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TRABALHO DE PSICOPATOLOGIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

URCAMP

Mód III

Aluna: Maria Antônia Rodrigues (196782) Professora: Psicóloga Charlene Machado

Resumo sobre o Caso de John Nash.


John Nash foi um homem internacionalmente conhecido por um Prêmio Nobel de
Matemática em 1994, mas ficou famoso recentemente ao ser lançado um filme sobre
sua vida nomeado de Uma Mente Brilhante (disponível no Prime Vídeo), mas alguns
profissionais ao assistirem o filme identificaram alguns possíveis diagnósticos, como:
esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo ou transtorno bipolar, seria alguns
destes diagnósticos que John Nash teria? Este resumo irá mostrar o que foi concluído
em seu caso.
Por ser um homem que havia muita inteligência, dedicação e criatividade, John tinha
crises graves de agitação, delírios de grandeza e vários sintomas bizarros. Ele
fora internado em Boston, em um hospital conhecido por Hospital McLean, os
psiquiatras que conheciam ele, tinham concordâncias de que com certeza Nash era
psicótico. Os motivos por conta disso era que John falava de forma constante sobre
textos codificados no cabeçalho da primeira página de um jornal chamado de The
New York Times, confirmando que somente ele tinha decodificado isso. Ele falava
também sobre histórias sobre conjurações de que haviam muitos homens usando
gravatas vermelhas que o perseguiam, além de haver alienígenas que estariam
cuidando sua carreira. Ele falava sobre ter a salvação para o mundo e a missão de
organizar um governo mundial com a denominação de ‘’O Imperador da Antártida’’ e
‘’O Príncipe da Paz’’. Também falava para seus amigos que a foto do Papa João XXIII
era, na verdade, uma foto dele só que retocada, também era perseguido pelo FBI
(além da perseguição de homens com gravatas), se dizia ser o pé esquerdo de Deus e
procurava, através de cartas escritas sem nexo algum, adquirir o reconhecimento dos
seus poderes celestiais. Sendo disperso, andava descalço e falava com discursos
totalmente desconexos.
Visivelmente, de primeira, podemos identificar um possível transtorno psicótico, não é?
Mas, a presença de exaltação de humor constante e delírios de grandiosidade
constituem elementos adicionais que dificultam o diagnóstico diferencial entre as
psicoses e os transtornos de humor. A característica principal bizarra dos delírios
grandiosos em geral aponta totalmente para esquizofrenia, porém certamente não
encerra o problema do diagnóstico finalizado, isso porque no DSM-IV e o CID-10, é
extremamente importante avaliar a presença de episódios distintos de psicose e
sintomas de humor, e então estabelecer uma hierarquia de tempo entre todos eles.
Além do filme feito para conhecerem sua história de vida, também havia uma biografia
escrita por uma mulher chamada Sylvia Nasar, que aliás foi desta biografia que teve a
origem do seu filme e dentro dessas escritas tinha um relato feito detalhadamente
sobre todos os anos de sua vida na terra com uma enorme descrição de sintomas
psicóticos e comportamento bizarro persistentes, frequentemente associados a
exaltação de humor e delírios de grandiosidade. A presença desses sintomas de
humor seria suficiente para que se perguntassem o diagnóstico de esquizofrenia que
John Nash recebeu na época? E se ele, na verdade, tivesse transtorno esquizoafetivo
ou então transtorno bipolar? E se fosse então esquizofrenia seu diagnóstico, qual era
o subtipo?
Todas as perguntas em todo o artigo eram citadas constantemente por clínicos
experientes, tornando um vazio aos relatos de psiquiatras sociais, clínicos e forenses,
estes que trabalham em hospitais, asilos, ambulatórios, serviços de emergência,
consultoria psiquiátrica ou em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que se veem
diariamente expostos a dúvidas em relação a classificação dos pacientes observados.
Este artigo tinha como objetivo estudar e verificar através de diferentes simulações, o
efeito da presença de sintomas de humor em um indivíduo com psicose crônica sobre
diagnóstico psiquiátrico, utilizando diferentes sistemas classificatórios. Então voltando
a entender mais um pouco sobre entender o seu diagnóstico, vamos esclarecer neste
resumo tudo que foi inserido no artigo.
Os critérios para um diagnóstico de esquizofrenia precisam da presença de dois (ou
mais) dos seguintes sintomas por um período maior de tempo de aproximadamente
um mês, os sintomas seriam eles: alucinações, falas desorganizadas, comportamento
desorganizado ou catatônico, delírios e sintomas negativos, além de também
isolamento social. No artigo foi preciso fazer três simulações intensas, usando
corretamente o DSM-IV e o CID-10 e outras, com base nas evidências feitas nestas
simulações geradas a partir da falta de consenso em dois sintomas e no balanço de
duração de sintomas também. Foi feito então um esquema no artigo que descreve os
principais pontos a serem considerados o diagnóstico de esquizofrenia e transtorno
esquizoafetivo. Nele citaram:

 Sintomas de delírios grandiosos;


 Sintomas de pensamentos acelerados;
 Observação do curso da doença.
Por fim, o estudo reforça a ideia de que o resultado apressado somente pela sua
ocorrência de sintomas, sem o balanço preciso do tempo de ocorrência de sintomas
psicóticos e de humor, prejudica o resultado final do diagnóstico, ao mesmo tempo em
que revela as limitações dos conceitos atuais das psicoses como categorias distintas e
precisas de doenças. Concluímos então que o diagnóstico final do matemático norte-
americano John Nash foi esquizofrenia paranoide, mas pela questão da proporção de
sintomas de humor, isso já poderia ter mudado alguma questão do seu resultado pois
é de suma importância fazer uma anamnese com cuidado e profissionalismo.

Obrigada por ler até aqui!


Este resumo foi feito e tirado desta fonte:
https://virtual.urcamp.edu.br/pluginfile.php/500174/mod_resource/content/1/Estudo
%20de%20caso%20J.%20Nash.pdf

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