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Dr. Álvaro C.

Pestana 24/09/2022

HE405 - HISTÓRIA DA IGREJA


Uma leitura não hierarquizante.
Álvaro C. Pestana
EBNESR
2019

EMENTA:
• Introdução ao estudo da história da igreja, desde o
período apostólico até o presente, com especial ênfase
na história das doutrinas e do pensamento cristão. A
disciplina envolverá aspectos da história eclesiástica e
da história do dogma.

OBJETIVO GERAL:
• Introduzir os alunos na história da igreja e de suas
doutrinas visando a compreensão do atual pensamento
cristão em todas as suas formas.

HE405-História da Igreja 1
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Conhecer uma história da igreja e de suas doutrinas principais.
• Fazer uma avaliação pessoal de nossa dependência desta história e dos
pensamentos que se desenvolveram nela.
• Ser discípulos conscientes e críticos para analisar o nosso momento
histórico ligando-o com a história do seu desenvolvimento.
• Conviver com os vários pensamentos cristãos em um diálogo religioso que
busca o aprimoramento do serviço e da proclamação cristãs.

COMPETÊNCIAS
• Conhecimento = aprender as linhas gerais do desenvolvimento histórico da
igreja e das suas doutrinas.
• Habilidade = saber fazer ligações entre a história da igreja e das doutrinas
com as práticas da igreja atual.
• Atitude = respeitar e ter humildade diante da história do desenvolvimento
do pensamento cristão.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Conteúdo: O estudo da história e das doutrinas da igreja desde o
primeiro século até o nosso tempo. Esboçar resumidamente a
história da igreja e das doutrinas conforme descrita no Novo
Testamento e a partir deste ponto trabalhar o desenvolvimento
histórico-teológico do cristianismo até hoje.

METODOLOGIA DE ENSINO / ATIVIDADES DISCENTES:


1. Aulas expositivas com participação.
2. Exposição de slides e vídeos educativos sobre a história da
igreja.
3. Realizar as tarefas de leitura e estudo de cada aula.
4. Provinhas e tarefas semanais.

HE405-História da Igreja 2
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RECURSOS DE ENSINO:
• Apostila e roteiros de estudo.
• Vídeos educacionais sobre a história da igreja.
• Slides para a apresentação da matéria.
• Links e bibliografia para aprofundamento – textos e
sites sugeridos para mais pesquisa.

AVALIAÇÃO:
• Através de questionários – 100%

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
• PESTANA, Álvaro César. História da Igreja:
uma leitura não hierarquizante. Edição
Revisada. Recife: EBNESR, 2016.
• BETTENSON, H. Documentos da Igreja
Cristã. São Paulo: ASTE, 1967.

HE405-História da Igreja 3
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
• FERGUSON, Everett. História da Igreja – Volume 1: Dos dias de Cristo à Pré-
Reforma. Rio de Janeiro: Gospel Acadêmico, 2017.
• WOODBRIDGE, John D; JAMES III, Frank A. História da Igreja – Volume 2:
Da Pré-Reforma aos dias atuais. Rio de Janeiro: Gospel Acadêmico, 2017.
• FISCHER, Wolfgang. Eusébio de Cesareia - História Eclesiástica. São Paulo:
Novo Século, 1999.
• GONZÁLEZ, Justo L. História Ilustrada do Cristianismo: A Era dos Mártires
até a Era Inconclusa - dois volumes. São Paulo: Edições Vida Nova, 2011.
• SHIPP, Glover; PESTANA, Álvaro César. História do Cristianismo: um curso
em 26 lições revisado, anotado e ampliado. Recife: Escola de Teologia em Casa,
2012.
• WALTON, Robert C. História da Igreja em Quadros. São Paulo: Vida, 2000.
• WILLIAMS, Terri. Cronologia da História Eclesiástica em Gráficos e
Mapas. São Paulo: Vida Nova, 1993.

PLANEJAMENTO GERAL:
# Data Tema
1 03/set Introdução à história da igreja. História da Prova 1
Igreja Apostólica.
2 17/set História da Igreja Antiga. História da Igreja Prova 2
Imperial. História da Igreja Medieval.

3 24/set História da Igreja na Renascença e na Prova 3


Reforma. História da Igreja na Reforma e
Contrarreforma. História da Igreja
Moderna e Contemporânea.
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HE405 - HISTÓRIA DA IGREJA


Uma leitura não hierarquizante.
Álvaro C. Pestana
EBNESR
2022

À memória de meu pai,


Marcos César Pestana

14/dez/1926 – 23/mar/2012

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HE405-História da Igreja 5
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Índice
01 – História da igreja apostólica
02 - História da igreja antiga
03 - História da igreja imperial
04 - História da igreja medieval
05 - História da igreja na Renascença e na Reforma
06 - História da igreja na Reforma e na Contrarreforma
07 - História da igreja moderna e contemporânea
08 - História da igreja no Brasil e na atualidade

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A HISTORIA DA IGREJA
APOSTÓLICA
01

12

HE405-História da Igreja 6
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HISTÓRIA (p. 5)
• Sobre as “Histórias” de Heródoto, pai da História:
• A obra é intitulada , `Hrodotou Qouri,ou i`stori,hj apo,dexij, ou seja,
“Exposição das investigações de Heródoto de Túrios”.
• Na palavra i`stori,a observa-se o método de Heródoto. A palavra
i`stori,a, investigação, bem como o termo cognato i[stwr, já em
Homero usado para juiz e testemunha, ambos vem da raiz ivd- (que
tem o mesmo sentido do radical latino “vid-”), que indica o ato de ver.
• Assim, o que Heródoto se propõe a apresentar são acontecimentos
cronologicamente próximos, o suficiente para que possam ser, de
uma forma direta ou indireta, vistos ou observados.

13

HISTÓRIA DA IGREJA (p. 5-6)

•A frase encontra-se no Prólogo da HISTÓRIA


ECLESIÁSTICA de Eusébio.
•A história eclesiástica = evkklhsiastikh.
i``stori,a
•Segundo a história eclesiástica = kata. th.n
evkklhsiastikh.n i`storia,n

14

HE405-História da Igreja 7
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QUEM AGE NESTA HISTÓRIA? (p. 6)


• Em primeiro lugar, Deus está agindo.
• Em segundo lugar, os homens também são
agentes na história da igreja.
• Em terceiro e último lugar, a história da igreja
também é a história de Satanás e do “mundo”
atacando o povo e o projeto de Deus.

15

Fontes da história da igreja (p.6)

•Escrituras
•Escritos cristãos
•Escritos pagãos
•Arqueologia, arte, arquitetura etc.
•Ciências sociais.

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HE405-História da Igreja 8
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Porque estudar história da igreja (p. 6-7)


i. Para confirmar e explicar o NT
ii. Para mostrar os pontos de partida para o desvio posterior
iii. Para entender o mundo religioso moderno
iv. Para ver como outros resolveram (ou não) seus problemas
v. Para observar exemplos nobres de vida
vi. Para desenvolver entendimento e simpatia por outros
vii. Para desenvolver capacidades na apologética
viii.Para ler e entender obras com espírito cristão

17

Perigos do estudo da história da igreja (p. 8)


(i) Hipervalorização.

(ii) Retroprojeção.

(iii) Generalização.

(iv) Incompreensão.

18

HE405-História da Igreja 9
Lembre-se dos assuntos que Eusébio resolveu narrar em sua história: bispos, heresias,
mártires, perseguições etc. Ele nada falou sobre como era feita a evangelização nos
Dr. Álvaroprimeiros
C. Pestana séculos? Ele não se preocupou com a vida comum dos cristãos comuns. 24/09/2022
Nenhum historiador antigo se preocupou em retratar estes assuntos. Porém, o poder e
atividade dos bispos foi bem retratado na história. Isto mostra nossa dificuldade ao lidar
com a história.
(iii) Em terceiro lugar, temos a limitação da interpretação. A história não é uma ciência
Limitações
exata, no estudo
como a matemática, no sentido da
que história
não temos umda igreja
modo único de
(p.ver
8-9)os fatos
passados. Depende do modo como olhamos os acontecimentos e do modo como outros
o narraram.
(i) Em primeiro lugar, há uma limitação do método e
Parade ponto de vista.
os católicos-romanos a narrativa da vida de Lutero é estudada de modo totalmente
diferente do que a interpretação protestante. A história é uma interpretação de alguns
fatos(ii)
feitaEm
pelosegundo
historiador. lugar, há uma limitação de objeto.
Panorama e periodização da história da igreja
(iii) Em
Apresentar umterceiro
panorama quelugar,
dividetemos a limitação
a história em períodos éda
uma atividade perigosa,
masinterpretação.
útil. É um atividade perigosa, pois alguém pode imaginar que aquela periodização
fosse perceptível na vida real das pessoas. É obvio que isto não aconteceu. As passagens
de uma “era” para outra, na época em que ocorreram, podem ter sido quase
19
imperceptíveis.
A utilidade deste tipo de periodização é didática: podemos compreender um certo
caminhar da humanidade. Em cada período, podemos perceber certas características
Panorama
comuns que ajudam aeentender
periodização da abaixo
a época. O quadro história dauma
apresenta igreja
divisão bem
(p.9)de toda a história da humanidade.
difundida
PRÉ- HISTÓRIA
HISTÓRIA
IDADE IDADE IDADE IDADE
ANTIGA MÉDIA MODERNA CONTEMPORÂ-
NEA
CRIAÇÃO 4000 476 1453 1789
† Era Cristã
Do advento da Da queda de Roma até Da queda do Da Revolução
escrita até a queda queda de Império Bizantino Francesa até os
de Roma em 476. Constantinopla e o fim até a Revolução nossos dias.
da guerra dos 100 anos. Francesa.

20
17
A Bíblia é uma exceção, pois apresenta-se como um livro de minorias excluídas. A Bíblia é produto
profético-popular e não de uma casta organizada e poderosa. Apesar dela ter sido “tomada” pelos
poderosos
HE405-História em tempos posteriores, na sua origem ela é um livro de oprimidos.
da Igreja 10

Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei 10


www.ebnesr.com.br
uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana
A divisão entre pré-história e história é tradicional: pré-história trata de épocas em que
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não havia a escrita.
A história é dividida, tradicionalmente em quatro eras. A divisão é desigual, pois a
Idade Antiga tem quase 4500 anos, a Idade Média dura cerca de 1000 anos e a idade
é-história e história é tradicional: pré-história trata de épocas em que
moderna, mas a Idade Moderna durou 336 anos e a Idade Contemporânea pouco mais
de 220 anos.18
. Panorama
A história e periodização
da igreja também da história
tem certas divisões da igreja
que acompanham estas divisões
(p.10)
maiores da história. No quadro abaixo, apresento um esboço de Everett Ferguson19:
dida, tradicionalmente
PRÉ-
HISTÓRIA
em quatro eras. A divisão é desigual, pois a
HISTÓRIA

quase 4500 anos, a Idade Média dura cerca de 1000 anos e a idade
IDADE IDADE IDADE IDADE

dade Moderna durou 336 anos e a Idade Contemporânea pouco mais


ANTIGA MÉDIA MODERNA CONTEMPORÂNEA

CRIAÇÃO 4000 476 1453 1789

† Era Cristã

30-600 600-1300 1300-1650 1650-

Antiga Medieval Renascentista e Reformada Moderna

reja também tem certas divisões que acompanham estas divisões


1 2 3 1 2 1 2 1 2

a. No quadro abaixo, apresento um esboço de Everett Ferguson19:


1. NT 1. Sob poder 1. Declínio católico 1. Ortodoxia e Racionalismo
temporal
2.Ante-Nicena 2. Reforma 2. Tempos modernos
2. Sob hierarquia
3. Pós-Nicena papal

21
HISTÓRIA
A Era Antiga trata da igreja nos tempos do Novo Testamento e depois é dividida em
duas partes pelo primeiro grande concílio oficial, patrocinado pelo Império: o Concílio
IDADE de Niceia. IDADE IDADE IDADE

ANTIGA Panorama
Na Era MedievalMÉDIA
e periodização
a igreja cresce especialmente
da
MODERNA história da igreja
no Ocidente e CONTEMPORÂNEA
tem dificuldades no
Oriente. Um grande problema que surge nesta época é o Grande Cisma, a divisão entre
(p.
as igrejas 10) e Grega. Depois 1453
476 Romana disto, a própria igreja romana
1789 entra em decadência
em vários sentidos.
† Era Cristã
Na Era Renascentista e Reformada a necessidade de mudar algo na igreja é sentida por
todos. Após várias tentativas
30-600 600-1300 de vários tipos, eclode a Reforma Protestante.
1300-1650 1650-
A Era Moderna vem desde a época em que o Protestantismo estabeleceu-se com seus
Antiga Medieval Renascentista e Reformada Moderna
credos e confissões de fé e o mundo modernizou-se e tornou-se cada vez mais contrário
ao
1 cristianismo,
2 3 desde1 a Revolução
2 Francesa.
1 2 1 2

1. NT 1. Sob poder 1. Declínio católico 1. Ortodoxia e Racionalismo


temporal
2.Ante-Nicena
18
Na verdade, esta divisão começou a ser2.feita
Reforma
na “Idade Moderna” que 2.
se Tempos modernos
contrastava com a “Idade
2. Sob hierarquia
Antiga” e tinha no meio a “Idade Média”. Tal divisão foi mantida depois ao se falar de “Idade
3. Pós-Nicena
Contemporânea”, maspapal
não faz muito sentido chamar todo um período de “Período do Meio” entre outros
dois: como se a Idade Média não tivesse identidade própria. Uma nova divisão deverá ser assumida, no
22 futuro, para marcar o início de uma Nova Era. A Queda do Muro de Berlim ou a Queda das Torres
Gêmeas ou eventos similares devem ser usados para marcar a entrada na chamada “pós-modernidade”. O
fato é que as coisas mudaram rapidamente com o fim da Guerra Fria, com o advento da Internet e com os

a da igreja nos tempos do Novo Testamento e depois é dividida em


atentados dos fundamentalistas islâmicos de modo que tudo isto já configurou uma nova situação na
HE405-História
história.da
Se Igreja
Cristo não voltar antes, este período será reconhecido como um marco de mudança de “era 11
histórica”.
rimeiro grande concílio oficial, patrocinado pelo Império: o Concílio
19
FERGUSON, Everett. Church History: Early & Medieval – The Way of Life Series. Second Edition.
Abilene: ACU Press, 1966, p. 7-8.
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Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álv

