Especialista em Implantodontia – ABCD Florianópolis; Mestre em Prótese Dentária –
SLMandic; Doutor em Periodontia – UNG.
5
Doutoranda em Periodontia – UnG.
Referências
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placement – importance of early diagnosis and treatment: a systematic
review. J Oral Maxillofac Res 2014;5(4):1-13.
6.10 HEMORRAGIAS
DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
1
Mestra e doutoranda em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
2
Mestra e doutoranda em Odontologia, área de concentração em CTBMF – FOA/Unesp.
3
Professor titular do programa de pós-graduação em Odontologia, áreas de concentração em Implantodontia e Periodontia – UNG.
4
Professor associado das disciplinas de CTBMF e Implantodontia – FOA/Unesp.
239 Diagnóstico
239 Diagnóstico ee tratamento
tratamento das
das complicações
complicações em
em Implantodontia
Implantodontia
Rios BR • Barbosa S • Shibli JA • Faverani LP
TABELA 1 – ESTRUTURAS VASCULARES, REGIÕES ANATÔMICAS ASSOCIADAS E DEVIDOS CUIDADOS PARA EVITAR COMPLICAÇÕES
HEMORRÁGICAS EM MANDÍBULA
REGIÃO POSTERIOR
Vaso Região
Trajeto Como evitar lesões
(localização) vascularizada
Desce ao longo da face
medial do ramo mandibular
e penetra junto ao nervo
Artéria alveolar alveolar inferior no canal
inferior mandibular, seguindo
o mesmo trajeto do Vascularização
(plano ósseo) nervo até se dividir em endosteal do corpo Identificação do canal mandibular
ramos terminais: artéria da mandíbula até através de exames de imagem, para
mentoniana na altura do região distal do evitar lesá-lo no procedimento
forâmen mentoniano. primeiro cirúrgico.
pré-molar.
Veia alveolar A veia alveolar inferior é
inferior afluente da veia maxilar
interna, seu trajeto é
(plano ósseo) análogo ao da artéria.
CONTINUAÇÃO DA TABELA 1 – ESTRUTURAS VASCULARES, REGIÕES ANATÔMICAS ASSOCIADAS E DEVIDOS CUIDADOS PARA
EVITAR COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS EM MANDÍBULA
REGIÃO ANTERIOR
Vaso Região
Trajeto Como evitar lesões
(localização) vascularizada
É ramo terminal do feixe
Feixe vascular vásculo-nervoso alveolar
Recomenda-se manter uma distância
incisivo- inferior. Possui calibre Medular da
de 4 mm a 5 mm do forâmen
mentoniano reduzido e localização região anterior da
mentoniano mediante a instalação de
intraóssea, se exteriorizando mandíbula.
implantes.
(plano ósseo) em região de forâmen
mentoniano.
Origina-se da artéria
facial na borda inferior
Artéria
da mandíbula (próxima à Vascularização de Realizar descolamento mucoperiosteal,
submentoniana
inserção do masseter), e pele e músculos preservando a região de base da
a percorre pela base em do mento e lábio mandíbula na face lingual em preparos
(vertente
região à anterior, sendo inferior. de leito para implantes.
lingual)
protegida pelo músculo
milo-hioideo.
TABELA 2 – ESTRUTURAS VASCULARES, REGIÕES ANATÔMICAS ASSOCIADAS E DEVIDOS CUIDADOS PARA EVITAR COMPLICAÇÕES
HEMORRÁGICAS EM MAXILA
Região posterior
Vaso Região
Trajeto Como evitar lesões
(localização) vascularizada
Oferece risco de sangramento em casos
Artéria Localiza-se na parede de levantamento de seio maxilar por
alveolar látero-anterior do seio É responsável pela via lateral, reduzindo a visibilidade do
antral maxilar e se origina a inervação do seio campo operatório e aumentando os
partir da artéria maxilar maxilar. riscos de complicação. É necessário ter
(seio maxilar) interna. conhecimento de sua localização para
evitar sua lesão.
Penetra na maxila acima
Artéria
dos ápices do terceiro
alveolar Vascularização da Normalmente, é lesada em exodontias de
molar, originando-se da
superior porção medular da três molares superiores muito profundos.
artéria maxilar interna,
posterior maxila e ápice dos Evitar osteotomias ou fresagens
distribuindo-se no
dentes posteriores. profundas em maxila.
endósteo maxilar e ápices
(plano ósseo)
dos molares.
Em casos de atrofia severa de maxila,
ocorre a migração da crista alveolar para
palatina, de modo com que seja possível
encontrar o feixe vásculo-nervoso sobre
Origina-se da artéria
Artéria Vascularização a crista alveolar. Recomenda-se realizar
maxilar interna na fossa
palatina de osso, mucosa, o descolamento subperióstico e, quando
pterigopalatina e segue o
maior glândulas salivares não for possível, em casos de retirada de
mesmo trajeto do nervo
menores e gengiva conjuntivo ou gengiva queratinizada, uma
homônimo, ramificando
(palato) do hemipalato. adequada hemostasia local, lançando
pelo palato.
mão de diatermocoagulação e ligadura,
mas principalmente tomando o cuidado
de eleger leitos distantes do nervo
palatino maior.
