Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O filme “Capitão América – Guerra Civil” faz parte da saga de filmes dos Vingadores. Nele, após
várias vitórias dos nossos heróis contra os perigos vindos a terra, eles falham. Em uma
pequena cidade russa, os Vingadores, na tentativa de proteger os cidadãos, acabam
destroçando a cidade, destruindo um enorme prédio e matando diversos civil. Nesse sentido,
surge-se, durante a trama, os questionamentos: será que essa é primeira falha cometida pelos
heróis? As ações deles ser responsabilizadas? A atuação deles devem ser restringidas e
controladas? O presente trabalho, pois, visa analisar e comparar essas questões referentes a
película, sob o olhar da responsabilidade civil brasileira. Dessa forma, a análise será feita em
três momentos: sobre a perspectiva da responsabilidade contratual, sobre a ótica da
responsabilidade extracontratual e pela visão das excludentes de responsabilidade.
Nesse sentido, a primeira análise que deve ser feita é a respeito da responsabilidade
contratual. Desse modo, temos duas situações que configuram a violação das relações
contratuais. A primeira delas se situa com a ida do Homem de ferro a Rússia, no intuito de
encontrar o Capitão América e o Soldado invernal. Essa situação se enquadra como
responsabilidade contratual, pois o Homem de Ferro, anteriormente, tinha assinado o contrato
com 180 países, o qual restringia sua atuação como Herói e permitia que os países
selecionassem o momento que ele “entraria em cena”. No momento da sua assinatura, ele leu
concordou com os termos, sendo feito a contratação de boa fé e respeitando o princípio da
autonomia privada, visto que o herói escolheu assinar. Entretanto, por ir ao encontro dos
outros dois heróis, ele viola as normas estabelecidas no contrato, o pacto sus servanda, e se
torna inadimplente. Isto porque ele não informa aos contratantes sua ida, rescindindo na boa
fé contratual, como também contrariou o que ele se obrigou, rescindindo no sub princípio da
boa fé, venire contra factum proprium. Além disso, como alude o artigo 392 do código civil:
“Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas
em lei.” Já na segunda situação se remete a atuação da Sharon Carter, agente de segurança do
governo, ao ajudar o Capitão América e o Falcão a irem Rússia, a fim de que destruam os
demais soldados invernais. Como agente pública, o dever dela era zelar pela lei assim como o
interesse público. Porém, a Sharon age em divergência a ambos, visto que ela ajuda os heróis
por interesse particular como também viola o tratado de viscovia, o qual ditava que apenas os
heróis que assinaram o contrato com 180 países poderão atuar na atividade heroica. Dessa
forma, ela rescinde o contrato dela com a administração pública e responde objetivamente, de
acordo com o artigo 37, parágrafo 6 da Constituição Federal: “[...]§ 6º As pessoas jurídicas de
direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Além disso, a análise deve ser feita sob a ótica das excludentes de responsabilidades. A
primeira que deve ser destacada é a legitima defesa. Na obra, o Capitão América e seu amigo
Soldado Invernal estão conversando até que são atacados por força militares dos Estado
Unidos. Frente a uma injusta agressão e visando preservar um bem maior, a vida, eles revidam
os ataques, apenas com a finalidade de se protegerem. Além disso, é importante ressaltar que
ação dos heróis, Capitão e Soldado, é zelada pelo direito civil, o qual em seu artigo 188 protege
o ato ilícito cometido por legitima defesa. Outra situação que deve ser ressaltada como
excludente é o estado de necessidade. Durante a obra, o pai do Pantera Negra é morto
supostamente pelo Soldado invernal. Pantera Negra com raiva pela infeliz tragédia vai atrás
do Soldado para matá-lo. Vale destacar que na cultura do Pantera Negra e do seu pai, o legado
e honra são bens jurídicos muito valiosos. Desse modo, ao ir atrás do seu inimigo ele está
sacrificando um bem menor, a vida, para proteger bens maiores, honra e legado. Nesse
sentido, assim como a legitima defesa, o estado de necessidade é protegido pelo artigo 188 do
código civil.