HISTÓRIA DA IGREJA EM QUATRO PERÍODOS


I. Era Antiga [30-600]
A. Igreja Neotestamentária [30-100]
B. Igreja Ante-Nicena [100-325]
325 – O Concílio de Niceia
HISTÓRIA C. Igreja Pós-Nicena [325-600]
DA IGREJA II. Era Medieval [600-1300]
A. Igreja sob o Poder Temporal [600-1050]
EM 1050 – O Grande Cisma
QUATRO B. Igreja sob a Hierarquia Papal [1050-1300]
III. Era Renascentista e Reformada [1300-1650]
PERÍODOS A. Declínio e tentativas reformatórias [1300-1500]
(p. 10) 1309-77 – Cativeiro Babilônico do Papado
1378-1414 – Cisma Ocidental
B. Reforma protestante [1500-1650]
IV. Era Moderna [1650 até hoje]
A. Ortodoxia protestante e o desafio do Racionalismo [1650-1790]
B. Tempos modernos [1790-hoje]
23
Outro modo positivo de ver a história do cristianismo é observand
missionária, nem sempre acertada e bem orientada, mas constante.
PERÍODOS MISSIONÁRIOS [Ralph D. Winte
I. Conquistando os Romanos [30 - 400]
O mundo em que a igreja foi plantada
II. Conquistando os Bárbaros (p.
[40011-14)
- 800]
III. Conquistando os Vikings [800 - 1200]
IV. “Conquistando” os Sarracenos [1200 - 1600]
Tríplice influência: V. Conquistando os confins da terra [1600 - hoje]
ROMANA
•Romana Com esta visão geral da história, voltemos, agora para as origens da igr
JUDAICA GREGA
•Grega ocobre
mundo no qual ela foi plantada e o inicio da igreja
todo o Primeiro Século da Era Cristã.
no período apostólic

•Judaica O mundo em que a igreja foi plantada


IGREJA
20

A igreja de Cristo foi plantada por Deus neste mundo no momento certo
vocábulo grego kairós, kairos, kairo,j, descreve bem a situação. Outro te
o tempo é chronos, cro,noj: ele indica apenas o tempo como duração ou
de horas. Porém kairos indica “o momento ou o tempo mais apropr
24 acontecer”.21
“Vindo, porém, a PLENITUDE DO TEMPO, Deus enviou seu Fi
mulher, nascido sob a lei”. Gl 4.4
HE405-História da Igreja 12
Entre tantas coisas que podemos analisar, Deus preparou o mundo por m
para que quando Jesus viesse e o evangelho fosse anunciado, a me
amplas condições de desenvolvimento e de crescimento. Isto de fato ocor
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

O mundo em que a igreja foi plantada (p.11-14)


CEL
TA SA
PER Tríplice influência:
• Romana, Grega, Judaica
A

ROMANA

A
RS

RS
PE

PE
Participação:
JUDAICA GREGA • Persa
• via grega (império, culto ao regente),
• via romana (Mitra)
IGREJA • via judaica (do exílio)
• Céltica [via romana].

25

A INFLUÊNCIA ROMANA (p.11-12)


• PAX ROMAMA • Contribuições:
• Comunicação 1. Augusto à nova era;
• Maravilhas Romanas: Guerra, 2. Unidade de todos os homens, lei
Administração e Construções. universal à as Doze Tábuas;
• Subjugaram... mas deixaram... 3 Facilidade de movimentação;
• Uma língua, muitas religiões, muitas 4. Estradas;
formas políticas 5. Exército - recrutados dentre as
• Religiosos, respeitaram os deuses. nações, divulgaram o cristianismo;
Sincretismo. 6. Falta de fé nos deuses, após as
• Política de reis “fantoches” como conquistas romanas:
Herodes. 7. Culto a Cibele/Átis [“batismo” no
• Prov. Imperiais = legado sangue do touro]; culto a Ísis;
• Prov. Senatoriais = procônsul Mitraísmo;
• Prov. Especiais = procurador

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HE405-História da Igreja 13
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OPOSIÇÃO ROMANA: Culto ao imperador


• Posição romana: cultuar os deuses dá proteção.
• Religião = uma nação cultua um ou vários deuses;
• Superstição = muitas nações cultuando um mesmo
deus.
• Cristianismo era superstição - imoral e ateu.
• O culto ao imperador era a grande moda e novidade
desde Augusto.

27

A INFLUÊNCIA GREGA (p. 12-13)


• Domínio cultural:
o mundo heterogêneo à mundo “homogêneo”
• Cultura grega desde Alexandre (333 a.C.)
• Língua grega: Jesus, Apóstolos, Paulo, NT, Pais Apostólicos,
Apologistas (maioria), etc (Atos 14; 17; Tito 1.12).
• Filosofia na cultura geral; Retórica; Confronto cultural; Judaísmo
Helenizado;
• Filósofos populares: contrastes e semelhanças; crítica aos deuses;
moralismo (estóicos); desregramento (epicureus); pregadores
populares (cínicos).

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HE405-História da Igreja 14
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A INFLUÊNCIA GREGA (p. 12-13)


• A língua grega era mundial - a Os romanos conquistaram os gregos
pregação do evangelho. militarmente, mas os gregos
• A religião grega tradicional estava conquistaram os romanos
em descrédito. Os judeus e os culturalmente.
filósofos já haviam mostrado o Contribuições:
ʻridículoʼ dos deuses 1. Língua universal;
• A pobreza, solidão e tristeza podia 2. Filosofia grega;
ser remediada nas novas religiões.
• Os festivais eram abertos aos 3. Religião: fracasso da religião
pobres. homérica, temor do destino, etc.
• Amizades, companheirismo, orgias.
• Alegria: escapar do destino, ter um
sepultamento digno, aliviar a culpa,
escapar dos espíritos maus e obter
imortalidade.

29

A INFLUÊNCIA JUDAICA (p.13-14)


• Contribuições:
• Velho Testamento + tradição
1.Monoteísmo;
• Septuaginta, a Bíblia da igreja 2.Esperança
• Sinagoga: messiânica;
• um bom modelo
• um bom local para começar a pregação
3.Sistema ético;
• Um modo tradicional de culto. 4.O Antigo
Testamento;
• Templo: influência negativa - negado e rejeitado.
5.Filosofia da
• O livro de Atos. (até 60). história;
• Debates com o judaísmo e sobre o judaísmo = NT 6.Sinagoga.

30

HE405-História da Igreja 15
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A INFLUÊNCIA JUDAICA (p.13-14)


• Diáspora: 7% do Império • Anti-semitismo:
Romano era judeu! • lenda do burro com cabeça de ouro no templo;
lenda do ritual de matar um grego por ano (Páscoa)
• Império Romano = 50 milhões. e comer seu coração.
• Judeus = 1 milhão na • A peculiaridade e não miscigenação.
Palestina, 5 ou 6 milhões na • Exclusivismo e superioridade.
Diáspora • Movimento proselitista.
• 150 colônias nos países do • Oposição judaica:
Mediterrâneo • os cristãos eram incultos, mas tinham o favor das
• Fariseus, saduceus, essênios, massas;
terapeutas, zelotes, • Jesus não era o tipo do Messias que alguns queriam;
herodianos, “povo da terra • o Templo não era mais a casa de Deus;
(ʼam-ha-arez) [=os silenciosos] • eles tinham um novo meio de cumprir a Lei de
Moisés;
• os gentios podiam ser aceitos por Deus.

31

O grafito de
Alexamenos
[p.14]

32

HE405-História da Igreja 16
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A igreja
apostólica e
suas origens (p.
17-21)

33

34

HE405-História da Igreja 17
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35

36

HE405-História da Igreja 18
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37

38

HE405-História da Igreja 19
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39

A igreja apostólica e suas origens (p. 15)

40

HE405-História da Igreja 20
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Tácito e a perseguição de Nero (p. 16-17)


“Mas os empenhos humanos, as liberalidades do imperador e os sacrifícios aos deuses não
conseguiram apagar o escândalo e silenciar os rumores de ter sido ordenado o incêndio de
Roma. Para livrar-se de suspeitas, Nero culpou e castigou com supremos refinamentos de
crueldade uma casta de homens detestados por suas abominações e vulgarmente
chamados cristãos. Cristo, do qual seu nome deriva, foi executado por disposição de Pôncio
Pilatos durante o reinado de Tibério. Reprimida durante algum tempo, esta superstição
perniciosa voltou a brotar, já não apenas na Judeia, seu berço, mas na própria Roma,
receptáculo de quanto sórdido e degradante produz qualquer recanto da terra. Tudo, em
Roma, encontra seguidores. De início, pois, foram presos todos os que se confessavam
cristãos. Depois, uma multidão enorme foi condenada não por causa do incêndio, mas
acusada de ser o opróbrio do gênero humano. Acrescente-se que, uma vez condenados à
morte, eles se tornavam objeto de diversão. Alguns, costurados em peles de animais,
expiravam despedaçados por cachorros. Outros morriam crucificados. Outros ainda eram
transformados em tochas vidas para iluminar a noite. Para esses festejos, Nero abri de par
em par seus jardins, organizando espetáculos circenses em que ele mesmo aparecia
misturado com o populacho ou, vestido de cocheiro, conduzia sua carruagem.”

Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

41
Com a destruição de Jerusalém no ano 70, os cristãos perdem um grande ponto de
referência, mas aos poucos, no Segundo Século Roma e Alexandria vão crescendo em
importância e valor.
No fim do Primeiro Século, provavelmente os maiores centros cristãos eram Antioquia,
Éfeso e Roma.

A igreja apostólica e suas origens (p. 17)


Um panorama da história da igreja no Primeiro Século, que narramos brevemente pode
ser visto no gráfico abaixo.


30 40 50 60 70 80 90 100

Pentecostes Cartas do Novo 66 Morte de 70 Queda de Literatura Joanina NT


Testamento Paulo, Jerusalém
Pedro e 96 .
Evangelhos Tiago
João em Patmos

Evangelhos

O livro dos Atos 1,2Tm 1, 2, 3 Jo, Ap


Tt

Cartas

Muitos judeus Missões aos gentios Afastamento dos


judeus

A igreja se diferencia do Judaísmo A igreja enfrenta Roma

42
CONCLUSÃO
A igreja nasceu num mundo preparado para ela, mas, ao mesmo tempo, hostil à sua
mensagem. Isto encontra paralelo em nossa própria história, pois vemos boas
HE405-História da Igreja para a pregação, ao mesmo tempo que vemos dificuldades e problemas.
oportunidades 21
O estudo desta história pode nos ajudar a entender que Deus ainda está conduzindo seu
povo para a realização de seus propósitos salvadores.
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A HISTORIA DA IGREJA ANTIGA


02

43

Esboço (p.19)
I. Era Antiga [30-600]
A. Igreja Neotestamentária [30-100]
B. Igreja Ante-Nicena [100-325]
325 – O Concílio de Niceia
C. Igreja Pós-Nicena [325-600]

44

HE405-História da Igreja 22
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45

A Igreja Ante-Nicena (p.19-22)


(i) Era uma igreja perseguida
(ii) Era uma igreja que se afastava do judaísmo.
(iii) Era uma igreja sem grandes desenvolvimentos
hierárquicos
(iv) Era uma igreja tentando comunicar-se com a cultura
(v) Era uma igreja reunida em casas.
(vi) Era uma igreja missionária, crescendo em toda parte.
(vii) Era uma igreja definindo e combatendo doutrinas.
46

HE405-História da Igreja 23
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Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana


Pais Apostólicos (p.22-25)

ORIENTAIS OCIDENTAIS
Inácio Clemente de Roma
Policarpo Hermas
2º Clemente
Didaquê
Pápias
Escreveram cartas, apocalipses e até um manual para a igreja.
(i)47 Clemente Romano43 (cerca de 96 AD), escreveu uma carta para a igreja de Corinto
em nome da igreja de Roma: “A igreja de Deus, que é peregrina em Roma, à igreja de
Deus, que é peregrina em Corinto...”44
Na época Pais Apologistas
e região dele, as igrejas (p.25-28)
ainda tinham apenas “bispos e diáconos”45 e apesar
dele pensar numa espécie
(i) Quadratos dedesucessão
(cerca 125 AD) apostólica desde Jesus, pelos apóstolos, até os
bispos (ii)
e diáconos,
Aristides sua posturadeainda
(de cerca não é altamente hierarquizada. Veja que ele
125 AD)
escreve(iii)
em Anome da igreja
Epístola e não em(cerca
a Diogneto nome dos bispos. AD)
de 120-140
(iv) Justino Mártir (cerca de 153 AD)
Ele escreve para ajudar
(v) Taciano a resolver
(cerca um problema de divisão contra os bispos.46 Clemente
de 160-170)
defende(vi)
o ponto de vista(cerca
Atenágoras de umadeigreja mais “aristocrata” e, por isso, está interessado
177 AD)
(viii) Tertuliano (cerca de 200 AD) [único latino – norte da África]
em manter a “ordem”. Esta é uma preocupação típica da aristocracia.
(ix) Melito de Sardes, († 177)

Notamos, contudo, que a igreja em Roma ainda mantêm o padrão apostólico de “bispos
e48diáconos” contra o modelo que se desenvolveria mais tarde de “bispo, presbíteros e
diáconos”. Haveria uns 25 locais de reunião em Roma e não havia um bispo
monárquico. Clemente, provavelmente funcionou como secretário dos presbíteros de
HE405-História da Igreja 24
Roma, ao escrever esta carta.47 Clemente foi martirizado sob o governo de Domiciano.
(ii) Inácio48 de Antioquia (cerca de 115 AD) escreveu sete cartas. Os destinatários
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Heresias e cismas do Segundo Século (p.28-30)


(i) O docetismo
(ii) O ebionismo
(iii) O gnosticismo
(iv) O marcionismo
(iv) O montanismo

49

A reação da igreja (p.30-31)

•Mono episcopado ESCRITORES

•Sucessão Apostólica • Irineu de Lion


•Credos
• Hipólito de Roma
•Novo Testamento

50

HE405-História da Igreja 25
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Observações sobre o Segundo Século


(p. 31)
• O povo comum crescendo e vivendo o
cristianismo

• Continuidade da fé primitiva em muitos pontos

• Desenvolvimento da igreja de Roma

51

Do Segundo para o Terceiro Século (p. 31-32)

•Tertuliano (200)

•Cipriano de Cartago (258)

52

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A cristologia dos primeiros teólogos (Séc. III)


(p.32-33)
•Monarquismo dinâmico ou adocionismo
•Sabelianismo ou patripassionismo ou
monarquismo modalista
•Cristologia do Logos
•Primeiros passos da doutrina da Trindade

53

Primeiros teólogos cristãos (p.33-34)

•Tertuliano (Séc. II)


•Clemente de Alexandria (Séc. III)
•Orígenes ( Séc. III)
•Hilário de Poitiers (Séc. IV)

54

HE405-História da Igreja 27
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Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

A pirâmide hierárquica que se formou era:

bispo
Hierarquia (eleito)

presbíteros
(conselheiros, ajudantes)

diáconos119
(assuntos financeiros)

sub-diáconos
(auxiliares dos diáconos)

acólitos
(auxiliares no culto)

exorcistas
(demônios e encantamentos)

leitores
ostiários
(cuidar dos túmulos e dos prédios)

diaconisas
(no Oriente)120

viúvas
(ajudar outros)121

55
Também a ordenação episcopal tornou-se a praxe de controle e ordem na igreja no
Terceiro Século. Segundo Hipólito, só o bispo pode ordenar. Uma rápida
sacerdotalização ocorreu na igreja. Cipriano de Cartago (Séc. III) atribuía ao bispo as
tarefas centrais e principais na administração da ceia, na readmissão de penitentes. O
bispo é a igreja. Uma mistura de paganismo e Velho Testamento foi usada para
justificar o poder dos sacerdotes sobre o povo.