Região anterior
Vaso Região
Trajeto Como evitar lesões
(localização) vascularizada
Em casos de atrofia severa de maxila,
Origem na fossa
é comum que haja uma reabsorção
pterigopalatina e desce
Artérias centrípeta, ou seja, de vestibular em
ao longo da parede do
e veias Tecido ósseo direção à palatina, de modo que a crista
septo nasal até o canal
nasopalatinas medular e tecidos óssea migre para palatina, sendo possível
incisivo, que emerge
moles da região encontrar o feixe vásculo-nervoso no
posteriormente ao
(vertente anterior de maxila. centro da crista óssea residual. Portanto,
forâmen nasopalatino
lingual) deve ser levado em conta durante
situado atrás dos incisivos
a incisão, rebatimento de retalhos e
centrais superiores.
instalação dos implantes.
Plexo É importante proteger a fossa nasal,
vascular caso haja visualização da mesma, uma
Toda a extensão da Vascularização dos
da mucosa vez que sua mucosa é extremamente
mucosa da cavidade tecidos moles do
nasal vascularizada e causa um sangramento
nasal. nariz.
(mucosa abundante se não for manipulada
nasal) adequadamente.
sistólica for maior do que 200 mmHg. Nesse com eritromicina ou clindamicina e, caso
caso, é necessário encaminhar o paciente não haja compensação dos fatores de
para a realização do procedimento de coagulação, realizar somente procedi-
urgência em hospital e reagendar todas mentos simples em ambulatório, evitar
as intervenções eletivas até que haja medicamentos metabolizados nos rins e
estabilização da pressão arterial. Caso a preferir realizar intervenções complexas
pressão diastólica seja menor do que 105 em hospital1.
mmHg e a sistólica seja menor do que
200 mmHg, é prudente limitar o uso de Aids
vasoconstritores, evitar sessões prolon- Pacientes HIV positivos, especialmente
gadas e usar ansiolíticos um dia e/ou duas em fase sintomática, podem apresentar
horas antes do procedimento para evitar t r omboc it openia, por t ant o mai or
picos hipertensivos1. tendência de sangramento prolongado,
devido a alterações na coagulação. É
Hepatopatias essencial avaliar a contagem de plaquetas
Pacientes apresentam sangramento e o tempo de sangramento, além de
aumentado devido à alteração em síntese realizar cobertura antibiótica pós-opera-
de fatores de coagulação, portanto tória adequada1.
requerem um controle do teste de coagu-
lação, abordagens como a compensação Coagulopatias
com vitamina K, plaquetas e plasma, bem São causadas por anormalidades das
como evitar os medicamentos metabo- plaquetas da via intrínseca da coagulação
lizados no fígado. Havendo descompen- e da via extrínseca. É necessário avaliar
sação dos exames laboratoriais, é neces- a história pessoal ou familiar de sangra-
sário encaminhar o paciente ao médico mento excessivo em procedimentos cirúr-
responsável1. gicos e solicitar um hemograma completo
para verificar a contagem de plaquetas,
Nefropatias o teste de agregação plaquetária para
Pacientes nefropatas são susceptíveis a avaliar a função das plaquetas, o tempo
anemias, sangramento prolongado, crise de protrombina (TP), a razão normalizada
hipertensiva e endocardite bacteriana, internacional (INR) e o tempo de trombo-
portanto é necessário realizar o controle plastina parcial ativada (TTPA) para avaliar
pré-operatório de pressão arterial e fatores a cascata de coagulação. O paciente deve
de coagulação, cobertura antibiótica atingir mais de 100.000/mm3 de contagem
cerca de 4,8% dos casos, sugerindo que pós-operatórias. Para tanto, é impor-
a exodontia com implante simultâneo tante ter o conhecimento de manobras
também aumenta os riscos de hemor- hemostáticas para a resolução, tanto em
ragia transoperatória, especialmente se hemorragias em tecidos moles quanto
o paciente apresentar INR maior do que intraósseos.
