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Brasília – DF
2023
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Brasília
2023
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Sumário
1 – Introdução e Apresentação 4
2 – Ensaio: A Esperança Desesperada 7
3 – Referências Bibliográficas 19
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Resumo: O presente texto tem por objetivo apresentar as percepções e
sentimentos do autor, no que se refere o contexto social e político
contemporâneo a partir de uma reflexão após a conclusão da disciplina
Filosofia Marxista ministrada pelo professor Gilberto Tedeia no 1º semestre de
2023, na Universidade de Brasília no curso de graduação em Filosofia.
1 – Introdução e Apresentação
O que parecia mais presente nos diálogos pós aulas e conversas por
mensagem, era a percepção de que mesmo após anos da elaboração dos
estudos sociais realizados por Marx e Engels e continuado por diversos
autores, o esclarecimento e a saída do conformismo e quebra da alienação não
se realizaram. E para piorar, o entendimento nessas discussões é de que ele
está distante de nossos tempos. A percepção é de que fomos engolidos pelo
tempo e condicionados a aceitar cada vez mais as condições impostas, como
bois caminhando para o abate, tensos, fatigados, mas dóceis.
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O contato com a filosofia marxiana durante o último semestre possibilitou
enriquecer o diálogo e sistematizar a análise desse contexto em que estamos
inseridos. Transformando o incômodo e desalento em uma visão sistematizada
e mais precisa dos vetores que causam e mantém o contexto do antagonismo
social entre as classes e as limitações materiais e sociais que nos cerceiam os
direitos de dignidade mínima. Mas não foi por si só, o suficiente para alimentar
uma esperança ou criar um alento para uma mudança presente nos tempos em
que vivemos. Mesmo que isso não tenha sido uma promessa ou compromisso
firmado, o contato com a filosofia de Marx traz um contexto de entendimento e
uma visão das possibilidades de transformação que tanto se espera e deseja.
Isso por si, é de grande valia. Pois, deixa claro quais são as causas do
descontentamento e insatisfação que carregamos e respiramos no dia a dia.
Permite entender que, diferente do que certas crenças e imposições sociais
apregoam, as causas e razões de tal frustração não estão no indivíduo ou
apenas nas “escolhas” que fazemos. Essas frustrações são frutos das próprias
condições impostas, herdadas de um sistema que transcende gerações e que
inviabilizam realizar algo fora do que é permitido e ou colocado como padrão
para a continuidade da “máquina” que mantém essa estrutura grotesca de
poder e supressão social. Velhas mentiras com novas roupagens são
disseminadas e aceitas pelo senso comum. Mas, é impossível que sejam
aceitas mansamente após o contato com o pensamento Marxiano apresentado
no último semestre.
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2 – A Esperança Desesperada
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Pressão acadêmica e profissional: A competição acirrada por vagas nas
melhores instituições acadêmicas e empregos de alto prestígio pode
gerar ansiedade e estresse entre os jovens;
Endividamento estudantil: O alto custo da educação superior tem levado
muitos jovens a acumularem dívidas substanciais, o que pode restringir
suas oportunidades futuras;
Dificuldades de mobilidade social: A mobilidade social tem se tornado
mais difícil, com uma distribuição desigual de oportunidades e recursos;
Falta de perspectiva para as gerações futuras: O medo do agravamento
dos problemas globais, como a crise climática e a escassez de recursos,
pode criar um sentimento de impotência em relação ao futuro das
próximas gerações;
Alienação política: A falta de representatividade e a sensação de que as
vozes dos jovens não são ouvidas podem levar à alienação política e à
descrença nas instituições governamentais;
Perda de valores culturais: A globalização e o avanço tecnológico
podem levar a uma sensação de perda de valores e tradições culturais,
gerando uma busca por identidade e pertencimento;
Sobrecarga de informação: O acesso constante a informações pode ser
opressivo, tornando difícil para os jovens discernirem a verdade em meio
a um mar de desinformação e fake news;
A crise de propósito: A busca por um propósito significativo na vida pode
ser um desafio, especialmente em um mundo que valoriza o sucesso
material e a realização imediata;
Pressão social e padrões de perfeição: As redes sociais e a cultura do
"comparecimento" podem contribuir para a ansiedade e a sensação de
inadequação entre os jovens, que muitas vezes se sentem pressionados
a corresponder a padrões irrealistas de perfeição;
Aumento das doenças mentais: A saúde mental tem se tornado uma
questão urgente entre os jovens, com um aumento significativo nos
casos de ansiedade, depressão e outras doenças mentais;
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Dificuldades nas relações sociais: As mudanças na forma de
comunicação, com o uso predominante de tecnologias digitais, podem
dificultar a construção de conexões sociais significativas;
Medo do futuro incerto: A incerteza sobre o futuro político, econômico e
social pode gerar ansiedade e desesperança sobre o que está por vir;
Falta de perspectiva de mudança: A sensação de que os problemas
sociais e globais são grandes demais para serem resolvidos pode levar
à falta de esperança de que as coisas possam mudar para melhor.
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sistematizadas e que ataquem as verdadeiras causas dos problemas, tirando o
foco dos problemas reais que resistem há anos e inviabilizam qualquer
transformação mais profunda na sociedade.
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transformação. Mas sim, um temor por algo ainda pior, como vimos na
organização da tal “frente ampla” nas eleições de 2022. Frente ampla essa,
que não apresentou nenhuma proposta de transformação social significativa,
verdadeira e real. Apenas a manutenção da mínima civilidade e do Estado
vigente com toda a sua estrutura de manutenção do sistema opressor.
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consumimos e produzimos. A tal liberdade aventada não passava de uma
grande armadilha para aprisionar à todos.