Mudanças na doutrina e na ordem da igreja


Também o surgimento das dioceses, ou seja, igrejas maiores que coordenavam as
igrejas de uma região. Desta forma, todas estas igrejas eram comandadas por um único

(p.34-35)
bispo diocesano. O sistema de patronato e clientelismo do mundo romano tinha sido
adotado pelas igrejas menores que, agora, dependiam e eram governadas pelas maiores.
As congregações menores pediam ajuda às maiores, logo uma relação de dependência e
cuidado foi instalada.
• hierarquia / mono-episcopado
119
120 ordenação
COMBY, 1988, episcopal
• Normalmente, / sacerdotalização
só 7 por igreja, por causa de Atos 6. Mas podia haver muitos sub-diáconos.
p. 63
121
H.E. VI, 43.11
• dioceses Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei 43
www.ebnesr.com.br
• chorepiskopoi / bispo / bispos / metropolitanos / patriarcas
• Culto / calendeario / ceia
• Batismo
• Disciplina / Perdão
• Monasticismo

56

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Missões
(p.37-38)

57

Oposição (p.38-39)
• Mitraísmo
• Deus Mitra – Sol
• 25 de dezembro
• Entre o exército
• Maniqueísmo
• Profeta Mani – morto na cruz na Pérsia
• Séc. III
• Forte dualismo è Agostinho

58

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A HISTORIA DA IGREJA IMPERIAL


03

59

A situação política antes do Concílio de Niceia


(p.40-42)

•As novas formações do Império


•A tolerância
•O sonho de Constantino
•O problema da junção Império-Igreja

60

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A situação teológica antes do Concílio de Niceia


(p.42-43)
• Os gnósticos Alexandre e Atanasio
• Os adocionistas X
• Os monarquianos Ário
• Os modalistas
• Os patripassianistas
• Os dinamistas
• O ponto do Logos Divino Alexandria
X
Antioquia
• Os arianistas, ou seguidores de Ário
• Virão depois os pneumatômacos

61

O concílio de Nicéia (p.43-44)


• Despesas pagas pelo Imperador
• 400 bispos convocados (318)
• Só 4 do Ocidente... o bispo de Roma não foi (2 presbíteros)
• (i) Alexandre e Atanásio, de Alexandria; (ii) Ósio, conselheiro religioso
de Constantino: (iii) Eusébio de Nicomédia, líder do partido ariano; e
(iv) Eusébio de Cesareia.

• HOMOOUSIA [ o`moousi,a ]

62

HE405-História da Igreja 31
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Os conflitos depois de Niceia (p.44-45)


• partido homousiano - homoousia [ o`moousi,a ]
• partido homoiousiano - homoiousia [ o`moiousi,a ]
• partido homoeano
• partido anomoeano

• Concílio de Constantinopla em 381.


Três Capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de
Nissa e Gregório de Nazianzo.

63

Novas discussões (p.45)


• O ebionismo
• O docetismo
• O arianismo
• O nestorianismo - Nestório, patriarca de
Constantinopla.
• O Eutiquianismo ou Monofisimo -
Êutico, um monge de Constantinopla.
• O apolinarismo - Apolinário de
Laodiceia

64

HE405-História da Igreja 32
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65

7 Concílios Ecumênicos (p. 45-47)


• Niceia (325) - Trindade
• Constantinopla (381) - Trindade
• Éfeso (431) - Cristologia
• Calcedônia (451) - Cristologia
• Constantinopla II (553) - Cristologia
• Constantinopla III (680-1) - Cristologia
• Niceia II (787) – Iconoclastas

66

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A Era de Ouro dos Pais da Igreja (325-451)


(p. 47-48)
• No Oriente: Atanásio (295-373), Basílio de Cesareia
bispo de Constantinopla (329-379), Gregório de
Nazianzo (330-390) e João Crisóstomo (350-407).
Além destes quatro, vale a pena mencionar o terceiro
Capadócio, Gregório de Nissa (†394).
• No Ocidente: Hilário de Poitiers (315-367), Agostinho
de Hipona (354-430), Jerônimo (347-420), Ambrósio
de Milão (340-397), e o papa Gregório Magno (540-
604).
67

A queda do Império Romano (p. 48-49)


• 311 – Surge o edito de tolerância.
• 313 – Edito de Milão.
• 319 - proibição do culto pagão em público - só privado
• 323 – Constantino torna-se o único César Augusto.
• 325 - Concílio de Niceia
• 356 – É instituída a pena de morte ao idólatra.
• 380 – O imperador Teodósio – Persegue os hereges e judeus.
• 385 – Prisciliano, bispo de Ávila e outros cristãos hereges são mortos pelo imperador
Máximo.
• 392 – Perseguição aos pagãos.
• 406 – Os francos invadem o império romano.
• 410 – Alarico, o godo, invade Roma.
• 476 – Cai o Império Romano do ocidente.

68

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Trânsito para a Idade Média (p. 49-50)


• Agostinho (354-430) x Pelágio
Donato
ão
ia n is m o – a salvaç no.
Pelag forço hum
a
• Jerônimo (347-420) depen d e d o es
e d ev o , posso!”.
“S
ó
o s s a c ramentos s
o–
Donatism in ist ra ntes forem
os m
valem se
puros.

69

Entrando na Idade Média (p. 50-51)

•Os Bárbaros

•O cristianismo celta

•O Islã

70

HE405-História da Igreja 35
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A HISTORIA DA IGREJA MEDIEVAL


04

71

IDADE MÉDIA (p. 52)


• O termo é um tanto infeliz, pois vem do
pensamento positivista moderno que
menosprezava o período após a
Antiguidade Clássica
• Assim entre a valorizada “ANTIGUIDADE” e
a “MODERNIDADE” nada de importante
havia, a não ser as trevas e ignorância da
“IDADE MÉDIA”.
• Tal conceito é preconceituoso e
equivocado: tudo que temos hoje, da
Antiguidade e mesmo de base de nossa
Modernidade passou e baseou-se neste
tempo...

72

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Periodização – divisões do tempo (p.52)


IDADE MÉDIA A IGREJA NA IDADE MÉDIA
NA HISTÓRIA GERAL [600-1300]
• 1. Alta Idade Média, que decorre • A. Igreja sob o Poder Temporal
do século V ao X; [600-1050]
1050 – O Grande Cisma
• 2. Baixa Idade Média, que se • B. Igreja sob a Hierarquia Papal
estende do século XI ao XV. [1050-1300]

73

74

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Temas a observar (p.52)


(i) as relações da igreja com os Estados, sobretudo, na questão do
desenvolvimento do papado;
(ii) o crescimento de desenvolvimento da vida monástica;
(iii) as missões cristãs;
(iv) as invasões dos bárbaros, dos muçulmanos e dos vikings e o
impacto disto sobre a cristandade;
(v) alguns poucos desenvolvimentos doutrinários e litúrgicos deste
período;
(vi) as cruzadas;
(vii) o desenvolvimento da erudição cristã.

75

Dois Impérios – dois destinos (p.52-53)


• A Idade Média é uma época
de invasões.
• O Império Romano estava
dividido e a parte mais frágil
era o Império Ocidental,
cuja capital era a antiga
Roma.
• O Império Oriental era mais
rico e estava mais bem
protegido dos bárbaros da
Europa e Ásia.

76

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77

78

HE405-História da Igreja 39
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A formação de reinos bárbaros (p.53)


• Com as invasões bárbaras,
novos reinos se formam.
• O Império Romano do
Oriente ainda subsiste e
por toda a Idade Média, em
variados momentos,
procura a hegemonia e o
retorno do poder.

79

527 — 565 AD

80

HE405-História da Igreja 40
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81

Clóvis – rei dos Francos (p.50, 53) [481 – 511


AD]
• Primeiro monarca ocidental a
converter-se ao catolicismo
romano [496 AD]

• Desta aproximação e esforço, o


Papado e o catolicismo
conseguiram proteção e mais
independência de Bizâncio.

82

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Gregório Magno – o Grande Papa (p.53)


• O papa Gregório I, o Magno (590-604) que dizia que “todo o poder foi
dado ao alto aos meus senhores para ajudar os homens a fazer o
bem”.
• Primeiro papa monge, intitulava-se Servidor dos Servidores de Deus.
• Aproveitou-se da falência imperial na Itália para assumir o poder
temporal. Desligou-se da influência bizantina e aproximou-se dos
germânicos. Visigodos, suevos e lombardos se converteram.
Agostinho foi à Inglaterra e converteu os anglo-saxões. Os escritos de
Gregório Magno instruíram o clero e fortaleceram a religiosidade dos
fiéis. Sua Regra Pastoral serviu de manual para os clérigos em toda a
Idade Média.

83

84

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85

Batalha de Poiters (ou de Tours) [p.53]

• https://www.youtube.com/watch?v=Rb8pGJy2aXs

86

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Divisões da
igreja

• Romana
• Bizantina
• Monifisista
• Nestoriana

87

As invasões muçulmanas prejudicaram... (p.53)


(i) A igreja grega perdeu a força dos patriarcados de Jerusalém, Antioquia e
Alexandria. Constantinopla acabou enviando muitos missionários para o Norte, na
Europa Central. Contudo, mais tarde, muitas das igrejas fundadas alinharam-se com
Roma: as exceções são a Bulgária e a Rússia.
(ii) Também as igrejas monofisistas (pré-calcedônicas) perdem influência na região.
As igrejas copta e etíope conseguiram manter-se no mundo muçulmano apesar de
sofrer, ocasionalmente, dificuldades com os dirigentes muçulmanos. A igreja siríaca
ou jacobita, no começo, foi bem tratada pelos invasores, mas, posteriormente, com
mudanças de regime islâmico, foram perseguidos.
(iii) A igreja armênia, que é pré-calcedonense, embora posteriormente tenha
rejeitado os ensinos nestorianos. Ela continuou até hoje na região e no país da
Armênia.
(iv) As igrejas nestorianas continuaram crescendo para o Oriente, pregando na
Pérsia, Ásia Central, Índia e China. O missionário Alopem pregou naquele país e fez
a primeira tradução da Bíblia para o Chinês.

88

HE405-História da Igreja 44
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Carlos Magno
(p.54)
• 768-814 AD
• Coroado
Imperador do
Sacro Império
Romano

89

Papas medievais e o poder Romano (p.54-55)

90

HE405-História da Igreja 45
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Questão das Investiduras: (p. 55)


• Quem tem o poder para nomear
os bispos?
• O Papa ou o Imperador?

• No Séc. X, o domínio dos


Imperadores gerou declínio na
igreja.
• Cluny e outros movimentos
restauraram a igreja
• Solução: Concordata de Worms
(1122 AD)

91

1054 – O GRANDE CISMA (p. 55-56)

•Disputa de poder:
Roma X Constantinopla
•Igreja Católica Apostólica Romana
•Igreja Católica Ortodoxa Grega.

92

HE405-História da Igreja 46
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Cláusula Filioque
1054 – O GRANDE CISMA (p. 55-56)
pt.wikipedia.org/wiki/Cláusula_Filioque

Filioque (em latim: "e (do) Filho") é uma frase encontrada na versão do Credo niceno-
constantinopolitano em uso na Igreja Latina. Ela não está presente no texto grego desse
credo como formulado originalmente no Primeiro Concílio de Constantinopla, onde se lê
apenas que o Espírito Santo procede "do Pai":

“ Καὶ εἰς τὸ Πνεῦμα τὸ Ἅγιον, τὸ κύριον, τὸ ζωοποιόν, τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον [1] ”
E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai

O texto, na versão latina, fala do Espírito Santo como procedendo "do Pai e do Filho":

“ Et in Spiritum Sanctum, Dominum et vivificantem, qui ex Patre Filioque procedit ”


E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai e do Filho [2]

Frequentemente diz-se que o primeiro caso conhecido da inserção da palavra Filioque na


93
versão latina do Credo niceno-constantinopolitano ocorreu no Terceiro Concílio de Toledo
(589) e que a sua inclusão a partir daí se espalhou espontaneamente[3] por todo o Império
dos Francos[4]. No século IX, o Papa Leão III, ainda que aceitando a doutrina da
procedência do Espírito Santo do Pai e do Filho, se opôs à adoção da cláusula Filioque[4].