3,5. Para esses casos, é prudente planejar
o procedimento cirúrgico em duas ou TRATAMENTOS
mais etapas5. Sugerimos um guideline
preventivo para pacientes cirúrgicos Hemorragias em tecidos moles
portadores de coagulopatias e, portanto, Mediante hemorragia já em andamento,
com risco de hemorragia (Tabela 3)4. é possível lançar mão de técnicas para o
Independentemente da existência ou controle do sangramento. Para isso, é
não de fatores sistêmicos que representem necessário inicialmente localizar o foco
risco cirúrgico, há cuidados e manobras hemorrágico e identificar se sua origem
transoperatórias que também auxiliam é em tecido mole ou ósseo, uma vez que
na prevenção de intercorrências hemor- a hemostasia é mais adequada e eficaz
rágicas, iniciando pela eleição de anesté- quando o foco é bem localizado.
sicos locais contendo vasoconstritores que Em hemorragias transoperatórias de
auxiliam na hemostasia do leito cirúrgico, tecido mole de origem capilar, venosa
melhorando consequentemente a visibi- ou de artérias de pequeno calibre, onde
lidade do campo operatório. Além disso, não há visualização nítida do vaso de
o conhecimento detalhado da anatomia origem, a primeira técnica possível é a
local é imprescindível para identificação compressão direta com gaze estéril, que
e proteção de vasos, evitando incisões visa tamponar os vasos lesados até que
ou descolamentos em áreas de risco, se forme o coágulo e estanque o sangra-
inclusive durante manobras com instru- mento. Para isso, é necessário umedecer
mentos rotatórios, seja para osteotomias a gaze com soro, uma vez que, quando
e/ou odontossecções no momento da inserida seca no tecido, o coágulo se forma
exodontia, na regularização de rebordos entremeando os filamentos da gaze, e no
ósseos e delimitação de platô, bem como momento de sua remoção o coágulo é
a própria fresagem óssea e instalação deslocado reativando o sangramento.
do implante 1. Mesmo seguindo esses O próprio cirurgião-dentista pode
protocolos pré-discutidos, existe a possi- realizar a compressão digital da gaze em
bilidade de ocorrer hemorragia trans ou posição ou em casos de sangramento em
Etapa 2: encaminhamento para o Necessário apenas se houver descompensação de algum dos fatores
hematologista avaliados na etapa 2.
Etapa 5: monitoramento Avaliação constante dos sinais vitais, como frequência cardíaca, pressão
transcirúrgico do paciente arterial e frequência respiratória.
tecidos gengivais, quando existe a possi- iniciação do coágulo com um baixo pH,
bilidade do paciente morder uma gaze promovendo um efeito cáustico e facili-
para realizar a compreensão. O cirurgião tando a coagulação. Em ambos os casos,
deve orientar o paciente para morder como última alternativa, pode-se suturar
e manter a mesma pressão inicial, visto a gaze ou a membrana na região hemor-
que comumente pacientes realizam um rágica para que permaneça em posição
“mordiscamento” da gaze, estimulando (Figuras 2).
mais ainda o sangramento devido ao Se nenhum dos passos mencionados
deslocamento constante do coágulo em for suficiente para o controle da hemor-
formação (Figuras 1). ragia, é possível realizar o pinçamento do
Agentes hemostáticos locais podem tecido e aguardar estanque por aproxima-
auxiliar na realização da compressão que damente três a cinco minutos (Figura 3).
não obteve resultados. A utilização de Além disso, quando há disponibilidade
gazes embebidas em soluções anestésicas de eletrocautério, é possível realizar a
com vasoconstritores ou em adrenalina diatermocoagulação do leito hemor-
pode aumentar a efetividade. Membranas rágico. Essa manobra pode ser realizada
de celulose oxidada podem ser utilizadas, através de duas diferentes técnicas: a
atuando como uma matriz física para coagulação monopolar, que demanda
A B C
Figuras 1 – A. Visualização do leito hemorrágico transoperatório durante exodontia de primeiro molar inferior para
instalação de implante imediato. B. Cirurgião-dentista realizando a compressão digital com gaze estéril de três a cinco
minutos, até atingir estanque do sangramento devido à formação e estabilização de coágulo sanguíneo. C. Após
estabilização do sangramento intra-alveolar, o profissional solicita ao paciente que realize a mordedura de gaze para
estanque de sangramento gengival, com pressão contínua até atingir controle do sangramento.
A B
Figuras 2 – A. Paciente submetido à coleta de enxerto conjuntivo em palato para ganho de espessura de gengiva
queratinizada em região peri-implantar. O paciente apresentou focos hemorrágicos em leito doador não controlados
com compressão com gaze estéril, portanto o cirurgião-dentista optou pelo uso de hemostático local de celulose
oxidada, realizando a aposição da membrana sobre o leito hemorrágico e sua estabilização com fios de sutura. B.
Imagem da celulose oxidada já posicionada em leito hemorrágico, sendo possível visualizar sua função atuando como
um estabilizador de coágulo e consequente hemostasia local.
A B
Figura 5 – Figura esquemática da localização de um vaso sanguíneo de importante calibre durante um passo cirúrgico.
Procede-se com a dissecção da estrutura vascular, isolamento cauteloso e passivo com o auxílio de pinças, e posterior
entrelace com fio de sutura, realizando a ligadura do vaso em dois pontos distintos, de modo a interromper o fluxo
sanguíneo entre eles e permitir a incisão da estrutura sem intercorrências.
Figura 8 – Fluxograma
de possibilidades
terapêuticas para
hemorragias
transcirúrgicas.
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