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Padrões de beleza e aparência: A busca por padrões de beleza e
aparência idealizados pode levar as pessoas a buscarem prazer através
de procedimentos estéticos e outras práticas hedonistas;
Pressão social: A pressão social para se encaixar em determinados
padrões de comportamento e estilo de vida pode levar as pessoas a
adotarem comportamentos hedonistas para se sentirem aceitas e
integradas;
Relações superficiais: A prevalência de relações superficiais e
descartáveis pode levar as pessoas a buscarem prazeres efêmeros,
uma vez que não veem valor nas conexões mais profundas e
significativas;
Cultura do consumo: O consumismo desenfreado incentiva as pessoas a
buscarem constantemente novas experiências e bens materiais para
alcançarem o prazer imediato;
Cultura do entretenimento: A cultura do entretenimento, com filmes,
séries, jogos e outras formas de lazer disponíveis a qualquer hora, pode
incentivar a busca pelo prazer imediato em detrimento de outras
atividades mais construtivas;
Instantaneidade: A cultura da instantaneidade no século XXI, onde tudo
está ao alcance das mãos em questão de segundos, promove a busca
por prazeres rápidos e imediatos;
Fuga da realidade: O hedonismo pode ser uma forma de escapismo,
onde as pessoas buscam prazer para fugir dos desafios e problemas da
vida cotidiana;
Individualismo: A ênfase no individualismo leva as pessoas a priorizarem
suas próprias necessidades e desejos, muitas vezes em detrimento do
bem-estar coletivo;
Crise de valores: O enfraquecimento de valores éticos e morais pode
levar as pessoas a priorizarem a busca pelo prazer imediato, sem
considerar as consequências a longo prazo;
Vazio existencial: A busca constante pelo prazer pode criar um
sentimento de vazio existencial, uma vez que a felicidade e a realização
pessoal não estão diretamente ligadas ao acúmulo de prazeres;
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Fuga do tédio: O hedonismo pode ser uma forma de escapar do tédio e
da rotina monótona do dia a dia, buscando experiências emocionantes e
prazerosas para preencher o vazio existencial;
Ansiedade e depressão: O aumento dos casos de ansiedade e
depressão pode levar as pessoas a buscarem o prazer como uma forma
de aliviar o sofrimento emocional;
Experiências vazias: O hedonismo pode levar as pessoas a buscarem
experiências vazias e superficiais, sem propósito ou significado, apenas
para satisfazer desejos momentâneos;
Medo da morte: O hedonismo pode ser uma resposta ao medo da morte,
onde as pessoas buscam aproveitar o máximo possível a vida atual,
sem se preocupar com as consequências futuras.
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comunidade virtual de ativistas e intelectuais. Isso fortalece a disseminação de
teorias e análises críticas sobre as desigualdades econômicas e sociais, bem
como sobre a exploração capitalista.
As redes sociais também têm sido usadas como uma ferramenta para
organizar protestos e manifestações em prol das lutas de classes e causas
socialistas. Movimentos sociais e grupos ativistas utilizam plataformas digitais
para mobilizar apoiadores, compartilhar informações e coordenar ações em
busca de mudanças sociais e econômicas.
Mas isso por si só não basta. Não há revolução no sofá. É preciso fortalecer
o debate em todos os campos e espaços. É preciso retomar o caráter
humanista do discurso socialista já que, por anos o mesmo vem sendo atacado
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e difamado de forma sistemática e contundente. Principalmente com a
disseminação de discursos e retóricas vazias que tornam o debate raso e vazio
de sentido e verdade.
Para que isso ocorra, se faz necessário traduzir o que é discutido nas
universidades e grupos socialistas numa linguagem menos tecnicista e
acadêmica. É preciso transpor os muros que isolam os pensadores socialistas
das massas e transformar a retórica em prática. Mobilizar por meio da
persuasão e da prática. Reformar as bases de luta e as estruturas das classes
exploradas para um movimento mais dinâmico e assertivo. Já que toda a
estrutura do capital tem demonstrado uma capacidade de se adaptar e
apropriar dos discursos e pautas progressistas, cabe aos socialistas adotarem
a mesma prática. Desconstruindo as falácias do capital e de suas estruturas
arraigadas dentro o Estado, por meio da conscientização das massas.
Demonstrando para essas não só a face do opressor, mas as formas e táticas
que esse adota para concentrar o poder e manter sua dominação.
Isso posto, é possível retomar o título desse ensaio e dizer que sim, temos
uma Esperança Desesperada. Já estamos nos tempos da barbárie, já estamos
no limite pós limite. O que se faz necessário e urgente, é utilizar o sentimento
de frustração e desânimo para se criar um sentimento de revolta. Uma revolta
onde os atores devem ser os que mais se sentem desamparados, sem
perspectiva, os mesmos jovens que não acreditam no futuro. Entregar em suas
mãos o poder de transformar não pelo individualismo, mas pelo senso de
coletividade que foi abandonado e está preso nas grades impostas pelo
opressor, o capital e sues algozes. Deixar claro que se não há nada a perder,
tem-se tudo para ganhar. Mas que, para isso, se faz necessário olhar para
frente, diferente da forma como se olhou até ontem. Desenvolver uma visão
coletiva e cooperativa da própria luta. E a partir das conquistas coletivas,
usufruir e realizar as individualidades.
Ao amanhecer sinto o impulso de viver Faço por fazer, mas não quero mais querer
Mesmo não sabendo o porquê ou pra quê Esse mundo, cheio de vazios
Vivendo numa rotina vazia, cheia de coisa nenhuma Jogando o jogo que me foi dado
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Como que jogando dados Aquilo que não me tomaram
3 – Referências Bibliográficas
Para elaboração desse ensaio, foram realizadas leituras dos seguintes textos:
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