Século XII – Inocêncio III (1198-1216)


Em 1014, porém, o canto do credo - com a Filioque - foi adotado na celebração da missa
em Roma[4].
[p. 56-57]

1. Centralização do poder:
A inserção foi inspirada pela doutrina, tradicional no Ocidente e encontrada também em
Alexandria, que foi declarada dogmaticamente pelo Papa Leão I em 447,[5] e que é
2. Legalização da igreja:
chamada filioquismo. A esta doutrina opõe-se a doutrina do monopatrismo, formulada
por Fócio (veja Cisma de Fócio), patriarca de Constantinopla, quem manteve que a frase
3. Politização:
"que procede do Pai" (τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον) do Credo niceno-
4. Militarização:
constantinopolitano deve ser interpretada no sentido de "que procede do Pai sozinho (τὸ
ἐκ μόνου τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον).[6][7][8]
5. Clericalização:
Os conflitos entre os defensores dessas duas doutrinas contribuíram para o Grande Cisma
do Oriente de 1054 e ainda constituem um obstáculo para as tentativas de reunião das
Igrejas católica e ortodoxa[9].

94
Novo Testamento
Anthony E. Siecienski afirma que é importante reconhecer que "o Novo Testamento não
HE405-História
afirmada Igreja
explicitamente a procedência do Espírito Santo como a teologia posterior entende e 47
define a doutrina". Apesar disso, há "certos princípios estabelecidos no Novo Testamento
que formataram a futura teologia trinitária e, em particular, textos que tanto os latinos
quanto os gregos utilizaram para apoiar as suas respectivas posições frente à controvérsia
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Contestação: 1170 e 1180 AD (p. 57-58)


• Cátaros vem do grego Κάθαροι, katharoi, que significa
puros. Abstinham-se de muitas coisas e lutavam
contra o poder e opulência dos bispos e de Roma.
• Albigenses são os cátaros de Albi, no Sul da França.
• Valdenses são os seguidores de Pedro Valdo, de Lion,
na França, que deu todos seus bens aos pobres e foi
pregar e trabalhar entre eles.

95

AS CRUZADAS

96

HE405-História da Igreja 48
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

CRUZADAS 1096-1270 (p. 57)

97

Outros contestadores: os Franciscanos (p. 58)


• Outro movimento que promovia a pobreza do evangelho e a vida simples
foi iniciado por Francisco de Assis.
• Ele pediu o reconhecimento de seu trabalho ao papa Inocêncio III. Com
este movimento, o papa foi mais sagaz. Ao invés de “bater de frente” com
eles, acolheu o movimento e o institucionalizou, domesticando-o.
Inocêncio III, inflexível com os cátaros, soube acolher os Dominicanos e os
Franciscanos como ordens mendicantes, baseadas na pobreza evangélica.
Ele percebeu que era mais fácil acolher do que combater este movimento.
• Por outro lado, como a igreja negava, na sua prática, todos os princípios
do franciscanismo, acabou por adulterá-lo e os franciscanos também
deixaram de ser os “irmãos pobres” tornando-se uma ordem poderosa.

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Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A Escolástica (p. 58-59)


• Surgem nesse período as grandes sínteses medievais da teologia e da
filosofia. A igreja medieval desenvolveu o que foi chamado posteriormente
de “método escolástico” ou “teologia/filosofia escolástica”.
• Escolas monásticas e Escolas catedrais
• Trivium (gramática, retórica e dialética )
• Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música)
• Depois: uso da dialética (lógica): deixando o platonismo e o neoplatonismo
para alinhar-se mais com o aristotelismo.
• Grandes nomes da Escolástica foram Anselmo de Cantuária (1033-1109),
Abelardo (1079-1142), Pedro Lombardo (1100-1160), Tomás de Aquino (c.
1225-1274), Duns Escoto (1265-1308) e Guilherme de Ockham (c. 1285-
1350).

99

Vida comum na Idade Média (p. 59)


• “Na Idade Média, particularmente, o discipulado de Cristo foi certamente mal
compreendido: o discipulado da cruz foi confundido com um culto ao crucifixo
ou com uma imersão mística na participação florescente no sofrimento de Cristo.
Peregrinações e atos de guerra concediam perdão e indulgência no julgamento
divino!
• No entanto, havia incontáveis homens e mulheres medievais que
despretensiosamente queriam viver como autênticos discípulos de Jesus no dia-
a-dia: dedicados a seus semelhantes, especialmente os fracos e os
marginalizados, os famintos, os estrangeiros, os doentes e os presos.
• Havia uma prática cotidiana de amor ao próximo: na Idade Média, inúmeras
pessoas viviam seu cristianismo de maneira bastante prática e natural. Esta é a
história do cristianismo que não é contada em nenhuma crônica da igreja nem
transmitida nos livros dos teólogos”.
• Sobre estes três parágrafos acima: KÜNG, 2002, p. 140-141.

100

HE405-História da Igreja 50
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Cativeiro Babilônico do Papado [1309-77] (p.59-60)

101

O Desenvolvimento da vida monástica (p.61)


• A Ordem dos Beneditinos Fundada por Bento em 529, em
Monte Cassino.
• A Ordem dos Cistercienses Surgiram em 1098, com objetivo
de fortalecer a disciplina dos Beneditinos, que se relaxava.
• A Ordem dos Franciscanos fundada em 1209 por Francisco
de Assis.
• A Ordem dos Dominicanos Ordem espanhola fundada por
Domingos, em 1215.

102

HE405-História da Igreja 51
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

103

IGREJA NA RENASCENÇA
E NA REFORMA
05

104

HE405-História da Igreja 52
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Mudanças do mundo (p.63)

• 1517 è Cristianismo por adesão

• 1789 è Cristianismo deixado de lado

105

Igreja Renascentista e Reformada: 1300-1650


A. Declínio e tentativas reformatórias: [1300-1500]
1309-1377 – Cativeiro Babilônico do Papado
1378-1414 – Cisma Ocidental
B. Reforma protestante: [1500-1650]

• NESTA AULA: Estudaremos a igreja no tempo do Renascimento e


depois no período dos chamados pré-reformadores.
• Os Reformadores propriamente ditos serão estudados na outra aula.

106

HE405-História da Igreja 53
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Renascença (p.64-65)
• Enfraquecimento do poder papal
• Estados Nacionais
• Contatos com outras partes do mundo
• Aumento das cidades
• Comércio, capital e burguesia
• Renovação da ciência e da indústria (imprensa)
• Nova atitude para com o mundo e a natureza
• Artes
• Universidades

107

Grandes homens (p.66)


• Roger Bacon (1214-1294)
• Dante Alighieri (1265–1321)
• Petrarca (1304–1375)
• Boccaccio (1313–1375)
• Maquiavel (1469-1527)
• Michelângelo (1475-1564)
• Leonardo da Vinci (1452-1519)
• Rafael Sanzio (1483-1520)
108

HE405-História da Igreja 54
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Doutrinas (p.66)
Quatro áreas gerais de doutrina serão consideradas
nesta lição:
• (i) Pedro e Sucessão Papal;
• (ii) a Veneração dos Santos e Mariolatria;
• (iii) o Sistema Sacramental;
• (iv) o Purgatório.

109

Agitações reformadoras (p.69)


• Reformas vindas de dentro
(i) o abuso do monasticismo
(ii) a prática da simonia.
• Reformas indo para fora
s:
- Cátaros t ico
- Albigenses Heré III
s X
- Valdenses. c ulo XII—
s Sé é c .
O S

110

HE405-História da Igreja 55
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Os Cátaros

111

Os Valdenses

112

HE405-História da Igreja 56
mudanças na vida europeia: o comércio deixava de ser feito pelo Oriente, no Mar
Adriático, para usar as rotas do Ocidente, onde vão ocorrer as Grandes Navegações dos
Séculos XIV e XV. (iii) A fragmentação política da Europa também mostrava
insatisfação com as políticas totalitárias e opressivas de Roma. (iv) A vida intelectual
estava em transição e mudando de centro: a escolástica, que estudava os doutores da24/09/2022
Dr. Álvaro C. Pestana
igreja, estava em baixa e renascimento do estudo dos clássicos pagãos antigos estava em
alta. Os ataques dos árabes296 levaram a redescoberta dos filósofos gregos e a descoberta
das degradações da igreja. Quem foi fortalecido foram os antigos “bárbaros”. O
renascimento do espírito humano e da liberdade, encontraram-se no homem e na
sociedade, não na igreja! (v) O homem descobriu a individualidade: “O homem
moderno ergueu-se em oposição à ordem estabelecida e aceita de seu tempo; insistiu em
exprimir-se a si mesmo como pessoa”.297
Os pré-reformadores (p. 73-77)
ALGUNS DOS PRÉ-REFORMADORES 298

Nome data Contribuição detalhes


João Wycliffe 1329- Contra a riqueza da igreja e a Traduziu e divulgou
1384 intervenção no estado. Contra o NT
muitas doutrinas romanas.
João Huss 1373- Seguia a linha de Wycliffe Queimado vivo.
1415
João de Wessel 1420- Contra doutrinas romanas Um dos “Irmãos
1489 Comuns”. Morreu
na prisão.
Jerônimo 1452- Contra a imoralidade papal e Enforcado e
Savonarola 1498 dos clérigos queimado como
herege
Desidério 1466- Atacou a inconsistência e Humanista
Erasmo 1536 hipocrisia da igreja holandês.

113 Everett Ferguson299 aponta seis fatores ou “buscas” do antigo mundo cristão romano,
que conduziram à reforma protestante.

295
DUSTAN, J. Leslie. Protestantismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1964, p.12.
296
A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória entre os tempos medievais e
os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar somente a cidade
As causas da Reforma [p.77-78]
de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II. O
templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e
assim terminou também o período da Igreja Medieval.
297
DUSTAN, p. 15.
•2981.WALTON
A busca #31por objetividade na religião: sacramentalismo.
299
FERGUSON, Everett. Church History: Reformation and Modern. 2nd Edition. Abilene: 1967, p. 5-
•10.2. A busca por subjetividade na experiência com Deus: misticismo.
• 3. A busca por liberdade
Escola intelectual:
Bíblica Nacional o humanismo
para Equipar renascentista.
os Servos do Rei 98
www.ebnesr.com.br
• 4. A busca por um governo representativo na igreja: conciliarismo.
• 5. A busca por reforma moral: Savonarola
• 6. A busca por novos padrões políticos e sociais: Nacionalismo e
conflito social.

114

HE405-História da Igreja 57
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

IGREJA NA REFORMA
E NA CONTRARREFORMA
06

115

PRINCÍPIOS [p.79]
• Os grandes princípios dos protestantes podem
ser agrupados em quatro grandes questões:
(i) autoridade,
(ii) liberdade,
(iii) humildade e
(iv) interioridade.

116

HE405-História da Igreja 58
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

LEMAS [p.79-80]
• Do protestantismo, vários lemas se tornaram emblemáticos para o
movimento:
•Sola Scriptura.
•Sola fide.
•Sola gratia.
•Solo Christo!

117

• “Eu odiava este termo “justiça de Deus”,


MARTINHO LUTERO[p.80-84] porque o uso corrente e o emprego que
dele fazem habitualmente todos os
doutores me haviam ensinado a
entendê-lo em sentido filosófico... uma
qualidade divina que impulsiona Deus a
castigar os pecadores e os culpados ...
Enfim Deus teve piedade de mim.
Enquanto meditava dia e noite e
examinava a lógica (sic!) destas palavras:
“A justiça de Deus se revela no
Evangelho, como está escrito: o justo
viverá pela fé”, comecei a compreender
que a justiça de Deus aqui significava a
que Deus dá pela qual o justo vive, se
tem fé. O sentido da frase é, pois, o
seguinte: O Evangelho nos revela a
justiça de Deus, mas esta justiça é
“justiça passiva” pela qual Deus em sua
misericórdia nos justifica por meio da
fé... Imediatamente senti-me renascer e
em pareceu haver entrado, por portas
largamente abertas, no próprio
Paraíso...”. (p. 104)

118

HE405-História da Igreja 59
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

MARTINHO LUTERO

•Conflito com Tetzel


•Ruptura com Roma
•Obra posterior
Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

•Influência
adoção do luteranismo nos países escandinavos, ao norte da Alemanha. O catolicismo
perdeu todo o Norte da Europa.
Lutero e sua influência foram sentidas em toda a Europa. O movimento protestante
fortificou-se na Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos,
Escandinávia e até na Espanha e Itália. A Reforma provavelmente ocorreria de uma
forma ou outra, mas Lutero deu-lhe não apenas o maior vigor inicial como também
inspirou coragem e visão em muitos outros de espírito reformador.325 Apesar das
reações negativas a Lutero, a própria igreja católica deve muito a ele, pois foi forçada a
rever muitos de seus caminhos mais desavergonhadamente errados.
119 CATÓLICOS x PROTESTANTES326
Em termos gerais, o quadro abaixo sumariza a situação de contraste gerada com a
Reforma Protestante. Pontuaremos alguns itens principais contrastando os pontos de
vista protestantes e católicos.

Tópico Questão Protestantes Católicos


Escrituras SUFICIÊNCIA Só a Escritura Bíblia+Tradição
CONTEÚDO Não aos apócrifos Apócrifos
Antropologia PECADO Depravação total e Homem corrompido
ORIGINAL culpa herdada. e predisposto para
ao mal.
VONTADE Vontade humana livre Vontade humana
HUMANA para fazer o bem escrava do pecado.

Soteriologia PREDESTINAÇÃO Baseada nos decretos Baseada na


de Deus. presciência de
Deus.
EXPIAÇÃO Morte vicária de Morte vicária de
Cristo Cristo e méritos dos
sacramentos
GRAÇA DE DEUS Graça comum: todos Graça preveniente:
Graça salvífica: batismo
eleitos Graça eficaz:
capacitando a
obediência
BOAS OBRAS Resultado da graça Produzem mérito
REGENERAÇÃO Obra do Espírito Batismal
JUSTIFICACÃO Ato judicial divino No batismo,
definitivo podendo ser perdida
e readquirida

120

325
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1978,
HE405-História
p. 156-157. da Igreja
326
60
WALTON #41, & HOUSE # 1 com adaptações.

Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei 108


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adoção do luteranismo nos países escandinavos, ao norte da Alemanha. O catolicismo
perdeu todo o Norte da Europa.
Lutero e sua influência foram sentidas em toda a Europa. O movimento protestante
fortificou-se na Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos,
Escandinávia e até na Espanha e Itália. A Reforma provavelmente ocorreria de uma
Dr. Álvaro
formaC.ouPestana
outra, mas Lutero deu-lhe não apenas o maior vigor inicial como também 24/09/2022
inspirou coragem e visão em muitos outros de espírito reformador.325 Apesar das
reações negativas a Lutero, a própria igreja católica deve muito a ele, pois foi forçada a
rever muitos de seus caminhos mais desavergonhadamente errados.
CATÓLICOS x PROTESTANTES326
Em termos gerais, o quadro abaixo sumariza a situação de contraste gerada com a
Reforma Protestante. Pontuaremos alguns itens principais contrastando os pontos de
Historia da igreja:euma
vista protestantes leitura não hierarquizante
católicos. 2016 Álvaro C. Pestana

Tópico Questão Protestantes Católicos


Escrituras
Eclesiologia SUFICIÊNCIA
ORGANIZAÇÃO Só a Escritura
Várias formasBíblia+Tradição
Pedro e Roma
CONTEÚDO Não aos apócrifos Apócrifos
(Papado)
Antropologia PECADO Depravação total e Homem corrompido
IGREJA E Distinção entre igreja Fora da igreja
ORIGINAL culpa herdada. e predisposto para
SALVAÇÃO visível e invisível visível
ao mal.não há
VONTADE Vontade humana livre salvação
Vontade humana
SACRAMENTOS
HUMANA Meios de graça
para fazer o bemapenas Ex operedooperato
escrava pecado.–
com fé efetivo quando feito
Soteriologia PREDESTINAÇÃO Todos
SACERDÓCIO Baseada osnos decretos Só
crentes Baseada
algunsnasão
de Deus. presciência de
mediadores
Deus.
TRANSUBSTANCI
EXPIAÇÃO
Rejeitada
Morte vicária de
Defendida
Morte vicária de
AÇÃO Cristo Cristo e méritos dos
Escatologia PURGATÓRIO Negado Defendido
sacramentos
ESTADO
GRAÇA DEDOS
DEUS Definitivo
Graça comum: todos Alterável
Graça preveniente:
MORTOS Graça salvífica: batismo
Mariologia eleitos
Rejeitada Graçadeeficaz:
Mãe Deus
capacitando a
completamente Imaculada
obediência
BOAS OBRAS Resultado da graça Conceição
Produzem mérito
REGENERAÇÃO Obra do Espírito Medianeira
Batismal
JUSTIFICACÃO Ato judicial divino Adorada [4 festas]
No batismo,
definitivo podendo ser perdida
121 e readquirida
A REFORMA SUÍÇA327
Os efeitos de Martinho Lutero permanecem até os tempos atuais. Ao iniciar o
Movimento da Reforma, ele deu forma e significado a tudo o que se seguiria nas
gerações futuras. Embora ele não tivesse feito um retorno completo ao Novo
Testamento, ele é muito estimado pela sua coragem que o levou a fazer uma rejeição
formal do Catolicismo Romano. Nunca saberemos o quão efetivas as outras tentativas
A REFORMA SUÍÇA (p.85-86)
325
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1978,
reformadoras
p. 156-157. teriam sido sem o pontapé inicial de Lutero para o movimento. Nós
podemos
326
WALTON apenas
#41, &respeitar
HOUSE #suas
1 comcoragem e fé por causa do impacto nos eventos que se
adaptações.
sucederam. Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei 108
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Os três princípios principais, geralmente
• A Reforma Suíça é aceitos por todos os reformadores, são: (a) a
importante por várias razões.
Bíblia deve ser reconhecida como a norma absoluta para a vida e para a doutrina; (b)
(i) Umaprovêm
salvação e• justificação das maisde uma importantes marcas
fé viva, não de obras mortas; e,deixadas
(c) todos os por este segmento do
crentes, e não apenas alguns poucos escolhidos, são sacerdotes de Deus, e Jesus é o
Movimento da Reforma foi a sua ênfase na autoridade das Escrituras.
Sumo Sacerdote.
Zwínglio
Estes três princípios encarava
certamente a Bíblia
tiveram o selo como
da aprovação um
divina, por“código de leis”. Calvino olhava
serem bíblicos.
Porém, nempara todos Bíblia comoenfatizaram
os reformadores a únicaestes regra de fé,
princípios da infalível
mesma forma.e verbalmente inspirada
por Deus.
Lutero enfatizava a salvação pela fé somente. Esta doutrina foi enfatizada depois por
pregadores posteriores, chegando até a eliminar a importância das obras.
A Reforma (ii) Esta
• Suíça fasepor
é importante davárias
Reforma
razões. (i) é também
Uma importante
das mais importantes marcas porque ela marcou a
deixadas porpropagação da Reforma
este segmento do Movimento da Reforma para fora
foi a sua danaAlemanha
ênfase autoridade e enfim por toda a
Europa.
das Escrituras. Zwínglio encarava a Bíblia como um “código de leis”. Calvino olhava
para Bíblia como a única regra de fé, infalível e verbalmente inspirada por Deus.

327
Começa aqui a tradução de Lucas Tjhio César Pestana da Lição 6 de WOMACK, Morris M. The
church through the ages - part II. Austin: R. B. Sweet, 1965. A suplementação por outras fontes,
122
normalmente será indicada nas notas de rodapé.

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HE405-História da Igreja 61
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

• “Em dezembro de 1518, ele foi designado


ZWÍNGLIO [p.86-87] pastor chefe de uma grande igreja em Aurich.
Nesta época ele já havia desenvolvido por
completo a ideia de que a Bíblia era suficiente
como guia doutrinário, e percebendo que a
Igreja necessitava de purificação, ele começou
a pôr a Bíblia na frente das pessoas. Eis uma
das grandes diferenças entre Zwínglio e Lutero:
Lutero usava a Bíblia como corretiva, retendo
aqueles ritos e cerimônias da Igreja Medieval
que não eram positivamente antiescriturísticos.
Portanto ele reteve as imagens, os altares, os
ornamentos das igrejas, os órgãos, os sinos de
igreja, e coisas parecidas. Zwínglio usava a
Bíblia como um código de leis, rejeitando tudo
que não fosse expressamente ordenado na
Escritura.” (p. 110)

123

• João Calvino é mais bem conhecido por


CALVINO [p.87-89] alguns de seus escritos notáveis e pelas
contribuições que ele fez para o campo da
doutrina. Aos 25 anos ele publicou suas
Institutas da Religião Cristã, em uma forma
abreviada, e elas permaneceram até os
tempos presentes como um dos trabalhos
clássicos de teologia. Elas passaram por
várias edições até serem completadas em
1559. Em adição a isto, Calvino escreveu
um conjunto magistral de comentários que
também são clássicos até hoje.
• Uma das mais importantes contribuições
que ele fez para o campo da doutrina foi o
desenvolvimento da doutrina da
predestinação. Ele declarou que desde toda
a eternidade, Deus decretou que certas
almas estavam perdidas e certas outras
salvas, e que somente através de um ato
especial do Espírito de Deus a salvação
poderia vir. (p. 112)

124

HE405-História da Igreja 62
Lutero e Calvino
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022
Uma comparação rápida entre as pessoas de Lutero e Calvino ajuda a entender um
pouco das diferenças entre os dois reformadores.
LUTERO CALVINO
Base piedade pessoal e coletiva civilização336
Força agonia de consciência culpada um pensador e organizador
motivadora
Postura mais místico mais intelectual
Tempo primeira geração segunda geração

125

Enquanto Lutero tornou-se reformador por causa de suas lutas espirituais e sentimento
de culpa, Calvino foi um reformador de segunda geração cuja motivação para o trabalho
LUTERANOS REFORMADOS
ORDO SALUTIS chamado, iluminação, conversão, regeneração, eleição, predestinação, união com Cristo,

na Reforma foi fruto de sua instrução e seu impulso organizador e civilizador. Por isso,
GRAÇA DE DEUS
justificação, santificação, glorificação

pelo batismo ou pregação – capacita para evitar


chamado, regeneração, fé, arrependimento,
justificação, santificação, glorificação
irresistível

a teologia de Calvino é mais intelectual e sistemática enquanto que a teologia de Lutero


ARREPENDIMENT
O
resistência
leva à fé vem da fé

é mais mística e baseada na busca de relacionamento com Deus.


BATISMO
CEIA
opera regeneração – perdoa pecados
Cristo presente
[consubstânciação]
incorpora na aliança da graça
Sinal e selo da aliança – Cristo presente por fé

IGREJA E ESTADO Ligados Ligados


PRINCÍPIO
HERMENÊUTICO
PONTO DE VISTA
LUTERANOS x REFORMADOS337
tudo que não é proibido é permitido

preservar a tradição, o quanto fosse possível


tudo que não é ordenado é proibido

restaurar a forma original


SOBRE A

O quadro abaixo compara o pensamento luterano com o dos reformados em uma série
REFORMA
ÊNFASES
TEOLOGICAS
a graça de Deus
a obra de Jesus
a soberania de Deus
Os 5 pontos = TULIP

de pontos. Lutero
Proponentes
mais litúrgica e celebrativa mais intelectual e comemorativa
Zwínglio e Calvino
Calvino fica “na média” Lutero e Zuínglio

126
LUTERANOS REFORMADOS
ORDO SALUTIS
HE405-História da Igreja chamado, iluminação, eleição, predestinação, união 63

conversão, regeneração, com Cristo, chamado,


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A oposição a Calvino: Jacob Armínio [p.88-89]


• A posição dos seguidores de Armínio foi apresentada em obras que
surgiram em “Declaração de Sentimentos” (1608). Ele afirma que Deus
realizou quatro decretos:
• (i) Deus decretou Jesus como mediador e salvador para o homem;
• (ii) Deus decretou aceitar e salvar todos que se arrependessem e cressem
em Jesus Cristo e rejeitar os impenitentes;
• (iii) Deus decretou providenciar os meios necessários para o homem se
arrepender e crer;
• (iv) Deus decretou a salvação de certos indivíduos específicos porque ele
anteviu que eles creriam e perseverariam até o fim.
• (p. 113)

127

Temas CALVINISTAS ARMINIANOS

PECADO ORIGINAL depravação total e culpa herdadas de Adão fraqueza herdada de Adão

VONTADE HUMANA escrava do pecado livre para fazer o bem


graça comum para todos graça capacitadora a todos
GRAÇA DE DEUS graça salvífica para os eleitos graça salvífica aos que creem
graça para perseverar para os que obedecem
baseada nos decretos de Deus baseada na presciência de Deus
PREDESTINAÇÃO [eleição incondicional] [eleição condicional]
“Nós escolhemos Deus porque eles nos
escolheu” “Deus nos escolheu porque nós o escolhemos”
REGENERAÇÃO Monergismo Sinergismo

EXPIAÇÃO a morte de Cristo foi sacrifício penal vicário a morte de Cristo foi um sacrifício aceitável, na bondade
de Deus, em lugar da penalidade
somente para os eleitos para todos
ALCANCE DA EXPIAÇÃO [expiação limitada] [expiação ilimitada]
pelo poder do Espírito, pela escolha de Deus pelo poder do Espírito, em resposta à vontade do
APLICAÇÃO DA [graça irresistível] pecador [graça resistível que convida]
EXPIAÇÃO
eleição, predestinação, união com Cristo, chamado, fé, arrependimento, regeneração, justificação,
ORDO SALUTIS chamado, regeneração, fé, arrependimento, perseverança, glorificação
justificação, santificação, glorificação
PERSERVERANÇA perseverança dos eleitos perseverança dos obedientes
Soberania de Deus Equanimidade e justiça de Deus
ÊNFASE Incapacidade do pecador depravado Responsabilidade e liberdade do ser humano

128

HE405-História da Igreja 64
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Outros grupos [p.90]

•Socinianistas

•Anabatistas

•Menonitas

129

Reforma inglesa [p.91-93]


• Henrique VIII

• Eduardo VI

• Maria, a Católica

• Elisabete I (ou Isabel I)

130

HE405-História da Igreja 65
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Os puritanos [p.93]
• Eles queriam deixar todos os costumes medievais de vestimentas e
rituais que ainda se conservavam nas igrejas da Inglaterra.
Pretendiam também, separar a igreja do controle do Estado e exercer
uma disciplina mais severa, excluindo da igreja os membros e
sacerdotes indignos.
• Como a igreja era nacional, os puritanos não pretendiam e nem
podiam abandonar a igreja, mas queriam que a igreja se remodelasse.
No reinado de Tiago I, a produção da Versão do Rei Tiago (King
James Version) em 1611 foi um grande progresso obtido pelos
puritanos. Mas não obtiveram muito mais do que isto.

Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana


131

O quadro abaixo mostra algumas das principais e maiores distinções entre estes dois
pensamentos desenvolvidos dentro da Reforma Inglesa.
ANGLICANISMO PURITANISMO
É necessário distinguir entre as doutrinas A Bíblia fornece um completo padrão bíblico
necessárias para a salvação e as leis de de fé e organização que deveria ser
disciplina e governo da igreja estabelecido de novo
Abrangência da Reforma: Abrangência da Reforma :
o mínimo essencial o mais próximo possível do original bíblico
Alvo: Alvo:
Manter apenas a função essencial das coisas da Buscar a restauração da natureza-forma-
igreja função das coisas da igreja
Tradições, inovações e invenções são Retorno ao padrão bíblico de pensar e agir
aceitáveis
Organização: Organização:
episcopal e estatal “presbiteriana” (por presbitérios)
organização congregacional (independente)
[separatistas]
Resultado: “catolicismo mitigado” Resultado: Protestantismo
132

A REFORMA ESCOCESA364
A Escócia do Século XVI era um reino independente, mais ligado com a França do que
HE405-História
com adaInglaterra.
Igreja Como o catolicismo ali tinha sido muito incompetente, a reforma 66
espalhou-se ali como fogo na palha.
Apesar disto, a primeira tentativa de introduzir o protestantismo reformado na Escócia
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A REFORMA ESCOCESA [p.94]


• O trabalho que vingou foi o de João Knox (1514-1572), que esteve em
Genebra como refugiado e tinha sido aluno de Calvino. Ele retornou à
Escócia em 1559 e no ano seguinte, o Parlamento Escocês aboliu o
catolicismo e adotou a fé reformada.
• O sistema de governo episcopal foi rejeitado, por ser católico e
também anglicano. Adotou-se o sistema presbiteriano onde a igreja
era governada não por bispos, mas por presbitérios. A obra de Knox
intitulado “Livro de Disciplina” organizava a igreja de uma forma
presbiteriana, como o era a igreja protestante francesa.

133

Divisões [p.94]
• Os três grupos básicos de igrejas evangélicas são: a Luterana, a
Reformada e a Anglicana.
• A Igreja Luterana teve sua origem com Martinho Lutero, e inclui todas
as comunhões luteranas que aceitam a Confissão de Fé de Augsburgo.
• O Movimento Reformado desenvolveu-se diretamente a partir da
Reforma Suíça e, essencialmente, mantém pontos de vista
conservadores.
• O grupo Anglicano, produzido por Henrique VIII e sua dinastia, fica a
meio caminho do Protestantismo e do Catolicismo.

134

HE405-História da Igreja 67
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Lutero Zwínglio Calvino Knox


Datas 1483-1546 1484-1531 1509-1564 1514-1572
Atuação Alemanha Zurique Genebra Escócia
Primeira geração Primeira geração Segunda geração Terceira geração
1517 95 teses Reformou radicalmente o 1536 em Genebra: Terceira geração:
1520 excomungado culto, retirou imagens, -sistematização
músicas, coros.
-organização
-internacionalização
da Reforma
Casou-se 1525 Casou-se Grande escritor
Influências: irmãos de Influência: Erasmo Converteu-se em Paris Influenciado por
vida comum alemães e por
Calvino
Protegido pelo Eleitor Cidade Livre Conselheiro do Conselho da Atuou apoiado pelo
Frederico cidade Parlamento
Foi sucedido e divulgado Discordou de Lutero Foi sucedido por Zacarias Ursino Optou pelo sistema
por Melânchton e sobre a ceia do Senhor presbiteriano na
Martinho Chemnitz hierarquia da igreja
Tomás Müster e André Morreu no campo de
von Carlstadt romperam batalha
com Lutero

135

A Contrarreforma [p. 96-98]

•Biblistas
•Jesuítas
•Concílio de Trento
•Inquisição
•Missões mundiais

136

HE405-História da Igreja 68
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137

IGREJA MODERNA
E CONTEMPORÂNEA
07

138

HE405-História da Igreja 69
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Diferentes igrejas:

139

Como o católico-romano enxerga

140

HE405-História da Igreja 70
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Como o ortodoxo-grego enxerga

141

Como o protestante enxerga:

142

HE405-História da Igreja 71
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Uma visão mais geral:

143

144

HE405-História da Igreja 72
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Cismas

145

146

HE405-História da Igreja 73
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Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

ÁRVORE GENEALÓGICA DOS PROTESTANTES369

Meto- 1787
dista

1612 Batistas

1700 Pietistas

1560
Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana
Presbi-
terianos

1534
Anglicanos

A HISTÓRIA DA IGREJA MODERNA


1525
Anabatistas

E CONTEMPORÂNEA
Luteranos
1520
Reformados

1517
INTRODUÇÃO
147
Nesta aula, estudaremos um dos períodos mais complexos da história do mundo e da
369 igreja: a história da igreja moderna e contemporânea. Por causa desta complexidade,
WALTON #44 com adaptações.

iremos nos focalizar noswww.ebnesr.com.br


movimentos e regiões que são mais importantes para a nossa 126
Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei

religiosidade brasileira.
Não trataremos muito da história religiosa de todas as nações, pois isso alongaria muito
Resumo histórico
nossos estudos e nos faria perder o nosso foco. Levaremos em conta os movimentos que
tiveram ligação e influência na história da igreja no Brasil.

148 SÍNTESE
Após a Reforma, a igreja católica continuou em sua carreira de dogmatização acelerada
até o Vaticano I quando o papa foi declarado infalível. Somente o Vaticano II atenuou
este estado de coisas.
HE405-História da Igreja 74
Os protestantes continuaram num processo inicial de dogmatização e disputa teológica
que levou ao nascimento de movimentos de busca de uma vida cristã piedosa.
O Iluminismo e o racionalismo dos Séculos XVII e XVIII influenciaram a igreja de
Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

Dr. Álvaro C.Historia


Pestanada igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 24/09/2022
Álvaro C. Pestana
DISCUSSÃO
Após a Reforma protestante, o cristianismo já estava partido em sete segmentos, sendo
muito otimista na divisão. O gráfico abaixo DISCUSSÃO
mostra estes movimentos principais que irão
Após
dividir-se a Reforma
mais ainda noprotestante,
período queo cristianismo já estava partido em sete segmentos, sendo
estaremos estudando.
muito otimista na divisão. O gráfico abaixo mostra estes movimentos principais que irão
dividir-se mais ainda no período que estaremos estudando.
Divisões do cristianismo

Examinando apenas o protestantismo, o gráfico abaixo apresenta novos fracionamentos


149 Examinando apenas o protestantismo, o gráfico abaixo apresenta novos fracionamentos
e movimentos que surgirão.
e movimentos O que
que surgirão. se percebe
O que é um
se percebe é um acelerado
aceleradofracionamento
fracionamento ee oo
aumento da complexidade
aumento das linhas
da complexidade de pensamento
das linhas na na
de pensamento história dodocristianismo.
história cristianismo.

150
O fim do período da Reforma
Após a Reforma, a igrejaOcatólica
fim do continuou
período daemReforma
sua carreira de dogmatização acelerada
até atingir seu clímax no Concílio do Vaticano I quando o papa foi declarado infalível.
Após a Reforma, a igreja católica continuou em sua carreira de dogmatização acelerada
HE405-História da Igreja
Somente depois, com o Concílio Vaticano II a igreja católica romana abriu-se um pouco 75
até atingir
aos outros gruposno
seu clímax Concílio
cristãos, masdo Vaticano
assim mesmo, I quando o papa
como o papa foiXXIII
João declarado
morreuinfalível.
antes do
Somente depois, com o Concílio Vaticano II a igreja católica romana abriu-se um pouco
aos outros grupos cristãos, mas assim mesmo, como o papa João XXIII morreu antes do
Escola Bíblica Nacional para Equipar os Servos do Rei 128
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

O fim do período da Reforma (p. 101-102)


• Igreja católica è dogmatização acelerada até atingir seu clímax no
Concílio do Vaticano I.
• Reforma Protestante incendiou a Europa. A Inglaterra, Escócia,
Holanda, Países Escandinavos, muitos cantões Suíços e largos
territórios da Europa Oriental tornaram-se protestantes.
• Na França, o protestantismo foi traído no chamado “massacre de São
Bartolomeu”
• Na Polônia, Itália e Espanha, o protestantismo foi extirpado à força.

151

Desenvolvimentos (p. 102)


•Missões católicas
• Prevenir o avanço do protestantismo
• Muitas ordens, em especial os Jesuítas

•Dogmatização protestante
• Lutas com católicos
• Disputas entre os protestantes

152

HE405-História da Igreja 76
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A França e o catolicismo (p. 103-104)


• Galicanismo [o bom francês é um bom católico]

• Ultramontanismo [Jesuítas]

• Revolução francesa
1. Católicos mal vistos pelo que fizeram aos protestantes
2. Igreja romana servia a Roma e não a França
3. Os bispos participavam da pompa da corte.

153

Endurecimentos católicos (p. 104-105)


• Pio IX – 1846---1887 – o mais longo pontificado da história
• 1854 – Dogma da Imaculada Conceição
• 1864 – Sumário dos erros modernos “Syllabus errorum nodernorum”
• 1869-1870 – Concílio do Vaticano I è Papa infalível
• [1870 – perda dos “Estados Papais” para a Itália
• [1873 – Cisma = Velha Igreja Católica – Alemanha].
• 1929 – Concordata com Mussulini, apoio a Francisco Franco
(Espanha)
• 1930 – Concordata com Hitler
• 1950 – Dogma da Assunção de Maria

154

HE405-História da Igreja 77
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Desenvolvimentos do evangelicalismo (p. 105-107)


• Pietismo

• Morávios

• Metodistas

• Puritanos

155

Wesley (p. 106-107)


• Graça preveniente (graça comum)

• Graça justificadora ==== PRIMEIRA

• Graça santificadora ===== SEGUNDA

156

HE405-História da Igreja 78
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Prós e contras...

•Treze colônias

•Racionalismo e Iluminismo

•Missões protestantes

157

Brasil (p. 109-111)

•Cristianização

•Evangelização

•Pentecostalização

158

HE405-História da Igreja 79
Os suecos eram Gunnar Vingren e Daniel Berg. Eles acabaram por fundar as
Assembleias de Deus no Brasil. O ítalo-americano era Louis Francescon que começou
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022
a Congregação Cristã no Brasil.
Para compreender o movimento pentecostal no Brasil, é necessário ver seu
desenvolvimento histórico e as mudanças de ênfase que marcaram cada “onda” do
movimento.
Toda periodização corre o risco de fazer simplificações e generalizações, mas ajuda
3 Ondas
apesar do Pentecostalismo (p. 110)
de suas limitações.
Onda Década GRUPOS ÊNFASE OBSERVAÇÕES
a
1. 10 Congregação Cristã línguas como recepção limitada no
(1910); sinal do início, postura
Assembleia de Deus batismo do contracultural
(1911) Espírito
2a. 50 Quadrangular (1951); curas e uso pioneiro de
Brasil para Cristo (1955); exorcismos comunicação de massa na
Deus é amor (1962) religião, “shows” etc.
3a. 70/80 Igreja Universal (1977); prosperidad comunicação de massa;
Igreja da Graça (1980) e e mais promessa de sucesso
exorcismos financeiro em tempos de
decadência econômica, um
tipo de umbanda “cristã”
159
As três ênfases históricas do movimento pentecostal no Brasil são:
1. FALAR EM LÍNGUAS: Este era o “sinal” da presença da “segunda graça” de
Deus na vida da pessoa. Os antigos missionários suecos e até mesmo Orlando
Boyer e Virgil Smith, antigos missionários das Igrejas de Cristo389, quando
ingressaram na Assembleia de Deus, aderiram a este pensamento.
2. CURAS E EXORCISMOS: A igreja do Evangelho Quadrangular, fundada
por uma atriz norte-americana, tinha vocação para um culto mais “alegre a
animado”. Alguns atores “cowboys”, tocando violão, vieram ao Brasil e
ajudaram este movimento. Nesta época também surgiram duas grandes igrejas
pentecostais brasileiras: “O Brasil para Cristo” de Manoel de Mello e “Deus é
Amor” de David Miranda.
3. PROSPERIDADE: esta última fase teve suas sementes lançadas pelas igrejas
americanas que pregavam a teologia da prosperidade, tal como a Igreja Vida
Nova, mas o movimento cresceu mesmo nas mãos de brasileiros tais como Edir

389
Para a implantação das Igrejas de Cristo no Brasil houve uma primeira tentativa nos anos de 1927-
1929 com Virgil Smith, Orlando Boyer e George Johnson que lamentavelmente se desviaram para uma
denominação pentecostal levando consigo todas as igrejas então estabelecidas. Citado em
160 http://igrejadecristoemcuritiba.blogspot.com.br/p/ics-no-brasil.html acessado em 01/maio/2012. 1.
Segundo Randy Short, presidente do Seminário EBNESR: “Uma equipe de missionária de americanos foi
enviado para o nordeste em 1927. Esta foi a primeira equipe missionária para o Brasil. Eles estabeleceram
mais de 20 congregações trabalhando no interior do estado de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará.
Infelizmente
HE405-História eles deixaram a igreja de Cristo depois de 8 anos entrando no Pentecostalismo. Nem todas as
da Igreja 80
igrejas plantadas os seguiam neste desvio mas parece que a maioria sim. Uma procura em alguns lugares
onde eles plantaram congregações em 1998 não encontrou nenhuma congregação ainda existente.”
SHORT, Randy, Missões – Igreja de Cristo. [Mensagem pessoal] Mensagem recebida por
alvarocpestana@gmail.com em 22 de maio de 2012
Dr. Álvaro C. Pestana
O IBGE e a religião — Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos24/09/2022
caem para 64,6%; evangélicos já são 22,2%
veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-
evangelicos-ja-sao-22-2

Transição Religiosa – Católicos abaixo de 50% até 2022 e


abaixo do percentual de evangélicos até 2032, artigo de
161
José Eustáquio Diniz Alves
(/) ecodebate.com.br/2018/12/05/transicao-religiosa-catolicos-abaixo-de-50-ate-2022-e-abaixo-do-percentual-de-
evangelicos-ate-2032-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves
Redação 5/12/2018
O IBGE divulgou os dados do Censo de 2010 sobre a religião (ou a não religião) declarada
dos brasileiros. Abaixo, segue o texto de autoria de Cecília Ritto para a VEJA Online, que
ouviu alguns especialistas a respeito. Digo o que penso a respeito desses números no
próximo post.

O Brasil ainda é a maior nação católica do mundo, mas, na última década, a Igreja teve uma
redução da ordem de 1,7 milhão de fieis, um encolhimento de 12,2%. Os dados são da nova
etapa de divulgação do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A tendência de redução dos católicos e de expansão das correntes evangélicas era
algo esperado. Mas pela primeira vez o Censo detecta uma queda em números absolutos.
Antes do levantamento de 2010, o quadro era apenas de crescimento de católicos em ritmo
cada vez menor. Mantida essa tendência, em no máximo 30 anos católicos e evangélicos
estarão empatados em tamanho na população. Os números mostram uma redução

1/4

162
Transição religiosa no Brasil
[EcoDebate] O Brasil é o maior país católico do mundo e possui mais de 100 milhões de
habitantes que se auto declaram católicos (praticantes ou não praticantes). Em termos
HE405-História da Igreja os católicos representavam mais de 90% da população em meados do século
percentuais, 81
XX. Mas este quadro veio mudando rapidamente nas últimas décadas e há 4 tendências
claras:

1. As filiações católicas vem caindo em termos relativos durante todas as décadas do


1967, mas foi Kip McKean que deu ao movimento sua dimensão mundial, à partir de
1979.
O movimento, a princípio, cresceu em comunhão com as Igrejas de Cristo. Apresentava
estatísticas de crescimento da igreja incomuns e maiores do que qualquer movimento
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022
religioso do Século XX. Depois, contudo, seu relacionamento com as outras “Igrejas de
Cristo” tornou-se crítico. Suas doutrinas de “remanescente” e “reconstrução” das igrejas
antigas gerou revolta e rejeição do movimento. Finalmente ele separou-se e diferenciou-
se em doutrina e prática das outras igrejas. Chamou-se Igreja de Cristo Internacional.
Sua organização altamente hierarquizada e organizada finalmente implodiu em 2002
quando Kip McKean e sua esposa pediram demissão de sua posição no topo da
Igrejas de Cristo
pirâmide de autoridade do sistema, reconhecendo excessos na condução da igreja.
O gráfico457 abaixo, resume a história do movimento e suas grandes divisões.
. äReavivamento äPrimeira Convenção äSociedade Missionária .
em Cane Ridge Nacional Cristã Única .
.
äPresbitério de äSociedade Missionária .
Springfield Americana äPrimeira Convenção .
Cristã Norte-Americana .
äTestamento äIgreja Cristã [Disc.] .
e última vontade äUso de instrumentos Reconstruída .
UNIDOS COM VÁRIOS NOMES Igrejas Cristas Igreja Cristã
Cristãos Discípulos de Cristo
Independentes e cooperativas
Stone Igreja Cristã Igrejas Cristãs

Discí- Discípulos de Cristo


pulos Igrejas de Cristo
Igrejas de Cristo Igreja de
Campbe Cristo
ll Internacional
. 1800 1820 1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 .

163
455
SHIPP, 1976, p. 69.
456
Os estudos deles podem ser vistos em http://www.estudosdabiblia.net/ Acessado em 16/jun/2012
457
http://en.wikipedia.org/wiki/Restoration_Movement Acessado em 15/jun/2012.
O gráfico original tem o seguinte aspecto:

IGREJA NONacional
Escola Bíblica BRASIL
para Equipar os Servos do Rei
www.ebnesr.com.br
165

E NA ATUALIDADE
08

164

HE405-História da Igreja 82
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Os primeiros missionários
• Os primeiros missionários da igreja de Cristo no Brasil, de que temos
notícia, foram os norte-americanos Orlando Boyer, Virgil Smith e
George Johnson. Chegaram aqui em 1927 estabeleceram umas 20
congregações no interior do Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará.
Depois de 8 anos de trabalho, acabaram entrando no
pentecostalismo. Randy Short, diretor do Seminário EBNESR tentou
encontrar as igrejas fundadas por eles, mas nenhuma existe na
atualidade. Orlando Boyer e Virgil Smith tiveram carreiras longas na
Assembleia de Deus no Brasil, contudo, no fim de sua vida Virgil Smith
voltou para o Movimento da Restauração em Brasília.
• [Johnson só chegou em 1929].

165

Uma segunda “onda”


• Igrejas Cristãs, em 1948.
• Eles eram o grupo que usava instrumentos
musicais e tinham uma hermenêutica mais
aberta à “permitir o que não for proibido”.
• Lloyd David Sanders era o missionário que
chegou em Goiânia. As Igrejas Cristãs, (que
usam instrumentos) no Brasil usam o nome
de Igrejas de Cristo.
• Tiveram sua maior atividade no “eixo”
Belém-Brasília. Atualmente, temos contato
com esta irmandade nas cidades de Belém,
Marabá, Araguaína e adjacências, Brasília,
Goiânia Anápolis e região e, também, em
São Luiz e Ananindeua.
• Dividiram-se por conta de pentecostalismo.

166

HE405-História da Igreja 83
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Arlie e Alma Smith


• O primeiro missionário das igrejas
de Cristo que não usam
instrumentos musicais chegou ao
Brasil em 1956. Arlie Smith iniciou
seu trabalho no Rio de Janeiro, em
1969 foi para Lisboa, estabelecendo
uma igreja lá e depois retornando
ao Rio de Janeiro onde trabalhou
até o fim de sua vida.

167

São Paulo (1961) e Belo Horizonte (1968)


• O grande impulso para as igrejas de Cristo no
Brasil ocorreu com a chegada de uma grande
equipe missionária para São Paulo em 1961.
• Uma equipe similar chegou em 1968 em Belo
Horizonte de forma que estas duas cidades
foram os dois primeiros grandes centros das
igrejas de Cristo.

168

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169

170

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171

172

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BH - 1968

173

Esforços posteriores
• Assim, Ellis Long, um ex-missionário de volta aos Estados Unidos, cria uma
“agência missionária”, primeiramente chamada de “Brazil Breakthrough”.
• Depois com a entrada de Dan Cooker, que se interessava pela América
Hispânica, a agência torna-se “Continent of Great Cities” (doravante, CGC).
• Desde 2012 chama-se “Great Cities”.

• Muito dinheiro, pouco respeito à doutrina, pouca confiança nos


brasileiros e baixíssima eficiência...
• O erro foi mirar na classe média com interesse financeiro e pouco
honesto.

174

HE405-História da Igreja 87
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

CGC
• 1980 – Recife • 1980 – Recife
• 1981 – Brasília, Campo Grande, Fortaleza e Manaus • 1981 – Brasília, Campo Grande, Fortaleza e Manaus
• 1982 – Rio de Janeiro (primeira tentativa) • 1982 – Rio de Janeiro (primeira tentativa)
• 1984 – Belo Horizonte e Salvador • 1984 – Belo Horizonte e Salvador
• 1986 – Curitiba • 1986 – Curitiba
• 1987 – Florianópolis • 1987 – Florianópolis
• 1992 – Vitória • 1992 – Vitória
• 1995 – Natal • 1995 – Natal
• 1998 – Rio de Janeiro (segunda tentativa) • 1998 – Rio de Janeiro (segunda tentativa)
• 2002 – Porto Alegre (tentativa) • 2002 – Porto Alegre (tentativa)
• 2005 – Salvador (outra tentativa) • 2005 – Salvador (outra tentativa)
• 2006 – Niterói • 2006 – Niterói
• 2009 – Brasília (segunda tentativa) • 2009 – Brasília (segunda tentativa com brasileiros)

175

Colheita Brasil (2019)

176

HE405-História da Igreja 88
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

DBF – Deixe a Bíblia Falar

177

Aula 01
História e conceito de restauração do cristianismo

178

HE405-História da Igreja 89
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

O Projeto da Restauração

179

Santos… no meio???

Cristãos Cristãos
originais atuais

????

180

HE405-História da Igreja 90
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Na própria Bíblia
Apocalipse 2.5

181

Na própria Bíblia
Apocalipse 2.5

Lembra-te…

Arrepende-te…

Volta à prática…

182

HE405-História da Igreja 91
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Começo… logo no começo


Podemos imaginar que tanto Tertuliano (155-223) no Norte
da África e também Hipólito (160-235) em Roma, em suas
críticas ao cristianismo de sua época, realizavam o que
chamamos hoje de “restauração” da igreja aos moldes
originais, que já estavam sendo abandonados.

183

HIPÓLITO DE ROMA

184

HE405-História da Igreja 92
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Prisciliano de Ávila

ea
e iro hereg a
Prim utado pel
ec
ser ex tilizando o
u
igreja do Estado
braço

185

Ásia e África
As igrejas coptas no Egito e na Abissínia (440-
500) também representaram, em sua época,
igrejas que lutaram por uma igreja que se
mantinha fiel ao passado, resistindo às inovações
recentes da cristandade. Davam ênfase em
pureza de vida e jejum.

186

HE405-História da Igreja 93
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Na Idade Média

Hereges
ou
reformadores
e restauradores?

187

Seitas medievais…
• Os famosos cátaros e os paulicianos (a partir de 700 d.C.)
foram movidos pelo desejo de restaurar um cristianismo
puro e simples.
• Os Albigenses (c. de 1100 d.C) foram um grande grupo de
cátaros no sul da França, na região de Albi (de onde se
derivou o nome). Setenta por cento dos habitantes daquela
região foi exterminada por ordem do Papa Inocente III, em
uma tentativa de destruir os Albigenses. Eles também
representam uma tentativa de voltar aos princípios cristãos
de prática e fé.

188

HE405-História da Igreja 94
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

189

Berenger
• Um cônego de Tours
• No Século XI já negava a presença real de Cristo na chamada
Eucaristia. Para ele, o pão da ceia ainda era apenas “pão
bento”.
• Ele teve suas ideias condenadas em concílios regionais e teve
que se retratar.
• Morreu em 1088.
• O que se percebe, é um pensador que tentou corrigir um
erro doutrinário medieval, mas que foi impedido.

190

HE405-História da Igreja 95
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Valdenses
• Os valdenses, seguidores de Pedro Valdo (c. de 1217)
existem até hoje. Na Itália, no Uruguai e em alguns
outros lugares, colônias inteiras deles ainda existem.
• Movimento iniciado por Pedro Valdo (U c. de 1215),
no sul da França. Também chamados de “Homens
Pobres de Lyon”. Pregavam, na língua do povo, sem
consentimento da igreja e foram excomungados em
1184 e perseguidos.
• Buscavam a pureza da prática do cristianismo.

191

192

HE405-História da Igreja 96
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Wycliffe e os lollardos
• Os lollardos, seguidores de João Wycliffe (1328-1384) e atuaram,
sobretudo, na Inglaterra. Ele era professor na Universidade de Oxford e
fez a primeira tradução completa do NT do latim para o inglês (1384).
Aceitava a Bíblia e não o Papa como autoridade final em religião (1382).
Queria reformar a igreja, retirando as indulgências e as ordens
religiosas.
• Não aceitava a transubstanciação, o celibato clerical, o purgatório, a
adoração de imagens e cria que o Estado podia tomar os bens de uma
igreja corrupta. O clero não devia ocupar cargos públicos, mas pregar. A
igreja verdadeira eram os predestinados e o seu aspecto visível podia
ser corrompido e até ser o Anticristo. Enviou pregadores pobres para
ensinar a Bíblia ao povo comum. Ele morreu de morte natural, mas
depois, seus ossos foram exumados, queimados e jogamos num rio.
• Os lollardos persistiram até a Reforma, embora houvesse perseguição e
alguns se retratassem.

193

194

HE405-História da Igreja 97
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Huss
• Os hussitas, seguidores de João Huss (1373-1415), da Boêmia, também
representaram um movimento de restauração do cristianismo. João Huss era
reitor da Universidade de Praga e foi influenciado pelos ensinos de Wycliffe.
Aceitava a Bíblia como regra de fé. Pregava na língua do povo e queria
reformar a igreja.
• Foi chamado a Roma, mas por não ir, foi excomungado. O povo o apoiou na
pregação contra as indulgências. Pelo bem de Praga, foi para o exílio, mas
continuou a pregar.
• O Imperador Sigismundo deu-lhe um salvo-conduto para apresentar-se ao
Concílio de Constança. Apesar disto, a igreja afirmou não precisar ser fiel
com um herege e ele foi condenado pelo Concílio de Constança e queimado
vivo.
• Esta fato revoltou a Boemia e o resultado foi a formação dos Unitas fratrum,
que será, mais tarde, a base dos irmãos boêmios conhecidos como Irmãos
Morávios.

195

196

HE405-História da Igreja 98
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

197

Continua na Reforma…

198

HE405-História da Igreja 99
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

A Reforma Protestante: Séc. 16

Na verdade, pode-se pensar que todos os


grandes líderes da reforma, tais como
Lutero, Zwínglio, Calvino, Knox e outros
eram todos reformadores que buscavam a
restauração do cristianismo primitivo.

199

200

HE405-História da Igreja 100


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

FAREL CALVINO BEZA KNOX

201

Os anabatistas
Os anabatistas (1520-1525) foram um grupo que buscava o
retorno ao batismo dos crentes, como a igreja antiga
pregava. Sua base era a Bíblia e não as autoridades
religiosas. Eles eram parte de um amplo e variado
movimento do Século XVI, que considerava a Igreja Católica
muito diferente da igreja do Novo Testamento. A Igreja
Católica também muitas igrejas protestantes estatais
resistiram duramente a estes grupos. Alguns de seus líderes
foram foi martirizados e várias vezes, os próprios
anabatistas foram mortos e perseguidos.

202

HE405-História da Igreja 101


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203

204

HE405-História da Igreja 102


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Reforma ou Restauração?
(i) Numa primeira avaliação, precisamos considerar
que não existe grande diferença entre reforma e
restauração.
(ii) Numa segunda resposta, devemos lembrar que há
um uso técnico e consagrado do termo “Reforma”.
(iii) Uma terceira consideração leva em conta que o
uso do termo “Restauração” baseia-se no desejo de ir
além da “Reforma”.

205

Reforma ou Restauração?
(i) Numa primeira avaliação, precisamos considerar que não existe
grande diferença entre reforma e restauração. Muitos dos
chamados “reformadores” queriam “restaurar” a igreja original. O
que gerou a diversidade de resultados foram as diferentes
concepções de “igreja original” de cada reformador. Alguns, como
Henrique VIII tinham pouca visão religiosa e espiritual em sua
“reforma”. Outros, como os anabatistas pensavam em mudanças
mais radicais e ancoradas na Bíblia. Muitos estudiosos do que
estamos chamado de “Movimento de Restauração” descreveram
o que ocorreu como “A Reforma do Século Dezenove”.

206

HE405-História da Igreja 103


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Reforma ou Restauração?
(ii) Numa segunda resposta, devemos lembrar que há um uso técnico
e consagrado do termo “Reforma”. São considerados “reformadores”,
os líderes eclesiásticos do Século XVI que atuaram dentro e fora da
igreja romana. Assim, Armínio, Wesley, os pietistas e outros
importantes pensadores cristãos que buscavam elevar o nível do
cristianismo de seu tempo, não foram chamados “reformadores”, logo,
Reforma, no aspecto histórico, refere-se ao fenômeno de confronto
com a igreja romana na Europa no Século XVI.

207

Reforma ou Restauração?
(iii) Uma terceira consideração leva em conta que o uso do termo
“Restauração” baseia-se no desejo de ir além da “Reforma”. O
“Movimento de Restauração”, que gerou as fraternidades
conhecidas como “Igrejas de Cristo”, é um movimento específico
do fim do Século XVIII, que tinha plena consciência de que a
Reforma Protestante não tinha atingido o pleno retorno às
doutrinas e práticas do cristianismo apostólico. Pelo contrário,
julgavam que o cristianismo de sua época estava dividido e cheio
de lutas internas. Portanto, neste sentido, “Restauração” é ir um
passo além da Reforma.

208

HE405-História da Igreja 104


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Apocalipse 2.5
Uma boa definição de “restauração da igreja”:

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta


à prática das primeiras obras” (Ap 2.5a).

209

História da restauração

210

HE405-História da Igreja 105


Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Séc. 17: Igrejas de Cristo


Um movimento independente na Inglaterra em 1669,
durante o reinado de Carlos II, no Distrito de
Lancashire, gerou um pequeno grupo de oito “Igrejas
de Cristo”. A maior parte destas igrejas não persistiu
até hoje, mas um livro oficial destas igrejas mostra que
eles: (i) se chamavam “igrejas de Cristo”, (ii)
celebravam a ceia semanalmente; (iii) batizavam por
imersão, e (iv) tinham presbíteros e diáconos.

211

1728 - Os “glassitas”
John Glass (1695-1773). Ele decidiu pautar-se apenas pela Bíblia em
sua vida e trabalho ministerial na Escócia (igrejas presbiterianas).
Quando observou a falta de base bíblica para a intervenção do
Estado na igreja e para o envolvimento da igreja nos assuntos do
Estado, entrou em uma polêmica com a igreja estatal. Depois ficou
contra práticas da igreja estavam aquém do que era ensinado no
Novo Testamento.
Ele acabou sendo intimado ao silêncio (1726) e depois deposto
(1728) de seu cargo como ministro.
Este era um movimento de “restauração” da igreja do Novo
Testamento na Escócia do início do Século XVIII.

212

HE405-História da Igreja 106


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Influências
Robert Sandeman (1718-1771) genro de John Glas e um grande
divulgador de suas ideias. Ajudou o movimento escocês de Glas
entrar na Inglaterra e, depois, na América do Norte. Sandeman,
além das mudanças religiosas propostas por Glas, foi além
discutindo e refutando doutrinas calvinistas.
Em 1795, J. R. Jones levou este movimento também foi para o País
de Gales, formando uma série de igrejas independentes. O seu
sucessor, David Lloyd, era parente do famoso primeiro ministro da
Inglaterra, David Lloyd George. A igreja cresceu rapidamente em
Gales, permanecendo fiel ate agora e, mais tarde, identificando-se
com o movimento de restauração norte-americano.

213

Movimentos independentes
Alexander Carson (1776-1844) de Tubermore, Irlanda,
iniciou em 1807 um movimento independente de
restauração. Afiliou-se aos batistas ingleses e fez
contribuições para o retorno ao cristianismo bíblico.

214

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Os Haldane
Também os evangelistas e pregadores Robert Haldane (1764-
1842) e James Haldane (1768-1851), embora fossem
teologicamente descendentes de Glas e Sandeman, mantiveram-
se separados deles e empreenderam um ministério de
restauração da igreja mais abrangente e duradouro que aqueles.
Isto se deve ao fato que Glas e Sandeman fossem mais ligados ao
ministério de ensino e ao cuidado do rebanho enquanto que os
Haldanes fossem mais missionários e evangelísticos.

215

James O’Kelly (1735-1826)


Lutou contra o
autoritarismo na
hierarquia metodista

Igreja Metodista
Republicana (Livre)

216

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Igreja Cristã
“Princípios Cardeais da Fé Cristã” [Agosto de 1794.]
1. O Senhor Jesus é o único Cabeça da Igreja.
2. O uso no nome “cristão” em exclusão a todos os nomes partidários
e sectários.
3. A Bíblia Sagrada, ou as escrituras do Antigo e do Novo Testamentos,
o único credo e suficiente enquanto regra de fé e de prática.
4. Caráter cristão, ou piedade vital, o único teste da igreja para ser a
ela associado e membro.
5. O direito a julgamento privado e à liberdade de consciência,
enquanto privilégio e dever de todos.

217

Cristãos somente
Dr. Abner Jones (1772-1841) e por Elias Smith (1769-1846).
“Este movimento de Nova Inglaterra ... deve sua significação
primária ao fato que homens e mulheres estavam mirando na
direção da ordem das coisas do Novo Testamento e
afastando-se do sectarismo. Que eles não tenham ido longe o
suficiente é apenas esperado quando se leva em
consideração a tendência natural. Pois naqueles dias eles
estavam atravessando uma rota não-mapeada. Eles estavam
repensando o caminho que trilhavam.” (WEST, 1964, p. 17.)

218

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John Wright: um batista bíblico


Na fronteira dos Estados Unidos os princípios da restauração
foram espalhados em todo lugar. No ano de 1810, João Wright,
um pregador batista, começou a organizar, na fronteira, igrejas
batistas sem credo humano, afirmando que as Escrituras seriam
suficiente para a organização da igreja e o comportamento dos
membros. A sua associação “batista” foi dissolvida, a favor de um
apelo pela unidade cristã, baseada apenas nas Escrituras. Quinze
Congregações alemãs além de muitas igrejas batistas, uniram-se a
este movimento. Um total de mais de 3.000 pessoas, de quatro
seitas diferentes, foi acrescentado ao movimento.

219

“Batistas Independentes”
• Primeiro Grande Despertamento (1730-55)
• Dois temas: (i) a rejeição de credos e (ii) a promoção da
"liberdade no Espírito."
• Escritura como a "regra perfeita" para a igreja.
• Originou-se na Nova Inglaterra, mas foi especialmente forte
no Sul.
• Na última metade do Século 18 se espalhou para a fronteira
oeste de Kentucky e Tennessee, onde os movimentos de
Stone e Campbell viria a se enraizar. Ajudaram a preparar o
terreno para o movimento de restauração.

220

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Barton W. Stone: um
presbiteriano bíblico
• Encontro Cane Ridge. Em agosto de 1801, 20 a 30 mil
pessoas reuniram-se para dirigir um grande reavivamento.
• A campanha foi, dirigida por evangelistas de diversas
denominações.
• O elevado nível de cooperação entre os evangelistas
participantes da campanha mostrou para Barton o grande
valor e a possibilidade da unidade cristã.
• Fundou o Presbitério de Springfield.
• Depois dissolveram este organismo.

221

A Última Vontade e Testamento do Presbitério de Springfield.


-Item: Resolvemos que este corpo morra, seja dissolvido e desapareça,
entrando em união total com o corpo de Cristo; porque há apenas um
corpo e Espírito...(Efésios 4.4-6).
-Item: Resolvemos que o nome designativo de nosso grupo seja
esquecido, para que haja apenas um Senhor e um nome (Cristo e
cristão) entre os fiéis.
-Item: Resolvemos que nosso poder de decretar leis para o governo da
igreja, e de executá-las através da autoridade delegada, cesse para
sempre; para que o povo tenha livre acesso à Bíblia e adote a lei do
Espírito... em Cristo Jesus.
-Item: Resolvemos que, de agora em diante, a Bíblia seja aceita como
o único guia dos Céus.

222

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Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Os Campbells – evangélicos buscando a fé


bíblica

223

Declaração e Palestra
a) Há, no mundo, apenas uma igreja de Jesus Cristo.
b) Não deveriam existir quaisquer divisões na religião.
c) Nada deveria ser ensinado, como condições de fé ou termos de comunhão,
exceto aquilo que nos é ordenado expressamente pela Palavra de Deus.
d) O Novo Testamento é a constituição para o louvor, a disciplina e o governo da
Igreja do Novo Testamento.
e) Se as Escrituras permanecem silenciosas sobre um tópico, nenhuma
autoridade humana tem o direito de decretar leis concernentes a este ponto.
f) Aqueles que se sentem perdidos e têm vontade de confessar a sua fé em
Cristo e obedecer a Sua Palavra, devem ser admitidos na Igreja.
g) As experiências humanas podem ser necessárias ao cumprimento de um
mandamento bíblico, mas nunca deveriam ser adotados na Igreja através de
contendas ou divisões.

224

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Segundo Grande Avivamento

225

Crescimento e divisões
• Sociedade Missionária
• Música instrumental

• Diferença de Hermenêutica:
• Calvino+Zwinglio X Lutero

226

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Juan Antonio Monroy


• O conceito de “volta ao cristianismo
primitivo” não é exclusivo desta
irmandade cuja história acabamos de
narrar. Um bom exemplo disto é o senhor
Juan Antonio Monroy. Ele foi convertido a
Cristo em Outubro de 1951. Em 1953 ele
se tornou um estudante em um Instituto
Bíblico árabe em Marrocos. Entre 1954 e
1955 ele trabalhou em duas igrejas em
Tenerife. Em 1955 ele voltou a Tânger,
onde trabalhou na igreja onde havia se
convertido.

227

No Brasil
No Brasil, podemos ver vários movimentos de
Restauração.
Conheço, pessoalmente, um dos iniciadores de
uma igreja restauracionista brasileira chamada
“Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
1936 em São Paulo, SP.

228

HE405-História da Igreja 114


Historia da igreja: uma leitura não hierarquizante 2016 Álvaro C. Pestana

Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022


igreja). Hoje em dia, há novas divisões, onde se discutem: Dons espirituais, línguas
estranhas, os métodos de trabalho da igreja e a prática de cultos em casas particulares,
cujos participantes recusam a forma normal de cultos em templos, achando-a antiquada
e muito formal.455 No Brasil, na década de 1980 chegaram os primeiros missionários
que representam o segmento mais retraído e conservador das igrejas de Cristo
americanas.456
Restauracionismo
Todos estes problemas têm sido experimentados durante a primeira metade do Século
XX, e muitos deles durante o segundo quarto do Século. Uma nova e grande divisão
• Movimentos
surgiu sectários:
nas Igrejas de Cristo à partirMormóns,
das DécadasCristadelfo,
de 70 e 80. OTestemunhas de
chamado “Movimento do
Jeová, Movimentos do Nome Sagrado,
Discipulado” que era a adaptação de um movimento pentecostal chamado “Movimento
• Movimentos
do Pastoreio” de santidade:
foi trazido Menonitas,
para as Igrejas Pentecostais,
de Cristo por meio de evangelistas que
Carismáticos
trabalhavam com universitários. Chuck Lucas foi o iniciador do movimento depois de
1967,• Movimentos proféticos:
mas foi Kip McKean que deuMilleritas, Adventistas,
ao movimento Irmãos
sua dimensão de à partir de
mundial,
Plymouth [Darbistas], Iglesia ni Cristo
1979.
• Movimentos organizacionais: Movimento do pastoreio, Igreja
O movimento, a princípio, cresceu em comunhão com as Igrejas de Cristo. Apresentava
Local, G-12
estatísticas de crescimento
• Movimentos da igreja vários
judaizantes: incomuns e maiores
grupos do que
vivendo umqualquer
pseudo-movimento
religioso do Século XX. Depois, contudo, seu relacionamento com as outras “Igrejas de
judaísmo…
Cristo” tornou-se crítico. Suas doutrinas de “remanescente” e “reconstrução” das igrejas
antigas gerou revolta e rejeição do movimento. Finalmente ele separou-se e diferenciou-
229se em doutrina e prática das outras igrejas. Chamou-se Igreja de Cristo Internacional.

Sua organização altamente hierarquizada e organizada finalmente implodiu em 2002


quando Kip McKean e sua esposa pediram demissão de sua posição no topo da
pirâmide de autoridade do sistema, reconhecendo excessos na condução da igreja.
Igrejas
O gráfico457 deresume
abaixo, Cristo
a história do movimento e suas grandes divisões.
. äReavivamento äPrimeira Convenção äSociedade Missionária .
em Cane Ridge Nacional Cristã Única .
.
äPresbitério de äSociedade Missionária .
Springfield Americana äPrimeira Convenção .
Cristã Norte-Americana .
äTestamento äIgreja Cristã [Disc.] .
e última vontade äUso de instrumentos Reconstruída .
UNIDOS COM VÁRIOS NOMES Igrejas Cristas Igreja Cristã
Cristãos Discípulos de Cristo
Independentes e cooperativas
Stone Igreja Cristã Igrejas Cristãs

Discí- Discípulos de Cristo


pulos Igrejas de Cristo
Igrejas de Cristo Igreja de
Campbe Cristo
ll Internacional
. 1800 1820 1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 .

230
455
SHIPP, 1976, p. 69.
456
Os estudos deles podem ser vistos em http://www.estudosdabiblia.net/ Acessado em 16/jun/2012
457
http://en.wikipedia.org/wiki/Restoration_Movement Acessado em 15/jun/2012.
HE405-História
O gráficodaoriginal
Igreja tem o seguinte aspecto: 115
Dr. Álvaro C. Pestana 24/09/2022

Levantamento da obra da igreja de Cristo no Nordeste nos últimos 40


Nordeste 2019 anos - 1980 – 2020
Levantamento feito por Carlos Eduardo (Duda) e Randy Short

1. Alagoas 4. Maranhão 7. Piauí


Congregações: 4 Congregações: 2 Congregações: 7
Irmãos: 69 Irmãos: 14 Irmãos: 76
2. Bahia 5. Paraíba 8. Rio Grande do Norte
Congregações: 13 Congregações: 17 Congregações: 1
Irmãos: 481 Irmãos: 312 Irmãos: 50
3. Ceará 6. Pernambuco 9. Sergipe
Congregações: 22 Congregações: 41 Congregações: 7
Irmãos: 762 Irmãos: 1.535 Irmãos: 140

114 congregações ============= 3.439 irmãos


231

HE405-História da Igreja 116

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